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CAPÍTULO II

MORFOLOGIA DAS ESTRUTURAS

I . ESTRUTURAS RESISTENTES

A. DEFINIÇÃO :

É um conjunto de elementos ligados entre si que tem a finalidade de suportar cargas e transferi-las ao
solo.
Ex: Prédio de moradias, máquinas,etc...

Os esforços externos ativos ou cargas que solicitam a estrutura despertam outros esforços internos e
externos, devendo os elementos estruturais possuir vínculação tal que fique garantido o equilíbrio
interior e o do conjunto.

II . ESFORÇOS INTERNOS E DEFORMAÇÕES ASSOCIADAS

A. INTRODUÇÃO

Se um corpo rígido está submetido à um sistema de cargas ativas devendo o mesmo permanecer em
equilíbrio estático, então em seus vínculos devem surgir reações capazes de satisfazer as equações
fundamentais da estática.

Este sistema de forças ativas e reativas constitui-se nas cargas externas atuantes.

Quando um corpo recebe tal carregamento, as partículas internas que o constituem reorganizam-se,
alterando sua configuração (deformando-o) até atingir o equilíbrio onde as deformações param de
aumentar (são impedidas).

Este movimento de partículas é devido aos esforços internos (solicitações internas) desenvolvidos, que
são percebidos pelas deformações que provocam. Percebam que as solicitações estão associadas as
deformações que provocam.

Para simplificarmos o estudo destas solicitações, costuma-se decompô-las segundo um sistema de eixos
ortogonais convenientes para a estrutura em estudo.

B. ESFORÇOS INTERNOS E DEFORMAÇÕES ASSOCIADAS

B.1. ESFORÇO NORMAL (N)

É o esforço desenvolvido pelo corpo na direção do seu eixo longitudinal (eixo que passa pelo centro de
gravidade de todas as seções tranversais).

Quando submetido ao esforço normal o elemento estrutural sofre alongamentos ou encurtamentos.


Observe-se que as fibras longitudinais originalmente paralelas entre si permanecem paralelas após a
deformação.

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Tração axial (alongamento)

Compressão axial (encurtamento)

B.2. ESFORÇO DE CORTE (Q)

É todo esforço que surge sobre o plano das seções transversais que constituem este corpo, ou seja,
segundo eixos contidos por esta seção.

Quando submetido ao esforço de corte o elemento estrutural sofre um deslizamento relativo de uma
secção em relação a outra, também chamado de cisalhamento.

cisalhamento

B.3. MOMENTO FLETOR (M)

Já sabemos que as forças podem provocar efeitos de giro,ou seja, momentos.Momento fletor é a
tendência de giro da seção transversal em torno de um eixo baricentrico contido em seu plano.

Como o momento pode ser substituido por um binário pode-se observar uma tendência de alongamento
em uma das partes de seção e encurtamento em outra.
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M=F.d

B.4. MOMENTO TORSOR (Mt)

Quando submetido a momento torsor as seções transversais do corpo sofrem uma rotação em torno de
seu eixo longitudinal.

III. PARTES COMPONENTES DE UMA ESTRUTURA RESISTENTE

A. CLASSIFICAÇÃO QUANTO À GEOMETRIA E AO CARREGAMENTO

A.l. ESTRUTURAS LINEARES OU DE BARRAS

Estruturas lineares são aquelas em que uma das dimensões (comprimento) é muito maior do que as
outras duas (medidas da seção transversal).

A representação estrutural é feita pelo eixo longitudinal que é a linha que une o centro de gravidade18
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de todas as seções transversais.

1.a. Retas

Uma estrutura linear é reta quando o seu eixo longitudinal é retilíneo.

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OBS: Nas peças comprimidas pode aparecer o fenômeno da flambagem que é uma instabilidade
elasto-geométrica do sistema, que será estudada à parte (RESISTÊNCIA DOS MATERIAIS 1.b.
Curvas

São aquelas cujo eixo longitudinal é uma curva (esforços de corte,tração, compressão e flexão)
Ex: arcos

1.c. Estruturas Compostas

São aquelas formadas por elementos de barra

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1.d. Tipos de seção transversal

As estruturas de barra (ou lineares) podem apresentar formas diversas para a sua seção transversal.
Exemplo:

Perfilados (usados em materiais bastante resistentes ex: aço)

OBS : Os perfis metálicos são de dois tipos: perfis laminados e perfis de chapas dobradas. Os primeiros
são padronizados e mais pesados e os segundos devem ter as suas dimensões estabelecidas pelo
calculista.

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A.2.ESTRUTURAS LAMINARES , BIDIMENSIONAIS OU DE SUPERFÍCIE

São aquelas em que duas dimensões (plano médio) são muito maiores do que a terceira (espessura).

a x b - plano médio

e - espessura

A sua representação estrutural é feita pela superfície média.

2.a . Chapas

São estrutura em que a superfície média forma um único plano , e as cargas atuam segundo este plano.

Ex: paredes (compressão)

2.b. Placas
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São estruturas em que a superfície média forma um único plano e as cargas atuam perpendiculares a
este plano.
Ex: laje de entrepiso (flexão)

2.c. Cascas

São estruturas em que a superfície média não é formada por um único plano. Podem ser:

POLIÉDRICAS : formada pela intersecção de vários planos ( esforços normais, flexão e


corte)

CURVAS : Superfície média é uma curva ( esforço normal e flexão)

2.d. Membranas

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São estruturas laminares em que a superfície média é curva e sua espessura muito reduzida em presença
das demais dimensões. Seus esforços internos são distintos das cascas curvas.

Devido à sua pequena espessura e grande flexibilidade suportam apenas esforços normais (não possuem
resistencia à flexão).
Ex: Reservarório de gás

3. ESTRUTURAS TRIDIMENSIONAIS OU DE VOLUME

São estruturas em que as três dimensões tem a mesma ordem de grandeza.

Ex: blocos de fundações, sapatas, etc.

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A sua representação estrutural é feita pelos planos que a compõem podendo ou não serem desdobrados
em vistas.

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