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MÓDULO 15: Independência das Colônias Espanholas

No final do século XVIII a América Espanhola estava dividida em 4 Vice reinados:


Nova Espanha (Norte da AL)/Nova Granada (Colômbia e Venezuela)/Peru/Prata
Cada um tinha o seu vice-rei
A justiça era administrada pela chamada Real Audiência.
Havia o Cabildo: órgão formado por Colonos.
Existiam os intendentes que fiscalizavam tudo.

A população era bastante heterogênea:


46% índios (grandes plantações)
30% Mestiça
15% Crioullos (espanhóis nascidos nas Colônias)
5% Chapetones (espanhóis nascidos na Espanha e que tinham altos cargos na Colônia)
8% Negros

No Final do século XVIII e início do século XX:


Os intendentes aumentaram os impostos
A Coroa se tornou mais rigorosa proibindo as manufaturas
Em 1778 é permitido o livre comércio entre as Colônias
Vinte portos são autorizados a negociar com a Europa

Napoleão invade a Espanha e as Colônias ficam sem Governo Central


Começa a se falar de independência e nesse caso Chapetones e Crioullos se unem porque não
querem a dominação francesa
E acontecem algumas “independências” como Paraguai (1811) e Argentina (1813)
Quando Napoleão vem derrotado e o rei da Espanha Carlos VII volta ao Trono
Ele pensa em recolonizar a América e até pensa em unir os reinos da Europa pra invadir a América
Aí Chapetones e Crioullos se dividem: primeiros querem ser Colônia e segundos querem a
independência.

As primeiras independências começam ainda em 1810 com a Espanha sob Napoleão


Buenos Aires e Caracas (1810)
A partir daí grupos militares vão percorrendo a América e “libertando” as províncias
Simon Bolivar (1783-1830): Venezuela, Colômbia, Equador, Panamá e Bolívia.
José San Martin (1778-1850): Argentina, Chile e Peru
Interessante que quando algumas províncias se libertavam tentavam escravizar as outras.
Alguns casos foram especiais:
Paraguai foi o Cabildo de Assunção (1811)
Uruguai lutou entre 1810 a 1814 para conquistar sendo cobiçado por Brasil e Argentina
No México a situação foi diferente:
Duas revoltas lideradas por dois padres: Hidalgo (1810) e Morelos (1813)
Os Crioullos e os Guachupines (Colonos nascidos na Espanha) lutaram contra.

Quadro Geral das Independências:


Colômbia (1819)/ Venezuela (1821)/Equador (1822)/Bolívia (1822)/Peru (1821), Argentina
(1816)/Chile (1817)/Paraguai (1811)/México (1821)/El Salvador, Guatemala, Honduras, Costa
Rica e Nicarágua (1838).
Houve tentativas para uma federação (como no Brasil), mas o poder acabou sendo fragmentado.
Depois do processo de independência, em meados do século XIX, começa o imperialismo (também
chamado de neocolonialismo).
O que é:
É um modo de dominar uma nação, sob o véu de ajuda e colaboração, e não mais pela lei
oficial (colonialismo), mas pelo corte de recursos econômicos, relação de dependência a um
centro, influências nas decisões locais e geração de sistemas de nações subalternas.
Acontece sobretudo na África e na Ásia, mas também nas Américas.
No Colonialismo (sec. XVI a XIX) os europeus queriam produtos para suas terras (ouro e outros)
Para justificar tudo, se usava a religião (“vamos evangelizar”)
Agora os neocolonialistas (ou imperialistas) estavam trazendo a civilização.
Não podemos esquecer que a Europa estava na segunda revolução industrial
Estavam produzindo demais e precisavam de matéria prima, mão de obra e gente pra comprar o
que era produzido.
A América podia produzir a matéria prima, gente barata e sobretudo depois poderia ainda
consumir o que estava sobrando da Europa e EUA.
Causas do processo de independência:
Aumento de Impostos (é a carteira que decide o destino da história)
Enfraquecimento da Espanha (invasão de Napoleão)
Iluminismo (dando a base ideológica)
A independência foi feita por brancos nas cidades, não foi popular, mas foi de elite.

E a Igreja em tudo isso?


Mesmo tendo muitos padres participando do processo esses eram mais liberais do que católicos.
A Igreja Instituição ficou perdida, mas sem saber o que fazer para não desgostar a Espanha.
Só depois que as colônias negociam o reconhecimento a Igreja pode agir.
Age reorganizando a hierarquia
Não aboliu de tudo o padroado, mas criou novas formas de parcerias.

Com a “muralha” do Padroado, a Igreja na AL e no Brasil ficou 3 séculos recebendo a conta-gotas o


que acontecia na Europa.
Na Independência, a Igreja local foi bombardeada de uma vez só:
1. Chegada de outras confissões
2. Liberalismo
3. Anticlericalismo (a Igreja era vista como ligada ao velho regime)
Os novos Estados são comandados pela oligarquia comercial e o latifúndio conservador.
Continua o pacto colonial, pois esses Estados ainda não tem estruturas de autonomia, só que ao
invés da Espanha é a vez da Inglaterra.
Não podemos imaginar numa mudança repentina do catolicismo latino-americano no século XIX:
Houve só uma mudança dos cabelos, mas a cabeça era a mesma.
Roma ocupa o lugar de centro de referência para a catolicidade local
Pio IX cria Pontifício Colégio Latino Americano em Roma (1858)
Novas congregações ligadas à Educação chegam, mas agora unidas a Roma.
O Catolicismo Patriarcal, doméstico, sincrético continua sua marcha.
Dois problemas são imediatos: O Estado financiava a Igreja, e agora?
O Estado quer dinheiro e confisca muitos bens eclesiásticos.
Foi difícil para a Igreja aprender a caminhar com os próprios pés.
Acontece uma enxurrada de ordens religiosas que vêm para a América
Em 1899, o papa Leão XIII convoca em Roma o Concílio Plenário Latino-Americano,
Torna-se mais um ato formal do que pastoralmente eficaz, por que:
1. Feito em Roma que é distante
2. Preparados por teólogos romanos
3. Exagerada influência da dimensão canônica, sem o viés pastoral, mas só jurídico
4. A preocupação maior foi a conservação da fé, a defesa de ideias.

Com a independência chega oficialmente o protestantismo na América Latina, por que?


1. Havia o desejo inato de evangelizar quando se sentiam enviados por Jesus numa terra
outrora proibida;
2. Influência ideológica do Liberalismo que defendia a liberdade também religiosa;
3. Exigências da Inglaterra que só ajudaria se fosse adotada a tolerância;
4. Própria circulação oriunda da chegada de colonos e estrangeiros.
5. Não deixava de ser uma estratégia de enfrentamento contra a Igreja Católica.
6. Protestos, brigas, discriminação, assassinatos marcaram essa instalação protestante.
7. O fornecedor de materiais e pessoas era não só a Europa, mas os EUA também.
Segundo Enrique Dussel em três etapas:
Até 1880 grupos dispersos
De 1880 a 1916 implantação sistemática
De 1916 a 1930 enraizamento definitivo
Em 1820 foi celebrado o primeiro culto na Argentina
Em 1825 chegam 250 escoceses anglicanos em Buenos Aires e várias capelas são construídas
Em 1836, chegam os metodistas, de procedência norte-americana.

No Brasil a primeira capela anglicana é de 1819


Em 1824, chegam as comunidades luteranas juntamente com os colonos europeus do sul do país.
Valdenses passam pelo Brasil e se instalam no Uruguai
Depois os protestantes vão se fazendo presentes em toda a AL.
Com as sociedades da Missão, o trabalho fica mais estruturado e forte:
Metodistas no México (1871), Brasil (1876) e Antilhas (1890)
Presbiterianos no Brasil (1860), Argentina (1866), México (1872) e Guatemala (1882)
Batistas no Brasil (1881), Argentina (1886) e Chile (1888).

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