Este documento descreve o processo de independência das colônias espanholas na América do Sul no final do século XVIII e início do século XIX. As principais causas da independência foram o aumento de impostos, o enfraquecimento da Espanha devido à invasão napoleônica e as ideias iluministas. Líderes como Simón Bolívar e José de San Martín lutaram para "libertar" as províncias sul-americanas do domínio espanhol.
Descrição original:
Título original
MÓDULO 15 Igreja e a Independencia Das Colonias Americanas
Este documento descreve o processo de independência das colônias espanholas na América do Sul no final do século XVIII e início do século XIX. As principais causas da independência foram o aumento de impostos, o enfraquecimento da Espanha devido à invasão napoleônica e as ideias iluministas. Líderes como Simón Bolívar e José de San Martín lutaram para "libertar" as províncias sul-americanas do domínio espanhol.
Este documento descreve o processo de independência das colônias espanholas na América do Sul no final do século XVIII e início do século XIX. As principais causas da independência foram o aumento de impostos, o enfraquecimento da Espanha devido à invasão napoleônica e as ideias iluministas. Líderes como Simón Bolívar e José de San Martín lutaram para "libertar" as províncias sul-americanas do domínio espanhol.
No final do século XVIII a América Espanhola estava dividida em 4 Vice reinados:
Nova Espanha (Norte da AL)/Nova Granada (Colômbia e Venezuela)/Peru/Prata Cada um tinha o seu vice-rei A justiça era administrada pela chamada Real Audiência. Havia o Cabildo: órgão formado por Colonos. Existiam os intendentes que fiscalizavam tudo.
A população era bastante heterogênea:
46% índios (grandes plantações) 30% Mestiça 15% Crioullos (espanhóis nascidos nas Colônias) 5% Chapetones (espanhóis nascidos na Espanha e que tinham altos cargos na Colônia) 8% Negros
No Final do século XVIII e início do século XX:
Os intendentes aumentaram os impostos A Coroa se tornou mais rigorosa proibindo as manufaturas Em 1778 é permitido o livre comércio entre as Colônias Vinte portos são autorizados a negociar com a Europa
Napoleão invade a Espanha e as Colônias ficam sem Governo Central
Começa a se falar de independência e nesse caso Chapetones e Crioullos se unem porque não querem a dominação francesa E acontecem algumas “independências” como Paraguai (1811) e Argentina (1813) Quando Napoleão vem derrotado e o rei da Espanha Carlos VII volta ao Trono Ele pensa em recolonizar a América e até pensa em unir os reinos da Europa pra invadir a América Aí Chapetones e Crioullos se dividem: primeiros querem ser Colônia e segundos querem a independência.
As primeiras independências começam ainda em 1810 com a Espanha sob Napoleão
Buenos Aires e Caracas (1810) A partir daí grupos militares vão percorrendo a América e “libertando” as províncias Simon Bolivar (1783-1830): Venezuela, Colômbia, Equador, Panamá e Bolívia. José San Martin (1778-1850): Argentina, Chile e Peru Interessante que quando algumas províncias se libertavam tentavam escravizar as outras. Alguns casos foram especiais: Paraguai foi o Cabildo de Assunção (1811) Uruguai lutou entre 1810 a 1814 para conquistar sendo cobiçado por Brasil e Argentina No México a situação foi diferente: Duas revoltas lideradas por dois padres: Hidalgo (1810) e Morelos (1813) Os Crioullos e os Guachupines (Colonos nascidos na Espanha) lutaram contra.
Quadro Geral das Independências:
Colômbia (1819)/ Venezuela (1821)/Equador (1822)/Bolívia (1822)/Peru (1821), Argentina (1816)/Chile (1817)/Paraguai (1811)/México (1821)/El Salvador, Guatemala, Honduras, Costa Rica e Nicarágua (1838). Houve tentativas para uma federação (como no Brasil), mas o poder acabou sendo fragmentado. Depois do processo de independência, em meados do século XIX, começa o imperialismo (também chamado de neocolonialismo). O que é: É um modo de dominar uma nação, sob o véu de ajuda e colaboração, e não mais pela lei oficial (colonialismo), mas pelo corte de recursos econômicos, relação de dependência a um centro, influências nas decisões locais e geração de sistemas de nações subalternas. Acontece sobretudo na África e na Ásia, mas também nas Américas. No Colonialismo (sec. XVI a XIX) os europeus queriam produtos para suas terras (ouro e outros) Para justificar tudo, se usava a religião (“vamos evangelizar”) Agora os neocolonialistas (ou imperialistas) estavam trazendo a civilização. Não podemos esquecer que a Europa estava na segunda revolução industrial Estavam produzindo demais e precisavam de matéria prima, mão de obra e gente pra comprar o que era produzido. A América podia produzir a matéria prima, gente barata e sobretudo depois poderia ainda consumir o que estava sobrando da Europa e EUA. Causas do processo de independência: Aumento de Impostos (é a carteira que decide o destino da história) Enfraquecimento da Espanha (invasão de Napoleão) Iluminismo (dando a base ideológica) A independência foi feita por brancos nas cidades, não foi popular, mas foi de elite.
E a Igreja em tudo isso?
Mesmo tendo muitos padres participando do processo esses eram mais liberais do que católicos. A Igreja Instituição ficou perdida, mas sem saber o que fazer para não desgostar a Espanha. Só depois que as colônias negociam o reconhecimento a Igreja pode agir. Age reorganizando a hierarquia Não aboliu de tudo o padroado, mas criou novas formas de parcerias.
Com a “muralha” do Padroado, a Igreja na AL e no Brasil ficou 3 séculos recebendo a conta-gotas o
que acontecia na Europa. Na Independência, a Igreja local foi bombardeada de uma vez só: 1. Chegada de outras confissões 2. Liberalismo 3. Anticlericalismo (a Igreja era vista como ligada ao velho regime) Os novos Estados são comandados pela oligarquia comercial e o latifúndio conservador. Continua o pacto colonial, pois esses Estados ainda não tem estruturas de autonomia, só que ao invés da Espanha é a vez da Inglaterra. Não podemos imaginar numa mudança repentina do catolicismo latino-americano no século XIX: Houve só uma mudança dos cabelos, mas a cabeça era a mesma. Roma ocupa o lugar de centro de referência para a catolicidade local Pio IX cria Pontifício Colégio Latino Americano em Roma (1858) Novas congregações ligadas à Educação chegam, mas agora unidas a Roma. O Catolicismo Patriarcal, doméstico, sincrético continua sua marcha. Dois problemas são imediatos: O Estado financiava a Igreja, e agora? O Estado quer dinheiro e confisca muitos bens eclesiásticos. Foi difícil para a Igreja aprender a caminhar com os próprios pés. Acontece uma enxurrada de ordens religiosas que vêm para a América Em 1899, o papa Leão XIII convoca em Roma o Concílio Plenário Latino-Americano, Torna-se mais um ato formal do que pastoralmente eficaz, por que: 1. Feito em Roma que é distante 2. Preparados por teólogos romanos 3. Exagerada influência da dimensão canônica, sem o viés pastoral, mas só jurídico 4. A preocupação maior foi a conservação da fé, a defesa de ideias.
Com a independência chega oficialmente o protestantismo na América Latina, por que?
1. Havia o desejo inato de evangelizar quando se sentiam enviados por Jesus numa terra outrora proibida; 2. Influência ideológica do Liberalismo que defendia a liberdade também religiosa; 3. Exigências da Inglaterra que só ajudaria se fosse adotada a tolerância; 4. Própria circulação oriunda da chegada de colonos e estrangeiros. 5. Não deixava de ser uma estratégia de enfrentamento contra a Igreja Católica. 6. Protestos, brigas, discriminação, assassinatos marcaram essa instalação protestante. 7. O fornecedor de materiais e pessoas era não só a Europa, mas os EUA também. Segundo Enrique Dussel em três etapas: Até 1880 grupos dispersos De 1880 a 1916 implantação sistemática De 1916 a 1930 enraizamento definitivo Em 1820 foi celebrado o primeiro culto na Argentina Em 1825 chegam 250 escoceses anglicanos em Buenos Aires e várias capelas são construídas Em 1836, chegam os metodistas, de procedência norte-americana.
No Brasil a primeira capela anglicana é de 1819
Em 1824, chegam as comunidades luteranas juntamente com os colonos europeus do sul do país. Valdenses passam pelo Brasil e se instalam no Uruguai Depois os protestantes vão se fazendo presentes em toda a AL. Com as sociedades da Missão, o trabalho fica mais estruturado e forte: Metodistas no México (1871), Brasil (1876) e Antilhas (1890) Presbiterianos no Brasil (1860), Argentina (1866), México (1872) e Guatemala (1882) Batistas no Brasil (1881), Argentina (1886) e Chile (1888).