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PARA
DOENÇAS
CARDÍACAS
SEGUNDO A
MEDICINA
AYURVÉDICA
Dr. Bhagwan Dash, Ph.D.
Fitoterapia
Para
DOENÇAS CARDÍACAS
Segundo a
Medicina Ayurvédica
Traduzido por:
Williams Ribeiro de Farias
Dra. Yeda Ribeiro de Farias
EDITORA CHAKPORI
2
Título Original: “Herbal Treatment for Heart Diseases”
© B. Jain Publishers
3
ÍNDICE
INTRODUÇÃO ............................................................................... 7
PARTE UM ................................................................................... 12
FITOTERÁPICOS ........................................................................ 49
MEDICAMENTOS .......................................................................... 50
Acorus calamus ...................................................................... 53
Aegle marmelos ...................................................................... 59
Allium sativum ....................................................................... 65
Emblica officinalis ................................................................. 73
Glycyrrhiza glabra ................................................................. 81
Centella asiatica ou Hydrocotyle asiatica............................... 86
Nardostachys jatamansi ......................................................... 90
Ocimum sanctum .................................................................... 94
Saussurea lappa ..................................................................... 99
Terminalia arjuna .................................................................104
Withania somnifera ...............................................................109
Notas .....................................................................................113
5
NOTA DO EDITOR
8
Os deveres para com a família e a sociedade têm sido
totalmente substituídos pelo dever para com o trabalho e para
consigo mesmo. O fato de que uma pessoa não pode conservar-
se saudável e feliz sem a saúde e a felicidade de sua família e da
sociedade onde vive é totalmente esquecido. Em busca da
felicidade pessoal, ele torna-se isolado de seu meio ambiente, e
assim, sente-se inseguro. Esta insegurança na vida causa stress
em sua mente e cria diversos distúrbios físicos. Em vão, ele busca
alívio em drogas intoxicantes e psicotrópicos para posterior ruína
de si mesmo.
Diferentes tipos de doenças cardíacas tem se difundido
muito rapidamente entre as pessoas, independente de idade e
sexo, condições geográficas, políticas e econômicas. É maior em
países economicamente desenvolvidos e a incidência está
aumentando em países subdesenvolvidos e em desenvolvimento.
Para proporcionar saúde a todos, medicamentos e especialistas
estão sendo produzidos cada vez mais sem qualquer sinal de
redução na incidência de tais doenças. A abordagem correta
reside mais na prevenção da ocorrência das doenças do coração
do que na ênfase sobre a cura de tais doenças depois que elas se
manifestaram. Infelizmente, a prevenção, que envolve
amplamente uma atmosfera familiar e condições sociais
adequadas, não resulta em grandes benefícios financeiros para
grandes fabricantes e especialistas, e estes grupos são os mais
influentes atualmente.
Com a idade, uma pessoa torna-se rica em experiência e
pode servir melhor à sociedade. Mas por causa de certas
doenças, ele se torna incapacitado e morre uma morte prematura.
Os ataques cardíacos somam 25% do número total de mortes.
Estas doenças do coração e das artérias formam o maior grupo
de doenças fatais. Além disso, elas causam incapacidade para o
trabalho produtivo.
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Tanto os países desenvolvidos como aqueles em
desenvolvimento, inclusive os países subdesenvolvidos, são
igualmente afetados por este grupo de doenças. Nos países
desenvolvidos, as cardiopatias são causadas pelo stress e pelo
esforço despendido na vida civilizada moderna, incluindo os
péssimos hábitos alimentares, e nos países em desenvolvimento
e subdesenvolvidos, além do aumento da poluição ambiental, tais
doenças são causadas pelas moléstias infecciosas e a má-
nutrição. Se o atual ritmo de vida e sua inerente tensão continuar
a aumentar e se o presente estilo de vida diário não for alterado,
mais e mais pessoas provavelmente sucumbirão pelas doenças
cardiovasculares.
A ciência médica tem feito considerável progresso em
várias áreas. A era da especialização e a tendência para ver o
homem como um conglomerado químico-físico de muitas partes
separadas está dando lugar a um novo gênero de pensamento
biológico. Esta nova escola de pensamento está direcionada para
o conceito do homem como um inteiro, com seus inseparáveis
aspectos físicos, emocionais e espirituais unificados em um só
indivíduo vivo. O lugar do homem, como uma parte orgânica do
universo biológico e cósmico, sujeito a todas as leis imutáveis e
irrevogáveis da natureza, está sendo cada vez mais evidente.
Apesar destas profundas mudanças que tomam lugar no
pensamento médico, a abordagem pelas drogas convencionais de
hoje é incapaz de resolver o problema de um catastrófico aumento
de tais doenças como infartos, anginas, câncer, diabetes, asma,
artrites, insônia e assim por diante. Muitas destas doenças são
consideradas “incuráveis”. Os praticantes de antigos sistemas
nativos de medicina, os quais têm, verdadeiramente, promovido
curas para doenças como infartos, anginas e doenças
coronarianas são depreciados como curandeiros. A denúncia
sistemática de tais curas está sendo feita através da mídia
audiovisual.
10
Muitos medicamentos químicos e sintéticos têm sido
desenvolvidos na medicina moderna para prevenir e curar as
doenças cardíacas. Estas drogas dão alívio apenas temporário e
seu uso contínuo torna-os menos efetivos. Na verdade, há sérios
efeitos tóxicos resultantes do uso prolongado de tais drogas
convencionais. O resultado final desta negligência criminosa para
com os pacientes portadores de doenças cardíacas tem deixado
milhares de homens e mulheres improdutivos e mentalmente
doentes em todo o mundo.
O outro aspecto é que em muitos lugares do mundo,
particularmente nos berços de antigas civilizações existem
remédios à base de ervas que têm estado em uso por milhares de
anos para o tratamento de doenças cardíacas. Estas ervas não
são empregadas apenas empiricamente; os iluminados
praticantes da medicina tradicional na Índia, Nepal, Sri Lanka,
Butão, Myanmar, China, Bangladesh e Paquistão fornecem
explicações racionais que respaldam o uso de tais ervas no
tratamento de doenças cardíacas.
O Ayurveda, a medicina tradicional da Índia que trata o
sofrimento da humanidade há mais de três mil anos é um
repositório de experiência médica em ervas medicinais bem
comprovadas. As doenças cardiovasculares são consideradas de
origem psicossomática e não apenas física. Os conceitos de
mente, suas atividades e morbidade são bem desenvolvidos.
Portanto, juntamente com as terapias para corrigir os
desequilíbrios do corpo, o médico ayurvédico sempre prescreve
tratamentos para corrigir os desequilíbrios da mente de seus
pacientes. Algumas destas drogas são cientificamente
experimentadas em animais e em seres humanos sob condições
controladas e provaram ser efetivas. Tais drogas selecionadas
estão incluídas neste trabalho. Talvez um dia, no futuro previsível,
o Ocidente possa compreender a sabedoria do Oriente.
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PARTE UM
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A Circulação Sangüínea no Coração
1. Veia cava superior 2. Aorta
3. Artéria pulmonar 4. Átrio esquerdo
5. Válvula pulmonar 6. Válvula aórtica
7. Veias pulmonares 8. Veia cava inferior
9. Válvula mitral 10. Aorta descendente
11. Ventrículo direito 12. Ventrículo esquerdo
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Estrutura do Coração
Nos seres humanos, o coração está localizado no lado
esquerdo do tórax dentro de uma gaiola óssea. Ele possui quatro
câmaras. As duas superiores são denominadas átrios e as duas
inferiores são denominadas ventrículos. Dependendo de sua
posição estas cavidades são chamadas de átrios e ventrículos
direito e esquerdo.
O sangue impuro do corpo entra no coração através do
átrio direito e depois desce para o ventrículo direito. Daí, é
bombeado para os pulmões para sua purificação. Após a
purificação (remoção de dióxido de carbono) nos pulmões, o
sangue purificado (oxigenado) penetra no átrio esquerdo e desce
para o ventrículo esquerdo de onde é bombeado através de uma
grande artéria denominada aorta para todo o corpo. O sangue é
sugado para dentro do ventrículo direito através de uma pressão
negativa e a partir daí ele se move para o ventrículo direito,
pulmões, átrio esquerdo, ventrículo esquerdo e aorta. Para
controlar este movimento, diferentes câmaras do coração pulsam
de maneira rítmica. Para regular a passagem de sangue para a
direção apropriada e para que não retorne em direção reversa, as
aberturas das várias câmaras estão providas de válvulas.
Como outras partes do corpo, estas câmaras são formadas
por um tipo especial de músculos e estes músculos recebem sua
nutrição a partir do sangue que circula através de canais especiais
chamados artérias coronárias que se ramificam da aorta. Ramos
mais delicados destas artérias coronárias ramificam-se pelo
coração e fornecem oxigênio e outros tipos de nutrientes para
seus músculos. O sangue impuro destes músculos é coletado
pelas veias coronárias que se unem novamente para formar um
única veia mais calibrosa chamada seio coronário, o qual abre-se
no átrio direito.
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As contrações dos músculos cardíacos são chamados de
batimentos cardíacos. A velocidade e a força destes batimentos
cardíacos são controlados por dois grupos de nervos – os nervos
simpáticos e os parassimpáticos. Os primeiros, quando
estimulados, aumentam a velocidade e a força dos batimentos
cardíacos. Por outro lado, a estimulação dos nervos
parassimpáticos reduzem a velocidade e a força de contração. As
funções destes dois grupos de nervos são controladas por
diferentes tipos de hormônios. Por exemplo, as glândulas supra-
renais localizadas acima dos rins secretam uma substância
chamada adrenalina e esta estimula os nervos simpáticos que
aumentam a velocidade e a força dos batimentos cardíacos.
Além dos nervos, o funcionamento do músculo cardíaco é
controlado por um impulso elétrico que controla o tempo de cada
batimento. A localização principal deste impulso elétrico é
chamado nódulo sinusal de onde ele passa para o nódulo A-V,
situado abaixo, e a partir daí transmite seus efeitos através de um
grupo de tecidos especializados.
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Diferentes Partes do Coração
1. Tronco braquiocefálico 2. Artéria carótida comum esquerda
3. Artéria subclávia esquerda 4. Veia braquiocefálica direita
5. Veia braquiocefálica esquerda 6. Veia cava superior
7. Artéria pulmonar esquerda 8. Artéria pulmonar direita
9. Veias pulmonares esquerdas 10. Veias pulmonares direitas
11. Aurícula do átrio esquerdo 12. Sulco coronário
13. Ventrículo esquerdo 14. Borda direita do coração
15. Borda esquerda do coração 16. Sulco coronário
17. Sulco interventricular anterior 18. Veia cava inferior
19. Ápice do coração
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Descrição do Interior do Coração
1. Artéria pulmonar 2. Arco da aorta
3. Veia cava superior 4. Artéria pulmonar esquerda
5. Artéria pulmonar direita 6. Veia pulmonar esquerda
7. Átrio esquerdo 8. Átrio direito
9. Válvula aórtica semilunar 10. Válvula tricúspide
11. Válvula mitral 12. Septo interventricular
13. Ventrículo esquerdo 14. Miocárdio (músculo cardíaco)
15. Aorta descendente 16. Veia cava inferior
17. Músculo papilar
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Importantes Vasos Relacionados ao Coração
1. Veia cava superior 2. Aorta
3. Átrio direito 4. Artéria pulmonar
5. Átrio esquerdo 6. Veias pulmonares
7. Ventrículo esquerdo 8. Ventrículo direito
9. Veia cava inferior 10. Aorta descendente
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Funções do Coração
Conceito no Ayurveda
De acordo com o Ayurveda, o coração não é uma simples
estação de bombeamento. Além deste trabalho mecânico,
considera-se que ele seja o sítio da mente e da alma (espírito).
Todas as funções mentais do indivíduo afetam o coração. Por
outro lado, qualquer doença física do coração resulta em funções
mentais alteradas. O cérebro (mastulunga) tem um importante
papel no funcionamento da mente; mas é apenas uma estação de
retransmissão, sendo o coração seu sítio original. Por causa
disso, o médico ayurvédico sempre prescreve condutas e
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comportamentos juntamente com medicamentos, dieta, bebidas e
outros regimes para conservar o coração saudável. Mesmo para
as doenças físicas, tais medicamentos são prescritos para
poderem promover a saúde do coração. O coração físico é, sem
dúvida, diferente da mente mas ambos estão intimamente
conectados de tal forma que as funções de um dependem
inteiramente das funções do outro.
Os Cinco Kosas
De acordo com a tradição indiana, o indivíduo não é
simplesmente o corpo físico, ele é composto de revestimentos ou
camadas em número de cinco, cada uma delas é chamada kosa.
Os cinco Kosas1 são os seguintes:
1. Annamaya kosa2 ou o físico nutrido pelos alimentos e bebidas:
Esta camada é nutrida pelos produtos finais resultantes da
digestão dos alimentos e bebidas. Representa o físico humano
incluindo pele, sangue, tecido muscular, gordura, medula
óssea e sêmen.
2. Pranamaya kosa3 ou a camada de élan vital: Representa a
vida (prana). É responsável por todas as atividades da vida em
um indivíduo.
3. Manomaya kosa4 ou a camada da psique: Esta camada é
responsável por todas as atividades mentais de um indivíduo.
A mente penetra o corpo inteiro com exceção das unhas,
cabelos, fezes acumuladas no intestino grosso e a urina na
bexiga. É responsável por toda atividade sensorial e motora do
indivíduo.
4. Vijnanamaya kosa5 ou a camada do intelecto: Esta camada é
responsável por todas as atividades intelectuais do indivíduo.
Com o auxílio desta camada, pode-se discernir entre o que é
bom e o que é ruim.
Pronuncia-se koshas.
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5. Anandamaya kosa6 ou a camada da bênção: Esta é uma
camada de eterna bênção. Quando uma pessoa discrimina
entre o que é bom e ruim e entrega-se ao bem, ele desfrutada
eterna bênção por atingir esta camada. Esta felicidade é
inteiramente diferente da felicidade transitória que se
experimenta por ações de crueldade, inveja, egoísmo, raiva,
com a ingestão de alimentos saborosos e com a supressão da
energia.
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do mundo. Ele deve viver, se assim desejar, como um jivan mukta
(libertado mas vivo).
No presente contexto, o anahata chakra ou o centro de
energia localizado na região do coração é importante para nossa
discussão. Se este centro está ativado, consegue-se a iluminação,
tal pessoa é dotada com o amor puro e universal e possui um
controle sobre suas emoções e desejos. Ele pode facilmente
conhecer seu passado e seu futuro assim como o de outras
pessoas, pode guiar e controlar outras criaturas vivas.
Doshas 25
O corpo físico, de acordo com o Ayurveda, é composto de
três categorias de matéria, ou seja, doshas, dhatus 26 ou
elementos teciduais e malas ou produtos residuais. Os doshas
controlam todas as funções do corpo. São freqüentemente mal
interpretados como os humores dos gregos. Estes doshas são
três: vayu27, pitta28 e kapha29. Vayu regula todas as funções
nervosas incluindo os movimentos e sensações do corpo. Pitta
regula todas as funções enzimáticas, incluindo a digestão e o
metabolismo. Kapha serve como matriz para lubrificar e sustentar
juntos todos os diferentes órgãos do corpo. Todos eles penetram
em todo o corpo. Tendo como base suas localizações e funções
especializadas, são classificados em cinco categorias cada um,
como segue:
1. Vayu
I) Prana30: Está localizado na cabeça e controla a inteligência,
o coração e os órgãos sensoriais.
II) Udana : Está localizado no peito.
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Necessidades Sexuais e Doenças Cardíacas
A necessidade sexual, assim como a necessidade de
dormir e a fome são instintos biológicos. Apenas os santos e as
pessoas espiritualmente elevadas mantém-se afastados da
necessidade sexual. Para o homem comum o sexo não é proibido.
A necessidade sexual pode ser satisfeita de uma forma
equilibrada. É o melhor tranqüilizante e alivia o stress e a fadiga
causada pela rotina diária. Mas, por causa das inibições sociais,
às vezes, o sexo torna-se um tabu na vida das pessoas. A menos
que a pessoa torne-se espiritualmente motivada e siga algumas
regras e rituais religiosos, a abstinência do sexo dá origem a
muitas doenças físicas e psicológicas.
Através do ato sexual, o fluido vital do corpo é ejaculado e
é o momento de reabastecê-lo. Se o ato é realizado muito
freqüentemente, sem a ingestão de alimentos nutritivos
adequados e sem condições ambientais apropriadas, a perda de
fluidos vitais dá origem a doenças cardíacas, entre outras.
De acordo com o Ayurveda, o ato sexual deve ser realizado
dentro de certos limites de idade. Descreve-se a freqüência
normal durante as diferentes estações do ano. O Ayurveda
descreve também a natureza e atitude mental do parceiro ou
parceira. O ambiente no qual o ato sexual deveria ser realizado é
mencionado. Estão descritos, além disso, os alimentos e os
agentes rejuvenescedores, assim como drogas afrodisíacas, para
serem usados antes e depois do ato sexual. Se for realizado
dentro de tais parâmetros, o sexo não é prejudicial, mas sim
benéfico para o coração. Mas no atual mundo civilizado, tais
regras são freqüentemente violadas ou ignoradas e por isso a
pessoa torna-se vítima das doenças do coração. O
homossexualismo ou sexo não natural é certamente prejudicial
para o coração. Além da perda do fluido vital, ele causa a
perversão mental. Sendo a residência da mente, o coração é
primeiramente afetado por este comportamento sexual errático.
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Constipação e Doenças Cardíacas
Nos países desenvolvidos e nas áreas urbanas de
desenvolvimento, as pessoas estão utilizando cada vez mais os
alimentos processados artificialmente. Massas e comidas de má
qualidade, alimentos de preparo instantâneo, frituras saborosas e
bebidas gasosas estão se tornando mais e mais populares. As
pessoas não encontram tempo para cozinhar, processar vegetais
frescos e ingerir frutas da época. A casca do arroz é
completamente removida para que ele fique brilhando depois de
cozido. A casca do trigo também é retirada na fabricação da
farinha. As pessoas encontram facilidade para comprar e comer
alimentos conservados e enlatados. O alimento cozido é
conservado em refrigerador e ingerido durante dias para
economizar tempo. Isto se deve em parte por causa da demanda
de tempo e também por razões econômicas. Mas freqüentemente
a causa pode ser a indolência, a preguiça. Muito tempo é
despendido freqüentando-se clubes, festas, cinemas e assistindo
televisão e vídeos até tarde da noite, atividades estas que se
tornam parte da vida civilizada. Alguns destes momentos
poderiam ser facilmente ocupados com o preparo de alimentos
cozidos e de verduras frescas. A carne é nutritiva, mas destina-se
a agradar o paladar. O uso excessivo de carnes prejudica o
sistema digestivo e o coração.
Em decorrência de tal alimentação desequilibrada e não
natural, a pessoa sofre de constipação. O movimento intestinal é
regulado por apana vayu 59, localizado na região pélvica, estando
intimamente relacionado com o vayu 60 regulador da função
cardíaca. Uma pessoa com constipação crônica ou movimentos
intestinais anormais é, com freqüência, vítima de doenças
cardíacas. Ocorre mau funcionamento do fígado e flatulência. O
vento no abdome, quando não eliminado através do trato
descendente, pressiona o diafragma e, por último, o coração.
Através das fezes, diversos produtos residuais do corpo são
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eliminados. Estes produtos residuais permanecem no interior do
corpo se o paciente está constipado, dando origem a um mau
funcionamento do coração.
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mesmo dão origem a diversas doenças. Portanto, deve-se manter
a harmonia em seu pensamento, em sua fala e nas suas ações.
Evite Drogas
Devido às várias frustrações na vida, os jovens,
atualmente, entregam-se à maconha, ao ópio, aos seus
subprodutos e aos muitos outros psicotrópicos e estimulantes. A
maconha e o ópio são bons medicamentos. No Ayurveda, estes
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remédios são processados com a adição de leite, ghee, suco de
limão, açafrão, etc. para eliminar seus efeitos adversos e
promover seus princípios terapêuticos. No entanto, o uso
inadequado como entorpecente é extremamente prejudicial para o
coração, devendo ser evitado.
Manteiga purificada.
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O leite, particularmente, o de vaca, é muito útil para a
saúde mental e para o coração. Entre os vegetais, o alho e a
cebola são muito benéficos para o coração. Eles ajudam na
manutenção do equilíbrio de Vayu e, portanto, auxiliam na
prevenção e cura das doenças cardíacas.
Entre as frutas secas, as amêndoas são muito úteis ao
coração. No inverno, as amêndoas e o óleo de amêndoas
deveriam ser empregados regularmente juntamente com os
alimentos, bolos e doces. Ele possui um suave efeito aquecedor.
No entanto, no verão, as amêndoas deveriam ser evitadas. Mas
podem ser socadas em água e conservadas durante a noite. Na
próxima manhã, retira-se a casca, e a noz deve ser misturada com
algumas sementes de pimenta preta, trituradas e transformadas
em uma pasta. Esta pasta, sozinha ou misturada com leite e
açúcar, deve ser ingerida pela manhã com o desjejum, pois
previne e cura doenças do coração.
Manteiga purificada.
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ghee, quando conservado durante anos, mesmo por um século,
torna-se terapeuticamente mais efetivo apesar de sua rancidez e
odor desagradável. É yogavahin 65. Se uma substância medicinal
é fervida no ghee, este último incorpora as propriedades da
primeira e transporta os princípios terapeuticamente eficazes do
medicamento para diferentes partes do corpo, incluindo órgãos
vitais, mais rápida e facilmente. O ghee preparado com leite de
vaca é considerado o melhor do ponto de vista terapêutico. A
manteiga possui efeitos refrescantes sobre o corpo e interrompe
sangramentos. Tanto o ghee como a manteiga são muito úteis
para manter a visão e curar doenças oculares. Acima de tudo,
ambos o ghee e a manteiga possuem efeitos rejuvenescedores.
Fortalecem o sistema imunológico do corpo e fornecem o poder
de resistência às doenças. Eles repõem as células perdidas e
ajudam na produção de novas células. Promovem a força
digestiva e o metabolismo.
Entre os óleos vegetais, o óleo de gergelim é o melhor,
tanto para massagem externa como para o consumo interno. É
yogavahin como o ghee. É muito benéfico para a saúde da pele e
dos cabelos.
A manteiga, o ghee e o óleo de gergelim, todos são óleos
saturados. O uso destas substâncias em grande quantidade está
proibido apenas para pessoas extremamente obesas. Estes
suplementos alimentares por si mesmo não aumentam o
colesterol. O colesterol está aumentado apenas quando o
processo metabólico está alterado. Portanto, se há um coração
doente não significa que o uso de ghee, etc., esteja proibido, pois
isto causaria sérios danos ao sistema imunológico do corpo em
geral e ao coração em particular, mas em pessoas com colesterol
elevado, deve ser corrigido o desequilíbrio no sistema metabólico.
Para corrigir este processo, não está indicada a proibição de
ingredientes como o ghee, a manteiga e óleo de gergelim. Os
alimentos preparados na forma de fritura em ghee, manteiga ou
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óleos tornam-se mais pesados especialmente quando utilizados
por muito tempo. A ingestão de frituras para uma pessoa já
portadora de doença cardíaca ou do fígado ou do rim está
estritamente proibida.
As médicos Ayurvédicos consideram o óleo de amendoim e
o próprio amendoim prejudiciais para o fígado e o coração. Mas
para algumas pessoas, o amendoim e seu óleo tornam-se
okasatmaya66 (saudável por causa do uso constante). Em
algumas regiões, o amendoim é produzido em grande quantidade
e devido a grande disponibilidade o óleo de amendoim é
empregado na preparação de alimentos há muitas gerações.
Portanto, o óleo empregado de modo habitual e costumeiro não
produz qualquer efeito prejudicial. Isto é conhecido como
okasatmaya, ou seja, saudável devido ao uso costumeiro. O
amendoim e seu óleo devem ser utilizados apenas por estas
pessoas e não por outras. O uso de ghee, manteiga e óleo de
gergelim por outras pessoas não deveria ser proibido.
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Este sobrepeso ou obesidade deveria ser combatido com
exercícios físicos e dieta controlada para a conservação da saúde
do coração.
A Prática do Yoga
A elevação espiritual é o objetivo primário de todas as
formas de yoga. Esta elevação é possível apenas quando o corpo
está em boas condições e a mente está saudável. Portanto,
muitas regras preliminares, o que fazer e o que não fazer, estão
prescritas nas escrituras yogis. Muitas posturas físicas (asanas) e
exercícios de controle respiratório (pranayamas68) são descritos
para a prática regular pelos yogis e chefes de família comuns.
Antes de praticá-los, algumas medidas de limpeza também são
mencionadas. Há cinco medidas, chamadas sat karmas69. São
elas: dhauti70, basti71, neti72, trataka73, nauli74 e kapala bhati 75,
incluindo kunjala76 e sankha praksalana77. Estas medidas de
purificação são fundamentalmente importantes para conservar o
corpo livre de várias doenças de forma que uma pessoa possa
praticar yoga em seus diferentes estágios. Cada indivíduo possui
suas necessidades específicas. Todas estas medidas gerais e o
sankha praksalana, assim como o kunjala em particular, se
praticados regularmente, são muito úteis para promover a saúde
do coração assim como para preveni-las. Mesmo na cura destas
doenças, quando já estão se manifestando, muitos destes
exercícios do yoga são prescritos.
O Hatha yoga78 envolve oito práticas diferentes,
denominadas yama79 (práticas para controle das aberrações
mentais), niyama80 (observação de prescrições religiosas), asana
81 (prática de diferentes posturas físicas), pranayama 82 (controle
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Correr ou fazer exercícios imediatamente após as refeições
desequilibra Vayu. Realizar uma caminhada relaxante e depois
um pequeno repouso após as refeições promove a longevidade.
Sentar-se imediatamente após as refeições faz o abdome
aumentar de volume. Voltar a comer quando a refeição anterior
não tiver sido digerida dá origem a doenças. Como já comentado
anteriormente, o coração é a sede da mente e qualquer tensão ou
excitação durante o momento da refeição impedem a digestão e
agride o coração. Estas regras de conduta e alimentação são
talvez universalmente aplicáveis.
Para a saúde do coração, para prevenir as doenças
cardíacas e para curar seus desequilíbrios, deve-se evitar a
ingestão de alimentos e bebidas que causem perturbação em
Vayu. Infelizmente, alimentos secos, ásperos, amargos,
penetrantes e adstringentes alteram Vayu, enquanto que
alimentos oleosos, doces e amargos promovem a saúde do
coração. Gêneros alimentícios excessivamente condimentados,
estimulantes e muito fritos devem em geral ser evitados. Leite,
ghee, manteiga, frutas e vegetais deveriam ser ingeridos em
abundância.
O alimento, de acordo com o Ayurveda, pertence a três
categorias dependendo de seu efeito sobre a mente. São
apresentados a seguir:
Sattvika89: Leite, ghee, manteiga, vegetais e frutas
pertencem a esta categoria desde que eles sejam frescos ou
recentemente cozidos.
Rajasika90: Pertencem a esta categoria os alimentos
condimentados, pimentas e bebidas intoxicantes.
Tamasika91: Alimentos estragados e putrefeitos pertencem
a esta categoria.
O tipo sattvika de alimento é bom para o coração e outros
órgãos, no entanto, alimentos rajasika e tamasika devem ser
evitados tanto quanto possível.
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Tanto o trigo quanto o arroz são bons para o coração mas
o primeiro é melhor. Óleos de amêndoas e de gergelim são bons
para o coração e o óleo de amendoim é prejudicial. Entre as
leguminosas, feijão mung (indiano) e massor são úteis, no
entanto, outros legumes como arhar92, kulattha93, canaka94 e
feijões comuns são prejudiciais. O leite de vaca e de cabra são
mais úteis que outros tipos de leite. A manteiga de leite é melhor
que o iogurte. Mel e açúcar mascavo são melhores que o açúcar
purificado. O rabanete, a tanchagem, a abóbora, a moranga, a
Cassia fistula, a couve, o alho, a cenoura, o tomate e o pepino são
úteis. A taioba, a couve-flor, a beringela e o quiabo são
prejudiciais. Espinafre, as folhas da Cassia fistula, a menta
(pudina), as folhas do coentro, a Trigonella Foenum-Graecum e a
alface são úteis. As folhas da mostarda são prejudiciais para o
coração.
Dentre as especiarias, as folhas do cominho, a pimenta
preta, o açafrão-da-índia, a semente de coentro, o cravo-da-índia,
o cardamomo, o gengibre, o alho, a cebola e a assa-fétida são
muito úteis, mas as pimentas picantes são prejudiciais.
Com relação às frutas, a banana, o mamão papaia, a
manga, o coco, a lechia, a amora, a laranja, o abacaxi, o melão, a
melancia, a ameixa, a romã, a azeitona, a maça, a tâmara, a uva
e a uva passa são benéficas. No entanto, a goiaba, a jaca e o
tamarindo são prejudiciais ao coração.
Uma pessoa deve, portanto selecionar os ingredientes
apropriados para sua alimentação com o intuito de prevenir e
curar as doenças do coração.
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PARTE 2
FITOTERÁPICOS
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Medicamentos
Na próxima parte do livro são descritas onze plantas
medicinais com referência especial aos seus efeitos sobre a
atividade cardíaca. Elas promovem a saúde do coração e
previnem as doenças cardíacas. Estas ervas curam também
vários tipos de doenças que afetam o coração. São empregadas
na Índia e nos países vizinhos há milhares de anos. Atualmente,
os médicos ayurvédicos utilizam estas plantas e suas preparações
com sucesso e sem quaisquer efeitos adversos. Para a prevenção
e cura das doenças do coração estas não são as únicas drogas
existentes, mas foram escolhidas por causa de sua popularidade
e excelência terapêutica. O Ayurveda possui seu próprio conceito
de composição de drogas e da ação das mesmas. Tais detalhes
foram evitados aqui intencionalmente com o intuito de manter este
exemplar com dimensões reduzidas.
Muitas preparações compostas com estas ervas são
descritas nos clássicos ayurvédicos e comercializados por
indústrias de grande porte. Para suplementar o efeitos destas
drogas, para tornar sua preparação mais agradável, para
conseguir efeitos multidimensionais e para aumentar seu tempo
de validade muitas outras drogas são adicionadas e preparações
são feitas de acordo com diferentes processos farmacêuticos.
Diferente dos medicamentos modernos, não são adicionados
produtos químicos sintéticos nestas preparações compostas.
Apenas extratos de plantas em forma bruta são utilizados. Poucas
preparações compostas são citadas no final de cada monografia
neste livro.
Os pacientes podem sentir-se seguros no uso destas ervas
e preparações herbáceas, nas formas sugeridas nestas
monografias. Elas pretendem não apenas dar alívio aos sinais e
50
sintomas manifestados pelas doenças cardíacas, mas também
promovem a saúde do coração arrancando pela raiz a doença
existente. Todas elas possuem uma ampla margem de segurança
e mesmo se consumidas em doses mais elevadas que aquelas
prescritas para propósitos terapêuticos, não causam efeitos
prejudiciais. Ao invés de efeitos colaterais tóxicos, estas drogas
produzem efeitos colaterais benéficos. Elas podem ser utilizadas
por pessoas saudáveis assim como em pacientes. Em pessoas
saudáveis, estas ervas previnem a ocorrência destas doenças.
Nos pacientes, curam as doenças e tornam o corpo imune a
futuros desequilíbrios.
As ervas possuem muitos outros efeitos terapêuticos, mas
para não nos afastarmos do contexto, apenas as propriedades
referentes ao coração foram descritas de forma um pouco mais
detalhada, apenas mencionando outros aspectos da planta.
Como estas ervas não produzem efeitos adversos quando
empregadas por períodos prolongados, não foi fixado um tempo
de tratamento para doenças do coração com estes remédios. Eles
podem ser usados seguramente até que o paciente torne-se
absolutamente livre das doenças cardíacas e mesmo alguns dias
após para prevenir a recorrência dos desequilíbrios.
51
Acorus calamus (Vaca)
52
Acorus calamus
(Vaca)
Sinônimos
Sânscrito: Vaca, Bhadra, Bhutanasini, Bodhaniya, Ugra;
Português (Brasil): Cálamo-aromático; Junco-de-cobra; Cana-
odorífera; Cana-cheirosa; Inglês: Sweet flag; Árabe: Vaj, vash,
Qusab edh dharirah; Bengali: Bah; Birmanês: Linhe; Francês:
Acore, Acore aromatique, Acoris; Alemão: Ackermagen, Echter
kalmus; Hindi: Bach, Ghorbach; Italiano: Acoro, Acoro aromatico,
Acorovero, Calamo; Persa: Agar, Agreturki; Singalês: Wadakaha;
Urdu: Bacha.
Parte Utilizada
O rizoma desta planta é usado na medicina.
Habitat
Cresce em terras pantanosas nos planaltos do Himalaia
em uma altitude de 1800 m. acima do nível do mar. Devido ao seu
valor comercial, é cultivada também em algumas áreas da Índia e
do Sri Lanka. Cresce em geral espontaneamente ao longo de
riachos.
Descrição
É uma planta perene que possui raízes aromáticas
rasteiras e com muitas bifurcações. Mede entre 90 a 150 cm. de
altura. O rizoma é cilíndrico ou levemente comprimido com cerca
de 2,5 cm. de diâmetro. Externamente, é marrom claro ou marrom
meio rosado e internamente é branco e esponjoso. O rizoma
53
cortado em porções de cerca de 5 cm. é geralmente vendido no
mercado para propósitos medicinais.
A planta leva cerca de um ano para estar pronta para a
colheita. Os rizomas são secos no sol antes de serem
comercializados.
Os rizomas secos contém 1,5 % a 3,5 % de óleo aromático
volátil que é responsável por seu odor penetrante e ácido.
Usos Terapêuticos
É útil no tratamento de doenças do coração, da hipertensão
e da insônia. É também utilizada na epilepsia, histeria, tosse,
asma, faringite, irritação da garganta, diarréia, parasitas
intestinais, dispepsia, flatulência, dores em cólicas e doenças
urinárias. Promove a memória, o intelecto e o apetite. É diurético,
catártico e carminativo. Devido a sua capacidade de promover a
memória, é empregada em pequenas doses para crianças com
retardo nas faculdades mentais e problemas na fala.
Externamente é utilizada no tratamento das dores
articulares, edemas, dor de cabeça, dor de ouvido e processos
inflamatórios. É usado também para fumigação, para aliviar a dor
nas hemorróidas.
Manteiga purificada.
54
diarréia, defeitos na fala, parasitoses intestinais e promove a
memória.
O pó do Acorus calamus, adicionado com iguais
quantidades de haritaki (Terminalia chebula), rasna (Vanda
roxburgii), pippali (Piper longum), sunthi (Zingiber officinale), sathi
(variedade de Hedychium spicatum) e puskaramula (Inula
racemosa) e tomado na dose de 2 a 3 mg. promove a cura das
doenças cardíacas.
Vacadya curna95
Os pós de Acorus calamus, krsna (Piper nigrum), jiraka
(Cuminum cyminum), ajaji (Nigella sativum), pippali (Piper
longum), vasa (Adhatoda vasica), saindhava (cloreto de sódio),
ajamoda (Carum roxburghianum), yavaksara96, citraka (Plumbago
zeylanica) e açúcar devem ser tomados em iguais quantidades.
Estas substâncias devem ser misturadas com uma bebida
alcoólica tipo prasana e aquecidas em fogo bem quente com
ghee. Esta preparação de Vacadya curna, tomada em uma dose
de 3 mg. (meia colher) cura doenças do coração, dores nos
órgãos genitais femininos, dor nas laterais do peito, tumor
fantasma e hemorróidas. Para o paciente que perdeu a
consciência devido a um infarto, este pó é soprado para dentro
das narinas para a volta da consciência. O pó do Acorus calamus
puro também pode ser usado para este propósito.
A decocção do Acorus calamus é preparada fervendo-se 5
mg. deste pó com um copo de água até que se reduza a um
quarto. Deve então ser coado, esfriado e oferecido ao paciente
após a adição de açúcar, açúcar mascavo ou mel.
Para preparar a infusão, derrama-se água quente sobre o
rizoma em pó colocado sobre um pedaço de pano estendido
sobre um copo. Este líquido é dado ao paciente enquanto está
morno.
55
Vacadya ghrta97, preparado com o Acorus e algumas
outras drogas é muito útil em muitos tipos de doenças. Para
prepará-la, deve-se combinar em uma decocção o próprio Acorus,
guduci (Tinospora cordifolia, Miers.), sati ou sathi (Hedychium
spicatum), haritaki (Terminalia chebula, Linn.; mirabólano),
sankhapuspi (Evolvulus alsinoides), vidanga (Embelia ribes,
Burm.F.), sunthi (Zingiber officinale, variedade seca) e apamarga
(Achyrantes aspera, Linn.), de acordo com o procedimento
descrito. Faz-se uma pasta com estas substâncias. Uma parte da
pasta mais quatro partes de ghee e dezesseis partes da decocção
são cozidos juntos. Quando a mistura começa a evaporar, o ghee
deve ser coado e armazenado em um recipiente de vidro limpo e
hermético. Este ghee medicinal é administrado com leite morno.
Posologia
Curna (pó): 250 mg. com mel, em jejum, três vezes ao dia.
Kvatha (decocção): Seis colheres de há (30 ml.) duas
vezes ao dia, com mel.
Phanta (infusão): Um copo (120 ml.) com açúcar ou açúcar
mascavo, duas vezes ao dia.
Vacadya ghrta: Uma colher de chá (5 ml.) duas vezes ao
dia, em jejum, com leite morno.
Vacadya curna: Meia colher de chá (2,5 ml.) duas vezes ao
dia.
56
Preparações
1. Vacadya curna
2. Sarasvata curna
3. Vacadya kasaya
4. Vacadya ghrta
5. Vacadya taila
Nota
Acorus calamus em doses mais elevadas é um emético.
Portanto, durante a administração, havendo náuseas ou sensação
de vômito, a dose deve ser reduzida. Normalmente, no entanto, a
dose prescrita acima é segura. Possui um cheiro penetrante e
ácido, devendo ser tomado com mel, ghee, açúcar, açúcar
mascavo ou com o pó de cardamomo. Preparações de Acorus
são muito úteis quando administradas em jejum. No entanto, se
ocorrerem náuseas, é recomendada a utilização destas
preparações após a refeição.
57
Aegle marmelos (Bilva)
58
Aegle marmelos
(Bilva)
Sinônimos
Sânscrito: Bilva, Sriphala; Português (Brasil): Marmelo;
Inglês: Bael tree, Bengal quince; Bengali: Bael; Butão: Ka bed;
Birmanês: Okshit, Opeshit, Cosheet; França: Bel indien;
Alemanha: Bhelbaum; Hindi: Bel, Shriphal; Itália: Bella indiana;
Nepal: Bel; Pérsia: Safarjalehindi, Shal; Singalês: Bila, Beli: Urdu:
Bel, Shirphala.
Partes Utilizadas
A fruta, a folha e a casca dos ramos assim como a raiz são
utilizadas na medicina.
Habitat
Cresce nas florestas da região sub-Himalaia e nas florestas
tropicais dos planaltos.
Descrição
A árvore Bilva (Aegle marmelos) tem cerca de 7 a 9
metros. Cada folha possui três folhinhas e quando trituradas
produzem um aroma típico. O fruto é oval, alongado ou
arredondado. A casca externa da fruta é dura, lenhosa e lisa. A
fruta imatura é verde clara, mas quando madura é amarelo clara
ou marrom. Possui duas variedades, uma cultivada e outra
selvagem. A variedade cultivada tem frutos grandes e a variedade
selvagem possui frutos pequenos. Suas flores aparecem em maio
e os frutos em dezembro, amadurecendo em março-abril.
59
Usos terapêuticos
A bilva é um tônico para o coração e é utilizada no
tratamento de doenças cardíacas. É muito útil no Diabetis mellitus
também. Promove alívio considerável aos sinais e sintomas
manifestados no diabetes. A fruta também é empregada no
tratamento da constipação, da diarréia, da disenteria, das colites,
na perda do apetite, na disúria, anemia, leucorréia e na febre.
É empregada externamente nos furúnculos. Apresenta
efeitos também como repelente para moscas.
Dasamuladi kvatha
A decocção chamada Dasamula deve ser prescrita ao
paciente adicionando também cloreto de sódio e yavaksara 98 ou o
pó de sunthi (Zingiber officinale). O uso desta preparação é muito
útil para o paciente que sofre de doenças cardíacas.
O ghee medicinal é preparado pelo cozimento de ghee
(quatro partes) com a pasta (uma parte) e a decocção ou o suco
(dezesseis partes) desta droga.
Dasamula ghrta
Três quilogramas de Dasamula (preparação que possui
bilva em sua composição) são fervidos em 12 litros de água até
que se reduza a um quarto. A decocção é coada e adiciona-se 1
kg. de ghee. Junte ainda uma pasta preparada com puskaramula
(Inula racemosa), sathi (variedade de Hedychium spicatum), bilva
(Aegle marmelos), tulasi (Ocimum sanctum), sunthi (Zingiber
officinale), marica (Piper nigrum), pippali (Piper longum) e hingu
(Ferula fetida), na quantidade de 12 kg. de cada, e cozinhe. Este
ghee medicinal é muito útil na cura de doenças do tipo Vatika99
das doenças cardíacas, entre outras.
Dasamula-satpalaka ghrta
Denominação dada a um grupo de raízes incluindo dez drogas: bilva (Aegle
marmelos), Syonaka (Oroxylum indicum), gambhari (Gmelina arborea), patala
(Stereospermum suaveolens), ganikarika, saliparni (Desmodium gangeticum),
prsniparni (Uraria picta), brhati (Solanum indicum), kantakari (Solanum
xanthocarpum) e goksura (Tribulus terrestris).
61
Ferve-se 2,5 kg. de Dasamula (a preparação que contém
bilva ou Aegle marmelos) com 10 litros de água até que se reduza
a um quarto. A decocção é coada e adiciona-se 1,5 kg. de ghee,
seis litros de manteiga de leite e a pasta de pippali (Piper longum),
pippali-mula (raiz de pippali), cavya (Piper chaba), citraka
(Plumbago zeylanica), sunthi (Zingiber officinale) e yavaksara 100
(48 kg. de cada) e cozinha-se. Este ghee medicinal é muito
benéfico no tipo Kaphaja101 de doenças cardíacas entre outras.
Dasamularista
Esta é uma preparação alcoólica na qual bilva e setenta
outras drogas são combinadas na forma de decocção e pó.
Contém apenas álcool produzido pela sua própria fermentação e é
segura para uso medicinal, assim como não produz efeitos
tóxicos, mesmo quando usada em doses maiores. Deve ser
prescrita para prevenir e curar as doenças cardíacas do tipo
Vatika102.
Uso Externo
As folhas frescas e verdes devem ser trituradas (sem
adição de água) para fazer uma pasta. Esta deve ser aquecida e
aplicada sobre o abscesso. Auxilia na supuração de furúnculos.
Após a supuração, a ulceração deve ser lavada com a decocção
aquecida das folhas e depois a pasta é aplicada novamente. Cura
furúnculos, adenite tuberculosa e acnes.
A pasta das folhas é aplicada sobre a fronte para remover
os efeitos do aquecimento e induzir o sono. Para repelir insetos, a
casca da fruta da bilva é utilizada como fumigatório.
Posologia
Curna (pó): Uma colher de chá (5 mg.) três vezes ao dia
com água.
Polpa: Três colheres de chá (15 ml.) três vezes ao dia.
62
Kvatha (decocção): Seis colheres de chá (30 ml.) três
vezes ao dia com mel ou açúcar.
Dasamuladi kvatha: Seis colheres de chá (30 ml.)
adicionando-se gengibre seco em pó ou cloreto de sódio e
yavaksara103 duas vezes ao dia, em jejum.
Dasamularista: Seis colheres de chá (30 ml.) duas vezes
ao dia, após as refeições, com igual quantidade de água.
Dasamula ghrta: Uma colher de chá (5 ml.) duas vezes ao
dia, com leite morno, estando em jejum.
Preparações
1. Bilvadi curna
2. Bilvadi leha
3. Bilvadi grhta
4. Bilva pancaka kvatha
5. Bilvamuladi gutika
6. Bilva taila
7. Dasamularista
8. Dasamuladi kvatha
9. Bael sarbat (suco de bilva)
63
Allium sativum (Lasuna)
64
Allium sativum
(Lasuna)
Sinônimos
Sânscrito: Lasuna, Rasona, Yovanesta; Português (Brasil):
Alho; Inglês: Garlic, Poorman’s treacle; França: Ail; Ailcommun;
Alemanha: Knoblauch, Lauch; Grécia: Aglidion, Skorodon; Hindi:
Lashan, Lahsun; Itália: Aglio; Pérsia: Sir; Singalês: Sudulunu;
Urdu: Lehsun.
Parte Utilizada
O bulbo desta planta é de uso medicinal.
Habitat
É cultivada em regiões tropicais, subtropicais e
temperadas.
Descrição
Lasuna é muito conhecida por causa de seu uso bastante
difundido como especiaria e condimento na cozinha indiana e de
outros países. Possui folhas estreitas e achatadas. Há duas
variedades principais – em uma das variedades o bulbo consiste
de muitos dentes, enquanto a outra variedade apresenta apenas
um único dente. O bulbo é envolto por uma folha fina que pode
ser branca ou arroxeada. Dependendo das condições geográficas,
sua cor e sabor variam levemente. Mas todas as variedades
terapeuticamente úteis desta planta apresentam um odor peculiar
de alho. Como medicamento é muito empregado para curar
diversos tipos de doenças. Os textos Ayurvédicos apresentam
inúmeras referências quanto a sua excelência terapêutica. Além
65
do uso medicinal, é comumente utilizado como condimento em
várias partes do mundo.
Para a reprodução, seus dentes devem ser plantados
durante setembro ou outubro, nos planaltos e durante fevereiro e
março nas colinas. A colheita pode ser feita em quatro meses.
Há muitas estórias na mitologia em diferentes clássicos
ayurvédicos sobre a origem do alho. Estas estórias mostram sua
eficácia terapêutica de diferentes formas. De acordo com elas, o
alho é como o néctar (amrta104) para os seres humanos. É
rejuvenescedor e promove a fertilidade. Mantém uma pessoa
jovem, evita o processo de envelhecimento e cura diferentes tipos
de doenças crônicas.
Usos Terapêuticos
É muito útil no tratamento de diferentes tipos de doenças
cardíacas, incluindo a insuficiência dos músculos cardíacos.
Mantém a saúde deste órgão, reduz os níveis de colesterol no
sangue e impede a coagulação.
O alho é extensivamente utilizado para curar artrite
reumatóide, ciatalgias, lombalgia, dor nas costas, espondilite
cervical e doenças do sistema nervoso. Além disso, também é
usado no tratamento da asma brônquica, na bronquite, na febre
crônica, nas doenças causadas por Kapha105, soluços,
tuberculose, rinite crônica, malária, doenças crônicas de pele,
incluindo a hanseníase, leucoderma, prurido, na supressão da
força digestiva, cólicas, anorexia, esplenomegalia, hemorróidas,
fístula anal, infecções por bactérias, vírus, parasitas intestinais e
outras infecções, fraturas ósseas, gota, doenças urinárias
crônicas, disúria, diabetes, cálculo renal, obstrução dos canais de
circulação, doenças causadas por Pitta106, sensação de
queimação, sangramento através de diferentes partes do corpo,
emagrecimento, anemia, icterícia, desmaios, metrorragia,
66
epilepsia, vertigem, tumor fantasma, síndrome do espru, afasia,
timpanite, catarata e cegueira noturna.
Método de preparação
O alho é usado sob a forma de pasta, suco, pó, decocção,
preparação láctea, tabletes, óleo medicinal, ghee medicinal e
preparação alcoólica. Externamente, o ungüento e o colírio
preparados com esta planta são úteis.
Para estas diferentes preparações, a pele sobre o bulbo
deve ser removida e os dentes são separados. Estes dentes
serão utilizados na preparação.
Para manipular a pasta, os dentes são triturados
adicionando-se uma pequena quantidade de água. Esta pasta é
administrada em jejum adicionando-se ghee, mel ou água de coco
ou mesmo leite. De acordo com o texto médico Kasyapa Samhita
esta pasta deve ser cozida com igual quantidade de ghee.
Quando resfriam adiciona-se igual quantidade de mel e o paciente
pode tomar. Após a digestão desta fórmula o paciente deve ingerir
leite e arroz regularmente. Este procedimento mantém a saúde do
coração e promove a longevidade.
Para preparar o suco, estes dentes são triturados
adicionando-se igual quantidade de água e passado através de
um pano limpo. Este suco é oferecido ao paciente com mel, ghee
ou leite.
Os dentes de alho devem ser secados e triturados para a
preparação em pó. Este pó é usado como medicamento.
Rasona saptaka
Uma grama de cada um dos seguintes ingredientes em pó,
hingu (Ferula fetida), jiraka (Cuminum cyminum), cloreto de sódio,
sal-gema, sunthi (Zingiber officinale), pippali (Piper longum) e
Manteiga purificada.
67
marica (Piper nigrum) devem ser triturados com 30 a 60 g. de alho
e misturados bem. Deve ser tomado pela manhã em jejum com a
decocção da raiz de eranda (Ricinus communis). É empregado na
cura de várias doenças incluindo as relativas ao coração. É
especialmente útil no tratamento das doenças cardíacas do tipo
krimija (causadas por infecções por microorganismos).
Para preparar a decocção, 15 gramas da pasta do pó desta
planta é fervida com dois copos de água. Quando reduzir-se a um
quarto do conteúdo, deve ser filtrado e administrado ao paciente
com adição de ghee.
Rasona ksirapaka
A preparação láctea desta droga é muito útil para doenças
cardíacas. Ferve-se 200 gramas de alho seco com 1,6 litros de
leite e 6,5 litros de água até que permaneça um quarto do leite. O
conteúdo deve ser coado e armazenado para ser tomado
regularmente em pequenas quantidades de acordo com o poder
digestivo do paciente e da natureza da doença. Trata doenças
cardíacas, tumor fantasma causado por Vayu107, vento
ascendente, ciatalgia, malária, abscesso e edema.
Lasunadi ghrta
Em 48 litros de água adicionar 5 kg. de alho e 250 gramas
de cada um dos seguintes ingredientes: bilva (Aegle marmelos),
syonaka (Oroxylum indicum), gambhari (Gmelina arborea), patala
(Stereospermum tamala) e agnimantha (Premna integrifolia), até
que reste um quarto do conteúdo. A decocção é coada e a ela são
adicionados um litro de ghee, seis litros de suco de dadima (romã;
Punica granatum), seis litros de álcool, seis litros de dhanyamla
(uma preparação de sabor amargo de grãos fermentados), seis
litros de iogurte e 25 gramas em pó de cada um dos seguintes
ingredientes: sunthi (Zingiber officinale), pippali (Piper longum),
marica (Piper nigrum), haritaki (Terminalia chebula), bibhitaka
(Terminalia belerica), amalaka (Emblica officinalis), hingu (Ferula
fetida), yavani (Trachyspermum ammi), dipyaka (Trachyspermum
ammi), amlavetasa (Garcinia pedunculata), cavya (Piper chaba),
saindhava (cloreto de sódio) e devadaru (Cedrus deodara).
Cozinha-se este ghee medicinal o qual é muito útil para doenças
cardíacas do tipo Vatika109, Kaphaja110 e Krimija111.
Além das preparações acima, administradas em pequenas
doses e sem quaisquer precauções, o alho é popularmente
utilizado na forma de kalpa (denominação comum às terapias
destinadas ao rejuvenescimento). O principal propósito deste
69
kalpa é rejuvenescer o corpo além de aumentar a força dos
músculos cardíacos, tonificar os nervos e vasos controlando o
funcionamento do coração, reduzir os níveis de colesterol no
sangue e curar diferentes tipos de doenças cardíacas. O método
pelo qual o alho é administrado para este propósito é conhecido
como Rasona kalpa. Nos textos ayurvédicos são descritos
diferentes métodos para realizar o Rasona kalpa. O aspecto
principal é que a droga precisa ser administrada em doses
elevadas. Uma grande quantidade da droga não é tolerada por
uma pessoa comum. Portanto, deve ser administrada
aumentando-se a dose gradualmente. Para se obter o máximo
benefício desta terapia, é necessário coletar a planta utilizando-se
uma técnica específica e misturá-la com outras drogas antes de
serem administradas. Há muitas prescrições e proibições com
relação à dieta, bebidas, comportamento e regimes que o
paciente deve seguir durante a administração desta terapia,
devendo ser feita sob a supervisão de um médico habilidoso.
Outros detalhes não serão descritos neste trabalho.
Externamente, a pasta desta planta é misturada com ghee
ou óleo e aplicada sobre doenças de pele como eczemas,
escabiose, etc. e sobre áreas edemaciadas e dolorosas do corpo.
O suco aquecido do alho é pingado nos ouvidos para curar a otite
do tipo agudo. Além disso, os ornamentos, turbantes, etc. do
paciente devem ser salpicados com alho e todos os tipos de
roupas, mantas, etc. devem ser impregnadas com o suco desta
droga. O alho deve ser amarrado à porta, às janelas e ao redor da
cama. Sua esposa ou marido, assim como empregados devem
usar o alho da mesma maneira. Com tal procedimento as doenças
são curadas imediatamente.
Posologia
Sarbat (Suco): Uma colher de chá (5 ml.) três vezes ao dia com
água ou mel.
70
Pasta: Uma colher de chá (5 ml.) três vezes ao dia com mel.
Kvatha (decocção): Seis colheres de chá (30 ml.) duas vezes ao
dia com açúcar ou mel.
Ghrta (ghee medicinal): Uma colher de chá (5 ml.) duas vezes ao
dia, com leite, em jejum.
Ksirapaka (preparação láctea): Um copo (120 ml.) duas vezes ao
dia, com açúcar, em jejum.
Rasona paka (linctus): Uma colher de chá (5 grs.) duas vezes ao
dia com leite ou água.
Lasunadi vati (tablete): Dois tabletes (pílulas) duas vezes após as
refeições com água morna ou manteiga.
Preparações
1. Lasunadaya svarasa
2. Lasunadaya curna
3. Rasona saptaka
4. Rasona pancaka
5. Lasuna kalka
6. Rasonadi kalka
7. Lasuna kvatha
8. Lasuna ksira
9. Lasunadaya lepa
10. Lasunadaya anjana
11. Lasuna ghrta
12. Rasonadaya ghrta
13. Lasuna taila
14. Lasunadayla taila
15. Rasona yoga
16. Rasonasava
17. Rasona paka
18. Maharasona pinda
19. Rasona vataka
20. Lasunadi vati
71
Emblica officinalis (Amalaki)
72
Emblica officinalis
(Amalaki ou amalaka)
Sinônimos
Sânscrito: Amalaki, Amlika, Siva, Sriphala; Inglês: Emblic
myrobalan; Árabe: Amlaj Ambliy; Bengali: Ambolaki, Amlaki,
Aunlah; Butão: Skyu ru ra; Birmanês: Hsiphyu, Shbju, Tasha;
China: An mo le; França: Emblique officinale; Alemanha: Grave
myrobalane; Hindi: Amla, Itália: Mirobalano embelica; Nepal: Amla;
Pérsia: Amelah, Amuleh; Singalês: Awusadanelli, Nelli; Urdu:
Anwala.
Partes Utilizadas
A fruta desta planta é de uso medicinal.
Habitat
Amalaki cresce espontaneamente nas florestas e é
cultivada nos planaltos de áreas tropicais e subtropicais.
Descrição
É árvore de 6 a 7,5 m. de altura. Nas colinas de áreas
temperadas e subtropicais a árvore atinge tamanho menor. Seus
frutos são redondos, carnosos e de coloração amarelo-
esverdeada. Quando inteiramente maduros, tornam-se rosa-
amarelados. Há seis linhas verticais na casca externa da fruta. As
frutas secas são de coloração preta e marrom. Suas flores
aparecem no outono e as frutas amadurecem no final do inverno e
na primavera. A fruta da variedade selvagem é fibrosa, mas
carnosa nas variedades cultivadas. Terapeuticamente a primeira é
mais efetiva que a última.
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Usos Terapêuticos
É um excelente agente rejuvenescedor, refrescante,
diurético e um laxante suave. É muito útil para o coração e para
promover o vigor do corpo. É utilizado no tratamento de diferentes
tipos de doenças cardíacas, com distúrbios na pressão sangüínea
relacionados com doenças cardíacas, hipertensão e insônia. Esta
droga é popularmente utilizada pelos médicos ayurvédicos para o
tratamento de doenças do fígado, icterícia, úlcera gástrica,
gastrite, úlcera duodenal, hemorróidas, vômitos, dor de cabeça,
vertigem, disúria, distúrbios urinários, sangramento através de
diferentes partes do corpo, queimaduras, Diabetis mellitus,
bronquite, asma, tuberculose, febre crônica, sede patológica,
metrorragia, eczema, reumatismo e artrite. Possui efeitos
específicos sobre os olhos e age nas diversas patologias
oculares, particularmente erros de refração, catarata, debilidade
nos globos oculares e alterações na retina. Perda da memória,
calvície e branqueamento precoce dos cabelos são outras de
suas ações. Previne o processo de envelhecimento e promove a
longevidade. Além de ser uma droga preventiva é também
curativa para as doenças acima relacionadas.
O uso regular desta fruta torna o coração saudável e
fortalece os músculos cardíacos. Devido a esta propriedade, evita
que a pessoa sofra um infarto (angina) e que tenha
irregularidades nos batimentos cardíacos (palpitações).
Amalaki é bastante conhecida por ser fonte natural de
vitamina C. Contém abundante quantidade desta vitamina a qual
não é destruída quando a planta é fervida ou cozida.
Externamente, na forma de uma pasta, ela pode ser usada
contra a dor de cabeça, hipertensão, insônia, doenças oculares,
anúria e doenças da pele.
74
Métodos de Preparação e Modo de Administração
Esta droga é empregada em diferentes preparações como:
suco, pasta, pó, decocção, infusão fria, geléia, pílula, arista
(preparação alcoólica), ghee medicinal e óleo medicinal.
Terapeuticamente as frutas maduras são mais úteis para estas
preparações.
Para preparar o suco, estas frutas são lavadas,
transformadas em pasta e o suco é extraído espremendo-as com
um pano limpo. Este suco é administrado ao paciente
adicionando-se açúcar, mel ou açúcar mascavo. Este
procedimento fortalece o coração e previne doenças cardíacas.
O pó é preparado após a secagem destas frutas na
sombra. Depois de trituradas, as sementes e as partes estranhas
são removidas. Este pó é administrado junto com mel. O amalaki
em pó e misri (açúcar cristal) em pó devem ser misturados em
quantidades iguais. A preparação deve ser tomada duas vezes ao
dia em jejum na dose de 6 gramas acompanhada de leite ou água
para regular a pressão e curar as doenças cardíacas.
Na preparação da pasta, a polpa das frutas lavadas deve
ser triturada. Se não houver disponibilidade de frutas frescas, a
polpa de frutas secas deve ser embebida em água e depois
transformada em pasta por moagem.
Para preparar a decocção, 15 gramas do pó de amalaki
devem ser fervidas com dois copos de água até restar um quarto.
Filtra-se e administra-se ao paciente adicionando-se açúcar, mel
ou açúcar mascavo.
Dhatryadi kvatha
Dhatri (sinônimo de amalaki ou Emblica officinalis), pippali
(Piper longum) e sunthi (Zingiber officinale) – todas estas drogas
devem ser misturadas em igual quantidade e prepara-se uma
decocção da mesma forma que o procedimento já descrito. Deve
75
ser oferecido ao paciente após a adição de açúcar. Trata doenças
cardíacas assim como tipos agudos de soluços.
A infusão fria desta fruta é utilizada em diferentes tipos de
doenças cardíacas, hipertensão, insônia, icterícia e doenças do
fígado. Para prepará-la, 15 gramas do pó grosso desta fruta é
socada em um copo de água (de preferência em um recipiente de
barro), conservada durante toda a noite e coada em um pano.
Esta água deve ser fornecida ao paciente pela manhã em jejum.
Quatro partes de ghee envelhecido, uma parte de pasta de
amalaki e dezesseis partes de suco de amalaki devem ser cozidos
juntos até que a mistura evapore, este ghrta (manteiga medicinal)
age como um tônico para o coração e cura doenças dos olhos.
Amalaki rasayana
Três kg. do pó de amalaki deve ser impregnado por vinte
dias com o suco de mil frutas de amalaki. Adiciona-se então três
litros de mel e o mesmo de ghee, 1 kg. de pippali (Piper longum)
em pó e 3 kg. de açúcar e conserva-se em um recipiente de barro
untado com ghee. Este recipiente deve ser colocado sob um
monte de cinzas durante a estação das chuvas. Passada esta
estação, a formulação deve ser retirada e fornecida ao paciente. É
uma excelente fórmula rejuvenescedora que cura doenças
cardíacas, promove a imunidade contra doenças e favorece a
longevidade.
Dhatryarista
Duas mil frutas de amalaki devem ser amassadas e o suco,
coado. Adiciona-se 120 gramas de pó de pippali (Piper longum) e
2,4 kg. de açúcar para ser fervido (duas fervidas). Quando estiver
frio, adiciona-se mel na proporção de 1/8 parte do suco de
amalaki e reserva-se em um recipiente de barro hermético e
untado com ghee. Após 15 dias, o conteúdo deve ser retirado e
coado. A ingestão deste medicamento cura doenças cardíacas,
76
icterícia, gota, febre irregular, tosse, soluços, asma e anorexia. O
paciente deve ingerir uma refeição saudável depois da digestão
deste medicamento.
Triphaladi ghrta
A pasta e a decocção de amalaki (Emblica officinalis),
haritaki (Terminalia chebula), bibhitaki (Terminalia belerica), sunthi
(Zingiber officinale, variedade seca), marica (Piper nigrum), pippali
(Piper longum) e cloreto de sódio devem ser preparadas de
acordo com o procedimento descrito. Quatro partes de ghee
devem ser cozidas com uma parte desta pasta e 16 partes da
decocção até que a mistura tenha evaporado. Este ghee
medicinal age como tônico cardíaco. É útil também para
problemas oculares, atua como laxante, carminativo e alivia
Kapha112.
Externamente, a infusão fria da polpa desta fruta é utilizada
para enxaguar os olhos, promovendo assim a visão e curando
doenças que acometem os olhos. A pasta desta fruta é aplicada
sobre a fronte para curar dores de cabeça e vertigem. O suco é
empregado como colírio. A decocção e o pó são utilizados para
77
lavar os cabelos, prevenindo assim a caspa, a queda de cabelos e
o branqueamento precoce dos mesmos.
Posologia
Curna (pó): Uma colher de chá (5 gramas) duas vezes ao
dia em jejum adicionado de mel.
Sarbat (Suco): Duas colheres de chá 10 ml.) duas vezes ao
dia em jejum adicionando-se mel, açúcar ou açúcar mascavo.
Pasta: Em geral utilizado externamente.
Kvatha (Decocção): Seis colheres de chá (30 ml.) duas
vezes ao dia em jejum adicionando-se mel ou açúcar mascavo.
Infusão fria: Dois copos, no começo da manhã em jejum.
Para torná-la mais agradável pode ser adicionado mel.
Amalaki paka: Duas colheres de chá (10 gramas) com leite,
em jejum, duas vezes ao dia.
Dhatryarista: Seis colheres de chá (30 ml.) duas vezes ao
dia.
Preparações
1. Dhatri lauha
2. Amalakyadi paka
3. Amalaka ghrta
4. Dhatri rasayana
5. Amalakyadi khanda
6. Amalakyadi leha
7. Amalaka kalpa
8. Amalaki taila
9. Saptamrta lauha
10. Dhatri satpalaka ghrta
11. Cyavana prasa
78
Nota
Como suplemento alimentar, a planta é empregada na
forma de picles, murabbas e geléia. A ingestão destes
suplementos alimentares torna o coração e seus músculos
saudáveis. Age na prevenção e cura das doenças cardíacas,
incluindo angina, e regula os batimentos cardíacos assim como a
hipertensão.
79
Glycyrrhiza glabra (Yasti madhu)
80
Glycyrrhiza glabra
(Yasti madhu)
Sinônimos
Sânscrito: Madhuka, Madhu yasti, Yasti, Yastimadhu;
Português (Brasil): Alcaçuz; Inglês: Liquorice; França: Reglisse
glabre; Alemanha: Echtes sussholz; Hindi: Mulhati; Itália:
Regolizia: Pérsia: Bikhemahak; Singalês: Atimadhuram.
Partes Utilizadas
O rizoma e a raiz são usadas na medicina.
Habitat
A planta yastimadhu desenvolve-se em clima seco e
ensolarado, sendo cultivada nas regiões subtropicais e
temperadas mornas, principalmente no Mediterrâneo.
Descrição
É uma erva resistente que alcança 1,8 m. de altura. A parte
subterrânea da planta consiste de numerosos ramos. Sua raiz
possui muitas ramificações. A raiz e os ramos subterrâneos, com
casca e sem casca, são empregados na medicina. Estes ramos
subterrâneos e raízes são colhidos e depois cortados em pedaços
para serem secos sob cobertura. Sua coloração é amarelo claro e
possuem sabor característico, doce e agradável.
Usos Terapêuticos
A planta é útil no tratamento de diferentes tipos de doenças
cardíacas, para sangramento que se manifesta em diferentes
partes do corpo, bronquite, asma, resfriado, rouquidão, doenças
81
do fígado, estado bilioso, hiperacidez, artrite, hemorróidas,
indigestão, dores em cólicas, febre crônica, perda do apetite,
infecção urinária, disúria e doenças dos cabelos assim como dos
olhos.
Externamente, é aplicado sobre as articulações dolorosas e
inchadas. Na forma de solução é utilizada para enxaguar os olhos.
Madhukadya gutika
Três karsas (36 gramas) de cada um dos seguintes
ingredientes: madhuka, yastimadhu, draksa (Vitis vinifera), vamsa
locana (broto de bambu), pippali (Piper longum), tvak
(Cinnamomum zeylanicum), patra Cinnamomum tamala) e ela
(Elettaria cardamomum) são combinados a duas palas (96
gramas) de açúcar e uma pala (48 gramas) de draksa (Vitis
vinifera) e a mesma medida de kharjura (Phoenix sylvestris),
transformados em pó e misturados com mel. A partir desta pasta
preparam-se pílulas. São prescritas para promover a cura da
tosse, asma, anorexia, vômitos, desmaios, soluços, intoxicações,
vertigem, tuberculose, rouquidão, doenças do baço, catarro
sanguinolento, dor na região do coração e nas laterais do peito,
sede patológica e febre.
Yastyadi ghrta
As cascas do yastimadhu (Glycyrrhiza glabra), nagabala
(Sida spinosa), sugandhabala (sinônimo de jatamamsi ou
Nardostachys jatamansi) e arjuna (Terminalia arjuna) devem ser
transformadas em pasta e decocção. Quatro partes de ghee, 1
parte da pasta acima e 16 partes da decocção devem ser cozidos
juntos. Quando a mistura tiver evaporado, o ghee deve ser coado.
Administre este ghee para curar doenças cardíacas, tuberculose,
sangramento a partir de diferentes partes do corpo, asma,
bronquite e febre.
A infusão fria desta droga é muito útil para curar doenças
do fígado, icterícia, constipação, hemorróidas, sensação de
Madhuca indica
83
queimação na urina, hiperacidez e reumatismo. Para prepará-la
adicione uma colher de chá (5 gramas) do pó de cada uma das
plantas acima e 5 gramas do pó de amalaki a um copo de água.
Conserve a mistura durante toda a noite e coe através de um
pedaço de pano. Este líquido é ingerido pela manhã em jejum.
Pedaços de madhuka (Madhuca indica) do tamanho de
ervilhas são mastigadas quatro ou cinco vezes por dia para curar
tosse e aliviar a garganta.
Externamente, os olhos são lavados com a infusão fria
desta droga para remover a sensação de queimação e
vermelhidão nos olhos. A pasta é aplicada sobre as articulações
doloridas e inchadas como um emplastro. A aplicação desta pasta
faz o cabelo crescer mais, torna-o mais negro, forte e compacto.
Posologia
Curna (pó): Uma colher de chá (5 gramas) duas a três
vezes por dia com água ou leite morno ou misturado com mel. A
administração do pó com mel e ghee (1/2 colher de chá de cada)
é muito útil para promover a visão.
Kvatha (decocção): Meio copo (60 ml.) duas vezes ao dia.
Na bronquite, asma, hemorróidas e constipação, a decocção deve
ser administrada quando estiver morna. Pode ser ingerida três a
quatro vezes ao dia dependendo da seriedade da doença.
Sarbat (xarope): Duas colheres de chá (10 ml.) duas a três
vezes ao dia.
Phanta (infusão): Um copo, duas vezes ao dia.
Preparações
1. Yastyadi curna
2. Yastimadhvati taila
3. Yastyadi kvatha
4. Saptamrta lauha
5. Svadista virecana
84
Centella asiatica (Mandukaparni)
85
Centella asiatica ou Hydrocotyle asiatica
(Mandukaparni)
Sinônimos
Sânscrito: Mandukaparni, Bhekaparni, Brahmanduki, Divya,
Supriya; Inglês: Indian pennywort, Thick leaved pennywort; Árabe:
Artaniyachindi, Jharniba; Bengali: Brahmamanduki, Thankuni;
Birmanês: Minkuabin; França: Bevilaque, Hydrocote d’Asie;
Alemanha: Wassernabel; Hindi: Brahmamanduki, Khulakhudi,
Pérsia: Sardeturkastan; Singalês: Hingotukola; Urdu: Barhmi.
Partes Utilizadas
A planta inteira é utilizada na medicina.
Habitat
Mandukaparni cresce de forma selvagem ao lado dos
riachos e pequenos lagos nas regiões tropicais e subtropicais.
Também é cultivada.
Descrição
É uma planta rasteira delgada e herbácea com longos
ramos, arrastando-se pelo solo. Seus ramos costumam aparecer
de folhas axiais em um rizoma vertical. Suas folhas possuem 1,3 a
6,3 cm. de diâmetro. Grupos de folhas brotam do rizoma. As
folhas possuem pecíolos alongados de 7,5 a 15 cm. de
comprimento. Suas flores são de coloração rosa e aparecem na
primavera.
A planta inteira e particularmente as folhas, juntamente com
suas hastes, são secas na sombra e vendidas no mercado.
Geralmente, as folhas verdes são preferidas para propósitos
86
medicinais. Possuem sabor ligeiramente amargo e penetrante e
odor aromático. As folhas secas são desprovidas de qualquer
cheiro ou sabor.
Utilidades Terapêuticas
É um tônico cardíaco utilizado no tratamento de diferentes
doenças cardíacas, hipertensão e insônia. É benéfico na
epilepsia, dor de cabeça, esquizofrenia, perda da memória,
rouquidão, aumento dos linfonodos, tosse, asma, febre, doenças
crônicas da pele e fraqueza geral.
Externamente, é empregado como ungüento para doenças
da pele como ulcerações, eczema e escabiose.
Posologia
Curna (pó): Duas colheres de chá (10 gramas) com leite de
vaca ou mel, duas vezes ao dia em jejum.
Suco ou Kvatha (decocção): Seis colheres de chá (30 ml.)
duas vezes ao dia, em jejum, adicionando-se mel ou açúcar
mascavo.
Preparações
1. Mandukaparni svarasa
2. Mandukaparni curna
3. Mandukaparnyadi kvatha
4. Sarasvatarista
5. Brahmi vati
6. Brahmisharbat
7. Brahmi rasayana
88
Nardostachys jatamansi (Jatamansi)
89
Nardostachys jatamansi
(Jatamansi)
Sinônimos
Sânscrito: Jatamansi, Mamsi, Jatila, Tapasvini; Português
(Brasil): Nardo; Inglês: Spikenard; França: Nardindien, Epidenard,
Nad du Gange; Alemanha: Indische narde; Hindi: Jatamansi,
Balchar, Baluchar, jatalasi; Itália: Spignardi; Nepal: Haswa,
Jatamangsi, Naswa; Pérsia: Sunbuluttib; Singalês: Jaramansi,
Jatamansi; Urdu: Balchad.
Partes Utilizadas
A raiz é utilizada na medicina.
Habitat
Jatamansi cresce nas montanhas a cerca de 1.800 a 5.100
m. de altitude, acima do nível do mar.
Descrição
É uma erva pequena com cerca de 30 a 90 cm. de altura.
As folhas são estreitas com 15 a 17,5 cm. de comprimento e 2,5
cm. de largura. As raízes são peludas, em feixes e cheirosas. A
raiz quando desenterrada fica cheia de barro e areia que são
retirados com a lavagem. Depois é colocada a secar na sombra e
armazenada. Durante o processo de coleta, muitas outras
espécies desta planta que possuem íntima semelhança são
coletadas, algumas vezes intencionalmente, com o propósito de
adulteração e outras vezes inconscientemente, por ignorância.
Exceto por esta semelhança elas são, no entanto,
terapeuticamente ineficazes ou com poder terapêutico inferior ao
90
nível esperado. Estes aparentes substitutos devem ser
cuidadosamente selecionados e removidos por especialistas.
Utilidades Terapêuticas
A planta é útil no tratamento de doenças cardíacas,
hipertensão e insônia. É também empregada no tratamento da dor
de cabeça, tosse, asma, doenças urinárias, febre elevada,
doenças convulsivas e debilidade dos nervos. Auxilia na
promoção da memória, principalmente para estudantes.
Externamente, é utilizada para tratar edema, dor e
sensação de queimação. Como ungüento, é útil na cura das
úlceras e para remover a pigmentação excessiva da pele. Na
forma de pó fino é usado para eliminar o mau cheiro e a sudorese
excessiva.
91
A decocção desta raiz é administrada ao paciente que
sofre de insônia. Para esta preparação, uma colher de sopa (15
gramas) do pó grosso desta raiz é fervida com dois copos de
água. Quando o conteúdo reduzir-se à metade de um copo a
decocção é coada e fornecida ao paciente na hora de dormir,
adicionando-se leite e açúcar a gosto.
Jatamansi pode estimular a ação do rim, aumentando a
freqüência das micções. Aqueles que possuem maior eliminação
urinária especialmente durante a noite devem ingerir esta
preparação pela manhã.
Para uso externo, o pó desta raiz é combinado com uma
quantidade adequada de cera de abelha e transformada em
ungüento. Este ungüento é aplicado sobre áreas afetadas do
corpo para aliviar a sensação de queimação e prurido e pode ser
aplicado também sobre ulcerações.
Posologia
Curna (pó): Uma colher de chá (5 gramas) três vezes ao
dia com água.
Chá: Um copo três vezes ao dia.
Kvatha (decocção): Meio copo na hora de dormir.
Pasta ou Curna (pó): Uma colher de chá (5 gramas) com
igual quantidade de açúcar mascavo, três vezes ao dia.
Preparações
1. Jatamamsyadi kvatha
2. Mahapaisacika ghrta
3. Srikhandadi curna
4. Palankasadya taila
92
Ocimum sanctum (Tulasi)
93
Ocimum sanctum
(Tulasi)
Sinônimos
Sânscrito: Arjaka, Bahupatri, Bhutapatri, Divya, Gramya,
Haripriya, Kayastha, Kutheraka, Manjari, Pavitra, Surabhi, Surasa,
Tulasi, Visnupatni: Português (Brasil): Manjericão; Inglês: Holy
basil, Monk’s basil, Rough basil, Sacred basil; Bengali: Kalatulsi,
Kural, Tulsi; Birmanês: Lun; França: Basilic saint; Hindi: Tulsi, Kala
tulsi, Varanda, Baranda; Singalês: Madurutala, Mudurutulla.
Partes Utilizadas
As folhas, as sementes e as raízes são utilizadas na
medicina.
Habitat
É encontrada em toda a Índia a uma altitude de até 1.800
metros no Himalaia. Como é considerada sagrada pelos hindus, é
geralmente cultivada nos jardins, quintais e templos.
Descrição
É uma erva anual pequena, ereta com cerca de 30 a 75
cm. de altura com muitos ramos. Seus talos e ramos são
geralmente arroxeados e algumas vezes lenhosos nas partes
inferiores. São cobertos com uma penugem em toda sua
extensão. As folhas são elíptico-oblongas, pontudas ou sem
ponta, com margem denteada ou não, dotadas de glândula e
aromáticas. Estas folhas possuem de 2,5 a 5 cm. de comprimento
por 1,6 a 3,2 cm. de largura. Os pecíolos possuem 1,3 a 2,5 cm.
de comprimento, esguios e peludos. As flores são racemosas, 15
94
a 20 cm. de comprimento, em espiral fechada, arroxeadas ou de
coloração carmim. As sementes possuem 1 a 2,5 mm. de
comprimento, semi-globosas, coloração marrom claro e suave ou
avermelhado com pequenas marcas pretas. As flores e as
sementes surgem no inverno.
São muitas as variedades das quais duas são mais
comumente encontradas. A primeira é o tipo branco ou verde que
é muito comum e que apresenta as folhas e estames verde claros.
O segundo tipo é denominado Krsna tulasi (tipo preto esverdeado)
que possui folhas arroxeadas ou enegrecidas. Ambas as
variedades são utilizadas para propósitos medicinais mas a
segunda variedade é terapeuticamente mais eficaz.
As folhas desta planta apresentam um óleo volátil amarelo
brilhante de odor agradável.
Utilidades Terapêuticas
A planta é útil no tratamento de doenças do coração e do
sangue, assim como hipertensão. Age na prevenção e na cura
das doenças virais, das doenças de pele crônicas, no leucoderma,
na febre crônica, na malária, tosse, asma, soluços, bronquite,
sudorese excessiva, mau cheiro, edema, parasitoses, vômitos e
na supressão do poder digestivo. É um diurético. A planta também
previne o envelhecimento e prolonga a vida. Promove a
imunidade contra muitas infecções virais e bacterianas.
Externamente, é empregada nas úlceras, no tratamento
das picadas de escorpião e nas doenças de pele do tipo
eczematosas. É também um repelente para insetos.
Posologia
Suco: Uma colher de chá (5 ml.) três vezes ao dia com mel
e suco de gengibre.
Kvatha (decocção): Seis colheres de chá (30 ml.) três
vezes ao dia combinado com açúcar ou açúcar mascavo.
Phanta (infusão): Um copo, três vezes ao dia com leite e
açúcar.
97
Saussurea lappa (Kustha ou Puskara mula)
98
Saussurea lappa
(Kustha ou Puskara mula)
Sinônimos
Sânscrito: Kustha, Agada, Kasmiraja, Utpala, Puskara
mula; Inglês: Costus; Árabe: Kust, Kustabeheri; Bengali: Kur,
Pokharmul; Singalês: Godamahanel; Urdu: Pokharmul.
Partes Utilizadas
A raiz é utilizada medicinalmente.
Habitat
Desenvolve-se nos declives úmidos do Himalaia a uma
altitude de 2500 a 3000 metros. É também cultivada devido ao
seu valor comercial.
Descrição
É uma erva perene, robusta e comprida; tronco reto de 1
a 2 m. de altura; folhas membranosas, irregularmente denteadas
sendo que as basais são bastante largas; antódio (capítulo) sem
talos, duro e arredondado; fruto com mais de 8 mm. de
comprimento, prensado e curvo. As raízes exalam um aroma
característico.
Utilidades Terapêuticas
No Ayurveda, as duas drogas, a kustha e a puskara mula,
são descritas como possuindo características terapêuticas
semelhantes, com pequenas diferenças. De fato, uma é descrita
como sendo a substituta da outra. No mercado, portanto, as
raízes de ambas são misturadas e vendidas para médicos e
99
fabricantes. A puskara mula é geralmente identificada como Inula
racemosa e a kustha como a Saussurea lappa. Mas na prática,
observa-se que a Saussurea lappa possui ações terapêuticas
melhores. Isto está de acordo com a descrição das propriedades
terapêuticas da puskara mula nos clássicos ayurvédicos, não
obstante as diferenças de identificação.
Kustha é descrita como sendo a melhor droga para curar
doenças causadas por Vayu113. Como descrito anteriormente, o
desequilíbrio de Vayu é a causa primária de todos os tipos de
doenças cardíacas. Puskara mula é descrita como sendo a melhor
droga para a cura da asma, tosse crônica e dor aguda nas laterais
do peito, todas elas, novamente, causadas pelo desequilíbrio de
Vayu.
É uma das drogas de escolha para a cura de todos os tipos
de doenças cardíacas, associadas com dor aguda no peito,
dispnéia e tosse. É usada também para o tratamento de doenças
crônicas de pele, incluindo a hanseníase, erisipela, síndrome de
queimação, gota, soluços, febre, dor abdominal, dores pré-
menstruais, indigestão, flatulência, disúria, cefaléia, reumatismo,
epilepsia e dor de dente. É útil também como droga
rejuvenescedora e age como afrodisíaco.
Externamente, a pasta ou o pó ou mesmo o óleo medicinal
é empregado para eliminar o odor do corpo, para curar escabiose,
eczema e dores articulares.
Puskaramuladi leha
Quantidades iguais do pó de puskara mula (Saussurea
lappa), sunthi (Zingiber officinale), pippali (Piper longum), marica
(Piper nigrum), karkatasrngi (Rhus succedanea), katphala (Myrica
nagi), yavasa (Alhagi pseudalhagi) e karavi (Nigella sativum)
devem ser misturadas com mel e prescritas ao paciente que sofre
de doenças cardíacas, tosse, asma e dor no peito.
Puskaradi kvatha
Quantidades iguais de puskara mula (Saussurea lappa),
katphala (Myrica nagi), bhargi (Clerodendrum serratum), sunthi
(Zingiber officinale) e pippali (Piper longum) devem ser fervidas
com quatro partes de água e reduzidas a um quarto. A decocção
deve ser coada, sendo muito útil na cura do tipo Vatika114 de
doença cardíaca associada com dor e falta de ar.
Posologia
Curna (pó): Uma colher de chá (5 gramas) duas vezes ao
dia, em jejum, junto com leite ou água morna.
101
Kvatha (decocção): Seis colheres de chá (30 ml.) duas
vezes ao dia, em jejum, com adição de açúcar ou açúcar
mascavo.
Phanta (infusão): Um copo duas vezes por dia com leite e
açúcar.
Leha (linctus): Uma colher de chá (5 gramas) duas vezes
ao dia.
Puskarasava (uma preparação alcoólica): Seis colheres de
chá (30 ml.) duas vezes ao dia, após a alimentação, com igual
quantidade de água.
Preparações
1. Kusthadi kvatha
2. Kusthadi lepa
3. Kusthadi nasya
4. Kusthadya taila
5. Kusthasailendra rasa
6. Puskaradi curna
7. Puskaramuladi curna
8. Puskaramuladi leha
9. Puskaramulasava
102
Terminalia arjuna (Arjuna)
103
Terminalia arjuna
(Arjuna)
Sinônimos
Sânscrito: Arjuna, Dhananjaya, Dhavala, Kakubha,
Kaunteya, Partha, Virataru; Inglês: White murdah; Bengali: Arjun,
Arjuna, Kahu; Birmanês: Toukhyan; Hindi: Anjani, Arjan, Kahua;
Singalês: Kumbuk; Urdu: Arjan.
Partes Utilizadas
A casca desta árvore é empregada como medicamento.
Habitat
É encontrada nas extensões do sub-Himalaia e em grande
parte da Índia, ao longo dos rios e riachos. Também é cultivada
para fornecer sombra e ser usada como ornamento em parques,
mesmo em regiões secas ou quentes. Por sua sombra e porte
majestoso, é plantada também à beira da estrada.
Descrição
É uma árvore grande, sempre verde, com cerca de 18 a 20
metros de altura com galhos que se abrem horizontalmente. Sua
casca é grossa, lisa, de coloração cinza ou verde rosada,
apresentando partes em camadas finas, largas, achatadas e
irregulares. As folhas são alongadas ou elípticas como as da
goiabeira e diametralmente opostas, com 10 a 15 cm. de
comprimento e 4 a 7 cm. de largura. São de coloração verde
pálida em cima e marrom pálido embaixo, freqüentemente
desiguais nas laterais e a base é arredondada. Estas folhas são
encontradas em 10 a 15 pares. Os pecíolos possuem 6 a 10 mm.
104
de comprimento com uma ou duas glândulas proeminentes no
topo imediatamente abaixo das folhas. As flores aparecem em
curtos espigões auxiliares. As frutas são ovóides, ou ovóide-
oblongas com 5 a 7 ângulos alados duros. Possuem 2,5 a 5 cm.
de comprimento. As flores aparecem no verão e as frutas no
inverno.
Utilidades Terapêuticas
São muito úteis nas doenças cardíacas e na angina. O
medicamento é estimulante do coração, aumenta a circulação
sangüínea, nutre os músculos cardíacos, regula os batimentos
cardíacos e previne a coagulação nas artérias coronárias.
Também é utilizado nas hemorróidas, leucorréia, disenteria,
diarréia, febre, obesidade, doenças do fígado e aftas. Aumenta a
eliminação de urina. É adstringente e também é útil como tônico e
como antídoto contra venenos. Auxilia na consolidação de fraturas
e tratamento de úlceras.
Externamente, é utilizado na cura de úlceras e fraturas
ósseas assim como para estancar sangramentos.
Parthadyarista (Arjunarista)
Esta é uma preparação alcoólica de arjuna e é comumente
utilizada para o tratamento de doenças do coração e do pulmão.
Promove a força do coração e do corpo. Para prepará-la, seis
quilos da casca de arjuna, três quilos de munakka (uvas secas) e
um quilo de madhuka (Madhuca indica) devem ser fervidos com
50 litros de água e reduzido a 12 litros. Esta decocção deve ser
coada, adicionada a um quilo do pó das flores de dhataki
(Woodfordia officinalis) e cinco quilos de açúcar mascavo e
conservada em um recipiente de barro untado com ghee. A
abertura do recipiente deve ser selada e conservado por um mês.
Depois disso, este líquido fermentado deve ser coado e
armazenado em garrafas secas e herméticas. Esta formulação
deve ser administrada duas vezes após a refeição.
106
O ghee medicinal é preparado com quatro partes de ghee,
fervidos com dezesseis partes da decocção e uma parte da pasta
da casca de arjuna até que a mistura se evapore. Depois tudo é
filtrado. Administre este ghee para curar também todos os tipos de
doenças do coração.
Externamente, o suco ou o pó da casca deve ser utilizado
para estancar sangramentos e curar úlceras. A pasta da casca
deve ser aplicada sobre fraturas ósseas pois auxilia na
consolidação.
Posologia
Curna (pó): Uma colher de chá (5 gramas) duas vezes ao
dia, em jejum, junto com leite, ghee ou açúcar mascavo.
Kvatha (decocção): Seis colheres de chá (30 ml.) duas
vezes ao dia em jejum, adicionando-se açúcar, açúcar mascavo
ou mel.
Ksira paka (Preparação com leite): Um copo duas vezes ao
dia, em jejum, com açúcar ou açúcar mascavo.
Arjunarista: Seis colheres de chá (30 ml.) duas vezes ao
dia após a refeição adicionando-se igual quantidade de água.
Ghee: Uma colher de chá (5 ml.) duas vezes ao dia, em
jejum, com leite.
Preparações
1. Kakubhadya curna
2. Prabhakara vati
3. Nagarjunabhra rasa
4. Arjuna ghrta
5. Parthadyarista ou Arjunarista
6. Visvesvara rasa
7. Sankara vati
107
Withania somnifera (Asvagandha)
108
Withania somnifera
(Asvagandha)
Sinônimos
Sânscrito: Asvagandha, Balada, Turagagandha,
Vajigandha, Asagandha; Árabe: Kaknajehindi; Bengali:
Ashvagandha, Ashvaganda; Butão: Ba kzi gandha; Hindi: Asgand,
Punir; Pérsia: Kaknajehindi, Mehernanbarari; Singalês: Amukkara;
Urdu: Asgandanagori.
Partes Utilizadas
A raiz é utilizada como medicamento.
Habitat
Asvagandha cresce espontaneamente nas áreas tropicais
e subtropicais. É também cultivável.
Descrição
É um arbusto ereto, sempre verde, com 30 a 150 cm. de
comprimento. As raízes são robustas, carnosas e marrom
esbranquiçadas. As folhas são ovais com uma mesma margem.
As flores são esverdeadas. Os frutos são pequenos,
arredondados, lisos, vermelho–alaranjados quando maduros e
envoltos em um persistente cálice. As sementes são amarelas e
riniformes.
Utilidades Terapêuticas
É utilizado no tratamento de doenças cardíacas, no
controle da pressão sangüínea e na redução dos níveis de
colesterol. Suas raízes contém alcalóides que são muito úteis no
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controle dos batimentos cardíacos e da pressão sangüínea. É
também utilizada no tratamento da insônia, desmaios, vertigens,
cefaléia, doenças nervosas, processos inflamatórios em qualquer
parte do corpo, edemas, leucorréia, doenças seminais e urinárias,
assim como nas dores em cólica. É um cardiotônico, usado como
tônico geral para todos os grupos etários de ambos os sexos. É
rico em ferro e portanto pode ser administrado às mães após o
parto para promover a lactação.
Externamente é utilizada no tratamento das dores
articulares e nas linfonodomegalias.
Asvagandha ghrta
A decocção de quatro partes de asvagandha, uma parte de
pasta de asvagandha, quatro partes de leite e uma parte de ghee
deve ser cozida até a mistura se evaporar. Deve ser filtrada e
armazenada em garrafas secas e herméticas. A ingestão deste
ghee cura diferentes tipos de doenças causadas por Vayu115
(inclusive as doenças cardíacas). É um afrodisíaco e desenvolve
os tecidos musculares.
Asvagandhadi Curna
Quantidades iguais do pó de asvagandha, atasi (Linum
usitatissimum), sunthi (Zingiber officinale), nirgundi (Vitex
negundo), pippali (Piper longum) e aparajita (Clitoria ternatea)
devem ser misturadas e fornecidas ao paciente com leite na dose
de duas colheres de chá (10g). É nutritivo e rejuvenescedor. Cura
reumatismo, suaviza as rugas da pele e impede o branqueamento
precoce dos cabelos.
Externamente, a pasta da raiz é aplicada sobre as
glândulas inflamadas e os tumores. O óleo medicinal preparado
pela fervura da raiz desta planta com óleo é utilizado para
massagens que tratam as dores articulares, reumatismo, dor
ciática e lombalgia.
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Posologia
Curna (pó): uma colher de chá (5g.) duas vezes ao dia, em
jejum, juntamente com o leite e açúcar ou ghee ou açúcar
mascavo.
Kvatha (decocção): seis colheres de chá (30 ml.), em
jejum, com açúcar ou açúcar mascavo duas vezes ao dia.
Ksira paka (preparação com leite): um copo na hora de
dormir com adição de açúcar ou açúcar mascavo.
Preparações
1. Asvagandhadi curna
2. Asvagandhadi lehya
3. Asvagandha ghrta
4. Asvagandharista
5. Asvagandhadi kvatha
6. Asvagandha taila
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Notas
sabedoria do indivíduo.
6 Anandamaya Kosa é uma das cinco camadas que representam
Patanjali.
13 Susumna nadi é um dos três canais (nadis) através dos quais
113
14 Pingala nadi é um dos três canais (nadis) através dos quais
passa a energia oculta; fisicamente conhecida como canal
simpático direito.
15 Ila nadi é um dos três nadis ou canais no corpo através dos
região umbilical.
21 Anahata chakra: Um dos seis centros de energia, localizado na
região do coração.
22 Visuddhi chakra: Um dos seis centros de energia, localizado no
as duas sobrancelhas.
24 Sahasrara chakra: Um dos centros de energia localizado na
cabeça.
25 Doshas são fatores responsáveis pelo controle das atividades
sete.
27 Vayu é um dos três doshas, responsável por todos os
peito.
32 Vyana Vayu é uma das cinco variedades de Vayu, localizado na
cabeça.
33 Samana Vayu é uma das cinco variedades de Vayu, localizado
na região umbilical.
34 Apana Vayu é uma das cinco variedades de Vayu localizado na
região pélvica.
35 Pacaka Pitta é uma das variedades de Pitta localizado no
estômago e intestinos.
36 Ranjaka Pitta é uma das variedades de Pitta localizado no
fígado e baço.
37 Sadhaka Pitta é uma das variedades de Pitta localizado na
região do coração.
38 Alocaka Pitta é uma variedade de Pitta que está localizada nos
estômago.
42 Bodhaka é uma das cinco variedades de Kapha localizada na
língua.
43 Tarpaka é uma das cinco variedades de Kapha localizada na
articulações.
115
45 Algumas condutas prescritas nos clássicos Ayurvédicos ou por
um médico Ayurvédico para a prevenção e a cura de doenças; no
presente contexto, para a cura das doenças cardíacas.
46 Primeiro dos oito graus do Hatha Yoga. Consiste de cinco
físicas.
49 Quarto dentre os oito graus do Hatha Yoga que consiste na
mente.
52 Sétimo grau do Hatha Yoga que consiste de meditação.
53 Em sânscrito, um dos oito graus do Hatha Yoga que consiste na
um distúrbio de Vayu.
55 Doença (cardíaca, no presente contexto) causada por
desequilíbrio de Pitta.
56 Doença (cardíaca, no atual contexto) causada por um distúrbio
de Kapha.
57 Doença (cardíaca, no presente contexto) causada por um
por microorganismos.
59 Idem nota 34.
60 Idem nota 27.
61 Niskama karma é a ação que não espera nada em retorno.
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62 Anasakta karma é a ação sem apego.
63 Livro sagrado dos Hindus.
64 Adjetivo dos tamas. Alimento que agrava Kapha e causa
indolência nas pessoas.
65 Yogavahin é a qualidade terapêutica de uma droga que carrega
adapta-se a elas.
67 Ver nota 48.
68 Ver nota 49.
69 Seis medidas purificadoras que devem ser realizadas antes da
prática do yoga.
70 Uma das seis medidas purificadoras do yoga.
71 Em sânscrito, enema medicinal.
72 Uma das seis medidas de purificação do yoga.
73 Uma das seis realizações yóguicas na qual os olhos são
117
84 Idem nota 51.
85 Idem nota 52.
86 Idem nota 53.
87 Mala é um cordão de contas ou colar usado em torno do
em uma pessoa.
90 Qualidade de rajas. Alimento que promove Pitta e causa
manteiga medicinal.
98 Idem nota 96
99 Idem nota 54
100 Idem nota 96
101 Idem nota 56
102 Idem nota 54
103 Idem nota 96
104 Palavra em sânscrito que significa ambrosia.
105 Idem nota 29.
106 Idem nota 28.
107 Idem nota 27.
108 Idem nota 54.
109 Idem nota 54.
118
110 Idem nota 56.
111 Idem nota 58.
112 Idem nota 29.
113 Idem nota 27.
114 Idem nota 54.
115 Idem nota 27.
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