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autora
LUCIANA ORANGES CEZARINO
1ª edição
SESES
rio de janeiro 2016
Conselho editorial jose dario menezes, roberto paes e paola gil de almeida
Todos os direitos reservados. Nenhuma parte desta obra pode ser reproduzida ou transmitida
por quaisquer meios (eletrônico ou mecânico, incluindo fotocópia e gravação) ou arquivada em
qualquer sistema ou banco de dados sem permissão escrita da Editora. Copyright seses, 2016.
isbn: 978-85-5548-364-6
Prefácio 5
5
O que, de fato, carece no mercado são bons profissionais de marketing pron-
tos para lidar com a hospitalidade. Profissionais que compreendam a relação
custo/benefício dos clientes, que promovam os benefícios desejados e que sai-
bam oferecer satisfação na experiência de consumo de turismo.
Por fim, o marketing turístico é um caminho de atividades que visam melho-
rar as condições de oferta de serviços de turismo fazendo com que o consumi-
dor possa ter mais satisfação com serviços mais eficientes.
Bons estudos!
1
Turismo e sua
importância
1. Turismo e sua importância
1.1 Relevância do mercado de turismo
A indústria do turismo fatura cerca de 4.5 trilhões de dólares por ano no mun-
do inteiro e gera cerca de 192 milhões de empregos, sendo a saída estratégica
para o desenvolvimento de diversos países e provocando diversas mudanças
sociais, econômicas e culturais significativas em muitas sociedades (COBRA,
1999; DIAS e CASSAR, 2005). Dados da Organização mundial do Turismo mos-
tram que no ano de 2014 o setor de turismo mundial movimentou mais de US$
1 trilhão e contribui com 9% do PIB, os dados mostram ainda que desde 1999
aumenta progressivamente o número de viajantes em escala mundial (EMBRA-
TUR, 2015).
Como uma atividade de massa, o turismo é considerado relativamen-
te recente – teve um incremento em seu crescimento a partir do século XX,
8• capítulo 1
tornando-se uma experiência compartilhada por milhões de pessoas em todo
o mundo (DIAS e CASSAR, 2005). Devido a esse crescimento progressivo das
atividades turísticas Cobra (1999) afirma que o turismo é a atividade econômica
que mais deve crescer no século XXI.
Dessa forma, as perspectivas de crescimento das atividades turísticas são
enormes, pois é perceptível a popularização em razão da facilidade de acesso ao
crédito, consequentemente houve a incorporação de novas camadas sociais em
um setor que era elitizado. Dias e Cassar (2005) afirmam que no ano de 2000,
cerca de 650 milhões de pessoas viajaram em todo o mundo, representando
10% da população mundial, e segundo a Organização Mundial do Turismo essa
atividade continua em crescimento. Pelo quarto ano consecutivo houve em
2015 um crescimento importante de 4% do turismo, o qual movimentou $1,4
trilhões de dólares (ORGANIZAÇÃO MUNDIAL DO TURISMO, 2016). Assim, a
indústria de lazer vem apresentando importância global fundamental e, em
muitos países e regiões, assumirá um caráter vital.
Percebe-se que a globalização, vista como fenômeno de “compressão do
mundo” tem contribuído para acelerar a expansão do turismo de negócios ou
de trabalho, estimulando as viagens de incentivo e de lazer, desburocratizando
fronteiras, modernizando estruturas, eletrizando a concorrência a rebaixar ta-
rifas aéreas e de hotéis. Além disso, as opções de viagem dão a volta ao mundo
em segundos graças à Internet (COBRA, 1999).
No entanto, a globalização acarreta na maior competição entre as cidades
e as pessoas passam a optar não apenas pelas viagens nacionais, mas também
para outros lugares que oferecem, muitas vezes, o mesmo que é encontrado no
espaço nacional, só que com menores preços e com qualidade melhor, além de
outras particularidades que tornam o produto atrativo para o visitante.
Dias e Cassar (2005) pontuam que, do ponto de vista turístico, pode-se falar
em uma hierarquia de cidades: globais que intensificam a competição entre
elas através de eventos e promoções para atrair cada vez mais visitantes (ex.:
Paris, Roma, Nova York, Londres, Tóquio); nacionais (São Paulo, Rio de Janeiro,
Sidney, Pequim, Cidade do México, Moscou, Salvador, Florianópolis etc.); esta-
duais (Campos do Jordão, Ribeirão Preto, Santos etc.); e regionais (Serra Negra,
Águas de Lindóia, Amparo, Lindóia etc.).
Há ainda aquelas que disputam com outras cidades em função de sua espe-
cialização: a mais florida, a de melhor qualidade do ar, a de clima mais frio, a
que apresenta mais dias ensolarados, que possui o melhor lugar para a prática
capítulo 1 •9
de determinados esportes, etc., tornando-se centros de referência que natural-
mente atraem visitantes por seus incentivos financeiros.
Dessa forma, nesse contexto global da atualidade, o turismo passa a ser
considerado como a atividade econômica mais importante, sendo em alguns
países, regiões e localidades, um fator determinante nos rumos do desenvol-
vimento. Para Catrogiovanni (2003), as pessoas optam por um espaço turístico
a partir de vários fatores, mas quase sempre ligados a questões econômicas,
às características do local de destino, aos estímulos promocionais, à confiança
que atribuem ao espaço turístico que está sendo almejado.
Entretanto, Dias e Cassar (2005) afirmam que, diferentemente dos outros
setores econômicos, o turismo não apresenta características peculiares, uma
vez que trata de uma atividade que envolve um leque amplo de variáveis que
englobam fatores políticos, ambientais, sociais, culturais, psicológicos, etc.
Essas variáveis, difíceis de serem controladas ou previstas, influenciam direta-
mente no turismo, causando seu crescimento ou decrescimento. Por exemplo,
um súbito aumento de temperatura pode sobrecarregar atividades turísticas do
tipo “sol e praia”, acarretando prejuízos não só materiais, mas de superlotação,
fazendo com que o turista tenha uma experiência negativa, o que pode desen-
cadear um efeito multiplicador dos comentários “boca a boca” e consequente
queda de visitantes nos anos seguintes.
Além da sazonalidade, outros fatores apontados por Dias e Cassar (2005)
que podem afastar os turistas são:
• Altas taxas de criminalidade;
• Perspectivas de instabilidade política ou terrorismo;
• Ameaças de epidemias.
10 • capítulo 1
E virou notícia!
Depois da Sars e da gripe aviária, maremoto afeta o turismo asiático
O maremoto que devastou as praias paradisíacas do sudeste da Ásia representa um
novo golpe para a indústria turística da região, que começava a se recuperar depois
de um período marcado pela Sars e a gripe aviária. Os profissionais do setor acredi-
tam que apesar da dimensão das perdas humanas e dos prejuízos materiais, a catás-
trofe deve causar um impacto menor que a ameaça terrorista, já que os maremotos
são considerados um evento excepcional.
No Japão, o país asiático cujos habitantes viajam mais ao exterior, as agências de tu-
rismo acreditam que em curto prazo os destinos turísticos situados no Oceano Índico
serão, inevitavelmente associados ao desastre. "O impacto, em curto prazo, do tremor
de terra é um verdadeiro golpe para a hotelaria", disse Tsuneo Nishiyama, porta-voz
da maior agência de viagens do país, a Japan Travel Bureau. "Também tememos que
o impacto psicológico sobre os turistas japoneses dure mais tempo do que o previsto",
acrescentou.
Para o dono da empresa Abacus (prestadora do serviço de vendas de passagens) em
Cingapura, Don Birch, as catástrofes naturais não impedem que os turistas asiáticos
viajem para seus destinos preferidos. "Na verdade, as pessoas se adaptam rapida-
mente e se esquecem. A última vez que um tsunami como este aconteceu foi há cem
anos", enfatizou.
O turismo se recuperou este ano na Ásia, depois de um 2003 marcado pela epidemia
de pneumonia asiática, que matou 800 pessoas, em particular em Hong e na China.
No entanto, o fluxo de passageiros não se recuperou totalmente por causa da epide-
mia de gripe aviária do início do ano, que deixou pelo menos 32 mortos, e do temor
de ataques terroristas após os atentados em Bali (Indonésia), em 2002, que mataram
202 pessoas.
Disponível em: <http://www.dgabc.com.br/Noticia/318821/depois-da-sars-e-
da-gripe-aviaria-maremoto-afeta-o-turismo-asiatico/2004/12/28>.
capítulo 1 • 11
Dessa forma, Dias e Cassar (2005) destacam que a disputa turística tem se
intensificado, e, aquelas cidades que identificam mais rapidamente seu nicho
de mercado, o segmento com o qual querem trabalhar, são as que melhores se
posicionam na memória dos consumidores-turistas. Assim, torna-se cada vez
mais importante a utilização de conceitos de gestão de marketing eficazes para
garantir a demanda e a melhoria da oferta o que implica na incorporação de
modernos métodos de gestão para a melhoria da eficácia na recepção e no aco-
lhimento dos viajantes.
O turismo que teve sua origem no século XIX com Thomas Cook na Inglaterra,
corroborou para o aumento no número de pessoas que viajavam sem ter outro
interesse senão descansar, divertir-se e ampliar o seu horizonte cultural. Mas,
foi a partir da II Guerra Mundial que o turismo se consagrou como uma ativida-
de de massas.
Conforme aponta Dias e Cassar (2005), o turismo é hoje apontado como
um dos setores mais globalizados, perdendo apenas para o setor de serviços fi-
nanceiros. Beni (2003) complementa essa ideia pontuando as seguintes causas
principais da globalização do turismo:
• Aumento da liberalização do comercio mundial;
• Incorporação de novas tecnologias de informação;
• Difusão territorial do consumo;
• Flexibilização do trabalho nos diversos setores produtivos.
12 • capítulo 1
Chegadas de Turistas Internacionais, 1950-2020
Situação Actual e Previsões Turismo Visão 2020
Actual Previsões
1,600
1.6 bn
1,400
Médio Oriente
1,200 África
1 bn
milhões
1,000 Asia/Pacifico
800 América 898 mn
600 Europa
400
200
0
1950 1960 1970 1980 1990 2000 2010 2020
Figura 1.1 – Previsão do turismo para 2020. Fonte: Organização Mundial de Turismo (OMT),
Abril 2008.
De acordo com Ferreira (s.d.), o setor turístico brasileiro vem crescendo de for-
ma rápida, porém, de forma desorganizada. Dias e Cassar (2005) complemen-
tam que apesar de o Brasil possuir excelentes produtos potenciais a oferecer
ao mercado, o país não tem conseguido obter acesso na atração de fluxos sig-
nificativos de visitantes e o aumento do setor tem se mostrado menor quando
comparado aos números do turismo internacional. Esse fato pode ser compro-
vado através dos dados estatísticos trazidos pelo Ministério do Turismo (2015),
mostrados na tabela 1.1.
capítulo 1 • 13
TURISTAS (MILHÕES DE CHEGADAS)
MUNDO AMERICA DO SUL BRASIL
ANO
VARIAÇÃO VARIAÇÃO VARIAÇÃO
TOTAL TOTAL TOTAL
ANUAL (%) ANUAL (%) ANUAL (%)
2000 673,8 – 15,2 – 5,3 –
2001 688,5 2,18 14,6 (3,95) 4,8 (10,16)
2002 708,9 2,96 12,7 (13,01) 3,8 (20,70)
2003 696,6 (1,97) 13,7 7,87 4,1 9,19
2004 765,5 9,89 16,2 18,40 4,8 15,99
2005 809,0 5,68 18,3 12,82 5,4 11,76
2006 842,0 4,08 18,8 2,73 5,0 (6,68)
2007 897,8 6,63 21,0 11,70 5,0 –
2008 916,6 2,09 21,8 3,81 5,1 2,00
2009 882,1 (3,76) 21,4 (1,83) 4,8 (5,88)
2010 949,1 7,60 23,1 7,94 5,2 8,33
2011 993,5 4,68 25,1 8,66 5,4 3,85
2012 1.039,0 4,58 26,7 6,37 5,7 5,56
2013 1.087,2 4,64 27,1 1,50 5,8 1,75
2014 1.133,1 4,22 28,9 6,64 6,4 10,34
Tabela 1.1 – Chegadas de turistas internacionais: Mundo, América do Sul e Brasil - 2000-
2014. Fonte: Ministério do Turismo, 2015.
14 • capítulo 1
Em se tratando do turismo alternativo, o Brasil, apresenta grande potencial.
Para o ecoturismo o país possui ecossistemas bastante variados, pouco explo-
rados e que se distribuem por todo o seu território, alguns desses ecossistemas
atraentes ao ecoturismo são: a Amazônia, o pantanal mato-grossense, o cerra-
do, a Mata Atlântica e os pampas do Sul.
Outros recursos turísticos do território nacional são os culturais, os quais, ba-
seados na diversidade, apresentam perspectivas de crescimento no país. São di-
versas manifestações culturais que ocorrem ao longo do ano no Brasil: religiosos
as (diversidade de expressões simbólicas, ritmos, danças), sítios arqueológicos,
e, a mais conhecida, o carnaval (carioca, baiano, paulista, pernambucano etc.).
E Virou Notícia!
Flytour Viagens realiza capacitação com agentes sobre as Serras Gaúchas
A Flytour Viagens – operadora de turismo do Grupo Flytour Gapnet – iniciou, na
última terça- feira (10), um roadshow que contou com a participação de mais de 100
agentes do ABC paulista e do Rio de Janeiro, para fomentar as vendas de viagens
para as Serras Gaúchas, quinto maior destino dentro da operadora.
“A Flytour Viagens investe, cada vez mais, em produtos para as Serras Gaúchas, por
ser atrativo, com diversas opções de lazer e preço acessível aos turistas”, afirmou Da-
niel Firmino, diretor de produtos nacionais da operadora. O executivo destaca ainda,
novos roteiros, bloqueios aéreos e o hotsite criado especialmente para as promoções
do destino dentro do canal de distribuição da Flytour Viagens. “Nossa expectativa é
40% em comparação com o mesmo período de 2015”.
Segundo Marcos Pessuto, gerente de produtos nacionais da Flytour Viagens, é de
extrema importância o sucesso da divulgação do destino e de suas novidades, a
parceria com os fornecedores e receptivos locais. “Nossos parceiros possuem total
comprometimento com seus hóspedes e passageiros, que vai ao encontro do objetivo
da operadora em sempre oferecer produtos de qualidade, diferenciados, que sejam
rentáveis e atendam à demanda do mercado”, completa.
Disponível em: <http://novo.brasilturis.com.br/flytour-viagens-realiza-
capacitacao-com-agentes-sobre-as-serras-gauchas/2016/5/12>.
capítulo 1 • 15
necessita sofrer um processo de melhoria em vários aspectos para facilitar o
seu consumo pelos visitantes e torná-lo mais atraente. Assim, torna-se necessá-
ria a melhoria na infraestrutura de acesso; de recepção; de informação; de alo-
jamento; e fundamentalmente de garantia de preservação permanente do atra-
tivo – demandando um monitoramento permanente das condições em que ele
se encontra e ações proativas de manutenção e conservação (DIAS e CASSAR,
2005)
Como observado anteriormente, o turismo tem sido visto como uma ferramen-
ta para o desenvolvimento econômico, pois é setor de rápido crescimento em
muitos países menos industrializados e o turismo internacional tem emergido
como um importante componente dos programas de desenvolvimento volta-
dos para a exportação. Vimos que o turismo corrobora com o desenvolvimento
trazendo inúmeros benefícios econômicos potenciais para os países acolhedo-
res, incluindo o aumento da receita cambial, aumento das oportunidades de
emprego, melhoria das condições socioeconômicas, dentre outros (FERRAZ
e PAIS, 2010; SCÓTOLO e NETO, 2015). Entretanto, os autores ressaltam que
pode ser difícil encontrar um equilíbrio entre o ganho econômico e impactos
inaceitáveis. “Consequências ambientais indesejáveis e consequências socio-
culturais também são susceptíveis de ocorrer quando as atividades de turismo
são apresentadas para as comunidades” (FERRAZ e PAIS, 2010 p.2).
Diversos autores têm discutido o que se refere aos impactos ambientais
causados pelo ecoturismo desenfreado e mal planejado em áreas de conserva-
ção, como demonstrado na tabela 1.2:
16 • capítulo 1
TIPO DE IMPACTO IMPACTO REFERÊNCIA
Pisoteamento da vegetação e compactação
Serrano (2001); OMT (1992);
do solo pela abertura e uso inadequado de
Mathieson e Wall (1990)
trilhas
Deposição inadequada de lixo sólido que Serrano (2001); OMT (1992);
obstrui a dinâmica dos solos Mathieson e Wall (1990)
Traçado inadequado de trilhas que favore- OMT (1992); Mathieson e Wall
FAUNA cem os processos erosivos (1990)
Remoção de fauna: caça, pesca e tráfico de Morsello (2001); OMT (1992);
animais Mathieson e Wall (1990)
Distúrbio na dinâmica das populações cau- OMT (1992); Mathieson e Wall
dado pela presença dos visitantes (1990)
GEOLOGIA Alimentação de animais silvestres OMT (1992)
Coleta de fósseis, rochas, estalagmites e
OMT (1992)
estalagmites e pichações nas rochas
Contaminação por óleo diesel dos veículos OMT (1992); Mathieson e Wall
RECURSOS HÍDRICOS de passeio (1990)
Tabela 1.2 – Principais impactos ambientais negativos gerados pelo turismo em unidades
de conservação. Fonte: Spinola (2006).
Scótolo e Netto (2015) afirmam que o setor turístico tem sofrido impacto
direto com a crescente preocupação com a sustentabilidade e a intensificação
dos estudos sobre as práticas de desenvolvimento que possam garantir o equi-
líbrio de um determinado local em condições de igualdade de usufruto pelas
gerações. Dessa forma, as questões vão além da preservação ambiental do pla-
neta, tratando-se também do desenvolvimento sustentável do turismo, o qual
prevê o crescimento econômico do destino em harmonia com as características
sociais, históricas, culturais e ambientais do local anfitrião. Portanto, o tema
“desenvolvimento local” tem provocado inquietações no setor do turismo.
Pensar em desenvolvimento local é pensar em modificar a situação atual
de uma localidade tornando-a aperfeiçoada, melhorada, aprimorada. Dessa
forma, busca-se compreender o ponto de partida, ou seja, a situação atual da
localidade e traçar os objetivos de desenvolvimento, determinando quais me-
lhorias devem ser feitas, o que deve ser aprimorado e que estado de desenvolvi-
mento se pretende alcançar. Essas questões têm percorrido o meio acadêmico,
político e social desde que a temática do desenvolvimento local passou a ser
discutida em meados de 1980 em países da atual União Europeia (ÁVILA, 2006).
Entretanto, o desenvolvimento local não é corroborado apenas pelo au-
mento da entrada de recursos financeiros em certas localidades através de po-
líticas desenvolvimentistas, uma vez que, ele visa “assinalar os processos que
capítulo 1 • 17
evidenciem a superação dos problemas sociais de sua população, sejam eles de
cunho econômico ou não” (SCÓTOLO e NETTO, 2015).
Algumas estratégias para o desenvolvimento local pontuadas por Buarque
(2008 p.25-26) são:
• Mobilização e exploração das potencialidades locais;
• Contribuir para elevar as oportunidades sociais e a viabilidade e a compe-
titividade da economia local;
• Assegurar a conservação dos recursos naturais locais, pois eles são a base
das suas potencialidades e condição para a qualidade de vida da população local.
Para planejar essas e outras estratégias, Buarque (2008) afirma que se faz
necessária a organização e a mobilização da sociedade local, explorando as
suas capacidades e potencialidades próprias, de modo a criar raízes efetivas na
matriz socioeconômica e cultural da localidade.
Conforme Dias e Cassar (2005), pensar em desenvolvimento turístico local
significa:
Pensar de forma global para atuar localmente. Não se pode pensar numa demanda
turística e limitá-la especialmente; há de se pensar nas possibilidades permanentes
de expansão do fluxo, pois não se pode controlar todo o tempo as variações que ocor-
rem na demanda, e que podem ser motivadas por fatores difíceis de ser determinados
(DIAS e CASSAR, p13).
18 • capítulo 1
• Desenvolver as capacidades, competências e habilidades (CCH) da popu-
lação para estabelecer indicadores que possam conferir se as estratégias estão
sendo consideradas e desenvolvidas.
Indicadores de sucesso
Perspectivas Perspectivas Perspectivas Perspectivas
dos autóctones sociais ambientais dos processos
Necessidades, Qualidade de vida Paisagem; Foco na vocação
e felicidade local;
sonhos e desejos Atmosfera; Cooperação
particulares de Coesão social; Energia;
Educação, saúde e Gerador de valor;
cada comunidade. Água; Instrumentos de
segurança; fiscalização;
Devem ser Resíduos;
Tempo livre; Maarketing e
traçadas antes do Lazer; Flora;
promoção;
início dos projetos. Identidade cultural. Fauna; Sazonalidade.
Perspectiva de infraestrutura Perspectiva dos turistas Perspectiva economica
Trabalho;
Infraestrutura básica; Atributos do destino; Distribuição de renda;
Infraestrutura turística; Qualidade; Politica de preços:
Formação e Sazonalidade; Eficiência de custos;
desenvolvimeto de CCH. Participação; Rentabilidade
Competitividade do destino.
Avaliação
Plano de ação
Acompanahmento-retroalimentação-redirecionamento
Figura 1.2 – Proposta de BSC para o turismo de base comunitária. Fonte: Scótolo e Netto
(2015).
capítulo 1 • 19
1.1.5 O turismo e as cidades
E virou notícia!
Olimpíadas: Brasil sedia jogos pela primeira vez
Em 2016, o Brasil e a América do Sul recebem pela primeira vez os Jogos Olímpicos
e Paralímpicos, a Rio-2016. A competição será realizada na cidade do Rio de Janeiro
durante 17 dias e contará com a participação de 10.500 atletas de 206 países.
20 • capítulo 1
Organizar os Jogos Olímpicos é um desafio para qualquer país. Para uma cidade se
candidatar a hospedar o evento, ela precisa assumir uma série de responsabilidades
na criação da infraestrutura e das instalações dos Jogos, além de garantir a seguran-
ça, o bem-estar e a saúde dos participantes.
É comum dizer que esse grande evento deixa um legado para o país sede. Sediar a
competição pode ser a oportunidade de usar o esporte para trazer uma série de me-
lhorias para a cidade em que ela será realizada, como a criação de redes de transpor-
te e moradias.
Uma das Olimpíadas mais bem-sucedidas aconteceu na cidade de Barcelona, na
Espanha, em 1992. O evento trouxe uma boa imagem para o país e contribuiu para
incrementar o turismo. Os Jogos de 2012, realizados em Londres, na Inglaterra, tam-
bém deixaram um legado positivo, principalmente por recuperar uma das regiões mais
degradadas da cidade. A área do evento ganhou o maior parque urbano do Reino
Unido e foram criados novos bairros, linhas de metrô, estabelecimentos comerciais e
serviços. Tudo construído de forma sustentável.
No entanto, os Jogos já trouxeram prejuízos e por isso muitos debatem suas vanta-
gens. Em 2004, o governo grego investiu 9 bilhões de euros para realizar a competi-
ção. Parte do dinheiro foi desperdiçada porque muitas obras construídas hoje estão
abandonadas. Outro exemplo é a Olimpíada de Montreal, no Canadá (1976). O evento
custou 400% a mais do que o previsto e a cidade canadense quase foi à falência:
precisou de 30 anos para pagar as dívidas.
A cidade do Rio de Janeiro foi escolhida como sede do evento em 2009 e teve sete
anos para se preparar. Foram construídos ginásios, parques, prédios para acomodar
os atletas e uma nova infraestrutura de transporte público. O principal investimento
foi para o Parque Olímpico, onde serão disputadas 16 modalidades esportivas. Após
2016, o local será usado para a formação de novos atletas e algumas instalações
serão transformadas em escolas, parques e escritórios.
O governo federal espera que os Jogos Olímpicos deixem como legado principal a ex-
pansão do turismo no Brasil e o fortalecimento da imagem positiva do Rio de Janeiro
como destino de viagem. São esperados 350 mil turistas na cidade carioca.
O evento também traz a oportunidade de mostrar a cultura brasileira para o mundo.
Ao longo da história dos Jogos Olímpicos, as cerimônias de abertura e de encerra-
mento passaram a ser um convite ao turista para conhecer a cultura do país anfitrião,
mostrada em espetáculos que unem música, dança e teatro. Imagens que serão
transmitidas pela televisão, internet, jornais e revistas do mundo todo.
capítulo 1 • 21
A cultura brasileira também está presente nos mascotes criados para a Rio-2016. Eles
foram batizados com nomes de dois grandes artistas: Tom Jobim e Vinicius de Moraes.
O mascote Vinicius representa uma mistura de todos os bichos brasileiros. O outro é
Tom, uma criatura mágica inspirada nas plantas das florestas brasileiras.
Disponível em:< http://vestibular.uol.com.br/resumo-das-disciplinas/atualidades/olim-
piadas-brasil-sedia-jogos-pela-primeira-vez.htm/2016/5/9>.
Seja por motivo de lazer, trabalho, estudos, busca de saúde etc., o turismo
implica em deslocamentos de pessoas e consequentemente geram custos e
movimentam a economia. Assim, o turismo tem sido relacionado às práticas
econômicas e apontado como uma atividade importante em regiões economi-
camente “subdesenvolvidas” e que produzem ou possam produzir algum inte-
resse turístico em viajantes (SCÓTOLO e NETTO, 2015).
Neste capítulo serão abordados alguns conceitos fundamentais para a com-
preensão do turismo como um fenômeno que está sempre relacionado à reali-
dade concreta do enquadramento na área de negócios.
1 Essa definição foi sistematizada ao longo de 2006-2008, período em que a OMT e a Divisão de Estatísticas da ONU
revisaram conjuntamente o conteúdo de dois manuais fundamentais da OMT – o Tourism Satellite Account: Recommended
Methodological Framework (TSA-RMF), que fora adotado pela Comissão de Estatísticas da ONU no ano 2000 – e o
RTS 1993. Como resultado desta empreitada, em 2008 consolidaram-se o TSA-RMF 2008 (Tourism Satellite Account:
Recommended Methodological Framework) e o IRTS 2008 (International Recommendations for Tourism Statistics), logo a
seguir adotados pela Comissão de Estatísticas na sua 39ª sessão, em fevereiro de 2008. (PACKMAN, 2014).
22 • capítulo 1
O turismo, enquanto fenômeno impulsionado pela demanda refere-se às ativida-
des dos visitantes e a seu papel na aquisição de bens e serviços. Também pode
ser considerado a partir da perspectiva da oferta, e nesse caso o turismo passa a
ser entendido como um conjunto de atividades produtivas concebidas para atender
fundamentalmente os visitantes. Um visitante é uma pessoa que viaja a um destino
principal diferente ao de seu entorno habitual, com duração inferior a um ano, com
qualquer finalidade principal (lazer, negócios ou outro motivo pessoal) que não seja
ser empregado por uma entidade residente no país ou lugar visitado. (OMT, 2010).
O termo viagem se refere à atividade dos viajantes, sendo estes definidos como
aqueles que se movem entre diferentes localidades geográficas por determina-
do propósito e por um determinado período de tempo.
Viagens realizadas entre localidades do território nacional de origem do via-
jante são denominadas viagens domésticas. Viagens realizadas entre localida-
des que não são as de origem do viajante são denominadas viagens de entrada
(inbound travel). Por fim, viagens de saída (outbound travel), são viagens para
além das fronteiras do país de origem, podem ser turismo emissivo ou recepti-
vo. Em outras palavras, enquanto as viagens domésticas e as viagens outbound
se referem a deixar a localidade de origem por determinado período de tempo
e retornar a ela, na viagem inbound, o viajante parte de um país que não é seu
país de origem e se dirige a outra localidade fora de seu país de origem.
Um visitante é aquele que se dirige a um destino incomum ao seu ambiente
habitual, por um período menor que um ano, por qualquer razão (seja ela, a
trabalho, a lazer ou qualquer outro proposito pessoal). Essas viagens realizadas
por visitantes são definidas como viagens turísticas, e turismo se refere à ativi-
dade desempenhada pelos visitantes.
capítulo 1 • 23
Turismo
emissivo: Turismo Interno:
brasileiros
viajando para o Turismo
exterior receptivo
+
BRASIL Turismo
Turismo domésticos
doméstico:
brasileiros
viajando dentro
OCEANO do Brasil Turismo
PACÍFICO OCEANO Nacional:
ATLÂNTICO
Turismo Turismo
receptivo: emissivo
estrangeiros +
visitando o Turismo
Brasil domésticos
Turismo internacional:
movimento dos visitantes
entre os diferentes países
Um visitante será considerado como turista se sua viagem incluir uma perma-
nência de pelo menos 24 horas, bem como, a ocupação de um alojamento cole-
tivo ou individual no lugar visitado, por exemplo, pessoas que saem das grandes
cidades no sábado pela manhã, pernoitam em cidades do interior e retornam
no domingo ao final do dia, também podem ser considerados turistas jovens
que estudam e moram nas grandes cidades e visitam os pais nos feriados pro-
longados. As formas básicas de turismo são:
• Turismo interno: compreende tanto o turismo doméstico quanto o
inbound, pois se refere às atividades dos visitantes residentes e não residentes
que ocorrem nos limites de um mesmo país. Exemplo: viagens realizadas pelos
paulistas para o nordeste a lazer, a negócios ou a visitas a parentes e amigos.
• Turismo nacional: compreende tanto o turismo doméstico quanto o
outbound, uma vez que faz referência às atividades de visitantes dentro e fora
das fronteiras de seu país de origem. Exemplo: viagem de São Paulo para a
Bahia e retorno a São Paulo após 7 dias, ou, viagem do Brasil a Miami e retorno
ao Brasil após 15 dias.
• Turismo internacional: compreende tanto o turismo outbound, quanto o
inbound, pois compreende o movimento de visitantes entre diferentes países.
24 • capítulo 1
1.2.4 Características da demanda
A ONU/OMT (2010)2 considera que uma viagem pode ser classificada de acordo
com as características socioeconômicas do visitante. Dessa forma, é essencial
à empresa de turismo, coletar as características pessoais de seu mercado-alvo,
uma vez que ele é o centro da atividade turística.
As características socioeconômicas dos turistas ressaltadas pela ONU/OMT
(2010) são: sexo, idade, poder aquisitivo, ocupação, renda familiar, educação.
Além disso, é interessante que a empresa de turismo conheça o propósito da
viagem de seu mercado-alvo, uma vez que esse conhecimento possibilitará à
empresa delinear estratégias e esforços de marketing para atender adequada-
mente a demanda. Os propósitos dos viajantes podem ser:
• Pessoais: lazer e recreação; visitas a amigos e parentes; educação e treina-
mento; cuidados com a saúde; peregrinações religiosas; compras; trânsito (com-
pras em um lugar que faz parte da rota para chegar ao lugar de destino: são as “pa-
radas” nas viagens); e, outros (trabalhos voluntários e pesquisas por emprego);
• Profissionais ou a negócio: reuniões e convenções, treinamentos, congres-
sos, vendas e compras; trabalhos artísticos (orquestra, shows, peças teatrais);
E VIROU NOTÍCIA!
Brasil contabiliza recorde de desembarques internacionais em 2015
Os aeroportos brasileiros tiveram cerca de 10,5 mil desembarques internacionais em
2015, conforme dados da Anac (Agência Nacional de Aviação Civil) e da Infraero
(Empresa Brasileira de Infraestrutura Aeroportuária). O número é recorde e represen-
ta um crescimento de 0,7% em relação a 2014.
capítulo 1 • 25
“O turismo no Brasil tem um enorme potencial para transformar-se em um dos princi-
pais vetores do desenvolvimento econômico do País”, comentou Alessandro Teixeira,
ex-ministro do Turismo. Em 2003, os aeroportos brasileiros registraram 5,3 milhões
de desembarques de passageiros nos voos internacionais.
Ainda conforme a pesquisa, o mercado doméstico registrou uma leve retração. Em
2015, foram 94,3 milhões de desembarques de passageiros em voos nacionais, uma
queda de 0,3% em relação ao ano anterior, quando o número ficou em 94,7 milhões.
De acordo com a equipe técnica, a redução não significa necessariamente o desaque-
cimento do setor, mas uma adequação do consumidor à nova realidade econômica.
Segundo a pesquisa Sondagem do Consumidor - intenção de viagem, do MTur (Minis-
tério do Turismo), tem crescido a intenção de viagens com deslocamentos terrestres.
Em março, 24,7% dos entrevistados afirmaram ter a expectativa de viajar de carro nos
próximos seis meses.
Disponível em: <http://www.hoteliernews.com.br/noticias/brasil-contabiliza-recor-
de-de-desembarques-internacionais-em-2015-70604>. Acesso em: 14 maio 2016.
Mercado em desaquecimento.
Conforme Cine, Gastal (2010), a história do turismo foi marcada por três mar-
cos históricos fundamentais, os quais são: as peregrinações na Idade Média, o
Grand Tour, e a figura de Thomas Cook. Tais marcos históricos serão aborda-
dos nos próximos tópicos.
26 • capítulo 1
1.2.5.2 O Grand Tour
capítulo 1 • 27
Como a iniciativa teve sucesso, Cook resolveu transformá-la em negócio,
criando uma empresa que oferecia pacotes de viagem e circuitos turísticos na
Inglaterra. A grande contribuição de Cook foi oferecer a organização de uma
viagem completa, isto é, transporte, acomodação e atividades no local de desti-
no (DIAS e CASSAR, 2005).
A partir da segunda metade do século XX, período Pós Segunda Guerra
Mundial, o turismo passou a crescer mais rapidamente que a atividade indus-
trial. Com o desenvolvimento da aviação, torna-se possível ampliar o leque de
destinos turísticos.
Com a popularização do turismo, essa atividade passa a incorporar nos há-
bitos e costumes de todas as classes sociais dos países industrializados. Dessa
forma, surge a “indústria de serviços” controlada por agências de turismo. Dias
e Cassar (2005 p.64), apontam alguns fatores principais para o advento do tu-
rismo de massa:
• Crescimento econômico dos países capitalistas;
• Período de paz relativa do pós-Guerra;
• Modernização e facilidade de acesso aos meios de transportes de viajan-
tes principalmente o automóvel e o avião;
• Diminuição da qualidade de vida urbana pela alta densidade populacio-
nal dos grandes centros;
• Investimentos em infraestrutura relacionada com o transporte;
• Aparecimento dos operadores turísticos e desenvolvimento das agências
de viagem;
• Incremento do consumismo;
• Aumento da oferta de alojamentos turísticos;
• Liberalização do movimento de pessoas entre os países capitalistas;
• Férias remuneradas à classe trabalhadora;
• Menor inclinação à poupança;
• Simplificação dos trâmites aduaneiros;
• Emancipação da mulher;
• Relativa estabilidade político-social;
• Rejuvenescimento dos velhos e antecipação da aposentadoria.
28 • capítulo 1
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VALDÉS, J. Á. Marketing estratégico e estratégia competitiva de empresas turísticas. 2003.
Tese de Doutorado. Universidade de São Paulo, 2003.
30 • capítulo 1
2
Introdução ao
marketing de
serviços
2. Introdução ao marketing de serviços
De acordo com Cobra (1986), “Marketing é uma expressão anglo saxônica deriva-
da da palavra mercari, do latim, que significa comércio, ou ato de mercar, tran-
sacionar ou comercializar. ” Em inglês a palavra market significa mercado3, o lo-
cal onde são negociados produtos. A definição aqui utilizada é a de Kotler (2001,
p.30) o qual define o Marketing como um “processo social por meio do qual pes-
3 Reis (2009) sumariza o conceito de mercado como “o espaço onde se encontram compradores e vendedores
para a realização de uma transação comercial. Como esse espaço não precisa ser necessariamente uma área
física, a noção de mercado é ampla, pois engloba clientes, vendedores, produtos, relações de consumo e práticas
comerciais. Para que exista o mercado, são necessários três elementos: uma necessidade; o desejo de satisfazê-
la; e, a capacidade de compra, definida pelo poder aquisitivo (capacidade de aquisição – compra – de bens por um
indivíduo ou grupo de indivíduos.
32 • capítulo 2
soas e grupo de pessoas obtêm aquilo de que necessitam e o que desejam com
a criação, oferta e livre negociação de produtos e serviços de valor com outros. ”
Dessa forma, o marketing tem o papel principal de descobrir e entender as
necessidades de um grupo de pessoas, e supri-las da melhor forma possível.
Dessa forma, ferramentas e técnicas são usadas para identificar a necessidade e
criar algo para atendê-la de tal forma que o produto ou serviço se venda sozinho.
Para Peter Drucker (apud Kotler, 2001), a meta do marketing é tornar a ven-
da dispensável, pois se conhece e compreende tão bem o cliente que o produto
ou serviço irá se adaptar a ele de tal forma que se tornará indispensável. Assim,
planejar esforços para que se atinja essa meta é o papel principal do marketing.
Kotler (2001, p.30) também conceitua que a administração de marketing
“é o processo de planejar e executar a concepção, a determinação de preço, a
promoção e a distribuição de ideias, bens e serviços para crias negociações que
satisfaçam metas individuais e organizacionais”.
Por ter a como função básica, suprir as necessidades de um grupo de pes-
soas, as tarefas de marketing voltam-se para a compreensão das necessida-
des do seu mercado-alvo, pois elas são a causa que leva uma pessoa a buscar
um produto. Dessa forma, por meio do fluxo de bens e serviços, as pessoas
conseguem ter suas necessidades por produtos e serviços atendidas. Para tan-
to elas precisam ter acesso a canais de distribuição que os disponibilizem em
locais onde possam ser encontrados e adquiridos.
Dias e Cassar (2005, p.27) pontuam ainda que “os produtos devem ter carac-
terísticas que vão ao encontro das necessidades daqueles que os consumirão –
tanto do ponto de vista do preço, como dos benefícios que o produto ou serviço
será capaz de proporcionar ao seu consumidor”. Ainda se faz necessário infor-
mar ao cliente, através dos sistemas de informação adequados, quais produtos
lhes serão oferecidos.
O marketing, como área econômica e social, surgiu no início do século XX, ana-
lisando a produção, distribuição e processos de fixação de preços de produtos
agrícolas, sendo que seu desenvolvimento como disciplina administrativa,
iniciou em 1848, junto à Associação de Marketing Americana (apud VALDÉS,
2003), a qual definiu marketing como “(...) o desempenho de atividades de ne-
gócios, dirigidas para incidentes sobre o fluxo de bens e serviços do produtor
para o consumidor ou usuário”.
capítulo 2 • 33
Valdés (2003) aponta ainda que a trajetória do marketing pode ser dividida
em três etapas:
1ª etapa – oferta inferior à demanda: Nessa etapa, por ter o mercado garanti-
do devido à maior procura do que oferta, a função do marketing é apenas garan-
tir a produção. O turismo viveu essa etapa na década de 1950, quando começou
a se transformar num fenômeno de massas.
2ª etapa – oferta igual à demanda: Com o aumento da oferta de bens e ser-
viços ocasionados, principalmente pelo progresso dos transportes, das tecno-
logias de comunicação e da distribuição de produtos fabricados, a função do
marketing passa a se concentrar na racionalização dos processos de produção,
uma vez que, a maior vantagem competitiva das empresas dessa época era a
fabricação padronizada de produtos, buscando diminuir os custos de produ-
ção. O turismo experimentou essa etapa na década de 1970, quando se verificou
uma extraordinária expansão da oferta turística .
3ª etapa – oferta superior à demanda: Essa etapa é marcada pela superoferta
e pelo consumo de massa. Nessa etapa, diversos lugares turísticos entraram em
declínio, pois o turista deseja visitar outras localidades turísticas que estão à
sua disposição. A partir dessa etapa, o marketing assume um papel estratégico.
Conforme Madruga et. al. (2011), o marketing talvez seja a mais importante
função gerencial das empresas modernas e suas técnicas devem sempre consi-
derar o contexto da organização, isto é, as peculiaridades do tempo, do espaço,
34 • capítulo 2
da cultura, dos hábitos, das tradições e crenças, bem como das necessidades
particulares daquela sociedade e de cada um e seus segmentos. O autor utiliza-
se ainda da metáfora do software para se referir ao marketing contemporâneo,
uma vez que, para funcionar bem, esse mecanismo deve ser compatível com seu
respectivo sistema operacional e considerar a preferência dos seus usuários.
Voltando o foco para o turismo, Dias, Cassar (2005) afirmam que no mundo
globalizado de constantes transformações, os fornecedores de serviços precisam
se engajar numa permanente atualização segundo às novas exigências e realida-
des do mercado turístico e, também segundo às novas perspectivas da demanda.
E virou notícia!
Turismo de Macau escolhe solução da Travelport para
desenvolver campanhas de marketing
O departamento de Turismo do Governo de Macau contratou a utilização da pla-
taforma de comércio da Travelport e as suas soluções de mídia digital para o de-
senvolvimento de campanhas de atração de visitantes do Médio Oriente e África. A
contratação da Travelport, segundo avançou Betty Fok, responsável de Marketing do
Turismo de Macau salientou que o objetivo do departamento é "capitalizar o profundo
conhecimento, tecnologia e alcance global da Travelport para apresentarmos Macau
como um destino excitante, próspero e vibrante".
Anna Au-Yeung, responsável global de Marketing da Travelport, salientou, por sua vez,
que a Digital Media Solutions da companhia têm um "forte histórico de promover campa-
nhas de marketing em sucedidas" e que, nesse sentido, está confiante que o Turismo de
Macau "verá fantásticos resultados deste impulso". A companhia refere-se à sua informa-
ção que as suas Digital Media Solutions são um dos elementos-chave da sua aposta na
área que designa por Beyond Air, significando além da aviação, e que engloba os seus
produtos e serviços de pagamentos, alojamento, publicidade e comércio mobile.
A Travelport aponta como ferramentas de marketing de "forte im
pacto" as que designam por Travelport Headlines, Sign-On Messages e Electronic
Direct Mail e que, afirma, ajudam os fornecedores de serviços de viagens e organiza-
ções "a aumentarem receita maximizando as comunicações através da rede global da
companhia e permitindo-lhes distribuir mensagens dirigidas de vendas e promoções
que "influenciam decisões de compra, antes, durante e além-ponto de venda".
No caso do contrato com o Turismo de Macau, a Travelport diz que mensagens
capítulo 2 • 35
formatadas à caracterização dos destinatários serão apresentadas nos monitores de
agências de viagens seleccionadas, promovendo Macau como destino a não perder
na Ásia. "Como parte desta campanha, haverá também uma competição on-line para
os agentes de viagens no sentido de estimulá-los a interessarem-se e a aumentarem
o seu conhecimento sobre Macau", acrescenta a informação.
Disponível em: <http://www.presstur.com/empresas-negocios/agencias-
operadores/turismo-de-macau-escolhe-solucao-da-travelport-para-desenvolver-
campanhas-de-marketing/2016/4/13>. Acesso em: 15 maio 2016.
36 • capítulo 2
1. resumo da análise da situação do contexto, isto é, assuntos gerais, aná-
lise do consumidor e análise de oportunidades;
2. conjunto de objetivos, tais como, de vendas, das metas de lucrativida-
de, bem como das expectativas do consumidor;
3. descrição de estratégia detalhada sobre onde se encontrará a vantagem
competitiva e como as variáveis de marketing serão combinadas para alcançar
o impacto financeiro;
4. conjunto de procedimentos para monitoramento e controle do plano
por meio de feedback sobre resultados.
I. ANÁLISE DA SITUAÇÃO
a. Análise do mercado
b. Análise do consumidor
c. Análise competitiva
d. Análise de oportunidade
II. OBJETIVOS
a. Objetivos de vendas
b. Objetivos de lucratividade
c. Objetivos de consumidor
III. ESTRATÉGIA
a. Estratégia global
b. Variáveis de marketing mix
c. Demonstrativo de impacto financeiro
IV. MONITORAMENTO E CONTROLE
a. Análise de desempenho
b. Feedback de dados do consumidor
capítulo 2 • 37
2.2 Administração de serviços
Kotler (2010) afirma que o setor de serviços é muito variado e está presente nos
três setores da economia, isto é, no setor governamental (tribunais, hospitais,
serviços militares, correios, escolas, etc.), no setor empresarial (telefonia, com-
panhias aéreas, bancos, consultorias, serviços delivery, turismo, cerimonial,
etc.) e no terceiro setor através das ONGs (museus, instituições de caridade,
igrejas, fundações, associações etc.).
O autor define serviço como: “qualquer ato ou desempenho, essencialmen-
te intangível, que uma parte pode oferecer à outra e que não resulta na proprie-
dade de nada. A execução de um serviço pode estar ou não ligada a um produto
concreto” (KOTLER, 2010. p. 448).
Kahtalian (2002, p. 20), por sua vez, afirma que serviço pode ser definido
como “um desempenho essencialmente intangível, que não resulta na proprie-
dade de algo. O serviço pode ou não estar ligado a um produto físico”. Dessa
forma, a autora conclui que os serviços são desempenhos no tempo e no espaço
que geram valor para o cliente, por meio de uma transformação, uma experiên-
cia de serviço.
Quando consideramos as categorias de tangibilidade da oferta, podemos
encontrar cinco grupos:
• Bem tangível: a oferta consiste num bem tangível, não há nenhum tipo
de serviço associado ao produto;
38 • capítulo 2
• Bem tangível associado a serviços: a oferta consiste em um bem tangí-
vel associado a um ou mais serviços. Cabe considerar que quanto mais sofisti-
cado, complexo, é o produto, mais as vendas da qualidade e da disponibilidade
de serviços ao consumidor;
• Híbrida: a oferta consiste tanto em bens quanto em serviços. Por exem-
plo, as pessoas frequentam restaurantes tanto pela comida como pelo servi-
ço oferecido;
• Serviço principal associado a bens ou serviços secundários: a oferta
consiste em um serviço principal com serviços adicionais ou bens de apoio.
Por exemplo, em hotéis, os viajantes compram o serviço de hospedagem, o qual
pode incluir café da manhã, serviços de transporte, etc;
• Serviço puro: a oferta consiste no serviço.
E virou notícia!
Setor de serviços é de extrema importância para o comércio
exterior, afirmam especialistas
Em um cenário geral das exportações mundiais, Guilherme Castanho Franco Montoro,
chefe do Departamento Regional Sul do BNDES (Banco Nacional de Desenvolvi-
mento Econômico e Social) mostrou dados que apontam que o valor das exportações
mundiais de serviços registrou alta de 133% no período de 2003 a 2012. Já o Brasil
teve aumento de 281%, de acordo com UNCTAD (United Nations Conference on
Trade and Development) e do BCB (Banco Central do Brasil). “Isso mostra que há ex-
pansão para a dinâmica de crescimento para as exportações de serviços no mercado
interno brasileiro”, disse.
Montoro disse ainda ser importante o estímulo a fóruns como esse, “porque sem sub-
sídios do setor privado, o interesse, a vontade e a dinâmica do setor público não serão
suficientes para realizar essa internacionalização”. Destacou, por fim, o compromisso
do banco em contribuir com o setor privado para trazer mais competitividade para o
Brasil “através de práticas e serviços em conjunto com o setor privado”.
Casos de sucesso
Para ilustrar a parceria entre os setores público e privado, a Diretora de Competitividade
do Ministério do Comércio, Edna Cesetti, mostra como foi a experiência de transferir
suas atividades para mercados externos, entre elas a MK Arquitetura, com forte partici-
pação na América Latina, e a cadeia de restaurantes Giraffas, original de Brasília, DF.
capítulo 2 • 39
Edna enfatizou que a AEB (Associação de Comércio Exterior do Brasil) tem feito con-
tribuições bastante valiosas, afirmando que o governo, sozinho, não conseguiria levar
adiante tantas iniciativas, de modo que as parcerias para operações internacionais
representam grandes aprendizados, alinhamento e estratégia de negócios.
Realçou também compromisso da Secretaria da Camex com a internacionalização
das atividades brasileiras – ou estabelecimento de empresas no exterior –, por meio
da retomada de um grupo de trabalho que garante às empresas as condições mais
adequadas para trabalhar mercados externos.
Disponível em: <http://www.fiorde.com.br/wordpress/blog/setor-de-ser-
vicos-e-de-extrema-importancia-para-o-comercio-exterior-afirmam-especialis-
tas/2016/4/22>. Acesso em: 15 maio 2016.
Diversos autores (KOTLER, 2000; KAHTALIAN, 2002; DIAS, CASSAR, 2005) tra-
zem que as principais características dos serviços, que afetam enormemente a
elaboração de programas de marketing, são: intangibilidade, inseparabilidade,
variabilidade e perecibilidade.
Dessa forma, cada uma dessas características, bem como suas implicações
estratégicas, será abordado nos tópicos seguinte.
2.2.2.1 Intangibilidade
Por serem intangíveis, os serviços não são palpáveis. Entretanto Kahtalian
(2002, p. 23) ressalta que, “embora seja essencialmente intangível, todo serviço
possui diversos elementos tangíveis – palpáveis, perceptíveis (...) que funcio-
nam como evidências do serviço. Por exemplo, numa escola, o ambiente físico,
os materiais utilizados em sala (...) e as pessoas, são elementos tangíveis.”
Dessa forma, esses elementos tangíveis que acompanham os serviços são
considerados pelo cliente como pistas e sugestões de como o serviço deve ser. Por
isso, a tarefa do administrador de serviços é administrar as evidências, para dei-
xar “tangível o intangível”. Portanto, o objetivo dos profissionais de marketing de
serviços é agregar evidencias e imagens concretas a ofertas abstratas. Entretanto,
é preciso considerar que os elementos tangíveis de um serviço estão na esfera do
40 • capítulo 2
parecer e não do ser, isto é, eles cumprem o papel da sedução, da transferência
da confiança. Somente o próprio serviço é que irá validar a promessa e, então,
iremos não apenas parecer, mas também ser um serviço de qualidade.
2.2.2.2 Inseparabilidade
De modo geral, os serviços são produtos e consumidos simultaneamente. Isso
pode ser ilustrado no caso de uma consulta ao médico: ao mesmo tempo que
o médico “produz” sua consulta, o paciente a “consome” como cliente do ser-
viço. Dessa forma, percebe-se que uma característica importante dos serviços
é que, a pessoa encarregada de prestar o serviço é parte do serviço, esse fato
acarreta em algumas implicações trazidas por Kahtalian (2002):
• O prestador de serviços como “fábrica do serviço” diante do cliente será
julgado por tudo o que fizer ou deixar de fazer;
• O cliente interfere na produção do serviço com sua participação. Na ver-
dade, ele “coproduz” o serviço, pois o ambiente de produção do serviço não é
controlado e depende/precisa da interação do cliente. Assim, ele também pre-
cisa ser educado sobre o serviço e precisa, minimamente, aprender sobre ele;
• Não há uma segunda chance para o prestador, pois o serviço tem que ser
adequado no momento em que o cliente necessita. Se alguém errar, pode não
ter uma segunda chance, pois a “fábrica” não terá sido capaz de entregar o que
o cliente queria no momento em que ele precisava.
2.2.2.3 Variabilidade
Pelo fato de dependerem de quem os fornecem além de onde e quando serão
fornecidos, os serviços são altamente variáveis. Dias e Cassar (2005) afirmam
que a execução de um serviço pode ser comparada à confecção de um produto
artesanal, em que as formas e as características do produto dependem, princi-
palmente, da habilidade do profissional que o elabora.
Por conhecerem a variabilidade dos serviços, seus compradores frequente-
mente se informam com outros compradores antes de decidirem por um pres-
tador de serviços. Dessa forma, as empresas prestadoras de serviço podem to-
mar três providencias visando o controle da qualidade:
1. Investir em processos de recrutamento/seleção e treinamento – re-
crutar os funcionários adequados e oferecer a eles um excelente treinamento.
São providências essenciais, independentemente do nível de habilidade dos
profissionais.
capítulo 2 • 41
2. Padronizar o processo de execução do serviço em todos os setores da
organização – essa padronização pode ser facilitada pelo preparo de um projeto
de serviços que simule ocorrências e processos por meio de um fluxograma,
com o objetivo de detectar falhas potenciais.
3. Acompanhamento da satisfação do cliente por meio de sistemas de su-
gestão e reclamação, pesquisas com clientes e comparação com concorrentes.
(KOTLER, 2000).
E virou notícia!
Projeto federal visa melhorar serviços públicos
Programa lançado pelo Governo Federal fomenta o uso de tecnologias na melhoria
de serviços públicos. A apresentação aconteceu ontem na Universidade Federal
do Ceará.
Conectar múltiplos objetos com a Internet para otimizar atividades é rotina dos mais
apressados. Esta interatividade, chamada de Internet das Coisas (do inglês Internet of
Things, ou IoT), já é presente, mas pode ser ampliada. Para estimular pesquisas neste
segmento, o ministro das Comunicações, André Figueiredo (PDT-CE), esteve ontem
no Centro de Tecnologia da Universidade Federal do Ceará (UFC) para lançar plata-
forma que incentiva o uso de tecnologias no desenvolvimento de espaços urbanos.
O projeto, denominado de Plataforma IoT, pretende juntar todos os estudos em áreas
tecnológicas para progredir com mecanismos que direcionem os municípios para o
conceito mais próximo de Cidades Inteligentes. De acordo com o ministro, o programa
dará mais qualidade de vida aos cidadãos, principalmente na melhoria dos setores de
Mobilidade Urbana, Saúde e Segurança Pública.
A plataforma integra o plano Brasil Inteligente (BI) — antigo Programa Nacional de
Banda Larga (PNBL) —, iniciativa do Governo Federal para ampliar o acesso à banda
larga, incluindo a Internet 5G pelo País. Segundo Figueiredo, o aporte do BI é de R$
600 milhões, e as regiões Norte, Nordeste e Centro-Oeste terão acesso a R$ 240
milhões. Além deste montante, Figueiredo afirma que R$ 35 milhões serão direciona-
dos a cinco instituições para difundir pesquisas da Plataforma IoT.
42 • capítulo 2
Parcerias
Os estudos serão feitos por um consórcio entre o Centro de Pesquisas e Desenvol-
vimento de Telecomunicações (CPqD), o Instituto Atlântico, o Centro de Tecnologia
da Informação Renato Archer, a Fundação de Apoio à Capacitação em Tecnologia da
Informação (Facti) e a UFC, por meio do Grupo de Pesquisa em Telecomunicações
sem Fio (GTel).
Conforme o professor e coordenador do GTel, Rodrigo Cavalcanti, haverá uma divisão
de responsabilidade entre as instituições durante os três anos esperados para a
pesquisa. “Teremos professores e alunos que não só vão desenvolver tecnologia, mas
trocar conhecimento com o setor produtivo e dinamizar o papel da universidade, de
ensino, pesquisa e extensão”.
Cavalcanti diz, ainda, que as principais aplicações do programa podem ir desde o
provimento de informações em tempo real de tráfego para transportes públicos, com
desenhos de novas rotas, a sistemas de vigilância com comunicação sem fio. Ele
acredita que 30 bilhões de dispositivos poderão se interconectar à rede ao longo dos
próximos cinco anos.
Disponível em <: http://www.opovo.com.br/app/opovo/cotidiano/2016/05/06/
noticiasjornalcotidiano,3610855/projeto-federal-visa-melhorar-servicos-publicos.
shtml>. Acesso em: 15 maio 2016.
2.2.2.4 Perecibilidade
Produtos são perecíveis, isto é, não podem ser estocados. Dessa forma, eles são
temporais, prestados num tempo e local precisos. Kotler (2002) afirma que a
perecibilidade dos serviços não é um problema quando a demanda é estável.
Porém quando a demanda oscila, passa a existir uma pressão e uma necessida-
de de encontrar um ponto ótimo entre a oferta e a demanda do serviço. Ou seja,
o grande problema é como administrar a demanda de um serviço (KAHTARIAN,
2002). Por exemplo: Se houver apenas 1 ou 100 passageiros, o custo do voo será
praticamente o mesmo; um hotel que não conseguir vender suas diárias não
irá recuperá-las na semana seguinte, isto é, a semana não vendida representará
um faturamento definitivamente perdido.
Dessa forma, Kotler (2000) traz algumas estratégias para estabelecer um me-
lhor equilíbrio entre demanda e oferta em uma empresa prestadora de serviços:
capítulo 2 • 43
• Preços diferenciados transferirão alguma demanda de períodos de pico
para períodos de baixa, por ex.: empresas oferecem descontos em ingressos do
cinema para alguns dias da semana.
• Serviços complementares podem ser desenvolvidos durante os períodos
de pico a fim de oferecer alternativas a clientes que estejam esperando por ex.:
caixas eletrônicos em bancos.
• Desenvolver sistemas de reserva para gerenciar os picos de demanda.
• Contratação de funcionário que trabalhe meio período para atender o
pico da demanda.
• Rotinas de eficiência para o horário de pico podem ser introduzidas, onde
os funcionários desempenham apenas tarefas essenciais durante os períodos
de pico.
• Estímulo a uma maior participação do cliente por ex.: os clientes preen-
chem suas fichas no consultório médico ou embalam suas compras nos
supermercados.
44 • capítulo 2
• Pessoas: um aspecto importante dos serviços é que eles são realizados na
interação do cliente com os profissionais, gerando no cliente, a experiência.
Dessa forma, a natureza da interação entre profissional e consumidor determi-
nará a percepção de qualidade que se guarda do processo vivenciado.
• Promoção e educação: enquanto promoção representa o esforço com-
preendido para tornar o produto conhecido pelo seu público-alvo, a educação
fornece ao consumidor o conhecimento sobre os benefícios do produto. Essa é
a condição básica a fidelização do cliente.
• Evidência física: é utilizada para caracterizar os aspectos visuais e per-
ceptíveis que irão criar no cliente uma impressão favorável sobre o produto. O
cuidado com as instalações, a beleza física, a iluminação, o design e a moder-
nidade fornecem evidencias tangíveis sobre a qualidade do produto. Dessa for-
ma, uma localidade urbanisticamente bem planejada proporciona um impacto
profundo sobre as impressões do consumidor-turista.
• Preço e outros custos do serviço: a avaliação do preço do serviço em si
não é o único elemento a ser analisado em relação ao seu custo para o cliente.
Muitas vezes o maior custo do cliente é o seu tempo perdido, o esforço físico e
mental ou experiências sensoriais negativas.
capítulo 2 • 45
hotel, no estado de conservação para os atrativos etc. Já a intangibilidade, que
se constitui no aspecto fundamental do produto turístico, é formada pelo con-
junto das expectativas geradas pelo produto turístico no consumidor em po-
tencial. Esse aspecto de intangibilidade faz com que, de um modo geral, haja
um componente de insegurança na compra de um produto turístico, pois será
consumido posteriormente, gerando uma expectativa e uma construção men-
tal antecipadas do que se usufruirá. Nesse sentido, o atendimento a uma expec-
tativa dependerá de vários fatores que configuram o produto turístico, a partir
do momento em que o consumidor-turista se desloca de sua residência rumo
ao destino e dele retorna sem contratempos.
Os autores pontuam ainda que uma forma de contribuir para que o con-
sumidor-turista vá formando, mentalmente, uma ideia do produto que adqui-
riu (tornando-o mais “tangível” para o cliente, é a distribuição de folhetos com
imagens do destino, dos alojamentos, da cidade dos principais atrativos, pági-
nas na internet, etc. “Dessa forma, as incertezas serão reduzidas, e a construção
‘mental’ realizada pelo turista se aproximará cada vez mais da realidade, dimi-
nuindo, com isso, a quebra de expectativas quando do consumo efetivo” (DIAS
e CASSAR, 2005 p. 82).
Dessa forma, Marcon e Sales (2004) ressaltam que a imagem se faz fundamen-
tal para os planejadores uma vez que desenvolver a interpretação dos bens exis-
tentes em um local (e, aqui entendemos tais bens como componentes da paisa-
gem turística num sentido mais amplo) que tenha suas atividades voltadas para
atividades turísticas é uma forma de mostrar o valor do patrimônio existente,
diferenciando-o dos demais. Castrogiovanni (2003, apud Marcon e Sales, 2004)
afirmam que além da percepção através dos sentidos, captamos a paisagem de
modo formal ou informal, através do senso comum ou de forma organizada.
O quadro a seguir destaca a importância da imagem para o produto turístico:
46 • capítulo 2
associações e informações ligadas ao mesmo e são produto da essência que se
tira através dos dados, impressões, crenças e ideias que as pessoas têm sobre ele.
Dobni e Zinkhan (apud SOLHA, 1999, p.10) conceituam imagem complementando a
definição dos autores no sentido de lhe agregar um valor emocional: “um fenômeno
perceptivo formado pelas interpretações racionais e emocionais dos consumidores e
tem ambos componentes cognitivos (crenças) e afetivos (sentimentos)”.
A imagem turística é construída a partir do conhecimento prévio que os indivíduos
possuem sobre determinado lugar, das informações adquiridas quando da decisão por
empreender a viagem a tal destino e, finalmente, da qualidade da experiência vivida
pelo turista que vai se somar as suas experiências prévias. Daí deriva o fato da ima-
gem turística de um local ser fator potencialmente decisivo no processo de escolha ou
retorno a um destino turístico, conforme ressalta Ruschmann (op. cit., p. 45) quando
coloca que a imagem turística pode ser entendida como “o conjunto de opiniões e
atitudes, com relação à certa destinação ou empreendimento que, quando, favorável,
constitui um condicionador do comportamento dos turistas para o retorno”.
Fonte: Imagem e Imaginário: considerações preliminares sobre a folheteria turística da
cidade de Canela (MARCON e SALES, 2004 p.4).
capítulo 2 • 47
Devido à inseparabilidade da fonte provedora, o serviço pode variar bastan-
te, dependendo de quem o estará oferecendo, e, nesse caso, o treinamento de
pessoal assume um papel extremamente relevante – seja para que haja uma pa-
dronização na oferta do serviço ou, então, para que se torne mais significativa a
existência de formas de controle da satisfação do cliente, detectando assim, as
possíveis falhas em tempo de corrigi-las.
E virou notícia!
Secretaria de Turismo amplia qualificação de serviços em Jaquaripe
Equipe técnica da Secretaria de Turismo da Bahia (Setur) promove uma série de ações
de regulação e qualificação dos serviços turísticos, entre os dias 16 e 18 de maio, no
município de Jaguaripe (240 quilômetros de Salvador ou 84 quilômetros via ferryboat).
Iniciativa da Superintendência de Serviços Turísticos (Suset), em parceria com o Ser-
viço Nacional de Aprendizagem Comercial (Senac), o programa visa elevar a qualida-
de do atendimento aos visitantes, trabalho sistêmico da Setur.
“A qualidade dos serviços é essencial para aumentar a competitividade do setor”,
afirmou o secretário estadual de Turismo, Nelson Pelegrino. “Queremos o visitante sa-
tisfeito, mas para isso é preciso que seja bem recebido por profissionais qualificados”.
O programa encontra-se subdividido nas seguintes linhas de ação: visita aos esta-
belecimentos para controle de qualidade dos meios de hospedagem; vistoria nos
empreendimentos turísticos; e atendimento aos prestadores de serviços turísticos, no
auditório do Paço Municipal.
Aos profissionais que atuam em bares, restaurantes, meios de hospedagem e ambu-
lantes, a Secretaria de Turismo enfatiza a importância do atendimento e da comunica-
ção. As boas práticas e manipulação de alimentos estão reunidas em workshop.
Disponível em:< http://novo.brasilturis.com.br/secretaria-de-turismo-amplia-quali-
ficacao-de-servicos-em-jaquaripe/2016/5/10>.Acesso em: 15 maio 2016.
2.2.4.3 Heterogeneidade
Essa é uma característica importante do produto turístico, uma vez que ele se
compõe de muitas partes e está condicionado a diversos elementos, principal-
mente às necessidades dos clientes que apresentam diversos graus de hetero-
geneidade de expectativas. Isso nos leva a mais um fator fundamental do tu-
rismo: a sua alta capacidade de adequação à flutuação da demanda, isto é, por
48 • capítulo 2
ser composto por muitas partes, é possível privilegiar aspectos que atenderão
à demanda em determinado período, e, em outro momento, demais partes do
produto podem ser destacadas, o que facilitará a manutenção de uma clientela
pela diversidade da oferta, atendendo a várias expectativas.
E virou notícia!
Trujillo diversifica sua oferta turística com visita noturna ao cemitério.
Turismo Exótico.
capítulo 2 • 49
2.2.4.4 Subjetividade
Conforme Dias e Cassar (2005), o produto turístico carrega um alto grau de
subjetividade, já que a satisfação do cliente é individualizada e diferente entre
as pessoas. Essa subjetividade é decorrente das condições em que estarão os
clientes e os prestadores de serviço no momento do consumo.
Para Nunes Lins (2013), falar do turismo nos dias atuais significa sublinhar
a prática turística não massificada ou padronizada. Em outras palavras, a oferta
deve englobar o conjunto de numerosos modos de consumir lazer e entreteni-
mento para uma demanda fragmentada e individualizada.
Nunes Lins (2013) ressalta ainda que de acordo com a Organização de
Cooperação e Desenvolvimento econômico (OECD) uma das mudanças signi-
ficativas no mercado de viagens provém dos próprios turistas. Cada vez mais,
estes buscam experiências talhadas especificamente para eles. Além disso, “as
alterações no turismo guardam relação com as possibilidades criadas pelos avan-
ços tecnológicos, pois as inovações em informação e comunicação favorecem e
estimulam práticas de férias e lazer segmentadas e aptas a competir em custo
com formas massificadas ou padronizadas. Aspectos demográficos também têm
importância, como se vê pelo surgimento de novos nichos ligados, entre outros
aspectos, ao aumento na proporção de pessoas idosas. [...] (p. 41).
2.2.4.5 Sazonalidade
Para Dias e Cassar (2005), a sazonalidade não é um aspecto que está diretamente
relacionado ao produto turístico em si, mas muito mais com as características
da demanda. Porém, os produtos podem estar diretamente relacionados com
a sazonalidade, isto é, seu consumo ocorre em determinadas épocas do ano.
Conforme Souza (2000, p.132 apud RODRIGUES e RODRIGUES, 2009), a sa-
zonalidade pode ser definida como a “época de temporada ou de alta estação
mais aprazível do ano”. Dessa forma, a sazonalidade é o momento considerado
ideal para o consumo do produto turístico, desfrutando de toda comodidade de
serviços que o mesmo oferece.
Conclui-se assim que o efeito da sazonalidade é comumente compreendido
como o período que se reveza entre a baixa e a alta temporada. Consiste nos
períodos de maior e menor demanda turística por determinados produtos.
(RODRIGUES e RODRIGUES, 2009).
50 • capítulo 2
Dias e Cassar (2005) pontuam diversas estratégias a serem desenvolvidas
para se evitar uma queda no consumo em períodos de baixa temporada, entre-
tanto os autores ressaltam dois principais:
• Estratégia de preço diferenciado: busca atrair pessoas durante as baixas
temporadas através de preços menores. Com o aumento da expectativa de vida,
a denominada terceira idade é um segmento que pode ser influenciado por esta
estratégia devido à sua disponibilidade de tempo, a qual não está necessaria-
mente condicionada às épocas de férias para viajar.
• Exploração de novos segmentos de demanda: trata de atrair para períodos
de baixa temporada um fluxo diferente daquele predominante. Por exemplo,
nas regiões nas quais é explorado o turismo “sol e praia”, busca-se nos períodos
de baixa temporada explorar o “ecoturismo”, o turismo de aventura, o turismo
gastronômico etc.
E virou notícia!
Maceió atinge 63,19% de ocupação hoteleira no mês de abril
Um destino paradisíaco com diversas opções de lazer ou será um destino perfeito
para o turismo de negócios e congressos? Alagoas destaca-se pela versatilidade de
opções para movimentar a cadeia produtiva do turismo.
capítulo 2 • 51
Dados da Associação de Indústria de Hotéis, divulgados nesta sexta-feira (13), reve-
lam que mesmo em meio à crise e baixa temporada, o mês de abril fechou com a taxa
de 63,19% de ocupação hoteleira em Maceió, número superior ao mesmo período do
ano passado.
A Infraero também aponta aumento no número de desembarques nos terminais do
Aeroporto Zumbi dos Palmares que cresceram 3% em 2016 comparado ao mesmo
período do ano anterior. O levantamento revela que no mês de abril, 73.009 passagei-
ros desembarcaram em Maceió.
Turismo de Negócios
O turismo de negócios tem sido uma excelente alternativa para combater a sazona-
lidade. No mês de abril, o Centro Cultural e de Exposições Ruth Cardoso recebeu
importantes eventos que movimentaram todo o segmento turístico local, como a XIX
Convenção Nacional dos Alcoólicos Anônimos que atraiu mais de seis mil pessoas
para a capital alagoana.
De acordo com a pesquisa realizada pelo Instituto Brasileiro de Desenvolvimento e
Sustentabilidade (IABS), este segmento turístico é um importante pilar para a economia
alagoana. Com um público exigente, 55% das pessoas que viajam a negócios têm um
grau de instrução superior à pós-graduação e gasta uma média de R$ 317 por dia.
Disponível em: <http://www.alagoas24horas.com.br/974090/maceio-atinge-
6319-de-ocupacao-hoteleira-mes-de-abril/2016/5/13>. Acesso em: 16 maio 2016.
Turismo de Negócios.
52 • capítulo 2
Além disso, ao se comercializar o produto turístico, deve-se levar em conta o
produto global, isto é, todos os aspectos e experiências vivenciadas pelo turista
desde a sua saída de origem até seu retorno.
Uma terceira particularidade do marketing em turismo é que o mesmo não
pode ser visto isoladamente pelas empresas, pois elas devem se subordinar à
estratégia geral do destino turístico.
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54 • capítulo 2
3
Planejamento de
marketing turístico
– segmentação e
posicionamento
3. Planejamento de marketing turístico –
segmentação e posicionamento
56 • capítulo 3
A busca por lucratividade, resultados, crescimento e desenvolvimento das
organizações é direcionado pelo planejamento, no qual são elaboradas estra-
tégias para assegurar o sucesso do setor, tornando-se mais competitiva (SILVA
et. al, 2011).
Uma organização pode exercer vários de tipos de planejamento, de acordo
com os objetivos. Dias e Cassas (2005) citam Oliveira (2001) que destaca que o
planejamento pode ser dos fins, quando traçam os propósitos para o estado
futuro desejado; dos meios, quando são propostos os caminhos para alcançar
o futuro; organizacional, quando são determinados os requisitos básicos para
operacionalizar o planejamento; de recursos, quando são reconhecidos todos
os recursos necessários para a implantação; e por último, de implantação e
controle, quando se planeja e gerencia os próprios direcionamentos do plane-
jamento traçado.
É preciso um alinhamento tático, estratégico e operacional entre as metas e
os planos empresariais para serem realmente eficazes e eficientes. Sob a análi-
se do nível hierárquico, o planejamento tático é o conjunto de direcionamentos
para traduzir objetivos e planos estratégicos amplos em metas e planos especí-
ficos com abrangência departamental, conduzido por gerentes intermediários.
No entanto o planejamento operacional identifica as atividades e procedimen-
tos específicos necessários aos níveis inferiores da empresa e o estratégico é
a formulação e implementação do plano estratégico de responsabilidade dos
principais gestores (BATEMAN; SNELL, 2012). Na figura 3.1 podemos visualizar
hierarquicamente qual a relevância de cada tipo de planejamento:
Mapeamento ambiental,
avaliação das forças e
Nível Planejamento limitações da organização.
institucional estratégico Incerteza e
imprevisibilidade.
Tradução e interpretação
Nível Planejamento das decisões estratégicas
interme- tático em planos concretos ao
diário nível departamento.
Desdobramento dos
Nível Planejamento planos táticos de cada
operacional operacional departamento em planos
operacionais para cada
tarefa ou atividade.
Certeza e previsibilidade.
capítulo 3 • 57
Planejar, então, significa identificar as oportunidades e possibilidades de
melhorias, dentro de uma organização, alinhando com as necessidades dos
consumidores, através de recursos disponibilizados, que garantem o sucesso
das atividades. Esse processo deve encerrar com a comparação entre planejado
x executado para que todas as lacunas sejam sanadas (DIAS e CASSAS, 2005).
58 • capítulo 3
• Elaboração de estratégia: estratégias voltadas para atender os objetivos
traçados diante das necessidades da cidade, melhorando a competitividade e
a imagem externa. Deve-se realizá-las em quatro níveis: estratégia de identifi-
cação da oferta e demanda (apresentar os melhores atrativos e ressaltar o po-
tencial local da cidade); estratégia de segmentação (segmentar os destinatários
para os esforços de marketing); de posicionamento (criação do diferencial da
cidade de acordo com sua realidade); funcional (recursos e instrumentos de
marketing combinados para melhorar a imagem externa).
• Plano de ação: identificar o comportamento necessário da sociedade lo-
cal para atingir e concretizar as metas propostas. Para atingir as metas é preciso
desenvolver ações dirigidas à melhoria da qualidade dos serviços (Ex.: estabele-
cer padrões mínimos de qualidade de atendimento aos visitantes); ações diri-
gidas à distribuição (Ex.: melhorar conexões de transporte com mercado-alvo);
à comunicação (Ex.: exposição permanente na localidade com o detalhamento
dos atrativos); ações gerais de melhoria de qualidade do produto-cidade (Ex.:
modernização da rede hoteleira).
• Implantação e Controle: implementação do planejado e avaliação posterior
por equipe especializadas e os próprios moradores. É necessário acompanhar a
evolução do ambiente, conforme análise de todos os setores envolvidos, buscan-
do resultados em concorrência e eficácia na organização do local.
capítulo 3 • 59
Fixação nos Territórios
Dinheiro e Apoio
Distribuição:
Acessibilidade ao Outros Territórios
território e aos
Ainda sob a visão de Dias e Cassar (2005), o fordismo contribuía para a criação
de um olhar crítico sob a segmentação, no qual as produções eram baseadas
em padronização, especialização das atividades resultando em uma produção
em alta escala. Com a falta de opções de produtos, no início do século, este mer-
60 • capítulo 3
cado ganhou seu espaço e, dessa forma, os clientes adaptavam suas necessida-
des às ofertas comerciais.
Empresas voltadas para a produção em massa acreditavam em eficiência
na produção, baixos custos e distribuição em alta escala. Buscavam expandir
o mercado ao atender uma maior demanda, com os mesmos produtos sem ter
a necessidade de modificá-los, já que os clientes avaliam apenas qualidade e
desempenho. (KOTLER, 2000)
Um mercado promissor, ainda na visão do autor a pouco, gera o aumento de
concorrentes, o que concede, ao cliente, o poder de barganha e a expressão de
suas necessidades. Isso permitiu, na era Ford, a escolha dos produtos de acor-
do com o valor oferecido e suas diferenciações diante das opções semelhantes.
A necessidade do cliente, então, tornou-se a motivação e o foco para o sucesso
organizacional.
A cultura local é um fator influenciador das necessidades dos consumido-
res, promovendo a diferenciação de certos grupos, os quais desenvolvem ca-
racterísticas próprias e que se assemelham. A globalização e a modernização
permitem um amplo contato entre as diversas culturas, o que cria um ambiente
heterogêneo que força às empresas a adaptarem sua produção para atender aos
desejos de grupos maiores (DIAS e CASSAS, 2005).
O reconhecimento da heterogeneidade dos grupos de consumidores leva ao
conceito de segmentação. Para Smith (1956), a segmentação de mercado con-
siste em:
capítulo 3 • 61
Em resumo, Costa (2012), define a segmentação como um fenômeno que
divide o mercado em grupos de consumidores que possuem reações ao esforço
de marketing semelhantes aos do mesmo grupo, e distintas aos demais.
A segmentação de mercado pode ser definida de acordo com sexo, idade,
etnia, cultura ou até mesmo por fatores econômicos. Cabe às empresas se ade-
quarem e se especializarem para entender, detalhadamente, cada grupo que
pretende abranger para que as necessidades sejam supridas de forma satisfa-
tória, influenciando diretamente na vantagem competitiva. E cada grupo é di-
retamente atingido pelos diversos canais de distribuição e comunicação, o que
diminui a distância entre empresa x consumidor (KOTLER, 2000).
Dias e Cassas (2005) consideram a segmentação um intermédio, entre o
marketing de massa e o marketing individual, o que possibilita identificar diver-
sos níveis no mercado de acordo com a exigência para o esforço de marketing:
• Marketing de segmento: grupo amplo de consumidores, destacado no
mercado, por algum critério de segmentação. Ex.: faixa etária, patrimônio.
• Marketing de nicho: grupo específico de consumidores que possuem um
grau maior de semelhança o que possibilita às organizações atenderem suas ne-
cessidades em um nível detalhado. Ex.: grandes marcas – Ferrari, Mont Blanc.
• Marketing local: são grupos que se assemelham por características regio-
nais, geográficas ou territoriais. Ex.: condomínios, bairros, comunidades.
• Marketing individual: é o tratamento individual, personalizado com cada
consumidor, atendendo suas necessidades específicas e considerando-o úni-
co. Ex.: Subway.
Grau de
Seguimento Agregado Desagregado
Figura 3.3 – Nível de Segmentação de Mercado. Fonte: Brochado, A. O.; Martins, F. V., 2008..
62 • capítulo 3
Os processos de segmentação permitem uma aproximação entre o ambien-
te interno e externo de uma organização, os quais buscam pelo maior nível
de conhecimento de seu público-alvo para atender as necessidades na forma
mais próxima da perfeição esperada. Permite às empresas criarem e utilizarem
recursos que diminuam custos, tempo, mas aumentam a eficiência e eficácia
para satisfazer seu mercado-alvo.
Dias e Cassas (2005) alertam que as organizações devem estar preparadas
para as sazonalidades e alterações no comportamento de seu nicho de mercado
e, assim, destacar-se diante dos concorrentes. É preciso direcionar as ativida-
des conforme o período e as necessidades e fortalecer o laço entre a empresa e
seu colaborador externo.
capítulo 3 • 63
Estes autores destacam uma pesquisa realizada que define e sintetiza as
diversas modalidades de agrupamento dos indivíduos, através de suas carac-
terísticas semelhantes. Dentre as modalidades, encontra-se a segmentação de-
mográfica que é considerada umas das maneiras mais simples de se formar um
grupo de consumidor que se assemelham pelas características populacionais,
como sexo, idade, etnia, nacionalidade, entre outras. Esses atributos são obti-
dos por meio de pesquisas e hábitos de consumo.
A localização geográfica, a densidade populacional e até mesmo o clima são fa-
tores preponderantes para a formação de nicho de mercado que compõe a segmen-
tação geográfica. Essa segmentação parte do pressuposto que pessoas da mesma
região ou comunidade possuem características similares (DIAS e CASSAS, 2005).
Um fator vantajoso para a maioria dos vendedores é segmentar a socieda-
de conforme sua classe social ou características econômicas, facilitando a se-
leção dos produtos a serem oferecidos. Esse tipo de divisão é denominado de
segmentação socioeconômica. Enquanto que a segmentação por benefícios é
voltada para as vantagens proporcionadas pelo produto ao consumidor, a qual
segmenta o mercado de acordo com a procura do cliente e suas necessidades
específicas, como por exemplo, design, cor, estilo, preço, entre outros (DIAS e
CASSAS, 2005).
A maneira como as pessoas pensam, agem, seus costumes de vida, levam
à segmentação psicográfica, a qual considera a personalidade, os valores, as
atividades rotineiras fatores relevantes para sua formação o que está ligado
indiretamente à segmentação por comportamento de compra. A segmenta-
ção por comportamento de compra considera as atividades relacionadas nos
momentos de compra, na qual o consumidor desenvolve lealdade, frequência,
fidelidade para com aquele produto. Ou até mesmo desenvolve certo distancia-
mento quanto a produtos específicos, designando diferentes modos de esforço
de marketing (DIAS e CASSAS, 2005).
A última, mas não menos importante segmentação, denominada por Dias
e Cassas (2005), como segmentação por múltiplos fatores, envolve uma relação
com profissionais de marketing. As características específicas de cada nicho de
mercado facilitam o alcance dos profissionais de marketing para que seus obje-
tivos possam despertar o interesse do público-alvo para determinados produtos.
Mesmo a busca das empresas por diferenciação, com novas tecnologias, ra-
pidez na prestação de serviços, melhoria na qualidade dos produtos, deve ser
tratado como fatores essenciais e únicos para o sucesso de uma organização, as
64 • capítulo 3
necessidades e vontades dos consumidores. Seja no setor de turismo, moda, ali-
mentação ou qualquer outro, a vontade do cliente é sempre o foco do negócio.
Na visão de Richers e Pimenta (1991), a segmentação além de conscien-
te é uma ação planejada dentro das organizações em parcelas específicas do
mercado. E mesmo que o mercado possua diversos segmentos potenciais, as
empresas concentram seus esforços de marketing naquele considerado mais
vantajoso e rentável.
O processo de segmentação demanda que todos os atributos sejam detalha-
damente analisados para que o foco principal (consumidor) seja atendido sa-
tisfatoriamente e propague no mercado as vantagens das empresas envolvidas,
influenciando diretamente na concorrência de mercado. Temos esse processo
exemplificado no caso abaixo.
capítulo 3 • 65
Essas são as principais formas de segmentação utilizadas pela CVC que procurou
diversos meios de se aproximar dos consumidores através de suas características
e desejos e para isso utiliza um banco de dados onde os identifica e os dimensiona.
Esse banco de dados possui mais de 01 milhão clientes, sendo parte deles considera-
dos especiais devido à fidelização à agência.
Fonte: Perussi, R. F.; Rejowski, M., 2006.
Exemplo de segmentação.
66 • capítulo 3
• Diante do agrupamento dos consumidores, detalhamento de suas carac-
terísticas e necessidades é importante desenvolver e dispender de esforços de
marketing específicos para esse público de comportamento semelhante e as-
sim garantir sua fidelidade às empresas.
Seguimentação de marcado
segmento2
segmento3
segmento1
segmento2
segmento3
Consumidor
Análize Final
dos
Seguimentos
Figura 3.4 – Passos para Segmentação de Mercado. Fonte: Klein. J., 2013.
capítulo 3 • 67
Ainda neste contexto, e sob o ponto de vista de Dias e Cassas (2005), dife-
rentemente das estratégias organizacionais, encontramos estratégias voltadas
para a segmentação que garantem às empresas uma aproximação na relação-
consumidor x vendedor. A estratégia de não diferenciação é considerada de am-
pla abrangência, porém com alto risco de retorno, em outras palavras, é aquela
que os esforços de marketing visam o mercado geral, atuando em todos os ni-
chos e evitando a restrição de grupos.
A estratégia de diferenciação se diferencia por concentrar os esforços em
grupos restritos com características semelhantes. São desenvolvidos planos de
marketing de acordo com cada público-alvo, aumentando o poder de conquista
frente ao cliente, por personalizar as formas de estabelecer relação.
A estratégia de concentração designa seus esforços de marketing para um
grupo específico de consumidores, desenvolvendo planos que atendam às ne-
cessidades deste grupo. Pode-se resumir como a estratégia voltada para grupos
prioritários.
Além das estratégias para garantir um grupo de consumidores fiéis, as em-
presas devem desenvolver formas de entrar no mercado e garantir seu espaço,
sua diferenciação diante dos diversos segmentos. Denominamos esses esfor-
ços de penetração de mercado. Diferenciando-se, temos a ocupação de merca-
do que se trata de um nível alcançado após a entrada da empresa no mercado.
Significam os esforços realizados para manter a participação das organizações
em segmentos específicos, como por exemplo, agências que buscam parcerias
com hotéis em diversos países para garantir vagas para seus hóspedes (DIAS e
CASSAS, 2005).
Neste contexto, a segmentação apenas pode ser efetivada caso tenha uma
relação direta com as estratégias voltadas para a conquista dos mercados-alvo.
68 • capítulo 3
gência dos consumidores, especialmente, pelo amplo catálogo de serviços que
podem ser oferecidos (DIAS e CASSAS, 2005).
Um dos primeiros passos que o mercado turístico realiza para a conquista
de seus clientes é segmentá-lo conforme seu potencial, capacidade e as carac-
terísticas dos grupos. Dessa forma, o processo continua com a concentração
dos esforços de marketing em publicidade, ofertas e preços para atender os se-
tores proeminentes denominados de mercados-objetivos (TOSH; GOELDNER;
RITCHIE, 1989).
A sazonalidade é um ponto motivador e direcionador do mercado turísti-
co. Em outras palavras, essa variável conduz algumas atividades e esforços ne-
cessários em um setor que possui maior demanda em datas específicas e que
sofrem influência do clima, feriado, comemorações, períodos de férias e até
fatores econômicos. Cabe a este mercado saber reconhecer os segmentos ho-
mogêneos e tratá-los com objetividade e eficiência (LAGE, 1992).
Dias e Cassas (2005) completam que após a segmentação do mercado turís-
tico, deve-se identificar os grupos de interesse neste mercado para que os esfor-
ços sejam voltados e direcionados para o comportamento deste público-alvo.
Então, o posicionamento do produto é considerado o terceiro passo, enfatizan-
do e consolidando a marca da empresa diante de seus consumidores.
A Organização Mundial do Turismo (2001) citado por Dias e Cassas (2005)
resume os aspectos necessários para o segmento turístico ser eficaz e eficiente
em sua atuação como esforço de marketing:
• Mensurável: em tamanho e outras variáveis;
• Acessível: formas facilitadoras de canais de distribuição através
da promoção;
• Substancial: vantajoso, com alta lucratividade e potencial para servir
como mercado-alvo;
• Defensável: deve apresentar características particulares e essenciais para
justificar os esforços de marketing;
• Durável: manter-se em longo prazo;
• Competitivo: vantagem diante da concorrência.
capítulo 3 • 69
e reagir aos estímulos produzidos pelo mercado-alvo, considerando que todas
as estratégias de captação foram praticadas naquele nicho (RIGATTO, 2007).
No caso abaixo é possível perceber que a cidade do Rio de Janeiro, por exem-
plo, não é um atrativo apenas aos olhos dos brasileiros, mas também dos turis-
tas estrangeiros. Estes reagem às atratividades e aos esforços de marketing da
cidade que enfatiza o fato de ser a “Cidade Maravilhosa” e dessa forma, torna-se
um roteiro preferido de muitos grupos.
Exemplo de Posicionamento
70 • capítulo 3
Dias e Cassas (2005) reforçam que para o mercado turístico obter sucesso
em suas ações é necessário que todos os serviços e produtos oferecidos sejam
detalhados e descritos de maneira acessível para seu cliente. Quanto maior o
conhecimento, interesse e entendimento sobre os destinos desejados pelos
clientes, maior será sua motivação de conhecê-lo e, consequentemente, garan-
tir vendas e retornos positivos às estratégias de marketing utilizadas.
Siqueira (1999) resume a importância da segmentação de mercado basea-
da em alguns conceitos. Afirma que nem todas as pessoas ou organizações fa-
zem parte de um segmento ou nicho de mercado e que os consumidores são
distintos e com características mensuráveis, o que torna possível a análise das
mesmas utilizando as bases da segmentação. Assegura, também, que as carac-
terísticas de alguns segmentos podem ser isoladas, estudadas e compreendi-
das para atender às necessidades dos consumidores. E por último, considera a
segmentação uma estratégia de marketing por ser desenvolvida com técnicas
de pesquisas, não sendo tratada apenas como processo ou, especificamente,
uma técnica. Dessa forma, percebe-se a inter-relação entre todos os conceitos.
capítulo 3 • 71
seus requisitos e necessidades naquele produto específico, gerando sua sa-
tisfação e desejo de utilização da mercadoria ou serviço, em outras palavras, é
destacar a diferenciação do produto diante dos concorrentes frente aos olhos
dos consumidores.
Kotler (1980), além de considerar o posicionamento como uma das três
principais etapas do marketing de alvo, afirma também, que ele pode ser modi-
ficado diante de três situações:
• No surgimento de uma marca com características próximas àque-
la existente;
• Mudança nas preferências do público-alvo, tornando a marca secundária;
• Novos grupos de consumidores sendo formados, aumentando as oportu-
nidades da marca.
72 • capítulo 3
• A disponibilidade de informações e canais dos diversos segmentos.
Tabela 3.1 – Variáveis de diferenciação. Fonte: Kotler (1999) citado por Ferreira (2000).
capítulo 3 • 73
consumidor-alvo e tornando tais produtos e serviços um diferencial competi-
tivo diante do mercado.
A construção da imagem da marca na mente do consumidor se baseia na
criação de percepções e valores que atendam às necessidades e vontades do
mesmo. Isso é alcançado com as estratégias de posicionamento que geram be-
nefícios associados às necessidades do consumidor (DIAS e CASSAS, 2005).
Ainda sob o ponto de vista de Dias e Cassas (2005), as regiões dos diversos
países são compostas por uma variedade infinita de marcas que buscam seu
destaque através de estratégias de posicionamento. Mas cada região também
possui sua marca própria, tornando a mesma atrativa aos olhos de consumi-
dores. Então, essa imagem global das cidades, principalmente das turísticas
formam-se a partir de fontes que podem ser resumidas em imagem induzida e
não induzida.
A imagem induzida é aquela proveniente dos esforços de marketing estabe-
lecidos pelas próprias cidades. Enquanto que a imagem não induzida é aquela
gerada através dos canais de distribuição, são as informações que a própria mí-
dia e as pessoas revelam das localidades (DIAS e CASSAS, 2005).
Imagem de marca de uma localidade trata-se das características que fazem
os potenciais consumidores se identificarem e tornar aquela região preferen-
cial para ser seu destino. Essas características e conceitos formados na mente
do consumidor é uma das formas de se propagar as informações diante dos
grupos de sociedade como um todo, no qual diversos segmentos conheceram
através do olhar de alguém semelhante, tornando-se um atrativo.
É preciso consolidar a marca das cidades para tornar-se um diferencial no
mercado e assim garantir o destino preferencial dos viajantes. Entender que
todos os setores de uma cidade são interdependentes, desde os empresários
às organizações não governamentais, é fundamental para a construção de uma
cidade atrativa onde todos seus atributos são valorizados e dessa forma, forta-
lecem as impressões positivas dos turistas (GÂNDARA, 2008).
As cidades turísticas são grandes responsáveis pelo desenvolvimento eco-
nômico do país. Dessa forma, se a imagem for construída com base na realida-
de e tornando os atrativos cada vez mais distintos aos consumidores, as cidades
turísticas podem ser geridas como organização empresarial (GÂNDARA, 2008).
Uma imagem consolidada é uma geração de oportunidades para investidores,
empresários ou diversos grupos com reais interesses de expansão.
Ao criar a imagem da cidade como turística é preciso que todos os esforços
de marketing realcem seus atrativos e criem estratégias como slogan, canais
74 • capítulo 3
de distribuição para propagandear os atributos como melhores restaurantes,
praias, atividades de aventura, entre outros para que os clientes tenham a plena
sensação de satisfação e garantir a fidelização dos mesmos.
Kotler, Haider e Rein (1994) citado por Dias e Cassas (2005) tratam essas
formas de captar os clientes através de algumas estratégias como o Marketing
de Imagem; de Atrações, de Infraestrutura e de Pessoas.
Assim como os autores acima, Lopes (2007) afirma que a imagem das ci-
dades deve ser construída a partir de seus atrativos reais, em um primeiro
momento. Utilizar dos benefícios reais para atrair os consumidores, sem ter
a necessidade de realizar melhorias ou investimentos. Dessa forma, é preciso
esforços de marketing para enfatizar as qualidades atuais.
Os autores ainda reforçam que a estratégia deve partir de seis situações de ima-
gem: positiva, aquelas cidades que realmente possuem características positivas
para ser repassada ao mercado-alvo; pobre, cidades que ainda não são reconheci-
das no mercado; negativa, cidades que existem problemas que ficam associados à
sua imagem; mista, cidades que apresentam características positivas e negativas;
contraditória, cidades que a imagem aos olhos dos consumidores é diferente da
realidade; demasiado atraente, cidades que possuem muito atrativos, porém não
conseguem atender a demanda. Dessa forma, é preciso analisar todos os fatores
que atingem a imagem da cidade para que não gere ruídos para o público-alvo.
O marketing de atrações, segundo os autores, deve ser realizado em torno das
reais atrações das cidades. Muitas cidades possuem recursos naturais que são
atrativos aos consumidores, então basta realizar a gestão da comunicação para
que se tornem viáveis e lucrativos. Mas também, existem cidades que criam even-
tos periódicos que se tornam atrativos, como festas religiosas, de rodeio, moda,
entre outras. Já o marketing de infraestrutura, ligado às atrações, destaque que é
preciso garantir uma estrutura adequada para a cidade atender as demandas de
seus atrativos, como saneamento básico, rede de hotéis, táxis, entre outros.
Não basta ter apenas atrativos e infraestrutura adequada se a cidade não
possui cidadãos receptivos ao público de turistas. É preciso enfatizar para os
moradores das cidades a importância do turismo naquela região e as con-
sequências e benefícios que trazem para a vida dos mesmos, para que pos-
sam agir de forma satisfatória para com o público-alvo, realizando então, o
marketing de pessoas com os próprios moradores e simultaneamente, anfi-
triões (LOPES, 2007).
Coelho e Gosling (2015) ressaltam que a imagem das cidades turísticas é
essencial para a formação da reputação da região e se consolida a partir das
capítulo 3 • 75
percepções e experiências dos consumidores. Os destinos turísticos são vulne-
ráveis a diversos julgamentos formados pelo próprio mercado-alvo, dessa for-
ma é necessário que todas as estratégias estejam alinhadas e voltadas para o
mesmo objetivo de atrair turistas e realçar os benefícios que as cidades podem
oferecer (TOMAZ e BRITO, 2010).
A imagem no setor turístico pode ser considerada com a “alma do negócio”,
então, para exemplificar, temos o caso abaixo, no qual uma empresa que presta
serviço para agências de viagens alterou seu posicionamento e afetou direta-
mente a sua imagem de mercado:
76 • capítulo 3
relevantes como análise ambiental, estratégia de marketing, posicionamento, aspectos
comunicacionais, índices de Market share etc.
Dessa forma, a Sabre conseguiu manter sua imagem perante o mercado, com custos
reduzidos, porém com a consciência de que seu cliente mudará seu posicionamento
quanto aos serviços fornecidos e que levarão certo tempo para enfatizar sua nova
forma de diferenciação.
Fonte: Oliveira, B.; Campomar, M. C.; Luis, C., 2008.
Os diferentes tipos de turismo têm vindo a evoluir para novos segmentos de mercado
como consequência da diversificação das motivações das pessoas na escolha das
suas viagens. A identificação dos diferentes tipos de turismo e o conhecimento das
tendências internacionais, nomeadamente os novos segmentos de mercado, é impor-
tante para o processo de planeamento estratégico de destinos turísticos na medida
em que condicionam o desenvolvimento da oferta turística, principalmente no que diz
respeito aos atrativos turísticos a desenvolver (FERREIRA, 2005).
capítulo 3 • 77
Os diversos canais de distribuição e comunicação contribuem para o aces-
so rápido às informações pelos consumidores o que os tornam mais exigentes
quanto às suas necessidades. O setor turístico é diretamente afetado por essa
variável, o qual deve se adequar às mudanças do mercado e acompanhar a evo-
lução das necessidades e exigências dos consumidores. Ambientes que acom-
panham o desenvolvimento dos nichos de mercado garantem a lealdade aos
destinos preferenciais, pois fornecem experiências e percepções positivas aos
consumidores (PÉREZ-NEBRA, 2005).
A constante alteração nas características e desejos dos segmentos de con-
sumidores faz com que muitos destinos diminuam o número de suas visitas
como resultado das alterações nos padrões da procura. Quanto maior a espe-
cialização dos atrativos, conforme as necessidades dos clientes, maior é a fide-
lização dos mesmos, por isso é necessário que as cidades se adaptem aos novos
segmentos para não cair no esquecimento de seus consumidores e então com-
petir com a concorrência (FERREIRA, 2005).
Muitas regiões naturais que não possuíam seus atrativos planejados e es-
truturados, conforme necessidades do consumidor conseguiram atrair um seg-
mento específico de turistas os quais são motivados pelos recursos naturais,
estabelecendo essas regiões como preferenciais. Então, essas constantes: a
evolução dos fluxos turísticos, as mudanças nos comportamentos e nas moti-
vações, o desenvolvimento sustentado do turismo e a necessidade de planeja-
mento devem ser criteriosamente analisadas para satisfazer as exigências dos
consumidores (FERREIRA, 2009).
Dessa forma, resumimos o processo de segmentação da imagem do destino
turístico na figura abaixo.
78 • capítulo 3
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82 • capítulo 3
4
Produto e preço
em marketing de
turismo
4. Produto e preço em marketing de turismo
Marketing é um conjunto de ferramentas responsável por auxiliar as decisões
das empresas em relação às necessidades dos consumidores. Segundo Kotler
e Keller (2006), o marketing envolve a identificação e a satisfação das necessi-
dades humanas e sociais. Peter Drucker (1999), um dos principais pensadores
da administração, afirma que: “o objetivo do marketing é tornar a venda supér-
flua. É conhecer e compreender o cliente muito bem, de modo que o produto
ou serviço se ajuste e venda por si só”.
A área de marketing é composta pelo macro e micro ambiente e suas seg-
mentações surgiram com o intuito de troca na quais duas pessoas oferecem
algo de valor, satisfazendo as necessidades dos consumidores. De acordo com
AMA (1985), a Associação Americana de Marketing, define como “sendo o pro-
cesso de planejamento e execução desde a concepção, o preço, a promoção e
a distribuição de bens e serviços para criar trocas que satisfaçam os objetivos
individuais e organizacionais”. A partir desta definição é necessário observar o
composto de marketing que se transforma em funções gerenciais.
O Mix de marketing é composto de 4P's que são: Produto, Praça, Preço e Promo-
ção, e estes são caracterizados por algumas variáveis conforme apresentadas na
figura logo abaixo:
Mix de marketing
Produto Praça
Variedade de produtos Canais
Qualidade Cobertura
Design Variedades
Características Mercado-alvo Locais
Nome de marca Estoque
Embalagem Transporte
Tamanhos Preço Promoção
Serviços Preço de lista Promoção de vendas
Garantia Descontos Propaganda
devoluções Concessões Força de vendas
Prazo de pagamento Relações públicas
Condições de financiamento Marketing direto
Figura 4.1 – Mix de Marketing. Fonte: McCarthy apud Kotler e Keller (2006).
84 • capítulo 4
O composto ou Mix dos quatro P’s do marketing funcionam como ferra-
mentas que a empresa pode usar para definir seus objetivos. McCarthy (1960)
classificou essas ferramentas em quatro grupos amplos, sendo eles o produto
(a sua variedade, qualidade, design, características, nome de marca, embala-
gem, serviços, garantias e devoluções) o preço, que destaca (o preço de lista,
descontos, concessões, prazos de pagamento e condições financiamento) em
promoção seria (a promoção de vendas, propaganda, força de vendas, relações
públicas e marketing direto) e por fim praça, que destaca (os canais, a cobertu-
ra, variedades, locais, estoque e transporte) com isso a empresa pode alcançar
com maior facilidade seu mercado-alvo.
capítulo 4 • 85
4.1.2 Produto turístico
86 • capítulo 4
Os serviços turísticos não podem ser armazenados, pro-
dução do serviço que não foi utilizado (um quarto de ho-
tel, uma passagem de avião, um ingresso para um show)
constitui uma perda irrecuperável. Isso torna importante
CADUCIDADE a utilização de sistemas de distribuição que permitam
planejar a capacidade de oferecimento de produtos nos
momentos em que eles efetivamente serão consumidos,
evitando-se a ociosidade.
capítulo 4 • 87
A validade do produto depende do estado emocional do
SUBJETIVIDADE cliente e das expectativas criadas, de forma que o que
satisfaz plenamente alguns não é suficiente para outros.
Tabela 4.1 – Características peculiares ao produto turístico. Fonte: Dominguez, 2001 apud
Dias e Cessar (2005, p. 185 e 186).
88 • capítulo 4
CONVENCIONAL/
DIMENSÕES SOCIOCULTURAL
NEGÓCIO
capítulo 4 • 89
Observa-se que a localidade (cidades), identificados como destinos turísti-
cos, funcionam como empresas, organizações trabalhando para oferecer pro-
dutos e serviços que atendam às necessidades e expectativas dos turistas para
que os mesmos se agradem do local e voltem nas próximas viagens, indiquem
para outros e se fidelizem. A grande diferença, entretanto, entre empresas e
cidades é que estas englobam uma variedade muito superior de capacidades
e interesses, trabalhando sem uma forma organizacional definida, porém que
contribuem agregando valor ao destino turístico.
A diversidade cultural e social dos habitantes do local contribuem para o
oferecimento heterogêneo de serviços e produtos aos consumidores (turistas),
que apesar de não terem uma organização em comum direcionando um traba-
lho interligado, trabalham individualmente com o mesmo objetivo, de atrair e
satisfazer seus clientes, funcionando como uma grande empresa atuando de
diversas formas para manter todos as áreas de atendimento ao turista em pleno
vigor para que esse destino continue atuando de forma ativa no mercado.
Desta forma, o destino turístico atua como um produto turístico global. No
quadro abaixo vemos um exemplo nacional deste tipo de produto.
Caldas Novas é uma cidade turística do estado de Goiás que apesar de se apresentar
como um destino turístico há décadas, continua atraindo turistas e crescendo em nú-
mero de condomínios e hotéis com parques aquáticos a cada ano. Apesar de o forte
da cidade se relacionar com os parques aquáticos de águas termais, proporcionada
pela existência de um vulcão extinto ao lado do qual a cidade se formou com o intuito
de proporcionar maior diversidade de atividades e entretenimento para os turistas, a
cidade conta também com parque de diversão na praça central, feiras de artesanatos
e gastronômicas, vários bares, restaurantes para diversos gostos e preferências. Para
incentivar passeios e o conhecimento da cidade, também encontra-se à disposição
dos turistas, trens de transporte realizando percursos pelas ruas do bairro do Turista.
A cidade também conta com hotéis, condomínios e clube localizados à beira da re-
presa do rio Corumbá que corre próximo à cidade. O lago Corumbá com seus 65 km
quadrados, é frequentado por turistas que praticam esportes aquáticos e também para
passeios de escuna, lancha e jet ski. Também como opção de atividade na represa,
acontece a pesca esportiva, com a realização de campeonatos.
90 • capítulo 4
Para conhecer os recursos naturais locais, a cidade oferece passeios de trilhas no
Parque Estadual Serra de Caldas, criado para proteger as nascentes de águas termais
da região. As trilhas levam a lindas cachoeiras e mirantes com belíssimas paisagens à
elevada altitude. O passeio no parque é realizado apenas com guias proporcionando
conforto e segurança aos turistas que desejam contato maior com a natureza.
Tabela 4.3 – Produto turístico global. Fonte: Férias Brasil. Descubra, Planeje e Participe.
capítulo 4 • 91
cessidades e expectativas mais variadas dos turistas. A cidade, desta forma, atua
como uma organização complexa, atuando em distintas áreas, com o mesmo
objetivo, o de gerar satisfação ao cliente, para que ele volte e indique o passeio
a outros. Todas as diferentes empresas, instituições, organizações e indivíduos
atuam formando o produto turístico global, ou seja, o produto turístico cidade.
É possível definir o produto turístico a partir não somente do elemento que se caracte-
riza como ponto central do objetivo do consumidor-turista com sua decisão de viagem,
mas também do elemento composto de diferentes níveis de subprodutos turísticos.
Esses, como já dissemos, dão origem ao produto em si pela soma de experiências,
sentimentos e emoções obtidos desde o momento em que o consumidor-turista
inicia sua busca por um destino turístico até o retorno à sua residência após a viagem
(LIVRO BASE, 2010).
92 • capítulo 4
São a base sobre a qual se fundamentam as atividades turísti-
cas. Essas podem, entre outras, compreender as seguintes ca-
OS RECURSOS tegorias: lugares naturais e paisagens; manifestações culturais;
TURÍSTICOS monumentos; folclores; cidades; acontecimentos programados;
litorais e realizações técnicas, científicas ou artísticas.
Tabela 4.4 – Elementos apresentados no produto turístico cidade. Fonte: Vera (1997) cita-
do por Dias e Cessar 2005, p. 194, 195 e 197.
capítulo 4 • 93
Transporte
Ambiente fisico
Produto
Produto
global ou Ambiente
auxiliar
integrado sociocul-
(cidade ou tural
Região) Produto principal
(interação
Produto com
Acessibi- Produto ampliado residentes)
lidade de apoio
Produto
integral
Participação do turista
Local de origem do turista
Figura 4.2 – Produto Turístico Integral – níveis de produto turístico. Fonte: (Dias e Cessar
2005, p. 195).
94 • capítulo 4
a) canais de marketing de bens e consumo
Atacadista Atacadista
especializado
consumidor
divisão de vendas
do fabricante
representante
do frabricante
distribuidores
industrial
capítulo 4 • 95
4.2.2 Decisões sobre o canal de distribuição
Para que tudo isso dê certo é fundamental que sejam construídos sistemas
de controle e avaliação dos canais de distribuição garantindo assim que os ob-
jetivos e as estratégias da organização sejam realizados. Pois caso um desses
serviços não sejam realizados como planejado poderá colocar em risco toda a
qualidade do destino turístico formando para o cliente uma imagem negativa
da organização como um todo. Por isso esse ponto se torna tão importante e
relevante (Dias e Cessar, 2005).
96 • capítulo 4
São organizações responsáveis pelos equipamentos
turísticos, com infraestrutura, alojamentos, refeições,
AGENTES entre outros. São classificados dessa maneira por não se
PERIFÉRICOS referirem diretamente ao produto principal, mas sim aos
subprodutos derivados do produto turístico.
Festival de Parintins
capítulo 4 • 97
O festival é como uma grande vitrine das atrações da região destacando os costumes
locais, o artesanato produzido pelos nativos e os pratos específicos desta região.
Algumas curiosidades do festival:
– Durante a apresentação do festival apenas 5% dos ingressos são vendidos, os ou-
tros 95% são gratuitos para os espectadores do festival, um grande exemplo de festa
que apesar de crescer ano a ano, não deixa de ser popular.
– O Bumbódromo Centro Cultural e Esportivo Amazonino Mendes foi inaugurado em
1988 com a capacidade para aproximadamente 40 mil espectadores. Tem o formato
de uma cabeça de boi.
Por ser uma ilha a única forma de chegar a cidade é por barco ou avião.
Apesar da intensa rivalidade entre os bois, as regras para as apresentações são claras
e respeitadas refletindo em um clima seguro e bastante tranquilo para a população
que acompanha o espetáculo.
Tabela 4.6 – Caso de Parintins. Fonte: Acessível em: Descobrindo o Brasil Parintins (2016).
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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DRUCKER, Peter F.; Administrando em Tempos de Grandes Mudanças. São Paulo: Editora Pioneira,
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SILVA, J.A.; & SILVA, J.A.V. Turismo, Ambiente e Desenvolvimento Sustentável. Centro
Interdisciplinar de Estudos Econômicos – CIDEC, Portugal, 1992.
capítulo 4 • 99
100 • capítulo 4
5
Promoção e preço
em marketing de
turismo
5. Promoção e preço em marketing de
Turismo
O “P” Preço é o único do Mix de marketing capaz de gerar receita para a empre-
sa, apesar de ser o mais flexível, este é um dos elementos mais discutidos em
relação ao ambiente interno o qual engloba os consumidores, a empresa, os
concorrentes (KOTLER, 2006). Precificação é o ato de se pôr o preço a um item
ou serviço.
Para muitos consumidores o preço é uma medida muito importante, seja
porque seus recursos financeiros são limitados ou porque as diferenças entre
um item mais caro e outro mais barato não parece justificável.
Quando se refere ao conceito de preço utiliza-se de uma definição diferente
do que normalmente é abordado pelas empresas e economistas. Esta mudança
ocorre devido à busca da área de marketing em definir as características do pro-
duto a partir das informações de mercado.
102 • capítulo 5
são aqueles cujo consumidor se sente à vontade em comprar quando o valor
for quebrado.
Recentemente a tecnologia vem prestando um suporte para reduzir a com-
plexidade dos preços, a internet permite com que o cliente faça uma peque-
na cotação de preço, auxiliando os gestores a customizar demanda, ofertas e
os preços.
Para cada consumidor, o produto ou serviço tem um valor diferenciado,
para uns é o preço, outros a facilidade de uso, os atributos do produto – como
a durabilidade, sendo o foco das empresas oferecer produtos de qualidade aos
seus clientes. Com o programa de qualidade total, as empresas reduzem cus-
tos, aumentam a participação no mercado e apresentam baixos custos. O qua-
dro abaixo desenvolve a estratégia de preço e qualidade.
QUALIDADE PREÇO
DO PRODUTO ALTO MÉDIO BAIXO
ALTA Estratégia Premium Estratégia de Penetração Estratégia de barganha
Estratégia de qualidade
MÉDIA Estratégia de preço alto
média
Estratégia de barganha
capítulo 5 • 103
é composto por fontes humanas como clientes, fornecedores, concorrentes e
intermediários.
Tabela 5.2 – Relação valor e preço. Fonte: Dias e Cessar (2005, p. 202).
104 • capítulo 5
Primeiro identifica-se o preço máximo que o mercado
está disposto a pagar pelo produto; em seguida, faz-se
PREÇO-TETO os ajustes necessários para garantir menores custos,
maior produtividade e lucro.
capítulo 5 • 105
Quando um produto atende às necessidades e desejos
de um consumidor, satisfazendo-o, estabelece-se um
VALOR AGREGADO elo entre cliente e a mercadoria que pode e deve ser
valorizado. Por meio desta ligação, o cliente percebe um
mesmo preço como mais ou menos caro.
Tabela 5.4 – Marketing na precificação de seus produtos e serviços. Fonte: SEBRAE (2016).
Figura 5.1 – Como Precificar Bem um Produto. Fonte: Revista Exame (2016).
O Custeio com Base em Atividades (ABC) é uma técnica eficaz que desen-
volve informações para a estratégia de preços. Essas informações são extre-
mamente úteis na composição e definição do preço e nas comparações entre
linhas de produto e grupos de clientes. “Uma vez que o ABC estima o custo do
produto em relação a um conjunto de atividades, é muito mais fácil de avaliar
os preços de atributos ou níveis de serviços em particular" (CRAVENS, David W
e PIERCY, 2007, p. 325).
106 • capítulo 5
gem, acomodação e participação em diferentes instalações e serviços. Os prin-
cipais itens responsáveis pelas variações de preços são os seguintes:
Estação (Temporada)
Opções de atividades
Distância percorrida
Meios de transportes
Escolhas das instalações e serviços
Tabela 5.5 – Itens responsáveis pelas variações de preços turísticos. Fonte: Middleton
(2002) apud Miguel e Silveira (2008).
De acordo com Dias e Cessar os pontos que mais influenciam no preço dos
itens turísticos são a facilidade de pagamento, o desconto por volume, o des-
conto por utilização ou fidelização, e a sazonalidade dos preços como exempli-
ficados e detalhados na tabela a seguir.
ESTRATÉGIAS DE DESCRIÇÃO
PRECIFICAÇÃO
Proporciona condições de créditos e financiamento alon-
gando o prazo de pagamento e reduzindo a percepção
FACILIDADE DE do custo do produto, uma vez que o consumidor não efe-
PAGAMENTO tua o desembolso de uma única vez, mas sim em suaves
parcelas mensais.
capítulo 5 • 107
ESTRATÉGIAS DE DESCRIÇÃO
PRECIFICAÇÃO
Um produto turístico tem seu preço majorado em alguns
períodos de elevada procura por parte dos clientes, como
férias escolares, feriados prolongados, entre outros. A
SAZONALIDADE elevação dos preços em determinados momentos com-
DOS PREÇOS pensa a impossibilidade de se estocar serviços turísticos,
garantindo maior rentabilidade global pelo ajuste da
oferta de produtos à demanda.
Tabela 5.6 – Pontos que mais influenciam no preço dos itens turísticos. Fonte: Dias e Ces-
sar (2005, p. 206).
Mensagem
Emissor Codificação Decodificação Receptor
Meio
Ruído
Feedback Resposta
Figura 5.2 – Elementos do processo de comunicação. Fonte: Kotler e Keller (2006, p.536).
108 • capítulo 5
Descrevemos nos pontos a seguir cada um desses elementos que compõem
o processo de comunicação:
• Fonte ou emissor: é o remetente da mensagem, este deve tomar algumas
decisões como para quem a mensagem deve ser enviada e qual o significado
ela deve transmitir, tomando as devidas precauções para que a mensagem seja
interpretada pelo receptor da maneira pretendida (Schiffman e Kanuk, 2009).
• Codificação: é o meio, a forma como a mensagem será exibida, por isso
deve seguir um padrão, que seja compreensível tanto para quem envia a men-
sagem como para que a receba. Dessa maneira, a codificação converte a men-
sagem em um conjunto de símbolos, como figuras, sons, tabelas, gráficos ou
frases (Dias e Cessar, 2005).
• Meio de comunicação: é a ferramenta que transporta a mensagem. Pode-
se citar como exemplos de meios de comunicação: mensagens eletrônicas, a
mídia impressa, a televisão, o rádio entre outros (Dias e Cessar, 2005).
• Receptor: ou destinatário- ele decodifica a mensagem e a recebe com base
em suas experiências e características pessoais desenvolvendo assim a com-
preensão de seus significados (Schiffman e Kanuk, 2009).
• Ruído: quando o receptor não compreende de maneira adequada a men-
sagem. Este problema pode ser gerado por um som, um erro de impressão ou
pronúncia, uma incompreensão de linguagem ou de sentido que cause falhas
na interpretação da mensagem (Churchill e Peter, 2003).
• Feedback: é a resposta do receptor; por meio deste o emissor pode certificar
se e quão bem a mensagem foi recebida e compreendida, pois caso ocorra um
problema, o receptor poderá adotar ações corretivas (Schiffman e Kanuk, 2009).
Tabela 5.7 – Pontos que mais influenciam no preço dos itens turísticos. Fonte: Caderno de
Atrativos turísticos do SEBRAE - SP (2016).
capítulo 5 • 109
A comunicação empresarial está diretamente interligada a todas as áreas
da organização, sendo assim é necessário que a gestão favoreça seu desenvol-
vimento por meio de utilização de artifícios humanos, tecnológicos e financei-
ros, pois são primordiais para sua realização. (BUENO, 2005).
Schiffman e Kunsch (1997) pressupõem que as comunicações tornem-se
mais interconectadas sendo elas a comunicação institucional, da comunicação
mercadológica, da comunicação interna e da comunicação administrativa, que
formam o mix ou composto da comunicação organizacional. Na busca de cons-
truir um conjunto harmonioso, apesar das diferenças e das especificidades de
cada setor e dos respectivos subsetores. Haja vista que a soma de cada uma des-
sas atividades redundará nos interesses das organizações.
Satisfação
Figura 5.3 – O modelo AIDA de ST. Elmo Lewis. Fonte: Marketing Tudo sobre Marketing
(2016).
110 • capítulo 5
Despertar o interesse é a etapa seguinte à da atenção. Isso
ocorre quando o consumidor consegue identificar benefícios
INTERESSE nos atributos oferecidos pelo produto ou serviço. O uso de uma
mensagem atraente, envolvente ou mesmo surpreendente é
ferramenta para despertar o interesse do consumidor.
Tabela 5.8 – Estágios e definições do modelo AINDA. Fonte: Dias e Cessar (2005, p. 221).
capítulo 5 • 111
Identificação do público-alvo
Elaboração da comunicação
Estabelecimento de orçamento
Figura 5.4 – Etapas no desenvolvimento de uma comunicação eficaz. Fonte: Kotler e Keller
(2006, p.539).
112 • capítulo 5
Atitude em relação à marca: remete ao sentimento que as pessoas têm em
relação ao produto ou serviço.
Intenção de compra da marca: é o objetivo de comunicação que agrega ao
estágio comportamental, propondo efetivar a compra por meio de estímulos
promocionais.
Elaboração da comunicação: para ser bem apresentada devem ser respon-
didas algumas questões primordiais. Como o que dizer, o que a mensagem
deve conter, a estrutura e o formato da mensagem, como utilizar a linguagem
simbólica, e quem deve dizer.
Seleção de canais de comunicação: torna-se cada vez mais complexa a esco-
la dos canais de comunicação uma vez que estes estão cada vez mais fragmen-
tados e congestionados segundo Kotler e Keller (2006).
Já para Schiffman e Kanuk 2009, há duas formas de influenciar o consu-
midor, as fontes impessoais, ou seja, propagandas e os materiais editoriais, as
e as fontes interpessoais que seriam os vendedores e os líderes de opiniões
informais.
A tabela a seguir descreve os meios mais utilizados pela comunicação e suas
vantagens e desvantagens.
capítulo 5 • 113
MEIO VANTAGENS DESVANTAGENS
Tabela 5.9 – Perfis dos principais tipos de mídia. Fonte: Kotler e Keller (2012, p. 550) e
Belch e Belch (2008, p. 329) apud Giglio, Fabíola Dezam (2012, p. 25 e 26). Adaptado.
114 • capítulo 5
Estabelecimento de orçamento: Kotler e Keller apresentam quatro méto-
dos, capazes de identificar a melhor maneira de quanto, onde e como gastar em
promoções. O método dos recursos disponíveis é quando a empresa determina
a quantidade a ser gasta em cada área como produção, finanças e operação e
por fim aloca o restante para a comunicação. O método da porcentagem de ven-
das está diretamente ligado ao volume de vendas realizadas ou previstas para
a formação do orçamento. O método da paridade com a concorrência ocorre
quando a organização segue o mesmo nível de investimento de comunicação
feito pelas empresas concorrentes. Já o método de objetivos e tarefas está re-
lacionado à empresa quando define os objetivos de comunicação a serem al-
cançados, e a partir disso determina as estratégias para seu cumprimento. Já
Fill (2002) acrescenta o método da inércia quando a organização decide alocar
sempre os mesmos valores de comunicação.
Decisão sobre o mix de comunicação: Em relação ao mix de comunicação
de marketing podemos verificar no quadro abaixo algumas formas essenciais:
capítulo 5 • 115
RELAÇÕES
PÚBLICAS E Uma variedade de programas elaborados para promover
ASSESSORIA DE ou proteger a imagem de uma empresa ou produto.
IMPRENSA
Tabela 5.10 – As formas essenciais de comunicação. Fonte: Kotler e Keller (2006, p. 533)
e Dias e Cessar (2005). Adaptado.
Há um investimento que necessariamente deve ser realizado, pois é preciso arcar com
todas as despesas dos convidados, tais como: a viagem, a hospedagem, a alimenta-
ção, os passeios realizados etc (DIAS E CESSAR, 2005, p. 229).
116 • capítulo 5
Um exemplo de fam-tour seria o programa de televisão Turismo e Aventura.
TURISMO E AVENTURA
O programa Turismo e Aventura, exibido pela emissora SBT (Sistema Brasileiro de
Televisão), foi idealizado e produzido por Renata Sartorio e Jose Aire. O programa tem
como finalidade divulgar pontos turísticos e peculiares destacando o que há de me-
lhor em cada região do Brasil e do mundo. Apresentado por Renata Sartorio e Rhoque
Malizia o programa é exibido aos domingos às 7:30h da manhã.
Fonte: Turismo e Aventura (2016).
capítulo 5 • 117
Oktoberfest
Oktoberfest de Blumenau é a maior festa Alemã realizada no Brasil. Foi inspirada na festa
de Oktoberfest de Monique que começou em 12 de outubro de 1810 pelo rei bávaro
Ludw I para comemorar seu casamento. A Oktoberfest de Blumenau teve sua primeira
edição em 1984 apresentando um rápido crescimento de público o que colocou a cidade
de Blumenau no principal destino turístico de Santa Catarina no mês de outubro.
Por 19 dias de festas, os blumenauenses mostraram para todo o Brasil a sua riqueza
de folclore, memória e tradição.
O evento apresenta inúmeras atrações, como os grupos de danças folclóricas, a
gastronomia, os ritmos musicais, os trajes típicos, além de outras curiosidades dos
costumes dos antepassados vindos da Alemanha, para formar a colônia do Sul.
Foi a partir deste evento turístico em Blumenau que outras festas surgiram colocan-
do o destino de Santa Catarina como local preferido dos turistas no mês de outubro.
118 • capítulo 5
ordem em uma sociedade. A maioria das regras é prescrita judicialmente e são
respeitadas conforme nomenclatura de leis, enquanto que a outra parte é su-
bentendida pela sociedade, a qual todos devem respeitar os limites os compor-
tamentos básicos para o convívio social (DIAS e CASSAS, 2005).
Rosansky (1994) apud Zylbersztajn (2002) completa que ética e moral tem
suas distinções, sendo a ética tratada como um princípio organizacional e a
moral um ato individual. A moral está ligada às regras não prescritas judicial-
mente, mas que são subjetivas à sociedade definindo o certo ou errado, o bem
ou o mal (DIAS e CASSAS, 2005).
A sociedade, então, através da percepção do conceito, possui maior proxi-
midade com a moral do que com a ética. A moral, são as regras utilizadas no
cotidiano por cada cidadão, orientando e norteando seu comportamento. Já a
ética, visualizada com uma percepção mais formal, é o conjunto de regras e co-
nhecimentos sobre o comportamento humano, fundamentada racionalmente
de forma científica e teórica. Ambas possuem a mesma finalidade de organizar
e direcionar a conduta e a forma de agir dos indivíduos (LA TAILEE, 2007).
A moral é constituída por normas e valores que conduzem os indivíduos aos
seus comportamentos os quais julgam certo ou errado. Essas normas e valores
são pré-aceitas pelos indivíduos quando são evidentes para os mesmos. A cul-
tura pode interferir na aceitação das normas o que interfere na interpretação
ética das ações. As diferenças éticas são aceitas quando não há o compartilha-
mento desses valores que fundamentam as normas morais (SILVA,2012).
Na maioria das literaturas moral e ética são considerados conceitos sinô-
nimos em que ambos referem-se às normas de comportamento obrigatórias.
A etimologia dos termos é semelhante, mas moral tem origem no latim mos,
moris, que significa forma de se comportar regulada pelo uso, daí “costume”
e de moralis, indicando “relativo aos costumes”. Enquanto ética vem do grego
ethos que significa também costume, modo de ser e caráter (GOES, 2014).
O indivíduo consciente e que conhece as diferenças entre o certo e o errado,
sempre terá a sua liberdade e livre-arbítrio de praticar qualquer atividade, mas
sempre com responsabilidade para que o espaço do outro também seja preser-
vado. As questões morais são voltadas para as atitudes dos indivíduos enquanto
que a ética regula sua autenticidade. Dessa forma, em concordância com Dias
e Cassas (2005), a consciência moral e a responsabilidade social são pilares do
comportamento ético.
capítulo 5 • 119
Acerca das reflexões de ética e moral, é necessário destacar sua importância
em cada setor, em cada segmento para que a ordem social se mantenha. Todos
os cidadãos são formados por normas e valores que estão diretamente relacio-
nados à nossa cultura, essenciais ao nosso caráter, direcionados pela conduta
ética e moral.
Como sendo atividade, cuja marca essencial é a obtenção de lucros com o oferecimen-
to ao mercado de bens ou serviços, gerados estes, mediante a organização dos fatores
de produção força de trabalho, matéria-prima, capital e tecnologia (COELHO, 2015).
120 • capítulo 5
• O nível pessoal: a conduta é individual, baseia-se nas suas ações, inten-
ções e circunstâncias;
• O nível organizacional: definido a partir de diretrizes criadas pelos gesto-
res da organização baseadas na visão e valores organizacionais que orientam a
tomada de decisão;
• O nível macroambiental/macrofatores: decisões organizacionais direta-
mente influenciadas por elementos do ambiente externo, como por exemplo,
limitações impostas pelo governo.
capítulo 5 • 121
O país inteiro ficou comovido com a situação e o caso tornou-se destaque nas mídias.
E com toda essa repercussão, a polícia conseguiu voluntários na busca pelo bebê.
Porém, alguns dias após o início das buscas, o próprio ladrão se entregou à polícia e
confessou que ao perceber a presença da criança no carro ele a matou e enterrou o
corpo. A foto ao lado, mostra pessoas acendendo velas no local do enterro.
E foi durante essa tragédia que a Hyundai, através de uma rede social da China, faz
uma menção ao momento trágico, colocando um texto que enaltecia a segurança
de um automóvel Hyundai Santa Fé. Ao mesmo tempo, um vendedor do automóvel
Buick da GM postou o seguinte texto: “Ao comprar um carro é importante escolher as
marcas com melhor tecnologia. Buick vem com rastreador, podendo localizar o veículo
roubado a qualquer momento e automaticamente denunciá-lo à polícia. Sinta-se à
vontade e ter paz na mente, se você vai comprar um carro, por que não escolher um
Buick completamente seguro?”
Essas estratégias causaram um inconformismo nas mídias sociais, resultando em
diversas críticas às empresas por tentar levar vantagem em cima de um momento
trágico como este. O vendedor da GM se desculpou, a Hyundai apenas retirou o texto
e culpou um funcionário. Essas atitudes geraram mais revoltas pelo fato de a empresa
não ter se pronunciado de forma adequada e que melhorasse sua imagem.
122 • capítulo 5
Cabe aos profissionais de marketing, dentro da ética aceitável pela socie-
dade, identificar as características dos consumidores para melhor traçar os
segmentos para os quais a organização deve se direcionar. Dessa forma, a éti-
ca de marketing busca pela vantagem competitiva sem interferir nos valores e
normas organizacionais ao invés de contribuir especificamente nos produtos
(MONOBE ET. AL., 2002) .
Ainda sob o ponto de vista do autor a pouco citado, respeitando os princi-
pais aspectos da ética de marketing, fidelidade e transparência, a empresa pre-
serva uma boa conduta ética perante a sociedade, os consumidores demons-
tram reações positivas quanto aos seus produtos e serviços.
A ética de marketing garante, acima de tudo, a imagem da empresa. Caso a
realidade não corresponda com as informações recebidas pelos consumidores,
a empresa não terá sua credibilidade perante o mercado abrindo espaço para a
concorrência.
Digamos que o que move o mercado é a busca por lucratividade e esse fator
é o grande propulsor das definições e tomadas de decisões dentro das empre-
sas. Claro que cada organização define suas regras e buscam estar de acordo
com o código de ética. Porém o momento de crise no mercado, a alta competi-
tividade, a baixa lucratividade, pode tornar as empresas alheias à ética (DIAS;
CASSAS, 2005).
A análise da ética na gestão do composto de marketing baseia-se em quatro
variáveis essenciais (DIA e CASSAS, 2005):
• Produto: análise das características, modificação ou dependência do pro-
duto por outro;
• Preço: determinação de um preço compatível com o mercado;
• Distribuição: criação de canais de distribuição confiáveis;
• Comunicação: canais de comunicação acessíveis e confiáveis.
capítulo 5 • 123
PRODUTO PREÇO
• O que o cliente quer do produto? • Qual valor oferecido pelo seu produto?
• Quais atributos ele precisa ter? • Já existem referências na sua área?
• Como ele será usado? • O cliente é sensível ao preço?
• Qual a sua aparência? • Como você será comparado?
• Qual seu nome?
Mercado
Alvo
PRAÇA PROMOÇÃO
• Onde o cliente procura pelo • Onde você vai anunciar seu produto?
seu produto? • Qual o melhor momento para
• Como você pode acessar canais promover?
de distribuição? • Qual o padrão de mercado para
• Qual tipo de esforço de venda? esse tipo de produto?
• Onde seus concorrentes estão?
Figura 5.6 – Os 4 P's de Marketing - Composto de Marketing. Fonte: Borges, L., 2013.
124 • capítulo 5
Dessa forma, a Organização Mundial do Turismo (OMT) criou o Código de
Ética com o intuito de minimizar os efeitos negativos que o turismo poderia
causar, seja para a sociedade ou até mesmo para o meio ambiente, e ao mesmo
tempo beneficiar os destinos turísticos, alavancando a economia local e conse-
quentemente do país (WYSE, 2006).
Os principais motivos para a criação do Código de ética, pela OMT, segundo
Dias e Cassas (2005):
• Crescimento rápido e contínuo da atividade turística;
• Promover um turismo responsável e sustentável, acessível a todos;
• Desenvolver a indústria turística mundial;
• Conciliar economia e ecologia, ambiente e desenvolvimento e tro-
cas internacionais;
• Identificar os direitos e deveres de cada um dos agentes do desenvolvi-
mento turístico;
• Relacionar os setores público e privado no desenvolvimento turístico.
capítulo 5 • 125
que todas as variáveis, desde infraestrutura ao comportamento das pessoas es-
tão correlacionadas para uma plena desenvoltura da cidade turística.
Dias e Cassas (2005) finalizam destacando a importância do código de éti-
ca para o mercado turístico, no qual oferece subsídios para solução de litígios
ligados a esse mercado, além de ser uma ferramenta que controla o poder da
concorrência e garante os direitos do consumidor-turista.
Através do turismo, então, podemos relembrar as ferramentas de marke-
ting e seus esforços necessários para o sucesso das organizações, independen-
temente do setor atuante.
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ANOTAÇÕES
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