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ELETROTERAPIA

SOBRE A FACULDADE

Propósito
 Mudar a vida das pessoas para melhor.

Missão
 Educar profissionais da saúde e negócios para fazer diferença no mercado e
na vida.

Visão
 Proporcionar educação de qualidade segmentos da Saúde, Estética, Bem-
Estar e Negócios, tornando-se referência nos mercados regional, nacional e
internacional.

Valores
 Liderança: porque devemos liderar pessoas, atraindo seguidores e
influenciando mentalidades e comportamentos de formas positiva e vencedora.
 Inovação: porque devemos ter a capacidade de agregar valor aos produtos da
empresa, diferenciando nossos beneficiários no merca- do competitivo.
 Ética: porque devemos tratar as coisas com seriedade e em acordo com as
regulamentações e legislações vigentes.
 Comprometimento: porque devemos construir e manter a confiança e os bons
relacionamentos.
 Transparência: porque devemos sempre ser verdadeiros, sinceros e ca- pazes
de justificar as nossas ações e decisões.
Eletroterapia

Caro aluno,

Nessa disciplina você entrará em contato com equipamentos de eletroterapia


direcionados aos tratamentos estéticos.
Nas clínicas e consultórios estéticos, a necessidade de manuseio de
equipamentos de eletroterapia se faz necessária e indispensável, por sua eficácia e
resultados satisfatórios no tratamento de gordura localizada, fibro edema gelóide,
flacidez tissular e muscular, estrias e rugas, além de potencializar tratamentos com
peelings químicos, laser e injetáveis.
Extremamente importância sua compreensão e aprendizado, portanto faça
suas anotações de relevância e de dúvidas, para levá-las em nosso encontro
presencial, siga as orientações da aula online, faça os exercícios e as tarefas
propostas para que possa ter um melhor aproveitamento.
Eletroterapia

SUMÁRIO

INTRODUÇÃO ................................................................................................. 5

ULTRASSOM .................................................................................................. 6

ENTENDENDO O EFEITO DE CAVITAÇÃO .................................................. 8

Mecanismo de ação ....................................................................................... 9

TERAPIAS COMBINADAS ........................................................................... 12

ELETROLIPÓLISE ........................................................................................ 14

Microcorrentes ............................................................................................. 15

Aplicação ...................................................................................................... 15

Indicações e Contraindicações ................................................................... 16

CORRENTE RUSSA...................................................................................... 17

CORRENTE GALVÂNICA ............................................................................. 19

RADIOFREQUÊNCIA E CRIOFREQUÊNCIA ............................................... 23

Dosimetria..................................................................................................... 25

Criofrequência .............................................................................................. 26

CRIOLIPÓLISE POR FÁBIO BORGES E FLÁVIA SCORZA ....................... 27


Eletroterapia

INTRODUÇÃO

A estética é um ramo da filosofia que se ocupa das questões ligadas à arte,


como o belo, o feio, o gosto e os estilos. Durante séculos a constante preocupação
com a aparência e padrões de beleza imposto pela mídia, faz com que o mercado de
estética cresça cada dia mais a sua demanda.
A eletroterapia tem sido uma das habilidades chave da estética na prática
clínica com o uso de calor, frio e estimulação elétrica. Consiste no uso de aparelhos
que utilizam estímulos elétricos de baixa intensidade para melhorar a circulação
sanguínea, o metabolismo, a nutrição e a oxigenação da pele, favorecendo a
produção de colágeno e elastina, promovendo o equilíbrio e manutenção da pele.
Esses tratamentos podem ser usados no corpo, rosto e cabelo, após a
anamnese e identificar as necessidades do seu paciente/cliente.
As pessoas realizam tratamentos estéticos em busca de uma aparência
perfeita, o mercado oferece recursos com resultados satisfatórios e imediatos. Em
função desse cenário é necessário que o profissional se capacite para atuar neste
mercado visando corresponder às expectativas do seu paciente/cliente que querem
além de uma aparência perfeita uma melhora na autoestima e na qualidade de vida.
Nesse e-book você entrará em contato com equipamentos de eletroterapia
direcionados aos tratamentos estéticos.
Iremos abordar sobre teoria e interação fisiológica dos equipamentos, forma de
aplicação, indicações, contraindicações e combinação de terapias na estética facial e
corporal onde os seguimentos se dividirão entre:
Equipamentos faciais:
 Corrente galvânica, técnica de Iontoforese, desincruste, microcorrentes e
corrente russa facial.
Equipamentos corporais:
 Ultrassom de baixa potência, ultracavitação Plana e Hi-Fu, corrente combinada,
criolipólise, eletrolipólise, radiofrequência, criofrequência e corrente russa
corporal.

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ULTRASSOM

GUIRRO e GUIRRO (2004), relatam que o ultrassom tem sido utilizado pela
área da saúde com finalidade terapêutica, sendo que esta modalidade de energia,
quando aplicada em animais e no homem, tem se revelado eficiente na resolução de
muitas formas de lesão. O ultrassom caracteriza-se por uma onda mecânica
longitudinal, não audível, com frequência de 20KHz, sendo a energia transmitida pelas
vibrações das moléculas do meio pelo qual a onda esta se propaga. A possibilidade
de utilizar frequências entre 1 e 3MHz é importante na medida de frequências mais
altas (3MHZ) são absorvidas mais intensamente, tornando-as mais especificas no
tratamento de 6 tecidos superficiais, enquanto que as frequências mais baixas (1MHz)
penetram mais profundamente, devendo ser usadas nos tecidos mais profundo
(JPC,2008).
O ultrassom apresenta alguns aspectos biofísicos, que constituem-se de vários
fatores, como a propagação, onde as ondas sonoras necessitam de um meio para se
propagarem (liquido, sólido e gasoso), pois não se propagam no vácuo. A propagação
de energia ultrassônica nos tecidos depende principalmente de dois fatores:
características de absorção do meio biológico e reflexão da energia ultrassônica nas
interfaces teciduais (BORGES, 2006). De acordo com Fabio Borges, a característica
de absorção é caracterizada pela capacidade de retenção da energia. Estas ondas
são absorvidas pelo tecido e transformadas em calor.
O ultrassom aumenta o movimento molecular, provocando maior vibração e
colisão entre as moléculas e gerando efeito térmico. A característica reflexão ocorre
quando uma onda sonora emitida volta ao meio de origem, conservando sua
frequência e velocidade (BORGES,2006). O autor ainda cita que é importante a
utilização do gel como substância de acoplamento, pois apresenta impedância
acústica próximo a da pele. A intensidade de um feixe ultrassônico de 1MHz, pode ser
reduzida á metade em aproximadamente 48mm de gordura, ou 9mm de músculo; ao
passo que um feixe de 3MHz pode ter a sua intensidade reduzida pela metade
aproximadamente 16mm de gordura, ou 3mm de músculo (GUIRRO e
GUIRRO,2004). Portanto, a baixa frequência é mais efetiva para as estruturas
localizadas profundamente, enquanto que as frequências maiores são utilizadas nos
tecidos superficiais. As ondas sonoras necessitam de um meio para se propagarem
sendo eles, líquidos, sólidos e gasosos, ou seja, o som não se propaga no vácuo

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(Borges, 2006). Borges descreve que há dois tipos de ondas sonoras que se propaga
através do meio, sendo as ondas longitudinais e as transversais.
Onda longitudinal influencia no meio molecular ocorre na direção da propagação,
assim também uma alta densidade molecular.
As ondas transversais ocorrem quando as moléculas, somente no meio solido
sob influencia do campo ultrassônico, deslocam-se em uma direção perpendicular em
relação á direção das ondas que estão se movendo.
As ondas sonoras, utilizadas para terapêutica e diagnóstico, são geradas
através de instrumentos chamados transdutores. A propagação da energia
ultrassônica nos tecidos depende da absorção do meio biológico e reflexão da energia
nas interfaces teciduais. A velocidade é maior onde as moléculas estão mais próximas
umas das outras. Deste modo, som se propaga mais rápido nos sólidos do que nos
líquidos e gasosos. Nos tecidos orgânicos, a velocidade de propagação do ultrassom
pode variar de acordo com as características do tecido, ou seja, se propaga mais
rápido no tecido ósseo do que no músculo (BORGES,2006).
Dentro das modalidades, a impedância acústica, é caracterizada pela
resistência doas tecidos á passagem das ondas geradas pelo ultrassom. A reflexão
ocorre quando uma onda sonora emitida volta ao meio de origem conservando a
frequência e a velocidade. A refração diferente da reflexão, ocorre quando uma onda
emitida passa para outro meio e desvia sua direção, sofrendo mudança na sua
velocidade e mantendo sua frequência (BORGES,2006). O ultrassom aumenta o
movimento molecular, provocando maior vibração e colisão entre as moléculas e
gerando efeito térmico.
O ultrassom é gerado por um transdutor, que corresponde a um dispositivo que
transforma uma forma de energia em outra. No caso do ultrassom terapêutico, o
transdutor transforma a energia elétrico em energia mecânica, por ação do cristal
piezelétrico presente no transdutor. A absorção é caracterizada pela capacidade de
retenção da energia acústico do meio exposto às ondas eletro-sônicas (BORGES,
2006).

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ENTENDENDO O EFEITO DE CAVITAÇÃO

A lipocavitação é eficiente para a diminuição da gordura localizada e superficial.


Utiliza uma tecnologia de ultrassons sobre a superfície da pele que alteram a pressão
e temperatura do líquido intersticial do tecido adiposo e com isso destrói a gordura
através do rompimento das membranas dos adipócitos. Segundo Borges, a cavitação
ocorre em toda aplicação de ultrassom, pois os pulsos individuais liberados pelo
gerador de ultrassom fazem que os células e moléculas situados no caminho do feixe
oscilem de maneira cíclica e diretamente proporcional a intensidade da saída da
unidade geradora de ultrassom. A cavitação ocorre quando as bolhas de ar oscilam
de um lado para outro, dentro das ondas de pressão do ultrassom, aumentando e
diminuindo seu volume e pode ser visualizada ao colocarmos um pouco de água sobre
a face frontal do cabeçote e ligarmos o aparelho.
A cavitação pode ser divida em duas categorias (GUIRRO e GUIRRO,2004):
Cavitação estável: é uma forma pouco violenta, estando associada com a
vibração dos corpos gasosos que oscilam geralmente de forma não linear, dentro de
um mesmo equilíbrio.
Cavitação instável ou transiente: A cavitação instável ou transiente ocorre
quando há uma violenta implosão de bolhas, se o pico de intensidade for intensamente
alto.
Cavitação dupla: é o uso de aparelhos que produz duas ondas de frequências
diferentes e combinados em paralelo com a produção de microbolhas, gera um
aumento da temperatura interna que provoca uma destruição seletiva da massa
tratada. Você pode combinar este tratamento com endermologia que estimula
oxigenação dos tecidos e proporcionando um melhor fornecimento de sangue. Este
tratamento difere de outro, pois permite efeito de sonoforese, que permeia princípios
ativos no tecido. A cavitação dupla é indicado para combater os depósitos de gordura
em casos de áreas difíceis.
Ultracavitação: Este sistema incorpora baixa freqüência ultrassom para quebrar
o tecido adiposo sem danificar a microcirculação. Por as ondas que se propagam de
vibração ultrassônica gerada uma série de bolhas que criam uma compressão estável
que permite separar os nódulos gordos, quebrar a membrana de adipócitos e dissolver
a gordura que eles contêm. Este tipo de cavitação funciona melhor em casos de
flacidez associada aplicando o efeito térmico. Fala-se em ultracavitação como uma

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alternativa para a lipoaspiração, lembrando que estamos falando sobre os depósitos


de gordura, ou seja, em pacientes com um IMC saudável e percentual de gordura
corporal dentro dos limites.
Segundo estudos, é fundamental a ingestão de bastante água antes e durante
o tratamento. O líquido ingerido aumenta o potencial de implosão do tecido adiposo
durante a aplicação do ultrassom, eliminando toxinas que são liberadas pelo
organismo através das vias normais de excreção.
GUIRRO e GUIRRO (2004) relataram que dentre os efeitos não térmicos, a
cavitação tem sido considerada um importante mecanismo para promover efeitos
deletérios nos tecidos biológicos. É um tratamento utilizado por homens e mulheres
que pretendem diminuir medidas sem submeter-se a cirurgia. O tratamento e as
seções variam de acordo com cada individuo, assim como pode ser duradouro e em
outros casos definitivos.
O estudo de caso de Correa (2005) objetivou demonstrar os efeitos do
ultrassom associado à fonoforese no período de 15 sessões, em indivíduo de raça
branca, com FEG na região glútea e posterior da coxa, localização típica desta
afecção. Houve melhora significativa do aspecto da pele e redução da perimetria da
área da lesão. Diante dos dados apresentados, mostrou-se que a terapia foi eficiente,
contudo pelo pequeno número amostral, necessite de mais investigações.

Mecanismo de ação

O ultrassom cavitacional é um equipamento que se baseia na ação terapêutica


e aplicação de ondas de ultrassom com mais de 30 watts de potência, estas são
compostas por diferentes pressões positivas e negativas criando uma inumerável
quantidade de nanobolhas que o diferencia do ultrassom convencional conforme
FATEMI (2009). Este é um aparelho de geração focalizado. Abaixo a diferença de uma
lipocavitação focalizada e não focalizada (LIPOLINE):

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Fonte: http://www.fisioweb.com.br/portal/artigos/38-art-eletro

Estas nanobolhas acumulam energia e crescem a um tamanho que se tornam


instáveis e implodem nas cavidades do líquido intersticial no tecido adiposo. Essa
explosão das nanobolhas libera uma quantidade tal de energia que se cria uma
pressão sobre a membrana celular do tecido adiposo, liberando na corrente sangüínea
moléculas de gordura, que serão liberados e eliminados do organismo (MATIAS,
2011).
No tratamento de adiposidade localizada com ultrassom de intensidade
elevada, estes geram uma cavitação estável e instável, realizando aberturas
transitórias das membranas celulares, sendo então denominados
ultracavitacionais(WATSON, 2009).
Estes produzem a abertura dos triglicerídeos ao liquido intersticial. Os danos
ocorridos aos adipócitos resultam em uma resposta inflamatória, composta
fundamentalmente por macrófagos, neutrólifos, células plasmáticas e linfócitos
atraídos para fagocitar e transportar as células danificadas (FATEMI, 2010).
Abaixo segue como se formam as nanobolhas (LIPOLINE):

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Fonte: http://www.fisioweb.com.br/portal/artigos/38-art-eletr

O processo seletivo da lise do adipócito acontece sem causar nenhum dano


aos tecidos adjacentes, tais como vasos sangüíneos e linfáticos, nervos periféricos ou
músculos. O processo seletivo da lise do adipócito é liberado através dos mecanismos
normais do organismo. Os Triglicéres são liberados dentro do fluído intersticial e
gradualmente transportados pelo sistema vascular hepático. O fígado não faz
distinção entre a gordura originária das células adiposas destruídas e a gordura
derivada do consumo alimentar. Os resíduos celulares são removidos através dos
caminhos fisiológicos normais (FATEMI, 2009).
No caso da destruição do tecido adiposo pelas radiações transcutâneas
podemos reduzir os riscos e aumentar a sua eficiência controlando os lípidos no
sangue antes e depois de cada sessão para determinar quando se pode realizar a
sessão seguinte e ainda que quantidades de tecido adiposo podemos destruir em
cada sessão. Devemos também instituir uma dieta que leve a que a gordura libertada
para o sangue depois de cada sessão seja o mais possível consumida pelo organismo
como fonte energética, e que assim se vá depositar o menos possível no tecido
adiposo de todo o corpo. Os seus resultados nunca serão como os da lipoaspiração
mas podemos atingir resultados que rondam os 80% da lipoaspiração, praticamente
sem dores e sem incapacidades temporárias para a atividade laboral do paciente
(FERREIRA, 2012).

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TERAPIAS COMBINADAS

Terapia combinada é a associação de recursos eletroterapêuticos ao


ultrassom:

Ultrassom e Corrente russa ou Australiana (Aussie);


Ultrassom e Corrente interferencial bipolar;
Ultrassom e Corrente polarizada (polaridade positiva ou negativa);

INDICAÇÕES:
 Pré e pós-operatório de cirurgias plásticas e estéticas;
 Redução de gordura localizada e fibro edema gelóide (celulite) ;
 Hidrolipoclasia;
 Drenagem de edemas e hematomas;
 Drenagem linfática com correntes;

CONTRA-INDICAÇÕES:
 Infecções bacterianas;
 Problemas vasculares (trombose venosa, tecidos isquêmicos);
 Tecidos especiais (olhos, testículos, gônadas);
 Gestantes;
 Adolescentes (inibição da epífise óssea);
 Marca-passos e área cardíaca;
 Hipertensos ou Diabéticos descompensados;
 Proeminências ósseas;
 Tumores;

A terapia combinada realizada por este equipamento alia um gerador de


ultrassom com maior potência total (45 a 54watts), composto por três cristais em seu
cabeçote que emite cada um 3 w/cm2 enquanto simultaneamente emite correntes
elétricas (Organização Mundial da Saúde - OMS) o que permite utilizar-se dos efeitos
do ultrassom e ao mesmo tempo promover contrações de fibras musculares estriadas
e lisas (de acordo com a corrente associada) e promover melhora circulatória, melhora

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na oxigenação e nutrição dos tecidos e facilitação na drenagem linfática (BORGES,


2006).
O FEG atinge na atualidade uma gama de pessoas de diversas faixas etárias
em todo o mundo, de maneira tornar-se objeto de estudo frequente quando se fala
sobre fisioterapia dermato-funcional. Diante disso, estudos passaram a combinar
terapias com o intuito conseguir maior efeito terapêutico através da combinação de
propriedades de cada recurso.
Sant’ Ana (2010) realizou uma pesquisa onde utilizou esse conceito para
buscar embasamento teórico para combinação do ultrassom e da corrente Aussie
através de revisão de literatura. Diante das afirmações oferecidas no estudo, concluiu-
se que a associação das terapias é eficiente no tratamento do FEG. Contudo, torna
evidente de que qualquer medida terapêutica neste intuito só terá êxito com
acompanhamento nutricional e exercício físico.
O advento da combinação de terapias também é posto em questão por Silva
(2011), ao realizar a junção entre a endermoterapia vibratória e fonoforese. O estudo
que contou com número amostral de dez pacientes com FEG grau III na região
posterior da coxa.

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Eletroterapia

ELETROLIPÓLISE

A eletrolipólise consiste em aplicar agulhas de acupuntura no tecido


subcutâneo ligadas à corrente de baixa frequência (de 5 a 50 Hz) com o objetivo de
destruir adipócitos através do efeito Joule, com o aumento da microcirculação e
aumento consequente de temperatura. Estes efeitos são desencadeados por
atividade simpática e posterior liberação de epinefrina e norepinefrina, que levam a
produção da enzima triglicerídeo lipase, hidrolisando as células de gordura.
Valls et al. (2012) se utilizou destas afirmações e através de estudo caso com
paciente do gênero feminino, 35 anos, sedentária, com FEG grau III na região glútea,
objetivou analisar os efeitos da eletrolipólise no tratamento do FEG grau III com a
biofotogrametria computadorizada. A pesquisa contou com 10 sessões de 50 minutos
cada (subdivididos em 10 min.: 5 mA, 15 min.: 6 mA, 25 min.: 7 mA) . Os elementos
descritivos a serem considerados foram a analise da área e do perímetro das lesões.
O resultado obtido foi significativamente estatístico, demonstrando redução no valor
das variáveis estudadas.

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Eletroterapia

ELETROTERAPIA EM ESTÉTICA FACIAL


Microcorrentes

Microcorrente é uma forma de onda monofásica ou alternada de intensidade


muito baixa (μA) abaixo do limiar sensorial que simula os potenciais elétricos gerados
pelo corpo humano. Também chamada de MENS (Micro Electro Neuro Stimulation).
(SANTOS, 2004).
A microcorrente é uma modalidade de terapia não invasiva que usa corrente
de baixa amperagem, em microampéres (μA) com alternância de polaridade positiva
e negativa a cada 3 segundos. (SORIANO, 2002)
A eletroestimulação por MENS normaliza a bioeletricidade tecidual na área
lesionada, pois tem a capacidade de produzir sinais elétricos semelhantes aos do
corpo, diminuindo a resistência do tecido favorecendo a regeneração do mesmo
(AGNE, 2011; STARKEY, 2001), sua atuação fisiológica estimula os fibroblastos a
sintetizarem espontaneamente o que a pele necessita para restaurar a sua vitalidade.
Atua na redução do edema, aumenta a absorção do líquido intersticial,
consequentemente, acarretando uma melhor vascularização do tecido (VOLOSZIN,
2007). De acordo com RODRIGUES (2006) a excitação elétrica por Microcorrentes
favorece a perfusão vascular periférica por meio de estimulação de nervos
autônomos.
Portanto, o uso da Microcorrentes para fins terapêuticos se justifica por sua
capacidade de interação natural com elementos celulares, reestabelecendo a
capacidade energética das células, beneficiando, sobretudo, a condutância e
capacitância do tecido (AGNE, 2011). Em 1982, CHENG descobriu que essa corrente
de baixa intensidade acelera a síntese proteica de 300 a 500%, além de aumentar o
transporte das membranas celulares e incrementar aminoácidos de 30 a 40%.

Aplicação

A aplicação dessa técnica pode ser realizada de duas formas: manual e


automática. Na aplicação manual, o profissional movimenta lentamente dois eletrodos
tipo caneta previamente umedecida. Na aplicação automática usa-se eletrodo de
silicone carbono, auto adesivos e outros, sendo esses os que concentram maior
quantidade de corrente nos tecidos, tornando-se mais eficaz. Na área dermato-
funcional a preferência é sempre por equipamentos com maiores quantidades de
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Eletroterapia

canais, porque desta forma a distribuição de correntes é facilitada, principalmente em


aplicações faciais. Alguns aparelhos oferecem ainda opções de eletrodos como luvas
de silicone condutoras (terapeuta fecha o circuito elétrico com eletrodos no dorso da
mão), rolinhos metálicos, máscaras, pregadores auriculares entre outros (BORGES,
2006).
Quanto aos parâmetros de modulação, o uso da frequência fica em torno de
100Hz a 200Hz quando o objetivo for tratar áreas mais superficiais e quando o objetivo
for tecidos mais profundos recomenda-se o uso de 600Hz e 1000Hz (BORGES, 2006).
A intensidade mais utilizada fica entre 80µA e 160µA, independente da área
lesionada, sendo esses parâmetros os que mais respondem positivamente em
processos de cicatrização, quando comparados à intensidades mais elevadas entre
400µA e 500 µA, incluindo os processos cicatriciais de pós-operatórios imediatos
como mamoplastia, abdominoplastia e lipoaspiração, especialmente devido à
drenagem linfática promovida pelo efeito da corrente, sendo que o tempo de aplicação
deve ser superior à 60 minutos (AGNE, 2011).
Dependendo do modelo de cada equipamento, a intensidade e a frequência
podem variar entre 10µA e 900µA e de 0,5Hz a 900Hz (chegando a até 1000Hz). Os
parâmetros do tipo da corrente são contínuos, pulsada ou alternada e quanto a forma
da onda, pode ser quadrada, senoidal e bifásica (BORGES, 2006).

Indicações e Contraindicações

As indicações para uso de Microcorrentes tem sido para casos de cicatrização


em regeneração, rupturas miotendinosas (para reparo de tecido), quadros pós-
operatórios em geral (objetivo de diminuir o edema, a dor, a inflamação e acelerar o
processo de cicatrização), úlceras de pressão (visando efeito bactericida e reparador),
síndromes dolorosas, tensão muscular, fraturas, processos inflamatórios (tendinites,
tenossinivite, entre outros), queimaduras e outros. (BORGES, 2006)
As principais contra-indicações são: cardíacos portadores de marca-passo, ou
cardiopatias congestivas; uso de prótese metálica; portadores de neoplasia;
patologias circulatórias tipo flebite, trombose; renais crônicos; gestantes em qualquer
idade gestacional; processos inflamatórios e infecciosos; sobre a pele anestésica
(sem sensibilidade); epilepsia ou patologias neurológicas que contra indiquem
aplicação de corrente elétrica. (SORIANO; 2002)

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Eletroterapia

CORRENTE RUSSA

É uma corrente usada para o fortalecimento muscular. Para que possamos


entender como usá-la é importante lembrar um pouco sobre a fisiologia muscular.
A corrente russa possui uma ação terapêutica no qual simula uma contração
natural do músculo, porém com potência e intensidade variáveis, assim, pré-dispondo
ao consequente aumento no recrutamento de fibras musculares, diminuindo a flacidez
muscular e promovendo hipertrofia. Por fim, a ação excitomotora da corrente russa
tem por efeito secundário a redução de gordura devido à quebra de células adiposas,
aumento da atividade mitocondrial e oxidativa e maior número de capilares (MEYER,
2006).
Contudo, em estudo realizado por Paes e Hugen (2010), utilizando a aplicação
de corrente russa em região glútea de 10 pacientes do gênero feminino entre 18 e 30
anos, sedentárias, sem utilização de dieta alimentar e com IMC dentro dos padrões
considerados de normalidade. Foram realizados 8 atendimentos sendo estes, 2 vezes
por semana. Concluiu-se que o tratamento com aplicação da corrente russa não
obteve resultados significativo, já que houve manutenção dos graus do FEG em 80%
dos pacientes.

» Fibras do TIPO I
Já está bem estabelecido pela ciência que elas são as responsáveis pelo
desempenho dos atletas (maratonistas, ciclistas de estrada, nadadores de longa
distância etc.). Carregam muitas mitocôndrias (usinas de energia) e a enzima
(acelerador metabólico) SDH, são volumosas e possuem altos níveis de mioglobina,
que lhes dão coloração vermelha, razão do outro nome a elas atribuído: fibras
vermelhas. São estimuladas na frequência 20 a 30Hz.

» Fibras do TIPO II
Só são trabalhadas com exercícios extenuantes e realizadas numa frequência
muito rápida. Assim, costumam ser as primeiras a se atrofi ar. Em geral, as fibras de
contração rápida são ativadas nas atividades explosivas e rápidas, tipo basquete ou
hóquei de campo, necessitando, às vezes, de energia rápida que somente as vias
metabólicas anaeróbicas podem fornecer. Dependem quase que inteiramente do
metabolismo anaeróbico para a produção de energia. São as principais responsáveis

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Eletroterapia

por flacidez e perda de tônus. Cansam-se com facilidade e não toleram contrações
prolongadas. São estimuladas na frequência 50 a 150Hz.

Fibras do TIPO I – contração lenta / metabolismo oxidativo / alta resistência à


fadiga.

Fibras do TIPO II – contração rápida / metabolismo glicolítico / baixa resistência


à fadiga.

O tempo médio, para pacientes sedentários é de 20 minutos. Durante a


evolução do tratamento ou em pacientes que realizam atividade física, o tempo pode
ser estendido para 25 ou 30 minutos. Para maior conforto, deve-se programar o tempo
de sustentação e Toff (em segundos) iguais ou com o Toff um pouco maior, para
diminuir os riscos de fadiga muscular. A largura de pulso da sinapse de uma contração
muscular, no estado normal, varia de 100 a 500us. O eletrodo mais utilizado é o de
borracha, sendo recomendado um, no ponto motor, local de maior inervação da fi bra
muscular, e um, no ventre muscular.

As contraindicações são:
» Cardiopatias congestivas;
» Portadores de marca-passo;
» Patologias circulatórias como flebites, embolias, varizes, tromboflebites;
» Gestantes;
» hiper e hipotensos descompensados; » processos infecciosos e inflamatórios;
» Neoplasia;
» Problemas renais crônicos;
» Patologias pulmonares como enfisema pulmonar;
» Epilepsia;
» Regiões com dermatites ou dermatoses;
» Lesões musculares;
» Prótese metálica.

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CORRENTE GALVÂNICA

É uma corrente do tipo polarizada (direta) e com sentido unidirecional, ou seja,


os elétrons caminham num só sentido do polo negativo para o positivo. Devido a essa
particularidade, ela produz um efeito eletroquímico.
O efeito eletroquímico é a movimentação dos íons: Cátodo – eletrodo negativo:
para onde as cargas positivas (cátions) se direcionam. Ânodo – eletrodo positivo: para
onde as cargas negativas (ânions) se direcionam.
Para que estejamos cientes de onde aplicar cada polo (+ ou -) é importante
saber que tipo de molécula cada um desses polos atrai, não devendo ser esquecido
que o polo negativo atrai íons positivos, e vice versa.

Por isso, o polo negativo tem:


» Reação alcalina OHNa » Hidrata os tecidos
» Repele íons – » Amolece os tecidos
» Atrai íons + » Estimula a circulação
» É vasodilatador » Provoca o abaulamento tecidual
» Produz hiperemia » É cataletrótono – aumenta a
» Fluidifica os tecidos irritabilidade

O polo positivo:
» Produz reação ácida HCl » É bactericida
» Repele íons + » É anti-infl amatório
» Atrai íons – » Tem ação analgésica
» Provoca vasoconstrição » Provoca depressão tecidual
» Produz hiperemia (difusa) » É aneletrótono – diminui a
» Desidrata os tecidos irritabilidade
» Endurece os tecidos

Devido ao efeito eletroquímico podemos utilizar essa corrente para diversas


aplicações o que veremos mais abaixo, pois antes é importante que se conheça os
eletrodos utilizados na corrente galvânica.
Quando utilizado o eletrodo retangular (figura 7) devemos aplicar o eletrodo (+)
em uma região e o (-) em outra, variando de acordo com o tratamento desejado. Ou

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Eletroterapia

então podemos aplicar apenas o eletrodo (+) ou o (-) para tratar o local desejado e o
outro de forma dispersiva, isto é, geralmente o outro eletrodo estará entre as
escápulas, ou abaixo da coxa.
Quando utilizado os eletrodos estéticos (fi gura 8) podemos aplicar os dois
eletrodos (+ e -) ao mesmo tempo, ou então o paciente segura um eletrodo
(bastonete), e o terapeuta usa o outro para aplicação da corrente no local desejado.

» Técnicas de aplicação

a) Ionização
É uma técnica que facilita a penetração das substâncias ativas dos cosméticos
através da pele. A utilização da corrente elétrica “quebra” as moléculas do princípio
ativo do produto transformando-as em íons, que possuem massa e tamanhos
menores.
Pensando nisso, é de extrema importância que o profissional da estética tenha
amplo conhecimento sobre o produto a ser utilizado, fundamentado na teoria de que:
“cargas iguais se repelem e cargas opostas se atraem”. Sempre se deve ter o cuidado
de utilizar o produto no eletrodo com mesma carga, pois o objetivo é fazer o produto
penetrar com mais facilidade.
Essa dissociação facilita a passagem do produto pela pele, pela membrana
celular e pelos folículos pilo - sebáceos, permitindo melhor absorção e penetração.
Geralmente os produtos utilizados são ampolas nutritivas à base de ureia, colágeno,
elastina, extrato placentário, DNA, vitamina C, entre outros. Além de favorecer a
penetração de substâncias nutritivas, também estimula os tecidos promovendo um
aumento do metabolismo e melhora da atividade celular.
Essa técnica é indicada para tratamentos preventivos de envelhecimento ou
mesmo para atenuar os sinais do envelhecimento.
Podem ser utilizados os dois eletrodos em esfera, movimentados ao mesmo
tempo, ou uma esfera e o outro bastonete; ou um com eletrodo caneta, especial para
linhas de expressão, e o outro com bastonete. Ainda pode-se usar o eletrodo rolinho,
tanto facial quanto corporal.

b) Desincruste
É uma técnica que utiliza a corrente galvânica para facilitar a retirada do

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Eletroterapia

excesso de secreção sebácea da superfície da pele. Geralmente é utilizado um


produto com ativos à base de carbonato de sódio, salicilato de sódio ou lauril sulfato
de sódio, que possuem características alcalinas. Esses produtos realizam
saponificação ou efeito detergente com os ácidos graxos presentes na secreção
sebácea, transformando-se em sabão, que é facilmente removível com água.
A função da corrente é facilitar a penetração do produto, por isso a polaridade
selecionada no aparelho deve ser a mesma do produto, seguindo o mesmo princípio
da ionização. A diferença entre a ionização e desincruste é que este último atinge a
camada mais superficial da pele. A aplicação do desincruste deve ser feita
principalmente na zona T, ou seja, testa nariz e queixo. Os eletrodos que devem ser
utilizados são o gancho (jacaré) envolvido por algodão embebido na solução e o
bastonete. Essa técnica também tem sido bastante utilizada nos tratamentos capilares
para redução da oleosidade nos quadros seborreicos.

c) Eletrolifting ou Galvanopuntura
É uma técnica que utiliza a corrente galvânica, porém em microamperagem
(microgalvânica), que não deve ser confundida com microcorrente, pois a
microcorrente é pulsada e a microgalvânica contínua juntamente com uma agulha de
5mm, com o objetivo de atenuar vincos e linhas de expressão. Não se caracteriza por
um método invasivo, pois a agulha atinge apenas a superfície da pele sem aprofundar-
se. Esse método consiste em provocar uma sutil agressão na camada superficial da
epiderme, sobre as rugas ou linhas de expressão nas regiões nasolabial, periocular,
frontal, entre outras e também muito utilizada para minimizar estrias, com o intuito de
estimular a produção de novas células, de colágeno e elastina e ainda incrementar a
nutrição do local, agindo sobre os tecidos que se encontram desnutridos e
desvitalizados.
Um aparelho bastante usado para esse fim terapêutico é comercializado com
o nome de Estriat. O resultado varia de acordo com a profundidade da ruga, o tempo
da estria, a idade e os cuidados que se tem com a pele. Para a aplicação, são
utilizados os eletrodos bastonete e porta-agulha.

d) Eletrólise ou Eletrocoagulação
Também denominada por depilação “definitiva”, é uma técnica que utiliza a
corrente galvânica e uma agulha metálica de 7mm, como um recurso para destruir a

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Eletroterapia

raiz do folículo pilo-sebáceo, bloqueando, assim, o crescimento do pelo. Essa


destruição ocorre devido a uma descarga elétrica através da agulha, pois é na raiz
que se encontram os nutrientes necessários para o crescimento do pelo. Não é um
método invasivo, pois, a agulha atravessa a epiderme e chega à derme onde atinge a
capa germinativa do bulbo e a papila, sem, portanto ultrapassá-la. Para localizar o
bulbo é necessário o auxílio de uma lupa. Pode ser utilizada em qualquer região do
organismo, onde se deseja a eliminação de pelos indesejáveis, tanto da face como do
corpo, porém é utilizada com mais frequência no buço, peito, virilhas e sobrancelhas.
Os eletrodos utilizados são o porta-agulha, o bastonete e um pedal que libera a
passagem da corrente, sendo que essa não passa de forma contínua para o cliente e
sim quando o pedal é acionado pelo profissional. Para a aplicação dessa técnica é
necessário localizar com precisão o bulbo piloso.
Embora seja considerada definitiva, a técnica pode não elimina por completo o
folículo e o pelo pode vir a crescer novamente, porém com muito menos resistência e
espessura, facilitando sua retirada posteriormente. Além disso, sabemos que o termo
definitivo é muito comprometedor, visto que não existe um método cem por cento
definitivo.

» Parâmetros Físicos
Os parâmetros são preestabelecidos. Por ser corrente contínua não aparece
largura de pulso, trabalha em frequência estabelecida em torno de 8MHz e intensidade
de 0,1 á 0,5 mA/cm².
O tempo de aplicação varia de 10 a 15 min no máximo.
» Contraindicações são iguais as da corrente russa.

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Eletroterapia

RADIOFREQUÊNCIA E CRIOFREQUÊNCIA

Radiofrequência são radiações eletromagnéticas que oscilam simultaneamente


no campo elétrico e magnético, onde a radiação é a propagação de energia. As cargas
elétricas que variam em frequência, comprimento de onda e nível energético,
produzem diferentes efeitos físicos e biológicos.
O principal efeito é chamado de Efeito Térmico.
Efeitos Térmicos: todos os efeitos que produzem aumento de temperatura nos
tecidos são chamados efeitos térmicos. De um modo geral são causados por um
aquecimento direto dos tecidos biológicos como resultado da absorção da energia
eletromagnética num meio dissipativo, como são os tecidos vivos (importância de
aferir sempre com o termômetro a LASER a área trabalhada).
O aquecimento nos tecidos depende do SAR (Taxa de absorção específica),
das condições fisiológicas, vascularização e da habilidade do tecido dissipar calor.
O efeito térmico muda a forma das fibras de colágeno, altera sua periodicidade,
seu diâmetro e reorganiza o colágeno, os fibroblastos aquecidos são estimulados a
formar novos colágenos e subsequente remodelamento tecidual que propiciam
melhora de rugas, linhas, sulcos e flacidez.
Esses efeitos variam de acordo com a potência, frequência, tamanho do
condutor, área e tecido a ser tratado, tempo de exposição à RF e estresse mecânico
aplicado ao tecido. Portanto os resultados dependem do equipamento utilizado, idade,
ph, concentração de fibras colágenas, hidratação e adiposidade do tecido a ser
tratado.
Segundo Guirro e Guirro (2004), quando a RF penetra nos tecidos promove
uma intensa agitação molecular, principalmente das moléculas de água, o que gera
aumento da temperatura tecidual local, ou seja, há um aquecimento seletivo do tecido.
Por isso que, quanto mais rico em água e eletrólitos for o tecido, mais rápido sente-se
o calor e maior será a temperatura atingida. Como resultado, as fibras de colágeno
contraem, aumentando a síntese do novo colágeno, que é progressivo à aplicação
repetitiva de RF. Também, se tem um incremento de aporte sanguíneo e
vascularização na área. Promove-se, então, associado, uma descompressão dos
tecidos tratados, justificando os efeitos na celulite, fibrose, aderências teciduais,
flacidez e adiposidade localizada.
Com o aumento da temperatura e a manutenção desta durante a aplicação da

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Eletroterapia

RF ocorre diminuição da extensibilidade do colágeno, melhorando a flacidez o que se


denomina lifting pela RF5. A hiperemia gerada estimula a síntese da proteína HSB,
que parece provocar a expressão do TGF-beta1, que por sua vez estimula as
proteínas HSP-47 que produz colágeno. De acordo com Borges, o aumento da
temperatura provoca uma inflamação controlada nos tecidos, com aumento imediato
de interleucina 1-Beta (IL-1b), fator de necrose tumoral alfa (TNF-a) e
metaloproteinase de matriz 13 (MMP-13), sendo esta marcadora de desagregação da
matriz extracelular, enquanto os níveis de metaloproteinase de matriz um (MMP-1),
proteína de choque térmico 47 e 72 (HSP47 e HSP72) e fator beta de crescimento
transformador (TGF-b), mantem-se elevados por 2 dias. Além disso, a tropoelastina e
a fibrilina (responsáveis pela elasticidade e presente em grande quantidade na pele),
junto com o procolageno I e II é estimulada por 28 dias após o tratamento. De acordo
com Low e Reed e Del Pino et. Al., o colágeno liquefaz a temperatura acima de 50
graus célsius, que com temperatura entre 40 e 45 graus célsius a extensibilidade do
tecido colagenoso aumenta.
Os benefícios iniciais da radiofrequência são aqueles do calor, como: elevação
da temperatura tecidual, aumento circulatório, aumento da permeabilidade da
membrana celular, aumento do metabolismo tecidual, alterações enzimáticas,
alterações nas propriedades físicas dos tecidos fibrosos, melhora da rigidez articular,
relaxamento muscular moderado e melhora no aspécto tecidual no fibro edema
gelóide.
De acordo com Agnes, todo processo de trauma térmico gerado pela RF leva
a uma desintegração da membrana celular do adipócito, liberando triglicerídeos que
sofrem lise em ácidos graxos livres e glicerol pela enzima lipase lipoproteica (LPL).
Os ácidos graxos livres são insolúveis em gordura, estão ligados a albumina e são
lentamente transportados até o fígado. O glicerol que é solúvel em água é
transportado para o fígado através dos compartimentos intersticiais e sai para a
circulação venosa e linfática. Consequentemente a apoptose dos adipócitos
desempenha um papel importante na homeostase do tecido e pode alterar em
condições fisiológicas e patológicas diversas, a homeostase tecidual mais frequente
é a hipertermia local. Ocorre apoptose das células adiposas pelo efeito térmico.

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Eletroterapia

Dosimetria

Estudos realizados fazem referência à relação da dosimetria da RF e a


descrição dos parâmetros para um protocolo de aplicação.
No protocolo realizado por Costa mostra a utilização da RF em humanos por
12 sessões, três vezes por semana, visando à redução da adiposidade abdominal o
tempo utilizado foi de 3 minutos por ERA e a quantidade de ERAs de acordo com a
superfície abdominal a ser tratada.
De acordo com o estudo de Low e Reed, apenas dois minutos por área do
eletrodo ativo é o tempo necessário para chegar a valores de aumento de 5 graus a 6
graus Celsius (no estudo tiveram como média inicial 33,7 graus e média final de 40,5
graus Celsius avaliadas com termômetro de superfície).
Fernandes avaliou o comportamento do tecido de colágeno ao receber a RF
em tecido dérmico de ratos da linhagem Wistar- Rattos Novergicos Albinus. A
pesquisa foi feita em dois grupos, sendo o primeiro com aplicação única e o segundo
com três aplicações em dias alternados e ambos os grupos foram sacrificados após
24h da última aplicação. Foi definido por um pré-teste um aumento da temperatura de
6 graus a 7 graus Celsius com tempo de exposição por 2 minutos em uma área de 5
cm correspondendo a duas áreas do eletrodo ativo, tempo necessário para chegar
nestes valores.
Em estudo realizado com 14 mulheres entre 40 e 65 anos, com oito aplicações
de RF facial, uma vez por semana, por 30 minutos e realizados por um único terapeuta
com movimentos lineares ascendentes lentos, mantendo leve pressão ao subir e
retirando no trajeto de volta atingindo temperatura de 40 graus Celsius. A análise
estatística comprovou que 53,57% das voluntárias tiveram um aumento da média
entre o ângulo da boca ao trago, havendo uma melhora na flacidez e na pele na região
malar e melhora das rugas estáticas e dinâmicas.

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Eletroterapia

Criofrequência

A criofrequência é baseada nos mesmos princípios da radiofrequência, porém


o equipamento permite aplicar a energia térmica com uma ponteira resfriada a (-)
menos 10 graus na superfície da pele, enquanto o sistema multipolar aumenta
consideravelmente a temperatura interna do tecido epidérmico.
Este evento gera um choque no interior da pele graças à combinação do frio
externo e o calor interno. Esse “choque térmico” gera uma contração instantânea da
pele, além de um efeito desintoxicante, eleva a oxigenação dos tecidos e aumenta a
dilatação dos vasos sanguíneos que alimentam a pele.
Este equipamento pode entregar maior energia do que qualquer outro e deve
ser trabalhado em temperatura ABAIXO DE ZERO, permitindo um tratamento
controlado por tempo de exposição e não por termômetro, como ocorre na
radiofrequência convencional.

http://bodyhealthbrasil.com/bhs/Apresentacao_Novo_Bhs156_2017.

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Eletroterapia

CRIOLIPÓLISE POR FÁBIO BORGES E FLÁVIA SCORZA

Criada em 2005 pela Zeltiq Aesthetics, Inc. (Pleasanton, CA), a Criolipólise vem
se tornando um dos recursos mais eficazes para o tratamento de godura subcutânea
localizada em vários países.
Seus estudos iniciais tiveram como fundamento os episódios de paniculite
relatados na literatura, como Paniculite Picolé, Paniculite Equestre, Pé de Trincheira
e outros, na qual fizeram entender que tecidos ricos em lipídios são mais suscetíveis
a lesões pelo frio do que tecidos ricos em água. Com o controle da aplicação do frio
sobre a pele, entendeu-se que seria possível lesionar seletivamente os adipócitos
subcutâneos, evitando danos à epiderme e derme sobrejacentes, proporcionando
uma forma eficaz de tratar o excesso de tecido adiposo localizado subcutâneo.
Através de um estudo piloto com um único porco, os pesquisadores procuraram
determinar a viabilidade da redução de gordura usando uma aplicação externa de frio.
Dez áreas do animal foram expostas a um resfriamento a -7°C. Após três meses,
verificaram que todos os locais demonstraram uma diminuição visível e mensurável
na espessura da camada superficial de gordura. Verificaram ainda, que o frio, foi
capaz de induzir a morte dos adipócitos por apoptose sem qualquer prejuízo para a
pele ou estruturas internas adjacentes. Noutro estudo,5 em três porcos, sustentou-se
a ideia de que a Criolipólise é capaz de reduzir a camada de gordura subcutânea após
uma única aplicação de frio, onde verificaram redução de 30% na espessura da
camada de gordura superficial na área tratada. A análise histológica revelou ainda que
o principal mecanismo de morte celular de gordura induzida pelo frio foi a apoptose.
Segundo Zelickson et al., uma resposta inflamatória (paniculite lobular)
induzida pelo resfriamento dos adipócitos precede a redução da camada de gordura.
Esta inflamação é, portanto, considerada o elemento desencadeador do
fenômeno da apoptose, sendo esta última, hipotetizada como a chave para a morte
dos adipócitos, redução da gordura localizada e, consequentemente a responsável
pelo o resultado estético do tratamento. Este conceito foi corroborado por vários
autores.
Ainda sobre a paniculite lobular, a lesão inflamatória inicial pôde ser observada
histologicamente a partir do segundo dia (24 a até 72 horas após a aplicação),
perdurando até 30 dias, onde foi observada presença de neutrófilos e células
mononucleares. Verificou-se também, que na semana seguinte após a criolipólise, o

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Eletroterapia

infiltrado inflamatório se torna mais denso e a paniculite lobular atinge seu pico (14
dias após o tratamento). A partir do 14º até o 30º dia, o infiltrado inflamatório torna-se
mais fagocitário e consistente. Os macrófagos começam então, a envolver e digerir
os adipócitos apoptóticos como parte da resposta natural do organismo à lesão. A
partir daí, até 60 a 120 dias, há redução da infiltração inflamatória e do tamanho e
número dos adipócitos, além disso, há um espessamento aparente dos septos
fibrosos; estes então, podem constituir-se no grande volume da camada subcutânea
residual. Isto culmina com o ápice da redução da camada de gordura e é o momento
onde se deve julgar os resultados terapêuticos obtidos pós-tratamento.

www.clinicabellavie.com.br

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Eletroterapia

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Elaborado por: Profª Hellen Grepi Okano.

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