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• Exercício 3.4.

Uma parede de um forno é constituída de duas camadas : 0,20 m de tijolo


refratário (k = 1,2 kcal/h.m.oC) e 0,13 m de tijolo isolante (k = 0,15 kcal/h.m.oC). A
temperatura da superfície interna do refratário é 1675 oC e a temperatura da superfície externa
do isolante é 145 oC. Desprezando a resistência térmica das juntas de argamassa, calcule :
a) o calor perdido por unidade de tempo e por m2 de parede;
b) a temperatura da interface refratário/isolante.

parede de refratário :
L1  0, 20 m k1  1, 2 Kcal h. m .o C
parede de isolante :
L2  0,13 m k 2  0, 15 Kcal h. m .o C
T1  1675o C T3  145o C

a) Considerando uma área unitária da parede ( A=A1=A2=1 m2 ), temos :

q 
T total  T1  T3

T1  T3

1675  145
Rt Rref  Riso L1

L2 0,20

0,13
k1. A k2 . A 1,2  1 0,15  1
q  1480,6Kcal h p m 2  
b) O fluxo de calor também pode ser calculado em cada parede individual. Na parede de
refratário, obtemos :

T1  T2 T1  T2 k1. A
q    .T1  T2 
Rref L1 L1
k1. A
1,2  1
1480,6   1675  T2 
0,20
T2  1428,2oC

• Exercício 3.5. Obter a equação para o fluxo de calor em uma parede plana na qual a
condutividade térmica ( k ) varia com a temperatura de acordo com a seguinte função :
k = a + b.T

Partindo da equação de Fourier, temos :

dT
q  k . A.
dx
q.dx  k. A.dT

Agora k é uma função da temperatura, portanto não pode ser retirada para fora da integral. A
integração da equação acima, entre os limites que podem ser verificados na figura 3.5, fica
assim :

a  b.T dT
L T2
q. dx   A.
0 T1
q. dx   A.a  dT  b  TdT 
L T2 T2

0  T1 T1 

 
q.L  0   A.a.T2  T1   . T22  T12 
b

 2 


q.L  A.a.T1  T2   . T1  T22 
b 2


 2 
q 
a. A
L
.T1  T2  
2.L

b. A 2
. T1  T22

Configuração cilindrica

onfiguraçam
• Exercício 3.6. Um tubo de aço (k=22 Btu/h.ft.oF) de 1/2" de espessura e 10" de diâmetro
externo é utilizado para conduzir ar aquecido. O tubo é isolado com 2 camadas de materiais
isolantes : a primeira de isolante de alta temperatura (k=0,051 Btu/h.ft.oF) com espessura de 1"
e a segunda com isolante à base de magnésia (k=0,032 Btu/h.ft. oF) também com espessura de
1". Sabendo que estando a temperatura da superfície interna do tubo a 1000 oF a temperatura
da superfície externa do segundo isolante fica em 32 oF, pede-se :
a) Determine o fluxo de calor por unidade de comprimento do tubo
b) Determine a temperatura da interface entre os dois isolantes
c) Compare os fluxos de calor se houver uma troca de posicionamento dos dois isolantes

T1=1000 oF r1= 5" - 1/2" = 4,5" = 4,5/12 ft


T4= 32 oF r2 = 5" = 5/12 ft
r3 = 5" + 1" = 6" = 6/12 ft
k1= 22 Btu/h.ft.oF r4 = 6" + 1" = 7" = 7/12 ft
k2= 0,051 Btu/h.ft.oF
k3= 0,032 Btu/h.ft.oF L= 1 ft

T1  T4 1000  32
a) q  
ln r2 r1  ln r3 r2  ln r4 r3  ln 5 4,5 ln 6 5 ln 7 6
   
2. .L.k1 2. .L.k2 2. .L.k3 2    1 22 2    1 0,051 2    1 0,032

q  722,4Btu h  p ft 

T3  T4 T3  32
b)q  724,5 
ln r4 r3  ln 7 6
2. .L.k3 2    1 0,032

T3 587, 46 oF

T1  T4 1000  32
c)q  
ln r2 r1  ln r3 r2  ln r4 r3  ln 5 4,5 ln 6 5 ln 7 6
   
2. .L.k1 2. .L.k3 2. .L.k2 2    1  22 2    1  0,032 2    1  0,051

q   697, 09Btu h ( o fluxo diminui em relação ao caso anterior)

3.7. CONDUÇÃO DE CALOR ATRAVÉS DE UMA CONFIGURAÇÃO ESFÉRICA


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• Exercício 3.7. Um tanque de aço ( k = 40 Kcal/h.m.oC ), de formato esférico e raio interno de
0,5 m e espessura de 5 mm, é isolado com 1½" de lã de rocha ( k = 0,04 Kcal/h.m.oC ). A
temperatura da face interna do tanque é 220 oC e a da face externa do isolante é 30 oC. Após
alguns anos de utilização, a lã de rocha foi substituída por outro isolante, também de 1½" de
espessura, tendo sido notado então um aumento de 10% no calor perdido para o ambiente (
mantiveram-se as demais condições ). Determinar :
a) fluxo de calor pelo tanque isolado com lã de rocha;
b) o coeficiente de condutividade térmica do novo isolante;
c) qual deveria ser a espessura ( em polegadas ) do novo isolante para que se tenha o mesmo
fluxo de calor que era trocado com a lã de rocha.

r1 = 0, 5 m
r2 = 0, 5 + 0, 005 = 0, 505 m
r3 = 0, 505 + 1, 5 x 0, 0254 = 0, 5431 m
k1 = 40 Kcal / h. m.o C k 2 = 0, 04 Kcal / h. m.o C
T1  220 oC T3  30 oC

a) q 
T total
Rt
1 1 1 1 1 1 1 1
       
Rt   r1 r2   r2 r3  0,5 0,505 0,505 0,5431
    0,000039  0,276364  0,2764 h.o C Kcal
k1.4 k2 .4 40  4 0,04  4

q 
T total 
220  30
 687,41Kcal h
Rt 0,2764

b) Levando em conta a elevação do fluxo de calor :

q   1,1  q  1,1  687, 41  756,15 Kcal h

Desprezando a resistência térmica da parede de aço ( T2 = T1= 30 oC ), temos :

T2  T3 220  30
q  756,15  
1 1  1 1 
     
 r2 r3   0,505 0,5431 
kiso .4 kiso  4

kiso  0, 044 Kcal h. m.o C

c) Para manter o fluxo de calor deve ser usada uma maior espessura isolante :

T2  T3 220  30
q  687,41   r3  0,5472m
1 1  1 1
     
 r2 r3   0,505 r3 
k iso .4 0,044  4

3
e  r3 r2  0, 5472  0, 505  0, 0422 m  4, 22 cm

e  4, 22 cm  1, 66

• Exercício 3.9. A parede de um forno industrial é composta com tijolos refratários ( k = 0,3
Btu/h.ft.oF ) por dentro, e tijolos isolantes por fora ( k = 0,05 Btu/h.ft.oF ). A temperatura da face
interna do refratário é 1600 oF e a da face externa do isolante é 80 oF. O forno tem formato de
prisma retangular ( 8,0 X 4,5 X 5,0 ft ) e a espessura total da parede é 1,3 ft. Considerando
uma perda de calor de 36000 Btu/h apenas pelas paredes laterais, pede-se :
a) a espessura de cada um dos materiais que compõem a parede;
b) colocando-se uma janela de inspeção circular de 0,5 ft de diâmetro, feita com vidro refratário
de 6" de espessura ( k = 0,65 Btu/h.ft.oF ) em uma das paredes do forno, determinar o novo
fluxo de calor
c) qual deveria ser a espessura dos tijolos isolantes, no caso do item anterior, para que o fluxo
de calor fosse mantido em 36000 Btu/h.

T1  1600 o F T2  80 o F
k iso  0,3Btu h. ft . o F k ref  0,05 Btu h. ft . o F
L  L1  L2  1,3 ft
Alateral   2  8  5  2  4.5  5  125 ft 2

a) A resistência térmica da parede composta a partir do fluxo de calor perdido pelas paredes e
da diferença de temperatura total :

T total 1600  80


q   36000   Rt  0, 042 h.o C Kcal
Rt Rt
Em associação em série a resistência total é igual à soma das resistências individuais :

Lref
Liso Lref Liso
Rt  Rref  Riso     0, 0422  0, 0267  Lref  0,16  Liso
kref . A kiso . A 0, 3  125 0, 05  125
Como existem 2 incógnitas, é necessário outra equação. Como a soma das espessuras das
paredes individuais é igual à espessura da parede composta, temos o seguinte sistema de
equações :

0,0422  0,0267  Lref  0,16  Liso


 Lref  1, 243 ft
 donde,
1,3  Lref  Liso
 Liso  0, 057 ft

b) A janela de inspeção é uma parede que está associada em paralelo com os tijolos. As áreas
de cada parede são :
área de vidro  Avid  0, 45  0, 30  0,135 ft 2
área de tijolo  Atij  125  0,135  124, 865 ft 2
DADOS : kvid  0, 65 Btu h. ft .o C Lvid  0, 4  0, 0333 ft

A resistência total equivalente à esta associação é :

4
   
   
1 1 1 1 1 1 1
      
Rt Rvid Rtij Lvid  Lr  Li  0,0333  1,243

0,057 
 k .A 
kvid . Avid  r tij ki . Atij  0,65  0,135  0,3  124,865 0,05  124,865 
Rt  0, 0381h.o F Btu

O fluxo de calor pela parede com janela de inspeção é :

T total 1600  80


q   39928, 8 Btu h
q    
Rt 0,0381

c) Para que o fluxo de calor seja o mesmo, após a colocação da janela de inspeção, deve haver
um aumento do isolamento.
q  36000 Btu / h  Rt  0, 0422 h.o F Btu
   
   
1 1 1 1 1 1 1
      
Rt Rvid Rtij Lvid  Lr  Li  0,0333  1,243

Li 
kvid . Avid  kr . Atij ki . Atij  0,65  0,135  0,3  124,865 0,05  124,865 

1 1
 2, 63514  Þ Li  0, 089 ft
0, 0422 0, 03318  0,16017  Li

4. FUNDAMENTOS DA CONVECÇÃO
[EECQ1] Comentário: Página: 34

4.1. LEI BÁSICA PARA CONVECÇÃO

O calor transferido por convecção, na unidade de tempo, entre uma superfície e um fluido,
pode ser calculado através da relação proposta por Isaac Newton :

q  h. A.T ( eq. 4.1 )


.
onde, q
= fluxo de calor transferido por convecção ( kcal/h);
= área de transferência de calor (m2);
A
T = diferença de temperatura entre a superfície (Ts) e a do fluido em um local bastante
afastado da superfície (TT) (oC). A figura 4.1 ilustra o perfil de temperatura e ¦T para o caso
de um fluido escoando sobre uma superfície aquecida;
h = coeficiente de transferência de calor por convecção ou coeficiente de película.

5
[ figura 4.1 ]

A simplicidade da equação de Newton é ilusória, pois ela não explícita as dificuldades


envolvidas no estudo da convecção, servindo apenas como uma definição do coeficiente de
película (h). O coeficiente de película é, na realidade, uma função complexa do escoamento do
fluido, das propriedades físicas do meio fluido e da geometria do sistema. Seu valor numérico
não é, em geral, uniforme sobre a superfície. Por isto utiliza-se um valor médio para a
superfície. A partir da equação 4.1 , podem ser obtidas as unidades do coeficiente de película.
No sistema prático métrico, temos :
.
F
G Kcal I
Hm . C  h.m . C J
q Kcal / h
h
A. T 2 o
K
2 o
(eq. 4.2)

Analogamente, nos sistemas Inglês e Internacional, temos :

Btu
Sistema Inglês 
h.ft 2.o F
W
Sistema Iinternacional 
m2 .K

A tabela 4.1 mostra, para diversos meios, ordens de grandeza do coeficiente de película em
unidade do sistema prático métrico :

Tabela 4.1 - Ordens de grandeza do coeficiente de película ( h )

Meio kcal/h.m2.oC
Ar, convecção natural 5-25
Vapor, convecção forçada 25-250
Óleo, convecção forçada 50-1500
Água, convecção forçada 250-10000
Água convecção em ebulição 2500-50000
Vapor, em condensação 5000-100000

4.2. CAMADA LIMITE

Quando um fluido escoa ao longo de uma superfície, seja o escoamento em regime laminar ou
turbulento, as partículas na vizinhança da superfície são desaceleradas em virtude das forças
viscosas. A porção de fluido contida na região de variação substancial de velocidade, ilustrada
na figura 4.2, é denominada de camada limite hidrodinâmica.

[ figura 4.2 ]

Consideremos agora o escoamento de um fluido ao longo de uma superfície quando existe uma
diferença de temperatura entre o fluido e a superfície. Neste caso, O fluido contido na região de
6
variação substancial de temperatura é chamado de camada limite térmica. Por exemplo,
analisemos a transferência de calor para o caso de um fluido escoando sobre uma superfície
aquecida, como mostra a figura 4.3. Para que ocorra a transferência de calor por convecção
através do fluido é necessário um gradiente de temperatura ( camada limite térmica ) em uma
região de baixa velocidade ( camada limite hidrodinâmica ).

[ figura 4.3 ]

O mecanismo da convecção pode então ser entendido como a ação combinada de condução
de calor na região de baixa velocidade onde existe um gradiente de temperatura e movimento
de mistura na região de alta velocidade. Portanto :

 região de baixa velocidade  a condução é mais importante


 região de alta velocidade  a mistura entre o fluido mais quente e o mais frio contribui
substancialmente para a transferência de calor

Na camada limite térmica tem-se portanto elevados gradientes de temperatura e pode-se dizer
que o estudo do fenômeno da convecção se reduz ao estudo da condução através da mesma.
Portanto, considerando a camada limite térmica como uma "parede" hipotética de espessura dt
e condutividade térmica kt, temos :

q 
kt . A
Ts  T  fluxo de calor por condução na camada limite térmica ( eq. 4.3 )
t

Pela equação de Newton temos que :

q  h.A.Ts  T  fluxo de calor por convecção ( eq. 4.4 )

Igualando as equação 4.3 e 4.4, obtemos :

kt . A
Ts  T   h. A.Ts  T 
t
k
h t ( eq. 4.5 )

t

Embora essa imagem seja consideravelmente simplificada, a equação 4.5 mostra que o
coeficiente de película é inversamente proporcional à espessura da camada limite térmica.
Desta forma, pode entendida, por exemplo, a ação de um ventilador. O aumento da velocidade
do fluido causado pela rotação das pás resulta aumento da velocidade de escoamento e, como
7
consequência, em redução da camada limite térmica sobre a nossa pele. A equação 4.5 mostra
que isto resulta em uma elevação do coeficiente de película. Esta elevação do coeficiente de
película é responsável pelo aumento da transferência de calor por convecção ( equação 4.1 ) e
pela conseqüente sensação de alívio do calor.

4.3. DETERMINAÇÃO DO COEFICIENTE DE PELÍCULA (h)

Como visto anteriormente, o coeficiente h é uma função complexa de uma série de variáveis
relacionadas com as seguintes características:

1. Dimensão Característica ( D )

D: é a dimensão que domina o fenômeno da convecção. Ex: diâmetro de um tubo, altura de


uma placa, etc
2. Propriedades Físicas do Fluido (  , , c p , k ,  )

 : viscosidade dinâmica do fluido;


 : densidade do fluido;
c p : calor específico do fluido;
k : condutividade térmica do fluido;
 : coeficiente de expansão volumétrica
3. Estado de Movimento do Fluido ( V,g,T )

V : velocidade do fluido;
g : aceleração da gravidade;
T : diferença de temperatura entre a superfície e o fluido

Logo, h é uma função do tipo :

h  f D,  ,  , c p , k ,  , V , g , T  ( eq. 4.6 )

Uma fórmula que levasse em conta todos estes parâmetros seria extremamente complexa. O
problema é, então, contornado dividindo-se o estudo em casos particulares. Por exemplo, o
estudo da convecção em gases pode ser subdividido assim :

  horizontal
  parede plana 
  vertical
natural  horizontal
 
convecção em gases   paredecilíndrica 
   in terna
  vertical externa
  
 forçadaetc

Para cada caso particular são obtidas equações empíricas através da técnica de análise
dimensional combinada com experiências, onde os coeficientes de película são calculados a
partir de equações empíricas obtidas correlacionando-se os dados experimentais com o auxílio
da análise dimensional. O desenvolvimento desta técnica foge ao escopo deste curso,
entretanto, podemos afirmar que os resultados são obtidos na forma de equações dimensionais
como mostrado nos exemplos a seguir :

8
 Para Convecção Forçada a equação é do tipo :

Nu  Re, Pr 
h.D D.V . c p . ( eq. 4.7 )
onde, Nu  ;Re  Pr 
k  k

Exemplo : Escoamento de um fluido no interior de um tubo de diâmetro D no regime de


escoamento turbulento ( Re > 3300 ). Neste caso, usamos a seguinte equação :

Nu  0,023. Re 0,8 . Pr n
n  0,3 p / fluido esfriando ( eq. 4.8 )
onde,
n  0,4 p / fluido aquecendo

 Para Convecção Natural a equação é do tipo :

Nu  Gr, Pr 
D 3 . .g.T ( eq. 4.9 )
onde,Gr 
2

Exemplo : Convecção natural sobre placas verticais de altura D e e cilindros de grande diâmetro
e altura D ( p/ Gr.Pr < 108 ). Neste caso, usamos a seguinte equação :

Nu  0,56Gr. Pr 
0, 25
( eq. 4.10 )

• Exercício 4.1. Em uma placa plana de 150 X 100 mm, eletricamente aquecida, a máxima
temperatura permissível no centro da placa é 135 oC. Para este caso específico o número de
Grashof é 2,2 x 107 e o número de Prandt é 0,7. Sabendo que a equação empírica, obtida com
o auxílio da análise dimensional, que descreve a convecção natural ( regime laminar ) em uma
placa plana é dada pela equação 4.11 :
1 1 h. L
Nu = 0,555  Gr 4  Pr 4 onde, Nu = ( eq. 4.11 )
k
Calcular o fluxo de calor por transferido por convecção, por ambos lados da placa, para o ar
atmosférico a 25 oC ( kar = 0,026 Kcal/h.m.oC ).

A dimensão característica ( L ) é comprimento da placa : L =0,15 m


O de coeficiente de película do ar em volta da placa é calculado a partir da equação 4.11 :

h. L 1 1
Nu = = 0,555  Gr 4  Pr 4
kar
h  0,15
= 0,5552,2  10 7  4 0,7  4  h  6,03Kcal h.m 2 .o C
1 1

0,026

O fluxo de calor por convecção é dado pela equação de Newton ( equação 4.1 ) :
9
q  h. A.T  6,03  2  0,10  0,15 135  25
q  19, 86 Kcal h

4.4. RESISTÊNCIA TÉRMICA NA CONVECÇÃO

Como visto anteriormente, a expressão para o fluxo de calor transferido por convecção é :

.
q  h. A.T ( eq. 4.12 )

Um fluxo de calor é também uma relação entre um potencial térmico e uma resistência :

. T
q ( eq. 4.13 )
R

Igualando as equações 4.11 e 4.12, obtemos a expressão para a resistência térmica na


convecção :

1
R ( eq. 4.14 )
h. A

4.5. MECANISMOS COMBINADOS DE TRANSFERÊNCIA DE CALOR (CONDUÇÃO E


CONVECÇÃO)

Consideremos uma parede plana situada entre dois fluidos a diferentes temperaturas. Se as
temperaturas T1 e T4 dos fluidos são constantes, será estabelecido um fluxo de calor único e
constante através da parede (regime permanente). Um bom exemplo desta situação é o fluxo
de calor gerado pela combustão dentro de um forno, que atravessa a parede por condução e se
dissipa no ar atmosférico.

10
Utilizando a equação de Newton ( equação 4.1 ) e a equação para o fluxo de calor em uma
parede plana ( equação 3.6 ), podemos obter as seguintes equações para o fluxo de calor
transferido pelo forno :

q  h1 . A.T1  T2  ( eq. 4.15 )


q 
k. A
T2  T3  ( eq. 4.16 )
L
q  h2 . A.T3  T4  ( eq. 4.17 )

Colocando as diferenças de temperatura nas equações 4.14 a 4.16 em evidência e somando


membro a membro, obtemos :

q
(T1  T2 ) 
h1. A
q.L
(T2  T3 ) 
k. A
q
(T3  T4 ) 
h2 . A
 1 L 1 
T1  T2  T2  T3  T3  T4  q.   
 1
h . A k . A h2.A 

Substituindo as expressões para as resistências térmicas à convecção e à condução em parede


plana na equação acima, obtemos fluxo de calor transferido pelo forno :

11
T T T T T total
q  1 4  1 4  q 
1 L 1 R R R Rt ( eq. 4.18 )
  1 2 3
h . A k. A h .A
1 2

Portanto, também quando ocorre a ação combinada dos mecanismos de condução e


convecção, a analogia com a eletricidade continua válida; sendo que a resistência total é igual à
soma das resistências que estão em série, não importando se por convecção ou condução.

• Exercício 4.2. Uma parede de um forno é constituída de duas camadas : 0,20 m de tijolo
refratário (k =1,2 kcal/h.m.oC) e 0,13 m de tijolo isolante (0,15 kcal/h.m.oC). A temperatura dos
gases dentro do forno é 1700oC e o coeficiente de película na parede interna é 58
kcal/h.m2.oC. A temperatura ambiente é 27 oC e o coeficiente de película na parede externa é
12,5 kcal/h m2 oC. Desprezando a resistência térmica das juntas de argamassa, calcular :
a) o fluxo de calor por m2 de parede;
b) a temperatura nas superfícies interna e externa da parede.

parede de refratário :
L1  0, 20 m k1  1, 2 Kcal h. m .o C
parede de isolante :
L2  0,13 m k 2  0,15 Kcal h. m .o C
hi  58 Kcal h. m2.o C he  12, 5 Kcal h. m2.o C
T1  1700 oC T3  27 oC

a) Considerando uma área unitária da parede ( A=A1=A2=1 m2 ), temos :

q 
T total 
T1  T5

T1  T3

1700  27
Rt Ri  Rref  Riso  Re 1

L1

L2

1 1

0,20

0,13

1
hi . A k1. A k2 . A he . A 58  1 1,2  1 0,15  1 12,5  1
q  1480, 6 Kcal h p / m2 de prede

b) O fluxo de calor também pode ser calculado através de cada resistência individual. Na
película interna, obtemos :

T1  T2 T1  T2
q    hi . A.T1  T2 
Rref 1
hi . A
1480,6  58 1 1700  T2 
T2  1675 oC

Analogamente na película externa, obtemos :

1480,6  12,5 1 T4  27


T4  145 oC

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• Exercício 4.3. A parede de um edifício tem 30,5 cm de espessura e foi construída com um
material de k = 1,31 W/m.K. Em dia de inverno as seguintes temperaturas foram medidas :
temperatura do ar interior = 21,1 oC; temperatura do ar exterior = -9,4 oC; temperatura da face
interna da parede = 13,3 oC; temperatura da face externa da parede = -6,9 oC. Calcular os
coeficientes de película interno e externo à parede.

T1  21,1 0C k  1, 31 W m. K
T2  13, 3 C
0
A  1 m2
T3  6, 9 0C L  0, 305 m
T4  9, 4 0C

O fluxo de calor pode ser obtido considerando a condução através da parede :

. T T2  T3 13,3   6,9
q  
R2 L 0,305
k. A 1,31  1
q  86, 76 W p / m2

Considerando agora a convecção na película externa :


. T1  T2 T1  T2 21,1  13, 3
q    86, 76 
R1 1 1
hi . A h1  1
hi  11,12 W m2 . k

Agora, na película externa :

 6,9   9,4
86,76 
1
he  1
he  34, 72 W m2 . K

• Exercício 4.4. Um forno de formato cúbico, com altura de 6 ft, está isolado com 4" de um
material isolante de condutividade térmica 1,0 Btu/h.ft.oF. Nele são inseridos 1000 Ib/h de uma
liga que se funde a 1200 oF ( admite-se que a liga já entre a 1200 oC ). O coeficiente de
convecção do ar externo é 3 BTU/h.ft2.oF e a temperatura do ar externo de 77 oF.
Desprezando-se a resistência térmica da parede do forno e conhecendo-se o calor latente de
fusão da liga de 300 BTU/lb, calcular :
a) o fluxo de calor transferido pelas paredes do forno;
b) quantos KW são necessários para manter o forno em operação.
DADO : 1 KW = 3413 Btu/h

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har  3Btu h. ft 2 .o F ki  0,05 Btu h. ft .o F
A  6  6  6  216 ft 2 Li  4  4 12 ft  0,3333 ft
Ti  1200 F o
Tar  77 oF
H fusão  300 Btu lb m liga  1000lb h

a) Cálculo do fluxo de calor : q 


T total 
Ti  Tar
Rt Ri  Rar
Li 0,333 ft 
Ri    0,001543h.o F Btu
   
ki . A 1 Btu h. ft .o F  216 ft 2
1 1
Rar    0,003086h.o F Btu
   
har . A 3 Btu h. ft 2 .o F  216 ft 2
1200  77
q Þ q  363901, 5 Btu h
0, 001543  0, 001543

b) Para manter o forno em operação é necessário repor as perdas pelas paredes e fornecer o
calor necessário para a fusão da liga:

qop  q  q f
 liga .H fusão  1000lb h  300Btu lb   300000Btu lb
calor para fusão  q f  m

qop  363901, 5  300000  663901, 5 Btu h

Como 1 KW = 3413 Btu/h , obtemos :

663901, 5
qop  Þ qop  194, 5 KW (potência do forno )
3413

• Exercício 4.5. Um reator de paredes planas foi construído em aço inox e tem formato cúbico
com 2 m de lado. A temperatura no interior do reator é 600 oC e o coeficiente de película
interno é 45 kcal/h.m2.oC. Tendo em vista o alto fluxo de calor, deseja-se isola-lo com lã de
rocha ( k= 0,05 kcal/h.m.oC) de modo a reduzir a transferência de calor. Considerando
desprezível a resistência térmica da parede de aço inox e que o ar ambiente está a 20oC com
coeficiente de película 5 kcal/h.m2.oC, calcular :
a) O fluxo de calor antes da aplicação da isolamento;
b) A espessura do isolamento a ser usado, sabendo-se que a temperatura do isolamento na
face externa deve ser igual a 62 oC;
c) A redução ( em % ) do fluxo de calor após a aplicação do isolamento.

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har  5Kcal h.m 2 . o C hi  45Kcal h.m 2 . o C
k iso  0,05Kcal h.m. o C A  6  2  2  24m 2
Ti  600 o C Tar  20 o C Ts  62 o C

a) Desprezando a resistência do inox e a variação da área devido à espessura do isolante, o


fluxo antes do isolamento é dado por :

q 
 total Ti  Tar
 
600  20
Þ q  62640, 4 Kcal h
Rt 1 1 1 1
 
hi . A har . A 45.24 5.24
b) Após o isolamento o fluxo pode ser calculado na camada limite externa :

Ts  Tar   
q     Kcal h
 
har . A . 
A espessura do isolamento pode ser calculada levando em conta as resistências térmicas da
película interna e do isolante :

Ti  Ts 600  62
q  5040 
1 L 1 L
 
hi . A kiso . A 45. 24 0, 05. 24

L  0,1273 m  12, 73 cm

q  q 62640, 4  5040
c) %Redução   100   100 Þ %Redução 91, 95 %
q 62640

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