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EFEITOS CONTRATUAIS

IMPROPRIOS OU
EXTRACONTRATUAIS
ESTABILIDADE
PREVISÃO LEGAL, CONCEITO e
DISTINÇÃO
► A CLT disciplina o instituto nos Art. 492 a 500;
► Pelo regime anterior a CF/88, todo empregado que
completasse 10 anos na empresa não poderia ser
dispensado, salvo em razão de força maior ou falta
grave;
► Havia possibilidade de se optar pelo regime da
estabilidade ou no FGTS (CF/1967);
PREVISÃO LEGAL, CONCEITO E
DISTINÇÃO
► O Art. 7º, I da CF/88 modificou o regime alternativo,
extinguindo a estabilidade e a alternatividade;
► Lei ordinária ou complementar poderão instituir a
estabilidade;
PREVISÃO LEGAL, CONCEITO E
DISTINÇÃO
► A estabilidade é a jurídica, que é prevista
em lei e que impede a dispensa do
empregado – pode ser decorrente de
norma coletiva, do regulamento de
empresa ou do próprio contrato de
trabalho estabelecido;
► “Estabilidade é o direito do empregado
continuar no emprego” e para o
empregado “é a proibição de dispensar o
trabalhador, exceto se houver alguma
causa prevista em lei” (Martins, 2009);
PREVISÃO LEGAL, CONCEITO E DISTINÇÃO

► Vitaliciedade, é aplicada a funcionários públicos


que necessitam de garantias para permanecer no
cargo (Art. 95, I; Art. 128, §5º, I, a da CF/88) –
somente poderá haver dispensa em sentença
transitada em julgado;
► Inamovibilidade, garantia para que certos
funcionários desempenhem suas atividades –
impossibilidade de mudança do local em que se
desenvolvem as respectivas atividades - algumas
categorias de servidores somente podem ser
removidos por interesse público e com decisão
tomada por órgão superior (Art. 95, II; Art. 93,
VIII e Art. 128, §5º, I, b da CF/88);
PREVISÃO LEGAL, CONCEITO E
DISTINÇÃO

► Estabilidade do setor público: funcionário público a


adquire após 3 anos de efetivo exercício e por
nomeação para cargo de provimento efetivo, após ter
sido aprovado em concurso público;
► A estabilidade é a prevista na CLT ou leis correlatas e
dirigidas aos empregados;
► Classifica-se em: a) constitucional (dirigente sindical,
cipeiro, grávida); b) legal (legislação ordinária); c)
contratual (contratos de trabalho, regulamento de
empresa e convenções e acordos coletivos);
PREVISÃO LEGAL, CONCEITO E
DISTINÇÃO
► Não há estabilidade absoluta, pois poderá haver
dispensa nos casos legais;
► É fundamentada no princípio da justiça social e na
continuidade da relação de emprego;
► Acarretaria segurança, realizaria um fim social,
integraria do trabalhador na empresa, democratizaria a
empresa;
PREVISÃO LEGAL, CONCEITO E
DISTINÇÃO
► Para os críticos a estabilidade ao invés de beneficiar
acabaria por prejudicar o empregado, pois os
empregados não os mantinham na empresa até
completar os 10 anos – dificultaria o desenvolvimento
econômico – haveria redução do rendimento no
trabalho, após a aquisição da estabilidade – importaria
em custos, já que impossibilitaria a dispensa daqueles
maus funcionários;
A estabilidade por tempo de serviço
estava prevista no Art. 492 da CLT;
PREVISÃO LEGAL, CONCEITO E
DISTINÇÃO

A estabilidade prevista no 492 da CLT foi


revogada pela CF/88 (Art. 7º, I e III);
► Caso de força maior é definido no Art. 501 da CLT
– havendo encerramento das atividades da
empresa é previsto no Art. 497 e do fechamento
do estabelecimento, está previsto no Art. 498 da
CLT – nesses casos é possível a demissão de
empregado estável;
► Os empregados domésticos já não tinham a
garantia da estabilidade em razão da lei 5859/72;
► Os exercentes de cargos de direção, gerência ou
outros cargos de confiança, não gozavam de
estabilidade (Art. 499 da CLT);
GARANTIAS DE EMPREGO

► A estabilidade que ainda vigora é a


estabilidade provisória - Mais correto
seria falar em garantia de emprego, pois
estabilidade em si não pode ser
provisória;
► Atualmente a dispensa do empregado,
obriga o empregador apenas ao
pagamento das verbas rescisórias;
► O empregado temporário, seja o regulado pela CLT, seja
pela lei 9.601/98, não gozam de garantia de emprego, após
o término do contrato;
GARANTIAS DE EMPREGO

► O detentor de garantia de emprego poderá ser


dispensado em caso de haver falta grave ou por prática
de ato que motive justa causa (Art. 482 da CLT);
DIRIGENTE SINDICAL

Por se tratar de previsão feita na constituição federal,


alguns doutrinadores falam na existência de imunidade
sindical - O Art. 8º, VIII da CF/88;
► Destina-se a proteger o trabalhador que se dedicar a
atividades sindicais, defendendo interesses dos
trabalhadores, muitas vezes, contrariamente aos
interesses dos empregadores;
DIRIGENTE SINDICAL

► A garantia aplica-se a todo empregado eleito


dirigente sindical, desde o momento do registro
de sua candidatura, até 1 ano após o final de seu
mandato – a garantia inclui os próprios suplentes,
visto que poderão vir a assumir a função de
direção das atividades sindicais (Art. 543, §3º da
CLT);
► A garantia também é estendida aos dirigentes de
associação profissional, legalmente registradas
(Súmula 222 do TST) – mesmo não havendo
previsão constitucional, a garantia permanece
prevista no Art. 543 e por não ser incompatível
com a CF/88, não está revogada;
DIRIGENTE SINDICAL

► O empregado poderá ser demitido no caso de


cometimento de falta grave, nos termos no
artigo 482 da CLT;
► A garantia não atinge os membros do
conselho fiscal, pois não há previsão legal
nesse sentido;
► É preciso que o cargo sindical exercido seja
relacionado com a efetiva atividade exercida
pelo empregado, do qual pleiteia a garantia
de emprego – havendo destituição do
empregado do cargo sindical que ocupava,
também perde a respectiva garantia de
emprego;
DIRIGENTE SINDICAL

► Se representante de sindicato patronal é eleito,


também tem direito a garantia de emprego (STF);
► Sendo extinta a empresa, encerra também a garantia de
emprego – o fim do contrato de trabalho por tempo
determinado, também põe fim a garantia de emprego;
MEMBRO DA CIPA

► Os representantes dos empregados, nas Comissões


Internas de Prevenção de Acidentes – CIPA, não poderão
sofrer despedida arbitrária (não fundada em motivo
disciplinar, técnico, econômico ou financeiro);
► Objetiva proteger empregado representante de
empregados nas ações que possam desagradar o
empregador;
MEMBRO DA CIPA

► A garantia de emprego é assegurada para o empregado


dirigente da CIPA, desde o registro de sua candidatura,
até 1 ano após o final do respectivo mandato - o Art. 7º,
I c/c Art. 10, II, a do ADCT da CF/88;
► Integra os titulares e os suplentes, pois a previsão do
Art. 10, II, a do ADCT, não faz distinção entre um e
outro;
► A regra constitucional, não é incompatível com aquela
da CLT (Art. 165);
MEMBRO DA CIPA

► Em caso de haver despedida de empregado com a


garantia de emprego, ora em análise, o empregador
deverá comprovar que a despedida não foi arbitrária,
sob pena de ser condenado a reintegrá-lo;
► Extinguindo-se o estabelecimento, extingue-se a
garantia de emprego (Súmula 339 do TST);
GESTANTE

► A garantia destinada a proteção do nascituro e para a


gestante ter condições de recuperar-se do parto;
► Há garantia de emprego desde a confirmação da
gravidez até 4/6 meses após o parto (Art. 10, II, b do
ADCT);
► Mesmo sendo desconhecida a gravidez pelo empregador,
é garantida a indenização respectiva (Súmula 244 do
TST);
GESTANTE

► Havendo confirmação durante o aviso prévio, é devida a


garantia de emprego;
► Mesmo que o parto tenha ocorrido com o feto morto, há
garantia de emprego;
► A garantia de emprego é voltada ao emprego e não à
indenização – A garantia de emprego somente autoriza a
reintegração aquele, se ocorrer durante o período de
estabilidade que, em contrário, somente garantirá os
salários e demais direitos atinentes ao período de
estabilidade (Súmula 244 do TST);
GESTANTE

► Nos contratos por tempo determinado, não prevalece a


garantia de emprego mencionada;
► Fechando a empresa, não há prejuízo de garantia de
emprego à gestante, devendo o risco do
empreendimento ser assumido pelo empreendedor;
► A empregada doméstica, tem garantia ao emprego,
desde a sua confirmação até 5 meses após o parto (Art.
4º-A da lei 5859/72);
ACIDENTADO

► O segurando que sofreu acidente de trabalho, tem


garantia de emprego por no mínino 12 meses, após
cessado o auxílio-doença acidentário (Art. 118 da lei
8.213/91);
► Há questionamento quanto a constitucionalidade da
previsão feita na lei 8.213/91, por não se tratar de lei
complementar, prevista no Art. 7º, I da CF/88;
ACIDENTADO

► Não há impedimento que lei ordinária, cria hipóteses de


estabilidade provisória, pois a previsão do Art. 7º, I,
destina-se a proteção contra despedida arbitrária e sem
justa causa – os direitos previstos no Art. 7º da CF/88
são exemplificativos e não exaustivos, portanto,
havendo possibilidade de criação de outros direitos – é o
entendimento do STF e do TST (ADIn 639-8-DF e Súmula
378);
► Não há distinção entre o acidente de trabalho leve ou
outro mais grave;
ACIDENTADO

► Havendo ingresso de ação trabalhista após os 12 meses


previstos no Art. 118 da lei 8.213/91, o empregado não
mais fará jus a reintegração, mas somente ao
pagamento de indenização devida pelo período
respectivo;
► É aplicada ao contratos por tempo indeterminado e não
aos contratos por tempo determinado;
► O encerramento das atividades da empresa não
prejudicam o direito a garantia de emprego do
empregado;
MEMBRO DO CONSELHO CURADOR DO FGTS
MEMBRO DO CONSELHO CURADOR DO CNPS
MEMBRO DAS CAMARAS DE CONCILIAÇÃO PREVIA
FGTS E A ESTABILIDADE

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FGTS – MOVIMENTAÇÃO – ART.
20 LEI 8036/90
► despedida sem justa causa, inclusive a indireta, de
culpa recíproca e de força maior, sendo o levantamento
restrito aos depósitos efetuados em decorrência do
último contrato de trabalho rompido, acrescidos de
juros e correção monetária, deduzidos os saques (Lei
8.036/1990, art. 20, § 1.º);
FGTS – MOVIMENTAÇÃO – ART. 20
LEI 8036/90

► extinção total da empresa, fechamento de quaisquer de


seus estabelecimentos, filiais ou agências, supressão de
parte de suas atividades, declaração de nulidade do
contrato de trabalho nas condições do art. 19-A, ou
ainda falecimento do empregador individual, sempre
que qualquer dessas ocorrências implique rescisão de
contrato de trabalho, comprovada por declaração
escrita da empresa, suprida, quando for o caso, por
decisão judicial transitada em julgado, sendo o
levantamento restrito aos depósitos efetuados em
decorrência do último contrato de trabalho rompido,
acrescidos de juros e correção monetária, deduzidos os
saques (Lei 8.036/1990, art. 20, § 1.º);
FGTS – MOVIMENTAÇÃO – ART. 20
LEI 8036/90

► aposentadoria concedida pela Previdência Social;

► falecimento do trabalhador, sendo o saldo pago a seus


dependentes, para esse fim habilitados perante a
Previdência Social, segundo o critério adotado para a
concessão de pensões por morte. Na falta de
dependentes, farão jus ao recebimento do saldo da
conta vinculada os seus sucessores, previstos na lei civil,
indicados em alvará judicial, expedido a requerimento
do interessado, independente de inventário ou
arrolamento;
FGTS – MOVIMENTAÇÃO – ART. 20
LEI 8036/90

► pagamento de parte das prestações decorrentes de


financiamento habitacional concedido no âmbito do Sistema
Financeiro da Habitação – SFH, desde que o mutuário conte
com o mínimo de 3 anos de trabalho sob o regime do FGTS,
na mesma empresa ou em empresas diferentes; o valor
bloqueado seja utilizado, no mínimo, durante o prazo de 12
meses; o valor do abatimento atinja, no máximo, 80% do
montante da prestação;

► liquidação ou amortização extraordinária do saldo devedor


de financiamento imobiliário, observadas as condições
estabelecidas pelo conselho curador, dentre elas a de que o
financiamento seja concedido no âmbito do SFH e haja
interstício mínimo de 2 anos para cada movimentação;
FGTS – MOVIMENTAÇÃO – ART. 20
LEI 8036/90

► pagamento total ou parcial do preço da aquisição de


moradia própria, observadas as seguintes condições: o
mutuário deverá contar com o mínimo de 3 anos de
trabalho sob o regime do FGTS, na mesma empresa ou
em empresas diferentes, e seja a operação financiável
nas condições vigentes para o SFH;
► quando o trabalhador permanecer 3 anos ininterruptos,
a partir de 1.º de junho de 1990, fora do regime do
FGTS, podendo o saque, nesse caso, ser efetuado a
partir do mês de aniversário do titular da conta;
► extinção normal do contrato a termo, dos trabalhadores
temporários regidos pela Lei 6.019/1974;
FGTS – MOVIMENTAÇÃO – ART. 20
LEI 8036/90

► suspensão total do trabalho avulso por período igual ou


superior a 90 dias, comprovada por declaração do
sindicato representativo da categoria profissional;
► quando o trabalhador ou qualquer de seus dependentes
for acometido de neoplasia maligna;
► aplicação em quotas de Fundos Mútuos de Privatização,
regidos pela Lei 6.385/1976, permitida a utilização
máxima de 50% do saldo existente e disponível em sua
conta vinculada do Fundo de Garantia do Tempo de
Serviço, na data em que exercer a opção;
► quando o trabalhador ou qualquer de seus dependentes
for portador do vírus HIV;
FGTS – MOVIMENTAÇÃO – ART. 20
LEI 8036/90

► quando o trabalhador ou qualquer de seus dependentes


estiver em estágio terminal, em razão de doença grave,
nos termos do regulamento;
► quando o trabalhador tiver idade igual ou superior a 70
anos;
► integralização das cotas do FI-FGTS (Fundo de
Investimento do FGTS), respeitado o disposto na alínea i
do inciso XIII do caput do art. 5.º da Lei 8.036/1990,
permitida a utilização máxima de 10% (dez por cento)
do saldo existente e disponível na data em que exercer
a opção.
FGTS – MOVIMENTAÇÃO – ART. 20
LEI 8036/90

► art. 20 da Lei 8.036/90, para permitir a movimentação


da conta vinculada em caso de necessidade pessoal,
cuja urgência e gravidade decorra de desastre natural.
Para tanto, o trabalhador deverá ser residente em áreas
comprovadamente atingidas de Município ou do Distrito
Federal em situação de emergência ou em estado de
calamidade pública, formalmente reconhecidos pelo
Governo Federal, devendo a solicitação de tal
movimentação da conta vinculada ser feita no prazo de
90 (noventa) dias após a publicação do ato de
reconhecimento, pelo Governo Federal, da situação de
emergência ou de estado de calamidade pública, com
valor máximo de saque definido em regulamento.
FGTS -
PRESCRIÇÃO

ART. 7º XXIX,
CF/88
ACIDENTE DO TRABALHO

► Art. 19. Acidente do trabalho é o que ocorre pelo


exercício do trabalho a serviço da empresa ou pelo
exercício do trabalho dos segurados referidos no inciso
VII do art. 11 desta Lei, provocando lesão corporal ou
perturbação funcional que cause a morte ou a perda ou
redução, permanente ou temporária, da capacidade
para o trabalho.
►       
► Art. 20. Consideram-se acidente do trabalho, nos
termos do artigo anterior, as seguintes entidades
mórbidas:
►     I - doença profissional, assim entendida a
produzida ou desencadeada pelo exercício do
trabalho peculiar a determinada atividade e
constante da respectiva relação elaborada pelo
Ministério do Trabalho e da Previdência Social;
►         II - doença do trabalho, assim entendida a
adquirida ou desencadeada em função de condições
especiais em que o trabalho é realizado e com ele se
relacione diretamente, constante da relação
mencionada no inciso I.     
► § 1º Não são consideradas como doença do
       
trabalho:
►         a) a doença degenerativa;
►         b) a inerente a grupo etário;
►         c) a que não produza incapacidade laborativa;
►         d) a doença endêmica adquirida por segurado
habitante de região em que ela se desenvolva, salvo
comprovação de que é resultante de exposição ou
contato direto determinado pela natureza do
trabalho.
►        
►   Art. 21. Equiparam-se também ao acidente do trabalho, para
efeitos desta Lei:
►         I - o acidente ligado ao trabalho que, embora não tenha sido a
causa única, haja contribuído diretamente para a morte do
segurado, para redução ou perda da sua capacidade para o
trabalho, ou produzido lesão que exija atenção médica para a sua
recuperação;
►         II - o acidente sofrido pelo segurado no local e no horário do
trabalho, em conseqüência de:
►         a) ato de agressão, sabotagem ou terrorismo praticado por
terceiro ou companheiro de trabalho;
►         b) ofensa física intencional, inclusive de terceiro, por motivo
de disputa relacionada ao trabalho;
►         c) ato de imprudência, de negligência ou de imperícia de
terceiro ou de companheiro de trabalho;
►         d) ato de pessoa privada do uso da razão;
►         e) desabamento, inundação, incêndio e outros casos fortuitos
ou decorrentes de força maior;
►         III - a doença proveniente de contaminação acidental do
empregado no exercício de sua atividade;
►   IV - o acidente sofrido pelo segurado ainda que fora do local e horário
de trabalho:
►         a) na execução de ordem ou na realização de serviço sob a
autoridade da empresa;
►         b) na prestação espontânea de qualquer serviço à empresa para lhe
evitar prejuízo ou proporcionar proveito;
►         c) em viagem a serviço da empresa, inclusive para estudo quando
financiada por esta dentro de seus planos para melhor capacitação da
mão-de-obra, independentemente do meio de locomoção utilizado,
inclusive veículo de propriedade do segurado;
►         d) no percurso da residência para o local de trabalho ou deste para
aquela, qualquer que seja o meio de locomoção, inclusive veículo de
propriedade do segurado.
►         § 1º Nos períodos destinados a refeição ou descanso, ou por ocasião
da satisfação de outras necessidades fisiológicas, no local do trabalho ou
durante este, o empregado é considerado no exercício do trabalho.
►         § 2º Não é considerada agravação ou complicação de acidente do
trabalho a lesão que, resultante de acidente de outra origem, se associe
ou se superponha às conseqüências do anterior.
        
►  Art.23. Considera-se como dia do acidente, no caso de
doença profissional ou do trabalho, a data do início da
incapacidade laborativa para o exercício da atividade
habitual, ou o dia da segregação compulsória, ou o dia
em que for realizado o diagnóstico, valendo para este
efeito o que ocorrer primeiro.
► AUXILIO DOENÇA ACIDENTARIO
► O Auxílio-doença acidentário é um benefício pago ao
empregado que ficar impossibilitado de trabalhar, em
decorrência de acidente ocorrido dentro da empresa ou
nos trajetos trabalho-residência, residência-trabalho e
viagem a serviço. O benefício será pago a partir do 16º
dia do acidente.
► Isento de carencia
► Auxílio-acidente é um seguro previdenciário. No Brasil,
é regulado pela Lei 8.213/91, que é a lei de benefícios
da previdência social. Consiste numa renda de cerca de
metade do salário, que é paga até
a aposentadoria comum por idade ou tempo de
contribuição. É devido a segurados empregados,
trabalhadores avulsos e segurados especiais (pequenos
agricultores e pescadores) em caso de doença ou
acidente de qualquer espécie, mas somente se houver
uma sequela que diminua a capacidade laborativa no
mesmo trabalho ou no caso de incapacidade laborativa
que obrigue à troca de função, nesse caso passando por
reabilitação. É isento de carência.
► Auxílio-acidente - É pago ao trabalhador que sofre um
acidente e fica com seqüelas que reduzem sua capacidade
de trabalho. É concedido aos segurados que recebiam
auxílio-doença; por isso não é necessário apresentar
documentos, pois eles já foram exigidos na concessão
daquele benefício. Têm direito ao auxílio-acidente o
trabalhador empregado, o trabalhador avulso e o segurador
especial. O empregado doméstico, o contribuinte individual
e o facultativo não recebem o benefício. Para a concessão
do auxílio-acidente não é exigido tempo mínimo de
contribuição (carência), mas o trabalhador deve ter
qualidade de segurado e comprovar a impossibilidade de
continuar desempenhando suas atividades, por meio de
exame da perícia médica da Previdência Social. O
auxílio-acidente, por ter caráter de indenização, pode ser
acumulado com outros benefícios pagos pela Previdência
Social, exceto a aposentadoria. O benefício deixa de ser
pago quando o trabalhador se aposenta.
► Aposentadoria por Invalidez - Concedido aos trabalhadores
que, por doença ou acidente, forem considerados pela
perícia médica da Previdência Social incapacitados para
exercer suas atividades ou outro tipo de serviço que lhes
garanta o sustento. Não tem direito à aposentadoria por
invalidez quem, ao se filiar à Previdência Social, já tiver
doença ou lesão que geraria o benefício, a não ser quando a
incapacidade resultar no agravamento da enfermidade.
Quem recebe aposentadoria por invalidez tem que passar
por perícia médica de dois em dois anos; caso contrário, o
benefício é suspenso. A aposentadoria deixa de ser paga
quando o segurado recupera a capacidade e volta ao
trabalho. Para ter direito ao benefício, é exigida carência
mínima de 12 meses de contribuição do trabalhador, no caso
de doença. Se for acidente, esse prazo é não é exigido, mas
é preciso estar inscrito na Previdência Social
► A RC do empregador em face do ato do
empregado
► Ou seja o patrão responde pelo atos praticado pelos
seus trabalhadores
► Responsabilidade civil objetiva
► Modalidade clara da culpa in eligendo,
independente de ser outro empregado ou um
estranho ao ambiente laboral
► Denunciação a lide e o litisconsórcio facultativo

48
► No dia do acidente, os empregados foram dispensados mais
cedo devido a um jogo de futebol nas dependências da
empresa. No entanto, um dos funcionários decidiu fazer uma
brincadeira e conduziu uma escavadeira na direção dos
outros colegas de trabalho que estavam no pátio. Um dos
funcionários acabou atingido pela lâmina do equipamento e
morreu decapitado. O Tribunal Regional do Trabalho da 3ª
Região aplicou dispositivo do Código Civil que afirma que o
empregador responde pelos atos de seus empregados
independentemente de culpa. A corte majorou o valor da
indenização por danos morais, de R$ 30 mil para R$ 100 mil,
dada a grave repercussão do acidente (morte do
trabalhador) e o número de pessoas lesadas (viúva e sete
filhos). Com informações da Assessoria de Imprensa do STF.

49
► Ementa: AGRAVO DE INSTRUMENTO. RECURSO DE REVISTA.
RESPONSABILIDADE CIVIL DO EMPREGADOR POR ATO DE
AGRESSÃO FÍSICA PRATICADO POR EMPREGADO CONTRA
COLEGA DE TRABALHO (MENOR APRENDIZ). INDENIZAÇÃO
POR DANO MATERIAL E MORAL. CABIMENTO. DECISÃO
DENEGATÓRIA. MANUTENÇÃO.
► Ementa: RECURSO ORDINÁRIO DA RECLAMADA. ACIDENTE DO
TRABALHO. INDENIZAÇÃO POR DANO MORAL.
RESPONSABILIDADE DA EMPREGADORA. Acidente causado
por negligência e imprudência de colega de trabalho.
Responsabilidade objetiva do empregador pelos atos de
seus empregados, quando no exercício do trabalho que lhes
competir ou em razão dele, conforme disposição dos arts.
932 , III , e 933 do Código Civil . Sentença mantida. (...).

50
Responsabilidade do Empregado em
Face do Empregador
► O Art. 462 da CLT – Ao empregador é vedado efetuar qualquer
desconto nos salários do empregado, salvo quando este resultar
de adiantamentos, de dispositivos de lei ou de contrato coletivo
► § 1º – Em caso de dano causado pelo empregado, o desconto
será lícito, desde de que esta possibilidade tenha sido acordada
ou na ocorrência de dolo do empregado.
► Art. 934. Aquele que ressarcir o dano causado por outrem
pode reaver o que houver pago daquele por quem pagou,
salvo se o causador do dano for descendente seu, absoluta ou
relativamente incapaz.

51
A Responsabilidade
do Empregador por
Dano ao Empregado

52
O TRATAMENTO

► A REPONSABILIDADE PELO
TRATAMENTO
► CAT E SUS
► O DIREITO CIVIL

53
O GRANDE CUSTO
O DA RESPONSABILIDADE
► A pergunta que não quer silenciar –
objetiva ou subjetiva?
► A LEITURA SUBJETIVA
► A hipossuficiência da parte
► A dificuldade de prova.
► Art. 7º - São direitos dos trabalhadores urbanos e rurais, além de
outros que visem à melhoria de sua condição social:
► XXVIII - seguro contra acidentes de trabalho, a cargo do
empregador, sem excluir a indenização a que este está obrigado,
quando incorrer em dolo ou culpa;

54
► A LEITURA OBJETIVA

► Art. 927 do CC. Aquele que, por ato ilícito (arts.


186 e 187) causar dano a outrem, fica obrigado a
repará-lo.
Parágrafo único. Haverá obrigação de reparar
o dano, independentemente de culpa, nos casos
especificados em lei, ou quando a atividade
normalmente desenvolvida pelo autor do dano
implicar, por sua natureza, risco para os
direitos de outrem.

55
► OS CASOS ESPECIFICADOS EM LEI
► ELETRICITARIOS POR EXEMPLO

► quando a atividade normalmente


desenvolvida pelo autor do dano implicar,
por sua natureza, risco para os direitos de
outrem.

► EIS A GRANDE DIFICULDADE ATUAL


56
► TEORIA CLASSICA
► TRT-13 - 112129 PB 00285.2009.023.13.00-8, 26 de Janeiro de
2010, Ementa: ACIDENTE DE TRABALHO. RESPONSABILIDADE CIVIL
SUBJETIVA DO EMPREGADOR. DEFORMIDADE PERMANENTE DO
EMPREGADO. Havendo omissão da ré no tocante à efetiva implição
de medidas de prevenção de acidentes, omissão esta que concorreu
para o sinistro, resultando em deformidade permanente do
vindicante, tem-se a conjugação dos requisitos básicos para
reparação civil, quais sejam: a culpa do agente, o dano e o nexo de
causalidade entre a conduta do agente e o evento danoso. Sentença
mantida. .

57
► ATIVIDADE DE RISCO
► O Tribunal Regional, com base na documentação comprobatória
dos distúrbios psíquicos do empregado, incluindo-se atestados
expedidos por psiquiatras, documentos do INSS atestando sua
incapacidade para o trabalho e declaração de internamentos em
hospitais psiquiátricos, considerou inconteste a responsabilidade
do banco. No entender do Regional, houve nexo de causalidade
entre as atividades desempenhadas e os problemas sofridos pelo
bancário, que, ao ser assaltado, foi vítima de espancamento,
ficou sob a mira dos assaltantes com uma arma encostada na
cabeça e foi forçado a abrir o cofre e os terminais de
auto-atendimento.

58
► Ementa: INDENIZAÇAO POR DANOS MATERIAL E MORAL. ACIDENTE DE
TRABALHO. RESPONSABILIDADE OBJETIVA. Ao demandante que exercia
a função dotada de um grau de risco diferenciado e com previsão legal
(eletricista de manutenção de iluminação pública), aplica-se a
responsabilidade objetiva a que se reporta o art. 927, parágrafo
único, do CCB, tornando-se despicienda a prova do elemento culpa
para responsabilização da Reclamada. . ACORDAM os Senhores
Desembargadores da 2ª Turma do Tribunal Regional do Trabalho da 13ª
Região, por un...

59
► RO 26000520065040662 RS 0002600-05.2006.5.04.0662,
Relator(a): CLÓVIS FERNANDO SCHUCH SANTOS
Julgamento: 20/10/2011, RS, Ementa: DOENÇA
OCUPACIONAL EQUIPARADA A ACIDENTE DO TRABALHO.
RESPONSABILIDADE CIVIL OBJETIVA. A obrigação de
indenizar em decorrência de doença ocupacional
equiparada a acidente do trabalho é objetiva, conforme
prevê o artigo 927 do Código Civil, independentemente
de prova de culpa do empregador.

60
E Finalmente o Custo
►O dano moral

► Isto posto, o Código Civil, de forma genérica, diz que:


► Art. 944. A indenização mede-se pela extensão do dano.
► Parágrafo único. Se houver excessiva desproporção entre a gravidade da
culpa e o dano, poderá o juiz reduzir, equitativamente, a indenização.

61
►  valor arbitrado a título de danos morais deve considerar a gravidade
da lesão, a extensão e a repercussão do dano e, ainda, as condições das
partes. Restando comprovado o acidente de trabalho com amputação
de dedos da mão esquerda, o nexo causal, a incapacidade parcial
definitiva, observada a delimitação quantitativa dos pedidos, bem
como os critérios de razoabilidade e proporcionalidade,
considerando-se a extensão, permanência e intensidade do dano moral,
a intenção do causador do dano (negligência examinada), a situação
econômica e antecedentes do responsável pelo dano, as circunstâncias
em que o dano ocorreu, as consequências do acidente, e, ainda, o
caráter punitivo e pedagógico da indenização, aumento o valor da
indenização para R$100.000,00 (cem mil reais). (TRT 1ª Região,
0001095-77.2010.5.01.0223 – RTOrd, Julgamento: 26/11/2014)

62
O dano material
► Art. 949. No caso de lesão ou outra ofensa à saúde, o ofensor indenizará
o ofendido das despesas do tratamento e dos lucros cessantes até ao fim
da convalescença, além de algum outro prejuízo que o ofendido prove
haver sofrido. 
► Art. 950. Se da ofensa resultar defeito pelo qual o ofendido não possa
exercer o seu ofício ou profissão, ou se lhe diminua a capacidade de
trabalho, a indenização, além das despesas do tratamento e lucros
cessantes até ao fim da convalescença, incluirá pensão correspondente à
importância do trabalho para que se inabilitou, ou da depreciação que
ele sofreu. Parágrafo único. O prejudicado, se preferir, poderá exigir
que a indenização seja arbitrada e paga de uma só vez. 
► Art. 951. O disposto nos arts. 948, 949 e 950 aplica-se ainda no caso de
indenização devida por aquele que, no exercício de atividade
profissional, por negligência, imprudência ou imperícia, causar a morte
do paciente, agravar-lhe o mal, causar-lhe lesão, ou inabilitá-lo para o
trabalho
63
► O dano material
► TST - RECURSO DE REVISTA RR 24550820105020033 (TST), Data de
publicação: 20/03/2015, Ementa: AGRAVO DE INSTRUMENTO EM RECURSO DE
REVISTA. REDUÇÃO PARCIAL E PERMANENTE PARA O TRABALHO. ART. 950
DO CÓDIGO CIVIL . Constatada, na decisão regional, possível violação ao art. 950
do Código Civil , ante a existência de redução parcial e permanente da
capacidade laborativa do obreiro, deve ser provido o agravo de instrumento,
viabilizando-se o trânsito da revista, nos moldes do art. 896 , c, da CLT . Agravo
de instrumento conhecido e provido. RECURSO DE REVISTA. REDUÇÃO PARCIAL E
PERMANENTE PARA O TRABALHO. ART. 950 DO CÓDIGO CIVIL . PENSÃO MENSAL
VITALÍCIA DEVIDA. De acordo com o contexto fático delineado pelo Tribunal de
origem, insuscetível de reexame por esta Instância revisora, a teor da Súmula 126
do TST, o reclamante sofreu perda da sua capacidade laborativa em 35%,
tratando-se de redução parcial e permanente, em razão de doença ocupacional
causada pelas atividades repetitivas desempenhadas na empresa. Devida, como
consequência a condenação da reclamada ao pagamento de pensão
correspondente à depreciação que o obreiro sofreu, equivalente a 35% de sua
última remuneração, nos moldes do art. 950 do Código Civil . Pelo fato de as
lesões serem permanentes, o reclamante faz jus à pensão mensal de forma
vitalícia, a teor dos artigos 949 e 950 do Código Civil , que não trazem qualquer
limitação pela idade da vítima ou pela provável duração de sua vida. Recurso de
revista conhecido e provido. 64
► Cabe ao empregador o poder disciplinar e a obrigação correspondente,
de manter a disciplina nos locais de trabalho, que sendo descumprida,
resulta na responsabilidade por omissão. Mas controvertida a prova
testemunhal sobre a realidade dos fatos, a indenização por danos
morais deve ser reduzida, porque a inércia completa da empregadora
não ficou demonstrada.
► Na presente hipótese, considerada a controvérsia acima narrada e os
parâmetros observados nesta E. Turma, em casos assemelhados, o
valor da indenização por danos morais, arbitrado na r. Sentença, no
importe de R$20.000,00 (vinte mil reais), deve ser considerado
excessivo, razão pela qual fica reduzido para R$5.000,00 (cinco mil
reais), considerando a controvérsia sobre os fatos ocorridos no
estabelecimento, ou como foram expostos à direção do
estabelecimento. (TRT 3ª Região, RO nº 00771201418303000,
Julgamento: 19/09/2014)

65
► Na ação trabalhista, pediu indenização por danos morais e materiais
equivalente a 5% do faturamento anual da empregadora, o que
resultaria em R$ 15 milhões, aproximadamente. A 1ª Vara do
Trabalho (VT) de Jaboticabal, no entanto, estipulou em R$ 500 mil a
indenização pelos danos morais e estéticos (R$ 250 mil a cada
título). Já a compensação pelos danos materiais foi fixada em R$
665.075,76, ou 492 vezes o valor da maior remuneração recebida
pelo trabalhador (R$ 1.351,78). O cálculo é simples: o juízo
considerou a idade do trabalhador no dia do acidente (31 anos) e a
expectativa de vida do homem brasileiro (72 anos) – a diferença, 41
anos, multiplicada por 12, resultou em 492 meses, daí o valor final,
cujo pagamento deve ser feito em uma única vez, conforme a
sentença da VT.

66
Assédio Moral no Trabalho
Primeiramente necessário registrar que o assédio
moral, também chamado de mobbing ou bullying, é
um problema social relevante, que tem merecido a
preocupação dos médicos e psicólogos do trabalho, vez
que provoca danos à identidade e à dignidade do
trabalhador e, por conseqüência, aumenta a ocorrência
de distúrbios mentais e psíquicos que se manifestam
sobre a forma de stress, hipertensão arterial, perda de
memória, ganho de peso, ou ainda, subtrai a
auto-estima e diminui o prestígio profissional do
empregado, na tentativa de levá-lo a desistir do
emprego ou de motivá-lo- na busca de metas de
produção.
VIOLAÇÃO

Art. 1º, III da CF/88: Dignidade da pessoa humana.

Art. 482, “j” da CLT: Ato lesivo da honra ou da boa


fama praticado no serviço contra qualquer pessoa.

Art. 5º, X da CF/88: Intimidade,vida privada, honra e


a imagem das pessoas.

68
Conceito :
► “É um sentimento de ser ofendido,
menosprezado, rebaixado, inferiorizado,
submetido, vexado, constrangido e ultrajado
pelo outro. É sentir-se um ninguém, sem
valor, inútil, magoado, revoltado, perturbado,
mortificado, traído, envergonhado, indignado
e com raiva. A humilhação causa dor, tristeza
e sofrimento.”
Conceito 2:

► “Uma conduta abusiva (gestos, palavras,


comportamentos, atitudes (...) que atente, por
sua repetição ou sistematização, contra a
dignidade ou integridade psíquica ou física de
uma pessoa, pondo em perigo sua posição de
trabalho ou deteriorando o ambiente de
trabalho.”
Conceito 3:
► “É a exposição dos trabalhadores a
situações humilhantes e
constrangedoras, repetitivas e
prolongadas durante a jornada de
trabalho e no exercício de suas
funções, sendo mais comuns em
relações hierárquicas autoritárias,
onde predominam condutas negativas,
relações desumanas e aéticas de longa
duração, de um ou mais chefes
dirigidas a um subordinado,
desestabilizando a relação da vítima
com o ambiente de trabalho e a
organização.” (http://www.assediomoral.org.br)
Pontos Predominantes:
Desvio do exercício do poder nas relações de
trabalho;
Conduta abusiva;
Utiliza-se de gestos, palavras, comportamentos ou
atitudes;
Visa criar ao trabalhador um ambiente hostil e/ou
humilhante;
Desestabiliza o trabalhador psíquica e/ou
fisicamente;
Deixa o trabalhador com medo do desemprego;
Torna o trabalhador mais dócil e menos
reivindicativo (medo);
Ocorre de forma repetitiva e prolongada;
Torna o local de trabalho insuportável.
ASSÉDIO SEXUAL POR INTIMIDAÇÃO. Jurisprudência
O assédio sexual tem apresentado novos problemas para o Direito do
Trabalho, principalmente em face das atitudes culturais que se devem
sopesar na elaboração desse conceito. O Código Penal Brasileiro,
recentemente, no art. 216-A, tipificou como crime o assédio sexual por
chantagem, assim considerado o comportamento que visa "constranger
alguém com o intuito de obter vantagem ou favorecimento sexual,
prevalecendo-se o agente de sua condição de superior hierárquico ou
ascendência inerentes ao exercício de emprego, cargo ou função". Ocorre
que, além do assédio sexual por chantagem enquadrado como crime, não
se pode esquecer que existe também o assédio sexual por intimidação,
conhecido, ainda, como assédio ambiental. Este último caracteriza-se,
segundo a doutrina, "por incitações sexuais importunas, por uma solicitação
sexual ou por outras manifestações da mesma índole, verbais ou físicas, com
o efeito de prejudicar a atuação laboral de uma pessoa ou criar uma situação
ofensiva, hostil, de intimidação ou abuso no trabalho". Situa-se nesta última
hipótese a conduta do empregador que, além de dirigir galanteios e elogios à
empregada, sugere-lhe que compareça ao trabalho mais decotada, repetindo
por várias vezes que gostava dela e chegando até mesmo a convidá-la para
morarem juntos, dizendo-lhe que assumiria sua filha. O comportamento do
empregador, sem dúvida, revela assédio sexual por intimidação ou assédio
sexual ambiental, acarretando para a empregada constrangimento no
trabalho e transtorno em sua vida conjugal. A conseqüência do
comportamento do empregador autoriza a rescisão indireta e a compensação
por dano moral.

73
Jurisprudência

ASSÉDIO SEXUAL – RESCISÃO INDIRETA - DANO MORAL.


Considerando os fatos e circunstâncias constantes dos
autos, a respaldar a narrativa da inicial no sentido da
prática de assédio sexual pelo gerente da reclamada,
sem que esta tomasse providência acerca do noticiado
pela autora, plenamente justificado o motivo da
rescisão indireta do contrato de trabalho, com o
conseqüente deferimento das verbas rescisórias
pertinentes, bem como de indenização por danos
morais.
(TRT 3ª R 4T RO/8703/01 Red. Juiz Caio Luiz de
Almeida Vieira
74 de Mello DJMG 15/09/2001 P.10).
Quem pode praticar o Assédio
Moral

Superior hierárquico
(mobbing vertical);
Colegas de trabalho
(mobbing horizontal);
Empregados contra um
chefe (mobbing
ascendente).
A INDENIZAÇÃO DO ASSÉDIO
MORAL.

“Em fevereiro deste ano, a rede supermercadista Walmart foi


obrigada a pagar indenização de R$. 140.000,00 para um
ex-gestor que diz ter sido obrigado a rebolar e cantar nas
reuniões diárias em um escritório no Brasil”.
► FOLHA de São Paulo – 31.07.11.

76
ASSEDIO MORAL NO
BRADESCO.
“Com o fim do prazo para o BRADESCO
recorrer da decisão da justiça, o banco
terá de pagar indenização que pode
ultrapassar R$. 1 milhão de reais ao
ex-gerente ANTONIO FERREIRA DOS
SANTOS, 47, por ter sofrido assédio
moral e discriminação sexual em sua
demissão por justa causa. Em 2004 foi
gerente-geral do Bradesco em Salvador.
Fui vítima de assédio moral na presença
de colegas. Um gerente regional dizia
que o Bradesco era um lugar para
homens e não para bichas”.
77
A EVIDENCIA DO ASSEDIO.

A expressão: “NÃO ENTENDO!!! ENTENDO


MENOS AINDA QUE AINDA CONTINUO
ENCONTRANDO VENDEDOR BARATA TONTA-
(OBSERVEM QUE NOSSA EQUIPE ESTÁ
MUDANDO ALGUMAS CARAS- E NÃO É POR
ACASO)” -, utilizada na fl. 31, por exemplo,
evidencia o tom intimidador e sarcástico dos
comunicados. Essa mensagem, sem sombra de
dúvidas, afeta o lado psicológico do empregado
frente ao empregador e seu posto de trabalho,
não havendo a necessidade que isso ocorra
diariamente para resultar no dano moral, ainda
que cumpridor de seus deveres.

78
ABUSO DE DIREITO E O
ASSEDIO MORAL.

Deveras, dos fatos brandidos na petição inicial como


causa de pedir a reparação do assédio moral, há prova
firme e convincente de que os prepostos tinham o mau
vezo de tratar acintosamente a reclamante
dirigindo-lhe expressões injuriosas sob a pálida
justificativa de cobrar-lhe o cumprimento das metas.
Assim é que o réu extrapolou os limites do poder diretivo
ao se valer de uma tática espúria para, a qualquer custo,
extrair da empregada o máximo de sua capacidade
produtiva, lançando-a num cenário de tensão extrema e
insegurança permanente; sua atitude afronta a
literalidade do art. 187 do CC/02, e, assim se sujeita a
compensar pecuniariamente o dano moral sofrido.

79
LIMITAÇÃO DO USO DAS
INSTALAÇÕES SANITÁRIAS.
Não obstante seja compreensível que o empresário vise
ao lucro, isto não lhe dá o direito de impor aos seus
empregados limitações de ordem fisiológicas, como no
caso da utilização de sanitários, violando normas de
proteção à saúde e impondo-lhe uma situação
degradante e vexatória, com o escopo de alcançar maior
produtividade e, assim, deixando de respeitar os limites
de cada um daqueles que coloca sob o seu comando
hierárquico. Efetivamente, tanto a higidez física como
a mental do ser humano são bens fundamentais de sua
vida, privada e pública, de sua intimidade, de sua
auto-estima e afirmação social, inquestionavelmente
tutelados pela Lei Maior (art. 5º, incisos V e X). A
violência psicológica sofrida implica lesão de um
interesse extrapatrimonial, juridicamente protegido,
gerando direito à reparação do dano moral.

80
ASSEDIO MORAL.

ASSÉDIO MORAL - PRESSÃO PARA O ATINGIMENTO DE


METAS - HUMILHAÇÕES - OCORRÊNCIA - Para a
concretização do dano, por assédio moral, é
necessária a exposição do trabalhador a situações
humilhantes e constrangedoras, repetitivas e
prolongadas durante a jornada de trabalho e no
exercício de suas funções. No caso concreto, restou
plenamente demonstrado que o reclamante sofria
pressões para o atingimento das metas fixadas pela
empresa, sujeitando-se a situações constrangedoras
quando não as alcançava, tudo isso como uma
técnica de administração da empresa, disfarçada em
motivação para o aumento das vendas.

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