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Universidade Federal de Sergipe – Departamento de Física – Laboratório de Física B – 2020.

DATA DO RELATÓRIO: 09/06/2021


TÍTULO DO EXPERIMENTO:
Carga e Descarga de Capacitores
DATA DO EXPERIMENTO: 27/05/2021
TURMA E GRUPO: T01G2
EQUIPE:
Arlindo Alves Santos Sobrinho
David Gonçalves de Sousa Junior
Gabriela Matias Santos
Gabriela Santos Oliveira
Sávio de Oliveira Santos
Valter Doria Rocha Neto
PROFESSOR: Rodrigo Georgetti Vieira
LOCAL: DFI/CCET/UFS – São Cristóvão

1. Resumo
O capacitor é um dispositivo do circuito elétrico que tem como função armazenar cargas elétricas e possui,
para tal objetivo, duas peças denominadas de armadura e entre elas um material que é chamado de dielétrico.
Além disso, é comum sua presença em circuitos associados a resistores, denominados de circuito RC. Durante
a primeira parte do experimento, foi utilizado os dados de tensão e tempo para a construção dos gráficos dos
3 circuitos. Posteriormente, usou-se as equações de tempo de carregamento e descarregamento dos
capacitores, para encontrar o τ. Por fim, com os devidos desdobramentos matemáticos encontrou-se os valores
de erro relativo e incertezas associadas às grandezas medidas, dentro do esperado.

2. Resultados e Discussão
Na primeira parte do experimento foi montado o circuito RC com um capacitor de 100 µF e um resistor
de 4,5 kΩ, como apresenta a Figura 1, inicialmente conectou-se o cabo USB ao desktop e com a ajuda de um
software foi medida a carga de capacitor em função do tempo, e foi verificado que ele se encontrava
descarregado, para carrega-lo foi colocado um jumper na posição CD, e prosseguiu a medição com o
deslocamento do mesmo para a posição AB.
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Figura 1: Esquema elétrico para o experimento de carga e descarga de capacitores.

Após a obtenção dos dados foi usado o mesmo esquema de circuito da Figura 1 e mesmo processo de
medição, agora, no entanto, com a mudança do valor do capacitor para 1000 µF.
Na última parte do experimento o processo de medição permaneceu o mesmo, contudo, o circuito foi
alterado para uma resistência em paralelo, com dois resistores de 4,5 kΩ e um capacitor de 1000 µF, como
apresenta a Figura 2.

Figura 2: Esquema elétrico para o experimento de carga e descarga de capacitores, com resistores em
paralelo.

Com a parte prática do experimento concluída, foram o utilizados os dados obtidos juntamente com o
software SciDavis para a criação dos gráficos de cada parte do circuito, apresentados nas Figuras 3, 4 e 5.
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Figura 3: Gráfico de Tensão x Tempo do circuito 1 com o capacitor de 100 µF.

Figura 4: Gráfico de Tensão x Tempo do circuito 1 com o capacitor de 1000 µF.

Figura 5: Gráfico de Tensão x Tempo do circuito 2 com o capacitor de 1000 µF.


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A partir dos gráficos foram obtidos dois ajustes não lineares feitos através da Equação 1 para o
carregamento do capacitor e a Equação 2 para descarregamento do mesmo, e com isso foi possível encontrar
os valores de 𝜏, apresentados nas Figuras 6, 7, 8, 9, 10 e 11.
𝑡− 𝑡0
𝑉𝑐 = 𝑉 · (1 − 𝑒 −( )
τ ) (1)
𝑡− 𝑡0
𝑉𝑐 = 𝑉 · (𝑒 −( )
τ ) (2)

Figura 6: Coeficientes do carregamento do circuito 1 com capacitor de 100 µF.

Figura 7: Coeficientes do carregamento do circuito 1 com capacitor de 1000 µF.

Figura 8: Coeficientes do carregamento do circuito 2 com o capacitor de 1000 µF.

Figura 9: Coeficientes do descarregamento do circuito 1 com capacitor de 100 µF.


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Figura 10: Coeficientes do descarregamento do circuito 1 com capacitor de 1000 µF.

Figura 11: Coeficientes do descarregamento do circuito 2 com o capacitor de 1000 µF.

Com os dados adquiridos e os desdobramentos matemáticos utilizados foi construída a Tabela 1.

Tabela 1: Dados dos experimentos de carga e descarga de capacitores pelos


métodos percentuais de carga/descarga e do ajuste carga/descarga.
Experimento de Carga e Descarga de Capacitores
Circuito 1 Circuito 2 Circuito 3

R ± 𝜎𝑅 (k𝛺) 4,50 ± 0,01 4,50 ± 0,01 2,250 ± 0,004

C ± 𝜎𝐶 (𝜇F) 98 ± 2 991 ± 5 996 ± 9

𝜏 ± 𝜎𝜏 esperado (s) 0,450 ± 0,001 4,50 ± 0,01 2,25 ± 0,01

𝜏 carga % (s) 0,45 4,45 2,20

𝜏 descarga % (s) 0,40 4,40 2,20

𝜏 médio % (s) 0,425 4,425 2,20

Erro Relativo % (%) 5,5 1,7 2,2

𝜏 ± 𝜎𝜏 ajuste carga (s) 0,4346 ± 0,0006 4,440 ± 0,002 2,214 ± 0,001

𝜏 ± 𝜎𝜏 ajuste descarga (s) 0,4475 ± 0,0003 4,4707 ± 0,0009 2,2355 ± 0,0007

𝜏 ± 𝝈𝝉 ajuste médio (s) 0,44 ± 0,01 4,46 ± 0,02 2,24 ± 0,02


Erro Relativo Ajuste (%) 2,2 0,8 0,4

Iniciou-se os cálculos buscando a obtenção do 𝜏 esperado e sua incerteza a partir das Equações 3 e 4:
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τ= 𝑅 ·𝐶 (3)
𝜎τ = √(𝐶)2 ∙ (𝜎𝑅 )2 + (𝑅)2 ∙ (𝜎𝐶 )2 (4)

Para o circuito 1:
τ = 4, 5 𝑥 103 · 100 𝑥 10−6 = 0,45 s

𝜎τ = √(100 𝑥 106 )2 ∙ (0,01 𝑥 103 )2 + (4,5 𝑥 103 )2 ∙ (0)2 = 0,001

Para o circuito 2:

τ = 4, 5 𝑥 103 · 1000 𝑥 10−6 = 4,50 s

𝜎τ = √(1000 𝑥 106 )2 ∙ (0,01 𝑥 103 )2 + (4,5 𝑥 103 )2 ∙ (0)2 = 0,01

Para o circuito 3:

τ = 2,25 𝑥 103 · 1000 𝑥 10−6 = 2,25 s

𝜎τ = √(1000 𝑥 106 )2 ∙ (0,01 𝑥 103 )2 + (2,25 𝑥 103 )2 ∙ (0)2 = 0,01

Para o 𝜏 carga %, 𝜏 descarga % e 𝜏 médio % foram utilizadas, respectivamente, as Equações 5,6 e 7:


τ𝑐𝑎𝑟𝑔𝑎 = 𝑡0,63·𝑉𝑚á𝑥 − 𝑡𝑉0 (5)

τ𝑑𝑒𝑠𝑐𝑎𝑟𝑔𝑎 = 𝑡𝑉0 − 𝑡0,37·𝑉𝑚á𝑥 (6)


τ𝑐𝑎𝑟𝑔𝑎 + τ𝑑𝑒𝑠𝑐𝑎𝑟𝑔𝑎
τ𝑚é𝑑𝑖𝑜 = (7)
2

Para circuito 1:
τ𝑐𝑎𝑟𝑔𝑎 = 11,65 − 11,20 = 0,45 s

τ𝑑𝑒𝑠𝑐𝑎𝑟𝑔𝑎 = 50,95 − 50,55 = 0,40 s


0,45+0,40
τ𝑚é𝑑𝑖𝑜 = = 0,425
2

Para circuito 2:
τ𝑐𝑎𝑟𝑔𝑎 = 15,70 − 11,25 = 4,45 s

τ𝑑𝑒𝑠𝑐𝑎𝑟𝑔𝑎 = 54,85 − 50,45 = 4,40 s


4,45+4,40
τ𝑚é𝑑𝑖𝑜 = = 4,425 s
2

Para circuito 3:
τ𝑐𝑎𝑟𝑔𝑎 = 12,25 − 10,05 = 2,20 s

τ𝑑𝑒𝑠𝑐𝑎𝑟𝑔𝑎 = 52,70 − 50,50 = 2,20 s


2,20+2,20
τ𝑚é𝑑𝑖𝑜 = 2
= 2,20 s

Para o 𝜏 ajuste médio e sua incerteza foram utilizadas, respectivamente, as Equações 8 e 9:


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τ𝑎𝑗𝑢𝑠𝑡𝑒 𝑐𝑎𝑟𝑔𝑎 + τ𝑎𝑗𝑢𝑠𝑡𝑒 𝑑𝑒𝑠𝑐𝑎𝑟𝑔𝑎
τ𝑎𝑗𝑢𝑠𝑡𝑒 𝑚é𝑑𝑖𝑜 = (8)
2

2 2
𝜎τ = √(τ𝑎𝑗𝑢𝑠𝑡𝑒 𝑐𝑎𝑟𝑔𝑎 − τ𝑎𝑗𝑢𝑠𝑡𝑒 𝑚é𝑑𝑖𝑜 ) + (τ𝑎𝑗𝑢𝑠𝑡𝑒 𝑑𝑒𝑠𝑐𝑎𝑟𝑔𝑎 − τ𝑎𝑗𝑢𝑠𝑡𝑒 𝑚é𝑑𝑖𝑜 ) (9)

Para circuito 1:
0,4345884124 + 0,4475233055
τ𝑎𝑗𝑢𝑠𝑡𝑒 𝑚é𝑑𝑖𝑜 = = 0,4441055859 s
2

𝜎τ = √(0,4345884124 − 0,4441055859)2 + (0,4475233055 − 0,4441055859)2 = 0,010112240

Para circuito 2:
4,4396714025 + 4,470720664
τ𝑎𝑗𝑢𝑠𝑡𝑒 𝑚é𝑑𝑖𝑜 = = 4,455196033 s
2

𝜎τ = √(4,4396714025 − 4,455196033 )2 + ( 4,470720664 − 4,455196033)2 = 0,021955143

Para circuito 3:
2,2142669629+2,2355288608
τ𝑎𝑗𝑢𝑠𝑡𝑒 𝑚é𝑑𝑖𝑜 = = 2,224897912 s
2

𝜎τ = √(2,2142669629 − 2,224897912 )2 + (2,2355288608 − 2,224897912)2 = 0,015034432

Para Erro Relativo % e o Erro Relativo Ajuste foi utilizada a Equação 10:

𝑉𝑎𝑙𝑜𝑟𝑒𝑥𝑝
𝑒𝑝 = |1 − 𝑉𝑎𝑙𝑜𝑟𝑡𝑒𝑜
| x 100 (10)

Assim para o Erro Relativo % do circuito 1:

0,425
𝑒𝑝 = |1 − | x 100 = 5,5 %
0,450
Para o circuito 2:

4,425
𝑒𝑝 = |1 − | x 100 = 1,7 %
4,500

Para o circuito 3:
2,20
𝑒𝑝 = |1 − | x 100 = 2,2 %
2,25

E para o Erro Relativo Ajuste do circuito 1:


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0,44
𝑒𝑝 = |1 − | x 100 = 2,2 %
0,45
Para o circuito 2:

4,46
𝑒𝑝 = |1 − | x 100 = 0,8 %
4,50

Para o circuito 3:
2,24
𝑒𝑝 = |1 − | x 100 = 0,4 %
2,25

Como visto acima os erros relativos obtidos com os dados do ajuste foram inferiores comparados aos
erros obtidos pelo esquema de porcentagem, dessa forma, o 𝜏 obtido pelo método do ajuste é o mais confiável.
Dessa maneira, o mesmo foi utilizado para o cálculo das capacitâncias e suas incertezas, presentes na Tabela
1, por meio de uma manipulação da Equação 1 e de sua propagação, visto nas Equações 11 e 12,
respectivamente.

τ
𝐶= (11)
𝑅

1 2 τ 2
𝜎C = √(𝑅) ∙ (𝜎τ )2 + (− 𝑅2 ) ∙ (𝜎𝑅 )2 (12)

Assim para o circuito 1:


0,44
𝐶= = 9,77777 x 10-5 F
4,5 𝑥 103

1 2 0,44 2
𝜎C = √( ) ∙ (0,01)2 + (− ) ∙ (0,01 𝑥 103 )2 = 2,232819724 x 10-6
4,5 𝑥 103 (4,5 𝑥 103 )2

Para o circuito 2:
4,46
𝐶= = 9,91111 x 10-4 F
4,5 𝑥 103

1 2 4,46 2
𝜎C = √(4,5 𝑥 103 ) ∙ (0,02)2 + (− (4,5 𝑥 103 )2 ) ∙ (0,01 𝑥 103 )2 = 4,960237566 x 10-6

Para o circuito 3:
2,24
𝐶= 2,25 𝑥 103
= 9,95555 x 10-4 F

1 2 2,24 2
𝜎C = √(2,25 𝑥 103 ) ∙ (0,02)2 + (− (2,25 𝑥 103 )2 ) ∙ (0,004 𝑥 103 )2 = 9,063377 x 10-6
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Para calcular o erro relativo em relação ao C calculado teoricamente acima e o C nominal, usou-se a
Equação 10, assim temos:

Para o circuito 1:

98
𝑒𝑝 = |1 − | x 100 = 2 %
100
Para o circuito 2:

991
𝑒𝑝 = |1 − | x 100 = 0,9 %
1000
Para o circuito 3:

996
𝑒𝑝 = |1 − | x 100 = 0,4 %
1000

Por fim, ao analisar os gráficos presentes nas Figuras 3 e 4, percebe-se que devido ao aumento da
capacitância e a permanência da resistência constante, o tempo de carga e descarga é maior no circuito 2
comparado com o circuito 1. E ao observar os gráficos das Figuras 4 e 5, percebe-se que devido a diminuição
da resistência e a permanência da capacitância constante, o tempo de carga e descarga é menor no circuito 3
comparado ao 2. Isso se deve a relação presente na Equação 1, onde o tempo é diretamente proporcional a
capacitância quando a resistência é constante, e diretamente proporcional a resistência quando a capacitância
é constante.

4. Conclusões
Específicas:
• O valor mensurado para 𝜏médio para os circuitos 1, 2 e 3 foram de 0,425, 4,425 e 2,20 segundos,
respectivamente.
• O valor mensurado para 𝜏 ajuste médio para os circuitos 1, 2 e 3 foram de 0,444 ± 0,01, 4,455± 0,02 e
2,225± 0,01 segundos, respectivamente.
• O erro relativo ajuste para os circuitos 1, 2 e 3 foram, respectivamente, 2,2%, 0,8% e 0,4%, tendo um
valor inferior em comparação ao erro relativo.
• A determinação das capacitâncias e das respectivas incertezas foram de: 9,777 x 10-5 ± 2,232 x 10-6 F
para o circuito 1, com um erro relativo de 2%, 9,911x 10-4 ± 4,96 x 10-6 F para o circuito 2, com um
erro relativo de 0,9%, 9,955 x 10-4 ±9,063 x 10-6 F para o circuito 3, com um erro relativo de 0,4%.
Geral:
Neste presente trabalho foram realizados alguns experimentos científicos sobre Cargas e Descargas de
capacitores, o que permitiu a consolidação e a união entre conhecimento teórico e prático. Além disso,
percebe-se que as diferenças do tempo de carga e descarga entre circuitos ocorrem em concordância com a
Equação 1 apresentada. Desta forma, os experimentos foram realizados com êxito e apresentaram resultados
satisfatórios e coerentes.
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5. Referências Bibliográficas
● Departamento de Física, Apostila de Física B – 2020.2, Universidade Federal de Sergipe
● YOUNG, H.D.; FREEDMAN, R.A. Física de Sears & Zemansky: Eletromagnetismo: Volume 3,12. ed.,
Editora Pearson Universidade, 2008.

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