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Coleção TECLIN - Tecnologias, Culturas e Linguagens – vol.

CONFLUÊNCIAS ENTRE TEXTOS,


TECNOLOGIAS E EDUCAÇÃO

TECLIN/UEPB/CNPq
Coleção TECLIN - Tecnologias, Culturas e Linguagens

O objetivo primordial da coleção TECLIN - Tecnologias, Culturas e


Linguagens é incentivar, desenvolver e contribuir com o estudo e a pesquisa
sobre tecnologias, culturas e linguagens no âmbito das Artes, da
Comunicação e da Educação, a partir de uma visão indisciplinar e mestiça,
para compreender o uso das tecnologias e das linguagens na construção de
sentidos nas mais diversas manifestações artísticas, além de interpretar as
possíveis articulações das tecnologias e das linguagens com a educação e
com os processos de ensino e aprendizagem de línguas – em seus mais
diversos contextos.

Conselho editorial

Prof. Dr. Fábio Marques de Souza (UEPB)


Profa. Dra. María Isabel Pozzo (IRICE-Conicet-UNR, Argentina)
Profa. Dra. Marta Lúcia Cabrera Kfouri-Kaneoya (UNESP)

Comitê científico da obra

Prof. Dr. Aluizio Lendl Bezerra (UECE).


Profa. Dra. Cristiane Navarrete Tolomei (UFMA).
Prof. Dr. Dánie Marcelo de Jesus (UFMT).
Profa. Dra. Eliete Correia dos Santos (UEPB).
Prof. Dr. Fábio Marques de Souza (UEPB).
Prof. Dr. Ivo Di Camargo Junior (SME-Ribeirão Preto-SP).
Prof. Dr. José Veranildo Lopes da Costa Junior (UERN).
Prof. Dr. Maged Talaat Mohamed Ahmed Elgebaly (Aswan University).
Profa. Dra. Maria de Lourdes Otero Brabo Cruz (UNESP).
Profa. Dra. María Isabel Pozzo (IRICE-Conicet-UNR, Argentina).
Profa. Dra. Maria Manuela Pinto (Universidade do Porto).
Profa. Dra. Marta Lúcia Cabrera Kfouri-Kaneoya (UNESP)
Profa. Dra. Mona Mohamad Hawi (USP).
Prof. Dr. Nefatalin Gonçalves Neto (UFRPE).
Profa. Dra. Renata Barbosa Vicente (UFRPE).
Profa. Dra. Rosa Ana Martín Vegas (USAL, Espanha).
Cristiane Navarrete Tolomei
Fábio Marques de Souza
José Veranildo Lopes da Costa Junior
Renata Barbosa Vicente
(Organizadores)

CONFLUÊNCIAS ENTRE TEXTOS,


TECNOLOGIAS E EDUCAÇÃO

TECLIN/UEPB/CNPq

3
Copyright © dos autores

Todos os direitos garantidos. Qualquer parte desta obra pode ser


reproduzida ou transmitida ou arquivada, desde que levados em conta
os direitos dos autores.

Cristiane Navarrete Tolomei, Fábio Marques de Souza, José Veranildo


Lopes da Costa Junior, Renata Barbosa Vicente [Organizadores]

Confluências entre Textos, Tecnologias e Educação. São


Paulo: Mentes Abertas, 2019, 152 p.

ISBN 978-65-80266-11-1

1. Textos. 2. Tecnologias. 3. Linguagens. 4. Ensinar. 5. Aprender. I.


Título.

CDD 410

Capa: Lucas de França Nário Oliveira.

Revisão: Nefatalin Gonçalves Neto.

www.mentesabertas.com.br

2019

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SUMÁRIO

PREFÁCIO 7
Aluízio Lendl

APRESENTAÇÃO 9
José Veranildo Lopes da Costa Junior

ESTRATÉGIAS PARA A LEITURA DE 13


ESTUDO
Valnecy Oliveira Corrêa-Santos

LEITURA IMAGÉTICA E 39
INTERICONICIDADE NA ANÁLISE DO
DISCURSO
Alcione Remígio Batista

A LEITURA DE GÊNEROS MULTIMODAIS 55


QUADRINIZADOS
Maria Sandra Pereira
Linduarte Pereira Rodrigues

A REDAÇÃO DO ENEM: CAMINHOS DE 71


SUCESSOS E INSUCESSOS
Renata Barbosa Vicente
Marcos Antonio Pereira de Amorim

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OBSERVAÇÕES COTIDIANAS DA 97
INTERFACE ENTRE A COMUNICAÇÃO E A
EDUCAÇÃO: REFLEXÕES TEÓRICAS
Leandro Marlon Barbosa Assis
Alexandre Farbiarz

TECNOLOGIAS DIGITAIS E ENSINO DE 123


LÍNGUAS: UM DIÁLOGO ENTRE CRENÇAS
E MODOS DE FAZER
Fábio Marques de Souza
Geyza de Freitas Santos

SOBRE OS AUTORES 147

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PREFÁCIO

Partindo da concepção de que os estudos da


multimodalidade se situam na área que compreende a
Semiótica Social, proposta por Michael Halliday (1979) e
Hodge & Kress (1988), a qual percebe que a linguagem
verbal não figura como único modo semiótico responsável
pela produção dos sentidos, e que os diversos modos
devem considerar a dimensão social, ainda que esta
dimensão, presente nos sistemas semióticos, seja
intrínseca à natureza e à função, considero que imagem e
texto devem sempre ser estudadas conjuntamente. Isto
quer dizer que as representações sígnicas devem ser
reconhecidas no curso das interações das práticas de
linguagem e das funções sociais que os diversos modos de
linguagem desempenham na atividade comunicativa.
A partir da compreensão de que a representação
sígnica e a atividade comunicativa estão na base do texto,
“uma vez que envolvem uma gama ampla de diversas
formas de comunicação que as pessoas usam – imagens,
gestos, olhar, postura – e suas relações entre elas”
(JEWITT, 2010, p. 14), podemos inferir que os significados
construídos a partir da multimodalidade figuram-se como
discursos sociais.
Desse modo, os estudos das relações entre os
diferentes signos, das relações intersemióticas, surgiram,
portanto, na esteira do entendimento de que a linguagem
é parte de um sistema semiótico social necessário para o
desenvolvimento da sociedade. O modelo da Gramática
do Design Visual (GDV), proposto por Kress e van
Leeuwen (2006 [1996]), se desenvolveu à sombra da

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abordagem sistêmica, responsável por construir o modelo
de referência à metalinguagem visual.
Tomando essas ideias como base, os autores deste
livro se valem de seus capítulos para promover a
articulação entre linguagem verbal e não-verbal,
procurando discutir aspectos da produção do
conhecimento referente a teoria da multimodalidade e às
práticas de ensino com esses tipos de textos. Para tanto, as
discussões levantadas mostram-se de muita relevância
para esta década, tanto em consonância com a Base
Nacional Curricular Comum, quanto a necessidade de
ensinar e aprender a partir da multimodalidade, das
múltiplas mídias e do multiculturalismo.

Prof. Dr. Aluízio Lendl


Professor na Universidade Estadual do
Ceará/FECLI.

REFERÊNCIAS

HALLIDAY, M. A. K. Language as a Social Semiotic. London:


Edward Arnold, 1979.
HODGE, R.; KRESS, G. Social Semiotics. In: Social semiotics.
Ithaca, N. Y.: Cornell University Press, 1988, p. 1-12.
JEWITT, C. An introduction to multimodality. In: JEWITT, C.
(Editor). The Routledge Handbook of Applied Linguistics.
London and New York: Routledge, 2010, p. 14-27.
KRESS, G.; van LEEUWEN, T. Reading Images: the grammar of
visual design. 2. ed. London and New York: Routledge, [1996]
2006.

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APRESENTAÇÃO

Sobre a pesquisa no Brasil, a Coordenação de


Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES)
divulgou, recentemente, dados obtidos através de um
relatório produzido pela empresa norte-americana
Clarivate Analytics, chegando à seguinte conclusão: a
principal responsável pela produção de conhecimentos no
Brasil é a Universidade Pública. Com raríssimas exceções,
as universidades particulares pouco contribuem com a
pesquisa científica em nosso país. Mas esses dados não são
novos. Existem estudos, produzidos nos Programas de
Pós-Graduação em Educação e Ciências Sociais, por
exemplo, que ressaltam a importância da educação
pública na produção de ciência na nossa nação.
Ainda assim, mesmo sabendo da relevância das
universidades públicas no Brasil, um dos países com as
mais altas taxas de desigualdade social, somos,
constantemente, atacados. Há um projeto de Brasil em
construção para poucos. Ou, como chegou a afirmar o
atual Ministro da Educação, Ricardo Vélez-Rodrigues, em
entrevista ao Jornal Valor Econômico, no primeiro mês de
sua gestão: “universidades devem ficar reservadas para
uma elite intelectual”. Não é esse o país que queremos
construir. Pelo contrário, acreditamos em um projeto de
Brasil para todos, inclusivo e democrático e, esse projeto
de nação, passa, obrigatoriamente, pela educação pública
e de qualidade.
Dito isso, o livro Confluências entre textos, tecnologias e
educação é parte do nosso compromisso com a produção
científica e com a educação pública. Daí decorre o fato de
que, quatro pesquisadores, oriundos de universidades

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públicas da região Nordeste, tenham se reunido para
organizar a presente obra. Os responsáveis por este livro
são pesquisadores da área de Letras da Universidade
Federal do Maranhão, da Universidade Estadual da
Paraíba, da Universidade do Estado do Rio Grande do
Norte e da Universidade Federal Rural de Pernambuco.
Além disso, Cristiane Navarrete Tolomei, José Veranildo
Lopes da Costa Junior e Renata Barbosa Vicente
contribuem ativamente com os estudos desenvolvidos no
Grupo de Pesquisa Tecnologias, Culturas e Linguagens
(cadastrado no DGP do CNPq), sob liderança de Fábio
Marques de Souza.
O referido Grupo de Pesquisa também tem uma
característica particular. Além de contar com docentes de
universidades nacionais e estrangeiras e, alunos dos mais
diferentes níveis de ensino, as pesquisas desenvolvidas
neste GP giram em torno das linguagens, das culturas e
das tecnologias, nos mais diversos contextos de
comunicação, mas principalmente, trazendo contribuições
que têm como plano de fundo a sala de aula da escola
pública. É neste compromisso de contribuir com a
educação básica, tecnológica e superior que o Grupo de
Pesquisa e este livro se inscrevem.
Docente da Universidade Federal do Maranhão,
Valnecy Corrêa-Santos contribui com um capítulo
intitulado Estratégias para leitura de estudo, no qual
problematiza questões referentes à formação de leitores no
Brasil. Em seguida, Alcione Remígio Batista, da
Universidade Estadual da Paraíba, em Leitura imagética e
intericonicidade na análise do discurso, observa a relação
entre os discursos presentes nas charges políticas e a
produção de sentidos existentes.

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Maria Sandra Pereira e Linduarte Pereira Rodrigues,
ambos da Universidade Estadual da Paraíba, trazem o
capítulo intitulado A leitura de gêneros multimodais
quadrinizados, no qual discutem a linguagem dos
quadrinhos e suas contribuições para o trabalho de leitura
e de compreensão textual. Da Universidade Federal Rural
de Pernambuco, Renata Barbosa Vicente e Marcos
Antonio Pereira de Amorim, em A redação do ENEM:
caminhos de sucessos e insucessos, problematizam os
fatores que justificam o baixo índice de notas máximas na
redação do ENEM, em oposição a imensa porcentagem de
notas baixas.
Leandro Marlon Barbosa Assis e Alexandre Farbiarz,
ambos da Universidade Federal Fluminense, contribuem
com o capítulo Observações cotidianas da interface entre a
comunicação e a educação: reflexões teóricas, no qual
analisam os cotidianos escolares da rede estadual do
Estado do Rio de Janeiro, tendo como ponto de referência
as intersecções entre comunicação e educação. Por
conseguinte, Fábio Marques de Souza e Geyza de Freitas
Santos, respectivamente da Universidade Estadual da
Paraíba e da Universidade Federal de Pernambuco,
trazem reflexões sobre as tecnologias digitais aplicadas ao
ensino de línguas, no capítulo intitulado Tecnologias
digitais e ensino de línguas: um diálogo entre crenças e
modos de fazer.
Nesse sentido, desejamos que a leitura dos capítulos
que compõem o presente livro, além de proveitosa, sirva
para incentivar os nossos leitores, principalmente os
professores da educação básica, a investigar a sala de aula,
os processos de ensino-aprendizagem e os diálogos entre

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educação, linguagens, culturas e tecnologias em contextos
diversos.
Por fim, mas não menos importante, que possamos
ser agentes construtores e defensores da educação pública.
O mercado financeiro tenta nos destruir, mas juntos,
somos e seremos resistência.

Excelente leitura,

Prof. José Veranildo Lopes da Costa Junior


Universidade do Estado do Rio Grande do Norte.

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