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UNIVERSIDADE REGIONAL DO NOROESTE DO ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL

DEPARTAMENTO DE HUMANIDADES E EDUCAÇÃO


CURSO DE EDUCAÇÃO FÍSICA

O ENSINO DAS LUTAS NAS ESCOLAS

GÉVIO KOHLER
SANTA ROSA - RS
2015
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GÉVIO KOHLER

O ENSINO DAS LUTAS NAS ESCOLAS

Monografia apresentada à Banca


Examinadora do Curso de Educação Física
da Unijuí - campus Santa Rosa, como
exigência parcial para obtenção do título de
Licenciado e Bacharel em Educação Física.

Orientadora: CLÉIA INES RIGON DORNELES

Santa Rosa, RS
2015
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DEDICATÓRIA

Dedicado a minha família, minha esposa Marceli Köhler, meus filhos Gean
Marcelo Köhler e Rian Lorenzo Köhler, também a minha mãe Noeli Antônia de Souza
Köhler, pois entenderam a minha ausência em vários momentos em função do meu
trabalho junto as artes marciais e aos Esportes de Combates, compreenderam a
importância de levar para as diversas crianças e adolescentes uma filosofia de vida, uma
integração com os demais em um trabalho de inclusão social, sem descriminações e
preconceitos, buscando oportunizar a pratica saudável de um esporte que ensina além
dos aspectos físicos e motores, os valores de direitos e obrigações de um cidadão, uma
modalidade esportiva mas de integração, competitivas até certo ponto, mas visando
sempre o espirito de confraternização onde os diferentes se encontram e partilham seus
conhecimentos buscando apreender sempre com suas vitórias e derrotas, pois quando
se tem este objetivo sempre se ganha e em competições deste porte não há perdedores,
pois praticamos para o nosso conhecimento e não para glórias. “Quem faz o que gosta
com satisfação esta mais próxima da felicidade”, pois não há caminho para a felicidade,
e sim, ela é o caminho!
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AGRADECIMENTOS

Agradeço a meus familiares e amigos, minha esposa Marceli Kohler


incansável incentivadora, meus colegas das lutas, tanto do Tatame quanto de ringue, um
agradecimento aos professores da UNIJUÍ – Universidade Regional do Noroeste do
Estado do RS que me incentivaram para aprofundar as pesquisas e a elaboração dos
conteúdos, obrigado professor Leomar Tesche e em especial a professora Cléia
Dornelles minha orientadora, agradeço também aos meus colegas das modalidades
diversas de lutas aos quais recorri em busca de orientações, as Federações e
Confederações através de seus presidentes que me transmitiram detalhes importantes,
enfim, diretores, professores, colegas, alunos e a todos que colaboraram com seus
depoimentos para incluir neste trabalho.
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RESUMO

As Lutas constituem um dos eixos da Cultura Corporal de movimentos e


deveria ser trabalhada junto à aula de educação Física Escola, mas não é o que vem
ocorrendo, isso deve ser porque para muitos ainda as modalidades lutas são
conceituadas como uma mesma área de conhecimento, sem uma classificação
especifica. Precisamos entender as diferenças entre as modalidades e classificações do
ensino de lutas e ai buscar maneiras de repassar este conhecimento de uma forma
coerente aos alunos, sejam em escolas, seja em academias ou clubes esportivos.
Principalmente quando inserida na educação precisamos de embasamentos técnicos e
teóricos que nos levam o mais próximo da realidade e não como suposições e
informações distorcidas muitas vezes pelos diversos meios de comunicação e que
chegam de forma que não vem com o verdadeiro propósito da prática, a luta subdivide-
se em Arte Marcial e Esporte de Combate e devemos saber estas diferenciações quando
repassamos em escolas. Portanto, o objetivo deste estudo foi refletir, conceituar as
diferentes manifestações e estilos de lutas de caráter esportivo e não esportivo, bem
como, problematizar a relação das lutas , brigas e violência a partir do ensino das lutas
como conteúdo curricular do Ensino Médio. A metodologia utilizada é descritiva, as
amostras foram alunos do 2ºano do Ensino Médio da Escola Estadual Pedro Meinerz do
município de Santa Rosa - RS. O instrumento utilizado foi um questionário com
perguntas abertas e fechadas. Consideramos que muitos ainda veem as modalidades
lutas sendo tudo a mesma coisa precisamos entender e buscar formas para que
possamos repassar de uma forma coerente aos alunos utilizar a prática das lutas como
mais um meio de atingir os objetivos gerais já que deve se utilizar de todos os esportes
nas aulas de Educação Física além dos costumeiros coletivos de quadra, ou seja, os
jogos.
PALAVRAS CHAVE: Lutas, artes marciais, esporte de combates, Currículo escolar,
educação.
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ABSTRACT

The fights are one of the axes of Body Culture of movement


and should be discussed with the class of education Physics School, but it is not
what is happening, it must be because for many still the modalities fights are
conceptualized as the same area of knowledge, without a specific rating. We need
to understand the differences between the types and classifications of educational
struggles and there look for ways to pass on this knowledge in a coherent manner
to students, whether in schools, either in gyms or sports clubs. Especially when
inserted in education we need technical and theoretical grounds that take us closer
to reality rather than assumptions and distorted information often by various media
and arriving so not condissem with the true purpose of practice, the fight subdivided
into martial art and combat sport and we know these differences when we pass in
schools. Therefore, the aim of this study was to reflect, conceptualize the different
manifestations and styles of sporting character of struggles and not sports, as well
as discuss the relationship of struggles, fights and violence from the teaching of
struggles as curriculum content of high school. The methodology used is descriptive,
samples were 2nd Year of high school students of the State School Pedro Meinerz
the municipality of Santa Rosa-RS. The instrument was a questionnaire with open
and closed questions. We believe that many still see the terms struggles are all the
same need to understand and find ways so that we can pass in a coherent way
students use the practice of struggle as an additional means of achieving the
general objectives since it must be used for all sports in physical education classes
in addition to the collective customary court, ie the games.
KEYWORDS: Fights, martial arts, fighting sports, school curriculum, education.
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SUMÁRIO

Introdução..............................................................................................07
Re vis ão de L it e ratu ra … …… … …. .. …… … … …… … …… …… … … …… …12
A proposta pedagógica..................................................................................14
Minha trajetória sobre o ensino das Lutas como conteúdo da Educação
Física na educação básica....................................................17
Simplificando diferenças entre Artes Marciais e Esportes de Combates.........20
A pratica das Artes Marciais nas escolas..................................................22
A mídia do UFC e MMA e os efeitos sobre o ensino das
L u t a s . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 2 4
Como buscar conteúdos para o ensino das Lutas nas aulas de EDF
E s c o l a r ? . . . . . . . . 2 5
Metodologia.................................................................................................28
Tipo de Pesquisa..............................................................................29
Analise e discussões dos dados...........................................................30
Co n s id e ra ç õ e s Fina is … … … … … … … … … … … … … … … … … … … … … … 3 5
Referencias…………………………………………………………………….38
Anexos………………………………………………………………………….40
Figura 01................................................................................... 28
Gráficos 01................................................................................. 30
Gráf icos 02, 03.......................................................................... 31
Gráficos 04, 05 ............................................................................... 32
Gráficos 06, 07............................................................................. 33
Anexo 1 - Questionário original utilizado para fazer o da pesquisa.....................41
Anexo 2 – Depoimentos sobre as lutas nas escolas...................................43
Anexo 3 – Relação lutas e professor – Frases de efeito......................................45
Anexo 4 – Fotos de aulas junto às escolas.......................................46
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INTRODUÇÃO

Durante muito tempo a aula de Educação Física vem sendo


trabalhadas com jogos e raras vezes vemos os profissionais trazerem novas
formas e novos esportes ao conhecimento dos alunos, tais como o atletismo, a
natação, esportes radicais entre outros.
Neste contexto as lutas podem servir como uma modalidade
inovadora e atrativa aos alunos, reaproximando muitos que se distanciaram da
pratica esportiva.
O conteúdo das lutas não precisa necessariamente do contato
físico, pois, existem várias brincadeiras relacionadas às lutas, adaptações e o
próprio debate de um esporte que ganha força cada vez mais que pode ser trazidos
pelo professor em suas aulas. Portanto, se lecionarmos na disciplina de educação
física desde a educação infantil até o ensino médio com a introdução das
modalidades de lutas o professor poderá comprovar que as lutas são sucesso em
todos estes níveis.
As inovações fazem parte do cotidiano do professor, buscar
conhecimento e repassar aos seus alunos faz parte do complexo mundo esportivo
inserido nas aulas de Educação Física. As lutas estão tomando espaço nos meios
de comunicações e devem ser trabalhadas nas escolas para não serem
destorcidas e chegarem aos alunos de uma forma não condizente com a real
aplicação.
A partir disto, nos perguntamos podemos trabalhar as lutas
como um conteúdo curricular nas aulas de Educação Física?
Quando falarmos de Esportes de combates inseridas na
educação nós precisamos de embasamentos técnicos e teóricos que nos levem ao
mais próximo da realidade e não como suposições e informações distorcidas
muitas vezes pelos diversos meios de comunicação e que chegam de forma que
não condiz com o verdadeiro propósito da prática.
Os professores e educadores devem utilizar-se de todos os
esportes em suas aulas além dos costumeiros esportes coletivos de quadra (jogos)
e a prática das lutas nas aulas de Educação física podem servir como mais um
meio de atingir os objetivos gerais da educação física.
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Não nos referimos somente ás lutas tradicionais aqui


chamadas de Artes marciais tais como o judô, o karatê, o kung fu, etc, mas
também a prática da luta informal, pois é esta que muitas vezes chega ao
conhecimento do aluno antes mesmo de termos conhecimento de sua existência,
sendo que a própria LDB (Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional), sugere
o ensino das lutas como um dos eixos da educação Física Escolar como cultura
corporal do movimento.
Durante muito tempo a aula de Educação Física vem sendo
trabalhadas com jogos e raras vezes vemos os profissionais trazerem novas
formas e novos esportes ao conhecimento dos alunos, tais como o atletismo, a
natação, esportes radicais entre outros. Neste contexto as lutas podem servir como
uma modalidade inovadora e atrativa aos alunos, reaproximando muitos que se
distanciaram da pratica esportiva.
O conteúdo das lutas não precisa necessariamente do contato
físico, pois, existem várias brincadeiras relacionadas às lutas, adaptações e o
próprio debate de um esporte que ganha força cada vez mais que pode ser trazidos
pelo professor em suas aulas. Portanto, se lecionarmos na disciplina de educação
física desde a educação infantil até o ensino médio com a introdução das
modalidades de lutas o professor poderá comprovar que as lutas são sucesso em
todos estes níveis.

As inovações fazem parte do cotidiano do professor, buscar conhecimento e


repassar aos seus alunos faz parte do complexo mundo esportivo inserido nas
aulas de educação física. As lutas estão tomando espaço nos meios de
comunicações e devem ser trabalhadas nas escolas para não serem destorcidas e
chegarem aos alunos de uma forma não condizente com a real aplicação. Os
parâmetros Curriculares Nacionais estabelecem objetivos, conteúdos e avaliações
para a Educação Física Escolar , investigar pelos grupos sociais e expressam
pelos movimentos, através da cultura corporal de movimento que se manifesta
através das praticas corporais dos esportes, jogos, LUTAS, ginásticas, brincadeiras
e dança, entendendo as condições que inspiram essas criações e experimenta-las,
refletindo sobre quais alternativas e alterações são necessárias para vivenciá-las
no espaço escolar, pois os alunos não tendo acesso a estas modalidades na
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escola buscam fora desta a pratica e muitas vezes acabam fazendo algo sem as
orientações adequadas a sua faixa etária.

A intenção desta pesquisa foi levar informações mais


concretas sobre as modalidades de lutas e desmistificar essa ideia da luta como
sendo sinônimo de violência.

Portanto, o objetivo geral foi refletir e conceituar as diferentes


manifestações e estilos de lutas de caráter esportivo e não esportivo, bem como,
problematizar a relação das lutas, brigas e violência a partir do ensino das lutas
como conteúdo curricular da Educação Física no Ensino Médio.

Destacamos como objetivo específico identificar as diferentes


manifestações das lutas nas aulas de Educação Física Escolar.
Refletir sobre a relação das lutas com as brigas e violência na
escola.
Inserir o ensino das lutas como conteúdo curricular nas aulas
nas aulas de Educação Física Escolar.
Conscientizar os alunos sobre os cuidados e prevenção de
acidentes durantes as pratica de lutas nas aulas.

Observar as alterações e mudanças no comportamento dos


alunos após a vivência das lutas nas aulas de Educação Física.

Justificamos a intenção desta pesquisa devido à importância


de trazer as modalidades de lutas nas aulas de Educação Física fará um
enriquecimento às aulas, pois, com as mudanças de paradigmas que se tem
buscado na Educação Física as Lutas tornaram-se um conteúdo de grande valor
na escola, possibilitando aos educandos travar contatos com inúmeros contextos
como violência e seus meios de controle, agressividade, socialização, atividades
lúdicas, jogos e controle emocional.

Se tanto as crianças quanto seus pais e os professores


souberem estas diferenciações podem conhecer e entender as modalidades de
lutas e suas manifestações, escolhendo a modalidade e se aperfeiçoando em
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suas técnicas, isso irá com certeza contribuir na formação do individuo e aos
poucos podemos ir retirando o mito de violência incutido as lutas pelos mais
diferentes meios de comunicações, se o professor buscar trazer um conceito de
que as lutas devem fazer parte dos conteúdos das aulas de educação física, tanto
na educação infantil, ensino fundamental ou ensino médio e isso esta contribuindo
para a formação do individuo, pois além dos movimentos corporais, do contato
físico temos toda uma filosofia que acompanha estas lutas e o respeito tanto ao
professor quanto aos colegas é prioridade nas aprendizagens, conseguiremos
incorporar com tranquilidade estas modalidades nas aulas de Educação Física
escolar.

Quando se pensa em lutas muitos acreditam que precisamos


ser lutadores para levar este conhecimento, mas assim como não precisamos ser
jogadores para transmitir o conteúdo do esporte chamado futebol, o profissional
de Educação Física não precisa ser um lutador para introduzir estas
manifestações junto às aulas de educação física escolar.

Justifico também pela experiência que adquiri no ensino de


lutas que veem sendo trabalhadas em diversas cidades junto as Secretarias
Municipais de Assistências Sociais como uma forma de retirar as crianças e
jovens das ruas e do uso das drogas, trazendo para estes uma modalidade
atrativa e que condiz com o seu dia a dia junto a violência e maus tratos, o que
trabalha com estas aulas é doutrinar o que por natureza humana já esta presente
em cada um que é o revidar para se defender e se proteger levando um espirito
de companheirismo e não competitivo, o ensinar que se eu sei que sou superior
ou inferior a alguém não é com brigas que iremos resolver.

Percebo o quanto o ensino de lutas tem contribuído nas


mudanças de comportamentos das crianças, as mesmas começam a ver que
alguém se importa com elas e entre os próprios colegas e começa a surgir um
espirito de companheirismo e equipe, elas ficam mais cientes que precisam um do
outro, que os comportamentos eliminando a violência pode lhes levar a vários
lugares diferentes e saudáveis, que pode retirar as mesmas do mundo da
exclusão para um mundo de cooperação, e o professor é a figura chave para
estas mudanças ocorrerem.
17

Atuo no mundo das lutas a mais de 30 anos e já comprovei


mudanças no comportamento de crianças e adolescentes sob vários aspectos,
mas principalmente a eliminação da violência no ambiente escolar, onde o
colega diz “Por que tu não quebrou a cara dele, vai lá e dibuia ele!” e recebe
como resposta: “Isso não é o que aprendi, isso não vai me tornar melhor que
ele”. Esta é a linha de atuação dos ensinos das lutas como sendo uma arte
marcial e não apenas um esporte de combate.

Os trabalhos com lutas veem sendo realizados junto as


Secretarias de Assistências Sociais em diversos municípios nos chamados CRAS
como uma forma de resgatar as crianças e jovens para uma vida social, retirando
do mundo onde vivem rodeados por violência e consumo de Álcool e outras
Drogas. Se as lutas estão sendo utilizadas como tratamento de resgate de valores
e socialização, se inserirmos as mesmas nas aulas, ou seja, lá nas escolas, um
trabalho para as Secretárias de Educação desenvolverem estaríamos tratando a
prevenção e não a doença em palavras de fácil entendimentos, o professor mais
uma vez como sendo a peça chave de transformação e aprendizagem.
Esta pesquisa foi organizada em três capítulos onde no
primeiro capitulo apresentamos o referencial teórico embasado e publicações e leis
existentes no nosso País sobre o ensino das Lutas nas aulas de Educação Física
escolar, no segundo capitulo a metodologia utilizada na construção do questionário
aplicado aos alunos do segundo ano do ensino médio e no três a analise e
discussão dos dados expostos em gráficos finalizando considerações finais, as
referencias e os anexos.
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1. REVISÃO DE LITERATURA

Procuramos buscar nas literaturas o conteúdo embasado


em pesquisas e a relevância do estudo, pois sabemos que deve ser esclarecida a
importância da pesquisa (tanto no plano teórico como no prático), além da
contribuição com novos conhecimentos, atendimento e interesses gerais e
particulares; Sabemos que além dos nossos argumentos, devemos nos referir a
argumentos anteriores para desta forma atingirmos e despertar a necessidade de
continuar as pesquisas e as contribuições que este trabalho dará através da
leitura de textos sobre o seu tema.

1.1 Conceituando Lutas

Quando falamos em Lutas, encontramos poucos artigos


científicos e livros literários, portanto podemos disser que as origens das Artes
Marciais são uma incógnita, mas segundo alguns autores podem entender um
pouco mais do que estamos tentando levar ao conhecimento dos professores,
como:

Que as Artes Marciais são formas de combate que se utilizam


do corpo para atacar e defender. Foram sistematizadas pelas culturas orientais e
adquiriram características particulares que visam à preparação do indivíduo de
maneira física e espiritual (CANTANHEDE, NASCIMENTO e REZENDE, 2010).
Em se falando em preparação física os professores de Educação Física tem já
incutido o seu papel junto a estas modalidades.

Possuem em sua estrutura influências das religiões e


pensamentos filosóficos do oriente, de códigos de ética e da moral (BARREIRA e
MASSIMI, 2006; DRIGO e GONÇALVES JUNIOR, 2007). Independente das suas
origens as diversas manifestações de lutas detêm o espirito guerreiro geralmente
a frente de seus ensinamentos.

1.2 Lutas como conteúdo da Educação Física na Educação Básica

Com a mudança de paradigmas que se tem buscado na


Educação Física, as Artes Marciais tornaram-se um conteúdo de Educação Física
19

de grande valor na escola, possibilitando aos educandos travar contatos com


inúmeros contextos como violência e seus meios de controle, agressividade,
socialização, atividades lúdicas, jogos, controle emocional, conhecimentos
anátomo-fisiológicos, etc. (BRASIL, 1998; CANTANHEDE, REZENDE E
NASCIMENTO, 2010; DARIDO, 2006). Bem se as Artes Marciais tornaram-se um
conteúdo para a Educação Física Escolar, tanto as crianças quanto seus pais e
principalmente os professores devem souber destas diferenciações, podemos
conhecer e entender as modalidades de lutas e suas manifestações, escolher a
modalidade e se aperfeiçoar em suas técnicas.

Lembrando que no universo chamado escola onde o


educando se encontra inserido em diversas contextualizações, tais como a
emocional, a social e a psicológica é possível, através da prática das Artes Marciais
o desenvolvimento holístico do aluno, levando-o a aprendizados que visam valores
para a vida (SILVA e CONRADO, 2010), Isso se dá em virtude de inúmeros fatores
como, por exemplo, a falta de preparação teórico-prática docente no meio
acadêmico dos futuros professores de Educação Física, bem como a fragmentação
do ensino dentro do meio universitário. Como razão também se pode citar os
professores de Educação Física que ao ministrarem as aulas não se sentem
preparados à docência das Artes Marciais (TORRES e GOMES, 2010). Cria-se a
necessidade do professor em aprofundar seus conhecimentos e agregar as
modalidades de lutas a suas aulas de educação física escolar, pois vem citado na
própria LDB.

1. 3 Lei de Diretrizes Básicas e a obrigatoriedade da Educação Física escolar

A LDB (Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional)


em sua proposta inicial, estabeleceu que a Educação Física é parte integrante da
proposta pedagógica da escola, atuando de forma integrada com outras disciplinas
da Educação Básica. A Educação Física como componente curricular, tem como
pressuposto básico disseminar conhecimento sistematizado sobre a cultura
corporal de movimento, capacitando o educando para a regulação, interação e
transformação em relação ao meio em que vive, contribuindo para a formação do
sentido de ser humano e enquanto área escolar, a Educação Física planeja seu
20

ensino/aprendizagem de forma a oportunizar as crianças desafios motores


sistematizados/racionalizados, segundo diferentes perspectivas, para construir
esses conhecimentos, dentro de cada faixa etária. Essa disciplina busca
oportunizar, nessa dimensão para que o aluno venha a descobrir e aprender
diferentes possibilidades de movimento daquelas oferecidas culturalmente pelo seu
entorno social imediato, contribuindo, dessa maneira, para a construção de novas
referências sobre seu próprio corpo, bem como novas potencialidades para
movimentar-se e interagir com o ambiente. A responsabilidade escolar junto a
Educação Física nada mais é que o desafio vinculado à capacidade e incapacidade
de se desenvolver e que através do exercitar-se não seja o bastante para dar conta
da especificação do trabalho desta área.

1.4 A proposta pedagógica


A responsabilidade está diretamente relacionada à proposta
pedagógica, possibilitando as mais diversas especificações como componente
direto na formação do cidadão quanto à saúde, lazer, esporte, aptidão física e toda
a cultura corporal de movimento, para isto se consolidar nos currículos escolares
são indispensáveis encontrar formas viáveis de solucionar dialeticamente as
contradições e superar a visão dicotômica entre teoria e prática no ensino da
Educação Física. Criam-se propostas diferenciadas para a escola, enfatizando a
formação cultural e política do educando e centradas no aspecto motor do
desenvolvimento humano ou em interpretações da Psicologia da Educação,
propondo uma educação cognitiva através do movimento humano.

Portanto, se lecionarmos na disciplina de educação física


desde a educação infantil até o ensino médio com a introdução das modalidades
de lutas o professor pode comprovar que as lutas são sucesso em todos estes
níveis. Na educação infantil, começamos com as lutas de animais (luta de sapo,
luta do jacaré, etc.) ou a luta do saci pode ajudar muito na liberação de
agressividade das crianças, além de serem trabalhamos nestas atividades todos
os fatores psicomotores. No ensino fundamental, podemos trabalhar as lutas que
requerem um maior esforço e trazem excelentes respostas e no ensino médio
podemos fazer um resgate histórico das modalidades, ligamos com a ética e os
valores, as modalidades começam a ser exploradas de uma maneira mais
21

profunda, levando ao conhecimento do tema. Bem o professor pode criar várias


formas e métodos de levar os alunos a pesquisa e a prática como algo prazeroso
em suas aulas. Mas para isso o educador deve ter o mínimo de conhecimento e
não pode haver confusão de entendimentos básicos para a inclusão das lutas em
suas aulas.

As lutas fazem parte da vida do homem desde os tempos


mais remotos, pois, na perspectiva da sobrevivência humana os homens já
traziam aspectos competitivos como em lutar por comida, abrigo ou pela simples
defesa de seu território ou até mesmo como uma prática corporal para o bem
estar orgânico além de que as lutas institucionalizadas enquanto modalidade
esportiva constitui-se num fenômeno cultural de marcante universalidade, que,
devido aos benefícios que advém de sua prática, tem cada vez mais um número
gradativamente elevado de praticantes, o grande mal disso é que muitas vezes
quem conhece a modalidade não tem formação e pode colocar em risco o aluno,
pois alguns movimentos requerem de além do conhecimento da modalidade o
conhecimento nas áreas de anatomia, fisiologia e a parte didática para este
conteúdo ser repassado a crianças, jovem e adulto coerentemente compatível
com sua faixa etária.

Segundo a lei Federal 9.615/98 que institui normas gerais


sobre o desporto, em seu artigo 20, determina que as entidades como Ligas,
Federações e Confederações são as responsáveis pela organização esportiva das
lutas em nível nacional, estadual ou regional, por outro lado a Lei 9.696/98 no
artigo 3º afirma que compete ao profissional de Educação Física coordenar,
planejar e supervisionar treinamentos especializados e prestar assistência nas
diversas modalidades.

Portanto a interação dessas leis é motivo, no mínimo de


preocupação por parte do profissional de Educação Física, pois se cria um conflito
e uma nova realidade pode surgir, pois a falta de vivência dos profissionais de
educação física com relação ás artes marciais somente poderá ser sanada
através da busca de intercâmbio de conhecimento destes profissionais com os
atletas e praticantes de lutas, até por que as lutas quando trabalhadas em um
ambiente escolar deve ser abordada de uma forma diferente do que em uma
22

academia e para que isso aconteça precisamos no mínimo entender sobre as


manifestações diversas de lutas existe já que as “Lutas” constituem um dos eixos
do ensino nas aulas de educação Física escolar propostos pelo MEC para a
educação. Daólio (1996, p. 40) observa:

“O profissional da Educação Física não atua sobre o


corpo ou com o movimento em si, não trabalha o esporte em si,
nem com a ginástica em si. Ele trata do ser humano nas suas
manifestações culturais relacionadas ao corpo e aos
movimentos humanos, historicamente definidos como jogos,
Esportes, Danças, Lutas e Ginástica. O que irá definir se uma
ação corporal é digna de trato pedagógico pela Educação Física
é a própria consideração e análise desta expressão na dinâmica
cultural especifica do contexto onde se realiza”.
Segundo Saviani (1992, p. 23), a escola é “a instituição cujo
papel consiste na socialização do saber sistematizado”. Em outras palavras, a
escola deve promover uma educação diferenciada daquela na vida familiar, na
convivência humana e no trabalho, no entanto sem descartar o conhecimento que
os alunos possuem fora do ambiente escolar. Neste contexto, importa dizer que as
disciplinas curriculares têm relevância na formação do indivíduo. As Diretrizes
Curriculares de Educação Básica presentam como disciplinas: Arte, Biologia,
Ciências, Ensino Religioso, Filosofia, Física, Geografia, Historia, Língua
Estrangeira, Língua Portuguesa, Matemática, Química, Sociologia e Educação
Física, área de conhecimento na qual se inseriu este trabalho.
As Diretrizes Curriculares ainda relacionam cinco eixos à
Educação Física: o Esporte; a Ginástica; a Dança; as Lutas; e os Jogos e
Brincadeiras. Todos os eixos têm sua importância no fundamento educacional,
sendo a presença de cada um deles crucial no processo de construção do currículo
das escolas.

Portanto, os professores de educação física devem organizar-se


e podem conceituar suas aulas definindo com a ajuda da turma cada tema
discutido. Por exemplo, lutas são atividades caracterizadas por regras, que têm
segurança, respeito, Lutas são combates corpo a corpo. Brigas são práticas
23

desregradas, violentas, desorganizadas e, por isso, perigosas, e assim incorporar


as diversas modalidades de lutassem suas aulas de educação física escolar.

1.5 Minha trajetória na região sobre o ensino das Lutas como


conteúdo da Educação Física na Educação Básica.

Depois de anos batalhando para levar os ensinamentos das


lutas sem perder as raízes e verdadeiros fundamentos que norteiam as mesmas,
levando em conta a importância do ensino dos Esportes de Combates (Lutas) está
incluída nos parâmetros curriculares nacionais como um eixo da cultura corporal
de movimentos e as “Artes Marciais” constituem um dos eixos do ensino das lutas
propostos pelo MEC para a educação básica e essa aprendizagem possui uma
filosofia e é baseada no desenvolvimento total do ser, ou seja: corpo mente e
espírito e não meramente socos e pontapés como muitos assim ainda pensam,
transmissões distorcidas de uma modalidade que pode contribuir em muito com o
caráter do praticante, pois trás o respeito ao outro como um dos primeiros
ensinamentos, pois se assim não for não teremos como praticar por que é
imprescindível ter o colega para a prática deste esporte, sendo que sozinho não
temos como pratica-lo, esperamos trazer alguns esclarecimentos importantes e a
Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional em sua proposta inicial
estabeleceu que a Educação Física seja parte integrante da proposta pedagógica
da escola, atuando de forma integrada com outras disciplinas da Educação
Básica. A Educação Física como componente curricular, tem como pressuposto
básico disseminar conhecimento sistematizado sobre a cultura corporal de
movimento, capacitando o educando para a regulação, interação e transformação
em relação ao meio em que vive, contribuindo para a formação do sentido de ser
humano, as Lutas se tornam um componente muito atrativos aos alunos deste da
educação infantil.

Na educação infantil, por exemplo, podemos começamos


com as lutas de animais (luta de sapo, luta do jacaré, etc.) ou a luta do saci pode
ajudar muito na liberação de agressividade das crianças, além de serem
trabalhamos nestas atividades todos os fatores psicomotores. No ensino
fundamental, podemos trabalhar as lutas que requerem um maior esforço e
trazem excelentes respostas e no ensino médio podemos fazer um resgate
24

histórico das modalidades, ligados com a ética e os valores, as modalidades


começam a ser exploradas de uma maneira mais profunda, levando ao
conhecimento do tema. Bem o professor pode criar várias formas e métodos de
levar os alunos à pesquisa e a prática como algo prazeroso em suas aulas. Mas
para isso o educador deve ter o mínimo de conhecimento e não pode haver
confusão de entendimentos básicos para a inclusão dos Esportes de Combates
em suas aulas.

Além disso, o ensino dos Esportes de Combates (lutas) nas


escolas incutido nas aulas de Educação Física enriqueceria mais o conteúdo da
disciplina, proporcionando uma vivencia a mais referente aos esportes tanto aos
alunos quanto ao professor que deverá buscar conhecimento e aperfeiçoamento
tanto do conteúdo quanto das regras aplicadas nas aulas e nos combates.

Para que tenhamos um entendimento detalhado e objetivo


não podemos mais pensar que as lutas são todas iguais, ou que as Artes Marciais
e os Esportes de combates são a mesma coisa ou que têm a mesmas finalidades,
pois se pensarmos assim, diremos também que todos os jogos são a mesma
coisa, pois todos se utilizam da “bola”, e não são, pois todos têm as suas regras,
as suas práticas especificas e as suas formas de aprendizagens, as modalidades
de jogos estão separadas em futebol, futsal, voleibol, basquetebol, handebol e
assim por diante, se sabemos estas diferenciações podemos como profissionais
de Educação Física aplicar aos alunos as formas de treinamentos, as regras e
demais fatores pertinentes a estas modalidades, portanto como educadores
precisamos distinguir estas diferenças no mundo dos Esportes de Combates em
suas diversas manifestações, pois assim como nos jogos temos várias
modalidades, tais como o judô, o Karatê, o taekwondo, o kickBoxing, o Jiu Jitsu, o
Muay Thay, o Boxe e assim por diante, assim queremos transmitir algumas formas
praticas de diferenciar estas modalidades e proporcionar um entendimento do
mundo das lutas como esporte e um conteúdo da Educação Física e não mais
como um símbolo de violência.

É claro que para se trabalhar as lutas nas escolas devemos


deter o mínimo de conhecimentos básicos, pois, sabemos que há cada vez mais
estudos sobre o ensino das lutas e artes marciais na escola, porém muitas vezes,
25

enfocando o conteúdo com um fim em si mesmo, ou seja, visando apenas a


execução dos movimentos e não o fundamento desse movimento, dessa maneira,
uma organização curricular para este conteúdo vem a contribuir para uma melhor
compreensão dos Esportes de Combates e as artes marciais como um campo de
análise e reflexão, com temas importantes a serem estudados, o objetivo deste é
propor uma organização curricular para o ensino das lutas e artes marciais, as
quais estão classificadas de acordo com sua origem Orientais ou não e podem
estar presentes no contexto escolar enquanto conteúdo curricular da disciplina de
educação física.

Segundo a lei Federal 9.615/98 que institui normas gerais


sobre o desporto, em seu artigo 20, determina que:
“as entidades de prática desportivas e as entidades
nacionais de administração do desporto, bem como as ligas
que se trata o art.20 da Lei 9.615/98, são pessoas jurídicas
de direito privado, com organização e funcionamento
autônomo, e terão competência em seus estatutos.”
Sendo assim estas entidades são responsáveis pela
organização esportiva em nível nacional, estadual ou regional e são organizadas
em federações, confederações e ligas, por outro lado a Lei 9.696/98 no artigo 3º
afirma que compete ao profissional de Educação Física:
“coordenar, planejar, programar, supervisionar,
dinamizar, dirigir, organizar, ensinar, conduzir, treinar,
administrar, implantar, implementar, ministrar, analisar,
avaliar executar treinamentos especializados, prestar serviço
de auditoria, consultorias e assessoria; participar de equipes
multidisciplinares e interdisciplinares, elaborar informes
técnicos, científicos e pedagógicos; prestar assistência e
educação corporal a indivíduos ou coletividades, em
instituições privadas ou publicas; prestar assistência e
treinamento especializado; coordenar, organizar,
supervisionar e ministrar cursos e atividades de orientação,
reciclagem e treinamento profissional nas áreas da atividade
física e desportiva”.
26

A interação dessas leis é motivo, no mínimo de preocupação


por parte do profissional de Educação Física, pois se cria um conflito e uma nova
realidade pode surgir, pois a falta de vivência dos profissionais de educação física
com relação aos Esportes de Combates somente poderá ser sanada através da
busca de intercâmbio de conhecimento destes profissionais com os atletas e
praticantes destas modalidades, até por que as lutas em um ambiente escolar
devem ser abordadas de uma forma diferente do que em uma academia e para que
isso aconteça precisamos no mínimo entender sobre as manifestações diversas
dos Esportes de Combates existentes, e para isso devemos buscar conhecer as
origens e métodos de treinamentos utilizados para a prática e incorporamos ao
nosso conhecimento quanto a adequação das atividades a faixa etária, por
exemplo.

1.6 Simplificando as diferenças entre arte marcial e esporte de combate

Ao falamos de lutas buscamos na história e quanto as origem


podemos dizer que as Artes Marciais são uma incógnita, mas segundo alguns
autores podem entender que as Artes Marciais são formas de combate que se
utilizam do corpo para atacar e defender. Foram sistematizadas pelas culturas
orientais e adquiriram características particulares que visam à preparação do
indivíduo de maneira física e espiritual (CANTANHEDE, NASCIMENTO e
REZENDE, 2010). Possuem em sua estrutura influências das religiões e
pensamentos filosóficos do oriente, de códigos de ética e da moral (BARREIRA e
MASSIMI, 2006; DRIGO e GONÇALVES JUNIOR, 2007). Independente das suas
origens as diversas manifestações de lutas detêm o espirito guerreiro geralmente
a frente de seus ensinamentos.

Há uma dificuldade muito clara quanto ao entendimento das


diversas manifestações de lutas existentes e a maioria ainda acredita ser tudo a
mesma coisa, mas todas são diferentes inclusive a uma diferenciação muito
grande entre Artes marciais e Lutas quanto sendo um esporte de combate e cada
particularidade esta inserida inclusive no modo de repassar o conteúdo
principalmente quando se tratar de uma Arte Marcial, pois se faz um tipo de treino
quando se tratar específico da Arte marcial e um treino totalmente diferenciado
27

quando se tratar de uma competição desta modalidade, pois ai estará falando de


regras de competição e não da Arte Marcial pura e objetiva.

A Arte marcial pura e objetiva é baseada na proteção, ou


seja, é praticada para a autodefesa e não para medir forças em competições, o
praticante de Arte Marcial pura procura conhecer o seu corpo através de
movimentos precisos sempre busca evitar uma agressão, pois saberá que sua
reação será instantânea e com certeza causará graves traumas em seu oponente,
já a Arte Marcial praticada como um esporte é baseado em regras e com todos os
equipamentos de proteção, sendo na sua maioria por pontuações. Em palavras
simples podemos dizer que o professor que ensina uma Arte Marcial pura, prepara
o seu aluno para a vida e os obstáculos encontrados no decorrer desta, enquanto
o professor que trabalha somente a luta em si prepara o mesmo para o combate.

Em poder deste conhecimento como professores devemos


utilizar a prática dos Esportes de Combates como mais um meio de atingir os
objetivos gerais da educação física. Não vamos deixar de utilizar, contudo, os
esportes com bola (jogos diversos), as ginásticas, o atletismo, a dança e
brincadeiras, enfim, todos os conteúdos que os profissionais da área estão
acostumados, mas iremos recorrer também às atividades de lutas. Não estamos
aqui nos referindo somente ás modalidades de lutas tradicionais, aqui chamadas
de Artes marciais tais como o judô, o karatê, o kung fu, etc, mas também a prática
da luta informal, pois é esta que devemos estar focados devido ao despreparo de
quem as ensina e que a desinformação pode trazer consequências irreversíveis.

Para que seja possível trabalhar os Esportes de Combates em


uma aula de Educação Física e desde o primeiro momento poder contar com a
participação de todos os alunos mesmos os que tenham algum tipo de deficiência,
pois, o professor pode atribuir a eles algum tipo de responsabilidade, como por
exemplo: elaborar um quadro/tabela com os diferentes tipos de luta que serão
abordados ao longo das aulas, as características principais, o material necessário,
entre outros. Eles podem atuar como informantes, inclusive buscando algumas
informações que possam vir a ser necessárias tanto aos atletas quanto ao
professor, ou seja, não existe exclusão nas modalidades de lutas.
28

Converse com os alunos sobre o que eles entendem sobre


lutas e brigas, elencando as diferenças. Apresente algumas fotos e desenhos de
lutas e brigas para que apontem as características de cada uma. Provoque a
garotada com algumas perguntas, como "socos e chutes também são específicos
de alguma técnica de luta?", “o bom lutador sempre vence o combate?”, “qual é a
melhor luta que você já viu?”, “Qual é a melhor Arte Marcial?”, Onde surgiu
determinada modalidade e assim por diante.
Traga brincadeiras para suas aulas que simulem as diversas
manifestações de lutas com o objetivo de equilíbrio e desequilíbrio, força, rapidez,
atenção, cooperação entre outras, mas sempre lembrando que em todas as
atividades é recomendável incentivar os alunos a usarem os braços, as mãos, os
pés, enfim todas as partes de seus corpos observando as habilidades corporais
com um olhar mais critico e aprofundado, os movimentos não podem serem feitos
sem convicção, pois ou se faz correto ou melhor não o faze-lo, quem deve conduzir
os alunos e atletas é o professor, pois “não existe mau aluno e sim professor
despreparado para transmitir os conhecimentos”, os alunos apenas seguem o que
lhes foi repassado, esta é a filosofia das lutas.

1.7 A pratica das Artes marciais nas escolas

Quem pratica Artes Marciais com bons mestres e com


consciência, sabe que elas não têm nada a ver com violência. Pelo contrário, todas
as teorias pregam sempre o bom senso, a disciplina e o respeito ao próximo, pois
demandam compromisso e caráter de seus praticantes. A maioria das artes
marciais pode ser praticada por pessoas de todas as idades. Desde crianças a
vovôs e vovós, todos são bem-vindos, desde que tenham o acompanhamento
adequado e sigam as orientações e limites do próprio corpo e a escolha da arte
marcial que melhor se encaixa em sua personalidade, é pessoal e depende do
temperamento de cada um.

Grande parte das ARTES MARCIAIS é originária de países


orientais por uma questão histórica e cultural já os ESPORTES DE COMBATES
são de na sua maioria de países ocidentais, para melhor entender isso vejam
algumas manifestações de lutas e Artes marciais e seu País de origem:
29

Kung fu, taichi chun, wushu, sanshou são originárias da china.

Aikido, ninjutsu, judo, karatê, kenpo, kickboxing e jiu jitsu são originários do japão.

Muay thai, krabi krabong são originários da tailandia.

Hapkido, taekwondo, tangsudo são originários da coreia.

Já as lutas ocidentais como o boxe, a capoeira, a esgrima, a luta livre, o krav maga,
a greco-romana, o savate tem outras origens e, portanto outras filosofias em seus
conteúdos.

Devemos lembrar que no universo chamado escola onde o


educando se encontra inserido em diversas contextualizações, tais como a
emocional, a social e a psicológica é possível, através da prática das Artes
Marciais o desenvolvimento holístico do aluno, levando-o a aprendizados que
visam valores para a vida (SILVA e CONRADO, 2010), é relevante ressaltar que
embora tenham aumentado o interesse e os trabalhos, as Artes Marciais ainda
não são um conteúdo que possui prioridade na Educação Física escolar. Isso se
dá em virtude de inúmeros fatores como, por exemplo, a falta de preparação
teórico-prática docente no meio acadêmico dos futuros professores de Educação
Física, bem como a fragmentação do ensino dentro do meio universitário. Como
razão também se pode citar os professores de Educação Física que ao
ministrarem suas aulas não se sentem preparados à docência das Artes Marciais
(TORRES e GOMES, 2010).

Na atualidade as Artes Marciais são praticadas por diferentes


razões que incluem esporte, saúde, defesa pessoal ou pelo simples
desenvolvimento pessoal e em sociedade, os ensinamentos das verdadeiras Artes
Marcais vai servir para os praticantes disciplinar a mente, forjar o caráter e o
crescimento da autoconfiança, difícil para quem desconhece a verdadeira prática
das lutas entender, mas é impressionante o efeito psicológico que pode causar o
fato de se lutar com um adversário ao qual não tememos nem odiamos e ao final
da luta confraternizar com aquele que a pouco era nosso "adversário’". Só quem
já passou por essa experiência sabe o que representa e o valor de cada vitória e
derrota, pois quem as pratica com sabedoria jamais será perdedor, pois se
30

apreende a cada erro e a isso chamamos de vitória, pois quando perdemos uma
luta, por exemplo, não é sinal de derrota e sim é sinal que temos mais a aprender
e nos esforçamos mais ainda.

Podemos dizer que a maior diferença entre as Artes Marciais


para um esporte de combate é que nos Esportes de Combates o objetivo principal
é vencer o oponente em combate, não queremos dizer com isso que excluam
valores como o respeito, mas em seus combates buscam geralmente vencer o
adversário em combate e o rendimento financeiro esta entre os objetivos da luta,
os lutadores ou praticantes se submetem a treinos muitas vezes que vai além de
suas possibilidades e aptidões físicas para não terem prejuízos financeiros e para
isso colocam até sua própria saúde em risco. Por outro lado às lutas praticadas
como Arte Marcial o praticante não precisa provar nada a ninguém e sim deve
superar seus medos, os treinamentos são para se aprimorar a cada dia e se
superar e não superar aos outros, não existindo perdedores e vencedores.

1.8 A mídia do UFC e MMA e os efeitos sobre o ensino das Lutas

Na atualidade, tem algumas lutas que estão ganhando cada


vez mais espaço, principalmente pelos meios de comunicação e acredito que até
seja polemico falar dessa forma, mas tem uma Luta que a cada dia cresce mais em
todos os Países e é polemico colocar isso em pauta, o MMA ou UFC, bem estas
siglas chamadas de o misto das Artes Marciais e que ganha espaço principalmente
pelos meios de comunicação não é uma Arte Marcial como muitos assim as
querem conduzir e levar ao conhecimento através da mídia, estas siglas são na
verdade um nome dado a um Esporte de Combate que utiliza movimentos das
Artes Marciais e aceita praticantes de todas as modalidades, ou seja, é uma
empresa que possuindo um regulamento próprio, realiza competições onde os
lutadores buscam provar que são melhores em combate no ringue ou Octagon,
nestes casos o melhor combatente não quer dizer que é em conhecimentos e
ensinamentos, mas sim em preparação física e conhecedores de regras relativas a
estas competições, simplificando podemos dizer que enquanto o praticante de
artes marcial devem vencer a si mesmo, tendo a auto superação como meta de
treinamento, o praticante do esporte de combate tem o objetivo de vencer ao outro
combatendo e prova que é melhor ou superior com suas vitórias nas competições.
31

Para um entendimento melhor o UFC é uma sigla que significa


ULTIMATE FIGHTING CHAMPIONSHIP, uma organização americana de Artes
Marciais Mistas, também conhecida de MMA que quer dizer MIXED MARTIAL
ARTS (O misto das Artes Marciais). As lutas deste campeonato envolvem uma
mistura de estilos como jiu jitsu, boxe, Muay Thai, karatê entre outros, tem como
particularidade o ringue de oito lados chamado de octógono, fechado com grades.
O UFC foi o primeiro evento renomado do Vale-Tudo, realizado nos Estados
Unidos em 1993 e foi inspirado no Vale-Tudo Brasileiro, tem por objetivo descobrir
o melhor lutador do mundo independente do estilo de Artes Marciais ou Esporte
de Combate que pratica.

1.9 Como buscar conteúdos para o ensino das Lutas nas aulas de Educação
Física Escolar?

Os professores de Educação Física que queiram trabalhar as


lutas em suas aulas jamais devem aprender com revistas ou com o mestre You
Tube, devem sempre um mestre superior em conhecimentos e ensinamentos e
seus treinos serão voltados ao aprimoramento de suas técnicas com
responsabilidade, o verdadeiro faixa preta não se vangloria de sua posição e
procura sempre ser o mais cortes possível, pois é este o caminho que os levam a
serem educadores, a função de um faixa preta é servir os outros e repassar
ensinamentos para construir cidadãos do bem e não são pessoas ligadas ao seu
ego sem preocupações com o seus semelhantes.

Para podermos realizar um trabalho com coerência e não


limitarmos nossos alunos ou até mesmo o professor não falar de algo vago em
suas explicações o bom é ver algumas modalidades e manifestações de lutas e
tentar explica sobre as mesmas, sem se aprofundar, pois se existir interesse deve-
se procurar um profissional e praticar aquela que melhor se adapta aos meus
propósitos e esta deve ser muito bem estudada para que sejam transmitidos com
coerência seus conceitos e entendimentos, pois se não for desta maneira é melhor
não tentar ensinar, pois, tudo o que se transmite errado será feito desta forma cada
vez com uma dimensão maior.
Assim como nas demais modalidades esportivas a prática de
Artes Marciais sob as orientações de professores e instrutores qualificados trará
32

benefícios inestimáveis para a criança, pois se ela for bem orientada e motivada,
será um grande passo para se evitar o aparecimento de certos vícios (como o uso
de drogas ou o alcoolismo, por exemplo). Lembrando que os objetivos das
verdadeiras artes marciais é o de levar à criança a conhecer a si própria e as suas
reações, elas adquirirem hábitos de disciplina e respeito e são levadas a
abandonar o egoísmo e o individualismo e aprendem a trabalhar em grupo
(desenvolver o espírito de equipe), entre outros.
Como instrutores e professores devemos acreditar sempre que a
uma forma de repassarmos nossos conhecimentos e jamais desistir de ensinar
alguém por ser difícil quem sabe. Assim como nas demais profissões os
orientadores das mais diversas lutas existentes devem estar registrados para
exercerem legalmente o direito de ministrar aulas, ou seja, devem estar filiados a
entidades que os representem e os amparem em todos os direitos e deveres tais
como Conselhos, ligas, federações e confederações, pois todos sabem que não
basta ter formação, mas devemos estar registrados como profissionais para
exercer nossas funções.

As lutas fazem parte dos conteúdos que compõem a cultura


corporal de movimento, a qual deve ser ensinada durante as aulas de Educação
Física escolar, os professores precisam se inteirar das diversas manifestações de
lutas para que assim possam auxiliar no processo de formação integral dos alunos
como um cidadão e segundo citado no MEC.
“As lutas são disputas em que os oponentes devem ser
subjugados, mediante técnicas e estratégias de desequilíbrio,
contusão, imobilização, ou exclusão de um determinado espaço
na combinação de ações de ataque e defesa. Caracterizam-se
por uma regulamentação específica, a fim de punir atitudes de
violência e de deslealdade.” (BRASIL, MEC, 1997, p.49).

O professor que desejar realizar um trabalho coerente com


seus alunos e não expor tanto a si quanto aos seus atletas ou alunos precisa
saber que para se trabalhar as lutas nas escolas devem deter o mínimo de
conhecimentos básicos, pois, sabemos que há cada vez mais estudos sobre o
ensino das lutas e artes marciais na escola, mas falta a vivência, a prática e isso
podem deixar o professor perdido e ele optar em não ensinar.
33

Como trabalhamos há muito tempo em escolas e com


diversas crianças de diversas classes sociais podemos afirmar que é
inquestionável o poder de fascinação que as lutas provocam nos alunos e nos
dias atuais, constatamos que o tema está em moda, seja em desenhos animados,
em filmes ou em academias. Não é difícil encontrar crianças brincando de luta nos
intervalos das aulas, colecionando figurinhas dos heróis que lutam em seus
desenhos animados. Os adolescentes compram revistas que se referem ao tema,
livros de técnicas de luta e matriculam-se em academias para realizar a prática da
luta. Portanto consideramos a ideia de que as lutas devem fazer parte dos
conteúdos a ser ministrado nas aulas de educação física, seja na educação
infantil, ensino fundamental ou médio o professor que tiver interesse deve
procurar um profissional e praticar aquela que melhor se adapta aos meus
propósitos e esta deve ser muito bem estudada para que sejam transmitidos com
coerência seus conceitos e entendimentos aos alunos nas aulas de educação
físicas das escolas.

Lembrando que um professor de Educação Física não sabe


todas as regras e nem todos os movimentos fundamentais de todos os esportes.
Isso parece óbvio, já que são muitos os conteúdos para trabalhar com os alunos,
mas, como a maioria das aulas de Educação Física é ministrada a partir da
prática, muitos conteúdos interessantes não são trabalhados com os alunos,
porque o professor não sabe fazer, lembramos então que o professor de
Educação física não precisa saber fazer tudo, pois o que ele precisa é saber
ensinar!

Assim como para a prática do futebol, nas artes marciais as


meninas praticantes podem vivenciar dois tipos de preconceitos: o primeiro é ser
identificado como masculinizada, como homossexual; a segunda é por ter que se
submeter a uma manifestação da cultura corporal ligada essencialmente a uma
das matrizes de gênero, no caso, a masculina, que acaba por reforçar a primeira,
criando-se, assim, um círculo vicioso, que se auto-alimenta continuamente. A
menos que se interfira ativamente neste processo a fim de alterá-lo (VAZ, 2003).
Para que os hábitos corporais masculinos e femininos, ao longo do tempo, não
34

tornem um sexo mais hábil do que outro em termos motores é preciso que ambos
tenham as mesmas possibilidades culturais.

É necessário, portanto, que as diferentes manifestações da


cultura corporal estejam a serviço do desenvolvimento integral, e não parcial de
homens e mulheres (DAÓLIO, 1997). E isto não depende apenas dos homens,
afinal, a organização social de gênero é continuamente alimentada, também, por
mulheres (SAFFIOTI & ALMEIDA, 1995).

Pensando desta forma, perguntamos: Por que não incorporar


ás diversas manifestações de Artes marciais e de esportes de combates (lutas) nas
aulas de Educação Física nas nossas escolas, podemos sim buscar formas e
quebrar os paradigmas e fazer a diferença, vai depender de nós, afinal somos
educadores e devemos estar sempre em busca de conhecimento e retransmitir
estes aos demais, ou seja, preparar os indivíduos para que busquem maior
qualificação sabendo diferenciar os verdadeiros ensinamentos dos aventureiros e
pseudos professores que estão ensinando por ai, por isso aqueles professores que
desejam trabalhar com estas modalidades em suas aulas devem buscar um
embasamento ao qual poder recolher e engrandecer seus trabalhos nas aulas de
Educação Física ampliando horizontes e inovando seus trabalhos com métodos
diferenciados de trabalhos incorporando as lutas em suas aulas.

2. Metodologia

Figura 01 – Metodologia do Ensino das Lutas


35

Fonte: aartedeeducarofisico.blogspot.com

Na figura acima podemos demonstrar o que o professor enfrentará ao


abordar as lutas nas escolas, as rejeições, a pratica, a diferença entre Luta
esporte, a violência o entendimento e a disciplina aplicada as modalidades de
lutas. No próximo capitulo abordaremos sobre a Metodologia aplicada nesta
pesquisa:

2.1 Tipo de Pesquisa


Esta pesquisa é do tipo descritivo com abordagem qualitativa e
quantitativa, optamos por esta metodologia segundo Gil (1999, p.44) a pesquisa
descritiva caracteriza-se por ter como “objetivo primordial a descrição das
características de determinada população, ou fenômeno ou o estabelecimento
de relações entre variáveis”.

2.2 População e Amostra

Alunos do 2º ano do Ensino Médio Politécnico Turma da Manhã

Total de alunos na turma ................................................36


Total de Alunos que responderam ao questionário....... 29
Dos alunos que responderam ao questionário:
36

Total de meninas.............................................................13
Total de meninos.............................................................16

2.3 População

O universo dessa pesquisa foram os alunos do Ensino Médio da


Escola Estadual Pedro Meinerz de Santa Rosa - RS

2.4 Amostra

A pesquisa realizou-se com uma amostra de 29 alunos sendo 13 meninas e 16


meninos.

2.5. Instrumentos
Os instrumentos utilizados para a coleta dos dados foram
questionários com perguntas abertas e fechadas, aplicados durante as aulas
de estagio supervisionado III. Com objetivo de entender como os alunos
conceituam as lutas durante as aulas de estagio e sua relação como conteúdo
das aulas.

2.6 Procedimentos para a realização da pesquisa

1. Primeiramente entramos em contato com a escola.


2. No segundo momento a autorização da escola.
3. A aplicação do questionário.
4. A coleta de dados.
5. Os gráficos com os percentuais de respostas.

Dando continuidade na coleta de dados após ser recebido pelos


diretores e coordenadores, onde tive a oportunidade de explicar sobre a minha
proposta de trabalho, e pedir aceitação dos mesmos para que os alunos
respondessem ao questionário, os quais prontamente concordaram e me
encaminharam até o professor de Educação Física com quem também pude
conversar e explicar sobre a minha proposta da pesquisa. O prazo dado aos
alunos para responder foi na aula de educação Física correspondendo a duas
horas, findando este tempo recolhi os questionários para analises.
37

3. Analise e discussões dos dados


A analise dos dados foi realizada através de planilha do excel
representada nos gráficos abaixo:

Gráfico 01 representa a analise da questão 01:

1. Que importância você vê nas aulas de Educação Física?

Fonte Kohler 2015


Através dos dados analisamos que 84% dos alunos veem muita importância
nas aulas de Educação Física e 16% não veem nenhuma importância.

Gráfico 02 representa a analise da questão 02:

2. O professor influencia positivamente na sua vontade de fazer a


aula de Educação Física?

Fonte Kohler 2015


Através dos dados analisamos que 82% dos alunos dizem que o professora
influencia na vontade de fazer Educação Física e 18% disseram que não.
38

Gráfico 03 representa a analise da questão 03:

3. Você faz (ou já fez) alguma espécie de dança nas suas aulas de
Educação Física no Ensino Médio?

Fonte Kohler 2015


Através dos dados analisamos que 100% dos alunos dizem que nunca fizeram
dança nas aulas de Educação Física.

Gráfico 04 representa a analise da questão 04:

4. Você faz (ou já fez) alguma espécie de luta nas suas aulas de

Educação Física no Ensino Médio?

Fonte Kohler 2015


Através dos dados analisamos que 100% dos alunos dizem que nunca tiveram Lutas
Nas aulas de Educação Física, bem a resposta a esta questão bate de frente com nosso
39

Trabalho e com as Leis de Diretrizes Básicas que sugere o ensino das lutas como
um dos eixos da educação Física Escolar como cultura corporal do movimento.
Citamos ainda um autor do referencial teórico que diz: Com a mudança de paradigmas
que se tem buscado na Educação Física, as Artes Marciais tornaram-se um conteúdo
de Educação Física de grande valor na escola, possibilitando aos educandos travar
contatos com inúmeros contextos como violência e seus meios de controle,
agressividade, socialização, atividades lúdicas, jogos, controle emocional,
conhecimentos anátomo-fisiológicos, etc. (BRASIL, 1998; CANTANHEDE, REZENDE
E NASCIMENTO, 2010; DARIDO, 2006).

Gráfico 05 representa a analise da questão 05:

5. O teu professor já falou com você sobre alguma modalidade de lutas,


benefícios ou não nas aulas de Educação Física?

Fonte Kohler 2015


Através dos dados analisamos que 100% dos alunos dizem que nunca o professor
Falou sobre as Lutas nas aulas de Educação Física, com a resposta a esta questão
Voltamos ao nosso referencial “Como razão também se pode citar os professores
de Educação Física que ao ministrarem as aulas não se sentem preparados à
docência das Artes Marciais (TORRES e GOMES, 2010).

Gráfico 06 representa a analise da questão 06:

6. Você gostaria de aprender Lutas nas aulas de Educação Física?

Fonte Kohler 2015


Através dos dados analisamos que 96% dos alunos dizem gostariam de aprender
Lutas nas aulas de Educação Física, Cria-se a necessidade do professor em
40

aprofundar seus conhecimentos e agregar as modalidades de lutas a suas


aulas de educação física escolar, pois vem citado na própria LDB.

Gráfico 07 representa a analise da questão 07:

7. Você participa de aulas de lutas fora do ambiente escolar?

Fonte Kohler 2015


Através dos dados analisamos que 79% dos alunos dizem fazer alguma modalidade
De Lutas fora do ambiente escolar e quem sabe com instrutores despreparados, levando
os mesmos a realizarem atividades que não condizem com sua faixa etária. Lembrando
que no universo chamado escola onde o educando se encontra inserido em
diversas contextualizações, tais como a emocional, a social e a psicológica é
possível, através da prática das Artes Marciais o desenvolvimento holístico do
aluno, levando-o a aprendizados que visam valores para a vida (SILVA e
CONRADO, 2010).
Em complemento aos resultados dos gráficos salientamos que
segundo Saviani (1992, p. 23), a escola é “a instituição cujo papel consiste na
socialização do saber sistematizado”. Em outras palavras, a escola deve promover
uma educação diferenciada daquela na vida familiar, na convivência humana e no
trabalho, no entanto sem descartar o conhecimento que os alunos possuem fora do
ambiente escolar. Neste contexto, importa dizer que as disciplinas curriculares têm
relevância na formação do indivíduo.
Outro importante ponto a ser discutido é o fato das Artes Marciais
estarem ligadas a contextos belicosos (CANTANHEDE, REZENDE e
NASCIMENTO, 2010), o que enseja cuidados especiais a este conteúdo dando-se
ênfase a que os educandos estejam sempre dentro de situações em que o
aprendizado não seja voltado para situações de violência sendo o professor de
Educação Física o profissional capacitado e habilitado a repassar todos os tipos de
esportes tais como jogos, dança, lutas, atletismo e ginástica não para formar
atletas, mas sim para repassar o saber.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
41

Baseado na minha vivência no mundo das lutas, a revisão


de literatura encontrada, as citações do MEC e em diversas informações
coletadas junto ás federações e com os instrutores e professores de diversas
modalidades de lutas, bem como alunos e pessoas que de uma forma ou outra
praticaram ou vivenciaram alguma manifestação de lutas e esportes de
combates, seja, em escolas ou em academias procuramos trazer de uma forma
simplificada e objetiva este conteúdo, é claro que sempre buscando algumas
referências bibliográficas, a fim de obter embasamento que engradecem e dão
sentido melhor de entendimento ao assunto proposto.

Outro importante ponto a ser discutido é o fato das Artes


Marciais estarem ligadas a contextos belicosos (CANTANHEDE, REZENDE e
NASCIMENTO, 2010), o que enseja cuidados especiais a este conteúdo
dando-se ênfase a que os educandos estejam sempre dentro de situações em
que o aprendizado não seja voltado para situações de violência. Esperamos
contribuir, e dessa forma repassar a todos um novo conceito e uma nova visão
do ensino das lutas em academias, clubes, associações, mas principalmente
em escolas junto as aulas de educação física escolar.

Nunca se esqueçam de levar ao conhecimento de todos que


apesar de existir movimentos semelhantes, e muitos ainda confundirem ARTES
MARCIAIS com Esportes de Combate, há umas diferenças significativas entre
ambas e embora os Esportes de Combate utilizem movimentos das Artes
Marciais tais como chutes, socos e imobilizações, não podem ser considerados
como uma Arte Marcial, pois as Artes Marciais possuem um caminho, uma
doutrina sempre respeitando o seu semelhante para obter o mesmo respeito.
Em uma competição de Artes Marciais não se luta por
valores financeiros e sim por valores éticos e disciplinares (marcial é relativo á
militar) são disciplinas físicas e mentais codificadas em diferentes graus, que
tem como objetivo um alto desenvolvimento de seus praticantes para que
possam defender-se ou submeter o adversário mediante diversas técnicas.
Existem diversos estilos, sistemas e escolas de artes marciais. O que diferencia
as artes marciais da mera violência física (briga de rua) é a organização de suas
técnicas em um sistema coerente de combate e desenvolvimento físico, mental e
42

espiritual e a prática de exercícios físicos. Os professores de Educação Física


devem estar atentos e não cometerem enganos e procurarem transmitirem o
conteúdo das diversas manifestações esportivas, mas cuidado, Conhecendo o
mundo das lutas teremos um campo muito produtivo em nossas aulas, mas
como já dizia Gadotti:

Há, portanto um engano e uma fraude:


engano dos educadores que não veem as implicações
socioeconômicas e políticas dos seus atos, e a fraude
daqueles que as vendo tentam camuflá-las sob o pretexto
de estarem servindo ao humanismo” (GADOTTI, 1991, p.
86).

Vamos fazer a nossa parte como educadores físicos,


vamos transmitir conhecimentos e levar a nossos alunos as mais diversas
manifestações referentes aos esportes e a cultura corporal de movimentos e que
as lutas estejam inseridas em nossas aulas de Educação Física como sendo
mais uma forma de praticarmos atividades físicas e que jamais confundam as
lutas com violência, pois o esporte foi criado com o intuito de integração e
cooperação e jamais como sinônimo de discórdia e desavenças. Sendo a
Educação Física uma disciplina escolar, e entendendo se que a escola tem
como objetivo o ensino da cultura, Daólio (1996, p. 40) observa:
“O profissional da Educação Física não atua sobre o
corpo ou com o movimento em si, não trabalha o esporte
em si, nem com a ginástica em si. Ele trata do ser humano
nas suas manifestações culturais relacionadas ao corpo e
aos movimentos humanos, historicamente definidos como
jogos, Esportes, Danças, Lutas e Ginástica. O que irá
definir se uma ação corporal é digna de trato pedagógico
pela Educação Física é a própria consideração e análise
desta expressão na dinâmica cultural especifica do
contexto onde se realiza”.
Neste contexto, importa dizer que as disciplinas curriculares têm
relevância na formação do indivíduo. As Diretrizes Curriculares de Educação
43

Básica presentam como disciplinas: Arte, Biologia, Ciências, Ensino Religioso,


Filosofia, Física, Geografia, Historia, Língua Estrangeira, Língua Portuguesa,
Matemática, Química, Sociologia e Educação Física, área de conhecimento na
qual se inseriu este trabalho.
As Diretrizes Curriculares ainda relacionam cinco eixos à Educação
Física: o Esporte; a Ginástica; a Dança; as Lutas; e os Jogos e Brincadeiras.
Todos os eixos têm sua importância no fundamento educacional, sendo a
presença de cada um deles crucial no processo de construção do currículo das
escolas.
Organize a conceitue definindo com a ajuda da turma cada tema
discutido. Por exemplo, lutas são atividades caracterizadas por regras, que têm
segurança, respeito, Lutas são combates corpo a corpo. Brigas são práticas
desregradas, violentas, desorganizadas e, por isso, perigosas e trabalhe com as
diferentes manifestações de lutas, façam de suas aulas um grande diferencial
para seus alunos, obrigado e desejo a todos ótimas aulas.
E que este seja mais uma ferramenta utilizada para o conhecimento
das lutas diversas, suas manifestações, ensinamentos e diferenças, bem como a
ideia de afastar o mito da luta relacionada à violência, pois quem conhece de
fato este esporte, suas filosofias, seus verdadeiros ensinamentos tem uma nova
visão da palavra LUTA e saberá distinguir o ESPORTE DE COMBATE e a ARTE
MARCIAL.
Considerando que o ensino de Lutas é imprescindível devido a ser
um dos eixos da Cultura Corporal de Movimento e deveria ser obrigatório nos
Currículos Escolares inserimos nos anexos depoimentos de diretores,
professores e alunos que destacam os benefícios e as contribuições que as lutas
trazem para a escola, convido para uma leitura dos anexos!

REFERÊNCIAS
44

ALMEIDA, B.S.V et al. Dificuldades encontradas na Educação Física escolar que


influenciam na não-participação dos alunos: reflexões e sugestões. 2008. 16 f.
Trabalho de Conclusão de Curso (Pós-Graduação Lato Sensu em Educação
Física Escolar) - Universidade Gama Filho, Rio de Janeiro, 2008

ALVES, F.G; INEZ, A. M. A. S Brincar e aprender: A função do Jogo nas escolas


de educação infantil de Ipatinga-MG. Revista On-line Unileste, v2, n 2, jul/dez,
2004.

BARREIRA, C.R.A. , MASSIMI, M. O caminho espiritual do corpo: A dinâmica


psíquica no karate-do shotokan. Memorandum, 11, 85-101, 2006.

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crianças: do método tradicional à prática transformadora. Lecturas, Educación
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REIS, R. P . O Karate como ferramenta educacional. Um enfoque crítico.
Lecturas, Educación Física y Deportes, Revista Digital. Buenos Aires, Ano 15, n
148, septiembre, 2010. http://www.efdeportes.com/efd148/o-karate-na-escola-
como-ferramenta-educacional.htm

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Física. In: Mariângela Afonso; Flávio Pereira. (Org.). Educação Física Escolar.
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Janeiro: Guanabara Koogan, 2003.

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Reflexão Crítica. Lecturas, Educación Física y Deportes, Revista Digital. Buenos
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45

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lutas em escolas: uma visão sobre o universo do kung fu. Lecturas, Educación
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BORIN, S. H. Incidências de Lesões Esportivas nos Atletas de Piracicaba em


Diferentes Modalidades, Ocorrida nos Jogos Regionais de Lins-2008. Amostra
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CANAVAN, P. K. Reabilitação em Medicina Esportiva Um Guia Abrangente.


Primeira Edição Brasileira - 2001 Editora Manole.

DE LlMA, DARTEL FERRARI. Dicionário de Esportes Sprint 2002

Brasil(1998). Congresso Federal. Lei nº 9.696 de 1º de set. De 1998 D.O.U. nº


168 de 02/09/1998. Dispõem sobre a regulamentação da Profissão de educação
Física.

Brasil(1998). Congresso Federal Lei Federal 9.615/98 de 24 de março de 1998.


D.O.U. nº 81 de 25/03/1998. Institui normas gerais sobre desporto e dá outras
providencias.
46

ANEXOS

Anexo 1
Questionário original utilizado no componente de Educação Física Movimento III
Lói-2014
47

1. Que importância você vê nas aulas de Educação Física? Muita importância ( ),


Pouca importância ( ), Nenhuma importância ( )
Porque?....................................................

2. Se existe importância, diga por quê? Lazer ( ), Prática esportiva( ),


Condicionamento físico ( ), Conhecimentos na área da saúde ( )

3. O professor influencia positivamente na sua vontade de fazer a aula de Educação


Física?
Sim ( ), Não ( )

4. O que você gosta mais de fazer nas aulas? Esporte ( ), Ginástica ( ), Corridas ( ),
Alongamentos ( ), Outro ( ) Qual?...............................................................................

5. Você faz (ou já fez) alguma espécie de dança nas suas aulas de Educação Física no
Ensino Médio? Sim ( ), Não ( )

6. Você faz (ou já fez) alguma espécie de luta nas suas aulas de Educação Física no
Ensino Médio? Sim ( ), Não ( )

7. Você faz Ginástica nas suas aulas de Educação Física no Ensino Médio? Sim ( ),
Não ( )

8. Você aprendeu o que é IMC (Índice de Massa Corporal) nas aulas de Educação
Física?
Sim ( ), Não ( )

9. Qual dos exercícios melhor aprimora a resistência aeróbia?


Musculação( ), Alongamento( ), Corrida( ), Capoeira( ), Ginástica ( ), Não sei
( )

10. Você aprendeu a aferir sua Frequência Cardíaca Máxima nas aulas de Educação
Física? Sim ( ), Não ( )

11. Você é capaz de realizar seus exercícios físicos sozinho fora da escola sem colocar
em risco sua saúde? Sim ( ), Não ( )

12. A aula de Educação Física incentiva você a fazer exercício físico fora da escola?
Sim ( ), Não ( )

13. Seus responsáveis o incentivam a praticar o exercício físico? Sim ( ), Não ( )

14. Se você pudesse sugerir conteúdos para as aulas de Educação Física, o que sugeriria?

15. Você faz exercício físico fora da escola com regularidade? Sim ( ), Não ( )

No caso de Sim na questão 14, responda da questão 15 até a 19


No caso de Não na questão 14, responda somente a questão 20
48

16. O que você faz fora da escola? Esporte ( ), Luta ( ), Dança ( ), Caminhada
( ), Academia ( ), Outros ( )

17. Quantas vezes por semana? 2 ( ), 3 ( ), + que 3 ( )

18. Quanto tempo por dia? 30min ( ), 1h ( ), + que 1h ( )

19. Qual sua sensação após o término do exercício? Normal ( ). Cansado ( ), Muito
cansado ( )

20. Há quanto tempo você faz exercício físico com regularidade? Menos de três meses
( ), Entre três meses e um ano ( ), Mais de um ano ( )

21. Por que você não faz exercício com regularidade? Falta de tempo ( ),
Falta de incentivo ( ), Por questões financeiras ( ), Eu não gosto ( )

Questionário adaptado para TCC


Mantiveram-se algumas questões e alteraram algumas voltadas as lutas:

1. Que importância você vê nas aulas de Educação Física? Muita importância ( ),


Pouca importância ( ), Nenhuma importância ( )
2. O professor influencia positivamente na sua vontade de fazer a aula de Educação
Física?
Sim ( ), Não ( )
3. Você faz (ou já fez) alguma espécie de dança nas suas aulas de Educação Física no
Ensino Médio? Sim ( ), Não ( )
4. Você faz (ou já fez) alguma espécie de luta nas suas aulas de Educação Física no
Ensino Médio? Sim ( ), Não ( )
5. O teu professor já falou com você sobre alguma modalidade de lutas, benefícios ou
não nas aulas de Educação Física?
6. Você gostaria de aprender Lutas nas aulas de Educação Física?
7. Você participa de aulas de lutas fora do ambiente escolar?

Anexo 2
Depoimentos de Alunos, professores e diretores:
49

Depoimento de uma aluna:

As artes marciais vão muito além do que simples modalidades de lutas. São
muito mais. Acima de tudo, são filosofias de vida, com o fim de caminhar para o
fortalecimento do espírito, da mente e do corpo. O Karate, por exemplo, busca, acima de
tudo, a formação e aperfeiçoamento do caráter de seus praticantes. Não só por meio da
prática e treinamento de golpes e técnicas de luta, mas, principalmente, do aprendizado e
obediência a determinados valores, importantes não apenas para o desenvolvimento do
karateca dentro de seu dojo, mas para o seu convívio em sociedade. Respeito, disciplina,
humildade, perseverança, amizade e união são alguns deles. Pode-se dizer que as artes
marciais, ao contrário do que possa parecer num primeiro momento, auxiliam o aluno a
conter o espírito de agressão, a canalizar os sentimentos negativos, aprendendo a manter-se
paciente, sereno, mesmo frente a grandes adversidades. Desse modo, além de ser um esporte
saudável, a prática de artes marciais nas escolas atua como uma grande aliada na formação
dos alunos, pois é neste período de infância e adolescência que o caráter pessoal de cada
indivíduo é construído. Numa sociedade como a que vivemos, onde cada vez mais cedo
vemos a violência e as drogas assolando nossos jovens, integrá-los ao caminho das artes
marciais, ainda em ambiente escolar, é contribuir fortemente com a formação de cidadãos
que prezem pela mantença do respeito, da educação, da disciplina, de hábitos saudáveis e da
capacidade de sempre perseverar e visar o seu aprimoramento em quaisquer áreas de sua
vida. Como nos ensinou o Mestre Gichin Funakoshi, “Pai do Karate”: “Alguém cujo espírito
e força mental se fortaleceram através das lutas com uma atitude de nunca desanimar não
deve encontrar dificuldades em enfrentar algum desafio, por maior que ele seja. Alguém que
suportou longos anos de sofrimento físico e agonia mental para aprender um soco ou um
pontapé deve ter condições de encarar qualquer tarefa, por mais difícil que ela seja e de
executá-la até o fim. Sem dúvida nenhuma, uma pessoa com essas características aprendeu
verdadeiramente o Karate-Do.”
Oss.

Bruna Nunes Piccoli


Aluna de Karatê-Do
Trabalha no Ministério Publico Estadual

Depoimento de uma diretora de Escola:


50

Um dos principais motivos que leva as escolas a adotarem e


desenvolverem a prática de Artes marciais é o reconhecimento do seu valor
educativo, relacionado ao aspecto disciplinar. Também tem sido considerada
uma atividade importante para a socialização e promoção do saber.
Nossa escola trabalha com o Karatê e este visa desenvolver na
prática a capacidade física, mental e de defesa. Muitos e diversos são os
fatores que contribuem para a formação da estrutura física dos alunos, mas além
disso Integrar o praticante junto à sociedade, através da prática do Karatê, com
disciplina da prática, estabelecendo metas próprias, buscando suas limitações
forjando indivíduos de firme personalidade, evitando que por diversas razões
caia no caminho das drogas ou outros vícios que desequilibrem e destruam o
jovem ainda em formação.
Um aspecto importante do desenvolvimento do caráter é alcançar o
equilíbrio entre material e espiritual. A formação e o exercício de ambos os
aspectos é considerado como essencial para que o homem possa de fato ser
realizador. É também, ainda o equilíbrio, algo que deve ser sempre buscado
para garantir uma preparação constante que impeçam imprevistos e, caso
aconteçam, se esteja capacitado para lidar com eles.
Neste sentido, este trabalho aborda a importância da implantação de
jogos, brincadeiras e lutas em assistência as aulas de Karatê, no sentido de
verificar se essas atividades lúdicas auxiliam o aprendizado, as relações afetivo-
sociais bem como, o desenvolvimento dos fatores motores em crianças e jovens,
as crianças a partir do desenvolvimento do karatê em nossa escola passaram a
ter um comportamento exemplar de educação e respeito.
Aurea Guedes – Diretora
Escola Estadual de Educação Básica General Neto
SANTANA DO LIVRAMENTO - RS

Depoimento de uma Professora:


51

Quando se fala em Artes Marciais nas Escolas tem-se um paradigma,


mas hoje já comprovadamente na pratica esse paradigma se torna um
grande auxilio extracurricular para os professores de classe e principalmente
para o professor de Educação Física, pois as Artes Marciais provem o
desenvolvimento físico e mental dos alunos através da prática saudável das
Artes Marciais, como o Karatê-do, modalidade que vem sendo trabalhada
em nossa escola a 4 anos extra classe no turno inverso. A metodologia
usada para cada faixa etária é diferente e bem aplicada, com muita
responsabilidade pelo instrutores.
A Escola onde leciono valoriza e acredita nesse trabalho, pois
percebem diariamente os resultados. O profissional que for desenvolver
Karatê-Do nas Escolas tem que ter ciência de que precisa desenvolver
muitas atividades de autocontrole emocional; assim como promover
atividades de autoconfiança, sem falar na questão do respeito ao próximo;
saber que toda a ação gera uma reação; expressão corporal; espírito de
equipe, eu mesma já aprendi que as Artes Marciais são uma filosofia de vida
e não simplesmente uma luta.
Crianças hiperativas tornam-se mais calmas e controladas, Aprendem
a conter seu espírito agressivo, pois com treinos de lutas a adrenalina não
pode deixar a emoção tomar conta da situação, ela deve estar sempre
acompanhada da razão ou bom senso, eu aprovo as aulas de Artes Marciais
nas escolas.

Marlei Monteiro
Professora de Educação Física
Escola Municipal Bela União – Horizontina/RS

Anexo 3
52

Fotos de Crianças e jovens em aulas e eventos de Lutas:


53
54

Anexo 4
Relações Lutas e professor (Frases de efeito):

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