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Sociologia IV - Resenha 07

Nome: Mariana Ramos

NºUSP: 11250171
Data: 30.11.2020

Texto: Foucault , M. “Nós, vitorianos”, Historia da sexualidade I: a vontade de

saber. Rio: Graal, 1988, (p. 09-18)

Introdução

Foucault caracteriza a “hipótese repressiva” sobre a Sexualidade, aponta primeiramente


o surgimento a partir do século XVIII e XIX uma contenção da sexualidade, o que ele
chama de Regime Vitoriano, no qual o sexo é reprimido. Tal repressão funciona através
da imposição do silêncio quanto ao tópico, o sexo é condenado a um desaparecimento,
como a inexistência da sexualidade no discurso infantil.

Desenvolvimento

Na sociedade burguesa ocidental, apenas um modelo da sexualidade é considerado


legítimo, o do casal heternormativo que usa o sexo para a procriação. As sexualidades
ilegítimas são escondidas, como na prostituição, na psiquiatria e na histeria, em lugares
pagos, ou seja, a flexibilidade na sexualidade recebe valor mercantil e o burlamento da
norma social exige o pertencimento a uma classe social específica, exibindo, assim, a
hipocrisia burguesa.

A História da Sexualidade seria, então, uma “crônica de uma crescente repressão”


(1988, p.11), na qual a repressão é vista como modo fundamental de ligação entre o
poder, o conhecimento, a sexualidade e a posse de capital econômico. O autor faz então
uma ligação entre o desenvolvimento da repressão da sexualidade e do capitalismo, o
sexo, incompatível com o mundo do trabalho, é reprimido e a ligação entre prazer e
revolução é apagada.

Refletindo sobre a Teoria Repressiva do Sexo, Foucault questiona as evidências


históricas dessa repressão, se a mecânica do poder é necessariamente repressiva e se o
próprio questionamento da repressão não possui a mesma natureza que ela.
Conclusão

Foucault contrapõe essa teoria e considera que a sexualidade não foi reprimida nas
sociedades capitalistas e burguesas, mas, contrariamente, se beneficiou de um regime de
liberdade constante. O poder não é tolerante, mas usa da tolerância como mecanismo de
controle e repressão discreta.

“Não digo que a interdição do sexo é uma ilusão; e sim que a ilusão está em fazer dessa
interdição o elemento fundamental e constituinte a partir do qual se poderia escrever a
história do que foi dito do sexo a partir da Idade Moderna”. (1988, p.17)

Referências

Foucault, M. “Nós, vitorianos”, Historia da sexualidade I: a vontade de

saber. Rio: Graal, 1988.

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