Você está na página 1de 17

Instituto Superior Politécnico de Songo

Licenciatura em Engenharia Hidráulica

4º ANO

PROJECTO DE BARRAGEM

Discente:
Hermon Horácio Phiri

Docente:
Engº. Ezequiel F. Carvalho (Msc.)

Songo, janeiro de 2021


LINCENCIATURA EM ENGENHARIA HIDRÁULICA
Cadeira: Projecto de Barragem
Tema:
Controlo da segurança de barragens de aterro
(caso de estudo da barragem de Nhacangare)
Trabalho individual

Elaborou, estudante do 4ª ano: __________________________

Verificou: Engº. Ezequiel F. Carvalho (Msc.)


Corrigiu: __________________________

Tarefa entregue ao 18 de janeiro de 2021


Prazo de execução: até 24 de janeiro de 2021
Trabalho entregue aos: __________________

Songo, janeiro de 2021


Índice
1 Introdução ................................................................................................................................ 2
1.1 Objectivos......................................................................................................................... 2
2 Elementos do Projecto ............................................................................................................. 3
2.1 Descrição da barragem de Nhacangare ............................................................................ 3
2.1.1 Índice de vulnerabilidade .......................................................................................... 3
2.1.2 Danos potenciais ....................................................................................................... 5
2.1.3 Classe de risco........................................................................................................... 6
2.1.4 Grandezas a observar ................................................................................................ 6
2.1.5 Periodicidade das inspeções e dos relatórios ............................................................ 7
3 NOTA DE CÁLCULOS .......................................................................................................... 9
3.1 Índice de vulnerabilidade ............................................................................................... 10
3.1.1 Índices parciais relativo as características técnicas (𝐼𝐶𝑇) ...................................... 10
3.1.2 Índice parcial relativo a implementação de instrumento de controlo de segurança 11
3.1.3 Índice parcial relativo ao estado de conservação .................................................... 11
3.2 Danos potenciais ............................................................................................................ 12
4 Bibliográficas......................................................................................................................... 14

Índice de tabelas

Tabela 1: classificação da vulnerabilidade em função do valor do índice de vulnerabilidade


(Fonte: RSBMD_33_2017) ............................................................................................................. 5
Tabela 2:classificao do dano potencial em função do valor do índice de dano
potencial, 𝐼𝐷𝑃(𝐹𝑜𝑛𝑡𝑒: 𝑅𝑆𝐵𝑀𝐷_33_2017) .................................................................................... 6
Tabela 3:Classificação em termos de classe de risco (Fonte; RSBMD_33_2017) ......................... 6
Tabela 4:extraído do anexo 3, tabela 3.1 (Fonte; RSBMD_33_2017) ........................................... 7

Lista de abreviatura

RSBMD_33_2017………Regulamento_Segurança_Barragem_Moçambique_Decreto_33_2017

i
Parte I
MEMÓRIA DESCRITIVA E
JUSTIFICATIVA

1
Capítulo 1

1 Introdução
Já é sabido que, na construção de barragens, a par dos reconhecidos benefícios das várias ordens
resultantes da sua exploração, pode envolver danos potenciais para as populações, bens materiais
e ambientais na sua vizinhança, pelo que se torna indispensável assegurar um controlo da
segurança dessas Barragens. Esses danos estao associados aos efeitos da onda de cheia gerada pela
rotura de estrutura.
O presente trabalho fará uma abordagem aos aspectos ligados ao Controlo da segurança de barragens
de aterro (barragem de Nhacangare).
De modo a garantir um bom funcionamento e segurança, será solicitado a avaliação dos seguintes
aspecto: A classificação da barragem de Nhacangare quanto a: Índice de vulnerabilidade; Danos
potenciais; Classe de risco. A pré-idealização do sistema de observação da barragem de
Nhacangare, nas seguintes vertentes: Grandezas a observar, Periodicidade das inspecções e dos
relatórios. Por tanto esses entre outros aspectos serão levados em conta
na sequência do desenvolvimento do trabalho.

1.1 Objectivos

O objectivo do presente trabalho de uma forma generalizada é essencialmente conceber a


verificação do controlo da segurança da barragem de Nhacangare.

2
Capítulo 2

2 Elementos do Projecto

2.1 Descrição da barragem de Nhacangare

A barragem de Nhacangara tem uma altura de 34 m, portanto trata-se de grandes barragens, neste
caso a barragem requer muita atenção no que diz respeito ao projecto. Considerando esta
classificação, os seguintes critérios para o projecto e condições extremas de descarga de inundação
devem ser aplicados:

❖ Índice de vulnerabilidade;

❖ Danos potencial a elas associados;

❖ Classe de risco

2.1.1 Índice de vulnerabilidade

A classificação de uma barragem quanto ao índice de vulnerabilidade leva em conta as


características técnicas da barragem, o seu estado de conservação e a implementação de medidas
de controlo de segurança, a que estarão associados índices de vulnerabilidade parciais.

1. Na determinação do índice de vulnerabilidade parcial associado as características técnicas


consideram-se os seguintes descritos:

a) Geometria da barragem, caracterizada pela sua altura e o seu comprimento;

b) Tipo de barragem cm termos de perfil-tipo e de materiais de construção;

c) Condições de fundação, avaliadas em função das características hidrogeologias e


geotécnicas do maciço e do tratamento a que foi sujeito;

d) Idade da barragem;

3
2. Na determinação do Índice de vulnerabilidade parcial associado ao estado de conservação
consideram-se os seguintes descritores:

a) Fiabilidade dos órgãos de segurança, onde se incluem os descarregadores, as descargas de


fundo e os respectivos equipamentos;
b) Ocorrência de anomalias relativas as condições de percolação pelo corpo da barragem
ou pela sua fundação;
c) Ocorrência de infiltrações e ressurgências;
d) Ocorrência de anomalias devidas a reações químicas adversas no corpo da estrutura
e) Ocorrência de anomalias associadas a abatimentos, deformações, assentamentos,
deslizamentos de juntas fissuração estrutural, depressões acentuadas ou fendilhação;

3. Na determinação do índice de vulnerabilidade parcial associado A implementação de


medidas de controlo de segurança consideram-se os seguintes descritores:

❖ Cumprimento do piano de segurança, particularmente no que respeita:


a) Regras de exploração;
b) Plano de observação, no que respeita aos procedimentos adequados para a realização de
inspeções de segurança e de campanhas de leitura dos equipamentos do sistema de
observação da barragem;
c) Elaboração regulamentada de relatórios com a análise do comportamento da barragem;
d) Plano de segurança ambiental.
❖ Existência do arquivo técnico da obra, designadamente com documentação de projecto,
registos de construção e piano de segurança, bem como do livro técnico da obra;
❖ Existência de um director de exploração, de designação aprovada pela Autoridade Regional
de Segurança de Barragens.

O índice de vulnerabilidade é determinado através de uma regra de agregação das pontuações


estabelecidas no regulamento de RSB, sendo as barragens classificadas nas seguintes categorias:

4
Tabela 1: classificação da vulnerabilidade em função do valor do índice de vulnerabilidade (Fonte:
RSBMD_33_2017)
VULNERABILIDADE ÍNDICE DE VULNERABILIDADE
BAIXA 𝐼𝑉 ≤ 5
MÉDIA 5 < 𝐼𝑉 ≤ 20
ALTA 𝐼𝑉 > 20

O valor se obtido pela determinação de três índices associados a ele que foram calculados e obtidos
seguidamente, nomeadamente; o índice parcial relativo as características técnicas, índice parcial
relativo a implementação de instrumentos de controlo e índice parcial relativo ao estado de
conservação.

Neste caso a barragem de Nhacangarra, quanto ao índice de vulnerabilidade pode-se classificar


em baixa já que o seu índice 𝑰𝑽 = 𝟐, 𝟔𝟕 é menor que cinco (5)

2.1.2 Danos potenciais

A classificação em termos de dano potencial deve ter em conta as perdas de vidas humanas, danos
no património natural e construído e as perdas socioeconómicas, associadas à onda de inundação
correspondente ao cenário de acidente mais desfavorável.

Em função dos danos potenciais as barragens são classificadas nas seguintes categorias:

5
Tabela 2:classificao do dano potencial em função do valor do índice de dano
potencial, 𝐼𝐷𝑃 (𝐹𝑜𝑛𝑡𝑒: 𝑅𝑆𝐵𝑀𝐷_33_2017)
Dano potencial Índice de dano potencial
Baixo 𝐼𝐷𝑃 ≤ 20
Médio 20 < 𝐼𝐷𝑃 ≤ 250
Alto 𝐼𝐷𝑃 > 250

Para o caso da barragem de Nhacangarra, quanto ao dano potencial classifica se em; dano potencial
alto, isso porque (𝐼𝐷𝑃 = 468 é 𝑚𝑎𝑖𝑜𝑟 𝑞𝑢𝑒 250)

2.1.3 Classe de risco

Para a determinação deste ponto, recorre se aos resultados obtidos nos pontos anteriores cujos os
dados de entrada para a sua determinação são: vulnerabilidade e o dano potencial de acordo com
a tabela extraída do RSB.

Tabela 3:Classificação em termos de classe de risco (Fonte; RSBMD_33_2017)

Vulnerabilidade Dano potencial


Alto Médio Baixo
Alta Classe I Classe I Classe II
Média Classe I Classe II Classe III
Baixa Classe I Classe III Classe III
Assim, a barragem em estudo apresentou uma vulnerabilidade Baixa e dano potencial alto dai que
pode se concluir que a barragem quanto a classe de risco pertence a classe I

2.1.4 Grandezas a observar

Nas barragens de aterro, as principais acções aplicadas à estrutura são o peso próprio e a pressão
da água nos matérias do corpo da barragem, na sua fundação e nas estruturas hidráulicas, devido

6
ao nivel da água na albufeira. As grandezas a observar visam identificar antecipadamente e
caracterizar comportamentos anómalos associados aos cenários de acidente e de incidente.

A determinação grandezas a observar, torna se possível mediante à classe do dano potencial e a


altura da barragem que são determinados através do (anexo 3, tabela 3.1 do Fonte;
RSBMD_33_2017)

A barragem em estudo (Nhacangarra) possui uma altura de 34 metros, isto é, uma altura entre
(30≤h<50) e um dano potencial alto

Tabela 4:extraído do anexo 3, tabela 3.1 (Fonte; RSBMD_33_2017)

Altura Classe Deslocamento Tensões Caudais Pressões Nível Precip Sismol


da de s totais infiltra intersticiais na da itação ogia
barrag dano dos água água atmosf
em potenc Super Interno Piezó Piezómetr na érica
ial ficiai s metro os sem albufei
s s fluxo ra
30 Alto X X (X) X X X(b) X X X
≤ℎ Caudais
< 50 parciais

X – Dispositivo opcional

a – Nivelamento

b – Em barragens com núcleos ou fundações argilosas

2.1.5 Periodicidade das inspeções e dos relatórios

A determinação das periodicidades das inspeções e dos relatórios de um projeto de barragem são
obtidas através das características da mesma e da classe do seu risco.

7
Tipos de inspeções

a) Inspeções de rotina;
b) Inspeções principais e;
c) Inspeções especiais.

A barragem de barragem de Nhacangarra, pertencente a classe de risco I (classe I), assim as


periodicidades das inspeções serão:

➢ inspeções de rotina - bimestrais;


➢ inspeções principais - anuais

Tipos de relatórios

a) Relatório de segurança ambiental


b) Relatório do comportamento;
c) Relatórios de referência
d) Relatório do primeiro enchimento;
e) Relatório do final da construção;

Na periodicidade dos relatórios, se destacam os seguintes:

✓ relatórios de comportamento – anuais;


✓ relatórios de referências – quinquenais e;
✓ relatórios de segurança ambiental – bienais.

Os relatórios do primeiro enchimento e do final da construção só podem ser feitos uma só vez, ou
seja, após a construção ser finalizada e quando a quantidade de água atingir o nível desejado para
exploração.

8
Parte II

3 NOTA DE CÁLCULOS

9
3.1 Índice de vulnerabilidade

A determinação deste índice ‘e feita mediante a determinação de três índices parciais,


nomeadamente; relativo as características técnicas, relativo ao controlo de segurança e relativo ao
estado de conservação

3.1.1 Índices parciais relativo as características técnicas (𝐼𝐶𝑇 )

Dados;

a) Altura da barragem:
*) ℎ = 34𝑚 → ℎ ∈ [30; 50] ⟺ 𝐼𝐶𝑇𝑎 = 3
b) Desenvolvimento do coroamento:
𝐿
*) 𝐿 = 1200𝑚; 𝐿 ∈ [500; 2000] 𝑒 = 35,29 > 3 ⇔ 𝐼𝐶𝑇𝑏 = 3

c) Tipo de barragem/matérias:
*) terra zonada com sistema de drenagem interno → 𝐼𝐶𝑇𝑐 = 3
d) Tipo de fundação para barragem de aterro:
*) fundação com características mecânicas e tratamento hidráulico adequado ao tipo de
barragem → 𝐼𝐶𝑇𝑑 = 2
e) Idade I(anos):
*) barragem de aterro 𝐼 > 50 → 𝐼𝐶𝑇𝑓 = 1
f) Cheia de dimensionamento:
*) barragens de aterro 𝑇 < 500 𝑎𝑛𝑜𝑠 → 𝐼𝐶𝑇𝑔 = 8

∑𝑔𝑎 𝐼𝐶𝑇𝑖
𝐼𝐶𝑇 =
6

3+3+3+2+1+4
𝐼𝐶𝑇 = = 2,67
6

10
3.1.2 Índice parcial relativo a implementação de instrumento de controlo de segurança

a) Diretor de exploração/equipa técnica: designado/em funções ⇔ 𝐼𝐶𝑆𝑎 = 1


b) Arquivo/livro técnico de barragem: completos⇔ 𝐼𝐶𝑆𝑏 = 1
Regras de exploração: crediveis e em execução ⟺ ICSc = 1
c) Plano de segurança {
Plano de observação: plano em cumprimento ⇔ ICSd = 1
d) Inspeções de segurança: inspeções de rotina e principais realizadas conforme o
regulamento⇔ 𝐼𝐶𝑆𝑒 = 1
e) Relatórios: relatórios de comportamento, de referência e segurança ambiental elaborados
como regulamentado⇔ 𝐼𝐶𝑆𝑓 = 1

∑𝑓𝑎 𝐼𝐶𝑆𝑖
𝐼𝐶𝑆 =
6

1×6
𝐼𝐶𝑆 = =1
6

3.1.3 Índice parcial relativo ao estado de conservação

Dados

a) Fiabilidade dos órgãos de segurança incluindo estruturas de dissipação: estruturas e


equipamentos eletromecânicos fiáveis, sem deterioração, canais de aproximação e de
restituição desobstruídos → 𝑰𝑬𝑪𝒂 = 𝟏
b) Fiabilidade das estruturas de adução com incidência na segurança: estruturas e
equipamentos eletromecânicos completamente fiáveis sem deterioração → 𝑰𝑬𝑪𝒃 = 𝟏
c) Percolação pelo corpo da barragem e/ou da barragem: percolação moderada, controlada
pela drenagem e monitorada → 𝑰𝑬𝑪𝒄 = 𝟏

11
d) Deformações assentamentos, fissuração estrutural, deslizamentos de juntas, reações
químicas adversas no corpo da obra: inexistentes ou sem significados → 𝑰𝑬𝑪𝒆 = 𝟏
e) Deterioração do coroamento e do paramento, deslizamento global dos taludes: inexistentes
ou sem significados → 𝑰𝑬𝑪𝒆 = 𝟏
f) Fiabilidade de centrais e de eclusas com incidência na segurança: não existentes ou
fiáveis → 𝑰𝑬𝑪𝒇 = 𝟏

∑𝑓𝑎 𝐼𝐸𝐶𝑖
𝐼𝐸𝐶 =
6

1×6
𝐼𝐸𝐶 = =1
6

Assim o índice de vulnerabilidade pode ser determinado da seguinte maneira:

𝐼𝑉 = 𝐼𝐶𝑇 × 𝐼𝐶𝑆 × 𝐼𝐸𝐶

𝐼𝑉 = 2,67 × 1 × 1 = 2,67

𝑰𝑽 < 𝟓 → 𝑽𝑼𝑳𝑵𝑬𝑹𝑨𝑩𝑰𝑳𝑰𝑫𝑨𝑫𝑬 𝑩𝑨𝑰𝑿𝑨!

3.2 Danos potenciais

Capacidade da albufeira h(hm3): 𝐶 = 146 ⟶ 50 ≤ 𝐶 ≤ 250 → 𝐼𝐷𝑃𝑎 = 3

Possibilidade de perdas de vidas humanas: na área afetada as jusantes existem mais de cinco
habitações permanentes ou estradas distritais ou nacionais → 𝐼𝐷𝑃𝑏 = 6

Possíveis danos no património natural e construído: a área afetada a jusante alguma relevância
ambiental ou nela existem instalações e infraestruturas de interesse → 𝐼𝐷𝑃𝑐 = 3

Possível impacto socioeconómico nas populações: na área afetada a jusante há alguns terrenos
agrícolas ou poços de água ou outros equipamentos de uso das populações → 𝐼𝐷𝑃𝑑 = 3

12
Plano de emergência interno: existente → 𝐼𝐷𝑃𝑒 = 1

Plano de segurança ambiental: em aplicação → 𝐼𝐷𝑃𝑓 = 1

𝐼𝐷𝑃 = 𝐼𝐷𝑃𝑎 × 𝐼𝐷𝑃𝑏 × 𝐼𝐷𝑃𝑐 × 𝐼𝐷𝑃𝑑 × 𝐼𝐷𝑃𝑒 × 𝐼𝐷𝑃𝑓

𝐼𝐷𝑃 = 3 × 6 × 3 × 3 × 3 × 1 × 1 = 486

Logo, 𝐼𝐷𝑃 > 250 → 𝑑𝑎𝑛𝑜 𝑝𝑜𝑡𝑒𝑛𝑐𝑖𝑎𝑙 𝑎𝑙𝑡𝑜

13
4 Bibliográficas
DNA. (2005). Nhacangare Dam Project: project proposal. Maputo
RSBM, Regulamento de segurança de barragens de Moçambique

14

Você também pode gostar