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Relatório
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Entende-se por discriminação racial qualquer distinção, exclusão, restrição ou preferência
em função da raça, cor, ascendência, origem nacional ou étnica.
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anúncio era de raça negra e não se sentiu ofendido nem tinha o intuito de ofender as
pessoas de raça negra.
O caso seguinte, foi de uma publicidade da marca United Colors Of Benetton,
em que a imagem era de um peito de uma mulher de raça negra a amamentar uma
criança de raça branca. A marca Benetton sempre se procupou em misturar todas as
raças nas suas campanhas, desde o “amarelo” ao “branco”, do “negro” ao “vermelho”,
mostrando assim que a marca seria para todo o tipo de público independente da raça. O
nome deste caso foi intitulado de “a mãe adoptiva” em 1990. As principais críticas
feitas a esta publicidade era que a mulher negra estaria “obrigada” a dar o peito à
criança, porque seria escrava e a criança filha do seu patrão. Outro argumento usado foi
que para a mulher negra amamentar a criança branca deixaria de dar de mamar aos seus
próprios filhos. Esta caso também não foi considerado “culpado” por discriminação
racial, uma vez que foi provada a intenção de “misturar” as raças 2, sendo a criança de
uma raça, amamentada por uma mãe de outra.
Da mesma marca, surgiu no ano seguinte uma nova polémica, em que o caso
“anjo e diabo” em que apareciam duas crianças, uma de raça branca e de cabelo loiro e
outra de raça negra, com um penteado que remetia para o equivalente aos chifres do
diabo. A polémica levantada foi que a marca estaria a comunicar uma imagem de que a
raça branca seria “boa” equiparando-a aos anjos e a raça negra seria comparada aos
diabos a associada ao “mal”. Ao contrário da campanha anterior, em que muitos
cidadãos estavam do lado da Benetton, desta vez a marca originou uma maior discórdia
entre o povo brasileiro, sendo uma das mais polémicas de sempre.
A publicidade seguinte foi de uma marca de palha-de-aço, chamada Assolan, em
2005. Este foi um anúncio televisivo onde que várias crianças andavam de gatas, em
que os seus cabelos eram feitos de palhas de aço. Apesar de no anúncio serem utilizadas
crianças de várias raças, a queixa baseou-se no facto de as crianças negras, em que o seu
cabelo é mais áspero e parecido com a palha-de-aço, desde esse anúncio começaram a
ser ridicularizadas nas escolas, em que os companheiros lhes chamavam “cabelo de
Assolan”.
Por fim, a última campanha analizada, datada do ano de 1982, da marca
Smuggler. O cartaz mostrava uma ama de raça negra, sentada numa cadeira, amarrada,
com a boca tapada e, ainda assim, a sorrir e com várias crianças à sua volta a fazer
disparates. A crítica a esta publicidade é que esta transmitia uma ideia de que todas as
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Entende-se por raça um conjunto de indivíduos com características comuns (cor da pele)
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amas e empregadas de raça negra teriam de ser pacíficas a aceitar de bom agrado as
partidas das crianças, deixando as mesmas fazerem o que quisessem.
No fim de analizadas todas estas campanhas, a oradora utilizou-as como base
para analisar a evolução do debate racial no Brasil durante esses 26 anos da existência
do CONAR.
Devido a um compromisso em Castlo Branco, não me foi possível assistir ao
resto da palestra e, por isso, impossível o relato da mesma.
Ainda assim, conclui-se que os factores interpretativos que agem na percepção e
formulação do problema da discriminação racial, tem vindo a mudar ao longo dos vinte
e seis anos. Desde entao, foram criadas leis que dão prisão a quem for condenado por
discriminação racial, o que antes não existia e a lei era branda para quem cometia este
crime. Por outro lado, percebe-se igualmente uma forte reação conservadora da parte
dos setores corporativos ligados à publicidade, uma vez que apenas um terço das
denuncias foram consideradas culpadas de discriminação social.