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Suscetibilidade a Inseticidas e
Parasitismo Natural por Trichogramma
sp. em Traça-do-Tomateiro
República Federativa do Brasil
Luiz Inácio Lula da Silva
Presidente
Silvio Crestana
Vice-Presidente
Diretoria-Executiva da Embrapa
Silvio Crestana
Diretor-Presidente
Embrapa Hortaliças
José Amauri Buso
Chefe-Geral
Boletim de Pesquisa
e Desenvolvimento 28
Suscetibilidade a Inseticidas e
Parasitismo Natural por Trichogramma
sp. em Traça-do-Tomateiro
Brasília-DF
2007
Exemplares desta publicação podem ser adquiridos na:
Embrapa Hortaliças
BR 060 Rodovia Brasilia-Anápolis km 9
Caixa Postal 218
70359-970 Brasília-DF
Telefone (61) 3385-9110
E-mail: sac@cnph.embrapa.br
1a edição
1a impressão (2007): 50 exemplares
Resumo .......................................................................................................1
Abstract .......................................................................................................2
Introdução ...................................................................................................3
Resultados e Discussão..............................................................................5
Conclusões ...............................................................................................10
Resumo
_______________________
1
Estagiária da Embrapa Hortaliças. Estudante de Graduação de Agronomia da Universidade Estadual de Santa Catarina;
2
Pesquisadora, PhD Entomologia, Embrapa Hortaliças, Brasília-DF. E-mail: marina@cnph.embrapa.br
Susceptibility to Insecticides and
Natural Parasitism by Trichogramma
sp. in the Tomato Pinworm
Abstract
The South American tomato pinworm is an important tomato pest and insecticides are
commonly used for its control. But, due to their environmental impact and the possibility of
resistance to these products, biological control using Trichogramma sp. could be an
alternative to eliminate both problems. In this work we evaluated the efficciency of the
recommended doses of organophosphorous compounds, pyrethroids and
benzoylureas to control the tomato pinworm in laboratory bioassays. Also, we evaluated the
natural occurrence of Trichogramma in sprayed and unsprayed areas. The occurrence of
natural parasitism was determined by collecting tomato leaves with eggs in the field in order
to determine in the laboratory the percentage of parasitism. The results showed that all tested
insecticides caused less than 70% mortality, which suggested reduced effectiveness.
Trichogramma sp. occurred naturally in all areas, but the rate of parasitism was lower in
sprayed areas. Further studies could be taken in order to evaluate the potential of local
parasitoids, probably adapted to local conditions, to control tomato pinworm. If those
organisms are effective, the use of insecticides in tomato crops could be reduced.
INTRODUÇÃO
A cultura do tomate é de alto risco em virtude da infestação por diversas pragas, sendo
uma das mais importantes a traça-do-tomateiro (Tuta absoluta) (Lepidoptera:
Gelechiidae). O inseto ocorre durante todo o ciclo da cultura e ataca folhas, ramos e
frutos (SOUZA; REIS, 2003). Para a redução desses danos, o controle químico é a
prática mais empregada e em algumas regiões chegam a ser feitas duas a três
pulverizações por semana. Essas pulverizações podem reduzir a susceptibilidade das
populações de traça-do-tomateiro aos produtos empregados (SIQUEIRA et al., 2000;
CASTELO BRANCO et al., 2001; LIETTI et al., 2005). Uma forma de avaliar a presença
do problema é identificar os produtos mais eficientes para o controle do inseto em uma
região através de bioensaios em laboratório, onde a eficiência da dose recomendada do
inseticida para o controle da praga é testada (CASTELO BRANCO et al., 2003).
Tendo em vista que os inseticidas são hoje o principal método de controle da traça-do-
tomateiro, que populações desse inseto com susceptibilidade reduzida a inseticidas já
foram encontradas no Brasil, e que não há informações sobre a ocorrência natural de
Trichogramma sp. em áreas de produção de tomate industrial de Goiás, os objetivos
deste trabalho foram:
Suscetibilidade a inseticidas e Parasitismo Natural por Trichogramma sp. em Traça-do-Tomateiro 4
Material e Métodos
O primeiro passo do trabalho foi realizar um levantamento dos inseticidas aplicados nas
duas lavouras durante todo o ciclo da cultura. Após isto, cerca de 200 folhas de tomate
da parte superior e mediana das plantas foram coletadas aleatoriamente nas áreas
anteriormente descritas. As folhas foram levadas para o Laboratório de Entomologia da
Embrapa Hortaliças no Distrito Federal e colocadas ao redor de plantas semeadas em
vasos, para que os ovos eclodissem e as larvas migrassem para as plantas de tomate.
Larvas de terceiro instar foram empregadas no bioensaio.
Resultados e Discussão
80
70
% mortalidade de larvas
60
50
População 1
40
População 2
30
20
10
0
acefato (75 Lambidacialtrina (2,5 lufenuron (4
g.i.a/100L) g.i.a/100 L) g.i.a/100L)
Para todos os inseticidas foi observada uma taxa de mortalidade diferente entre as duas
populações (Figura 1), o que sugere diferentes graus de eficiência de controle para cada
área de produção. Curiosamente, a maior diferença na taxa de mortalidade foi para o
inseticida lufenuron, onde para a população 1 foi observada uma mortalidade de larvas
de 50% e para a população 2 uma mortalidade de larvas de apenas 2%. Isto sugere que
o nível de susceptibilidade das populações também variava no espaço. Como inseticidas
deste grupo não eram utilizados nas áreas de produção avaliadas, é possível que tenha
havido uma migração e multiplicação de indivíduos não susceptíveis ao produto nas
áreas de cultivo, como já foi observado para outras pragas no Japão (HAMA, 1990) e na
Austrália (SCOTT et al., 2005).
60
50
40
Percentagem
% ovos parasitados
30
% ovos não eclodidos
20
10
0
População 1 População 2 População 3 População 4
Conclusões
1. Os inseticidas testados causaram uma mortalidade de larvas menor que 70%, o que
sugere uma eficiência reduzida dos produtos.
2. O parasitóide Trichogramma sp. ocorreu naturalmente em todas as áreas, mas a
percentagem de parasitismo foi menor nas áreas pulverizadas.
3. Outros estudos devem ser realizados a fim de avaliar o potencial dos parasitóides
locais, provavelmente mais bem adaptados as condições locais, para o controle da
traça-do-tomateiro.
Agradecimentos
A Dra. Geni L. Villas Bôas pela revisão do texto e a Ronaldo S. de Liz pelo auxílio nos
trabalhos de laboratório.
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