O documento descreve os principais conceitos e objetivos da terapia de aceitação e compromisso (ACT). A ACT visa reduzir a esquiva experiencial, ou seja, a tendência de evitar pensamentos e emoções desconfortáveis, ensinando os pacientes a aceitar pensamentos e sentimentos sem julgamento e se comprometer com valores.
O documento descreve os principais conceitos e objetivos da terapia de aceitação e compromisso (ACT). A ACT visa reduzir a esquiva experiencial, ou seja, a tendência de evitar pensamentos e emoções desconfortáveis, ensinando os pacientes a aceitar pensamentos e sentimentos sem julgamento e se comprometer com valores.
O documento descreve os principais conceitos e objetivos da terapia de aceitação e compromisso (ACT). A ACT visa reduzir a esquiva experiencial, ou seja, a tendência de evitar pensamentos e emoções desconfortáveis, ensinando os pacientes a aceitar pensamentos e sentimentos sem julgamento e se comprometer com valores.
A ACT é uma terapia contextual de terceira que se propõe a afetar uma classe de
comportamentos denominada esquiva experiencial, através da alteração da função que
os eventos privados (comp. E emoções) assumem nas cadeias comportamentais. Tratar a esquiva emocional inadequada é o principal objetivo da ACT, e responder ao excessivo contexto da literalidade da inabilidade para se comportar na direção de valores relevantes.
Basicamente a ACT, segundo Hayes, tem como objetivo principal ajudar as pessoas a criar uma vida rica, plena e com sentido.
Principal fundamento da ACT:
Contextualismo funcional é como as coisas funcionam em diferentes contextos, nenhum pensamento ou sentimento por si só é problemático, não existe um pensamento que isoladamente seja disfuncional, só por ele mesmo ou nenhum sentimento que seja disfuncional em sua definição, tudo vai depender deste cntextualismo, ou seja, do contexto que aquele sentimento, pensamento ou comportamento está inserido na vida do paciente. Se o contexto for de esquiva experiencial, ou seja, se o paciente evita entrar em contato com aquilo, então pode se tornar prejudicial. Então a principal ideia da ACT é não rejeitar pensamentos e emoções, não julgar essas emoções, não considerar que por eu estar triste isso é ruim, porque eu estou alegre isso é bom; estar alegre pode não ser bom em determinado contexto e ficar triste pode ser bom e adaptativo em outro contexto. Ou seja, para a ACT não existe pensamento ou sentimento que seja bom ou ruim por si só, portanto, aceite todos, permita-se todos eles, não se esquive de nenhum. A ACT não procura reduzir ou eliminar sintomas, por isso ela é tão bem utilizada na terapia cognitiva com aqueles pacientes que não tem de fato um transtorno. O objetivo é transformar a relação que o paciente tem com seus pensamentos e sentimento de forma que eles deixem de ser problemáticos dentro daquele contexto. A problemática para a ACT começa quando o paciente faz a esquiva experiencial, ou seja, quando ele evita entrar em contato com aquele pensamento ou sentimento. Então, dentro do contextualismo funcional, a ACT procura ensinar as pessoas a aumentar a consciência a respeito do seu próprio comportamento e observar como ele funciona no contexto da sua vida, melhora ou piora a sua qualidade de vida, e descobrir qual é a função desse comportamento. Portanto, é muito importante que o conceito de contextualismo funcional seja entendido, porque é a partir dele que conseguimos entender a essência da ACT, que é aceitar os pensamentos, sentimentos e emoções, já que não existe nada que seja problemático em si, tudo depende do contexto em que aquilo se apresente e dessa esquiva experiencial que o paciente faz tentando evitar esses pensamentos e sentimentos. Nós sabemos que é extremamente ineficaz tentar evitar um pensamento ou sentimento, porque quando a gente tende a evitar um sentimento ou um pensamento, vias de regra a gente só piora, a gente só agrava. Isso é o que os pacientes tentam fazer com seus pensamentos e emoções, eles tentam se esquivar e expulsar eles. A própria TCC já trás esse conceito, mas a ACT trás isso ainda de forma mais explicita e experiencial, a gente vai mostrar para o paciente que tentar se esquivar e evitar emoções e pensamentos, não é uma boa ideia.
Alguns conceitos que a ACT trás dentro da psicopatologia:
Literalidade Para a ACT a comunicação verbal estabelece arbitrariamente a relação específica entre palavras e eventos, que é justamente o conceito de literalidade. As palavras significam coisas, não tem como nos afastarmos desse conceito que é universal numa mesma língua. Essa habilidade pode ser extremamente adaptativa. A ACT tenta enfraquecer a literalidade de maneira que o significado literal não seja mais tão relevante, eu posso ouvir a palavra tristeza e pensar :tristeza pode ser bom ou ruim a depender do contexto, pode ser adaptativo ou não. Pela ACT o contexto psicológico passa a controlar e a responder somente pela base nas contingências e na razão de se manter, e não na literalidade. Então, para a ACT por exemplo, é natural, é adaptativo que se você perdeu alguém, se você está passando por alguma situação difícil, é adaptativo que você se sinta triste, é desadaptativo que por exemplo no velório de alguém você esteja gargalhando, é esperado que a sua resposta aquele momento seja de tristeza, não é necessário evitar e negar esse sentimento pois ele é necessário no momento certo. A ACT propõe que se faça uma desfusão, que a gente consiga separar o conceito da palavra da carga emocional das palavras. Fusão cognitiva É ficar fundido com os nossos pensamentos, aí ficamos presos e afogados por estes pensamentos. Ao nascer nós entramos em contato com o mundo, com pensamentos e sentimentos que é o universo da cultura, da fala e da linguagem, que exercem um papel importante pra ACT, a linguagem tem uma importância muito grande pra ACT. Ao crescer a gente vai sendo inserido nessa linguagem, a fusão pela visão da ACT é permanecer preso no mundo da linguagem e perder o contato com o mundo a partir da experiência direta. Muitos pacientes passam a ter um discurso muito racional, passam a ter um discurso muito cognitivo e pouco emocional, vão perdendo esse contato com as emoções, com a carga emocional das palavras e vão fazendo essa fusão cognitiva com seus pensamentos e com essa racionalidade. Então é uma tendência de ser dominado pelo conteúdo do pensamento, a fusão cognitiva, o conteúdo do pensamento e o mundo sobre o qual estamos pensando estão fundidos. Esquiva experiencial Emerge da nossa capacidade de naturalmente avaliar, predizer e evitar eventos. Ocorre quando o individuo tenta diretamente evitar, controlar, alterar, fugir ou mudar eventos privados, particulares com por exemplo sensações corporais, emoções, pensamentos - qualquer coisa que esteja ligada a esse mundo interno, a esses eventos privados. A esquiva desses ‘’sentimentos ruins’’, que pela ACT não existe sentimento bom ou ruim, existe apenas essa esquiva experiencial que o paciente faz e que vai gerar um desconforto e uma disfuncionalidade para o paciente. A ideia da ACT é aceite sua ansiedade, aceite a emoção, se conforme com ela e daqui a pouco ela vai passar. A esquiva de experiências é reforçada pela cultura de alguma forma porque as palavras na literalidade têm um peso, então a ansiedade por exemplo para a gente tem um peso negativo, a tristeza tem um peso negativo, a raiva... Sofrimento é sinal de que algo está errado em você (também reforçado pela cultura), pessoas saudáveis não tem sofrimento psicológico, estresse, tristeza, lembranças ruins, então a ACT procura destruir isso. A esquiva de experiências é algo que vamos ensinar o paciente a não fazer dentro da ACT, ensinar ao paciente que evitar não pensar sobre aquilo que trás desconforto e/ou sofrimento só piora o pensamento, evitar não sentir determinada emoção só faz com que esse paciente sinta ainda mais. Valores São pontos muito importantes pra ACT, valores genuínos, valores onde o paciente realmente se conecta com aquilo que é importante para ele. E eventualmente o paciente tem valores pouco claros, e como que a ACT os classifica? Não sabe direito quais são os seus valores, quando o paciente está confuso e não sabe responder quais são os seus valores, quando ele perdeu o contato com esses valores, a pessoa presa na esquiva de experiência deixa de viver seus valores, seus desejos e anseios, sobrevive mas não vive (ela sobrevive sem os valores mas ela não vive de verdade, ela não vivencia as experiências, não experiência as coisas com força e intensidade), a vida passa a ser de perdas, derrotas, fracassos e arrependimentos, magoas. A pessoa não construiu seus valores ou, estes se perderam em meio ao sofrimento. Então quando o paciente tem valores pouco claros, quando ele acredita que a vida está sem sentido, quando ele está desconectado do que realmente faz sentido para ele, a ACT também pode ajudar de maneira significativa. A esquiva experiencial faz com que esse valores se percam ao longo da vida, e os valores deixam, portanto, de guiar as ações do paciente. A partir dessa intervenção da ACT, a gente vai conectar e contribuir com o paciente para ser produtivo, para melhorar sua saúde e bem-estar, para se divertir mais, para se envolver em atividades desafiadores, tudo isso para fazer com que o paciente retome esses valore, de autocuidado, de cuidado com os outros, de trabalho, de desafios profissionais – e todos esses valores devem fazer sentido para o paciente para que a gente volte a retomar isso. Objetivo da ACT então em relação aos valores é tornar o comportamento do paciente mais influenciado por valores, diretamente relacionado àquilo que faz sentido para ele. Primeiro ajudamos o paciente a identificar os valores e depois direcionar o comportamento do paciente para seguir aqueles valores que fazem sentido para ele. Quando o paciente tem esses valores pouco claros, ele entra num processo de fusão, como por exemplo ir ao trabalho no piloto automático, as coisas não fazem muito sentido na vida do paciente. Outro exemplo é a esquiva experiencial do paciente, eu vou ao trabalho para fugir da ansiedade de casa, o trabalho é uma fuga. Um exemplo de um trabalho motivado por valores seria ir ao trabalho porque eu me desenvolvo como pessoa, eu contribuo para o desenvolvimento da minha comunidade, eu encontro meus amigos e colegas de trabalho, então o trabalho para mim é um valor, me faz sentido. A ACT é uma abordagem terapêutica contextual funcional, pois leva em consideração o contexto e a ação, que utiliza processos de aceitação e compromisso de mudança para propiciar maior flexibilidade comportamental. Então a ideia da ACT é aceitar as emoções, os sentimos, os pensamentos, porque isso eu não posso mudar, e se comprometer com a mudança partindo para a ação, por isso o nome ACT, porque tem muito a ver com a ação, com pôr em prática, com flexibilizar o comportamento, ter um repertorio comportamental mais amplo, não fazer sempre do mesmo jeito a mesma coisa de forma inflexível. Entende o sofrimento humano como originado da inflexibilidade psicológica (paciente rígido, inflexível do ponto de vista dos pensamentos) decorrente da função cognitiva quando o pensamento e o sentir se fundem na realidade e da esquiva experiencial, quando o paciente começa a tentar evitar determinadas situações para não sentir certas coisas, evitar determinados contextos para não pensar em determinadas coisas. A ACT basicamente se baseia na aceitação de pensamentos e emoções e no compromisso com a ação, com o fazer para que o paciente tenha uma maior flexibilidade psicológica e tenha um sofrimento mental diminuído.