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Educação Musical - A Música e a Criança – Funções da Música na Escola

Segundo Brito (2003, p. 35) nosso contato com os sons, começa dentro do útero,
ouvindo os sons do corpo de nossa mãe, desde a sua respiração até sua voz. Após o
nascimento, o envolvimento com os sons continua permanentemente desenvolvendo a
musicalização, de forma espontânea e intuitiva, devido à grande quantidade de sons e de
músicas que se ouve diariamente.

Os bebês e as crianças interagem permanentemente com o ambiente


sonoro que os envolve e – logo – com a música, já que ouvir, cantar e
dançar são atividades presentes na vida de quase todos os seres
humanos, ainda que de diferentes maneiras. Podemos dizer que o
processo de musicalização dos bebês e crianças começa
espontaneamente, de forma intuitiva, por meio do contato com toda a
variedade de sons do cotidiano, incluindo aí a presença da música.
Nesse sentido, as cantigas de ninar, as canções de roda, as parlendas e
todo tipo de jogo musical têm grande importância, pois é por meio das
interações que lhes permitirá comunicar-se pelos sons; os momentos
de troca e comunicação sonoro-musicais favorecem o
desenvolvimento afetivo e cognitivo, bem como a criação de vínculos
fortes tanto com os adultos quanto com a música (BRITO, 2003, p. 35).

A criança é um ser “brincante” e, brincando, faz música, pois assim se relaciona com o
mundo que descobre a cada dia. Fazendo música, ela, metaforicamente, “transforma-se em
sons”, num permanente exercício: receptiva e curiosa, a criança pesquisa materiais sonoros,
“descobre instrumentos”, inventa e imita motivos melódicos e rítmicos e ouve com prazer a
música de todos os povos (BRITO, 2003, p. 35).

Funções da música na escola

A função da música na escola não é formar músicos, instrumentistas, cantores; mas


sim desenvolver aspectos de vivência e sensibilização sonora, diante do nosso vasto e rico
mundo musical. Não basta ouvir, é preciso “escutar”. Ouvir todos nós ouvimos, desde que não
tenhamos problemas com o nosso aparelho auditivo; agora para “escutar”, além de um
ouvido, precisamos de interesse, atenção e conhecimentos. O ensino de música na educação
básica deve envolver atividades variadas, explorando diversas possibilidades para a formação
musical do educando. O processo de aprendizagem pode ser mais rico quando baseado em
tarefas como a apreciação, a execução e a criação.

As aulas de música na escola devem envolver práticas que vão além


do “cantar e tocar instrumentos de percussão”. A audição é essencial
na formação musical do aluno, apresenta-se como base e inspiração
para que ele vivencie sua prática de execução musical de forma
ampla, explorando novos materiais e novas idéias. Além 12 disso,
torna-se um subsídio para o momento da composição, onde os
alunos são convidados a criar e a se colocarem nas músicas. Para que
essas formas de convivência com a música – execução, audição e
criação – aconteçam de forma satisfatória, é importante que o
professor apresente propostas e materiais diversos. (ARALDI, FIALHO
E DEMORI, 2007, p. 97).

Pesquisas sobre a música e a criança, mostram que ela já com um repertório sonoro e
musical apreciado no seu dia a dia, por meio da natureza, em casa com os pais e com as
mídias; e sabe muito bem utilizar-se desse conhecimento como recurso para se expressar e se
comunicar. É importante que o professor não desconsidere essa cultura musical pré-escolar
dos alunos, e sim busque aliá-los aos conhecimentos que tem intenção de ofertar dentro da
escola para que a criança continue, e até melhore sua forma de expressar-se.

Música no cotidiano da educação infantil e fundamental 1

Segundo Brito (2003, p. 58), o trabalho com a música no cotidiano escolar, deve utilizar
atividades como:

trabalho vocal;

interpretação e criação de canções;

brinquedos cantados e rítmicos;


jogos que reúnam som, movimento e dança;

jogos de improvisação;

sonorização de histórias;

elaboração e execução de arranjos (vocais e instrumentais);

invenções musicais (vocais e instrumentais);

construção de instrumentos e objetos sonoros;

registro e notação;

escuta sonora e musical: escuta atenta e apreciação musical;

reflexões sobre a produção e a escuta.

Essa proposta traz algumas possibilidades para o trabalho com música na escola. O
intuito não é oferecer receitas prontas, mas sugestões. Cabe ao professor adequar cada
atividade de acordo com a sua metodologia e sua clientela, dando ênfase em alguma
atividade, mudando a sequência ou excluindo algumas delas. A proposta tem como finalidade
desenvolver a percepção sonora e a sensibilização musical do aluno. Essa sensibilização deve
ter como ponto de partida a vivência musical, e dela se chegar aos conceitos, ou seja, da
prática para a teoria. A ênfase temática deste material didático concentra-se em atividades
para desenvolver o conhecimento sobre os elementos básicos do som e da música.

É importante, sempre que for trabalhar com música fazer uma preparação com
exercícios de alongamento, de respiração e de aquecimento vocal. Da mesma forma que um
atleta, se prepara fazendo um aquecimento antes de jogar para prevenir e até evitar alguma
lesão que possa prejudicar e comprometer sua carreira; ao utilizar a voz, é fundamental que se
faça uma preparação de todo o corpo, prevenindo e evitando lesões que comprometam a
saúde vocal e o desenvolvimento musical da criança.

Exercícios preparatórios
Em pé, soltar as articulações fazendo movimentos giratórios, horários e anti-horários,
com cada uma delas, começando pelos pés, e ir subindo, tornozelos, joelhos até chegar à
cabeça. Em seguida se sacudir como um cachorro molhado. Espreguiçar-se como um gato.
Com as pernas afastadas, flexionar o joelho direito, baixando o corpo sem chegar ao chão,
deixando a perna esquerda esticada. Trocar, esticar a perna direita e flexionar o joelho
esquerdo. Repetir três vezes para cada lado. Movimentar a cabeça em todos os sentidos,
repetindo três vezes cada movimento: para cima e para baixo; pra esquerda e pra direita;
olhando para frente deitar a cabeça no ombro esquerdo, depois no direito; girar a cabeça no
sentido horário, depois no anti-horário. Em pé, com as pernas um pouco afastadas, enquanto
inspira ir deixando cair bem devagar, a cabeça, os braços, a coluna, vértebra por vértebra.
Subir devagar, começando pela coluna, vértebra por vértebra, até a cabeça, soltando o ar em
FFFF. Repetir o exercício e soltar o ar SSSSS, depois em XXXXX. Inspirar levantando os ombros
ao máximo. Soltar os ombros e o ar rapidamente em AAAAAHHHHH! Repetir três vezes.
Inspirar profundamente, procurando utilizar toda a capacidade pulmonar, segurar um
pouquinho a respiração, depois ir soltando o ar devagar. Fazer esse exercício com as mãos na
cintura torácica para sentir as sensações corporais da respiração. Inspirar profundamente,
deixar o ar sair naturalmente bem devagar em SSSS, XXXX, FFFFF, enquanto o professor vai
contando o tempo. Esse exercício visa o controle da saída do ar com o apoio do diafragma,
deixando o ar sair livre sem sobrecarregar as pregas vocais. Ao repetir o exercício, o aluno
deve tentar 18 aumentar o seu tempo de expiração, preparando o cantor para não ficar sem
fôlego nas músicas com frases longas. Repetir o exercício anterior, na hora que o aluno achar
que o ar acabou fazer uma pressão no abdômen, para esvaziar bem o pulmão. Inspirar
profundamente, ao soltar o ar da mesma forma do exercício anterior, intercalar com pressões
no abdômen, ao longo da expiração, para aumentar a pressão da saída de ar. Esse exercício
serve para cantar os sons mais intensos (fortes) da música. Com a boca fechada, soltar o ar
buscando apoio no diafragma, fazendo os lábios vibrarem, fazendo um som do motor. Peça
que os alunos emitam o som do motor em diferentes alturas, passeando entre os graves e os
agudos. Repetir o exercício anterior, só que ao invés de vibrar os lábios, vibrar a língua, com a
boca semi-aberta. Com a boca fechada, imaginar que esta comendo um brigadeiro grande
delicioso. Ao mesmo tempo em que mastiga, emita sons de satisfação prolongados, como:
HUMMM! A boca deve estar sempre cheia, cuidar para o som não sair anasalado. Tente sentir
a vibração produzida em todas as regiões da cabeça.
Parâmetros do som

“Falar sobre os parâmetros do som não é, obviamente, falar sobre música! As características
do som não são, ainda, a própria música. Mas a passagem do sonoro ao musical se dá pelo
relacionamento entre sons (e seus parâmetros) e silêncio”, (BRITO, 2003, p. 26). Para trabalhar
com a música na escola é fundamental conhecer esses componentes do som, como eles
podem ser organizados no tempo e como é a relação dentro da música.

Parâmetros do som

- DURAÇÃO

- ALTURA

- INTENSIDADE

- TIMBRE

- DENSIDADE

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DURAÇÃO

 O som pode ser medido pelo tempo de sua ressonância e classificado como curto ou
longo.

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ALTURA

 Um som pode ser grave ou agudo dependendo da frequência de suas vibrações.

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INTENSIDADE

 O som pode ser medido pela sua amplitude e classificado como forte ou fraco.

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TIMBRE

 É a característica que diferencia, ou identifica cada som.

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DENSIDADE

 Referente a um grupo de sons.

Por exemplo: Muitas notas tocadas ao mesmo tempo torna o som mais denso.

REFERÊNCIAS

BRITO, Teca Alencar de. Música na educação infantil. São Paulo: Peirópolis,2003.

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