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ESCOLA DE ENGENHARIA

DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA QUÍMICA E DE PETRÓLEO


TEQ00137 – OPERAÇÕES UNITÁRIAS III

ANA PAULA RIBEIRO PAIVA

TROCADORES DE CALOR CASCO E TUBO

AVALIAÇÃO 3

Nitéroi
2020
1. Introdução

Segundo Master et al. [1] os trocadores de calor do tipo casco e tubos são
amplamente escolhidos na indústria quando a confiabilidade e facilidade de
manuntenção são vitais. De forma semelhante Brogan R. J. [2] destaca que o
trocador casco e tubo é o tipo mais popular por conta da flexibilidade em
relação o amplo intervalo de pressões e temperaturas, em que pode ser
utilizado, além de dividir esse tipo de trocador de calor em duas categorias: as
utilizadas em indústrias petroquímicas e que segue os padrões da TEMA; e os
utilizados em usinas do setor energético.
Os componentes citados e descritos ao longo do trabalho serão
aprofundados com pesos diferentes, de acordo com as orientações para a
realização do trabalho. Dessa forma, componentes como espelhos e chicanas
não serão citados de forma mais profunda.

2. Trocador de calor casco e tubo tipo AES

De forma geral, os trocadores de calor de casco e tubo consistem em um


conjunto de tubos internos à uma carcaça cilíndrica, onde um dos fluidos flui
pela parte interna dos tubos e outro pela parte externa dos tubos e interna à
carcaça, como demonstrado na Figura 1. Dentre as possibilidades existentes,
tal trocador pode ser do tipo monofásico, onde a fase do fluido se mantém
constante ao longo do trocador de calor, ou bifásico, onde há a mudança de
fase do fluido durante o processo de troca térmica [3].

Figura 1. Diagrama de Trocador de Calor Casco e Tubo


Como apresentado na Figura 1, o trocador de calor casco e tubo
apresenta 3 partições principais relacionadas ao casco, são elas: “Front
Header” ou tampa frontal; “Rear Header” ou tampa de fundo; e casco ou
“Shell”. Cada uma dessas partições podem apresentar diferentes
configurações, como apresentado na Figura 2 , regulamentadas pela Tubular
Exchanger Manufactures Association (TEMA).
Figura 2. Padrões TEMA

Dentre as várias combinações possíveis, existem três tipos mais amplos


utilizados [4]: O trocador de calor casco e tubo com espelhos fixos (Figura 3);
com feixe de tubos em U (Figura 4); e com cabeçotes flutuantes (Figura 5).
Figura 3. Trocador casco e tubo com espelhos fixos

Figura 4. Trocador de casco e feixe de tubos em U


Figura 5. Trocador casco e tubo com cabeçote flutuante

O foco deste trabalho será o trocador de calor de casco e tubos do tipo


AES, que segundo a Figura 2, consiste em um trocador com a extremidade
frontal do tipo tampa removível, com um casco de uma passagem e com um
cabeçote flutuante no interior da tampa do fundo.
No trocador AES o cabeçote flutuante permite haver expansão térmica
dos tubos internos de forma longitudinal e livre, como no vídeo [5]:

CabeçoteFlutuante.mp4

2.1. Estrutura e componentes

Um trocador de calor de casco e tubos possuem diversos componentes


em sua estrutura:
- Placa de Partição: As placas de partição (Figura 6) são responsáveis
por direcionar o fluido do lado dos tubos de forma a haver a quantidade de
passagens necessárias. As multíplas passagens ao longo dos tubos internos
fazem com que a transferência de calor seja maximizada dentro do limite de
perda de carga [6].
(a) (b)

Figura 6(a) e (b). Placas de partição em destaque

Quando utilizadas, a área de escoamento do fluido do lado dos tubos


diminui e a velocidade aumenta, o que consequentemente causa um aumento
do coeficiente de troca térmica, mas deve ser projetado cuidadosamente, pois
também aumenta a perda de carga. A disposição dessas placas podem ser de
diversas formas, como na

Figura 7. Designs possíveis para disposição de placas de partição

- Chicanas: Também denominadas de defletores, as chicanas


proporcionam um direcionamento do fluido do lado do casco, de forma que a
velocidade possa ser aumentada, bem como a turbulência que consequente
provoca um aumento da eficiência de transferência de calor. Além disso, as
chicanas também fazem com que as vibrações dos tubos diminuam, servindo
como apoio adicional e resistência mecânica. São diversos os tipos de
chicanas possíveis (FigurasFigura 8, Figura 9, Figura 10 eFigura 11)

Figura 8. Trocador de calor com chicana longitudinal

Figura 9. Trocador de calor com chicana (a)segmentada; (b)disco e anel;


(c)orifícios
Figura 10. Chicanas duplo segmentadas

Figura 11. Chicanas helicodais (a) descontínua (b) contínua

- “Tie rods” e “Spacer”: conhecidos como tirantes e espaçadores,


podem ser utilizados para apoio das chicanas e para manter a distância
necessária entre elas (Figura 12).
Figura 12. Tirantes e espaçadores em destaque

- Espelhos (Tubesheet): São placas com orifícios aos quais os tubos são
inseridos, por mandrilagem ou por solda. Geralmente, dois espelhos são
utilizados, com exceção do caso de tubo em U.

Figura 13. Espelho antes e depois da solda.

- Barra de selagem (Sealing strip): Serve para diminuir o fluxo de fluido


que passa no espaço entre o diâmetro interno do casco e o feixe de tubos,
além de facilitar para retirada do feixe de tubo (Figura 14 eFigura 15).
Figura 14. Trocador de calor com destaque das barras de selagem

Figura 15. Barra de selagem em trocador de calor real

- Juntas de expansão: Comumente utilizadas quando as condições de


processo fazem com que haja expansões diferentes entre o casco e o feixe de
tubos do trocador de calor (Figura 16Figura 17).
Figura 16. Tipos de juntas de expansão

Figura 17. Trocador de calor com destaque na junta de expansão

- Quebra jato (impingement baffle or plate): Utilizada para distribuir o


fluido que escoa pelo lado do casco durante a entrada no trocador de calor, de
forma a prevenir contra erosão induzida, cavitação e vibração (Figura 18).

Figura 18. Quebra Jato


2.2. Aplicações

Tal trocador de calor pode ser utilizado para diversos processos e


indústrias, tais como: refinarias de petróleo; pré-aquecimento de água de
processos; geração de vapor; sistemas de recuperação de vapor; indústrias
alimentícias; resfriamento de fluidos hidráulicos, produtos químicos e óleos;

3. Referências
4.

[1] B. I. Master, K. S. Chunangad, A. J. Boxma, D. Kral and P. Stehlík, "Most


Frequently Used Heat Exchangers from Pioneering Research to Worldwide
Applications," Heat Transfer Engineering, vol. 27, no. 6, pp. 4-11, 2006.

[2] R. J. Brogan, "Shell and tube Heat Exchangers," 02 2011. [Online]. Available:
www.thermopedia.com. [Accessed 1 Novembro 2020].

[3] "Thomas For Industry," [Online]. Available:


https://www.thomasnet.com/articles/process-equipment/shell-and-tube-heat-
exchangers/. [Accessed 2020 Novembro 1].

[4] "EnggCyclopedia," [Online]. Available:


https://www.enggcyclopedia.com/2019/05/shell-tube-heat-exchanger-types/.
[Accessed 2020 Novembro 1].

[5] "YouTube," [Online]. Available:


https://www.youtube.com/watch?v=BlWzTpEs9D4&ab_channel=YesYenGraphiTec
h. [Accessed 2020 Novembro 1].

[6] " H&C Heat Transfer Solutions," H&C Heat Transfer Solutions Inc, [Online].
Available:
http://www.hcheattransfer.com/shell_and_tube.html#:~:text=Pass%20partitions%20
are%20required%20in,in%20some%20cases%20be%20required.. [Accessed 2020
Novembro 1].

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