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1) ARBITRAGEM REPRESENTA DELEGAÇÃO DE JURISDIÇÃO?

EXPLIQUE

Existem duas perspectivas que podem ser discutidas quanto à delegação de jurisdição
na arbitragem. A que trago aqui, ao meu ver, como resposta mais concreta, é a da
impossibilidade de delegação para o juízo arbitral. De acordo com Luiz Guilherme
Marinoni, a arbitragem, mesmo que tome decisões mediante um arbitro, não configura
jurisdicional, pela ausência da característica de ser monopólio do Estado.
Ou seja, pelo princípio da indelegabilidade, não poderá ser delegado o julgamento
pelo Juiz de Direito a outra pessoa. Mesmo na arbitragem, que é considerada legítima em
determinados casos, o poder central prevalece nas mãos do Estado, que autoriza terceiros
a utilizarem, mas a ideia da posse do poder permanece no controle estatal. Sendo assim,
considera-se a arbitragem como uma equivalência jurisdicional.

2) EXISTE LITISCONSÓRCIO NECESSARIO ATIVO? SE EXISTE,


EXEMPLIFIQUE

O litisconsórcio ativo ocorre quando existe um acumulo de sujeitos no polo ativo


processual, e o aspecto necessário determina uma situação em que essa cumulação é
imperativa pela lei. Dito isso, há exemplos que fazem a junção das duas características
do litisconsórcio, a ver:

Pelo artigo 73 do Código de Processo Civil:

“Art. 73. O cônjuge necessitará do consentimento do outro para propor ação


que verse sobre direito real imobiliário, salvo quando casados sob o regime de
separação absoluta de bens.”

Pelo exposto acima, tanto na modalidade de casamento com comunhão total ou parcial
de bens, os sujeitos que possuem um imóvel deverão participar do polo ativo dos autos
que versa sobre o direito imobiliário. Configura-se, portanto, um exemplo claro do
litisconsórcio necessário e ativo, que gera bastante discussão doutrina, a ponto de
determinados autores afirmarem que não é possível coexistir ambos, por conta do
principio do acesso à Justiça não poder ser suprimido pelo direito à Liberdade, ambos
previstos na Constituição Federal de 1988.
3) EXISTE CORRELAÇÃO ENTRE LITISCONSÓRCIO FACULTATIVO
UNITÁRIO E ASSISTENCIA LITISCONSORCIAL? EXPLIQUE

Primeiro, é importante conceituarmos cada um deles: de acordo com o artigo 113 do


Código de Processo Civil, o qual cita os casos possíveis de aplicabilidade do
litisconsórcio, caso não seja nos casos necessários (art. 114 do CPC), o acúmulo de partes
nos polos do processo se dá de maneira facultativa, ou seja, opcional, respeitando a
vontade destas. Sobre a questão unitária, como diz o artigo 116 do CPC, a decisão do
processo recai de maneira uniforme para todos os participantes dos polos.

No que tange à assistência litisconsorcial, segundo o art. 124 do CPC, é definida


quando uma terceira parte adentra nos autos, configurando como um assistente, ou seja,
mantendo relação jurídica com uma das partes, podendo ser considerado como um
litisconsórcio facultativo.

Portanto, a partir do momento em que o assistente litisconsorcial configurar como


um litisconsorcial facultativo dentro do processo, este sofrerá de maneira uniforme,
junto com os demais participantes dos polos, a sentença proferida pelo Juiz.

4) EXEMPLIFIQUE JURISDIÇÃO DE EQUIDADE

Diferentemente da jurisdição de direito, limitada à aplicabilidade das normas vigentes


no código, a jurisdição de equidade permite uma maior flexibilidade na decisão do mérito,
ou seja, o julgamento não irá limitar-se ao que a lei determina sobre o caso concreto.

Porém, esta flexibilidade apenas é permitida nos casos previstos em lei, de acordo
com o artigo 140 do CPC.

Um bom exemplo para ilustrar esta situação está previsto no artigo 478 do Código
Civil:

“Nos contratos de execução continuada ou diferida, se a prestação de uma das partes se


tornar excessivamente onerosa, com extrema vantagem para a outra, em virtude de
acontecimentos extraordinários e imprevisíveis, poderá o devedor pedir a resolução do
contrato. Os efeitos da sentença que a decretar retroagirão à data da citação.”
É perceptível que, neste dispositivo legal em questão, pela dificuldade de prever as
diversas hipóteses do aumento do ônus nos contratos de execução continuada ou diferida,
o legislador opta por tornar mais flexível a aplicabilidade da norma na decisão do mérito,
por parte do magistrado.

5) QUAL O JUÍZO COMPETENTE PARA RECURSO ORDINÁRIO EM


MANDADO DE SEGURANÇA CONTRA ATO DE MINISTRO DE
ESTADO?

De maneira curta e explícita, o artigo 105, inciso I, alínea B da Constituição Federal


de 1988 evidencia que cabe ao Superior Tribunal de Justiça a competência para julgar
mandados de segurança contra atos de ministros de Estado. Vejamos:

“Art. 105. Compete ao Superior Tribunal de Justiça:


I - processar e julgar, originariamente:
b) os mandados de segurança e os habeas data contra ato de Ministro
de Estado, dos Comandantes da Marinha, do Exército e da Aeronáutica
ou do próprio Tribunal;”

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