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UNIVERSIDADE DO EXTREMO SUL CATARINENSE, UNESC


CURSO DE NUTRIÇÃO

GABRIELA ELIBIO FAGUNDES

PREVALÊNCIA DE SINAIS E SINTOMAS DE DISBIOSE INTESTINAL

EM ESTUDANTES DO CURSO DE NUTRIÇÃO DA UNIVERSIDADE

DO EXTREMO SUL CATARINENSE

CRICIÚMA, JUNHO DE 2010


1

GABRIELA ELIBIO FAGUNDES

PREVALÊNCIA DE SINAIS E SINTOMAS DE DISBIOSE INTESTINAL

EM ESTUDANTES DO CURSO DE NUTRIÇÃO DA UNIVERSIDADE

DO EXTREMO SUL CATARINENSE

Trabalho de Conclusão de Curso,


apresentado para obtenção do Grau de
bacharel no curso de Nutrição da
Universidade do Extremo Sul Catarinense,
UNESC.

Orientador: Prof. Maria Cristina Gonçalves de


Souza.

CRICIÚMA, JUNHO DE 2010.


2

GABRIELA ELIBIO FAGUNDES

PREVALÊNCIA DE SINAIS E SINTOMAS DE DISBIOSE INTESTINAL EM

ESTUDANTES DO CURSO DE NUTRIÇÃO DA UNIVERSIDADE DO EXTREMO

SUL CATARINENSE

Trabalho de Conclusão de Curso,


apresentado para obtenção do Grau de
bacharel no curso de Nutrição da
Universidade do Extremo Sul Catarinense,
UNESC.

Criciúma, 28 de junho de 2010.

BANCA EXAMINADORA
3

Dedico este trabalho aos meus pais, cujo


incentivo foi essencial para realização
deste.
4

AGRADECIMENTOS

A todos que contribuíram para a realização deste trabalho, meu


reconhecimento e agradecimento, em especial:
-À minha orientadora, professora Maria Cristina, aceitando-me como orientanda,
disponibilizando tempo e esforços para a execução deste trabalho;
-Às professoras Mariely Barcelos e Michele Biff que gentilmente aceitaram participar
como membros da banca examinadora, colaborando com este trabalho;
-À professora Adriana Soares Lobo, pelas valorosas contribuições;
-Aos acadêmicos do curso de Nutrição da UNESC que aceitaram participar desta
pesquisa;
-Aos meus pais, Maria Eliza e Estácio Fagundes e irmã, Beatriz Fagundes, pelo
apoio em todos os momentos;
-Ao Ricardo Tonial, pela paciência e pelos conselhos valiosos;
-As minhas amigas Carla Febel e Bruna Izidro, que de forma essencial colaboraram
para este trabalho.
5

“Ler um bom livro faz-me sentir novo em


folha. Viajar me deixa tenso antes de
embarcar, mas depois rejuvenesço uns cinco
anos. Viagens aéreas não me incham as
pernas; incham-me o cérebro, volto cheio de
idéias. Brigar me provoca arritmia cardíaca.
Ver pessoas tendo acessos de estupidez me
embrulha o estômago.”
(Luís Fernando Veríssimo)
6

RESUMO

Introdução: Existe uma relação fundamental entre o intestino e a saúde, por meio
do conceito de permeabilidade intestinal. Dentro da avaliação do processo alimentar,
a absorção pode ser alterada por sintomas de má absorção, interação entre os
nutrientes, alteração na permeabilidade da mucosa e, conseqüente, disbiose
intestinal. O termo disbiose descreve a presença de bactérias patogênicas no
intestino. E conseqüentemente a microbiota produz efeitos nocivos principalmente
pela mudança qualitativa e quantitativa da própria microbiota intestinal.
Objetivo: Este estudo teve como objetivo principal descrever a prevalência de sinais
e sintomas de disbiose intestinal, segundo o Questionário de Rastreamento
Metabólico (QRM), em estudantes do curso de Nutrição da Universidade do Extremo
Sul Catarinense – UNESC.
Metodologia: O estudo foi realizado no período de fevereiro/2010 a março/2010.
Foram entrevistadas 116 acadêmicos, através do Questionário de Rastreamento
Metabólico (QRM), entregues durante a aula dos participantes. Foi aplicado apenas
um bloco do QRM referente a sinais e sintomas relacionados ao trato
gastrointestinal. Foi avaliado os seguintes sinais/sintomas: náuseas/vômitos,
diarréia, constipação/prisão de ventre, inchado/abdômen distendido, gases
intestinais/eructações, azia, dor estomacal/intestinal. O resultado foi caracterizado
conforme prevalência das pontuações 0, 1, 2, 3 ou 4 de cada sinal e sintoma e
porcentagem de pontuação maior ou igual a 10. Além disso, a prevalência de
pontuação 04 em cada sinal e sintoma.
Resultados: Para cada sinal/sintoma pontuou-se 00 (nunca, ou quase nunca teve o
sintoma), 01 (ocasionalmente teve, efeito não foi severo), 02 (ocasionalmente teve,
efeito foi severo), 03 (freqüentemente teve, efeito não foi severo) ou 04
(freqüentemente teve, efeito foi severo. Observou-se que a maioria dos participantes
nunca, ou quase nunca apresentou náuseas/vômito. O item diarréia obteve maior
prevalência de pontuação 01. No que se refere ao item constipação observou-se
prevalência de pontuação 00, e 19,8% dos participantes assinalaram pontuação 03.
A maioria dos entrevistados apontou pontuação 01 para inchaço e distensão
abdominal, e assim como o item constipação, 19,8% dos participantes assinalaram
pontuação 03. Quanto ao item arrotos e gases intestinais obteve-se prevalência para
a pontuação 01. A pontuação mais apontada para o item azia foi 00, seguida pelas
pontuações 01, 03, 02 e 04. O sintoma mais apontado pelos participantes foi
inchaço/ distensão abdominal, já que 75% dos participantes assinalaram este
sintoma, e 31% dos participantes obtiveram pontuação maior ou igual a 10.
Conclusão: Os resultados obtidos nesta pesquisa servem como alerta para a
população estudada, pois ressalta a importância do acompanhamento nutricional e
de uma criteriosa avaliação de sinais e sintomas, para, dessa forma, agirmos
promovendo saúde.

Palavras-chave: Disbiose intestinal, microbiota intestinal, sinais e sintomas.


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LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS

AGCC: Ácido graxo de cadeia curta


CDs: Células dendríticas
E. coli: Escherichia coli
Eros: Espécies reativas do oxigênio
GALT: Tecido linfóide associado ao trato GI
GI: Gastrointestinal
IgA: Imunoglobulina A
MALT: Tecido linfóide associado à mucosa
QRM: Questionário de Rastreamento Metabólico
TCLE: Termo de Consentimento Livre e Esclarecido
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LISTA DE GRÁFICOS

Gráfico 1: Distribuição da amostra em relação a pontuação apresentada para o sinal/


sintoma náusea/ vômito
Gráfico 2: Distribuição da amostra em relação a pontuação apresentada para o sinal/
sintoma diarréia
Gráfico 3: Distribuição da amostra em relação a pontuação apresentada para o sinal/
sintoma constipação
Gráfico 4: Distribuição da amostra em relação a pontuação apresentada para o sinal/
sintoma inchaço/ distensão abdominal
Gráfico 5: Distribuição da amostra em relação a pontuação apresentada para o sinal/
sintoma arrotos/ gases intestinais
Gráfico 6: Distribuição da amostra em relação a pontuação apresentada para o sinal/
sintoma azia
Gráfico 7: Distribuição da amostra em relação a pontuação apresentada para o sinal/
sintoma dor estomacal/intestinal
Gráfico 8: Pontuação dos sintomas
Gráfico 9: Percentual de pontuação
9

SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO.......................................................................................................10
2 OBJETIVOS...........................................................................................................12
2.1 Objetivo geral.......................................................................................................12

2.2 Objetivos Específicos...........................................................................................12

3 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA.............................................................................13

3.1 INTEGRIDADE E MICROBIOTA INTESTINAL....................................................13


3.1.2 Desenvolvimento da microbiota intestinal.........................................................15
3.2 RELAÇÃO INTESTINO X IMUNIDADE................................................................16
3.3 DISBIOSE INTESTINAL.......................................................................................18
3.3.1 Importância da alimentação no tratamento e na prevenção da Disbiose
Intestinal.....................................................................................................................19
4 ASPÉCTOS METODOLÓGICOS..........................................................................22
4.1 TIPO DE ESTUDO...............................................................................................22
4.2 POPULAÇÃO E AMOSTRA.................................................................................22
4.2.1 Critérios de Inclusão..........................................................................................23
4.2.2 Critérios de Exclusão.........................................................................................23
4.3 INSTRUMENTOS.................................................................................................23
4.4 COLETA DE DADOS............................................................................................24
4.4.1 Análise dos Dados.............................................................................................24
4.5 ASPÉCTOS ÉTICOS............................................................................................24
5 RESULTADOS........................................................................................................25
6 DISCUSSÃO............................................................................................................31
7 CONCLUSÃO..........................................................................................................33
REFERÊNCIAS..........................................................................................................34
ANEXO 1....................................................................................................................38
ANEXO 2....................................................................................................................41
10

1 INTRODUÇÃO

A alimentação pode ser considerada como um dos fatores


comportamentais que mais influencia a qualidade de vida das pessoas. Dentro de
uma perspectiva mais ampla, os hábitos alimentares são adquiridos em função de
aspectos culturais, antropológicos, socioeconômicos e psicológicos, que envolvem o
ambiente das pessoas (ASSIS; NAHAS, 1999).
A ingestão do alimento não garante que seus nutrientes estarão
biodisponíveis para serem utilizados pelas células. Devem existir condições
químicas, bioquímicas e fisiológicas adequadas para que ele possa ser degradado e
utilizado. A presença ou ausência de um nutriente essencial pode afetar a
disponibilidade, absorção, metabolismo ou necessidades dietéticas de outros.
Também é necessário que os produtos que não serão utilizados pelo organismo
sejam excretados, assim como as substâncias tóxicas que possam ter sido ingeridas
junto com os mesmos. Se uma dessas etapas não funcionar satisfatoriamente, o
corpo apresentará carências nutricionais e funcionais (CARREIRO, 2006).
Nos últimos 40 anos nosso hábito de vida sofreu grandes transformações.
Alimentamo-nos de forma diferente, respiramos um ar diferente, estamos em contato
com sustâncias sintéticas que nem existiam até então. Movimentamo-nos cada vez
menos e, além disso, somos obrigados a absorver cada vez mais informações e lidar
com emoções e desafios constantes no nosso dia a dia. Nosso organismo,
particularmente o sistema digestório e o sistema imunológico, estão em sobrecarga
(CARREIRO, 2009).
Existe uma relação fundamental entre o intestino e a saúde, por meio do
conceito de permeabilidade intestinal. Dentro da avaliação do processo alimentar, a
absorção pode ser alterada por sintomas de má absorção, interação entre os
nutrientes, alteração na permeabilidade da mucosa e, conseqüente, disbiose
intestinal (PÓVOA, 2002).
O termo disbiose descreve a presença de bactérias patogênicas no
intestino. E conseqüentemente a microbiota produz efeitos nocivos principalmente
pela mudança qualitativa e quantitativa da própria microbiota intestinal (HAWRELAK;
MYERS, 2004). Dois fatores principais influenciam esta situação: as populações
11

bacterianas no intestino e a saúde da mucosa intestinal, ambos influenciados pela


nutrição (DAVIDISON; CARVALHO, 2008).
Dificuldades intestinais como prisão de ventre e má digestão constituem
um problema freqüente na população atual. Estes são fatores principais que
concorrem muito para a disbiose intestinal, pois a retenção de fezes no cólon facilita
a passagem das bactérias nocivas para o intestino delgado e a baixa acides facilita
esta translocação. Além do uso prolongado de antibióticos, que matam
indiscriminadamente tanto bactérias úteis como as nocivas (PÓVOA, 2002).
A disbiose intestinal ainda pode ser relacionada com outras patologias,
como o aumento da permeabilidade intestinal e a síndrome do intestino irritável em
que o desequilíbrio da flora intestinal chega ao ponto de impedir as funções normais
do cólon (CARREIRO, 2006).
A disbiose é um problema sério, e conseqüente dos hábitos mantidos nos
dias atuais, que tem grandes chances de perturbar todo o organismo e por isso deve
ser bem investigada. Gases, cólicas, diarréias e prisão de ventre freqüentes já são
sintomas que indicam disbiose intestinal, e justificam exames específicos para
conferir o equilíbrio da flora intestinal (DAVIDISON; CARVALHO, 2008).
Visando alertar os profissionais da área sobre a importância de avaliar a
presença de disbiose, e relacioná-la aos diagnósticos de várias patologias e com o
objetivo de expor esta alteração ainda desconhecida, fundamentou-se este trabalho
de conclusão de curso, que pretendeu detectar os sinais e sintomas relacionados à
disbiose intestinal, e verificar a prevalência dos mesmos na população de
acadêmicos do curso de Nutrição da Universidade do Extremo Sul Catarinense.
12

2 OBJETIVOS

2.1 Objetivo Geral

Descrever a prevalência de sinais e sintomas de disbiose intestinal em


estudantes do curso de Nutrição da Universidade do Extremo Sul Catarinense.

2.2 Objetivos Específicos

-Avaliar alterações intestinais segundo o Questionário de Rastreamento


Metabólico, aplicado aos participantes;

-Identificar quais sinais e sintomas será mais relatado pelos


participantes.
13

2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

2.1 INTEGRIDADE E MICROBIOTA INTESTINAL

Está se tornando cada vez mais aparente que a saúde do corpo depende
de um trato gastrointestinal (GI) saudável e funcionante. Pois um dos papéis
primários do trato GI é servir como uma barreira física e imunológica aos
microrganismos, material estranho e antígenos potenciais consumidos com os
alimentos ou formados durante a passagem dos alimentos pelo trato GI (BELTRÁN,
2005).
Por ser o sistema que mais está exposto ao meio ambiente, o sistema
digestório é o mais sensível a substâncias agressoras. Além disso, tem a
capacidade de selecionar os nutrientes necessários para o funcionamento do
organismo e impedir a absorção de agressores. Daí a importância da integridade
fisiológica e funcional desse sistema (CARREIRO, 2009).
A integridade intestinal está relacionada ao equilíbrio das bactérias
intestinais e à nutrição saudável dos enterócitos e colonócitos, as células da mucosa
intestinal, que são substituídas com grande velocidade para garantir um melhor
funcionamento das mesmas. Quando a integridade intestinal está comprometida, a
permeabilidade do intestino pode ser alterada e permitir que as bactérias intestinais,
os alimentos não digeridos ou as toxinas cruzem a barreira intestinal (MATHAI,
2005). O combustível preferido das células intestinais são os ácidos graxos de
cadeias curtas (AGCC) butirato, acetato e propionato, que são formados a partir da
fermentação bacteriana de carboidratos e proteínas da dieta, principalmente amido e
fibras solúveis, que não foram absorvidos previamente (COPPINI et al, 2004;
MATHAI, 2005).
Atualmente se reconhece que os AGCC exercem papel fundamental na
fisiologia normal do cólon, estimulando a proliferação celular do epitélio, o fluxo
sanguíneo visceral e intensificando a absorção de sódio e água, ajudando a reduzir
a carga osmótica de carboidrato acumulado (COPPINI et al, 2004).
14

Vários outros fatores contribuem para manter a integridade intestinal,


entre eles, a microbiota intestinal tem um papel fundamental. Acredita-se que no
cólon vivam cerca de 400 espécies de bactérias, e há predomínio, na maior parte
dos indivíduos, de 20 delas. Aproximadamente 95-99% são bactérias anaeróbias, e
somente 1-5% são aeróbias. A flora microbiana normal do tubo digestivo humano
está presente principalmente no cólon, onde há condições favoráveis para sua
proliferação devido à ausência de secreções intestinais, peristaltismo lento e
abundante suprimento nutricional (ADLERBERTH, 1998; DAVIDISON; CARVALHO,
2008).
As bactérias colônicas contribuem para a formação de gases (hidrogênio,
dióxido de carbono, nitrogênio e metano) e ácidos orgânicos (ácido acético,
propiônico, butírico e láctico). Além disso, continuam a digestão de algumas matérias
que resistiram à atividade digestiva prévia. Durante este processo são formados
vários nutrientes pela síntese bacteriana, como vitamina K, vitamina B12, tiamina e
riboflavina (MATHAI, 2005).
Existe um complexo equilíbrio entre os microorganismos que residem no
trato GI, conferido pela interação entre: bactérias probióticas, que exercem efeito
benéfico ao hospedeiro; bactérias comensais, que compreendem a maior parte das
bactérias intestinais; e bactérias patogênicas, presentes em pequenas quantidades
quando não há oportunidade de proliferação (DAVIDISON; CARVALHO, 2008).
Acredita-se que o tamanho da população de cada espécie seja
rigorosamente controlado pela competição pelos nutrientes e espaço. Assim,
agentes patogênicos potenciais como a E. coli e outras enterobactérias são
mantidas em número moderado e é difícil que se estabeleçam novas bactérias
recém-chegadas. Esta função da microflora normal denomina-se resistência à
colonização (ADLERBERTH, 1998).
Além disso, diariamente a situação de equilíbrio apresentada se encontra
em modificação, pois essas bactérias também são eliminadas nas fezes, tornando
esse panorama bastante dinâmico. Dessa forma, compreende-se que a colonização
do trato GI é temporária (DAVIDISON; CARVALHO, 2008).
15

2.1.2 Desenvolvimento da microbiota intestinal

No nascimento, o trato GI é essencialmente estéril, e a colonização


bacteriana começa durante o parto. Todavia, as práticas obstétricas modernas
diminuem de modo considerável a transferência de bactérias da mãe ao recém-
nascido durante o parto. Pois durante a cesárea não há participação da flora fecal
materna e o meio ambiente (hospital) torna-se a fonte inicial de contaminação.
Havendo um atraso no estabelecimento das bactérias no intestino do recém-nascido,
especialmente lactobacilos e bifidobactérias (ADLERBERTH, 1998).
Existe notável diferença entre o desenvolvimento da microflora intestinal
de recém-nascidos amamentados ao seio e os que consomem leite artificial. Na flora
das crianças em aleitamento materno há pequena quantidade de espécies
bacterianas patogênicas, e grande predomínio das bifidobactérias. Predomínio este
justificado pelos fatores imunológicos do leite materno, como IgA secretória, a
lisozima, a lactoferrina e os nucleotídeos, que inibem a flora patogênica. E pelo
baixo pH intestinal dos bebês amamentados ao seio, que favorece o crescimento
das bifidobactérias. (BRANDT; SAMPAIO; MIUKI, 2006).
Segundo estudo realizado por Novak et. al. (2001), no colostro humano há
ocorrência de uma microbiota significativa, em especial de bactérias produtoras de
ácido lático, que provavelmente funcionam como probióticos, quando
disponibilizados para os bebês nos primeiros dias pós-parto.
Carreiro (2008), afirma que em contraste, as crianças que utilizam fórmulas
artificiais desenvolvem microbiota mais diversa composta não só de bifidobactérias,
como também de bacteróides, enterobactérias, enterococos e clostridium sp.
Segundo a mesma autora, estudos mostram que 60 a 91% total da comunidade
bacteriana das fezes de recém-nascidos com aleitamento materno, era composta
por bifidobactérias, enquanto nas crianças com uso de fórmula láctea essa
proporção era de 28 a 75% (média de 50%).
O desenvolvimento desta microbiota intestinal é realizado nos primeiros
dois anos de vida da criança. A partir deste período, embora a microbiota intestinal
permaneça em interação permanente com microorganismos do meio ambiente, sua
composição deveria manter-se estável ao longo da vida adulta. Os desequilíbrios
deste sistema podem ser observados em situações patológicas, como por ocasião
16

de infecções intestinais, uso de antibióticos, tratamento com imunossupressores e


desequilíbrios na alimentação. A qualidade desta colonização inicial do intestino
pode ter um papel importante no processo de seleção entre os diferentes gêneros
bacterianos, trazendo conseqüências para toda a vida (BRANDT; SAMPAIO; MIUKI,
2006).

2.2 RELAÇÃO INTESTINO X IMUNIDADE

A mucosa intestinal é composta por uma superfície de aproximadamente


300m², que constitui a principal interface com o ambiente externo do organismo
humano. Essa interface é perfeitamente adaptada para a função primária do
intestino, a digestão dos alimentos e a absorção de nutrientes. No entanto, a
mucosa intestinal é também um importante local de interação com substâncias
estranhas e microorganismos do ambiente externo. Para proteger sua grande área
de exposição, o intestino conta com uma enorme barreira composta por 3 linhas de
defesa: microflora intestinal, mucosa intestinal e sistema imune entérico (BURLIOUX
et al.,2002 )
Como já citado anteriormente, no cólon podemos observar um aumento
acentuado da flora bacteriana, na qual coexistem cerca de 400-500 espécies em um
volume estimado entre 1010 e 1012 bactérias por grama de conteúdo fecal ou 60%
do total de fezes existentes no intestino grosso. Uma única camada de células
epiteliais separa todo este extenso volume de bactérias do maior aparato
imunológico do nosso corpo, formado por uma grande massa de tecido linfático
genericamente descrita como GALT (gut associated lymphoid tissue). Que produz
aproximadamente 60% do total das imunoglobulinas e contém mais de 10^6
linfócitos/g de tecido, a qual inclui as placas de Peyer, folículos linfóides isolados e
linfonodos mesentéricos (PINHO, 2001).
A primeira linha de defesa do sistema imunológico, ainda na superfície
mucosa, é constituída pela imunoglobulina A (IgA). Essa imunoglobulina possui a
capacidade de se ligar aos antígenos inalados ou ingeridos, que são substâncias
estranhas ao organismo, impedindo-os de serem absorvidos e expondo-os a
enzimas na superfície da mucosa, que realizam a clivagem bacteriana e a
17

neutralização de microorganismos e toxinas. Esta imunoglobulina também tem um


papel importante no desenvolvimento da Tolerância Oral aos Alimentos, transmitindo
informações ao sistema imunológico que as substâncias que estão sendo ingeridas
não são agressoras a ele, evitando reações contra as mesmas (CARREIRO, 2008).
Antígenos ou substância estranhas que não forem processados pelas
IgAs podem penetrar na barreira mucosa aonde o GALT oferece a segunda linha de
defesa: Produção de anticorpos, citocinas e recrutamento de todo o sistema imune.
Ocorre o início de processo inflamatório no sítio de entrada do antígeno com o
bloqueio da entrada de novos antígenos, estimulo a cascata inflamatória e produção
de Eros (BURLIOUX et al., 2002).
Muitos patógenos já desenvolveram estratégias de ultrapassar a defesa
do GALT e penetrar através do intestino hiperpermeável, resultando em alergia,
auto-imunidade e complexos imunes inflamatórios. Alguns componentes nutricionais
já se mostram úteis em aumentar a atividade do GALT: Arginina, ômega 3,
nucleotídios, glutamina por aumentar o fluxo sanguíneo mesentérico, aumentar o
volume do GALT ou aumentar o número de linfócitos CD4 (PINHO, 2001).
Atuando juntamente ao GALT, temos o MALT (tecido linfóide associado
às mucosas), que transporta os antígenos para as células apresentadoras de
antígenos, representadas principalmente por células dendríticas (CD). As CDs
presentes no trato gastrointestinal exercem um papel importante na iniciação e
regulação da resposta imune local. Um pequeno número de CDs está continuamente
circulando pelo tecido intestinal. Em resposta a estímulos inflamatórios, elas são
rapidamente recrutadas, formando um número adicional de CDs. Além disso, as CDs
estabelecem um equilíbrio entre tolerância e imunidade frente a antígenos
(BELTRÁN et al., 2005).
O epitélio intestinal desempenha um papel de fronteira e barreira
imunológica, estabelecendo a interface entre o conteúdo luminal e as células
imunológicas. Qualquer perturbação a esta barreira, desencadeada por antígenos
dietéticos, microorganismos patogênicos, agentes químicos ou radiações, conduz a
um aumento da permeabilidade intestinal e a alterações estruturais no epitélio, as
quais podem ocasionar aumento do fluxo de antígenos e provocar diversos tipos de
distúrbios (GOMES; MALCATA, 1999).
18

2.3 DISBIOSE INTESTINAL

O acúmulo de maus-tratos com a função intestinal afeta o equilíbrio da


flora, fazendo com que as bactérias nocivas ganhem terreno. Está configurada,
então, uma situação de risco. Algumas dessas bactérias podem colonizar o intestino
delgado, com conseqüências bem sérias: nutrientes são digeridos de forma errada,
toxinas se combinam com proteínas, formando peptídeos perigosos. É a chamada
disbiose, um distúrbio cada vez mais considerado no diagnostico de varias doenças
(PÓVOA, 2002).
O termo disbiose foi originalmente cunhado por Metchnikoff para descrever
a presença de bactérias patogênicas no intestino. A definição mais recente diz que
disbiose é um estado em que a microbiota produz efeitos nocivos via: (1) mudanças
qualitativas e quantitativas na própria microbiota intestinal; (2) mudanças na sua
atividade metabólica; e (3) mudanças em seus locais de distribuição (HAWRELAK;
MYERS, 2004).
Segundo Carreiro, Vasconcelos e Ayoub (2009), o termo disbiose sinaliza
que um ou mais requisitos para o adequado funcionamento do ecossistema está em
falta ou excesso na microbiota intestinal.
Tudo inicia no parto. Pois, como já citado anteriormente, crianças nascidas
de parto cesáreo tem conteúdo de lactobacilus e bifidobactérias significativamente
inferior a crianças nascidas de parto normal. E, além disso, crianças alimentadas
com fórmulas infantis apresentam conteúdo de probióticos muito inferior em seu
intestino. Somente essas duas características são necessárias para o início do
desenvolvimento da disbiose intestinal já no neonato (BRANDT; SAMPAIO; MIUKI,
2006).
Podemos desbalancear a microbiota normal com utilização de antibióticos,
medicamentos com sulfa, drogas imunossupressoras, anti-inflamatórios, pílulas
anticoncepcionais, laxantes, antiácidos criando um desequilíbrio no intestino
(CARREIRO; VASCONCELOS; AYOUB, 2009).
Outros fatores afetam a microbiota intestinal nos seres humanos adultos.
Estes incluem idade, estado imunológico do hospedeiro, pH estomacal, tempo de
trânsito intestinal, interações entre os componentes da flora e presença e
disponibilidade de material fermentável no intestino. A dieta exerce uma grande
19

influência sobre as populações de bactérias do intestino e no seu desenvolvimento


(COLLINS, 1999).
Havendo a disbiose, gera-se destruição da mucosa intestinal, gerando
hiperpermeabilidade (passagem de grandes moléculas mal digeridas para o
sangue), e assim ocorre a ativação do sistema imunológico (CARVALHO;
PERUCHA, 2006).
É importante destacar que a disbiose intestinal tem sido associada com
diversas patologias, sendo o câncer uma das mais estudadas atualmente. Diversos
autores afirmam que as bactérias intestinais patogênicas produzem carcionógenos
poderosos, como agente alquilantes e compostos nitrosos. Além disso, metabólitos
bacterianos podem possuir atividade genotóxica, mutagênica ou carcinogênica e
contribuir ao desenvolvimento de câncer, em um longo período de exposição. É
interessante destacar que este longo período de exposição é justamente o que
ocorre na disbiose intestinal, uma vez que, na maioria dos casos, esse processo se
inicia nos primeiros meses ou anos de vida, surgindo o câncer 30 ou 60 anos depois
(DAVIDISON; CARVALHO, 2008).

2.3.1 Importância da alimentação no tratamento e na prevenção da disbiose

Atualmente temos que lidar com excessos de substâncias estranhas


ingeridas e inaladas, dessa forma nossa alimentação tem nos causado problemas
funcionais. Ao mesmo tempo em que sofremos carência de nutrientes essenciais
para o funcionamento de nossas defesas (CARREIRO, 2009).
A utilização dos alimentos funcionais auxilia na recuperação do equilíbrio
da microbiota intestinal, e cada vez mais, vem sendo alvo de numerosos trabalhos
científicos. Os alimentos funcionais que estão relacionados à melhora e à
manutenção da microbiota são os probióticos, os prebióticos e os simbióticos
(SAAD, 2006).
Segundo Lorente e Serra (2001), alimentos funcionais são produtos que
não só alimentam, mas podem modular ou agir em determinadas funções do corpo,
produzindo um efeito benéfico.
Existem ainda outros conceitos sobre alimentos funcionais, tais como:
20

O alimento ou ingrediente com alegação de propriedades funcionais e/ou


de saúde e que pode, além de funções nutricionais básicas, quando se
tratar de nutriente, produzir efeitos metabólicos e ou fisiológicos e ou
benéficos à saúde devendo ser seguro para consumo sem supervisão
médica (ANVISA Resoluções 18 e 19 de 30 de abril, 1999).

Alimentos probióticos e prebióticos modulam positivamente a composição


e a atividade da microbiota intestinal, trazendo efeitos benéficos para a saúde, como
o restabelecimento do equilíbrio destes microrganismos, estimulando o sistema
imune, e com fortes indícios de que inibam a atividade carcinogênica (COPOLA;
TURNES, 2004).
Atualmente, nas várias definições para o termo probiótico, nota-se uma
maior preocupação em se enfatizar a atividade profilática ou mesmo terapêutica
desses microrganismos. O termo „probiótico‟, de origem grega, significa „para a vida‟.
Assim, probióticos podem ser definidos como sendo microrganismos vivos que, se
administrados em quantidades adequadas, conferem benefícios à saúde do
hospedeiro. Dentre os diversos gêneros que integram este grupo, destacam-se o
Bifidobacterium e o Lactobacillus (SEQUEIRA; RIBEIRO; GOMES, 2008; GOMES;
MALCATA, 1999).
O gênero bifidobactéria é o maior grupo de bactérias no cólon, o qual
constitui mais de 25% do total da população intestinal adulta. Promove efeitos
benéficos ao hospedeiro, tais como: fermentação de substratos, resultando na
produção dos ácidos graxos de cadeia curta (AGCC); redução do pH, que exerce
ação bactericida; diminuição dos níveis séricos de amônia pela fermentação de
proteínas; participação na produção de vitaminas do complexo B e influência na
resposta imune (BLAUT, 2002) .
Probióticos quando são adicionados a certos alimentos, por diferentes
mecanismos são eficazes na prevenção e tratamento de algumas doenças como a
diarréia causada por rotavirus, Clostridium difficile ou induzido pelo uso de
antibióticos e colite alérgica. Além disso, muitos dados sugerem sua possível
utilidade em outros processos como a doença inflamatória intestinal, a enterocolite
necrosante, hipercolesterolemia, vaginite, ou o risco de carcinogênese (LORENTE;
SERRA, 2001).
21

Segundo Coppola e Turnes (2004), as informações geradas ao longo dos


últimos anos indicam que vários probióticos têm, além de sua atividade como
promotores de crescimento e reguladores da microbiota das mucosas, efeito
imunomodulador, embora a forma de ação seja pouco conhecida.
O termo prebiótico é utilizado para designar ingredientes alimentares não
digeríveis que beneficiam o hospedeiro por estimular seletivamente o crescimento
e/ou a atividade de um número limitado de espécies bacterianas no cólon, sendo
capaz de alterar a microbiota colônica para uma microbiota bacteriana saudável.
Para isso, estimulam o crescimento de bifidobactérias e lactobacilos, modificando
favoravelmente a composição da microbiota intestinal e/ou estimulando a atividade
metabólica destas bactérias. A maioria dos dados da literatura científica sobre
efeitos prebióticos relaciona-se aos fruto-oligossacarídeos (COLLI, 2005; SAAD,
2006).
Os frutooligossacarídeos (FOS) ou oligofrutoses são oligossacarídeos
resistentes, isto é, carboidratos complexos de configuração molecular que os tornam
resistentes à ação hidrolítica da enzima salivar e intestinal, atingindo intactos o
cólon. O FOS desempenha diversas funções fisiológicas no organismo, como a
alteração do trânsito intestinal, promovendo: redução de metabólitos tóxicos;
prevenção de câncer de cólon; redução do colesterol plasmático e da
hipertrigliceridemia; melhora da biodisponibilidade de minerais, além de contribuir
para o aumento da concentração das bifidobactérias no cólon (WATZL; GIRRBACH;
ROLLER, 2005).
Frutooligossacarídeos (FOS) são oligossacarídeos de ocorrência natural
em, principalmente, produtos de origem vegetal. Esses oligossacarídeos podem ser
encontrados em uma grande variedade de plantas (mais de 36 mil), mas
principalmente em alcachofras, aspargos, beterraba, chicória, banana, alho, cebola,
trigo, tomate. Também podem ser encontrados no mel e açúcar mascavo, e em
tubérculos, como o yacon (PASSOS; PARK, 2003).
Dessa forma, quando se melhora a função intestinal, há uma melhora
generalizada das funções do organismo. Viver mais e melhor será possível quando a
postura diante dos alimentos for mudada, prestando mais atenção no que se passa
com o órgão maior de absorção (PÓVOA, 2002).
22

3 ASPECTOS METODOLÓGICOS

3.1 TIPO DE ESTUDO

Este estudo classifica-se como do tipo descritivo, com abordagem


quantitativa, e de corte transversal. Segundo a classificação de Appolinário (2006), o
estudo descritivo limita-se a descrever o fenômeno observado, sem inferir relação de
causalidade entre as variáveis. A forma de corte transversal acontece quando o
pesquisador coleta os dados do experimento num único instante de tempo, obtendo
um recorte momentâneo do fenômeno investigado. E a forma de abordagem
quantitativa prevê a mensuração de variáveis predeterminadas e a análise
matemática/estatística desses dados.

3.2 POPULAÇÃO E AMOSTRA

A população do estudo diz respeito a estudantes do curso de Nutrição, da


Universidade do Extremo Sul Catarinense. O curso foi escolhido pela acessibilidade
aos elementos da população, e a amostra foi selecionada de forma probabilística
sistemática. De acordo com a secretaria do curso selecionado, durante a formulação
do projeto de pesquisa existiam 164 alunos matriculados.
Para calcular a amostra, foi utilizada a fórmula de amostragem sistemática
descrita abaixo por Barbetta (2004 p.45).
no = 1 / Eo²
n = N . no / N + no
Sendo:
N – tamanho (número de elementos) da população;
n – tamanho (número de elementos) da amostra;
no – uma primeira aproximação do tamanho da amostra;
Eo² – erro amostral tolerável.
23

A demonstração do cálculo da amostra descreve-se abaixo, considerando uma


população de 164 acadêmicos, de ambos os sexos, matriculados no curso. No = 1 /
0,05² (onde 0,05 é o percentual de tolerância do erro da amostra).
No = 400
n = N. no / N + no
n = 164. 400 / 164+400
n = 116 participantes

3.2.1 Critérios de inclusão

Foram incluídos na pesquisa todos os acadêmicos matriculados no curso


no ano de 2009, exceto os alunos egressos do segundo semestre do mesmo ano,
selecionadas pela pesquisadora de forma sistemática, que concordaram em
preencher o questionário, e que consentiram sua participação na pesquisa.

3.2.2 Critérios de exclusão

Foram excluídos todos aqueles alunos que não consentiram sua


participação na pesquisa.

3.3 INSTRUMENTOS

No presente estudo foi aplicado aos participantes o Questionário de


Rastreamento Metabólico (QRM), voltado à análise de sinais e sintomas de Disbiose
Intestinal, com o intuito de caracterizar a prevalência dos mesmos. O QRM é
validado pelo Centro Brasileiro de Nutrição Funcional (Anexo 1), e é dividido em 14
blocos referentes a pontos de importância do organismo e avalia cada sintoma
baseado em seu perfil de saúde. Possui uma pontuação mínima total de 20 pontos
para diagnosticar o paciente, sendo que deve ser dada máxima importância a
pontuação por blocos. A disbiose intestinal é avaliada através da pontuação dada
pelo participante aos sintomas que estão relacionados no QRM: náuseas/vômitos,
24

diarréia, constipação/prisão de ventre, inchado/abdômen distendido, gases


intestinais/eructações, azia, dor estomacal/intestinal. Que constituem a seção
voltada ao trato GI. Para cada sinal/sintoma pontuou-se 00 (nunca, ou quase nunca
teve o sintoma), 01 (ocasionalmente teve, efeito não foi severo), 02 (ocasionalmente
teve, efeito foi severo), 03 (freqüentemente teve, efeito não foi severo) ou 04
(freqüentemente teve, efeito foi severo). Segundo a análise proposta pelo QRM,
pontuações iguais ou acima de 10 pontos em uma das seções do questionário
indicam hipersensibilidade alimentar ou ambiental.

3.4 COLETA DE DADOS

Foi encaminhado ao departamento do curso selecionado um documento


requerendo a autorização para realizar a coleta de dados durante o período de aula
dos acadêmicos. Os mesmo foram devidamente esclarecidos sobre os objetivos da
pesquisa, e também foi solicitada por escrito a autorização da pesquisa. A coleta de
dados ocorreu durante os meses de fevereiro e março, e foi realizada pela própria
pesquisadora por meio de entrega do questionário citado (anexo 1).

3.4.1 Análise dos dados

Os resultados foram tabulados em planilhas no programa Excel e estão


apresentados em gráficos.

3.5 ASPECTOS ÉTICOS

Os participantes foram informados a respeito de todos os aspectos da


pesquisa e após foram convidados a participar voluntariamente do estudo pela
pesquisadora. A pessoa que aceitou participar foi, então, convidada a assinar o
TCLE (anexo 2) e, depois disso, foi iniciada a coleta dos dados.
O projeto de pesquisa foi devidamente submetido ao Comitê de Ética em
Pesquisa desta Universidade, de acordo a Resolução 196/96 do Conselho Nacional
de Saúde – CNS.
25

4 RESULTADOS

A coleta de dados desta pesquisa foi realizada no período de fevereiro a


março de 2010. Após verificação do número de acadêmicos matriculados no curso
de Nutrição e cálculo da amostra, o número total de acadêmicos participantes desta
pesquisa foi de 116, sendo 100% dos participantes desta pesquisa eram do sexo
feminino.
Ao avaliarmos a pontuação do item náusea/vômito presente no QRM,
observamos maior prevalência de pontuação 00 (53,4%), equivalente a 62
participantes que assinalaram este item. Seguido pela pontuação 01 (31%),
equivalente a 36 participantes, pontuação 03 (8,62%), equivalente a 10
participantes, pontuação 02 (6,89%), equivalente a 8 participantes e pontuação 04
(0%).

Gráfico 1: Distribuição da amostra em relação a pontuação apresentada para o sinal/


sintoma náusea/ vômito

Fonte: Dados do pesquisador (100% = 116)

Quanto à pontuação do item diarréia, percebe-se prevalência da


pontuação 01 (50%), equivalente a 58 participantes. Seguido pela pontuação 00
(43,9%) equivalente a 51 participantes, pontuação 03 (3,4%) equivalente a 4
participantes, pontuação 02 (2,5%) equivalente a 3 participantes e pontuação 04
(0%).
26

Gráfico 2: Distribuição da amostra em relação a pontuação apresentada para o sinal/


sintoma diarréia

Fonte: Dados do pesquisador (100% = 116)

No que se refere ao item constipação, observa-se prevalência de


pontuação 00 (35%), equivalente a 41 participantes. Seguido pela pontuação 01
(33,6%) equivalente a 39 participantes, pontuação 03 (19,8%) equivalente a 23
participantes, pontuação 04 (7,7%) equivalente a 9 participantes e pontuação 02
(3,4%) equivalente a 4 participantes.

Gráfico 3: Distribuição da amostra em relação a pontuação apresentada para o sinal/


sintoma constipação

Fonte: Dados do pesquisador (100% = 116)


27

Quando questionados sobre o item inchaço e distensão abdominal houve


prevalência de pontuação 01 (37%) equivalente a 43 participantes. Seguido pela
pontuação 00 (25%) equivalente a 29 participantes, pontuação 03 (19,8%)
equivalente a 23 participantes, pontuação 02 (12%) equivalente a 14 participantes e
pontuação 04 (6%) equivalente a 7 participantes.

Gráfico 4: Distribuição da amostra em relação a pontuação apresentada para o sinal/


sintoma inchaço/ distensão abdominal

Fonte: Dados do pesquisador (100% = 116)

53,4% dos participantes assinalaram a pontuação 01 para o item arrotos e


gases intestinais, equivalente a 62 pessoas. Seguido de 21,5% para a pontuação 00
equivalente a 25 pessoas, 14,6% para a pontuação 03 equivalente a 17 pessoas,
6% para a pontuação 04 equivalente a 7 pessoas e 4,3% para a pontuação 02
equivalente a 5 pessoas.
28

Gráfico 5: Distribuição da amostra em relação a pontuação apresentada para o sinal/


sintoma arrotos/ gases intestinais

Fonte: Dados do pesquisador (100% = 116)


A pontuação mais apontada para o item azia foi 00 (55,1%) equivalente a
64 participantes. Seguido da pontuação 01 (25,8%) equivalente a 30 participantes,
pontuação 03 (11,2%) equivalente a 13 participantes, pontuação 02 (4,3%)
equivalente a 5 participantes e pontuação 04 (3,4%) equivalente a 4 participantes.

Gráfico 6: Distribuição da amostra em relação a pontuação apresentada para o sinal/


sintoma azia

Fonte: Dados do pesquisador (100% = 116)

38,7% dos participantes apontaram a pontuação 01 para o item dor


estomacal/intestinal equivalente a 45 pessoas. Seguido de 27,5% para a pontuação
29

00 equivalente a 32 participantes, 18,9% para a pontuação 03 equivalente a 22


participantes, 7,7% para a pontuação 02 equivalente a 9 participantes e 6,8% para a
pontuação 04 equivalente a 8 participantes.

Gráfico 7: Distribuição da amostra em relação a pontuação apresentada para o sinal/


sintoma dor estomacal/intestinal

Fonte: Dados do pesquisador (100% = 116)

O sintoma mais apontado pelos participantes foi inchaço/ distensão


abdominal, com um somatório de pontuação de 168. Seguido por dor estomacal com
um somatório de 162 pontos, constipação/ prisão de ventre com 152 pontos, arrotos
de gases com 151 pontos, azia com 94 pontos, náuseas e vômito com 81 pontos e
diarréia com 76 pontos.
30

Gráfico 8: Pontuação dos sintomas

Fonte: Dados do pesquisador

Segundo o Questionário de Rastreamento Metabólico, sempre que houver


10 ou mais pontos em uma seção do mesmo, é indicativo de hipersensibilidades
alimentares e/ou ambientais. Dentre os participantes 31% do total apresentaram
pontuação maior ou igual a 10.

Gráfico 9: Percentual de pontuação

Fonte: Dados do pesquisador

Da mesma forma deve-se observar a quantidade de pontuação “04”


assinalados, pois isto também pode ser um indicativo de hipersensibilidade alimentar
e/ou ambiental. Para o item constipação/prisão de ventre foi assinalada 9 vezes a
31

pontuação “04”, seguido do item dor estomacal com 8 pontuações “04”,


inchaço/distensão abdominal com 7 pontuações “04”, arrotos e gases intestinais
também com 7 pontuações “04” e azia com 4 pontuações “04”.
32

5 DISCUSSÃO

Este estudo demonstrou que para o sintoma náusea/vômito 8,6% dos


participantes assinalaram pontuação 03, que significa o aparecimento freqüente do
sintoma, sem efeito severo e 53,4% dos participantes assinalaram pontuação 00,
que caracteriza que nunca, ou quase nunca tiveram este sintoma. Este resultado
pode ser comparado com os resultados encontrados por Oliveira et al, 2006, que
mostram que 25% de sua população analisada (n = 3934, ≥ 20 anos) relatou o
aparecimento de náuseas uma vez por mês ou mais, por ano, e 19% relatou o
aparecimento de vômito nesta mesma freqüência.
Martins et al, 2009, demonstrou em seu estudo que ao analisar 908
prontuários de pacientes com média de idade de 39,48 anos (desvio padrão de
13,54 anos), sendo 43,61% do sexo feminino, 5,18% dos participantes queixaram-se
de diarréia. Dados que podem ser comparados com os obtidos neste estudo, já que
3,4% da população estudada apontaram pontuação 03 para diarréia.
19,8% dos participantes apontaram pontuação 03 para o sintoma
constipação, e 35% assinalou pontuação 00 para o mesmo item. Estes dados
podem ser comparados com os dados de Sartilho et al (2009). Que em seu estudo
entrevistou um grupo de 35 mulheres com idades entre 15 e 73 anos, e os
resultados mostraram que a prevalência de constipação intestinal entre as
entrevistadas foi de 34,2%. Oliveira et al (2006), avaliou a prevalência de
constipação intestinal em mãe de adolescentes matriculados em escolas de São
José dos Campos, SP. 322 mulheres foram entrevistadas, e 27,3% tinham
constipação. Segundo Santos (2005), a constipação intestinal crônica e a síndrome
do cólon irritável são duas doenças comuns e das mais freqüentes vistas nos
consultórios médicos, principalmente atingindo a população feminina.
No que se refere ao item inchaço e distensão abdominal, 19,8% dos
participantes assinalaram pontuação 03. Resultado que pode ser comparado ao de
Sartilho et al (2009). Que obteve prevalência de 57,1% para inchaço relacionado à
constipação. Segundo Santos, 2005, inchaço ou sensação de distensão abdominal é
um dos elementos essenciais para o diagnóstico da síndrome do cólon irritável.
Para o item arrotos/ gases intestinais 14,6% dos participantes apontaram
33

Pontuação 03. Segundo Silva et al, 2008 um dos efeitos adversos do consumo
exagerado de fibras é a flatulência. Davidson et al, 1998 em seu estudo observou
aparição de flatulência em indivíduos que consumiram dietas contendo 18g por dia
de FOS.
Quando questionados sobre azia (pirose), 11,2% dos participantes deste
estudo assinalaram pontuação 03. No estudo de Moraes et al, 2005 foram
analisados 13.959 indivíduos, com idade média de 36,9 para homens (± 15,0) e 39,6
para mulheres (± 15,1). Azia uma vez por semana esteve presente em 4,6% dos
participantes (637 indivíduos). Já no estudo de Nader et al, 2003, das 1.263 pessoas
entrevistadas, todas com mais de 20 anos, encontraram-se taxas de prevalências de
pirose de 48,2%, 32,2% e 18,2% para o último ano, mês e semana,
respectivamente. E todas as formas do desfecho pirose estavam associadas com o
sexo feminino, de maneira estatisticamente significativa.
Neste estudo 18,9% dos participantes assinalaram pontuação 03 para dor
estomacal/intestinal. Segundo Souza et al, 2008, dor abdominal é uma das principais
indicações para endoscopia digestiva alta na prática pediátrica, e em seu estudo
foram avaliados 21 pacientes, com idade entre 1 e 15 anos. Destes, 24%
apresentaram dor abdominal.
34

6 CONCLUSÃO

A disbiose é um problema sério, conseqüente dos hábitos mantidos nos


dias atuais. E pode ser relacionada com algumas patologias, como o aumento da
permeabilidade intestinal, a síndrome do intestino irritável em que o desequilíbrio da
flora intestinal chega ao ponto de impedir as funções normais do cólon, e
principalmente o câncer.
Os sintomas relacionados ao trato digestivo representam uma das
queixas mais comuns na prática clínica diária. Confirmando esta realidade foi
constatado em nossa pesquisa que 31% dos participantes apresentaram pontuação
relevante de acordo com o QRM. Ou seja, obtiveram mais que 10 pontos no bloco
relacionado ao trato GI.
Os dados levantados nessa pesquisa conferem na sua maioria com os
dados demonstrados pela literatura. O sintoma mais pontuado foi inchaço e
distensão abdominal, que foi assinalado por 75% dos participantes, desses 6%
assinalou pontuação máxima (04). O sintoma que mais obteve pontuação máxima
(04) foi constipação/ prisão de ventre, já que 7,7% dos participantes à assinalaram.
Evidências têm demonstrado que os alimentos probióticos e prebióticos
modulam positivamente a composição e a atividade da microbiota intestinal, com
conseqüentes efeitos benéficos sobre a saúde. A dieta constitui, portanto, um dos
aspectos essenciais que regula as espécies e a concentração da microbiota
entérica, além de influenciar a atividade metabólica destes microrganismos.
Os resultados obtidos nesta pesquisa, além de retratarem a prevalência de
sintomas relacionados à disbiose intestinal, servem como alerta para a população
estudada, que em sua maioria serão profissionais nutricionistas. Pois ressalta a
importância do acompanhamento nutricional e de uma criteriosa avaliação de sinais
e sintomas, para, dessa forma, agirmos promovendo saúde.
Vale ressaltar, com base na revisão bibliográfica elaborada para este
trabalho, que o intestino é um dos melhores indicadores com que se pode contar
para avaliar a saúde de um indivíduo. Cuidando melhor do sistema GI, melhora-se o
sistema imunológico e conseqüentemente, vive-se com mais disposição.
35

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ANEXO 1
39
40
41
42

ANEXO 2

TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO DO PARTICIPANTE

Estamos realizando um projeto para o Trabalho de Conclusão de Curso


(TCC) intitulado “Prevalência de sinais e sintomas de Disbiose Intestinal em
estudantes de um curso de uma universidade de Criciúma-SC”. O(a) sr(a) foi
plenamente esclarecido de que participando deste projeto, estará participando de
um estudo de cunho acadêmico, que tem como um dos objetivos avaliar tal
prevalência através da aplicação de um questionário aos participantes . Embora o(a)
sr(a) venha a aceitar a participar neste projeto, estará garantido que o(a) sr(a)
poderá desistir a qualquer momento bastando para isso informar sua decisão. Foi
esclarecido ainda que, por ser uma participação voluntária e sem interesse
financeiro o(a) sr(a) não terá direito a nenhuma remuneração. Desconhecemos
qualquer risco ou prejuízos por participar dela. Os dados referentes ao sr(a) serão
sigilosos e privados, preceitos estes assegurados pela Resolução nº 196/96 do
Conselho Nacional de Saúde, sendo que o (a) sr (a) poderá solicitar informações
durante todas as fases do projeto, inclusive após a publicação dos dados obtidos a
partir desta. Autoriza ainda a gravação da voz na oportunidade da entrevista.
A coleta de dados será realizada pela acadêmica Gabriela Elibio Fagundes
(fone: 91641773) da 7ª fase da Graduação de Nutrição da UNESC e orientado
pela professora Maria Cristina Gonçalves de Souza. O telefone do Comitê de
Ética é 3431.2723.

Criciúma (SC)____de______________de 20__.

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Assinatura do Participante

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