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“Mariano
Ferraz”
Disciplina: Eletricidade
Prof. Me. Paulo André
Filtro de
Frequência
Passa-Baixa RC
Introdução Teórica:
Filtros de frequência são circuitos que variam o seu ganho em função da frequência selecionando assim as
frequências de acordo com o tipo de filtro. Existem basicamente quatro tipos de filtros:
Filtros Passa-Baixa
Filtros Passa-Alta
Filtros Passa-Faixa
Filtros Rejeita-Faixa
Os filtros ainda se dividem em:
Filtros passivos: são os filtros que não amplificam as frequências selecionáveis;
Filtros ativos: são os filtros que amplificam as frequências selecionáveis.
Este relatório irá abordar os filtros passa-baixa passivos.
Filtro Passa-Baixa RC
Os filtros passa-baixa são circuitos que selecionam as frequências inferiores a frequência de corte, ou seja, para as
frequências menores que a frequência de corte o circuito apresenta um ganho de tensão próximo a um (𝐴𝑉 ≅ 1)
que corresponde a um ganho em decibel próximo de zero (𝐴𝑉[𝑑𝐵] ≅ 0).
O ganho adimensional igual a 1, ou em decibel igual a zero, significa que a tensão de saída é igual a tensão de
entrada, portanto, para as frequências inferiores a frequência de corte a tensão de saída é igual, ou próxima, ao
valor da tensão de entrada como mostra o Gráfico 1.
Gráfico 1: Resposta em frequência de um filtro passa-baixa.
Fonte: O autor
No Gráfico 1, também é possível notar a frequência de corte destacada em azul com o valor de 300Hz.
Circuito de um filtro passa-baixa RC:
A Figura 1 mostra o circuito do filtro Passa-baixa RC estudado neste trabalho.
in out
C
Fonte: ??
Neste circuito a frequência de corte é calculada pela Equação (2). A frequência de corte é o valor de frequência
que iguala as tensões do capacitor (VC) e a tensão do resistor (VR), fornecendo uma tensão de saída igual a
metade vetorial da tensão de entrada (𝑉𝑜𝑢𝑡 = 𝑉𝑖𝑛/√2). Nesta situação o ganho apresentado pelo circuito é igual
a 0,707 (AV=0,707) que corresponde a um ganho em decibel de -3dB (AV[dB]=-3).
1
𝑓𝑐 = 2. 𝜋. 𝑅. 𝐶 𝐸𝑞𝑢𝑎çã𝑜 (2)
Materiais Utilizados:
Os componentes e equipamentos utilizados na parte pática estão listados a seguir:
- Resistor de 100Ω; Capacitor cerâmico de 1𝜇F; Gerador de funções; Osciloscópio e protoboard.
Procedimentos:
A seguir serão descritos os procedimentos adotados no laboratório para se alcançar os objetivos propostos. Estes
procedimentos estão divididos em passos para a melhor compreensão das atividades elaboradas bem como seus
resultados.
1) Cálculos:
Antes de iniciar a parte prática se faz necessário calcular os valores que serão medidos a fim de se
conhecer previamente o que esperar dos resultados de medição. O circuito utilizado na montagem é
mostrado na Figura 2.
Figura 2: Circuito utilizado nos procedimentos práticos.
100
in out
1F
Fonte: O autor
Inicialmente foi calculado a frequência de corte por meio da Equação (2) obtendo o seguinte resultado:
1 1
𝑓𝑐 = = ⇒ 𝑓𝑐 = 1591,5𝐻𝑧
2. 𝜋. 𝑅. 𝐶 2. 𝜋. 100.1.10−6
Na sequência calculou-se os valores de ganho de tensão para várias faixas de frequência utilizando-se a
Equação (1). A seguir serão mostrados os cálculos para a frequência de 10kHz:
1 1
𝑋𝑐 = = = 15,915Ω
2. 𝜋. 𝑓. 𝐶 2. 𝜋. 10.103. 1.10−6
𝑅 100
𝐴𝑉 = = = 0,1572
√𝑅2 + 𝑋𝐶2 √1002 + 15,9152
𝐴𝑉[𝑑𝐵] = 20. log(𝐴𝑉) = 20. log(0,1572) = −16,07𝑑𝐵
As demais frequências foram calculadas da mesma forma e os resultados dos cálculos para cada
frequência são apresentados na Tabela 1.
Tabela 1: Resultados dos cálculos para cada faixa de frequência
Fonte: O autor.
Da mesma forma também foi plotado o diagrama de Bode para AV[dB] mostrado no Gráfico 3.
Fonte: O autor
Fonte: O autor
Ainda no ambiente de simulação, foi utilizado o instrumento virtual ‘Traçador de Bode’ (Bode Ploter),
conforme a Figura 4, que gera um gráfico mostrando a curva de Bode para o ganho em decibel.
Figura 4: Traçador de Bode no Multisim.
Fonte: O autor
Utilizando os recursos do software é possível explorar os resultados de simulação no qual foi gerado o
diagrama de Bode para AV[dB] conforme a Figura 5.
Figura 5: Diagrama de Bode para AV[dB].
Fonte: O autor
3) Montagem do circuito
O circuito proposto foi montado em uma placa do tipo matriz de contatos conhecida como protoboard,
conforme o esquema mostrado na Figura 6.
Ao Gerador
de Funções {
Fonte: O autor
O gerador de funções foi ajustado para onda senoidal com amplitude máxima e a frequência será alterada
de acordo com a Tabela 2
CH1 CH2
100
Gerador de
Funções ~ 1F
GND
Fonte: O autor.
Com as pontas de prova conectadas e o gerador de funções ligado, os próximos passos foram ajustar o
gerador para a frequência de um hertz (1Hz), medir e anotar a tensão de entrada e de saída. Na
sequência foi alterado a frequência para dez hertz (10Hz) e novamente medido e anotadas as tensões de
entrada e saída e assim sucessivamente para cada valor de frequência da Tabela 2.
Com os valores medidos de Vin e Vout foram calculados os ganhos de tensão práticos. A seguir serão
mostrados estes cálculos para a frequência de 10kHz:
𝐴𝑉 = 𝑉𝑜𝑢𝑡 2,48
== 0,15897
𝑉𝑖𝑛 15,6
𝐴𝑉[𝑑𝐵] = 20, log(989) = −15,97𝑑𝐵
As demais frequências foram calculadas da mesma forma.
A Figura 8 mostra o resultado da medição para a frequência de 10kHz obtida nesta etapa do
procedimento.
Figura 8-Medição de Vin e Vout para a frequência de 10kHz.
Fonte: O autor
Todos os resultados das medições, da simulação, dos valores calculados e do erro relativo entre o valor calculado
e medido do ganho de tensão foram compilados e são mostrados na Tabela 2.
Tabela 2- Compilação dos valores medidos, simulados e calculados.
Fonte: O autor
CH1 GND
100
Geradorde s
Funçõe ~ 1F
CH2
Fonte: O autor
A frequência do gerador foi inicialmente ajustada para a frequência de corte calculada, com o valor de
1590Hz, e o ajuste fino efetuado observando as tensões no capacitor e no resistor.
A frequência foi cuidadosamente sendo alterada até as tensões se igualarem, este valor de frequência é o
valor da frequência de corte prática. A tela de medição do osciloscópio foi salva em um pen-drive e o
resultado mostrado na Figura 10.
Figura 10 - Determinação prática de frequência de corte.
Fonte: O autor
Com o valor medido da frequência de corte, foram calculados os ganhos de tensão e o erro relativo entre
a frequência de corte calculada e medida conforme mostram os cálculos a seguir:
𝐴𝑉 = 𝑉𝑖𝑛 12,4
= = 0,7043
𝑉𝑜𝑢𝑡 17,6
𝐴𝑉[𝑑𝐵] = 20. log(1) = −3,04𝑑𝐵
𝑒𝑟𝑟𝑜 𝑟𝑒𝑙𝑎𝑡𝑖𝑣𝑜 [%] = | 𝑐𝑎𝑙𝑐𝑢𝑙𝑎𝑑𝑜 − 𝑚𝑒𝑑𝑖𝑑𝑜 1591,5 −
| . 100 | . 100 = 1,2%
𝑐𝑎𝑙𝑐𝑢𝑙𝑎𝑑𝑜 =| 1610
1591,5
Conclusão
Neste trabalho foi abordado o filtro de frequência passa-baixa tendo como dois principais
objetivos o de comprovar na prática a resposta em frequência de um filtro passa-baixa RC e verificar o
comportamento prático de um filtro passa-baixa RC na frequência de corte.
No filtro passa-baixa a tensão de saída se aproxima do valor da tensão de entrada para as frequências
menores que a frequência de corte, isso foi possível comprovar em laboratório conforme mostra os
resultados de medição e os gráficos gerados com base nos valores medidos. Além desta comprovação foi
possível verificar que os valores medidos ficaram muito próximos dos valores calculados apresentando
um erro máximo de 6,83%.
A simulação comprovou os valores calculados, uma vez que o software se baseia em cálculos para
apresentar os resultados, além disto, a simulação ajudou nos procedimentos práticos principalmente para
a análise da posição correta das pontas de prova no circuito.
A frequência de corte é fundamental para o entendimento do filtro pois é ela que determina o
que passa ou não. Nos procedimentos práticos foi fácil encontrar este valor uma vez que nela as tensões
do resistor e do capacitor se igualam e o valor encontrado no laboratório ficou muito próximo do valor
calculado apresentando um erro de 1,2%.
Por fim, foi possível verificar o funcionamento e a resposta de um filtro passa-baixa na prática
para o espectro de frequência de 1Hz até 1MHz e seu comportamento na frequência de corte. Este fato
colabora para demostrar a importância dos cálculos e como é possível prever o comportamento de um
circuito elétrico utilizando as equações.