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CARACTERÍSTICAS PATOLÓGICAS DE ESTRUTURAS


SUBMETIDAS A RECALQUES NO SOLO

Autor1 (Fabrício Rangel de Souza)


Autor² (Gerson de Marco)

Resumo: As consequências dos erros de projeto têm sucedido o aparecimento de diversos


tipos de patologias encontramos através de erros de execução ou do mal-uso de qualquer
edificação, com estudos podemos identificar quais suas origens e oque acarretaram a esse
estado. Com isso mostra a importância da identificação e o conhecimento sobre o solo, para
prevenir de qualquer anormalidade que possa acarretar a patologias, o estudo realizado com
ensaios nos permite a definir qual a melhor forma de se realizar a execução da fundação, em
todo o mundo temos vários tipos de solos, com isso podemos dizer que sem estudos e analises
estamos sujeito a erros, nesse trabalho demonstramos a importância dos ensaios para nos
auxiliar contra o possível aparecimento de patologias futuras na obra.

Palavras-chave: Solos, Patologias, Características Patológicas.

1 Graduando do Curso de Engenharia Civil da Universidade de Araraquara- UNIARA. Araraquara-SP. E-mail:


fabriciorangel31@gmail.com
1Orientador. Docente Curso de Engenharia Civil da Universidade de Araraquara- UNIARA. Araraquara-SP. E-
mail: gersondm@yahoo.com.br
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INTRODUÇÃO

Os variáveis tipos de solos, quando sofrem algum tipo de tensão fora da sua
capacidade, se deformam. Tipos de deformação, a dimensão das deformações e tempo para
sua estabilização geológica varia, dentre outros requisitos, os esforços aplicados, a umidade
em que o solo encontrasse e da propriedade do solo.

Contudo, encontramos alguns tipos de solos não saturados, quando ficam úmidos por
algum modo externo, sofrem com um repentino movimento que não se esperava, sob cargas
aplicadas praticamente constantes. Apresentando uma saturação de imediato no estudo
geológico pode provocar um colapso, solos que apresentam essas características são: solos
metaestáveis, subsidentes ou colapsíveis.

Com as possíveis deformações do solo devido à carga de compressão e da umidade


geológica, a parte estrutural e a própria fundação está sujeito ao recalque, onde a estrutura e
submetida a um desnivelamento que ocorre devido a baixa resistência do solo.
Consequentemente devido ao recalque iram apresentar esforços não previstos no cálculo da
estrutura, dependendo da grandeza do recalque podemos identificar patologias como, trincas,
rachaduras que poderão acarretar em condenação parcial ou ruina total da estrutura.

1 OBJETIVOS
Este artigo tem o objetivo de apresentar importância de ensaios para prevenir de
patologias, encontradas em estruturas submetidas a recalques no solo.

1.1 Justificativa
Com toda a fonte de pesquisa materias acadêmicos em que temos sobre fundações e
geotécnica, os problemas ainda ocorrem diariamente por falta de conhecimento ou falta de
auxílio, e encontramos em todos os tipos de estruturas.
Antes de dar início aos trabalhos na obra, e de estrema importância fazer o estudo
como ensaios de averiguação geológica, evitando que ocorram algum possível recalque e
patologia na construção.
A patologia estrutural e um estudo da debilidade da estrutura, para que, nos seus
diagnósticos e prognósticos, os estudos checam a possível causa da ruina analisando cada tipo
de estrutura, assim chegam a uma possibilidade de ruina da parte estrutural, onde podemos
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checar se é possível repara-la ou em alguns casos o comprometimento da estrutura é parcial


ou condenação total.
O estudo das características patológicas da engenharia estrutural geotécnica e
essencial para futuros acontecimentos na sociedade, em várias ações da justiça o estudo
patológico e primordial para resultados de investigações de ruína estrutural.
Considerando essas ideias, a preocupação com as edificações e seus estados de
segurança e importantíssimo. Sabendo que o possível aparecimento de patologia na estrutura
e um sinal de que o solo sofreu um deformabilidade e que com estudo poderia ter nos dado
uma análise geológica para não termos essa deformação.

1.2 Problema e Hípotese da Pesquisa


As patologias podem ocorrer em todos tipos de estruturas são consequências de falhas
de execução, por uma possível falta de análise geotécnica do solo, influenciando vários riscos
a construção e estado útil das fundações, até mesmo para as pessoas que fazem uso da mesma.
Uma fundação com seus ensaios realizados corretamente, poderá prevenir e garanti uma
segurança de qualquer recalque futuramente do solo, evitando a possível aparência de
patologias estruturais.

“O conhecimento de todas as possibilidades de problemas deve permitir uma


ação mais qualificada dos diferentes atores intervenientes na vida das
fundações, desde profissionais participantes das etapas de investigação,
projeto, contratação, fornecimento de materiais, execução e fiscalização do
trabalho, até os envolvidos em atividades de pós-construção, utilizando a boa
prática, a normalização vigente, empresas qualificadas, evitando assim o
surgimento de problemas” (MILITITSKY, J.; CONSOLI, N.; C. SCHNAID,
F.; 2008)

A função da fundação no conjunto da obra é circunstancial para que tenhamos


o aparecimento de patologias, pois como ela está recebendo diretamente as cargas da estrutura
e passando essas cargas para o solo, acaba ficando vulnerável aos recalques provocados por
solos não saturados.

1.3 Metodologia
A metodologia desse trabalho está baseada em uma pesquisa bibliográfica, sobre
hipótese, causas e princípios ligados á patologia de estruturas devido ao recalque em
fundações.
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2 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA

2.1 Fundação

Fundação é um elemento estrutural constituído de concreto armado, metálica ou


madeira apto a resistir a carga da edificação construída sob o elemento, distribuindo a carga
para o solo em um valor menor que sua capacidade de resistência característica do solo,
servindo assim como a conexão entre a estrutura e o maciço do solo mantendo-a estável e
segura, conforme destaca (MILITITSKY, J.; CONSOLI, N.; C. SCHNAID, F.; 2008):

“Fundação é um elemento de transição entre a estrutura e o solo, seu


comportamento está intimamente ligado ao que acontece com o solo quando
submetido a carregamento através dos elementos estruturais das fundações”
(MILITITSKY, J.; CONSOLI, N.; C. SCHNAID, F.; 2008).
“Uma fundação adequada é aquela que apresenta conveniente fato de
segurança à ruptura (da estrutura que a compõe e do solo afetado pela
transmissão das cargas) e recalques (deslocamentos verticais do terreno)
compatíveis com o funcionamento do elemento suportado” (MILITITSKY,
J.; CONSOLI, N.; C. SCHNAID, F.; 2008).

Existem diferentes formas de classificar os vários tipos de fundação. Uma das formas
é levar em consideração a profundidade da ponta ou da base do elemento estrutural de
fundação, o que origina a dois grandes grupos de fundação: as fundações rasas ou superficiais
(fundações por sapatas), e as fundações profundas (fundações por estacas ou tubulões)
(CINTRA, J. C. A.; AOKI, N.; ALBIERO, J. H.; 2011).

Uma outra forma de classificação das fundações considera a forma de transferência de


carga do elemento estrutural para o solo. No caso das fundações por sapatas, o carregamento é
transmitido unicamente pela base, o que resulta em uma fundação direta. Nas estacas, como
ocorre transferência de carga para o solo por atrito lateral ao longo do fuste, obtemos uma
fundação indireta, que usualmente no Brasil é chamado de fundações por estacas. (CINTRA,
J. C. A.; AOKI, N.; ALBIERO, J. H.; 2011).

2.2 Fundações indiretas

Segundo a norma NBR 6122/10, fundação indireta ou fundação profunda é o elemento


estrutural de fundação que transfere a carga proveniente da estrutura ao solo, através da
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resistência de ponta e da resistência lateral ou da combinação de ambas as resistências. A


norma NBR 6122/10 também define que a cota de assentamento do elemento estrutural de
fundação deve ser superior ao dobro da sua menor dimensão, e de no mínimo 3 metros.

Já os autores (CINTRA, J. C. A.; AOKI, N.; 1999), consideram como elemento


isolado de fundação o sistema composto pelo elemento estrutural de fundação e o solo que
envolve a estrutura. Desse modo, o elemento estrutural de fundação representa um elemento
do sistema de fundação que é composto pela superestrutura, estrutura de fundação e o maciço
do solo. Segundo os autores (HACHICH, W.; FALCONI, FREDERICO F.; et al. 1998), as
fundações profundas ou indiretas são separadas em três categorias estruturais principais:

estacas – elemento de fundação profunda executado com o auxílio de ferramentas ou


equipamentos, execução esta que pode ser cravação ou percussão, prensagem, vibração ou por
escavação, ou ainda, de forma mista, envolvendo mais de um desses processos;

tubulão – elemento de fundação profunda de forma cilíndrica, em que, pelo menos na


sua fase final de execução, há a descida de operário (o tubulão não difere da estaca por suas
dimensões, mas pelo processo executivo, que envolve a descida de operário);

caixão – elemento de fundação profunda deforma prismática, concretado na superfície


e instalado por escavação interna.

2.3 Fundações Diretas

Segunda a norma NBR 6122/10, fundação direta ou fundação rasa é o elemento


estrutural de fundação em que a carga é transmitida ao terreno, predominantemente pelas
pressões distribuídas sob a base da fundação, e em que a profundidade de assentamento em
relação ao terreno adjacente é inferior a duas vezes a menor dimensão da fundação. Incluem-
se nesse tipo de fundação as sapatas, os blocos, os radier, as sapatas associadas, as vigas de
fundação e as sapatas corridas.

Já os autores (CINTRA, J. C. A.; AOKI, N.; ALBIERO, J. H.; 2003) consideram que
a fundação direta é aquela em que a carga é transmitida ao solo, diretamente pela base do
elemento estrutural de fundação, onde que, para esse tipo de fundação, só é considerado a
resistência de ponta do elemento, a resistência lateral é descartada para fins de cálculo mesmo
que, fisicamente, seja aplicada na estrutura de fundação.
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Os autores (HACHICH, W.; FALCONI, FREDERICO F.; et al. 1998), acreditam que
as fundações rasas ou fundações diretas são caracterizadas por se apoiarem sobre o solo a uma
pequena profundidade em relação ao solo circundante. Do ponto de vista estrutural as
fundações diretas dividem-se em blocos, sapatas e radier.

2.4 Ensaios de Sondagem

Segundo os autores (CONCIANI, W.; SILVA, C. P. L. D.; et al. 2013) a sondagem é


um tipo de investigação geológica feita para saber que tipo de solo existente um terreno
possui, também é determinado a resistência do solo à carregamentos estruturais, as espessuras
das diferentes camadas do solo, a altura do nível de água e também a profundidade do leito
rochoso.

Os ensaios de sondagem são executados em campo, cujo é necessário um equipamento


específico para um determinado propósito de sondagem (SCHNAID, F.; ODEBRECHT E.;
2012).

“(...) Projetos de geotécnicos de qualquer natureza são, em geral, executados


com base em ensaios de campo, cuja medidas permitem uma definição
satisfatória da estratigrafia do subsolo e uma estimativa realista das
propriedades de comportamento dos materiais envolvidos. Novos e
modernos equipamentos de investigação foram introduzidos nas últimas
décadas, visando ampliar o uso de diferentes tecnologias a diferentes
condições de subsolo. Alguns equipamentos consistem na simples cravação
de um elemento no terreno, medindo-se sua penetração, ao passo que outro
são dotados de sensores elétricos para medir grandezas de força e por
opressão (...)” (SCHNAID, F.; ODEBRECHT E.; 2012).

Para os autores (SCHNAID, F.; ODEBRECHT E.; 2012), os ensaios de sondagem são
fundamentais para a saúde e segurança de uma obra, conforme destacam, a necessidade de um
profissional experiente no proceder de uma obra de terra devido à complexidade e a
possibilidade de um possível problema estrutural.

“(...) uma campanha de investigação geotécnica deve ser, portanto,


concebido por engenheiro geotécnico experiente, que possa ponderar os
custos e as características da obra com base na complexidade geológica e
geotécnica do local de implantação. No que se refere à complexidade da
obra, consideram-se aspectos como: tamanho, cagas, topografia, escavações,
rebaixamento do nível freático, obras vizinhas, canalizações etc. Aspectos
geológicos-geotécnicos referem-se à gênese do solo; geomorfologia;
hidrogeologia; sismicidade; presença de solos moles, colapsíveis ou
expansivos; ocorrência de substâncias agressivas, cavidades subterrâneas,
entre outros fatores (...)” (SCHNAID, F.; ODEBRECHT E.; 2012).
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Conforme é destacado pelos autores (SCHNAID, F.; ODEBRECHT E.; 2012),


existem três métodos e três categorias para a execução de uma investigação do solo em uma
situação usual, onde que, o profissional responsável, deverá levar em consideração o meio
físico e a dificuldade da obra.

“(...) a) Método I: executar uma investigação geotécnica limitada e adotar


uma abordagem conservativa no projeto, com altos fatores de segurança.
b) Método II: executar uma investigação geotécnica limitada e projetar com
recomendações baseadas em prática regional.
c) Método III executar uma investigação geotécnica detalhada. A. Categoria
I: estruturas simples e de pequeno porte, nas quais o projeto é baseado em
experiência e investigação geotécnica qualitativa.
B. Categoria II: estruturas convencionais que não envolvem riscos
excepcionais, em condições geotécnicas normais e cargas dentro de padrões
conhecidos]
C. Categoria III: estruturas que não pertencem às categorias I e II, incluindo
estruturas de grande porte associadas a risco elevado, dificuldades
geotécnicas excepcionais, cargas elevadas e eventos sísmicos, entre outros
fatores. (...)” (SCHNAID, F.; ODEBRECHT E.; 2012).

Figura 1 - Ensaios de sondagem mais usuais nos parâmetros brasileiro

Fonte: ( google imagens)


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2.4.1 SPT

O Standard Penetration Test – SPT é reconhecido na Engenharia de Fundações como o


método de ensaio de sondagem mais popular, frequente e econômico. É uma ferramenta de
investigação geotécnica utilizada em praticamente todo o mundo. Ele também se adequa
como indicativo da densidade de solos granulares e é aplicado também para a identificação da
consistência de solos coesivos. Os métodos corriqueiros de projeto de fundação diretas e
indiretas utilização sistematicamente os resultados do SPT, pois no Brasil o método é
utilizado em larga escala, devido ao fácil manuseio e custo para a realização do ensaio.
(SCHNAID, F.; ODEBRECHT E.; 2012).

O ensaio de sondagem SPT consiste em uma medida de resistência dinâmica fundida a


uma sondagem de simples reconhecimento do solo. A perfuração é obtida por tradagem e
circulação de água, utilizando-se um trépano de lavagem como ferramenta de escavação.
Amostras representativas do solo são coletadas a cada metro de profundidade por meio de um
amostrador padrão com diâmetro externo de 50mm. O procedimento de ensaio consiste na
cravação do amostrador no fundo de uma escavação, usando-se a queda de peso de 65kg de
uma altura de 750mm. O valor de Nspt é o número de golpes necessários para fazer o
amostrador penetrar 300mm, após uma cravação inicial de 150mm. (SCHNAID, F.;
ODEBRECHT E.; 2012)

Figura 2 - Ensaio de sondagem SPT

Fonte: (google imagens)


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2.4.2 CPT

Segundo os autores (SCHNAID, F.; ODEBRECHT E.; 2012), os ensaios de cone e


piezocone, conhecidos internacionalmente pelas siglas CPT (Cone Penetration Solo Índice de
resistência à penetração (Nspt) Designação Areia e silte arenoso < 4 Fofa 5-8 Pouco compacta
9-18 Mediamente compacta 19-40 Compacta > 40 Muito compacta Argila e silte argiloso < 2
Muito mole 3-5 Mole 6-10 Média 11-19 Rija > 19 Dura 51 Test) e CPTU (Piezocone
Penetration Test), respetivamente, esses ensaios se caracterizam internacionalmente como
uma das mais importantes ferramentas de sondagem da prospecção geotécnica. Os resultados
dos ensaios podem ser utilizados para a determinação estratigráfica de perfis de solos, a
determinação de propriedades dos materiais prospectados, principalmente em depósitos de
argilas moles, e a previsão da capacidade de carga para o dimensionamento de fundações
utilizado na engenharia civil.

Conforme destaca os autores (SCHNAID, F.; ODEBRECHT E.; 2012), O princípio do


ensaio de cone CPT é bastante simples, consistindo da cravação, no terreno, de uma ponteira
cônica (60° de ápice) a uma velocidade constante de 20mm/s ± 5mm/s. A seção transversal do
cone é, em geral, de 10 cm², podendo atingir 15cm² ou mais para equipamentos mais robustos,
de maior capacidade de carga, e 5cm² ou menos para condições especiais. Um dos principais
atrativos do ensaio CPT são o registro continuo da resistência à penetração, fornecendo uma
descrição detalhada da estratigrafia do subsolo, informação essencial à composição de custos
de um projeto de fundações, e a eliminação da influência do operador nas medidas de ensaio.

Figura 3 - Ensaio de sondagem CPTU

Fonte: (google imagens)


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2.5 Capacidade de carga

E determinado a capacidade de carga, quando a tensão de carga provoca a ruptura do


sistema de fundacão (elemento estrutural e solo) do qual cada elemento estrutural tem seu
limite de resistencia. Identificamos dois tipos de ruptura que mostra a capacidade de carga das
fundações: a ruptura convencional e a ruptura fisica.

De acordo com (CINTRA, J. C. A.; AOK, N.; 1999), a ruptura está diretamente
conectada com à ruina de uma fundação, de maneira que os danos são irreversíveis. Na
engenharia geotécnica, a ruptura física do solo (Pu) corresponde a uma carga (P) que, ao
sofrer um pequeno aumento de tensão, provoca recalques (r) excesssivos ou totais no
elemento de fundação.

A ruptura convencional, segundo (DÉCOURT, L., 1998), é a que possui maiores


definições de acordo com a escola inglesa de engenheria geotécnica, que comtempla, para as
fundações profundas do tipo estaca, como sendo a carga que equivale a um recalque de 10%
de seu diâmetro (para estacas de seção circular) ou de 10% do diamentro equivalente Deq,
para estacas de outra forma geométrica. O diãmetro equivalente Deq é dado por :

Deq = (4* A/π) 1/2”

E por fim, a capacidade de carga (carga de ruptura do elemento de fundação), de


acordo com (DÉCOURT, L.; 1998), de uma fundação profunda do tipo estaca é dado como o
menos valor entre a resistência estrutral do material que é composto o elemento estrutural de
fundação e a resistência do solo.

Apesar da capacidade de carga de uma fundação considerear o menor valor de


resistência entre a ruptura física e a ruptura convencional, na grande maioria dos casos de
colapso estrutural, o fator predominante na capacidade de carga de uma fundação é a
resistência do solo (DÉCOURT, L.; 1998)

2.5.1 Capacidade de carga do solo

Na engenharia a capacidade de carga de um elemento de fundação Pu se da através da


soma de duas parcelas isoladas:
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Pu = Rl + Rp

Onde:

- Rl: resistência lateral ao longo do fuste;

- Rp: resistencia de ponta.

A parcela da resistência de ponta Rp possui a definição do produto da capacidade de


carga do maciço de solo serve de apoio ao elemento estrutural de fundação σr pela área de
seção transversal da ponta ou base do elemento de fundação Ap (HACHICH, W.; FALCONI,
FREDERICO F.; et al. 1998).

Rp = σr . Ap

Já a parcela de resistência laterl Rl expressa como o produto do atrito/adesão unitário


médio do solo ao elemento estrutural de fundação Fs, med pela superfície lateral do fuste do
elemento de fundação Sl (HACHICH, W.; FALCONI, FREDERICO F.; et al. 1998).

Rl = Fs,med . Sl

3 PATOLOGIAS EM ESTRUTURAS

3.1 Interação solo-estrutura e as manifestações patológicas

Conforme é destacado pelos autores (THOUBURN, S; BURLAND, J. B.; et al.,


1989), o comportamento real das estrutura em contato com o solo envolve um processo que
começa com a fase de unício da contrução e terminando com um periodo de ajuste de tensões
da estutura sob o solo conforme destaca a figura abaixo.
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Figura 4 - Deslocamento durante a fase de construção

Fonte: (THURBURN, S.; BURLAN, J. B.; et al.; 1989)

(THORBURN, S.; BURLAND, J. B.; et al., 1989), uma decisão subjetiva pode ser
feita pelos projetistas para ignorar o mecanismo do comportamento estrutural do
conhecimento solo-estrutura, mas fisicamente a interação sempre ocorrerá e causando efeitos
patológicos que podem ser mais atenuantes devido à má interpretação de projeto. A decisão
de projetar uma estrutura com comportamento isolado ( sem levar em consideração a intenção
solo-estrutura) pode resultar em uma solução satisfatória desde que:

O solo sustentar o carregamento com deslocamento aceitáveis ou;

O solo possuir características que proporcionam rigidez e resistência adequada


para a fundação da edificação, sem que ocorra recalques.

De acordo com (THORBURN, S.; BURLAND, J. B.; et al., 1989), as fundações


profundas eram frequentemente empregadas para fornecer uma alta resistência aos
carregamentos das edificações, porém, esses tipos de fundação em alguns casos projetos
excessivamente indesejáveis como elevar o custo da obra e resultando em projetos
excessivamente conservadores em muitas situações.

O autor (THORBURN, S.; BURLAND, J. B.; et al., 1989) destaca que em edifícios a
interação solo-estrutura pode ser dividida em duas partes:

Estruturas flexíveis suportadas pelo solo - a estrutura é considerada flexível e


aplicável de carregamentos de uma maneira uniformemente distribuída sobre os
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elementos. Se os cálculos geotécnicos convencionais os seus elementos podem suportar os


deslocamentos devido a elasticidade estrutural.

Estrutura rígidas suportadas pelo solo - a estrutura é considerada rígida levando em


consideração a influência modificadora do progresso de estágios de construção. Deve ser
previsto no cálculo estrutura uma deslocabilidade do solo para que não haja patologias
devido a rigidez da estrutura.

Figura 5 - Exemplo de esforços de cálculo em uma estrutura de concreto armado:


(1) cargas devidas ao peso próprio, paredes, revestimentos e sobrecargas; (2) cargas
devidas a ação do vento; (3) empuxos do solo; (4) empuxo hidrostático.

Fonte: (JÚNIOR, O. G. D. H.; 2002).

Conforme (BURLAND, J. B.; 1977), o autor afirma que, uma certa quantidade de
fissuras em estruturas de concreto armado é praticamente inevitável, levando em consideração
que a obra deve ser econômica. Por esse motivo sua conclusão é de que o problema de
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combate ás consequências dos requalques frequentemente pode ser resolvido projetando um


edifício para acondicionar esses movimentos provindos da fundação, e não para resisti-los.

O autor (JÚNIOR, O . G. H.; 2002) destaca que, a identificação dos problemas


patológicos permite, identificar, para possíveis casos judiciais quem cometeu as falhas em
uma determinada etapa da obra. Chegando a possível levantamento se ocorreram falhas no
início dos projetos, ou se os projetistas falharam, se for por causa dos matérias os
fornecedores são responsável, se na etapa de construção ocorrer falhas por parte dos
colaboradores e fiscalização, ou por deixar de ser feito pelo construtor, na etapa de uso, as
falhas podem aparecer na fase de manutenção e operação.

Levantamentos aponta que problemas patológicos nas edificações são originados nas
fazes de planejamento. Falhas desse tipos são mais graves que as relacionadas à quantidade
dos matérias e aos métodos construtivos. Por falta de investimentos dos proprietários , faz
com que a busca de projetos mais baratos influenciam muitas vezes na necessidade de
adaptações durante a fase de execução e ao decorrer problemas funcional e estrutural.
(JÚNIOR, O. G. H.; 2002)

Tabela 1 - Na tabela abaixo mostra percentuais de causas de manifestações


patológicos em uma edificação.

Fonte: (JÚNIOR, O. G. H.; 2002).

3.2 Patologia em estruturas de concreto armado

Com o desenvolvimento do concreto armado o material cresceu no mercado, deu um


grande salto no século XX, como a inovação do uso de barras de aço no interior do material
formado por água, areia e pedra. Suas principais vantagens:
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Material econômico e disponíveis em âmbito global;

Facilidade no manuseio, permitindo as mais diversas formas geométricas;

Alta resistência ao desgaste mecânico e à ação das intempéries;

Resistência à temperatura (ação do fogo)

Alto peso específico ( 2,5t/m³), o aumento no valor da obra e não pode ter vãos
muito grandes.

Como o concreto armado não absorve a inversão de esforços, e se a estrutura


submeter a recalque de grande ou baixa magnitude, os cálculos da estruturas podem se
modificar, com essas possibilidades pode ocorrer que a solicitação seja maior que a
resistência dessa estrutura e, pode aparecer trincas e fissuras nas estruturas.

As patologias em concreto são bem visíveis se forem analisadas por profissionais


com experiencia na área, possibilitando deduzir a natureza, a origem e mecanismos
envolvidos, assim como as consequências. Normalmente aparecem fissuras, trincas,
rachaduras e fendas nos elementos de concreto armado.

Fissura apresenta uma linha que é visível na superfícies de qualquer material


sólido, com espessura de até 0,5mm.

Trinca apresenta uma linha proveniente de uma possível ruptura da massa do


concreto, com espessura de 0,5mm a 1,00m.

Rachadura apresenta uma abertura acentuada de sua massa, podendo ter


espessura de 1,00mm a 1,5m.

Fenda apresenta uma abertura expressiva, com espessura superior a 1,5mm.

Conforme o autor (JÚNIOR, O. G. H.; 2002) destaca, são vários os problemas em uma
estrutura podendo ser de grande complexidade. Alguns defeitos localizados de pouca
importância podem não afetar a estruturas e podem ser identificados rapidamente sem a
necessidade de estudos laboratoriais.

Entretanto existe defeitos, que além de uma análise do projeto, e um histórico da


estrutura, são pegas todas a informações que possam apontar as possíveis causas que levaram
a estrutura a tais patologias. (JÚNIOR, O. G. H.; 2002)

Segundo os autores (MILITITSKY, J.; CONSOLI, N.; C. SCHINAID, F.; 2008) ao


analisar varias situações de trinas e fissuras apresentadas que podem ocorrer na estrutura de
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concreto armado, as patologias apresentam direções diferenciadas dependendo do seu tipo de


fundação, as trincas apontam para a parte que não sofreu recalque. Essa observação pode
servir de ferramenta, para um perito, podendo indicar por exclusão onde pode ter ocorrido o
abalo.

Normalmente as fissuras são inclinadas, parecidas com fissuras causadas por deflexão
de componentes estruturais, podemos observar também outras características das trincas como
o esmagamento na forma de escamas e mudança nas aberturas da fissura .

Figura 6 - Fissuras típicas causadas por recalque de fundações de pilares internos

Fonte: (MILTITSKY, J.; CONSOLI, N.; C. SCHNAID, F.; 2008).

Figura 7 - Fissuras em parede portante com recalque na extremidade

Fonte: (MILITITSKY, J.; CONSOLI, N.; C. SCHNAID, F.; 2008).


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Figura 8 - Fissuras em pilar de concreto armado provocado pelo recalque

Fonte: (OLIVARI, G.; 2003).

Conforme destaca (MILITITSKY, J.; CONSOLI, N.; C. SCHNAID, F.; 2008), apesar
de efeitos diferentes e movimentos causados por outra origem que não seja os deslocamentos,
deixam mais difícil a definição dos movimentos a partir apenas de fissuras e trincas na
edificação.
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CONCLUSÃO

O presente trabalho demonstra as características encontradas nos solos, afim de evitar


patologias, apresentando ferramentas como ensaios laboratoriais de estudo do solo, com o
intuito de minimizar acidentes ou catástrofes. No mundo todo existe vários tipos de solos, por
esse motivo estamos sujeitos a erros constantes sem o estudo correto do solo, estudo como a
sondagem proporciona uma caracteristica correta do solo.

Com o estudo do solo e suas características, podemos minimizar e eliminar


deformabilidades que podem ocorrer no terreno, essas deformações são consequência da falta
de conhecimento e estudo do solo, ensaios como SPT, CPT e outros, são primordiais no inicio
de uma obra.

Quando caracterizado uma patologia, deve ser realizado um estudo da segurança da


estrutura submetida ao recalque, para garantir o bem estar dos ocupantes e da estrutura, assim
devemos realizar um relatório de controle da movimentação da edificação para
acompanhamento e para a segurança.

Diante dos estudos foi observado que são muitos os problemas que estão relacionados
a patologia, podendo ser evitados, se houvesse planejamento por parte dos responsáveis pela
obra, a partir de projetos bem elaborados, mão de obra especializada, e além do estudo
geotécnico que pode ser realizado do solo, para obter maiores informações de onde está sendo
realizado o trabalho.

É muito importante que um engenheiro civil perito em patologia, contribua para o


planejamento e projeto de uma obra, desta forma, evitando e minimizando todos os possíveis
problemas que possam vir a ocorrer.
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REFERÊNCIAS

ABNT (ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS). NBR 6122/10 Projeto e


execução de fundações. Rio de Janeiro, 2010.

ABNT (ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS). NBR 6484/01 Sondagens de


simples reconhecimento com SPT – Método de ensaio. Rio de Janeiro, 2001.
BURLAND, J. B.; Behaviour of foundations and structures. In: INTERNATIONAL
CONFERENCE ON SOIL MECHANICS AND FOUNDATION ENGINEERING. Japanese Society
of Soil Mechanics and Foundation Engineering, Tokyo, 1977.

DÉCOURT, L.; Ruptura de Fundações e coeficientes de segurança a luz do conceito de rigidez.


Volume 3, Anais do XI Congresso Brasileiro de Mecânica dos Solos e Engenharia de Fundações,
Brasília/DF, 1998.

CINTRA, J. C. A.; AOKI, N.; Carga admissível em Fundações Profundas. 1ª Edição, São Carlos,
Editora Rima, 1999.

CINTRA, J. C. A.; AOKI, N.; ALBIERO, J. H.; Tensão admissível em Fundações Diretas. 1ª
Edição, São Carlos, Editora Rima, 2003.

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