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E-Book O Apocalipse Revelado
E-Book O Apocalipse Revelado
O Apocalipse Revelado
SUMÁRIO
O Apocalipse Revelado 3
1. APOCALIPSE:
A GRANDE REVELAÇÃO DE JESUS CRISTO.
O último Livro da Bíblia Sagrada é fascinante. Não há quem não se interesse em descobrir os mis-
térios da grande revelação da verdade de Deus numa vívida e rica linguagem simbólica.
A dificuldade em compreendê-lo está justamente nesta linguagem que utiliza símbolos proféticos
para revelar o futuro e a vontade de Deus para Seu povo, além de convidar todos, sem exceção de
raça ou cor, para fazerem parte deste conhecimento que liberta e salva.
Entretanto, é dentro da própria Bíblia onde encontramos a chave da interpretação para todos os sím-
bolos contidos na mesma. Verificaremos que à luz da Palavra de Deus não há segredo que não seja
desvendado, afinal o significado da palavra Apocalipse é Revelação. Apesar de muitos afirmarem
que este magnífico livro é incompreensível, pois estaria selado, isso é desmentido por um anjo de
Deus que ordenou ao apóstolo João não o selar (Apocalipse 22:10).
Até chegar em nossas mãos, o livro do Apocalipse passou por 5 (cinco) etapas: (Deus, Jesus Cristo,
Anjo, João e os Servos):
Nos primórdios, Deus revelava, aos Seus servos, os profetas, o futuro de Sua igreja/povo, através de
sonhos, visões e de mensageiros celestiais, que se dirigiam aos destinatários e apregoavam a mensagem,
mas ao Apóstolo João mandou que escrevesse num livro, tudo o que estava vendo e ouvindo:
O Imperador Domiciano, numa perseguição religiosa aos “cristãos”, decretou a prisão do apóstolo
João, que deveria cumprir sua pena trabalhando, forçadamente, na rochosa ilha de Patmos. Foi nes-
ta prisão à prova de fugas e sofrendo privações e agruras que esse Servo de Deus escreveu o Livro
do Apocalipse.
Eu, João, que também sou vosso irmão, e companheiro na aflição, e no reino, e paciência de Jesus
Cristo, estava na ilha chamada Patmos, por causa da palavra de Deus,
e pelo testemunho de Jesus Cristo.
Apocalipse 1:9
A bênção da bem-aventurança (felicidade) está reservada para os examinadores deste livro, tanto
para quem lê, como para quem ouve as preciosas profecias deste livro.
O fato do Livro do Apocalipse conter muitos símbolos, não significa que são ininterpretáveis. Para
alguns símbolos, é possível encontrar neles mesmos o próprio significado, para os demais nos ou-
tros livros da Bíblia, vejamos:
O Apocalipse Revelado 5
Uma recorrente pergunta para os estudantes das profecias apocalípticas é: “Por que Deus resolveu
dar a revelação em símbolos ao invés de uma linguagem direta?” Essa mesma pergunta fizeram a
Cristo quando perceberam que Ele ensinava através de Parábolas, e Sua resposta foi reveladora: A
palavra de Deus só é entendida por Seus servos fiéis. Os demais, professos cristãos, veem e ouvem,
mas não compreendem.
Jesus Cristo utilizava toda as escrituras para interpretar os símbolos e tipos que O descreviam nas
profecias e promessas bíblicas. Interpretar a Bíblia pela Bíblia é o correto e verdadeiro.
Moisés escreveu os primeiros 5 (cinco) livros da Bíblia, conhecidos como Pentateuco (Gênesis,
Êxodo, Levítico, Números e Deuteronômio), e em seguida os demais patriarcas e profetas escreve-
ram o restante das escrituras ao qual se referiu em Sua pregação. Assim como Cristo é o centro da
mensagem nas escrituras a qual se referiu (Velho Testamento); no Apocalipse não é diferente. Logo
no primeiro verso é possível ler: “Revelação de Jesus Cristo...”
No primeiro capítulo é feita uma descrição majestosa de Jesus Cristo, como introdução ao Livro.
Jesus é nos apresentado em glória e majestade. Símbolos que revelam Sua realeza: poder, riquezas,
sabedoria, santidade...
No Apocalipse são mencionados vários livros. O Livro da vida (Apoc. 3:5); Outros Livros (Apoc.
20:12), Livro do Cordeiro (Apoc. 13:8), e ao final da Revelação é mencionado o Livro da Vida do
Cordeiro.
E não entrará nela coisa alguma que contamine, e cometa abominação e mentira; mas só os que
estão inscritos no livro da vida do Cordeiro.
Apocalipse 21:27
6 O Apocalipse Revelado
A mais impressionante visão que João tem está no capítulo 4 e 5, quando o Pai assentado no trono
está a espera de um ser que tenha todos os atributos necessários para abrir o livro dos sete selos
que está em Sua mão, mas ninguém, em todo o universo foi encontrado. João se desespera e chora
muito. É nesse instante que toda a atenção se volta para Cristo – o Cordeiro de Deus:
“E olhei, e eis que estava no meio do trono e dos quatro animais viventes
e entre os anciãos um Cordeiro, como havendo sido morto,...E veio, e tomou o livro da destra do
que estava assentado no trono.”
Apocalipse 5:6,7
Esta visão do Apocalipse está em harmonia com toda a verdade bíblica compreendida e ensinada
pelos demais apóstolos:
O Apocalipse apresenta Jesus Cristo, como o Filho de Deus, herdeiro de tudo, que deixando o “pos-
to” de grande príncipe e arcanjo (chefe e comandante de todos anjos) assume o trono de Rei dos
reis e Senhor de todos os senhores. (Apocalipse 1:5; Daniel 12:1; Atos 5:31; Isaías 9:6; Apocalipse
12:7; 19:15,16).
De forma impressionante, Jesus confessa que é o início de tudo o que veio a existir, oriundas das
mãos de Deus, o Pai. Em completa harmonia com Sua afirmação de que nasceu (foi gerado) do Pai.
(João 18:37; 17:8; Hebreus 1:5)
Jesus é a razão de tudo existir. É verdadeiro e poético afirmar que Jesus é o princípio de tudo. Ele é
o primeiro a ser trazido a existência, do Pai, por geração e não por criação como as demais criaturas
racionais – anjos e homens. E, nEle se finda o império do mal, do pecado e da morte. Ele também
é o fim (objetivo final) da busca do homem. Ele se auto intitula, no Apocalipse, de Alfa e ômega,
primeiro e último, princípio e fim (Apocalipse 22:13; 21:6; 2:8; 1:11; 1:8).
– Ele é o único que pode nos dar acesso a árvore da vida. (Apocalipse 2:7)
– Ele é o único que tem os 7 espíritos (onipresença) de Deus. (Apocalipse 3:1)
– Ele é o único que tem o poder de escrever ou de apagar um nome do Livro da Vida. (Apoc. 3:5)
– Ele é o único que tem as chaves da vida e da morte. (Apocalipse 3:7)
– Ele foi o único capaz de pegar o Livro dos Sete Selos da mão do Pai e abrir, dando continuidade
a história do resgate da humanidade. (Apocalipse 5:2-7)
– Ele é o único, além do Pai, a receber adoração. (Apocalipse 5:8 e 13)
– Ele é o único que reinará juntamente com o Pai. (Apocalipse 11:15)
O Apocalipse Revelado 7
– Ele é o único, além do Pai, que pode derrotar Satanás. (Apocalipse 12:7-9)
– Ele é o único, além do Pai, que selará as mentes dos fiéis, que vencerão a Besta e sua imagem,
com o Seu nome. (Apocalipse 14:1)
– Ele é o grande vencedor da peleja contra os Dez Chifres e a Besta. (Apocalipse 17:14)
– Ele é o único noivo que terá seu casamento celebrado pelo Pai, com a noiva – igreja resgatada.
(Apocalipse 19:7)
– Ele é o único que pode ser chamado de Verbo de Deus. (Apocalipse 19:13)
– Ele é o único que recebeu do Pai a herança máxima de ser chamado Rei dos reis e Senhor dos
senhores. (Apocalipse 19:16)
8 O Apocalipse Revelado
2. A VERDADEIRA DIVINDADE
REVELADA NO APOCALIPSE.
No Livro da Grande Revelação não poderia ser excluída a principal de todas as doutrinas – A Di-
vindade. Em consonância com toda a verdade compreendida e ensinada pelos Apóstolos, inspira-
dos pelo espírito de Cristo, está todos os escritos do Apocalipse. No Apocalipse nos é apresentado
o Pai, como o único Deus, conforme ensinou o Apóstolo Paulo (1 Coríntios 8:6), os demais após-
tolos e profetas, e como ensinou o próprio Filho Jesus (João 17:3).
No primeiro verso já é possível identificar essa relação hierárquica e harmoniosa entre Deus, Seu
Filho Jesus, anjos e homens. Um Deus detalhista quanto a isso – hierarquia. Cristo faz questão de
nos apresentar essa importância, afinal a revelação é dEle; foi dada a Ele, pelo Pai.
O Apocalipse Revelado 9
“Há um só Deus: Pai, Filho e Espírito Santo, uma unidade de três Pessoas coeternas. Deus é
imortal, onipotente, onisciente, acima de tudo e sempre presente. Ele é infinito e está além da
compreensão humana, mas é conhecido por meio de Sua auto-revelação. Para sempre é digno
de culto, adoração e serviço por parte de toda a criação.”
No Apocalipse encontraremos:
1. Três pessoas divinas? Não!
2. Três pessoas divinas e coeternas? Não!
3. Três pessoas divinas e iguais em poder (hierarquia)? Não!
4. Pelo menos duas pessoas iguais em poder (hierarquia)? Não!
5. A suposta terceira pessoa (espírito santo) da trindade é mencionada no
Apocalipse? Não!
6. Se Cristo é o Deus eterno (o Pai), e infinito como diz a definição acima, porque o próprio Cristo
refere-se a Si mesmo como: Princípio e fim?
7. Se o espírito santo é uma pessoa e digno de culto e adoração, porque é esquecido quando o Pai
e o Filho são adorados?
Estas e outras perguntas serão respondidas no Livro do Apocalipse e pela luz dos demais livros da Bíblia.
A suposta pessoa do “Espírito Santo” é esquecida na visão mais importante do apóstolo João. Ima-
gine a cena: o Pai (Ao que está assentado sobre o trono); o Filho (e ao Cordeiro); os 24 anciãos; os
4 seres viventes; os anjos; todos os homens salvos, formando uma grande multidão, inumerável...
João vê todo mundo, menos a “pessoa” do espírito santo. No momento mais importante da história,
quando todo mundo, de todas as épocas estão “comemorando” a salvação, no maior culto de ação
de graças de toda a eternidade, João não vê o espírito santo – pessoa. Logo, a suposta terceira pes-
soa da “trindade” não é digna de culto e adoração.
A autoridade e poder do Pai é inigualável. Não há ninguém igual ao Pai em poder e glória. Todo o
poder e glória do Filho de Deus, Jesus Cristo, foi dada pelo Pai. Logo, se Cristo não possuía antes,
para ter que receber, não é igual ao Pai, é diferente e inferior em hierarquia, como sugere toda a Bíblia
e Ele mesmo. Esse tema é tão importante que Cristo quando fala dessa diferença, na hierarquia e da
superioridade de Deus, O Pai, Ele sempre repete várias vezes, para despertar as mentes cativadas pe-
los erros da pregação enganosa. O Próprio Cristo chama o Pai de Seu Deus: (E repete 4 vezes):
“A quem vencer, eu o farei coluna no templo do meu Deus, donde jamais sairá;
e escreverei sobre ele o nome do meu Deus,
e o nome da cidade do meu Deus, a nova Jerusalém,
que desce do céu, da parte do meu Deus,
e também o meu novo nome.”
Apocalipse 3:12
10 O Apocalipse Revelado
Você já viu um “Deus único” (1 Timóteo 2:5; Gálatas 3:20; 1 Coríntios 8:6; João 17:3; Isaías 44:8 e
45:5) ter outro Deus superior a si mesmo? A ideia que Deus, O Pai, e Jesus Cristo sejam uma única
pessoa em poder, glória... Vai de encontro (em conflito) a toda a verdade exposta no Apocalipse e
no restante da Bíblia.
Tudo o que Cristo tem foi dado pelo Pai. O próprio Cristo repete essa verdade de forma incansá-
vel. Só na oração do capítulo 17 do Livro de João, autor do Apocalipse, Jesus repete 14 (catorze)
vezes, “o Pai me deu”:
DISSE JESUS:
– O Pai é maior do que eu . (João 14:28)
– O Pai tem a vida em Si mesmo, mas o Filho só tem porque o Pai lhe deu. (João 5:26)
– O Filho [Jesus] não pode fazer nada de Si mesmo. Só faz se o Pai fizer primeiro. (João 5:19,20)
– Eu não posso fazer coisa alguma de mim mesmo. (João 5:30)
– Se Eu der testemunho de mim mesmo, não é verdadeiro. (João 5:31)
– Como podeis crer, vós que recebeis glória uns dos outros e não buscais a glória que vem do único
Deus? (João 5:44)
O próprio Jesus, no Apocalipse, nos revela que todos os seres celestiais sabem que Cristo, o Filho
de Deus, pertence ao Pai, numa linguagem pura e simples de obediência e submissão, chancelando
a verdade hierárquica que destrói a estrutura teórica da trindade.
A relação de amor e obediência entre Pai e Filho no Apocalipse é marcante. O Filho vive para glori-
ficar o Pai, e o Pai devolve essa glória para o Filho, em reconhecimento aos méritos do Filho amado.
No Apocalipse é encontrada alguma menção a três pessoas da trindade ou apenas ricas referências
ao Pai e ao Filho?
O Apocalipse Revelado 11
OS NOMES DE QUEM SÃO LEMBRADOS?
OS DO PAI E DO CORDEIRO, SOMENTE!
Porque a suposta pessoa do espírito santo foi esquecida por Jesus ao apresentar inúmeras visões a
João, se a teoria que apresenta sua existência como uma pessoa da divindade reza que ela seria um
agente ativo para a salvação dos povos?
“Estes são os que não se contaminaram com mulheres; porque são virgens.
Estes são os que seguem o Cordeiro para onde quer que vá.
Estes foram comprados dentre os homens para serem as primícias
para Deus e para o Cordeiro.”
Apocalipse 14:4
“Ao que vencer, eu lhe concederei que se assente comigo no meu trono.”Apocalipse 3:21
Pai e Filho têm tronos (símbolos de poder)... Onde está o trono da suposta terceira pessoa da
Trindade?
A Luz da Cidade Santa procede do Pai (Fonte de tudo), e resplandece através do Filho, e mais
ninguém participa dessa iluminação. Não é estranho que a suposta terceira pessoa da trindade não
apareça em nenhuma cena marcante da salvação, adoração, selamento, eternidade...?
“A cidade não necessita nem do sol, nem da lua, para que nela resplandeçam,
porém a glória de Deus a tem alumiado,
e o Cordeiro é a sua lâmpada.”
Apocalipse 21:23
12 O Apocalipse Revelado
O Templo da Cidade Santa é o Próprio Deus e o Cordeiro, e mais ninguém.
Na cena do julgamento final, onde será empregada a grande sentença da segunda morte; menciona-
do pelo profeta Isaías como o estranho ato de Deus (Isa. 28:21), portanto um momento marcante,
de elevada importância para a história. Novamente, apenas o Pai e o Filho (Cordeiro) são mencio-
nados (os santos anjos também), mas a terceira pessoa, novamente, não está na cena. Jesus teria
esquecido? Jesus é desses que se esquece de uma “pessoa” tão importante? Jesus é desses que não
dá honra a quem merece honra?
Moisés e Jesus compõe um louvor de adoração ao Pai, mas a suposta terceira pessoa da Trindade
não aparece, nem compondo, nem sendo adorado.
Um momento marcante: Cristo apresenta diante do Pai a multidão dos salvos. Jesus promete Con-
fessar (pronunciar em honra) os nomes dos salvos diante do Pai, e até dos anjos, mas a suposta
terceira pessoa da trindade nunca está presente.
Existe no Apocalipse um verso, sequer, falando do espírito santo? Existe, mas nem de longe pode
ser interpretado como uma pessoa. Refere-se a presença (onipresença) de Deus, em plena harmonia
com a verdade descrita por Davi no Salmo 139.
“Nisto vi, entre o trono e os quatro seres viventes, no meio dos anciãos,
um Cordeiro em pé, como havendo sido morto, e tinha sete chifres e sete olhos,
que são os sete espíritos de Deus, enviados por toda a terra.”
Apocalipse 5:6
O Apocalipse Revelado 13
Quem é a Pessoa que tem o espírito santo dentro de Si? Muitos confundem o espírito santo com
uma pessoa, porque não enxerga o Seu possuidor. Que personalidades estão “por trás” do espírito
santo? O Pai e o Filho! Há abundância de versos, sempre em harmonia com o contexto. O espírito
de Deus não pode ser uma pessoa, pois habita dentro de Deus, assim como no homem. Paulo, pra-
ticamente desenha para quem quiser entender:
O Apocalipse revela a comunhão dos salvos e anjos, apenas com o Pai e o Filho. Este ensinamento
está em perfeita harmonia ao ensinado, outrora, pelo mesmo autor.
14 O Apocalipse Revelado
3. UMA PELEJA NO CÉU
ENTRE CRISTO E SATANÁS
O Livro do Apocalipse atrai muitas pessoas pelo seu conteúdo de mistério em relação ao futuro.
A expectativa por saber em detalhes o que nos sucederá fascina a mente de muita gente. Todavia,
este livro, considerado por muitos como um resumo, sintetizado, da história do universo, não fala
somente do futuro. É mostrado a João o que aconteceu antes da criação do mundo e o pecado en-
trar na terra e nos seres humanos. João viu, em símbolos, o primeiro conflito, no céu, entre Cristo
e Satanás. Para entender o futuro é imprescindível estudar o passado, pois a Palavra da sabedoria
afirma que tudo se repete (Eclesiastes 1:9).
Dois grandes símbolos são mencionados para representar Cristo e Satanás. Um Dragão vermelho e
o chefe e comandante dos anjos, o Arcanjo Miguel.
Que outro anjo no céu poderia enfrentar Lúcifer, o maior de todos os anjos? Não se tratava exatamente
de enfrentar um anjo, pois isso seria muito fácil para o Deus Todo-Poderoso e Seu Filho amado. Não
se tratava de uma guerra comum, como ocorria na idade medieval, que dois grupos de homens enfilei-
rados se digladiavam até que o mais forte se sagrasse vencedor. Por trás (por dentro) de Lúcifer havia
um inimigo maior que ele mesmo: o pecado, que nem ele mesmo conhecia completamente, pois ao
primeiro momento foi enganado, achando que sendo conhecedor do bem e do mal, seria como o Deus
Todo-Poderoso (Gênesis 3:5). “Miguel” é mais um dos muitos nomes dados a Cristo. Deus, o Pai, só
tem um herdeiro, chamado de o Grande Príncipe (Daniel 12:1; 10:21 e Judas 9). O Grande Príncipe
de Deus era o único que podia enfrentar a terrível arma, espada, do engano que saia da boca do Diabo,
conhecido, também, como o príncipe deste mundo (João 12:31 e 16:11).
O Apocalipse Revelado 15
No Livro de Ezequiel, outro livro profético, também repleto de símbolos, pega-se emprestado a
figura metafórica do Príncipe da cidade de Tiro para revelar as honras que Deus, o Pai, conferiu a
esse traidor e usurpador. É mostrada a Ezequiel toda as honras em volta dele e o privilégio de estar
próximo a glória de Deus. Cita também sua passagem pelo Jardim do Éden, onde iniciou sua terrí-
vel obra contra a humanidade, vejamos:
Ao profeta Isaías também foi revelado o intento do coração de Lúcifer. Ele cobiçou ser igual a
Deus. Queria ser Divino; ser adorado.
Lúcifer vira Satanás e perde a guerra contra Cristo e é expulso dos céus. Jesus afirmou isso clara-
mente aos Seus discípulos. De Lúcifer – portador da luz do Eterno, passou a ser conhecido (des-
mascarado):
“O grande dragão foi lançado fora. Ele é a antiga serpente chamada diabo ou Satanás, que en-
gana o mundo todo. Ele e os seus anjos foram lançado à terra.”
Apocalipse 12:9
O Diabo não conseguiu usurpar o Governo celestial, pois o engano e a mentira não pode atingir
Deus, o Pai, e Seu Filho Jesus Cristo. Revelando o seu caráter vil e covarde, resolveu vingar-se do
Criador atingindo suas amadas criaturas. Encontrou em Eva e Adão o alvo para colocar em prática
seu grande plano. Expulso do céu, perdendo o direito a vida eterna, e cheio de ódio, tomou posse
da terra pela força e engano, usurpando, como lhe é peculiar.
16 O Apocalipse Revelado
“Por isso alegrai-vos, ó céus, e vós que neles habitais.
Ai dos que habitam na terra e no mar; porque o diabo desceu a vós,
e tem grande ira, sabendo que já tem pouco tempo.”
Apocalipse 12:12
Com a implantação de seu governo de pecado e engano, o Diabo, passou a ser o padrasto (falso e
violento pai), forçado, da humanidade caída.
Vós tendes por pai ao diabo, e quereis satisfazer os desejos de vosso pai.
Ele foi homicida desde o princípio, e não se firmou na verdade,
porque não há verdade nele.
Quando ele profere mentira, fala do que lhe é próprio,
porque é mentiroso, e pai da mentira.
João 8:44
O conflito dos céus, desce a terra. O Filho de Deus, que desfez as obras enganosas no céu, entre os
anjos, desceu à terra, como Filho do Homem, para, também, desfazer as obras do Diabo aqui.
O Dragão perdeu a peleja no céu para Cristo. Sua oportunidade de vingança havia chegado, quando
Maria concebeu e deu a luz a Jesus, Filho do Homem (Filipenses 4:7) – pensou ele. A primeira apli-
cação profética é cumprida com a ação de Herodes, quando decretou a morte das crianças de até 2
anos, fazendo com que José e Maria fugissem para o Egito, com o menino Jesus (Mateus 2:14 e 16).
“E estava grávida, e com dores de parto, e gritava com ânsias de dar à luz.E deu à luz um filho
homem que há de reger todas as nações com vara de ferro;
e o seu filho foi arrebatado para Deus e para o seu trono.”
Apocalipse 12:2 e 5
Duas interpretações pontuais podemos aplicar a esta profecia de tempo. A primeira é o que muitos
chamam de Literal, pois é aplicada ao nascimento Literal de Cristo. Desde o momento em que
Cristo foi batizado e levado ao deserto para ser tentado pelo Diabo (Mateus 4:1) até sua morte e
ressurreição havia se passado três anos e seis meses ou 42 meses, ou 1.260 dias.
“E a mulher fugiu para o deserto, onde já tinha lugar preparado por Deus,
para que ali fosse alimentada durante mil duzentos e sessenta dias.”
Apocalipse 12:6
A segunda é conhecida como Historicista, aplicada à mulher simbólica de Apocalipse 12. Simbó-
lica, porque não temos nenhuma referência na Bíblia que Maria possa preencher as características
da mulher descrita (Apocalipse 12:1). Nesse caso, “Mulher” é mais um símbolo. Símbolo de igreja,
conforme indica a Paulo numa metáfora, chamando Cristo de “O Noivo” e a Mulher ou Noiva de
“A Igreja” (Efésios 5:23-25). A Igreja foi perseguida por um período marcante na história, entre os
anos de 538 dC a 1.798 dC, perfazendo um período de 1.260 anos, em harmonia com o contexto da
interpretação profética para “Dia”, cuja a interpretação é “Ano” (Ezequiel 4:4-6).
O Apocalipse Revelado 17
LINHA DO TEMPO
1.260 anos
538 1.798
Edito de Justiniano Prisão Papa Pio VI
SUPREMACIA PAPAL DERROCADA PAPAL
538 dC
A supremacia legalmente reconhecida do Papa (Papa Vigilio) começou em 538 dC, quando o Im-
perador Justiniano elevou o Bispo de Roma para o cargo de Chefe de todas as Igrejas. Isto é conhe-
cido como o Edito de Justiniano.
O Terceiro Conselho de Orleans acontece e proíbe atividades rurais no domingo (o dia escolhido
pela igreja no lugar do santo sábado).
1.798 dC
Em fevereiro de 1798, o General francês Berthier entrou em Roma, e numa ação militar que durou
poucos dias, prendeu o Papa Pio VI, proclamou uma república e retirou os poderes (secular, polí-
tico, civil) papais, temporariamente.
Vários símbolos são apresentados nos versos acima: Dragão; Mulher; Asas de Águia; Um tempo,
tempos e metade de um tempo (3 anos e meio = 42 meses = 1.260 dias) e Serpente.
Dragão (Diabo): Símbolo que apresenta Satanás usando poderes políticos e eclesiásticos para per-
seguir e destruir o povo de Deus. (Apocalipse 12:4 e 17)
Mulher (Igreja): Mulher de branco (luz) é a igreja de Deus, noiva de Cristo. (Efésios 5:25)
Asas de Águia (Livramento): Deus livrou o povo da opressão egípcia e os levou, também, ao de-
serto para cuidar, proteger e guardar. (Êxodo 19:4; Isaías 40:31)
Serpente (Diabo): Símbolo que apresenta Satanás usando a boca para proferir mentiras e enganos,
como fez a Eva. (Gênesis 3:4 e Apocalipse 12:15)
A igreja de Deus passaria privações (no deserto) por estar sendo perseguida pelos agentes do dra-
gão, mas seriam amparados, longe dos enganos da Serpente, por 1.260 anos.
18 O Apocalipse Revelado
“E a serpente lançou da sua boca, atrás da mulher,
água como um rio, para que pela corrente a fizesse arrebatar.
E a terra ajudou a mulher; e a terra abriu a sua boca,
e tragou o rio que o dragão lançara da sua boca.”
Apocalipse 12:15,16
As Águas simbolizam povos, multidões, nações e línguas (Apocalipse 17:15). A Serpente iria en-
ganar (palavras enganosas de sua boca) as nações para que elas, com seus exércitos, perseguissem
o povo de Deus. Mas, a terra ajudou a igreja de Deus “abrindo a sua boca” e anulando as persegui-
ções das nações. Terra são aqueles (pessoas) que ouvem a Palavra de Deus (Jeremias 22:29).
As Águas simbolizam povos, multidões, nações e línguas (Apocalipse 17:15). A Serpente iria en-
ganar (palavras enganosas de sua boca) as nações para que elas, com seus exércitos, perseguissem
o povo de Deus. Um exemplo disto foi o Papado ter usado os exércitos do reis Teodorico, o Ariano,
e Clóvis (ou Clodovil), o Franco, para perseguir e matar aqueles que se opunham as doutrinas e
interesses de Roma Papal.
Mas, a terra ajudou a igreja de Deus “abrindo a sua boca” e anulando as perseguições das nações.
Terra são aqueles (pessoas) que ouvem a Palavra de Deus (Jeremias 22:29).
E, por fim, os que confiaram, pela fé, no sangue remidor de Cristo e pelo testemunho contido na
Palavra de Deus.
O Apocalipse Revelado 19
4. SETE CARTAS PARA
SETE IGREJAS
Os capítulos 2 e 3 do Apocalipse são 7 Cartas para 7 igrejas estabelecidas em 7 cidades: Éfeso, Es-
mirna, Pérgamo, Tiatira, Sardes, Filadélfia e Laodicéia. São cartas tão curtas que mais se parecem
com bilhetes (breves, mas objetivos). Diferentes das Cartas escritas pelos apóstolos. As cartas aos
Coríntios, por exemplo, são maiores que todo o Livro do Apocalipse. Sete cartas curtas, objetivas e
com símbolos, numa linguagem repleta de metáforas.
Há uma corrente teológica que acredita que as 7 Cartas tenham sido enviadas apenas para as igre-
jas daquela época, por volta do ano 100 da era cristã, quando o Apocalipse foi achado. Entretanto,
apresentaremos vários argumentos escatológicos que apontam para 7 períodos históricos da igreja
até a segunda vinda de Cristo à terra.
Por que apenas 7 cartas, quando havia muitas outras igrejas/cidades (como a cidade de Hierápolis e
Colossos, vizinhas de Laodicéia)? Cristo se dirige a Esmirna (Segunda igreja) como sendo “Aquele
que esteve morto, mas reviveu.” (Apocalipse 2:8). Com intuito de consolar. Entretanto, os séculos
de grandes perseguições e martírio ocorrem no II e III séculos.
A Tabela a seguir, nos apresentará um resumo das mensagens às 7 igrejas. As promessas, repreen-
sões e reconhecimentos de Cristo à igreja militante no decorrer da história:
20 O Apocalipse Revelado
IGREJA PROMESSA REPREENSÃO RECONHECIMENTO
Comer da árvore Abandonaste o Reprovou os falsos
Éfeso da vida. primeiro amor. apóstolos
Não sofrerá o dano Reprovou os falsos
Esmirna da segunda morte. judeus.
Comer do Maná. Seguiam Balaão e Não negaram a fé.
Pérgamo Uma pedra branca. os Nicolaítas. Perseveraram.
Poder sobre as Aceitou a idolatria Últimas obras são
Tiatira nações. Governar. de Jezabel. maiores.
Vestes brancas. Nome que vive, Não contaminaram
Sardes Nome pronunciado mas estás morto. suas vestes.
Será como Coluna Guardou a Palavra
Filadélfia no templo de Deus Não negou o nome
Assentar no trono És morno, e se
Laodicéia com Cristo. acha rico.
IGREJA DE ÉFESO
A Era da Pureza Apostólica. Compreendida entre os anos 30 até 100. Primeiro século da era Cris-
tã. Esta igreja primitiva bem descrita no Livro de Atos, escrito por Lucas, nos dá um vislumbre das
dificuldades e vitórias dos seguidores de Cristo. Os Apóstolos conseguiram levar o evangelho do
reino além fronteira de uma forma tão poderosa que o historiador Gibbons especula que o número
dos Cristãos tenha chegado a 6 milhões. A doutrina pura de Cristo era inegociável, e reprovaram os
falsos apóstolos e novas teorias, como a dos Nicolaítas.
A igreja cresceu tanto que estavam esquecendo o primeiro amor. (Apocalipse 2:4)
IGREJA DE ESMIRNA
A Era da Perseguição e Martírio. Compreendida entre os anos 100 até 313. A igreja deste período
sofre terríveis perseguições do Império Romano contra os cristãos que foram queimados vivos,
decapitados, entregues às feras no circo romano, etc. Para esses fiéis mártires o Senhor não tem
reprovação. O período termina com o Edito de Tolerância de Milão, assinado por Constantino no
O Apocalipse Revelado 21
ano 313. Um fato marcante para esta igreja é a perseguição de 10 anos. Iniciada por Diocleciano e
sucedida por Galério, dos anos 303 a 313, cumprindo fielmente ao descrito escatológico da igreja
de Esmirna: 10 dias = 10 anos (Ezequiel 4:6).
Era uma época de transição do cristianismo apostólico para cristianismo paganizado pelas influên-
cias filosóficas de Roma sobre a igreja de Cristo. A igreja perseguida, parecia pobre materialmente,
mas era rica espiritualmente. Muitos começavam a se “converter” ao cristianismo, mas parece que
não eram conversões verdadeiras, e a igreja começa a receber falsos crentes. Uma porta grande a
falsas doutrinas estava se abrindo e a aproximação da igreja ao Estado.
IGREJA DE PÉRGAMO
A Era do Paganismo. Compreendida entre os anos 313 até 538. A Aproximação da igreja com o
Estado trouxe sérias e profundas mudanças na crença original dos Apóstolos. Em 321, Constantino
se dizendo convertido, muda o dia de adoração do sábado para o domingo com seu Edito (principal
dia romano de adoração ao sol). Quatro anos depois, 325, no Concílio de Niceia, veio a mais terrí-
vel mudança: Prepararam as bases para a mudança gradual da crença da Divindade. O Deus único,
seria chamado de Trindade, confirmado no Concílio de Constantinopla em 381.
“Conheço as tuas obras, e onde habitas, que é onde está o trono de Satanás;
e reténs o meu nome, e não negaste a minha fé, ainda nos dias de Antipas,
minha fiel testemunha, o qual foi morto entre vós, onde Satanás habita.”
Apocalipse 2:13
Era uma época de densas trevas espirituais. A descrição clara desse período é dramática: “Onde
Satanás habita!” A igreja se aproximou do trono de Satanás (Roma pagã). A Palavra profética vai
além, chega a descrever a forma como eles fariam para introduzir o erro no meio da verdade:
Balaão era um profeta fraco que não tinha coragem de receber dinheiro para sacrificar contra os
filhos de Israel, mas ensinou Balaque, de graça, como lançar tropeços: A introdução sorrateira de
mulheres no meio dos jovens israelitas, induzindo-os a fornicação (pecado). Desta mesma forma o
22 O Apocalipse Revelado
Estado subornou “os jovens carnais” da igreja e introduziu suas doutrinas pagãs. Entraram tantas
doutrinas pagãs, que até as fábulas de Nicolau (Nicolaítas), que a igreja dos Apóstolos (Éfeso) ha-
via reprovado, agora já era aceita.
IGREJA DE TIATIRA
A Era da Apostasia. Compreendida entre os anos 538 até 1.517. A igreja deste período afundava
na mais profunda escuridão doutrinária. Estabelece dogmas e falsas doutrinas como se fosse ver-
dade, e persegue os que não concordam com a poderosa igreja cristã Romana. Jezabel, filha de um
rei sidônio, adoradora de Baal, a qual introduziu a idolatria e corrupção religiosa em Israel, é aqui
o símbolo da apostasia e corrupção religiosa aberta. A igreja se paganizara. Assim como Jezabel
perseguiu e matou os sacerdotes do povo de Deus, na Idade Média a igreja perseguiu e matou o
povo de Deus, por causa da verdade.
Mulher (igreja) perversa que “ensina” o engano. Essa foi a face da Igreja Romana. Impôs sob lei
capital a obediência as suas novas teorias. Deixou de ser igreja espiritual e passou a ser igreja-es-
tado. A esta igreja foi dado muito tempo para se arrepender. Tiatira é a igreja com maior período
(538-1.517).
O paganismo assimilado no período da igreja de Pérgamo, é referendado por Tiatira e alargada sua
compreensão e abrangência. Apostasia plena! Veja os dogmas mentirosos, contrários aos ensina-
mentos bíblicos que a igreja prostituída (Jezabel) passou a ensinar como se verdade fosse:
PÉRGAMO
300 dC – Oração pelos mortos e sinal da cruz;
321 dC – Leis dominicais impondo a guarda do domingo;
375 dC – Veneração de anjos, santos mortos e o uso de imagens;
381 dC – Inserção do dogma do Mistério da Santíssima Trindade;
394 dC – Celebração diária da missa;
400 dC – Início da perseguição aos guardadores do sábado;
431 dC – Exaltação de Maria e sua designação como “Mãe de Deus”;
450 dC – Sentença de morte aos guardadores do sábado;
526 dC – Extrema unção;
TIATIRA
593 dC – Purgatório;
600 dC – Uso do latim. Orações dirigidas a Maria, santos mortos e anjos;
607 dC – Título de Papa ou Bispo Universal dado pela primeira vez;
709 dC – Beijar o pé do Papa;
O Apocalipse Revelado 23
750 dC – Poder Civil concedido ao Papa;
786 dC – Culto à cruz, imagens, relíquias e ossos;
850 dC – Água benta;
995 dC – Canonização dos santos mortos;
1.079 dC – Celibato dos sacerdotes/padres;
1.090 dC – Os rosários e as rezas repetitivas;
1.184 dC – A inquisição;
1.190 dC – Venda de indulgências;
1.215 dC – Confissão auricular de pecados ao sacerdote em vez de a Deus;
1.229 dC – Proibição da Bíblia aos leigos;
1.414 dC – Proibição ao povo de ter acesso ao vinho da comunhão;
Esta igreja caída e abatida até o inferno de trevas, foi tão longe em seus pecados, que suas inven-
ções dogmáticas não poderiam ir mais além. Ela conseguiu criar tantas falsas doutrinas, que com
essa base do engano iria até o fim. “Outra carga” de enganos não seria posta para enganar o povo
de Deus, remanescente.
O estudante sincero precisa investigar com interesse e profundidade o período da igreja de Tiatira,
pois nesses 979 anos (538 a 1.517) está o principal compêndio do engano, que até hoje, muitos dos
que se dizem cristãos seguem tais ensinamentos paganizados e da idolatria.
O recado final aos poucos remanescentes (chamados de hereges) em Tiatira é que retivessem o pou-
co aprendido e ensinado pelos apóstolos e por Cristo, diante de tanta “fartura e riqueza” filosófica,
fábulas e teorias humanas, inventadas pelas “mentes brilhantes” da Idade Média.
IGREJA DE SARDES
A Era das Reformas. Compreendida entre os anos de 1.517 até 1.798. A igreja deste período tem
a responsabilidade de fazer as primeiras reformas, resgatando as doutrinas verdadeiras, que por
muito tempo estavam sendo mantidas distantes dos olhos do povo, sob o controle e manipulação
do clero. Não seria fácil resgatar toda a verdade do dia para a noite, diante de tantos erros e interfe-
rência da igreja-estado. A Reforma Protestante, hoje, é vista por muitos, como avassaladora, como
uma vívida e potente onda da verdade contra a mentira, mas não foi assim. A igreja romana contra-
-atacou com todas as suas forças. A Contrarreforma da igreja romana mereceu até a criação de um
exército especializado em contrainformações e inteligência para perseguir e destruir os desafetos.
A igreja romana com seu exército matou muita gente. O massacre da noite de São Bartolomeu ou
a noite de São Bartolomeu, foi um episódio, da história da França, na repressão ao protestantismo,
engendrado pelos reis franceses, que eram católicos. Esses assassinatos aconteceram em 23 e 24 de
agosto de 1572, em Paris, no dia de São Bartolomeu.
24 O Apocalipse Revelado
“Sê vigilante, e confirma os restantes, que estavam para morrer;
porque não achei as tuas obras perfeitas diante de Deus.”
Apocalipse 3:2
Os “tais protestantes” tinham apenas a fama (nome) de estarem vivos, mas estavam mortos. Além
de estarem sendo mortos pelas perseguições, experimentavam outro tipo de morte: a morte espi-
ritual, pois tinham apenas o nome de reformadores, mas tinham reformado muito pouco. Havia
muito engano ainda. O grande problema dos reformadores foi parar de reformar.
“...Conheço as tuas obras, que tens nome de que vives, e estás morto.”
Apocalipse 3:1
IGREJA DE FILADÉLFIA
A Era do Reavivamento. Compreendida entre os anos de 1.798 até 1.931. A igreja deste período
seria responsável por apontar as doutrinas a serem restauradas e concluir esses tais apontamentos e
avançar no conhecimento, pois diante dela Cristo pôs uma porta aberta que ninguém podia fechar.
Essa igreja guardaria a Palavra, logo a verdade teria sido restaurada, e não negariam o nome de Cristo.
“Conheço as tuas obras; eis que diante de ti pus uma porta aberta,
e ninguém a pode fechar; tendo pouca força,
guardaste a minha palavra, e não negaste o meu nome.”
Apocalipse 3:8
Por volta de 1.844 os movimentos do Advento, iniciado por William Miller, mais conhecido como
Guilherme Miller, nos anos de 1.820, tinha congregado uma multidão de crentes espalhados pelos
Estados Unidos da América. Ele previa o breve advento de Cristo à terra para 22 de outubro de
1.844, segundo uma interpretação particular de Daniel 8:14. A volta de Jesus não aconteceu e a
expectativa se transformou num grande desapontamento. Deste desapontamento surge um grupo
de estudantes da Bíblia oriundos de diversas denominações, se transformando na Igreja Adventista
do Sétimo Dia no ano de 1.863. A restauração: do Sábado do quarto mandamento (Isa. 58:12,13)
transformado em ruínas pela igreja romana do terceiro ao quinto séculos; a da Divindade bíblica,
destituindo a falsa doutrina da trindade (1 Cor. 8:6); temas originais dos antigos pais, fiéis, judeus.
A Igreja Adventista do Sétimo Dia teve um importante papel na profecia bíblica, especificamente
no contexto da igreja de Filadélfia, sexta e penúltima igreja do Apocalipse. Entretanto, em 1.931
voltou a crer no dogma católico da santíssima trindade, que seus pioneiros haviam reformado.
Neste ano a Organização dos Adventistas do Sétimo Dia lança o seu Year Book (Livro do ano) com
suas doutrinas. Entre elas constava oficialmente a crença na Trindade.
O Apocalipse Revelado 25
Os reformadores deste período profético dormiram no Senhor antes do aparecimento da grande
provação que virá sobre todo o mundo. Estes reformadores oriundos de vários segmentos do pro-
testantismo, e alguns deles conhecidos como pioneiros do movimento do advento, morreram antes
da chegada do século vinte. Foram privados de viver na primeira e na segunda guerras mundiais,
e o mais doloroso, ver o protestantismo de raiz se tornar num povo ecumênico, travestido de um
falso evangelicalismo.
Para a igreja profética de Filadélfia, Cristo afirma que falta pouco tempo para seu retorno: “Venho
sem demora.”. Eis mais uma prova que esta carta não é para a igreja do primeiro século. Esta igreja,
assim como a de Esmirna não tem repreensão, é uma igreja que cumpre a vontade de Deus, apesar
de muitos teólogos modernos, da igreja de Laodicéia, afirmarem que eles tinham pouca luz.
IGREJA DE LAODICÉIA
Tempo Presente – Era da Mornidão Espiritual. Compreendida entre os anos de 1.931 até a volta
de Cristo. “Se acha” muito rica e poderosa, mas está numa condição espiritual que causa náuseas
em Cristo, como o efeito de água morna no estômago. Não é fria e nem quente.
Uma igreja que viveria no período pós-modernista, que vangloriosamente chamam de a Era da Infor-
mação. Pegando carona nos avanços da tecnologia e do conhecimento científico, se gaba de seu grande
conhecimento teológico, mas é, talvez, (?) a igreja que menos conhece a Deus, de fato e de verdade.
A igreja de Laodicéia se acha “tão rica” que se dá ao luxo de desprezar a Bíblia e buscar na ciência
as justificativas para sua crença. A Teleologia substituiu a fé descrita em Hebreus 11:1, a fé naquilo
que não se pode ver ou comprovar cientificamente. A sua falsa riqueza causa cegueira que a impede
de enxergar que está nua e é tão pobre que seu estado é miserável.
Um desgraçado – sem a graça de Cristo. Uma igreja que só fala de graça, não a conhece, nem a
experimenta.
26 O Apocalipse Revelado
É uma igreja tão pobre, que não consegue enxergar que não existem três pessoas na Divindade.
Para estes, Jesus se apresenta como “O princípio da criação de Deus”, pois tentam provar que
Cristo é o Deus único; Deus eterno; o próprio Pai. Só alguém que se sente, em sua vanglória, tão
rico em si mesmo para afirmar uma coisa dessas. Cristo diz a esses: “Eu tenho um início, mas o
Pai não tem. O Pai é antes de Mim. Eu sou menor que o Pai, e não Co-igual, hierarquicamente,
como vocês afirmam.”
Uma igreja tão prepotente que é a única que não recebe um reconhecimento ou elogio. Afinal, ela
já se acha a tal, ou o supra-sumo. Sua autoestima está nas nuvens (Obadias 1:4). Para esta igreja
patológica sobra um conselho:
Cristo fala para comprar dEle, e não de doutores, faculdades, Google, etc... Uma igreja que se gaba
de seus templos, pastores, doutores, faculdades, riquezas e status merecia uma sentença, mas Cristo
conclui sua mensagem com um apelo misericordioso direto ao coração.
O Apocalipse Revelado 27
5. O LIVRO DOS SETE SELOS
DE DEUS
Um Livro com Sete Selos é apresentado a João na fantástica visão do trono de Deus. Cristo, o Fi-
lho de Deus, foi o único capaz de abrir este livro que estava na mão direita do Pai. Os méritos que
habilitaram Cristo para tamanha honra são descritos em Apocalipse 5:5,9 e 10. Jesus venceu como
homem (filho de Davi, leão de Judá), mostrando a todo Universo que um homem, sem privilégios,
em semelhança da carne pecaminosa (Romanos 8:3), foi obediente até a morte, e morte de cruz
(Filipenses 2:8). A vitória de Cristo foi concretizada na cruz e chancelada na ressurreição.
João vê a cronologia dos fatos após a ressurreição de Cristo. O Livro dos Sete Selos é a história
depois da ressurreição. Se Cristo não tivesse vencido e ressuscitado, quem abriria o livro das mãos
do Pai? Logo, não haveria história seguinte. O Livro dos Sete Selos é a história da igreja de Cris-
to, iniciando após Sua ressurreição. Assim como as 7 cartas às igrejas, os 7 selos são 7 períodos,
também, pelos quais a igreja passaria. Se as 7 cartas rezam sobre a história eclesiástica (relações
internas), os 7 selos vão revelar a história social e política (relações externas).
28 O Apocalipse Revelado
Os símbolos grifados acima impressionam pela precisão profética. Cavalo Branco: Os grandes co-
mandantes precisam se destacar nas grandes batalhas, e para isso usavam cavalos brancos. Cristo
além de ser o Senhor dos exércitos de Deus, luta uma guerra justa e pura. Branco é símbolo de
pureza (Isaías 1:18). O reforço para este argumento de guerra é que o cavaleiro estava com um arco
(e flecha), e que o grande príncipe, de Deus, tinha uma coroa.
Saiu vitorioso, e para vencer. Cristo saiu do túmulo como as primícias dos que dormem (1 Coríntios
15:20), primeiro a ressuscitar para a vida eterna. Venceu a morte e já começou (saiu) a Sua igreja vi-
toriosamente. E, para vencer, ficou claro e notório logo no primeiro discurso de Pedro, após serem
batizados pelo espírito santo de Cristo, no Pentecostes. Três mil almas se converteram no primeiro
sermão, e poucos dias depois o número dos que creram chegou a quase 5.000 almas (Atos 4:4). Em
seguida, um dos maiores carrascos da igreja, Saulo de Tarso, é convertido por Cristo em Apóstolo
Paulo, que com seu trabalho e testemunho levou milhares aos pés de Cristo. Enfrentaram muitas lu-
tas, mas não permitiram que a sã doutrina fosse adulterada (Atos 4:1-3, 18-20, 24-30; 5:17-20, 26-
29; 6:8; 7:60). A pureza da igreja apostólica foi mantida, assim como descrito na carta à Éfeso. Essa
é a igreja do primeiro século, representada pelo cavalo branco e seu cavaleiro.
A cor vermelha é símbolo de pecado (Isaías 1:18). O cavalo, instrumento de guerra, estava sendo
usado por um poder civil e/ou eclesiástico pecaminoso. O seu cavaleiro tinha uma grande espada e
foi-lhe ordenado que tirasse a paz da terra, matando-se uns aos outros. No II e III séculos houve muito
derramamento de sangue. É o período das dez perseguições gerais desencadeadas pelo Império Ro-
mano contra os cristãos que preferiam morrer a renunciar a fé em Cristo. Este selo começa logo após
o desaparecimento ou morte do último apóstolo (João, fim do século I) e chega até o ano 313, quando
Constantino assina em Milão o Edito de Tolerância. Coincide com o período da igreja de Esmirna.
Se o branco simboliza a pureza e a santidade, o preto, antítese, simboliza trevas morais e espirituais,
apostasia e o erro. A balança, o espírito de comercialização e materialismo que penetrariam na igreja.
Um dinheiro era o salário de um dia de trabalho, com o qual comprariam apenas 654 g de trigo ou
menos de 2 quilos (1.962 g) de cevada. Isto é o símbolo da tremenda escassez de comida, símbolo
do alimento espiritual - Palavra de Deus, proibida ao leigo nesse tempo, e reservada apenas ao clero.
As doutrinas verdadeiras começaram a morrer e, no lugar delas, entraram crenças pagãs. (Ex.: Em
7 de março de 321, Constantino emite a lei dominical mais antiga que se conhece). A maioria aceita
o processo de deterioração doutrinal. Uns poucos fiéis (remanescentes) seguem respeitando a ver-
dade bíblica. O azeite representa o Espírito Santo (Zacarias 4:2-6). O vinho representa o sangue de
Cristo derramado pelos pecadores (Mateus 26:27-29). Assim como a igreja de Pérgamo, que por
falta da Palavra Verdadeira, deixou entrar o paganismo, o terceiro selo representa a era da entrada
do paganismo na igreja.
Um cavalo amarelo ou pálido (anêmico), montado pela Morte, puxando um caixão. A Idade Média
foi a era da morte para quem desafiasse a igreja romana (paganizada) ou as nações, também pagãs.
30 O Apocalipse Revelado
QUINTO SELO (Séculos XVI ao XVII)
A descrição deste Quinto Selo é impressionantemente similar ao período da Quinta Igreja – Sardes,
conforme vimos no estudo anterior. Se os remanescentes da igreja de Sardes tinham nome de que
viviam, mas estavam mortos, devido a toda sorte de perseguições, na abertura do Quinto Selo, a
cena que vemos é de morte motivadas por perseguições contra o testemunho da Palavra de Deus.
Volta a cena da noite de São Bartolomeu; as terríveis perseguições promovidas pelo exército dos
jesuítas, denominada de Contra-reforma contra os Protestantes. Muitos líderes que protestavam
contra a “Madre Igreja” eram mortos e as reformas iniciadas não eram concluídas.
No final do Sexto Selo ocorre a Volta de Jesus. Aqueles que viviam oprimindo o povo de Deus,
desde o período do primeiro selo até o presente, prestarão contas, enfim.
SÉTIMO SELO
Esse silêncio se produzirá por ocasião da segunda vinda de Cristo, quando os anjos virão com Jesus
(Mateus 25:31). Alguns têm aplicado a essa meia hora o princípio profético de dia-ano e dizem que
poderá representar uma semana literal.
32 O Apocalipse Revelado
6. SETE TROMBETAS
ANUNCIAM O FIM
Diferentemente das 7 igrejas e dos 7 selos, as 7 trombetas tratam exclusivamente do tempo fim.
Há alguns teólogos, historicistas, que defendem a tese de que as trombetas são períodos históricos,
também, descrevendo a história militar da igreja. Todavia, essa tese entra em conflito direto com
a análise do relato profético do Apocalipse. As trombetas são tocadas, imediatamente após o anjo
lançar o incensário sobre a terra, denotando o fim da intercessão, do tempo de graça, e o começo
dos juízos/castigos de Deus (pragas) sobre a terra. Logo, as Trombetas têm relação direta com as
pragas, assunto do próximo estudo.
Perceba que antes dos juízos de Deus que hão de vir sobre a terra, a graça de Deus foi dada, abun-
dantemente, em forma de muitíssimo incenso. Orações ouvidas e pecados perdoados para todo
aquele que se arrepender e se converter, antes do incensário ser lançado na terra.
O Apocalipse Revelado 33
PRIMEIRA TROMBETA
A descrição daquilo que ocorre com o toque da primeira trombeta, é de juízo e castigo. A linguagem
simbólica indica que a terça parte da terra será queimada, ou seja, a terça parte das árvores. Árvore
tem o significado profético aplicado para homens (Juízes 9:8-15 e Ezequiel 15). Afinal, Deus não
julga plantas, mas pessoas. O toque da trombeta é para pessoas e não para plantas.
SEGUNDA TROMBETA
A terça parte da vida no mar. Mar também significa população (pessoas): povos, multidões, nações,
línguas... (Apocalipse 17:15).
TERCEIRA TROMBETA
Se mar está identificado como grandes aglomerações de pessoas (metrópoles), rios e fontes de
águas, menos água, indicam cidades menores e até vilarejos, por exemplo. Na terceira trombeta é
revelado claramente que muitos homens morreram.
QUARTA TROMBETA
Entre a quarta e quinta trombetas há uma “interrupção”, pois um anjo com grande voz traz a mensa-
gem de que as coisas iriam piorar. E o brado está direcionado aos homens - que habitam sobre a terra.
QUINTA TROMBETA
O Apocalipse Revelado 35
A descrição do toque da quinta trombeta é uma grande guerra envolvendo os habitantes da terra.
Os animais descritos aqui em muito se assemelham à armas de guerra: cavalos = tanques de guerra
(cavalaria mecanizada) em grande quantidade que pareciam gafanhotos. Ruídos de asas, como ae-
ronaves (caças) e bombardeiros que lançam fogo do céu...
SEXTA TROMBETA
36 O Apocalipse Revelado
Ao toque da sexta trombeta percebemos a continuidade e a intensificação de uma grande guerra
descrita no toque da trombeta anterior. A descrição é impressionante. É dito: “solta os quatro anjos
que estão presos junto ao grande rio Eufrates...” Apoc. 9:14. Para isso, os símbolos utilizados na
revelação indicam o cenário de guerra: Cavalos (blindados); Serpente e calda (mísseis da terra e
mar); fogo e fumaça, citados por três vezes, enfatizando os efeitos das munições destas modernas
armas poderosas.
O início desta fase da guerra é apontada como sendo junto ao Rio Eufrates, indicação clara de onde
surgirá a mãe das guerras – o Armagedon: da Turquia, Síria e Iraque, onde nasce e percorre até
desaguar no mar.
A ligação da sexta trombeta com a sexta praga é clara. A sexta trombeta é comparada a uma praga.
A sexta praga também tem ligação com o Rio Eufrates, pois é derramada no seu leito/fonte, para
preparar o caminho para dos reis/príncipes (líderes e militares) que vem do oriente, indicando a
Turquia como o endereço exato para o princípio deste evento. Os reis lideram um exército com um
gigantesco número de soldados - duzentos milhões. Alguns teólogos apontam como sendo a China
e seus aliados, ou uma grande coalizão de muçulmanos juntamente com nações simpatizantes.
SÉTIMA TROMBETA
A Sétima e última trombeta é o anúncio do fim, e o início da eternidade para os santos, que Cristo
comprou com Seu sangue para Seu Deus e Pai.
O Apocalipse Revelado 37
7. AS SETE PRAGAS
E O ARMAGEDON
“Se Deus é bom - dizem alguns - por que castiga e destrói?” “Se é justo - dizem outros - por que
permite que o pecado continue?” Mas a Santa Bíblia esclarece ambos os pontos. O Senhor “é lon-
gânimo para convosco, não querendo que nenhum pereça, senão que todos cheguem ao arrependi-
mento” (II Pedro 3:9). Ao mesmo tempo diz: “Eu repreendo e disciplino a quantos amo. Sê, pois,
zeloso, e arrepende-te” (Apocalipse 3:19). Finalmente, esgotados os recursos que conduzem ao
arrependimento, em um ato de misericórdia, e por amor de Sua justiça, Deus terá de fazer Sua “obra
estranha” (Isaías 28:21), destruindo aos que escolheram viver à margem dos princípios que irão
imperar no reino eterno (porque Deus é tão justo e misericordioso que respeita o livre-arbítrio e terá
que permitir que os rebeldes colham as consequências da decisão que fizeram). Antes da segunda
vinda de Cristo, as 7 últimas pragas cairão sobre os habitantes da terra, para castigo dos ímpios, os
quais receberão as consequências de seus erros.
Quando Deus iniciaria esse juízo prévio sobre a impiedade dos homens? Não é possível apontar
uma data, mas é possível sentir sua aproximação por tantos outros eventos, que servem de sinais e
prenúncios dos últimos eventos e da segunda vinda de Cristo, em glória, à Terra. As 7 pragas são
períodos distintos das 7 trombetas ou são eventos paralelos? Vejamos um quadro comparativo que
possibilitará uma compreensão mais ampla destes temas.
38 O Apocalipse Revelado
QUADRO COMPARATIVO
7 TROMBETAS / 7 PRAGAS
N° TROMBETAS PRAGAS
Na terra: O fogo queima a Sobre a terra: Chaga maligna nos
1ª terça parte das árvores. adoradores da Besta.
No mar: Morre a terça parte Sobre o mar: Se tornou em
2ª das criaturas e navios. sangue e morreu toda a alma.
Nos rios e fontes das águas: Sobre os rios e fontes das águas:
3ª
muitos homens morreram. tornaram-se em sangue.
No Sol, lua e estrelas: homens Sob o sol: os homens foram
4ª
atingidos pelas trevas. abrasados com fogo.
Anjo do Abismo Abadom /Apo- Sobre o trono da Besta: O reino
liom: escureceu o sol e o ar. de trevas. Mordiam seus lábios
5ª Não têm o selo de Deus, mas a de dor das feridas e blasfemar-
marca da Besta. am de Deus.
No rio Eufrates: Uma guer- Sobre o rio Eufrates: Preparar o
ra que reuniria 200 milhões mundo para a grande batalha. Da
6ª de cavaleiros para a grande boca da Besta, Dragão e Falso
guerra. Não se converteram e Profeta, sairia o “convite” para
adoraram os demônios. congregar para o Armagedon.
No céu: Houve grandes vozes, No ar: Saiu grande voz do trono
7ª que diziam: Os reinos do mun- de Deus que está nos céus,
do são do Pai e do Filho. dizendo: Está feito!
PRIMEIRA PRAGA
SEGUNDA PRAGA
O Apocalipse Revelado 39
TERCEIRA PRAGA
“E o terceiro anjo derramou a sua taça nos rios e nas fontes das águas,
e se tornaram em sangue.
E ouvi o anjo das águas, que dizia: Justo és tu, ó Senhor,
que és, e que eras, e hás de ser, porque julgaste estas coisas.
Visto como derramaram o sangue dos santos e dos profetas,
também tu lhes deste o sangue a beber; porque disto são merecedores.
E ouvi outro do altar, que dizia:
Na verdade, ó Senhor Deus Todo-Poderoso,
verdadeiros e justos são os teus juízos.”
Apocalipse 16:4-7
QUARTA PRAGA
QUINTA PRAGA
SEXTA PRAGA
40 O Apocalipse Revelado
SÉTIMA PRAGA
Assim como no Egito, os justos receberão o escape das terríveis pragas, porque escolheram o Selo
de Deus em suas mentes/corações.
“E vi outro anjo subir do lado do sol nascente, e que tinha o selo do Deus vivo;
e clamou com grande voz aos quatro anjos, a quem fora dado o poder de
danificar a terra e o mar, dizendo: Não danifiqueis a terra, nem o mar, nem as
árvores, até que hajamos selado nas suas testas os servos do nosso Deus.”
Apocalipse 7:2,3
O Apocalipse Revelado 41
8. DUAS BESTAS
UMA MARCA ECUMÊNICA.
Uma das visões que muito impressionam os leitores do livro do Apocalipse está no capítulo treze.
João vê uma terrível Besta que emergia de muitas águas/mar (Apocalipse 13:1), e uma segunda
Besta que subia da terra (Apocalipse 13:11) com a missão de restaurar a imagem e a vida (fôlego)
da primeira Besta. Essa(s) Besta(s) tem/têm no Diabo a sua fonte de poder e inspiração (Apocalipse
13:2,4). É Satanás o pai e mentor da Besta. Essa Besta persegue e mata as testemunhas de Cristo, se
posicionando contra Cristo (Anticristo). Apesar da rica linguagem simbólica, é possível identificar
esse poder. Uma das preciosas dicas foi revelada ao apóstolo Paulo, que por sua vez transmitiu aos
crentes de Tessalônica: Esse Anticristo se estabeleceria na igreja ou templo de Deus, apontando,
assim, sua origem religiosa (II Tessalonicenses 2:3,4).
Que importância tem para salvação estudarmos esses temas que revelam o futuro? Jesus afirmou
que o estudo dessas profecias e a confirmação dos tais eventos nos trazem mais fé (João 14:29).
A PRIMEIRA BESTA
João vê o surgimento deste império religioso - a Besta (Daniel 7:23). Surge das águas que significam
povos, multidões, nações e línguas, na Capital do Império Romano, 4° Império na Terra, conforme
descreve a visão de Daniel 7, quando enxerga o 4° animal terrível, sem aparência com animais
42 O Apocalipse Revelado
comuns, que também tinha dez chifres. No Apocalipse 13, Deus está revelando, gradativamente, o
que mostrou na visão de Daniel 7, e que acrescentará em Apocalipse 17, bem gradativamente. O
Império Romano que começou a se esfacelar e dividindo-se em 10 reinos (Europa Antiga: ostrogo-
dos, visigodos, francos, vândalos, suevos, alamanos ou hunos, anglo-saxões, hérulos, lombardos e
burgúndios), é representado pelos 10 chifres na cabeça da Besta. As coroas ou diademas sobre os
chifres em cada cabeça indicam um Governante (rei, presidente...) de cada reinado.
Essa Besta estranha trazia no seu “DNA social, político e religioso” o paganismo e a idolatria da
Grécia (Leopardo); Medo-Pérsia (Urso) e Babilônia (Leão), descritos na profecia de Daniel 7. Só
Roma conseguiu tal façanha. Não é à toa que chamam suas divindades de “deuses greco-romanos”.
Característica da Besta que surge a partir do ano 476 d.C. Roma Imperial ou Roma Pagã ganha um
pequeno reinado (chifre pequeno) dentro de si. Surge a Roma Papal: uma igreja com influência e
poder político. Um chifre pequeno com olhos e boca. Com o poder da crença, a igreja podia influen-
ciar a massa. A igreja visionária podia com sua boca conquistar o mundo.
O Quarto animal da visão de Daniel tinha 10 Chifres, mas no Apocalipse 13 ele ganha 7 cabeças.
Deus está aqui, e de forma gradativa, ampliando a revelação com novos acontecimentos históricos
e cronológicos.
O Apocalipse Revelado 43
Há três interpretações para este verso:
Esta Besta (ou cabeça principal) que se “recupera da morte”, ao “voltar a vida” usará a mesma
estratégia que fez em Roma na idade média, usando a boca (sabedoria de homens) para ludibriar
os reis e suas nações. Seu intento terá sucesso e a terra à adorará, e sairá a enganar com mentiras,
heresias e blasfêmias por 42 meses.
44 O Apocalipse Revelado
42 Meses, após a cura da morte, sendo aplicado o princípio dia-ano a PRIMEIRA interpretação (Pio
VI), chegaria até o ano de 3.189 (a Terra ainda tem tanto tempo assim?), e sendo aplicado a literali-
dade, chegaríamos ao ano 1929 - 11 de fevereiro – Tratado de Latrão), chegaríamos ao ano de 1.932,
meados de agosto/setembro, e nesse ano nada ocorreu para que o Papado ou a ICAR perdessem pode-
res. Já aplicando-se a SEGUNDA interpretação (João Paulo II), chegaria ao ano 3.241, e a literalidade
para 1.984, meados de dezembro, que também nenhum evento profético-histórico apontou como o
fim de alguma fase do poder do Vaticano. A Bíblia tem três expressões para determinados períodos
proféticos: UM tempo e (+) DOIS tempos e (+) METADE de um tempo (três anos e meio), igual a
42 meses, que também é igual a 1.260 dias. Quais desses períodos são literais e quais são simbólicos?
Qual deles se encaixa no período em que a igreja da Idade Média persegue e mata os que ela classifica
como hereges desde o ano de 538 até 1.798, prisão de Pio VI, perfazendo um período de 1.260 anos
exatos? Apocalipse 12:6 cita a igreja sendo perseguida por 1.260 dias pelo Dragão que dá seu poder
a Besta (Apocalipse 13:4). O Capítulo 12 nos remonta a uma perseguição na Idade Média. Seguindo
a cronologia profética do Apocalipse , o capítulo 13 trataria de algo depois de 1.929. Seriam os 1.260
dias (Cap. 12) simbólicos e os 42 meses (Cap. 13) literais, após a Besta ser curada?
A Besta, no tempo do fim, blasfemaria contra Deus. O pecado de blasfêmia é quando se distorce a
compreensão sobre a pessoa de Deus ou tira Deus de Seu devido lugar de honra e glória. O Dogma
da Santíssima Trindade inventada pela igreja de Roma é uma dessas blasfêmias. (rever Estudo n°
02, a partir da página 8).
Como o Dragão e seus agentes (Besta e Falso Profeta) não conseguem atingir a Deus, tentam se
vingar no povo de Deus aqui na Terra. Perseguirão os santos e vencê-los-ão de forma temporal e
física, pois a vitória final para a vida eterna não será possível retirar deles. Essa vitória é do Cordei-
ro e todos os que morrerem pelo nome de Cristo terão a vida eterna garantida. (Apocalipse 12:11)
A fé e a perseverança ou paciência, está na certeza de que a justiça de Deus será aplicada sobre
todas as criaturas – anjos e homens. A certeza que Deus julgará justos e injustos é o alicerce da fé
dos santos. Quem mata à espada, também será morto pela espada.
A SEGUNDA BESTA
O Apocalipse Revelado 45
A segunda Besta sobe da terra, na mesma visão, no mesmo capitulo, em contraste com a primeira
Besta que sobe do mar ou de muitas águas (Apocalipse 17:1), cujo significado é povos, multidões,
nações e línguas (Apocalipse 17:15). O Capítulo 17 explica, grande parte, e é a continuação do Ca-
pítulo 13. Para entendermos o significado de “terra” é necessário levar em consideração o versículo
três do capítulo dezessete:
Onde existe areia ou terra em abundância a não ser num deserto? Se as muitas águas indicam que
a primeira Besta surgiria em lugar muito habitado como uma metrópole, grande centro urbano, a
segunda Besta surge onde há ou havia pouca vida, poucos habitantes.
A outra característica desta segunda e mais perigosa Besta é que ela tem algo em si que se parece
com o Cordeiro (Jesus Cristo): dois chifres, cujo significado é reinado, nação, país... (diferente de
império, que mantém o controle do mundo todo ou a maioria dele). Cristo, o Cordeiro de Deus,
deixou bem claro que Seu reino não era desse mundo, era um reino espiritual e superior. Da mesma
forma, esses dois chifres tratam de “reinos” diferentes dos governos civis. Seriam esses dois rei-
nados o Catolicismo e o Protestantismo? As duas religiões que representam o cristianismo? Mas a
Besta falava como Dragão. Parecia a igreja de Deus, mas estava sob o controle do Diabo.
Um poder independente que busca glória para outro? Não! A Segunda Besta é um agente a serviço
da Primeira Besta. Com uma “Procuração” na mão, lhe dando plenos poderes, a Segunda Besta,
representa a Primeira.
“E faz grandes sinais, de maneira que até fogo faz descer do céu à terra,
à vista dos homens.
E engana os que habitam na terra
com sinais que lhe foi permitido que fizesse em presença da besta,
dizendo aos que habitam na terra que fizessem uma imagem à besta
que recebera a ferida da espada e vivia.”
Apocalipse 13:13,14
Deus permitirá que a Segunda Besta opere grandes sinais para concluir sua obra de engano. Isso
é um indício claro que a aparição e operação da Segunda Besta anuncia a proximidade do fim e o
breve retorno de Cristo à Terra em poder e glória.
Essa Segunda Besta será a responsável por operar os grandes enganos descritos por Cristo (Mateus
24:24) e pelo apóstolo Paulo (2 Tessalonicenses 2:8-11; Gálatas 1:8). Ela recebe poder da primeira,
que por sua vez já recebeu do Dragão – próprio Diabo. (Apocalipse 13:2,4).
Para aplicar seu golpe final é necessário antes alienar as pessoas, induzindo-as à adoração (entrega
total da mente). O meio pelo qual fará isso é seduzindo as nações (governos e religiões/igrejas) à
adorarem a Besta/Dragão. Só há uma forma certa de adoração ao Deus único. Adorar a Deus er-
radamente é adorar ao inimigo. Essa imagem é física (bronze, pedra, madeira...) ou metafórica?
46 O Apocalipse Revelado
Lembre-se que estamos analisando um livro composto 100% de símbolos. A imagem de alguém
pode reviver em nossas mentes através de uma fala, texto, memoriais, etc, por exemplo.
A Segunda Besta conclui sua obra quando transfere a glória para a Primeira Besta que foi curada
da ferida de morte, e que agora está de volta, “viva”.
É a fala da Primeira Besta que conclama os adoradores da sua imagem a perseguir e matar todos os
demais que não aceitaram essa falsa adoração. A Primeira Besta vai existir e operar como agente do
Dragão até o fim, quando será lançada no lago de fogo e enxofre (Apocalipse 19:20).
Para que o “cadastramento e monitoramento” dos adoradores da imagem da Primeira Besta seja
eficaz, forçadamente, a Segunda Besta ditará suas regras, impondo-lhes três formas de controle: SI-
NAL, NOME ou NÚMERO. O controle servirá para que os santos sejam perseguidos e oprimidos
pela exclusão das relações comerciais, para sobrevivência.
O sinal da Besta será posto na TESTA e MÃO DIREITA daqueles que rejeitaram a fé em Cristo e
foram iludidos pela operação do erro engendrado pela Segunda Besta.
TESTA (ou fronte) também tem um significado metafórico como todos os outros símbolos apoca-
lípticos. Perceba que esse estratagema aplicado pela Segunda Besta tem origem no plano do Diabo
(Dragão), que tenta imitar a Deus em tudo, para ser adorado. Deus manda que Seus servos, na
crise final, sejam selados nas TESTAS (Apocalipse 7:3). Este selamento, de Deus, não ocorre de
forma superficial como uma tatuagem, mas no íntimo do Coração/Mente (Isaías 8:16; Salmos 40:8;
Provérbios 3:1). É dentro da mente, após a TESTA que o Selo ou Sinal de Deus será posto. Se o
Diabo busca adoração (como a de Deus que é adorado nas mentes das pessoas) do homem desde o
princípio (Isaías 14:13,14), sua marca, seu sinal, seriam externos? Ou seria a escravização da men-
te humana pelo engano? Muitos teólogos andam ensinando ser uma marca física e literal, usando
apenas um verso de um livro simbólico. Um chip implantando na testa? Improvável. Certamente
a medicina reprovaria esse local do corpo para tal procedimento. Uma tatuagem? Quem aceitaria?
Ora, o principal engano da Besta/Diabo é direcionado aos santos, pois os da iniquidade ele já os
têm sob controle, não é mesmo?
MÃO DIREITA e não qualquer uma das mãos. Logo, a mão esquerda está descartada. Mão direita
ou destra é apresentada em dezenas de versos bíblicos como poder, força, comando... (Êxodo 15:6;
Salmos 20:6; Apocalipse 1:16).
A questão do sinal físico fica difícil de se sustentar quando percebemos que este assinalamento
possui TRÊS caraterísticas: SINAL, NOME ou NÚMERO. Ou uma coisa ou outra. No caso do
Chip é apenas UMA COISA.
“Aqui há sabedoria.
Aquele que tem entendimento, calcule o número da besta;
O Apocalipse Revelado 47
porque é o número de um homem,
e o seu número é seiscentos e sessenta e seis.”
Apocalipse 13:18
Para muitos estudantes recentes do Apocalipse, o número da Besta, o 666, é o grande enigma a ser
desvendado. Mas, querer adivinhar ou saber, realmente, quem é esta pessoa que representa a Besta
não é o mais importante. Precisamos compreender antes qual é a vontade de Deus, Sua Lei, justiça,
misericórdia e graça, bem como a forma ardilosa como o inimigo de nossas almas atua na implan-
tação do engano e descaminho dos filhos de Deus, seu alvo prioritário. Todavia, apresentaremos
aqui algumas suposições do que seja o número da Besta, do que se tem compreensão até o presente.
É necessário sabedoria para decifrar. Não se trata da sabedoria humana, mas da sabedoria de Deus
concedida aos Seus Filhos pelo Seu espírito santo. É necessário um discernimento espiritual para
compreender a verdade por trás do número 666.
Partindo do pressuposto que Roma foi o quarto império, identificada pelo quarto animal da profecia
de Daniel 7, cuja revelação é ampliada em Apocalipse 13. Sabendo-se ainda que o Papado surge no
coração de Roma com objetivos de utilizar a igreja para controle das massas e o clero se aproveitar
das benesses oriundas do poder político, a pessoa a ser buscada nos últimos dias para representar
o poder da Besta não podia vir de outro lugar, pois é do Papado que se aponta as duas principais
identificações do número 666, vejamos:
Todo papa ao ser eleito torna-se o Vigário do Filho de Deus, ou seja, o SUBSTITUTO do Filho de
Deus. Logo, a autoridade de perdoar pecado, julgar para condenar ou absolver seria dada a todo
papa. Uma insolência e blasfêmia, indo de encontro a toda verdade bíblica sobre o Filho de Deus e
Sua obra. Vamos à soma deste título:
V I C A R I V S F I L I I D E I
5 1 1 0 0 1 5 0 0 1 5 1 1 5 0 1
0 0 0
0 0
112 53 501
112 + 53 + 501 = 666
Perceba que, neste caso, é observado coerentemente que a língua (Latim) romana (Origem do Papa-
do e da ICAR) é usada para realizar o cálculo do nome em questão. Desse modo, acima na tabela,
temos as fontes (letras) com seus respectivos valores.
Para aqueles que entendem que a palavra “homem” (pois é número de homem), no verso 18, re-
fere-se à procedência humana, logo compreendem também a coerência em afirmar que se refere a
todos os papas, pois a Besta é um poder religioso e político e não um indivíduo especificamente.
48 O Apocalipse Revelado
9. BABILÔNIA
O MISTÉRIO DA PROSTITUTA MÃE
O Apóstolo João tem uma visão que o deixa muito espantado (Apocalipse 17:6). Uma mulher
(igreja) montada na Besta (reino), sobre a areia (terra) do deserto. A mais impressionante visão do
maior agente do mal, representante de Satanás, em toda a Bíblia, está no capítulo 17 do livro do
Apocalipse. Aqui, enquanto examinamos esta visão, será possível ampliar a compreensão do capí-
tulo 13. Vejamos os paralelos:
SÍMBOLO
CAPÍTULO 13 CAPÍTULO 17
SIGNIFICADO
“...As águas que viste, onde
se assenta a prostituta, são MAR/ÁGUAS
“...e vi subir do mar uma
povos, e multidões, e nações, e (povos, lugar muito
besta...”(verso 1)
línguas.”(Verso 15) povoado).
O Apocalipse Revelado 49
João vê a Grande Meretriz montada (comandando) a Besta (poder político e religioso). Ao discípulo
amado é revelada a localização geográfica desta Mulher Prostituta (igreja prostituída com falsas doutri-
nas) e misteriosa. Além disso mostra características precisas para que os santos pudessem identificá-la.
O anjo convida João para ver a grande prostituta que estava assentada sobre muitas águas (mar),
mas o leva ao deserto, onde ele vê a mulher assentada sobre a Besta. Para o leitor desatento há uma
aparente contradição, porém, o que ocorre aqui, de fato e de verdade, é Cristo trazendo à cena desta
“nova” visão o personagem da visão do capítulo 13: a Besta. A primeira Besta, que sobe das águas,
é a mesma que a segunda (que sobe do deserto/terra). As duas, ou a mesma, sempre estiveram sob
o comando da Mulher, igreja prostituída e caída.
A Prostituta e a Besta estão vestidas da mesma cor – escarlata (Apocalipse 17:3,4), cujo significado
é pecado (Isaías 1:18).
Localização geográfica:
“Aqui o sentido,
que tem sabedoria.
As sete cabeças
são sete montes,
sobre os quais
a mulher está assentada.”
Apocalipse 17:9
O País do Vaticano é a
conhecida “Cidade das
Sete Colinas.”
50 O Apocalipse Revelado
Nenhuma Igreja na terra se enquadra
nesta profecia com tanta precisão
quanto a ICAR. Igreja mãe, rica,
poderosa e misteriosa.
O Apocalipse Revelado 51
Com quem ela se relaciona:
A Monarquia Romana, Vaticano, se relaciona com os grandes da Terra, não importa o regime,
ideologia, etnia... Para atingir seus interesses políticos e estratégicos, a Igreja se adapta, mesmo
que sua crença doutrinária entre em choque com os interesses circunstanciais. O Dogma da Santís-
sima Trindade é um bom exemplo disso. Nos primórdios desta igreja, Roma enfrentava o desafio
de manter “A paz mundial”. Estando sempre no controle de tudo, precisava agradar a “gregos e
troianos”. Como capital do mundo antigo, recebia gente de todo tipo de crença. A maioria das na-
ções era politeístas, mas a fé romana era “monoteísta” (pelo menos em tese). Assim, a Trindade
aproximaria Roma do resto do “mundo pagão”. Não podiam parecer tão diferentes, acreditando em
apenas um Deus, o Pai.
52 O Apocalipse Revelado
Como se apresentava:
O Apocalipse Revelado 53
AS SETE CABEÇAS
Além das 7 montanhas que indicam a precisa localização geográfica da igreja mãe, que virou uma
prostituta, que outro significado é dado para as 7 cabeças da Besta?
O chefe da Igreja Católica Romana, o papa, passou a ser Rei sobre a nação do Vaticano, depois do
Tratado de Latrão, por Benito Mussolini, em 11 de fevereiro de 1.929. Quem foi o primeiro rei a
partir desta data? Quantos reis-papas existiram até hoje?
CINCO CAÍRAM
“Um existe.” O tempo do verbo deixa claro que a compreensão desta profe-
cia se daria nos dias do sexto rei, como de fato ocorreu.
João Paulo II
(1978-2005)
O Papa Francisco não pode ser ignorado pela profecia, mas como o trono dos
papas é vitalício, só pode existir o próximo papa quando o anterior morrer.
Bento XVI Logo, Francisco é um impostor para a profecia.
(2005-????)
54 O Apocalipse Revelado
O RETORNO DO OITAVO REI
A Besta tem apenas 7 cabeças, ou seja, 7 reis, mas entra em cena o Oitavo rei. Este segredo pode
ser compreendido no verso 8, anterior.
O Oitavo é um dos 7 que já reinou e não uma nova pessoa. Deve subir do abismo (morte). Para que
o Oitavo Rei suba do abismo/sepultura, é necessário que os primeiros 7 reis estejam mortos.
O Oitavo Rei se destinará, apressadamente, a destruição. Ele buscará duas coisas em seu reinado:
Paz e Segurança, mas encontrará destruição. (1 Tessalonicenses 5:3). Qual dos 7 papas foi mais
eficaz na pregação da paz e na busca da segurança, mediante a pregação frutífera do ecumenismo?
Os 10 chifres, ou 10 nações governarão para a Besta. A Besta os comandará para realizar seu inten-
to. Um G10 se aproxima? Não existe ainda, mas vai existir, afirma a profecia.
Se aplicarmos o princípio dia-ano a Uma Hora Profética, teremos cerca de 15 dias. Esse é o tempo
aproximado do reinado da Besta juntamente com os 10 reinados/países, pois ao fim desta Uma
Hora, os dez chifres irão contra a Prostituta (Igreja caída) e a destruirá, deixando-a desolada e nua.
Toda essa liga do mal intentará contra o Cordeiro e Sua igreja, mas Aquele que não conhece a der-
rota, os vencerá. Esta vitória de Cristo será compartilhada com os fiéis.
A antiga cidade de Babilônia se moderniza com a roupagem da ICAR e do Vaticano, através de suas
filhas embriagadas pelo vinho do seu engano (protestantismo apostatado).
O Apocalipse Revelado 55
10. OS TRÊS ANJOS
E O EVANGELHO ETERNO
Nos dias finais da história do pecado Deus revela aos habitantes do planeta terra o Seu Evangelho
Eterno. Cristo, o Filho, falando desta mesma verdade, chamou-o de “Evangelho do Reino” (Mateus
24:14). No Apocalipse 14, o Evangelho Eterno é proclamado com rapidez (voando) por um “anjo”
(mensageiro) a todos os habitantes da terra.
“Pregar voando no céu” tem sido compreendido por muitos como sendo por meio das mídias e tec-
nologias: transmissões e conexões via satélite, possibilitando o acesso de todos através do espaço
virtual. Hoje, uma simples notícia numa mídia social ou canal de notícias atinge o mundo em poucos
minutos. Em poucos dias o planeta inteiro toma conhecimento dos fatos, com riquezas de detalhes.
56 O Apocalipse Revelado
Temei a Deus, e dai-lhe glória
No mesmo instante em que o “primeiro anjo” iniciasse sua pregação, também se iniciaria o julga-
mento (medição) dos povos, inclusive o povo de Deus. Vemos na visão do Apocalipse 10 e 11 que
é dada a João uma cana, uma espécie de fita métrica da época, para que medisse o templo de Deus,
o altar e os adoradores – pessoas. Sempre focando o aspecto adoração. (Apocalipse 11:1). O anjo
está pregando JUÍZO, pois as igrejas do tempo do fim não gostariam deste tema, como podemos
verificar hoje no cumprimento desta profecia. Falam de tudo: autoestima, graça, perdão, bênçãos,
sucesso, vitória... Mas juízo é um tema árido demais para se arrecadar dinheiro.
Adorai aquele que fez o céu, e a terra, e o mar, e as fontes das águas.
Pela terceira vez a adoração é o foco da mensagem prioritária ao povo de Deus. Adorar ao Criador é
um convite para o povo voltar sua atenção ao princípio da criação. Adoração e Criação remonta-se
a observância do Santo Sábado. O clamor deste primeiro anjo parece até uma repetição da frase
contida no Quarto Mandamento da Lei de Deus, veja:
O epicentro do grande conflito entre Cristo e Satanás é o coração do homem. É de dentro do cora-
ção do ser humano que nasce as escolhas para o bem ou para o mal. De lá também nasce a verda-
deira adoração, que deve ser direcionada ao único Deus e criador de tudo, inclusive de cada um de
nós, mas o Diabo quer isso para ele. Satanás quer ser adorado desde o princípio. Ele fará tudo o que
lhe for permitido para confundir a verdadeira adoração.
O Apocalipse Revelado 57
Babilônia Mística
O Segundo Mensageiro alerta sobre a queda da Babilônia mística, pois a Babilônia antiga, de 600
a.C., foi destruída há quase dois mil e quinhentos anos, e suas ruínas encontram-se no Iraque.
Essa Babilônia mística herdou os traços de caráter da antiga Babilônia que era idólatra, politeísta
e depravada. Seus falsos deuses foram conquistado e confiscados ao panteão dos Medos e Persas
(Assírios), que por sua vez foram conquistados pelos Gregos, na figura icônica de seu imperador
Alexandre, o grande, cujo império foi conquistado pelos Romanos. Na História ecoa a frase: “deu-
ses greco-romanos”, mas deveria afirmar: “deuses babilônico-romanos”, pois lá está a origem do
termo profético. Roma pagã, Papal e Moderna é a herdeira profética daquela antiga cidade.
No estudo anterior verificamos que a Mulher, prostituta, ICAR, é a Babilônia mística. Na testa dela,
para todo mundo ver (roupas, adornos, localização geográfica, aliciamento de reis...) está escrito:
Ela caiu! Deixou de ser igreja de Deus há muito tempo e não mais engana os santos fiéis. Seus
planos e farsa foram descobertos pelo conhecimento da profecia e pelas revelações recebidas do
espírito de Cristo.
VERSO REVELAÇÃO
16:19 Deus fará Babilônia beber o cálice se Sua justiça (ira).
18:02 A razão da queda: tornou-se abominável e morada de demônios.
18:05 Cometeu tantos pecados que se acumularam até aos céus.
18:10 A forte e grande Babilônia será destruída em uma hora (15 dias).
Por fim, Babilônia será destruída como quem lança uma pesada
18:21
pedra ao mar e imediatamente afunda.
A paciência do santos
Paciência é perseverança; uma virtude essencial no caráter do remanescente fiel no tempo do fim.
Só será salvo aquele que perseverar até o fim. (Mateus 24:13).
Os mandamentos de Deus
A guarda dos mandamentos de Deus será um marco na identificação do povo de Deus. Nesta época, do
fim, muitas igrejas influenciadas pela confusão doutrinária de Babilônia, colocarão em dúvida a obedi-
ência à Santa Lei de Deus. As filhas da igreja mãe (Protestantismo apostatado – evangélicos) já expe-
rimentam uma confusão em torno do tema “Graça”, colocando-a contra a Lei eterna de Deus. Pregam
não ser mais necessário a guarda dos mandamentos, contrariando a pregação do Próprio Filho de Deus:
Qual era a fé (crença) de Jesus? No que Ele acreditava? Basta lermos o que Ele pregou ao público
e aos discípulos, de forma aberta e clara. A nossa fé em Cristo está alicerçada, também, naquilo que
Ele cria. Vejamos um resumo:
O Quarto Mensageiro ilumina a Terra com a sua glória. Essa glória é uma Palavra gloriosa cheia de
verdade e poder. Diferentemente dos três primeiros anjos que pregam e convidam homens a sair do
engano e ingressar nas fileiras do céu, esse Anjo, com palavra forte, anuncia a última oportunidade
para arrependimento. Confirma a tônica da mensagem dos TRÊS primeiros anjos: “Caiu,, caiu a
grande Babilônia...” e escancara seus pecados. E, por fim, faz o último convite:
Sair da confusão doutrinária de Babilônia e das suas práticas de fornicação com outros deuses; de
outras religiões que, com ações ecumênicas, misturam deuses e senhores. Acaso pode alguém con-
seguir servir a dois senhores? (Mateus 6:24).
A falta de critérios coerentes com a fé de Cristo levou a Babilônia mística a ser uma igreja diferente
em cada cultura e nação. O importante para ela é se associar aos líderes políticos, como num pecado
de fornicação, para obter benesses, mantendo o povo subserviente à vontade dos poderosos, que
com ela adulteram nas trevas. Uma religião popular, sem regras claras, sem compromisso e fácil de
praticar, pois para esta instituição o que interessa é a quantidade e não a qualidade. Para ela foi feita
uma porta larga, para que muitos possam passar. (Mateus 7:13).
60 O Apocalipse Revelado
11. MIL ANOS DE PAZ
E O GRANDE JULGAMENTO
Satanás está furioso porque pouco tempo lhe resta (Apocalipse 12:12) e sua prisão está se aproxi-
mando. Em breve, logo após o retorno de nosso Senhor Jesus Cristo, Satanás será aprisionado por
um período de mil anos.
A linguagem metafórica do Apocalipse novamente nos apresenta uma grande riqueza de símbolos:
chave, abismo, cadeia, dragão, serpente... É possível prender um ser espiritual numa cela? Só o
Diabo será preso ou os seus anjos (demônios) serão trancafiados junto com ele? Milhões de anjos
caídos caberão numa cela que cabe na mão de um anjo? Satanás será preso, mas não será numa
cadeia com grades, correntes, cadeados... Será numa cadeia de circunstâncias, pois todos os seus
anjos serão aprisionados. Veja a magnífica tipificação deste “exército do alto” sendo aprisionado
no último dia:
O Apocalipse Revelado 61
A cadeia será de circunstância, pois:
1. Não terá a quem tentar. Todos os ímpios morrerão com o esplendor da glória da vinda de Cristo
(2 Tessalonicenses 2:8; Mateus 24:30; Apocalipse 6:16; Lucas 17:26-30);
2. Não terá a quem tentar. Todos os justos foram arrebatados para reinar com Cristo mil anos, nos
céus. (1 Tessalonicenses 4:17; Marcos 13:27);
3. Durante o milênio a Terra estará desolada, desértica, e vazia, e não haverá homem algum. (Jere-
mias 4:23-26).
Os Justos que estiverem mortos, por ocasião da vinda de Cristo, ressuscitarão PRIMEIRO, trans-
formados, em corpo incorruptível. Esta é a primeira ressurreição.
Ao toque da sétima trombeta ocorre o retorno de Cristo à terra. Todos os justos mortos ressuscitam
e são arrebatados juntamente com os justos transformados. O Milênio começa a partir da ressurrei-
ção dos justos mortos e da transformação dos justos vivos, portanto, imediatamente após a vinda de
Jesus. Reinarão com Cristo durante mil anos, e pela eternidade sem fim estarão com Ele.
Os ímpios mortos por ocasião da vinda gloriosa de Cristo continuarão mortos, e só ressuscitarão
depois dos mil anos. A ressurreição dos ímpios significa a soltura de Satanás, pois agora tem a quem
tentar. A Terra não estará mais vazia.
62 O Apocalipse Revelado
Muitas pessoas, quando leem versos isolados confundem os participantes da Primeira e Segunda res-
surreição, por lerem erradamente os versos acima (4 e 5). Perceba que o verso 4 está falando dos justos,
e antes de concluir a fala dos justos que são os que participam da Primeira Ressurreição, há uma pausa
para falar dos “outros” (ímpios) que não revivem antes de acabar o milênio. Acima está sublinhado o
texto que se refere aos justos e em negrito o que se refere aos ímpios, para facilitar a compreensão.
As circunstâncias que farão com que Satanás se sinta aprisionado são: a completa ausência de vida;
viver num deserto, sem ter a quem tentar, já que a Terra foi completamente desolada pela glória de
Cristo, conforme descreve o apóstolo Pedro de forma impressionante. (2 Pedro 3:10-12). O pró-
prio Cristo descreve quão ampla será a destruição de todas as obras (Mateus 24:2). Todo monte se
nivelará com vales e todos os vales se nivelarão com os montes, ou seja, se formará uma grande
planície desértica (Isaías 40:4).
Depois da Segunda Ressurreição (a dos ímpios), Satanás terá com o que se ocupar. Sairá a enganar - seu
principal trabalho desde o início do ministério do pecado - as nações formadas por ímpios de todos
os tempos. Uma multidão incontável de ímpios, cujo número é comparado ao dos grãos da areia
do mar. Com sede de vingança, Satanás sairá da cadeia com o intento de reorganizar um grande
exército para ir contra o exército do Cordeiro, e se preparar para a última batalha.
Satanás, por ocasião de sua prisão, recebe um selo sobre ele, para que não mais engane as nações.
A que nações está se referindo este texto? Ora, logicamente se refere aos ímpios. Entendemos isso
pelo conectivo “até que”. O texto dá a entender que as nações não serão tentadas “até que” acabem
os mil anos. Esse contexto de ser tentado após o milênio ou de não ser tentado “até que”... É cabível
apenas para os ímpios. Perceba que, acabando os mil anos ele volta a enganar os ímpios.
Depois de congregar Gogue e Magogue, como um exército contra a Cidade Santa, Satanás não
perderá tempo e partirá para que se cumpra nele a última profecia, antes da eternidade de paz e har-
monia em todo o Universo. Ele encontrará o lago de fogo e perderá a vida, assim como a perderão,
todos os seus agentes enganadores.
“E subiram sobre a largura da terra,
e cercaram o arraial dos santos e a cidade amada;
e de Deus desceu fogo, do céu, e os devorou.”
Apocalipse 20:9
O Apocalipse Revelado 63
“E o diabo, que os enganava, foi lançado no lago de fogo e enxofre,
onde estão a besta e o falso profeta;
e de dia e de noite serão atormentados para todo o sempre.”
Apocalipse 20:10
A terra estará desolada e vazia, como uma prisão desértica ocupada pelo Diabo e seus anjos. Todos
os justos, mortos ressuscitados e vivos transformados estarão reinando com Cristo e com Deus, o
Pai, nos céus. A resposta direta seria: No céu, reinando. Mas “reinando” é muito genérico. O que de
fato estarão fazendo os justos salvos? Vejamos:
64 O Apocalipse Revelado
“E saía um rio de fogo, de diante dele [Deus].
Milhares de milhares o serviam; milhões e milhões estavam diante dele.
O tribunal iniciou o julgamento, e os livros foram abertos.”
Daniel 7:10
Reinar com Cristo, neste contexto, é o mesmo que dizer “julgar com Cristo”. Deus, o Pai, deu a
Cristo o poder de julgar (João 5:22), sentando o Filho no Seu trono (Apocalipse 3:21), e da mesma
forma Cristo fará com os salvos. Sentá-los-á no trono com Ele, ou seja, julgará com Ele. Está claro
o cenário de um julgamento: Trono (poder de juiz – julgar), livro, livros, além das repetitivas pala-
vras: Juízo, julgamento, justiça, poder de julgar, julgado... Está claro que a atividade principal dos
justos, no milênio, será julgar.
GRÁFICO
(Resumo do Milênio)
1ª RESSURREIÇÃO 2ª RESSURREIÇÃO
O Milênio é o período final da grande semana de tempo divino - profética (7.000 anos). Um grande
sábado de repouso para a terra e para o povo de Deus (Hebreus 4:9).
O Apocalipse Revelado 65
12. A CIDADE SANTA
A NOVA JERUSALÉM
É um grande desafio tentar descrever como será a Santa Cidade. O apóstolo Paulo afirma que é im-
possível a mente humana imaginar o que Deus tem preparado para aqueles que O amam (1 Coríntios
2:9) e ainda teve outras visões sobre este Paraíso que Deus tem preparado para Seu povo. (2 Coríntios
12:1-5). No Apocalipse nos é garantido que será um ambiente sem qualquer tipo de contaminação.
Muitos serão impedidos de entrar nesta “Nova Jerusalém”. Tudo aquilo que a Lei de Deus aponta
como pecado será impedido de entrar nela.
Todas as promessas para os santos se cumprem ao receberem o direito de entrar na Santa Cidade
pelas portas. Neste ato se confirmará a grande diferença entre quem amou e defendeu a Santa Lei
66 O Apocalipse Revelado
de Deus e quem a desprezou e ensinou contrário a ela:
“Quem vencer,
herdará todas as coisas;
e eu serei seu Deus, e ele será meu filho.”
Apocalipse 21:7
Os vencedores nunca mais experimentarão qualquer tipo de sofrimento, por menor que seja, mas
gozarão de uma vida segura, em paz e plena. Cristo se refere a ela como “vida abundante”. (João
10:10). O grande símbolo do sofrimento são as lágrimas derramadas pelo choro, mas lá não haverá
pranto algum, pois quem vai solucionar isso pessoalmente é o Deus Todo Poderoso.
Deus não só enxugará dos olhos as lágrimas dos Seus filhos, mas habitará para sempre com
eles. Esta é a maior de todas as bênçãos, revelando a Grandeza de um Deus e Pai de amor.
(Salmos 16:11).
O Apocalipse Revelado 67
“E nela não vi templo,
porque o seu templo é o Senhor Deus Todo-Poderoso, e o Cordeiro.”
Apocalipse 21:22
Os símbolos que descrevem a Santa Cidade são fascinantes e precisam ser contemplados com dis-
cernimento. A visão de João deve ser compreendida de formal literal? Reflitamos: Para quê uma
cidade com muros e portas, se não haverá ladrões ali? Pior ainda, portas que não têm utilização, não
se fecham em momento algum. Muro significa que os salvos viverão uma vida de plena segurança,
sem qualquer ameaça, quer seja diante de seus olhos (física) ou temores na mente (ameaça psíqui-
ca). Para que um templo, se viveremos com Deus e com Cristo, e Os veremos face a face? Esse en-
contro não pode ser em qualquer lugar? Num jardim, por exemplo, como Deus fazia com Adão ao
final de cada tarde no jardim do Éden? Por que não necessitarão de sol e lua (Apoc. 21:23; Salmos
84:11), se antes do pecado, no Paraíso perfeito, Deus e Cristo criaram o sol e lua para Adão e Eva?
Não seria um símbolo de que o homem não estaria mais preocupado com o tempo, com o findar
do dia, ou temor das trevas da noite, já que estão desfrutando da eternidade e não dependem mais
de agendas e estresses da vida? (Salmos 37:11) O Cordeiro sendo a lâmpada por onde passa a luz
de Deus, o Pai, também nos dá um significado de que a presença gloriosa de Cristo nos conforta e
consola com a certeza de que o mal nunca mais se levantará, pois Ele (O Cordeiro), o grande vence-
dor, refletindo a glória do Pai, nos guardará sempre (Mateus 23:37). O apóstolo Paulo afirmou que
a mente humana seria incapaz de compreender ou descrever o que Deus preparou para Seu povo.
Com João não seria diferente, Deus revelou este Paraíso em símbolos, para que a mente humana
tivesse uma noção da Glória daquela Cidade e de como o ser humano se sentiria nela habitando.
68 O Apocalipse Revelado
A NOIVA DE CRISTO
Se a esposa de Cristo é realmente uma cidade com muros, portas, tijolos... O Apocalipse está afir-
mando que Ele se casará com um prédio? Ou a visão de João aponta para as pessoas que vivem uma
vida gloriosa na presença de Deus e de Cristo? Afinal, a noiva de Cristo é a igreja (2 Coríntios 11:2;
Efésios 5:23; Apocalipse 19:7) que vem da palavra Eclésia (em grego: Εκκλησία; transl.: ekklesia),
cujo significado aponta para a pessoa humana e nunca para objeto
O mais importante e amplamente evidenciado pelos profetas acerca da Cidade Santa ou Nova terra/Novo
céu, ou ainda, Nova Jerusalém, é aquilo que a pessoa humana experimentará em seus sentidos e mente.
A linguagem usada por Isaías para descrever as santas recompensas que o SENHOR tem reservado
para Seu povo, é uma linguagem profética e muito semelhante a do Apocalipse. Linguagem simbólica
para que as rudes mentes humanas pudessem alcançar o entendimento da superioridade e perfeição da
Nova Terra. Imagine aplicar a literalidade ao texto de Isaías, onde afirma que os dias de vida do povo
de Deus não serão a eternidade, mas apenas os dias de uma árvore! O que Deus tem preparado para
Seu povo é bom, santo e glorioso. O mais importante é entender que precisamos aceitar nosso Senhor
Jesus Cristo como Salvador, o único que pode nos levar ao Pai e à Cidade Santa. Amém.
O Apocalipse Revelado 69
13. O ESPÍRITO DE CRISTO
FALA ÀS IGREJAS
O Cordeiro de Deus é o Filho do Pai Celeste - Deus único que, por herança, deu ao Filho o poder
de governar tudo. Dois destes grandes símbolos são a destra (mão direita) que significa força, co-
mando, controle... e estrelas que significa Anjos ou espíritos ministradores (Hebreus 1:13,14). Jesus
é o Príncipe dos Exércitos celestiais, formado por anjos. A Cristo foi dado o Comando de tudo. No
capítulo primeiro do Apocalipse, Cristo se revela como tendo na Sua mão direita 7 estrelas:
Apocalipse 4:5 e 5:6 reforça que os Sete Espíritos têm origem no trono (poder) do Pai, exemplifi-
cando a Sua onipresença em toda a Terra. Símbolos como: lâmpadas de fogo e sete olhos, signifi-
cam que a luz dos olhos de Deus pode ver tudo, em qualquer lugar, e ninguém pode fugir de Sua
presença (Salmos 139:7-16). Esse poder foi conferido a Cristo, pelo Pai. Cristo, com esse poder,
passou a estar presente na vida de todos os Seus discípulos ao mesmo tempo.
70 O Apocalipse Revelado
Foi o espírito santo de Cristo, ou seja, o próprio Jesus quem conduziu Sua igreja, orientando os
Apóstolos e os demais que iam alcançando a justificação pela fé no Filho de Deus. Cristo deu aos
Seus discípulos do mesmo espírito de santidade que recebeu do Pai Celeste, conforme a promessa:
Quem tem ouvidos, ouça o que o Espírito diz às Escreve ao anjo da igreja que está em Éfeso:
igrejas... Apocalipse 2:7. Isto diz aquele que tem na sua destra as sete
estrelas... Apocalipse 2:1
Quem tem ouvidos, ouça o que o Espírito diz às E ao anjo da igreja que está em Esmirna, escreve:
igrejas... Apocalipse 2:11. Isto diz o primeiro e o último, que foi morto, e
reviveu: Apocalipse 2:8.
Quem tem ouvidos, ouça o que o Espírito diz às E ao anjo da igreja que está em Pérgamo escreve:
igrejas... Apocalipse 2:17 Isto diz aquele que tem a espada aguda de dois fios:
Apocalipse 2:12.
Os 7 anjos, simbolizados pelas 7 estrelas na destra de Cristo, levam as Suas mensagens a 7 igrejas
específicas que representam 7 períodos proféticos, até o tempo do fim. Os anjos são mensageiros de
Cristo que, para transmitir uma mensagem espiritual às mentes do Seu povo, precisa ter o mesmo
O Apocalipse Revelado 71
espírito de Cristo. Da mesma que forma, os filhos de Deus precisam ter a mente de Cristo para com-
preender as grandes e preciosas revelações apocalípticas dada por Ele à Sua igreja (Filipenses 4:7).
Para entender essas mensagens codificadas, para serem assimiladas apenas pelas mentes espiritu-
ais, em Cristo, é que o Filho de Deus disponibilizou para aqueles que vivem no testemunho da Pa-
lavra e do exemplo deixado por Cristo, o espírito de profecia. O mesmo espírito de poder, coragem,
discernimento e compreensão dado aos profetas.
É o espírito de Cristo que fala à Sua igreja em todas as épocas – de Éfeso a Laodicéia. Mas, á última
igreja, Ele se apresenta como “O Princípio da criação de Deus” (Apocalipse 3:14, confirmado por
Apocalipse 1:5; Colosenses 1:15 e 18). Aquele que estava no princípio com o Pai (João 1:2); sendo
o Seu arquiteto – auxiliar, ajudante... (Provérbios 8:30), assumindo Sua parte ativamente, e não
como mero espectador (João 1:3 e 5:19,20). O Filho é a razão de tudo existir. Foi para o Filho que
o Pai criou todas as coisas. Para Laodicéia, igreja que trocou a verdadeira doutrina da Divindade
pela Trindade, Cristo se apresenta como o Filho através do qual o Pai iniciou toda a criação através
(por intermédio dEle). Uma igreja que se julga rica em conhecimentos teológicos, mas que é cega
por não enxergar a verdade óbvia e simples – Jesus é Filho de Deus e não o deus Filho. É o espírito
de Cristo, e não uma suposta terceira pessoa da Trindade, que está no meio dos que se reúnem em
nome de Jesus:
O Apocalipse trata do tema espírito santo com a mesma clareza e harmonia que o restante da Bíblia,
sem as fábulas inventadas pela teologia direcionada aos interesses políticos de Roma no período
profético da Igreja de Pérgamo e “aperfeiçoada” pela Igreja profética de Laodicéia nos últimos
dias, que se acha rica, mas é pobre e miserável; acha que vê, mas é cega. Enxerga que o espírito
santo de Deus é uma pessoa, distinta do Pai e do Filho. A Palavra ensina com abundância de pas-
sagens, que o espírito santo é de Deus. Esse mesmo espírito de santidade, que tem origem no Pai,
foi concedido ao Filho, fazendo com que o Filho tenha a vida em Si mesmo (João 5:26) e tenha o
poder de dar desse espírito aos filhos da fé nEle (Atos 2:32,33; João 20:22). Quando a Bíblia cita
o espírito de Cristo, refere-se ao mesmo espírito que tem origem no Pai. O Pai tem um espírito; o
Filho tem um espírito e os homens, cada um, tem um espírito. Mas, a suposta terceira pessoa da
Trindade, não tem um espírito. Você já ouviu falar no Apocalipse ou em outra parte da Bíblia no
espírito do Espírito?
72 O Apocalipse Revelado
“Mas Deus no-las revelou pelo seu Espírito;
porque o Espírito penetra todas as coisas,
ainda as profundezas de Deus.
Porque, qual dos homens sabe as coisas do homem,
senão o espírito do homem, que nele está?
Assim também ninguém sabe as coisas de Deus,
senão o Espírito de Deus.”1
Coríntios 2:10,11
O espírito santo de Deus, dado a Cristo, que por Sua vez concedeu aos homens, é apresentado no
Apocalipse em diversos símbolos. Um dos símbolos marcantes que revela a onipresença do Pró-
prio Pai, e não de outra pessoa, é o Seu espírito, que está dentro DELE e não uma pessoa ao lado,
como sugere a falha teoria da Trindade, que Se faz presente em todos os lugares ao mesmo tempo,
inclusive dentro da mente de todos os seres criados com racionalidade. Essa simbologia da máxi-
ma divina é representada pelo número 7 (total, completo, perfeito...): Sete lâmpadas de fogo (luz e
purificação) e Sete olhos (visão).
“E olhei, e eis que estava no meio do trono e dos quatro animais viventes
e entre os anciãos um Cordeiro, como havendo sido morto, e tinha sete pontas
e sete olhos, que são os sete espíritos de Deus enviados a toda a terra.”
Apocalipse 5:6
O inimigo de Deus, e nosso, sempre atua com contrafações com intuito de enganar os filhos de
Deus. Sendo conhecedor das escrituras sagradas, e sempre usando a interpretação superficial da
letra morta, induz os homens ao erro através de supostos cumprimentos proféticos, sendo, porém,
uma imitação falsa daquilo que é verdadeiro. O Diabo, numa tentativa absurda de ser comparado a
Deus, e ser adorado como a terceira pessoa do céu, depois de Deus, o Pai e de Cristo, o Filho, tenta
imitar o Criador, numa cena patética, concedendo um falso espírito de vida a um de seus agentes
das trevas – a Besta:
O espírito de Deus (Ruach) soprado nas narinas de Adão, fazendo-o uma alma vivente (Gênesis 2:7
e 1:2), parece ser o clímax da busca do Diabo. É no Apocalipse que Deus nos revela como Satanás
atua, disfarçado com seus personagens. Em mais uma imitação do Deus único e Verdadeiro, ao
invés de sair fôlego (espírito) de vida, sai “três espíritos imundos”. Da sua boca sai falsas doutri-
nas, imundas como rãs. Essa tríade imunda, adorada pelo mundo enganado, confirma sua terrível
O Apocalipse Revelado 73
insistência em função de que a humanidade aceite e conviva com o politeísmo da trindade: Dragão,
Besta e Falso Profeta – três espíritos imundos.
Deus só permitirá que o Diabo faça esses terríveis sinais porque nos deu com antecedência a reve-
lação de cada passo enganoso do inimigo. Aqueles que sempre rejeitaram o exame da Palavra serão
entregues a operação do erro, pois nunca tiveram amor pela verdade e pela salvação (2 Tessaloni-
censes 2:10,11). Desprezaram o repetitivo apelo apocalíptico:
74 O Apocalipse Revelado
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