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EXMO. SR. DR. JUIZ DE DIREITO DA VARA CÍVEL - COMARCA DE ITABORM — RJ;
pelo rito ordinário, na forma art. 282 do CPC, em face da AMPLA ENERGIA E
SERVIÇOS S. A., pessoa jurídica de direito privado, situado à Rua Feliciano Sodré, n°.
230, Centro, São Gonçalo, RJ; pelos motivos de fato e de direito que passa a expor:
4. Vale esclarecer que por diversos momentos a autora ficou por vários
meses sem energia elétrica, corno julho de 2006 e nos meses de julho a outubro de
2007, uma vez que não teve condições de pagar os valores cobrados indevidamente.
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Da Urgência da Antecipação da Tutela
10. Aos fatos narrados, não há explicação e nem amparo legal nas
cobranças em questão totalizando o valor de R$ 2.635,04, uma vez que sua média
mensal era de 100 KWh, antes das cobranças que aumentaram em 1.000% o consumo
da autora, sendo certo que é nítido que se houve algum problema técnico na leitura ou
no medidor foi por culpa exclusiva da ré.
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11. Conforme se verifica nas constas de energia da autora, a média dos
últimos doze meses, antes de começarem a lhe enviarem as cobranças absurdas, não
ultrapassava o consumo médio de 100 KWh, sendo inegável que houve falha na leitura
das contas questionadas, sendo nítido que as leituras estão sendo feitas de forma
irregular, sendo flagrante a falha na prestação do serviço.
13. Em outro compasso, não se tem dúvida que está havendo falha na
leitura do consumo real de energia na residência da autora, conforme fundamentação
supra, devendo V. Exa. declarar nulas as cobranças das tarifas que venceram no mês
12/2006, e a dos meses fevereiro até maio de 2007, assim como a do mês 12/2007, e
outros débitos que também está sendo cobrado no valor de R$ 514,21( meses de maio
de junho de 2006), por ser cabal a ilegalidade na cobrança acima deste patamar.
16. Não restam dúvidas que houve um total desrespeito por parte da ré
aos direitos básicos do consumidor, como o da informacão, da boa-fé, da transparência,
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entre outros que estão no caput do art. 4, e no inciso III do mesmo artigo da lei
8.078/90, uma vez que a autora tentou por diversas vezes administrativamente que a ré
corrigisse o consumo dos meses em questão, bem como outros débitos que lhe foi
imposta, mas não obteve êxito no seu pleito, sendo certo que só o poder judiciário
poderá restabelecer o estado quo ante da demandante.
2005.700.012597-3
J u iz(a) CRISTINA TEREZA GAU LIA
Cobrança de débito de energia elétrica referente à suposta irregularidade
detectada unilateralmente pela concessionária - Quebra do principio
constitucional do devido processo legal Imposição de penalidade ao
consumidor sem que lhe seja concedido direito de defesa - Questionamento
pelo mesmo da existência da alegada irregularidade bem como dos valores
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abusivamente cobrados Princípio da transparência máxima nas relações de
consumo descumprido - Cobrança abusiva - Nulidade Lei 8079/90 art. 51 X -
Corte no fornecimento de energia que perdura por 09 dias e que só é
restabelecido mediante cumprimento de determinação judicial - Autora que é
compelida a celebrar acordo para parcelamento de suposto débito com a ré
Abusividade - Fórmula coativa de cobrança que atenta contra o princípio da
dignidade da pessoa humana - Art. 1°, III CF/88 - Necessidade de aviso prévio
a fim de possibilitar defesa —Desnecessidade de perícia - Furto de energia que
sequer resta comprovado pela ré - Concessionária que nenhuma prova
apresenta de qualquer fator gerador da alta demanda de energia elétrica pelo
consumidor por aquela registrada - ónus da prova que cabe ao fornecedor
sendo a relação de consumo Art. 6° VIII CoDeCon - Portarias da Aneel que se
consideram abusivas em face dos principios e normas estatuídas pelo CDC e
do que determina a Política Nacional das Relações do Consumo - Art. 51
incisos I, IV, X e XV Lei 8.078/90 c.c. Portaria n°4 de 13.03.99 da Secretaria de
Direito Econômico/MJ Danos morais ocorrentes - Sentença de procedência do
pedido que declara nula a cobrança da fatura questionada e a devolução dos
valores pagos, em dobro, pela autor a titulo de parcelamento de débito - Valor
arbitrado que se eleva para R$3.500,00 a fim de adequar-se ao caráter
preventivo-pedagógico do instituto. Recurso da ré conhecido, mas não provido.
19. Neste sentido, houve violação ao art. 5°, inciso X, da Magna Carta,
C/C art. 6°, VI, da lei 8.078/90, sendo flagrante a violação destes dispositivos legais pela
ré, por todo constrangimento, humilhação, vexame e a má-fé que a autora sofreu por
causa da demandada, devendo este juízo condená-la a título de danos morais no
quantum a ser arbitrada por V. Exa, em valores não inferiores a quarenta salários
mínimos.
20. Esclarece o autor que a mensuração do dano moral exposto tem por
escopo o intuito de punir pedagogicamente a ré, para que esta ao tentar lesar outros
consumidores pense duas vezes na conseqüência dos seus atos, não tendo a
demandante nenhum intuito de obter enriquecimento indevido, até porque, o valor
arbitrado não enriquece ninguém.
21. Neste sentido, confia a autora á esperança neste Juízo para obter
êxito no pleito exposto, sendo certo que ficou claro e cristalino que houve ofensa ao seu
direito material e especificamente moral, sendo-lhe de direito a sua devida reparação.
Dos Pedidos
Ao todo exposto, requer a autora:
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1) O deferimento da tutela antecipada para compelir a ré a se abster de interromper o
fornecimento de energia na residência da autora, bem como faturar as faturas vincenda
somente até a média dos últimos doze meses antes das cobranças indevidas (100
KWh), sob pena de não o fazendo incidir multa diária a ser arbitrada por V. Exa., em
valores não inferiores a R$ 500,00, conforme fundamentação supra;
2) O deferimento da justiça gratuita, como forma de garantir o acesso à justiça da
autora, pela fundamentação supra;
3) Que seja citada a ré, no endereço fornecido no preâmbulo da inicial, para responder a
presente sob pena de confissão, preclusão e revelia;
4) O deferimento da inversão do ônus da prova, como forma de garantir o princípio da
isonomia, pela fundamentação supra;
5) A procedência do pedido para condenar a ré:
a) Para confirmar os efeitos da tutela antecipada, que compeliu a ré a se abster de
interromper o fornecimento de energia na residência o autor, pela fundamentação supra;
b) A declaração da d todos os débitos questionados na presente ação,
valor total de R$ 2.635,04, na forma da fundamentação supra;
d) A condenação da ré ao pagamento de indenização pelos danos morais sofridos
pela autora, em valores arbitrados por V. Exa., em valores não inferiores a R$ 22,000,00
(vinte e dois mil reais), pela fundamentação siipra;
d) A condenação da ré ao pagamento das custas judiciais e honorários
advocaticios, na forma do art. 20, § 3°, do CPC.
Das Provas
Requer a produção das provas documentais préconstituldas e as
supervenientes, o depoimento pessoal do representante legal da ré e as demais provas
admitidas neste rito especial.
Valor da Causa
Dá-se a presente causa o valor de R$ 22,000,00 (vinte e dois mil reais), para
efeitos fiscais.
Termos em que,
Pede-se Deferimento.
Itaboraí, 17 de dez o de 2007