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LEGISLAÇÃO BÁSICA EM EDUCAÇÃO 01

RESOLUÇÃO Nº 03/2018 - DCNEM


SEETC-PB
LEGISLAÇÃO BÁSICA EM EDUCAÇÃO

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art. 35 da Lei nº 9.394/1996, de Diretrizes e Bases da


Educação Nacional.
LEGISLAÇÃO BÁSICA EM
Art. 5º O ensino médio em todas as suas modalidades de
EDUCAÇÃO ensino e as suas formas de organização e oferta, além
dos princípios gerais estabelecidos para a educação
nacional no art. 206 da Constituição Federal e no art. 3º
da LDB, será orientado pelos seguintes princípios
RESOLUÇÃO Nº 03 DE NOVEMBRO DE 2018 - DCNEM específicos:
I- formação integral do estudante, expressa por
valores, aspectos físicos, cognitivos e
socioemocionais;
TÍTULO I
II- projeto de vida como estratégia de reflexão sobre
OBJETO E REFERENCIAL trajetória escolar na construção das dimensões
CAPÍTULO I pessoal, cidadã e profissional do estudante;
OBJETO III- pesquisa como prática pedagógica para inovação,
criação e construção de novos conhecimentos;
Art. 1º A presente Resolução atualiza as Diretrizes
Curriculares Nacionais para o Ensino Médio, a serem IV- respeito aos direitos humanos como direito
observadas pelos sistemas de ensino e suas unidades universal;
escolares na organização curricular, tendo em vista as V- compreensão da diversidade e realidade dos
alterações introduzidas na Lei nº 9.394/1996 (LDB) pela sujeitos, das formas de produção e de trabalho e das
Lei nº 13.415/2017. culturas;
Parágrafo único. Estas Diretrizes aplicam-se a todas as VI- sustentabilidade ambiental;
formas e modalidades de ensino médio,
complementadas, quando necessário, por diretrizes VII- diversificação da oferta de forma a possibilitar
próprias. múltiplas trajetórias por parte dos estudantes e a
articulação dos saberes com o contexto histórico,
Art. 2º As Diretrizes Curriculares Nacionais para o Ensino econômico, social, científico, ambiental, cultural
Médio articulam-se com as Diretrizes Curriculares local e do mundo do trabalho;
Nacionais Gerais para a Educação Básica e contemplam
os princípios e fundamentos definidos na legislação para VIII- indissociabilidade entre educação e prática social,
orientar as políticas públicas educacionais da União, dos considerando-se a historicidade dos conhecimentos
Estados, do Distrito Federal e dos Municípios na e dos protagonistas do processo educativo;
elaboração, planejamento, implementação e avaliação IX- indissociabilidade entre teoria e prática no processo
das propostas curriculares das instituições ou redes de de ensino-aprendizagem.
ensino públicas e privadas que ofertam o ensino médio.
Art. 6º Para fins de obtenção de maior clareza de
exposição, ficam definidos os seguintes termos utilizados
CAPÍTULO II na presente Resolução:
REFERENCIAL LEGAL E CONCEITUAL I- formação integral: é o desenvolvimento intencional
dos aspectos físicos, cognitivos e socioemocionais
Art. 3º O ensino médio é direito de todos e dever do do estudante por meio de processos educativos
Estado e da família e será promovido e incentivado com significativos que promovam a autonomia, o
a colaboração da sociedade, visando ao pleno comportamento cidadão e o protagonismo na
desenvolvimento da pessoa, seu preparo para o exercício construção de seu projeto de vida;
da cidadania e sua qualificação para o trabalho,
conforme previsto no art. 205 da Constituição Federal e II- formação geral básica: conjunto de competências e
no art. 2º da Lei nº 9.394/1996 (LDB). habilidades das áreas de conhecimento previstas na
Base Nacional Comum Curricular (BNCC), que
Art. 4º As instituições de ensino que ofertam essa etapa aprofundam e consolidam as aprendizagens
da Educação Básica devem estruturar suas propostas essenciais do ensino fundamental, a compreensão
pedagógicas considerando as finalidades previstas no

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de problemas complexos e a reflexão sobre soluções c) a tecnologia é conceituada como a transformação da


para eles; ciência em força produtiva ou mediação do
conhecimento científico e a produção, marcada, desde
III- itinerários formativos: cada conjunto de unidades
sua origem, pelas relações sociais que a levaram a ser
curriculares ofertadas pelas instituições e redes de
produzida;
ensino que possibilitam ao estudante aprofundar
seus conhecimentos e se preparar para o d) a cultura é conceituada como o processo de produção
prosseguimento de estudos ou para o mundo do de expressões materiais, símbolos, representações e
trabalho de forma a contribuir para a construção de significados que correspondem a valores éticos, políticos
soluções de problemas específicos da sociedade; e estéticos que orientam as normas de conduta de uma
sociedade.
IV- unidades curriculares: elementos com carga horária
pré-definida, formadas pelo conjunto de IX- sistemas de ensino: conjunto de instituições, órgãos
estratégias, cujo objetivo é desenvolver executivos e normativos, redes de ensino e
competências específicas, podendo ser organizadas instituições educacionais, mobilizados pelo poder
em áreas de conhecimento, disciplinas, módulos, público competente, na articulação de meios e
projetos, entre outras formas de oferta; recursos necessários ao desenvolvimento da
educação, utilizando o regime de colaboração,
V- arranjo curricular: seleção de competências que
respeitadas as normas gerais vigentes. No âmbito
promovam o aprofundamento das aprendizagens
destas Diretrizes, o poder público competente
essenciais demandadas pela natureza do respectivo
refere-se às Secretarias Estaduais de Educação e
itinerário formativo;
Conselhos Estaduais de Educação, conforme
VI- competências: mobilização de conhecimentos, normativo de cada Unidade da Federação.
habilidades, atitudes e valores, para resolver
X- redes de ensino: conjunto formado pelas
demandas complexas da vida cotidiana, do pleno
instituições escolares públicas, articuladas de
exercício da cidadania e do mundo do trabalho. Para
acordo com sua vinculação financeira e
os efeitos desta Resolução, com fundamento no
responsabilidade de manutenção, com atuação nas
caput do art. 35-A e no §1º do art. 36 da LDB, a
esferas municipal, estadual, distrital e federal.
expressão “competências e habilidades” deve ser
Igualmente, as instituições escolares privadas
considerada como equivalente à expressão “direitos
também podem ser organizadas em redes de
e objetivos de aprendizagem” presente na Lei do
ensino.
Plano Nacional de Educação (PNE).
Parágrafo único. O itinerário de formação técnica e
VII- habilidades: conhecimentos em ação, com
profissional compreende um conjunto de termos e
significado para a vida, expressas em práticas
conceitos próprios, tais como:
cognitivas, profissionais e socioemocionais, atitudes
e valores continuamente mobilizados, articulados e a) ambientes simulados: são ambientes pedagógicos que
integrados; possibilitam o desenvolvimento de atividades práticas da
aprendizagem profissional quando não puderem ser
VIII- diversificação: articulação dos saberes com o
elididos riscos que sujeitem os aprendizes à
contexto histórico, econômico, social, ambiental,
insalubridade ou à periculosidade nos ambientes reais
cultural local e do mundo do trabalho,
de trabalho;
contextualizando os conteúdos a cada situação,
escola, município, estado, cultura, valores, b) formações experimentais: são formações autorizadas
articulando as dimensões do trabalho, da ciência, da pelos respectivos sistemas de ensino, nos termos de sua
tecnologia e da cultura: regulamentação específica, que ainda não constam no
Catálogo Nacional de Cursos Técnicos (CNCT);
a) o trabalho é conceituado na sua perspectiva
ontológica de transformação da natureza, ampliada c) aprendizagem profissional: é a formação técnico-
como impulsionador do desenvolvimento cognitivo, profissional compatível com o desenvolvimento físico,
como realização inerente ao ser humano e como moral, psicológico e social do jovem, de 14 a 24 anos de
mediação no processo de produção da sua existência; idade, previsto no § 4º do art. 428 da Consolidação das
Leis do Trabalho (CLT) e em legislação específica,
b) a ciência é conceituada como o conjunto de
caracterizada por atividades teóricas e práticas,
conhecimentos sistematizados, produzidos socialmente
metodicamente organizadas em tarefas de
ao longo da história, na busca da compreensão e
transformação da natureza e da sociedade;

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complexidade progressiva, conforme respectivo perfil podem adotar formas de organização e propostas de
profissional; progressão que julgarem pertinentes ao seu contexto, no
exercício de sua autonomia, na construção de suas
d) qualificação profissional: é o processo ou resultado de
propostas curriculares e de suas identidades.
formação e desenvolvimento de competências de um
determinado perfil profissional, definido no mercado de §2º O currículo deve contemplar tratamento
trabalho; 4 Documento assinado eletronicamente nos metodológico que evidencie a contextualização, a
termos da legislação vigente diversificação e a transdisciplinaridade ou outras formas
de interação e articulação entre diferentes campos de
e) habilitação profissional técnica de nível médio: é a
saberes específicos, contemplando vivências práticas e
qualificação profissional formalmente reconhecida por
vinculando a educação escolar ao mundo do trabalho e à
meio de diploma de conclusão de curso técnico, o qual,
prática social e possibilitando o aproveitamento de
quando registrado, tem validade nacional;
estudos e o reconhecimento de saberes adquiridos nas
f) programa de aprendizagem: compreende arranjos e experiências pessoais, sociais e do trabalho.
combinações de cursos que, articulados e com os devidos
§3º As aprendizagens essenciais são as que desenvolvem
aproveitamentos curriculares, possibilitam um itinerário
competências e habilidades entendidas como
formativo. A oferta de programas de aprendizagem tem
conhecimentos em ação, com significado para a vida,
por objetivo apoiar trajetórias formativas, que tenham
expressas em práticas cognitivas, profissionais e
relevância para os jovens e favoreçam sua inserção
socioemocionais, atitudes e valores continuamente
futura no mercado de trabalho. Observadas as normas
mobilizados, articulados e integrados, para resolver
vigentes relacionadas à carga horária mínima e ao tempo
demandas complexas da vida cotidiana, do exercício da
máximo de duração do contrato de aprendizagem, os
cidadania e da atuação no mundo do trabalho.
programas de aprendizagem podem compreender
distintos arranjos; §4º Cada unidade escolar, em consonância com o
sistema de ensino, deve estabelecer critérios próprios
g) certificação intermediária: é a possibilidade de emitir
para que a organização curricular ofertada possibilite o
certificação de qualificação para o trabalho quando a
desenvolvimento das respectivas competências e
formação for estruturada e organizada em etapas com
habilidades.
terminalidade;
§5º A organização curricular deve possibilitar contínuo e
h) certificação profissional: é o processo de avaliação,
articulado aproveitamento de estudos e de experiências
reconhecimento e certificação de saberes adquiridos na
pessoais, sociais e do trabalho.
educação profissional, inclusive no trabalho, para fins de
prosseguimento ou conclusão de estudos nos termos do §6º A distribuição da carga horária da formação geral
art. 41 da LDB. básica e dos itinerários formativos deve ser definida
pelas instituições e redes de ensino, conforme
normatização do respectivo sistema de ensino.
TÍTULO II
Art. 8º As propostas curriculares do ensino médio
ORGANIZAÇÃO CURRICULAR E FORMAS DE OFERTA devem:
CAPÍTULO I I- garantir o desenvolvimento das competências gerais e
ORGANIZAÇÃO CURRICULAR específicas da Base Nacional Comum Curricular
(BNCC);
Art. 7º O currículo é conceituado como a proposta de
ação educativa constituída pela seleção de II- garantir ações que promovam:
conhecimentos construídos pela sociedade, a) a integração curricular como estratégia de
expressando-se por práticas escolares que se desdobram organização do currículo em áreas do conhecimento que
em torno de conhecimentos relevantes e pertinentes, dialogue com todos os elementos previstos na proposta
permeadas pelas relações sociais, articulando vivências e pedagógica na perspectiva da formação integral do
saberes dos estudantes e contribuindo para o estudante;
desenvolvimento de suas identidades e condições
b) cultura e linguagens digitais, pensamento
cognitivas e socioemocionais.
computacional, a compreensão do significado da ciência,
§1º Atendidos todos os direitos e objetivos de das letras e das artes, das tecnologias da informação, da
aprendizagem instituídos na Base Nacional Comum matemática, bem como a possibilidade de protagonismo
Curricular (BNCC), as instituições e redes de ensino dos estudantes para a autoria e produção de inovação;

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c) o processo histórico de transformação da sociedade e econômico, social, ambiental, cultural local, do mundo
da cultura; do trabalho e da prática social, e deverá ser organizada
por áreas de conhecimento:
d) a língua portuguesa como instrumento de
comunicação, acesso ao conhecimento e exercício da I- linguagens e suas tecnologias;
cidadania;
II- matemática e suas tecnologias;
III- adotar metodologias de ensino e de avaliação de
III- ciências da natureza e suas tecnologias;
aprendizagem que potencializem o
desenvolvimento das competências e habilidades IV- ciências humanas e sociais aplicadas.
expressas na BNCC e estimulem o protagonismo dos §1º A organização por áreas do conhecimento implica o
estudantes; fortalecimento das relações entre os saberes e a sua
IV- organizar os conteúdos, as metodologias e as contextualização para apreensão e intervenção na
formas de avaliação, por meio de atividades teóricas realidade, requerendo planejamento e execução
e práticas, provas orais e escritas, seminários, conjugados e cooperativos dos seus professores.
projetos e atividades online, autoria, resolução de §2º O currículo por área de conhecimento deve ser
problemas, diagnósticos em sala de aula, projetos organizado e planejado dentro das áreas de forma
de aprendizagem inovadores e atividades interdisciplinar e transdisciplinar.
orientadas, de tal forma que ao final do ensino
médio o estudante demonstre: §3º A formação geral básica deve ter carga horária total
máxima de 1.800 (mil e oitocentas) horas, que garanta
a) competências e habilidades na aplicação dos os direitos e objetivos de aprendizagem, expressos em
conhecimentos desenvolvidos; competências e habilidades, nos termos da Base
b) domínio dos princípios científicos e tecnológicos que Nacional Comum Curricular (BNCC).
estão presentes na produção moderna; §4º Devem ser contemplados, sem prejuízo da
c) práticas sociais e produtivas determinando novas integração e articulação das diferentes áreas do
reflexões para a aprendizagem; conhecimento, estudos e práticas de:
d) domínio das formas contemporâneas de linguagem; I- língua portuguesa, assegurada às comunidades
indígenas, também, a utilização das respectivas
V- considerar a formação integral do estudante,
línguas maternas;
contemplando seu projeto de vida e sua formação
nos aspectos físicos, cognitivos e socioemocionais; II- matemática;
VI- considerar que a educação integral ocorre em III- conhecimento do mundo físico e natural e da
múltiplos espaços de aprendizagem e extrapola a realidade social e política, especialmente do Brasil;
ampliação do tempo de permanência na escola. IV- arte, especialmente em suas expressões regionais,
Art. 9º As redes de ensino devem pautar a construção desenvolvendo as linguagens das artes visuais, da
dos seus currículos e as instituições escolares a dança, da música e do teatro;
elaboração das suas propostas pedagógicas, na seleção V- educação física, com prática facultativa ao
dos conhecimentos, metodologias, tempos, espaços, estudante nos casos previstos em Lei;
arranjos alternativos e formas de avaliação, com base
nos princípios definidos no art. 5º desta Resolução. VI- história do Brasil e do mundo, levando em conta as
contribuições das diferentes culturas e etnias para a
formação do povo brasileiro, especialmente das
Seção I matrizes indígena, africana e europeia;
Da estrutura curricular VII- história e cultura afro-brasileira e indígena, em
especial nos estudos de arte e de literatura e
Art. 10. Os currículos do ensino médio são compostos por
história brasileiras;
formação geral básica e itinerário formativo,
indissociavelmente. VIII- sociologia e filosofia;
Art. 11. A formação geral básica é composta por IX- língua inglesa, podendo ser oferecidas outras
competências e habilidades previstas na Base Nacional línguas estrangeiras, em caráter optativo,
Comum Curricular (BNCC) e articuladas como um todo preferencialmente o espanhol, de acordo com a
indissociável, enriquecidas pelo contexto histórico, disponibilidade da instituição ou rede de ensino.

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§5º Os estudos e práticas destacados nos incisos de I a IX III- ciências da natureza e suas tecnologias:
do § 4º devem ser tratados de forma contextualizada e aprofundamento de conhecimentos estruturantes
interdisciplinar, podendo ser desenvolvidos por projetos, para aplicação de diferentes conceitos em contextos
oficinas, laboratórios, dentre outras estratégias de sociais e de trabalho, organizando arranjos
ensino-aprendizagem que rompam com o trabalho curriculares que permitam estudos em astronomia,
isolado apenas em disciplinas. metrologia, física geral, clássica, molecular, quântica
e mecânica, instrumentação, ótica, acústica, química
§6º Devem ser incluídos temas exigidos por legislação e
dos produtos naturais, análise de fenômenos físicos e
normas específicas, na forma transversal e integradora,
químicos, meteorologia e climatologia, microbiologia,
tais como o processo de envelhecimento e o respeito e
imunologia e parasitologia, ecologia, nutrição,
valorização do idoso; os direitos das crianças e
zoologia, dentre outros, considerando o contexto
adolescentes; a educação para o trânsito; a educação
local e as possibilidades de oferta pelos sistemas de
ambiental; a educação alimentar e nutricional; a
ensino;
educação em direitos humanos; e a educação digital.
IV- ciências humanas e sociais aplicadas:
§7º A critério dos sistemas de ensino, a formação geral
aprofundamento de conhecimentos estruturantes
básica pode ser contemplada em todos ou em parte dos
para aplicação de diferentes conceitos em contextos
anos do curso do ensino médio, com exceção dos
sociais e de trabalho, estruturando arranjos
estudos de língua portuguesa e da matemática que
curriculares que permitam estudos em relações
devem ser incluídos em todos os anos escolares.
sociais, modelos econômicos, processos políticos,
§7º A critério dos sistemas de ensino, a formação geral pluralidade cultural, historicidade do universo, do
básica pode ser contemplada em todos ou em parte dos homem e natureza, dentre outros, considerando o
anos do curso do ensino médio, com exceção dos contexto local e as possibilidades de oferta pelos
estudos de língua portuguesa e da matemática que sistemas de ensino;
devem ser incluídos em todos os anos escolares.
V- formação técnica e profissional: desenvolvimento de
Art. 12. A partir das áreas do conhecimento e da programas educacionais inovadores e atualizados
formação técnica e profissional, os itinerários formativos que promovam efetivamente a qualificação
devem ser organizados, considerando: profissional dos estudantes para o mundo do
I- linguagens e suas tecnologias: aprofundamento de trabalho, objetivando sua habilitação profissional
conhecimentos estruturantes para aplicação de tanto para o desenvolvimento de vida e carreira,
diferentes linguagens em contextos sociais e de quanto para adaptar-se às novas condições
trabalho, estruturando arranjos curriculares que ocupacionais e às exigências do mundo do trabalho
permitam estudos em línguas vernáculas, contemporâneo e suas contínuas transformações, em
estrangeiras, clássicas e indígenas, Língua Brasileira condições de competitividade, produtividade e
de Sinais (LIBRAS), das artes, design, linguagens inovação, considerando o contexto local e as
digitais, corporeidade, artes cênicas, roteiros, possibilidades de oferta pelos sistemas de ensino.
produções literárias, dentre outros, considerando o §1º Os itinerários formativos devem considerar as
contexto local e as possibilidades de oferta pelos demandas e necessidades do mundo contemporâneo,
sistemas de ensino; estar sintonizados com os diferentes interesses dos
II- matemática e suas tecnologias: aprofundamento de estudantes e sua inserção na sociedade, o contexto local
conhecimentos estruturantes para aplicação de e as possibilidades de oferta dos sistemas e instituições
diferentes conceitos matemáticos em contextos de ensino.
sociais e de trabalho, estruturando arranjos §2º Os itinerários formativos orientados para o
curriculares que permitam estudos em resolução de aprofundamento e ampliação das aprendizagens em
problemas e análises complexas, funcionais e não- áreas do conhecimento devem garantir a apropriação de
lineares, análise de dados estatísticos e procedimentos cognitivos e uso de metodologias que
probabilidade, geometria e topologia, robótica, favoreçam o protagonismo juvenil, e organizar-se em
automação, inteligência artificial, programação, jogos torno de um ou mais dos seguintes eixos estruturantes:
digitais, sistemas dinâmicos, dentre outros,
I- investigação científica: supõe o aprofundamento de
considerando o contexto local e as possibilidades de
conceitos fundantes das ciências para a interpretação
oferta pelos sistemas de ensino;
de ideias, fenômenos e processos para serem
utilizados em procedimentos de investigação

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voltados ao enfrentamento de situações cotidianas e §8º A oferta de itinerários formativos deve considerar as
demandas locais e coletivas, e a proposição de possibilidades estruturais e de recursos das instituições
intervenções que considerem o desenvolvimento ou redes de ensino.
local e a melhoria da qualidade de vida da
§9º Para garantir a oferta de diferentes itinerários
comunidade;
formativos, podem ser estabelecidas parcerias entre
II- processos criativos: supõe o uso e o aprofundamento diferentes instituições de ensino, desde que sejam
do conhecimento científico na construção e criação previamente credenciadas pelos sistemas de ensino,
de experimentos, modelos, protótipos para a criação podendo os órgãos normativos em conjunto atuarem
de processos ou produtos que atendam a demandas como harmonizador dos critérios para credenciamento.
pela resolução de problemas identificados na
§10º Os sistemas de ensino devem estabelecer o
sociedade;
regramento do processo de escolha do itinerário
III- mediação e intervenção sociocultural: supõe a formativo pelo estudante.
mobilização de conhecimentos de uma ou mais áreas
§11º As instituições ou redes de ensino devem orientar
para mediar conflitos, promover entendimento e
os estudantes no processo de escolha do seu itinerário
implementar soluções para questões e problemas
formativo.
identificados na comunidade;
§12º O estudante pode mudar sua escolha de itinerário
IV- empreendedorismo: supõe a mobilização de
formativo ao longo de seu curso, desde que:
conhecimentos de diferentes áreas para a formação
de organizações com variadas missões voltadas ao I- resguardadas as possibilidades de oferta das
desenvolvimento de produtos ou prestação de instituições ou redes de ensino;
serviços inovadores com o uso das tecnologias. II- respeitado o instrumento normativo específico do
§3º Itinerários formativos integrados podem ser sistema de ensino.
ofertados por meio de arranjos curriculares que §13º Os sistemas de ensino devem garantir formas de
combinem mais de uma área de conhecimento e da aproveitamento de estudos realizados com êxito para o
formação técnica e profissional. estudante em processo de transferência entre
§4º A definição de itinerários formativos previstos neste instituições ou redes de ensino ou em caso de mudança
artigo e dos seus respectivos arranjos curriculares deve de itinerário formativo ao longo de seu curso.
ser orientada pelo perfil de saída almejado para o §14º O itinerário formativo na formação técnica
estudante com base nos Referenciais para a Elaboração profissional deve observar a integralidade de ocupações
dos Itinerários Formativos, e deve ser estabelecido pela técnicas reconhecidas pelo setor produtivo, tendo como
instituição ou rede de ensino, considerando os interesses referência a Classificação Brasileira de Ocupações (CBO).
dos estudantes, suas perspectivas de continuidade de
estudos no nível pós-secundário e de inserção no mundo §15º Cabe ao Ministério da Educação a elaboração de
do trabalho. um guia que oriente as instituições e redes de ensino na
implementação dos itinerários formativos.
§5º Os itinerários formativos podem ser organizados por
meio da oferta de diferentes arranjos curriculares, dada Art. 13. Nos currículos da Educação Escolar Indígena,
a relevância para o contexto local e a possibilidade dos Educação Escolar Quilombola e de comunidades
sistemas de ensino. tradicionais podem ser considerados outros saberes
relevantes às realidades dessas comunidades.
§6º Os sistemas de ensino devem garantir a oferta de
mais de um itinerário formativo em cada município, em Art. 14. A critério das instituições e redes de ensino, em
áreas distintas, permitindo-lhes a escolha, dentre observância às normas definidas pelo sistema de ensino,
diferentes arranjos curriculares, atendendo assim a os currículos e as matrizes podem ser organizados de
heterogeneidade e pluralidade de condições, interesses forma que a distribuição de carga horária da formação
e aspirações. geral básica e dos itinerários formativos sejam dispostos
em parte ou em todos os anos do ensino médio.
§7º A critério dos sistemas de ensino, os currículos do
ensino médio podem considerar competências eletivas Parágrafo único. Os currículos podem permitir que o
complementares do estudante como forma de estudante curse:
ampliação da carga horária do itinerário formativo I- mais de um itinerário formativo dentro de seu curso
escolhido, atendendo ao projeto de vida do estudante. de ensino médio;

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II- itinerários formativos de forma concomitante ou II- a possibilidade de concessão de certificados


sequencial. intermediários de qualificação para o trabalho,
quando a formação for estruturada e organizada em
Art. 15. Na organização do itinerário de formação técnica
etapas com terminalidade.
e profissional podem ser ofertados tanto a habilitação
profissional técnica quanto a qualificação profissional,
incluindo-se o programa de aprendizagem profissional
CAPÍTULO II
em ambas as ofertas.
FORMAS DE OFERTA E ORGANIZAÇÃO
§1º A habilitação profissional técnica de nível médio
deve atender as respectivas diretrizes curriculares Art. 17. O ensino médio, etapa final da educação básica,
nacionais. concebida como conjunto orgânico, sequencial e
articulado, deve assegurar sua função formativa para
§2º As instituições e redes de ensino podem iniciar a
todos os estudantes, sejam adolescentes, jovens ou
oferta de formações experimentais de cursos de
adultos, mediante diferentes formas de oferta e
habilitação profissional técnica de nível médio que não
organização.
constem no Catálogo Nacional de Cursos Técnicos com
autorização específica de seu sistema de ensino. §1º O ensino médio pode organizar-se em tempos
escolares no formato de séries anuais, períodos
§3º Em até 3 (três) anos do início da oferta da referida
semestrais, ciclos, módulos, sistema de créditos,
formação experimental, o sistema de ensino deverá
alternância regular de períodos de estudos, grupos não
deliberar a respeito do seu reconhecimento e, em caso
seriados, com base na idade, na competência e em
positivo, os cursos serão incluídos no Catálogo Nacional
outros critérios, ou por forma diversa de organização,
de Cursos Técnicos, preferencialmente, no prazo de até
sempre que o interesse do processo de aprendizagem
6 (seis) meses, limitados ao prazo de 5 (cinco) anos,
assim o recomendar.
contados da data de oferta inicial da formação.
§2º No ensino médio diurno, a duração mínima é de 3
§4º O itinerário formativo possibilita a concessão de
(três) anos, com carga horária mínima total de 2.400
certificados intermediários de qualificação profissional
(duas mil e quatrocentas) horas, tendo como referência
técnica, desde que seja estruturado e organizado em
uma carga horária anual de 800 (oitocentas) horas,
etapas com terminalidade, segundo os interesses dos
distribuídas em, pelo menos, 200 (duzentos) dias de
estudantes, as possibilidades das instituições e redes de
efetivo trabalho escolar, considerando que:
ensino, as demandas do mundo do trabalho e a
relevância para o contexto local. I- a carga horária total deve ser ampliada para 3.000
(três mil) horas até o início do ano letivo de 2022;
§5º Os itinerários de formação técnica e profissional
podem compreender a oferta de um ou mais cursos de II- a carga horária anual total deve ser ampliada
qualificação profissional, desde que articulados entre si. progressivamente para 1.400 (um mil e quatrocentas)
horas.
§6º As instituições de ensino que adotem itinerário
formativo que contemple programa de aprendizagem §3º No ensino médio noturno, adequado às condições do
profissional, desenvolvido em parceria com as empresas estudante e respeitados o mínimo de 200 (duzentos) dias
empregadoras, incluindo fase prática em ambiente real letivos e 800 (oitocentas) horas anuais, a proposta
de trabalho no setor produtivo ou em ambientes pedagógica deve atender, com qualidade, a sua
simulados, devem observar estas Diretrizes Curriculares singularidade, especificando uma organização curricular
Nacionais e os instrumentos estabelecidos pela e metodológica diferenciada, e pode, para garantir a
legislação da aprendizagem profissional. permanência e o êxito destes estudantes, ampliar a
duração do curso para mais de 3 (três) anos, com menor
Art. 16. A critério dos sistemas de ensino, a oferta do
carga horária diária e anual, garantido o total mínimo de
itinerário formativo da formação técnica e profissional
2.400 (duas mil e quatrocentas) horas até 2021 e de
deve considerar:
3.000 (três mil) horas a partir do ano letivo de 2022.
I- a inclusão de vivências práticas de trabalho,
§4º Na modalidade de educação de jovens e adultos
constante de carga horária específica, no setor
deve ser especificada uma organização curricular e
produtivo ou em ambientes de simulação,
metodológica diferenciada para os jovens e adultos,
estabelecendo parcerias e fazendo uso, quando
considerando as particularidades geracionais,
aplicável, de instrumentos estabelecidos pela
preferencialmente integrada com a formação técnica e
legislação sobre aprendizagem profissional;
profissional, podendo ampliar seus tempos de

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organização escolar, com menor carga horária diária e §10º Formas diversificadas de itinerários formativos
anual, garantida a carga horária mínima da parte comum podem ser organizadas, desde que articuladas as
de 1.200 (um mil e duzentas) horas e observadas as dimensões do trabalho, da ciência, da tecnologia e da
diretrizes específicas. cultura, e definidas pela proposta pedagógica,
atendendo necessidades, anseios e aspirações dos
§5º Na modalidade de educação de jovens e adultos é
estudantes e a realidade da escola e do seu meio.
possível oferecer até 80% (oitenta por cento) de sua
carga horária a distância, tanto na formação geral básica §11º A contextualização e a interdisciplinaridade devem
quanto nos itinerários formativos do currículo, desde assegurar a articulação entre diferentes áreas do
que haja suporte tecnológico – digital ou não – e conhecimento, propiciando a interlocução dos saberes
pedagógico apropriado. para a solução de problemas complexos.
§6º Na educação especial, na educação do campo, na §12º Para efeito de cumprimento das exigências
educação escolar indígena, na educação escolar curriculares do ensino médio, os sistemas de ensino
quilombola, na educação de pessoas em regime de podem estabelecer critérios para que atividades
acolhimento ou internação e em regime de privação de realizadas por seus estudantes em outras instituições,
liberdade, atendimento escolar de adolescentes e jovens nacionais ou estrangeiras, sejam avaliadas e
em cumprimento de medidas socioeducativas, na reconhecidas como parte da carga horária do ensino
educação escolar para populações em situação de médio, tanto da formação geral básica quanto dos
itinerância e na educação a distância devem ser itinerários formativos.
observadas as respectivas diretrizes e normas nacionais.
§13º As atividades realizadas pelos estudantes,
§7º As áreas do conhecimento podem ser organizadas consideradas parte da carga horária do ensino médio,
em unidades curriculares, competências e habilidades, podem ser aulas, cursos, estágios, oficinas, trabalho
unidades de estudo, módulos, atividades, práticas e supervisionado, atividades de extensão, pesquisa de
projetos contextualizados ou diversamente articuladores campo, iniciação científica, aprendizagem profissional,
de saberes, desenvolvimento transversal ou participação em trabalhos voluntários e demais
transdisciplinar de temas ou outras formas de atividades com intencionalidade pedagógica orientadas
organização. pelos docentes, assim como podem ser realizadas na
forma presencial – mediada ou não por tecnologia – ou
§8º As áreas do conhecimento devem propiciar ao
a distância, inclusive mediante regime de parceria com
estudante a apropriação de conceitos e categorias
instituições previamente credenciadas pelo sistema de
básicas e não o acúmulo de informações e
ensino.
conhecimentos, estabelecendo um conjunto necessário
de saberes integrados e significativos. §14º As atividades referidas no § 13 devem ter carga
horária específica de acordo com critérios previamente
§9º A organização curricular do ensino médio deve
definidos pela instituição ou rede de ensino, observadas
oferecer tempos e espaços próprios ou em parcerias com
as normas dos sistemas de ensino e podem ser
outras organizações para estudos e atividades, a fim de
contabilizadas como certificações complementares e
melhor responder à heterogeneidade e pluralidade de
constar do histórico escolar do estudante.
condições, múltiplos interesses e aspirações dos
estudantes, com suas especificidades etárias, sociais e §15º As atividades realizadas a distância podem
culturais, bem como sua fase de desenvolvimento, desde contemplar até 20% (vinte por cento) da carga horária
que: total, podendo incidir tanto na formação geral básica
quanto, preferencialmente, nos itinerários formativos do
I- a parceria com as organizações esteja devidamente
currículo, desde que haja suporte tecnológico – digital ou
firmada com a instituição ou rede de ensino e
não – e pedagógico apropriado, necessariamente com
reconhecida pelo sistema de ensino;
acompanhamento/coordenação de docente da unidade
II- a organização esteja credenciada pelo sistema de escolar onde o estudante está matriculado, podendo a
ensino, quando a parceria envolver a oferta de critério dos sistemas de ensino expandir para até 30%
formação técnica e profissional; (trinta por cento) no ensino médio noturno.
III- a instituição escolar de origem dos estudantes se Art. 18. Para efeito de cumprimento das exigências
responsabilize pelos atos escolares, incluindo, entre curriculares do ensino médio, os sistemas de ensino
outros, matrícula, controle de frequência, devem estabelecer critérios para reconhecer
aproveitamento e certificação dos estudantes. competências dos estudantes, tanto da formação geral

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básica quanto dos itinerários formativos do currículo, adequação às necessidades dos estudantes e do meio
mediante diversas formas de comprovação, a saber: social, devem:
I- avaliação de saberes; I- garantir liberdade, autonomia e responsabilidade às
unidades escolares, fortalecendo sua capacidade de
II- demonstração prática;
concepção, formulação e execução de suas propostas
III- documentação emitida por instituições de caráter pedagógicas;
educativo.
II- promover, mediante a institucionalização de
Parágrafo único. No âmbito do itinerário de formação mecanismos de participação da comunidade,
técnica e profissional, as instituições e redes de ensino alternativas de organização institucional que
devem realizar processo de avaliação, reconhecimento e possibilitem:
certificação de saberes e competências adquiridos na
a) respeito à identidade própria de adolescentes, jovens
educação profissional, inclusive no trabalho, para fins de
e adultos organizando espaços e tempos adequados para
prosseguimento ou conclusão de estudos nos termos do
a aprendizagem;
art. 41 da LDB, conferindo aos aprovados um diploma, no
caso de habilitação técnica de nível médio, ou certificado b) várias alternativas pedagógicas, incluindo ações,
idêntico ao de curso correspondente, no caso de curso(s) situações e tempos diversos, bem como diferentes
de qualificação profissional. espaços – intraescolares ou de outras instituições ou
redes de ensino e da comunidade – para atividades
Art. 19. As instituições e redes de ensino devem emitir
educacionais e socioculturais favorecedoras de iniciativa,
certificação de conclusão do ensino médio que evidencie
autonomia e protagonismo social dos estudantes;
os saberes da formação geral básica e dos itinerários
formativos. c) realização, inclusive pelos colegiados escolares e
órgãos de representação estudantil, de ações
Parágrafo único. No caso de parcerias entre
fundamentadas nos direitos humanos e nos princípios
organizações:
éticos, de convivência e de participação democrática
I- a instituição de ensino de origem do estudante é a visando a construir uma sociedade livre de preconceitos,
responsável pela emissão de certificados de discriminações e das diversas formas de violência;
conclusão do ensino médio;
III- fomentar alternativas de diversificação e
II- a organização parceira deve emitir certificados, flexibilização curriculares, pelas unidades escolares,
diplomas ou outros documentos comprobatórios que ampliem as opções de escolha pelos estudantes;
das atividades concluídas sob sua responsabilidade;
IV- promover a organização dos tempos escolares a fim
III- os certificados, diplomas ou outros documentos de atender ao interesse do estudante em seu
comprobatórios de atividades desenvolvidas fora da processo de aprendizagem, seja essa organização no
escola de origem do estudante devem ser formato de séries anuais, períodos semestrais, ciclos,
incorporados pela instituição de origem do módulos, sistema de créditos, alternância regular de
estudante para efeito de emissão de certificação de períodos de estudos, grupos não seriados, com base
conclusão do ensino médio; na idade, na competência e em outros critérios, ou
IV- para a habilitação técnica, fica autorizada a por forma diversa de organização.
organização parceira a emitir e registrar diplomas de V- orientar as instituições ou redes de ensino para
conclusão válidos apenas com apresentação do promoverem:
certificado de conclusão do ensino médio.
a) classificação do estudante, mediante avaliação pela
instituição, para inserção em etapa adequada ao seu
TÍTULO III grau de desenvolvimento e experiência;

DOS SISTEMAS DE ENSINO E DA PROPOSTA b) aproveitamento de estudos realizados e de


PEDAGÓGICA conhecimentos constituídos tanto no ensino formal
como no informal e na experiência extraescolar;
CAPÍTULO I
c) certificação que habilite o concluinte do ensino médio
DOS SISTEMAS DE ENSINO ao prosseguimento dos estudos em nível superior ou em
Art. 20. Os sistemas de ensino, atendendo a legislação e outros cursos ou formações para os quais a conclusão do
a normatização nacional vigentes e na busca da ensino médio seja etapa obrigatória;

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d) aproveitamento de conhecimentos para o currículo que consiga acompanhar o desenvolvimento


prosseguimento dos estudos em diferentes formações, das competências previstas.
seja por aproveitamento de créditos, por certificações
Art. 25. Os sistemas de ensino devem estabelecer formas
complementares, entre outras, conforme o art. 18.
de reconhecer, validar e certificar os saberes adquiridos
VI- estabelecer normas complementares e políticas tanto em processo de escolarização quanto nas
educacionais para execução e cumprimento das experiências de vida e trabalho, daqueles que estão fora
disposições destas Diretrizes, considerando as da escola ou em distorção idade/ano de escolarização.
peculiaridades regionais ou locais;
VII- instituir sistemas de avaliação e utilizar os sistemas
CAPÍTULO II
de avaliação operados pelo Ministério da Educação,
a fim de acompanhar resultados, tendo como DA PROPOSTA PEDAGÓGICA
referência a formação geral básica, a legislação e as Art. 26. Com fundamento no princípio do pluralismo de
normas, estas Diretrizes e as propostas pedagógicas ideias e de concepções pedagógicas, no exercício de sua
das unidades escolares. autonomia e na gestão democrática, a proposta
VIII- possibilitar, mediante a disponibilidade de vagas na pedagógica das unidades escolares deve traduzir a
rede, ao estudante concluinte, imediatamente após proposta educativa construída coletivamente, garantida
a conclusão do curso de ensino médio, cursar outro a participação efetiva da comunidade escolar e local,
itinerário formativo de que trata o art. 12. bem como a permanente construção da identidade
entre a escola e o território no qual está inserida.
Art. 21. Para a implementação destas Diretrizes, cabe aos
sistemas de ensino prover: §1º Cabe a cada unidade escolar a elaboração da sua
proposta pedagógica em consonância com o documento
I- os recursos financeiros e materiais necessários à
curricular definido pelo seu sistema de ensino.
ampliação dos tempos e espaços dedicados ao
trabalho educativo nas unidades escolares; §2º A proposta pedagógica deve conter o desenho dos
arranjos curriculares a serem oferecidos pela unidade
II- aquisição, produção e/ou distribuição de materiais
escolar, bem como as estratégias para oferta de
didáticos e escolares adequados;
itinerários formativos.
III- professores com jornada de trabalho e formação,
§3º A proposta pedagógica, na sua concepção e
inclusive continuada, adequadas para o
implementação, deve considerar os estudantes e os
desenvolvimento do currículo, bem como dos
professores como sujeitos históricos e de direitos,
gestores e demais profissionais das unidades
participantes ativos e protagonistas na sua diversidade e
escolares;
singularidade.
IV- instrumentos de incentivo e valorização dos
§4º A instituição de ensino deve atualizar,
profissionais da educação, com base em planos de
periodicamente, sua proposta pedagógica e dar-lhe
carreira e outros dispositivos voltados para esse fim;
publicidade à comunidade escolar e às famílias.
V- acompanhamento e avaliação dos programas e ações
Art. 27. A proposta pedagógica das unidades escolares
educativas nas respectivas redes e unidades
que ofertam o ensino médio deve considerar:
escolares.
I- atividades integradoras artístico-culturais,
Art. 22. Cabe ao Ministério da Educação oferecer
tecnológicas e de iniciação científica, vinculadas ao
subsídios e apoio técnico e financeiro para a
trabalho, ao meio ambiente e à prática social;
implementação destas Diretrizes, em regime de
colaboração com os Estados, o Distrito Federal e os II- problematização como instrumento de incentivo à
Municípios. pesquisa, à curiosidade pelo inusitado e ao
desenvolvimento do espírito inventivo;
Art. 23. Os sistemas de ensino devem utilizar os
resultados do Sistema de Avaliação da Educação Básica III- a aprendizagem como processo de apropriação
(SAEB), como subsídio para avaliar, rever e propor significativa dos conhecimentos, superando a
políticas públicas para a educação básica. aprendizagem limitada à memorização;
Art. 24. As instituições e redes de ensino devem utilizar IV- valorização da leitura e da produção escrita em
avaliação específica tanto para a formação geral básica todos os campos do saber;
quanto para os itinerários formativos do respectivo

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V- comportamento ético, como ponto de partida para como uma prática educativa integrada, contínua e
o reconhecimento dos direitos humanos e da permanente;
cidadania, e para a prática de um humanismo
XVIII- práticas desportivas e de expressão corporal,
contemporâneo expresso pelo reconhecimento,
que contribuam para a saúde, a sociabilidade e a
respeito e acolhimento da identidade do outro e
cooperação;
pela incorporação da solidariedade;
XIX- atividades intersetoriais, entre outras, de promoção
VI- articulação entre teoria e prática, vinculando o
da saúde física e mental, saúde sexual e saúde
trabalho intelectual às atividades práticas ou
reprodutiva, e prevenção do uso de drogas;
experimentais;
XX- produção de mídias nas escolas a partir da
VII- integração com o mundo do trabalho por meio de
promoção de atividades que favoreçam as
estágios, de aprendizagem profissional, entre
habilidades de leitura e análise do papel cultural,
outras, conforme legislação específica,
político e econômico dos meios de comunicação na
considerando as necessidades e demandas do
sociedade;
mundo de trabalho em cada região e Unidade da
Federação; XXI- participação social e protagonismo dos estudantes,
como agentes de transformação de suas unidades
VIII- utilização de diferentes mídias como processo de
de ensino e de suas comunidades;
dinamização dos ambientes de aprendizagem e
construção de novos saberes; XXII- condições materiais, funcionais e didático-
pedagógicas, para que os profissionais da escola
IX- capacidade permanente de aprender a aprender,
efetivem as proposições do projeto;
desenvolvendo a autonomia dos estudantes;
XXIII- o projeto de vida e carreira do estudante como
X- atividades sociais que estimulem o convívio
uma estratégia pedagógica cujo objetivo é
humano;
promover o autoconhecimento do estudante e sua
XI- avaliação da aprendizagem, com diagnóstico dimensão cidadã, de modo a orientar o
preliminar, e entendida como processo de caráter planejamento da carreira profissional almejada, a
formativo, permanente e cumulativo; partir de seus interesses, talentos, desejos e
potencialidades.
XII- acompanhamento da vida escolar dos estudantes,
promovendo o desempenho, análise de resultados Parágrafo único. A proposta pedagógica deve, ainda,
e comunicação com a família; orientar:
XIII- atividades complementares e de superação das a) dispositivos, medidas e atos de organização do
dificuldades de aprendizagem para que o estudante trabalho escolar;
tenha êxito em seus estudos;
b) mecanismos de promoção e fortalecimento da
XIV- reconhecimento e atendimento da diversidade e autonomia escolar, mediante a alocação de recursos
diferentes nuances da desigualdade e da exclusão financeiros, administrativos e de suporte técnico
na sociedade brasileira; necessários à sua realização;
XV- promoção dos direitos humanos mediante a c) adequação dos recursos físicos, inclusive organização
discussão de temas relativos a raça e etnia, religião, dos espaços, equipamentos, biblioteca, laboratórios e
gênero, identidade de gênero e orientação sexual, outros ambientes educacionais.
pessoas com deficiência, entre outros, bem como
práticas que contribuam para a igualdade e para o
enfrentamento de preconceitos, discriminação e TÍTULO IV
violência sob todas as formas; DISPOSIÇÕES GERAIS E TRANSITÓRIAS
XVI- análise e reflexão crítica da realidade brasileira, de Art. 28. A formação de docentes para atuar no ensino
sua organização social e produtiva na relação de médio far-se-á em nível da educação superior, em cursos
complementaridade entre espaços urbanos e do de licenciatura.
campo;
Art. 29. Profissionais com notório saber reconhecido
XVII-estudo e desenvolvimento de atividades pelos respectivos sistemas de ensino podem atuar como
socioambientais, conduzindo a educação ambiental docentes do ensino médio apenas no itinerário de
formação técnica e profissional para ministrar conteúdos

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afins à sua formação ou experiência profissional, materiais didáticos, recursos físicos e digitais para alunos
devidamente comprovadas, conforme inciso IV do art. 61 e professores que atendam ao que foi definido para
da LDB. formação básica geral e itinerários formativos,
organizados de acordo com estas Diretrizes.
Parágrafo único. A docência nas instituições e redes de
ensino que ofertam o itinerário de formação técnica e Art. 35. A implementação das Diretrizes Curriculares
profissional poderá ser realizada por profissionais com Nacionais dispostas nesta Resolução obedecerá aos
comprovada competência técnica referente ao saber procedimentos e cronograma definidos nos termos do
operativo de atividades inerentes à respectiva formação art. 12 da Lei nº 13.415, de 16 de fevereiro de 2017.
técnica e profissional.
§1º O Exame Nacional do Ensino Médio (ENEM) deverá
Art. 30. Podem ser admitidos para a docência no ensino ser adequado ao disposto nesta Resolução, de acordo
médio, profissionais graduados que tenham realizado com cronograma a ser proposto pelo Ministério da
programas de complementação pedagógica ou concluído Educação (MEC).
curso de pós-graduação stricto sensu, orientado para o
§2º O Programa Nacional do Livro Didático (PNLD)
magistério na educação básica.
deverá ser adequado ao disposto nesta Resolução, de
Art. 31. A União deve estabelecer os padrões de acordo com o cronograma de implementação dos novos
desempenho esperados para o ensino médio, que serão currículos do ensino médio.
referência nos processos nacionais de avaliação em larga
Art. 36. É assegurado aos alunos matriculados no ensino
escala, a partir da Base Nacional Comum Curricular
médio em data anterior ao início da implementação das
(BNCC).
Diretrizes Curriculares Nacionais dispostas na presente
Art. 32. As matrizes do Exame Nacional do Ensino Médio Resolução, o direito de concluírem seus estudos segundo
(ENEM) e dos demais processos seletivos para acesso à organização curricular orientada pela Resolução
educação superior deverão necessariamente ser CNE/CEB nº 2, de 30 de janeiro de 2012, ou de migração
elaboradas em consonância com a Base Nacional Comum para nova organização curricular, garantido o
Curricular (BNCC) e o disposto nos Referenciais para a aproveitamento integral dos estudos anteriormente
Elaboração dos Itinerários Formativos. realizados e vedado o alongamento do período de
duração dessa etapa da educação básica.
§1º O Exame Nacional do Ensino Médio será realizado
em duas etapas, onde a primeira terá como referência a Art. 37. A Resolução CNE/CEB nº 2, de 30 de janeiro de
Base Nacional Comum Curricular (BNCC) e a segunda, o 2012, permanecerá em vigor até o ano de início de
disposto nos Referenciais para a Elaboração dos implementação do disposto na presente Resolução.
Itinerários Formativos.
Art. 38. Esta Resolução entra em vigor na data de sua
§2º O estudante inscrito no Exame Nacional do Ensino publicação, revogando-se as disposições em contrário.
Médio (ENEM) escolherá as provas do exame da segunda
etapa de acordo com a área vinculada ao curso superior
que pretende cursar.
§3º As instituições de ensino superior deverão
considerar para fins de acesso os resultados de ambas as
etapas do Exame Nacional do Ensino Médio, quando for
o caso.
Art. 33. O Ministério da Educação deve estabelecer os
Referenciais para a Elaboração dos Itinerários
Formativos no prazo de até 90 (noventa) dias a contar da
data de publicação desta Resolução.
Art. 34. Estas Diretrizes devem nortear a elaboração de
propostas curriculares, a formação de professores, os
investimentos em materiais didáticos e os sistemas
nacionais de avaliação da Educação Básica.
Parágrafo único. O Ministério da Educação deve adequar
o Programa Nacional do Livro Didático (PNLD) e demais
www.lojadoconcurseiro.com.br
programas nacionais voltados à distribuição de livros e

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