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UNIVERSIDADE FEDERAL DO MARANHÃO (UFMA)

DIREITO

MAURO ROBERTO DO NASCIMENTO MENDONÇA

TRABALHO DE DIREITO PROCESSUAL CIVIL


Parte prática: Contestação

SÃO LUÍS – MA
2021
MAURO ROBERTO DO NASCIMENTO MENDONÇA

TRABALHO DE DIREITO PROCESSUAL CIVIL


Parte prática: Contestação

Trabalho relativo à
parte prática do Direito
Processual Civil, envolvendo a
Contestação. Do curso de direito
civil parte geral da Universidade
Federal do Maranhão (UFMA).
Professor: Dr. José Edilson
Caridade Ribeiro

SÃO LUÍS – MA
2021
EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DO
JUIZADO ESPECIAL CÍVEL DA COMARCA DE SÃO LUÍS – MA.

Autos n°.: 0122709-60.2021.0.24.3189

Requerente: Evair Alberto da Cunha Ribeiro

Requerido: CLÉBER ALMEIDA DE SOUZA

CLÉBER ALMEIDA DA SILVA, devidamente qualificados nos


autos da ação em epígrafe, por meio de sua Advogada Solange Cunha
do Nascimento, infra assinado, endereço eletrônico
solange_cunha76@hotmail.com, com escritório profissional no
endereço Avenida Colares Moreira, Qd. 32, Edifício Business Center,
Sala 1020, bairro Renascença, onde recebem intimações, vêm mui
respeitosamente perante Vossa Excelência, apresentar a presente
CONTESTAÇÃO ao aduzido na exordial, o fazendo nos seguintes
termos:

1. SÍNTESE DOS FATOS

A presente contestação visa combater o pleito formulado na indenização por


Danos Materiais e Morais proposta pelo requerente, em razão do dano causado pela
colisão traseira do veículo do Requerido em relação ao veículo do Requerente. De
antemão, o fato narrado pelo Requerente é verdadeiro, tendo ocorrido a colisão traseira
às 7:45h da manhã no dia 07 de junho de 2021, como fora apresentado nos autos da
petição inicial, na Avenida dos Holandeses, em frente a rotatória próxima ao prédio da
Justiça Federal.

Após o ocorrido, o Requerido mostrou-se disposto a reparar o dano, trocando


ambos os números de telefone, ficando acordado que o mesmo iria arcar com as custas
do prejuízo suportado pelo Requerente. Todavia, as razões que motivaram o Requerente
a ajuizar esta demanda contra o presente requerido são controvertidas, pois este não
pode contactar com o Requerente pelo fato de seu telefone-celular ter sido furtado nas
dependências da academia em que trabalha, cujo Boletim de Ocorrência está
devidamente anexado nesta contestação. Logo, devido a circunstâncias de força maior,
não fora possível estabelecer, de imediato, retorno com o requerente. Não obstante, o
presente requerido se demonstrou e demonstra disposto a colaborar com ressarcimento
dos danos provocados.

2. DO MÉRITO

O Requerente ajuíza ação contra o requerido em face de danos materiais e


morais, devido a colisão traseira, tendo ambos, acertado este fato jurídico a partir da
autocomposição. Não obstante, repise-se que não pudera o Requerido comunicar-se com
o Requerente devido ao furto de seu celular. Ainda, quanto ao valor dos reparos, o
requerente consultou, pessoalmente, três oficinas especializadas em reparos de veículos,
e constatou uma média de R$ 3000 (três mil reais) para o possível conserto do
automóvel do requerente.

Logo, constata-se um valor superior a extensão dos danos provocados pelo


requerido, o que avilta a inteligência do Art. 944 do Código Civil de 2002. Portanto,
conforme preconiza o que há de melhor na doutrina, o instituto da Responsabilidade
Civil Extracontratual ou Aquiliana, nos revela que, sendo alguém responsável por
provocar um dano, deverá o ofensor ressarcir o ofendido de maneira proporcional ao
gravame, em consonância com o brocado latino: “jus suum unicuique tribuere”.

2.1 DANO MORAL

O instituto do Dano Moral, cláusula pétrea da Constituição Federal de 1988


(Art. 5°, inciso V), diz respeito a uma lesão aos Direitos da Personalidade elencados nos
arts. 11 a 21 do Código Civil de 2002. Destarte, não é o que se presenciou nos seguintes
fatos alegados pelo Requerente, o atraso à reunião consiste num fato da vida, que pode
ocorrer no dia-dia por qualquer outra razão, não devendo ser arguida a títulos de danos
morais, cujo quantum de R$ 10.000,00 (dez mil reais) se encontra, deveras,
desarrazoado, equiparando-se, dada a devida vênia, a uma espécie de Enriquecimento
sem Causa. Na doutrina de Sergio Cavalieri, extrai-se o seguinte entendimento sobre o
instituto do dano moral:

A reparabilidade do dano moral causado à pessoa jurídica ainda


apresenta alguma perplexidade e sofre forte resistência de parte da
doutrina e jurisprudência apegadas à noção de que a honra é bem
personalíssimo, exclusivo do ser humano, não sendo possível
reconhece-la na pessoa jurídica. Concorre também para a resistência a
ideia de que o dano moral é sinônimo de dor, sofrimento, tristeza etc.”
(CAVALIERI, 2008, p. 96).
Também, pode-se extrair do seguinte posicionamento do Tribunal de Justiça do
Distrito Federal (TJDF):

Os dissabores do cotidiano não podem ser confundidos com os


sintomas caracterizadores do verdadeiro dano moral, sob pena
de, por obra dos tribunais, se tornar insuportável, a ponto de se
inviabilizar, a própria vida em sociedade” (TJDF – 1º T. – A.p.
2004.01.1062485-0 – Rel. José Guilherme de Souza – j.
07.06.2005 – DJU 01.07.2005 – RT 838/284).

3. DO PEDIDO

O Requerido, a partir da tutela cognitiva a ser prestada por Vossa Excelência,


requer o seguinte pedido:

1. Digne-se Vossa Excelência em julgar IMPROCEDENTES os


requerimentos postulados na inicial, em especial:
a) A condenação do Réu ao pagamento das custas de honorários
advocatícios, estes arbitrados em 15% (vinte por cento) sobre o valor
da causa.
b) No Mérito, em relação à indenização ao pagamento em título de dano
moral, fixados desarrazoadamente no quantum de R$ 10.000,00 (dez
mil reais).
2. Digne-se Vossa Excelência em baixar o quantum de R$ 6.000,00 (seis
mil reais) em danos materiais para o patamar de R$ 3.000,00 (três mil
reais), trazendo o valor dos reparos de veículo para a média de
mercado.
Nestes Termos.

Pede Deferimento.

São Luís (MA), 30 de agosto de 2021

Solange Cunha do Nascimento

OAB-MA n° 11.972

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