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Samyama: Concentração, meditação e

hiperconsciência na Yoga
http://bemzen.uol.com.br/noticias/ver/2014/03/30/517-samyama

Pratyáhára= Abstração
Dháraná= Concentrção
Dhyána= Meditação
Samádhi= Extase

Pátañjali afirma em sua obra clássica, o Yôga Sútra (III-4), que


samyama é quando ocorrem dháraná, dhyána e samádhi ao
mesmo tempo. Isso confundiu os teóricos que tiveram a pretensão
de emitir opiniões sobre o Yôga. Eles, equivocadamente,
entenderam que era para praticar as três técnicas mescladas. Isso é
impossível, uma vez que esses três estados de consciência são,
cada um, o desdobramento do anterior, noutra dimensão - o
dháraná ocorre quando a consciência flui através da quinta
dimensão, o dhyána, quando flui através da sexta dimensão e o
samádhi, da sétima. Praticar concentração, meditação e
samádhi ao mesmo tempo tem o sentido de executá-los numa só
sentada, num só exercício, como alguém que sobe os degraus de
uma só escada.

Antes de atingir a meditação, você precisa dominar o dháraná e,


antes dele, o pratyáhára. As Upanishads, escrituras muito
antigas, referem-se a esse tema com a seguinte alegoria: se o
yôgin permanecer 12 matras em pratyáhára, entra em dháraná;
se permanecer em 12 dháranás, entra em dhyána; se
permanecer em 12 dhyánas, entra em samádhi. Está evidente
que não é uma questão de multiplicar o tempo de pratyáhára por
doze, e depois por doze outra vez. Trata-se de uma alusão ao fato
a que mencionamos acima: é necessário dominar e transcender
cada um para que, de dentro dele, desabroche o seguinte.

Abstração (pratyáhára)

A abstração dos pratyáhára sentidos é um fenômeno que todo o


mundo já experimentou muitas vezes. Ocorre, por exemplo,
quando você está assistindo a uma aula que lhe interessa e não
escuta os ruídos circundantes, como uma buzina, campainha,
pessoas falando. O mesmo ocorre quando você deixa de escutar a
música ambiente, o ruído do ar condicionado, etc.

Denominamos pratyáhára consciente quando o fenômeno torna-se


voluntário. Por exemplo, você está na sala e decide não escutar
mais a música ambiente ou o ruído da rua.

Quando se trata de som, é mais fácil dominar. Depois, os


exercícios passam a ser feitos com os outros sentidos: visão,
olfato, paladar e tato.

Não precisa ficar preocupado. Não se trata de desenvolver


nenhuma anomalia, mas tão simplesmente de dominar os seus
sentidos para desligá-los, tornar a ligá-los ou mesmo aguçá-los,
conforme melhor lhe aprouver. Já é um início de desenvolvimento
de siddhis, as paranormalidades.

Concentração (dháraná)
Concentração é um conceito que não requer nenhuma explicação
adicional. Todos sabem o que significa concentrar-se. No Yôga, a
concentração, ou dháraná, é a plataforma de lançamento para
alcançar o estágio seguinte, meditação, ou dhyána.

Meditação (dhyána)

Meditação, no entanto, requer algum esclarecimento. Tradução


incorreta do vocábulo sânscrito dhyána, o termo meditação foi
universalizado e, por isso, agora é impossível substituí-lo.
Contudo, quando falamos com pessoas mais informadas,
preferimos utilizar designações tais como intuição linear ou
supraconsciência. Pois, na verdade, "meditar" em Yôga significa
exatamente o oposto do que essa palavra traduz.

O dicionário diz que meditar é pensar, refletir sobre algo.


Contudo, a proposta do exercício chamado dhyána é parar as
ondas mentais, esvaziar sua mente de pensamentos, suprimir
a instabilidade da consciência (chitta vritti nirôdhah), Yôga
Sútra I-2.

Para quê parar de pensar? Na verdade, o culto aos "milagres da


sua mente" e venerações aos poderes mentais só são concebíveis
por parte de pessoas semi-leigas. Para quem já conquistou
estágios mais avançados no Yôga, a mente é uma ferramenta
muito rudimentar, lenta, limitada e falha.

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