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Caderno de Aulas

Matéria: Geografia
Professor: Regina Araújo

Globalização e espaço geográfico

Dicas gerais

 Devido à ausência de censos recentes, as discussões nos concursos tendem


a ser mais teóricas.

Bibliografia:

 Atlas Le Monde – última edição em 2015


 Atlas da Mundialização – Compreender o Espaço Mundial Contemporâneo -
Marie-françoise Durand, Philippe Copinschi, Benoît Martin e Delphine Placidi.
 ATLAS DO BRASIL: Disparidades e Dinâmicas do Território - Hervé Théry e
Neli Aparecida de MELLO.
o Utilizados em várias provas de concursos os textos diretos dos atlas.
 Jornal “Nexo”.
 Observatório das Metrópoles.
 Indicações de acordo com o tema de cada aula.

Eixos Temáticos

1. Teoria de Geografia – leitura de “Por uma outra Globalização”- Milton


Santos.
2. Cidades – em todas as escalas e aspectos. Cidades globais/ processo de
urbanização/ rápida urbanização na segunda metade do século XX /
Impacto futuro da urbanização de países pobres/ rede urbana brasileira/
problemas relativos ao funcionamento das cidades/ aglomerados
subnormais/ mobilidade/etc.
3. Agronegócio – Brasil como “Fazenda Global” a partir da década de 1990 /
entrada do Centro-Oeste no cenário agrícola (Centro-Oeste como "Celeiro
Agrícola”) / Fronteira da Soja e das principais culturas brasileiras /
Reprimarização da pauta / commoditização da economia/
4. Ambiente – no mundo e no Brasil / Código Florestal / Legislação/ Questão
Indígena.
5. Conflitos Geopolíticos - Fluxos Migratórios/ Refugiados

Globalização e espaço geográfico

Quatro formas de pensar a globalização – Fredric Jameson


1. A Globalização não existe – os estados ainda detêm grande parte das
normas que regem os territórios e a organização do mundo ainda é baseada
nos estados nacionais. A destruição desses leva a conflitos de longa duração,
à falência múltipla das instituições até que em algum momento a
reconstrução do estado ocorra.
2. A Globalização sempre existiu
3. O que se chama globalização é uma intensificação dos fluxos. De fato eles
estão muito mais intensos hoje, mas sempre existiram. Conceito de rede:
hoje seriam diferentes em graus, não em espécie. Não há uma diferença
conceitual entre os fluxos atuai e os que sempre existiram.
4. As redes hoje são diferentes em espécies. Tem uma novidade de fato trazida
pela globalização, que é a lógica de rede. Globalização como novo estágio do
capitalismo multinacional, que é regido pelo conceito de rede.
 Essa forma de pensar dialoga muito com o conceito de meio técnico-
científico-informacional do Milton Santos

Monica Arroyo – Território e circulação: a dinâmica contraditória da globalização

 Duas formas de pensar como o Brasil se insere na globalização:


1. Fluidez – vias aéreas, rodovias, ferrovias, redes técnicas que
organizam as relações do Brasil com o mundo.
2. Porosidade – sistema cambial, de imposto, alfandegário. As normas
que o estado impõe na relação com o resto do mundo.

Caracterização do Milton Santos sobre os Meios

 Milton Santos pensava a história a partir da evolução de meios, que são o


natural, o técnico e o técnico cientifico informacional. Eles não são
sucessivos, mas simultâneos.
1. O meio natural não significa ausência de técnica, mas sim que a
técnicas não conseguiam se impor a natureza. A navegação, por
exemplo, dependia do regime de ventos.
2. O técnico é o que surge com a Revolução Industrial, quando as
técnicas passam a conseguir de impor a natureza, como com as
ferrovias.
3. O meio técnico-científico-informacional seria o compatível com a
globalização, a partir da década de 1970 do século XX, e a energia
desse meio seria a informação.
 Neodeterminismo
 Regiões que apresentam maior ou menor densidade dos
sistemas técnicos. O que diferencia uma região da outra é a
presença dos sistemas de ciência e tecnologia. Ele chega então
no conceito de Região Concentrada que junta o Sudeste e o
Sul. Seria concentrada em ciência e tecnologia. Esse meio
seria, portanto, a expressão de uma maior densidade técnica.
Essa maior densidade técnica faz que exista uma maior
integração entre essas áreas, esses espaços da globalização,
que se constituem como meio técnico-científico-
informacional, de forma que não é um aumento em grau e não
tem nenhuma relação direta com as rotas comercias da
antiguidade. Constituem-se em rede e apresentam uma
absoluta interdependência em termos de estruturas
produtivas, de estruturas sociais, de comportamentos sociais,
constituindo um fenômeno completamente novo.
 Para o Milton Santos a novidade da globalização é a universalização dos
sistemas técnicos permitida pela técnica da informação, pela sua
predominância. Devido a essa nova técnica a humanidade passa a ter uma
história comum. Entra em cena como um bloco.
 Outros conceitos muito importantes para Milton Santos são os da
1. Unicidade da Técnica
2. Convergência dos Momentos - O tempo para a ser um só para todo o
mundo. Os lugares não vivem mais o próprio tempo, devido ao
acesso imediato à informação.
3. Cognoscibilidade do Planeta – componente geográfico clássico da
globalização: o planeta se torna conhecido. Acabou o Mapeamento. A
função da geográfica agora é pensar formas de integração entre os
lugares.
4. Motor Único da História – Mais valia globalizada, como resultado de
um mercado global. O mercado global, utilizando esse sistema de
técnicas avançadas, resulta numa globalização perversa.
 Os três tipos de globalização
1. Perversa.
2. Como farsa;
3. Outra Globalização. – Um dos centros dessa outra globalização é a
necessidade da existência de um projeto nacional que regule a mais
valia global, de forma que o mercado global trabalhe para a
população local e não o contrário. Que a mais valia global, quando
penetrar nos territórios, seja obrigada a não produzir apenas
riqueza, mas também a sua distribuição. Que existam outros usos
políticos dos sistemas de informação.

Conceito de rede: “A rede [geográfica] se caracteriza, termo a termo, como o


inverso da área [território marcado pela contiguidade]. Espaço da
descontinuidade, ele substitui a contiguidade pela conexão; às medidas
topográficas do território corresponde às medidas topológicas da rede, à ideologia
espacial da continuidade responde com o descontínuo que configura o reticular [de
rede].”.
 A rede tem uma hierarquia. Importante saber qual o lugar que determinada
cidade ocupa na rede. Exemplo: Nova York ocupa uma posição central de
acordo com qualquer critério utilizado.
 Do ponto de vista geográfico a novidade da globalização é o espaço em rede.

Tipos de Espaço

 TERRITÓRIOS → CONTÍGUOS → CONTÍNUOS → TOPOGRÁFICOS →


MEDIDOS EM METROS, QUILÔMETROS. – Materialidade dos espaços.
 REDES GEOGRÁFICAS → LACUNARES → DESCONTÍNUOS → TOPOLÓGICOS
→ MEDIDOS POR CONEXÃO. – Diferente de rede técnica. A Geográfica tem
um sentido das conexões que se estabelecem com todos os espaços da
globalização. A rede técnica é apenas uma rede técnica.

Rede geográfica como redes técnicas

 Rede como um conceito auxiliar – como configuração espacial de menor


importância – usado para apreender as lógicas de certas infraestruturas.
 Nesse caso a rede geográfica não é pensada como espaço pleno, espaço com
população.
 Paisagem (rede técnica) X Espaço (rede geográfica).

Redes Geográficas como espaços plenos

 Territórios e redes na mesma extensão


 Estão superpostos e se comunicam
 Espaço → “realidade folheada” – multicamadas (TERRITÓRIOS e REDES).
 A novidade da globalização é a ideia de espaços geográficos plenos, mas que
são descontínuos.

Exemplos de redes geográficas plenas

 Configurações geográficas que superpõem territórios e redes


o Espaços urbanos: cidades, cidades metropolitanas, megalópoles,
gigapóles,
o Espaços da globalização: por exemplo, das transnacionais.

Demografia e Migrações

Bibliografia:

 https://www.fun-
mooc.fr/courses/SciencesPo/05008ENG/session01/about (aula)

Geografia da População
 Densidades: onde estão as pessoas. A urbanização é fundamental na
discussão sobre densidades, pois em geral as grandes concentrações de
pessoas estão nas áreas mais urbanizadas.
 Transições: como é o comportamento reprodutivo das sociedades.
o Designadas pelo conceito mais sintético de transição demográfica.
o O modelo é um norte para compreender as razões que levam a uma
mudança de comportamento reprodutivo quando as sociedades se
urbanizam e se modernizam. Que não tem relação direta com
enriquecimento.
o É um modelo que fala também do impacto da evolução dos sistemas
técnicos nas dinâmicas demográficas globais, ou seja, o meio técnico
também corresponde a um modelo de comportamento reprodutivo,
porque o conjunto da sociedade cria demandas que se relacionam
com uma mão de obra mais qualificada. Como o meio técnico
favorece o êxodo rural, e o comportamento reprodutivo das
populações rurais tradicionais é relacionado a maior quantidade de
pessoas na família para trabalhar, a lógica do comportamento
reprodutivo nas cidades tende a ser muito diferente, o que se
relaciona diretamente ao processo de transição demográfica.
 Mobilidades: como as pessoas se movimentam.
o Migrações internas e internacionais.
o Histórico das migrações contemporâneas.
o Refugiados.

Densidades

Distribuição da população por país

 Grandes concentrações:
o índia
o China – grande concentração no litoral mais recente explicada pela
grande migração em direção as zonas econômicas especiais (ZEE).
o Europa Ocidental – Antiguidade de um modelo civilizacional baseado
em cidades.
o Oriente Médio
o América Latina: litoral – explicado pelo modelo de colonização.
o Chifre da África
o Nigéria
o Costa da América do Norte – Reflete o modelo de colonização.

Transições

As transições da Idade Moderna


 Relatório da ONU de 2007 – Futuro urbano da humanidade – marco do
fundo das Nações Unidas para a população, pois foi o primeiro relatório a
afirmar que a humanidade estava prestes a se tornar predominantemente
urbana.
 A conclusão do relatório é que a urbanização é inevitável e que, apesar de
criar muitos problemas, também cria muitas maneiras de solucioná-los e
pode ser positiva. Não é necessariamente criadora de miséria.
 A urbanização avança hoje principalmente na África e na Ásia.
 “No curso de dois séculos (1750-1950), essas regiões passaram pela
primeira transição demográfica, a primeira industrialização e a primeira
onda de urbanização.” – São partes de um mesmo processo.
 Gráfico da transição demográfica e da Evolução da População.
 Ondas de transição demográfica: ocorre em tempos diferentes em lugares
diferentes. Países ricos passaram antes pela transição.
o América Latina e Caribe: a natalidade cai muito rapidamente e a
mortalidade continua a cair. A Taxa de crescimento da população cai
significativamente.
o África subsaariana está no final da primeira fase.
o As quedas de fecundidade são mais rápidas no sudeste da Ásia e na
América Latina, e mais lentamente na África.
o China: recuo da mortalidade foi muito alto, mas principalmente a
queda da natalidade foi significativa, mas não devido aos
pressupostos do modelo teórico, mas devido a políticas públicas que
visavam à redução da natalidade.

Fases da Transição:

 Primeira fase: morre muita gente e nasce muita gente;


 Segunda fase: mortalidade diminui e natalidade permanece alta, mas já
sofre uma queda;
 Terceira fase: morre pouca gente e nasce pouca gente.

A transição demografica é também, Além de uma transição econômica e urbana,


uma transição epidemiológica, pois na primeira fase a mortalidade era alta devido
a falta de controle de doenças virais e bacterianas. Na terceira fase as causas das
mortes são principalmente de doenças do aparelho circulatório e neoplasias.

Crescimento da População Mundial

 No próximo século o crescimento da população será principalmente


composto de africanos.

Demografia e Migrações
Bibliografia:

 Mitos da População Mundial:


http://www.diplomatique.org.br/artigo.php?id=961

 Dicionário de termos confiável no artigo. Importante conhecer os


termos essenciais.

 http://www.un.org/en/development/desa/population/migration/publicat
ions/migrationreport/docs/MigrationReport2015.pdf

 https://publications.iom.int/system/files/pdf/wmr_2018_en.

Transições Demográficas (continuação)

 É essencial entender o indicador mortalidade para entender transições, mas


não é um bom indicador de qualidade de vida. Mortalidade INFANTIL seria
um bom indicador de qualidade.

 As taxas mais positivas de crescimento ainda estão na África Subsaariana.

 Decréscimo na maioria dos países do Leste Europeu, inclusive na Rússia.

 Europa Ocidental com taxas menores do que as da América Latina.

 Japão e China casos emblemáticos (de decréscimo) cobrados recentemente


em concursos.

 Taxa de crescimento do Brasil de 2000 a 2010 (1,17) foi inferior à mundial


(1,20).

Mitos da População Mundial

 Os dois grandes fenômenos demográficos do nosso tempo são a


urbanização e o envelhecimento e não o crescimento.

 Tendência a maior longevidade feminina.

 Número inédito de população idosa que tende a crescer.

 Paradoxo: nunca a população foi tão numerosa e nunca tão pouca gente
ocupou tão pouco espaço. A tendência é concentração.

Taxa de Fecundidade

 Maiores taxas na África Subsaariana.

 Menores na América do Norte e Na Europa Ocidental (As do Brasil estão


nesse mesmo patamar, o que obviamente não quer dizer o mesmo nível de
desenvolvimento).
Envelhecimento das Populações

 As populações estão ao mesmo tempo mais velhas e mais jovens.

 O caso do envelhecimento do Brasil é significativo. De 1,6 milhões de idosos


em 1950, vai passar para 50 milhões em 2050.

 Os casos do Egito, Índia, China, EUA, Japão, Rússia e França, dentre outros,
também chamam atenção.

Mortalidade Infantil

 Um dos indicadores sociais mais importantes para entender expectativa de


vida e desenvolvimento humano (o que contribui de fato para o IDH é a
expectativa de vida, mortalidade infantil está embutida).

China X Índia

*Taxa de crescimento: mortalidade + natalidade

*Taxa de fecundidade: número de filhos médio por mulheres (taxa de reposição é


2.1)

 A tendência é que a grande potência demográfica do século XXI, já a partir


de 2030, de acordo com as projeções da ONU, seja a Índia, pois a taxa de
fecundidade da China diminuiu sensivelmente.

 Envelhecimento da população chinesa.

Expectativa de Vida

 O caso Japonês e o caso Russo.

 Peculiaridade na Rússia de aumento na mortalidade antes, cruzando a curva


da natalidade: Cruz Russa. Modelo não é absoluto.

A Grande Migração Transatlântica do fim do século XIX e início do século XX

 Gerou grande parte do povoamento das Américas (do Sul e do Norte).

Origem principal dos migrantes em 2015

 Importante saber!!!

Duas ideias centrais sobre migração

 As migrações clandestinas, ainda que tenham crescido nos últimos anos e


que sejam trágicas do ponto de vista humano, são ainda insignificantes do
ponto de vista estatístico. A maior parte é contabilizada, legal.
 A ideia de pares migratórios. A maior parte das migrações ocorre entre
vizinhos, em curtas distâncias.

*A França nunca teve um grande crescimento, por isso nunca foi um país de
emigração. Foi um país de imigração, inclusive no século XIX.

*Essa diferenciação entre países de Emigração e de Imigração tem sido cada vez
mais criticada, pois as migrações têm sido cada vez mais circulares. A maior parte
dos países assume os três papéis: de emigração, imigração e trânsito.

Ex. Marrocos; Espanha.

*As migrações entre países pobres ainda é maior do que aquelas entre países
pobres e ricos (as mais midiatizadas).

*O fluxo importante da Ásia e da África de migrantes é interno a essas regiões. No


caso da América Latina e Caribe não. O maior fluxo é em direção à América do
Norte.

A relação entre migração e renda

 O maior fluxo de migração é dentre as pessoas de rendimento médio


(estudo feito no México). Os mais pobres e mais ricos tendem a ficar onde
estão.

Geografia da Energia

Bibliografia

 Blog Infopetro: https://infopetro.wordpress.com/ - Ler textos que discutam


a questão energética na escala global, principalmente sobre segurança
energética, segurança ambiental e sobre a mitigação dos efeitos da mudança
climática.
 O Setor Elétrico Brasileiro e a Sustentabilidade no Século 21: Oportunidades
e Desafios
o Relação entre a matriz industrial brasileira e o consumo de energia:
O setor elétrico brasileiro no século 21: cenário atual e desafios–
Célio Bermann (Faz comparações que valem a pena serem
analisadas).
o HIDROELÉTRICAS NA AMAZÔNIA: FONTE DE ENERGIA LIMPA? -
Philip M. Fearnside.

Temas que ganharam relevância no edital

 Agronegócio

Novidades do Edital
 Matriz Energética

O modelo de predomina no setor industrial brasileiro é o energointensivo.

Evolução da Energia Primária 1900-2010

 1950: nessa década o petróleo se firma como principal combustível,


passando o carvão (que era o principal desde a revolução industrial).
 Permanece na liderança no século XXI. O mundo continua fortemente
dependente dos hidrocarbonetos (petróleo, carvão e gás natural).
 1980: Era de ouro da energia nuclear.
 Energia de origem hidráulica cresce devagar ao longo de todo o século XX.
 Os dois grandes marcos são a passagem do petróleo para o carvão e, mais
recentemente, a ascensão do gás natural, que já compete com o carvão em
termos de energia primária produzida no mundo.
 O grande fenômeno energético das últimas décadas do século XX foi a
ascensão do Gás Natural, com implicações geoestratégicas. A aproximação
do Brasil com a Bolívia se insere nesse contexto.

Como analisar uma matriz energética

1. Quais são os recursos naturais disponíveis;


2. Quais são os recursos técnicos disponíveis;
3. Quais são os recursos financeiros disponíveis para a importação de insumos
energéticos.

Produção X Consumo de energia primária

 Importante observar quem produz mais do que consome e quem consome


mais do que produz.
 Deficitários:
o Europa
o América do Norte (devido ao grande consumo dos EUA)
 Grande parte da discussão energética da Europa nos últimos cem anos tem
a ver com essa falta de energia.
 Dois grandes problemas estruturais de falta no contexto da consolidação da
UE:
o Produção Alimentar - Devido a características do agronegócio,
grande parte dos países da UE era deficitário na produção de
alimentos (inclusive a França, que se desenvolveu a partir de 1961,
com a PAC);
o Questão Energética – com exceção do petróleo na Noruega e do
carvão na Alemanha, o consumo da Europa é muito maior do que a
produção. A Europa é fortemente dependente dos combustíveis
produzidos na Eurásia. É uma relação estratégica superimportante.
Apesar de a França ser uma potência nuclear, por exemplo, ainda há
grande dependência dos combustíveis fósseis, que são em grande
parte importados.
 Superavitários:
o Oriente Médio
o Eurásia (Ásia Central)
o África
o Américas Central e do Sul (consome pouco menos do que produz)

Países que consomem mais energia

 Os países mais desenvolvidos consomem muito mais energia do que os


países em desenvolvimento (e consomem mais petróleo, gás e carvão).
 Grande disparidade no consumo mundial de energia.
 É importante salientar que ainda que sejam os países ricos os que mais
consomem energia, os efeitos desse alto consumo são globais e sentidos de
forma mais intensa pelos países mais pobres, como na África Subsaariana,
que consomem menos energia.

Demanda Mundial de Energia Primária

 Os combustíveis fósseis representam aproximadamente 90% da demanda


de energia dos dias de hoje até 2030.
 A grande diferença atual é que o gás passou a ser mais consumido que o
carvão.

Fonte mais consumida por países do BRICS

 África do Sul: carvão


 Federação Russa: gás natural
 Índia: carvão (24,3% de biocombustíveis – com grande parte sendo lenha
em sistemas rurais)
 China: carvão
 Importante saber bem a matriz energética desses países.

Novas Fontes de Energia

 Energia Eólica
o América do Norte (EUA)
o América Central
o Austrália
 Biomassa (competidores)
o Brasil tem destaque importante
o Europa Ocidental
o EUA
 Hidroeletricidade
o Brasil
o Rússia
o EUA e EU (menor escala)
o China
 Energia Solar
o Índia
o China
o Aproveitamento muito baixo na América do Sul

*Importante guardar as informações do gráfico como um todo.

Consumo de Eletricidade por habitante

 América do Norte e Europa Ocidental com consumo muito mais elevado do


que nos demais países.
 América Latina em um grau intermediário, mas muito inferior à América do
Norte.
 Enorme liderança francesa na produção de energia elétrica por meio
nuclear.
 Os países que utilizam a energia nuclear de forma significativa na sua
matriz energética são países que detém alta tecnologia, mas a construção de
novos reatores nucleares passou a ocorrer de forma mais lenta após os
acidentes da década de 1980. Na Alemanha alguns chegaram a ser tirados
de funcionamento.
 Parte dos autores defende a energia nuclear como a forma mais eficiente de
atingir a “era pós- combustíveis fósseis”.

Geografia da Energia

Bibliografia

 O Setor Elétrico Brasileiro e a Sustentabilidade no Século 21: Oportunidades


e Desafios
o Relação entre a matriz industrial brasileira e o consumo de energia:
O setor elétrico brasileiro no século 21: cenário atual e desafios–
Célio Bermann (Faz comparações que valem a pena serem
analisadas).
o HIDROELÉTRICAS NA AMAZÔNIA: FONTE DE ENERGIA LIMPA? -
Philip M. Fearnside.

*O consumo de energia conseguiu retrair mais do que a queda do PIB, ou seja,


houve ganho em intensidade energética.

Matriz Energética Brasileira


 A especificidade da matriz brasileira tem a ver com a maior porcentagem de
energias renováveis quando comparadas com a matriz energética mundial e
dos países da OCDE.
 Tomar cuidado para não confundir matriz energética com matriz elétrica!
 A matriz energética brasileira NÃO é predominantemente renovável
(41%). A matriz elétrica é (61%).
 Participação das renováveis na nossa matriz mais de três vezes do que a
mundial e mais de quatro vezes do que da OCDE.
 Houve pequeno crescimento da participação das fontes renováveis na
matriz energética brasileira no ano de 2016 devido à queda na oferta
interna de petróleo e à expansão da capacidade de geração hidráulica (Jirau
e Santo Antônio no Rio Madeira e Belo Monte na bacia no rio Xingu).
 Tinha caído um pouco a participação em 2013 e 2014 como resultado do
maior uso das termelétricas, devido à crise do blecaute.
 Participação de cada fonte na Matriz Energética Brasileira:
o Não renováveis:
 Petróleo e derivados 36,5%
 Gás natural 12,3%
 Carvão Mineral 5,5%
 Urânio 1,5%
 Outras não renováveis 0,7%
o Renováveis:
 Biomassa 25,5% (cana 17,5%, lenha 8%).
 Hidráulica e Eletricidade 12,6%
 Lixívia e outras renováveis 5,4%

Matriz Elétrica Brasileira

 Hidroeletricidade 68,1%
 Gás Natural 9,1%
 Biomassa 8,2%
 Derivados de Petróleo 3,7%
 Eólica 5,4%
 Solar 0,0%
 Carvão Mineral 2,9%
 Nuclear 2,6%
 Maior parte da energia elétrica produzida internamente (5,9 GW
importados).

Setores Produtivos por Intensidade Energética

 Indústrias 33%
 Transportes 32,4%
 Setor Energético 10,3%
 Residências 9,7%
 Agropecuária 4% (consumo relativamente reduzido de energia, mas alto
consumo de água).
 Serviços 4,9%
 Uso não energético 5,8%
 Produção industrial transporte de carga e mobilidade de pessoas
respondem por aproximadamente 65% do consumo de energia do país.
 Maior consumo de eletricidade é o industrial e residencial, que vem
principalmente da energia hidráulica.

Oferta de energia elétrica no Brasil e no Mundo: tendência de transferência da


indústria intensiva para os países mais pobres.

 Comparativamente ao mundo, nota-se que o Brasil apresenta uma


significativa diferença na participaçã o da energia hidrá ulica, de 76,9%
em2012, contra apenas16% no mundo (2010). Tal dinâ mica contrasta com
menores participaçõ es no Brasil da geraçã o a energia nuclear, a gá s natural
e a carvã o mineral.
 Na OCDE a participaçã o do setor energé tico recua entre 1973 e 2010
enquanto que no Brasil e nos outros países aumenta. A indú stria de energia
é , també m, intensiva no consumo de energia e em capital. Há uma
desconcentração da produção industrial dos setores energointensivos nos
países que tem maior capacidade técnica.
 O carvã o mineral - principal insumo energé tico da indú stria de aço–
aumenta de participaçã o no Brasil e nos outros países do mundo e recua
nos países da OCDE. Nos países desta Organizaçã o, os combustíveis mais
nobres, como eletricidade e gá s -de maior uso na indú stria “fina”, de maior
valor agregado- sã o os que mais incrementam suas participaçõ es,
deslocando derivados de petró leo e carvã o mineral.
 Os setores industriais que mais crescem nos países ricos são os mais
intensivos em tecnologia e menos intensivos em energia.
 Os países da OCDE reduziram quase à metade a intensidade energé tica,
entre 1973 e 2010. No Brasil a intensidade mais que dobrou no mesmo
período. A relaçã o é entre o que se gasta de energia e o valor agregado
produzido no mesmo setor. A OCDE gasta menos energia e produz produtos
com mais valor agregado. No Brasil a relação é inversa. Esse é um dos
resultados da desconcentração seletiva da indústria e do modelo de
industrialização que foi utilizado no Brasil desde a segunda guerra mundial.
 O Brasil é um dos países com maior presença de fontes renová veis de
energia na matriz de transporte. Em2012, a participaçã o da bioenergia
(etanol e biodiesel) na matriz ficou em 15,1%. Nos países da OCDE das
renová veis participavam com apenas 3,4% (2010), percentual influenciado
pelo consumo de etanol dos Estados Unidos. Nos demais países a
participaçã o é pouco expressiva, de 0,5%. A supremacia é dos derivados de
petró leo nestes países, com participaçõ es acima de 90%.

Dependência externa de Energia

 Tem anos de a dependência externa fica negativa porque as exportações


superam as importações. Tendência significativa de queda na dependência
externa ao longo das ultimas décadas do século XX e primeiras décadas do
século XXI, devido ao aumento da produção de petróleo nacional.
1. Carvão (devido à crise do petróleo, aumentou o uso para substituir o
petróleo em alguns setores);
2. Petróleo;
3. Eletricidade (passa a ter uma dependência significativa a partir de 1984, de
Itaipu).

*Importação contratada: Itaipu.

Sistema Interligado Nacional

 Fortemente dependente da energia gerada por Itaipu.


 Forte densidade do sistema Interligado Nacional na Região Sul e Sudeste,
que são as regiões de maior consumo.
 No Nordeste também há grande densidade que vem das usinas do sistema
Chesf.
 A expansão na região Norte começa na década de 1970 com Tucuruí. E a sua
construção ocorre com o objetivo de abastecer os setores de transformação
mineral da Região Norte, em especial de Belém (Alunorte) e São Luis
(Alumar).
 Tucuruí não serviu apenas para isso, mas também está interligado ao
sistema de abastecimento nordestino e serve para abastecer a região,
diminuindo o impacto dos tempos de estiagem do São Francisco. Portanto
teve importância estratégica tanto para a industrialização da região norte,
quanto para o abastecimento das capitais nordestinas em tempos de
estiagem.
 O Nordeste depende fortemente das usinas instaladas no São Francisco, a
mais recente é a de Xingó e o complexo principal é o de Paulo Afonso.
 O SIN está avançando recentemente para Manaus.
 Belo Monte é tão polemica porque não é apenas uma usina, é parte de um
projeto de expansão do SIN em direção à Amazônia, que até então tinha
sistemas isolados.
 Há um projeto de elevaçã o da participaçã o da regiã o Norte na expansã o de
projetos de geraçã o de energia elé trica, passando de 10%, no início de
2012, para 24% da capacidade instalada no SIN, em 2021. Em
contrapartida, nas regiõ es Sudeste/Centro-Oeste, há uma reduçã o de 59%
para 44% na participaçã o na oferta total do sistema, mesmo com uma
expansã o prevista, em termos absolutos, para o horizonte decenal. A
expansã o da potê ncia instalada em todas as regiõ es agregará um acré scimo
de 57% na oferta de eletricidade.
 O grande potencial de expansão de energia hidrelétrica no Brasil está na
Amazônia.

*Desastre na historia energética brasileira: usina hidrelétrica de Balbina. Foi


construída durante o regime militar para abastecer Manaus. Acabou
predominando pequenas termelétricas abastecidas por óleo diesel.

*Dois modelos industriais da região Norte: um menos intensivo em energia, a Zona


Franca de Manaus (1967), de bens de consumo, eletrodomésticos, etc., que se
relacionam a isenção de impostos para as montadoras que se instalassem na
região; e outro energointensivo, em Belém, predominantemente de metalurgia do
alumínio, mas também com siderurgias de menor porte, que consomem muito
carvão vegetal (responsáveis por desmatamento) e são fortemente dependentes
dos recursos minerais disponíveis na região.

*Estudar bem os gráficos nos slides desta aula.

Geografia Agrária: Estruturação e funcionamento do agronegócio no mundo

*Primeira aula pós-edital

A agricultura não se livra da natureza, mesmo em sistemas absolutamente


modernos.

 É importante lembrar que a agropecuária é basicamente, em geral, um


conjunto de técnicas voltadas para o controle de desenvolvimento de
plantas e animais para o consumo alimentar ou para o consumo industrial.
É a técnica voltada para o controle que sempre, de alguma maneira, produz
ecossistemas artificiais. São espécies sempre em crescimento que nunca
atingem o estágio maduro.

 Por mais que o processo seja industrializado, no entanto, esse termo nunca
é completo nessa seara, pois por mais tecnologia que seja empregada, o
crescimento das plantas e animais sempre depende da interação da sua
carga genética com o ambiente.

 A eficiência da agropecuária não alcança a produtividade da indústria.

 Por mais que seja possível produzir abacaxi no Alasca, por exemplo, o custo
para viabilizar essa produção não é competitivo, o que a inviabiliza. Assim
como seria possível plantar no deserto, mas o custo ambiental gera um
custo econômico que torna a atividade inviável.
Seleção Dirigida X OGM

 Na seleção dirigida o cruzamento em busca de características mais


desejáveis dos alimentos se dá no interior das espécies, no caso dos
organismos geneticamente modificados se rompe a barreira das espécies,
cruzando espécies diferentes e criando novas espécies.

 Produção de OGM é predominantemente americana (América do Norte,


América do Sul, América Central e Caribe).

Histórico do Controle sobre a Natureza

 Revolução Produtiva – Domesticação de animais e cultivos de Plantas

o Neolítico

o Seleção Dirigida

 Revolução do meio técnico

o Europa – ainda antes da Revolução Industrial

o Uso na força mecânica – salto de produtividade

 Revolução Química

o Século XIX

o Fertilizantes

 Revolução Verde

o Século XX

o Agente laranja (usado no Vietnã)

o Incremento enorme da produtividade agrícola a partir da redução


das espécies cultivadas e ao uso das espécies adaptadas aos insumos
químicos que começam a existir com força no pós-guerra

o Impactos positivos: diminuição da crise de fome e aumento da


capacidade produtiva e;

o Negativos: grande parte da produção agrícola acabou condicionada


aos ciclos produtivos das multinacionais que comercializam os
insumos químicos que se implantaram no continente indiano. Houve
também a absorção dos pequenos camponeses por esses sistemas
produtivos globais.

o No caso brasileiro a EMBRAPA começou a pesquisar agrotóxicos e


defensivos agrícolas para sistemas tropicais e quem ganhou a briga
de mercado foram as multinacionais que produzem insumos. Hoje o
Brasil é um dos principais consumidores de agrotóxicos.

Revolução Genética X Revolução Verde – Argumento a favor dos OGM

 A primeira seria o oposto da segunda, pois esta potencializou o uso de


insumos químicos. A Revolução Genética elevaria a produtividade, sem
necessariamente elevar o uso de insumos químicos. Poderia significar uma
redução do uso desses insumos.

 Relatório da FAO no final dos anos 1990 constata que ainda não há
evidencias claras sobre os efeitos perversos do consumo dos OGM.

 Há efeito negativo quanto à concentração fundiária, no entanto. Há efeito


socialmente perverso parecido com o que ocorreu com a Revolução Verde.

Exportação de Produtos Agrícolas e Alimentares do Mundo

 As evoluções técnicas se disseminaram de forma muito distinta pelo mundo.


De forma mais intensa em:

o América do Norte;

o Europa;

 Muito menos intensidade:

o Ásia;

o África;

o Mais recentemente, América do Sul.

Agricultura nos EUA

 Grande intensidade técnica

 Nasceu voltada para o Mercado

 Dois processos paralelos:

1. Concentração Fundiária

2. Diminuição e mecanização da agricultura

 Ao longo do século XX o número de pessoas trabalhando na agricultura


diminuiu mais de quatro vezes, enquanto o numero de agroquímicos
multiplicou por três, o de máquinas por 2,5 e o de sementes e rações por
três.
 A agricultura dos EUA já nasce com caráter intensivamente comercial e, a
partir de 1930, com a grande depressão, houve intensa concentração
fundiária. Ao longo de todo o século XX houve diminuição do número de
estabelecimentos rurais e aumento sensível da área média desses
estabelecimentos. Hoje as grandes fazendas familiares respondem pela
maior parte da produção.

Agricultura na Europa

 A agricultura europeia não nasce junto com a agricultura do mercado, mas


nasce muitos séculos antes, o que faz uma grande diferença do ponto de
vista geográfico contemporâneo. Nem existe uma agricultura europeia no
inicio do século XX. A agricultura europeia é uma criação tanto da União
Europeia quanto da PAC.

 A PAC nasceu em 1962 com três pilares básicos:

1. A unificação do mercado comunitário e garantia de preço mínimo


para os produtores;

2. A preferência de compra para os produtos europeus;

3. Fixação de tarifas comuns para importações extra- comunitárias.

 Não havia um sistema agrícola europeia, mas vários.

 Foi criada uma agricultura dita europeia, com regras comuns, mas muito
recentemente.

 A França foi a maior beneficiada com a PAC e se transformou numa das


potências agrícolas globais. Hoje é uma das principais exportadoras de
cereais e era deficitária na produção de alimentos antes da PAC.

Em grande parte das negociações internacionais, o que está em jogo são esses dois
modelos:

1. A grande propriedade familiar altamente técnica, com grandes


estabelecimentos, fortemente vinculada ao mercado, com
elevadíssima produtividade pela participação nas três revoluções
agrícolas, em especial na química e transgênica e;

2. Uma agricultura que junta sistemas agrícolas dos mais diversos e


cria regras comuns a partir de grandes investimentos para
modernidade técnica, que ajudam a entender a importância do
comercio intrarregional.

*Um dos efeitos da globalização e da modernização técnica é que alguns países que
não têm condições de dar subsídios aos produtores viraram importadores líquidos
de alimentos. Não há condição de competição frente aos subsídios dados pelos
países ricos aos seus produtores, como os EUA aos produtores de algodão e a PAC
na Europa.

Geografia Urbana

Bibliografia
 http://www.estadao.com.br/noticias/geral,a-globalizacao-do-
protesto,758135

População urbana no Mundo

 A região mais urbanizada do mundo é o subcontinente da América latina e


Caribe. 80% da população vive em cidades. Alguns países como Brasil,
Argentina e Venezuela puxam esse índice.

 Pensar na identificação entre rural e urbano seria uma questão interessante


para esse ano, pois o IBGE apontou possíveis medidas para o senso de 2020,
pensando em atualizar a forma como se entende o que é urbano e o que é
rural no Brasil. A formula usa bastante o critério de densidade, até de
acordo com o que é pensado pela OCDE.

 A urbanização está acontecendo agora na África Subsaariana, no Sudeste da


Ásia (Índia) e na China.

 A projeção de crescimento da população urbana da África é significativa.

 A China alcançou há pouco tempo a maioria urbana de população.

 Europa ocidental e orienta estão entre 50 e 75% de urbanização.

 Apesar de a Índia ter apenas 30% de pessoas vivendo em cidades, em


números absolutos, há muito mais gente vivendo em cidades nesse país do
que no Brasil ou nos EUA.

 2008: ano em que a população urbana no mundo superou a população


rural.

 Entre 1750 e 1950 a urbanização avançou na Europa e nos EUA

 A Ásia abriga 50% da população urbana do mundo e, das cem áreas urbanas
que registram o crescimento mais acelerado, 66 estão nesse continente – 33
só na China.

 Em 1950 a área mais urbanizada era a Europa.

Urbanização: problema ou solução?

 As cidades concentram a pobreza, mas também representam a melhor


possibilidade de se escapar dela.

 Mesmo que as cidades gerem problemas ambientais, elas também contém a


solução.

 Olhar positivo da ONU sobre a urbanização.

Definições Importantes

 Aglomeração urbana: População de uma área que sofreu adensamento ou


que é densamente habitada, que inclui munícipes, moradores de subúrbios
e moradores de núcleos que surgem continuamente, e que viajam
diariamente para o trabalho, ou moradores de territórios contíguos
habitados em níveis urbanos de densidade residencial. Grandes
aglomerações urbanas frequentemente incluem diversas cidades
administrativamente distintas, mas com funcionalidades associadas.
 Por exemplo, a aglomeração urbana de Tóquio inclui as cidades de
Chiba, Kawasaki, Yokohama e outras. No Brasil, São Paulo-RJ?
 No Brasil esse conceito começou a ser discutido pelo IBGE
formalmente em 2016.
 Área/região metropolitana: Área de governo formal local, que compreende
a área urbana como um todo e os núcleos imediatos habitados por
populações que viajam diariamente para o trabalho, e que normalmente se
formam ao redor de uma cidade com grande concentração de pessoas (ou
seja, uma população de no mínimo 100 mil habitantes). Além da cidade
propriamente dita, uma região metropolitana inclui territórios
circunvizinhos com níveis urbanos de densidade residencial e algumas
áreas adicionais de densidade mais baixa, adjacentes e vinculadas à cidade
(por exemplo, por meio de transporte frequente, conexões rodoviárias ou
infraestrutura para deslocamentos diários).
 Exemplos de regiões metropolitanas incluem a Grande Londres e a
RM de São Paulo.
 Área periurbana: Área entre regiões urbanas e rurais consolidadas.
 Área urbana: A definição de “área urbana” varia de um país para outro. Pelo
menos uma das definições a seguir pode caracterizar uma área urbana:
critérios administrativos ou fronteiras políticas; tamanho limite da
população (normalmente, o mínimo para um núcleo urbano fica em torno
de duas mil pessoas, embora em termos globais possa variar entre 200 e 50
mil); densidade populacional; função econômica (por exemplo, locais em
que a maioria significativa da população não está primariamente envolvida
com agricultura, ou onde há emprego excedente); ou presença de
características urbanas (por exemplo, ruas pavimentadas, iluminação
elétrica, rede de coleta de esgoto).
 Cidade-região: Desenvolvimento urbano em grande escala: uma cidade
importante que se expande para além das fronteiras administrativas,
englobando cidades pequenas e médias e áreas semiurbanas e rurais do
interior. Algumas vezes, expande-se suficientemente para unir-se a outras
cidades, formando grandes conurbações que acabam por tornar-se cidades-
regiões.
 Por exemplo, a cidade-região da Cidade do Cabo, na África do Sul,
estende-se por até cem quilômetros, englobando as distâncias que os
indivíduos viajam todos os dias de casa para o trabalho e vice-versa.
No Brasil, São Paulo, partindo do principio que a s infraestruturas
estão fortemente conectadas.
 No Brasil também se dá o nome de Macrometrópole.
 Corredor urbano: Sistema de organização urbana em “faixa” linear: cidades
de diversos tamanhos conectadas por meio de eixos econômicos e de
transporte, muitas vezes entre cidades principais. Os corredores urbanos
estimulam negócios e modificam a natureza e a função de cidades médias e
grandes, promovendo o crescimento econômico regional, porém muitas
vezes reforçando também a supremacia urbana e o desenvolvimento
regional desequilibrado.
 Exemplos incluem o corredor industrial que se desenvolve entre
Mumbai e Déli, na Índia; o corredor da indústria manufatureira e de
serviços que vai de Kuala Lumpur, na Malásia, até a cidade portuária
de Klang; e o eixo econômico regional que forma o maior corredor
urbano – Ibadan-Lagos-Acra – na África Ocidental.
 No Brasil, São Paulo e Rio de Janeiro.
 Crescimento urbano: Aumento (relativo ou absoluto) no número de pessoas
que vivem em cidades grandes e médias. O ritmo do crescimento da
população urbana depende do aumento natural da população urbana e da
população recebida nas áreas urbanas devido à migração rural-urbana.
 Crescimento urbano desordenado: Também denominado “expansão
horizontal” ou “urbanização dispersa”. Expansão não controlada e
desproporcional de uma área urbana para as zona rurais circundantes,
formando padrões de desenvolvimento de baixa densidade e precariamente
planejados. Comum em países de alta e de baixa renda, o crescimento
urbano desordenado é caracterizado por uma população dispersa, que vive
em áreas residenciais separadas, com longos quarteirões e de difícil acesso,
dependendo totalmente de transporte motorizado, não contando com
centros de atividade comercial claramente definidos.
 É desordenado porque não é denso. O que gera a desordem é a
presença de núcleos desconectados. Desordem com dispersão.
 Megacidade: Aglomeração urbana com uma população de no mínimo dez
milhões de habitantes. Em 2009, 21 aglomerações urbanas foram
qualificadas como megacidades, respondendo por 9,4% da população
urbana mundial. Em 1975, Nova Iorque, Tóquio e Cidade do México eram as
únicas megacidades. Hoje, a Ásia conta com 11 megacidades, a América
Latina com quatro, e África, Europa e América do Norte têm duas
megacidades cada. Dessas megacidades, 11 são as capitais de seus países.
 Exemplos no ano de 2009: Tóquio com 36,5 milhões de habitantes;
Déli com 21,7 milhões; São Paulo com 20 milhões; Mumbai com 19,7
milhões; Cidade do México com 19,3 milhões.
 Taxa de urbanização: Aumento na proporção da população urbana ao longo
do tempo, calculado como taxa de crescimento da população urbana menos
a taxa de crescimento da população total. O crescimento da população
urbana a um ritmo mais rápido do que aquele da população total resulta em
taxas positivas de urbanização.
 Cuidado com a pegadinha! Pode significar tanto “nível de
urbanização” como “velocidade de crescimento” (definição acima).
Se significar nível, a América Latina é a região mais urbanizada, mas
se significar velocidade do crescimento da população urbana as
taxas de urbanização da África e da Ásia são superiores.

Cidades Globais

 Funcionam como sistemas de conexão que movimentam a economia


capitalista.
 Serviços avançados: finanças, seguros, bens imobiliários, propaganda,
assessoria jurídica, relações públicas – inovações científicas, Pesquisa e
Desenvolvimento, geração de conhecimento e fluxos de informação.
 “O fenômeno da cidade global não pode ser reduzido a alguns núcleos
urbanos no topo da hierarquia. É um processo que conecta serviços
avançados, centros produtores e mercados em uma rede global com
diferente intensidade e diferente escala, dependendo da importância das
atividades realizadas em cada área em relação a rede global” (Manuel
Castells, A Sociedade em Rede).

IX - Os conflitos geopolíticos recentes (I) -

Da Guerra Fria à Nova Ordem Mundial (Até a década de 1970)

Fim da II Guerra Mundial

 Divisão da Alemanha e de Berlim

 Sessão do Leste Europeu à URSS

Conferência de Potsdam e lançamento da Bomba Atômica

 Início da Era Nuclear: anúncio de Truman de que tem a bomba atômica.

 A Era Nuclear explica em grande parte o que ocorre hoje na geopolítica


asiática entre Japão, Coreia do Sul, Coreia do Norte e China.

 Estabelecimento das Zonas de Influência.

 O uso das bombas é uma demonstração do poderio norte-americano.

 Slide 04.

Estado de Paz Inviável e Guerra Improvável entre os aliados que derrotaram a


Alemanha na II Guerra Mundial

 Mostra um momento único na história em que todos passaram a ter que se


alinhar a um lado ou a outro.

 A rivalidade incluiu:

o Corrida armamentista e nuclear

o Ciência e tecnologia

o Esportes

o Expansão Ideológica

Periodização da Guerra Fria

1. Clássica (1947-53) – Aquela em que há um jogo muito forte de hostilidades


verbais, como se fosse uma pré-guerra.

2. Coexistência Pacífica (1953-69) - A terceira guerra é inviabilizada pela


bomba e por diversos acordos.

3. Détente (1969-79) – Quando os líderes se aproximam para alcançar


objetivos comuns. Há, nesse momento, mais colaboração e menos
hostilidade.

4. II Guerra Fria (1979-85) – Nixon instrumentaliza o ódio à URSS para se


afirmar e há um reavivamento da rivalidade. Ha também diversos conflitos
(muitas guerras do OM), cujos efeitos se prolongam até hoje.

5. Reaproximação e Desmonte (1985-92) - Líder soviético muito carismático e


comunicativo (Gorbatchev), que buscava salvar a URSS.

1947: Plano Marshall e Doutrina Truman

 Resposta: Cortina de Ferro

 Alemanha divida em quatro. – Alemanha dividida em duas (Capitalista X


comunista).

 Iugoslávia e Albânia, que eram comunistas, mas não aliadas a Stálin,


também receberam recursos do Plano Marshall.

1947/48: Bloqueio de Berlim e OTAN

 O lado capitalista de Berlim estava cada vez mais próspero e, com a


unificação das zonas de influência e a criação da República Federal Alemã,
como Berlim estava dentro na Zona de Influência soviética, Stálin fecha as
estradas de acesso à Berlim ocidental. Mas as potências ocidentais passam a
acessar por vias aéreas e garantem o abastecimento da cidade.

 Após esse episódio há, também, a criação da OTAN, que recentemente vai se
expandindo cada vez mais.

1948/49: Guerra de independência de Israel X Liga Árabe (Egito, Iraque, Líbano,


Síria e Transjordânia).

 1947: ONU faz partilha entre Israel e Palestina de forma que ambos
tivessem acesso à água doce e salgada. O problema é que os dois ficaram
divididos, o que não é geopoliticamente interessante.

 Quando a ONU deu independência a Israel, os árabes acharam que isso era
reversível, o que foi um erro, pois se você não reconhece o país novo, não
reconhece a partilha. Palestinos perderam a oportunidade de reconhecerem
a si próprios, já que a Liga Árabe declara guerra a Israel em maio de 1948,
atacam, mas perdem.

 Israel aumenta consideravelmente seu território. Mas intermediação da


ONU estabelece ampliação de áreas sob controle dos países árabes.

 Cisjordânia fica com tranjordania

 Faixa de Gaza com Egito

 Jerusalém Ocidental fica com Israel (Oriental com Transjordânia)

 Cria-se um novo problema, pois agora passa a haver os refugiados


palestinos.

 Começa o plano expansionista israelense (não de forma declarada).

1949: Teste Atômico da URSS - Macarthismo

 Desconfiança de que houve vazamento de informações de dentro dos EUA


para a URSS (para a construção da bomba) e perseguição a espiões
soviéticos dentro do território. – Busca também de enfraquecimento do
partido democrata.

 Perda de vantagem dos EUA.

1949: Revolução Comunista Chinesa.

 A China entre 1945 e 1949 era auxiliada pelos EUA: ajudou a destruir o
Japão, ainda estava em Guerra Civil. Quando Mao consegue tomar o país
como um todo e o governo comunista se impõe, o governo apoiado pelos
EUA se retira para Taiwan.

 Taiwan passa a ser reconhecida pelos EUA e pela ONU, como parte do CSNU.

1950-53: Guerra da Coréia.


 Na península na Coreia, havia uma ocupação de tropas comunistas no norte,
que havia expulsado os japoneses. Ao sul, havia uma ocupação de tropas
nacionalistas aliadas aos EUA. O que tinha até então, era uma tentativa de
unificação por eleições, mas, quando a China se torna comunista, o Norte se
sente mais forte para buscar a unificação por vias militares.

 Em maio de 1950 os EUA tinham divido a Coreia no paralelo 38, mas o


Norte invade e toma quase o território total em três meses. Mas é votada na
ONU uma coalizão para forçar a retirada das tropas do norte do sul do
paralelo. As tropas estrangeiras, no entanto, ultrapassam o território do
norte e a China se envolve, em 1951, estendendo a Guerra por mais dois
anos.

 China desponta como grande ator geopolítico.

1953: Morte de Stálin, Golpe por Petróleo do Irã (auxiliado pelos EUA) e retorno
dos republicanos à Casa Branca.

 Perda do grande líder soviético.

 EUA apoiam o golpe para retirar o líder nacionalista (que buscava controlar
o petróleo) e promover o retorno do Xá, que era um líder mais laico, mas
mais imperialista. Modelo monarquista. Maior controle do Islã Xiita.

 O início da coexistência pacifica se dá, em parte, devido à morte de Stálin e à


eleição de Eisenhower.

COEXISTÊNCIA PACÍFICA

1954/69: Início da corrida espacial

 Americanos ficam para trás.

 Cadela Laika.

 1961: Yuri Gagarin no espaço.

 1969: Neil Armstrong na lua.

1954: Início da Guerra do Vietnã

1955/56: Rearmamento da Alemanha Ocidental, Pacto de Varsóvia e a


"desestalinização" da URSS.

 O exercito alemão é permitido e passa fazer parte da OTAN e a URSS


responde com a criação do Pacto de Varsóvia.
Independências Africanas: guerras coloniais e pan-africanismo.

 O mundo se torna mundo mais complexo com as independências e o


surgimento de diversos novos países.

 Há tanto independências de formas negociadas quanto conflitos.

 As colônias portuguesas são as ultimas a se tornarem independentes.

 Há intensa disputa geopolítica.

1955: Conferência de Bandung

 Vários países asiáticos já haviam ou estavam conseguindo sua


independência e agora viriam os africanos.

 Não queriam ter que se alinhar a nenhum dos lados da Guerra Fria –
Terceiro-mundismo.

 Índia e Egito (Nasser) liderando o movimento.

1956: Guerra de Suez

 Revigor do nacionalismo árabe por meio do Egito.

 Nasser nacionaliza o canal (administrado por ingleses e franceses) e fecha o


estreito. Israel se vê como mais prejudicado e encara como uma declaração
de guerra.

 Forja-se uma aliança entre Israel, França e Reino Unido contra o Egito.

 Essa aliança ocorre à margem dos EUA e da ONU.

 Os soviéticos ameaçam jogar bomba na França. Os EUA não aprovam a


intervenção e eles são obrigados a se retirar.

 O Canal de Suez é nacionalizado e a figura de Nasser se torna importante


para todo o mundo como o grande líder anti-Israel.

1959: Revolução Cubana - Guerra Fria chega à América Latina

 Começa como um nacionalismo de esquerda e, por não conseguir negociar


com os EUA, o regime se torna socialista, se aproximando da URSS.

 Muitas nacionalizações e estatizações.

1961: Muro de Berlim

 Kruschev faz um muro para impedir a fuga de pessoas do lado oriental para
o lado ocidental de Berlim.
1962: Crise dos Mísseis

 EUA impõem embargo econômico e rompe relações diplomáticas com Cuba.

 Cuba entra na esfera de influência da URSS.

 Em 1961 ocorre a invasão à baía dos porcos, por refugiados treinados pelos
EUA.

 Em 1962 a URSS posiciona mísseis nucleares em Cuba, gerando uma das


piores crises na Guerra Fria.

 Kruschev retira os mísseis de Cuba e EUA retiram os seus que estavam na


Turquia, mas isso de dá de forma sigilosa. O episódio representa, portanto,
uma derrota para a URSS.

1963/64: EUA decide intervir diretamente na Guerra do Vietnã (vai até 1975)

 Antigamente a Indochina era toda francesa.

 A Guerra tinha começado de fato em 1954, com o sucesso da ideologia


comunista do Vietnã do norte se espalhando pelo Vietnã do Sul.

 A Guerra da Indochina acaba e o território fica dividido entre capitalistas e


comunistas, bem parecido com o que tinha ocorrido na Coreia. Tudo
indicava que as eleições unificariam o território sob o regime comunista,
mas os EUA decidem intervir.

 Até então sempre tinham dado ajuda para que os comunistas não
vencessem as eleições.

 Os vietnamitas já haviam expulsado japoneses e franceses.

 É uma guerra que traz imenso prejuízo aos EUA, além de ser uma guerra
extremamente impopular.

 EUA concorda e deixar a região.

 Ocorre a unificação sob a égide comunista.

1967: Guerra dos Seis Dias (Israel X Egito, Síria e Cisjordânia).

 Israel ataca preemptivamente.

 Sucesso absoluto para Israel. Mostra força militar.

 Começa a perder apoio da ONU.

 Expansão do território:
o Faixa de Gaza

o Colinas de Golã

1968: Assinatura do TNP

 EUA, URSS, Grã-Bretanha, França e RPC.

 Apesar de não estar na ONU, a RPC já tinha testado a bomba e consegue


entrar no acordo.

 Congelamento do poder mundial.

 Brasil não aderiu. Só o faz na década de 1990.

X - Os conflitos geopolíticos recentes (II) - A partir da Década de 1970

1969: Conflito Militar Sino-soviético e Diplomacia Triangular de Nixon

 Já que Nixon não seria acusado de comunista (como Kennedy havia sido),
pelo histórico dele, ele faria contato com os comunistas. É uma política
externa bastante inovadora.

o Diplomacia Triangular: Havia um racha significativo no socialismo


mundial entre URSS e China, chegando até a haver guerra de
fronteiras. Se ele se aproximasse de ambos, ele ficaria mais forte,
pois seria a ponte entre os dois lados.

Fim do Padrão Dólar-Ouro

 Ao mesmo resolveu declarar de forma unilateral o fim do padrão dólar-


ouro. Não havia mais troca de dólar por ouro.

1973: Guerra do Yom kippur (Egito e Síria X Israel)

 Como Israel não desocupava a península do Sinai, o Egito resolve atacar no


dia do Yom Kippur (do perdão).

 Nesse momento os EUA e a Europa resolvem ajudar Israel.

 Os países árabes se revoltam com esse apoio a Israel e resolvem diminuir a


quantidade de petróleo produzida. As empresas eram estrangeiras, mas
quem define a quantidade máxima a ser produzida são os governos desses
países, é uma questão de soberania.

 Ocorre, portanto, o primeiro choque do petróleo.

 O mundo todo sente e há uma grande transferência de recursos para essas


monarquias e países produtores de petróleo.

 O Irã se torna ponto de apoio americano no Oriente Médio, pois não era um
país árabe e não tinha tanta simpatia pela Palestina.

 O contra-ataque Israelense com o apoio dos EUA repele a ofensiva árabe.

 Trégua e acordos com Síria e Egito mantém a expansão israelense de 1967.

 Os países da OPEP quadruplicam o valor do barril do petróleo (por meio da


diminuição da produção).

 A ONU reconhece a OLP como membro observador e, Arafat participa da


Assembleia Geral.

 Hoje o principal representante é a ANP (Autoridade Nacional Palestina).

1974/79: crise institucional e financeira nos EUA (caso Watergate e fim do Sistema
de Bretton Woods)

 Crise de personalidade do presidente dos EUA, que acha que está sendo
perseguido.

 O fim do padrão dólar-ouro leva a um emissionismo descontrolado, gerando


uma crise política e a volta dos democratas ao poder.

 O mundo passa a cofiar menos na economia americana e há crescimento


vertiginoso do Japão (toyotismo), que se torna uma ameaça econômica.

1978: Acordos de Camp David

 Carter media negociações entre Egito (Sadat) e Israel (Begin) para a


elaboração de um acordo final sobre a questão do Sinai.

 Egito é o primeiro país árabe a reconhecer Israel e é expulso da Liga Árabe,


acusado de traição.

 Devolução gradativa (até 1982) da Península do Sinai ao Egito.

 Prêmio Nobel para Sadat e Begin em 1978.

 Sadat assassinado em 1981.

 Há aproximação do Egito com os EUA, com consequências até hoje.

1979: Revolução Iraniana (antiamericana)

 Ocorre no Irã uma revolução antiamericana, liderada pelo Xá Reza Pahlavi,


que é uma alta autoridade do xiismo que se coloca tanto contra os EUA,
quanto contra a URSS. É uma revolução por fora da Guerra Fria.
 Ele faz o mesmo que os países árabes haviam feito, mas de maneira mais
radical. Ele corta o petróleo por um tempo e preço do petróleo sobe
absurdamente.

 Torna-se a potência petrolífera inimiga e xiita radical.

 Primeira guerra entre países islâmicos (um árabe, outro persa).

Invasão soviética do Afeganistão e a convocação dos EUA e Arábia Saudita: a


Grande Jihad contra a URS

 Afeganistão começa a se afastar da URSS e ela decide apoiar uma espécie de


golpe de estado dos comunistas. Instaura-se um regime comunista do
Afeganistão, que passa a sofrer resistência religiosa. Essa resistência foi
explorada pelos EUA, que tenta exercer influencia sobre o Afeganistão e luta
contra o partido comunista, que cai rapidamente. Após a queda do partido
comunista a URSS invade.

 Quando a URSS invade, povos islâmicos do mundo todo são convidados a


lutar contra a URSS, inclusive a Arábia Saudita e suas milícias, dentre elas a
família Bin Laden. O Osama Bin Laden nesse momento se afasta da família e
passa a comercializar armas, fazendo fortuna. – Daí vem a teoria de que os
EUA “criaram” Bin Laden. Ele se torna repassador de armas, a ponte entre
os EUA e os povos islâmicos.

 A base do jihadismo/ radicalismo islã é recuperada com base no


nacionalismo contra a URSS (não contra os EUA, como é hoje). A URSS
desperta um radicalismo, uma onda conservadora dentro do Islã, que está
durando até hoje.

 O radicalismo é basicamente saudita. Nessa época começou a se formar o


Talibã.

 Os soviéticos são derrotados, depois de uma guerra que durou quase a


década de 1980 inteira.

1980: Guerra Irã - Iraque

 Dois anos depois, em 1980, ocorre a invasão do Irã pelo Iraque de Saddan
Hussein, que, com apoio dos EUA, tenta tomar terras do Irã.

 A Guerra Irã-Iraque dura toda a década de 1980 e o Iraque não consegue


ampliar seu território tomando terras do Irã.
Choques do Petróleo e Alianças Especiais dos EUA com Monarquias do Golfo
Pérsico

 Segundo choque do petróleo com a Revolução Iraniana

 EUA aos poucos vão se aproximando e estabelecendo bases com os


governos da região.

 Coincidência entre existência de petróleo e bases americanas (Paquistão).

1979-85: retorno da corrida armamentista nuclear

 Retomada das rivalidades: Brejnev (1964-82), Andropov (1982-84) e


Chernenko (1984-85) X Reagan.

 Episódio paradigmático da derrubada pela URSS do avião vindo da Coreia. –


Gera novos temores de reavivamento da Guerra Fria.

As Intervenções Militares na América Latina da II Guerra Fria (Reagan-Bush)

 Já não havia intervenção há bastante tempo (mapa com intervenções


anteriores). Havia, sim, apoio as ditaduras.

 Todas tem a mesma justificativa de luta contra o comunismo.

 Nesse momento também começa a guerra contra as drogas, que, por meio
de uma engenharia ideológica é relacionada à luta contra o comunismo.

 1981-1992: El Salvador – Dura mais de dez anos.

 1981-1990: Nicarágua – Vai tentar desestabilizar o governo dos sandinistas


por anos, durante toda a década de 1990.

 1983-84: Guatemala – Bases cubanas. Reagan alia a ideia das drogas ao


comunismo.

 1983-89: Honduras

 1986: Bolívia

 1989: Ilhas Virgens

 1989: Panamá

Reaproximação com o Ocidente e Desmonte do Bloco Socialista (1995-91):

 Os lideres das duas potências assinam um tratado de redução de


armamentos, o que não acontecia desde Nixon.

 1988/89: Retirada das tropas soviéticas do Afeganistão


o Em vez de permanecer e sustentar a reconstrução, se retiram,
deixando um vazio de poder.

o Os grupos radicais armados jihadistas vão tomar o poder, não dando


mais espaço a governos laicos. O Afeganistão se torna um reduto de
grupos radicais, com o Talibã se sobressaindo e recebendo apoio
logístico da Al Qaeda. Esses dois grupos são os propulsores do que
vai se tornar o terrorismo internacional. Agora o inimigo é o EUA e
sua intervenção incessante no oriente Médio.

 Glasnost (abertura política) e Perestróica (abertura econômica)

 1980-88: Fim da Guerra Irã-Iraque e Invasão do Kuwait

o Os EUA se aproximam ainda mais da Arábia Saudita, principalmente


quando Saddan Hussein resolve invadir o Kuwait.

o Saddan Hussein fica desapontado com a falta de apoio que julgou ter
dos EUA, além de descobrir que eles também venderam armas para
o Irã na guerra Irã-Iraque e, resolve invadir o Kuwait.

o O Kuwait era um principado que só tinha petróleo, muito pequeno,


que era controlado diretamente pelos EUA.

o Faz fronteira co Iraque e Arábia Saudita e, para retirar o Iraque do


Kuwait eles vão ampliar o número de bases e tropas no Oriente
Médio.

o Saddan Hussein foi uma desculpa para o EUA aumentar a presença


na região.

o Iraque fica isolado.

 1989: população chinesa clama por abertura (em vão)

o Época da visita de Gorbachev à China, o que leva a imprensa


internacional pra lá.

o Reestruturação do partido comunista para permanecer no poder.


Deng Xiaoping toma a decisão de manter o partido comunista no
poder e há um grande massacre da população que protestava. É a
última vez que o partido sofre algum abalo.

 1989: Queda do Muro de Berlim

o Não se esperava que a URSS fosse acabar.

 1991: Fim da URSS - Anúncio na noite de Natal - Nova Ordem Mundial


Unipolar Globalizada

o Boris Iéltsin surge como o novo presidente da Rússia.

o Surgem várias republiquetas que se declaram autônomas, mas não


conseguem independência.

o A última tentativa de Iéltsin de manter influência sobre essas novas


repúblicas é a criação da CEI.

o Novas repúblicas muito influenciadas pela guerra do Afeganistão.

Dissolução da Iugoslávia: os novos estados balcânicos

 1991: Croácia e Eslovênia declaram independência frente à Sérvia,


governada por Milosevic.

 1992-95: Bósnia-Hezergovina proclama sua emancipação e a Servia ataca o


país, iniciando uma guerra, que termina com o Tratado de Dayton e cinco
novos países.

o É a guerra mais pesada, porque é auxiliada por outros países


islâmicos.

o Há uma luta religiosa, que se confunde com a luta étnica e


separatista.

 1998-99: Kosovo inicia luta separatista contra a Sérvia, que passa a ser
atacada por aviões da OTAN.

o Milosevic é acusado de crimes de guerra.

o Em 2008 o Kosovo declara sua independência, que é reconhecida por


aliados da OTAN, principalmente, com exceção da Espanha.

 Catalunha.

 Por questões de risco de separatismo doméstico, os BRICS


também não reconhecem.

 O Brasil não reconhece a independência do Kosovo.

Em busca da Paz na Palestina

 1991: Fim da URSS e Vitória dos EUA na primeira Guerra do Golfo (1990-
91)

o Conferência de Paz para o Oriente Médio (Madri/1991)

 1992: Eleição de Yitzhak Rabin (pacifista) para primeiro ministro de Israel –


“terra por paz”

 1993: Acordo de Oslo – Gaza – Jericó I

o Rabin (Israel) e Arafat (Palestina) com mediação de Bill Clinton


(EUA).

o Criação da Autoridade Nacional Palestina (ANP)

 1994: Prêmio Nobel da Paz para Yasser Arafat (presidente da ANP), Shimon
Perez (MRE de Israel) e Yitzhak Rabin (primeiro ministro de Israel).

 1995: Acordo de Oslo II e assassinato de Rabin por extremista israelense.

 2000: novas tentativas de acordo fracassam e Ariel Sharon se elege


primeiro ministro.

 Israel continua ocupando a Cisjordânia até hoje.

 13/03/2002: ONU aprova criação do Estado Palestino.

1993-2001: Intervenções dos EUA sob Bill Clinton

 Apesar de democrata, foi um presidente bem intervencionista.

 Muitas intervenções na África por motivos humanitários.

 1992-94: Somália

 1993-95: Bósnia

 1993: Iraque

 1994-99: Haiti

 1995: Bósnia

 1996-97: Zaire (Congo)

 1997: Libéria

 1997: Albânia (descomunização dos Bálcãs)

 1998: Sudão e Afeganistão (contra a ascensão do Talibã)

 1998-2002: Iraque

 1999: Iugoslávia (Kosovo)

 2000: Colômbia (contra grupos de extrema esquerda – Plano Colômbia)


 País estratégico para os EUA na América do Sul

 Terceiro país que recebe mais ajuda militar americana.

 Há transferência direta de dólares.

Ascensão de grupos radicais islâmicos: Salafismo dos Saud (wahabismo), o Taleban


e a Al-Qaeda

 Ideia de um governo baseado na xaria, com regras medievais.

 Wahabismo é o pai ideológico do Estado Islâmico e a religião oficial da


Arábia Saudita.

 Al- Qaeda e Taleban são sunitas!

Formação Territorial do Brasil

Dicas gerais:

 Acompanhar as discussões a respeito dos temas recorrentes na mídia


(Folha de São Paulo, El País, Valor).

 Novo estatuto do imigrante e questões relacionadas (quais são as rotas,


etc.).

 Livros do IPEA sobre fronteiras brasileiras.

 Buscar informações: IBGE e IPEA.

Formação Territorial do ponto de vista histórico e a análise pertinente X Formação


Territorial do ponto de vista da ideia contemporânea de qualificação e defesa das
fronteiras (Resultado do processo anterior)

Histórico

 Carta do Acre: diz respeito à questão de segurança, relacionando a questão


de segurança à defesa de fronteiras.

 Projeto Cobra (Colômbia mais Brasil): exércitos na formulação de propostas


conjuntas nas faixas de fronteiras.

Fundos Territoriais

 Conceito de Antônio Carlos Robert Moraes.

 A tese responde a uma questão essencial: por que essas capitanias


desarticuladas e essa administração descentralizada consolidou um país de
dimensões continentais e não se fragmentou, como aconteceu com a
América Espanhola.

 Resposta (complementa a tese tradicional de que o que uniu as diferentes


elites regionais sob um governo central foi a escravidão): também na
apropriação dos próprios fundos territoriais, na necessidade de proteção e
afirmação dos próprios territórios, as diferentes elites precisavam do
governo centralizado. Ou seja, não só para manter a escravidão, mas
também para conseguir territórios, a elite precisa do governo central.

O que interessa é a lógica de apropriação do território. Dentro das capitanias


hereditárias, por exemplo, houve continuidade da lógica de sesmarias e, algumas
características desse período permanecem até hoje:

1. Latifúndios intensivos em trabalho (só recentemente foram modernizados e


se tornaram intensivos em tecnologia);

2. Subordinação e manipulação da administração pública pela posse da terra,


que tem raiz na forma de administração implantada na América Portuguesa.

Sesmarias e Lei de Terras

 José de Sousa Martins

 Tese central: enquanto a terra era livre, o trabalho era cativo e, quando o
trabalho passou a ser livre, a terra passou a ser cativa. Precisamos tornar a
terra cativa para lidar com o fim da escravidão. Esse seria o sentido da Lei
de Terras de 1850.

 Texto feito na época da discussão sobre a lei florestal. – Importante buscar


relacionar temas antigos com questões contemporâneas.

 Enquanto Antônio Carlos Robert de Moraes analisa a formação territorial


do Brasil sob a ótica da administração de fundos do território, de
colonização de novas terras, José de Sousa Martins diz que a nossa história,
em grande parte é, do ponto de vista do território, a briga entre duas formas
de consideração da propriedade: terra como propriedade fundiária X
território como patrimônio da nação.

 Argumento: desde as sesmarias até 1822, os fazendeiros tinham posse, mas


não tinham direito. De 1922 a 1850, ficamos sem um regime fundiário
definido. De 1850 até hoje, as pessoas adquiriram um direito pleno, mas
desde 1930 o estado vem tentando lentamente retomar, em parte, o
domínio da terra para que nela possa fazer valer o interesse nacional sobre
o interesse privado.

 Tentativa do estado de retomar a soberania sobre o território e separar o


que é terra como propriedade fundiária e terra como interesse nacional:

o Código Florestal

o Código de Águas

o Legislação Urbanística – função social da propriedade

o Ideia de função social da propriedade rural

o Reserva legal

Brasil: apropriação do território

Indicações de leitura:

 Antônio Robert de Moraes (conceito de fundos territoriais)

 Fonte: THÉRY, Hervé; MELLO, Neli A. Atlas do Brasil: disparidades e


dinâmicas do território. - Tomar cuidado porque os dados estão
desatualizados.

 Artigo do Antonio Carlos Robert Moraes sobre fundos territoriais (Bases da


Formação Territorial do Brasil). - Conceito que pode ser usado na questão
contemporânea de frentes pioneiras e frentes de apropriação do território.

 O Corpo da Pátria - Demétrio Magnoli.

 Tese original sobre o nascimento do Brasil e o significado da escolha do


Tratado de Madri como marco inicial da formação territorial brasileira.

Principais tratados da formação territorial brasileira

 Lista de tratados baseada no Corpo da Pátria

Horogênese das fronteiras terrestres

 Fronteiras desenhadas no período colonial.

 Fronteiras imperiais.

 Fronteiras nacionais: delimitadas no período republicano.

 Quadro sobre as características da formação das fronteiras do Brasil.

Brasil: de arquipélago a continente

 1890: Nordeste – Amazônia devido à borracha

 1940: Nordeste – Sudeste (centro de gravidade da economia brasileira).


 1990: Em direção tanto às áreas de fronteira agrícola, que começam a se
estabelecer nas áreas meridionais da Amazônia, quanto para os estados do
sudeste. A informação relevante é o espaço integrado da economia
nacional, que reforça o conceito de fundos territoriais, de expansão de
fronteiras e valorização interna de territórios.

A história do Brasil no século XVII e no século XVIII é uma história de um país em


progressiva construção do ponto de vista da construção dos seus fundos
territoriais e aí se chega à discussão contemporânea de fronteiras.

Fronteiras

 Por causa desse processo, as áreas de fronteiras terrestres do Brasil são as


que apresentam menores concentrações urbanas.

 As áreas litorâneas sempre foram priorizadas. – cuidado com a expressão


“Vocação atlântica”. É uma forma específica de apropriação do território
que resultou nesse cenário.

 A tese que o grupo de pesquisadores levantou é a de que em grande parte


da história brasileira a ideia de fronteira foi vista como aquilo que separa e,
a ideia de política pública de fronteira é a ideia de em nome da defesa e da
segurança, reforçar essa separação. Criar uma espécie de comandos de
serviços públicos para marcar e reforçar a defesa nessas áreas frágeis,
porque são áreas sujeitas aos mais diferentes tipos de intercâmbio.

 Mas o que a pesquisa demonstra é que fronteira não é aquilo que separa,
mas fronteira é aquilo que une, portanto a forma de tornar seguras as
fronteiras brasileiras é apostar na integração transfronteiriça e não nos
programas de salvaguarda dos territórios limítrofes brasileiros.

 A ideia do documento é pensar a ideia de fronteira sempre como uma ideia


de ação transfronteiriça e, portanto, de políticas públicas comuns,
realizadas pelo conjunto da América do Sul.

 Divisão da faixa de fronteira em três grandes arcos (importante mapear as


principais diferenças entre eles):

1. Arco Norte

 Tamanho desmesurado dos municípios e maior contingente


de população indígena.

2. Arco Central

 Unidade deriva do caráter entre a Amazônia e Centro-sul do


país.
 É uma posição central do Continente, onde se encontram duas
grandes bacias hidrográficas do país: Amazônica e Paraná-
Paraguai;

 Quatro modelos de organização do sistema produtivo.

 Frentes Pioneiras

 Pantaneiro

 Grande Propriedade

 Industrial/Comercial

 Ideia do Centro-Oeste como celeiro agrícola nacional.

3. Arco Sul

 Maior legado socioeconômico e cultural europeu.

*O tema de fronteiras está sendo fortemente revigorado. Acompanhar discussão


sobre o controle de fronteiras e a “Carta do Acre”.

A questão regional no Brasil

Bibliografia

 Região, Regionalização e Regionalidade. Link:


http://ucbweb2.castelobranco.br/webcaf/arquivos/29236/14223/Regiao_
_regionalizacao_e_regionalidade_Haesbaert.pdf

*Apesar de fazer parte do IBGE, o Pedro Geiger é mais conhecido pelo conceito de
macrorregiões, um trabalho destacado do IBGE.

Diferentes propostas de regionalização do território

 Amazônia legal x Complexo regional norte (Macrorregiões - Geiger)

 Nordeste SUDENE X Nordeste IBGE

 As diferentes propostas partem de pressupostos teóricos distintos.

 Os critérios utilizados para elaborar uma proposta regional não são


critérios perenes.

 O processo de regionalização depende das características do território, da


intenção do pesquisador e do próprio conceito de região, que é usado pelo
pesquisador na hora de realizar o processo.

Dois pontos de vista principais sobre regionalização:

1. Lablachiano: região como um fato, um dado de realidade, que cabe ao


pesquisador descrever à exaustão.

2. Região como um instrumento analítico do pesquisador. Não há nenhum


dado de empiricidade possível, elas são criadas.

3. Região como um “arte-fato” (sempre com hífen), tomada na imbricação


entre fato e artifício e, de certo modo, também, enquanto ferramenta
política. Esse terceiro ponto de vista seria o da região não meramente como
um fato dado, nem somente como instrumento teórico. – Haesbaert

*Ideia de que toda política pública é uma política territorial.

Macrorregiões

 1942: primeira divisão regional do IBGE - Criado em 1936, momento em


que o governo pensava formas de intervenção sobre o Estado. Para fazê-lo,
era necessário conhecer o território. Uma das propostas do IBGE era criar a
regionalização. A primeira proposta veio em 1942.

 1945: regiões naturais – conceito de região natural (emprestado da


geografia regional francesa).

 1969: regiões homogêneas (muito próxima à divisão atual, mas antes da


divisão do Mato Grosso e da criação do Tocantins – região tensa do ponto de
vista das guerrilhas). – Muito influenciada por modelos matemáticos (new
geography).

 Modelos de Planejamento de Intervenção sobre os Espaços: criação de


modelos de como o espaço se organiza e de como essa organização pode
ser mais eficientemente realizada a partir de determinada intervenção
do Estado.

 1988: Divisão Regional Atual

Zonas Fisiográficas, Microrregiões e Mesorregiões.

 Paralelamente, o IBGE prepara divisões mais particulares, em outras


escalas.

 Necessário apenas lembrar os nomes, as classificações utilizadas.

 Década de 1940: Zonas Fisiográficas – Dialoga com a ideia das


macrodivisões naturais de 1960. A ideia era dividir as grandes regiões
naturais, delimitadas em 1945, em unidades menores.

 1968: Microrregiões Homogêneas – Acompanha as macrorregiões


homogêneas. Próxima à proposta de regionalização de 1979.

 1989: Mesorregiões e Microrregiões Geográficas. - Atual.

Regiões Imediatas e Regiões Intermediárias

 2017: IBGE apresenta uma nova classificação que substitui a de Meso e


Microrregiões Geográficas.

 As Regiões Geográficas Imediatas têm na rede urbana o seu principal


elemento de referência.

 As Regiões Geográficas Intermediárias correspondem a uma escala


intermediária entre as Unidades da Federação e as Regiões Geográficas
Imediatas.

A questão regional no Brasil

Bibliografia:
 Milton Santos: capítulos introdutórios (1 e 2) de Brasil, território e
sociedade no inicio do século XXI. (análise do livro inteiro, muito
importante, mas os dados ficaram ultrapassados).
Três principais divisões regionais
1. IBGE: 5 macroregiões
2. Geiger: 3 regiões
3. Milton Santos: 4 regiões
Complexos Regionais

 As regiões se distinguem porque se organizam em toro de cidades que se


destacam por ocupar uma posição de destaque na hierarquia urbana.

 Propostas elaboradas fora do quadro do IBGE (aula 13): são menos


engessadas, pois não têm que considerar as unidades federativas e buscam
fazer um retrato do Brasil em momentos diferentes.

 A primeira é a do Pedro Pinchas Geiger: divisão do território nacional


em três complexos regionais.

 Centro-Sul: Brasil moderno;

 Nordeste: baixa produtividade agrícola e pela industrialização ainda


incipiente;
 Amazônia: imensa fronteira de recursos, com conexões ainda frágeis
com o centro dinâmico da economia nacional. Vazio demográfico.

 A discussão do Geiger é basicamente a discussão do Brasil do meio técnico.

 A divisão de Geiger antecipou os processos de desmembramento que


ocorreram com a constituição de 1988, da divisão do Mato Grosso em Mato
Grosso e Mato Grosso do Sul, o norte compartilhava questões com a
Amazônia, região de fronteira, baixa densidade populacional, área de
colonização, inclusive particular. Já o sul integrava o conjunto do centro-sul
de fronteira agrícola modernizada. O mesmo ocorria com Goiás, que tinha
uma parte que sofria extrema violência fundiária, era uma área de ocupação
de fronteira agrícola em expansão. Ele também conseguiu enxergar uma
divisão entre Goiás e o que viria a ser Tocantins.

 O seu desenho, por não estar dentro do IBGE, não precisava respeitar,
portanto, as unidades da federação. Além do Mato Grosso e Goiás, ele
dividiu também o Maranhão, colocando uma parte junto a Amazônia.

Milton Santos pensa a história dos territórios a partir de três conceitos básicos:

 Os três meios convivem, não quer dizer que um substitui o outro. Há uma
sucessão de meios e é possível pensar a diferenciação espacial a partir
dessa lógica.

1. Meio Natural: o meio no qual as técnicas não conseguem se impor


aos ritmos e dinâmicas da natureza. Nele, as técnicas são
subordinadas às características da natureza;

2. Meio Científico: segundo o autor, a Revolução Industrial rompe a


subordinação da técnica à natureza, invertendo a relação. A partir
desse momento, as técnicas se impõem à natureza.

3. Meio Técnico-Científico-Informacional: a grande energia é a


informação. A diferença entre os lugares não se dão mais de acordo
nem com o acúmulo de natureza nem com o acúmulo de técnica, mas
com o acúmulo de informação, de ciência e tecnologia disponíveis
em determinado território (produtividade dos lugares).

Proposta Milton Santos e Maria Laura Silveira

 Obra: Brasil, território e sociedade no inicio do século XXI.

 Divisão regional do Brasil segundo a difusão da informação e das estruturas


de ciência e tecnologia.

 Pouca diferença em relação à do IBGE. A grande inovação teórica é a Região


Concentrada, que é fusão das estruturas produtivas do Sul e do Sudeste.
Para eles não faria mais sentido separar o sudeste industrializado do sul
que seria só “celeiro agrícola”, já que grande parte das estruturas
produtivas é dada.

 Um dos motivos para o Centro-Oeste não fazer parte da Região Concentrada


seria o fato de que é subordinada aos comandos das regiões Sudeste e Sul.
Ainda que disponha de um grande contingente de ciência e tecnologia, as
suas dinâmicas defendem fortemente de uma relação com os fluxos da
economia global que são mediados pela grande metrópole nacional, que é
São Paulo. O que acontece no centro-oeste depende, portanto, das decisões
tomadas pelas firmas estabelecidas em São Paulo.

 A diferença do mapa de Milton Santos para o do IBGE não era apenas na


questão da Região Concentrada, mas também na parte do Tocantins, que ele
coloca no Centro-Oeste, não no Norte, como no do IBGE. Talvez o que Milton
Santos esteja sinalizando, seja que o processo de modernização agrícola
tenha subido, fazendo que o Tocantins esteja mais integrado ao Centro-
Oeste que ao Norte. Milton Santos não corta Estado, como o Geiger.

 De Geiger para Milton Santos, não mudou apenas o país e as estruturas


produtivas, mas também o olhar o e conceito teórico utilizado para
delimitar as regiões, que no caso do Milton Santos é a ideia de densidade
técnica informacional.

 Quatro “Brasis”:

1. Região Amazônica

2. Região Nordeste

3. Região Centro-oeste

4. Região Concentrada

Metrópoles Nacionais

1. São Paulo – Grande Metrópole Nacional – Comando corporativo

2. Rio de Janeiro – Centralidade secundária nos dois âmbitos: comando


corporativo e comando estatal.

3. Brasília – Comando Estatal

*Mais 9 metrópoles, totalizando 12 metrópoles. As diferentes regiões se


consolidam a partir das relações intensas com essas cidades e da potência de
geração de serviços dessas cidades e seu entorno.
Migrações (com base no Censo Demográfico de 2010)

 A maior parte das migrações ocorre dentro do próprio estado, da mesma


unidade federativa.

 O fluxo mais importante que sai do nordeste passou a ser em direção ao


centro-oeste e não mais em direção ao sudeste.

 Contrariando o senso comum, a maior parte dos migrantes é de


escolaridade mais alta.

Divisão regional do trabalho e planejamento regional

Deslocamentos Internos

 As migrações tendem a ser maiores em pequenas distâncias (válido tanto


para migrações internacionais, quando internas).

 Pares migratórios:

 Proximidade geográfica. Ex: EUA-México

 1995-2000:

 Maior fluxo migratório – Nordeste-sudeste

 Segundo maior: migração de retorno

 Importante saber a origem principal das migrações por região.

 Base: censo de 2010

 Principal mudança de acordo com o censo anterior: redução nos fluxos.

 Migração circular. Ex. Turquia.

 Antes as fronteiras agrícolas eram de ocupação, hoje são de modernização.

Região e Planejamento no Brasil nas regiões "problemáticas": Amazônia e


Nordeste

 Livro da Martine Droulers: Expressão cartográfica da expansão das


fronteiras agrícolas brasileiras.

 Região como área de intervenção: alvo de políticas públicas.

 São regiões-problema devido aos indicadores sociais e a desarticulação com


os demais polos produtivos, apesar de grande parte da mão de obra que
ajudou a construir e desenvolver o Centro-Sul tenha vindo do Nordeste.
Brasil: Planejamento estatal (1930-1980)

 Principal projeto: articular o território.

 Ideia da Rota Integradora.

 Projetos:

 Ideia do Brasil Colonial: ideia de tentar de fato implementar políticas


territoriais para ocupar o território e agir em áreas que continuavam
deprimidas.

 Começa na década de 1930, com as colônias agrícolas (Goiás e Ceres).

 Marcha para o Oeste de 1940, com Getúlio Vargas.

 Plano de Integração Nacional, década de 1970.

 Fronteira de Ocupação.

 Discurso amazônico de Getúlio: importância de inserir a Amazônia ao


centro dinâmico da economia nacional.

 Investimento em indústrias pesadas e intermediárias, cujo grande mercado


de consumo é o Sudeste. Não é só uma integração rodoviária, mas também
no sentido de criar complementaridade econômica e, os investimentos que
tornaram isso possível no Nordeste vieram, em grande parte, de capitais
acumulados do Centro-Sul.

Brasil: integração e abertura (2000)

 Principal objetivo: articulações internacionais passam a ser o foco. Inserir o


Brasil nos fluxos da economia que se globaliza.

 Criar fluxos para fora:

 Porto do Pecém;

 Porto em Fortaleza;

 Porto de Suape.

 Busca de integração da Região Norte com a América do Sul e do Caribe. A


ideia era pensar linhas de integração da economia brasileira com os fluxos
globais. O modelo de intervenção do Estado sobre o território, portanto,
muda substancialmente. Antes a ideia era conectar o Nordeste com as áreas
mais dinâmicas da economia brasileira (que foi em grande parte o papel da
SUDENE), agora a ideia é conectar o Nordeste aos fluxos do mundo. Os
investimentos passam a ser não mais em indústrias pesadas, mas em
indústrias de bens de consumo, como calçados. O objetivo é buscar os
mercados mundiais.

 Do ponto de vista do desenho territorial, a ideia da maior parte dos


governantes do primeiro período era a integração e, a partir de 2000, as
políticas públicas assumem um sentido de integrar articulações regionais
com o mundo. Isso resulta em investimentos territoriais diferentes. Nesse
segundo momento, grande parte das obras (inclusive do PAC 1 e 2) são o
que se chama de bacia de drenagem: ligar áreas de produção de
commodities às áreas de escoamento.

 O projeto de articulação interna no Brasil resulta em um desenho do


território. Essa ideia é fundamental para o Milton Santos: como o território
revela as intenções de políticas públicas.

Região e Planejamento no Brasil: Amazônia

 1953 – SPVEA - Amazônia Brasileira.

 Pensando a partir do ponto de vista da intervenção de fato do


Estado, com agência de política regional, o processo começa
em 1953, com a fundação da, há muito tempo extinta, SPVEA
(Superintendência do Plano de Valorização Econômica da
Amazônia).

 A intervenção seria financiada por meio de uma cota fixa das


receitas federais.

 Conectar a malha do Centro-Sul do país e a Amazônia


Oriental. – Função de Brasília de conexão.

 A lei que criou a SPEVEA criou também a Amazônia Brasileira


(modificado em 1966, com a lei que criou a SUDAM).

 1966 – SUDAM - Amazônia Legal.

 Pós-Golpe Militar.

 Tem uma história interessante de diagnóstico da Amazônia,


modelada por Celso Furtado, auxiliado por Francisco de
oliveira.

 A ideia era democratizar o acesso a terra e combater as


tragédias produzidas pelas desigualdades sociais.

 Redefiniu a Amazônia Brasileira, que passou a ser Amazônia


Legal, existente até hoje na legislação.

 Conceber a região como um espaço de fronteira a ser


integrada. Três interpretações possíveis de acordo com a
bibliografia:
1. Fronteira Política: ideia da conquista da Amazônia e da
construção de bases para o exercício do poder estatal
na região.

2. Fronteira Demográfica: o grande Norte poderia


absorver parte dos pequenos produtores que haviam
de organizado, antes do golpe, nas Ligas Camponesas
do Nordeste. Como se fosse uma solução para a grande
disputa fundiária que estava em curso no Nordeste
pré-golpe. A ideia é que se pudesse resolver essas
tensões criando espaços de povoamento no grande
norte.

3. Fronteira do Capital: atraindo volumosos


investimentos transnacionais, mas principalmente
nacionais, para a agropecuária, mineração e a
indústria. Os programas de incentivos fiscais da
SUDAM, com vastos recursos públicos, por meio de
renúncia tributária e concessão direta de subsídios. As
rodovias de integração Belém-Brasília e Brasília-Acre
e, numa menor escala, Cuiabá-Santarém, criaram
condições para esse investimento.

* Há uma dissonância entre as fronteiras demográfica e de capital, pois a


primeira pensa a ocupação com base na pequena propriedade camponesa,
na margem da transamazônica e a segunda pensa a ocupação com base em
grandes projetos subsidiados pelo Estado.

*Nunca chamar espaços de baixa densidade demográfica de “espaços


vazios”.

*Para Bertha Becker os projetos do governo militar foram bem sucedidos


no sentido de que as estradas de fato conectaram a Amazônia ao resto do
país.

*Os projetos minerais e industriais criaram “duas Amazônias”: uma em


Belém, que recebeu grande parte dos projetos industriais e outra em Mato
Grosso, com os projetos florestais e agropecuários, no eixo da Belém-
Brasília (eixo da devastação) e oeste do Maranhão.

*Em meados da década de 1970 a SUDAM abandonou os projetos de


colonização que não deram certo e começaram a ser aprovados só grandes
projetos. A lógica de Fronteira do Capital prevaleceu desde então.

Divisão regional do trabalho e planejamento regional

Bibliografia:

 Regiões e cidades, cidades nas regiões: o desafio urbano-regional -


Antonio Carlos F. Galvão, Carlos Orleans Brandão Junior e Maria
Flora Gonçalves (Não é desta aula especificamente).
 Amazônia: geopolítica na virada do III milênio - Bertha Becker
(Muito importante para o concurso, ainda mais na parte de
Amazônia).

 Geopolítica da Amazônia - Bertha Becker

 Fantasia desfeita – Celso Furtado

Continuação - Amazônia

 Do ponto de vista geográfico, esses projetos acabaram criando uma


Amazônia bipartida e as diferenças entre elas estão basicamente nos
vetores de ocupação.

 O vetor oriental é estruturado em torno da Belém-brasília e


marcado por dois processos de ocupação:

 A exploração dos minérios, com destaque para a serra dos


Carajás. A implantação da estrada de ferro dos Carajás (uma
das maiores do mundo), do porto de Taqui e a construção da
hidrelétrica de Tucuruí (que ligam essa área ao
Maranhão/Porto de Taqui).

 Indústrias energointensivas (transformação da bauxita em


alumínio e siderurgia), pesadas (abastecidas pela hidrelétrica
de Tucuruí). Capitaneada por São Luiz e Belém, é um modelo
industrial pensado a partir da transformação dos recursos
naturais locais.

 O Vetor Ocidental é estruturado em torno da Cuiabá-Santarém,


menos intensivo em termos de aprovação de projetos minerais e
agropecuários, mas com forte destaque da Zona Franca de
Manaus, criada em 1967, o que transformou a capital
amazonense em um importante centro industrial e reforçou os
vínculos externos com os capitais do Centro-Sul. As mercadorias
produzidas nessa região são consumidas em sua maior parte pelo
Centro-Sul.

 A ideia que originou a Zona Franca de Manaus não faz mais


sentido no momento econômico atual.

 Esses dois vetores reforçam a importância de Belém (centro


industrial significativo) e Manaus, as duas metrópoles amazonenses.

 Nesse processo foi dissociada a noção de desenvolvimento do seu


conteúdo ambiental e social. A abertura das rodovias de integração
geraram intensos fluxos migratórios rápidos e intensos, o que gerou
urbanização desordenada, inchaço das periferias urbanas e altos
níveis de violência.

 A maior parte da população vive de empregos informais.


 A Bertha Becker foi responsável pelo lançamento do Plano
Amazônia Sustentável (PAS), lançado no governo Lula, em 2004. É
uma proposta de regionalização diferente, com a Amazônia
Ocidental, Amazônia Central e Arco de Povoamento Adensado.

1. Amazônia Ocidental: área mais preservada. Proposta de manejo


sustentável das atividades extrativistas existentes.

2. Amazônia Central: área mais devastada. Proposta de regularizar


unidade de conservação e estímulo à agricultura familiar. Fazer
uma rede de reservas de desenvolvimento sustentável para
impedir que acontecesse nas margens da Cuiabá-Santarém o que
aconteceu nas margens da Belém-Brasília.

3. Arco de Povoamento Adensado: o arco que pega o norte do Mato


Grosso até Belém e também parte do Acre (Arco da devastação).
A ideia aqui é reconhecer que essa área já foi intensamente
modificada e que o que se deve fazer é regular, impedir que os
impactos ambientais se alastrem e melhorar as formas de
urbanização. O objetivo é tornar as atividades produtivas menos
predatórias.

Região e Planejamento no Brasil: Nordeste

 1909: IFOCS (Inspetoria Regional de Obras Contra Secas)

o Nasceu no princípio da República, mas foi uma resposta a


uma instabilidade climática ocorrida ainda no Império.

o Construção de Açudes, barragens, estradas, etc.

o Na década de 1930 a constituição destina parte do orçamento


(4% dos recursos federais) para o IFOCS, o que demonstra
que começa a haver um planejamento regional, mesmo que
não institucionalizado, com verbas destinadas ao combate à
seca.

o Polígono das secas: criação no âmbito IFOCS (criado em 1936


e extinto em 1989).

 Primeira base territorial de política pública regional.

 1933: IAA (Instituto do Açúcar e do Álcool)

o Criado por decreto federal, o IAA sucedeu o Instituto de


Defesa do Açúcar (de 1926) e a ideia era administrar o
mercado nacional de derivados da cana.

o O IAA estabeleceu uma cota de produção por estado, então


São Paulo não poderia aumentar a sua produção de fato a
inviabilizar a produção do Nordeste. Mas a medida acabou
favorecendo os produtores paulistas, pois transformou o
preço mínimo (devido aos menos custos de produção) em
preço máximo (devido à imposição da cota), o que favoreceu
investimento em tecnologia e aumentou a vantagem
produtiva. No longo prazo São Paulo e Goiás ganharam
espaço e o Nordeste recuou.

o Chico de Oliveira mostra que o IAA acabou criando


mecanismos que tonou o nordeste pouco competitivo no
contexto nacional de produção açucareira.

 1945: DNOCS

o O IFOCS vira Departamento Nacional de Obras Contra Secas.

o Celso Furtado faz uma analise de como a atuação do IFOCS e


do DNOCS servir para a manutenção dos privilégios da
oligarquia fundiária e, que em grande parte o problema não
era tanto os problemas climáticos, mas sim a concentração
fundiária. Devido à priorização da agricultura comercial, os
mais vulneráveis são submetidos às vulnerabilidades do
clima.

 1959: SUDENE

o Todos os mecanismos de intervenção anterior visavam o


Nordeste rural. A SUDENE valoriza os investimento
industriais, o Nordeste urbano.

o A ideia era incentivar, por meio do Banco do Nordeste, que já


havia sido criado, investimento industriais em indústrias
pesadas, para integrar aquela economia ao Centro-Sul. Ainda
que tenha gerado uma concentração no plano regional (as
indústrias tradicionais do interior foram prejudicadas e as
novas indústrias passaram a se concentrar no litoral), gerou
uma desconcentração da indústria no plano nacional.

o Reforma Agrária no sertão para mudar a estrutura produtiva,


o que não ocorreu devido à intervenção militar.
O processo de industrialização e suas repercussões na organização do espaço

Bibliografia:

 Artigo com link no slide – Fichar.

 Desenvolvimento poligonal no Brasil: nem desconcentração, nem contínua


polarização - Clélio Campolina Diniz.
Teoria da localização industrial

 Em termos gerais, é a mesma no mundo inteiro.

 Início: a indústria tende a ser altamente concentrada devido aos altos


custos de transferência.

 Fábricas são atraídas por:

 Amplitude do mercado consumidor;

 Oferta do trabalho;

 E matérias primas disponíveis;

 A importância de cada elemento varia para cada ramo/setor industrial. O


setor têxtil, por exemplo, intensivo em trabalho, é mais atraído por sua
oferta.

 A ideia nesse primeiro momento é que indústria atrai indústria. Essa é a


tendência do mercado: iniciar na concentração e se afirmar nas economias
de aglomeração.

 A indústria brasileira também nasceu fortemente concentrada no sudeste,


principalmente no triângulo:

 São Paulo;

 Belo Horizonte;

 Rio de Janeiro.

 No caso brasileiro não são apenas as forças de mercado que agem sobre a
concentração industrial. Nenhuma lógica de mercado explica a Zona Franca
de Manaus. Só da para entender a Zona Franca de Manaus pensando em
duas forças:

 Lógica de mercado;

 Lógica do Estado (que pode agir tanto no sentido de concentração,


quanto no sentido de desconcentração da produção industrial);

 Até a década de 1960, a política estatal reforçou a concentração no Centro-


Sul, por meio do incentivo à siderurgia de grande porte.

A opção pela siderurgia

 Poder multiplicador da siderurgia.

 Necessidade de infraestrutura de transporte associada a esse ramo


industrial.

 Criação da CSN, em 1941, fez parte do estímulo de Getúlio Vargas à


soberania nacional.
 Localização da CSN obedeceu a critérios mais políticos do que técnicos.
Quando Getúlio contratou uma Comissão Siderúrgica Nacional para pensar
a localização dessa grande siderúrgica nacional, tinha-se pensado em MG,
devido à presença de minérios de ferro, mas se consolidou Volta Redonda
no eixo do RJ, devido à proximidade com o mercado consumidor (indústrias
já existentes no Vale do Paraíba), à localização no eixo a ser industrializado
(RJ-SP), à facilidade do transporte (estrada do ferro central do Brasil), à
proximidade com os portos do Rio de Janeiro e de Angra dos Reis.

 CSN: marco da implantação da siderurgia carvão mineral (as siderúrgicas


existentes queimavam carvão vegetal).

 Também tinha o aspecto técnico, pois considerava a infraestrutura de


transporte existente e um sistema de abastecimento pensado.

 Essa primeira decisão, de estabelecer a CSN em Volta Redonda, favoreceu o


crescimento das duas principais cidades do país do ponto de vista
industrial.

 A segunda decisão que favoreceu a concentração industrial nesse eixo foi à


implantação da COSIPA, em Cubatão e da USIMINAS, em Ipatinga, na década
de 1950. Elas reforçam o primeiro eixo e criam outros: o da baixada santista
(eixo da anhanguera) e o que vai em direção a Belo Horizonte.

 Ficam consolidados nesse momento, portanto, três eixos:

 Dutra;

 Anhanguera;

 Belo Horizonte.

 A implantação dessas indústrias, portanto, reforçam cada um dos polos do


triângulo: São Paulo, Rio de Janeiro e Belo Horizonte.

Relação do Café e Indústria

 Consenso historiográfico

 Os sistemas técnicos implantados para atender a produção cafeeira,


basicamente o sistema de ferrovias, que se abre em leque em direção ao
interior, a partir de São Paulo, que era considerado o porto seco do café.
Funcionava como uma hinterlândia significativa da riqueza gerada pelo café
e que fazia conexão com o porto de santos. Atraia também capitais
bancários e fluxo migratório, inicialmente orientado pelo trabalho no café,
mas que acabou gerando uma espécie de classe operária, uma protoclasse
operaria numerosa, basicamente compota de italianos e espanhóis.
 As cidades que se desenvolveram nas rotas cafeeiras acabaram se
transformando em centros consumidores importantes para as indústrias,
em especial para as de bens de consumo, que eram manufaturadas na
capital.

 As primeiras grandes áreas industriais de São Paulo se ligavam aos eixos


ferroviários.

 Realização do conceito do Milton Santos (Inércia Dinâmica): esse momento


de industrialização criou grandes galpões fabris e depois que as fábricas se
mudaram, se sucederam, durante muito tempo, formas de ocupação e uso
dos espaços, que necessitavam de grandes espaços. Há uma adaptação do
uso dos espaços herdados da industrialização paulista.

Mudanças do pós-guerra

 Os eixos rodoviários substituíram as linhas de trem.

 Há o rompimento da indústria das relações com a economia cafeeira e a


implantação junto aos eixos rodoviários.

 Eixos rodoviários:

 Anchieta com a Baixada Santista (relação com investimentos estatais


anteriores: a COSIPA);

 Dutra (relação com investimentos estatais anteriores: a CSN);

 Raposo Tavares e Castelo Branco (desconcentração industrial).

 Desconcentração para municípios vizinhos, que se transformam em


distritos industriais importantes – a lógica é a mesma para Rio e São Paulo.

 No caso do Rio, esses distritos se formaram principalmente no eixo da


rodovia Dutra e na região serrana (indústria têxtil), em Petrópolis,
Teresópolis e Friburgo.

 Em Belo Horizonte tem uma história própria do ponto de vista


metodológico. Foi uma cidade planejada, tendo sido criada em 1897. Muitos
atribuem à criação da nova capital uma tentativa de evitar a decadência
econômica de Minas Gerais.

 A partir da década de 1930, há um esforço para incentivar o


desenvolvimento industrial. Há concessões para o capital privado.

Até a década de 1960:

 Concentração no triângulo industrial central, reforçado pelo investimento


siderúrgico (e depois petroquímico/ Duque de Caxias e Cubatão), cada polo
reforçado por razões econômicas específicas.

 Motivos gerais para o destaque na concentração industrial em cada polo:

 São Paulo: café;

 Rio de Janeiro: mercado consumidor;

 Belo Horizonte: esforço da própria elite para formação de núcleos


industriais importantes.

 Regiões industriais periféricas:

 Brasil Meridional: Rio Grande do Sul e Santa Catarina. – Capitais


locais, associados às colônias de imigrantes, que tinham mão de obra
qualificada (indústrias de bens de consumo e alimentícias (Os
grandes conglomerados brasileiros) baseadas nas matérias primas
produzidas regionalmente. Modelo bem distinto das indústrias da
Região Central.). – Destaque para os eixos industriais do Vale do
Itajaí e o eixo Porto Alegre – Caxias do Sul.

 Nordeste: indústria moderna resultante das iniciativas de


desconcentração industrial levadas a cabo pelo planejamento
regional, principalmente pela SUDENE. Em geral, indústrias de bens
duráveis, controlada por capitais do Centro-Sul.

Momentos Principais da Industrialização brasileira

 Até 1970: concentração geográfica

 1970 a 1985: desconcentração (SUDAM e SUDENE)

 Esses dois momentos estiveram inseridos no mesmo padrão de


desenvolvimento, do Nacional-Desenvolvimentismo.

 A partir de 1985: alteração significativa do padrão de planejamento estatal


(as agências continuam existindo, mas perdem importância), liberação das
forças de mercado e minimização do intervencionismo do tipo nacional-
desenvolvimentista. O Estado deixa de ter um papel ativo na compreensão
da lógica de atração de investimentos industriais e na formação do mapa
industrial brasileiro.

 Década de 1990: guerra fiscal dos estados. Os investimentos passaram a


depender em grande parte das isenções fiscais concedidas pelos estados.

Conclusões
 O processo de desconcentração ocorrido até 1985 sobreviveu à
liberalização?

 Clélio Campolina de Diniz:

 O que aconteceu no Brasil não foi de fato uma desconcentração, mas


uma ampliação da Região Industrial Central.

 Todas as regiões se beneficiaram com a perda de importância


relativa de São Paulo na produção industrial.

 Após 1985 começou a haver uma reconcentração industrial na


região do polígono industrial definido por Belo Horizonte,
Uberlândia, Londrina, Maringá, Porto Alegre, Florianópolis e São Jose
dos Campos, onde estão sendo formados os principais polos de
tecnologia.

 A desconcentração começou a acontecer e foi revertida, mas não


apenas para a região industrial de São Paulo, mas houve uma
reconcentração nessa área maior, dentro do Sul e Sudeste.

 A reconcentração explica-se pela presença de sistemas técnicos mais


avançados nessas regiões do que no resto do país.

O Rio de Janeiro perde importância e passa a não fazer mais parte dessa
“Região Concentrada” (conceito do Milton Santos).

O processo de industrialização e suas repercussões na organização do


espaço.

Bibliografia

• DESENVOLVIMENTO REGIONAL NO BRASIL CONTEMPORÂNEO: Para uma


qualificação do debate sobre desconcentração industrial - Alexandre Abdal.

• Fragmentação da Nação - Carlos Américo Pacheco.

Aula anterior:

• Tendência à concentração tem a ver com forças de mercado. Primeiro há


concentração, depois, tendência à desconcentração e, posteriormente, o
questionamento se essa tendência de desconcentração sobreviveria à
abertura econômica da década de 1990.

• A tese do Desenvolvimento Poligonal acredita que o Estado teria sido o


grande protagonista da desconcentração industrial.
Teses sobre o que aconteceria a partir da década de 1990

• Uma das respostas seria que a tendência mais recente é a reconcentração


numa região ampliada do polígono definido pelos eixos Belo Horizonte,
Uberlândia, Londrina, Maringá, Porto Alegre, Florianópolis e São José dos
Campos.

• A tese do Clélio Campolina Diniz é que teria havido uma reconcentração


industrial nessa região formada pelas áreas de maior densidade técnica,
mais desenvolvidas, mais urbanizadas.

• Outra tese é do Carlos Américo Pacheco. Ele diz que há desconcentração,


mas que ela se manifesta mais sobre a forma de uma flagrante
fragmentação da economia nacional, do que no crescimento solidário das
regiões, com acréscimo da capacidade produtiva nos principais espaços
econômicos do país. Em 1980 a desconcentração continua, mas não é mais
visível sob a ótica regional.

• A tese do desenvolvimento poligonal dialoga muito com a obra do Milton


Santos e a ideia de Região Concentrada.

• Há a criação de ilhas de dinamismo em todo o país que compensam o


decréscimo da participação industrial do sudeste, em especial de São Paulo.
Mas ainda que essas ilhas existam (marcadas pela presença de recursos
naturais e mão de obra barata), grande parte da produção industrial
nacional permanece concentrada na região que o Clélio Campolina Diniz
chama de Polígono.

Polos industriais que merecem destaque

Dentro do Polígono

• Região expandida da Dorsal (somando dois corredores, um saindo de São


Paulo, no sentido norte, e outro no sentido leste);
• Porção Norte do Polígono;
• Corredor litorâneo Curitiba- Florianópolis;
• Periferia da porção sul do polígono.

Fora do Polígono

• Região Metropolitana de Salvador;


• Região Metropolitana de Recife;
• Região Metropolitana de Fortaleza;
• Região Metropolitana de Manaus;
• Região Metropolitana de Belém.
Esta tendo ou não desconcentração?

• Desconcentração avança muito devagar.


• É uma tendência, mas não dá pra pensar num processo vigoroso.
• Atinge todas as regiões.
• Classificação das indústrias a partir do grau/intensidade tecnológica nos
slides.
• Desconcentração mais presente nas indústrias de média e baixa intensidade
tecnológica. As indústrias de alta tecnologia são mais concentradas.
• Ilhas de dinamismo em geral existem devido a vantagens comparativas.

Regiões mais Industrializadas

1. Sudeste;
2. Sul;
3. Nordeste;
4. Centro-Oeste;
5. Norte.

Brasil, o processo de Urbanização.

*A Logística tem muito a ver com a indústria, mas no Brasil tem a ver
principalmente com o agronegócio. A questão de logística, então, vai ser discutida
na aula sobre agricultura e fronteiras agrícolas.

Bibliografia

 Sobre urbanização da América Latina: Relatório das Nações Unidas sobre


assentamentos humanos – Rumo a Uma Nova Transição Urbana
 Sobre urbanização do Brasil:
www.cedeplar.ufmg.br/pesquisas/td/TD%20366.pdf

A situação das cidades da América Latina e Caribe: rumo a uma nova transição
urbana

 América Latina e Caribe são regiões predominantemente urbanas, com


poucas áreas despovoadas.
 A região mais urbanizada do mundo é a América Latina. O processo
continua, mas em ritmos cada vez mais lentos.
 A classificação do que é urbano no Brasil não é uma definição que dialoga
com o que há de mais moderno nos padrões internacionais. Deve ser uma
discussão explorada do próximo censo.
 Muitos creditam os problemas sociais das cidades ao rápido processo de
urbanização.
 O processo de urbanização tem sido acompanhado por um processo de
crescimento econômico (não é uma relação direta).
 A renda per capta quase triplicou, mas com grandes disparidades, passando
por ciclos e retrocessos.
 O momento de urbanização intensa foi também o momento de elevado
crescimento demográfico. Ambos tendem a arrefecer.
 Três processos “irmãos”: urbanização, crescimento demográfico e
migrações internas. O crescimento demográfico alimentou tanto a
urbanização, formando superpopulação relativa no campo e alimentando os
fluxos do êxodo rural, quanto enormes fluxos demográficos de migrações
interna que também tem arrefecido.
 O número de cidades aumentou seis vezes em cinquenta anos.
 Conceito de megacidades: mais de 10 milhões de habitantes. 14% da
população latino-americana vive em megacidades.
 A tendência agora para a América Latina como um todo é uma
desconcentração da população urbana. As cidades médias são as que mais
crescem, enquanto algumas megacidades crescem abaixo da média
nacional.
 Processo de conurbação: A expansão urbana tem feito com que muitas
cidades transbordem os limites administrativos de seus municípios e
terminem por absorver fisicamente outros núcleos urbanos. São áreas
urbanas de grandes dimensões territoriais, às vezes formalizadas em uma
área metropolitana, compostas por vários municípios e com uma intensa
atividade em todos os âmbitos.
 Insustentabilidade das cidades da América Latina
o Crescem mais em área física do que em população: expansão das
periferias (pouco articuladas) num padrão insustentável.
o Recomendam cidades mais compactas. Maior densidade de ocupação
dos espaços.
 Média da América Latina: 80% de população urbana. Quem puxa esse índice
é o Cone Sul.

Urbanização no Brasil

 As migrações existentes atualmente no Brasil são majoritariamente urbano-


urbano, ao contrário do movimento rural-urbano, que ocorria
anteriormente.
 O processo ocorre principalmente a partir da segunda metade do século XX.
Antes era um país fortemente marcado pelo componente rural.
 O caso brasileiro reforça o que é dito no relatório sobre a América Latina: o
processo continua, mas vem arrefecendo.
 O Brasil de tornou majoritariamente urbano quarenta anos antes do
mundo: década de 1960, enquanto o mundo apenas em 2008.
 As migrações (nordeste-Sudeste / áreas rurais- áreas urbanas)
contribuíram para concentração populacional, formando os grandes
aglomerados populacionais em áreas urbanas.
 “Levando em conta que foi somente na década de sessenta que a população
urbana superou a rural, pode-se afirmar que a transformação urbana no
Brasil foi tão acelerada que fez coincidir, no tempo, a urbanização, a
concentração da população urbana e a metropolização”.
 Cidades médias não metropolitanas: o corte populacional das duas é o
mesmo, mas a cidade média metropolitana funciona sob a lógica da grande
aglomeração da qual faz parte.
 O que mais cresce atualmente são as cidades médias não metropolitanas.
Dentro dos aglomerados metropolitanos o que mais cresce são os
municípios periféricos, ligados às capitais, iniciando um processo de
inversão espacial do comando do crescimento demográfico metropolitano,
acelerado pelos saldos negativos dos fluxos migratórios entre capitais e os
outros municípios metropolitanos.
 População rural: crescimento a taxas negativas.

Redes Urbanas

Bibliografia

 https://nacoesunidas.org/cepal-destaca-esgotamento-da-migracao-rural-
urbana-na-america-latina-e-no-caribe/

 https://oglobo.globo.com/brasil/quase-25-dos-municipios-tiveram-
reducao-populacional-no-ultimo-ano-21763798

 https://biblioteca.ibge.gov.br/visualizacao/livros/liv100643.pdf

Cidades Brasileiras

 Tendência de migração urbano-urbano. A regra é a população dos pequenos


municípios diminuir e as grandes cidades estarem crescendo com taxas
parecidas com as nacionais, o que indica que as migrações tendem a ser de
cidades menores para cidades maiores.

 Quase um quarto dos 5.570 municípios brasileiros (1.378 municípios) teve


redução populacional entre 2016 e 2017.

 A redução populacional concentra-se, principalmente, no grupo de


municípios com até 20 mil habitantes, que representam 32,5% do total de
cidades brasileiras.

 A diminuição de habitantes ocorre com mais frequência na região Sul,


enquanto no Norte e o Centro-Oeste estão as maiores proporções de
municípios com taxas de crescimento acima de 1%.

 A regra é a população dos pequenos municípios diminuir e as grandes


cidades estarem crescendo com taxas parecidas com as nacionais, o que
indica que as migrações tendem a ser de cidades menores para cidades
maiores.

 O trabalhador rural não é necessariamente agrícola.


Regiões por ordem de maior urbanização

 Região Sudeste;

 Região Centro-Oeste;

 Região Sul - Se relaciona à concentração fundiária. Tem um histórico muito


diferente do resto do Brasil, de pequenas propriedades familiares. Isso
passa a mudar a partir da década de 1970: “Chega a soja, sai o homem”
(oeste do Paraná);

 Região Norte – Belém e Manaus principais cidades. / Até a década de 1970 o


Norte recebeu migrantes rurais- rurais;

 Região Nordeste – Em grande parte a urbanização do Nordeste se deu fora


do Nordeste, devido ao êxodo rural.

*Bertha Becker acreditava que a Amazônia precisava de uma revolução científico-


tecnológica para ser integrada às cadeias globais de valor.

*Expressão “floresta urbanizada”.

Rural X Urbano

 Prestar atenção nas discussões acerca da conceituação do que é rural e o


que é urbano.

 76% da população brasileira se encontra em municípios


predominantemente urbanos.

Processo de urbanização brasileiro

 Rápido;

 Concentrador;

 A concentração econômica gerou a aglomeração espacial: metropolização;

 Recentemente o poder de atração das idades médias tornou-se maior que o


das metrópoles;

 Conurbação: as cidades extravasam para além dos limites administrativos, a


cidade cresce para além dos limites municipais formando as manchas
urbanizadas e impulsionando a metropolização.

 Em 1973 uma lei complementar cria as regiões metropolitanas. Até 1988, a


caracterização dessas regiões era atribuição apenas do governo federal. A
partir de 1988 passa para os Estados e na década de 1990 surgem várias
novas regiões metropolitanas.
 Lista das 25 regiões metropolitanas mais importantes nos slides.

Brasil: uso do solo agrícola

Bibliografia

 Panorama do Agronegócio Brasileiro


 http://anuncie.canalrural.com.br/agrotendencias-2016/
 https://biblioteca.ibge.gov.br/visualizacao/livros/liv40677.pdf

 http://anuncie.canalrural.com.br/agrotendencias-2016/

Continuação da Aula 20

 O IBGE tem produzido muito material sobre o tema da urbanização, o que


faz que haja muita possibilidade de cobrança.
 Região Metropolitana (lei de 1973, atualizada pela CF/88): não é só um
conceito, é legislação. Considera que a mancha urbana não mais coincide
com os limites do município. Não adianta, portanto, se pensar transporte e
serviços públicos na escala municipal isoladamente.
 Arranjo populacional: agrupamento de dois ou mais municípios em que
há integração cotidiana entre suas populações para deslocamento de
trabalho e lazer. Não precisa ser necessariamente dentro de uma região
metropolitana.
o A maior parte da população brasileira vive em arranjos
populacionais (55%).
o Mais de 70% da população do sudeste vive em arranjos
populacionais.
o Menos de 20% da população do Norte vive em arranjos
populacionais, o que mostra um padrão menos integrado de
urbanização nessa região.
 Macrometrópole: às vezes aparece como macrometrópole, às vezes como
metrópole expandida. É um conceito que vai além das unidades das regiões
metropolitanas da legislação, do ponto de vista territorial. Tende a ser
pensada como uma unidade territorial especial, inclusive pelo governo do
estado de São Paulo. Vem de uma bibliografia oficial, não da bibliografia
especializada.

o A macrometrópole paulista é centralizada pela região metropolitana
de São Paulo e circundada por quatro centros regionais. Diz respeito
aos fluxos econômicos entre as regiões metropolitanas paulistas.
 Megalópole: é um colar urbano contínuo que une duas metrópoles, como
São Paulo e Rio de Janeiro poderiam ser. Esse conceito ainda não é
oficializado, como o da macrometrópole. A discussão acerca do conceito de
megalópole vem desde a década de 1980.
 Alguns autores criticam a ideia da megalópole, dizendo que existem
diferenças fundamentais entre os espaços de metropolização entre Rio e
São Paulo. No caso do Rio, Resende, Barra Mansa e Volta Redonda não são
resultado de um espraiamento produtivo do Rio de janeiro, como ocorre
com parte importante interior paulista na região do Vale do Paraíba. Não se
originaram da expansão produtiva do Rio, são independentes. Na opinião
desses autores, não haveria uma megalópole, portanto, entre Rio e São
Paulo.

Redes e Hierarquias Urbanas

 Tem uma proposta diferente do conceito de megalópole. As cidades são


sobretudo centros de prestação de serviço e, portanto, devem ser pensadas
como centros de gestão de território. Elas são pensadas a partir da ideia de
rede de acordo com a sua capacidade de influenciar porções maiores ou
menores do território de maneira mais ou menos densa. Essa ideia está por
trás do conceito de Rede Urbana.
 Esses vínculos existentes entre as cidades servem para definir uma
hierarquia entre elas, de acordo com o nível de centralidade que elas
oferecem.

Centros de gestão do território

 Três metrópoles nacionais


 Uma grande metrópole nacional: São Paulo
 Demais metrópoles

Dados Importantes quanto ao Agronegócio Brasileiro

 O Brasil é o terceiro exportador mundial de produtos do agronegócio e


possui enorme capacidade de expansão (sem necessidade de
desmatamento, só aumentando eficiência produtiva).
 O Brasil também é o terceiro maior exportador de produtos agrícolas do
mundo, atrás apenas de União Europeia (considerada em bloco) e Estados
Unidos.
 É vice-líder na exportação de milho e líder absoluto nos mercados de açúcar
e avícola, detendo 50% e 37%, respectivamente, do market share global.
 O agronegócio representa 22% do PIB e é responsável pela geração de 37%
dos empregos no País.
 Ocupa posição de liderança no ranking mundial de uma série de produtos
como café, suco de laranja e açúcar;
 É segundo maior na produção de soja e primeiro na exportação deste
complexo;
 É o terceiro produtor mundial de frango e segundo em carne bovina, sendo
primeiro exportador mundial desses produtos.
 Destaque para a notícia de que a agropecuária brasileira ganhou
participação no mercado global, com crescimento superior ao PIB (entre
2% e 2,5%), que teve queda de 3,6% segundo o Banco Central.
 Maior saldo comercial no setor agrícola é o do Brasil.
 A maior parte do valor da produção total da agricultura brasileira vem do
Centro-Oeste, o que é uma grande mudança. Depois vem o Sul e, em terceiro
lugar, o Sudeste.
 Grande discussão do agronegócio: ainda que não tenham adquirido uma
produtividade tão grande, eles não enfrentam o gargalo logístico de uma
maneira tão evidente. As infraestruturas consolidadas estão basicamente no
sudeste.
 O Centro-oeste enfrenta deficiências logísticas importantes. No Centre-
Oeste a agricultura comercial chegou há apenas quatro decênios e não há
infraestrutura suficiente para o escoamento dessa produção.
 O Brasil tem o maior estoque de tecnologia para os trópicos e subtrópicos,
especialmente o Cerrado. – Grande novidade: a tecnologia transformou
vantagem comparativa (terra em abundância) em vantagem competitiva
(produtividade e qualidade dos produtos).

*VBP: valor bruto da produção

Estrutura fundiária, uso da terra e relações de produção no campo


brasileiro; A dinâmica das fronteiras agrícolas e sua expansão para o Centro-
Oeste e a Amazônia.
Bibliografia

 http://www.valor.com.br/agro/5253119/terras-sobem-mais-na-velha-
fronteira-agricola-do-brasil

Estrutura fundiária, uso da terra e relações de produção no campo brasileiro.

 Os estabelecimentos de mais de 1000 hectares são os de menor quantidade,


mas ocupam mais áreas do que todos os demais, o que demonstra extrema
concentração fundiária.
 Mais da metade dos estabelecimentos rurais no Brasil são pequenos (de
menos de 10 hectares), mas eles ocupam apenas 2,3% da área total.
 O padrão de concentração se mantém de 1950 aos dias atuais.

Agricultura familiar X agricultura não familiar


 Lei nº 11.326, de 24 de Julho de 2006.
 É muito importante que esta lei exista porque o programa nacional de
agricultura familiar, a salvaguarda de comercio internacional que protege
os agricultores familiares, precisava ter um projeto distinto na legislação.
 Considera-se agricultor familiar e empreendedor familiar rural aquele que
pratica atividades no meio rural, atendendo, simultaneamente, aos
seguintes requisitos:
o I-não detenha, a qualquer título, área maior do que 4 (quatro)
módulos fiscais;
o II - utilize predominantemente mão de obra da própria família nas
atividades econômicas do seu estabelecimento ou empreendimento;
o II - tenha percentual mínimo da renda familiar originada de
atividades econômicas do seu estabelecimento ou empreendimento,
na forma definida pelo Poder Executivo; (Inciso com redação dada
pela Lei nº 12.512, de 14/10/2011).
o IV - dirija seu estabelecimento ou empreendimento com sua família.
 Para ser familiar, a família tem que trabalhar e dirigir o estabelecimento.
 A produtividade tende a ser maior na agricultura não familiar, indicando
que esta dispõe de sistemas técnicos mais modernos:
o K PIB cadeia produtiva agrícola não familiar: 50%
o PIB cadeia produtiva agrícola familiar: 19%
o PIB cadeia produtiva pecuária não familiar: 18%
o PIB cadeia produtiva pecuária familiar: 13%
 Rural x Agrícola: não são sinônimos!
 Participação no pessoal ocupado
o Familiar: 74,4%
o Não familiar 25,6%
 Total de estabelecimentos x Total de área
o Familiar: 84,4% de estabelecimentos e 24% de área
o Não - Familiar: 15,6% de estabelecimentos e 76% de área
 A soja é um dos produtos brasileiros com menor participação da agricultura
familiar.
 Leite (58%), aves (50%) e suínos (59%) tem significativa participação da
agricultura familiar, servindo como fornecedores de grandes empresas, no
modelo da agricultura integrada.

Participação da Agricultura Familiar por Região

 Grande parte da agricultura familiar está associada à baixa produtividade.


 O Centro-Oeste é o que tem menos estabelecimentos familiares. O Nordeste
o que tem mais.
o Nordeste: 50%
o Centro-Oeste: 5%
o Sul: 19%
o Sudeste: 16%
o Norte: 10%
 Por área é mais dividido:
o Nordeste: 35%
o Centro-Oeste: 21%
o Sul: 16%
o Sudeste: 16%
o Norte: 12%
 São Paulo
 Três produtos respondem por mais da metade da agropecuária paulista:
o Açúcar;
o Laranja;
o Pecuária (principalmente a de corte) de corte.
 No sul a agricultura familiar está mais associada às empresas
processadoras, transformando-se em matéria prima para essas empresas. É
o modelo chamado de Agricultura Integrada.
 Parte muito importante dos trabalhadores agropecuários brasileiros não
tiveram acesso a nenhum estudo. Grande parte desses trabalhadores está,
portanto, excluída de qualquer modernização, mesmo sendo o Brasil um
protagonista agrícola mundial.
Entidades e Organizações que promovem ocupação das terras
 Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST)
 Confederação Nacional dos Trabalhadores na Agricultura (Contag)
 Movimento de Libertação dos Sem-Terra (MLST)
 Comissão Pastoral da Terra (CPT)
 Federação dos Trabalhadores e Trabalhadoras na Agricultura Familiar
(Fetraf)
 Organização da Luta no Campo (OLC)

Lavouras temporárias
 Predominância da cana no Centro-Sul.
 Algodão bastante presente nas áreas da soja.
 Fumo concentrado no sul.
 Feijão: país inteiro, como o arroz (mais forte no sul) e a mandioca.
 Trigo fortemente condicionado ao Sul, às regiões temperadas, apesar de ter
um cultivo importante em Goiás e Minas Gerais.
 Pecuária de Bovinos
 Bom ter uma noção geográfica dos cultivos: estudar bem o mapa.

Mapitoba
 A área desmatada pela soja nos ecossistemas amazônicos aumentou
consideravelmente em relação aos dados de 2012.
 Apesar disso, os dados mais recentes provam que, nesse momento de crise
da agricultura brasileira, o preço da terra está valorizado nas áreas mais
consolidadas. O preço subiu mais nessas regiões do que nas áreas de
fronteira.

distribuição dos efetivos demográficos no território nacional; A estrutura


etária da população brasileira e a evolução de seu crescimento no século XX.

Bibliografia

 IBGE

Concentração da população brasileira


 Dados mais atuais de efetivos populacionais: 2010

 A partir da década de 1930 começa-se a haver uma preocupação com as


áreas de menor densidade populacional do Oeste.
 A ocupação dessas áreas era uma das principais diretrizes do governo, no
contexto da “Marcha para o Oeste”, para garantir a apropriação territorial
nessas regiões e consolidar a soberania brasileira.
 Os primeiros projetos de colonização oficiais foram as colônias agrícolas
nacionais implantadas por Getúlio Vargas nos municípios de Ceres, em
Goiás e de Dourados, no atual Mato Grosso do Sul. A ideia foi inspirada no
Homestead Act.
 A estrutura das colônias agrícolas ainda está presente em muitas áreas na
distribuição dos lotes.

Frente de Expansão X Frente Pioneira

 Frente de expansão: é a chegada dos trabalhadores. Trabalhadores rurais


expulsos pela modernização que se estabelecem como posseiros e abrem
novas frentes em terras ainda virgens, que buscam de estabelecer como
camponeses.
o Sem assistência, com pouca inserção no circuito do Agronegócio.
 Frentes pioneiras: quando os agricultores se tornam proprietários das
terras e elas se tornam de fato mercadorias.
o São em geral mais capitalizados, que tem mais capacidade de investir
na produção, de modernizar a produção.
o A chegada das frentes pioneiras “empurram” as frentes de expansão
para outros lugares.
 Martine Droulers mapeia essas frentes.
 O avanço da frente de expansão gera desconcentração fundiária, mas
quando chega a frente pioneira e o mercado de terra, as propriedades são
concentradas. O processo se repete nas novas áreas de frentes de expansão.

Histórico de Crescimento Populacional

 Na década de 1940 a região Sul foi ocupada como frente pioneira e, a partir
da década de 1960 ela passa a ser uma região que manda efetivos
demográficos, primeiro para o Centro-Oeste e, depois, para a região Norte.

 Na década de 1950/60 o Centro-Oeste figurou de longe como uma das áreas


de maior crescimento populacional. Esse fenômeno demográfico se deveu a
expansão dos campos agrícolas e pastagens sobre o Cerrado.
 A grande migração que existe hoje no Brasil é a migração urbano-urbano.
Mesmo quando a migração é gerada por áreas de frente agrícola, as pessoas
vão, em geral, para cidades que sustentam a produção rural. O Brasil
moderno agrícola gera empregos principalmente urbanos.
 Em 1960 os efeitos da Marcha para o Oeste já são visíveis.
 Nas décadas de 1970 e 1980 o mesmo fenômeno ocorreu na Amazônia, que
apresentou intenso crescimento demográfico. Essa região foi a grande
fronteira considerada pelo regime militar.
 Na década de 1970 o incremento populacional da região Norte foi maior do
que do Centro-Oeste.
 Resumindo: há uma desconcentração populacional, ainda que tímida, que
começa na década de 1930, com a Marcha para o Oeste, que se aprofunda
nas décadas de 1950 e 1960 com a chegada das frentes pioneiras e, depois,
na década de 1970 e 1980, ocorre a Marcha para a Amazônia, com os
projetos de colonização oficiais e não oficiais.
 As maiores densidades populacionais, no entanto, permanecem no litoral e
no entorno do DF.

Estrutura Etária da População brasileira

 Pico de crescimento populacional: décadas de 1950 e 1960 (assim como em


grande parte dos países subdesenvolvidos, devido aos avanços médicos-
sanitários) – Falava-se no risco da explosão demográfica.
 Atribui-se a queda da taxa de natalidade nas décadas de 1970/80 à pílula e
a esterilização feminina.
 Brasil segue fielmente o modelo de transição demográfica.
 Foi uma das transições mais rápidas, comparadas a países que aplicaram
políticas de controle de natalidade, como China e Índia.

*Quando se fala em crescimento da população, considera-se a taxa de crescimento


vegetativo mais a migração. Não é apenas a taxa de crescimento natural.

Crescimento da População

 O pico de crescimento em 1900 é devido à migração.


 Em geral o crescimento natural costuma ser inferior a 2%.
 A mortalidade começou a cair com reformas urbanas implantadas no Rio e
em São Paulo e com os avanços médicos-sanitários, com o desenvolvimento
de vacinas, etc. Essas reformas tinham o objetivo de tornar as cidades mais
salubres. Essas reformas, no entanto, ocorreram nas áreas mais nobres e no
centro da cidade, o que fez que a taxa de mortalidade continuasse alta.
Começou a cair consideravelmente a partir da década de 1940.
 Já no final da década de 1930 começaram a ser implantadas campanhas de
saúde pública.
 As doenças infectocontagiosas no Brasil hoje são muito menos incidentes do
que já foram. Esse processo começos na década de 1930, pelos novos
hábitos. Em 1950 foi criado o Ministério da Saúde e a Campanha nacional
de combate as doenças endêmicas, postos de vacinação e, desde 1973, um
programa obrigatório de vacinação, que é um dos mais eficientes do mundo.
 Doenças como poliomielite e tétano foram erradicadas.
 Em 2010 as mortes por doenças infecciosas foram 5%. Em 1930 esse
percentual era de quase 50%. Há uma mudança significativa no perfil
epidemiológico.
 As mortes por causas violentas têm índice altíssimo, principalmente entre a
população jovem masculina, em especial negra.

Mortalidade Infantil x Mortalidade Juvenil

 Mortalidade Infantil se divide em três tipos:

1. Precoce (antes de completar sete dias);


2. Neonatal (entre sete e 28 dias);
3. Pós-neonatal (28 dias e um ano).

 Diminuição significativa. Os objetivos do Milênio foram atingidos quanto


aos índices de mortalidade infantil. A dos jovens, no entanto, explodiu e,
preocupantemente, em grande parte, por causas externas, por violência.
Por isso o IBGE criou o índice de vulnerabilidade da juventude, que chegou
a algumas conclusões bem interessantes.

distribuição dos efetivos demográficos no território nacional; A estrutura


etária da população brasileira e a evolução de seu crescimento no século XX.

Bibliografia

 https://noticias.uol.com.br/blogs-e-colunas/coluna/luiz-felipe-
alencastro/2017/12/29/a-demografia-brasileira-e-o-debate-sobre-
imigracao.htm?cmpid=copiaecola

População por região – Censo 2010

 Na década de 1950/60/70 a região que mais crescia era o Centro-Oeste, que


chegou a crescer a taxas superiores a 70% (taxas decenais).
 A Região Norte chegou a crescer a 80% na década de 1980.
 Ainda que tenha havido desconcentração que tenha começado a romper o
padrão histórico de concentração da população no litoral, as densidades
ainda são muito maiores no sudeste.
 O Centro-Oeste e o Norte continuam a crescer acima da média nacional
(pode envolver também movimentos migratórios). As demais regiões
crescem a taxas menores do que a média nacional.
 São Paulo e Goiás são os estados que mais recebem migrantes.

Taxa de fecundidade conforme região do país

 A taxa de fecundidade é o número médio de filhos por mulher em idade


reprodutiva (de 15 a 49 anos). X Natalidade (número de nascimentos pela
população total).
 Na década de 1940 a taxa de fecundidade brasileira era uma das maiores do
mundo, mas em todas as regiões a taxa recuou drasticamente, ainda que em
ritmos e intensidades diferentes.
 O sudeste e o nordeste estão abaixo da taxa de reposição.
 A taxa do Brasil divulgada pela ONU em 2017 é de 1,7 filhos por mulher, o
que é muito abaixo da taxa de reposição.
 A taxa de fecundidade do Brasil é menor do que a taxa norte americana, o
que foge ao censo comum. Além de a taxa de fecundidade ser maior, os
Estados unidos recebem mais imigrantes.
 Os nossos problemas futuros tendem a ser problemas de países que vivem o
dito “inverno demográfico”, como Rússia e Japão.
 Agências que promoveram esterilização em massa associadas às fundações
Ford e Rockfeller eram consideradas pelo governo militar como de utilidade
pública. Elas ajudaram a popularizar o uso de anticoncepcionais, aliadas às
indústrias farmacêuticas.

Dois grandes fenômenos demográficos brasileiros contemporâneos

1. Concentração
2. Envelhecimento
 Maior velocidade que nos países desenvolvidos, pois se a nossa
transição demográfica é mais rápida, a nossa queda da natalidade é
mais rápida, a tendência é que o envelhecimento também seja.
 O grupo etário que mais cresce é das pessoas de mais de 80 anos no
Brasil.
 O Bônus demográfico vai durar mais ou menos até 2030.

Patrimônio Cultural e Patrimônio natural

Bibliografia

 Perspectivas de análise geográfica do patrimônio cultural: algumas


reflexões - Lauro César Figueiredo.

Convenção do Patrimônio Mundial Cultural e Natural

 Adotada em 1972 pela Organização das Nações Unidas para a Ciência e a


Cultura (UNESCO)
 Objetivo: incentivar a preservação de bens culturais e naturais
considerados significativos para a humanidade.
 Trata-se de um esforço internacional de valorização de bens que, por sua
importância como referência e identidade das nações, possam ser
considerados patrimônio de todos os povos.
 Cabe aos países signatários desse acordo indicar bens culturais e naturais a
serem inscritos na Lista do Patrimônio Mundial.
 As informações sobre cada candidatura são avaliadas pelos órgãos
assessores da Convenção e sua aprovação final é feita, anualmente, pelo
Comitê do Patrimônio Mundial, composto por representantes de 21 países.
 O Brasil ratificou a Convenção, em 1978.
 A Lista do Patrimônio Mundial atualmente inclui 1007 sítios (779 culturais,
197 naturais e 31 mistos) em 161 Estados-partes.
 Essa Convenção é única, por combinar os conceitos de conservação natural
e de preservação de bens culturais.

Definições

 A Convenção do Patrimônio Mundial Cultural e Natural, de 1972, combina


ambos os conceitos.
o Patrimônio Cultural Mundial: é composto por monumentos, grupos
de edifícios ou sítios que tenham um excepcional e universal valor
histórico, estético, arqueológico, científico, etnológico ou
antropológico. Podem incluir também o patrimônio imaterial
o Patrimônio Natural Mundial: significa as formações físicas,
biológicas e geológicas excepcionais, habitats de espécies animais e
vegetais ameaçadas e áreas que tenham valor científico, de
conservação ou estético excepcional e universal.
 Uma definição mais ampla de Patrimônio cultural inclui também a ideia de
Patrimônio imaterial.
o Essa é a visão presente sobre patrimônio cultural na constituição
brasileira de 1988.
 Patrimônio imaterial: contempla os saberes, práticas, representações,
expressões, conhecimentos e técnicas - com os instrumentos, objetos,
artefatos e lugares culturais que lhes são associados - que as comunidades,
os grupos e, em alguns casos, os indivíduos reconhecem como parte
integrante de seu patrimônio cultural. Uma das formas de proteção dessa
porção imaterial da herança cultural é a Convenção para a Salvaguarda do
Patrimônio Cultural Imaterial, adotada pela UNESCO em 2003.

Patrimônio Mundial no Brasil - Sítios do Patrimônio Cultural:


 1980 - A Cidade Histórica de Ouro Preto, Minas Gerais.
 1982 - O Centro Histórico de Olinda, Pernambuco.
 1983 - As Missões Jesuíticas Guarani, Ruínas de São Miguel das Missões, Rio
Grande de Sul e Argentina.
 1985 - O Centro Histórico de Salvador, Bahia.
 1985 - O Santuário do Senhor Bom Jesus de Matosinhos, em Congonhas do
Campo, Minas Gerais - Associado à riqueza áurea do tempo da mineração.
 1987 - O Plano Piloto de Brasília, Distrito Federal.
 1991 - O Parque Nacional Serra da Capivara, em São Raimundo Nonato,
Piauí - descobertas arqueológicas.
 1997 - O Centro Histórico de São Luís do Maranhão.
 1999 - Centro Histórico da Cidade de Diamantina, Minas Gerais.
 2001 - Centro Histórico da Cidade de Goiás.
 2010 - Praça de São Francisco, na cidade de São Cristóvão, Sergipe.
 2012 - Rio de Janeiro, paisagens cariocas entre a montanha e o mar – A
paisagem é por definição junção das formas naturais e da vida que dá
sentido a essas formas, da cultura.
 2016 - Conjunto Moderno da Pampulha.
 2017 - Sítio Arqueológico Cais do Valongo.

Patrimônio Cultural Brasileiro

 A Constituição Federal de 1988, em seu Artigo 216, ampliou o conceito de


patrimônio estabelecido pelo Decreto-lei nº 25, de 30 de novembro de
1937, substituindo a nominação Patrimônio Histórico e Artístico, por
Patrimônio Cultural Brasileiro. Essa alteração incorporou o conceito de
referência cultural e a definição dos bens passíveis de reconhecimento,
sobretudo os de caráter imaterial. A Constituição estabelece ainda a
parceria entre o poder público e as comunidades para a promoção e
proteção do Patrimônio Cultural Brasileiro, no entanto mantém a gestão do
patrimônio e da documentação relativa aos bens sob responsabilidade da
administração pública.
 Enquanto o Decreto de 1937 estabelece como patrimônio “o conjunto de
bens móveis e imóveis existentes no País e cuja conservação seja de
interesse público, quer por sua vinculação a fatos memoráveis da história
do Brasil, quer por seu excepcional valor arqueológico ou etnográfico,
bibliográfico ou artístico”, o Artigo 216 da Constituição conceitua
patrimônio cultural como sendo os bens “de natureza material e imaterial,
tomados individualmente ou em conjunto, portadores de referência à
identidade, à ação, à memória dos diferentes grupos formadores da
sociedade brasileira”.
 Nessa redefinição promovida pela Constituição, estão as formas de
expressão; os modos de criar, fazer e viver; as criações científicas, artísticas
e tecnológicas; as obras, objetos, documentos, edificações e demais espaços
destinados às manifestações artístico-culturais; os conjuntos urbanos e
sítios de valor histórico, paisagístico, artístico, arqueológico, paleontológico,
ecológico e científico.

Conceitos importantes

 Revitalização/requalificação/reabilitação – conceitos distintos


 Gentrificação.
o Exemplos: pelourinho, porto maravilha, antigo cais do Recife.
 Tombamento.

"Este material está protegido e é destinado exclusivamente para os alunos do


programa de Treinamento Intensivo para ABIN. Proibida reprodução parcial ou total
sem expressa autorização."

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