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Política Monetária

28/10/2021

Flash Call – Copom


Thomaz Sarquis
O objetivo deste relatório é apresentar oportunidades de alocações em renda fixa alinhadas
Economista
à decisão de política monetária do Copom. Na primeira parte, descreveremos os principais
destaques do comunicado e, em seguida, mostraremos algumas recomendações de Rafael Rondinelli
alocação. Analista de Macroeconomia

Copom Daniel Onaga


Analista
 Decisão: o Copom elevou a Selic em 150bps, para 7,75%.
 Cenário Externo: pressões inflacionárias e consequentes reações dos bancos centrais
de economias desenvolvidas tornam o cenário externo menos favorável
 Brasil - Atividade Econômica: desde a última reunião, indicadores apresentaram
desempenho ligeiramente abaixo do esperado
 Brasil - Inflação: inflação segue acima do esperado, predominantemente em função de
itens mais voláteis, mas itens subjacentes também trazem pressões adicionais.
 Projeções de inflação do Copom (“Projeções Condicionais”): 2021: 9,5% (ante 8,5%);
2022: 4,1% (ante 3,7%); 2023: 3,1% (ante 3,2%). Parâmetros: Câmbio = R$ 5,60 (ante
R$ 5,25); Selic = 8,75% (final de 2021), 9,75% (final de ciclo), 9,50% (final de 2022) e
7,00% (final de 2023).
 Balanço de riscos – Baixista: reversão nos preços das commodities em moeda local.
 Balanço de riscos – Altista: deterioração adicional das políticas fiscais que pressionem
a demanda agregada e piorem o risco-país. Recentes questionamentos sobre o
arcabouço fiscal elevam risco de desancoragem, subindo a probabilidade de inflação
acima do cenário base.
 Próximos passos: elevação de mais 150bps na reunião de dezembro, para 9,25%.
Elevou o peso de 2023 no horizonte relevante, agora com ponderação igual a 2022.
Visão Geral
Diante da evolução recente do risco fiscal, o Copom elevou a Selic em magnitude acima do
contratado na reunião anterior, porém em linha à expectativa mediana do mercado. O
comunicado trouxe alguns fatores mais hawkish, como a elevação das projeções para 2021
e 2022 e aumento da assimetria altista no balanço, que foram parcialmente compensados
pela queda na inflação projetada para 2023 e pelo ganho de peso deste ano-calendário no
horizonte relevante. Neste contexto, entendemos que o risco de predominância do
descontrole inflacionário ao longo de 2022 é substancial.
Além das questões fiscais, preocupações inflacionárias foram acentuadas pela divulgação
do IPCA-15 de outubro. O nível dos reservatórios deve se manter baixo pelo menos até o
final do verão de 2022, mantendo em alta os preços da energia elétrica. Da mesma forma,
a depreciação cambial traz pressão tanto para os combustíveis, ainda defasados no
mercado local frente à cotação internacional, quanto para os alimentos, reduzindo a
perspectiva de dissipação dos choques.
Enquanto isso, os gargalos globais de produção são acentuados pela crise energética na
Europa e China, obstruindo a captura da desinflação de bens industriais a partir dos baixos
IGPs. Além disso, o deslocamento da demanda em direção aos serviços prestados às
famílias, ainda abaixo do nível pré pandemia, indica continuidade na aceleração dos preços
do terceiro setor.

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Finalmente, é importante destacar a importância do componente fiscal na composição da


inflação. No curto prazo, a sinalização de furo no teto de gastos acentua a desvalorização da
moeda, agravando a inflação de comercializáveis e postergando o ponto de inflexão do IPCA.
Estendendo o horizonte, maiores gastos representam maior necessidade de juros (via elevação
da taxa neutra), exigindo uma postura mais agressiva do Banco Central para manter a política
monetária suficientemente contracionista.
Recomendações
Diante deste cenário, entendemos que o momento é adequado para o posicionamento em
papéis de renda fixa, conforme apresentado abaixo.
Figura 1 – Recomendações de renda fixa

Títulos públicos
Ativo e indexador Taxa Vencimento Emissor Racional de alocação

Indicamos este papel visando a previsbilidade e liquidez da LFT somada aos ganhos
LFT/Tesouro Selic (% CDI) Selic + 0,12% set/24 Tesouro Nacional
crescentes esperados pela elevação da Selic.

A NTN-B serve como proteção à alta de inflação, ideal para um cenário de persistência
NTN-B/Tesouro IPCA+ IPCA + 5,4% ago/26 Tesouro Nacional das pressões sobre o IPCA. Este papel, no entanto, sofre oscilações pela marcação a
mercado, por isso reforçamos a recomendação somente para prazos curtos.

A recomentação da LTN visa capturar algum exagero observado na precificação dos


LTN/Tesouro prefixado 11,95% jul/24 Tesouro Nacional
juros no curto prazo e oscila conforme a marcação a mercado

Títulos privados
Ativo e indexador Taxa Vencimento Emissor Racional de alocação

Baixo risco de crédito do emissor para até 1 ano, o CDB anteretrelado ao CDI é uma
out/22
CDB BMG 109% CDI Banco BMG opção interessante para investidores conservadores que buscam capturar rendimentos
(361 dias)
com a elevação da Selic

Baixo risco de crédito do emissor para até 5 anos, a LCA anteretrelada ao CDI é uma
out/23
LCA BTG Pactual 100% CDI Banco BTG Pactual opção interessante para investidores conservadores que buscam capturar rendimentos
(721 dias)
com a elevação da Selic. O Papel ainda conta com isenção de imposto de renda.

Fonte: Tesouro Nacional. Elaborado por Eleven Financial

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