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Ana Carolina Siviero Faria – RA: 4671139

Laís Lima Silva - RA: 4650361


Mariana Jardim Peais – RA: 4650450
Roseli Caetano da Silva- RA: 2756838
Thalita Alessandra Falk - RA: 4689330

Trabalho Avaliativo Final

Trabalho avaliativo final desenvolvido para a


disciplina de Vigilância em Saúde do curso de
Residência Multiprofissional em Emergência
e Intensivismo em Neonatologia e Pediatria,
da Universidade Santo Amaro (UNISA), a
pedido da docente Profa. Jane, no primeiro
semestre de 2021.

São Paulo - 2021


QUESTÃO 1 (explicitar o diagnóstico da região, explicando os indicadores apresentados e
seus impactos na saúde; descrever as providências a serem tomadas, justificando-as)

Em uma localidade no interior de São Paulo, o prefeito pediu ao Secretário Municipal da


Saúde que apresentasse um panorama de como estava a situação da Saúde local. O secretário
optou por apresentar os seguintes indicadores de saúde como forma de visualização da
situação da saúde:

- Indicador de mortalidade infantil: 20/1000;


- Indicador de mortalidade neonatal precoce: 15/1000;
- Mortalidade perinatal: 18/1000;
- Mortalidade materna: 40/100000.
- A curva de Nelson de Morais, representa um nível de saúde regular.
- O indicador de Swaroop-Uemura foi de 66%
- A mortalidade precoce por doenças cardiovasculares apresentou-se alta, sendo como
morbidade, a principal causa de internação no hospital da cidade.

O secretário explicou o que significavam estes indicadores para o diagnóstico de saúde. O


prefeito analisou a apresentação e perguntou ao secretário quais medidas deveriam ser
tomadas para a melhoria desta situação para que pudesse planejar a destinação dos recursos
necessários
Se você fosse o secretário como interpretaria este diagnóstico e quais as medidas para
melhoria apresentaria ao prefeito?

RESPOSTA:

O indicador de mortalidade infantil é o número de óbitos de crianças menores de 1 ano de


vida, por mil nascidos vivos, de uma população específica no ano. Elevadas proporções de
óbitos de menores de um ano de idade estão associadas a más condições de vida e de saúde
(BRASIL, 2008).

Cálculo: número de óbitos de residentes com menos de 1 ano de idade por mil nascidos vivos
de mães residentes. Multiplicamos por 100, para saber a porcentagem. Entende-se que na
cidade em questão, são 20 óbitos de crianças menores de 1 ano a cada 1000 nascidos vivos.
Indicando que das crianças nascidas dessa cidade, 2% morrem antes de completar 1 ano de
vida.

Medidas de Melhoria e Prevenção: para prevenir a mortalidade infantil são fundamentais


ações para o aumento do acesso ao saneamento básico; melhores condições de escolaridade;
maior acesso aos serviços de saúde; ações de educação em saúde e o fomento do pré-natal; o
apoio, promoção e proteção do aleitamento materno exclusivo até os 6 meses de vida e
alimentação complementar adequada até os 2 anos de vida (Brasil, 2009).

O Indicador de mortalidade neonatal precoce mede o risco de um nascido vivo morrer


durante a primeira semana de vida. Taxas elevadas estão ligadas a fatores como assistência
insatisfatória durante a gestação, parto e pós-parto e, a condições sociais em que o recém-
nascido será inserido (CARVALHO & LIMA).

Cálculo: número de óbitos de residentes de 0 a 6 dias de idade por mil nascidos vivos de
mães residentes. Multiplicamos por 100, para saber a porcentagem. Entende-se que na cidade
em questão, são 15 óbitos de residentes de 0 a 6 diasa cada 1000 nascidos vivos, sendo assim,
1,5% dos recém nascidos foram a óbito entre 0 a 6 dias de vida.

Medidas de Melhoria e Prevenção: as ações a serem tomadas englobam o planejamento


familiar, visto que famílias que conseguem se preparar para gerar uma vida, tomam medidas
diferentes das gestações não planeadas, como uso de ácido fólico antes mesmo da concepção,
descobrimento de gravidez logo no primeiro mês, preparo emocional, dentre outros fatores
importantes para o cuidado e detecção precoce de doenças. Através disso, as consultas de pré-
natal devem ser seguidas rigorosamente, com no mínimo 6 durante toda a gestação,
realizando detecção de algumas doenças intra útero, criando assim, um planejamento
assistencial pela equipe médica para melhor amparo do RN e da família em possíveis
intercorrências. Realização de planejamento educacional dos casais durante a gestação, sanar
dúvidas e reforço sobre a importância do aleitamento materno exclusivo nos primeiros 6
meses.
Um fator relevante para esse índice de mortalidade está ligada a má assistência ou a falta
dela, em alguns casos extremos. Envolvendo necessidade de cuidados no pré-natal, parto,
causa de muitas mortes e pós parto. Outro ponto importante é a avaliação social e econômica
das famílias, ainda no período gestacional, pois o serviço pode oferecer suporte antes do
nascimento do bebê, evitando problemas relacionados com cuidados em saúde e desnutrição,
por exemplo.

O Indicador da mortalidade Perinatal é definido com a soma do número de óbitos de 0 a 6


dias de idade e de óbitos fetais com 22 semanas ou mais de gestação dividido por mil
nascimentos totais – que se trata da soma do número de nascidos vivos e de óbitos fetais com
22 semanas de gestação, em determinado período e região geográfica. Este indicador aponta
probabilidade de um feto nascer sem qualquer sinal de vida com ou mais 22 semanas ou,
nascendo vivo, morrer na primeira semana. Ele dá base para realizar a avaliação da qualidade
da assistência prestada à gestação, ao parto e ao recém-nascido (DATASUS, s/d).
A Mortalidade Perinatal está associada com causas preveníeis, como a desigualdade no
acesso ao uso dos serviços de saúde, deficiência da qualidade da assistência pré-natal, ao
parto e ao recém-nascido. As afecções perinatais são os principais grupos de causas básicas,
tendo também a prematuridade e suas consequências, como desconforto respiratório do
recém-nascido, doença da membrana hialina, enterocolite necrosante, infecções específicas
do período perinatal e asfixia.

Cálculo: Soma-se o número de óbitos fetais a partir de 22 semanas com número de óbitos de
crianças de 0 a 6 dias completos de vidas de mães residentes, dividido por mil nascimentos
totais de mães residentes (nascidos vivos mais óbitos fetais de 22 semanas e mais).
Multiplicamos por 100, para saber a porcentagem. Entende-se que na cidade em questão, 18
óbitos totalizam a soma de obitos de crianças de 0 a 6 dias e de óbitos fetais a partir de 22
semanas a cada mil nascidos vivos e óbitos fetais a partir de 22 semanas, representando 1,8%.

Medidas de Melhoria e Prevenção: a redução da mortalidade se dá através da qualidade


pré-conceptiva: planejamento familiar com acesso a pelo menos três métodos contraceptivos,
aconselhamento visando diminuir a incidência de gravidez na adolescência e gravidez de
alto-risco, tratamento anti-helmíntico, suplementação de ferro e ácido fólico e o aumento do
período inter-gestacional. Com o acompanhamento pré-natal correto, tendo os números de
consultas e os exames do protocolo de acompanhamento pré-natal previstos na Política de
Humanização do Pré-Natal e Nascimento (PHPN), intituída pela Portaria GM n°5692000.
Essas ações representam, em face da abrangência da cobertura da Estratégia da Saúde da
Família.

O Indicador de Mortalidade Materna é calculado pelo número de mortes maternas ou de


mulheres durante a gestação ou até 42 dias após o término da gestação, independentemente
da duração ou da localização da gravidez, em relação ao total de nascidos vivos. Também
pode ser definido como o número de óbitos femininos por causas maternas, por 100 mil
nascidos vivos, na população residente em determinado espaço geográfico, no ano
considerado (OPAS, 2002). A mortalidade materna é causada por qualquer fator relacionado
ou agravado pela gravidez ou por medidas tomadas em relação a ela, porém não devido a
causas acidentais ou incidentais (OMS,1997).
No cálculo da Taxa de Mortalidade Materna, devem ser consideradas as mortes classificadas
no Capítulo XV da CID 10, com exceção dos códigos O96 e O97 (Morte Materna Tardia e
Morte por Sequela de Causa Obstétrica Direta). Algumas doenças que não constam no
Capítulo XV também devem ser levadas em conta, desde que fique comprovada sua relação
com o estado gravídico-puerperal. São elas: tétano obstétrico; doenças causadas pelo vírus da
imunodeficiência humana; necrose pós-parto da hipófise; osteomalácia puerperal; transtornos
mentais e comportamentais associados ao puerpério; e mola hidatiforme maligna. Neste
último caso, o óbito deve ter ocorrido até 42 dias após o parto.

Cálculo: Número de óbitos maternos diretos e indiretos dividido pelo número de nascidos
vivos x 100 mil. No Brasil a média é de 55,82 mortes maternas a cada 100 mil nascidos
vivos. Entende-se que na cidade em questão, ocorrem 40 óbitos feminimos por causas
maternas a cada 100 mil nascidos vivos. Apresentando-se a baixo da média brasileira,
exposta acima.

Medidas de Melhoria e Prevenção: visando reduzir o índice de Mortalidade Materna , além


de realizar o pré-natal de maneira adequada (que ajuda a salvar a vida das mães e dos bebês)
alguns pontos devem ser destacados, como: controle da pressão arterial, tratamento de
anemias, diminuição do peso, acompanhamento do diabetes e tratamento de infecção urinária.
A redução de cesáreas e o aconselhamento sobre os benefícios do parto normal também são
ações que podem contribuir para a redução da mortalidade materna. Isto porquê, quando bem
indicada (e são muitas e variadas as situações) a cesárea pode salvar vidas, mas como
qualquer cirurgia, ela apresenta riscos por envolver
procedimentos mais invasivos.

A curva de Nelson de Morais é construída a partir da


distribuição proporcional dos óbitos por grupos etários
em relação ao total de óbitos. O seu formato gráfico
permite avaliar o nível de saúde da região estudada. Os
grupos etários considerados nas curvas são: menores de 1 ano, 1 a 4 anos, 5 a 19 anos, 20 a
49 anos e 50 anos ou mais, correspondendo, esta última, à faixa etária do indicador de
Swaroop-Uemura (UNA-SUAS).
Segundo o anunciado apresentado a localidade em questão representa o nível III. Conforme
imagem ao lado. O que indica que há condições de saúde que permitem mostrar uma
concentração de óbitos no grupo de 50 anos e mais, contudo ainda com alguns números de
óbitos anteriores aos quatro anos de idade, que merecem atenção. Neste nível a curva passa
da forma de J invertido, para J normal.

O Indicador de Swaroop-Uemura é calculado dividindo-se o número de óbitos em


indivíduos com 50 anos ou mais pelo total de óbitos da população. Ele permite classificar
regiões ou países em quatro níveis de desenvolvimento: 1º nível (RMP ≥75%) - países ou
regiões onde 75% ou mais da população morrem com 50 anos ou mais, padrão típico de
países desenvolvidos; 2º nível (RMP entre 50% e 74%) - países com certo desenvolvimento
econômico e regular organização dos serviços de saúde; 3º nível (RMP entre 25% e 49%) -
países em estágio atrasado de desenvolvimento das questões econômicas e de saúde; e 4º
nível (RMP< 25%) - países ou regiões onde 75% ou mais dos óbitos ocorrem em pessoas
com menos de 50 anos, característico de alto grau de subdesenvolvimento (UNA-SUAS).
Logo, considerando que a localidade em questão representa o índice de 66%, isto indica que
se trata de uma região considerada nível 2, com certo desenvolvimento econômico e regular
organização dos serviços de saúde.

Em relação as medidas possíveis de serem implementadas, para que diminua o índice de


mortalidade precoce por doenças cardiovasculares, que se mostrou alto, sendo a
morbidade, a principal causa de internação no hospital da cidade, podemos sugerir: incentivo
a alimentação saudável, por meio de educação em saúde coletiva: palestras, grupos, eventos,
aulas; incentivo a prática de exercício físico: academia na rua, profissionais de atividade
física responsável por aulas e atividades voltadas ao público; espaço públicos para lazer,
atividade e bem-estar; além de combate ao tabagismo; educação para a redução de sal na
dieta e evitar o uso nocivo de álcool; educação do paciente a respeito da gravidade e
deterioração das doenças cardiovasculares para adesão de tratamento medicamentoso, se
houver necessidade.

QUESTÃO 02 - (explicar como chegar à resposta)

No ano de 2015, no município A, com 200.000 habitantes, foram registradas 1.600 mortes, 80
das quais por causas violentas. Nesse mesmo ano, no município B, com 40.000 habitantes,
ocorreram 320 mortes, sendo 8 por causas violentas. Em relação à mortalidade geral e por
causas violentas nos municípios A e B, o que poderemos afirmar?

RESPOSTA:

O número de óbitos da cidade A representa 0,8% da população. E entre as causas, 5% são


mortes violentas. Na cidade B, o número de óbitos é de 0,8% e dentre as causas de mortes,
2,5% são mortes violentas. Podemos observar que as cidades A e B apresentam a mesma
porcentagem de mortes, contudo a cidade A apresenta maior número de causas por mortes
violentas em relação a cidade B.

Para chegar a esta análise, foram feitos os seguintes cálculos:


Cidade A (óbitos totais): 1.600 / 200.000 x 100 = 0,8%
Cidade A (óbitos violentos): 80 / 1.600 x 100 = 5%
Cidade B (óbitos totais): 320 / 40.000 x 100 = 0,8%
Cidade B (óbitos violentos): 8 / 320 x 100 = 2,5%

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS:
BRASIL. REDE Interagencial de Informação para a Saúde. Indicadores básicos para a saúde
no Brasil: conceitos e aplicações / Rede Interagencial de Informação para a Saúde - Ripsa. –
2. ed. – Brasília: Organização Pan-Americana da Saúde, 2008. 349 p.: il.

BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Vigilância em Saúde. Secretaria de Atenção à


Saúde. Manual de vigilância do óbito infantil e fetal e do Comitê de Prevenção do Óbito
Infantil e Fetal / Ministério da Saúde, Secretaria de Vigilância em Saúde, Secretaria de
Atenção à Saúde. – 2. ed. – Brasília: Ministério da Saúde, 2009. Disponível em:
http://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/manual_obito_infantil_fetal_2ed.pdf

BRASIL. Governo Federal. Epidemiologia – Eixo I Reconhecimento da Realidade. 2°


Edição. s/d. Disponível em:
<https://unasus2.moodle.ufsc.br/pluginfile.php/33455/mod_resource/content/1/un2/top1_1.ht
ml>

CARVALHO FREITAS MOREIRA B. KATIA; LIMA DAMASCENO PEREIRA


MARLUCE. Ações Para Redução Da Mortalidade Neonatal Precoce No Município De
Conceição Do Canindé-Pi 2016 [Internet], citado em 2021 Jun 07. Disponível em:
<https://ares.unasus.gov.br/acervo/bitstream/ARES/13747/1/ARTIGO_Katia19.pdf>

DATASUS. Ministério da Saúde. 5 Taxa de Mortalidade Perinatal (coeficiente de


mortalidade perinatal) Ficha de qualificação – BRASIL: 2000. Disponível em:
<http://tabnet.datasus.gov.br/ >

SINASC. Ministério da Saúde. Indicadores de MortalidadeTaxas de Mortalidade Infantil e


PerinatalnNotas Técnicas Brasil. Disponível em:
<http://sistemas.saude.rj.gov.br/tabnetbd/taxas/SIM_SINASC_Taxas_Mortalidade_Infantil.p
df>

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