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Ano letivo:2018/2019
Diogo Costa
201706357
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Introdução
De forma a dar início ao trabalho da unidade curricular de História da Cidade do
Porto, sobre o qual o assunto a tratar é a batalha da Ponte Ferreira que se realizou no
âmbito das lutas liberais durante a guerra civil portuguesa (1832-1834). Nasci em
Campo, conselho de Valongo, onde ainda hoje mesmo vivo e desde pequeno que vejo
teatros sobre a batalha da Ponte Ferreira, no mesmo sítio onde esta se sucedeu, com isto
e de forma a juntar o útil ao agradável decidi fazer o meu trabalho desta unidade
curricular sobre este mesmo acontecimento que tanta curiosidade me proporciona.
Antecedentes históricos
De forma a conduzir este trabalho até à batalha em si, retrocedo alguns anos
atrás na história de Portugal para perceber como D. Pedro e Miguel se encontraram em
Ponte Ferreira.
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revoltas políticas de caracter absolutista, como a Vila-Francada e a Abrilada, golpes
estes que o levaram ao exilio.
D. Pedro elaborou no ano da morte do seu pai, em 1826, uma carta constitucional, na
qual procurou conciliar as duas ideologias, a liberal e a absolutista, nesta carta o rei
exerce um poder moderado, mas com o direito de aprovar qualquer lei. Esta carta não
agradou a muitos, sendo que em 1828, a corte portuguesa proclama D. Miguel como
legitimo herdeiro do trono, não reconhecendo como legitimas as providências feitas por
D. Pedro, coroando deste modo, D. Miguel como D. Miguel I de Portugal.
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mesmo dias para se definir o que se ia fazer, que foi avançar até Vila Nova de Gaia,
fazendo recuar as tropas miguelistas que se foram instalar em Grijó, dando chegada a
este mesmo sitio forças absolutistas provenientes de Vila do Conde e também de Leiria.
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Caetano Moreira P. P., A Batalha de Ponte Ferreira (Campo, Valongo, 1832): um processo memoralista
e de valorização patrimonial, 2012, p. 53
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As forças de D. Miguel estavam muito bem posicionadas e excelentemente
equipadas no lugar de Ponte Ferreira escolhendo estas posições antecipadamente, por
outro lado, os liberais iam avançando cautelosamente, nem D. Pedro nem os seus
oficiais sabiam a quantidade de homens que compunha o exército realista, mas mesmo
assim, e apesar do exército libertador partir em desvantagem para esta guerra, a força e
a bravura dos guerreiros liberais fazia não temer o inimigo.
O tão esperado combate entre liberais e absolutistas teve início pelas 11 horas da
manhã do dia 23 de julho de 1832, a coluna liberal que tinha progredido pelo centro,
tomava posições ofensivas no Monte do Calvário (São Martinho do Campo), do lado
absolutista “Santa Marta dispunha de tropas desde, a sua esquerda, nos montes que
flanqueiam a margem direita do rio Douro até à direita da zona de Ponte Ferreira” 2, o
batalhão liberal inglês e francês acompanhados por duas companhias do regimento 18
passaram a vau o rio, este ataque ao exército miguelista foi tão forte que consegui abalar
de forma sentida a ala direita deste mesmo exército, fazendo Santa Marta reforçar as
tropas da direita com as suas tropas da esquerda. Ao centro o combate era o mais
intenso possível, e apesar de estarem em inferioridade numérica, eram mesmo os
liberais que conseguiam avançar, com dificuldade, no terreno, os absolutistas para além
de terem um maior número de soldados tinham também mais artilharia que os liberais,
levando este combate a ser relatado como desigual. D. Pedro aconselhado pelos seus
oficiais, encontrava-se na retaguarda do combate, longe das balas, onde ali mesmo
permaneceu durante as oito horas de confronto. Entretanto os liberais receberam ordens
para passarem a ponte e aqui o fogo entre as duas fações tornou-se vivíssimo, mas
mesmo assim e apesar do grande número de mortos e feridos, quer para os pedristas,
quer para os miguelistas, os liberais conseguiram passar para o lado dos absolutistas. A
violência deste combate espelhava-se na quantidade de cadáveres presente ao longo do
percurso, tornando as calmas águas do rio Ferreira ensanguentadas durando mesmo dias
para se tornarem novamente limpas. O combate já entardecia e encontrava-se muito
duvidoso, com avanços e recuos para ambos os lados, até que com o cair da noite foi
avistado uma coluna miguelista em movimento, e assim os liberais apontando as suas
armas dispararam com êxito pondo o inimigo em fuga. Os liberais que já julgavam ter
perdido esta batalha, com este último ataque conseguiram lavar a sua honra, do outro
lado os absolutistas recuaram no terreno e foram até Baltar.
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Caetano Moreira P. P., A Batalha de Ponte Ferreira (Campo, Valongo, 1832): um processo memoralista
e de valorização patrimonial, 2012, p. 59
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As tropas de D. Pedro já muito desgastadas devido á duração e do próprio
combate em si, permaneceram nas suas posições em Ponte Ferreira, onde ali mesmo se
alimentaram, relato uma curiosidade que me chamou atenção que consiste no facto de,
os soldados deste mesmo exército se alimentarem dos cavalos mortos dos absolutistas,
onde até mesmo o imperador D. Pedro ceou no seu acampamento do campo de batalha.
Na noite do dia 23, a cidade do Porto encontrava-se num clima de grande tensão,
devido à especulação que se fazia sentir sobre o combate, algumas noticias eram
verdadeiras e outras eram falsas, mas mesmo não se sabendo da veracidade destas
noticias o que aconteceu foi que as pessoas ficaram num grande estado de nervosismo,
preocupação e tensão. Deste modo, de forma a acalmar os ânimos, o exército
constitucional regressou ao Porto no dia seguinte.
Valongo terra de padeiros e de produção de pão (assim como nos dias de hoje),
cresceu com a panificação, com o comércio e com a relação próxima com o Porto.
Depois de os liberais regressarem ao Porto, Valongo foi novamente tomada pelos
realistas que ficaram a pensar que afinal não tinham perdido a batalha. Sendo o Porto
um mercado para Valongo, os absolutistas encarregaram-se de garantir que nenhuns
pães, entre outros alimentos, chegavam ao Porto apreendendo farinhas e inutilizando
fornos.
Conclusão
Todas as guerras marcam o fim e o inicio de algo, uma batalha, considero eu, ser
algo que nos leva para um fim e consequentemente para um novo inicio, e foi isso
mesmo que aconteceu em Ponte Ferreira, esta batalha não fez com que os liberais
ganhassem a guerra, aliás a guerra mesmo só viria a acabar em 1834 com a convenção
de Évora Monte, porém, foi uma das várias batalhas que se sucederam contra os
absolutistas e que o foram fragilizando cada vez mais.
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Uma batalha é um marco que pode ficar para sempre presente na história de um
país ou de uma cidade, ou por outro lado, também pode cair em esquecimento, estas
batalhas atravessam gerações, criam tradições e na maior parte das vezes tem grandes
repercussões. Nas gentes de Valongo, ou para ser mais específico, nas gentes de Campo,
penso eu estar bem viva a memória da batalha de Ponte Ferreira, e mesmo algumas
pessoas não sabendo ao certo o que aconteceu lá, sabem pelo menos que ali houve uma
batalha que envolveu o trono português.
Como referi no início deste trabalho, a batalha era algo que me suscitava
curiosidade e mesmo este não sendo um trabalho com grande aprofundamento, fiquei a
saber curiosidades, acontecimentos (alguns mais relevantes do que outros) e
testemunhos que me enriquecerem em termos de conhecimento do património local,
ficando assim deste modo satisfeito com este trabalho.
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Bibliografia
1. Monografia
2. Conferências