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MACHADO DE ASSIS

Joaquim Maria Machado de Assis (Rio de Janeiro, 21 de junho de 1839 —


Rio de Janeiro, 29 de setembro de 1908) foi um romancista, contista, poeta e teatrólogo
brasileiro, considerado um dos mais importantes nomes da literatura desse país e
identificado, pelo crítico Harold Bloom, como o maior escritor afro-descendente de
todos os tempos.
Sua vasta obra inclui também crítica literária. É considerado um dos criadores da
crônica no país, além de ser importante tradutor, vertendo para o português obras como
Os Trabalhadores do Mar, de Victor Hugo e o poema O Corvo, de Edgar Allan Poe.
Foi também um dos fundadores da Academia Brasileira de Letras e seu primeiro
presidente, também chamada de Casa de Machado de Assis.

Memórias Póstumas de Brás Cubas

Uma das mais populares obras do autor, o romance Memórias Póstumas de


Brás Cubas foi publicado originalmente como um folhetim, em 1880, em capítulos,
como na Revista Brasileira. Em 1881, saiu em livro causando espanto à crítica da
época, que se perguntava se o livro tratava-se de fato de um romance: a obra era
extremamente ousada do ponto de vista formal, surpreendendo o público até então
acostumado à tradicional fórmula romântica. É narrada pelo defunto Brás Cubas, que
escreve a própria biografia a partir do túmulo (sendo, portanto, segundo o próprio, não
um autor-defunto, mas o primeiro defunto-autor da história, que é caracterizado por ter
morrido e depois escrito, diferente do outro que foi escritor depois morreu). Começa
suas memórias com uma dedicatória que antecipa o humor negro e a ironia presente em
todo o livro: Ao verme que primeiro roeu as frias carnes do meu cadáver dedico com
saudosa lembrança estas Memórias Póstumas. Brás Cubas também expressa o humor
negro quando diz que a obra foi escrita com a pena da galhofa e a tinta da melancolia,
no "Ao leitor".
Foi a obra brasileira que melhor ilustrou a tendência do "leitor incluso", um
contraponto dialógico com o leitor, não apenas como um vocatico, mas dando ao leitor
vida própria e contornos no interior do texto. O leitor é visto com possuidor de
posicionamento crítico, gestos e temperamento. Estes trechos que incluem o leitor têm
sempre uma natureza baseada numa reflexão, uma metalinguagem da estrutura e
corrente ideológica do texto.

Dom Casmurro

Dom Casmurro é um romance do escritor brasileiro Machado de Assis. Foi


publicado em 1899, e é um dos livros da literatura brasileira mais traduzidos para outros
idiomas.
A história se passa no Rio de Janeiro do Segundo Império, e conta a trajetória de
Bentinho e Capitu. É um romance psicológico, narrado em primeira pessoa por
Bentinho, o que permite manter questões sem elucidação até o final, já que a história
conta apenas com a perspectiva subjetiva de Bentinho.
O romance Dom Casmurro além de estar entre as grandes obras da Literatura
Brasileira, é considerado como a obra-prima de Machado de Assis.
RAÚL POMPÉIA

Raul d'Ávila Pompéia (Angra dos Reis, 12 de abril de 1863 — Rio de Janeiro,
25 de dezembro de 1895) foi um escritor brasileiro.
Ainda menino, mudou-se com a família para o Rio de Janeiro. Matriculado no colégio
Abílio, distinguiu-se como aluno estudioso, bom desenhista e caricaturista. Na época,
redigia o jornalzinho "O Archote". Prosseguiu seus estudos no Colégio Pedro II e
publicou em 1880 seu primeiro romance, Uma tragédia no Amazonas. Em 1881,
matriculou-se na Faculdade de Direito de São Paulo, participando das correntes de
vanguarda, materialistas e positivistas, que visavam fundalmentamente a abolição da
escravatura e à República.
Ligou-se a Luís Gama e participou intensamente das agitações estudantis.
Paralelamente, iniciou a publicação, no Jornal do Commercio do Rio de Janeiro, dos
poemas em prosa Canções sem Metro. Reprovado no terceiro ano da faculdade,
terminou o curso em Recife. De volta ao Rio de Janeiro, iniciou-se no jornalismo
profissional escrevendo crônicas, folhetins, contos. Integrava as rodas boêmias e
intelectuais, e, aos poucos, impôs-se como escritor.
Em 1888, deu início à publicação de um folhetim na Gazeta de Notícias e no mesmo
ano publicou o romance O Ateneu, uma "crônica de saudades", que lhe deu a
consagração definitiva como escritor.
Após a Lei Áurea e a Proclamação da República, prosseguiu em suas atividades
de jornalista político, engajando-se no grupo dos chamados "florianistas". Entregou-se a
um exaltado nativismo. Tendo pronunciado um inflamado discurso junto à tumba de
Floriano Peixoto (1895), foi demitido do cargo que ocupava na Biblioteca Nacional.
Isso provocou-lhe um profundo abatimento moral, o que contribuiu para levá-lo ao
suicídio.

O Ateneu

Publicado pela primeira vez em 1888, o livro conta a história de Sérgio, menino
que é enviado para um colégio interno renomado na cidade do Rio de Janeiro,
denominado Ateneu. Comandado pelo diretor Aristarco, o colégio mantém regras
rígidas e princípios da aristocracia da época. A obra critica a sociedade brasileira do
final do século XIX, tomando como metáfora o Ateneu, seu reflexo, um lugar onde
vence sempre o mais forte.
Tendo por cenário um internato e por protagonizar um menino de onze anos, Sérgio, O
Ateneu é tematizado pelo drama da solidão, do desajuste do indivíduo em relação ao
meio.
A história é narrada em primeira pessoa pelo personagem principal, Sérgio, já
adulto. Não  linearmente, ele mostra os dois anos em que viveu no internato que fora
obrigado a ir pelo seu pai, e  que servia de metáfora para  a  Monarquia  o  qual  tinha
como diretor  Aristarco.   São  narrados  episódios   de  suas  amizades,  seus  colegas 
interferindo  com ele,  a   tensão homossexual entre os alunos do  internato, a  falsidade
de uns,  a  deformação  de  caráter  de  outros e  a  única  pessoa  que  lhes ajudava no
internato, Dona Ema, mulher de Aristarco, por quem tinha uma paixão platônica. 
Essa reconstituição compreende uma  descrição  expressionista  de pessoas e 
ambientes em  que o  narrador  desnuda cruelmente os colegas, como , por exemplo,
Ribas, que  canta como anjos, Franco,  o  eterno  penitente, Barreto,  um  colega para
quem o mal eram as fêmeas e que se aproxima de Sérgio  com suas idéias obre inferno e
perdição, os  professores  e  o diretor, reduzindo-os a caricaturas grotescas, nas  quais 
se  percebe  a   intenção   de  deformar,  como  se  Sérgio  estivesse vingando-se do seu
passado e de todos que faziam parte do Ateneu.
Quando a escola é incendiada no final da história por um aluno durante  as 
férias,  Ema foge.  Sérgio  presencia a  cena, pois estava  convalescendo  ainda  na 
escola. Essa obra  foi  chamada   pelo  autor  de “Crônica de Saudades”  e  ultrapassa  a
dimensão autobiográfica por causa de sua qualidade literária.

ALUÍSIO AZEVEDO

Aluísio Tancredo Gonçalves de Azevedo (São Luís do Maranhão, 14 de abril de 1857 —


Buenos Aires, 21 de janeiro de 1913) foi um escritor, diplomata, caricaturista e jornalista
brasileiro.
Era filho do português David Gonçalves de Azevedo e de Emília Amália Pinto de
Magalhães. Seu pai era viúvo e a mãe , separada do marido algo que configurava grande
escândalo na sociedade da época. Irmão do dramaturgo e jornalista Artur Azevedo.
Aluísio desde muito novo dedicou-se ao desenho (caricatura), e ao trabalho. Em 1876
viaja ao Rio de Janeiro, a fim de estudar Belas Artes, obtendo desde então sustento com
seus desenhos para jornais.
Com o falecimento do pai (1879), volta para o Maranhão, onde começa
finalmente a escrever.E em 1881, publica "O Mulato", onde choca a sociedade pela
forma crua do romance, desnudando a questão racial - tendo ele já se filiado aos
abolicionistas.
O sucesso desta obra habilita-o a voltar para a Capital do Império, onde escreve
sem parar novos romances, contos, crônicas e até peças teatrais.
Sua obra é vista como irregular por diversos críticos, uma vez que oscilava entre obras
românticas açucaradas, com cunho comercial e direcionado ao grande público; e outras
mais elaboradas e onde deixava sua marca de grande escritor naturalista.
Feito diplomata, em 1895, chega finalmente em [1910] em [Buenos Aires], cidade onde
veio a falecer, menos de três anos depois.

O cortiço

O cortiço é um romance de autoria de Aluísio Azevedo e foi publicado em


1890.
É um marco do Naturalismo no Brasil, onde os personagens principais são os moradores
de um cortiço no Rio de Janeiro, precursor das favelas, onde moram os excluídos, os
humildes, todos aqueles que não se misturavam com a burguesia, e todos eles possuindo
os seus problemas e vícios, decorrentes do meio em que vivem.
O autor descreve a sociedade brasileira da época, formada pelos portugueses, os
burgueses, os negros e os mulatos, pessoas querendo mais e mais dinheiro e poder,
pensando em si só, ao mesmo tempo em que presenciam a miséria, ou mesmo a
simplicidade de outros.
Essa obra de Aluísio Azevedo tem dois elementos importantes: primeiro, o
extensivo uso de zoomorfismo; e, segundo, cria um microcosmo (Que é o cortiço do
título). O cortiço também é ostensivamente personificado no decorrer da obra, sendo
muitas vezes tratado como um único personagem ("Eram cinco horas da manhã e o
cortiço acordava, abrindo, não os olhos, mas a sua infinidade de portas e janelas
alinhadas.", capítulo III).
Foi a primeira obra a expor um relacionamento lésbico.

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