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PUBLICAÇÃO N°: 09
GOIANÉSIA / GO
2018
DIEIMES PEREIRA DA SILVA
JÉSSICA DA SILVA OLIVEIRA
PUBLICAÇÃO N°: 09
1. Patologia
2. Recalque diferencial
3. Manisfestação patológica
REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA
SILVA, D. P; OLIVEIRA, J. S. Análise das manifestações patológicas devido ao recalque
diferencial das fundações. TCC, Curso de Engenharia Civil, FACEG – Faculdade
Evangélica de Goianésia – GO, 45P. 2018.
CESSÃO DE CRÉDITOS
NOME DOS AUTORES: Dieimes Pereira da Silva e Jéssica da Silva Oliveira.
TÍTULO DA DISSERTAÇÃO DE TRABALHO DE CONCLUSÃO DE CURSO:
Análise das manifestações patológicas devido ao recalque diferencial das fundações.
GRAU: Bacharel em Engenharia Civil ANO: 2018
É concedida a FACEG a permissão para reproduzir cópias deste TCC e para emprestar
ou vender tais cópias somente para propósitos acadêmicos e científicos. Os autores
reservam outros direitos de publicação e nenhuma parte deste TCC pode ser reproduzida
sem a autorização por escrito dos autores.
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Dieimes Pereira da Silva Jéssica da Silva Oliveira
AGRADECIMENTOS
Primeiramente, agradecemos a Deus por nos guiar até aqui, dando-nos força para
superar os obstáculos que encontramos pelo caminho.
Aos nossos familiares, em especial, aos nossos pais, que sempre nos incentivaram
e apoiaram em todos os momentos.
Ao orientador, Igor Cezar Silva Braga, pelo incentivo, paciência e apoio durante
todo o trabalho.
Aos nossos professores, pela sabedoria e conhecimento transmitido e que
tornaram realidade esse sonho.
RESUMO
1 INTRODUÇÃO ..................................................................................................... 11
1 INTRODUÇÃO
1.1 Objetivos
2 REFERÊNCIAL TEÓRICO
2.1 Fundações
prédios da orla de Santos, São Paulo, Brasil. Esses casos podem ser observados nas
Figuras 2.8 e 2.9 abaixo, respectivamente.
a análise deste tipo de patologia não é simples nem imediato, podendo provocar
interrupção das funções exercidas pela edificação.
Segundo Carvalho (2010), uma vez conhecidas as causas que originam as
patologias nas fundações, é possível adotar um conjunto de medidas a fim de erradicar
tais problemas, como por exemplo, reforço estrutural da edificação ou, também,
modificações das propriedades geotécnicas do terreno.
Conforme Milititsky, Consoli e Schnaid (2015), é possível classificar a origem
dos problemas nas fundações em cinco grupos:
• Caracterização do comportamento do maciço;
• Análise projeto de fundações;
• Execução de fundações;
• Ações pós-conclusão das fundações;
• Degradação dos materiais constituintes das fundações.
Desta forma, é possível perceber que os problemas oriundos das fundações podem
ocorrer desde antes o início das obras e até mesmo após sua conclusão, sendo necessário
grande estudo com a finalidade evitar e mitigar tais problemas.
Por outro lado, o fato de realizar as investigações subsolo por si só não garante
que não haverá erros. De acordo com Carvalho (2010), a execução de um número
insuficiente de sondagens para uma área determinada do terreno ou, também, uma
profundidade insuficiente dos ensaios pode causar tantos problemas quanto a ausência
das próprias investigações.
A Figura 2.10 abaixo mostra um exemplo de investigação insuficiente do solo.
Segundo Carvalho (2010), é possível perceber que a área que não foi investigada
apresenta solo firme a uma profundidade maior que a região analisada ao lado e como as
fundações são definidas e projetadas tendo em conta os dados resultantes das sondagens,
uma sapata executada na linha do corte A-A não teria funcionamento pleno, uma vez que
de um lado ela estaria se apoiando em solo firme e do outro em um solo não resistente.
De acordo com Milititsky, Consoli e Schnaid (2015), o principal problema nesta situação
apresentada seria o aparecimento de recalque diferencial, podendo ocasionar diversos
problemas como os citados no tópico 2.3.1 do presente estudo.
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que em situações mais graves poderá ocasionar o colapso total da estrutura caso o mesmo
não seja combatido.
Figura 2. 11 - Exemplo de investigação geotécnica com profundidade insuficiente.
Além dos exemplos mencionados, outro ponto é levantado por Milititsky, Consoli
e Schnaid (2015), que é falha na execução e na interpretação de estudo de investigação
do solo. Ainda de acordo com Milititsky, Consoli e Schnaid (2015) este processo pode
ocorrer, por exemplo, quando são encontrados matacões, que são blocos de rocha com
elevada resistência. Dessa forma, em uma interpretação errônea o responsável pela
investigação pode admitir que naquele local já existe a camada resistente do solo e enviar
ao responsável pelo projeto de fundações, que por sua vez irá projetar a fundação da
edificação com base neste laudo.
De acordo com Carvalho (2010), dentre os principais problemas que podem
acontecer podem-se citar a perda da estabilidade do matacão, uma vez que o mesmo é
apenas um trecho resistente e não uma camada e desta forma pode ocasionar recalques
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Segundo Schwirk (2005), para todo e qualquer projeto da área de engenharia que
possui elementos em contato direto com o solo e água ou estão enterrados, faz necessário
levar em consideração os efeitos causados aos materiais constituintes devido a ação dos
elementos naturais anteriormente citados.
De acordo com Milititsky, Consoli e Schnaid (2015), as ações nocivas destes
elementos devem ser previstas tanto na fase de investigação do subsolo quanto na fase e
projeto, com a finalidade de garantir o melhor desempenho e a maior vida útil do material
empregado.
Dentre os principais materiais empregados em estruturas de fundações pode-se
citar o concreto, aço e a madeira. Conforme apresentado por Milititsky, Consoli e Schnaid
(2015), cada um destes materiais possui comportamentos distintos perante a ação destes
elementos estruturais. A presença do solo e da água pode ocasionar diminuição da
durabilidade em concreto através de ataques químicos, no aço o principal problema
apresentado é a corrosão e no caso da madeira é a perda da integridade física do material
e consequente perda da capacidade resistente do mesmo.
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3 MATERIAIS E MÉTODOS
A Torre de Pisa, situada em Pisa (Itália), teve sua construção iniciada no ano de
1173 com conclusão no ano de 1370, sendo realizada em três etapas distintas: 1173-1188,
1272-1278 e 1360-1370. O edifício tem formato circular com diâmetro externo de 15,40
metros e altura de aproximadamente 56 metros, conforme mostra a Figura 3.1.
Figura 3. 1 - Torre de Pisa
A torre de Pisa é bastante conhecida devido a sua inclinação, que na época mais
crítica chegou a 5,5 graus e um desaprumo horizontal de quase 4,50 metros. De acordo
com Santos (2014), a Torre começou a inclinar durante o segundo estágio da construção
em 1272 a partir da construção do quarto andar. Desde então, o desaprumo apresentado
pela Torre continuou aumentando até atingir o ponto supracitado.
4 RESULTADOS E DISCUSSÕES
O tipo de fundação utilizado foi superficial, indicada para região em que o solo
resistente está nas primeiras camadas de terra. Conforme Burland, Jamiolkowski e
Viggiani (2009), a tensão média aplicada no solo era de 500 kPa distribuída de maneira
uniforme. No entanto, como a porção sul do terreno era mais deformável o recalque nessa
região se tornou mais acentuado, que por sua vez gerou a inclinação da torre.
Em uma análise computadorizada, Burland e Potts (1994, apud Santos, 2014)
constataram que a após a inclinação a tensão solo-estrutura no lado sul da torre era de
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aproximadamente 1000 kPa, enquanto que no lado norte era praticamente nula. Desta
forma, um colapso estrutural era eminente, visto que a tensão aplicada era o dobro para a
qual a fundação foi projetada.
Desta forma, com base nos dados acima, percebe-se que a causa deste problema
foi a ausência da caracterização do comportamento do maciço de solo antes da construção
da obra em questão. Com a ausência deste dado importante, acabou sendo adotada uma
tipologia de fundação incompatível com a situação real do maciço de solo, onde
Milititsky, Consoli e Schnaid (2015) confirmam que a ausência da caracterização do
terreno levou a aplicação de tensões excessivas no solo, causando o assentamento
diferencial no local da obra.
O prédio escolhido para ser tratado no presente trabalho foi o edifício Núncio
Malzone Bloco A, doravante chamado de NM-A, que conforme citado anteriormente teve
um desaprumo de 2,10 metros.
Segundo Dias (2010), o NM-A utilizou fundações superficiais do tipo sapata,
assentadas a uma profundidade de 1,50 a 2,00 metros, ligadas entre si por vigas de eleva
rigidez. O principal fato para utilização de fundações superficiais se deve ao fato da orla
santista apresentar como a primeira camada de solo uma areia medianamente compacta,
com características e resistências adequadas para esta utilização.
No entanto, o que os construtores da época não esperavam eram as camadas
abaixo do horizonte de areia. De acordo com Sayegh (2001), o solo da orla santista é
formado pela camada superficial de areia, seguida de uma extensa camada de argila
marinha mole e bastante compressível, uma segunda camada de areia até o encontro da
rocha de elevada resistência, conforme Figura 4.7. Desta forma, a alta compressibilidade
da camada de argila apresenta grande deformabilidade que por consequência acarreta na
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Segundo Sayegh (2001), um fator que agravou a situação dos prédios da orla
santista em geral foi a proximidade entre os mesmos. Essa proximidade faz com que haja
uma sobreposição do bulbo de tensões dos edifícios, conforme descrito no tópico 2.3.2.2
do presente trabalho. Esta sobreposição faz com que a tensão no solo entre dois prédios
se eleve, ocasionando um maior recalque nesta região que por consequência faz com que
os prédios sofram desaprumo. A Figura 4.7 abaixo representa essa situação que ocorreu
no NM-A.
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todo foram executadas 16 estacas com diâmetro variando entre 1,00 e 1,40 metros, sendo
oito estacas em cada lado do edifício e executando primeiramente no lado mais recalcado.
Sayegh (2001) ainda ressalta a necessidade do remanejamento das redes hidráulica,
elétrica e telefônica para a execução das fundações, tornando mais dispendioso todo o
processo.
A etapa seguinte, de acordo com Dias (2010), teve início com a execução de oito
vigas de transição do tipo virandeel, que são vigas formadas por barras horizontais e
verticais funcionando como um quadro rígido de ligações enrijecidas, com
aproximadamente 4,50 metros de altura, conforme Figura 4.8, cuja principal função era
receber os esforços dos pilares do edifício e transmiti-los às novas fundações.
Primeiramente foi executada a viga da frente do edifício e as demais de maneira
intercalas, enquanto as vigas longitudinais de travamento foram executadas logo após ao
termino das vigas principais.
Figura 4. 8 - Vigas de transição Virandeel.
Segundo Dias (2010), a quarta e última etapa foi a escavação do terreno, retirando
cerca de 200 toneladas de terra que dificultavam o nivelamento do edifício e as sapatas
deixaram de estar em contato com o terreno. Deste modo, o NM-A passou a transmitir
suas 6,50 mil toneladas para o solo através das estacas profundas.
Dias (2010) ressalta o cuidado necessário para a execução das obras, uma vez que
todo este reparo ocorreu sem que os moradores desocupassem seus imóveis.
5 CONSIDERAÇÕES FINAIS
6 REFENCIAS BIBLIOGRÁFICAS
SANTOS, A. Prédios tortos de Santos: como eles estão hoje?. 2015. Disponível
em:<http://www.cimentoitambe.com.br/predios-tortos-de-santos-como-eles-estao-
hoje/>, Acesso em 29 de out. de 2017.