Você está na página 1de 254

DICIONÁRIO DE

NEGREIROS EM MOÇAMBIQUE
1750-1897
DICIONÁRIO DE
NEGREIROS EM MOÇAMBIQUE
1750-1897
José Capela
DICIONÁRIO DE NEGREIROS EM MOÇAMBIQUE
1750-1897

Autor: José Capela


Editor: Centro de Estudos Africanos da Universidade do Porto
Colecção: e-books
Edição: 1.ª (Novembro/2007)
ISBN: 978-989-95426-5-5
Localização: http://www.africanos.eu
Preço: gratuito na edição electrónica, acesso por download.
Solicitação ao leitor: Transmita-nos (ceaup@letras.up.pt) a sua opinião sobre este
trabalho.

Imagem da capa: “A Escravatura na África Oriental”, Desenho de Nogueira da


Silva. Gravura de Baracho. In Semanário Dominical, Tomo II (1859), nº 47, pág.
369. Reproduzido pela Biblioteca Pública Municipal do Porto.

©: É permitida a cópia de partes deste documento, sem qualquer modificação, para utilização individual.
A reprodução de partes do seu conteúdo é permitida exclusivamente em documentos científicos, com in-
dicação expressa da fonte.

Não é permitida qualquer utilização comercial. Não é permitida a sua disponibilização através de rede
electrónica ou qualquer forma de partilha electrónica.

Em caso de dúvida ou pedido de autorização, contactar directamente o CEAUP (ceaup@letras.up.pt).


ÍNDICE

Introdução  9

FONTES E BIBLIOGRAFIA 15
Bibliografia  18
Abreviaturas  20
Glossário 21

DICIONÁRIO BIOGRÁFICO DE NEGREIROS  23



Dicionário de Negreiros em Moçambique 1750-1897

INTRODUÇÃO

A documentação e os estudos publicados sobre a escravatura e o trá-


fico de escravos na colonização moderna não têm privilegiado os seus
agentes. Para além de casos adornados com aura folclórica e picaresca
e de um ou outro negreiro cuja fortuna, verdadeira ou quimérica, o tor-
nou lendário, a ignorância sobre tais protagonistas da história é avas-
saladora. Não somente a ignorância sobre os percursos pessoais cujo
interesse se reduz ao conhecimento mais aprofundado do contributo do
biografado para o sentido e para o significado dos lances históricos em
que esteve envolvido.
Os resultados do fenómeno da escravatura colonial moderna não
ficaram circunscritos nem à produção material dos escravos, nem à
incidência da monda humana nas sociedades africanas e repercussões
económicas respectivas nas suas terras de origem. Condicionaram os
comportamentos individuais e colectivos de europeus e de americanos,
interferiram decisivamente nas suas economias, foram determinantes na
implantação de regimes políticos. A presença dos negreiros – presença
física ou presença meramente fiduciária – constituiu um factor decisivo
na consolidação política e económica do liberalismo europeu, nomeada-
mente em Portugal.
O que se pretende com este dicionário biográfico resume-se à enu- 
meração dos agentes do tráfico negreiro que actuaram na costa sudeste
africana, mais propriamente na costa do Oceano Índico que corresponde
à do Moçambique de hoje. A identificação dos agentes dessa operação
relativamente a esta área geográfica só é possível para os séculos XVIII
e XIX. O tráfico colonial moderno só foi aí sistemático nesse período e
só existe documentação escrita para esse mesmo período e para esse
mesmo tráfico. Nenhuma documentação se conhece que permita iden-

2007  E-BOOK CEAUP


José Capela

tificar pessoalmente os agentes do tráfico de escravos que terá existido


antes do século XVIII, a não ser relativamente a casos esporádicos.
Os nomes dos agentes negreiros, em si mesmos, para nada servi-
riam, quando é certo ignorarmos quase todos os das suas vítimas e, se
fosse o caso, repugnaria invocá-los a título de recurso a uma moral re-
troactivada. No entanto, não abdicando do culto da História, importa
conhecer esse fenómeno complexo e as suas repercussões nas sociedades
atingidas. Das quais a Portuguesa o foi superlativamente. Ora, ao preten-
dermos proceder a estudo que circunscrevesse tanto quantitativa como
qualitativamente o impacto do afluxo a Portugal do capital acumulado
no tráfico negreiro, deparamo-nos com essa inevitabilidade: a nomen-
clatura com os números que acoberta tornam-se indispensáveis.
A amplitude que tomou tal actividade, prolongada ao longo dos sécu-
los da colonização, não permite a elaboração de trabalho exaustivo relati-
vamente ao tempo e ao espaço compreendidos. Por algum lado se havendo
de começar, tendo à mão o fruto da investigação desenvolvida durante
mais de três décadas, decidi-me por lhe dar a arrumação que apresento.
Procurei manter uniformidade de critérios ao longo das entradas.
No entanto permiti-me distinguir alguns nomes pela especificidade que
introduziram nessa actividade e pela repercussão particular que de uma
ou de outra forma tiveram na sociedade portuguesa. São os casos: de
Portugueses/Brasileiros – pela razão óbvia de terem sido os protago-
nistas simultaneamente do tráfico transatlântico no contexto colonial
português e dos seus reflexos na sociedade portuguesa. De Franceses:
porque foram os armadores dos portos franceses implicados no comér-
cio colonial, na segunda metade do século XVIII, quem introduziu na
costa do sudeste africano o tráfico transatlântico sistemático. Baneanes
10 e outros Asiáticos que antecederam os europeus nesse mesmo comércio
e o prolongaram no tempo, século XX adentro.
Na perspectiva em que me coloco suponho justificar-se esta publica-
ção. Não tanto o alinhamento de nomes. Abstraindo deles, o que represen-
taram no espectro civilizacional mais alargado. Nomeadamente o factor
financeiro. O capital acumulado e imediatamente aplicado em período
curto de mutação social profunda. Como foi o caso da revolução liberal
portuguesa. Que se não foi feita pelos negreiros, de muitos deles recebeu

E-book CEAUP  2007


Dicionário de Negreiros em Moçambique 1750-1897

contributo material de grande alcance e outros tantos nela colaboraram


directamente. O desenvolvimento subsequente, nomeadamente a forma-
ção do capital financeiro, socorreu-se abundantemente da contribuição
de negreiros. Alguns dos que mais se evidenciaram, a partir do Brasil,
frequentaram os portos do Índico. Estes portos, muito particularmente o
de Quelimane, foram especialmente assediados nas décadas de quarenta
e de cinquenta do século XIX, no auge da clandestinidade negreira, propi-
ciadora de fortunas de fábula … que existiram efectivamente.
Remetido o elenco àqueles que actuaram na costa sudeste africana,
terá aí o tráfico uma incidência agressiva no auge da clandestinidade,
nos anos quarenta do Novecentos. Extinto na década de cinquenta o trá-
fico para o Atlântico, desenvolve-se outro pré-existente, para o Índico,
sendo-lhe acrescentado o dos libres engagés quando o seu destino eram
as colónias francesas. Assim se mantém o secular e tentacular negócio de
escravos entre a costa africana, de um lado, e Madagáscar, Ilhas Como-
res, Zanzibar e Golfo Pérsico, de outro. Tráfico que se prolongaria até aos
primeiros anos do século XX.
Como partimos dos nomes que presidem a cada expedição negreira
e como relativamente a muitas das expedições documentadas não cons-
tam responsáveis, do presente elenco não podem deduzir-se números
genéricos relativos a viagens negreiras.
Não menos do que a exposição de nomes importam-nos as circuns-
tâncias determinantes do negócio, causas e efeitos, também a envergadu-
ra material, os pressupostos e contornos éticos e morais dentro dos quais
se desenvolvia, povos e locais sob sua incidência. Se, aqui, os nomes são
tomados como o ponto de partida para a explanação da expedição ne-
greira, tal fica a dever-se ao entendimento de que, na impossibilidade
de identificação individual dos muitos milhões de escravos transacciona- 11
dos, nos resta o recurso ao negreiro para através do conhecimento da sua
pessoa irmos um pouco mais além no conhecimento de tal saga humana.
De muitos deles mais nada nos resta que a denominação baptismal e fa-
miliar. De uns tantos conhecem-se antecedentes e subsequentes que nos
permitem enquadrar a sua actividade comercial e social. A grande maio-
ria dilui – se no anonimato infindo da diáspora dos que se entregaram
à aventura sem proveito material palpável. Na individualidade daquele

2007  E-BOOK CEAUP


José Capela

que se limita à compra ou venda de uma peça de escravo tanto como no


magnata que negociou dezenas de milhares configura-se a pessoa hu-
mana, esta última sujeito e objecto da História assim em curso. Portanto
colocados ombro a ombro.
Não obstante consideramos haver lugar para ilustração do que pre-
tendemos com alguns nomes mais em evidência.
Iniciados em finais do século XIX, constam como principais em um
tipo de negociantes de escravos que classificaríamos como o self made
slave dealer: isto é, aquele que, de alguma maneira, já instalado na praça,
atento às novas oportunidades de negócio que surgem, as aproveita com
sucesso. Foi o caso dos afortunados negreiros, os primeiros em Moçambi-
que, Joaquim do Rosário Monteiro e João da Silva Guedes, funcionários
da Alfândega que, em contacto directo com armadores, portanto com
negreiros, entraram no negócio sem abandonarem as funções aduanei-
ras. A par com eles António da Cruz e Almeida, comerciante na mesma
praça. Os Baneanes, casta comerciante industânica, com preponderân-
cia no comércio a longa distância a partir do porto de Moçambique, não
foram indiferentes relativamente às novas perspectivas proporcionadas
a um tipo de negócio em que desde há muito estariam envolvidos, em
escala menor. Foi o caso de Subachande Sanchande que armou navios
negreiros para o tráfico trans-atlântico.
Uma vez entrado o porto de Quelimane no circuito dos grandes
fornecedores do tráfico negreiro a longa distância (notoriamente logo
a partir da segunda década de oitocentos) aí se fixaram alguns que have-
riam de se transformar em grandes traficantes de escravos. O primeiro
de todos José Bonifácio Alves da Silva, militar e governador local envol-
vido no tráfico, incluindo a armação de navios negreiros, como tal tendo
12 actuado, a partir de Quelimane, desde 1802 a 1830. Juntamente com
António José Pedroso que o cônsul de Portugal no Rio de Janeiro, mais
tarde, classificaria como os dois portugueses mais ricos naquela capital.
Financiaram a Regência da Terceira com um navio que, assim, do trans-
porte de escravos passou a transporte do Exército Libertador.
Ainda em Quelimane evidenciou-se Manuel Joaquim Mendes de
Vasconcelos e Cirne como convicto impulsionador e praticante do trá-
fico negreiro sobre desempenhar as funções de governador local. (Dois

E-book CEAUP  2007


Dicionário de Negreiros em Moçambique 1750-1897

governadores locais consecutivos, ambos grandes traficantes de escra-


vos!). Construtor e armador de navios destinados ao tráfico, negociante
de escravos no Rio de Janeiro, em residência circunstancial naquela ca-
pital, é ele próprio quem descreve e faz a apologética da sua acção nas
Memórias que publicou.
Vicente Thomas dos Santos, em 1824, constituiu em Lisboa a Com-
panhia do Comércio de Lourenço Marques e Inhambane. Já houve quem
tivesse recorrido à constituição desta companhia para concluir pelas boas
intenções da burguesia mercantil portuguesa no sentido de passar à Áfri-
ca a praticar o comércio lícito, no caso o do marfim. Ora o que os homens
da Companhia foram para lá fazer foi o tráfico de escravos e só como
negócio marginal o do marfim. O titular da Companhia actuou nomea-
damente no tráfico de escravos de 1817 a 1842. Se a este facto adicionás-
semos o da existência de Joaquim Thomas dos Santos (familiar? irmão?)
que, de 1838 a 1842, a partir do Brasil e como armador, promove grande
número de expedições negreiras às costas africanas, seríamos levados a
suspeitar de mais um caso de holding negreiro centrado em Lisboa.
De todos, o nome relativamente ao qual apurámos o maior número
de expedições é o de Manuel Pinto da Fonseca. Emerge do nada para se
transformar em quem terá sido porventura um dos maiores traficantes
de escravos. Como grande armador actuou em período relativamente
curto, que vai de 1837 a 1851. Para este período arrolamos expedições
em que figura como first owner. É certo que debitamos ao elenco todas
as que surgem na documentação primária consignadas simplesmente
a «Fonseca» porque o era por antonomásia. O «Fonseca» era ele, muito
embora o negócio abundasse em Fonsecas aparentemente e nem sempre
com ligações familiares entre si. Refugiado em Portugal a partir de 1851,
evidenciou-se socialmente pelo comportamento extravagante de novo 13
rico. Como faleceu pouco tempo depois não pôde deixar para a poste-
ridade a aura das avultadas e numerosas benfeitorias que enobreceram
outros e não obstante as ter praticado. Em compensação a ousadia da
sua actuação nos tempos da clandestinidade para os negreiros fez com
que a correspondência diplomática britânica o tivesse contemplado com
não pouca atenção. Por outro lado é de crer que o capital que seus ir-
mãos Joaquim e António, também eles traficantes de escravos no Bra-

2007  E-BOOK CEAUP


José Capela

sil, uma vez regressados a Portugal, promotores de empreendimentos


vários e nomeadamente da casa bancária Fonsecas Santos & Bournay,
terão aplicado nesta iniciativa tenha sido, em grande parte, herdado do
Manuel. Os «Fonseca», saídos de tão modesta quanto numerosa família
originária da freguesia de Moure, concelho de Felgueiras, para o Rio de
Janeiro, aí se transformaram em grandes comerciantes de grosso trato
nele relevando o trato de escravos, e regressaram a Portugal onde, com
os vultuosos capitais acumulados, se integraram em iniciativas financei-
ras e industriais.
Muito antes havia-se estabelecido no Porto Joaquim Ferreira dos
Santos, mais tarde conde de Ferreira, com percurso idêntico. Com for-
tuna não menos fabulosa, grande parte da qual distribuída, testamenta-
riamente, pelas mais variadas instituições de serviço social e aplicada na
construção de uma rede de escolas primárias que ultrapassou a centena,
foi um dos grandes financiadores da revolução liberal, do fontismo e do
cabralismo. Como armador negreiro só esporadicamente terá actuado
em Moçambique.
Um daqueles cuja biografia mais se retrai é a de José Bernardino de
Sá que actuou no tráfico de 1836 a 1851 e para o qual registamos 39
expedições. Foi feito 1.º barão e 1.º visconde de Vila Nova do Minho.
Os percursos destes slave dealers famigerados dizem respeito não
apenas ao negócio, hoje havido por sórdido, a que se aplicaram mas, por
igual, a uma interferência de vulto nas sociedades europeias onde eles
próprios actuaram não apenas com os seus capitais mas inclusive com a
acção política directa e indirecta.
Esta será uma primeira tentativa de ordenação de nomes de prota-
gonistas de tráfico de escravos levada a efeito sobre a costa do sudeste
14 africano em um período que vai de 1750 a 1892. Embora esforçada, na-
turalmente deficitária.

Porto e Páscoa de 2006


José Capela

E-book CEAUP  2007


Dicionário de Negreiros em Moçambique 1750-1897

FONTES E
BIBLIOGRAFIA

Como caso de dados sistemáticos e sistematizados, o tráfico de es-


cravos nas colónias portuguesas apenas consta em David Eltis, David
Richardson, Stephen D. Behrendt, Herbert Klein THE TRANS – ATLAN-
TIC SLAVE TRADE, A Database on CD-ROM (Eltis, nas referências biblio-
gráficas). Datada de Setembro de 1998, esta monumental arrumação de
dados inclui 27 233 viagens de navios negreiros. A publicação tem como
critério de utilização dos dados o navio e não as viagens em si. Consti-
tuindo o navio o pivot à volta do qual se enumeram os dados disponíveis
sobre a viagem, os agentes da operação como que são hierarquicamente
subalternizados não obstante a preocupação de os enumerar na totali-
dade disponível. Ainda e sempre relativamente a cada navio incluem-se
os chipowners, the crew, dentro da qual the first captain, the second e the
third captain, havendo mais first, second, third (até sixteenth) owner of
venture, o que tendo razão de ser, arrisca multiplicar a dificuldade na
identificação dos protagonistas das expedições negreiras.Nos navios ne-
greiros portugueses/brasileiros constata-se a existência à volta de cada
viagem de um número de intervenientes que não pode ser reduzido às
designações genéricas de captain e de owner of the venture. Podemos es-
tabelecer as designações luso-brasileiras utilizadas e constantes da do-
cumentação relativa aos agentes do tráfico negreiro: 15
Senhorio – (o mais utilizado em Moçambique) que é preferida a pro-
prietário e armador.
Armador – (raramente utilizado).
Capitão – o primeiro oficial ou «comandante» (frequentemente
assim designado). De facto, nas expedições negreiras muitas vezes surge
a executar funções tanto do comando do navio, como as do armador, do
mestre e do caixa.

2007  E-BOOK CEAUP


José Capela

Mestre – (dicionário Caldas Aulete) – o marítimo que tem a seu cargo


comandar um navio mercante de pouca consideração. [Diz-se capitão se
o navio é de grande lote; arrais quando se trata de um barco pequeno].
Sobrecarga – (Caldas Aulete) – o que contrata a negociação de um
navio mercante; o que dirige o comércio da carga que vai no navio.
Caixa – nominalmente seria o responsável financeiro da expedição
mas os documentos disponíveis levam-nos a crer que estas designações
não obedeciam a qualquer tipo de rigor. Há casos de surgirem associa-
dos no mesmo nome ‘senhorio, sobrecarga e capitão’, ‘senhorio e arma-
dor’, ‘mestre e dono’, ‘mestre e piloto’, ‘capitão, caixa e proprietário’ e
‘capitão e piloto’.
Tendo em conta as condições legais em que se processava o tráfico de
escravos na costa oriental de África, a responsabilidade de muitas expe-
dições negreiras foi titulada em nomes de portugueses aí estabelecidos,
sendo de outrem tanto a propriedade de navios como o negócio respec-
tivo. Quem deixa a assinatura nos manifestos de carga tanto é o capitão,
como o mestre, como o caixa, como o sobrecarga. Quem apresenta os
requerimentos de passaporte para saída dos navios tanto é o armador,
como o mestre, como o seu procurador local, como o capitão do navio.
Há casos em que o armador principal é também capitão do navio e ou-
tros casos em que este, sendo ou não armador, é o maior carregador de
escravatura. Descendo ao pormenor de documentação variada relativa
a uma mesma expedição e com origem em fontes diversas, chegamos à
conclusão de que, se não sempre, pelo menos em muitos casos dominava
a displicência na sua elaboração. Para não invocar o ludíbrio do fisco e
o envolvimento das autoridades. Há navios com múltiplos carregamen-
tos que vão desde a unidade às centenas distribuídos por outros tantos
16 carregadores e consignatários. Há carregamentos totais ou parciais da
Fazenda Real e outros, de escravos de primeira escolha, destinados à
Corte, nominalmente consignados ao próprio Rei. Em todos esses casos
a marca aplicada no braço direito dos escravos era o R sobrepujado de
coroa, também logotipo das facturas respectivas.
Pelo que fixar em captain e owner of the venture a responsabilidade
da expedição negreira arrisca deformar a circunscrição dessa mesma
responsabilidade.

E-book CEAUP  2007


Dicionário de Negreiros em Moçambique 1750-1897

Não obstante estes e outros pontos a ter em conta, a publicação de


The Trans-Atlantic Slave Trade pela quantidade e qualidade de dados que
sistematiza representa um avanço sem precedentes na disponibilidade
de informação relativamente ao tráfico da escravatura no período colo-
nial. Para a elaboração do elenco aqui apresentado dos negreiros que
actuaram na costa do sudeste africano, socorri-me abundantemente de
The Slave Trade. A sua utilização, tal como a das fontes e bibliografia que
utilizei não me dispensa da responsabilidade pelos erros e deficiências.
As fontes principais utilizadas são do Arquivo Histórico Ultrama-
rino de Lisboa (AHU) e do Arquivo Histórico de Moçambique (AHM).
Em menor escala, o Arquivo Nacional da Torre do Tombo (ANTT), Bi-
blioteca Nacional de Lisboa (BNL) e Arquivo Nacional do Rio de Janeiro
(documentação facultada pela Professora Doutora Eugénia Rodrigues)
e Biblioteca Pública Municipal do Porto. Quanto ao Arquivo Histórico
Ultramarino de Lisboa, como a consulta de documentação relativa ao
tráfico de escravos no espaço que constitui hoje Moçambique foi feita a
partir dos anos setenta do século passado e como desde então para cá a
classificação dos documentos foi alterada, a referência bibliográfica per-
manece a que vigorava à data da consulta do documento. À inexistência
de correspondência entre a antiga e a nova classificação de documentos,
acresce o facto de a reprodução dos mesmos para o Arquivo de Maputo
e existente neste último, onde consultei grande parte dela, permanecer
com a indexação antiga do Arquivo de Lisboa.

17

2007  E-BOOK CEAUP


José Capela

Bibliografia

ALCOFORADO – Relatório I J6 525 e «Relação das pessoas implica-


das no tráfico de africanos e em moeda falsa» elaborada conforme I J6 56
-472-480 -1836-1864 da correspondência da Polícia para o Ministro de
Estado da Justiça, Arquivo Nacional do Rio de Janeiro
ALPERS, E. A. – Ivory and Slaves in East Central Africa, London, 1975
Boletim Official do Governo Geral da Província de Moçambique, publi-
cado a partir de 1854
Apologia Perante o Governo de Sua Magestade Fidelissima apresentada
por João Baptista Moreira, Rio de Janeiro, 1862
BARNARD, Lt. F. L. – Three Yeears Cruise in the Mozambique Channel,
London, 1869
BETHEL, Leslie – The Abolition of the Brazilian Slave Trade, Cam-
bridge at the University Press, 1970
CAPELA, José e MEDEIROS, Eduardo – O Tráfico de Escravos de Mo-
çambique para o Oceano Índico, Maputo, 1987
CAPELA, José – O Tráfico de Escravos nos Portos de Moçambique,
Porto, 2002
CARREIRA, António, O Tráfico Português de Escravos na Costa Orien-
tal Africana nos Começos do Século XIX, Lisboa, 1977
Chronica da Terceira, nº 26
CIRNE, Manuel Joaquim Mendes de Vasconcelos e – (prefácio e notas
de José Capela) – Memória Sobre a Província de Moçambique (1890)
– Maputo, 1990
COSTA, P. J. Peregrino – A Expansão do Goês pelo Mundo.
DUFFY, James – A Question of Slavery, Harvard University Press,
18 1967
EÇA, F. G. d’Almeida de – Inéditos do Dr. David Livingstone in Moçam-
bique, Documentário Trimestral, nº 73, Março MCMLIII
EÇA, Filipe Gastão de Almeida de – História das Guerras no Zambeze,
I, Lisboa, MCMLIII
EÇA, Filipe Gastão de Almeida de – De Degredado a Governador, Lis-
boa, 1950

E-book CEAUP  2007


Dicionário de Negreiros em Moçambique 1750-1897

ELTON, J. Frederic – Travels and Researches among the Lakes and


Mountains of Eastern and Central Africa, London, 1879
FERREIRA, Roquinaldo, The Atlantic Networks of the Benguela Slave
Trade (1730-1800) in Trabalho forçado africano, Porto, 2006
FILLIOT, Jean Michel – La Traite des Esclaves vers les Mascareignes au
XVIII siècle, Paris, 1974
FLORENTINO, Manolo – Em Costas Negras, São Paulo, 1997
GRENOUILLEAU, Olivier Pétré – Nantes au temps de la traite des
Noirs, Paris, 1998
LIESEGANG, G – A First Look At The Import And Export Trade of Mo-
zambique 1800- 1914, in Liesegang, H. Pasch, A. Jones (Eds.) Figuring
���������
African Trade, Berlim, 1986
LOBATO, Alexandre – História do Presídio de Lourenço Marques, II,
Lisboa, 1960
MANNIX, Daniel P., e Cowley, Malcolm – Black Cargoes. A History of
the Atlantic Slave Trade, 1518-§865, London 1929
MARINHO, Brigadeiro Joaquim Pereira – Memória de Combinações
[…], Lisboa, 1842
MARTIRES, Fr. Bartholomeo dos – Memoria Chorografica da Pro-
vincia ou Capitania de Mossambique in Virgínia Rau, Aspectos Étnico-
Culturais da Ilha de Moçambique em 1822, separata de STUDIA. Nº �������
11,
Lisboa, Janeiro, 1963
METTAS, Jean – Répertoire des Expéditions Négrières Fraçaises au
XVIII Siècle, Paris, 1978
MONTEZ, Caetano – Descobrimento e Fundação de Lourenço Marques,
Lourenço Marques, 1948
MONTEZ, Caetano – Arquivo Histórico de Moçambique. Inventário do
Fundo do Século XVIII, Moçambique, Documentário Trimestral, nos. 72 a 19
89-92, 1952/1957
Monumenta, Boletim da Comissão dos Monumentos Nacionais de
Moçambique, nº 8, Ano VIII, 1972
NORONHA, José Feliciano de Castilho Barreto e – Barão de Moreira,
Esboço Biographico, Rio de Janeiro, 1862.
Papers Relating to The Slave Trade, Jannuary 1845-May 1846
Paquete (O) do Ultramar – 05/07/1839 – 27/03/1840

2007  E-BOOK CEAUP


José Capela

REBELO, Manuel dos Anjos da Silva – Relações entre Angola e Brasil


(1808-1830), Lisboa, 1970
RODRIGUES, Eugénia – Do Atlântico ao Índico: Percursos da Mandio-
ca em Moçambique no Século XVIII. Comunicação ao V Congresso Luso-
Afro-Brasileiro de Ciências Sociais, Maputo, 1-5 de Setembro de 1998.
RODRIGUES, José Honório – Brasil e África :Outro Horizonte, Rio de
Janeiro,1961
SANTANA, Dr. Francisco – Documentação Avulsa Moçambicana do
Arquivo Histórico Ultramarino, I, 1964; II, 1967; III, 1974, Lisboa, Centro
de Estudos Históricos Ultramarinos
SANTOS, Corcino Medeiros dos – Relações Comerciais do Rio de Ja-
neiro com Lisboa, 1763 – 19089, Rio de Janeiro, 1880.
SAUGERA, Éric, Bordeaux Port Négrier XVII-XIX Siècles, Paris, 1995
Suplemento Literário do jornal Minas Gerais, 21/04/1992
TAVARES, Luís Henrique Dias – Comércio Proibido de Escravos, São
Paulo, 1988
VIANA, José da Silveira – Notas biographicas de José Nunes da Silveira
…, Lisboa, 1901
Voyage d’un Navire Négrier (1787-1788) in Revue Maritime Colonia-
le, Tome Trente Huitième, Paris, 1873 et Tome Cent Quatorzième, Paris,
1892

ABREVIATURAS

AHU – Arquivo Histórico Ultramarino de Lisboa


AHM – Arquivo Histórico de Moçambique, Maputo
20 ANTT – Arquivo Nacional da Torre do Tombo, Lisboa
BNL – Biblioteca Nacional de Lisboa
ELTIS – The Trans-Atlantic Slave Trade, A Data Base on CD.Rom
cap. – capilha
cx. – caixa
mç. – maço
p. – página
vs. – verso

E-book CEAUP  2007


Dicionário de Negreiros em Moçambique 1750-1897

GLOSSÁRIO

Barco de Viagem – em Moçambique havia o costume de se no-


mearem as chamadas «embarcações de viagem» para os portos de
Quelimane, Inhambane e Cabo das Correntes com privilégios de exclu-
sividade cuja concessão se fazia em troco de donativo dos proprietários
das embarcações.
Bicho – escravo de pouca idade
Butaca – (dicionário Aulete) – «cadeira ou banco que entre os negros
de Angola serve de trono». Em Moçambique aplica-se à chefia da linha-
gem: «subir a butaca» tal como dizemos «subir ao trono».
Chicunda (plural achicunda) – escravo que desempenha as tarefas
nobres nos Prazos: a guerra, o policiamento, o comércio, a caça e o trans-
porte do senhor.
Caporro – tem significados diferentes conforme o tempo e o lugar.
No contexto presente é o escravo feito tal para exportação. A designação
«escravo» é reservada aos escravos adstritos aos Prazos da Coroa, em
princípio invendáveis.
Ensaca – grupo (muito aplicado relativamente a escravos: «ensaca
de escravos»).
Liberdades dos oficiais – os oficiais a bordo dos navios negreiros po-
diam transportar determinado número de escravos gratuitamente
Mujojo – comerciante arábio que frequentava os portos e o interior
de Moçambique, nomeadamente no tráfico de escravos.

21

2007  E-BOOK CEAUP


Dicionário de Negreiros em Moçambique 1750-1897

DICIONÁRIO BIOGRÁFICO
DE NEGREIROS

(?) · Costa 1752 · Neuve


LUIZ DA COSTA VILLE NEUVE
(?) – em Moçambique, senhorio da cha- 1752 – em Moçambique, procedente das
lupa Flor do Mar, de que era capitão e Ilhas Mascarenhas, saiu para as mesmas
piloto Joaquim José da Silva*, com pas- Ilhas com 33 escravos.
saporte para os portos do sul da costa. [AHU, cx. 13, nº 30]
[AHU, códice 1362, fls. 74]
1754 · Araújo
(?) · Saibo JOSÉ CAETANO DE ARAÚJO
MUSSA AMOD SAIBO Comerciante no Rio de Janeiro que, em
(?) – requer ao governador-geral auto- 1754, mantinha negócios em Luanda e
rização para se deslocar a Inhambane e Benguela e que pretendia fixar-se em
lá permanecer «até à extracção da sua Benguela durante alguns anos por cau-
fazenda». sa das muitas operações comerciais que
[Santana, II, p. 477] aí tinha.
06/11/1819 – José Caetano de Araujo
(?) · Santos e Cª, proprietários do brigue Victoria,
SEBASTIÃO LOPES DOS SANTOS construído na praça de Damão, está ar-
(?) – comandante da corveta Nossa Se- mado em Moçambique com escravos
nhora do Monte do Carmo. para o Rio de Janeiro. O brigue, sendo de
[Santana, II, p. 461] 77 toneladas e dois décimos, podia carre-
gar 193 escravos (5 por cada duas tone-
1750 · Duguily ladas, conforme alvarás de 24/11/1813
LUCAS DUGUILY e 27/01/1818). 23
1750 – capitão do navio Gloriosa que en- Roquinaldo Ferreira, The Atlantic Networks of the Ben-
trou em Moçambique proveniente das guela Slave Trade (1730-1800) / AHU, cx. 166, cap. 6

Mascarenhas e de Madagascar, com 300


a 400 escravos a bordo. 1759 · Cox
[AHU, cx. 13, nº 30] SAMUEL COX
20/11/1759 – capitão da corveta portu-

Primeira data em que o negreiro é referido. guesa Jesus Maria José S. Francisco, ten-

Nome por que é conhecido. do como armador David O. Lopes*, foi

Referências bibliográficas.

2007  E-BOOK CEAUP


José Capela

da Baía a Moçambique onde carregou 1769 · Fautrel


123 escravos (número imputado), dos NICOLAS FAUTREL
quais descarregou 100 em Barbados, em 04/1769 – capitão do navio Saint André
01/05/1760. sai de Lorient para Moçambique durante
[Eltis] ou depois do carregamento de escravos.
[Eltis]
1759 · Lopes
DAVID O. LOPES 1769 · Transley
20/11/1759 – armador da corveta por- EVENDELA TRANSLEY
tuguesa Jesus Maria José S. Francisco 1769 – em Moçambique, capitão da cor-
tendo como capitão Samuel Cox*, que veta escuna Ourioza, no segundo semes-
foi da Baía a Moçambique onde carregou tre de 1769, não constando o número de
123 escravos (número imputado), dos escravos com que partiu.
quais descarregou 100 em Barbados, em [AHU, cx. 29, nº 74]
01/05/1760.
[Eltis] 1770 · Monteiro
JOAQUIM DO ROSÁRIO (DOS
1759 · Sargent REMÉDIOS?) MONTEIRO
SARGENT Natural de Loutolim, no Estado da Índia,
20/11/1759 – capitão do navio inglês terá emigrado para Moçambique por vol-
Unity que sai de Londres e vai a Sofala ta de 1770.
onde carrega 293 escravos dos quais vai Em exposição ao governador-geral, feita
descarregar 239 (números imputados) à no ano de 1803, afirma ser negociante
Carolina, em 1758. na praça de Moçambique havia mais de
[Eltis e outros, The Trans-Atlantic Slave Trade] 25 anos. Em 1783, já armava embarca-
ções: a pala Santo António e Almas que
1769 · Datertre regressava da costa do Coromanchel e
DATERTRE Maurícias, naufragou a norte da Ilha
1769 – em Moçambique, no segundo Quirimba e dela só se salvaram 2500 pe-
semestre de 1769, capitão da corveta sos. No mesmo ano a corveta Diamante,
francesa Boganvile, tendo saído com 114 em viagem de Moçambique para Queli-
escravos. mane naufragou no baixo de Mafamed,
24 [AHU, cx. 29, nº 74] nada se tendo salvo.
19/05/1784 – em Moçambique, senho-
1769 · Desodmey rio do navio Confiança com passaporte
PRUDON DESODMEY para uma viagem a Goa, Índia e China.
1769 – em Moçambique, no segundo se- 30/03/1785 – em Moçambique, havia-se
mestre de 1769, capitão da corveta fran- associado com João de Sousa Brito para
cesa Condessa de Champagne, que saiu um negócio de exportação de marfim,
com 317 escravos ali comprados. cavalo marinho e ponta de abada para
[AHU, cx. 29, nº 74] Macau. Foram fornecidos com mais de
duzentas arrobas de marfim e outros

E-book CEAUP  2007


Dicionário de Negreiros em Moçambique 1750-1897

produtos por negociantes de Rios de escravos. Na coberta, morreram afoga-


Sena que lhes eram devedores. Pelo que dos 365. Chegado de Quelimane, na vés-
se vê que o Rosário Monteiro mantinha pera do tufão, perdeu-se igualmente no
negócio grosso com o interior. porto o brigue Africano.
06/04/1785 – em Moçambique, registo 1790 – em sociedade com os franceses
do passaporte a favor de João de Sousa tinha cerca de cem escravos no seu enge-
Brito e de Joaquim do Rosário Monteiro nho de mandioca, no Mossuril.
(que viajaria como administrador do se- 01/03/1791 – senhorio do bergantim
nhorio) para a navegação da corveta Mi- Correio de África para o qual é emitido
nerva S. João Nepummoceno para Macau passaporte para seguir para a costa do
e mais portos da Ásia. Coromanchel.
1788 – perdeu-se no porto de Moçambi- 25/05/1791 – carta de crença do gover-
que a galera Janeita. nador-geral de Moçambique a favor de
25/07/1788 – fretador a José António Joaquim do Rosário Monteiro, senhorio
Machado* e senhorio da corveta Nossa do bergantim Joaquim, que faz navegar
Senhora de Belém que foi às Maurícias de Moçambique para a costa do Malabar,
com escravos. Na volta perdeu-se no bai- Betavia e Ilha de França.
xio do Pindo, com a carga, tendo-se salvo 09/10/1791 – em Moçambique, senho-
a equipagem. rio do bergantim Viageiro, a que é dado
13/08/1789 – o governador-geral de passaporte para seguir para Quelimane.
Moçambique, António M. de Mello e 04/11/1791 – em Moçambique, senho-
Castro, comunicava ao secretário de es- rio do navio São Pedro, a que é dado
tado, em Lisboa, Martinho de Melo e passaporte para seguir para a costa do
Castro, que o mestre do Rainha dos An- Malabar.
jos, José Severino dos Reis*, por ele re- 1791 – a corveta Bela Africana, afretada
comendado, estava em Moçambique e aos Loureiros (Collfs e Cª – Collfs, Lou-
que os seus armadores ou comissários reiro e Guimarães?), para as Maurícias,
não tinham qualquer comércio com os com 390 escravos, perdeu-se nas Ilhas
franceses das Maurícias. Despachara na Desertas. Salvaram-se apenas o capitão
Alfândega 1156 espingardas e 220 arro- e dois marinheiros.
bas de pólvora, tudo vendido a Joaquim 28/03/1792 – em Moçambique, senho-
do Rosário Monteiro «comerciante desta rio do bergantim Joaquim a que é dado
praça que consome estes e muitos outros passaporte para a Ásia portuguesa.
25
efeitos nestes sertões a troco de escravos, 30/04/1792 – em Moçambique, senho-
de que tem feito e faz muito grandes car- rio do bergantim Viageiro a que é dado
regações». passaporte para seguir para Quelimane.
24/10/1789 – em Moçambique, emitido 1792 – o brigue comprado nas Maurí-
passaporte para o bergantim Amável, a cias, Correio de África, perdeu-se no sul
sair para a Ásia portuguesa com escravos. de Moçambique.
Neste mesmo ano de 1789 perderam-se 16/03/1793 – em Moçambique, senho-
no porto de Moçambique, com um tufão, rio do bergantim Viageiro, com passa-
a fragata Aurora, pronta a sair com 600 porte para viagem a Quelimane.

2007  E-BOOK CEAUP


José Capela

18/04/1793 – em Moçambique, senho- Ana e Pensamento Feliz do senhorio de


rio do patacho Governo Feliz, com passa- Pedro Xavier Velasco*.
porte para ir de Moçambique à Baia de 02/01/1796 – tinha o seu navio Esperan-
Santo Agostinho. ça (de 500 toneladas) a navegar entre a
20/05/1793 – em Moçambique, o ber- Ilha de França e para os portos da África
gantim Viageiro que estava nomeado Oriental.
para barco de viagem para Quelimane, 05/01/1796 – em Moçambique, manda
não pôde seguir por falta de fato. Terá o bergantim Viageiro, transportar para a
acabado por fazer a viagem. Ilha de França, via Quelimane, uma tri-
06/06/1793 – em Moçambique, senho- pulação de navio francês naufragado.
rio do bergantim Joaquim, com passa- 07/09/1796 – em Moçambique, senhorio
porte para a costa de Coromanchel. e sobrecarga da galera Joaquim, (cerca
04/11/1793 – em Moçambique, senho- de 300 toneladas) com passaporte para
rio do bergantim Viageiro, a seguir para ir de Moçambique aos portos da América
Inhambane como barco de viagem. Portuguesa e Ásia.
26/11/1793 – estaria em situação econó- 10/11/1798 – em Moçambique, é-lhe
mica (e ou financeira) difícil pois o gover- passada carta de crença para ir ao Cabo
nador-geral de Moçambique alega que, da Boa Esperança comprar um navio de
«no tempo da sua prosperidade», havia 180 a 200 toneladas, para ficar português
contraído com a Fazenda Real a grossa com a designação de A Boa Eugénia.
dívida de 70000 cruzados por despachos 15/04/1798 – em Quelimane, embarca
de fazendas exportadas e por vários con- 30 escravos, no bergantim Africano Li-
tratos. Não pagara à Fazenda mais do geiro.
que um terço da dívida por dificuldade 06/12/1798 – senhorio da galera Joa-
nas cobranças a devedores e pelos muitos quina, de que era capitão Manuel José
incidentes nos negócios. O governador- Gomes* que, em Quelimane, prestes a
geral mandou fazer a cobrança sobre os partir para o Rio de Janeiro, perdeu os
seus devedores como se fossem dívidas documentos ao afundar-se a lancha que
à Fazenda pelo que se dizia ter recebido os levava para bordo. Pelo que voltou
12000 cruzados do Monteiro. para a capital com os 201 escravos.
1793 – em Moçambique, senhorio da 27/09/1798 – José Agostinho da Costa*
galera São Pedro despachada (para Ha- carrega em Quelimane, no bergantim
vana?), com 350 escravos. O capitão ven- Boa Caetana, 24 escravos para Joaquim
26
deu os escravos no Cabo e gastou todos do Rosário Monteiro.
os proveitos no Cabo e nas Maurícias. 01/07/1799 – em Moçambique, senho-
1793 – em Moçambique, senhorio do rio do navio Eugénia e Leonor, a sair para
bergantim Bastardo do Mar, apresado as Ilhas Quirimba, Zanzibar e Bengala.
pelos corsários na Baía de Santo Agosti- 27/11/1799 – em Moçambique, manda o
nho. Retiraram tudo e devolveram o cas- seu procurador, Júlio da Costa, ao Cabo
co após um ano. da Boa Esperança, comprar um navio até
27/04/1795 – em Quelimane, perdeu 50 150 toneladas que passará a denominar-
escravos no naufrágio da corveta Santa se Flor do Oriente.

E-book CEAUP  2007


Dicionário de Negreiros em Moçambique 1750-1897

17/07/1800 – em Moçambique, senho- Bauptista, ido de Molga (Málaga?), com


rio do navio Joaquim, desembaraçado escala por Montevideo, com 57 dias de
para seguir para Bombaim e Damão. viagem, consignado a Joaquim do Ro-
26/071800 – em Moçambique, D. Maria sário Monteiro, para carregar escravos.
Severina de Sá, mulher de Joaquim do Única carga declarada: 7500 patacas.
Rosário Monteiro, é autorizada a ir no 09/11/1802 – em Moçambique, auto
navio do marido, Joaquim, para os por- de visita ao bergantim francês Le Jeune
tos da Ásia, para tratar da saúde. Povel, do senhorio de António da Cruz
01/10/1800 – em Moçambique, senho- e Almeida*, proveniente das Maurícias
rio da chalupa Chasse-Marée, desemba- com 12 dias de viagem, consignado a
raçada para sair para as Seichelles. Joaquim do Rosário Monteiro, para es-
17/07/1801 – em Moçambique, senho- cravos. Manifestou como carga 5214 pa-
rio juntamente com Velgy Darcy* e Siva tacas espanholas.
Sancagi* do navio Diligente, desembara- 12/01/1803 – em Moçambique, mani-
çado para seguir para Bourbon e Goa. festo de carga que traz de Quelimane o
27/10/1801 – em Moçambique, senho- brigue Boa Caetana de que é armador
rio da galera Joaquim, de 300 toneladas, Carlos José Guezzi*. Para Joaquim do
capitão e segundo piloto António José de Rosário Monteiro número indetermina-
Azevedo*, sobrecarga Jaquim Francisco do de escravos.
Colaço*, pronta a partir, pede passapor- 24/01/1803 – em Moçambique, pede
te para a América com escala em Queli- para o seu bergantim Eugénia Africana
mane, Cabo da Boa Esperança e Rio de navegar para Quelimane e Sofala para
Janeiro. carregar os escravos que lá tem. Leva
08/11/1801 – um dos quatro maiores como piloto Manuel António da Fonse-
negociantes de Moçambique que tinham ca*.
sustentado a guerra de Quitangonha e 13/04/1803 – em Moçambique, senhorio
para os quais o governador-geral pede da galera General Izidro, pede passaporte
uma condecoração. para a Ilha de França e Bourbon «aonde
22/10/1802 – em Moçambique, senho- e nos mais portos estrangeiros acostuma-
rio do navio Feliz Eugénia, pede passa- dos pelos seus estabelecimentos […]».
porte para Montevideo, com escala por Navio igualmente designado General
Sofala e Quelimane para carregar os es- Izidro aparece nos anos 1803/1804
cravos que aí tem à compra. como comprado nas Maurícias e viajan-
27
20/01/1802 – em Moçambique, armador do entre Moçambique e as mesmas Ilhas
do navio Ninfa do Mar, capitão Simão Maurícias e em cuja compra e viagens
José de Barros*, pretende fazer navega- intervêm Sebastião José Rodrigues*, An-
ção para o Rio de Janeiro com carga de tónio Salvador Monteiro* e Eugénio José
escravos. Sai de Moçambique com 445 Delfim*.
escravos e chega ao Rio de Janeiro com 23/08/1803 – em exposição ao governa-
217, em 06/1802. dor-geral, contra o negociante Michael
29/09/1802 – em Moçambique, auto Hogan, da praça do Cabo da Boa Espe-
de visita ao navio espanhol, São João rança, diz-se «negociante nesta capitania

2007  E-BOOK CEAUP


José Capela

há mais de 25 anos com navios e crédito 20/02/1804 – em Moçambique (?), ter-


por toda a parte». mo de arribada do brigue Eugénia Africa-
25/08/1803 – em Moçambique, um ma- na, ido de Quelimane.
rinheiro que fez a viagem do Rio de Ja- 05/08/1804 – em Moçambique, mani-
neiro para aquela capital, no navio Ninfa festo da carga do brigue Eugénia Africa-
do Mar, do senhorio de Joaquim do Ro- na, de que é armador e capitão Manuel
sário Monteiro, foi despedido e pretende António da Fonseca*. Traz de Sofala:
mudar para o navio Avé Maria, que parte 760 dentes de marfim, 90 escravos, ar-
para o Rio, em Outubro. roz, manteiga e mel.
20/10/1803 – em Moçambique, pede 05/09/1804 – em Moçambique, quer
para o seu brigue Eugénia Africana ir a mandar o brigue Eugénia Africana a Que-
Quelimane carregar mantimento que lá limane.
tem comprado. 05/10/1804 – consta do «Mapa das em-
28/02/1803 – em Moçambique, tendo barcações que tem a Praça de Moçambi-
comprado a José Joaquim Gonçalves* que» com quatro unidades: uma de dois
a carga de escravos que aquele tinha e três de três mastros. Tonelagem: uma
aprontada, em Quelimane, para a galera unidade de 100, duas de 250 e uma de
Ana Joaquina que naufragara, tem o bri- 300 toneladas.
gue Eugénia Africana a partir por aqueles 15/10/1804 – em Moçambique, requer
dias para fazer a referida carga. navegar o seu navio Ninfa do Mar, de 260
26/12/1803 – em Moçambique, mani- toneladas, para o porto de Montevideo,
festo de carga que traz de Quelimane o com escravos. E de lá para Moçambique.
brigue Eugénia Africana de que é arma- 15/10/1804 – em Moçambique, requer
dor Joaquim do Rosário Monteiro e capi- navegar os seu navio General Isidro, ca-
tão e primeiro piloto Manuel António da pitão e primeiro piloto Manuel Pedro
Fonseca*. Escravos: 50 do armador e 30 (ou Isidro?) de Almeida*, de 300 tonela-
das partes a fretes. das, para o porto de Montevideo, com a
1803 – a galera Joaquim perdeu-se em sua carregação de escravos, e de lá para
Montevideo com todos os escravos. A qualquer porto da Europa portuguesa, de
galera Ninfa Isidro perdeu-se no mesmo qualquer nação amiga ou neutra, voltan-
porto. do para Moçambique com escala pelos
09/01/1804 – em Moçambique, pede portos da América. Chegada a Montevi-
para mandar a Sofala, com mantimen- deo, com 253 escravos, em 24/04/1805.
28
tos, o seu bergantim Eugénia Africana. 27/10/1804 – manifesto de carga, em
Não podendo entrar em Sofala, arribou Moçambique, do brigue Eugénia Afri-
a Quelimane de onde chegou a Moçam- cana, de Joaquim do Rosário Monteiro,
bique em Março com 60 dentes de mar- chegada de Quelimane com 134 escra-
fim e 73 escravos. vos do armador.
28/01/1804 – em Moçambique, pede 1806 – a galera General foi confiscada no
passaporte para o seu navio General Isi- Cabo da Boa Esperança com o produto
dro navegar para o Rio da Prata, com es- da carregação.
cala no Cabo da Boa Esperança. 12/02/1806 – em Moçambique, senho-

E-book CEAUP  2007


Dicionário de Negreiros em Moçambique 1750-1897

rio do brigue Eugénia Africana, com pas- do do Rio de Janeiro, o seu brigue Pro-
saporte para Bourbon e Ilha de França. vidente carrega escravos dos quais vai
27/07/1806 – em Moçambique, senho- descarregar 217 ao Rio de Janeiro, em
rio do brigue Eugénia Africana, com pas- 02/1811.
saporte para as Maurícias ou Bourbon. 19/10/1811 – em Moçambique, o seu
03/01/1807 – em Moçambique, senho- procurador, José Francisco de Araujo*,
rio do navio Ninfa do Mar a seguir para o pede passaporte para o brigue Providen-
Cabo e Rio de Janeiro, com 193 escravos te ir de Moçambique ao Rio de Janeiro,
dos quais descarregou 130. com escala em Quelimane.
28/04/1807 – em Moçambique, senhorio 26/11/1811 – em Moçambique, requer a
do brigue Eugénia Africana, a partir para «viagem de Inhambane», por seis anos.
a Maurícia ou Bourbon, com escravos. 05/09/1812 – em Moçambique, a pedido
14/12/1807 – em Moçambique, vendeu de José Francisco Araujo*, passado pas-
a Ninfa do Mar a Manuel António da Fon- saporte ao brigue Providente, para o Rio
seca*. de Janeiro ou outro porto da América
28/03/1808 – em Moçambique, o seu Porguesa, com escala por Quelimane. A
procurador, José Francisco de Araujo*, 23, entrou em Quelimane levando como
pede passaporte para o brigue Eugénia capitão Francisco Domingues*. Saiu com
Africana viajar para a Maurícia. 235 escravos e foi descarregar 35 ao Rio
21/04/1808 – em Moçambique é-lhe de Janeiro.
concedida licença para ir à Ilha de Fran- 30/09/1813 – o governador-geral de
ça e Índia partindo de um porto da costa Moçambique dá informação sobre o
com 200 escravos. requerimento de Joaquim do Rosário
08/07/1808 – abaixo assinado, na corte Monteiro, entretanto falecido, pedindo
do Rio de Janeiro, em que se diz negocian- que o ofício de selador-mor da Alfân-
te na praça de Moçambique e senhorio de dega vá para o filho, Joaquim Eleutério
diversos navios que têm navegado para Monteiro. No requerimento dizia-se de
os portos daquela praça e principalmen- avançada idade, doente e arruinado.O
te para o de Quelimane. Deve tratar-se da governador abonava o suplicante como
petição do ofício de selador-mor da Alfân- digno da contemplação régia, a muitos
dega. Em Abril de1809, foi de Moçam- títulos, a saber: a) era um dos principais
bique ao Rio de Janeiro, com escravos, negociantes dquela praça, tendo trazido
muito provavelmente também pleitear a imensos cabedais em giro do seu negó-
29
sua nomeação. Por ofício de 14 de Junho cio, possuindo muitos navios. b) a per-
de 1809 S. A. Real mandava dar-lhe pos- da destes e outros prejuízos gravíssimos
se do ofício, conforme comunicação do haviam-no arruinado completamente ao
governador-geral ao conde da Anadia, de ponto de sua família se achar endivida-
01/12/1809. A 23 de Fevereiro de 1810 da, quase sem meios de subsistência.
estava para regressar a Moçambique e Conforme lápide na frontaria do esca-
apresentou queixa contra um comprador dório respectivo, reconstruiu a igreja de
de escravos que não lhos pagara. Nossa Senhora da Saúde, na Ilha de Mo-
28/11/1810 – em Moçambique, chega- çambique, em 1801.

2007  E-BOOK CEAUP


José Capela

[P. J. Peregrino da Costa, A Expansão do Goês pelo 1772 · Saint-Pierre


Mundo. / Eugénia Rodrigues, Percursos da Mandioca
LOUIS SAINT-PIERRE
em Moçambique no Século XVIII. / Arquivo Nacional do
Rio de Janeiro, cx. 643, pacote 1, nº 1 / BNL, Reser-
17/04/1772 – capitão do navio Digue
vados, Colecção Tarouca, nº 53 / AHU, Códice 1355 que sai de Lorient para as Ilhas Quirim-
/ Códice 1362, fls. 124, 132, vs., 143, 147 vs. e 194 bas de onde parte em 18/11/1772, com
/ Códice 1365, fls. 8, 17, 55, 55 vs., 99, 109, 113 vs., 282 escravos, dos quais descarrega 230
121 vs., 123, 127 vs., 139, 206 e 211 / Códice 1376,
(números imputados) em Cap Français,
fls. 2 / AHU, cx. 49, nº 27 / Cx. 56, nº 57 / Cx. 59,
nº 12 / Cx. 62, nº 38 / Cx. 64, nº 2 e nº 26 / Cx. 70, a 18 /07/1773.
nº 70 / Cx. 80, nº 102 / Cx. 81, nº 68 e nº 99 / Cx. 89, [Eltis]
nº 44 / Cx. 90, nº 23 / Cx. 94, nº 79, nº 126 / Cx. 92,
nº 38, nº 43, nº 79 / Cx. 99, nº 12 / Cx. 101, nº 33,
1775 · Beltrand
nº 38, nº 79 / Cx. 97, nº 25 e nº 79 / Cx. 105, nº 20,
nº 44 e nº 64 / Cx. 107, nº 58 /Cx. 108, nº 7, nº 59, FRANCISCO BELTRAND
nº 61, nº 81 e nº 86 / ������������������������������������
Cx. 119, cap. 7, cap. 82 / Cx. 121, 15/11/1775 – em Moçambique, capitão
cap. 92 / �����������������������������������������������
Cx. 122, cap. 88 / cx. 123, cap. 50 / Cx. 130, da corveta Nossa Senhora da Conceição e
cap. 1 / �����������������������������������������������
Cx. 131, cap. 76 / Cx. 134, cap. 87 / Cx. 138,
Pérola, com passaporte para seguir via-
cap. 12 e cap. 64 / Cx. 141, cap. 28 e cap. 85 / Cx.
144, cap. 84 e cap. 133 / Cx. 146, cap. 103 / Eltis]
gem para o porto das Maurícias.
[AHU, certidão passada por ordem do governador
Pereira do Lago]
1772 · Brugevin
JOSEPH BRUGEVIN 1775 · Hercouet
1772 – capitão do navio Aventurier, vai
HERCOUET
de Bordeus às ilhas Quirimba onde car-
27/10/1775 – capitão do navio Sainte
rega 493 escravos dos quais descarrega
Anne, parte de Saint-Malo para Angola e
402 (números imputados) em S. Domin-
Moçambique onde carrega 679 escravos
gos (?).
(número imputado) dos quais descarrega
1775 – capitão do navio Vaillant, vai de
553 em Cap Français, em 31/01/1778.
Bordeus a Moçambique onde carrega
[Eltis]
493 escravos dos quais vai descarregar
402 (números imputados) a Cap Fran-
1775 · Monbray
çais, em 09/04/1877. Capturado pelos
PRUDHOME de MONBRAY
ingleses após o desembarque.
1775 ? – capitão do navio francês Barbe-
16/10/1783 – capitão do navio Licorne,
rie, saiu de Nantes.
sai de Bordeus e vai a Moçambique car-
15/02/1776 – está na Ilha de França,
30 regar 368 escravos (número imputado)
proveniente de Nantes.
dos quais descarrega 300, em Cap Fran-
10/11/1776 – está na Ilha de França,
çais, em 17/06/1785.
proveniente do Ibo (?).
18/01/1787 – capitão do navio Licorne,
25/06/1778 – no Cabo da Boa Esperança
sai de Bordeus para a Ilha de França, Ibo
com 222 (ou 268?) escravos carregados
e Moçambique de onde sai a 05/10/1787
em Moçambique. Terá descarregado 268
com 446 escravos, dos quais descarrega
(número imputado) em São Domingos,
440, em Cap Français, a 10/02/1788.
em 1778.
[Mettas / Eltis / �����������������������������
Revue Maritime et Coloniale, Voyage
[Mettas / Eltis]
d’un Navire Négrier]

E-book CEAUP  2007


Dicionário de Negreiros em Moçambique 1750-1897

1776 · Gallinée 1779 · Guedes


RUELLAN DE LA GALLINÉE JOÃO DA SILVA (SOUSA?)
1776 – capitão do navio Aimable Victoire, GUEDES
parte de Saint-Malo para Moçambique 1778/1779 – escrivão da Alfândega de
onde carrega 493 escravos dos quais des- Moçambique.
carrega 402 (números imputados) em 13/08/1789 – além da nau de viagem,
Cayenne, em 06/1778. estavam no porto de Moçambique o na-
[Eltis] vio S. Tiago Maior e Estrela da Ásia que
venderam a João da Silva Guedes, o pri-
1779 · Andrade meiro 270 e o segundo 140 arrobas de
JERÓNIMO JOSÉ NOGUEIRA DE pólvora e 644 espingardas.
ANDRADE 17/11/1791 – João da Silva Guedes e Cª
Natural do Brasil, oficial do Exército, tra- é senhorio da corveta Nossa Senhora do
ficou escravos em Moçambique. Autor Carmo Pérola da África, com passaporte
da Descrição do Estado em que ficavam de barco de viagem para Inhambane.
os Negócios da Capitania de Moçambique 07/1792 – em Moçambique, foi-lhe pas-
[…] em 1789. Esteve em Moçambique de sada a provisão de escrivão-maior da Al-
1779 a 1790. Era capitão de artilheiros, fândega.
foi comandante da Praça de S. Sebastião 27/10/1792 – em Moçambique, senho-
e secretário do governo. Foi armador em rio do bergantim Santo António e os Dois
viagens de negócio na costa de Moçam- Amigos que segue de Moçambique para
bique e acusado de negócio clandestino Lourenço Marques.
de armas assim como de sustentar a sua 07/08/1793 – dá licença para que seu fi-
armação de escravos na Fortaleza. Acu- lho Amaro Guedes da Silva se vá educar
sado de ter juntado mais de 300000 cru- para a corte de Lisboa.
zados em dinheiro e de ter embarcado 05/11/1793 – em Moçambique, regis-
para o Brasil a 10 de Novembro de 1789 to da carta patente de capitão-mor de
com 350 escravos. Mais tarde, foi briga- ordenanças. Era sargento-mor de orde-
deiro, no Brasil. nanças.
[Caetano Montez, Descobrimento e Fundação de Lou- 11/09/1794 – de Moçambique, o bergan-
renço Marques / Alexandre Lobato, História do Presí- tim de João da Silva Guedes e Cª, Santo
dio de Lourenço Marques]
Antonio Dois Amigos, vai a Inhambane
meter escravos com destino ao Maranhão 31
1779 · Chantraine
ou outro porto da América Portuguesa.
LEFEVRE DE CHANTRAINE
15/04/1798 – em Quelimane, são despa-
22/08/1779 – armador da corveta Vito-
chados em seu nome, na pala de viagem
ria, que requerera poder comerciar es-
Aurora Feliz, 32 escravos.
cravos nos portos de Moçambique como
23/10/1801 – em Moçambique, requer
pagamento dos prejuízos havidos na sua
licença para o seu patacho S. Vicente For-
embarcação.
midável ir ao porto de Quelimane carre-
[ANTT, Ministério do Reino, maço 604]
gar mantimentos e escravos para bordo
do navio Castelão de Dio.

2007  E-BOOK CEAUP


José Capela

08/11/1801 – é o primeiro de quatro ne- cador que parte de Inhambane para Mo-
gociantes portugueses estabelecidos em çambique com 950 dentes (500 arrobas)
Moçambique com fundos de bastante de marfim e 90 escravos.
consideração, propostos pelo governa- 23/10/1810 – é dado passaporte a seu
dor-geral para uma condecoração. filho David Guedes da Silva, para se ir
04/01/1802 – em Moçambique, escrivão educar no Rio de Janeiro.
maior da Alfândega, havia perto de 24 28/06/1813 – em Moçambique, passaporte
anos, pede o alvará da mercê vitalícia, ao bergantim Pescador, de que é senhorio
que lhe foi concedido. João da Silva Guedes, para ir a Quelimane.
12/03/1803 – em Moçambique, senho- 26/10/1813 – requer que o ofício de es-
rio do patacho São Vicente Formidável, crivão maior da Alfândega passe para
pede passaporte para Quelimane, para seu filho mais velho Vicente Guedes da
carregar mantimento. Silva e Sousa* com os argumentos de
25/05/1803 – em Moçambique, pede servir havia muitos anos com honra, ser
passaporte para ir à Ilha de França em um dos principais moradores da capital,
navio francês surto no porto. antigamente ter manejado um grosso
17/09/1803 – em Moçambique, pede comércio que abandonara pela idade e
passaporte para mandar o seu patacho S. «principalmente por ter concorrido para
Vicente Formidável a Qelimane, a carre- o estabelecimento de famílias de que
gar mantimento. tanto se precisa nesta colónia, casando
07/11/1803 – em Moçambique, pede as suas filhas com muito bons dotes».
para navegar para a Ilha de França o seu 23/08/1816 – em Moçambique, requer
navio D. Carlota. passaporte para o seu neto João Guedes
30/07/1896 – em Moçambique, senho- da Silva e Sousa se ir educar a Goa.
rio do navio Generoso Albuquerque, com 17/01/1818 – uma informação do gover-
passaporte para ir a Camão. nador-geral dá-o como um dos homens
08/10/1807 – em Moçambique, senhorio mais honrados da capitania, mas que a
da galera Constância, requer passaporte sua demasiada bondade o fazia ser in-
para uma viagem aos portos da América dulgente e não ter os negócios naquela
Portuguesa ou espanhola. marcha recomendada pelas ordens ré-
05/11/1807 – em Moçambique, proprie- gias e instruções. Advertido, melhorara.
tário do brigue General Albuquerque, de 13/01/1819 – informação do governa-
que é capitão António José de Azevedo*, dor-geral : «[…] tem tudo na maior re-
32
requer passaporte para uma viagem a gularidade e a sua falta será sensível aos
Inhambane e Cabo das Correntes. interesses da Fazenda Real».
17/04/1810 – a sumaca Pescador, de que [AHU, cx. 59, nº 12 / Cx. 80, nº 101 / Cx. 89, nº 41
era senhorio, estava a viajar de Inhamba- / Cx. 90, nº 3 / Cx. 92, nº 5 / Cx. 98, nº 24 / Cx. 99,
nº 98 / Cx. 102, nº 39 / Cx. 104, nº 7 / ��������������
Cx. 121, cap.
ne para Moçambique, tendo como capitão
29, cap. 76 / Cx. 132, cap. 31 / Cx. 133, cap. 28 / Cx.
António José de Azevedo*, com carga a 144, cap. 72 / Cx. 145, cap. 48 / ����������������������
Códice 1362, fls. 136
fretes de negociantes da praça de Moçam- vs., fls. 166, 206 vs. Códice 1365, fls. 34 vs., 211 vs. /
bique, de que constavam 30 escravos. Códice 1376, fls. 23, e 138 vs. / Antonio Carreira – O
Tráfico Português de Escravos]
27/07/1810 – senhorio do patacho Pes-

E-book CEAUP  2007


Dicionário de Negreiros em Moçambique 1750-1897

1781 · Baherre 29/04/1798 – em Quelimane, carrega


J. F. BAHERRE 12 escravos na chalupa Bonita.
28/11/1781 – capitão do navio Gene- 27 /09/1798 – em Quelimane, carrega
vieve, sai de Nantes para Moçambique, quatro escravos na chalupa Bonita, mais
Mascarenhas e outros portos, de onde quatro no bergantim Boa Caetana e neste
regressou a Moçambique e onde carre- mesmo bergantim mais 24 consignados
gou 493 escravos dos quais descarregou a Joaquim do Rosário Monteiro*.
402 (números imputados) na Martinica, 23/08/1804 – em Quelimane, carrega 9
em 30/08/1784. escravos no bergantim Bom Sucesso.
[Eltis] 21/01/1811 – o governador-geral pro-
pô-lo para governador de Rios de Sena,
1781 · Bonhome alegando que era «hábil e tem numerosa
PIERRE LE BONHOMME escravatura».
1781 – capitão do navio Union, parte de 07/06/1817 – em Moçambique, senho-
Saint-Malo para Moçambique onde che- rio do brigue escuna São José Africano
ga a 15/02/1782 e onde carrega 239 es- pretende seguir viagem para Quelimane,
cravos. levando como mestre e piloto José Joa-
20/03/1782 – sai de Moçambique e des- quim dos Reis*.
carrega 195 escravos (números impu- 15/01/1818 – na lista dos proprietários
tados) no Cabo da Boa Esperança, em de embarcações da praça de Moçambi-
05/10/1782. que, com o brigue São José Africano.
[Eltis] [AHU, cx. 80, nº 109 /Cx. 81, nº 68 / Cx. 81, nº 83 /
Cx. 108, nº 81 / Cx. 135, cap. 35 / �������������������
Cx. 153, cap. 76 /
Cx. 156, cap. 13]
1782 · D. Kerozet
BOUDIN KEROZET
1783 · Michel
22/10/1782 – capitão do navio francês
Pintade, parte de Port-Louis, Maurícias, JEAN MICHEL
para Moçambique e Quíloa onde che- 17/07/1783 – capitão do navio Victoire,
gou a 24/12/1782 e onde carregou 493 sai de Bordeus para Moçambique, aí car-
escravos dos quais descarregou 402 nas rega 199 escravos e sai em 18/11/1784
Américas. para Port-au Prince, onde descarrega 162
[Eltis]
(números imputados), em 05/08/1785.
[Eltis]
33
1783 · Costa
1783 · Vieuville
JOSÉ AGOSTINHO DA COSTA
1783 – natural de Portugal foi para o LE BRETON DE LA VIEUVILLE
regimento de Moçambique como praça 17/07/1783 – capitão do navio Jolie
de soldado e nele serviu até ao posto de Henriette de Ribeaucourt, sai de Bordeus
primeiro tenente. Em 1790 foi promovi- para Moçambique onde carrega 493 es-
do a feitor e alcaide-mor da Vila de Sena cravos, dos quais vai desembarcar (em S.
e, mais tarde, a coronel do regimento de Domingos?) 402, em 11/04/1784.
[Eltis]
milícias de Quelimane.

2007  E-BOOK CEAUP


José Capela

1783 · Wibert 1784 · Camairan


WIBERT CAMAIRAN
22/04/1783 – capitão do navio Rose, sai 26/05/1784 – capitão do navio Vicomte
de Nantes, vai a Moçambique, onde está de Souillac sai de Marselha para as Ilhas
de 12/09/1783 a 28/01/1784 e de onde Quirimba onde carrega 145 escravos (nú-
sai com 301 escravos dos quais descarre- mero imputado) dos quais vai descarre-
ga 228 em Cap Français. gar 118 a Cap Français, em 05/05/1787.
[Mettas / Eltis] [Eltis]

1784 · Alves 1784 · Pereira


JOÃO ALVES JOÃO ÁLVARES PEREIRA
27/10/1784 – em Moçambique, capitão e 18/05/1784 – em Moçambique, capitão
sobrecarga da corveta de 150 toneladas, e primeiro piloto da corveta de 140 tone-
Nossa Senhora do Monte do Carmo Santo ladas Nossa Senhora do Monte do Carmo
António e Almas, do senhorio de Joaquim Santo António e Almas do senhorio de
José da Costa Portugal*, com passaporte Joaquim José da Costa Portugal* obtém
para Inhambane. passaporte para Quelimane.
03/07/1787 – em Inhambane, capitão da [AHU, códice 1355]
corveta Nossa Senhora da Penha de Fran-
ça, a sair para Moçambique com 2460 ar- 1784 · Portugal
robas de marfim e 150 escravos. JOAQUIM JOSÉ DA COSTA
[AHU, códice 1355 / Cx. 54, nº 42] PORTUGAL
18/05/1784 – em Moçambique, senho-
1784 · Ambaidas rio da corveta Nossa Senhora do Monte do
VELGI AMBAIDAS Carmo Santo António e Almas, de 140 to-
15/04/1784 – em Moçambique, senho- neladas, obtém passaporte para ir a Que-
rio da corveta de 140 toneladas, Nossa limane levando como capitão e primeiro
Senhora da Penha de França Santo Antó- piloto João Álvares Pereira*.
nio e Almas Santas, regista o passaporte 27/10/1784 – em Moçambique, senho-
para ir a Sofala, levando como capitão e rio da corveta Nossa Senhora do Monte do
sobrecarga Manuel José de Oliveira*. Carmo Santo António e Almas, com pas-
[AHU, códice 1355] saporte para Inhambane, levando como
34 capitão e sobrecarga João Alves*.
1784 · Bazin 22/10/1785 – em Moçambique, senho-
BAZIN rio da corveta Nossa Senhora do Monte do
1784 – capitão do navio francês Vicomte Carmo, com passaporte para Lourenço
de Souillac sai de Lorient para Moçambi- Marques.
que onde carrega 293 escravos dos quais 1786 – nomeado governador de Louren-
vai descarregar 239 (números imputa- ço Marques. Até então, governador de
dos) a Cap Français, em 29/03/1785. Cabo Delgado onde esteve onze anos e
[Eltis] onde manteve grosso negócio irregular
com os franceses. Cobrava para si 12 a 16

E-book CEAUP  2007


Dicionário de Negreiros em Moçambique 1750-1897

escravos por escravo exportado. Armou 05/05/1794 – em Moçambique, coman-


três navios de gávea que utilizou no trá- dante e piloto da pala Nossa Senhora dos
fico de escravos para as colónias france- Remédios, de Narangi Dangi*, a sair para
sas. Nomeadamente a corveta Monte do Sofala.
Carmo em que teve interesses o capitão 15/08/1795 – em Moçambique (de onde
– general Vicente Caetano da Maia e Vas- saira para Quelimane a 30/05), a nau
concelos. Terá feito uma das primeiras de viagem Nossa Senhora dos Remédios
grandes fortunas de Moçambique ava- procede ao manifesto de carga prove-
liada em 60000 cruzados. A deslocação niente de Quelimane, com 194 escravos,
para Lourenço Marques ter-lhe-á sido incluindo os dos passageiros. Com toda
fatídica pois aí lhe morrreu a mulher ao a probabilidade (não consta) do senho-
fim de alguns meses e ele próprio em rio de Narangi Dangi* e do comando de
1789. José Francisco Ribeiro.
[AHU, códice 1365 / Alexandre Lobato, História do 08/03/1796 – o comandante de Queli-
Presídio de Lourenço Marques] mane concede licença ao capitão da cor-
veta Santo António e Dous Amigos para
1784 · Ribeiro carregar 10 escravos de suas liberdades
JOSÉ FRANCISCO RIBEIRO e o governador de Rios de Sena licen-
12/07/1784 – em Moçambique, capi- ça para carregar 12. Carregou mais: de
tão e primeiro piloto da sumaca Estrela tripulantes pelas suas liberdades 10; de
d’África, de 80 toneladas, do senhorio de Pedro Antonio José da Cunha* 20; de
Taibo Valy*, com passaporte para Queli- Manuel Ribeiro* 27.
mane. 04/08/1796 – em Quelimane, capitão
08/04/1785 – em Moçambique, passado do bergantim Santo António e Dous Ami-
passaporte a favor do Prior do convento gos, do senhorio de António José Teixei-
de São João de Deus para a navegação ra Tigre* carrega 194 escravos: de Pedro
da chalupa Almas Santas para Quelima- Xavier Velasco* para Agostinho da Costa
ne, levando como capitão e piloto José Ferreira* 20. De João Jacques Frechaut*
Francisco Ribeiro. para Carlos José Guezi* 50. De Micael Ca-
1789(?) – em Moçambique, capitão e etano Afonso* 10. De Pedro António Arau-
primeiro piloto da chalupa Mondió de jo* um. Do governador dos Rios de Sena
Assane Vali* à qual é concedido passa- para seu filho 20. Do padre frei António de
porte para ir a Quelimane. São José Nepomuceno* 33. Da equipagem
04/05/1793 – em Moçambique, capitão
35
30. Do capitão do bergantim 30.
e piloto do bergantim Bom Sucesso, da 26/08/1796 – em Moçambique, procede
propriedade de José Teixeira Tigre*, que ao manifesto de carga da corveta de via-
vai a Quelimane como navio de viagem. gem (Santo António e Dous Amigos?) de
01/09/1793 – em Moçambique, capi- Quelimane, tendo sido declarados 150
tão e piloto do bergantim Bom Sucesso, escravos.
da propriedade de José Teixeira Tigre*, 01/12/1796 – em Quelimane, capitão da
a partir para Sofala como navio de via- pala Nossa Senhora dos Remédios.
gem. 15/04/1798 – em Quelimane, carrega 30

2007  E-BOOK CEAUP


José Capela

escravos no bergantim Africano Ligeiro. 1784 · Valy


15/04/1798 – em Quelimane, carrega 15 TAIBO VALY
escravos na pala de viagem Aurora Feliz. 12/07/1784 – em Moçambique, senhorio
06/12/1798 – em Quelimane, mani- da sumaca Estrela d’África, de 80 tonela-
festo de escravos carregados na galera das, com passaporte para Quelimane,
Joaquina do senhorio de Joaquim do Ro- levando como capitão e primeiro piloto
sário Monteiro*, que faz viagem de torna José Francisco Ribeiro*.
– volta para a capital por perda de docu- [AHU, códice 1355]
mentos em naufrágio de lancha e que de-
via seguir derrota para o Rio de Janeiro: 1785 · Gangadas
José Francisco Ribeiro, como procurador GOVANGI GANGADAS
do senhorio, manifesta 189 caporros, 7 14/10/1785 – em Moçambique, senho-
bichos, 4 negrinhas e uma negra, todos rio da sumaca Lanceta Santo António e
do mesmo senhorio. Almas Santas, de 200 toneladas, a que é
23/09/1801 – senhorio da corveta Fe- concedido passaporte para navegar para
liz Costa, construída em Quelimane. Em Sofala, Bazaruto e Quelimane.
Moçambique, pede passaporte para fazer [AHU, códice 1355]
a viagem de Quelimane que lhe tinha sido
prometida pelo governador anterior. 1785 · Maurice
09/08/1802 – em Moçambique, prove- ROUXEL DE SAINT-MAURICE
niente de Quelimane, capitão do brigue 23/07/1785 – capitão do navio Astrée,
Feliz Costa, manifesta a carga entre a parte de Saint-Briene para Moçambique
qual 100 escravos dos passageiros. onde está de 02/07/1785 a 08/11/1785
01/09/1802 – pede para ir a Quelimane e onde carrega 307 escravos (número im-
como barco de viagem. putado). Está no Cabo da Boa Esperança
04/08/1803 – senhorio e capitão do bri- de 14/12/1785 a 28/01/1786. Descar-
gue Feliz Costa, manifesta, em Moçambi- rega 250 escravos em Cap Français, em
que, a carga transportada de Quelimane, 15/06/1787.
entre a qual 200 escravos. [Mettas / Eltis]
15/06/1804 – em Moçambique, pelo
seu procurador, requer autorização para 1785 · Pascaud
mandar o bergantim Feliz Costa a Queli- PIERRE PASCAUD
mane. 25/03/1785 – capitão do navio Flore, vai
36
02/08/1804 – à saída de Quelimane, de Nantes para Moçambique de onde sai
naufragou nesta data o navio de viagem em 02/07/1785 com 368 escravos (nú-
Feliz Costa, de José Francisco Ribeiro, mero imputado) para Cap Français onde
tendo morrido o capitão, dois marinhei- descarrega 330, em 28/03/1786.
ros, e quase toda a escravatura. [Eltis]
[AHU, códice 1355, e códice 1365, fls. 3 e fls. 29 / Cx.
71, nº 36 / Cx. 73, nº 63, nº 67 e e nº 69 / Cx. 74, nº 1785 · Silveira
81, nº 104 / Cx. 76, nº 50 / Cx. 80, nº 101, nº 102 / Cx.
JOSÉ NUNES DA SILVEIRA
81, nº 99 / Cx. 89, nº 10 / Cx. 94, nº 3, nº 24 / Cx. 97,
nº 25 / Cx. 108, nº 14 e nº 80] Nasceu na Ilha do Pico em meados do

E-book CEAUP  2007


Dicionário de Negreiros em Moçambique 1750-1897

século XVIII e morreu em Lisboa a 16 de Nunes da Silveira e Cª, e que saiu para o
Junho de 1833. Maranhão.
1785 – entra em Lisboa como capitão do [AHU, cx. 171, cap. 99 / Cx. 174, cap. 85 A / Códice
navio Santa Cruz, em proveniência de 1376, fls. 180 / José da Silveira Viana – Notas biogra-
phicas de José Nunes da Silveira / Enciclopedia Luso-
Macau.
Brasileira. / António Carreira, O Tráfico Português de
1808 – faz parte do batalhão de Voluntá- Escravos na Costa Oriental Africana Nos Começos do
rios Reais do Comércio, organizado depois Século XIX]
da primeira invasão francesa, em 1808.
10/03/1817 – em Moçambique, armador 1786 · Berthome
do bergantim Delfim, proveniente de Lis- NICOLAS BERTHOMME
boa, carrega 385 escravos dos quais vai 29/03/1786 – capitão do navio La Ma-
descarregar 284 ao Maranhão. dame, sai de Nantes para Moçambique
17/04/1818 – em Moçambique, ido de onde chega a 04/07/1786 – vai a Quíloa
Lisboa, o bergantim Delfim, de que era onde está em Outubro e Novembro de
armador José Nunes da Silveira, de onde 1876, e de onde sai para Moçambique,
sai com 333 escravos para Pernambuco, em 15/07/1786, com 643 escravos. Está
onde chega com 272, em 30/06/1818. no Cabo da Boa Esperança em Dezem-
16/07/1818 – o seu brigue Golfinho S. Fi- bro de 1786, onde vende 43. Com 236
lipe de Nery sai de Lisboa. mortos na travessia e 10 durante a ven-
30/01/1819 – está em Moçambique de da introduz 364 em Port-au-Prince, em
onde sai a 07/03/1819, chegando ao Ma- 25/02/1787.
ranhão, a 19/9/05/1819, com 209 escra- 06/04/1788 – capitão do navio La Ma-
vos. De 148 toneladas, podia transportar dame, sai de Nantes para Moçambique
372 escravos conforme alvará de 24 de onde está de 24/07/1788 a 10/09/1788
Novembro de 1813. Comprara 269 escra- e onde carrega 497 escravos. Vai para
vos, dos quais morreram muitos após a o Cabo da Boa Esperança onde está de
chegada ao Maranhão. 02/01/1789 a 23/03/1789. Vai para
1820 – representou o comércio no Go- Port-au-Prince onde descarrega 405 es-
verno-Junta Provincial do Governo cravos, em 08/05/1789.
Supremo do Reino e depois na Junta 24/08/1792 – em Nantes, capitão do
Preparatória das Cortes. navio Les Deux André, sai para Moçam-
07/09/1820 – passaporte passado em bique, indo à Ilha de França, onde está
Lisboa ao bergantim Delphim, de que a 27/03/1793, a Pondichéry e a Quí- 37
eram armadores José Nunes da Silvei- loa, reentrando na Ilha de França em
ra e Cª, para ir aos portos da Costa da 21/12/1793. Vai a Moçambique e no re-
África Oriental e Brasil, com regresso a gresso à Ilha de França é apresado pelos
Lisboa. Foi a Moçambique e estava em ingleses nas Seychelles.
Quelimane, em 30/12/1820, com 448 [Mettas / Eltis]
escravos com que partiu para o Brasil e
para Lisboa. 1786 · Guesdon
19/10/1821 – em Moçambique, o bri- GUESDON
gue Delfim, de que eram armadores José 22/12/1786 – capitão do navio Breton

2007  E-BOOK CEAUP


José Capela

que parte de Lorient para Moçambique 1786 · Wuibert


onde chega a 16/07/1787 e de onde sai J. B. WUIBERT
com 820 escravos dos quais descarrega 23/06/1786 – capitão do Paquebot de
668 (número imputado) em São Marcos, Bourbon, sai de Bordeus para a ilha de
a 25/03/1788. França e Moçambique onde carrega 161
[Eltis] escravos dos quais vai descarregar 131
(números imputados) em Cap Français,
1786 · Heguy em 23/03/1789.
ALEX HEGUY [Eltis]
30/03/1786 – capitão do navio Le Comte
d’Angivilliers, sai de Nantes para Mo- 1787 · Augier
çambique, onde está de 01/07/1786 até AUGIER
31/01/1787. Vai com 863 escravos para 17/11/1787 – capitão do navio Rapha-
o Cabo da Boa Esperança, onde está de el sai de Marselha e vai a Moçambique
01/03/1787 a 08/04/1787 e onde mor- onde carrega 194 escravos, dos quais
rem 279 ou 275. Descarrega 588 em Cap descarrega 158 (números imputados)
Français, a 03/06/1787. em S. Domingos.
[Mettas / Eltis] [Eltis]

1786 · Ventre 1787 · Baudin


FRANÇOIS VENTRE NICOLAU BAUDIN
1786 – capitão do navio Oiseau, saiu de 15/06/1787 – em Moçambique, capitão
Bordeus, foi a Moçambique carregar es- do navio francês La Pepita.
cravos e daí ao Cabo da Boa Esperança e [AHU, cx. 54, nº 58]
Ilha de França onde descarregou 179.
[Voyage d’un Navire Négrier] 1787 · Cochon
COCHON, TROPLONG ET Ce.
1786 · Voisin 1787/1788 – armadores de Bordeus do
MARIN VOISIN navio que saiu daquele porto autorizado
06/12/1786 – capitão do navio Saint «a ir à costa de Moçambique, passando
Denis, sai de Bordeus par Moçambi- pela Ilha de França à procura de 500 ne-
que e Quíloa onde carrega 368 escra- gros a transportar para as colónias fran-
vos (número imputado) e de onde sai cesas da América, particularmente para
38
a 15/01/1788 para Cap Français, onde a Ilha e costa de S. Domingos».
descarrega 300. [Revue Maritime et Coloniale]
21/03/1789 – capitão do navio Patrie,
sai de Bordeus para Moçambique onde 1787 · Dalmus
carrega 380 escravos (número imputa- DALMUS
do) dos quais vai descarregar 310 em 17/11/1787 – capitão do navio Joaquim
Cap Français, em 04/1790. sai de Marselha e vai a Moçambique,
[Eltis] onde carrega 212 escravos, dos quais vai
descarregar 173 (números imputados)

E-book CEAUP  2007


Dicionário de Negreiros em Moçambique 1750-1897

em Cap Français, a 24/03/1790. Lisboa. Devia fazer um mapa de Rios


[Eltis] de Sena com os depósitos minerais. Foi
igualmente nomeado secretário-geral
1787 · Gendron do governo da Colónia de Moçambique.
GENDRON Deixou: (1) o manuscrito: Relação das
16/07/1787 – em Moçambique, auto de Viagens Philosophicas que por Ordem de
visita à fragata Breton, de nação france- Sua Magestade Fidelissima tem feito nas
sa, de que é capitão, e que saira de Nan- terras da Jurisdição da Vila de Tete e al-
tes, a 22/12/1786, com carga para a Ilha gumas dos Maraves, Sena, 4 de Julho
de França, de onde saiu a 27/06/1787, de 1788. (2) Relação da Viagem feita pe-
ida a Moçambique para carregar escra- las Terras de Manica em 1788, publicado
vatura para a América Francesa. Era por- em Anais do Conselho Ultramarino, parte
tadora de 37000 patacas espanholas. não oficial, Série I, p. 242 e segs.. (3) Um
[AHU, cx. 54, nº 48] manuscrito em latim que descreve mine-
rais e plantas por ele escolhidas durante
1787 · Labat o seu estudo de história natural em Goa.
P. (João Leão?) LABAT 20/09/1793 – despacha juntamente com
1787 – capitão do navio Euphresine, sai Gabriel José Pereira Basto* da Ilha de
de Bordeus para Moçambique onde car- França para o porto de Moçambique o seu
rega 178 escravos, saindo a 04/01/1788 navio Bazaruco, de 260 toneladas, para
para S. Domingos, onde descarrega 145 todos os portos de Moçambique.
(números imputados), em 23/06/1789. 06/03/1794 – em Moçambique, procede
[AHU, cx. 57, nº 2 / Eltis] ao despacho para ir a Quelimane com o
bergantim Bazaruco de que era proprie-
1787 · Lauratet tário juntamente com Gabriel Pereira
J. LAURATET Basto* e capitão e piloto João da Luz*.
17/08/1787 – capitão do navio Petite Do- 15/10/1794 – em Moçambique, arma
rade, sai de Bordeus para Moçambique o bergantim Bazaruco para Inhambane
de onde sai em 1789 com 195 escravos e Maranhão ou outro porto da América
dos quais descarrega 159 em Cap Fran- Portuguesa, espanhola ou francesa e daí
çais, em 06/04/1789. para a Europa.
[Eltis] 30/10/1794 – em Moçambique, arma a
galera Lyra, de 400 toneladas, para a Amé-
39
1787 · Silva rica Portuguesa, espanhola ou francesa.
MANUEL GALVÃO DA SILVA [Monumenta, Boletim da Comissão dos Monumentos
Nacionais de Moçambique, nº 8, Ano VIII, 1972. /
08/1787 – data provável da sua ida para
AHU, cx. 69, nº 11. Códice 1365, fls. 16, fls. 22, fls.
Moçambique. Acompanhado de dois as- 34 vs. e fls. 36]
sistentes, um botânico, José da Costa, e
outro desenhador, António Gomes. Ob- 1788 · Abeille
jectivo, o estudo da flora e da fauna de JOSEPH ABEILLE
Moçambique, recolha de especimenes 09/09/1788 – capitão do navio Ville de
minerais para o Museu da Ajuda, em Bordeaux, sai de Bordeus para Moçambi-

2007  E-BOOK CEAUP


José Capela

que onde carrega 741 escravos (número 06/03/1790 – capitão do navio La Flo-
imputado) e vai decarregar em São Mar- re, sai de Nantes para Moçambique,
cos 600, em 04/03/1790. onde está de 12/07/1790 a 17/09/1790
[Eltis] e onde carrega 447 escravos (número
imputado), saindo a 12/07/1790 para
1788 · André o Cabo da Boa Esperança onde fica até
ANDRÉ 12/10/1790. Sai para Cap Français onde
1788 – capitão do navio Marc Antoine sai descarrega 364 escravos a 07/12/1790.
de Marselha e vai a Moçambique carre- [Mettas / Eltis]
gar 493 escravos, dos quais descarrega
402 (números imputados) em Cap Fran- 1788 · Comte
çais, em 06/1790. COMTE
[Eltis] 1788 – capitão do navio Constante Pau-
line sai de Marselha e vai a Moçambique
1788 · Antoine onde carrega 283 escravos (número im-
P. ANTOINE putado), dos quais descarrega 231 em
28/03/1788 – capitão do navio Trois Les Cayes, em 19/01/1790.
Philipes que sai de Marselha e vai a Mo- [Eltis]
çambique onde carrega 351 escravos
(número imputado) dos quais descar- 1788 · David
rega 286 em Les Cayes, em 30/12/1788. DAVID
[Eltis] 1788 – capitão do navio Marguerite, par-
te da Ilha de França para Moçambique de
1788 · Bourbon onde saiu a 11/09/1789 e onde carregou
JACQUES BOURBON 282 escravos dos quais descarregou 230
20/05/1788 – capitão do navio Neces- em Cap Français (números imputados),
saire, sai de Bordeus para Moçambique em 31/01/1790.
onde carrega 187 escravos dos quais vai [Eltis]
descarregar 152 (números imputados) em
Cap Français, em 14/04/1790. 1788 · Dubreil
[Eltis] FR. DUBREIL
19/04/1788 – capitão do navio Felix que
1788 · Bretagne sai de Lorient para Moçambique onde
40
JULIEN BRETAGNE carrega 125 escravos (número imputa-
05/04/1788 – capitão do navio La Flo- do) dos quais vai descarregar 102, em
re, sai de Nantes para Moçambique onde Les Cayes, a 25/06/1789.
está de 21/07/1788 a 13/10/1788 e onde [Eltis]
carrega 358 escravos (número imputa-
do). Parte para o Cabo da Boa Esperança 1788 · Duc
onde está de 03/12/1788 a 22/12/1788. JEAN MARIE LE DUC
Está em Les Cayes, em 09/02/1789, 24/07/1788 – capitão do navio Père de
onde descarrega 292. Famille, sai de Bordeus para Moçam-

E-book CEAUP  2007


Dicionário de Negreiros em Moçambique 1750-1897

bique onde carrega 218 escravos (nú- escravos do que os manifestados.


mero imputado). Sai em 06/1789 para 12/03/1799 – O Nazareth descarrega em
Cap Français, onde descarrega 178, em Montevideo 156 dos 250 escravos carre-
05/01/1790. gados em Moçambique.
[Eltis] [Roquinaldo Ferreira. / AHU, cx. 81, nº 4 / Códice
1365, fls. 87, 88 e 89. / Eltis]

1788 · Gourrège
AMAN GOURRÈGE 1788 · Lemaitre
12/12/1788 – capitão do navio Baron LOUIS LEMAITRE
Lefort, sai de Bordeus para Ilha de Fran- 13/02/1788 – capitão do navio Brillant,
ça e Moçambique onde carrega 442 es- sai de Bordeus para Moçambique onde
cravos (número imputado) dos quais carrega 398 escravos dos quais vai des-
vai descarregar 360 a Cap Français, em carregar 324 (números imputados) a
07/02/1791 São Marcos, em 25/06/1789.
[Eltis] 05/02/1791 – capitão do navio Jeune Ca-
roline, parte de Bordeus para Moçambi-
1788 · Guimarães que onde carrega 293 escravos dos quais
MANOEL DE SOUZA GUIMARÃES descarrega 239 em Cap Français, em
1788 – um dos maiores comerciantes 10/02/1792.
em Luanda com interesses em Bengue- [Eltis]

la. Casado com a irmã de um dos mais


importantes comerciantes de Benguela, 1788 · Levantier
António José de Barros. Com quem man- LOUIS LEVANTIER
teve negócios até 1790. 24/03/1788 – capitão do navio Don Royal
18/04/1798 – em Moçambique, senhorio que sai do Havre para Moçambique, de
do navio União que vai para o Ibo onde onde sai a 10/11/1788, tendo desapare-
está a 04/05/1798, de onde seguirá para cido com 570 escravos a bordo.
a Ilha de França e Ásia Portuguesa. [Eltis]

04/05/1798 – em Moçambique, senho-


rio do navio Rezolução, que sai de Mo- 1788 · Lévêque
çambique para a Ilha de França. LÉVÊQUE
06/05/1798 – o governador-geral de Mo- 19/04/1788 – capitão do navio Cinq
çambique comunica ao governador das Cousines sai do Havre para Moçambi-
que onde chega a 19/09/1788 e de onde
41
Ilhas de Cabo Delgado que vai para lá Ma-
nuel de Sousa Guimarães, senhorio e pro- parte a 13/01/1789 com 400 escravos
prietário do paquete Nazareth e do navio (número imputado) dos quais vai descar-
União, este comandado por João Gulate regar 326 a Leogane, em 18/05/1789.
dos Santos* e aquele pelo senhorio. Vão [Eltis]

completar a carga de escravos. Manda-


o cobrar os direitos habituais e previne- 1788 · Machado
o contra o hábito de os navios nacionais JOSÉ ANTÓNIO MACHADO
e estrangeiros partirem com muito mais 25/07/1788 – afretador da corveta Nos-

2007  E-BOOK CEAUP


José Capela

sa Senhora de Belém ao comerciante da vos (número imputado), chegando a Port


praça de Moçambique Joaquim do Rosá- au Prince com 380, em 05/03/1791.
rio Monteiro* para uma viagem redonda [Eltis]
às Maurícias, com escravos.
[AHU, cx. 56, nº 57] 1789 · Audibert
AUDIBERT
1788 · Porrit 1789 – capitão do navio Concorde sai de
PORRIT Marselha e vai a Moçambique carregar
1788 – capitão do navio Bienfait sai de 286 escravos, dos quais descarrega 233
Marselha para Moçambique onde carre- em Cap Français, em 24/04/1790.
ga 287 escravos (número imputado) dos [Eltis]
quais vai descarregar 286 em Cap Fran-
çais, em 26/07/1789. 1789 · Avile
[Eltis] BERTRAND AVILE
14/08/1789 – capitão do navio Comte
1788 · Pourcin de Thiard, parte de Ilha de França para
JEAN POURCIN Moçambique onde carrega 282 escravos
04/07/1788 – capitão do navio Chorebe, (número imputado) dos quais descarrega
sai de Bordeus para Moçambique onde 230 em Cap Français, em 26/11/1790.
está em 1788. [Eltis]
[Eltis]
1789 · Briou
1788 · Salis JOACHIM BRIOU
SALIS 23/12/1789 – capitão do navio Aigle,
29/09/1788 – capitão do navio Zizette, parte de Bordeus para Moçambique
sai de Bordeus para Moçambique onde onde carrega 341 escravos dos quais des-
carrega 405 escravos dos quais vai des- carrega 278 em Les Cayes (números im-
carregar 330 (números imputados) em putados), em 10/02/1791.
São Marcos, em 15/03/1790. [Eltis]
[Eltis]
1789 · Colffs
1788 · Torzec COLFFS, LOUREIROS E
PIERRE LE TORZEC GUIMARÃES
42
03/05/1788 – capitão do navio Passeger 13/08/1789 – o navio Rainha dos Anjos
du Roi sai do Havre e vai a Moçambique está em Moçambique, mestre José Seve-
e Quíloa de onde parte em 1789 com 253 rino dos Reis*. Segundo o governador-
escravos (número imputado) dos quais geral, os seus armadores ou comissários
vai descarregar 206 em S. Domingos, em (Colffs e Cª?) nenhuma inteligência de
12/06/1789. comércio têm com os franceses das Mau-
27/04/1790 – capitão do navio Necker rícias. Despachou na alfândega local
sai do Havre e chega a Moçambique, em 1156 espingardas e 220 arrobas de pól-
31/08/1790, de onde sai com 466 escra- vora, tudo vendido a Joaquim do Rosário

E-book CEAUP  2007


Dicionário de Negreiros em Moçambique 1750-1897

Monteiro*, um dos grandes comercian- 1789 · Descombes


tes da praça de Moçambique, a troco de MARTIAL DESCOMBES
escravos e de muitos outros efeitos. 14/02/1789 – capitão do navio Vicomte
25/05/1796 – chegou a Moçambique o D’Urtubie, sai de Bordeus para Quíloa e
navio desta companhia, Rainha dos An- Moçambique onde carrega 320 escravos
jos, com gente de transporte, munições e (número imputado) dos quais vai descar-
mais carga para esta praça. Segue para regar 261, em Les Cayes, em 03/03/1790.
costa do Malabar com carga dos comer- [Eltis]
ciantes portugueses de Moçambique e de
Lisboa e voltará com os retornos. Capi- 1789 · Encarnação
tão, José Bernardo Rosa*. Sobrecargas: ANTÓNIO NUNES DA
José Gomes Loureiro* e Joaquim Lopes ENCARNAÇÃO
de Sá Mourão*. O mesmo navio estivera 15/09/1789 – em Moçambique, senho-
em Moçambique, em Agosto de 1789. rio e primeiro piloto do bergantim Feliz
02/1801 – a Companhia Colffs, Lourei- Governo, a que é concedido passapor-
ros e Guimarães, em Lisboa, oferece-se te para ir a Quelimane fazer escravos, a
para transportes para Moçambique no vender na Índia.
seu navio Rainha dos Anjos. [AHU, códice 1362]
03/03/1801 – na Madeira, o novo gover-
nador-geral Isidro Sá, está a viajar para 1789 · Fontenelle
Moçambique no navio Rainha dos Anjos. LOUIS – BERNARD FONTENELLE
1803 – o navio Rainha dos Anjos terá feito 26/02/1789 – capitão do navio Fille Uni-
outra viagem a Moçambique, neste ano. que, sai de Bordeus para Moçambique
[AHU, códice nº 1365, fls. 64 / Cx. 59, nº 30 / Cx. onde carregou 493 escravos e vai descar-
87, nº 35 / Cx. 59, nº 12 / Cx. 89, nº 4 / Cx. 97, nº 25, regar 402 (números imputados) em Cap
apontamento avulso, s/d]
Français, em 12/12/1790.
[Eltis]
1789 · Curet
LOUIS CURET 1789 · Gouardon
20/03/1789 – em Moçambique, prove-
LE GOUARDON
niente de Marselha, capitão da fragata
07/09/1789 – capitão do navio Chas-
Sérapis, carrega 417 escravos (número
seur, parte de Bordeus para Moçambi-
imputado) dos quais descarrega 340 em
que onde carrega 368 escravos (número
Port-au-Prince, em 15/01/1790. 43
imputado) dos quais descarrega 300 em
17/07/1791 – em Moçambique, capitão
Cap Français, em 05/1791.
do navio Sérapis, de que era primeiro ar- [Eltis]
mador Serane, proveniente de Marselha
e Ilha de França, carrega 385 escravos 1789 · Jeansaume
(número imputado). Foi descarregar 314
JEANSAUME
a Havana, em 03/1792.
1789 – capitão do navio Mars sai de Mar-
[AHU, cx. 59, nº 19 / Cx. 60, nº 21 / Eltis]
selha e vai a Moçambique onde carrega
368 escravos dos quais descarrega 300

2007  E-BOOK CEAUP


José Capela

(números imputados) em S. Domingos, 1789 · Quinhas


em 05/1791. ANTÓNIO JOSÉ QUINHAS
[Eltis] 14/11/1789 – em Inhambane, termo de
escravatura que leva a chalupa Santo An-
1789 · Matos tónio de Lisboa, de que é senhorio e capi-
MANUEL JOAQUIM DE MATOS tão – 30 (?) escravos.
06/11/1789 – em Moçambique, capitão 20/09/1791 – em Moçambique, jun-
e primeiro piloto do bergantim Amá- tamente com Manuel Estácio da Pon-
vel Donzela, com passaporte para seguir te Pedreira*, sócios no bergantim Feliz
para Quelimane. Governo, pede licença para ir carregar
[AHU, códice 1362] escravos aos portos de Quelimane ou
Inhambane, para a Maurícia.
1789 · Montaut [AHU, cx. 59, nº 77 / Códice 1362, fls. 120 vs.]
CHEVALIER DE MONTAUT
12/03/1789 – capitão do navio Esman- 1789 · Reis
gart, sai de Bordeus para Moçambique JOSÉ SEVERINO DOS REIS
onde carrega 315 escravos dos quais vai 13/08/1789 – em Moçambique, mestre
descarregar 257 (números imputados) do navio Rainha dos Anjos acabado de
em Cap Français, a 01/04/1790. chegar. Despachara na Alfândega 1156 es-
[Eltis] pingardas e 220 arrobas de pólvora, tudo
vendido ao comerciante daquela praça
1789 · Naviangy Joaquim do Rosário Monteiro* «que con-
CALIANGY NAVIANGY some estes e muitos outros efeitos nestes
03/10/1789 – em Moçambique, é conce- sertões a troco de escravos de que tem fei-
dido passaporte à sua pala Nossa Senhora to e faz muito grandes carregações».
dos Remédios, para ir a Quelimane como [AHU, cx. 59, nº 12]
navio de viagem.
[AHU, códice 1362] 1789 · Renard
J. RENARD
1789 · Pinto 23/04/1789 – capitão do navio Bonne
ANTÓNIO DOS SANTOS PINTO Marie, sai de Bordeus para Moçambique
23/07/1789 – em Inhambane, capitão onde carrega 245 escravos dos quais de-
do bergantim Nossa Senhora da Concei- sembarca 200 em Cap Français (núme-
44
ção, com 240 escravos a bordo. ros imputados), em 08/02/1790.
09/11/1789 – em Inhambane, capitão do [Eltis]
bergantim Nossa Senhora da Conceição, com
escravos que a 9 léguas do porto obrigaram 1789 · Seignac
o capitão e o piloto a encalhar o navio numa JEAN SEIGNAC
rebentação. Dos brancos da tripulação e 16/04/1789 – capitão do navio Sans Pa-
dos 26 passageiros a bordo só escaparam reil, sai de Bordeus para Moçambique
de morte o capitão e o primeiro piloto. onde carrega 299 escravos (número im-
[AHU, cx. 58, nº 47. Cx. 59, nº 75] putado) dos quais vai descarregar 244 a

E-book CEAUP  2007


Dicionário de Negreiros em Moçambique 1750-1897

Guadalupe, em 19/05/1790. Vand, parte de Marselha para Moçambi-


[Eltis] que onde carrega 595 escravos (número
imputado) dos quais descarrega 485, em
1789 · Tardivel Cap Français, em 05/12/1790.
JEAN TARDIVEL [Eltis]
03/03/1789 – capitão do navio Aurore,
parte de Saint-Malo para Moçambique 1790 · Despiet
onde chega em 29/11/1789 e de onde NICOLAS DESPIET
parte em 18/02/1790 para São Domin- 19/07/1790 – capitão do navio Indien,
gos, tendo naufragado com a carga. parte de Bordeus para Moçambique e
[AHU, cx. 59, nº 81 / Eltis] Quíloa onde carrega 228 escravos dos
quais descarrega 186, em Cap Français
1789 · Vali (números imputados), em 02/1792.
ASSANE VALI (também Asane [Eltis]
Valley)
18/05/1792 – em Moçambique, senho- 1790 · Fournier
rio da escuna Estrela de Africa, tendo CLÉMENT-BARNABÉ FOURNIER
como capitão e primeiro piloto José Go- 14/03/1790 – capitão do navio Stanislas
mes*, com passaporte para Sofala. sai de Lorient para Moçambique e Quí-
18/06/1792 – em Moçambique, é passa- loa onde carrega 493 escravos dos quais
da carta de crença à pala Aurora Feliz de vai descarregar em portos das Américas
Asane Valley e Cª para Quelimane, tendo 402 (números imputados).
como capitão e sobrecarga Joaquim An- [Eltis]

tónio de Sousa*.
1789 (?) – em Moçambique, é concedido 1790 · Fruchard
passaporte à sua chalupa Mondió, para FRUCHARD
ir a Quelimane, levando como capitão e 25/02/1790 – capitão do navio Trois Phi-
primeiro piloto José Francisco Ribeiro*. lippes sai de Marselha e vai a Moçambi-
[AHU, códice 1362, fls. 152 vs. e 162] que onde carrega 307 escravos (número
imputado), dos quais descarrega 250 em
1790 · Antoine Les Cayes, em 15/12/1790.
ANTOINE [Eltis]

19/02/1790 – capitão do navio Ville de


45
Lausane, sai de Marselha para Moçambi- 1790 · Gouraud
que onde carrega 675 escravos, dos quais GOURAUD
descarrega 550 (números imputados) 08/02/1790 – capitão do navio Assem-
em Cap Français, em 28/11/1790. blée Nationale parte de Lorient para Mo-
[Eltis] çambique, carrega 368 escravos e sai a
12/10/1790 para Cap Français, onde
1790 · Antoine descarrega 300 (números imputados).
LOUIS ANTOINE [Eltis]
03/03/1790 – capitão do navio Pays de

2007  E-BOOK CEAUP


José Capela

1790 · Guesdon feres Joaquim Correia Monteiro de Ma-


JEAN GUESDON tos*, seja transferido para a mesma vila.
03/03/1790 – em Nantes, capitão do 04/12/1825 – em Moçambique coman-
navio Le Benezech, parte para a Ilha de dante do batalhão de caçadores cipais,
França, onde está a 27/08/1790, com com autorização para embarcar 120
destino a Moçambique. panjas de milho no brigue Furão, para
[Mettas] Inhambane, a entregar ao filho para sus-
tento dos escravos do mesmo, só embar-
1790 · Guillermet cara 60, ficando 60 para o brigue Rita
Fr – Ch GUILLERMET Africana. Requer a licença respectiva.
09/05/1790 – capitão do navio Passager 06/07/1829 – tinha falecido.
du Roi sai do Havre para Moçambique de [Santana, I, p. 1023 e II, p. 484]
onde parte com 174 escravos dos quais
descarrega 142 (números imputados) 1790 · Planne
em Leogane, em 06/03/1791. J. DE PLANNE
[Eltis] 06/1790 – capitão do navio francês Alcyon,
parte de La Rochelle para Moçambique de
1790 · Hostein onde sai com 487 escravos, tendo morrido
JEAN HOSTEIN 70 na viagem até ao Cabo da Boa Esperan-
24/03/1790 – capitão do navio Licorne, ça. Aí desembarcou os restantes 417.
parte de Bordeus para Moçambique onde [Eltis]
chegou a 18/11/1790 e de onde partiu a
31/05/1791 com 493 escravos dos quais 1790 · Vidal
descarrega 402 nas Américas (números VIDAL
imputados). 16/02/1790 – capitão do navio Saint Esprit,
[Eltis] sai de Marselha e vai a Moçambique, onde
carrega 493 escravos, dos quais descarrega
1790 · Jagault 402 em Port-au-Prince, em 14/02/1791.
JEAN JAGAULT [Eltis]
17/03/1790 – capitão do navio Bonne
Henriette, parte de Bordeus para Mo- 1791 · Abreu
çambique onde carrega 380 escravos dos SILVESTRE MARTINS DE ABREU
quais descarrega 300 em Cap Français, 08/11/1791 – em Moçambique, senho-
46
em 26/03/1791. rio da sumaca Nossa Senhora de Monte
[Eltis] do Carmo e Brilhante Estrela, tendo como
capitão António do Rego*.
1790 · Matos 08/09/1793 – em Moçambique, pelo seu
LUÍS CORREIA MONTEIRO DE procurador, diligencia no sentido de na-
MATOS vegar de Moçambique para Quelimane o
1790 (ou anterior) – nomeado governa- bergantim Santo António Africano Ligeiro
dor de Inhambane para onde se achava levando como capitão e piloto Joaquim
prestes a partir, pede que seu filho, al- Xavier de Faria*.

E-book CEAUP  2007


Dicionário de Negreiros em Moçambique 1750-1897

1793/1794 – senhorio do bergantim turne que parte de Nantes para a Ilha


Santo António Africano Ligeiro que trans- de França, onde está em 26/03/1792.
portava escravos de Quelimane para Mo- Vai a Moçambique de onde parte em
çambique. 09/1792 com 503 escravos. Regressa à
12/01/1794 – em Moçambique, recebeu Ilha de França,morrendo na viagem 51
pelo seu bergantim (Africano Ligeiro?) pelo que chega à Ilha de de França, em
12 escravos «a título de liberdades». 16/10/1792, com 452 escravos.
01/02/1794 – desembaraçado em Mo- [Mettas]
çambique para Quelimane o seu bergan-
tim Africano Ligeiro levando como capitão 1791 · Heraud
e piloto Joaquim Xavier de Faria*. J. M. HERAUD
[AHU, cxa. 66, nº 15, Códice 1362, fls. 133 / Códice 1271791 – capitão do navio Anaz, parte
1365, fls. 20 vs.] de Marselha para Moçambique onde car-
rega 293 escravos dos quais descarrega
1791 · Augé 239 (números imputados) em local e
P. AUGÉ data desconhecidos.
13/03/1791 – capitão da fragata Helvé- [Eltis]
tie, parte de Marselha para Moçambi-
que onde se submete a auto de visita em 1791 · Matichande
08/07/1791 e onde carrega 507 escravos SANCHANDE MATICHANDE
(número imputado). Vai descarregar 414 (também Matchande)
em Havana, em 02/1792. 15/03/1791 – em Moçambique, é conce-
[AHU, cx. 60, nº 21 / Eltis]
dido passaporte à sua pala Minerva para
seguir para Quelimane.
1791 · Azevedo 19/08/1791 – em Moçambique, é conce-
LUIZ DA COSTA FERREIRA DE dido passaporte à sua pala Minerva para
AZEVEDO seguir para Damão.
10/11/1791 – em Moçambique, senhorio [AHU, códice 1362, fls. 88 vs.]
da chalupa Flor do Mal, com passaporte
para Quelimane. 1791 · Narangi
[AHU, códice 1362, fls. 133] CALIANGA NARANGI e Cª
04/11/1791 – em Moçambique, senho-
1791 · Cadry rios da corveta Monte do Carmo, com
AMOD CADRY
47
passaporte para Quelimane.
27/09/1791 – em Moçambique, é conce- [AHU, códice 1362, fls. 132]
dido passaporte à sua chalupa Flor do Mar
para ir ao Rio Lúrio carregar mantimentos. 1791 · Pedreira
[AHU, códice 1362, fls. 12] MANUEL ESTÁCIO DE PONTE
PEDREIRA
1791 · Cotte 20/09/1791 – em Moçambique, junta-
FR. COTTE mente com José António Quinhas*, só-
27/10/1791 – capitão do navio La Sa- cios no bergantim Feliz Governo, pede

2007  E-BOOK CEAUP


José Capela

licença para ir carregar escravos aos por- rio do navio O Conquistado, a sair para a
tos de Quelimane ou Inhambane, desti- Ásia Portuguesa.
nados à Maurícia. 08/04/1799 – em Moçambique, senho-
11/01/1794 – em Moçambique, pede rio do navio O Conquistado, a sair para
passaporte para viajar o seu bergantim Bombaim e Ásia Portuguesa.
Feliz Governo para Quelimane e deste 29/07/1800 – em Moçambique, tinha
para os portos da Ásia Portuguesa, le- vendido a Subachande Sanchande e Cª o
vando como capitão e primeiro piloto navio Conquistado, de 250 toneladas.
Manuel António da Fonseca*. 08/11/1801 – um dos quatro maiores
12/01/1794 – o governador-geral infor- negociantes de Moçambique que tinham
ma o governador de Quelimane que vai sustentado a guerra de Quitangonha e
carregar escravos para a Ilha de França. para os quais o governador-geral pede
[AHU, códices 1362, fls. 120 / Códice 1365, fls. 20. uma condecoração.
/ Cx. 66, nº 14] 15/09/1802 – senhorio e armador do
bergantim Feliz Eugénia, com carga de
1791 · Rego escravos, em Moçambique, pede passa-
ANTÓNIO DO REGO porte para o Rio de Janeiro.
08/11/1791 – em Moçambique, capitão 30/12/1803 – vendeu, em Quelimane, a
da sumaca Nossa Senhora de Monte do Dom José António de Passos*, sobrecar-
Carmo e Brilhante Estrela, do senhorio de ga do bergantim espanhol Esperança, e a
Silvestre Martins de Abreu*. Dom Pedro, capitão do mesmo, 150 es-
[AHU, códice 1362, fls. 133] cravos. Carregação autorizada pelo go-
vernador-geral.
1791 · Rodrigues 13/01/1804 – chegou a Inhambane o na-
SEBASTIÃO JOSÉ RODRIGUES vio americano Minerva, fretado por Se-
(ou ROIZ) bastião José Rodrigues, proveniente de
09(?)/1791 – em Moçambique, o ber- Quelimane com escravos, com falta de
gantim Maria, de Sebastião José Rodri- água e de lenha.
gues e Cª, tendo como capitão e primeiro 10/04/1804 – escritura pública da com-
piloto José Firmino Correia da Silva*, pra do navio denominado Renome ou
obtém passaporte para Quelimane e por- General Izidro, por Sebastião José Ro-
tos da Ásia Portuguesa. drigues, negociante português, mora-
07/10/1791 – em Moçambique, à chalu- dor em Moçambique, em fins de 1803,
48 pa Bonita Santo António de Lisboa, de Se- a um francês, por 2150 patacas pagas a
bastião Jose Rodrigues e Cª, é concedido contado e 59 negros, casta de Moçam-
passaporte para Inhambane. bique, em espécie e idade declaradas
04/05/1792 – em Moçambique, à chalu- abaixo e mais 17: 15 negritas de 15 a 25
pa Bonita Santo António de Lisboa, ten- anos; 15 caporros de 13 a 15 anos; 26
do como capitão Bernardino Pinto da negros de 18 a 25 anos e 20 negros de
Cunha*, é concedido passaporte para 25 a 30 anos.
Inhambane. 09/06/1804 – em Moçambique, pede li-
29/08/1798 – em Moçambique, senho- cença para navegar a sua chalupa Espe-

E-book CEAUP  2007


Dicionário de Negreiros em Moçambique 1750-1897

rança para as Ilhas de França, com escala pala Aurora Feliz, obtêm passaporte para
pelas Seichelles. Quelimane.
11/06/1804 – em Moçambique, auto de 18/06/1792 – em Moçambique é passa-
visita ao navio General Izidro comprado da carta de crença à pala Aurora Feliz de
por Sebastião José Rodrigues chegado Asane Vally* e Cª para Quelimane sendo
das Maurícias com 19 dias de viagem. capitão e sobrecarga Joaquim António
05/10/1804 – consta do «Mapa das em- de Sousa.
barcações que tem a praça de Moçambi- 23/02/1793 – em Moçambique, senhorio
que» com duas unidades de dois mastros da chalupa Flor do Mal, com passaporte
e respectivamente de 50 toneladas um e para Quelimane, tendo como capitão e
200 toneladas outro. piloto João Nogueira*.
22/12/1804 – em Moçambique, senho- 15/05/1793 – em Moçambique, proprie-
rio e armador do bergantim General Izi- tário da chalupa Flor do Mar a sair para
dro nomeado barco de viagem para Rios Quelimane.
de Sena, pede passaporte. [AHU, códices 1362, fls. 137, 162 e 192 / Códice1365,
11/03/1805 – em Moçambique, auto de fls. 4 vs.]

visita ao navio francês Dois Irmãos (Deux


Frères?) oriundo das Maurícias com 26 1792 · Bonnefous
dias de viagem. Ia carregar 150 escravos BONNEFOUS
devidos por Sebastão José Rodrigues. 20/04/1792 – em Nantes, capitão do na-
27/02/1808 – em Moçambique, proprie- vio L’Active, parte para a Ilha de França,
tário do bergantim Santa Delfina, pede onde chega a 16/09/1792. Vai carregar
passaporte para ir a Inhambane e daí às escravos a Moçambique regressando à
Maurícias. Ilha de França em 19/09/1793.
[AHU, códice 1362, fl. 119, 123,148 e códice 1365, fls. [Mettas]
96 vs., 123 vs., 184 vs. e 186 / Cx. 90, nº 23 / Cx. 94, nº
42 / Cx. 104, nº 44 / Cx. 105, nº 56 / Cx. 106, nº 15, nº 1792 · Carsangi
37, nº 86, nº 90 / Cx. 107, nº 18 e nº 63 / Cx. 108, nº 86
PRIMOGI CARSANGI
/ Cx. 109, nº 52 / Cx. 110, cap. 11 / Cx. 122, cap. 61]
15/12/1792 – em Moçambique, senhorio
do bergantim Santo António Correio Feliz
1791 · Silva
com passaporte para Quelimane, tendo
JOSÉ FIRMINO CORREIA DA SILVA
como capitão e primeiro piloto Norberto
09(?)/1791 – em Moçambique, capitão e
António da Cunha*.
primeiro piloto do bergantim Maria, de
[AHU, códice 1362, fls. 163]
49
que era senhorio Sebastião José Rodri-
gues* e Cª, com passaporte para Quelima-
1792 · Cunha
ne e daí para portos da Ásia Portuguesa.
BERNARDINO PINTO DA CUNHA
[AHU, códice 1362, fls 119]
04/05/1792 – em Moçambique, capitão
da chalupa Bonita Santo António de Lis-
1791 · Sousa
boa, de Sebastião José Rodrigues*, com
JOAQUIM ANTÓNIO DE SOUSA
passaporte para Inhambane.
14/12/1791 – em Moçambique, Joaquim
[AHU, códice 1362, fls. 148]
António de Sousa e Cª, afretadores da

2007  E-BOOK CEAUP


José Capela

1792 · Cunha 1792 · Nogueira


NORBERTO ANTÓNIO DA CUNHA JOÃO NOGUEIRA
15/12/1792 – em Moçambique, capitão 26/06/1792 – em Moçambique, capitão
e primeiro piloto do bergantim Santo e piloto da chalupa Nossa Senhora da
António Correio Feliz do senhorio de Pri- Guia, com passaporte para Quelimane.
mogi Carsangi*, com passaporte para 23/02/1793 – em Moçambique, capitão
Quelimane. e piloto da chalupa Flor do Mar, do se-
16/04/1794 – capitão e primeiro piloto nhorio de Joaquim António de Souza*,
da pala Nossa Senhora dos Remédios que com passaporte para Quelimane.
sai de Quelimane com 83 escravos. 20/09/1793 – em Moçambique, mestre e
[AHU, códice 1362, fls. 163 / Cx. 66, nº 81] piloto da chalupa Flor do Mar, de Sebas-
tião Ferreira de Carvalho*, a sair para
1792 · Dangi Quelimane.
NARANGI DANGI 18/02/1794 – em Moçambique, mestre e
16/05/1792 – em Moçambique, senho- piloto da chalupa Flor do Mar, de Sebas-
rio da corveta Nossa Senhora do Monte do tião Ferreira de Carvalho*, a sair para
Carmo, com passaporte para Quelimane. Quelimane.
11/05/1793 – em Moçambique, despa- [AHU, códice 1362, fls. 163 e 192 / Códice 1365, fls.
cha para Quelimane a sua pala Nossa 20 vs. e 21 vs.]

Senhora dos Remédios tendo como capi-


tão e primeiro piloto António dos Santos 1792 · Rigaud
Aguiar*. RIGAUD
04/11/1793 – em Moçambique, despa- 04/08/1792 – em Nantes, capitão do navio
cha a pala Nossa Senhora dos Remédios L’Olympe, que vai a Moçambique e à Ilha
para Quelimane, levando como capitão e de França, onde está em 02/08/1793.
piloto António dos Santos Aguiar*. [Mettas]

05/05/1794 – em Moçambique, despa-


cha para Sofala a sua pala Nossa Senhora 1793 · Aguiar
dos Remédios levando como comandan- ANTÓNIO DOS SANTOS AGUIAR
te e piloto o tenente José Francisco Ri- 11/05/1793 – em Moçambique, capitão
beiro*. e primeiro piloto da pala Nossa Senhora
[AHU, códices 1362, fls. 137, 152 e 1365, fls. 4, 16 dos Remédios, da propriedade de Narangi
vs. e 29] Dangi*, desembaraçada pela Alfândega.
50 04/11/1793 – em Moçambique, capitão
1792 · Gomes e piloto da pala Nossa Senhora dos Remé-
JOSÉ GOMES dios, de Narangi Dangi, a ser despachada
18/05/1792 – em Moçambique, capitão para Quelimane.
e primeiro piloto da sumaca Estrela de [AHU, códice 1365, fls. 4 e 16 vs.]
Africa, do senhorio de Asane Valy*, com
passaporte para Sofala. 1793 · Basto
[AHU, códice 1362, fls. 152 vs.] GABRIEL JOSÉ PEREIRA BASTO
04/10/1793 – juntamente com Manuel

E-book CEAUP  2007


Dicionário de Negreiros em Moçambique 1750-1897

Galvão da Silva* requer, na Ilha de Mo- carregamento de 220 escravos.


çambique, passaporte para o seu navio [AHU, códice 1362, fls. 196 / Códice 1365, fls. 16 vs.,
Bazaruto, de 260 toneladas, proveniente 20 vs., 21 vs., 31 vs. / Cx. 119, cap. 61]

da Ilha de França, ir a todos os portos de


Moçambique. 1793 · Carvalho
29/03/1794 – senhorio, sobrecarga e ca- SEBASTIÃO FERREIRA DE
pitão do navio Dama Portuguesa que via- CARVALHO
ja da Ilha de França para portos de Ásia 20/09/1793 – em Moçambique, despa-
e de África. cha a sua chalupa Flor do Mar para Que-
29/03/1794 – da Ilha de Moçambique vai limane levando como mestre e piloto
à Ilha de França comprar um navio de 450 João Nogueira*.
toneladas, denominado Adamastor, para 18/02/1794 – em Moçambique, despa-
navegar para os portos de África e Ásia. cha a chalupa Flor do Mahindo para Que-
[AHU, cód. 1365, fls. 16 e 24 vs.] limane, levando como mestre e piloto
João Nogueira.
1793 · Caminha 03/08/1796 – carrega 22 escravos em
FRANCISCO ANTÓNIO CAMINHA Quelimane, na pala Aurora Feliz, do co-
E Cª mando de José Henriques da Cruz Frei-
16/10/1793 – Francisco António Caminha tas*, com destino a Moçambique.
e Companhia fazem navegar de Moçambi- 04/08/1796 – é consignatário de 20 es-
que para as Maurícias o seu navio Paquete cravos que a fragata Santa Ana e S. Joa-
de Ázia, sendo capitão o mesmo Caminha. quim, do comando do capitão-tenente
[AHU, códice nº 1365, fls. 16] José Maria Sarmento*, transporta de
Quelimane para Moçambique.
1793 · Carvalho [AHU, códice 1365, fls. 20 vs. e 21 vs. / Cx. 74, ns.
81, 82 e 83]
JOSÉ (DE?) CARVALHO
26/03/1793 – em Moçambique, senho-
1793 · Faria
rio da chalupa Bonita Santo António de
Lisboa, com passaporte para Inhambane,
JOAQUIM XAVIER DE FARIA
27/02/1793 – em Moçambique, capitão
sendo capitão e primeiro piloto António
e piloto da pala Minerva, do senhorio de
Gonçalves Lopes*.
Lacmanchande Motichande*, desemba-
03/09/1793 – faz navegar do porto de
raçada para ir a Madagascar.
Moçambique para o de Inhambane a sua 51
14/05/1793 – em Moçambique, capitão
chalupa Bonita Santo António de Lisboa,
e piloto do bergantim Africano Ligeiro,
levando como capitão e piloto António
de que era senhorio por afretamento
Caetano Lopes*.
José Henriques da Cruz Freitas*, para
15/11/1793 – Idem, para o Ibo.
uma viagem a Quelimane.
01/02/1794 – Idem, para Inhambane.
03/09/1793 – Silvestre Martins de Abreu*,
17/06/1794 – Idem, para Inhambane.
por seu procurador, faz navegar de Mo-
19/02/1807 – proprietário do brigue Amá-
çambique para Quelimane, o bergantim
vel Augusta partiu no mesmo de Inhamba-
Santo António Africano Ligeiro, de que é ca-
ne para o Cabo da Boa Esperança com um

2007  E-BOOK CEAUP


José Capela

pitão e piloto Joaquim Xavier de Faria. 08/1794 – em Moçambique, capitão da


01/02/1794 – a mesma viagem de Mo- pala Minerva chegada de Quelimane,
çambique para Quelimane. com 96 escravos.
27/05/1795 – viagem de Moçambique 27/04/1795 – em Moçambique, coman-
para Sofala. dante da pala Minerva, do senhorio de
14/02/1796 – capitão do bergantim Afri- um baneane, em viagem de Quelimane,
cano Ligeiro, o comandante de Quelimane procede ao manifesto de carga, com 154
autoriza-o a levar 10 escravos de paga- escravos.
mentos que lhe fizeram. 23/10/1795 – juntamente com Fausti-
[AHU, códice 1362, fls. 194 / Códice1365, fls. 5 e 20 no José Pinto de Lima*, residentes na
vs. / Cx. 70, nº 103 / Cx. 73, nº 31] capitania de Moçambique, autorizados
«para navegar para os portos da América
1793 · Freitas Portuguesa um navio de 300 até 400 to-
JOSÉ HENRIQUES DA CRUZ neladas em que pretendem transportar
FREITAS escravatura para os ditos portos». Mas
22/02/1793 – em Moçambique, capitão não para portos estrangeiros.
e primeiro piloto da pala Minerva, do se- 20/03/1796 – em Tete, recebeu em paga-
nhorio de Lacmanchande Motichande*, mentos provenientes de Rios de Sena 20
a sair para Madagascar. bichos e pede licença ao governador lo-
27/02/1793 – em Moçambique, senhorio cal para os levar. A 21 de Julho seguinte
do bergantim Africano Ligeiro, a sair de Mo- é-lhe concedida licença, em Quelimane,
çambique para Quelimane, levando como para os transportar para Moçambique.
capitão e piloto Joaquim Xavier de Faria. 08/04/1796 – em Quelimane, capitão
25/04/1793 – em Moçambique, tenen- da pala de viagem, carrega (em um to-
te, capitão e piloto da pala Minerva, de tal de 81) escravos seus, 30 de licença do
Lacamechande Matechande*, a sair para governador-geral, mais 20 de licença do
Quelimane. governador de Rios de Sena.
14/05/1793 – em Moçambique, senhorio 09/06/1796 – em Moçambique, é auto-
por afretamento do bergantim Africano rizado a levar de Quelimane 40 escravos
Ligeiro, a sair para Quelimane levando que receba em pagamento de fazendas
como capitão e piloto Joaquim Xavier levadas para Rios de Sena.
de Faria*. O Africano Ligeiro acabado de 03/08/1796 – em Quelimane, capitão da
chegar de Quelimane a 3 de Maio, mani- pala Aurora Feliz, dos senhorios Moralgy
52 festara na carga 130 escravos. Ambaidas* e Ramogy Primogy*, em um
08/03/1794 – em Moçambique, capitão total de 197 escravos, carrega ele próprio
tenente e comandante da pala Minerva, 40 e mais 55 para diversos.
de Lacamichande Motichande*, a sair 08/08/1797 – em Quelimane, carrega no
para Quelimane. O governador da capi- navio Cristina 70 escravos.
tania de Sena despacha favoravelmente 29/04/1798 – em Quelimane, são carr-
o seu carregamento de 40 escravos. regados na chalupa Bonita 35 escravos
24/07/1794 – autorizado a exportar de do espólio de José Henriques da Cruz
Quelimane 80 escravos. Freitas (tinha falecido?).

E-book CEAUP  2007


Dicionário de Negreiros em Moçambique 1750-1897

27/09/1798 – em Quelimane, Leocádio capitão e piloto José Henriques da Cruz


José Cansado* carrega na chalupa Boni- Freitas*.
ta 88 escravos do espólio de José Henri- 01/09/1793 – em Moçambique arma a
ques da Cruz Freitas e outros. pala Minerva para Sofala e Quelimane.
[AHU, códice 1362, fls. 192 e 194. Códice 1365, fls. 08/03/1794 – em Moçambique, des-
2 vs., fls. 5 e 23 vs. / Cx. 64, nº 15 / Cx. 66, nº 61 / pacha para Quelimane a sua pala Mi-
Cx. 67, nº 118 / Cx. 68, nº 76 / Cx. 70, nº 69 e nº 114
nerva, levando como comandante e
/ Cx. 72, nº 43 / Cx. 73, nº 83 e104 / Cx. 74, nº 39 e
nº 81 / Cx. 78, nº 51 / Cx. 80, nº 109 / Cx. 81, nº 83 / capitão o tenente José Henriques da
Santana, I, p. 83] Cruz Freitas*.
28/09/1785 – em Moçambique, senho-
1793 · Lopes rio do gurabo (Índia, embarcação de
ANTÓNIO CAETANO LOPES vela) de dois mastros e 150 toneladas
26/03/1793 – em Moçambique, capitão Santo António e Almas Santas com passa-
e primeiro piloto da chalupa Bonita San- porte para Quelimane
to António de Lisboa, de José de Carva- 03/04/1802 – Lacamechande Matechan-
lho*, com passaporte para Inhambane. de e Cª, em Moçambique, senhorios da
16/02/1794 – em Moçambique, capitão sumaca Bons Amigos, pedem passapor-
e piloto da chalupa de José de Carvalho* te para o porto de Quelimane, levando
Bonita Santo António de Lisboa, a partir como capitão Manuel António da Fon-
para Inhambane. seca*.
[AHU, códice 1362, fls. 196 e códice 1365, fls. 21 vs.] [AHU, códice 1365, fls. 2 vs., 8 e 23 vs. / Cx. 93, nº 2]

1793 · Madongi 1793 · Oliveira


PANOLOMO MADONGI JOSÉ JOAQUIM DE ARAÚJO
15/05/1793 – em Moçambique, despa- ARANHA E OLIVEIRA
cha o seu bergantim Nossa Senhora da 09/11/1793 – é-lhe concedido o alvará
Guia para Quelimane levando como ca- de selador-mor da Alfândega de Moçam-
pitão e piloto Pedro Luís Rangel*. bique.
25/05/1794 – em Moçambique, despa- 29/10/1804 – compra a Luís Wolf o bri-
cha o bergantim Nossa Senhora da Guia gue agora denominado Felicidade com o
para Quelimane. qual pretende navegar para Sofala e Ba-
[AHU, códice 1365, fls. 5 vs. e fls. 30] zaruto.
[AHU, códice 1362, fls. 209 / Cx. 108, nº 85]
53
1793 · Matechande ou Motechande
ou Motichand 1793 · Rangel
LACAMECHANDE (também PEDRO LUÍS RANGEL
Sacamichande) MATECHANDE 15/05/1793 – em Moçambique, capitão
(também Motechande e e piloto do bergantim Senhora da Guia,
Motichande) de Panolomo Madongi*, a seguir para
25/04/1793 – em Moçambique, senho- Quelimane.
rio da pala Minerva, desembaraçada [AHU, códice 1365, fls. 5 vs. e fls. 30]

para seguir para Quelimane, tendo como

2007  E-BOOK CEAUP


José Capela

1793 · Rego 1794 · Barros


JOAQUIM DE MORAES REGO JOSÉ DE BARROS
15/01/1793 – em Moçambique, chega- 15/05/1794 – despacha, em Moçambi-
da de Quelimane, a chalupa Flor do Mar, que, para Cabo Delgado, o navio Novo
com escravos pertencentes a Joaquim de Paquete de Ásia que leva como capitão
Moraes Rego : «20: Escravos, a saber 15: José Joaquim Moreira Dias*.
vivos, e 5: mortos». [AHU, cód. 1365, fls. 29]
[AHU, cx. 65, nº 44]
1794 · Cardoso
1793 · Tigre ALBERTO DA SILVA CARDOSO
ANTÓNIO JOSÉ TEIXEIRA TIGRE 11/06/1794 – em Moçambique, arma
04/05/1793 – em Moçambique, despa- o bergantim Venus para uma viagem a
cha o seu bergantim Bom Sucesso como Inhambane e Quelimane.
navio de viagem para Quelimane, tendo 10/05/1797 – embarcou em Quelimane,
como capitão e piloto José Francisco Ri- na pala Aurora Feliz, 20 escravos.
beiro*. 15/04/1798 – embarcou, em Quelima-
01/09/1793 – em Moçambique, despa- ne, na pala Aurora Feliz, 40 escravos, em
cha o seu bergantim Bom Sucesso para um total de 296.
Sofala, com escala em Quelimane. [AHU, códice 1365, fls. 30 e 31 / Cx. 77, nº 76 / Cx.
08/09/1793 – em Moçambique, despa- 80, nº 101]

cha o seu patacho Santo António Feliz


Governo para as Ilhas Quirimba. 1794 · Carvalho
12/04/1794 – senhorio do bergantim CAETANO JOÃO DE CARVALHO
Bom Sucesso, que faz a viagem de Queli- 28/03/1794 – autorizado a exportar 25
mane e de Sofala, entrando em Moçam- escravos de Quelimane para Moçambi-
bique com 63 escravos provenientes do que. Carregou 16 no bergantim Nossa
primeiro e 33 do segundo porto. Senhora da Graça, ficando os restantes
04/08/1796 – senhorio do bergan- para outro navio.
tim Santo António e Dois Irmãos, tendo [AHU, cx. 66, nº 77]

como capitão José Francisco Ribeiro*


que carrega em Quelimane com desti- 1794 · Dias
no a Moçambique os escravos: 194 de JOSÉ JOAQUIM MOREIRA DIAS
Pedro Xavier Velasco*. Para Agostinho 15/05/1794 – capitão do navio Novo Pa-
54 quete de Ásia, de José de Barros*, a par-
da Costa Ferreira* 20. De João Jacques
Frechaut* para Carlos José Guezi* 50. tir de Moçambique para as Ilhas de Cabo
De Micael Caetano Afonso* 10. De Pedro Delgado.
[AHU, códice 1365, fls. 29]
António Araujo* um. Do governador dos
Rios de Sena para seu filho 20. Do padre
frei Antonio de São José Nepomuceno* 1794 · Fonseca
33. Da equipagem 30. Do capitão do ber- MANUEL ANTÓNIO DA FONSECA
gantim 30. 11/01/1794 – em Moçambique, capitão
[AHU, códice 1365, fls.3 / Cx. 66, nº 81 / Cx. 74, nº 81] e primeiro piloto do bergantim Feliz Go-

E-book CEAUP  2007


Dicionário de Negreiros em Moçambique 1750-1897

verno, de Manuel Estácio da Ponte Pe- vos, provenientes de Quelimane, onde


dreira*, a sair para Quelimane e deste arribara por não poder entrar em Sofala.
porto para os da Ásia portuguesa. 05/08/1804 – em Moçambique, o brigue
18/04/1795 – em Moçambique, capitão Eugénia Africana, de Joaquim do Rosário
e senhorio do patacho Nossa Senhora da Monteiro*, chegado de viagem a Sofala,
Guia e o Bom Jardim, a viajar para Queli- manifesta a carga da qual faziam parte
mane, pede licença para o transporte de 90 escravos. Capitão, Manuel António da
escravos. Fonseca.
16/07/1795 – capitão e senhorio do pa- 15/10/1804 – 06/01/1805 – em Moçam-
tacho Nossa Senhora da Guia e Bom Jar- bique, capitão da galera Ninfa do Mar,
dim, entrada em Quelimane. com passaporte para o Cabo da Boa Es-
03/04/1802 – em Moçambique, capitão perança e Montevideo onde chegou a
da sumaca Bons Amigos de Sacamechan- 28/04/1805 com 245 escravos.
de Motechande* e Cª que pedem passa- 14/12/1807 – em Moçambique, compra
porte para viagem a Quelimane. a Joaquim do Rosário Monteiro* a gale-
26/10/1802 – em Moçambique, capitão ra Ninfa do Mar e pede passaporte para
e primeiro piloto do brigue A Boa Caeta- o Rio de Janeiro com carregação de 300
na cujo senhorio, Carlos José Guezzi*, escravos.
pede passaporte para navegar para Que- 24/03/1808 – em Moçambique, senho-
limane. rio da galera Ninfa do Mar, arribada, não
12/01/1803 – em Moçambique, regressa- pode ir para o Rio de Janeiro e pede pas-
do de Quelimane o brigue Boa Caetana, o saporte para as Maurícias para reparar
seu capitão e piloto Manuel António da os prejuízos com a morte de «imensos es-
Fonseca, deu ao manifesto 12 escravos de cravos e outros estarem danificados».
sua carga e 10 escravos para Joaquim do 31/03/1808 – em Moçambique, senho-
Rosário Monteiro*. Armador, Carlos José rio da galera Ninfa do Mar, é-lhe conce-
Guezzi* (sem atribuição de escravos). dido passaporte para ir à Ilha de França.
24/01/1803 – em Moçambique, Joaquim 03/07/1829 – em Moçambique, tem
do Rosário Monteiro*, requer para o seu duas embarcações desembaraçadas na
bergantim, Eugénia Africana, navegar Alfândega.
para Quelimane e Sofala, a carregar es- 27/07/1829 – em Moçambique, senho-
cravos que lá tem, levando como capitão rio (?) de Manuel António da Fonseca,
Manuel António da Fonseca. o batel Ânimo Grande, dsembaraçado na
55
26/12/1803 – em Moçambique, o brigue Alfândega, segue viagem para Samuco.
Eugénia Africana, de Joaquim do Rosário 10/01/1830 – o iate Ânimo Grande de
Monteiro*, tendo como capitão e pri- Manuel António da Fonseca estava pron-
meiro piloto Manuel António da Fonse- to a sair ( de Sofala?) mas encheu-se de
ca, manifesta a carga com que chega de água. O seu capitão, António de Vascon-
Quelimane, dela fazendo parte 50 escra- celos Carvalho* vai no brigue Daphne,
vos do armador e 30 das partes, a fretes. do Rio de Janeiro, com a carga de escra-
03/1804 – em Moçambique, manifestou vos que devia ir no iate.
a carga, da qual faziam parte 73 escra- 23/01/1830 – sai de Moçambique para

2007  E-BOOK CEAUP


José Capela

Sofala com a lancha Pescador. da para seguir para Quelimane.


06/02/1830 – em Moçambique, é pro- 15/04/1798 – em Quelimane, despacha
prietário da chalupa Africana. para Moçambique19 escravos na pala de
25/02/1830 – proprietário da chalupa viagem Aurora Feliz.
portuguesa Pescador em que se desenca- [AHU, Moç., cx. 80, nº 101 / Códice 1365, fls. 23 vs.]
deou uma insurreição a bordo quando ia
de Moçambique para a ilha de João da 1794 · Lisboa
Nova. JOAQUIM DE MORAIS REGO
05/04/1830 – em Moçambique, requer LISBOA
passaporte para poder navegar para 07/01/1794 – ido da Ilha de França o
Quelimane a sua chalupa Pescador, alu- seu navio Marechal de Cremona, de 250
gada a Manuel Caetano Pinto*. toneladas, chegou ao porto da Ilha de
01/07/1837 – em Moçambique, é feito Moçambique de onde seguiria para os
o manifesto da carga (1500 panjas de outros portos de Moçambique.
bate) pertencentes a Manuel António da 31/05/1798 – armador da goleta Embos-
Fonseca levadas de S. Lourenço na pali- cada que carregou, em Quelimane, 230
nha Estrela do Mar. escravos: do armador 188, das liberda-
01/11/1837 – em Moçambique, subscre- des dos oficiais 12, de fretes 30.
veu a representação de 29 comerciantes [AHU, códice nº 1365, fls. 20 / Cx. 81, nº 22]
da praça expondo ao governador-geral,
marquês de Aracaty, a necessidade de 1794 · Luz
sustar a execução do decreto de 10 de De- JOÃO DA LUZ
zembro de 1836 que abolia o tráfico da 06/03/1794 – em Moçambique, capitão
escravatura em todas as colónias portu- e piloto do bergnatim Bazaruco, de Ma-
guesas. nuel Galvão da Silva*, desembaraçado
29/08/1842 – proprietário do patacho para seguir para Quelimane.
Amizade que, de Moçambique, levou para [AHU, códice 1365, fls. 22]
Bombatoque a tripulação americana do
navio Garnofil que ali fora para escravos. 1794 · Saramago
[AHU, códice 1365, fls. 20 / Códice 1376, fls. 2, 5 / JOSÉ ANTÓNIO SARAMAGO
Cx. 70, nº 64 / Cx. 71, nº 16 / Cx. 93, nº 2 / Cx. 94, nº 12/01/1794 – em Moçambique, recebeu
133 / Cx. 97, ns. 43 e 25 / Cx. 107, nº 58 / Cx. 107, nº
pela corveta Santa Ana e Pensamento Fe-
58 / Cx. 108, nº 59 / Cx. 121, cap. 92 / ��������������
Cx. 112, cap.
liz, proveniente de Quelimane, 30 escra-
56 87 / Cx. 226, cap. 28 / Cx. 228, cap. 16 / ��������������
Cx. 229, cap.
64 / Pasta 4, cap. 3 / Pasta 8, cap. 1 / Santana, I, pp. vos.
900 e 1130 / II, pp. 68 e 372 / III, p. 983 / Eltis] [AHU, cx. 66, nº 15]

1794 · Gracias 1794 · Velasco


JOSÉ DE JESUS GRACIAS PEDRO XAVIER VELASCO
(Graça?) 20/03/1794 – em Moçambique, é des-
20/03/1794 – em Moçambique, piloto pachada para Quelimane a sua corveta
da corveta Santa Ana e Pensamento Feliz Santa Ana e Pensamento Feliz tendo como
de Pedro Xavier Velasco*, desembaraça- piloto José de Jesus Graça*.

E-book CEAUP  2007


Dicionário de Negreiros em Moçambique 1750-1897

26/101794 – em Moçambique, a sua cor- 1795 · Promogi


veta Santa Ana e Pensamento Feliz, levan- RAMOCHI PROMOGI
do como piloto José de Jesus Graça*, está 11/07/1795 – em Moçambique, senhorio
armada para seguir para Quelimane. do patacho Santo António, ido do porto
27/04/1795 – em Quelimane, quando do Quizungo, procede ao manifesto de
saía para Moçambique, afundou-se a carga, com 70 escravos.
sua corveta Santa Ana e Pensamento Feliz [AHU, cx. 71, nº 13]
que levava 50 escravos para Joaquim do
Rosário Monteiro* devidamente auto- 1795 · Torres
rizados. Sendo «tão poucos», o coman- JOSÉ GOMES TORRES
dante de Quelimane, Félix Bandeira, 09/04/1795 – capitão e piloto da chalu-
carregou mais sem licença, pelo que «fi- pa Bonita Santo António de Lisboa, a via-
caram» mais de 100 dos que haviam sido jar para Inhambane e Cabo Delgado. Na
carregados. presente monção já trouxera de Inham-
04/08/1796 – em Quelimane, despacha bane 25 escravos.
para Agostinho da Costa Ferreira* 20 15/04/1798 – em Quelimane, são despa-
escravos no bergantim Santo António e chados na pala de viagem, em seu nome,
Dous Amigos. 10 escravos.
[AHU, códice 1365, fls. 22, 23 vs., 35 / Cx. 70, nº 70 [AHU, cx. 70, nº 51 / Cx. 80, nº 101]
/ Cx. 74, nº 81]

1796 · Afonso
1795 · Chace MANUEL (Micael?) CAETANO
SAMUEL CHACE AFONSO
02/11/1795 – capitão do navio Ascen- 04/08/1796 – carrega em Quelimane
cion sai de Newport e vai a Moçambique 10 escravos no bergantim Santo António
onde carrega 250 escravos (número im- e Dous Amigos, do senhorio de António
putado) dos quais vai descarregar 217 a José Teixeira Tigre*, tendo como capitão
Montevideo, em 12/1798. Insurreição a José Francisco Ribeiro*.
bordo durante a viagem. 27/09/1798 – Carrega em Quelimane,
[Eltis]
na chalupa Bonita, 3 escravos.
[AHU, cx. 81, nº 83 Cxa. 74, nº 81]
1795 · Lima
FAUSTINO JOSÉ PINTO DE LIMA 1796 · Ambaidas
23/10/1795 – residente na capitania de
57
MORALGY AMBAIDAS
Moçambique autorizado, juntamente 03/08/1796 – em Quelimane, juntamen-
com José Henriques da Cruz Freitas*, te com Ramogy Primogy*, senhorio da
«para poderem navegar para os portos da pala Aurora Feliz, de que é capitão José
América Portuguesa um navio de 300 até Henriques da Cruz Freitas*, com 197 es-
400 toneladas em que pretendem trans- cravos a bordo, a sair para Moçambique.
portar escravatura para os ditos portos». [AHU, cx. 74, nº 81]
Mas não para portos estrangeiros.
[Santana, I, p. 83 / AHU, cx. 72, nº 43]

2007  E-BOOK CEAUP


José Capela

1796 · Amorim 1796 · Araujo


FRANCISCO JOSÉ DE AMORIM PEDRO ANTÓNIO ARAUJO
(também José Amorim) 04/08/1796 – em Quelimane, carregou
08/04/1796 – carrega seis escravos, em no bergantim Santo António e Dous Ami-
Quelimane, na pala de viagem para Mo- gos do senhorio de António José Teixeira
çambique, de que é capitão José Henri- Tigre*, tendo como capitão José Francis-
ques da Cruz Freitas*. co Ribeiro*, um escravo.
08/08/1797 – carrega 5 escravos, em [AHU, cx. 74, nº 81]
Quelimane, no navio Cristina que segue
viagem para Moçambique. 1796 · Barreto
15/04/1798 – carrega 4 escravos, em JOSÉ ANTÓNIO BARRETO
Quelimane, na pala de viagem para Mo- 08/04/1796 – em Quelimane, embarca
çambique, Aurora Feliz. dois escravos para Moçambique na pala
[AHU, Mç., cx. 73, nº 104 / Cx. 78, nº 51 / Cx. 80, de viagem de que era capitão José Henri-
nº101] ques de Cruz Freitas*.
[Cx. 73, nº 104 / Santana, III, p. 901]
1796 · Antão
ESTEVÃO DE SÃO FRANCISCO 1796 · Bastos
XAVIER ANTÃO (também JOÃO ZACARIAS DE BASTOS
ESTEVÃO XAVIER e ESTEVÃO 09/06/1796 – capitão de artilharia de
FRANCISCO ANTÃO) Goa, de licença em Moçambique, autori-
20/07/1796 – em Sena, pede licença e zado a mandar vir de Goa vinte e quatro
é autorizado a levar para Moçambique escravos.
sete (oito?) cabeças de escravos que re- 03/08/1796 – em Quelimane, a sair
cebeu em troca de fazendas. para Moçambique, são carregados em
03/08/1796 – em Quelimane, para Mo- seu nome, na pala Aurora Feliz, vinte es-
çambique, são carregados em seu nome, cravos.
na pala Aurora Feliz. do comando de [AHU, cx. 74, nº 40 e nº 81]

José Henriques da Cruz Freitas*, oito


escravos. 1796 · Cró
15/04/1798 – despacha em Quelimane, LÁZARO AVELINO CRÓ
para Moçambique, 26 escravos no ber- 08/04/1796 – em Quelimane, embarca
58 gantim Africano Ligeiro 6 escravos na pala de viagem de que é
15/04/ 1798 – despacha em Quelimane, capitão José Henriques da Cruz Freitas*.
para Moçambique, 15 escravos na pala [AHU, cx. 73, nº 104]

Aurora Feliz.
31/05/1799 – despacha em Quelimane, 1796 · Cunha
para Moçambique, 4 escravos na chalu- EUSÉBIO JOSÉ DA CUNHA
pa Santa Rita, do senhorio de Inácio Jose 03/08/1796 – José da Cunha (?), na pala
Saramago*. Aurora Feliz, do comando de José Henri-
[AHU, cx. 74, nº 72 e 74 / Cx. 74, nº 81 / Cx. 80, nº ques da Cruz Freitas*, carrega em Queli-
102 / Cx. 82, nº 66] mane, para Moçambique, 10 escravos.

E-book CEAUP  2007


Dicionário de Negreiros em Moçambique 1750-1897

21/12/1817 – em Moçambique, capitão 03/08/1796 – embarca, em Quelimane,


do brigue Pastor de Lima desembaraçado na pala Aurora Feliz, que segue para Mo-
para seguir para o Rio de Janeiro. çambique, sete escravos.
20/11/1818 – em Moçambique, mestre [AHU, cx. 74, nº 72 e nº 81]
do brigue Serpente que sai com 375 escra-
vos dos quais vai descarregar 293 ao Rio 1796 · Ferreira
de Janeiro, onde chega a 27/12/1818. AGOSTINHO DA COSTA
03/12/1819 – capitão da galera Duque FERREIRA
de Bragança, atracada em Moçambique. 04/08/1796 – em Quelimane, Pedro Xa-
Segundo Fr. Bartolomeo: comprou 645 vier Velasco* despacha para Agostinho
escravos, morreram em terra 115, em- da Costa Ferreira 20 escravos no bergan-
barcaram 500, ficaram doentes em terra tim Santo António e Dous Amigos.
40, morreram em viagem 60, tendo che- [AHU, cx. 74, nº 81]
gado ao Brasil 330.
16/01/1820 – em Quelimane, mestre da 1796 · Frechaut
galera Júlia, despachou 398 escravos. JOÃO JACQUES FRECHAUT
30/10/1820 – em Quelimane, mestre da 04/08/1796 – em Quelimane, carregou
galera Júlia, ida do Rio de Janeiro. 50 escravos no bergantim Santo António
[AHU, cx. 74, nº 81 / Cx. 151, cap. 108 / Cx. 155, cap. e Dous Amigos para Carlos José Guezzi*.
94 / Cx. 160, cap. 38 / Cx. 166, cap. 75 / Cx. 172, cap. [AHU, cx. 74, nº 81]
76 / Cx. 174, cap. 89 / Eltis / Fr. B. dos Mártires]

1796 · Gomes
1796 · Cunha
JOSÉ CAETANO GOMES
PEDRO ANTÓNIO JOSÉ DA
10/06/1796 – em Quelimane, carrega 10
CUNHA escravos na pala Aurora Feliz, com desti-
09/03/1796 – em Quelimane, embarca no a Moçambique.
20 escravos na corveta Santo António 03/08/1796 – em Quelimane, carrega
e Dous Amigos de que era capitão José 10 escravos na pala Aurora Feliz.
Francisco Ribeiro*. 15/04/1798 – em Quelimane, carrega 3
10/05/1797 – em Quelimane, embarca escravos no bergantim Africano Ligeiro
na pala Aurora Feliz 15 escravos. com destino a Moçambique.
15/04/1798 – em Quelimane, embar- [AHU, cx. 74, nº 44 e 81 / Cx. 80, nº 102]
ca no bergantim Africano Ligeiro 25 es-
cravos. 59
1796 · Guezzi
[AHU, cx. 73, nº 69 / Cx. 77, nº 76 / Cx. 80, nº 102]
CARLOS JOSÉ GUEZZI
04/08/1796 – em Quelimane, João Ja-
1796 · Faro
cques Frechaut* despachou para ele 50
TOMAZ JOSÉ DE FARO escravos no bergantim Santo António e
20/07/1796 – em Sena, pede licença Dois Amigos.
para levar para Moçambique sete cabe- 23/05/1798 – em Moçambique, senho-
ças de escravos que recebeu em troca de rio do navio S. Sebastião, a seguir para
fazendas. Madagascar e Ilhas de Leste.

2007  E-BOOK CEAUP


José Capela

27/09/1798 – em Quelimane, embarca jos, da sociedade de Lisboa Colffs, Lou-


no bergantim Boa Caetana dois escravos. reiros e Guimarães*, tendo como capitão
06/05/1801 – em Moçambique, pede José Bernardo Rosa*, a seguir para a cos-
passaporte para viagem da sua sumaca ta do Malabar.
Amável Rosa a Quelimane. [AHU, códice nº 1365, fls. 64]
26/10/1802 – em Moçambique, pede
passaporte para navegar o brigue A Boa 1796 · Loureiros
Caetana para Quelimane, levando como Vide COLFFS LOUREIROS E
capitão e primeiro piloto Manuel Antó- GUIMARÃES
nio da Fonseca*.
15/11/1802 – senhorio da galera Luisa, 1796 · Matos
em Moçambique, pede passaporte para JOÃO JOAQUIM DE MATOS
transportar escravos para Montevideo, 08/04/1796 – em Quelimane, com licen-
com escala no Rio de Janeiro e regresso ça do comandante local, carrega na pala
a Moçambique. de viagem, de que é capitão José Henri-
12/01/1803 – manifesto de carga em ques da Cruz Freitas*, dois escravos para
Moçambique do brigue A Boa Caetana, Manuel Vitoriano Pereira*.
de que era armador, chegado de Que- [AHU, cx. 73, nº 104]
limane: 10 escravos para Joaquim do
Rosário Monteiro* e 12 do capitão do 1796 · Menezes
brigue, Manuel António da Fonseca*. JOSÉ LUÍS DE MENEZES
10/10/1803 – nesta data, o governa- 08/05/1796 – em Quelimane, carregou
dor-geral de Moçambique informava o na pala de viagem, de que era capitão José
Visconde de Anadia, que um aviso do Henriques de Cruz Freitas*, 4 escravos.
palácio de Queluz, de 13 de Abril, dava [AHU, cx. 73, nº 104]
licença a Guezzi, médico da capitania de
Moçambique, para regressar ao Reino. 1796 · Mourão
Sabendo que ia ser substituído pedira ao JOAQUIM LOPES DE SÁ
governador-geral para fazer a viagem em MOURÃO
navio seu, com sociedade para ir para o 25/05/1796 – em Moçambique, sobre-
Reino, fazendo escala no Cabo, Montevi- carga juntamente com José Gomes Lou-
deo ou Rio de Janeiro. Havia-lhe conce- reiro*, do navio Rainha dos Anjos, da
dido a licença.
60 sociedade Colffs, Loureiros e Guimarães*,
[AHU, cx. 74, nº 81 / Cx. 81, nº 68 / Cx. 88, nº 3 / Cx. de Lisboa, a seguir para o Malabar.
94, nº 133 / Cx. 95, nº 37 / Cx. 97, nº 25 / Cx. 103, nº
[AHU, códice nº 1365, fls. 64]
44 / Códice 1365, fls. 89]

1796 · Nepomuceno
1796 · Loureiro
ANTÓNIO DE SÃO JOSÉ
JOSÉ GOMES LOUREIRO
NEPOMUCENO (Padre e Freire)
25/05/1796 – em Moçambique, sobre-
04/08/1796 – em Quelimane, 33 escra-
carga, juntamente com Joaquim Lopes
vos carregados em seu nome, no ber-
de Sá Mourão*, do navio Rainha dos An-
gantim Santo António e Dous Amigos, do

E-book CEAUP  2007


Dicionário de Negreiros em Moçambique 1750-1897

senhorio de António José Teixeira Ti- 1796 · Roca


gre*, tendo como capitão José Francisco JOSÉ R. MILLA DE LA ROCA
Ribeiro*. 12/06/1796 – parte de New York, ar-
[AHU, cx. 74, nº 81] mador da fragata espanhola Faustina de
Buenos Aires, tendo como capitão Pedro
1796 · Pereira de Uraga, para Moçambique onde carre-
JOSÉ HENRIQUES PEREIRA ga 214 escravos e sai, a 19/01/1797, com
03/08/1796 – em Quelimane, em seu destino a Montevideo onde chegou com
nome, são embarcados 20 escravos na 161 escravos, em 30/04/1797.
pala Aurora Feliz. 20/12/1797 – em Moçambique, armador
[AHU, cx. 74, nº 81] da fragata espanhola Faustina de Buenos
Aires, tendo como capitão Joaquin Millet*,
1796 · Pereira que partiu de Montevideo (23/06/1797)
MANOEL VITORIANO PEREIRA e regressou em 24/02/1798. Carregou
08/04/1796 – João Joaquim de Matos*, 284 escravos e descarregou 280.
em Quelimane, embarca dois escravos 18/11/1798 – armador de uma fragata,
para ele, na pala de viagem de que é ca- de que era capitão Francisco Lopategui*
pitão José Henriques da Cruz Freitas*. e que saiu de Moçambique com 437 es-
[AHU, cx. 73, nº 104] cravos dos quais foi descarregar 276 em
Montevideo, em 31/01/1799.
1796 · Pinto 15/12/1799 – em Montevideo, armador
INÁCIO FRANCISCO PINTO do bergantim português Nazaré, capitão
08/04/1796 – em Quelimane, embarca Manuel de Sousa*, proveniente de Mo-
na pala de viagem 5 escravos. çambique com 250 escravos, tendo de-
[AHU, cx. 73, nº 104] sembarcado 156 (números imputados).
[Eltis]
1796 · Primogy
RAMOGY PRIMOGY 1796 · Roiz
03/08/1796 – juntamente com Moral- JOSÉ LUÍS ROIZ
gy Ambaidas*, senhorio da pala Auro- 08/04/1796 – em Quelimane, carrega
ra Feliz, sendo capitão José Henriques na pala de viagem, de que é capitão José
da Cruz Freitas*, a partir de Quelimane Henriques de Cruz Freitras*, 4 escravos.
para Moçambique, com 197 escravos. [AHU, cx. 73, nº 104]
[AHU, cx. 74, nº 81]
61
1796 · Rosa
1796 · Ribero JOSÉ BERNARDO ROSA
MANUEL RIBERO 25/05/1796 – em Moçambique, capitão
09/03/1796 – embarca 27 escravos em do navio Rainha dos Anjos, da sociedade
Quelimane, na corveta Santo António de Lisboa Colffs, Loureiros e Guimarães*,
e Dous Amigos, de que era capitão José tendo como sobrecargas José Gomes Lou-
Francisco Ribeiro*. reiro* e Joaquim Lopes de Sá Mourão*.
[AHU, cx. 73, nº 69] [AHU, códice nº 1365, fls. 64]

2007  E-BOOK CEAUP


José Capela

1796 · Sarmento 1796 · Viana


JOSÉ MARIA SARMENTO BERNARDO LOURENÇO VIANA
10/07/1796 – capitão-tenente e coman- 1811-1830 – durante este período dedi-
dante da fragata Santa Ana e São Joaquim, cou-se ao tráfico de escravos no Rio de
autorizado a transportar 20 escravos de Janeiro.
Quelimane para Moçambique consigna- 30/06/1796 – chegou ao porto de Mo-
dos a Sebastião Ferreira de Carvalho*. çambique, com licença do vice-rei do
03/08/1796 – em Quelimane, carrega 20 Brasil, a corveta do Rio de Janeiro Nossa
escravos na pala Aurora Feliz do coman- Senhora do Rosário Santo António e Al-
do de José Henriques da Cruz Freitas*. mas, pertencente a João Francisco da Sil-
[AHU, cx. 74, nº 75, nº 81 e nº 82] va e Sousa* e Bernardo Lourenço Viana,
para carregar escravatura.
1796 · Sousa 1812 – levantou um processo contra ne-
JOÃO FRANCISCO DA SILVA E gociante de grosso trato em Angola por
SOUSA débito de longo praso.
30/06/1796 – chegou ao porto de Mo- [Manolo Florentino / AHU, cx. 75, nº 53]
çambique, com licença do vice-rei do
Brasil, a corveta do Rio de Janeiro Nossa 1797 · Beller
Senhora do Rosário Santo António e Al- THOMAS BELLER
mas, pertencente a João Francisco da Sil- 03/06/1797 – em Moçambique, capitão
va e Sousa e Bernardo Lourenço Viana*, do navio Christina, proveniente de Boston.
para carregar escravatura. [AHM, séc. XVIII-VI. 55]
[AHU, cx. 75, nº 53]
1797 · Ceixe
1796 · Sousa SANOEL CEIXE
JOÃO MANUEL DE SOUSA 17/07/1797 – em Moçambique, capitão
08/04/1796 – em Quelimane, carrega 2 do navio Boa Esperança, proveniente do
escravos na pala de viagem de que é ca- Cabo da Boa Esperança.
pitão José Henriques da Cruz Freitas*. [AHM, séc. XVIII-VI. 57]
[AHU, cx. 73, nº 104]
1797 · Delfim
1796 · Uraga ELEUTÉRIO JOSÉ DELFIM
PEDRO DE URAGA 10/05/1797 – em Quelimane, embarca
62
12/06/1796 – capitão da fragata espanho- na pala Aurora Feliz, 4 escravos.
la Faustina de Buenos Aires, sendo arma- 23/04/1799 – manda comprar, por pro-
dor Jose R. Milla de la Roca*, sai de New curador, à Ilha de França, um navio de
York e vai a Moçambique e Cabo a Boa Es- 180 toneladas a denominar Correio de
perança de onde parte a 19/01/1797 com Moçambique.
214 escravos dos quais vai descarregar 21/04/1802 – em Moçambique, senho-
161 em Montevideo, a 30/04/1797. rio da goleta Maria, pede passaporte
[Eltis] para Inhambane.
21/04/1802 – em Moçambique, pede

E-book CEAUP  2007


Dicionário de Negreiros em Moçambique 1750-1897

passaporte para ir à Ilha de França, na que fora do Rio de Janeiro a Moçambique


galera Ana Joaquina, para tratar de cer- para escravos e que vendera no Cabo a
tas pendências. carregação. Regressara a Moçambique e
28/04/1802 – morador na Ilha de Mo- a 24 de Março fora embuscada pelo cor-
çambique, vai à Ilha de França na gale- so. Os marinheiros estavam a reclamar os
ra Ana Joaquina, comprar um navio de soldos que não haviam sido pagos.
200 a 250 toneladas a ser designado 14/06/1802 – manifesto de carga (no Rio
Bela Eugénia. de Janeiro?) para a viagem a Moçambi-
14/04/1803 – em Moçambique, Antó- que da corveta Perjuiva, de que é capitão.
nio da Cruz e Almeida* pede para a real 27/10/1802 – em Moçambique, capitão
goleta Emboscada fretada à Fazenda, ir e interessado na corveta Perjuiva, pede
a Quelimane e Ilha de França, levando passaporte para o Rio da Prata, com es-
como sobrecarga Eleutério José Delfim. cala no Cabo da Boa Esperança, S. Se-
16/01/1804 – em Moçambique, auto de bastião ou Santos, na costa da América.
visita a um bergantim francês provenien- 03/12/1804 – em Moçambique, manifes-
te das Seicheles, com 27 dias, e remetido to de carga proveniente do Rio de Janei-
a Eleutério José Delfim. ro, da galera Africana, de que é capitão o
12/04/1804 – António Salvador Mon- tenente José Domingues.
teiro* fretou o seu navio General Izidro 13/02/1805 – em Moçambique, capitão
a António da Cruz e Almeida* e Eleuté- e sobrecarga da corveta Africana, do Rio
rio José Delfim para levar às Maurícias de Janeiro. Para continuar o giro do seu
escravos do navio Diana, naufragado no negócio pretende passar à Ilha de Fran-
porto de Moçambique, para o que pede ça com passagem pelas Ilhas de Cabo
passaporte. Delgado.
10/07/1805 – Eleutério José Delfim co- 15/09/1806 – em Moçambique, senho-
missionou António de Escalada para rio do bergantim Viriato, obtém pas-
comprar um navio de três mastros e 300 saporte para carga de escravos a serem
toneladas no porto de Madastra, a cha- transportados deste porto para um dos
mar Luiza. portos da América Portuguesa ou Espa-
21/08/1805 – em Moçambique, senho- nhola com escala no Cabo da Boa Espe-
rio do navio Avoador, a sair para a Ilha rança, levando como capitão e primeiro
de França. piloto Manuel Pedro de Almeida*.
15/09/1806 – em Moçambique, primei-
[AHU, cx. 77, nº 76 / Códice nº 1365 fls.106 vs.,149
vs., 181, 199 vs., 202 / Cx. 93, nº 18 e nº 27 / Cx. 99,
63
ro tenente da Armada Real, capitão e
nº 19 / Cx. 105, nº 24 / Cx. 106, nº 22]
senhorio da goleta Dido, pede passapor-
te para navegar com carga de escravos
1797 · Domingues
para um porto da América portuguesa
JOSÉ DOMINGUES
ou espanhola, com escala no Cabo da
Comerciante de escravos no Rio de Ja-
Boa Esperança.
neiro entre 1811 e 1830. [Manolo Florentino / AHU, cx. 78, nº 72 / Cx. 93, nº
24/09/1797 – capitão da corveta Nossa 68 / Cx. 94, nº 134 / Cx. 108, nº 81 / Cx. 111, cap. 11
Senhora do Rosário Santo António e Almas / Cx. 116, caps. 113 e 114]

2007  E-BOOK CEAUP


José Capela

1797 · Figueiredo José Saramago*.


INÁCIO ÁLVARO DE [AHU, cx. 78, nº 51 / Cx. 82, nº 66]

FIGUEIREDO
10/05/1797 – em Quelimane, despa- 1797 · Palacio
chou, na pala Aurora Feliz, 18 escravos. DEMERCIO DE PALACIO
[AHU, cx. 77, nº 76] 10/07/1797 – em Moçambique, capitão
do navio Nossa Senhora da Guia, prove-
1797 · Lupi niente de Buenos Aires e a seguir para a
VICENTE LUPI Maurícia.
10/05/1797 – em Quelimane, embar- [AHM, sec. XVIII-VI. 57]

cam em seu nome, na pala Aurora Feliz,


16 escravos. 1797 · Santos
28/12/1803 – requer passar a Montevi- MANUEL RIBEIRO DOS SANTOS
deo com carga de escravos. 10/05/1797 – em Quelimane, são em-
[AHU, cx. 77, nº 76 / AHU, cx. 172, cap. 76] barcados, em seu nome, na pala Aurora
Feliz, 40 escravos.
1797 · Melgaço 08/08/1797 – em Quelimane, embarca
JOSÉ GONÇALVES MELGAÇO no navio Cristina 30 escravos.
10/05/1797 – em Quelimane, carrega 10 [AHU, cx. 77, nº 51 e nº 76 / Cx. 78, nº 51]

escravos na pala Aurora Feliz.


[AHU, cx. 77, nº 76] 1797 · Silva
MANUEL GONÇALVES DA SILVA
1797 · Millet 10/05/1797 – em Quelimane, carrega 20
JOAQUIN MILLET escravos com destino a Moçambique.
23/06/1797 – capitão da fragata espa- 27/07/1798 – em Quelimane, carrega
nhola Faustina de Buenos Aires, de que no navio de viagem Diligente oito escra-
era primeiro armador José R. Milla de vos com destino a Moçambique.
la Roca*, parte de Montevideo para Mo- [AHU, cx. 77, nº 76 / Cx. 81, nº 67]

çambique de onde sai com 284 escravos


dos quais vai descarregar 280 a Montevi- 1798 · Amaro
deo, em 24/02/1798. FREI ANTÓNIO DE SANTO
[Eltis] AMARO
Vide Maria, Frei Estêvão de Jesus
64
1797 · Neto
ANTÓNIO PEREIRA NETO 1798 · Cansado
08/08/1797 – em Quelimane, são em- LEOCÁDIO JOSÉ CANSADO
barcados em seu nome 14 escravos no 27/09/1798 – em Quelimane, na chalu-
navio Cristina. pa Bonita, embarcou 88 escravos do es-
31/05/1799 – em Quelimane (?) são pólio de José Henriques da Cruz Freitas*
embarcados em seu nome, para Moçam- e outros.
bique, 3 escravos na chalupa Santa Rita [AHU, cx. 81, nº 83]
de que era capitão e proprietário Inácio

E-book CEAUP  2007


Dicionário de Negreiros em Moçambique 1750-1897

1798 · Conceição Inhambane e Quelimane.


Fr. (?) JOSÉ ANDRADE 21/06/1828 – em Moçambique, capitão
CONCEIÇÃO do brigue Vitória, desembaraçado pela
27/07/1798 – carrega dois escravos, em Alfândega de Moçambique.
Quelimane, no navio de viagem, Deligente. 03/09/1828 – em Moçambique, coman-
[AHU, cx. 81, nº 67] dante do brigue Vitória, procedente de
Quelimane, onde, à saída, manifestou
1798 · Freixo 77 escravos no carregamento. Segue via-
JOSÉ JOAQUIM FREIXO gem para Damão.
29/04/1798 – em Quelimane, carregou 09/03/1829 – em Moçambique, capitão
23 escravos na Chalupa Bonita, a sair do brigue Vitoria, desembaraçado na Al-
para Moçambique. fândega, segue viagem para Inhambane.
[AHU, cx. 80, nº 109] [Santana, I, pp. 577, 595 e 605, 680, 709, 1132 /
AHU, cx. 81, nº 99 / AHU, cx. 87, nº 3 / Cx. 173, nº 77
/ Cx. 225, cap. 80]
1798 · Gama
CARLOS JOSÉ DOS REIS E GAMA
1798 · Guy
15/04/1798 – em Quelimane, carrega 24
CARLOS JOSÉ GUY
escravos na pala de viagem Aurora Feliz.
[AHU, cx. 80, nº 101]
27/09/1798 – em Quelimane, embarca
no bergantim Boa Caetana dois escravos.
[AHU, cx. 81, nº 68]
1798 · Gomes
MANUEL JOSÉ GOMES
1798 · Lopategui
06/12/798 – comandante da galera Joa-
FRANCISCO DE LOPATEGUI
quina, do senhorio de Joaquim do Rosá-
18/11/1798 – capitão de fragata de que
rio Monteiro*, que faz viagem de torna
era primeiro armador José R. Milla de la
volta de Quelimane para Moçambique
Roca*. Sai de Moçambique com 437 es-
porque se afundaram os documentos
cravos dos quais vai descarregar 276 a
para seguir para o Rio de Janeiro junta-
Montevideo, em 31/01/1799.
mente com a lancha que os transportava.
[Eltis]
02/01/1801 – em Moçambique, instru-
ções dadas a Manuel José Gomes, se-
1798 · Mamodo
gundo tenente da Marinha ad honorem,
SARANGUE IBRAMO MAMODO
comandante do bergantim Santo António
15/04/1798 – embarca três escravos em 65
Diligente, que vai à viagem para o porto
Quelimane, na pala de viagem Aurora
de Quelimane.
Feliz.
22/11/1820 – em Moçambique, capitão
[AHU, cx. 80, nº 101]
da galera Duque de Bragança.
14/08/1827 – em Moçambique, terceiro
1798 · Maria
piloto e contramestre do brigue Vitória.
FREI ESTÊVÃO DE JESUS MARIA
31/03/1828 – em Moçambique, capitão
FREI ANTÓNIO DE SANTO AMARO
e segundo piloto do bergantim Vitória,
15/04/1798 – o primeiro embarca 31 e
com passaporte para ir aos portos de

2007  E-BOOK CEAUP


José Capela

o segundo 23 escravos na pala de viagem 1798 · Pacheco


Aurora Feliz. Em um total de 16, a segunda JOSÉ DA SILVA PACHECO
maior consignação de escravos carregados 27/09/1798 – em Quelimane são-lhe
no navio é a de Frei Estevão Maria, com 31, consignados 13 escravos no bergantim
apenas superada pela de Alberto da Silva Boa Caetana.
Cardoso*, com 40. Em um total de 296. [AHU, cx. 81, nº 68]
Associam-se aqui os dois religiosos (a úni-
ca coincidência detectada de religiosos a 1798 · Pegado
despacharem escravos conjuntamente) na FR. (?) JOSÉ (?) DE S. M. PEGADO
presunção de estarem a proceder a enco- 27/07/1798 – em Quelimane, em seu
menda da ordem respectiva para forneci- nome, são embarcados no barco de via-
mento de casa no Brasil ou para transação. gem Deligente 36 escravos.
[AHU, cx. 80, nº 101] [AHU, cx. 81, nº 67]

1798 · Martins 1798 · Plugy


MANUEL MARTINS VICENTE PLUGY
27/09/1798 – em Quelimane, carrega 6 27/09/1798 – em Quelimane, carrega 14
escravos no bergantim Boa Caetana. escravos no bergantim Boa Caetana.
[AHU, cx. 81, nº 68] [AHU, cx. 81, nº 68]

1798 · Melo 1798 · Romano


ANTÓNIO JOSÉ DE MELO JACINTO ROMANO
27/07/1798 – em Quelimane, embarca 6 29/04/1798 – em Quelimane, carrega
escravos no barco de viagem Deligente. 36 escravos na chalupa Bonita.
[AHU, cx. 81, nº 67] [AHU, cx. 80, nº 109]

1798 · Monteiro 1798 · Samuragi


JOÃO SALVADOR MONTEIRO GIVA SAMURAGI
06/12/1798 – sobrecarga da galera Joa- 15/04/1798 – em Quelimane, embar-
quina, de Joaquim do Rosário Monteiro*, ca, no bergantim Africano Ligeiro, 70
fundeada em Quelimane aonde foi carre- escravos.
gar os escravos que se achavam em terra [AHU, cx. 80, nº 102]
nas mãos dos seus correspondentes.
66 1798 · Santos
[AHU, cx. 81, nº 102]
JOÃO GULATE DOS SANTOS
1798 · Nery 06/05/1798 – em Moçambique, coman-
LUIS FILIPE NERY dante do navio União, do senhorio de
15/04/1798 – em Quelimane, carrega- Manuel de Sousa Guimarães*, a seguir
dos 34 escravos em seu nome, no ber- para as ilhas de Cabo Delgado aonde vai
gantim Africano Ligeiro. completar a carga de escravos.
[AHU, Moç. cx. 80, nº 102] [AHU, cx. 81, nº 4]

E-book CEAUP  2007


Dicionário de Negreiros em Moçambique 1750-1897

1798 · Sousa escravos na pala de viagem Aurora Feliz.


ANDRÉ AVELINO DE SOUSA [AHU, cx. 80, nº 101]
15/04/1798 – em Quelimane, carrega 28
escravos na pala de viagem Aurora Feliz. 1799 · Carvalho
31/05/1799 – em Quelimane, carregou JOSÉ SIMÕES DE CARVALHO
10 escravos na chalupa Santa Rita, do se- 23/04/1799 – de Moçambique vai à Ilha
nhorio de Inácio José Saramago(*) com de França comprar o navio O Mensageiro
destino a Moçambique. Feliz.
23/08/1804 – em Quelimane, carrega 10/07/1804 – um francês, Dalbé*, da Ilha
10 escravos no bergantim Bom Sucesso. de França, vende na Ilha de Moçambique
[AHU, cx. 80, nº 101 / Cx. 82, nº 66 / Cx. 108, nº 81] o seu bergantim Suzana, que havia sido
afretado por José Simões de Carvalho,
1798 · Sousa negociante e morador naquela capital.
DOMINGOS CAETANO DE SOUSA [AHU, códice 1365, fls. 107 / Cx. 107, nº 18]
07/07/1798 – em Quelimane, carregou
no barco de viagem Diligente nove es- 1799 · Peniche
cravos. FRANCISCO JOSÉ PENICHE
[AHU, cx. 81, nº 67] 05/01/1799 – em Moçambique, pede li-
cença para regressar na corveta Vitória
1798 · Sousa ao Rio de Janeiro de onde saíra com pas-
JOSÉ MANUEL DE SOUSA saporte datado de 27 de Junho de 1798.
27/09/1798 – carrega em Quelimane, [AHU, cx. 82, nº 2]
no bergantim Boa Caetana, quatro es-
cravos. 1799 · Roiz
[AHU, cx. 81, nº 68] JOSÉ CAETANO ROIZ
31/05/1799 – em Quelimane, carrega na
1798 · Vaillant chalupa Santa Rita, do senhorio de Iná-
LE VAILLANT cio José Saramago* a sair para Moçam-
1798 (?) – comandante do navio corsá- bique, 2 escravos.
rio Apollon de que era representante na [AHU, cx. 82, nº 66]
Ilha de França Charles Pilot e Cª.
[Santana, II, p. 477] 1799 · Sancargy
GIVA SANCARGY
1798 · Vandaik
67
23/04/1799 – vai à Ilha de França buscar
JOÃO ANTÓNIO VANDAIK o seu bergantim Africano Ligeiro apresa-
15/04/1798 – em Quelimane, carrega 10 do nas costas da capital de Moçambique
escravos na pala de viagem Aurora Feliz. pelo corsário Apolon.
[AHU, cx. 80, nº 101] 17/07/1801 – em Moçambique, senho-
rio do navio Deligente, juntamente com
1798 · Vandaik Velgy Darcy* e Joaquim do Rosário Mon-
MARCELINO VANDAIK teiro*, desembaraçado para seguir para
15/04/1798 – em Quelimane, carrega 10 Bourbon e Goa.

2007  E-BOOK CEAUP


José Capela

01/10/1801 – manifesto da carga do 16/11/1803 – o governador-geral manda


brigue Deligente do senhorio de Velgy correspondência para o Rio de Janeiro
Darcy* e Giva Sancargy*, de Sofala para cujas primeiras vias já tinham seguido
Moçambique, com 140 escravos. pelo navio Ave Maria, capitão Manuel
18/05/1802 – em Moçambique, senho- de Sousa Ferreira, em direitura a Lisboa
rio de sociedade com Velgy Darcy* do com escala pelo Cabo da Boa Esperança.
bergantim Deligente, pede passaporte [AHU, cx. 94, nº 25, nº 49 e nº 80 /Cx. 104, nº 21 /
para Sofala e para Quelimane, onde en- Eltis]

trou a 15 de Junho.
10/12/1802 – em Moçambique, senho- 1800 · Pereira
rio em sociedade com Velgy Darcy*, do JOSÉ ANTÓNIO PEREIRA
bergantim Santo António Deligente, pede 15/08/1800 – em Moçambique, proprie-
passaporte para seguir para Lourenço tário do navio S. José Indiano, a partir
Marques. para Lisboa, sendo capitão Manuel João
(?) – proprietário do brigue Africano Pereira*.
Ligeiro, aprisionado na barra de Queli- 01/11/1837 – em Moçambique, subscre-
mane com 25 escravos (o mesmo apresa- veu a representação de 29 comerciantes
mento que acima?) da praça expondo ao governador-geral,
[AHU, códice 1365, fls. 107 vs. e 139 / Cx. 89, nº 16 marquês de Aracaty, a necessidade de
/ Cx. 93, nº 44, nº 45, nº 78 / Cx. 96, nº 8 / Santana, sustar a execução do decreto de 10 de
II, p. 477] Dezembro de 1836 que abolia o tráfico
da escravatura em todas as colónias por-
1799 · Saramago tuguesas.
INÁCIO JOSÉ SARAMAGO [AHU, cx. 86, nº 3 Pasta 4, cap. 3]
31/05/1799 – capitão e proprietário da
chalupa S. Rita que carrega 27 escravos 1800 · Pereira
em Quelimane (?), para Moçambique: MANUEL JOÃO PEREIRA
10 de André Avelino de Sousa*; 4 de Es- 15/08/1800 – em Moçambique, capitão
têvão Francisco Antão*; 3 de António Pe- do navio S. José Indiano, de que era pro-
reira Neto*: 2 de José Caetano Roiz(*) e prietário José António Pereira*.
8 do senhorio e da equipagem. [AHU, cx. 86, nº 3]
[AHU, Cx. 82, nº 66]

1800 · Sanchande
68 1799 · Sousa SOBACHANDE SANCHANDE
MANUEL DE SOUSA (Baneane)
12/03/1799 – em Montevideo, capitão 29/07/1800 – Sobachande Sanchande e
do bergantim Nazaré, com 156 escravos, Cª tinham comprado a Sebastião José Ro-
dos 250 carregados em Moçambique. drigues* o navio Conquistado. Pedem pas-
Armador, José R. Mila de La Roca*. saporte para ir aos portos de Ásia e África.
04/09/1802 – saiu de Moçambique para 12/11/1803 – Sobachande Sanchande e
o Rio de Janeiro o navio Avé Maria de Velgi Darcy* querem mandar a Anjoane
que era comandante. um batel denominado Flor de África.

E-book CEAUP  2007


Dicionário de Negreiros em Moçambique 1750-1897

31/01/1806 – natural de Dio, português, o privilégio. Neste caso a concessão de


residente em Moçambique, proprietário «barco de viagem» era feita a quem se
do bergantim General Izidro, e do brigue dispuzesse a transportar gratuitamente
Santo António Triunfo de África, construí- as fazendas de Sua Majestade.
do em Moçambique. 27/11/1821 – em Moçambique, proprie-
31/01/1806 – em Moçambique, é con- tário do brigue Santo António Triunfo de
cedido passaporte ao seu bergantim África, pede passaporte para Inhambane
General Izidro, para ir ao Cabo da Boa Es- e baía de Lourenço Marques.
perança com uma carregação de negros 18/02/1825 – balanço da Fazenda por
e de lá «para qualquer porto português falecimento.
ou de nação amiga ou neutra». Levava [AHU. Códice 1365, fls. 123 vs., 218 e 223 vs. / Cx.
como capitão e primeiro piloto Manuel 104, nº 11 / Cx. 114, cap. 62 / Cx. 156, cap. 13 / ����
Cx.
166, cap. 10 / Cx. 181, cap. 119 / Cx. 199A, cap. 214]
Pedro de Almeida*.
02/06/1806 – manda Manuel José Go-
1800 · Silva
mes* à Ilha de França comprar um navio
VICENTE GUEDES DA SILVA
de três mastros, de 400/500 toneladas, a
Vide: Sousa, Vicente Guedes da Silva e
denominar Apolo.

10/11/1806 – manda o seu comissário
1800 · Sousa
Ricardo de Sousa à Ilha de França a com-
prar-lhe um navio de dois mastros, de VICENTE GUEDES DA SILVA
500/600 toneladas, a denominar Júpiter E SOUSA (também Vicente
Potente. Guedes da Silva)
02/07/1807 – em Moçambique, senhorio Filho mais velho de João da Silva Gue-
do navio Viriato, com passaporte para a des*, um dos maiores comerciantes de
Ilha de França. Moçambique, escrivão maior da Alfân-
28/12/1810 – em Moçambique, fretador dega e capitão-mor das ordenanças da
da escuna Nossa Senhora do Livramento capital. Tinha sido mandado pelo pai
de que era capitão Bento José Francisco educar em um colégio de Lisboa onde
Forte* procede ao manifesto de carga, esteve oito anos. Regressou a Moçam-
com 14 escravos. bique em 1800 não só com «muita dis-
15/01/1818 – figura em lista de armado- tinta instrução de ler, escrever e contar
res no porto de Moçambique, como pro- debaixo dos necessários princípios de
prietário do brigue Santo António Triunfo ortografia, gramática portuguesa e
aritmética, mas também de ler, falar
69
de África.
07/11/1819 – oferece-se para «barco de e escrever nas línguas francesa e in-
viagem»: antigo costume de os governa- glesa». Viajou de Lisboa para o Rio de
dores proporem à corte a nomeação de Janeiro, caminho de Moçambique, em
embarcações para as viagens aos portos Julho 1799, juntamente com Francisco
de Quelimane, Inhambane e Cabo das Álvaro da Silva Freire. A polícia do Rio,
Correntes com privilégio de exclusivida- em busca ao navio por suspeitas de ja-
de, o que era feito a troco de um dona- cobinismo do Silva Pereira, encontrou
tivo dos armadores a quem lhe concedia na posse de Guedes da Silva livros de

2007  E-BOOK CEAUP


José Capela

Rousseau, Voltaire, Helvetius, etc., as- coronel de Moçambique, Constantino


sim como literatura e apontamentos António Alves da Silva*, despacha para
relativos à maçonaria. Da corte foram aquele porto 150 escravos.
dadas instruções para o vigiar em Mo- [AHU, cx. 88, nº 63 / Cx. 95, nº 40 / Cx. 106, nº 37,
çambique. nº 74 e nº 110 / Cx. 108, nº 77 e nº 86 / Cx. 109,
nº 30 /Códice 1365, fls. 190 / Suplemento Literá-
22/08/1801 – o governador-geral de Mo-
rio do jornal Minas Gerais, 21/04/1992 / Manolo
çambique passou-lhe o alvará de secretá- Florentino]
rio do governo.
16/11/1802 – fora posto sob vigia. O go- 1801 · Almeida
vernador-geral abona-o absolutamente: ANTÓNIO DA CRUZ E ALMEIDA
«nada tem de princípios que se chamem 08/11/1801 – o governador-geral de Mo-
máximas erradas de jacobinismo». çambique recomenda-o à corte porque
19/04/1804 – em Moçambique, auto de faz parte de um grupo de portugueses
visita ao bergantim francês Suzana, que «com fundos de bastante consideração»
ia a escravos. Vinha afretado a carrega- que «têm sustentado a guerra».
dores, entre os quais Vicente Guedes a 09/07/1802 – manda dois filhos, José
quem se destinavam 17 barricas de ca- da Cruz e Almeida e Vitorino da Cruz e
chaça, 20 de açúcar e 4 caixas de espin- Almeida* a estudos na Ilha de França, o
gardas. que indicia relações comerciais na coló-
24/06/1804 – em Moçambique, auto de nia francesa.
visita à pala Dois Irmãos proveniente das 06/10/1802 – em Moçambique, senho-
Seichelles e Madagascar, com viagem de rio da galera Maria, pede passaporte
um mês e com passaporte português. A para ir a Quelimane carregar escravos
pala fora comprada nas Seichelles por para a Ilha de França.
Vicente Guedes. 09/11/1802 – em Moçambique, senhorio
05/10/1804 – consta do «mapa das em- do navio Le Jeune Povel, proveniente da
barcações que tem a praça de Moçambi- Maurícia de onde saira em 28/10/1802.
que» com uma unidade de dois mastros e 14/04/1803 – fretara à Fazenda a goleta
de 200 toneladas. Emboscada e pede para ir a Quelimane
26/10/1804 – adquiriu o brigue La Bone e Ilha de França, levando como capitão
Mère ( Boa Mãe) por 30000 cruzados (di- Caetano José Roiz Marques* e sobrecar-
nheiro deste país) a um francês e requer ga Eleutério José Delfim*. De facto vinha
bandeira portuguesa e passaporte para a fazer em Quelimane vários carrega-
70
ir a Anjoane levando como capitão e pri- mentos negreiros para a Ilha de França.
meiro piloto Manuel Rollem*. Em 1803 mantém relações comerciais
03/12/1804 – O governador-geral man- com o Cabo da Boa Esperança, Havana
da que um oficial com escolta embarque e Montevideo.
no navio Boa Mãe e o traga para Moçam- 28/06/1803 – em Moçambique, requer
bique. (Venda fictícia?). autorização para navegar a sua goleta
1812 – nesta data, há no Rio de Janei- Maria para Quelimane.
ro um Vicente Guedes de Sousa, arma- 07/09/1803 – em Moçambique, pede
dor do navio negreiro Isabel, em que o para navegar o seu navio Excelentíssi-

E-book CEAUP  2007


Dicionário de Negreiros em Moçambique 1750-1897

ma Augusta, de 200 toneladas, levando rio do navio Apolo, com passaporte para
como capitão Francisco Luís Madeira*, ir à Ilha de França.
com escravos, para o Cabo da Boa Es- 03/03/1810 – pede passaporte para ir a
perança para aí refrescar e conforme as Filadélfia, nos Estados Unidos.
instruções que receba prosseguir para 06/11/1811 – em Moçambique, na qua-
Havana ou Montevideo. lidade de senhorio do brigue Feliz Dia
10 (?)/1804 – em Moçambique, senho- 14 de Agosto 1809 (de 100 toneladas,
rio do brigue Maria, requer passaporte construído no Brasil), pede passaporte
para viagem a Inhambane. para Quelimane e Montevideo. Saiu de
12/04/1804 – em Moçambique, António Quelimane, em 17/12/1811, com 240
Salvador Monteiro* tem fretado o seu escravos.
navio General Izidro a António da Cruz 17/12/ 1811 – saiu de Quelimane o seu
e Almeida e Eleutério José Delfim* para brigue Feliz Dia com 240 escravos.
levar escravos às Maurícias do navio Dia- 06/11/1812 – mantinha o senhorio do
na, naufragado neste porto. bergantim Pobrezinhos (com matrícula
09/07/1804 – faz conduzir os seus filhos no Rio de Janeiro) que no ano anterior
José da Cruz e Almeida e Vitorino da fôra do Brasil a Moçambique.
Cruz e Almeida para a Ilha de França no 1813 – tinha o seu brigue Feliz Dia e car-
navio La Tany para ali serem educados ga respectiva segurados no Rio de Janei-
em um dos seminários da dita Ilha. ro pela Companhia Indemnidade.
13/07/1804 – de Inhambane, parte para 01/10/1817 – pede passaporte para o
a capital a goleta (?) do senhorio de An- brigue Aliança seguir para Quelimane e
tónio da Cruz e Almeida, tendo como Maranhão, tendo sido desembaraçado
capitão Júlio Coleta Pimentel Coelho* e pela Alfândega a 4/10.
levando, na carga, 60 escravos. 15/01/1818 – na lista dos proprietários
05/10/1804 – consta do «Mapa das em- de embarcações da praça de Moçambi-
barcações que tem a praça de Moçambi- que, com o brigue Aliança.
que» com uma unidade de dois mastros e 03/10/1819 – o governador interino de
outra de três, respectivamente de 50 e de Moçambique estava a recomendar ao
200 toneladas. Conde dos Arcos o pedido do Hábito da
04/07/1805 – em Moçambique, senho- Ordem de Cristo e a propriedade vitalí-
rio do navio Perseverança, com passapor- cia do ofício de escrivão da Alfândega,
te para a Ilha de França e Calcutá. vago pelo falecimento de João da Silva
71
07/05/1806 – em Moçambique, se- Guedes*, para o seu único e legítimo fi-
nhorio do navio Perseverança, de três lho Vitorino da Cruz e Almeida. Trata-
mastros e duzentas toneladas, requer va-se do negociante mais abonado da
passaporte para o mesmo, pronto para ir capitania de Moçambique. Muito útil ao
à Ilha de França ou à de Bourbon, à Ín- real serviço pela grande soma que havia
dia e Cabo da Boa Esperança, conforme pago aos reais direitos e empréstimos
lhe convenha. de cabedais ao Estado. O governador
1808 – juiz ordinário em Moçambique. opinava que o hábito devia ser dado ao
22/01/1808 – em Moçambique, senho- filho que seguia a carreira comercial do

2007  E-BOOK CEAUP


José Capela

pai e com navios seus. E o ofício ao su- 1801 · Anquille


plicante. SANDE ANQUILLE
Do requerimento constava ser negocian- 21/01/1801 – do porto do Ibo segue para
te de grosso cabedal e estabelecido em Moçambique o pangaio do xerife Sande
Moçambique havia mais de 40 anos, sen- Anquille, proveniente de Monfia com
do um dos maiores proprietários da ca- cinco marinheiros espanhóis de um na-
pitania. vio americano que naufragou entre Me-
O Hábito da Ordem de Cristo parece linde e Mombaça, quando se deslocava
não lhe ter sido atribuído pois que An- de Maurícias a Quíloa para fazer carga
tónio José Pedrosa* (que havia casado de escravos.
com a neta de Almeida [Joana da Cruz [AHU, cx. 87, nº 19]
e Almeida]) em requerimento de 17 de
Novembro de 1830 (portanto, no Rio de 1801 · Azevedo
Janeiro, onde estava nessa data) alegan- ANTÓNIO JOSÉ DE AZEVEDO
do os serviços prestados por António da 27/10/1801 – capitão e segundo piloto
Cruz e Almeida, reitera o pedido do hábi- da galera Joaquim, do senhorio de Jo-
to, nestas condições a ser atribuído post aquim do Rosário Monteiro*, no porto
mortem. Este pedido tem razão de ser, le- de Moçambique, pronta a partir para a
vando em conta as ligações que Pedrosa América.
manteria com a Corte, grande financia- 05/11/1807 – em Moçambique, capi-
dor que foi da Regência da Terceira. tão do brigue General Albuquerque, do
Foi proprietário e armou os navios ne- senhorio de João da Silva Guedes* que
greiros: galera Maria; por aluguer à requer passaporte para uma viagem a
Fazenda Real a goleta Emboscada; na- Inhambane e Cabo das Correntes.
vio General Izidro; navio Excelentíssima 17/04/1810 – capitão da sumaca Pesca-
Augusta; o brigue Feliz Dia; bergantim dor, de que era senhorio João da Silva
Pobrezinhos; brigue Aliança, este cons- Guedes*, que estava a viajar, com 30
truído em Quelimane. escravos, de Inhambane para Moçam-
1830 (?) – em Moçambique, são despa- bique.
chados por António da Cruz e Almeida, [AHU, cx. 89, nº 44 / Cx. 132, cap. 31]
na charrua Luconia, para o Conde de
Parati* (Rio de Janeiro?), quatro ne- 1801 · Colaço
gros e quatro negras e «à sua ordem» JOAQUIM FRANCISCO COLAÇO
72
dois negros. 27/10/1801 – em Moçambique, sobre-
[AHU, cx. 90, nº 23 / Cx. 94, nº 100 / Cx. 96, nº 53 carga da galera Joaquim, de que era se-
/ Cx. 99, nº 19 / Cx. 100, nº 44 / Cx. 102, nº 13 / Cx. nhorio Joaquim do Rosário Monteiro*,
106, nº 22 / Cx. 107, nº 14 e nº 29 / Cx. 108, nº 76 e
no porto de Moçambique, prestes a par-
nº 86 / Cx.
�����������������������������������������������
115, cap. 47 / Cx. 138, cap. 28 / Cx. 140,
cap. 10 / Cx.
���������������������������������������������
142, caps.19, 27, 67 / Cx. 154, cap. 106 tir para a América, com escala por Que-
/ Cx. 155, caps. 2, 7 / Cx. 156, cap. 13 / Cx.
��������������
164, cap. limane, Cabo da Boa Esperança e Rio de
19 / Cx. 241, cap. 1 / Códice 1365, fls. 152, 200, 209 Janeiro.
/ Códice 1376, fls.1, 8 e 10 vs. / Santana, II, pp. 458,
[AHU, cx. 89, nº 44]
1003 / Manolo Florentino]

E-book CEAUP  2007


Dicionário de Negreiros em Moçambique 1750-1897

1801 · Darcy 1801 · Lima


VELGY DARCY FRANCISCO GONÇALVES DE
17/07/1801 – em Moçambique, senho- LIMA
rio do navio Diligente juntamente com 03/03/1801 – comandante da Rainha
Giva Sancargy* e Joaquim do Rosário dos Anjos em que de Lisboa segue para
Monteiro*, desembaraçado para seguir Moçambique o governador Izidro de Sá
para Bourbon e Goa. que o considera «grande piloto».
01/10/1801 – manifesto da carga do [AHU, cx. 87, nº 35]
brigue Deligente, do senhorio de Velgy e
Giva Sancargy*, de Sofala para Moçam- 1801 · Monteiro
bique, com 140 escravos. JOAQUIM PEREIRA MONTEIRO
18/05/1802 – Giva Sancargy* e Velgy 10/11/1801 – armador de Moçambique
Darcy, senhorios do bergantim Deligente, com um navio que segue de Moçambi-
pedem passaporte para irem a Sofala e, a que para o Brasil, via Cabo da Boa Espe-
19, para Quelimane. O Deligente entrou rança, com escravos.
no porto de Quelimane a15 de Junho. [BNL, Reservados, Colecção Tarouca, nº 35]
17/09/1802 – em Moçambique, requer a
nomeação de barco de viagem para Inham- 1801 · Pereira
bane a favor do seu brigue Deligente. MANUEL PEREIRA
10/12/1802 – senhorio, em sociedade 11/04/1801 – em Moçambique, senho-
com Giva Samargy*, do bergantim Santo rio do brigue Bom Jardim que vai fazer
Antonio Deligente, pede passaporte para a viagem de Quelimane conforme as ins-
Lourenço Marques. truções do governador-geral: «determino
19/07/1803 – parte de Inhambane para que a bordo dele se não carregue marfim
a capital o bergantim Santo António Deli- e outros géneros pertencendo ao barco
gente, senhorio Velgy Darcy, comandan- que nomeei de viagem a que pertence
te o tenente do mar José Sebastião Jorge todos os géneros exportados de Rios de
de Brito*, com marfim e escravos. Sena para a capital excepto mantimen-
12/11/1803 – Subachande Sanchande* tos e escravos».
e Velgy Darcy querem mandar a Anjoane [AHU, cx. 87, nº 67]
um batel denominado Flor de África.
09/04/1804 – em Moçambique, preten- 1801 · Pereira
de mandar o brigue Santo António Deli- VALÉRIO JOSÉ PEREIRA 73
gente para Damão, para reparação. 26/11/1801 – em Moçambique, senho-
02/10/1804 – o governador-geral infor- rio e capitão do navio Castelão de Dio, de
ma o conde da Anadia que na monção três mastros e 400 toneladas, pronto a
do ano anterior se perdera na barra de partir para o Rio de Janeiro.
Inhambane o navio de viagem Santo An- 27/12/1801 – o navio Castelão de Dio en-
tónio Diligente de Velgy Darcy. trou no porto de Inhambane com água
[AHU, cx. 93, nº 44 e nº 78 / Cx. 89, nº 16 / Cx. 94, nº aberta. O governador local considera o
46 / Cx. 96, nº 8 / Cx. 100, nº 87 / Cx. 104, nº 11 / Cx. navio péssimo de vela e com tripulação
106, nº 13 / Cx. 108, nº 80 / Códice 1365, fls. 139]
incapaz. Levava bastante mortandade de

2007  E-BOOK CEAUP


José Capela

escravos, havia desunião entre pilotos e 1802 · Barbosa


capitão. Tinha dois desertores europeus JOSÉ FRANCISCO ALVES
a bordo que não haviam sido entregues BARBOSA
porque o capitão precisava deles para a Desde 1802, na capitania de Rios de
guarda dos 500 e tantos escravos. O go- Sena, ocupou postos militares, foi ins-
vernador local deixou seguir os deser- pector das tropas, exerceu diferentes
tores porque o capitão os entregaria na empregos civis e da Fazenda. Foi se-
capital, na torna – volta. cretário do Governo de Moçambique e
[AHU, cx. 90, nº 53 / Cx. 92, nº 64] Procurador Geral da Coroa. O gover-
nador-geral de Moçambique, o desem-
1802 · Alcega bargador Sebastião Xavier Botelho, em
D. MARTIN DE ALCEGA 1828, informando o requerimento de
27/11/1802 – dono da fragata de 3 mas- Alves Barbosa que, sendo, então, coro-
tros Madalena, da praça de Buenos Aires, nel de milícias de Infantaria da vila de
capitão D. António Lopes, naufragada na Sena, pretendia a promoção a coronel
restinga da Bajona, Moçambique, a 21 de de primeira linha adido ao Estado Maior
Novembro. Carregava vinho, aguarden- do Exército com o soldo respectivo da
te, pólvora, ferro, aço e 6000 patacas. sua patente pago em dinheiro forte na
[BNL, Reservados, colecção Tarouca, nº 53 / AHU, cx. capitania de Moçambique, emite um
95, nº 70]
parecer negativo. Apesar dos serviços
prestados, neles incluídos «comissões
1802 · Anjos e expedições arriscadas entre bárbaros
GABRIEL JOÃO DOS ANJOS e Cª. daqueles sertões». Segundo o governa-
23/07/1802 – em Moçambique, senho- dor – geral, essas expedições, geralmen-
rios da galera Ana Joaquina proceden- te, mais não eram do que «meio para
te de Quelimane e que seguiu para a adquirir mercadorias para o comércio
Maurícia onde chegou a 08/12/1802, de fora: quantos e quantos pretos livres
tendo regressado a Moçambique em se têm cativado nestas guerras promovi-
24/12/1802. das antecipadamente para haver cópia
17/01/1803 – negociantes da praça de desta mercancia que tem sido vendida
Damão, senhorios da galera Ana Joa- para outros países?». «[...] quanto ao
quina, pedem para navegar a dita galera seu desinteresse é constante que veio
para o Rio de Janeiro com carga de es- para aqui pobre e que está riquíssimo».
74 cravos a carregar no porto de Quelima- Foi ainda acusado de fazer parte da
ne, tendo sido autorisados. Sobrecarga, conjura dos negreiros que pretenderam
José Joaquim Gonçalves* e capitão o passar a capitania de Rios de Sena para
tenente de mar Agostinho Francisco de a dependência do Brasil.
Sousa*. Naufragou em 02/1803. 09//03/1833 – O governador de Tete,
[AHU, cx. 93, nº 92 / Cx. 96, nº 36 / Cx.97, nº 34, nº
António Mariano da Cunha, informava
40 e nº 79]
o governo provisório de Moçambique
que o antigo governador de Tete e de
Rios de Sena, José Francisco Alves Bar-

E-book CEAUP  2007


Dicionário de Negreiros em Moçambique 1750-1897

bosa, lhe havia comunicado em ofício de 1802 · Cirne


29 de Dezembro último que estava em MANUEL JOAQUIM MENDES DE
Quelimane o brigue Frederico Africano VASCONCELOS E CIRNE
Oriental que ele mandara para o levar e Filho natural de Teotónio Mendes de
à família, em direitura a Lisboa. Não po- Carvalho Vasconcelos e Cirne, senhor da
dia perder a monção pelo que lhe entre- Quinta e Solar do Almeo, no sítio do mes-
gava o governo. mo nome, freguesia de Macinhata da Sei-
[Santana, I, p. 559 / AHU, códice 1469, fls. 4 vs.] xa, concelho de Oliveira de Azeméis. A
cultura clássica que transparece dos seus
1802 · Barros escritos deve tê-la adquirido, tal como
SIMÃO JOSÉ DE BARROS inculcam as abundantes citações latinas,
19/01/1802 – em Moçambique, capitão com o padre-mestre, capelão do solar,
do navio Ninfa do Mar, do armador Jo- cuja residência aí subsiste. Um acórdão
aquim do Rosário Monteiro*, pretende da Relação de Lisboa de 9 de Março de
navegar para o Rio de Janeiro com carga 1802, condenou o Manuel Joaquim a ser-
de escravos. vir no Estado da Índia, na tropa, por dez
[BNL, Reservados, colecção Tarouca, nº 53 /AHU, cx. anos. O que foi feito a requerimento do
92, nº 38]
pai pela «culpável ociosidade […] a sua
incorrigibilidade e ultimamente o consi-
1802 · Batista derável furto de dinheiro que lhe fizera».
JOAQUIM BATISTA Tinha portanto 17 ou 18 anos. Embarcou
03/09/1802 – em Moçambique, capitão na nau de viagem Marialva, com desti-
do navio português Santo António Ventu- no à Índia e escala pelo Rio de Janeiro
roso, por ocasião do naufrágio do navio e Moçambique. Na noite de 2 para 3 de
Marialva. Setembro de 1802 a Marialva naufragou
[AHU, cx. 94, nº 25]
no baixio do Mongicual, já perto da Ilha
de Moçambique. Tendo sido um dos so-
1802 · Berttec breviventes ficou em Moçambique e foi
JAIME BERTTEC inscrito como recruta no Batalhão de In-
11/11/1802 – em Moçambique, senho- fantaria de Moçambique. A 1 de Março
rio do navio Elizabeth, com passaporte de 1805 foi promovido a cabo e a 11 de
para Montevideo e Buenos Aires. Janeiro de 1806 a furriel. Neste posto, a
[AHU, cx. 95, nº 20]
12 de Fevereiro, foi punido com 50 pran- 75
chadas e baixa de posto. Logo em 20 de
1802 · Biale
Março foi restituído ao posto de furriel e
NICOLAU BIALE a 1 de Abril promovido a tenente para a
27/11/1802 – de nacionalidade espa- Companhia de Infantaria do Presídio do
nhola, primeiro piloto do navio Mada- Zumbo para onde não foi. A 6 de Junho
lena naufragado na restinga do Bajone, reingressou no Regimento de Moçambi-
costa de Moçambique. que e a 10 foi destacado para o forte de
[BNL, Reservados, colecção Tarouca, nº 53]
Sofala, onde o governador acabou por o
encerrar na enxovia. Em 1807 o pai re-

2007  E-BOOK CEAUP


José Capela

queriu o termo do degredo por não ter territórios de Quelimane desligados da


outro filho e este dever suceder na abun- capitania de Rios de Sena e apenas de-
dante casa, por desejar dar-lhe um esta- pendentes da administração central da
belecimento honrado uma vez que lhe colónia»(Almeida de Eça).
constava ter sido útil e proveitosa a cor- 22/03/1832 – Informação do governa-
recção. A petição foi indeferida. Entre- dor-geral Sebastião Xavier Botelho*:
tanto o Manuel Joaquim fora mandado «[…] Ainda em Quelimane se conserva
para a capital sob prisão, foi despromo- a execranda memória da aleivosia» que
vido a alferes e mandado, preso, para Vasconcelos e Cirne «obrou com os co-
Sena. O governo provisório entretanto lonos do seu próprio prazo que chamou
(1807-1809) no poder, a 16 de Maio de amigavelmente, e alta noite os embarcou
1808, autorizou o seu regresso à capital, algemados, e a furto, e à falsa fé, em um
de novo tenente. Em de 1909 estava ou- brigue para o Rio de Janeiro».
tra vez preso. A 6 de Novembro de 1809 Senhor todo poderoso do governo de
foi promovido a capitão e a 21 de Junho Quelimane aí se alcandoraria ao pedes-
de 1810 foi-lhe dado por expiado o tem- tal de promotor, executor e defensor do
po de exílio. tráfico de escravos que foi.
Em Setembro de 1812 partiu para a Cor- Se não é verdade, como alega, que antes
te do Rio de Janeiro. Os contactos que dele no porto de Quelimane se não fazia
terá estabelecido nesta primeira viagem comércio a longa distância, outrossim é
à Corte após a extinção do degredo, tê- verdade que «intentou fazer aquele por-
lo-ão habilitado a lançar-se na constru- to, um dos melhores ou o melhor (pelo
ção e na armação de navios negreiros em que respeita ao comércio da costa de
Quelimane. Desde logo, a 13 de Maio de África oriental)». Queria ele dizer aí im-
1813, sendo capitão do Regimento de plantar o tráfico de escravos. No que ob-
Infantaria de Linha de Moçambique, foi teve o maior êxito. Desde logo um aviso
nomeado para o cargo de governador do proveniente do Secretário de Estado da
Porto e Vila de São Martinho de Queli- Marinha e Ultramar, o Conde da Barca,
mane. Era o seu primeiro governador. com a data de 28 de Junho de 1814, abria
Quelimane sempre estivera subordina- o porto de Quelimane a todas as nações
do ao governador da capitania de Rios e o governador-geral mandou criar ali
de Sena. E este mantinha a sua jurisdi- uma alfândega com juiz e feitor, o que foi
ção sobre o governador de Quelimane. feito em 1817. Comenta Cirne: «E sendo
76
A 17 de Dezembro de 1813 foi promo- a afluência dos navios do Brasil grande,
vido ao posto de sargento-mor agrega- sempre a facilidade do negócio foi tal
do ao mesmo regimento. Quando foi que todos sempre se supriram, com uma
reconduzido por mais três anos, como brevidade que em outro algum porto po-
«a respectiva patente apenas contivesse diam achar». Ainda: «Foi nesse tempo da
a cláusula de subordinação ao capitão- liberdade do comércio que se viram cinco
general e governador da colónia este quilhas postas nos estaleiros de Quelima-
tomou a omissão à letra, deu-lhe a elas- ne, e as quais hoje a maior parte navegam
ticidade que entendeu e considerou os para o Brasil». «Brigue S. Marcos, arque-

E-book CEAUP  2007


Dicionário de Negreiros em Moçambique 1750-1897

ado em quinhentos e quarenta escravos; de escravos, tê-lo-á obrigado a dar-lhe


galera Philomela, arqueada em setecen- 9000 pesos para o deixar sair. A João
tos; brigue Bom Desejo, arqueado em Manuel da Silva Guimarães Sumatra
quatro centos e cincoenta; brigue Cons- Campeão*, para sair para o Rio de Ja-
titucional Africano, arqueado de setecen- neiro, 3000 pesos. A Anselmo da Costa
tos a oitocentos; brigue Nossa Senhora Xavier*, ido a Quelimane carregar 150
da Guia Morgada do Almeo, arqueado em escravos no brigue Zarco, cobrou-lhe
quinhentos e quarenta e oito». 500 pesos e obrigou-o a pagar-lhe os es-
A novidade da arqueação de navios to- cravos que lhe vendeu a 80 pesos cada
mando como unidade o número de es- quando o preço corrente era 50 pesos.
cravos em troca da tonelada !!! As suas ligações comerciais, além do Rio
Segundo Cirne, antes de 1817, de Queli- de Janeiro, estendiam-se a Lisboa para
mane exportavam-se 1484 escravos/ano. onde, conforme nota de 9 de Dezembro
Depois de 1817 passaram a exportar-se de 1829, remeteu um saco com mil pa-
3615. De 1819 a 1825, de 5000 a 6000. tacas espanholas para dois negociantes:
A 26 de Fevereiro de 1820 foi autorizado Jerónimo Elias dos Santos e Tomás Ma-
a retirar-se para a Corte do Rio de Janei- ria Bessone. Constando da mesma nota
ro. No Rio de Janeiro, foi traficante de o nome de João Baptista Moreira*, côn-
escravos, conforme lista in Manolo Flo- sul de Portugal no Rio de Janeiro, tam-
rentino. O brigue Nossa Senhora da Guia bém ele envolvido no tráfico de escravos,
Morgado do Almeo, registado em nome pode afoitamente concluir-se estarmos
de sua mulher, Dona Maria Antónia Leite diante de um dos maiores promotores do
Pereira de Mello Virgolino*, estava a fa- tráfico negreiro a partir de África.
zer transporte de escravos para os portos Faleceu em Tete a 16 de Junho de 1832.
brasileiros. A 14 de Janeiro de 1822 foi- [Vasconcelos e Cirne, Memoria sobre a Provincia de
lhe dado em Moçambique um passaporte Moçambique (1890) / Filipe Gastão de Almeida de
Eça, De Degredado a Governador, Lisboa, 1950 / �����
AHU,
para fazer transportar ao Rio de Janeiro
cx. 174, cap. 30 / Cx. 235, cap. 15 / �������������
Códice 1376,
o seu filho de menor idade António Ma- fls. 220 vs. / Santana, I, pp. 73, 74, 979 / Manolo
nuel Mendes de Vasconcelos Cirne, a Florentino]
juntar-se à companhia de seu pai e tratar
dos seus estudos. 1802 · Copelo
Em 1826 está em Lisboa, ido do Brasil. ESTEBAN COPELO
Em 1828 redigiu a Memória. A 2 de Abril 18/10/1802 – em Moçambique, capitão 77
de 1829 foi nomeado governador de da fragata portuguesa Nossa Senhora da
Quelimane e Rios de Sena. A 27 de Se- Conceição, armador Benito* Patron, sai
tembro de 1829 embarcou em Moçam- para Montevideo com 400 escravos, che-
bique para Quelimane. Tomou posse em gando com 330, em 31/12/1802.
Sena a 3 de Março de 1830. [Eltis]
Neste seu segundo governo foi acusado
de extorquir dinheiro a armadores ne- 1802 · Costa
greiros: a João Bonifácio Alves da Silva* DOMINGOS JOSÉ DA COSTA
com três navios em franquia, carregados 05/1802 – em Moçambique, capitão do

2007  E-BOOK CEAUP


José Capela

patacho S. Vicente Formidável, procede que se perdeu com todos os escravos em


ao manifesto de carga, com 60 escravos. Montevideo.
[AHU, cx. 93, nº 61] [BNL. Reservados, colecção Tarouca / AHU, cx. 104,
nº 15 / Eltis]

1802 · Ferreira
MANUEL DE SOUSA FERREIRA 1802 · Lopes
(também Manuel de Sousa) DOMINGOS JOSÉ LOPES
Vide Sousa. 12/10/1802 – capitão da galera Santa
Maria Calipso, em Moçambique pede
1802 · Genessengi passaporte para ir a Quelimane carregar
CARSANGI GENESSENGI & Cª escravos para Montevideo e regressar a
02/10/1802 – senhorios do brigue Vin- Moçambique.
[AHU, cx. 94, nº 110]
gança, em Moçambique, pedem passa-
porte para Quelimane.
[AHU, cx. 94, nº 90]
1802 · Marques
ANTÓNIO OLEGÁRIO JOSÉ
1802 · Joanico MARQUES
FRANCISCO JOANICO 26/12/1802 – em Moçambique, sobre-
03/09/1802 – capitão de navio portu- carga do navio Santo António Vitorioso,
guês, em Moçambique, proveniente do capitão Joaquim Baptista de Sequeira*
Rio da Prata, por ocasião do naufrágio com escravos para o Maranhão e escala
do navio Marialva. em Pernambuco.
[AHU, cx. 94, nº 25] [AHU, cx. 96, nº 42 / BNL, Reservados, colecção Ta-
rouca, nº 53]

1802 · Lopes
1802 · Mendes
ANTONIO LOPES – DOM
MARCELO JOAQUIM MENDES
27/11/1802 – de nacionalidade espanho-
11/11/1802 – em Moçambique, coronel
la, capitão e sobrecarga da fragata es-
e comandante do regimento, tinha freta-
panhola Madalena, navio de 3 mastros,
do o bergantim Elizabet Seira (?), do se-
propriedade de D. Martim de Alcega*,
nhorio de Jaime Berttel Co.(?), para se
da praça de Buenos Aires, naufragado no
transportar a Montevideo e Buenos Ai-
Mogincual, perto da Ilha de Moçambique.
res, levando como capitão Joaquim José
78 14/11/1803 – pretende embarcar para o
dos Santos*, para onde pede passaporte.
porto de Montevideo na galera Joaquim.
Tinha pedido licença para ir à Europa
19/11/1803 – é dado como armador
curar-se de mal venéreo.
principal da galera Joaquim que sai de
[AHU, cx. 95, nº 20, nº 95 e nº 58]
Moçambique para Montevideo, levando
como capitão José Sebastião*. Partiu do
1802 · Patron
Cabo da Boa Esperança, em 19/11/1803,
BENITO PATRON
com 376 escravos. Deve tratar-se da gale-
18/10/1802 – em Moçambique, armador
ra do mesmo nome dada como proprie-
da fragata portuguesa Nossa Senhora da
dade de Joaquim do Rosário Monteiro*

E-book CEAUP  2007


Dicionário de Negreiros em Moçambique 1750-1897

Conceição, capitão Esteban Copelo*, sai construído em Pernambuco.


para Montevideo com 400 escravos, che- 17/11/1810 – capitão do navio português
gando com 330 em 31/12/1802. de três mastros Espada de Ferro que fun-
[Eltis] deou no Ibo, proveniente de Benguela e a
seguir para a capital de Moçambique.
1802 · Santos [AHU, cx. 94, nº 25 / Cx. 96, nº 42 / Cx. 114, cap.
JOAQUIM JOSÉ DOS SANTOS 10 / Cx. 134, cap. 35 / BNL, Reservados, colecção
Tarouca, nº 53]
11/11/1802 – em Moçambique, capitão
do bergantim Elisabet Seira (?), fretado
1802 · Silva
por Marcelo Joaquim Mendes* para o
transportar a Montevideo e Buenos Aires.
JOÃO BONIFÁCIO ALVES DA SILVA
1802 – foi de Portugal para Moçambi-
30/03/1829 – português, é-lhe dado
que, como alferes.
passaporte pela corte do Rio de Janeiro
27/02/1806 – tenente do regimento de
para ir a Moçambique.
infantaria da praça de Moçambique, em
11/03/1846 – a firma Joaquim José dos
que se encontra promovido, pede confir-
Santos Jr. e Cª consta da List of the Princi-
mação.
pal Slave Dealers at Rio de Janeiro, 1845,
30/08/1806 – requereu e obteve licença
dos comissionários britânicos no Rio de
de sete meses para ir a Quelimane tratar
Janeiro como possuindo barracões para
de negócios. Aí se fixou.
escravos nas costas de África.
[AHU, cx. 95, nº 20 / Cx. 219, cap. 47 / Santana, I,
13/04/1811 – tomou posse do governo
p. 1176] de Quelimane que ocupou durante 18
anos correspondente a seis mandatos a
1802 · Sequeira que somou um ano de capitão-mor dos
JOAQUIM BAPTISTA DE Rios de Sena.
SEQUEIRA 06/02/1814 – entrega o governo de Que-
03/09/1802 – capitão do navio Santo limane ao comandante da vila, João da
António Vitorioso, que estava no porto de Rocha, porque tem de ir indispensavel-
Moçambique a carregar escravos para os mente à sua terra.
portos da América, com escala por Ben- 15/01/1818 – administrava os prazos Li-
guela. cungo e Mavale e era proprietário da ga-
12/12/1802 – capitão do navio Santo lera Águia Africana.
António Vitorioso, tendo como sobre- 23/12/1818 – autorizado a ir ao Rio de
carga António Olegário José Marques*, Janeiro tratar da saúde. 79
pronto a partir. 16/02/1819 – proprietário do brigue
03/01/1806 – em Queluz, concedido General Cavalcanti, arqueado em 572
passaporte ao navio Espada de Ferro, escravos, surto no porto de Quelimane,
Nossa Senhora do Rosário, Prazeres e Al- despachado para seguir para a Baía com
mas, de que era mestre, do senhorio de 650 escravos.
Gervásio Pires Ferreira* e comandante, 14/01/1820 – senhorio do brigue General
sendo igualmente primeiro tenente da Cavalcanti que faz manifesto de carga no
Armada Real, João Leite da Luz*. Navio porto de Moçambique, chegado da Baía e

2007  E-BOOK CEAUP


José Capela

tendo como mestre Pedro Jose Negrão*. nam no governador desta vila três carac-
Deixou o governo de Quelimane em teres, opinião, ambição e lascívia».
Maio de 1829 e no final do mesmo ano 03/08/1828 – o governador-geral, a pro-
partiu para o Rio de Janeiro. pósito de arribadas face às quais não é
08/05/1820 – pede licença para se des- cumprido o que está estabelecido, acusa
locar ao Brasil. No ano anterior mandara o governador de Quelimane: «[…] não
o seu navio com 600 escravos e não re- só desobedece formalmente às autorida-
cebera um só real. Neste ano, sem ele, des mas chama sobre si a desconfiança
o navio não iria. Se o barco não fosse S. que tais casos indicam».
M. teria um prejuízo de mais de vinte mil 30/08/1828 – o governador-geral, agora
cruzados fortes – alegava. invocando ordens de Lisboa, insiste com
07/08/1820 – obrigado a indemnizar o de Quelimane: que reprima o «escan-
a Fazenda pela importância que tinha daloso contrabando de escravatura em
recebido como capitão-mor de Rios de fraude dos reais direitos».
Sena durante o tempo que esteve ausen- 17/09/1828 – o governador-geral admo-
te na cidade de Pernambuco, em 1815. esta o governador de Quelimane: «[…] os
20/05/1820 – pedira o Hábito da Ordem navios franceses, americanos, brasileiros
de Cristo ou da Ordem de Aviz. e ingleses continuam a frequentar os por-
01/09/1822 – presidente da Câmara Mu- tos subalternos desta capitania cobrindo
nicipal de Quelimane. À morte do gover- esta infracção com fúteis subterfúgios
nador de Quelimane, José Alves Pereira, de arribada», subterfúgios que, pela fre-
foi eleito governador local. quência com que são utilizados, bem in-
14/12/1822 – morador em Quelimane, dicam «o dolo com que são alegados». O
requer passaporte para fazer navegar o governador-geral ameaça-o, em caso de
seu navio Feliz Americano daquele porto procedimento contrário às suas ordens,
para o porto de Moçambique. ter de se deslocar à capital para se justi-
02/08/1825 – governador de Quelimane ficar pessoalmente e se submeter a con-
e capitão-mor dos Rios de Sena deseja selho de guerra que, na falta de oficiais
passar para os corpos de Milícias conti- com patente suficiente para o julgarem,
nuando no mesmo exercício de capitão- seria realizado em Goa ou em Lisboa.
mor. Despachado no sentido de lhe ser 31/05/1829 – entregou o governo
passada patente de coronel de Milícias. de Quelimane a António Mariano da
23/07/1826 – tomou posse do governo Cunha*, coronel de milícias.
80
da vila de Quelimane, funções que já de- 03/08/1829 – dá entrada em Moçambi-
sempenhava por eleição popular. A pos- que, proveniente do Rio de Janeiro e de
se foi-lhe dada pela Câmara Municipal, a Quelimane, o navio Vulcano, de que são
mando do Governador-Geral. armadores João Bonifácio Alves da Silva
25/07/1828 – correspondência do feitor e J.M. da Silva Sumatra Campeão*. Volta
da Fazenda de Quelimane para o gover- a Quelimane, de novo a Moçambique.
nador-geral com vários documentos so- 15/08/1829 – é-lhe dado passaporte
bre o tráfico e contrabando de escravos, para o Rio de Janeiro.
com implicações do governador: «Rei- 02/09/1829 – António Francisco Car-

E-book CEAUP  2007


Dicionário de Negreiros em Moçambique 1750-1897

doso*, escrivão-maior da Alfândega de rebeldes, e imediatamente sequestro em


Moçambique e procurador em Moçambi- todos os bens que possuirem na capitania
que de João Bonifácio Alves da Silva e de de Moçambique ou em qualquer outra
seus sócios, moradores em Quelimane, parte dos domínios portugueses».
proprietários da barca brasileira Amiza- Uma vez no Rio de Janeiro, foi um dos
de e do brigue Vulcano, pede licença para financiadores da Regência da Terceira
estes navios voltarem a Quelimane a (vide João Baptista Moreira*).
carregar escravos, para onde foram. Em 09/08/1830 – o cônsul no Rio de Janei-
13/01/1830 o Vulcano, capitão J. de F. ro, solicitando condecorações para os
Chaves*, chegava ao Rio de Janeiro com financiadores da Regência, fazia-o so-
620 dos 634 escravos carregados em Mo- bretudo para o Bonifácio «por ser pessoa
çambique. de muita representação aqui».
10/12/1829 – saiu de Quelimane para 20/11/1835 – subscreve carta de agrade-
ao Rio de Janeiro, na barca Amizade, cimento à Rainha D. Maria pelo regresso
juntamente com João Manuel da Silva do cônsul João Baptista Moreira* às suas
Sumatra Campeão*. Chegaram ao Rio funções no Rio de Janeiro.
de Janeiro em 04/02/1830 com 625 dos 06/04/1839 – subscreve a representação
636 escravos que tinham carregado. dos comerciantes portugueses no Rio de
06/07/1830 – em representação do Sena- Janeiro defendendo o cônsul-geral de
do da Câmara contra Vasconcelos Cirne*, Portugal acreditado como encarregado
governador de Quelimane e Rios de Sena, de negócios acusado de «não haver no
consta a acusação de ter retido João Boni- consulado a mínima vigilância para com
fácio Alves da Silva e três dos seus navios as pessoas que se empregavam no co-
«prontos com suas armações de escravos mércio de África».
a sair» pelo que o João Bonifácio se vira 1841 – Era morador no Rio de Janeiro.
forçado a dar-lhe nove mil pesos. Créditos de João Bonifácio Alves da Silva
13/09/1830 – o governador-geral de Mo- no negócio de escravos, em Quelimane:
çambique informa o conde de Basto ter 17/08/1825 – saca uma letra a 100 dias
chegado do Rio de Janeiro, no brigue Bri- sobre José Manuel da Silva* por «18 ca-
lhante, a notícia da instalação da Regên- porros, digo, 18 escravos bons capazes de
cia na Ilha Terceira. Acusa de má conduta embarcar ou o valor por que eles correm
pública o cônsul João Baptista Moreira* e no tempo de vencimento desta, valor que
de «três portugueses que por alguns anos de mim recebeu para compra dos mes-
81
residiram nesta capitania de Moçam- mos escravos, em género e no dia do seu
bique onde enriqueceram por diversos vencimento para o pronto pagamento».
modos, onde foram condecorados com 10/09/1825 – saca uma letra a 80 dias
postos de milícias e de onde foram carre- sobre Felisberto Francisco de Meneses
gados de riquezas para o Rio de Janeiro Soares* por 55 caporros bons para em-
[…]. João Bonifácio enriqueceu muito barque ou o valor por que correrem.
com os negócios da escravatura […]». 20/12/1825 – saca sobre Nicolau Fran-
Despacho à margem do documento: «De- cisco Soares* pelo valor de 40 caporros
mitidos dos postos que ocupam, como capazes de embarque.

2007  E-BOOK CEAUP


José Capela

03/07/1827 – saca uma letra a 120 dias 151, cap. 128 / Cx. 156, caps.13, 64 / Cx. 158, cap.
161 / Cx. 160, cap. 79 / Cx. 162, nº 10 / Cx. 167, caps.
sobre António Rodrigues* pela quantia
40, 58 / Cx. 169, caps. 17, 39 / Cx.
�����������������������
171, cap. 34 / Cx.
de 81 caporros e meio, bons, sem defei- 186, cap. 1 / Cx. 187, cap. 86 / Cx. 198, cap. 4 / Cx.
to, capazes de embarque, ou o seu valor. 204, cap. 61 / Cx. 223, caps. ��������������������������
4 e 11 / Cx. 235, cap. 78
08/10/1827 – hipoteca todos os bens de / Cx. 243, cap. 20 / Códice 1376, fls.177 vs. / �������
Códice
Felisberto Francisco de Menezes Soares* 5913, fls. 37 / ��������������������������������������
Códice 1376, fls. 274 vs. / AHM, códi-
ce 11-5831, fls. 37, 37 vs., 93 vs., 95 vs.,100 vs., 101
pela quantia de 36 escravos e duzentos vs.,193 vs.,199 e 215 vs. / Códice 11-5834, fls. 97 /
pesos espanhóis que deve. Santana, I, pp. 520, 521, 609, 666, 667, 1063, 1170 /
17/08/1827 – saca uma letra a 90 dias, Santana, II, pp. 396, 623 / Santana, III, p. 623 / Chro-
sobre José Manuel da Silva* no valor de nica da Terceira, nº 26 / ANTT, Docs. Dos Negocios
Estrgs., cx. 311 / Eltis]
sessenta e oito e meio caporros bons, ca-
pazes de embarque, sem defeito algum,
1802 · Sousa
ou o seu valor pelo que eles correrem no
tempo do vencimento desta; igual quan- AGOSTINHO FRANCISCO DE
tia de mim recebida. SOUSA
20/11/1827 – hipoteca 19 escravos de 23/07/1802 – em Moçambique, capitão
Francisco Geraldo da Rosa* que lhe de- da galera Ana Joaquina, ida de de Queli-
via «a quantia de 19 caporros bons cons- mane, manifesta a carga de 365 escravos.
tantes de uma obrigação que já se acha 24/12/1802 – capitão da galera Ana Joa-
vencida»; não tendo pago na data, hipo- quina, entra em Moçambique, proveniente
teca-lhe 19 escravos. da Ilha de França, com 16 dias de viagem.
10/01/1828 – hipoteca a Jose Manuel da 17/01/1803 – em Moçambique, tenente
Silva* uma casa de madeira coberta de de mar e capitão da galera Ana Joaqui-
palha e 48 escravos para garantia de fa- na, de que era senhorio Gabriel João dos
zendas de lei e efeitos destinados a pagar Anjos*e Cª, da praça de Damão, e sobre-
56 caporros e meio. carga José Joaquim Gonçalves*, pede
02/01/1829 – saca sobre Jose Ciríaco para navegar a dita galera para o Rio de
Gonçalves Lobato*, dez escravos negros Janeiro com carga de escravos a receber
bons, sem defeito algum, próprios para no porto de Quelimane.
embarque para o Brasil. 1803 – capitão da galera Ana Joaquina
08/09/1829 – saca a 30 dias sobre Cae- de que era senhorio Gabriel João dos An-
tano Xavier Velasco* da Roza dezanove jos e Cª, da praça de Damão, que, em 21
negros bons, sem defeito algum e de boa de Janeiro de 1803, foi autorizada a car-
82 regar escravos em Quelimane, para o Rio
idade cujos escravos provêm do dinheiro
equivalentes neles, que ao fazer desta re- de Janeiro.
cebi do dito sr. em pesos espanhóis. [AHU, cx. 93, nº 92 / Cx. 96, nº 36 / Cx. 97, nº 34]

05/12/1829 – como procurador, vendeu


todos os escravos de Rafael José da Costa*. 1802 · Viana
[Jose Feliciano de Castilho Barreto e Noronha Barão VENTURA JOSÉ DE OLIVEIRA
de Moreira, Esboço Biographico, Rio de Janeiro, 1862. VIANA
/ AHU,
�����������������������������������������������������
cx. 100, cap. 119 / Cx. 114, cap. 93 / Cx. 116,
23/11/1802 (?) – entrou em Quelimane
caps. 16, 75 / Cx. 119, cap. 7 / �����������������������
Cx. 130, cap. 54 / Cx.
136, cap. 10 / Cx. 142, cap. 8 / Cx. 146, cap. 14 / Cx.
o brigue brasileiro Victória, de que era

E-book CEAUP  2007


Dicionário de Negreiros em Moçambique 1750-1897

capitão. Tinha 94 dias de viagem do Rio Inhambane, com 14 dias de viagem, ca-
de Janeiro e a vistoria considerou-o in- pitão do brigue Maria, com 120 escravos,
capaz de seguir. Devia ir a Moçambique tendo morrido 3 durante a viagem.
despachar-se. 1803 (?) – em Moçambique, ido de
22/12/1822 – comandante do brigue-es- Inhambane, capitão do brigue Maria,
cuma brasileiro Victória, proveniente do com 60 escravos.
Rio de Janeiro, que ia para Moçambique 13/07/1804 – em Inhambane, de parti-
e arribou a Quelimane. da para a capital, capitão da goleta (Ma-
24/11/1828 – capitão do brigue brasi- ria?), de que é senhorio António da Cruz
leiro Victória arribado a Quelimane por e Almeida*, com 60 escravos.
ser contra a monção, com 94 dias de via- 27/10/1804 – em Moçambique, capitão
gem do Rio de Janeiro. da goleta Maria, chegada de Inhambane,
13/04/1829 – capitão do brigue escuna manifesta a carga, com 60 escravos.
Victória, da propriedade de José Ignácio da [AHU, cx. 97, nº 25 / Cx. 107, nº 29 / Cx. 108, nº 81]
Silva*, que carregou escravos em Quelima-
ne, para o Rio de Janeiro. Saiu e reentrou 1803 · Francisco
três vezes, contra o que protestou o carre- JOSÉ FRANCISCO
gador Francisco Raimundo de Freitas*. 29/04/1803 – em Moçambique, Bancane
[AHU, cx. 96, nº 32 / Cx. 187, cap. 97 / Códice 1376, Ramogie* e Cª mandam a sua pala a Queli-
fls. 210 vs. e 211 / AHM, códice 11-5831, fls. 174 / mane como barca de viagem para carregar
Santana, I, pp. 625 e segs. e p. 711]
o que sobrou do barco de José Francisco
demorado há muito nesses Rios.
1803 · Brito
17/04/1811 – em Quelimane, entrou no
JOSÉ SEBASTIÃO JORGE DE porto o seu batel com carga para com-
BRITO (Bastos?) prar 110 escravos para um seu brigue
15/07/1803 – «tenente do mar» coman- que os iria carregar.
dante do bergantim Santo António Dili- [AHU, cx. 99, nº 52 / Cx. 136, cap. 10]
gente de que é senhorio Velgi Darci*, que
parte de Inhambane para Moçambique 1803 · Gonçalves
com marfim e escravos. JOSÉ JOAQUIM GONÇALVES
22/08/1803 – em Moçambique, capitão 17/01/1803 – em Moçambique, sobre-
do brigue de viagem Santo António Dili- carga da galera Ana Joaquina, de que era
gente, procede ao manifesto de carga pro- senhorio Gabriel João dos Anjos* e Cª,
veniente do Cabo das Correntes (marfim 83
da praça de Damão, que, em 21 de Ja-
e ponta de abada) e de Inhambane (mar- neiro de 1803, foi autorizada a carregar
fim e escravos) com 11 dias de viagem. escravos em Quelimane, para o Rio de
[AHU, cx. 97, nº 25 / Cx. 100, nº 87]
Janeiro. Capitão, o tenente do mar Agos-
tinho Francisco de Sousa*.
1803 · Coelho
28/02/1803 – em Moçambique, ten-
JÚLIO COLETA PIMENTEL do naufragado a galera Ana Joaquina,
COELHO e tendo vendido a Joaquim do Rosário
1803 (?) – em Moçambique, ido de Monteiro* a carga de escravos que tinha

2007  E-BOOK CEAUP


José Capela

pronta para a dita galera, em Quelimane, 1803 · Ouro


pede para ir a esse porto fazer a entrega. DOMINGO CHRISTA D’OURO
Pretende viajar no bergantim Eugénia 23/08/1803 – entrou em Moçambique,
Africana, a partir por aqueles dias. capitão do bergantim Belizário, saído de
[AHU, cx. 97, nº 34 e nº 79] Lisboa em 6 de Abril e saiu para o Cabo
da Boa Esperança (23/10/1803) e Mon-
1803 · Jardim tevideo (17/05/1804) com 372 escravos
JOÃO JARDIM dos quais chegaram ao destino 271.
1803 – em Moçambique, capitão do ber- [AHU, cx. 101, nº 43 / Eltis]
gantim Trial, proveniente de New Port,
com 160 dias de viagem. 1803 · Passos
[AHU, cx. 97, nº 25] DOM JOSÉ ANTÓNIO DE PASSOS
30/12/1803 – o governador-geral comu-
1803 · Madeira nica ao governador de Quelimane que
FANCISCO LUÍS MADEIRA autoriza Sebastião José Rodrigues*, co-
07/09/1803 – em Moçambique, capitão merciante estabalecido em Moçambique,
do navio Excelentíssima Augusta, proprie- a vender a Dom José António de Passos,
dade de António da Cruz e Alemida*, sobrecarga do bergantim Esperança, e D.
para o qual pede licença para navegar Pedro*, capitão do mesmo, 150 escravos,
com escravos para o Cabo da Boa Espe- em Quelimane.
rança, para aí refrescar e conforme instru- [AHU, cx. 140, nº 44]
ções que receba prosseguir para Havana e
Montevideo ou outro porto. 1803 · Pedro
[AHU, cx. 102, nº 13] DOM PEDRO
30/12/1803 – em Moçambique, capitão
1803 · Marques do bergantim Esperança, de que era so-
CAETANO JOSÉ ROIZ MARQUES brecarga Dom José António de Passos* a
14/04/1803 – capitão da real goleta Em- quem Sebastião José Rodrigues* vendeu
boscada, fretada à Fazenda por António 150 escravos.
da Cruz e Almeida*, para ir a Quelimane [AHU, cx. 140, nº 44]
e Ilha de França, levando como sobrecar-
ga Eleutério José Delfim*. 1803 · Pimentel
[AHU, cx. 99, nº 19] JÚLIO COSTA PIMENTEL
84
1803 (?) – em Moçambique, procede
1803 · Mordelles ao manifesto de carga do brigue Maria,
HIPÓLITO MORDELLES oriundo do porto de Inhambane, com 14
24/02/1803 – capitão da polaca Ligea, dias de viagem, de que fazem parte 120
ido de Moçambique, sai do Cabo da Boa escravos, tendo morrido na viagem três.
Esperança com 302 escravos (número 1803 (?) – em Moçambique, outra via-
imputado) para Buenos Aires onde, em gem de Inhambane, sem data, com 23
22/06/1803, desembarca 246. dias, manifestados 60 escravos.
[Eltis] [AHU, cx. 97, nº 25]

E-book CEAUP  2007


Dicionário de Negreiros em Moçambique 1750-1897

1803 · Poppe mador António Lopes*, chegou ao Cabo


JOÃO JACOB POPPE da Boa Esperança ido de Moçambique
10/01/1803 – português, vai à Ilha de com 376 escravos dos quais foi descar-
França comprar um navio de três mas- regar 64 a Montevideo, em 28/05/1804.
tros denominado Carlota Africana. Em outra versão ter-se-ão perdido todos
[AHU, códice 365, fls. 171 vs.] os escravos em Montevideo.
[BNL, Reservados, colecção Tarouca. / AHU, cx. 104,
1803 · Ramogie nº 15 / Eltis]

BANCANE RAMOGIE E Cª
29/04/1803 – em Moçambique, manda 1803 · Silva
a sua pala a Quelimane como barco de FRANCISCO DE PAULA DA (e)
viagem para carregar o que sobrou do SILVA
barco de José Francisco* demorado há 1811-1830 – dentro deste período dedi-
muito nos Rios (Quelimane). cou-se ao tráfico de escravos no Rio de
[AHU, cx. 99, nº 52] Janeiro.
1803 (?) – em Moçambique, chegado do
1803 · Santos Rio de Janeiro, capitão e primeiro piloto
DIONÍSIO DOS SANTOS do navio Ninfa do Mar, procede ao mani-
31/12/1803 – em Moçambique, capitão festo de carga.
da fragata Luisa, sai para Montevideo 17/06/1812 – entrou no porto de Queli-
com 300 escravos onde chega com 209, mane o brigue de que era capitão, Santo
em 18/03/1804. António Aliança.
[Eltis] 15/07/1813 – entrou no porto de Queli-
mane o brigue Santo António Aliança.
1803 · Saraiva [Manolo Florentino / AHU, cx. 105, nº 38 / Cx. 141,
cap. 85 / Cx. 144, nº 85]
FRANCISCO PEDRO SARAIVA
19/10/1803 – pede para fazer a viagem
1804 · Almeida
para o Cabo da Boa Esperança, Montevi-
deo e Rio de Janeiro no navio americano MANUEL PEDRO (ou Isidro?) DE
Minerva. ALMEIDA (Almada?)
13/01/1804 – chegou a Inhambane o na- 15/10/1804 – em Moçambique, capitão
vio americano Minerva, fretado por Se- e primeiro piloto do bergantim General
bastião José Rodrigues, proveniente de Isidro, de Joaquim do Rosário Montei-
ro*, que requer viagem para Montevideo 85
Quelimane, com escravos e falto de água
e de lenha. Francisco Pedro Saraiva com- «com a sua carregação de negros». Sai do
prou vários artigos. Cabo da Boa Esperança em 01/11/1804
[AHU, cx. 103, nº 77] e chega a Montevideo, em 24/04/1805,
com 253 escravos.
1803 · Sebastião 31/01/1806 – capitão e primeiro piloto
JOSÉ SEBASTIÃO do bergantim General Isidro, proprie-
19/11/1803 – capitão da fragata portu- dade de Sobachande Sanchande*, com
guesa Joaquim, de que era primeiro ar- passaporte para o Cabo da Boa Esperan-

2007  E-BOOK CEAUP


José Capela

ça, com uma carregação de negros. 1830 – há um residente na Ilha de Mo-


15/09/1806 – em Moçambique, capi- çambique, do mesmo nome.
tão e primeiro piloto do bergantim Vi- [AHU, cx. 108, nº 61 / Cx. 114, cap. 62 / Cx.
��������������
116, cap.
riato, do senhorio de José Domingues*, 113 / Cx. 123, cap. 52 / Cx. 132, cap. 5 / Cx. 142,
cap. 2 / Cx. 153, cap. 95 / Cx. 158, cap. 122 / Cx.
que obtem passaporte para carga de es-
195, cap. 78 / ��������������������������������������
Cx. 199A, cap. 5 / Cx. 217, cap. 37 /
cravos a serem transportados para um Santana, II, p. 122 / Eltis]
dos portos da América Portuguesa ou
Espanhola com escala pelo Cabo da Boa 1804 · Almeida
Esperança. VITORINO DA CRUZ E ALMEIDA
09/06/1808 – residente em Moçambi- Filho de António da Cruz e Almeida*.
que, senhorio e capitão do bergantim Em 1804 foi estudar para a Ilha de Fran-
Albuquerque Invencível, está no Rio de ça. Ainda em vida do pai, prosseguia nos
Janeiro. negócios, também com navios próprios.
06/03/1810 – em Inhambane, havia 40 12/12/1809 – pede passaporte para ir ao
dias, capitão da sumaca Alexandre, ida Rio de Janeiro tratar dos seus negócios.
do Rio de Janeiro, com licença do gover- 17/10/1810 – pede passaporte para
nador-geral para aí fazer uma carga de Montevideo.
escravos. Tinha como sobrecarga José 17/09/1812 – capitão e senhorio do bri-
Narciso Soares*. gue Feliz Dia 14 de Agosto 1809, ido do
03/04/1810 – em Inhambane, capitão Rio de Janeiro com passaporte para a
do brigue Alexandre, de que é senhorio capital de Moçambique, está em Inham-
Fernando Joaquim de Matos*, segue bane em 17/09/1812, de onde vai a Mo-
para Moçambique levando de Inhamba- çambique e de onde sai a 02/11/1812,
ne 40 escravos de diversas pessoas e 12 arribando a Quelimane.
da negociação do dito navio. 31/08/1824 – atendendo ao «préstimo e
02/10/1812 – pede passaporte para ir a inteligência» com que exerceu interina-
Quelimane receber um navio que tinha mente o lugar de secretário do governo
em construção nos estaleiros desse porto. da capitania de Moçambique, o Rei no-
31/05/1815 – senhorio da escuna São meia-o para esse cargo, por três anos.
João Baptista, pede passaporte para So- [AHU, códice 1376, fls. 8 e 22 vs., 71 vs. / Cx. 138,
fala. cap. 28 / Cx. 142, cap. 67 / Santana, I, p. 2]
20/06/1817 – em Moçambique, capitão
e senhorio da sumaca Chalaça desemba- 1804 · Aranha
86
raçada para segir para Sofala. JOSÉ JOAQUIM DE ARAUJO
15/01/1818 – proprietário da sumaca ARANHA
Chalaça na capitania de Moçambique. 05/10/1804 – consta do «Mapa das em-
21/06/1825 – capitão da escuna São João barcações que tem a praça de Moçambi-
Baptista pede passaporte para Sofala. que» com uma unidade de dois mastros e
09/12/1828 – capitão da escuna Inham- de 40 toneladas.
bane, da Companhia Comercial de Lou- 31/01/1818 – carregou, em Moçam-
renço Marques, a sair para Inhambane e bique, três escravos no brigue Paquete
Lourenço Marques. Real, de que era capitão João Pedro de

E-book CEAUP  2007


Dicionário de Negreiros em Moçambique 1750-1897

Sousa*, de saída para a Baía. 1804 · Curgi


[AHU, cx. 108, nº 86 / Cx. 156, cap. 42] JAGANATA CURGI
15/12/1804 – em Moçambique, senhorio
1804 · Bay do bergantim O Bom Jardim, juntamente
LOTI BAY com Deugi Odougi*, pede passaporte
05/10/1804 – consta do «Mapa das em- para ir a Quelimane.
barcações que tem a Praça de Moçambi- [AHU, cx. 109, nº 41]
que» com duas unidades de dois mastros,
uma de 60 e outra de 100 toneladas. 1804 · Curtis
[AHU, cx. 108, nº 86] RICHARD CURTIS
24/06/1804 – capitão do navio Mendon,
1804 · Caldas sai de Londres para Moçambique, onde
JOSÉ ANTÓNIO CALDAS carrega 493 escravos, dos quais vai des-
05/10/1804 – consta do «Mapa das em- carregar nesta data, em Buenos Aires,
barcações que tem a praça de Moçambi- 402 (números imputados). Primeiro ar-
que» com uma unidade de 2 mastros e de mador, John Reilly*.
100 toneladas. [Eltis]
27/11/1804 – em Moçambique, senho-
rio e armador da sumaca Amável Carlota, 1804 · Dalbé
pede passaporte para Lourenço Marques DALBÉ
como nau de viagem. 10/07/1804 – um francês, Dalbé, da Ilha
1830 (?) – em Moçambique, carrega na de França, vende na Ilha de Moçambique
charrua Lucónia, à sua ordem, dois ne- o seu bergantim, Suzana, que havia sido
gros. afretado por José Simões de Carvalho*,
[AHU, cx. 108, nº 86 / Cx. 109, nº 24 / Santana, III, negociante e morador naquela capital.
p. 901] [AHU, cx. 107, nº 18]

1804 · Corgy 1804 · Domingues


BAUSANA E JAGUCTA CORGY JERÓNIMO (também FRANCISCO)
05/10/1804 – consta do «Mapa das em- DOMINGUES
barcações que tem a praça de Moçambi- 13/04/1804 – Manuel Moreira*, mo-
que» com uma unidade de dois mastros e rador em Moçambique, pretende fazer
de 80 toneladas. seguir o seu brigue Bom Jardim, de que
[AHU, cx. 108, nº 86]
87
é capitão e piloto Jerónimo Domingues,
para a vila de Quelimane.
1804 · Costa 14/06/1804 – o mesmo requerimento,
PEDRO DA COSTA incluindo escala por Sofala.
23/08/1804 – em Quelimane, carrega no 16/02/1805 – em Moçambique, mani-
bergantim Bom Sucesso, quatro escravos. festo de carga do brigue Bonjardim, ca-
[AHU, cx. 108, nº 81]
pitão (?) Jerónimo Domingues, oriundo
de Quelimane com 120 escravos e ali-
mentos.

2007  E-BOOK CEAUP


José Capela

19/10/1811 – capitão e primeiro piloto 25/08/1818 – em Moçambique, car-


do brigue Providente, (para o qual José regou na fragata Temível Portuguesa,
Francisco de Araujo* pede passaporte) comandante Manuel da Costa Ataide
em Moçambique, a partir para o Rio de Teive*, um bicho.
Janeiro com escala em Quelimane. [AHU, cx. 106, nº 37 / CX. 158, cap. 164]
23/09/1812 – capitão do brigue Provi-
dente, propriedade de Joaquim do Ro- 1804 · M’Clure
sário Monteiro* que deu entrada em M’CLURE
Quelimane ido de Moçambique, cami- 10/07/1804 – capitão do navio Hori-
nho do Rio de Janeiro. zon que descarregou em Charleston 243
05/09/1813 – capitão do brigue Esguei- escravos dos 543 carregados em Mo-
ra, chegado a Moçambique, com 84 çambique. Armadores, John e Alexander
escravos, ido do Rio de Janeiro e de Que- M’Clure.
limane. [D. P. Mannix, Black Cargoes / Eltis]
16/09/1817 – capitão e piloto do brigue
Esgueira, do senhorio de Custódio Fran- 1804 · Menezes
cisco de Sousa Guimarães*, chegado a FRANCISCO CELESTINO DE
Quelimane. MENEZES
14/12/1821 – Em Moçambique, mestre Proprietário e comerciante na praça de
da galera Mariana, pede passaporte para Moçambique.
o Rio de Janeiro. 02/06/1804 – em Moçambique, requer
[AHU, cx. 106, nº 25, nº 95 / Cx. 111, cap. 13 / Cx. autorização para a viagem do seu ber-
138, cap. 12 / Cx. 141, caps. �����������������������
28, cap. 85 / ���������
Cx. 144,
gantim Ana Feliz para Quelimane.
cap. 11 / Cx. 154, cap. 96 / Cx. 166, cap. 49 / ���������
Cx. 182,
cap. 33 / Santana, III, p. 511]
22/08/1804 – de Quelimane regressa a
Moçambique com 68 escravos.
1804 · Lopes 02/10/1804 – em Moçambique, senho-
DOMINGOS LOPES rio do brigue Ana Feliz, requer passapor-
22/02/1804 – em Inhambane juntamente te para viagem a Quelimane.
com António Xavier, comprara 31 escravos 05/10/1804 – consta do «Mapa das em-
para substituir os que lhe tinham morrido barcações que tem a praça de Moçambi-
no navio Minerva que ali chegara, ido de que» com uma unidade de dois mastros e
Quelimane, falto de água e de lenha. de 50 toneladas.
88 [AHU, cx. 105, nº 67]
[Santana, II, p. 728 / AHU, cx. 105, nº 38 Cx. 106, nº
112 / Cx. 108, nº 86 e nº 107]

1804 · Machado
1804 · Monteiro
JOSÉ PEREIRA MACHADO
ANTÓNIO SALVADOR MONTEIRO
19/04/1804 – estava em Moçambique o
12/04/1804 – pede passaporte para o
bergantim francês Suzana, ido das Mau-
seu navio General Isidro, fretado a Antó-
rícias para escravos, afretado a carrega-
nio da Cruz e Almeida* e Eleutério José
dores, um dos quais era o Machado, a
Delfim*, levar às Maurícias os escravos
quem se destinavam 10 barricas e 32 sa-
do navio Diana naufragado no porto de
cos de açúcar e 80 espingardas.

E-book CEAUP  2007


Dicionário de Negreiros em Moçambique 1750-1897

Moçambique. Navio com a mesma desig- vio americano Mendon, capitão Richard
nação é dado como comprado nas Ilhas Curtis*, que vai de Londres a Moçam-
Maurícias, em finais de 1803, por Sebas- bique onde carrega 493 escravos, dos
tião José Rodrigues* e, no ano seguinte, quais descarrega nesta data 402 (núme-
a sua propriedade é atribuída a Joaquim ros imputados) em Buenos Aires.
do Rosário Monteiro*. [Eltis]
10/11/1806 – pede passaporte para o Ge-
neral Isidro ir às Maurícias com escravos. 1804 · Rollem
[AHU, cx. 106, nº 22 / Cx. 117, cap. 60 / Códice 1365, MANOEL ROLLEM
fls. 218] 03/12/1804 – capitão e primeiro piloto
do navio Boa Mãe, do senhorio de Vicen-
1804 · Moreira
te Guedes da Silva e Sousa*, a fazer a
MANUEL MOREIRA viagem para Anjoane.
13/04/1804 – em Moçambique, requer [AHU, cx. 109, nº 30]
licença para o seu brigue Bom Jardim, de
que é capitão e primeiro piloto Jerónimo 1804 · Simões
Domingues*, ir a Quelimane. JOSÉ SIMÕES
03/06/1804 – o seu bergantim Bom Jar- 19/04/1804 – em Moçambique, auto de
dim regressou a Moçambique com 80 es- visita ao bergantim francês Suzana, que
cravos e outra mercadoria. ia a escravos. Vinha afretado a carrega-
14/06/1804 – em Moçambique, requer dores, entre os quais José Simões a quem
licença para o seu brigue Bom Jardim se destinavam 24 barricas e 20 sacos de
viajar para Quelimane, com escala por açúcar, 22 sacos de pimenta e 87 espin-
Sofala, levando como piloto Jerónimo gardas.
Domingues*. [AHU, cx. 106, nº 37]
[AHU, cx. 106, nº 25 / Cx. 106, nº 95 / Cx. 108, nº 81
/ Santana, I, p. 875]
1804 · Sousa

1804 · Odougi
AVELINO DE SOUSA
23/08/1804 – em Quelimane, carrega
DEUGI ODOUGI
10 escravos no bergantim Bom Sucesso.
15/12/1804 – senhorio do bergantim O
[AHU, cx. 108, nº 81]
Bom Jardim juntamente com Jaganata
Curgi*, em Moçambique, pede passapor-
1804 · Xavier
te para ir a Quelimane. 89
ANTÓNIO XAVIER
25/08/1818 – em Moçambique, carregou
13/01/1804 – em Inhambane, comprou
na fragata Temível Portuguesa, coman-
31 escravos para substituir alguns que
dante Manuel da Costa Ataide Teive*, 5
lhe tinham morrido a bordo do navio
escravos ladinos grandes.
americano Minerva, fretado por Sebas-
[AHU, cx. 109, nº 41 / Cx. 158, cap. 164]
tião José Rodrigues*, chegado de Queli-
1804 · Reilly mane falto de água e de lenha.
[AHU, cx. 105, nº 67]
JOHN REILLY
24/06/1804 – primeiro armador do na-

2007  E-BOOK CEAUP


José Capela

1805 · Almeida tino (desconhecido) com 402 (números


JOAQUIM PEREIRA DE ALMEIDA imputados).
24/04/1805 – senhorio do navio Ânimo [AHU, cx. 112, caps. 37, 85 / Eltis]
Grande que sai de Lisboa para Moçambi-
que e Brasil, com regresso a Lisboa. 1805 · Livingston
[AHU, cx. 111, nº 11] LIVINGSTON
1805 – capitão do navio americano Mar-
1805 · Batista garet, que saiu de Charlston, Carolina do
RUFINO PIRES BATISTA Sul, para Moçambique, onde carregou
10/09/1805 – em Moçambique, capitão 300 escravos, dos quais foi descarregar
do navio Santiago Maior, proveniente de 149 a Havana, em 05/1805.
Lisboa. [Eltis]
[AHU, cx. 113, nº 13]
1805 · Lopes
1805 · Baudet MANUEL MOREIRA LOPES
LEONARDO BAUDET 28/08/1805 – em Moçambique, capitão de
02/03/1805 – em Moçambique, capitão navio espanhol oriundo de Montevideo.
da fragata espanhola Buena Madre, car- [AHU, cx. 112, nº 86]
regou 152 escravos, tendo descarregado
em Montevideo 130. 1805 · Love
[Eltis] JORGE LOVE
08/12/1805 – capitão da fragata ame-
1805 · Fonet ricana Minerva que sai de Moçambique
JOÃO DIONÍSIO FONET com 105 escravos e chega a Montevideo
18/04/1805 – em Moçambique, francês com 58, em 08/08/1805.
que tendo acabado os negócios que o ha- [Eltis]
viam levado a esta capital, pede passa-
porte para regressar à Ilha de França na 1805 · Mayberry
galera Americana. FREEMAN MAYBERRY
[AHU, cx. 11, cap. 65] 01/06/1805 – sai de Rhode Island, capi-
tão do navio americano Swift para Mo-
1805 · Latimore ou Latiner çambique onde carrega 246 escravos,
LATIMORE (ou) LATINER saindo a 04/12/ 1805 para Montevideo,
90
13/07/1805 – em Moçambique, a gale- onde chega com 170 escravos.
ra Elizabet, de nação americana ingle- [Eltis]
sa (sic), de que era capitão, oriunda da
Maurícia, com passaporte americano e 1805 · Merle
22 dias de viagem. Ia fazer uma carga de ADRIAN DE MERLE
escravos. 12/08/1805 – em Moçambique, capitão da
28/08/1805 – Idem. goleta Papillon, vendido o navio, pede pas-
12/1805 – saiu de Moçambique com 493 saporte para regressar à Ilha de França.
escravos dos quais terá chegado ao des- [AHU, cx. 112, cap. 68]

E-book CEAUP  2007


Dicionário de Negreiros em Moçambique 1750-1897

1805 · Moore mastros, de 200 ou 250 toneladas, a de-


BENJAMIM MOORE nominar Neptuno em África.
10/03/1805 – em Nova Iorque, capitão [AHU, Mç., códice 1365, fls. 216 vs.]
do navio Aspacia, de onde parte para Mo-
çambique. Chega a 07/08/1805 e parte a 1806 · Ferreira
29/11/1805 para Montevideo, onde che- GERVÁSIO PIRES FERREIRA
ga a 29/01/1806, com 161 escravos. 03/01/1806 – em Queluz, emitido pas-
[AHU, cx. 110, nº 11 / Eltis] saporte a favor do navio de que era se-
nhorio, Espada de Ferro Nossa Senhora do
1805 · Viegas Rosario Prazeres e Almas, para ir de Lis-
JOÃO PEDRO VIEGAS boa a Moçambique, com escala pelo Rio
06/04/1805 – mestre do navio Marquês de Janeiro, levando como comandante o
de Angeja. primeiro tenente da Armada Real João
19/04/1806 – em Moçambique, capitão Leite da Luz* e como mestre Joaquim
e sobrecarga do navio Marquês de An- Baptista de Sequeira*. Navio construído
geja, que havia saído para Lisboa com em Pernambuco.
escala pela Baía, para onde levava uma [AHU, cx. 114, cap. 10]
carregação de escravos, teve que arribar.
Os carregadores concordaram que fosse 1806 · Ferreira
para Lisboa mas que antes fosse vender JOSÉ JOAQUIM FERREIRA
à Ilha de França os escravos destinados 11/04/1806 – mestre do brigue Nossa
à Baía. Requer passaporte para ir à Ilha Senhora da Boa Viagem e Triunfo da In-
de França. veja no passaporte datado de Vila Viço-
[AHU, cx. 111, cap. 13 / Cx. 115, nº 22 / Cóice 1365, sa. O brigue tinha como senhorios Bento
fls. 208]
Pereira Guimarães*, João Raposo*, e
Joaquim Pedro Genioux*, todos por-
1806 · Almeida tugueses, para o trajecto Lisboa, Rio de
JOÃO RODRIGUES PEREIRA DE Janeiro, Moçambique, portos do Brasil e
ALMEIDA Lisboa. Navio construído na Baía e com-
25/02/1806 – negociante na praça do prado no Maranhão.
Rio de Janeiro, requer naquela capital li- [AHU, cx. 115, cap. 3]
cença para navegar o seu navio Telémaco
daquele para o porto de Moçambique e 1806 · Genioux
voltar com carga de escravos para o Rio
91
JOAQUIM PEDRO GENIOUX
de Janeiro ou qualquer outro porto. 01/04/1806 – senhorio, juntamente
[Manolo Florentino / AHU, cx. 114, cap. 92] com Bento Pereira Guimarães* e João
Raposo*, do bergantim Nossa Senhora
1806 · Barroso da Boa Viagem e Triunfo da Inveja. Que
JOÃO BARROSO tinha como mestre José Joaquim Ferrei-
12/10/1806 – em Moçambique, requer ra* em passaporte datado de Vila Viço-
passaporte para ir ao Cabo ou a Monte- sa, para o trajecto Lisboa, Rio de Janeiro,
video comprar um navio de dois ou três Moçambique, portos do Brasil e Lisboa.

2007  E-BOOK CEAUP


José Capela

Navio construído na Baía e comprado no deo onde descarrega 75 escravos, em


Maranhão. 08/06/1806.
[AHU, cx. 115, cap. 3] [Eltis]

1806 · Guimarães 1806 · Meireles


BENTO PEREIRA GUIMARÃES JOSÉ JOAQUIM DE MEIRELES
01/07/1806 – senhorio, em sociedade 03/02/1806 – em Moçambique, senho-
com Joaquim Pedro Genioux* e João Ra- rio do chasse-marée Periquito, pede pas-
poso*, do bergantim Nossa Senhora da saporte para a Ilha de França e regresso
Boa Viagem e Triunfo da Inveja. Que tinha à capital.
como mestre José Joaquim Ferreira* em 01/01/1807 – proprietário do brigue Os
passaporte datado de Vila Viçosa, para o Dois Irmãos (antes, Os Três Amigos) vai à
trajecto Lisboa, Rio de Janeiro, Moçambi- Ilha de França. Vai comprar, para escra-
que, portos do Brasil e Lisboa. Navio cons- vos, um navio de 2 a 3 mastros, de 200 a
truído na Baía e comprado no Maranhão. 300 toneladas, a denominar Albuquerque
[AHU, cx. 115, cap. 3] em África.
21/04/1807 – acabara de comprar 158
1806 · Haviland escravos.
HAVILAND 10/10/1807 – em Moçambique, vai com
11/1806 – em Moçambique, capitão do a carga do brigue Dois Irmãos Periquito,
navio Young Adam, de onde terá saído de que é senhorio e capitão, comprar em
com 493 escravos dos quais terá vendido qualquer porto um navio de 200 a 400
nas Américas 402 (números imputados). toneladas, a chamar-se Salomão. Nesta
[Eltis] data pede passaporte para o Rio de Ja-
neiro, com escala por Inhambane e ou-
1806 · Luz tros portos, onde assina declaração como
JOÃO LEITE DA LUZ senhorio do brigue Dois Irmãos.
03/01/1806 – em Queluz, concedido 08/07/1808 – tinha deposto, no Rio de
passaporte ao navio Espada de Ferro, Janeiro, a favor de António Jose de Sou-
Nossa Senhora do Rosario, Prazeres e sa* como sendo este conhecedor dos fun-
Almas, de que era comandante, sendo deadouros dos portos de Moçambique,
igualmente primeiro tenente da Armada especialmente do porto de Quelimane,
Real. Navio construído em Pernambuco, aonde tinha ido como contramestre.
92
do senhorio de Gervásio Pires Ferreira* 16/04/1809 – do Rio de Janeiro vai a
e levando como mestre Joaquim Baptista Inhambane, senhorio do brigue Dois Ir-
de Sequeira*. mãos, sai para a capital com 180 escravos,
[AHU, cx. 114, cap. 10] tendo como destino final o Rio de Janeiro.
16/04/1810 – em Quelimane, o brigue
1806 · Malbon Dois Irmãos, de que é senhorio, carrega
HENRY MALBON escravos: 120 mais 40 de fretes e vai para
08/02/1806 – em Moçambique, capi- a capital.
tão de bergantim, sai para Montevi- [AHU, códice nº 1365, fls. 218 vs. e 225 / Cx. 114, nº

E-book CEAUP  2007


Dicionário de Negreiros em Moçambique 1750-1897

67 / Cx. 119, caps. 2,


����������������������������������
3,74 / Cx. 121, caps. 38, 39 / de onde terá chegado com 402 (números
Cx. 123, caps. 50, 51, 52 / Cx. 127, cap. 79 / Cx.
���������
132,
imputados).
cap. 26]
[Eltis]

1806 · Pinto
1806 · Wiliam
ANTÓNIO DA COSTA PINTO
JAMES WILIAM
28/09/1806 – em Moçambique, capitão
13/12/1806 – em Inhambane, prove-
e senhorio do bergantim Nossa Senhora
niente de Charleston, «inglês america-
Mãe dos Homens, ido do Rio de Janeiro,
no», senhorio de uma escuna que vendeu
para uma carregação de escravos com
a Bernardo António Dias que, por sua
viagem pelo Cabo da Boa Esperança, para
vez, a revendeu a João dos Santos Pinto.
a América Portuguesa ou Espanhola.
[AHU, cx. 120, nº 89]
27/12/1906 – em Moçambique, capitão
e senhorio do bergantim Nossa Senhora
1807 · Araujo
Mãe dos Homens, ido do Rio de Janeiro
JOSÉ FRANCISCO DE ARAUJO
com bandeira portuguesa e com passa-
11/10/1807 – em Moçambique, senhorio
porte da Alfândega do Rio de Janeiro
da galera Restaurador, pede passaporte
para comprar uma carregação de escra-
para o Rio de Janeiro onde chega em Ja-
vos, vai para qualquer porto da Améri-
neiro de 1808 com 353 dos 423 escravos
ca Portuguesa ou Espanhola, para o que
carregados.
pede passaporte.
28/03/1808 – em Moçambique, procu-
[AHU, códice 1365, fls. 217 vs. / Cx. 118, cap. 20]
rador de Joaquim do Rosário Monteiro*,
pede passaporte para o brigue Eugénia
1806 · Raposo
Africana ir aos portos comprar 200 es-
JOÃO RAPOSO
cravos e daí seguir para a Ilha de França
01/04/1806 – senhorio, juntamente com
e depois para a Índia.
Bento Pereira Guimarães* e Joaquim
31/10/1808 – em Moçambique, procu-
Pdro Genioux*, do bergantim Nossa Se-
rador de Joaquim do Rosário Monteiro,
nhora da Boa Viagem e Triunfo da Inveja.
pede para o brigue Eugénia Africana ir de
Que tinha como mestre José Joaquim
Quelimane ao Rio de Janeiro.
Ferreira* em passaporte datado de Vila
19/12/1808 – negociante em Moçambi-
Viçosa, para o trajecto Lisboa, Rio de Ja-
que, senhorio da galera Restaurador, re-
neiro, Moçambique, portos do Brasil e
quer passaporte para o Rio de Janeiro.
Lisboa. Navio construído na Baía e com- 93
04/04/1809 – em Moçambique, requer
prado no Maranhão.
passaporte para a sua lancha ir a Que-
[AHU, cx. 115, cap. 3]
limane.
08/10/1809 – em Moçambique, requer
1806 · Ross
licença para mandar a Quelimane a
ROSS
sua lancha Santo António com aprestos
11/1806 – em Moçambique, capitão do
para o brigue que tinha a construir na-
navio Dolphin, de onde terá saído com
quele porto.
493 escravos para destino desconhecido,
19/10/1811 – em Moçambique, requer

2007  E-BOOK CEAUP


José Capela

passaporte para o brigue Povidente ir ao 1808 · Saibo


Rio de Janeiro com escala em Quelima- AMOD SAIBO
ne, levando como capitão e primeiro pi- 29/12/1808 – em Moçambique, mani-
loto Jerónimo Domingues*. festo de carga da sua sumaca Amável
05/09/1812 – em Moçambique, pede Carlota, com 36 escravos.
passaporte para o brigue Providente se- [AHU, cx. 125, cap. 83]
guir para o Rio de Janeiro ou outro porto
da América portuguesa, com escala em 1808 · Silveira
Quelimane. VALENTIM JOSÉ DA SILVEIRA
23/09/1812 – o brigue Providente entrou 16/04/1808 – em Moçambique, capitão
em Quelimane tendo como senhorio Jo- e sobrecarga do bergantim Aurora, a sair
aquim do Rosário Monteiro* e levando para o Brasil.
como capitão Francisco Domingues*. 04/10/1826 – em Moçambique, prove-
[AHU, cx. 121, cap. 46 / Cx. 122, cap. 88 / Cx. ���������
124, niente de Lisboa, capitão da galera por-
cap. 86 / Cx. 125, cap. 74 / Cx. 126, cap. 51 / ���������
Cx. 138, tuguesa Astrea, à carga de escravos.
cap. 12 / Cx. 141, caps. 28, 85 / Eltis]
18/11/1826 – em Moçambique, capitão
da galera Astrea, de partida para o Rio de
1808 · Aleixo
Janeiro.
ANTÓNIO ALEIXO [Santana, II, p. 461 / AHU, cx. 204, cap. 14 / Cx. 206,
16/04/1808 – capitão do bergantim cap. 49]
francês Bastardo que solicitou a entrada
no porto de Moçambique. Vinha da Ilha 1808 · Sousa
de França, por Anjoane, a fazer negócio ANTÓNIO JOSÉ DE SOUSA
de escravos. 08/07/1808 – no Rio de Janeiro, onde
[Santana, II, p. 463] estavam, Manuel Pedro de Almeida*,
José Joaquim Meireles* e Joaquim do
1808 · Francisco (?) Rosário Monteiro* afiançaram que era
FRANCISCO (?) conhecedor dos fundeadouros dos por-
16/05/1808 – em Moçambique, auto de tos de Moçambique, especialmente de
vistoria passada à goleta Palhão que se Quelimane, aonde tinha ido como con-
destinava a fazer o comércio de escravos. tramestre.
[Santana, II, p. 458] 27/09/1820 – em Quelimane, ido do
Rio de Janeiro, procede ao manifesto da
94 1808 · Monteiro carga do bergantim Minerva de que era
JOÃO AYRES MONTEIRO mestre. Saiu em 15/11/1820 (para o Rio
09/10/1807 – em Moçambique, requer de Janeiro?), com 432 escravos.
passaporte para ir com o seu navio Dia- [AHU, cx. 123, caps. 50, 51 e 52 / Cx. 172, cap. 76 /
na ao porto da Ilha de França onde chega Cx. 174, cap. 85]
em 03/1807 com 212 dos 358 escravos
carregados. 1809 · Madruga
[AHU, cx.121, cap.35 / Códice 1365, fls. 224 / Eltis] LUÍS PEREIRA MADRUGA
10/10/1809 – capitão da galera Dido,

E-book CEAUP  2007


Dicionário de Negreiros em Moçambique 1750-1897

em Moçambique, conforme ordens do 1810 · Soares


seu armador, requer passaporte para os JOSÉ NARCISO SOARES
portos do Rio da Prata e Rio de Janeiro. 06/03/1810 – em Inhambane, sobrecar-
Tinha na tripulação 26 escravos. ga da sumaca Alexandre, do senhorio
21/10/1809 – em Moçambique, a galera de Fernando Joaquim de Matos*, tendo
Dido estava prestes a partir para o Rio de como capitão Manuel Pedro de Almei-
Janeiro. da*, à carga de escravos.
03/09/1811 – mestre da sumaca Eneas, [AHU, cx. 131, cap. 93 / Cx. 132, cap. 5]
entra no porto de Lourenço Marques
com a notícia da tomada da Ilha de Fran- 1810 · Sousa
ça pelos ingleses. Sai do porto de Lou- JOAQUIM JOSÉ DE SOUSA
renço Marques a 14/09/1811. 27/10/1810 – em Moçambique, capitão
04/11/1811 – mestre do bergantim Ene- do bergantim Alexandre, do Rio de Janei-
as, pede passaporte para Montevideo. ro, propriedade de Fernando Joaquim de
[AHU, cx. 129, cap. 22 e cap. 59 / Cx. 138, cap. 24 / Matos*, pede para regressar de Moçam-
Cx. 143, nº 43] bique ao Rio de Janeiro, com escala por
Inhambane, afim de aí receber os escra-
1810 · Matos vos que lá deixou.
FERNANDO JOAQUIM DE MATOS [AHU, cx. 133, cap. 88]
03/04/1810 – senhorio do brigue Ale-
xandre, ido do Rio de Janeiro a Inhamba- 1811 · Dias
ne, tendo como capitão Manuel Pedro de MANUEL JOSÉ DIAS
Almeida* e como sobrecarga José Nar- 27/11/1811 – em Moçambique, capitão
ciso Soares*. De Inhambane foi a Mo- da galera Restaurador, pede passaporte
çambique (27/10/1819) e regressou a para o Rio de Janeiro. Piloto, Domingos
Inhambane. Carregou 215 escravos, dos António Gomes*. Sobrecarga, José dos
quais descarregou no Rio de Janeiro 191, Santos Rodrigues*. Contramestre, Antó-
em 03/1811. nio Francisco*.
27/10/1810 – negociante no Rio de Ja- 20/12/1816 – em Moçambique, capitão
neiro, proprietário do bergantim por- do bergantim Pastora de Lima, desem-
tuguês Alexandre, tendo como capitão baraçado na Alfândega para seguir para
Joaquim José de Sousa* que requer re- a Baía de onde era proveniente e onde
gressar de Moçambique ao Rio de Janei- chegou com 290 escravos.
ro com escala por Inhambane afim de aí
95
[AHU, cx. 138, cap. 73 / Cx. 151, cap. 108 / Eltis]
receber os escravos que lá deixou.
06/05/1811 – em Inhambane, ido da ca- 1811 · Francisco
pital, o bergantim Alexandre carregou 26 ANTÓNIO FRANCISCO
escravos. 27/11/1811 – em Moçambique, contra-
[AHU, cx. 131, cap. 93 / Cx.132, cap. 5 / Cx.133, cap. mestre da galera Restaurador, que pedi-
88 / Cx. 136, cap. 44 / Eltis]
ra o passaporte para o Rio de Janeiro,
tendo como capitão Manuel José Dias*,
como piloto Domingos António Gomes*

2007  E-BOOK CEAUP


José Capela

e como sobrecarga José dos Santos Ro- guesa Amável Carlota que entra no porto
drigues*. de Lourenço Marques, ida de Moçambi-
[AHU, cx. 138, cap. 73] que, e sai a 12/03/1811.
[AHU, cx. 143, cap. 43]
1811 · Gomes
DOMINGOS ANTÓNIO GOMES 1811 · Sousa
27/11/1811 – em Moçambique, piloto LUÍS INÁCIO DE SOUSA
da galera Restaurador de que era capitão 1811-830 – dentro deste período foi co-
Manuel Jose Dias*, sobrecarga José dos merciante de escravos no Rio de Janeiro.
Santos Rodrigues* e contramestre Antó- 05/12/1811 – em Moçambique, prove-
nio Francisco*. niente de Santa Catarina, pede passa-
08/10/1812 – capitão e caixa do brigue porte para o Rio de Janeiro para a galera
Triunfo da Inveja, pede passaporte para Resolução, de que é capitão e piloto.
Pernambuco com escala por Inhambane. 20/10/1818 – dono e capitão da galera
22/11/1812 – natural de Lisboa, 47 anos Duque de Bragança que saiu de Moçam-
de idade, em Moçambique, capitão e bique para o Rio de Janeiro.
sobrecarga do brigue Nossa Senhora da 1822 – dono de um terço da sociedade
Piedade Triunfo da Inveja de que era se- que levou o navio Europa a resgatar es-
nhorio Manuel Gonçalves Chaves*, da cravos na costa sudeste africana.
praça de Pernambuco e primeiro piloto [Manolo Florentino / AHU, cx. 139, cap. 3 Cx. 160,
Manuel da Rocha Marques*. cap. 38]

[AHU, cx. 138, cap. 73 / Cx. 142, caps. 6, 34]


1812 · Almeida
1811 · Rodrigues FRANCISCO DE ALMEIDA
LUIZ PEREIRA RODRIGUES 10/09/1812 – em Moçambique, capitão
04/11/1811 – em Moçambique, piloto do navio Espada de Ferro, a sair para Per-
do bergantim Eneas, cujo mestre, Luiz nambuco.
Pereira Madruga, pede passaporte para 25/08/1818 – em Moçambique, car-
Montevideo. regou na fragata Temível Portuguesa,
[AHU. cx. 138, cap. 24] comandante Manuel da Costa Ataide
Teive*, um bicho.
1811 · Rosulbai [AHU, cx, 141, nº 33 / Cx. 158, cap.164]

LASTISBAI ROSULBAI
96 1812 · Almeida
14/05/1811 – em Inhambane, a sumaca
Amável Carlota de que era senhorio, ida JOAQUIM FRANCISCO DE
de Lourenço Marques, carregava 71 es- ALMEIDA
cravos. 10/09/1812 – capitão do navio Espada
[AHU, cx. 136, cap. 63] de Ferro, em Moçambique, obtem passa-
porte para Pernambuco.
1811 · Saide 07/09/1820 – em Lisboa, passaporte
AMADE SAIDE passado ao bergantim Delphim de que
12/03/1811 – capitão da sumaca portu- era mestre (senhorio, José Nunes da Sil-

E-book CEAUP  2007


Dicionário de Negreiros em Moçambique 1750-1897

veira* e Cª), para ir aos portos da costa de Inhambane para a capital. Fretador,
da África Oriental, Brasil e Lisboa. Sobachande Sanchande*.
16/01 (?)/1821 – capitão do brigue Del- 26/11/1812 – capitão da escuna Nossa
fim, em Setembro, ido de Lisboa com 114 Senhora do Livramento entra no porto de
dias de viagem, estava em Moçambique Lourenço Marques.
a carregar escravos para o Brasil. [AHU, Cx. 140, nº 33 / Cx. 141, cap. 5 / Cx. 143, nº 43]
13/02/1821 – o brigue Delfim encalhou
na restinga da Cabaceira de onde saiu 1812 · Marques
muito danificado. MANUEL DA ROCHA MARQUES
20/09/1821 – em Moçambique, tendo 22/11/1812 – em Inhambane, primei-
reduzido as mercadorias e fundos que ro piloto do brigue português Nossa Se-
trouxera a escravos, quer regressar aos nhora da Piedade Triunfo da Inveja, do
portos do Brasil. senhorio de Manuel Gonçalves Chaves*,
19/10/1821 – o Delfim saiu para Pernam- da praça de Pernambuco, tendo como
buco. sobrecarga Domingos António Gomes*.
[AHU, cx. 141, cap. 33 / Cx, 171, cap. 99 / ���������
Cx. 175, O brigue deu ao fundo e pede para ficar
cap. 95 / Ca. 180, cap. 49 / Cx. 181, 60] até à monção de Março para seguir para
Moçambique.
1812 · Chaves [AHU, cx. 142, cap. 34]
MANUEL GONÇALVES CHAVES
16/11/1812 – negociante na praça de 1812 · Silva
Pernambuco, senhorio do brigue portu- CONSTANTINO ANTÓNIO ALVES
guês Nossa Senhora da Piedade Triunfo da DA SILVA
Inveja, tendo como capitão e sobrecarga 1812 – em Moçambique, coronel de in-
Domingos António Gomes* e como pri- fantaria, governador do forte de S. Lou-
meiro piloto Manuel da Rocha Marques* renço, ex-comandante do batalhão de
deu fundo em Inhambane e pede para fi- infantaria de linha, despacha para o Rio
car até à monção de Março para seguir de Janeiro, no navio Isabel, do armador
para Moçambique. daquela cidade, Vicente Guedes de Sou-
[AHU, cx. 142, cap. 34]
sa*, 150 escravos. Navio apresado pelos
forças navais inglesas.
1812 · Forte [Manolo Florentino / Santana, II, p. 324]
BENTO JOSÉ FRANCISCO (ou
Ferreira?) FORTE
97
1813 · Costa
02/04/1812 – em Moçambique, capitão JOAQUIM LEOCÁDIO DA COSTA
do bergantim Santo António Triunfo de 11/08/1813 – em Moçambique, senhorio
África, manifesta a carga proveniente da galera Santa Maria, de que era mestre
de porto não designado, entre a qual 35 Nicolau Pedro Pereira*, comprada em
«cafres bichos e bichas» de vários carre- Lisboa, de construção americana, pede
gadores. passaporte para as Maurícias.
03/08/1812 – capitão da escuna Nossa [AHU, cx. 144, cap. 102]
Senhora do Livramento com 14 escravos

2007  E-BOOK CEAUP


José Capela

1813 · Moncorvo 1828 – procurador da Câmara de Mo-


JOSÉ DINIS (DOMINGOS?) çambique.
MONCORVO 25/09/1829 – «principal lavrador» em
19/11/1815 – capitão tenente, proprietá- Moçambique, pretende fazer um enge-
rio e comandante da galera Olimpia que nho de açúcar na sua fazenda do Mos-
estava a fazer a viagem Rio de Janeiro suril para o que recebeu materiais do
– Moçambique – Rio de Janeiro. Requer Brasil. Desistiu deste projecto que não
passaporte para voltar ao Rio de Janei- teve sequência.
ro. Galera de origem norte-americana, [AHU, cx. 163, cap. 83 / Cx. 174, cap. 85 / Santana, I,
pp. 559 e 639 e III, p. 734]
em 1813 o Moncorvo pedira a sua natu-
ralização. Passou às mãos de outros ar-
madores que com ela operaram na rota 1813 · Pereira
Rio-Luanda e voltou às mãos de Moncor- JOAQUIM PEREIRA
vo que, em 1815/1816, fez a viagem Rio 13/12/1813 – capitão da escuna portu-
de Janeiro- Moçambique – Rio de Janei- guesa Nossa Senhora do Livramento que
ro, onde chegou com 389 escravos. entrou no porto de Lourenço Marques,
[AHU, cx. 149, cap. 86 / Manolo Florentino / Eltis] ida de Moçambique, como barca de via-
gem.
1813 · Monteiro [AHU, cx. 145, cap. 74]

JOAQUIM ELEUTÉRIO MONTEIRO


Filho de Joaquim do Rosário Montei- 1813 · Pereira
ro*, estudou em Montevideo e em Lis- NICOLAU PEDRO PEREIRA
boa. Imediatamente antes de morrer 11/08/1813 – em Moçambique, mestre
(1813?), o pai requereu e conseguiu da galera Santa Maria, de que era senho-
para este filho o emprego de selador- rio Joaquim Leocádio da Costa*, compra-
mor da Alfândega. Em 1819/1820, da em Lisboa, de construção americana,
aparece o nome de Joaquim do Rosá- pede passaporte para as Maurícias.
[AHU, cx. 144, cap. 102]
rio Monteiro envolvido em negócio de
escravos. Com toda a probabilidade
trata-se de Joaquim Eleutério e não de 1813 · Teixeira
Joaquim do Rosário, seu pai, já faleci- JACINTO ALVES TEIXEIRA
do, em cujo nome se manteriam regista- 13/12/1813 – capitão da escuna Nos-
dos os navios respectivos. Assim: sa Senhora do Livramento, que en-
98 trou no porto de Lourenço Marques a
04/09/1819 – em Quelimane, manifes-
to de carga (10 escravos) do brigue Nos- 13/12/1813 e saiu a 05/08/1815.
sa Senhora da Conceição Ânimo Grande, 03/1818 – saiu do porto de Moçambique
mestre e piloto, Joaquim do Rosário. para o Rio de Janeiro o navio União Feliz,
21/05/1820 (?) – em Moçambique, ma- de que era piloto, carregado de escravos.
nifesto de carga (43 escravos), em nome 16/01/1819 – capitão da galera ancora-
de Joaquim do Rosário Monteiro*, do da no porto de Moçambique, União Feliz,
brigue Nossa Senhora da Conceição Âni- a seguir para o Rio de Janeiro.
mo Grande, ida de Quelimane. 05/07/1819 – mestre do navio União Fe-

E-book CEAUP  2007


Dicionário de Negreiros em Moçambique 1750-1897

liz, no Rio de Janeiro, a partir para Mo- Marques de onde saiu a 18/12/1815.
çambique. [AHU, cx. 148, cap. 119]
27/10/1824 – capitão da galera Sete de
Março que segue viagem para o Rio de 1815 · Silva
Janeiro. VALENTIM JOSÉ DA SILVA
[AHU, cx. 148, cap. 119 / Cx.160, cap. 38 / Cx.
���������
161, 22/04/1815 – em Pernambuco, mestre
cap. 27 / Cx. 163, cap. 15 / Cx.
������������������
192, cap. 125] do bergantim Aurora, do senhorio de
José Joaquim Carneiro Leal*, de cons-
1815 · Custódio trução portuguesa, com passaporte do
JOSÉ DE SOUSA CUSTÓDIO capitão-general de Pernambuco, para a
22/04/1815 – em Pernambuco, amador viagem Recife-Moçambique-Recife.
do brigue português Aurora que sai para [AHU, cx. 148, cap. 32]
Moçambique onde carrega 378 escravos
dos quais desembarca na Baía 308 (nú- 1815 · Thomas
meros imputados) em 02/01/1816. THOMAS
[AHU, cx. 148, nº 32 / Eltis] 09/03/1815 – em Lourenço Marques,
capitão da galera inglesa Perseverança,
1815 · Leal proveniente de Bombaim, para compra
JOSÉ JOAQUIM CARNEIRO LEAL de escravos.
22/04/1815 – em Pernambuco, senho- [AHU, cx. 148, cap. 119]
rio do bergantim Aurora, de construção
portuguesa, com passaporte do capitão- 1816 · Albuquerque
general de Pernambuco, para a viagem JOÃO REBELO DE
Recife-Moçambique-Recife, levando como ALBUQUERQUE
mestre Valentim José da Silva*. 13/01/1816 – de Moçambique é man-
[AHU, cx. 148, cap. 32]
dado para o governador de Quelimane
novo passaporte para ser entregue ao
1815 · Lisboa mestre do brigue Triunfo da Inveja.
FRANCISCO JOSÉ LISBOA 08/08/1816 – em Moçambique, senho-
11/03/1815, – o governador-geral de rio do brigue Triunfo da Inveja, com pas-
Moçambique informava o governador de saporte para Madagascar e Bourbon.
Quelimane que tinha autorizado o nego- [AHU, cx. 150, cap. 6 / Códice 1376, fls. 138]
ciante da Baía, Francisco José Lisboa, a
ir em direitura a Quelimane carregar es-
99
1816 · Almeida
cravos. PÁSCOA MARIA DE ALMEIDA
[Vasconcelos e Cirne, Memória / AHU, cx. 148, cap. 26]
15/07/1816 – em Moçambique, senhoria
do brigue São Luiz Restaurador, com pas-
1815 · Luis saporte para a Ilha de S. Lourenço.
JOÃO LUIS 15/01/1818 – na lista dos proprietários
04/07/1815 – capitão do brigue portu- de embarcações da praça de Moçambi-
guês Santo António Triunfo de África que que, com o brigue São Luiz Restaurador.
entrou nesta data no porto de Lourenço [AHU, cx. 156, cap. 13 / Códice 1376, fls. 137]

2007  E-BOOK CEAUP


José Capela

1816 · Arantes Ânimo Grande, pede passaporte para ir a


JERÓNIMO DE ARANTES Quelimane.
02/05/1816 – senhorio do bergantim 15/01/1818 – em Moçambique, proprie-
Globo que, em Moçambique, tendo como tário do brigue Nossa Senhora da Con-
mestre José Francisco de Azevedo*, dis- ceição Ânimo Grande que fazia tráfico
punha de passaporte para o percurso Lis- costeiro e transatlântico.
boa-Rio de Janeiro-Lisboa. 17/01/1818 – em Moçambique, despa-
[AHU, cx. 150, cap. 76] chou nove escravos para a Baía no brigue
Flor da Baía de que era capitão José dos
1816 · Azevedo Santos Ferreira*.
JOSÉ FRANCISCO DE AZEVEDO 03/05/1818 – em Quelimane, senhorio
02/05/1816 – em Moçambique (?), mes- do brigue Nossa Senhora da Conceição
tre do bergantim Globo, do senhorio de Ânimo Grande e tendo como mestre e pi-
Jerónimo Arantes*, que estava a fazer o loto Joaquim do Rosário, carrega 65 es-
percurso Lisboa – Rio de Janeiro – Mo- cravos.
çambique (?) – Rio de Janeiro – Lisboa. 23/01/1821 – em Moçambique, proprie-
[AHU, cx. 150, cap. 76] tário do brigue Nossa Senhora da Concei-
ção Ânimo Grande, pede passaporte para
1816 · Batista Quelimane.
MANUEL SIMÕES BATISTA 18/06/1821 – em Moçambique, por pro-
07/1816 – em Moçambique, senhorio do curador, pede passaporte para Queli-
navio Mato Grosso proveniente do Rio de mane.
Janeiro. 07/12/1821 – sendo mestre do mesmo
[AHU, cx. 151, nº 19] brigue, Joaquim do Rosário*, pede pas-
saporte para Madagascar e volta.
1816 · Costa 23/05/1828 – em Moçambique, capitão
BERNARDINO JOSÉ DA COSTA da escuna Santa Rita que segue para So-
12/07/1816 – em Inhambane, capitão fala.
do brigue Aliança, a partir para Moçam- [Santana, I, p. 386. / AHU, cx. 151, cap. 108 / Cx. 155,
bique, procede ao manifesto de carga, cap. 45 / Cx. 156, caps. 13 e19 / Cx.
�����������������������
157, cap. 91 / Cx.
175, cap. 37 / Cx. 178, cap. 4 / Cx.
�����������������
182, cap. 16]
com 20 escravos novos.
[AHU, cx. 151, cap. 13]
1816 · Melo
100 1816 · Espírito Santo FRANCISCO JOSÉ DE MELO
ANTÓNIO FRANCISCO DO 07/1816 – em Moçambique, capitão da
corveta Mato Grosso, do senhorio de Ma-
ESPÍRITO SANTO
nuel Simões Batista*, chegada da cidade
13/12/1816 – em Moçambique, mestre
de Pernambuco, procede ao manifesto
e senhorio do bergantim Ânimo Grande,
de carga.
desembaraçado na Alfândega para se-
12/11/1817 – em Moçambique, capitão
guir para Quelimane.
da corveta Mato Grosso.
13/11/1817 – em Moçambique, senho-
[AHU, cx. 151, cap. 19. / Cx.
�����������������
155, cap. 38]
rio do brigue Nossa Senhora da Conceição

E-book CEAUP  2007


Dicionário de Negreiros em Moçambique 1750-1897

1816 · Pereira 1817 · Arouca


JOSÉ CORREIA PEREIRA DOMINGOS CORREIA AROUCA
1816 – natural de Mancelos, Penafiel, era Informação de 13 de Janeiro de 1819 rela-
feitor da Alfândega, em Quelimane. tivamente a militares empregados em dife-
04/10/1819 – estabelecido na vila de rentes comissões, em Moçambique – onde
Quelimane onde era o principal mora- estava desde 1817 – dá-o como capitão de
dor, fora-lhe concedida licença para ir infantaria, ajudante de ordens interino,
curar-se à corte. Levou com ele para Lis- do governo. Honrado, activo e zeloso no
boa 25 escravos ladinos. No ano seguinte serviço. Servira o exército de Portugal em
a mulher mandou-lhe mais 50. capitão de milícias. Em 1819, sendo co-
19/04/1830 – em Lisboa, autorizado mandante da companhia de Infantaria de
pela polícia a regressar a Quelimane, linha que guarnecia a vila de Quelimane
onde era morador. foi-lhe dada licença de dois anos para se
13/07/1830 – figura numa lista de ne- curar na corte. Em finais de 1820 era sar-
greiros que, enriquecidos no tráfico de gento-mor do primeiro batalhão de infan-
escravos, se tinham ausentado de Que- taria de linha da cidade de Moçambique e
limane para o Brasil. Ao enumerá-los o o governador-geral recomendou-o para o
governdor de Quelimane, Vasconcelos e Hábito de Cristo. Fora preponderante nas
Cirne, refere-se-lhe como tendo ido para movimentações que levaram à instalação
o Rio de Janeiro «para se curar da sua do governo provisório após os aconteci-
alienação de espírito». mentos locais decorrentes da revolução
Pai de Isidoro Correia Pereira*. liberal em Portugal. No mesmo contex-
[AHU, cx. 151, cap. 128 / Cx.164, cap. 36 / ���������
Cx. 231, to de agitação foi demitido e preso pelos
cap. 2 / Cx. 243, nº 20 / Pasta 11, nº 2 / AHM, códice oficiais inferiores e soldados do Batalhão
11-5834, fls. 226 / Santana, I, p. 126]
de Infantaria de Linha em 3 de Setembro
de 1821. Em Novembro de 1821 é-lhe for-
1816 · Reis
necido o passaporte para seguir ao Rio de
JOSÉ JOAQUIM DOS REIS
Janeiro. Em 14 de Agosto de 1823, em Lis-
24/06/1816 – em Quelimane, mestre e
boa, sendo tenente-coronel de Infantaria
piloto da escuna Nossa Senhora do Livra-
de Linha de Moçambique, é despachado
mento, procede ao manifesto de carga,
favoravelmente o requerimento que fize-
com 12 escravos.
ra do governo de Inhambane. Foi gover-
[AHU, cx. 150, cap. 103]
nador de Inhambane até 26 de Março de
101
1831, data em que lhe foi dado passaporte
1817 · Almeida
para seguir para Lisboa.
BERNARDO LUÍS DE ALMEIDA
O governador Pereira Marinho viria a
1811-1830 – período dentro do qual foi co-
acusá-lo, em correspondência para o
merciante de escravos no Rio de Janeiro.
Conde do Bonfim, 26 de Setembro de
04/10/1817 – anuncia-se a chegada a
1840, de, juntamente com Manuel An-
Quelimane da galera do Rio de Janeiro
tónio Martins*, ambos contrabandistas
de que é proprietário.
de escravos, terem procurado mobilizar
[Manolo Florentino / AHU, Cxa. 155, cap. 8]
a Província contra ele.

2007  E-BOOK CEAUP


José Capela

A 16 de Dezembro de 1840, Domingos Aliança de que era senhorio António da


Correia Arouca, senador e Theodorico Cruz e Almeida*.
Jose Abranches*, deputado, ambos em [AHU, cx. 155, cap. 2]
Lisboa, em representação à Rainha acu-
savam o governador Pereira Marinho de 1817 · Costa
violências, despotismos, desperdícios e RAFAEL JOSÉ DA COSTA
várias ilegalidades assim como mau 10/11/1817 – em Moçambique, senhorio
comportamento social. do navio São José Africano, a seguir para
[AHU, cx. 161, cap. 17 / Cx. 164, cap. 23 �����������
/ Cx. 174, Quelimane e Bombatoque.
cap. 16 / Cx. 181, cap. 14 / Cx. 188, cap. 69 / �������
Códice 1811/1830 – dentro deste período, co-
1376, fls. 218, vs. / Códice 1431, fls. 86 Pasta nº 5,
merciante de escravos no Rio de Janeiro.
cap. nº 2 / ANTT, Ministério do Reino, maço 499 /
AHM, códice 11-2396, fls. 199 e segs.] 05/12/1829 – o seu procurador em Que-
limane, João Bonifácio Alves da Silva*,
1817 · Baptista vendeu todo os seus escravos «presen-
MANUEL SIMÕES BAPTISTA tes e ausentes há muitos anos e proxi-
07/1816 – proprietário da corveta Mato mamente de todos os que visivelmente
Grosso, chegada a Moçambique ida do constar ser pertencentes ao dito Rafael
Rio de Janeiro, procede ao manifesto […]». Vendeu a Francisco Luis Amaro*
de carga, tendo como capitão Francisco por 700 pesos.
[Manolo Florentino / AHM, códice 11-5831, fls. 215
José de Melo*.
vs. / AHU, códice 1376, fls. 159]
12/11/1817 – proprietário da corveta
Mato Grosso, chegada a Moçambique
1817 · Guimarães
em proveniência de Pernambuco, tendo
CUSTÓDIO FRANCISCO DE
como capitão Francisco José de Melo*.
[AHU, cx. 151, cap. 19 / Cx. 155, cap. 38]
SOUSA GUIMARÃES
02/11/1817 – em Moçambique, senhorio
1817 · Barbosa do navio Esgueira.
08/08/1836 – comerciante no Rio de
JOAQUIM GOMES BARBOSA
Janeiro, subscreve através do procura-
20/02/1817 – em Moçambique, capitão
dor local José Cyríaco Gnçalves Lobato a
da corveta Pérola do Mar, requer passa-
representação de 25 negreiros de Queli-
porte para o Rio de Janeiro.
mane [«havendo paralisado o transporte
23/10/1817 – em Moçambique, capitão
de colonos desde o ano de 1830»] provo-
102 da corveta Pérola do Mar, desembaraça-
cada pelo impedimento de carregarem
da na Alfândega para seguir para o Rio
um navio estrangeiro que se dispunha a
de Janeiro.
[AHU, cx. 152, cap. 58 / Cx. 155, cap. 25]
arvorar o pavilhão português.
[Manolo Florentino / AHU, cx. 155, cap. 54 / AHM,
códice 11-5832, fls. 245 vs.]
1817 · Bastos
BERNARDO JOSÉ BASTOS 1817 · Henriques
(também Bernardino Jose de JOÃO MILITÃO HENRIQUES
Bastos) 1811-1830 – durante este período exer-
01/10/1817 – capitão e piloto do brigue

E-book CEAUP  2007


Dicionário de Negreiros em Moçambique 1750-1897

ceu comércio de escravos no Rio de Ja- 18/09/1821 – cavaleiro professo da Or-


neiro. dem de Cristo, brigadeiro graduado de
02/11/1817 – em Moçambique, chegado Infantaria de Milícias da Corte do Rio de
do Rio de Janeiro, piloto do brigue Au- Janeiro, autorizado a seguir para o Rio
rora do Cabo, com auto de tomadia por de Janeiro com sua mulher.
contrabando. 1830 (?) – em Moçambique, embarcou
29/06/1827 – proprietário e mestre do na charrua Lucónia, «à sua ordem», 10
brigue brasileiro Africano que deu à costa negros.
no baixio da Ilha de Sena, perto da Mo- [AHU, cx. 166, cap. 46 / Santana, III, p. 901]
çambique. A marinhagem em rebeldia
não queria descarregar para o pangaio 1817 · Mira
que fretou pelo que pede par ir a bordo. CONSTANTINO ANTÓNIO DE
16/07/1828 – em Moçambique, coman- CARDINAS E MIRA
dante da galera brasileira Novo Comer- 16/06/1817 – em Moçambique, proprie-
ciante, a seguir viagem para Quelimane. tário da escuna Feliz Sorte, requer passa-
11/05/1829 – manifesto da carga condu- porte para ir a Quelimane.
zida do Rio de Janeiro e de Moçambique 15/01/1818 – em Moçambique, proprie-
para Quelimane pela galera Novo Comer- tário das escunas Nossa Senhora dos Re-
ciante de que era capitão. Carregou em médios Flor de Moçambique e Feliz Sorte.
Quelimane 550 escravos, dos quais des- 19/07/1818 – em Moçambique, senho-
carregou no Rio de Janeiro 474, ainda no rio da escuna Flor de Moçambique, tendo
ano de 1829. como mestre e piloto Gollame Mamede,
[Manolo Florentino / AHU, cx. 155, cap. 54 / Cx. procede ao manifesto de carga prove-
200, cap. 104 / Cx. 209, cap. 52 / CX. 215, cap. 131
niente de Inhambane, com 20 escravos e
/ CX. 220, cap. 104 Santana, I, pp. 595 897 e 979. II,
p. 835 / Eltis]
outras mercadorias.
[AHU, cx. 153, cap. 88 / Cx. 156, cap. 13 / Cx. 158,
cap. 133]
1817 · Lacé
FRANCISCO CARLOS DA COSTA 1817 · Pederneira
LACÉ FRANCISCO PEREIRA
02/11/1817 – em Moçambique, do auto
PEDERNEIRA
de tomadia por contrabando sobre o bri-
02/11/1817 – em Moçambique, chegado
gue Aurora do Cabo, chegado do Rio de Ja-
do Rio de Janeiro, capitão do brigue Au-
neiro, consta mercadoria em seu nome.
rora do Cabo conforme auto de tomadia
103
1818/1819 – fez parte do quinto governo
por contrabando.
provisório de Moçambique. [AHU, cx. 155, cap. 54.]
14/11/1819 – principal carregador cons-
tante do manifesto de escravos embar- 1817 · Pereira
cados no brigue Nossa Senhora da Guia
ISIDORO CORREIA PEREIRA
Morgado do Almeo, saído de Moçambi-
11/11/1817 – nasceu em Quelimane, fi-
que para a Baía com 365 escravos, levan-
lho de José Correia Pereira* e de Dona
do como mestre José Jorge da Silva*.
Josepha Natália Pinto. Estudou no Rio

2007  E-BOOK CEAUP


José Capela

de Janeiro para onde deve ter ido, com 04/09/1819 – em Quelimane, mestre e
13 anos, levado pelo pai. piloto do brigue Nossa Senhora da Con-
07/07/1842 – em Quelimane, subscre- ceição Ânimo Grande, procede ao mani-
veu uma representação dos moradores festo de carga, com 10 escravos. (A partir
promovida pelo Conselho do Governo para Moçambique?).
local contra a imposição de os navios te- 23/11/1819 – entrou em Quelimane,
rem de ir ao porto de Moçambique antes mestre do brigue Ânimo Grande, ido da
de entrarem no de Quelimane. capital.
1851 – graduado em coronel de milícias. 10/05/1820 – mestre do brigue Nossa
1853 – tenente-coronel do batalhão de Senhora do Carmo Ânimo Grande que se-
milícias e presidente da Câmara Munici- gue de Quelimane para a capital com 43
pal de Quelimane. escravos.
1854 – nomeado capitão-mor das feiras 23/11/1820 – entrou em Quelimane,
de Quiteve e Manica. mestre do brigue Ânimo Grande, ido da
1857 – comandante da vila e distrito de capital.
Sena e proprietário nesta vila e em Queli- 07/12/1821 – em Moçambique, mestre
mane. Contribuiu para guerra do Chamo do brigue Ânimo Grande, pede passapor-
com 135 escravos seus que comandou. te para ir a Madagascar e volta.
30/03/1863 – faleceu em Sena. 19/01/1828 – capitão da galera S. José
[José Capela, O Escravismo Colonial em Moçambique / Africano que, desembaraçada na Alfân-
AHU, pasta 8, cap. 1] dega de Moçambique, segue viagem para
Quelimane e Sofala.
1817 · Rosário [AHU, cx. 155. cap. 45 / Cx. 157, cap. 91 / ��������
Cx.158,
JOAQUIM DO ROSÁRIO cap. 54 / Cx. 167, cap. 73 / Cx. 169, cap. 28 / ���������
Cx. 182,
13/11/1817 – em Moçambique, mes- cap. 16 / Cx. 213, cap. 28 / Santana, I, p. 592]

tre do brigue Nossa Senhora da Con-


ceição Ânimo Gande, pede passaporte 1817 · Santos
para ir a Quelimane. Desembaraçado a VICENTE TOMÁS DOS SANTOS
05/12/1817. Natural de Lisboa.
03/05/1818 – em Quelimane, mestre e Embarcadiço aos 14 anos de idade. Com
piloto do brigue Nossa Senhora da Con- 25 anos era capitão, piloto e prático do
ceição Ânimo Grande, do senhorio de An- brigue Delfim, do armador José Nunes
tónio Francisco Espírito Santo*, procede da Silveira*.
104 ao manifesto de carga, com 65 escravos. 10/03/1817 – em Moçambique, mestre
01/06/1818 – mestre e piloto do brigue do brigue Delfim, carregado com 385 es-
Nossa Semhora da Cnceição Ânimo Gran- cravos, pede passaporte para o Brasil.
de, ido de Quelimane, procede ao mani- 1818/1819 – entrou com 1/3 para uma
festo de carga, com 70 escravos. viagem redonda do brigue Delfim de Lis-
30/07/1818 – em Moçambique, mestre boa a Moçambique e portos brasileiros.
do brigue Nossa Senhora da Conceição 16/04/1819 – em Moçambique, mestre
Ânimo Grande, pede passaporte (não in- do brigue Delfim.
dica destino). 16/05/1822 – em Lisboa, na secretaria

E-book CEAUP  2007


Dicionário de Negreiros em Moçambique 1750-1897

da Junta do Comércio, Agricultura, Fá- para Inhambane e Cabo das Correntes.


bricas e Navegação, termo de juramento: 02/1830 – oferece ao Estado dez cruza-
com outros, portugueses proprietário do dos por cada um dos escravos salvos da
bergantim Maria Teresa, arrematado no galera Lourenço Marques e que embar-
Depósito Público de Lisboa, de constru- caria na Zéfiro para a conduzir ao Rio de
ção portuguesa, denominando-se então Janeiro. A oferta foi aceite.
Feliz Caçador. 02/09/1831 – o governador de Louren-
20/05/1822 – em Lisboa, passaporte ço Marques informa o governador-geral
«para a Costa de África ao bergantim dever partir no dia seguinte a barca bra-
Maria Teresa, mestre, Vicente Tomás dos sileira Zéfiro que entrara a 31 de Agosto.
Santos, senhorio o mestre e Cª». E dever Vicente Tomás dos Santos pagar
06/11/1822 – mestre do bergantim Ma- direitos pelos escravos que comprasse
ria Teresa, que entrou em Inhambane, para completar os que restavam da ga-
ido de Lisboa. lera Lourenço Marques (seriam 80, «pois
21/11/1823 – mestre do brigue Maria o resto que falta para o completo de 691
Teresa, manifesto de carga em Inham- tem falecido»).
bane, de saída para Moçambique, com 8 06/09/1831 – o governador de Louren-
escravos. ço Marques informa o governador-geral
1824 – em Lisboa, com Carlos João Bap- sobre a renitência de Vicente Tomás dos
tista* formou a Companhia do Comércio Santos em fazer sair a barca Zéfiro e atri-
de Lourenço Marques e Inhambane cujo bui essa atitude à intenção de fazer con-
objecto era o povoamento de Lourenço trabando.
Marques pelo que beneficiava do exclu- 15/09/1831 – a 13 entrou no porto de
sivo do negócio do marfim. De facto, a Moçambique a barca brasileira Zéfiro
companhia dedicou-se largamente ao com passaporte que a autorizava a le-
tráfico de escravos. var para o Rio de Janeiro a escravatura
1826 – comprou a José Nunes da Silvei- salvada da galera portuguesa Louren-
ra* o brigue Delfim por 1600$000 réis. ço Marques, naufragada. Do passaporte
08/02/1828 – em Moçambique, senho- constava a nota do encarregado de ne-
rio do bergantim Maria Teresa, requer gócios (brasileiro?) na Corte de Londres,
autorização para a viagem a Lourenço transmitindo a anuência ao transporte
Marques e Inhambane. de 691 escravos que, segundo a petição
22/11/1828 – em Moçambique, desem- feita por Vicente Tomás dos Santos, ha-
105
baraçado para seguir para Inhambane e viam sido embarcados «antes do tempo
Lourenço Marques. marcado pelo tratado para a abolição do
14/03/1828 – comandante da galera comércio de escravatura».
Lourenço Marques que segue viagem de 04/02/1832 – director e caixa da Com-
Moçambique para Inhambane e Cabo panhia Comercial de Lourenço Marques
das Correntes. e Inhambane requer passaporte para
14/03/1828 – comandante da galera Lou- que a barca brasileira Zéfiro possa ir a
renço Marques que, desembaraçada na Lourenço Marques receber a escravatu-
Alfândega de Moçambique, segue viagem ra salva do naufrágio da galera Lourenço

2007  E-BOOK CEAUP


José Capela

Marques. E oferece ao Estado por cada 1817 · Silva


dos escravos salvos e embarcados dez JOSÉ DOS SANTOS ALMEIDA E
cruzados. SILVA
25/08/1832 – Dionisio António Ribei- 13/10/1817 – em Moçambique, capitão
ro*, governador da Baia de Lourenço da galera Protector General, desembara-
Marques, acusa-o de ter tentado obter çada na Alfândega para seguir para o Rio
a sua colaboração para o contrabando de Janeiro.
de escravos para o Rio de Janeiro, co- [AHU, cx. 155, cap. 18]
laboração que o governador declara ter
recusado. 1817 · Sousa
08/1832 – em Lourenço Marques, em FRANCISCO JOSÉ (também
uma vistoria feita à sumaca Inhambane, JOÃO) DE SOUSA
afim de verificar a chegada de escravos 02/11/1817 – em Moçambique, auto de
idos do porto de Moçambique, foram tomadia por contrabando sobre o brigue
encontrados escravos embarcados por Aurora do Cabo, chegado do Rio de Ja-
Vicente Tomás dos Santos em quem ele neiro, em que era um dos carregadores.
próprio aplicara marcas, tendo um deles 28/09/1819 – capitão, mestre e caixa do
uma muito fresca, aplicada já depois de brigue Aurora do Cabo, manifesta na al-
Inhambane. fândega de Quelimane, a partir para o
06/10/1832 – requer ao governador de Rio de Janeiro, 450 escravos, dos quais
Inhambane, para levar, em viagem para chegam ao Rio de Janeiro 442 (número
Moçambique, «o seu negro Francisco dos imputado).
Santos e mais duas negrinhas e um mo- [AHU, cx. 155, cap. 54 / Cx.163, cap. 128 / Cx. 167.
leque novos». cap. 73 / Cx. 172, cap. 76 / Eltis]

11/05/1842 – em Pernambuco, primeiro


armador do bergantim brasileiro Paquete 1818 · Afonso
da Madeira, de que era capitão A. J. Ro- CUSTÓDIO JOSÉ AFONSO
drigues*, descarrega 159 escravos dos 25/08/1818 – em Moçambique, carregou
195 (número imputado) carregados em na fragata Temível Portuguesa, coman-
Moçambique. dante Manuel da Costa Ataide Teive*, 2
[AHU, cx. 152, cap. 73 / Cx. 157, cap. 52 / Cx.
���������
184, bichos.
caps. 42 e 46 / Cx. 187, cap. 57 / Cx. 189, cap. 23 / [AHU, cx. 158, cap. 164]
Cx. 214, cap. 15 / Santana, I, pp. 90, 157, 182, 189,
106 586 e 663. III, pp. 118, 119, 138]
1818 · Alencastro
ISIDORO CARVALHO DE
1817 · Sendi
ALENCASTRO
MAMOD SENDI
25/08/1818 – em Moçambique, carregou
20/12/1817 – em Moçambique, capitão
na fragata Temível Portuguesa, coman-
do brigue São Luiz Restaurador, desem-
dante Manuel da Costa Ataide Teive*, 4
baraçado para seguir para Moçambique.
escravos pequenos.
[AHU, cx. 155, cap. 92]
[AHU, cx. 158, cap. 164]

E-book CEAUP  2007


Dicionário de Negreiros em Moçambique 1750-1897

1818 · Almeida 1818 · Botelho


AGOSTINHO VICENTE DE LUÍS CAETANO BOTELHO
ALMEIDA 25/08/1818 – em Moçambique, car-
25/08/1818 – em Moçambique, carregou regou na fragata Temível Portuguesa,
na fragata Temível Portuguesa, coman- comandante Manuel da Costa Ataide
dante Manuel da Costa Ataide Teive*, 2 Teive*, um bicho.
bichos pequenos. [AHU, cx. 158, cap. 164]
[AHU, cx. 158, cap. 164]
1818 · Brito
1818 · Almeida LUIZ JOSÉ DE BRITO
JOSÉ DOS SANTOS E ALMEIDA 25/08/1818 – em Moçambique, carregou
20/11/1818 – em Moçambique, mestre na fragata Temível Portuguesa, coman-
do brigue Esgueira que saiu de Moçam- dante Manuel da Costa Ataide Teive*, 17
bique para o Rio de Janeiro onde chegou escravos pequenos.
em 18/12/1818 com 396 dos 544 escra- [AHU, cx. 158, cap.164]

vos carregados.
[AHU, Cx. 160, cap. 38 / Eltis] 1818 · Capristano
JOÃO CAPRISTANO
1818 · Almeida 27/03/1818 – em Moçambique, no navio
DONA PÁSCOA MARIA ALMEIDA Feliz União, capitão Joaquim José da Sil-
15/01/1818 – proprietária, na capitania va*, de saída para o Rio de Janeiro, em-
de Moçambique, do brigue São Luiz Res- barcou um escravo.
taurador. 1830 (?) – em Moçambique, embarcou na
1828 – administradora do prazo Chu- charrua Lucónia, à sua ordem, dois negros.
panga, no vale do Zambeze. [AHU, cx. 157, cap. 30 / Santana, III, p. 901]
[AHU, cx. 156, cap.13 / Santana, I, p. 77]
1818 · Cardinas
1818 · Aurora CONSTANTINO ANTÓNIO DE
ANTÓNIO MIGUEL AURORA CARDINAS
05/09/1818 – em Moçambique, carrega 19/07/1818 – senhorio da escuna Flor de
na charrua Princesa Real, do comando Moçambique, a sair de Inhambane para
do capitão de mar e guerra Pedro Antó- Moçambique com 20 escravos e outras
nio Nunes*, um escravo. mercadorias.
107
[AHU, cx. 159, cap. 4] [AHU, cx. 158, cap. 133]

1818 · Azevedo 1818 · Cardinas


JOSÉ PEREIRA DE AZEVEDO JOÃO VICENTE DE CARDINAS
05/09/1818 – em Moçambique, des- 25/08/1818 – em Moçambique, car-
pachou 31 escravos na charrua Pincesa regou na fragata Temível Portuguesa,
Real, de que era comandante o capitão comandante Manuel da Costa Ataide
de mar e guerra Pedro António Nunes*. Teive*, 22 escravos.
[AHU, cx. 159, cap. 4] [AHU, cx. 158, cap. 164]

2007  E-BOOK CEAUP


José Capela

1818 · Cardoso 1818 · Carvalho


FRANCISCO ANTÓNIO CARDOSO CAETANO SIMÕES DE CARVALHO
(também António Francisco 14/02/1818 – despachou em Moçambi-
Cardoso) que, na galera Resolução, de que era ca-
14/02/1818 – em Moçambique, carrega pitão Nicolau Joaquim de Castro*, para
na galera Resolução de que é capitão Ni- a corte do Rio de Janeiro, 13 escravos.
colau Joaquim de Castro*, de saída para [AHU, cx. 156, cap. 63]

a corte do Rio de Janeiro, 10 escravos.


02/09/1829 – procurador, na Ilha de 1818 · Carvalho
Moçambique, dos grandes traficantes de MIGUEL ALVES MACHADO DE
escravos de Quelimane, João Bonifácio CARVALHO
Alves da Silva* e Manuel da Silva Gui- 26/01/1818 – em Moçambique, mestre
marães Sumatra Campeão*. da escuna Epiphania, com escravos, se-
02 e 04/09/1829 – requerimentos pe- gue para os portos do Brasil, «de onde
dindo autorização para «embarcar mil há-de voltar».
panjas de mantimento para sustento da 07/06/1826 – em Moçambique, de par-
armação» na barca brasileira Amizade. tida para o Rio de Janeiro, mestre do bri-
11/09/1837 – em Moçambique, a galera gue Mariana.
portuguesa D. Maria II, procede ao ma- 24/01/1829 – em Moçambique, o go-
nifesto de carga entre a qual 20 000 (pa- vernador-geral informa o governador
tacas espanholas?) a entregar a António de Quelimane que está no porto de Mo-
Francisco Cardoso. çambique à carga para o Rio de Janeiro
1840/1841 – segundo o governador-ge- e que vai sair com um terço da carga na
ral Pereira Marinho era o principal da esperança de entrar com uma arribada
facção negreira na capital de Moçambi- fantástica nos portos do sul para com-
que. Fez parte de governos provisórios e pletar a carga. Manda que lho não per-
foi administrador da Alfândega de Mo- mita e se entrar que o mande sair em 24
çambique. O mesmo governador acusa- horas.
va-o de contrabando de escravos. 16/02/1829 – em Moçambique, mestre
27/08/1844 – faleceu. da escuna Epifania, capitão J. de D. Ma-
[Pereira Marinho, Memoria de Combinações, pp. 17 e tos*, desembaraçada, com 156 escravos,
24 / AHU, cx. 156, cap. 63 / Cx. 223, cap. 4 e pasta 9, dos quais desembarcou no Rio de Janei-
cap. 2 / Santana, I, p. 1148. III, p. 977]
108 ro 123.
[AHU, cx. 156, cap. 38 / Cx. 156, cap. 38 / ���������
Cx. 202,
1818 · Cardoso cap. 13 / Cx. 225, cap. 80 / Cx. 218, cap. 54 / ������
Santa-
MANUEL JOAQUIM CARDOSO na, I, 1134 / Eltis]

25/08/1818 – em Moçambique, car-


regou na fragata Temível Portuguesa, 1818 · Castro
comandante Manuel da Costa Ataide NICOLAU JOAQUIM DE CASTRO
Teive*, quatro escravos pequenos. 14/02/1818 – em Moçambique, capitão
[AHU, cx. 158, cap. 164] da galera Resolução e consignatário de
310 escravos, no total de 405, na mes-

E-book CEAUP  2007


Dicionário de Negreiros em Moçambique 1750-1897

ma galera, em Moçambique, prestes a 1818 · Conceição


sair para o Rio de Janeiro. Outros ca- ANTÓNIO DIAS DA CONCEIÇÃO
regadores: Urbano António da Costa – Padre
Matoso* 11 escravos. António Alvares 25/08/1818 – em Moçambique, car-
de Macedo* oito escravos e manifestou regou na fragata Temível Portuguesa,
mais dois despachados no brigue Pé- comandante Manuel da Costa Ataide
rola que ficaram em terra por doentes. Teive*, um escravo.
Quintiliano José Ferreira* um escravo. [AHU, cx. 158, cap. 164]
João Capristano Coutinho Rangel* dois
escravos. Caetano Simões de Carvalho* 1818 · Costa
13 escravos. Simão António da Cunha* DOMINGOS LUÍS DA COSTA
27 escravos. Calcangi Salgi* 19 escra- 24/06/1818 – mestre do bergantim
vos. Manifestou o mesmo dois escravos Pastora de Lima, de João Alves da Sil-
que tinham sido despachados no brigue va Porto* e Cª, que entrou no porto de
Pérola. António Francisco Cardoso* 10 Inhambane, ido do Rio de Janeiro, para
escravos. comprar escravos. Seguiria a completar
04/01/1820 – mestre do bergantim a armação, para a capital ou para Que-
Pastora de Lima, acabado de chegar a limane.
Moçambique, ido do Rio de Janeiro, pro- Saiu de Quelimane para a Baía com 345
cede ao manifesto de carga. Seguiu para escravos.
Quelimane. [AHU, cx. 158, cap. 57 e 155 / Cx. 160, cap. 83]
29/01/1821 – em Moçambique, capitão
do brigue Nossa Senhora do Baluarte, de 1818 · Cruz
António Marques Correia*, pronto a se- ANDRÉ DA CRUZ
guir viagem para o Rio de Janeiro, de- 11/09/1818 – em Moçambique, capitão
pois de paga a pensão à Santa Casa da do navio Nossa Senhora do Socorro, que
Misericórdia. saiu para Damão com 119 escravos.
[AHU, cx. 156, cap. 63 / Cx. 160, cap. 88 / Cx. 167, [AHU, cxa. 159. Nº 9]
cap. 6 / Cx. 175, caps. 30 e 52]

1818 · Cunha
1818 · Coelho SIMÃO ANTÓNIO DA CUNHA
JOSÉ COELHO 14/02/1818 – em Moçambique, despa-
25/08/1818 – em Moçambique, car- chou na galera Resolução, de que era
regou na fragata Temível Portuguesa,
109
capitão Nicolau Joaquim de Castro*, de
comandante Manuel da Costa Ataide saída para o Rio de Janeiro, 27 escravos.
Teive*, dois bichos. [AHU, cx. 156, cap. 63]
25/01/1846 – preso, na Ilha do Ibo, por
reter em sua casa escravos de Gil Thomas 1818 · Curgi
dos Santos*, destinados a embarque. CHATARBOZO (?) CURGI
[AHM, códice 11-107, fls. 11 vs. / AHU, cx. 158, cap. 31/01/1818 – em Moçambique, despa-
164]
chou no brigue Paquete Real de que era
capitão João Pedro de Sousa* por saída

2007  E-BOOK CEAUP


José Capela

para a cidade da Baía, 3 escravos. Teive*, um bicho.


[AHU, cx. 156, cap. 42] [AHU, cx. 158, cap. 164]

1818 · Daud 1818 · Fernandes


AMOD (ou Amad) DAUD INÁCIO FERNANDES
01/08/1818 – em Moçambique, mestre 25/08/1818 – em Moçambique, car-
do brigue Boa União, prestes a navegar regou na fragata Temível Portuguesa,
para Quelimane. comandante Manuel da Costa Ataide
02/06/1827 – em Moçambique, capitão Teive*, um bicho.
da goleta São José Africano, a seguir para [AHU, cx. 158, cap. 162]
Sofala.
[AHU, cx. 160, cap. 88 / Cx. 209, cap. 9] 1818 · Fernandes
MIGUEL FERNANDES
1818 · Faquir 25/08/1818 – em Moçambique, car-
MELAGI FAQUIR regou na fragata Temível Portuguesa,
25/08/1818 – em Moçambique, car- comandante Manuel da Costa Ataide
regou na fragata Temível Portuguesa, Teive*, um bicho.
comandante Manuel da Costa Ataide [AHU, CX. 158, cap. 164]
Teive*, um bicho.
[AHU, cx. 154, cap. 164] 1818 · Fernandes
SEBASTIÃO FERNANDES
1818 · Farias 25/08/1818 – em Moçambique, carregou
FRANCISCO JOSÉ FARIAS na fragata Temível Portuguesa, comandante
31/01/1818 – em Moçambique, embarca Manuel da Costa Ataide Teive*, um bicho.
4 escravos para a Baía no brigue Paque- [AHU, cx.158, cap. 162]
te Real de que era capitão João Pedro de
Sousa*. 1818 · Ferreira
[AHU, cx. 156, cap. 42 / Cx. 166, cap. 65] JOSÉ DOS SANTOS FERREIRA
17/01/1818 – em Moçambique, mani-
1818 · Fernandes festo do despacho de escravos embar-
ANTÓNIO FERNANDES cados no brigue Flor da Bahia de que é
25/08/1818 – em Moçambique, car- capitão. À sua conta despachou 363, em
regou na fragata Temível Portuguesa, um total de 407. Outros carregadores:
110
comandante Manuel da Costa Ataide António Alvares de Macedo* 20 escra-
Teive*, seis escravos pequenos. vos. António Francisco do Espírito San-
[AHU, cx. 158, cap. 164] to* nove escravos*. Salvador Garafalo*
15 escravos.
1818 · Fernandes 29/12/1820 – em Moçambique, capitão
FRANCISCO FERNANDES do brigue Dourado.
25/08/1818 – em Moçambique, car- 05/01/1821 – em Moçambique, mestre
regou na fragata Temível Portuguesa, do brigue Dourado, pronto a seguir para
comandante Manuel da Costa Ataide o Rio de Janeiro com carga de escravos.

E-book CEAUP  2007


Dicionário de Negreiros em Moçambique 1750-1897

[AHU, cx. 156, cap. 19 / Cx. 160, cap. 88 / Cx. 174, de embarcações da praça de Moçambi-
cap. 62 / Cx. 175, cap. 9]
que com o brigue Nossa Senhora do Mon-
te do Carmo.
1818 · Ferreira [AHU, cx. 156, cap. 13]
QUINTILIANO JOSÉ FERREIRA
14/02/1818 – em Moçambique, despa- 1818 · Gomes
chou um escravo na galera Resolução, JOSÉ MARTINS GOMES
de que era capitão Nicolau Joaquim de 31/01/1818 – em Moçambique, despa-
Castro*, de saída para a corte do Rio de cha 105 escravos no brigue Paquete Real,
Janeiro. de que era capitão João Pedro de Sousa*
[AHU, cx. 156, cap. 63] de saída para a cidade da Baía.
[AHU, cx. 156, cap. 42]
1818 · Francisco
MANUEL FRANCISCO 1818 · Gonçalves
25/08/1818 – em Moçambique, carregou JOÃO GONÇALVES
na fragata Temível Portuguesa, coman- 05/09/1818 – em Moçambique, embar-
dante Manuel da Costa Ataide Teive*, 8 cou na charrua Princesa Real, de que era
escravos pequenos. comandante o capitão de mar e guerra
[AHU, cx. 158, cap. 164] Pedro António Nunes*, um escravo.
[AHU, cx. 159, cap. 4]
1818 · Francisco
TOMAZ FRANCISCO 1818 · Joaquim
25/08/1818 – em Moçambique, car- MANUEL JOAQUIM
regou na fragata Temível Portuguesa, 31/01/1818 – em Moçambique, carrega
comandante Manuel da Costa Ataide 11 escravos no brigue Paquete Real, capi-
Teive*, um bicho. tão João Pedro de Sousa*, de saída para
[AHU, cx. 158, cap. 164] a Baía.
[AHU, cx. 156, cap. 42]
1818 · Garafalo
SALVADOR GARAFALO (ou 1818 · Leite
GAROFALO) JOÃO LUIS VICTOR LEITE
17/01/1818 – em Moçambique, manifes- 15/01/1918 – na lista de proprietários
tados 15 escravos de sua carga no brigue de embarcações da praça de Moçambi-
Flor da Bahia, de que era capitão José que com o brigue São Marcos. 111
[AHU, cx. 156, cap. 13]
dos Santos Ferreira*, de saída para a ci-
dade da Baía.
1818 · Leitão
[AHU, cx. 156, cap. 19]
ANTÓNIO JOSÉ DE LIMA LEITÃO
1818 · Godolphim
27/03/1818 – em Moçambique, carrega
10 escravos no navio Feliz União, capitão
EUGÉNIO CABRAL DA CUNHA
Joaquim José da Silva*, de saída para a
GODOLPHIM
corte do Rio de Janeiro.
15/01/1818 – na lista dos proprietários
[AHU, cx. 157, cap. 30]

2007  E-BOOK CEAUP


José Capela

1818 · Macedo 1818 · Mamed


ANTÓNIO ÁLVARES DE MACEDO GOLLAME MAMED
17/01/1818 – em Moçambique despacha 19/07/1818 – em Moçambique, mestre
20 escravos no brigue Flor da Baía, capi- e primeiro piloto da escuna Flor de Mo-
tão José dos Santos Ferreira*, de saída çambique, do senhorio de Constantino
para a cidade da Baía. António de Cardinas e Mira*, procede
14/02/1818 – em Moçambique, despa- ao manifesto de carga proveniente de
cha na galera Resolução, de que era ca- Inhambane, com 20 escravos.
pitão Nicolau Joaquim de Castro*, de [AHU, cx. 158, cap. 133]
saída para a corte do Rio de Janeiro, 8
escravos. Manifestou mais 2 escravos 1818 · Mamod
que ficaram despachados para seguir no IBRAHIMO MAMOD
brigue Pérola e que ficaram em terra por 25/08/1818 – em Moçambique, car-
doentes. Provavelmente o navio Pérola regou na fragata Temível Portuguesa,
do Norte de que era capitão Joaquim Go- comandante Manuel da Costa Ataide
mes Barbosa* e que, a 23/10/1817, es- Teive*, uma negrinha e dois bichos.
tava desembaraçado para seguir para o 20/02/1845 – em Quelimane, subscreve
Rio de Janeiro. escritura de hipoteca a favor de Isidoro
31/01/1818 – em Moçambique, despa- Correia Pereira*. Devia-lhe 300 pesos es-
cha no brigue Paquete Real, tendo como panhóis colunários e como não dispõe da
capitão João Pedro de Sousa*, de saída dita quantia dá-lhe por especial hipoteca
para a Baía, 13 escravos. uma casa sita no Palmar da Fábrica com
14/02/1818 – em Moçambique, despa- os escravos: nove negros e 14 negras.
cha na galera Resolução, de saída para a [AHU, cx. 158, cap. 164 / AHM, códice 11-583, fls.
corte do Rio de Janeiro, 8 escravos. 108]

25/08/1818 – em Moçambique, car-


regou na fragata Temível Portuguesa, 1818 · Mascarenhas
comandante Manuel da Costa Ataide ALEXANDRE MASCARENHAS
Teive*, um escravo grande. 25/08/1818 – em Moçambique, car-
[AHU, cx. 156, cap. 19, cap. 42 e cap. 63 / Cx. 158, regou na fragata Temível Portuguesa,
cap. 164] comandante Manuel da Costa Ataide
Teive*, dois escravos, um grande, outro
1818 · Mamade pequeno.
112 AMISSE BINA MAMADE [AHU, Cx. 158, cap. 164]
25/08/1818 – em Moçambique, car-
regou na fragata Temível Portuguesa, 1818 · Mascarenhas
comandante Manuel da Costa Ataide ANTÓNIO MASCARENHAS
Teive*, uma negrinha e um bicho. 25/08/1818 – em Moçambique, car-
13/02/1828 – capitão do pangaio que, regou na fragata Temível Portuguesa,
desembaraçado pela Alfândega de Mo- comandante Manuel da Costa Ataide
çambique, segue para Anjoane. Teive*, um bicho.
[Santana, I, p. 578] [AHU, cx. 158. cap. 164]

E-book CEAUP  2007


Dicionário de Negreiros em Moçambique 1750-1897

1818 · Matoso comandante Manuel da Costa Ataide


URBANO ANTÓNIO DA COSTA Teive*, um bicho e uma negrinha.
MATOSO [AHU, cx. 158, cap. 164]

14/02/1818 – despachou 11 escravos na


galera Resolução, de que era capitão Nico- 1818 · Menezes
lau Joaquim de Castro*, de saída de Mo- ANTONIO BALTAZAR DE
çambique para a corte do Rio de Janeiro. MENEZES
25/08/1818 – em Moçambique, carregou 25/08/1818 – em Moçambique, car-
na fragata Temível Portuguesa, coman- regou na fragata Temível Portuguesa,
dante Manuel da Costa Ataide Teive*, comandante Manuel da Costa Ataide
uma negrinha. Teive*, um bicho e uma negrinha.
[AHU, cx. 156, cap. 63 / Cx. 158, cap. 164] [AHU, cx. 158, cap. 164]

1818 · Melagi 1818 · Menezes


EUSHANDE MELAGI NICOLAU FRANCISCO DE
25/08/1818 – em Moçambique, carregou MENEZES
na fragata Temível Portuguesa, coman- 25/08/1818 – em Moçambique, carregou
dante Manuel da Costa Ataide Teive*, 5 na fragata Temível Portuguesa, coman-
escravos, grandes e pequenos. dante Manuel da Costa Ataide Teive*,
[AHU, cx. 158, cap. 164] um bicho.
31/01/1818 – em Moçambique, embarca
1818 · Mendanha 13 escravos no brigue Paquete Real, que
MANUEL MENDANHA tinha como capitão João Pedro de Sou-
25/08/1818 – em Moçambique, car- sa*, de saída para a cidade da Baía.
regou na fragata Temível Portuguesa, [AHU, cx. 156, cap. 42 / Cx. 158, cap. 164]
comandante Manuel da Costa Ataide
Teive*, dois escravos, um grande, outro 1818 · Mingo
pequeno. MARIA MINGO
[AHU, cx. 158, cap. 164] 05/09/1818 – em Moçambique, carrega
na charrua Princesa Real, de que era co-
1818 · Mendes mandante o capitão de mar e guerra Pe-
MANUEL ANTÓNIO MENDES dro António Nunes*, três escravos.
25/08/1818 – em Moçambique, car- [AHU, cx. 159, cap. 4]
113
regou na fragata Temível Portuguesa,
comandante Manuel da Costa Ataide 1818 · Miranda
Teive*, um escravo. JOAQUIM DE SANTANA GARCIA
[AHU, cx. 158, cap. 164] DE MIRANDA
25/08/1818 – em Moçambique, car-
1818 · Mendonça regou na fragata Temível Portuguesa,
JOÃO DE MENDONÇA comandante Manuel da Costa Ataide
25/08/1818 – em Moçambique, car- Teive*, dois escravos.
regou na fragata Temível Portuguesa, 19/10/1828 – em Moçambique, coman-

2007  E-BOOK CEAUP


José Capela

da o brigue brasileiro Império do Brasil 1818 · Negrão


que segue viagem para Quelimane. PEDRO JOSÉ NEGRÃO
26/12/1829 – segunda via de um ofício 19/04/1818 – capitão da galera Conde da
dirigido ao governador-geral por Vascon- Barca que faz manifesto de carga, no Rio
celos Cirne* (governador de Quelima- de Janeiro, de saída para Moçambique.
ne); refere as circunstâncias da arribada 11/03/1819 – capitão do brigue Gene-
forçada do brigue Império do Brasil e de- ral Cavalcanti que manifesta, à saída de
clara que, caso as vistorias que mandara Quelimane, a carga de 650 escravos.
executar confirmem o péssimo estado 15 /01/1820 – mestre do brigue General
em que o comandante declarara encon- Cavalcanti, do senhorio de João Bonifá-
trar-se a embarcação, tencionava auto- cio Alves da Silva*, procede ao manifes-
rizá-lo a fazer o seu carregamento de to de carga em Quelimane, chegado da
escravos em Quelimane pois já não tinha Baía com 95 dias de viagem.
tempo, até 10 de Fevereiro, de se dirigir [AHU, cx. 157, cap. 56 / Cx. 162, cap. 10 / Cx. 167,
a Moçambique para obter as necessárias caps. 40 e 73]

licenças e voltar a fazer a sua carga.


08/02/1830 – capitão e caixa do bergan- 1818 · Nunes
tim brasileiro Império do Brasil, arribado PEDRO ANTÓNIO NUNES
em Quelimane, de onde saira em 28 de 05/09/1818 – em Moçambique, coman-
Janeiro. O governador de Quelimane dante da charrua Princesa Real, capitão
alegava as razões para o ter deixado en- de mar e guerra, procede ao manifes-
trar, fazer as reparações e o carregamen- to dos escravos despachados e embar-
to de escravos: o navio saira do Rio de cados. Carregam escravos no mesmo
Janeiro a 29 de Agosto de 1829, chega- navio: Jose Pereira de Azevedo* 31;
ra a Quelimane a 27 de Dezembro, com Carlos Francisco Rangel* dois; João
118 dias de viagem, destes, quarenta e Gonçalves* um; António Jose da Silva
tantos para ir a Moçambique, o que não três; Maria Mingo* três; Joaquim José
conseguiu por ser contra monção e agora da Silva* três; António Miguel Aurora*
já lá não podia ir por, a partir de 10 de um; José da Rosa* um; Joaquim dos
Fevereiro, todos os navios que andassem Santos* um; Patrício de Miranda Verar-
à carga de escravos terem de estar fora des* um; José Tomás* um; Alberto dos
dos portos, carregados ou não. Santos* um.
Carregou 425 escravos em Quelimane dos [AHU, cx. 159, cap. 4]
114 quais descarregou 362 no Rio de Janeiro.
1838-1840 – presidente da câmara de 1818 · Oliveira
Moçambique e membro do governo pro- JOÃO LUÍS DE OLIVEIRA
visório. 25/08/1818 – em Moçambique, car-
«Contrabandista de escravos» e principal regou na fragata Temível Portuguesa,
da «facção» negreira, segundo o gover- comandante Manuel da Costa Ataide
nador Pereira Marinho. Teive*, uma negrinha.
[Santana, I, pp. 575 e 971 e II, pp. 162 e segs. e 961. / [AHU, cx. 2158, cap. 164]
Pereira Marinho, Memoria de Combinações / AHU, cx.
158, caps. 133 e 164 / Cx. 227, cap. 1830 / Eltis]

E-book CEAUP  2007


Dicionário de Negreiros em Moçambique 1750-1897

1818 · Pereira Pedro António Nunes*, dois escravos.


DONA EUFÉMIA DE MELLO [AHU, cx. 159, cap. 4]

PEREIRA
25/08/1818 – em Moçambique, car- 1818 · Rangel
regou na fragata Temível Portuguesa, JOÃO CAPRISTANO COUTINHO
comandante Manuel da Costa Ataide RANGEL
Teive*, um bicho. 14/02/1818 – em Moçambique são des-
[Cx. 158, cap. 164] pachados em seu nome dois escravos na
galera Resolução, de que é capitão Nico-
1818 · Pereira lau Joaquim de Castro*, de saída para o
PEDRO PEREIRA Rio de Janeiro.
25/08/1818 – em Moçambique, car- [AHU, cx. 156, cap. 63]
regou na fragata Temível Portuguesa,
comandante Manuel da Costa Ataide 1818 · Rocha
Teive*, um bicho. VICENTE FRANCISCO DA ROCHA
[AHU, cx.158, cap. 164] 25/08/1818 – em Moçambique, car-
regou na fragata Temível Portuguesa,
1818 · Porto comandante Manuel da Costa Ataide
JOÃO ALVES DA SILVA PORTO Teive*, cinco escravos pequenos.
1811/1830 – durante este período de- [AHU, cx. 158, cap. 164]
senvolveu o negócio de escravos no Rio
de Janeiro. 1818 · Rodrigues
24/06/1818 – em Inhambane, armador JOSÉ LUIS RODRIGUES
do bergantim Pastora de Lima, proprie- 25/08/1818 – em Moçambique, car-
dade de João Alves da Silva Porto e Cª., regou na fragata Temível Portuguesa,
à compra de escravos. Mestre, Domingos comandante Manuel da Costa Ataide
Luís da Costa*. Sairia de Quelimane com Teive*, dois escravos.
345 escravos, chegando ao Rio de Janei- [AHU, cx. 158, cap. 164]
ro com 398, em 17/01/1819.
1839 – primeiro armador da barca Le- 1818 · Rodrigues
opoldina que foi a Quelimane carregar SEBASTIÃO RODRIGUES
736 escravos dos quais descarregou na 25/08/1818 – em Moçambique, car-
costa sudeste brasileira 600 (números regou na fragata Temível Portuguesa,
115
imputados). comandante Manuel da Costa Ataide
[Manolo Florentino / AHU, cx. 158, cap. 57 / Cx. 160, Teive*, um bicho.
cap. 83 / Eltis] [AHU, cx. 158, cap. 164]

1818 · Rangel 1818 · Roiz


CARLOS FRANCISCO RANGEL LUIZ GERMANO ROIZ
05/09/1818 – em Moçambique, carre- 25/08/1818 – em Moçambique, car-
gou na charrua Princesa Real, de que era regou na fragata Temível Portuguesa,
comandante o capitão de mar e guerra comandante Manuel da Costa Ataide

2007  E-BOOK CEAUP


José Capela

Teive*, dois bichos. Pedro António Nunes*, um escravo.


[AHU, cx. 158, cap. 164] 05/12/1819 – entrou em Quelimane,
mestre do brigue Esgueira.
1818 · Rosa 30/12/1819 – em Moçambique, mestre
JOSÉ DA ROSA do brigue Esgueira, procede ao manifes-
05/09/1818 – em Moçambique, carre- to de carga: 434 escravos. A 05/12/1820
gou na charrua Princesa Real de que era seguiu para Quelimane e Rio de Janeiro.
comandante o capitão de mar e guerra 05/12/1820 – entrou em Quelimane, ido
Pedro António Nunes*, um escravo. da capital, mestre do brigue Esgueira.
[AHU, cx. 159, cap. 4] 1830 (?) – em Moçambique, carregou na
charrua Lucónia dois negros endereça-
1818 · Salgi dos a António Gomes Fogaça*.
CALCANGI SALGI [AHU, cx.159, cap. 4. / Cx. 166, cap. 101 / Cx. 167,
14/02/1818 – em Moçambique, carregou caps. 58 e 73 / Santana, III, p. 901]

19 escravos na galera Resolução, de que


era capitão Nicolau Joaquim de Castro*, a 1818 · Silva
sair para a corte do Rio de Janeiro. Além ANTÓNIO JOSÉ DA SILVA
destes manifestou dois escravos que ti- 5/09/1818 – em Moçambique, carrega
nham sido despachados no brigue Pérola. na charrua Princesa Real, de que é co-
[AHU, cx. 156, cap. 63] mandante o capitão de mar e guerra Pe-
dro António Nunes*, três escravos.
1818 · Santidas [AHU, cx. 159, cap. 4]

MANACHANDE SANTIDAS
25/08/1818 – em Moçambique, car- 1818 · Silva
regou na fragata Temível Portuguesa, JOAQUIM JOSÉ DA SILVA
comandante Manuel da Costa Ataide 27/03/1818 – em Moçambique, capitão
Teive*, uma negrinha e um bicho. do navio Feliz União, de saída para a cor-
[AHU, cx. 158, cap. 164] te do Rio de Janeiro com 659 escravos,
648 dos quais consigandos ao mesmo ca-
1818 · Santos pitão. Os outros carregadores: António
ALBERTO DOS SANTOS Jose de Lima Leitão* 10 escravos e João
05/09/1818 – em Moçambique, carre- Capristano* um escravo.
ga um escravo na charrua Princesa Real, 05/09/1818 – em Moçambique, carrega
116 na charrua Princesa Real, do comando
de que era comandante Pedro António
Nunes*. do capitão de mar e guerra Pedro Antó-
[AHU, cx. 159, cap. 4] nio Nunes*, três escravos.
? – em Moçambique, capitão e piloto da
1818 · Santos chalupa Flor do Mal, do sehorio de Luiz
JOAQUIM DOS SANTOS da Costa* com passaporte para os portos
05/09/1818 – em Moçambique, carre- do sul da costa.
gou na charrua Princeza Real de que era [AHU, cx. 157, cap. 30 / Cx. 159, cap. 4 / Cx. 160,
cap. 88 / Códice nº 1362, fls. 74]
comandante o capitão de mar e guerra

E-book CEAUP  2007


Dicionário de Negreiros em Moçambique 1750-1897

1818 · Silva 1818 · Silva


JOAQUIM MANOEL CORREIA DA JOSÉ TELES DA SILVA
SILVA 25/08/1818 – em Moçambique, carregou
Ajudante general (do governador-geral?). na fragata Temível Portuguesa, coman-
25/08/1818 – são remetidos (de Queli- dante Manuel da Costa Ataide Teive*, 14
mane?) pela fragata Temivel Portuguesa, escravos grande e pequenos.
do comando de Manuel da Costa Ataide [AHU, cx.158, cap. 164]

Teive*, 2 bichos enviados ao «Ilmo. Se-


nhor General» para lhe serem entregues. 1818 · Silveira
[AHU, cx. 158, cap. 164] LUÍS ANTÓNIO DA SILVEIRA
25/08/1818 – em Moçambique, car-
1818 · Silva regou na fragata Temível Portuguesa,
JOSÉ MANUEL DA SILVA comandante Manuel da Costa Ataide
25/08/1818 – em Moçambique, car- Teive*, três bichos.
regou na fragata Temível Portuguesa, [AHU, cx.158, cap. 164]

comandante Manuel da Costa Ataide


Teive*, uma negrinha. 1818 · Soares
17/08/1825 – em Quelimane, aceita le- CÂNDIDO DA COSTA SOARES
tra a João Bonifácio Alves da Silva*, pelo 25/08/1818 – em Moçambique, car-
valor de 18 escravos, para embarque. regou na fragata Temível Portuguesa,
17/08/1827 – em Quelimane, aceita le- comandante Manuel da Costa Ataide
tra a João Bonifácio Alves da Silva* por Teive*, dois escravos pequenos.
sessenta e oito e meio caporros. 09/1828 – juiz presidente do Senado da
10/01/1828 – hipoteca a João Bonifácio Câmara de Moçambique.
Alves da Silva* todos os seus bens contra 1830 (?) – em Moçambique, carrega na
fazendas de lei e outros efeitos para pa- charrua Lucónia um negro endereçado a
gar 56 caporros e meio. Fr. Manuel Moutinho.
(?) – tendo regressado de Lourenço Mar- 1836/1837 – fez parte do décimo gover-
ques (a Quelimane?), com escala por no provisório de Moçambique.
Inhambane, pede autorização para re- 01/11/1837 – em Moçambique, subscre-
gressar a este porto, a fim de aí efectuar veu a representação de 29 comerciantes
algumas cobranças. da praça expondo ao governador-geral,
07/07/1842 – em Quelimane, subscre- marquês de Aracaty, a necessidade de
117
veu uma representação dos moradores sustar a execução do decreto de 10 de
promovida pelo Conselho do Governo Dezembro de 1836 que abolia o tráfico
local contra a imposição de os navios te- da escravatura em todas as colónias por-
rem de ir ao porto de Moçambique antes tuguesas.
de entrarem no de Quelimane. E. Pereira Marinho: «[…] principal da
[AHM, códice 11- 5831, fls. 37 e fls. 100 vs. / AHM, facção negreira».
códice 11-5831, fls. 101 vs. / Santana, II, p. 463 / 12/08/1847 – o governador-geral em
AHU, pasta 8, cap. 1 / Cx. 158, cap. 164]
correspondência para o ministro: recen-
temente promovido a coronel, exercen-

2007  E-BOOK CEAUP


José Capela

do a função de capitão-mor das terras descarregar 248 ao Rio de Janeiro, em


firmes, pratica toda a qualidade de vio- 25/06/1829.
lências contra todos os habitantes. Com [AHU, cx. 156, cap. 42 / Cx. 166, cap. 1 / Cx. 167, nº
fama de conivente no tráfico negreiro. 73 / Santana, II, p. 836 / Eltis]

Demitiu-o.
[Santana, I, p. 639 e III, p. 901 / Pereira Marinho, 1818 · Sousa
Memória de Combinações / AHU, pasta 4, cap. 3 Pasta JOSÉ PEDRO DE SOUSA
10, cap. 4] 31/01/1818 – despachou três escravos
no brigue Paquete Real, de que era capi-
1818 · Sousa tão João Pedro de Sousa*, de saída para
ANTONIO CAETANO DE SOUSA a cidade da Baía.
25/08/1818 – em Moçambique, car- [AHU, cx. 156, cap. 42]
regou na fragata Temível Portuguesa,
comandante Manuel da Costa Ataide 1818 · Teive
Teive*, quatro escravos pequenos. MANUEL DA COSTA ATAIDE TEIVE
[AHU, cx.158, cap. 164] 21/08/1818 – manifesto de carga, em
Moçambique, da fragata, de que era
1818 · Sousa comandante, Temível Portuguesa (pro-
JOÃO PEDRO DE SOUSA veniente de Quelimane?) com 170 escra-
31/01/1818 – capitão do brigue Paquete vos entre grandes e pequenos, além de
Real que manifesta em Quelimane, em carga e passageiros. Além do comadnate
18/05/1818, de saída para a Baía, 228 (7 grandes e 15 pequenos) carregaram
escravos distribuídos por nove carrega- escravos: padre António Dias da Con-
dores: Premochande Vingi* 42 escravos. ceição*, Custódio José Afonso*, Urbano
José Martins Gomes* 105 escravos. Ma- António da Costa Matoso*, Agostinho
nuel Joaquim* 11 escravos. Francisco Vicente de Almeida*, Dona Eufémia de
José de Farias* quatro escravos. Chatar- Mello Pereira*, Luis Caetano Botelho*,
bozo Curgi* três escravos. Nicolau Fran- Inácio Fernandes*, Manuel Joaquim
cisco de Menezes* 13 escravos. António Cardoso*, Manuel Francisco*, Sebas-
Alvares de Macedo* 10 escravos. José tião Rodrigues*, Manuel Mendanha*,
Joaquim de Araujo Aranha* três escra- Alexandre Mascarenhas*, Luís Antó-
vos. José Pedro de Sousa* três escravos. nio da Silveira*, José Teles da Silva*,
Saiu com 237 escravos e chegou ao Cabo António Caetano de Sousa*, Francisco
118 da Boa Esperança, onde foi apreendido e Fernandes*, José Coelho*, Luiz José de
condenado, com 133. Brito*, Francisco de Almeida*, Sebas-
01/11/1819 – capitão do brigue Bom Ca- tião Fernandes*, Manachande Santi-
minho, a sair de Moçambique para Queli- das*, Ibrahimo Mamod*, Ilmo. Senhor
mane, onde está a 02/12/1819, de onde General (Governador-Geral?), José Luís
sai para a Baía com 355 escravos. Rodrigues*, Isidoro Carvalho de Alen-
06/05/1829 – em Moçambique, capitão castro*, João Luis de Oliveira*, Cândido
da barca Camboata ida do Rio de Janei- da Costa Soares*, António Fernandes*,
ro. Carregou 376 escravos, dos quais foi Enchande Melagi*, Pedro Pereira*,

E-book CEAUP  2007


Dicionário de Negreiros em Moçambique 1750-1897

Dengi Odongi*, António Álvares de Ma- 1818 · Vingi


cedo*, Joaquim de Santa Ana Gracias PREMOCHAND VINGI
Miranda*, Tomaz Francisco*, Miguel (Primochande Vingi, baneane)
Fernandes*, José Pereira Machado*, 31/01/1818 – em Moçambique, despa-
Nicolau Francisco de Menezes*, José chou 42 escravos no brigue Paquete Real,
Manuel da Silva*, João de Mendonça*, de que era capitão João Pedro de Sousa*,
António Mascarenhas*, João Vicente de de saída para a cidade da Baía.
Cardinas*, António Baltazar de Mene- [AHU, cx. 156, cap. 42]
zes*, Vicente Francisco da Rocha*, Luiz
Germano Roiz*, Manuel António Men- 1819 · Abranches
des*, Ibraimo Mamod*, Melagi Faquir*, THEODORICO JOSÉ DO ROSÁRIO
Vicente Francisco da Rocha*. ABRANCHES
[AHU, cx. 158, cap. 162 e cap. 164] 03/10/1819 – funcionário na Tesouraria
Geral da Real Fazenda de Moçambique,
1818 · Tomás interinamente tesoureiro da Alfândega
JOSÉ TOMÁS e pagador da tropa, em 1819 requeria
05/09/1818 – em Moçambique, car- confirmação no posto de capitão de mi-
regou um escravo na charrua Princesa lícias. Capitão-mor das Cabaceiras por
Real, de que era comandante Pedro An- despachado de 31 de Maio de 1822. Era
tónio Nunes*. escrivão deputado da Junta da Fazenda
[AHU, cx. 159, cap. 4] de Moçambique.
10/03/1828 – requer a comenda do há-
1818 · Velasco bito de Cristo.
DONA RITA XAVIER VELASCO 10/03/1830 – o capitão-general abona
15/01/1818 – em Moçambique, apare- o pedido da comenda na apresentação
ce na «lista das embarcações desta capi- junto da Secretaria de Estado.
tania e seus proprietário» com o brigue Deputado às Cortes.
Boa União. 13/03/1834 - 07/10/1834 – membro do
11/07/1818 – em Moçambique, senho- 9º Governo Provisório de Moçambique.
ria do brigue Boa União, com passaporte Pereira Marinho: « […] o mesmo depu-
para Quelimane e Bombatoque. tado desta Província Teodorico era um
[AHU, cx 156, cap. 13 / Códice 1376, fls. 167 vs.] dos mais activos traficantes de escravos,
chegando quando foi para Lisboa, para 119
1818 · Verardes as Cortes, a ser prisioneiro em um navio
PATRÍCIO DE MIRANDA de escravos, cuja maior carregação era
VERARDES dele» […] «não tem um só acto de hon-
05/09/1818 – embarcou um escravo na ra na sua vida» […] «aliado inseparável
charrua Princesa Real de que era coman- dos negreiros seus parentes, próximos e
dante Pedro António Nunes*. amigos»
[AHU, cx. 159, nº 4] 15/03/1849 – faleceu, sendo Coronel de
Infantaria de Moçambique.
[AHU, cx. 164, cap. 26 / Cx. 184, cap. 65 / Pasta 11, cap.

2007  E-BOOK CEAUP


José Capela

2 / ANTT, Ministério do Reino, mç. 499 / Pereira Mari- 1819 · Cruz


nho, Memória de Combinações / Santana, I, p. 532]
ANTÓNIO GOMES DA CRUZ
18/11/1819 – capitão do brigue Mercú-
1819 · Carrilho rio, ancorado no porto de Moçambique.
JOÃO ROIZ CARRILHO [AHU, cx. 166, cap. 52]
05/10/1819 – capitão do brigue Triunfo
do Brasil, atracado no porto de Moçam- 1819 · Dias
bique, pagou à Santa Casa a pensão an- DOMINGOS FRANCISCO DIAS
nual de 20 cruzados. 03/11/1819 – mestre do brigue Vigilan-
20/10/1820 – no porto de Moçambique, te Guerreiro proveniente da Baia e de
capitão do brigue Triunfo do Brasil. Inhambane, entrou em Quelimane com
04/12/1821 – em Moçambique, segun- 110 escravos carregados em Inhamba-
do tenente da Armada Real da Marinha, ne. A 15/01/1820 estava a sair de Mo-
comandante do brigue Triunfo do Brasil, çambique para a Baía com 344 escravos
pede passaporte para o Rio de Janeiro. sortidos, 112 carregados em Inhambane
[AHU, cx. 164, cap. 51 / Cx. 172, cap. 54 / Cx. 182,
e 232 em Moçambique. Segundo Frei
cap. 4]
Batolomeo, teriam sido comprados 500,
mortos em terra 60, embarcados 430, fi-
1819 · Clawel
caram doentes 10, morreram em viagem
JAYME CLAWEL
200, tendo chegado ao Brasil 230.
13/08/1819 – em Moçambique, capitão
19/01/1820 – o Vigilante Guerreiro vol-
do brigue espanhol Centenelle (sic). O
tou a entrar em Quelimane na derrota
guarda-mor da Alfândega, João Pinto de
para a Baía porque aí é registada a saída
Magalhães*, só registara 356 dos 424 es-
nesta data.
cravos a bordo pelo que foi destituído do
04/03/1821 – em Moçambique, capitão
cargo e preso.
do brigue Vigilante Guerreiro, chegado
[AHU, cx. 165, cap. 16]
da Baía com 104 dias de viagem e a «car-
ga do costume».
1819 · Costa
03/11/1821 – mestre do brigue S. Filipe
JOSÉ AUGUSTO DA COSTA
Londolf, em Moçambique, pronto a se-
06/07/1819 – em Moçambique, senho-
guir para a Baía, com escala pelo Rio de
rio do navio São José Africano, a seguir
Janeiro.
para Quelimane e S. Lourenço.
04/12/1822 – em Moçambique, aonde
120 [AHU, códice 1376, fls. 184]
fora como piloto do brigue Furão. Uma
vez que o brigue ficava naquele porto
1819 · Crisóstomo
pretendia regressar ao Rio de Janeiro na
JOÃO CRISÓSTOMO
galera Belizar.
04/11/1819 – em Moçambique, capitão
[AHU, cx. 166, cap. 7 / Cx. 167, cap. 44 e cap. 73 / ����
Cx.
da galera Adamastor. Comprou 835 es- 176, cap. 10 / Cx. 181, cap. 83 / Cx. 187, cap. 73 / ����
Fr.
cravos, morreram 130, embarcaram 680, B. dos Martires]
morreram 380 e chegaram ao Brasil 300.
[AHU, cx. 166, cap. 4 / Fr. B. dos Martires]

E-book CEAUP  2007


Dicionário de Negreiros em Moçambique 1750-1897

1819 · Domingues ral Silveira a sair de Moçambique para o


FIRMINO DOMINGUES Rio de Janeiro, com 425 escravos, tendo
15/11/1819 – em Moçambique, mestre seguido para Quelimane onde estava a
da galera Mariana, a sair para o Rio de 04/01/1820.
Janeiro, manifesta o carregamento de [AHU, cx. 104, nº 41 / Cx. 166, cap. 99 / Cx. 167, nº 58]
500 escravos sortidos.
[AHU, cx. 166, cap. 49] 1819 · Magalhães
ADOLFO JOÃO PINTO DE
1819 · Farinha MAGALHÃES
JOAQUIM PIRES FARINHA 13/08/1819 – em Moçambique, guar-
18/10/1819 – em Moçambique, capitão da-mor da Alfândega, dos 424 escravos
e mestre do brigue Feliz Americano de a bordo do brigue espanhol Centenelle,
onde vai para Quelimane, onde está de capitão Jaime Clawel*, apenas registou
03/11/1819 até 27/11/1819, e de onde 356 pelo que foi destituído do cargo e
parte para o Rio de Janeiro, procedendo ao preso.
manifesto de escravos, em número de 426. 20/05/1828 – fretou a pala de Damão
[AHU, cx. 165, cap. 26. / Cx. 166, cap. 65 e 73] Ana Feliz, por sete mil cruzados, para ir
aos portos de Quelimane e de Inhamba-
1819 · Garção ne levando como capitão Florêncio Sou-
JOSÉ PEDRO DA ROCHA sa Ramos*.
GARÇÃO [AHU, cx. 165, cap. 16 / Cx. 215, cap. 42 / Santana,
06/09/1819- em Inhambane, mestre do I, p. 374]

brigue Estrela, proveniente da Baía, vai a


Moçambique onde está a 30/12/1819 e 1819 · Silva
de onde segue para Quelimane. JOSÉ JORGE DA SILVA
04/02/1820 – sai de Quelimane para a 1811 – 1830 – durante este período de-
Baía, tendo manifestado a carga de 211 dicou-se ao tráfico de escravos no Rio de
escravos sortidos. Janeiro.
[AHU, cx. 163, nº 85 Cx.166, cap. 100 / Cx. 167, nº 58] 14/11/1819 – em Moçambique, mestre
do brigue Nossa Senhora da Guia Morga-
1819 · Lopes do do Almeo, manifesta o carregamento
MANUEL LOPES de 365 escravos tendo sido o principal
O5/10/1819 – em Moçambique, capitão caregador Francisco Carlos da Costa
Lacé*. Sai para Quelimane e daqui, em
121
do brigue Paquete do Rio. Comprou 472
escravos, morreram 57, embarcaram 400, 02/12/1819, para a Baía.
morreram 80, chegaram ao Brasil 320. 25/10/1820 – mestre do brigue Nossa
[AHU, cx. 164, cap. 50 / Frei Bartolomeo] Senhora da Guia Morgado do Almeo che-
gado a Quelimane ido da Baía, apresenta
1819 · Lourenço manifesto da carga.
MARCELINO ANTÓNIO JOSÉ [Manolo Florentio / AHU, cx. 166, cap. 46 / Cx. 172,
cap. 76]
LOURENÇO
30/12/1819 – mestre do brigue Gene-

2007  E-BOOK CEAUP


José Capela

1819 · Silveira de carga com 4000 pesetas e 1112 meias


JOSÉ INÁCIO DA SILVEIRA doblas.
24/11/1819 – capitão do brigue Bom Je- 05/12/1820 (José Joaquim e mestre da
sus d’Além, atracado no porto de Moçam- mesma galera) – pronto a seguir para a
bique. Baía.
[AHU, cx. 166, cap. 60] [AHU, cx. 174, caps. 8 e 97]

1820 (?) · Aguiar 1820 · Blanchart


FRUTUOSO …(?)… DE AGUIAR MANUEL PEREIRA BLANCHART
10/11/1820 – em Moçambique, capitão 09/10/1820 – em Moçambique desde
do brigue Esgueira. 10/07/1820, proveniente do Rio de Ja-
21/11/1820 – em Quelimane, a carregar neiro, capitão do brigue Polifemo, pronto
escravos. a partir para o Rio de Janeiro.
[AHU, cx. 173, caps. 21 e 23] [AHU, cx. 172, cap. 12]

1820 · Andrade 1820 · Caldas


CÂNDIDO JOSÉ DA COSTA DE MANUEL FERREIRA DA SILVA
ANDRADE CALDAS
23/08/1820 – capitão da escuna São 30/10/1820 – em Quelimane, sobrecarga
João Baptista, a sair para Moçambique, do bergantim Feliz Americano, de saída
manifestou, em Inhambane, 50 escravos para o Rio de Janeiro com 422 escravos.
«entre grandes e pequenos». 02/11/1820 – ainda em Quelimane, nes-
05/04/1821 – mestre da escuna São ta data com com 432 escravos.
João Baptista, propriedade de Salvador [AHU, cx. 172, cap. 76 / Cx. 174, cap. 5]
da Costa de Andrade*, manifesta, em
Inhambane, de saída para Moçambique, 1820 · Carvalho
17 escravos, 381 patacas espanholas e AGOSTINHO JOSÉ DE CARVALHO
1887 pontas de marfim e de abada. 15/09/1820 – capitão da galera Concei-
[AHU, cx. 171, cap. 71 / Cx. 176, cap. 83] ção Esperança, chegada a Moçambique,
ida de Santos com 50 dias de viagem.
1820 · Arantes 16/10/1821 – segue viagem para Santos
FRANCISCO DE ARANTES com escala pelo Rio de Janeiro.
28/04/1820 – em Moçambique, senhorio
122 [AHU, cx. 171, cap. 108 / Cx. 181, cap. 44]
do navio Oceano, de partida para a Índia.
[AHU, cx. 168] 1820 · Costa
NICOLAU JOAQUIM DA COSTA
1820 · Bastos 03/01/1820 – entrou em Quelimane,
JOAQUIM JOSÉ DA ROCHA mestre do brigue Pastora de Lima, ido
BASTOS do Rio de Janeiro, tendo depois segui-
05/12/1820 – em Moçambique, ido da do para Moçambique onde chegou a
Baía, com 74 dias de viagem, capitão da 28/01/1820.
galera Adamastor, procede ao manifesto [AHU, cx. 167, cap. 73]

E-book CEAUP  2007


Dicionário de Negreiros em Moçambique 1750-1897

1820 · Fogaça 1820 · Mello


ANTÓNIO GOMES FOGAÇA JOSÉ SERTÓRIO VIEIRA DE
19/10/1820 – em Moçambique, coman- MELLO
dante da galera Feliz Eugénia. 30/12/1820 – em Quelimane, sobrecar-
24/12/1821 – em Moçambique, coman- ga do brigue Zephiro, de saída com 448
dante da galera Feliz Eugénia, pede pas- escravos.
saporte para o Rio de Janeiro. [AHU, cx. 174, cap. 85]
1830 (?) – em Moçambique, Joaquim dos
Santos* embarca dois negros na charrua 1820 · Oliveira
Lucónia que lhe vão destinados. VENTURA JOSÉ DE OLIVEIRA
[AHU, cx. 172, cap. 52 / Cx. 182, cap. 54 / Santana, 16/01/1820 – em Quelimane, mestre da
III, p. 901]
escuna Feliz Carlota, manifesta uma car-
ga de 320 escravos.
1820 · Freitas 08/09/1820 – em Moçambique, de re-
JOSÉ VENÂNCIO DE FREITAS gresso do Rio de Janeiro, por Quelimane,
23/12/1820 – em Moçambique, mestre mestre da escuna Feliz Carlota, procede
e sobrecarga da galera Olimpia, pede li- ao manifesto de carga.
cença para levar escravos para o Rio de 09/03/1829 – em Moçambique, prove-
Janeiro de onde partira com destino a niente do Rio de Janeiro e de Quelimane,
Madagascar, tendo arribado. capitão da escuna-brigue Victoria que vai
[AHU, cx. 174, cap. 55]
a Inhambane completar a carga de 426
escravos dos quais descarrega 274 no Rio
1820 · Goes de Janeiro, em 24/02/1830.
MANUEL DE SOUSA GOES [AHU, cx. 171, cap. 101 / Cx. 174, cap. 85 / Cx. 227,
12/01/1820 – em Moçambique, mes- cap. 32 / Eltis]
tre da galera Leopoldina que segue para
Quelimane onde chega 04/02/1820 e 1820 · Palemira
daí para o Rio de Janeiro, com 422 escra- HENRIQUE DOS SANTOS
vos sortidos. PALEMIRA
[AHU, cx. 167, caps. 36 e 73] 07/03/1820 – em Moçambique, capitão
do brigue Aliança.
1820 · Luz [AHU, cx. 168, cap. 8]
ANTÓNIO DA LUZ
1811-1830 – durante este período exer- 1820 · Pitada
123
ceu o tráfico de escravos no Rio de Ja- JOSÉ ANTÓNIO MOREIRA DE
neiro. MELLO PITADA
25/10/1820 – comandante do bergan- 08/09/1820 – em Quelimane, ido do Rio
tim Pastora de Lima chegado a Moçambi- de Janeiro, mestre do brigue Zéfiro, pro-
que, em proveniência do Rio de Janeiro, cede ao manifesto de carga. Vai a Moçam-
procede ao manifesto de carga. bique e regressa a Quelimane, de onde sai
[Manolo Florentino / AHU, cx. 172, cap. 76] em 30/12/1820, com 448 escravos.
[AHU, cx. 171, caps. 21 e101 / Cx. 174, cap. 85 A]

2007  E-BOOK CEAUP


José Capela

1820 · Rodrigues 1820 · Silva


ANTÓNIO FELICIANO RODRIGUES JOAQUIM HENRIQUES DA SILVA
(também Feliciano Roiz) 25/09/1820 – em Quelimane, – mestre
15/12/1820 – em Moçambique, capitão da galera Leopoldina, procedente do Rio
da galera Voadora. de Janeiro, vai a Moçambique de onde
?/?/1820 – capitão e mestre da galera regressa a Quelimane e de onde sai em
Voadora, em Moçambique, com 550 es- 31/12/1820, com 465 escravos.
cravos, pronta a seguir viagem para o [AHU, cx. 172, cap. 76 / Cx. 174, cap. 89]

Maranhão.
[AHU, cx. 174, caps. 38 e 86 / Cx. 175, cap. 54] 1820 · Silva
JOAQUIM RODRIGUES DA SILVA
1820 · Samugi 25/09/1820 – em Quelimane, mestre da
MUCECHANDE SAMUGI galera Leopoldina, ida do Rio de Janeiro,
(ou Muelechande Samugi) procede ao manifesto de carga.
30/07/1820 – em Moçambique, proprie- 15/11/1820 – em Moçambique, capitão
tário da escuna São João Baptista, pede do navio Quatro de Abril, pronto a seguir
passaporte para seguir para Sofala. para o Rio de Janeiro.
18/06/1821 – em Moçambique, proprie- 31/12/1820 – em Quelimane, mestre da ga-
tário do brigue Boas Novas, pede passa- lera Leopoldina, com 465 escravos a bordo.
porte para Quelimane. [AHU, cx. 172, cap. 76 / Cx. 173, cap. 38 / Cx. 174,
cap. 89]
30/06/1821 – em Moçambique, proprie-
tário da escuna São João de Brito, pede
1820 · Silva
passaporte para Sofala.
[AHU, cx. 178, cap 40 e cap. 68] JOSÉ EMÍDIO ADAUTO (?)
PACHECO E SILVA
1820 · Santos 07/07/1820 – em Moçambique, prove-
CASIMIRO LUIZ (LUCIO?) DOS niente do Brasil, com 82 dias de viagem,
SANTOS capitão da galera Flor do Brasil.
27/07/1820 – em Moçambique, mestre do 07/10/1820 – em Moçambique, capitão
brigue Paquete do Rio, chegado do Rio de da galera Flor do Brasil, pronto a partir
Janeiro, procede ao manifesto da carga. para o Rio de Janeiro.
[AHU, cx. 170, cap. 22 / Cx. 172, cap. 15]
07/08/1820 e 03/12/1820 – em Queli-
124 mane, com 472 escravos.
1820 · Silva
[AHU, cx.170, cap. 63 / Cx. 171, caps. 34 e 45 /
Cx.174, cap. 85] MANUEL LOPES DA SILVA
04/07/1820 – em Moçambique, capitão o
1820 · Silva brigue Amazona, ido do Rio de Janeiro com
EMÍDIO ADAUTO PACHECO E 67 dias de viagem. A 04/11/1820, feita re-
SILVA vista a bordo: 481 «cativos» (sic) a bordo.
Vide José Emídio Adauto Pacheco e Silva. 27/10/1826 – em Moçambique, capitão
do navio brasileiro Duarte Pacheco, com
escravos embarcados, pronto a partir.

E-book CEAUP  2007


Dicionário de Negreiros em Moçambique 1750-1897

05/02/1827 – em Moçambique, capitão des de Aragão, senhora do prazo Nhan-


da galera Duarte Pacheco, desembaraça- da, em primeira vida, com 120 escravos
da para seguir para o Rio de Janeiro. presentes e 100 ausentes. Coronel de mi-
[AHU, cx. 170, cap. 11 / Cx. 171, cap. 84 / Cx.���������
172, lícias, cavaleiro da Ordem de Cristo e an-
cap. 15 / Cx. 204, cap. 87 / Cx.
�����������������
207, cap. 56] tigo feitor da Fazenda Real.
19/07/1827 – aprovada pelo governa-
1820 · Sousa dor-geral a sua nomeação para governa-
JOÃO LUÍS DE SOUSA dor de Tete.
17/05/1820 – mestre da escuna São João 10/01/1827 – João Bonifácio Alves da
Baptista a partir de Quelimane para Mo- Silva* participa ao governador da capi-
çambique com 19 escravos. tania de Rios de Sena «os insultos, rou-
[AHU, cx. 169, cap. 36] bos e crimes cometidos pelos escravos do
coronel de milícias da vila de Tete, Fran-
1820 · Virgolino cisco João da Costa Xavier, no prazo da
DONA MARIA ANTÓNIA LEITE Real Coroa Rio Pequeno».
PEREIRA DE MELLO VIRGOLINO 01/09/1848 – procedente de França,
30/10/1820 – em Quelimane, senhoria com escala por Bourbon, o coronel de
do brigue Nossa Senhora da Guia Morga- milícias de Tete e ex-governador inte-
do do Almeo, proveniente da Baía, para rino de Rios de Sena, enviou ao gover-
onde partiu a 12/12/1820. nador-geral uma carta datada de 26 de
12/12/1820 – proprietária do brigue Outubro: com a nova política de França,
Nossa Senhora da Guia Morgado do Al- emancipando bruscamente todos os es-
meo. Este brigue foi construído pelo seu cravos, pedem para se estabelecerem na
marido e governador de Quelimane, Ma- costa oriental de África. Os franceses da
nuel Joaquim Mendes de Vasconcelos Reunião propunham o recrutamento de
Cirne*, e fez várias viagens ao Brasil com trabalhadores africanos.
carregamentos de escravos. [Almeida de Eça, I. p. 259 / Santana, I, pp. 317, 325]
12/01/1822 – pede passaporte para o
filho de menor idade, António Manuel 1821 · Andrade
Mendes de Vasconcelos Cirne, seguir SALVADOR DA COSTA DE
para o Rio de Janeiro, para a companhia ANDRADE
de seu pai e tratar de seus estudos. 14/12/1821 – proprietário e mestre
1824 – «Mercionária» da Terra da Real da escuna São João Baptista, em Mo-
Coroa, Boror, pela qual pagou a renda
125
çambique, pede passaporte para Que-
anual de 74$400. limane.
[AHU, cx. 174, cap. 30 / Cx. 183, cap. 7 / Cx. 192, 01/04/1822 – em Quelimane, mestre da
cap. 163 / Códice 1376, fls. 220 vs.]
escuna São João Baptista, a partir para
Moçambique, manifesta a carga: dinhei-
1820 · Xavier
ro, outra carga e 51 escravos.
FRANCISCO JOÃO DA COSTA
Vide Cândido José da Costa de Andrade*.
XAVIER [AHU, cx. 182, cap. 32 / Cx.
�����������������
184, cap. 19]
1820 – casado com Dona Paula Gertru-

2007  E-BOOK CEAUP


José Capela

1821 · Correia 31/05/1829 – tomou posse como gover-


ANTÓNIO MARQUES CORREIA nador de Quelimane, onde era juiz ordi-
14/01/1821 – em Moçambique, requer nário. Afirma estar disposto a cumprir as
auto de vistoria para o arqueamento do instruções do governador nomeadamen-
seu brigue Nossa Senhora do Baluarte: te no que respeita aos abusos no tráfico
120 toneladas e 9 décimos = 332 es- da escravatura.
cravos. E pede passaporte para o Rio de 11/06/1830 – sendo comandante de
Janeiro. Quelimane, acusado de ter vendido por
29/01/1821 – em Moçambique, o brigue entreposta pessoa 400 escravos à barca
Nossa Senhora do Baluarte (arqueado em Elisa: o governador-geral comunica-lhe
332 escravos) tendo como capitão Ni- ser voz pública que os 400 escravos que
colau Joaquim de Castro*, tendo pago o capitão da barca Elisa, António José de
a pensão da Misericórdia, está pronto a Oliveira Ramalho* ajustara com Inácio
seguir para o Rio de Janeiro. do Rosário Dias* comprar-lhe eram dele,
[AHU, cx. 175, caps. 12, 30 e 52 / Cx. 176, cap. 47] comandante. E que acontecimentos como
o provocado por esse facto «sempre terão
1821 · Cunha lugar enquanto os governadores e outras
ANTÓNIO MARIANO DA CUNHA autoridades públicas forem negociantes
Filho de Thomé José da Cunha e de Amé- e entrarem em concorrência publicamen-
lia Maria Dias, natural de Salcete. te com os outros negociantes».
1821/1822 – feitor e encarregado da Viria a ser acusado pelo governador de
administração da Fazenda Nacional de Quelimane Vasconcelos e Cirne* de ter
Quelimane, cargo em que se mantinha sido um dos promotores revolucionários
em 1826. Dois anos depois conseguiu em Rios de Sena quando ali chegara a
que o governador de Moçambique lhe notícia da Revolução de França, em Ju-
concedesse o prazo de Inhassunge, na lho de 1830, e se divulgara o periódico
qualidade de viuvo de Joaquina Pereira, «Brasileiro Imparcial». «Os números de
primeira titular do prazo, falecida sem tão infame papel foram remetidos do
descendentes. Pelo testamento, Fran- Rio de Janeiro pelos traidores Canarins
cisco Henrique Ferrão*, de Sena, dei- da Ásia, que ali estão fugidos, a outro
xou-lhe 37 escravos de que vendeu 32, igual canarim que se acha nesta vila e
ficando 3 «refugos» e 2 mortos. porto, um tal intrigante António Maria-
12/12/1824 – foi-lhe concedida a paten- no da Cunha, que os espalhou por todos
126
te de coronel de milícias agregado ao re- estes Rios de Sena com os seus patrí-
gimento de Quelimane. cios, os ditos Canarins, e logo estes nos
18/01/1829 – em Quelimane, hipoteca seus clubes, a que eles chamam granca-
os bens de João Pedro Xavier da Silva rias[…]». Seriam estes canarins que es-
Botelho*, morador em Tete, pela quantia tariam a planear a união de Rios de Sena
que lhe deve de quatro mil setenta e um ao Brasil.
meticais mais onze arrobas de marfim 08/08/1836 – subscreve a representação
limpo e «134 caporros e meio, bons sem de 25 negreiros de Quelimane [«haven-
defeito algum». do paralisado o transporte de colonos

E-book CEAUP  2007


Dicionário de Negreiros em Moçambique 1750-1897

desde o ano de 1830»] provocada pelo 1821 · Pacheco


impedimento de carregarem um navio JOSÉ EMÍGDIO ADANTA
estrangeiro que se dispunha a arvorar o PACHECO
pavilhão português. 27/10/1821 – em Moçambique, mestre
08/09/1836 – testamento com que fa- do brigue Aurora do Cabo, pronto a se-
leceu: declara que não tem dívidas em guir para o Rio de Janeiro.
Moçambique, Goa Damão, Dio, Rio de [AHU, cx. 181, cap. 64]
Janeiro, Quelimane, Sena e Tete. Que
tinha marfim de Anselmo Henriques 1821 · Pedrosa
Ferrão e «vindo-me de Sena 37 escra- MANUEL (Mário?) DE
vos remetidos pelo Francisco Henriques CARVALHO PEDROSA
Ferrão* para serem vendidos, dos quais Casado em Moçambique, com Dona Joa-
pude vender só 32 escravos a 28 pesos fi- na da Cruz Lacé Pedrosa, foreira do pra-
cando refugos 3 e 2 mortos». zo Gorongosa.
[AHU, cx. 181, nº 20 / Cx. 186, nº 1 / Cx. 201, nº 1 / 25/09/1821 – em Moçambique, mestre
Cx. 220, nº 98 / Santana, I, p. 10, p. 739, p.1084. II,
do bergantim Polifemo, pede passaporte
p. 22. III, p. 722 / AHM, códice 11-5831, fls. 153 vs. /
Códice 11-5832, fls. 245 / Códice 11-5833, fls. 5]
para o Rio de Janeiro.
11/10/1826 – em Moçambique, capitão
1821 · Fernandes e mestre da galera brasileira Indústria, a
PASCOAL FERNANDES partir para o Rio de Janeiro onde chega
05/01/1821 – em Moçambique, ne- a 9/12/1826 com 428 dos 543 escravos
gociante de carreira das Ilhas de Cabo carregados.
[AHU, cx. 180, cap. 67 / Cx. 204, cap. 39 / Cx. 206,
Delgado, «veio à capital com escravos e
cap. 49 / Eltis]
outros géneros de negócio».
[AHU, cx. 175, cap. 10]
1821 · Saldanha
MARIA LUISA DE SALDANHA
1821 · Freitas
27/10/1821 – proprietária do brigue São
MANUEL LOPES FREITAS
José Africano, em Moçambique, pede
08/01/1821 – em Moçambique, prove-
passaporte para Quelimane através de
niente da Baía, carregador do brigue
procurador.
Dourado, pede passaporte para regressar
05/07/1822 – proprietária do brigue
à Baía.
São José Africano pede passaporte para
[AHU, cx. 175, cap. 15]
regresso a Quelimane.
127
[AHU, cx. 181, cap. 63 / Cx. 185, cap. 4]
1821 · Lima
FAUSTINO DE CASTRO LIMA
1821 · Viana
02/10/1821 – em Moçambique, ido da
JOAQUIM MARTINS VIANA
Baía, no brigue São Filippe Londoffe, pede
10/01/1821 – em Moçambique, capitão do
para regressar ao Rio de Janeiro com os
navio Aliança ido de Pernambuco com 112
seus escravos na galera Despique.
dias de viagem, onde esteve até 26/03/1821
[AHU, cx. 181, cap. 9]
e de onde regressou a Pernambuco.

2007  E-BOOK CEAUP


José Capela

26/03/1821 – arribado em Moçambique 23/12/1828. Saiu com 547 e chegou


pede passaporte para Pernambuco. com 528 escravos.
[AHU, cx. 175, cap. 19, cap. 97 / Cx. 176, cap. 47] [AHU, cx. 187, cap. 56 / Cx. 204, cap. 26/A / ���������
Cx. 206,
cap. 22 / Cx. 212, cap. 115 / Cx. 216, cap. 80 / ������
Santa-
na, I, p. 581 / Eltis]
1821 · Viana
PEDRO JOSÉ CORREIA VIANA
1822 · Ferreira
19/12/1821 – em Moçambique, capitão-
-Tenente da Armada Real da Marinha,
GABRIEL JOSÉ DE SOUSA
comandante do brigue Ulisses, pede pas- FERREIRA
saporte para o Rio de Janeiro. 1822 – estabelece-se em Moçambique
[AHU, cx. 182, cap. 47] como comerciante.
07/03/1825 – em Moçambique, pede
1822 · Belomonte passaporte para o seu brigue Furão ir a
LUIZ BELOMONTE Quelimane.
11/09/1822 – em Moçambique, pede 14/09/1827 – proprietário da escuna
passaporte para ir a Angoche, com o seu portuguesa Mazipraia, da praça de Mo-
batel, carregar mantimento e escravos. çambique, chegada de Inhambane. Mes-
[AHU, cx. 186, cap. 33] tre, Nanuel João Coelho* e sobrecarga
José Freire de Andrade*.
1822 · Branco 19/12/1827 – em Moçambique, capitão
PAULO JOSÉ BRANCO da escuna Mazipraia, a sair para Queli-
11/01/1822 – em Moçambique, mestre mane, Inhambane e Lourenço Marques.
de navio pronto a partir. 23/09/1829 – a escuna Mazipraia, de
[AHU, cx. 183, cap. 19] que é proprietário, parte de Moçambi-
que para Quelimane, Inhambane e Sofa-
1822 · Ferreira la, levando como mestre Jose Nicolau de
ANTÓNIO JOSÉ FERREIRA Groet Gannd*.
29/11/1822 – em Moçambique, mestre 09/03/1831 – pede autorização régia
do bergantim Amazónia, pronto a seguir para regressar à Metrópole por dois
para o Rio de Janeiro. anos, com escala pelo Brasil.
[AHU, cx. 194, cap. 23 / Cx. 211, cap. 79 / ���������
Cx. 212,
06/10/1826 – em Moçambique, pro-
cap. 97 / Cx. 223, cap. 72 / Santana,
��������������������
III, p. 93]
veniente do Rio de Janeiro, mestre do
navio do Império do Brasil, Aníbal que,
128 1822 · Lopes
a 11/12/1826, estava pronto para par-
MANUEL JOSÉ LOPES
tir para o Rio de Janeiro onde chegou a
30/11/1822 – entrara a 26, em Inham-
17/01/1828 com 746 dos 836 escravos
bane, em escala para Quelimane, o bri-
embarcados.
gue da Baía Vigilante Guerreiro, de que
17/11/1827 – em Moçambique, capitão
era capitão. Como achasse que era tarde
da galera brasileira Aníbal.
ficou em Inhambane a fazer negócio de
19 /10/1828 – em Moçambique, capi-
escravos.
tão da galera Aníbal, a seguir viagem
[AHU, cx. 187, cap. 57]
para o Rio de Janeiro onde chega em

E-book CEAUP  2007


Dicionário de Negreiros em Moçambique 1750-1897

1822 · Martins 1823 · Braga


DIOGO CÂNDIDO MARTINS JOÃO RIBEIRO DE CASTRO
08/11/1822 – mestre da galera Flor de BRAGA
Cintra, em Moçambique, pronta a seguir 13/11/1823 – capitão e caixa do ber-
para o Rio de Janeiro. gantim brasileiro Minerva que estava
[AHU, cx. 187, cap. 12] no porto de Quelimane, proveniente
do Rio de Janeiro. Requeria passaporte
1822 · Sousa para portos de obediência portuguesa,
FRANCISCO NUNES DE SOUSA no Brasil, depois de ter feito o proces-
18/10/1822 – em Moçambique, piloto so de justificação da nacionalidade. Em
do navio Europa que foi condenado neste 14/02/1824 chegou ao Rio de Janeiro
porto, pede passaporte para regressar ao com 378 dos 517 escravos carregados
Rio de Janeiro. (números imputados).
[AHU, cx. 186, cap. 101] 11/10/1826 – em Moçambique, capitão
do bergantim Minerva autorizado a se-
1822 · Varela guir para Quelimane com carga de géne-
ANTÓNIO FELIZ (?) VARELA ros para a população, e escravos.
18/10/1822 – em Moçambique, ido Rio 01/10/1827 – chegado do Rio de Janeiro,
do Janeiro a tratar dos seus negócios, capitão do brigue Minerva, proveniente
pede passaporte para o regresso na gale- do Rio de Janeiro, desembaraçado na
ra Nove de Janeiro. Alfândega de Moçambique, segue para
[AHU, cx. 186, cap. 100] Quelimane. Sai com 460 escravos e che-
ga em 22/03/1828 ao Rio de Janeiro
1823 · Barão com 419.
JOÃO VIEIRA BARÃO 04/11/1828 – em Moçambique, capitão
29/12/1823 – proprietário, capitão do brigue Minerva que, desembaraçado
e caixa do brigue Conde dos Arcos, do na Alfândega, segue viagem para Queli-
Rio de Janeiro, fundeado em Queli- mane. Sai com 480 escravos para o Rio
mane. Em 27/02/1824 chega ao Rio de Janeiro onde chega em 12/03/1829
de Janeiro com 338 dos 446 escravos com 296.
carregados. [AHU, cx. 189, nº 20 / Cx. 206, cap. 49 / Cx. 212,
[AHU, cx. 189, cap.32 / Eltis] cap.114 / Cx. 216, cap. 105 e / Santana, I, p. 601 /
Eltis]

1823 · Bastos
129
J. L. DE BASTOS 1823 · Lopes
1823 – capitão do navio brasileiro Amiza- FRANCISCO DA SILVA LOPES
de de Santos que carregou em Quelimane 23/10/1823 – natural de Lisboa, capi-
402 escravos, dos quais descarregou no tão, caixa e proprietário do bergantim
Rio de Janeiro 345 (números imputa- Adamastor, em Moçambique, ido do Rio
dos). Viagem de 63 dias. de Janeiro e de Quelimane, pede passa-
[Eltis] porte para um porto do Brasil, de obe-
diência portuguesa. Desembarca no Rio

2007  E-BOOK CEAUP


José Capela

de Janeiro, em 25/03/1824, 262 dos 1824 · Bondoso


448 escravos embarcados (números im- ANTÓNIO JOSÉ BONDOSO
putados). 1811-1830 – dentro deste período, co-
[AHU, cx. 189, cap. 10 / Eltis] merciante de escravos no Rio de Janeiro.
23/09/1824 – capitão da galera Príncipe
1823 · Silva Regente.
MANUEL FRANCISCO DA SILVA 10/06/1829 – em Moçambique, mestre e
22/10/1823 – em Quelimane, natural do sobrecarga do bergantim Formosura aca-
Porto, capitão, caixa e proprietário do bado de chegar do Rio de Janeiro para
bergantim Trajano, ido do Rio de Janeiro escravos, pede passaporte para Quelima-
ao porto de Quelimane, pede passaporte ne onde, na monção passada, ajustara
para seguir para o Brasil com escravos. armação com os moradores locais.
Saiu de Quelimane com 536 escravos e 18/07/1829 – segundo documento pas-
chegou ao Rio de Janeiro em 05/03/1824 sado pela Alfândega de Moçambique:
com 413 (números imputados). «António José Bondoso por entrada do
[AHU, cx. 189, cap. 9 / Eltis] Brasil e saída para Quelimane no brigue
Formusura dois caixões com sessenta e
1823 · Sousa uma espingardas». Além deste muitos
ANTÓNIO FRANCISCO DE SOUSA outros despachos de espingardas vendi-
01/12/1823 – mestre e caixa do brigue das em Moçambique.
Zephiro, fundeado em Quelimane, ido 21/07/1829 – a Alfândega de Moçambi-
do Rio de Janeiro, pede justificação de que declara o bergantim Formusura de-
propriedade e passaporte para os portos sembaraçado para seguir viagem para o
portugueses do Brasil. Chega ao Rio de Brasil com escala por Quelimane. O des-
Janeiro, em 03/03/1824, com 447 dos pacho do governador obrigava a carregar
518 escravos carregados (números im- um terço dos escravos em Moçambique.
putados). Bondoso alegou já estar negociada da
[AHU, cx. 189, cap. 28 / Eltis] monção anterior a carga em Quelimane
pelo que o governador autorizou. Pagou
1824 · Baptista direitos de saída de 490 escravos.
CARLOS JOÃO BAPTISTA 01/11/1829 – capitão do brigue Fortu-
1824 – comerciante em Lisboa (?), com na que saiu de Quelimane com 658 es-
Vicente Tomás dos Santos* formou a cravos e chegou ao Rio de Janeiro, em
130
Companhia do Comércio de Lourenço 23/12/1829, com 587.
Marques e Inhambane cujo objecto era o [Manolo Florentino / José Capela, O Tráfico de Escra-
povoamento de Lourenço Marques pelo vos nos Portos de Moçambique. / AHU, cx. 192, cap.
107 / Cx. 221, caps. 82
��������������������������������
e 89 / Santana, I, pp. 299 e
que beneficiava do exclusivo do negócio
segs. / Eltis]
do marfim. A companhia, no decurso da
sua actividade dedicou-se, largamente,
1824 · Borges
ao tráfico de escravos.
JOÃO PEREIRA BORGES
[Santana, I, p. 663]
01/04/1824 – «Piloto que foi do brigue

E-book CEAUP  2007


Dicionário de Negreiros em Moçambique 1750-1897

Vigilante Guerreiro, cidadão estabeleci- 1824 · Moreira


do em Inhambane nomeado pelo gover- JOÃO BAPTISTA MOREIRA
nador local capitão do porto por saber Nascido no Porto a 6 de Janeiro de 1798,
inglês e francês e mais partes exigidas em família de mercadores ligados ao co-
pelo emprego: o que se exige para esse mércio com o Brasil. Em 1818 pertence a
emprego pela frequência de navegação uma sociedade de negócios com o Brasil,
estrangeira». apoiada em quatro navios. No mesmo ano
13/09/1826 – comandante da escuna era representante consular do Reino das
Flor de Inhambane, despachada de Mo- Duas Sicílias. Tomou parte activa na revo-
çambique para Sofala. lução liberal portuguesa, causa que nunca
11/04/1827 – em Moçambique, coman- abandonará. A Vilafrancada colocou-o na
dante da goleta Flor de Inhambane, a lista dos proscritos, o que o levou a apor-
partir para Inhambane. tar ao Rio de Janeiro em 24 de Janeiro de
[AHU, cx. 191, cap. 8 / Cx. 203, cap. 95 / Cx. 206, 1824, onde se estabelece como comer-
cap. 49 / Cx. 212, cap. 115] ciante, nomeadamente de escravos.
04/06/1826 – nomeado Vice-Cônsul de
1824 · Carvalho Portugal
FRANCISCO CÂNDIDO DA SILVA 23/06/1826 – nomeado Cônsul de Por-
CARVALHO tugal.
30/10/1824 – em Moçambique, capitão 06/07/1827 – passou a Encarregado de
do brigue Viajante, que segue viagem Negócios Interino.
para o Rio de Janeiro. 15/06/1827 – D. Pedro nomeou-o côn-
18/09/1826 – em Moçambique, capitão sul-geral.
do brigue Viajante, arribou ao porto de 15/08/1827 – foi confirmado Cônsul e
Moçambique quando viajava para o Rio Encarregado de Negócios, cargos que
de Janeiro. acumulará até 19 de Setembro de 1828.
[AHU, cx. 192, cap. 131 / Cx. 203, cap. 111] Em 1828 suspendeu as funções diplomá-
ticas que acumulava com as de cônsul
1824 · Cruz por não reconhecer a usurpação do trono
JOSÉ JOAQUIM DA CRUZ por D. Miguel e pôs-se ao serviço do du-
31/01/1824 – capitão do navio Quatro que de Palmela. A pedido deste, embai-
de Abril, em Moçambique, a partir para xador de D. Maria II em Londres, aceita
o Maranhão. continuar no cargo até que o conde do
[AHU, cx. 190, cap. 14]
131
Sabugal seja oficialmente recebido como
ministro de D. Maria II, o que acontecerá
1824 · Guimarães a 24 de Junho de 1830. Com o reconhe-
LUÍS ANTÓNIO GUIMARÃES cimento do conde do Sabugal, o Moreira
08/08/1824 – em Moçambique, coman- passou a secretário da Legação e por car-
dante da galera Constitucional, pede pas- ta patente da Regência da Terceira, de
saporte para os portos de Ásia. 01/09/1830, a Cônsul Geral.
[AHU, cx. 192, cap. 10] Na qualidade de Cônsul de Portugal no
Rio de Janeiro, acreditado pela Regên-

2007  E-BOOK CEAUP


José Capela

cia, garantia aos traficantes de escravos fretamento do D. Estêvão de Ataide, para


provenientes de África o desembarque «como brigue de guerra ir levar escravos
da mercadoria, uma vez contribuíssem a fretes ao Rio de Janeiro com passapor-
para a causa liberal. Assim encaminhou tes dados a cada escravo como livres e
as vultuosas ofertas a favor da Regência passageiros». Ora o antecessor (Sebas-
de três traficantes de escravos oriundos tião Xavier Botelho*) deste governador
de Moçambique e que, em 1829, apor- – geral (Paulo José Miguel de Brito*)
taram ao Rio de Janeiro. Eram eles João «mandara o mesmo brigue duas vezes à
Bonifácio Alves da Silva*, António José Ilha de Bourbon carregado de escravos e
Pedrosa* e João Manuel da Silva Gui- não fez isto em Lisboa estrépito algum»
marães Sumatra Campeão*. Aos dois pelo que estranhava o «estrépito» feito
primeiros, mais tarde inevitavelmente em Lisboa relativo à questão havida no
comendadores, viria o cônsul a classi- Rio de Janeiro com o caso do D. Estêvão
ficá-los como os mais ricos comercian- de Ataíde.
tes de entre os portugueses da Praça do 03/08/1830 – de Moçambique, saiu para
Rio de Janeiro. O Pedrosa ofereceu o o Rio de Janeiro o brigue do Rei D. Es-
lugre «Santo António» e os três o carre- têvão de Ataide, pertencente à capitania
gamento de arroz, tabaco, aguardente e de Moçambique, levando a carregação
açúcar. O Campeão morreu entretanto e da galera brasileira Flor de Moçambique,
não chegou a contribuir com o terço pro- composta de 355 escravos.
metido. Uma vez na Terceira, o lugre foi 30/11/1830 – o cônsul no Rio de Ja-
rebaptizado «Boa Esperança». Com ou- neiro comunica ao governador-geral
tro comerciante, traficante de escravos, de Moçambique, Paulo de Brito*, que o
Luís Carlos Domingos Ferreira e sócios, bergantim de guerra D. Estêvão de Ataí-
o cônsul ajustou a compra da escuna «Li- de chegara ao Rio de Janeiro em 24 de
beral», igualmente destinada à Terceira. Outubro, sendo imediatamente embar-
Apoderou-se do brigue português «D. gado o desembarque de escravos para o
Estêvão de Athaide», chegado ao Rio de governo julgar se era tráfico lícito à face
Janeiro com escravos provenientes de dos tratados anglo-brasileiros. O gover-
Moçambique. Armou-o em guerra e pô- no não se meteu no negócio e o juiz da
lo à disposição da Rainha com o nome Alfândega remeteu-o para o poder ju-
«Conde de Vila Flor». Adquiriu um gran- diciário que o mandou para a comissão
de navio novo que denominou «Regência mista anglo-brasileira. Os documentos
132
da Terceira» com o mesmo destino. Fo- que Paulo de Brito mandara contribui-
ram estes quatro navios disponibilizados, ram muito «para o bom êxito do julgado
de uma ou de outra maneira, pelo capital da comissão mista» e o «governo do Bra-
com origem no tráfico de escravos que sil tem isto como um serviço que V. Exa.
proporcionaram a formação do primeiro fez aos súbditos deste Império interessa-
núcleo da marinha constitucional. dos naquela desgraçada negociação». O
31/071830 – o governador de Queli- comandante do bergantim, Joaquim An-
mane, Vasconcelos Cirne*, acusa o go- tónio Franco*, alegando doença, demi-
vernador-geral ao conde de Basto, pelo tiu-se do comando do bergantim.

E-book CEAUP  2007


Dicionário de Negreiros em Moçambique 1750-1897

31/03/1831 – o cônsul no Rio de Janei- consulado em obediência às «ordens da


ro participa a Paulo de Brito que o brigue Regência em nome da Rainha» e a 8 de
ficara desembaraçado, sendo considera- Fevereiro noticiava que «o senhor João
do legal o seu carregamento e estava «fa- Baptista Moreira […] adoptou o novo
bricando para navegar». E que o conde laço, decretado pela Regência da Ilha
do Sabugal, desde 24 de Junho de 1830 Terceira; a seu exemplo, alguns portu-
enviado extraordinário e ministro ple- gueses usam igualmente do laço branco
nipotenciário da Regência da Terceira, e azul».
tomara conta do brigue, devendo breve- 07/09/1833 – por estar eventualmente
mente dar-lhe o destino que a Regência envolvido na conspiração que pretendia
tem ordenado ao seu serviço». fazer regressar D. Pedro ao trono do Bra-
01/04/1831- Joaquim António Franco* sil foi-lhe cassado o exequatur.
oficia ao governador-geral de Moçambi- 08/091833 – D. Pedro II, em nome de D.
que informando-o do que se passara com Maria II, expediu a demissão de Moreira
o carregamento do brigue: só os escravos e chamou-o a Lisboa.
carregados por João da Silva Carrão* 10/08/1835 – o Diário do Governo publi-
em virtude de denúncia comprovati- cava um anúncio em que João Baptista
va de não serem pertencentes a súbdi- Moreira, nomeado cônsul – geral de Por-
to brasileiro, haviam sido considerados tugal no Rio de Janeiro, se punha à dis-
ilegalmente carregados. Relativamente posição dos comerciantes de Lisboa na
à atitude do cônsul: recebera a impor- Associação Mercantil.
tância do fretamento com a qual estava 06/07/1836 – reconduzido no cargo de
a fazer o suprimento do brigue. Mais Cônsul-Geral de Portugal no Brasil.
informava constar que o comando do No Rio de Janeiro, retirado que foi o en-
brigue passaria para o primeiro tenen- viado extraordinário, o cônsul-geral foi
te José de Santa Rita, «o qual se acha à acreditado como encarregado de ne-
testa da prontificação do brigue, dizem, gócios. Questões levantadas nomeada-
para conduzir os emigrados à Terceira». mente pela execução do decreto de 10
19/10/1831 – o governador-geral de Mo- de Dezembro de 1836 que abolia o trá-
çambique, Paulo José Miguel de Brito, fico da escravatura em todas as colónias
miguelista, face ao comportamento e ao portuguesas e pelos «[…] agentes da
teor da correspondência que estava a re- Grã-Bretanha que entraram em propalar
ceber do cônsul no Rio de Janeiro comu- boatos desairosos contra o encarregado
133
nica ao ministro e secretário de estado de negócios de Portugal […]» provoca-
estar resolvido a deixar de correspon- ram uma representação de negociantes
der-se «com o indigno cônsul de Portugal portugueses da praça do Rio de Janei-
no Rio de Janeiro». O Diário Mercantil ro junto da Rainha garantindo «que o
do Rio de Janeiro de 05/01/1831 pu- comendador João Baptista Moreira,
blica instruções do cônsul para todos cônsul-geral de V. M. Fidelissima, e ao
os mestres das embarcações portugue- presente, seu encarregado de negócios
sas, procedentes dos domínios da Coroa continua a exercer as funções dos seus
ou do estrangeiro, se apresentarem no cargos, com a constante assiduidade que

2007  E-BOOK CEAUP


José Capela

nele é notória […]» e outra semelhante que foi chamado de «escravatura bran-
subscrita por cem comerciantes brasilei- ca», o recrutamento de trabalhadores
ros da mesma praça. portugueses, particularmente açorea-
24/04/1839 – nota do encarregado de nos, em condições que se aproximavam
negócios de Portugal que fazia cessar o das que tipificavam o tráfico de escravos
exequatur do governo imperial da sua provenientes de África. Igualmente de
patente de Cônsul Geral de Portugal. Era crimes na administração de heranças de
acusado pelo governo imperial de com- portugueses.
portamento incorrecto no contexto da 22/08/1861 – o jornal O Portuguez acu-
questão criada pelos distúrbios contra sa o governo de ter como representante
oficiais e marinheiros britânicos de que consular no Rio de Janeiro um negocian-
resultou a morte de um brasileiro. te falido. As investigações feitas no con-
07/10/1839 – retirou-se do Rio de Ja- sulado confirmaram irregularidades nas
neiro para Lisboa. As associações Co- contas e na administração de heranças.
merciais do Porto e de Lisboa promovem 25/08/1863 – decreto exonerando o Mo-
manifestações de gratidão e representa- reira de Cônsul Geral de Portugal, reser-
ções a favor do seu regresso ao Rio de vando dar-lhe a justa remuneração pelos
Janeiro. serviços prestados em prol do trono le-
19/10/1840 – regressou ao Rio de Janei- gítimo e das liberdades pátrias logo que
ro onde procedeu à recolha de fundos ele terminasse a liquidação das suas con-
para a estátua de D. Pedro IV, no Rossio, tas e se mostrasse quite para com o cofre
em Lisboa, para a qual conseguiu 16 con- do mesmo consulado.
tos, moeda forte. 20/12/1865 – faleceu deixando mulher
14/05/1840 – nomeado vogal e secretá- e filha em situação precária.
rio da Comissão Mista Luso-Brasileira, 10/04/1852 – foi-lhe concedida a co-
onde ficou sete anos. menda Ordem de Nossa Senhora da
1853 – participa com 10 acções no capi- Conceição de Vila Viçosa de que já era
tal da Companhia de Navegação a Vapor cavaleiro desde 1827.
Luzo-Brasileira, formada no Porto, com 15/04/1853 – foi-lhe atribuído o foro de
capitais portugueses e brasileiros. fidalgo cavaleiro.
23/11/1860 – uma representação com 4/01/1854 – foi elevado ao grau de ofi-
mais de 900 assinaturas acusa-o de gra- cial da Torre e Espada, de Valor, Lealda-
ves irregularidades. de e Mérito, de que já era cavaleiro.
134
07/06/1861 – outra representação à Câ- 11/09/1855 – foi feito Barão.
mara dos Deputados sustentada com vá- [Manolo Florentino / Jose Feliciano de Castilho Bar-
rios documentos. reto e Noronha Barão de Moreira, Esboço Biographico
/ Apologia perante o Governo de Sua Majestade Fidelis-
No Jornal do Comercio do Rio de Janeiro,
sima apresentada por João Baptista Moreira, Rio de
na imprensa de Portugal e em represen- Janeiro, 1862 / ANTT, Documentos dos Estrangeiros,
tações junto das autoridades portugue- Consulado de Portugal no Rio de Janeiro, caixas 311,
sas, foi movida contra o cônsul Moreira, 312, 542 / Gracinda Proença Paulino, Rotina & Per-
calços no Consulado Geral de Portugal Rio de Janeiro
por portugueses, uma «guerra desapie-
(1840-1899) / Santana, II, pp. 334 e. 940 / III, pp.
dada» acusando-o de estar envolvido no 364 e 447]

E-book CEAUP  2007


Dicionário de Negreiros em Moçambique 1750-1897

1824 · Moreira vembro, estava em Moçambique para se-


JOSÉ LOPES DA COSTA guir para o Ibo.
MOREIRA (JUNIOR ) 12/03/1829 – comprou pelo seu procu-
12/11/1824 – capitão do brigue Seis de rador em Moçambique, José de Sanches
Fevereiro que seguiu de Moçambique de Brito*, a escuna S. Miguel, antiga-
para o Rio de Janeiro. mente propriedade francesa (Glamour
07/01/ 1826 – em Moçambique, mestre ou Glaneur ) agora portuguesa, arrema-
do navio Quatro d’Abril, a seguir para o tada em hasta pública.
Rio de Janeiro. [AHU, cx. 192, cap. 7 Cx. 219, cap. 15 / Santana, I,
pp. 1150, 1151]
04/07/1829 – em Moçambique, capitão
e sobrecarga do bergantim Vinte e Oito de
Março, requer («para bem da negociação 1825 · Bastos
de escravatura a que veio a esta capita- JOÃO PEREIRA BASTOS
nia») e é-lhe concedida licença para ir a 12/1825 – capitão da goleta Flor de
Quelimane e Inhambane. Inhambane, em Moçambique, a sair para
04/07/1829 – tendo-lhe sido determi- Inhambane.
[AHU, cx. 199A, cap. 5]
nado por despacho do governador-ge-
ral que fizesse em Moçambique parte
da carregação do bergantim Vinte e Oito 1825 · Belliken
de Março alega «que este navio há cinco XAVIER SCHMIDT VON BELLIKEN
anos sucessivos faz o seu carregamento 1824/1825 – capitão de engenharia, foi
em Quelimane onde larga de umas via- para Moçambique na companhia do go-
gens para as outras fundos para adiantar vernador-geral João Manuel da Silva,
a sua negociação». tendo «dado fracas provas de saber» e os
11/07/1829 – deferido pelo governador- seus serviços eram considerados desne-
geral o requerimento em que, «tendo au- cessários pelo governador-geral Sebas-
torização para ir ao porto de Inhambane tião Xavier Botelho*. Governou algum
resgatar escravos» pede autorização para tempo a baía de Lourenço Marques.
embarcar «para sustento dos ditos escra- 10/02/1827 – relatório de Vicente Tomás
vos naquele porto e dele para o do Rio de dos Santos*, director da Companhia Co-
Janeiro» feijão, arroz e milho. mercial de Lourenço Marques e Inhamba-
22/11/1829 – sai de Inhambane com ne, que acusa o governador de Lourenço
517 escravos dos quais descarregou no Marques de fazer o tráfico de escravos: «é
um famoso contrabandista». E que a es-
135
Rio de Janeiro 380, em 01/02/1830.
[AHU, cx. 192, cap. 139 / Cx. 200, cap. 11 / Cx. 221, cuna Lévrier «já ali tinha ido três ou qua-
caps. 50 e 58 / Santana, I, pp. 875, 903 e 904, 1026] tro vezes a fazer o contrabando no tempo
do ex-governador von Belliken». «[…]
1824 · Resende Parece fora de toda a dúvida que algumas
JOÃO DA SILVA RESENDE daquelas embarcações façam o contra-
05/08/1824 – morador nas Ilhas de Cabo bando de escravatura por as muitas e fre-
Delgado, comprou, pelo procurador, em quentes arribadas que fazem».
hasta pública, o brigue Tigre que, em No- [Santana, I, pp. 265 e 269]

2007  E-BOOK CEAUP


José Capela

1825 · Botelho 13/10/1830 – o governador de Rios de


SEBASTIÃO XAVIER BOTELHO Sena acusava Xavier Botelho de ter fre-
25/01/1825 - 21/08/1829 – Governador- tado como brigue de guerra o navio do
Geral de Moçambique. Desembargador. Estado Dom Estêvão de Ataíde para levar
Acusado de não ter procedido contra o go- escravos a fretes ao Rio de Janeiro, com
vernador de Loureço Marques, Frederico passaportes dados a cada escravo como
Bonifrai* (uma das irregularidades deste livres e passageiros. O mesmo brigue foi
era ter extorquido 2000 pesos aos navios mandado duas vezes a Bourbon carrega-
Levrier e Espiègle afirmando serem para do de escravos com as despesas da conta
o governador-geral). O parecer do conse- de Sua Majestade, e os interesses de tais
lheiro procurador da Fazenda no Conse- negociações para ele, Xavier Botelho.
lho Ultramarino: «[…] este negócio bem De sua autoria, foi publicado Memória
se vê pelos mesmos documentos que todos Estatística Sobre os Domínios Portugue-
ou consentem ou disfarçam o dito comér- sesna África Oriental, Lisboa, 1835. E Es-
cio da escravatura, porque em tais para- cravatura Beneficios que podem provir às
gens da África a todos é necessário por nossas possessões d’África da prohibição
não haver outro melhor. E como a proibi- daquelle traphico/projecto de huma com-
ção deste comércio é um efeito de tratados panhia commercial que promova a cultu-
a que Portugal e o Brasil cederam, talvez ra e civilisação daquelles dominios/Obra
que por esta consideração, ainda que não posthuma de -------------oferecida ao corpo
houvesse, como há, os poderosos motivos de commercio portugues/Lisboa/1840.
do interesse, façam com que os governa- [Santana, I, p. 501 e II, pp. 292, 334, 342]
dores e governados se hajam com menos
escrúpulos na sua inexecução». 1825 · Guimarães
21/05/1828 – autorizou o comandante JOÃO MANUEL DA SILVA
do brigue Mariana a ir carregar escravos GUIMARÃES
a Lourenço Marques, uma vez que «pela 1811- 1830 – dentro deste período foi
concorrência de muitos navios que se traficantede escravos no Rio de Janeiro.
destinam a vir a este porto, não poderá 25/10/1825 – em Moçambique, capitão
o suplicante preencher a sua carga com do hiate Maria Leonor, despachado para
aquela vantagem e brevidade recomen- seguir para Quelimane.
dadas pelo seu mercante». [Manolo Florentino / AHU, cx. 199A, cap. 5]
15/09/1828 – Francisco Henriques Fer-
136
rão* participa aos habitantes de Sena ter 1825 · Matos
sido eleito deputado da colónia Sebastião JOAQUIM CORREA MONTEIRO
Xavier Botelho, o qual «na monção do pre- DE MATOS
sente ano vai tomar assento nas cortes, cuja 04/12/1825 – o pai, Luís Correia Montei-
nomeação tem sido da satisfação dos mo- ro de Matos*, pede para lhe mandar, para
radores, habitantes e eleitores dos portos, Inhambane, alimentos para os escravos.
que naquela ocasião estavam na cidade de 11/1830 – em Moçambique, capitão do
Moçambique, que todos têm patenteado o Corpo de Ordenanças, manifestou a pos-
seu regozijo em festas e iluminações». se de 27 escravos.

E-book CEAUP  2007


Dicionário de Negreiros em Moçambique 1750-1897

01/11/1837 – em Moçambique, capitão carga no porto de Moçambique, chegada


do Corpo de Ordenanças, subscreveu a re- do Rio de Janeiro.
presentação de 29 comerciantes da praça [AHU, cx. 196, cap. 4 / Cx. 202, cap. 20 / Cx. 206,
expondo ao governador-geral, marquês cap. 49 / Cx. 228, cap. 52]

de Aracaty, a necessidade de sustar a exe-


cução do decreto de 10 de Dezembro de 1825 · Saibo
1836 que abolia o tráfico da escravatura MAMOD (Mamed?) AMOD SAIBO
em todas as colónias portuguesas. (?) – requer ao governador-geral que lhe
[AHU, pasta 4, cap.3 / Santana, II, p. 113] sejam entregues dois cafres que afirma
legitimamente comprados.
1825 · Messias 20/12/1825 – em Moçambique, capitão
JOÃO FERREIRA MESSIAS da galera São José Africano com passa-
18/06/1825 – capitão do navio Nossa Se- porte para ir a Sofala.
nhora do Livramento Ânimo Grande, em [Santana, II, p. 460 / AHU, cx. 199, cap. 107]

Moçambique, a sair para Quelimane.


04/03/1833 – em Moçambique é ajus- 1825 · Santos
tado para capitão e piloto da escuna Flo- PORFÍRIO IGNÁCIO SANTOS
rença Africana pelo sobrecarga Queson 28/09/1825 – viageiro, em Moçambi-
Ramogi*. que, pretende regressar ao Rio de Janei-
[AHU, cx. 199A, cap. 5 / Santana, III, p. 963] ro no navio Sete de Março.
[AHU, cx. 199, cap. 56]

1825 · Nicols
NICOLS 1825 · Soares
27/08/1825 – em Moçambique, ido de FELISBERTO FRANCISCO DE
Boston e Ilha de França, capitão do na- MENESES SOARES
vio americano Juliana. Carregou 152 10/09/1825 – aceitou letra a João Boni-
(número imputado) escravos e saiu a fácio Alves da Silva*, a 80 dias, por 55
29/10/1825 para Montevideo, onde des- caporros para embarque ou o valor por
carregou 124, em 14/01/1806. que correrem.
[AHU, cx. 112, nº 83 / Eltis] 08/10/1827 – hipoteca a João Bonifácio
Alves da Silva* todos os seus bens pela
1825 · Roiz quantia de 36 escravos e 200 pesos espa-
FRANCISCO DE PAULA ROIZ nhóis que lhe deve.
[AHM, códice 11-5831, fls. 37 vs. e 93 vs.]
137
01/06/1825 – em Moçambique, capitão
do navio Sete de Março, chegado do Rio
de Janeiro. 1825 · Teixeira
02/11/1826 – em Moçambique, capitão CUSTÓDIO JOSÉ ANTÓNIO
do navio Sete de Março, a sair para o Rio TEIXEIRA
de Janeiro. 12/03/1825 – alferes, filho de José Antó-
15/02/1830 – capitão da galera brasi- nio Teixeira*, natural de Trás-os-Montes,
leira Sete de Março, propriedade de Joa- nomeado por El-Rei para prestar serviço
quim António Alves, que manifesta a em Moçambique.

2007  E-BOOK CEAUP


José Capela

07/06/1828 – o major graduado José 08/03/1848 – demitido do cargo de go-


António Teixeira*, despachado gover- vernador do distrito de Quelimane e Rios
nador da Baia de Lourenço Marques, de Sena o major da 4ª secção do Exérci-
onde também se encontra destacado seu to, Custódio José António Teixeira.
filho, o tenente Custódio José António 22/04/1848 – o governador-geral sus-
Teixeira. pendera-o de governador de Quelima-
05/10/1829 – parte de Lourenço Mar- ne e Rios de Sena: «a muito pública e
ques para o Rio de Janeiro. escandalosa conduta do governador de
23/10/1829 – promovido a tenente da Quelimane e Rios de Sena, consentindo
guarnição da Baía de Lourenço Marques e fazendo abertamente o abominável
pelo governador-geral – pede patente de tráfico de escravos, admitindo para esse
confirmação. fim navios na costa, e barra do distrito
26/07/1830 – preso em Moçambique, do seu governo». «Chegando até a escra-
António José de Lamego Cabral acusa-o vizar gente livre».
de ter deixado partir no brigue Maria- 03/02/1881 – Faleceu na sua quinta da
na o ex-capitão Custódio José António Piedade, em Palmela, com 76 anos de
Teixeira, apesar de este ter feito raptar e idade.
conduzir para essa embarcação diversos [Santana, I, pp.53, 478, 938, 939 / Santana, II, pp.
negros de ambos os sexos. 561, 562, 629, 630 / AHU, cx. 224, cap. 39 / Almeida
d’Eça, História das Guerras no Zambeze, I]
19/01/1831 – pelo procurador em Lis-
boa, José António Teixeira (o pai), sendo
1826 · Alves
capitão de infantaria da Companhia da
ANTÓNIO FERREIRA ALVES
Baía de Lourenço Marques, com licen-
1811-1830 – dentro deste período, co-
ça do governador-geral fora ao Rio de
merciante de escravos no Rio de Janeiro.
Janeiro tratar dos seus negócios e ten-
19/041826 – coproprietário com Do-
do-lhe findado a licença em Outubro de
mingos Fernandes Alves* do navio de
1830 não podia regressar a Moçambique
«grande lotação» Astrea que requereu to-
por se ter acabado a negociação da es-
nelame ao Arsenal ( de Lisboa? ) e que
cravatura e com ela a navegação do Rio
de Lisboa segue viagem para o porto de
de Janeiro para Moçambique. Requer ao
Moçambique a fazer escravatura para o
Rei ir a Lisboa e daí ao seu destino.
Rio de Janeiro.
16/01/1847 – capitão do exército, tomou
18/11/1826 – em Moçambique, o navio
posse como governador de Quelimane.
138 Astrea que sai com 590 escravos para o Rio
18/11/1847 – Fugiu na noite de 18 de
de Janeiro onde chega em 13/01/1827
Novembro de 1847. Havia fretado um
com 481 (número imputado).
navio que carregou de escravos de socie-
20/02/1830 – em Moçambique, capitão
dade com o comandante militar de Sena
da galera Astrea que em 20/04/1830 vai
e foi clandestinamente para o Brasil.
desembarcar no Rio de Janeiro 605 es-
Voltou para Portugal, comprou por 17
cravos, dos 864 carregados.
contos uma quinta na Piedade, perto de
[Manolo Florentino / AHU, cx.201, cap. 37 / Cx. 204,
Almada, e foi nomeado adido ao castelo cap. 14 / Cx. 206, cap. cap. 49 / Eltis]
daquela vila.

E-book CEAUP  2007


Dicionário de Negreiros em Moçambique 1750-1897

1826 · Alves passaporte para Lourenço Marques com


DOMINGOS FERNANDES ALVES escala pelos portos de Quelimane, Sofala
1811-1830 – dentro deste período, co- e Inhambane.
merciante de escravos no Rio de Janeiro. 26/07/1828 – é-lhe concedida licença
19/04/1826 – coproprietário com Antó- pelo governador de Quelimane para se
nio Ferreira Alves* do navio de «grande deslocar a Moçambique. Licença que se
lotação» Astrea que requereu tonelame repete em 13/09/1828.
ao Arsenal ( de Lisboa? ) e que de Lisboa 02/09/1829 – juntamente com João Bo-
segue viagem para o porto de Moçambi- nifácio Alves da Silva*, ambos «existen-
que a fazer neste escravatura para o Rio tes na vila de Quelimane», proprietários
de Janeiro. dos navios: a barca brasileira Amizade
[Manolo Florentino / AHU, cx. 201, cap. 37] e o brigue Vulcano que, em Setembro,
estavam em Moçambique a requerer li-
1826 · Baptista cença para voltar a Quelimane à carga
JACINTO DA SILVA BAPTISTA de escravos. Já no ano anterior estava
03/11/1826 – estava em Moçambique, em Quelimane. Comandava o brigue D.
chegado no navio Sete de Março, e seguia Manuel que se dirigia de Goa para o Rio
para Inhambane, a negócio. de Janeiro, com escala por Bombaim e
[AHU, cx.. 205, cap. 3] Moçambique. E é no ano seguinte que
está em Quelimane como «negociante
1826 · Brito volante». O senado da Câmara, nas acu-
JORGE DE BRITO sações que fez ao governador Vasconce-
26/08/1826 – em Quelimane, aceita los Cirne*, inclui a de este ter obrigado o
uma letra a favor de Pedro José de Mo- Campeão a pagar-lhe 3000 pesos para o
rais*, no valor de 124 pesos espanhóis, deixar sair para o Brasil.
mais 66 caporros bons sem defeito capa- 10/12/1829 – partiu de Quelimane para
zes de embarcarem. o Rio de Janeiro na barca Amizade jun-
08/08/1836 – subscreve a representação tamente com João Bonifácio Alves da
de 25 negreiros de Quelimane [«haven- Silva*. No Rio de Janeiro dispôs-se a fi-
do paralisado o transporte de colonos nanciar a Regência da Terceira, o que
desde o ano de 1830»] provocada pelo não chegou a fazer por ter falecido logo
impedimento de carregarem um navio a seguir.
estrangeiro que se dispunha a arvorar o 04/02/1830 – no Rio de Janeiro, capitão
139
pavilhão português. Joaquim Martins*, a barca Amizade des-
[AHM, códice 11-5831, fls. 83 e códice 11-5832, fls. carregava 625 escravos dos 636 com que
245 vs.]
partira de Quelimane.
13/07/1830 – o governador de Queli-
1826 · Campeão mane, Vasconcelos Cirne*, informava o
JOÃO MANUEL DA SILVA governador-geral que Sumatra Campeão
GUIMARÃES SUMATRA CAMPEÃO era homem embarcadiço, sem domicílio
30/06/1826 – em Moçambique, capi- em terra, tinha a patente de coronel de
tão e caixa da escuna Maria Leonor, com milícias nomeado de Manica.

2007  E-BOOK CEAUP


José Capela

[AHU, cx. 202, cap. 55 / Cx. 223, nº 4 / Cx. 235, nº 02/12/1828 – comandante do brigue
15 / Cx. 243, nº 20 / Cx. 237, nº 31 / Santana, I, pp.
brasileiro Vulcano que, desembaraçado
484, 606, 1038]
na Alfândega de Moçambique, segue via-
gem para Quelimane.
1826 · Cândido
03/09/1829 – em Moçambique, capitão
FRANCISCO CÂNDIDO
do barca Vulcano, propriedade de João
23/09/1826 – em Moçambique, capitão
Bonifácio Alves da Silva*, autorizado
do brigue Viajante, a partir para o Rio de
por despacho do governador-geral a ir
Janeiro.
ao porto de Quelimane onde carrega 634
[AHU, cx. 206, cap. 49]
escravos dos quais descarregou 620, no
Rio de Janeiro, em 13/01/1829.
1826 · Cardoso
[AHU, cx. 206, cap. 49 / Cx. 217, nº 16 / Cx. 223, nº
ALEXANDRE CORREIA CARDOSO 11 / AHM, códice 11-5831, fls. 98 e sgs. / Santana, I,
13/09/1826 – em Moçambique, capitão pp. 593, 916 e 1170 / Eltis]
do brigue Africano, a sair para Quelimane.
14/07/1827 – em Moçambique, coman- 1826 · Colem
dante do brigue Golfinho a partir para OLIVEIRA COLEM
Quelimane. 26/02/1826 – em Moçambique, capitão
[AHU, cx.206, cap. 49 / Cx. 209, cap. 78 / Eltis] da escuna francesa Maria.
[BNL, Reservados, códice 10648]
1826 · Chaves
JOSÉ DE FREITAS CHAVES 1826 · Debomhé
28/12/1826 – capitão do brigue Vulcano, DEBOMHÉ
em Moçambique, a partir para o Rio de 30/03/1826 – em Moçambique, capitão
Janeiro. Este navio é regular na carreira da escuna francesa La Clementine, ida de
entre o Brasil e as costas de Moçambi- Bourbon.
que, a carregar escravos em Quelimane, [BNL, Reservados, códice 10648]
aonde vai em 1828 e 1829, sempre sob o
comando de José de Freitas Chaves. 1826 · Fangelet
06/12/1827 – capitão do bergantim Vul- AUGUSTO FANGELET
cano, que saiu a 1 de Quelimane e se viu 07/06/1826 – em Moçambique, capitão
obrigado a arribar por ter começado a da escuna francesa Belina.
meter água, o que provocou o protesto [BNL, Reservados, códice 10648]
140 dos carregadores: Francisco Raimundo
de Freitas Chaves* que tinha embarca- 1826 · Fontes
do 56 escravos, João Pinto dos Reis* e JOSÉ JOAQUIM DE SOUSA
sócios José António das Neves*, Miguel FONTES
António de Oliveira Araujo* e comiten- 21/03/1826 – no porto de Moçambi-
tes José da Silva Maito* e José Xavier de que, mestre da galera Conde dos Arcos,
Azevedo Marques* com 155 escravos, de 423 toneladas, com passaporte dado
Francisco Esteves Lima* 87 escravos a em Moçambique para os portos do Brasil
serem entregues no Rio de Janeiro. e só para portos da costa de África onde

E-book CEAUP  2007


Dicionário de Negreiros em Moçambique 1750-1897

o tráfico era permitido aos vassalos por- 1826 · Issufo


tugueses. ABUCHAMO (Abuchaniu?)
01/04/ 1826 – no porto de Moçambi- ISSUFO
que, capitão da galera Conde dos Arcos, 15/11/1826 – em Moçambique, mestre
prestes a sair para o Rio de Janeiro onde do brigue Furão, a sair para Inhambane.
chegou a 15/06/1826 com 581 dos 621 24/03/1829 – em Moçambique, capitão
escravos carregados. da escuna São Miguel, desembaraçada
27/08/1829 – capitão da barca Novo Pa- na Alfândega.
quete, requer autorização para embar- [AHU, cx. 205, cap. 32 / Cx. 225, cap. 80 / Santana,
car «mil e quinhentas panjas de milho I, p. 1127]

de outras tantas de feijão» para a ma-


nutenção dos escravos que embarcaria. 1826 · Lima
Despachado pelo administrador do Ce- FRANCISCO ESTEVES (DE) LIMA
leiro Público. 11/07/1826 – em Moçambique, capitão
14/08/1829 – capitão e sobrecarga da do brigue Rita Africana, que segue para
barca brasileira Novo Paquete, em Mo- Quelimane.
çambique, proveniente do Rio de Janei- 06/12/1827 – em Moçambique, carre-
ro, requer licença para ir a Inhambane gara no navio Vulcano, capitão José de
completar a carga. Freitas Chaves*. Juntamente com os res-
26/08/1829 – ainda em Moçambique, tantes carregadores protestou pela arri-
pede licença para carregar alimento para bada após a saída com destino ao Rio de
os escravos que tem que transportar. Janeiro.
02/09/1829 – capitão e sobrecarga da [AHM, códice 11-583, fls. 98 e segs. / AHU, cx. 202,
cap. 78]
barca brasileira Novo Paquete, tendo ob-
tido autorização do ex-governador para
1826 · Magalhães
ir carregar escravos a Inhambane, livre
e desembaraçado para seguir para o Rio ZEFERINO JOSÉ PINTO DE
de Janeiro com escala em Inhambane MAGALHÃES
de onde saiu em 24/12/1829. Carregou 1811-1830 – dentro deste período foi tra-
623 escravos, dos quais descarregou 586 ficante de escravos no Rio de Janeiro.
no Rio de Janeiro, em 17/02/1830. 31/08/1826 – negociante do Rio de Ja-
[AHU, cx. 200, cap. 70 / Cx. 206, cap. 49 / Cx. 222, neiro «[…] matriculado na Imperial Jun-
caps. 3, 26 e 57 / Cx. 250, cap. 70 / Santana, I, p. ta do Comércio do Império, que entre os
1155, 1161 / Eltis] diversos ramos de grosso trato de seu
141
comércio tinha o de Embarcação para
1826 · Guilherme a Costa d’África Oriental no resgate de
JOÃO GUILHERME escravos para esta capital», conforme a
07/1826 – capitão do brigue Furão, de- secretaria de estado dos estrangeiros in-
sembaraçado em Moçambique para se- formava a do Ultramar. Pinto de Maga-
guir para Quelimane. lhães representara junto do Encarregado
[AHU, cx. 206, cap. 49] de Negócios de Portugal no Rio de Janei-
ro contra os «estorvos» que estavam a ser

2007  E-BOOK CEAUP


José Capela

levantados em Quelimane, obrigando as – talvez para se livrar de calotes e crimes


embarcações a irem a Moçambique para aqui – veio como capitão do lugre San-
aí pagarem os direitos de entrada e de to António de que fala o Brasil Imparcial.
saída. Magalhães alegava que «O Brasil Regressou ao Brasil no mesmo brigue».
em 1800 entrara a especular no resgate Havia sido um dos «regeneradores da
de escravos em Moçambique e fora ele Nação na revolução de 1820, aonde fez
quem ressuscitara o comércio da costa actos grandes com o seu exaltante cons-
oriental de África a ponto que os nego- titucionalismo, de onde foi remetido pre-
ciantes de Moçambique se animaram ir so para Goa».
resgatar escravos aos inóspitos sertões [BNL, Fundo Geral, códice 10648 / AHU, Cx. 206,
de Tete e de Sena». Ainda segundo ele, cap. 49 / Cx. 226, cap. 10 / Cx. 241, cap. 75 / Eltis]

«os especuladores do Brasil não conten-


tes com o aumento que deram ao co- 1826 · Mendonça
mércio de Moçambique animaram-se a MANUEL FRANCISCO DE AGUIAR
descobrir o porto de Quelimane e com (ASSIS?) MENDONÇA
efeito o povoaram por ser menos quatro 13/09/1826 – em Moçambique, capi-
graus de viagem: por reputarem melhor tão do brigue Seis de Fevereiro que segue
as suas mercadorias não só em escravos, para Quelimane. Em 02/01/1827 sai de
como em tartaruga, e marfim; e por ser Quelimane com 440 escravos para o Rio
mais cómoda a viagem dos sertões de de Janeiro onde chega, em 01/03/1827,
Quelimane, Tete e Sena para aquele por- com 419.
to que para Moçambique». 01/09/1827 – mestre do brigue Seis de
[Manolo Florentino / AHU, cx. 203, cap. 58] Fevereiro, de que era proprietário João
Rodrigues Pereira de Mendonça*, che-
1826 · Malho gado a Moçambique, proveniente do Rio
JOSÉ CAETANO MALHO de Janeiro.
12/12/1826 – em Moçambique, capitão 23/12/1827 – o governador-geral, para
do brigue Rita Africana. facilitar o comércio de alguns navios
07/01/1830 – em Inhambane, mestre do brasileiros, concedeu ao brigue Seis de
lugre brasileiro Santo António, em tráfi- Fevereiro, de que era mestre, a ida a Que-
co clandestino. Carregou 288 escravos limane para fazer uma carga de escravos
em Inhambane dos quais descarregou para a capital.
283 no Rio de Janeiro, em 02/06/1830. 01/10/1828 – em Moçambique, capi-
142 tão do brigue brasileiro Seis de Feverei-
26/11/1830 – em 29/04/1828 havia-lhe
sido concedida licença para se ir tratar ro, segue para Quelimane de onde sai a
à sua pátria (Goa) e foi mandado como 11/12/1828 com 430 escravos para o Rio
piloto da charrua Afonso de Albuquerque, de Janeiro e onde chega a 30/01/1829
em 28/05/1828, que de Goa ia para o Rio com 404.
de Janeiro, onde ficou. «Em 21/12/1829 21/07/1829 – em Moçambique, capitão
apareceu novamente aqui (Moçambi- do brigue brasileiro Seis de Fevereiro,
que) este decantado herói Malho», não desembaraçado pela Alfândega para se-
já português mas brasileiro naturalizado guir viagem para o Rio de Janeiro com

E-book CEAUP  2007


Dicionário de Negreiros em Moçambique 1750-1897

escala por Quelimane. Carregou 480 es- 30/03/1833 – em Moçambique, proprie-


cravos em Quelimane de onde saiu em tário da escuna Florência Africana, de-
07/11/1829, dos quais descarregou 463 sembaraçada na Alfândega para seguir
no Rio de Janeiro, em 19/01/1830. para Quelimane, tendo como sobrecarga
[AHU, cx. 206, cap. 49 / Cx. 208, cap. 63 / Cx.
���������
212, Queson Ramogi e como capitão e piloto
cap. 114 / Cx. 216, cap. 65 / Cx. 221, cap. 119 / ����
Cx. João Ferreira Messias.
224, cap. 77 / Cx. 227, nº 32 / Santana, I, pp. 1018,
08/08/1836 – em Quelimane, é o pri-
1048 e 1136 / Eltis]
meiro subscritor de uma representação
de 25 negreiros moradores [«haven-
1826 · Moraes
do paralisado o transporte de colonos
PEDRO JOSÉ DE MORAES
desde o ano de 1830»] provocada pelo
05/12/1843 – registo, em Quelimane,
impedimento de carregarem um navio
do testamento com que faleceu: natural
estrangeiro que se dispunha a arvorar o
de Alfagim, Trás-os-Montes, filho de Pe-
pavilhão português.
dro José de Moraes e de Rita Rodrigues.
13/02/1841 – o governador-geral Perei-
Solteiro, com quatro filhos naturais. O
ra Marinho, em correspondência para o
dinheiro que tinha no Rio de Janeiro des-
Conde do Bonfim, louva o secretário do
tinava-se à educação de seus filhos Pedro
governo-geral, bacharel António Júlio
e Salustiano, o primeiro a estudar no Rio
de Castro Pinto de Magalhães, porque,
de Janeiro, seu herdeiro universal.
entre outros factos, salienta este: Pedro
20/07/1826 – em Quelimane, sacou
José de Moraes, «um dos proprietários
sobre Francisco Geraldes da Rosa* por
mais ricos de Quelimane remeteu-lhe
858$800 reis fortes e mais 45 caporros
por mão confidente um maço de cordões
bons para embarque.
e anéis de ouro mais puro, e um frasco
26/08/1826 – em Quelimane, sacou so-
cheio de ouro em pó» que ele rejeitou.
bre Jorge de Brito* 124 pesos espanhóis
07/07/1842 – em Quelimane, subscre-
mais 66 caporros bons para embarque.
veu uma representação dos moradores
01/1828 – capitão-mor dos Rios de Sena,
promovida pelo Conselho do Governo
foi eleito juiz ordinário da câmara de
local contra a imposição de os navios te-
Quelimane para o ano de 1828.
rem de ir ao porto de Moçambique antes
23/10/1829 – residente em Quelimane,
de entrarem no de Quelimane.
foi promovido pelo governador-geral no
1841-1849 – na lista do relatório Alco-
posto de major de milícias de Quelima-
forado, como procurado pela polícia
ne, de que pede patente de confirmação. 143
brasileira, por tráfico de escravos. Será
12/11/1831 – proprietário da escuna
porventura o filho, do mesmo nome, que
Florência Africana, a viajar entre Queli-
estando no Rio de Janeiro, a estudar,
mane e Moçambique, tendo como mes-
terá dado seguimento aos negócios do
tre Manuel José da Ponte*.
pai, falecido em 1843.
10/09/1832 – proprietário da escuna
[AHM, códice 11-1835, fls. 17 vs. / Códice 11-5831,
Florência Africana, em Moçambique, fls. 74 vs. e fls. 83 / Códice 11-5832, fls. 245 vs. /
chegada de Quelimane com passageiros AHU, cx. 224, cap. 42 / Cx. 252, cap. 82-A / ������
Pasta
e escravos. 8, cap. 1 / Santana, I, p. 623. III, pp. 564 e 565 /
Alcoforado]

2007  E-BOOK CEAUP


José Capela

1826 · Negagi 20/11/1827 – hipotecou os seus escravos


EMICHANDE NEGAGI a Joaquim António da Silva* pela dívida
23/05/1826 – em Moçambique, senho- vencida de 19 caporros.
rio da goleta São José Africano, a partir 01/1828 – eleito terceiro vereador da
para Sofala levando como mestre Libera- Câmara de Quelimane para 1828.
to Roiz Nunes*. [AHM, códice 5931, fls. 74 vs. e fls. 96]
[AHU, cx. 200, cap. 101]
1826 · Salles
1826 · Nunes JOAQUIM DE SALLES
LIBERATO RODRIGUES (também 26/09/1826 – em Moçambique, capitão
Roiz) NUNES do brigue Vinte e Oito de Março, a seguir
23/05/1826 – em Moçambique, mestre para Quelimane. Sai de Quelimane com
da goleta São José Africano, do senho- 448 escravos e chega ao Rio de Janeiro
rio de Emichande Negagi*, negociante com 446, em 09/02/1827.
da mesma praça de Moçambique, a sair 21/11/1829 – em Quelimane, prove-
para Sofala. niente do Rio de Janeiro, capitão do bri-
12/11/1828 – em Moçambique, capi- gue brasileiro D. Manuel de Portugal e
tão da escuna Providência, desemba- Castro. Vai a Moçambique de onde sai a
raçada pela Alfândega, segue viagem 07/01/1830 com 505 escravos dos quais
para Sofala. descarregou no Rio de Janeiro 496 (nú-
14/04/1829 – em Moçambique, mestre da meros imputados) em 16/03/1830.
escuna Providência de Sofala, desembara- [AHU, cx. 206, cap. 49 / Cx. 221, cap. 58 / Cx. 224,
cap. 47]
çada na Alfândega, segue para Sofala.
24/08/1831 – em Moçambique, mestre
(?) do batel Grão Pancão, em Moçambi- 1826 · Santos
que, procede ao manifesto de carga. RAFAEL INÁCIO DA FONSECA
[Santana, I, pp. 579 e 896. III, p. 65 / AHU, cx. 200, SANTOS
cap. 101 / Cx. 216, cap. 115 / Cx. 220, cap. 28, cap. 06/10/1826 – em Moçambique, capitão
58] da galera Nove de Janeiro, provenien-
te do Rio de Janeiro, para onde sai em
1826 · Ramos 06/02/1827, com 672 escravos, e onde
JERÓNIMO DA SILVA RAMOS chega com 592, em 30/04/1827.
12/08/1826 – em Quelimane, sacou uma [AHU, cx. 204, cap. 26a) / Cx. 212, cap. 115 / Eltis]
144 letra sobre António Manuel da Silva* por
5 caporros e 10 patacas espanholas. 1826 · Silva
[AHM, códice 11-5831, fls. 81 vs.] ANTÓNIO MANUEL DA SILVA
12/08/1826 – em Quelimane, aceita
1826 · Rosa uma letra a favor de Jerónimo da Silva
FRANCISCO GERALDES DA ROSA Ramos* por 4 caporros e 10 patacas es-
20/07/1826 – aceita uma letra a Pedro panholas.
José de Moraes* por 858$800 e 45 ca- [AHM, códice 11-5831, fls. 81 vs.]
porros bons para embarque.

E-book CEAUP  2007


Dicionário de Negreiros em Moçambique 1750-1897

1826 · Sousa 1826 · Vieira


JOSÉ JOAQUIM DE SOUSA JOSÉ DE SOUSA VIEIRA
21/03/1826 – em Moçambique, mes- 02/1826 – em Moçambique, capitão do
tre da galera Conde dos Arcos que saiu brigue Maria, a sair para o Rio de Janeiro.
em 15/04/1826 com 621 escravos 14/08/1827 – em Moçambique, coman-
para o Rio de Janeiro onde chegou. em dante do brigue Vitória.
15/06/1826, com 581. 26/07/1828 – em Moçambique, coman-
[AHU, cx. 200, nº 70 / Eltis] dante do lugre Epifania que, desembara-
çado pela Alfândega, segue viagem para
1826 · Teixeira Bombaim.
JOSÉ DE SOUSA TEIXEIRA 03/1830 – chegado a Moçambique, capi-
06/10/1826 – em Moçambique, prove- tão do brigue Mariana, procede ao mani-
niente do Rio de Janeiro, capitão da ga- festo de carga.
lera Amália, que sai a 03/02/1827 com 19/04/1830 – mestre e (?) capitão do
770 escravos para o Rio de Janeiro onde brigue brasileiro Mariana, em Moçambi-
chega com 684, em 03/04/1827. que, a partir para o Brasil.
09/10/1828 – em Moçambique, capi- 05/06/1830 – em Moçambique, João
tão da galera brasileira Amália, que da Silva Carrão* comprou – lhe o brigue
segue para o Rio de Janeiro com 640 brasileiro Mariana.
escravos dos quais descarrega 510, em [Santana, I, pp. 584 e 709 e II, pp. 51, 81 e 401 /
21/12/1828. AHU, cx. 206, cap. 49 / Cx. 233, cap. 29]

[AHU, cx. 207, cap. 68 / Cx. 216, cap. 69 / Santana,


I, p. 582 / Eltis] 1827 · Ally
SULTANE ALLY
1826 · Valle 23/05/1827 – em Moçambique, capi-
ANTÓNIO RIBEIRO DO VALLE tão do bergantim Furão, a seguir para
11/12/1826 – em Moçambique, prove- Inhambane.
niente do Rio de Janeiro na galera A Voa- [AHU, cx. 208, cap. 116]
dora, pretende regressar ao mesmo porto.
[AHU, cx. 206, cap. 21] 1827 · Andrade
JOSÉ FREIRE DE ANDRADE
1826 · Viana 23/07/1827 – em Moçambique, capitão
MANUEL JOSÉ VIANA da escuna Mazipraia, a sair para Queli-
19/12/1826 – em Moçambique, a viajar mane, Inhambane e Lourenço Marques.
145
para o Rio de Janeiro. 14/09/1827 – em Moçambique, so-
Entre 1763 e 1808 era capitão do navio brecarga da escuna portuguesa Ma-
Nossa Senhora da Conceição e São Fran- zipraia, chegada de Inhambane, da
cisco de Paula Ulisses fretado pelo nego- propriedade de Gabriel José de Sousa
ciante de Lisboa Fernando José Ferreira, Ferreira*, tendo como mestre Manuel
para ir do Rio de Janeiro a Montevideo. João Coelho*.
[AHU, cx. 206, cap. 32 / Corcino Santos, Relações Co- 30/08/1828 – em Moçambique, capitão
merciais do Rio de Janeiro com Lisboa] da barca brasileira Amizade que segue

2007  E-BOOK CEAUP


José Capela

para Quelimane de onde sai com 549 es- 1827 · Faria


cravos para o Rio de Janeiro, onde chega JOSÉ BERNARDO DE FARIA
a 11/12/1828. 11/04/1827 – em Moçambique, capi-
[AHU, cx. 209, cap. 106 / Cx. 211, cap. 79 / Cx. 216, tão do batel Saramatane, a sair para
cap. 35 Santana, I, p. 597 / Eltis]
������ Inhambane.
07/04/1818 – em Inhambane, ido de
1827 · Araujo Moçambique, capitão do batel Sara-
MIGUEL ANTÓNIO DE OLIVEIRA matane. Como vários comerciantes de
ARAUJO Inhambane estavam a enviar escravos
16/12/1827 – em Quelimane carre- para Quelimane e não para Moçambique
gou, com os sócios e comitentes João o governador de Inhambane estava a co-
Pinto dos Reis*, José António das Ne- brar-lhes os direitos respectivos.
ves*, José da Silva Maito* e José Xavier [AHU, cx. 212, cap. 115 / BNL, Reservados, códice
de Azevedo Marques*, 155 escravos 10648]
no bergantim Vulcano, capitão José de
Freitas Xaves*. Protestam contra a arri- 1827 · Freitas
bada após a saída com destino ao Rio de FRANCISCO RAIMUNDO DE
Janeiro. FREITAS
[AHM, códice 11-5831, fls. 98 e seguintes] 06/12/1827 – carregara no bergantim
Vulcano, capitão José de Freitas Cha-
1827 · Campos ves*, 56 escravos para o Rio de Janeiro.
JOÃO JOSÉ DA SILVA CAMPOS Juntamente com outros carregadores
24/11/1827 – em Moçambique, capitão protestou por o navio ter arribado a
da galera brasileira Flor de Moçambique Quelimane depois de ter começado a
proveniente do Rio de Janeiro aonde re- meter água.
gressou com 644 escravos dos quais foi 13/04/1829 – em Moçambique, carre-
descarregar a Campos 612. gou no brigue escuna Vitória, de que era
14/12/1830 – entrou no porto de Queli- proprietário José Ignácio da Silva* e ca-
mane a galera brasileira Amisade, de que pitão Ventura José de Oliveira Viana*,
era capitão, alegadamente por arribada para o Rio de Janeiro, 62 escravos, des-
forçada. tinados a António Dias Correia* e Félix
[AHU, cx. 212, cap. 28 / Santana, III, p. 291 / Eltis] Luís de Oliveira*.
[AHM, códice 11-5831, fls. 98 vs., 174, 181 e 181 vs.]
146 1827 · Coelho
MANUEL JOÃO COELHO 1827 · Guimarães
14/ 09/1827 – em Moçambique, mes- JOSÉ FRANCISCO DA COSTA
tre da escuna portuguesa Mazipraia, GUIMARAES
propriedade de Gabriel José de Sousa 12/07/1827 – em Quelimane, sacou so-
Ferreira*, da praça de Moçambique, che- bre Manuel António da Silva* por quatro
gada da viagem de Inhambane. caporros.
[AHU, cx. 211, cap. 79] [AHM, códice 11-5831, fls. 96]

E-book CEAUP  2007


Dicionário de Negreiros em Moçambique 1750-1897

1827 · Lima 1827 · Machado


FRANCISCO JOSÉ ESTEVES DE MIGUEL ALVES MACHADO
LIMA (também Miguel Alves
01/10/1827 – em Moçambique, capitão Machado de Carvalho*)
do brigue português Hercules que segue 14/08/1827 – segundo piloto e sobrecar-
para Quelimane, onde se propunha car- ga do brigue Vitória.
regar até 250 escravos. Carregou 592 [Santana, I, p. 709]
dos quais foi descarregar 550 ao Rio de
Janeiro, em 03/03/1828. 1827 · Maia
[AHM, cx. 211, cap. 99 / Eltis] JOSÉ FERREIRA MAIA
19/05/1827 – em Moçambique, capitão
1827 · Lobato do brigue Mariana, chegado do Rio de
JOSÉ CYRÍACO (Cipriano?) Janeiro. Em 28/09/1827 saiu para o Rio
GONÇALVES LOBATO de Janeiro onde chegou em 02/11/1827
17/08/1827 – em Moçambique, é-lhe com 400 escravos.
passado passaporte para seguir para 08/05/1828 – em Moçambique, entrado
Quelimane. do Rio de Janeiro com escala por Lou-
08/08/1836 – por si e pelo seu cons- renço Marques, com 66 dias de viagem.
tituinte Custódio Francisco de Sousa 14/05/1828 – o governador-geral man-
Guimarães* subscreve a representação da-o «deduzir e pagar os direitos sobre a
de 25 negreiros de Quelimane [«haven- avaliação dos vinte e cinco escravos que
do paralisado o transporte de colonos comprou na baía de Lourenço Marques».
desde o ano de 1830»] provocada pelo 21/05/1828 – em Moçambique, coman-
impedimento de carregarem um navio dante do brigue Mariana, chegado do
estrangeiro que se dispunha a arvorar o Rio de Janeiro a 08/05/1828, tendo ido a
pavilhão português. Moçambique «procurar carregação de ne-
07/07/1842 – em Quelimane, subscre- gros (objecto da sua negociação)», dada a
veu uma representação dos moradores afluência de concorrentes pede para ir fa-
promovida pelo Conselho do Governo zer a carga ao porto da Baía de Lourenço
local contra a imposição de os navios te- Marques. O governador-geral defere.
rem de ir ao porto de Moçambique an- 14/06/1828 – em Moçambique, coman-
tes de entrarem no de Quelimane. dante do brigue Mariana, é autorizado
02/01/1829 – aceita uma letra a João a levantar cinco barris de pólvora que ti- 147
Bonifácio Alves da Silva* por «dez nha depositados.
escravos negros bons sem defeito al- 1829 – capitão da galera Amália, carrega
gum próprios para embarque para o 800 escravos em Lourenço Marques dos
Brasil». quais descarrega 783 no Rio de Janeiro.
[AHM, códice 11-5831 Códice11-5832, fls. 245 vs. / Carregamento consignado a Joaquim
AHU, pasta 8, cap. 1 / Santana, I, p. 254] Ferreira dos Santos*.
[AHU, cx. 208, nº 111 / 211, cap. 63 / Cx. 212, nº 115
/ Cx. 215, caps.15 e 49 / Cx. 218, nº 34 / Santana, I,
pp. 310, 552, 641 e 651 / Manolo Florentino / Eltis]

2007  E-BOOK CEAUP


José Capela

1827 · Maito tário do brigue Seis de Fevereiro, de que


JOSÉ DA SILVA MAITO era mestre Manuel Francisco de Aguiar
06/12/1827 – aparece como um dos co- Mendonça*, chegado a Moçambique,
mitentes em carregamento de 155 escra- proveniente do Rio de Janeiro.
vos no bergantim Vulcano, capitão José 14/09/1827 – pede passaporte para Que-
de Freitas Chaves*, arribado a Quelima- limane para onde segue e de onde sai em
ne. Os carregadores protestam contra a 28/01/1828, com 430 escravos.
arribada após a saída com destino ao Rio [AHU, cx. 211, cap. 47 / Cx. 212, cap. 114]
de Janeiro.
[AHM, códice 11-5831, fls. 98 e seguintes.] 1827 · Neves
JOSÉ ANTÓNIO DAS NEVES
1827 · Marques 06/12/1827 – sócio de João Pinto dos
JOSÉ XAVIER DE AZEVEDO Reis* e outros no carregamento de escra-
MARQUES vos no bergantim Vulcano, capitão José
06/12/1827 – aparece como um dos co- de Freitas Chaves*, arribado a Quelima-
mitentes em carregamento de 155 escra- ne após a saída com destino ao Rio de Ja-
vos no bergantim Vulcano, capitão José neiro e que protestam contra a arribada.
[AHM, códice 11-5831, fls. 98 e seguintes]
de Freitas Chaves*, arribado a Quelima-
ne. Os carregadores protestam contra a
1827 · Ramos
arribada após a saída do porto com des-
FRANCISCO MANUEL DE PAULA
tino ao Rio de Janeiro.
[AHM, códice 11-5831, fls. 98 e seguintes] RAMOS
27/07/1827 – em Moçambique, capitão
1827 · Matoso do batel Despique da Inveja.
[AHU, cx. 212, cap. 115]
CAETANO DA COSTA MATOSO
28/11/1827 – governador da fortaleza de
1827 · Reis
Lourenço Marques que procurou evitar que
JOÃO PINTO DOS REIS
o navio francês L’Evrier, a carregar escravos
06/12/1827 – carregara 155 escravos no
naquele porto, fosse revistado por oficiais
bergantim Vulcano, capitão José de Frei-
ingleses. Acusado de ter feito desembarcar
tas Chaves*, cujo destino era o Rio de
50 escravos, afirmando que estavam sim-
Janeiro. Juntamente com sócios e comi-
plesmente a descarregar arroz transporta-
tentes, protesta pela arribada do navio a
148 do pelo navio e de a maior parte dos 234
Quelimane, após a saída.
escravos a bordo, pessimamente alojados
[AHM, códice 11-5842, fls. 98 e segs.]
e extremamente debilitados, terem sido
comprados por ele ou às suas ordens. 1827 · Rodrigues
[Santana, I, pp. 360 e 361]
ANTÓNIO RODRIGUES
03/07/1827 – em Quelimane, João Bo-
1827 · Mendonça
nifácio Alves da Silva* saca sobre Antó-
JOÃO RODRIGUES PEREIRA DE nio Rodrigues uma letra pela quantia de
MENDONÇA 81 caporros e meio.
01/09/1827 – em Moçambique, proprie- [AHM, códice 11-5831, fls. 95 vs.]

E-book CEAUP  2007


Dicionário de Negreiros em Moçambique 1750-1897

1827 · Rodrigues 1827 · Xavier


FRANCISCO DE PAULA JOÃO DA COSTA XAVIER
RODRIGUES 25/01/1827 – o governador-geral Sebas-
03/11/1827 – em Moçambique, capitão do tião Xavier Botelho, tendo-o autorizado
navio Sete de Março, a seguir para o Rio de a viajar para a metrópole: capitão de in-
Janeiro, para onde vai com 604 escravos e fantaria, ajudante de ordens do gover-
onde chega em 08/01/1828, com 517. no, «oficial moço, aplicado e de uma das
28/11/1828 – em Moçambique, capitão principais famílias desta cidade».
da galera Sete de Março que carregou 09/11/1827 – de Paris requeria mais
847 escravos em Moçambique, dos quais um ano sobre o ano de licença concedi-
descarregou 679 no Rio de Janeiro, em do para tratar de assuntos de família em
23/01/1829. França. Indeferido e o requerente con-
27/02/1830 – em Moçambique, capitão siderado desertor e devendo ser preso e
da galera brasileira Sete de Março com do- julgado em conselho de guerra logo que
cumentos passados na cidade de Desterro. regressasse a Moçambique.
30/10/1830 – em Moçambique, capitão 13/03/1828 – capitão da guarnição de
do navio Sete de Fevereiro, a seguir para o Moçambique, perante o indeferimento
Rio de Janeiro. alega que encontrando-se em França não
[AHU, cx. 212, cap. 115 / Santana, II, pp. 48. 226, lhe é posssível regressar a Portugal no
802 / Eltis] prazo necessário pelo que pretende jus-
tificar-se perante o soberano.
1827 · Silva 04/05/1835 – nomeado chefe do es-
JOAQUIM ANTÓNIO DA SILVA tado maior do Quartel General de Mo-
02/12/1828 – em Quelimane, Francisco çambique.
Geraldes da Rosa* hipotecou-lhe 19 es- 01/11/1837 – em Moçambique, subscre-
cravos por 19 caporros que lhe devia. veu a representação de 29 comerciantes
[AHM, códice 11-5831, fls. 96] da praça expondo ao governador-geral,
marquês de Aracaty, a necessidade de
1827 · Silva sustar a execução do decreto de 10 de
MANUEL ANTÓNIO DA SILVA Dezembro de 1836 que abolia o tráfico
12/07/1827 – em Quelimane, José Fran- da escravatura em todas as colónias por-
cisco da Costa Guimarães* sacou sobre tuguesas.
ele por 4 caporros. 23/01/1837 – tem qualquer tipo de liga-
08/08/1836 – subscreve a representação
149
ção com a chegada a Moçambique da es-
de 25 negreiros de Quelimane [«haven- cuna portuguesa Paquete da Madeira que
do paralisado o transporte de colonos procede ao manifesto de carga levada de
desde o ano de 1830»] provocada pelo Lisboa, de Lourenço Marques e de Que-
impedimento de carregarem um navio limane, da qual constam «113 escravos
estrangeiro que se dispunha a arvorar o entre homens e mulheres».
pavilhão português. 24/11/1838 – major do exército de Por-
[AHM, códices 11-5831, fls. 96 e códice 11- 5832, fls. tugal é nomeado por Sá da Bandeira
245 vs.]
governador do distrito de Inhambane,

2007  E-BOOK CEAUP


José Capela

ficando-lhe subordinados os de Sofala e Marinho não permitir o tráfico da escra-


de Lourenço Marques. Não aceitou a no- vatura mais se uniu à facção dos negrei-
meação. ros. Seria mesmo o principal da «facção
12/01/1839 – era cavaleiro da ordem negreira».
de Nossa Senhora da Conceição de Vila 07/05/1841 – 14/02/1843 – governa-
Viçosa, major do Exército de Portugal, dor-geral interino de Moçambique.
chefe do Estado Maior da Província de 1846 (c.) – Marquês de Fronteira : «O
Moçambique e Governador da Capitania Governo mandou apresentar-se-me um
de Quelimane e Rios de Sena. Major da primeira linha para se encarre-
05/03/1841 – Governador-Geral Pereira gar do material dos Corpos de Voluntá-
Marinho: «sendo um dos mais afincados rios, armamento e munições de guerra,
partidaristas do comércio da escravatu- o Conselheiro Costa Xavier, que, durante
ra». Diz não o ter exonerado para não algum tempo, tinha governado interina-
desesperar a facção dos negreiros a que mente Moçambique e feito as campanhas
ele pertencia. Natural de Moçambique, contra a Usurpação, excelente cavalhei-
«chegou aqui no posto de capitão no ro, casado com uma elegante e bem edu-
tempo em que se faziam nesta capital os cada senhora que muito se ligou com
oficiais ou por dinheiro, ou por presen- minha mulher e filha e muito concorria
tes ou por outros semelhantes motivos». para tornar agradáveis as nossas parti-
Estava na França quando D. Miguel se das em S. Pedro de Alcântara, mas dota-
declarou rei. Aí se juntou aos emigrados do de uma inactividade que mal ia com a
e lutou no Porto em um batalhão de vo- sua carreira». Passava o tempo a dormir,
luntários, pelo que foi nomeado major e inclusive nas horas de serviço». «[…] De
chefe do estado maior de Moçambique todos os meus subordinados militares
por tempo indefinido. No tempo do go- e civis daquela época, é o que tem sido
vernador-geral D. António Jose de Mello mais largamente recompensado: tem
fez-se nomear governador de Quelima- sido deputado algumas vezes, no Exérci-
ne onde fez uma «considerável fortuna to está colocado a par de mim, porque é
em pouco tempo por aqueles meios ilí- Marechal de Campo reformado, como eu
citos que os governadores de Quelimane sou, e na carreira civil é hoje membro do
se costumam enriquecer». A razão de Conselho Ultramarino».
aceitar a nomeação para governador de 1842 – deputado em diversas legislatu-
Inhambane terá sido querer ir a Havana ras a partir deste ano.
150
com uma carga de escravos para o que 1864 – deputado, fazia parte da Comis-
já tinha licença da Junta Provincial an- são do Ultramar.
tecessora de Marinho. Acabou por não ir [Santana, I, pp. 40, 120, 265. III, p. 989 / Pereira
a Havana porque o temporal de Janeiro Marinho, Memória de Combinações. / Memórias do
Marquês de Fronteira e d’Alorna, parte sétima e oitava,
de 1840 fez naufragar todas as embar-
p. 195. / Braga Paixão, Cem Anos do Banco Nacional
cações negreiras que estavam no por- Ultramarino I, p. 13 / AHM, códice 11-816, fls. 194 /
to de Moçambique. De harmonia com Gov.-Geral, cx. 241, mç. 2, nº 1 / AHU, pasta 4, cap. 3
a lei – alegava Marinho – não lhe tinha Pasta 7, cap. 1 / Pasta 11, cap. 2]

permitido ir a Portgual. Por isso e por

E-book CEAUP  2007


Dicionário de Negreiros em Moçambique 1750-1897

1828 · Abdelá çambique, segue viagem para Zanzibar.


BONA ABDELÁ [Santana, I, p. 718]
29/05/1828 – em Moçambique, coman-
dante de pangaio desembaraçado pela 1828 · Almeida
Alfândega. PEDRO FÉLIX DE ALMEIDA
[Santana, I, p. 718] 31/03/1828 – em Moçambique, sobre-
carga do bergantim Vitória, com passa-
1828 · Abdolá porte para os portos de Inhambane e de
ABDOLÁ Quelimane.
22/08/1828 – capitão de pangaio que, 01/04/1828 – 3º escrivão da Alfândega
desembaraçado na Alfândega de Mo- de Moçambique.
çambique, segue viagem para Zanzibar. 07/07/1829 – 2º escrivão da Alfândega
[Santana, I, p. 596] de Moçambique.
[Santana, I, pp. 386, 680, 819]

1828 · Abdolá
1828 · Aly
SALIMO ABDOLÁ
23/08/1828 – capitão de pangaio que,
BONA ALY
15/02/1828 – capitão de pangaio que,
desembaraçado na Alfândega de Mo-
desembaraçado na Alfândega de Mo-
çambique, segue viagem para Zanzibar.
çambique, segue viagem para Sabasaba.
24/10/1828 – capitão do pangaio que,
21/09/1830 – em Moçambique, capitão
desembaraçado na Alfândega de Mo-
de pangaio ido de S. Lourenço, procede
çambique, segue viagem para Zanzibar.
[Santana, I. p. 583, p. 593]
ao manifesto de carga.
[Santana, I, p. 589. II, p. 805]

1828 · Abibo
1828 · Aly
ABDALÁ (também Abudola)
ISUFO ALY
BONA (também Bunna) ABIBO
12/07/1828 – capitão de pangaio que,
18/02/1828 – O seu pangaio está de-
desembaraçado na Alfândega de Moçam-
sembaraçado em Moçambique para se-
bique, segue viagem para S. Lourenço.
guir viagem para Maiota. [Santana, I, p. 587]
27/11/1830 – em Moçambique, capitão
de pangaio proveniente de Zanzibar, 1828 · Aly
procede ao manifesto de carga. IUSUFE (ou ISUFO) BONA ALY 151
[Santana, I, p. 576 e II, p. 804] 17/05/1828 – capitão de pangaio que,
desembaraçado na Alfândega de Moçam-
1828 · Ali bique, segue viagem para S. Lourenço.
ABDOLA BONA ALI 19/09/1830 – em Moçambique, ido de
15/02/1828 – em Moçambique, capitão Maiote, procede ao manifesto de carga.
de pangaio desembaraçado para seguir 02/10/1830 – em Moçambique, tendo
para Quelimane. vendido a carga do seu pangaio, pede
22/07/1828 – capitão de pangaio que, para partir.
desembaraçado na Alfândega de Mo- [Santana, I, p. 592. II, pp. 32, 806]

2007  E-BOOK CEAUP


José Capela

1828 · Amade 1828 · Amade


ABDULA BONA AMADE SELBO BONA AMADE
17/06/1828 – capitão de pangaio que, 09/04/1828 – em Moçambique, capi-
desembaraçado na Alfândega de Mo- tão de pangaio desembaraçado para sair
çambique, segue viagem para as Ilhas de para Angoche.
Cabo Delgado. [Santan, I, p. 385]
[Santana, I. p. 595]
1828 · Amisse
1828 · Amade MAMAD BONA AMISSE
IDE AMADE 19/07/1828 – capitão de pangaio que,
07/01/1828 – capitão de pangaio que, de- desembaraçado na Alfândega de Moçam-
sembaraçado pela Alfândega de Moçam- bique, segue viagem para S. Lourenço.
bique, segue viagem para Bombatoque. 18/08/1828 – capitão de pangaio que,
[Santana, I, p. 591] desembaraçado na Alfândega de Mo-
çambique, segue viagem para Zanzibar.
1828 · Amade [Santana, I, p. 600, p. 720]
MAMADE (também Maamade)
BONA AMADE 1828 · Amude
21/03/1828 – em Moçambique, capitão AMUDE
de pangaio desembaraçado para sair 13/09/1828 – capitão de pangaio que,
para Zanzibar. desembaraçado da Alfândega de Moçam-
17/01/1830 – em Moçambique, capitão bique, segue viagem para S. Lourenço.
de pangaio ido de Lomu (?), procede ao [Santana, I, p. 594]

manifesto de carga.
[Santana, I, p. 385. II, p. 828] 1828 · Amure
MAÇURE BINA AMURE
1828 · Amade 29/11/1828 – capitão de pangaio que,
SAIDE AMADE desembaraçado na Alfândega de Moçam-
10/09/1828 – em Moçambique, capitão bique, segue viagem para S. Lourenço.
de um pangaio que segue viagem para [Santana, I, p. 593]

Mugau.
[Santana, I, p. 577] 1828 · Ary
DEUCHAND ARY
152
1828 · Amade 28/12/1831 – em Moçambique, junta-
SEDE OMAR BONE AMADE mente com Velgy Jevarchande*, procede
02/10/1828 – em Moçambique, o pan- a contrato de fretamento com o capitão
gaio de que era capitão, estava de- do brigue português Maria, Luis Maria
sembaraçado para seguir viagem para Fernandes*, para viagem a Quelimane
Zanzibar. na «presente monção».
[Santana, I, p. 576] 31/07/1830 – em Moçambique, nego-
ciante que pede certidão dos direitos
pagos à Real Fazenda, de importação e

E-book CEAUP  2007


Dicionário de Negreiros em Moçambique 1750-1897

de exportação relativamente a Brasil, 1828 · Banaca


Dio, Damão, Baía de Lourenço Mar- BANACA
ques, Quelimane, Inhambane, Sofala e 12/09/1828 – em Moçambique, coman-
estrangeiro. Em 1828 e 1829 as maiores dante de pangaio desembaraçado para
quantias deviam-se aos negócios com o seguir viagem para Maiote.
Brasil. [Santana, I, p. 719]
31/01/1833 – chegou a Cabo Delgado a
barquinha do negociante Deuchand Ary 1828 · Baptista
ida de Moçambique. DOMINGOS DA SILVA BAPTISTA
[Santana, II, pp. 238 e 239. III, pp. 784 e 967] 31/03/1828 – proprietário do bergantim
Vitória, a que é dado passaporte para ir
1828 · Asane aos portos de Inhambane e Quelimane.
CHARIFE (também Xarife) ASANE 08/01/1829 – a escuna União, casco
05/11/1828 – capitão de pangaio de- francês, foi-lhe vendida por Eugénio
sembaraçado pela Alfândega de Moçam- Dubois.
bique para seguir viagem para as Ilhas de [Santana, I, p. 680 / AHU, cx. 218, cap. 24]
Cabo Delgado.
21/03/1830 – em Moçambique, capitão 1828 · Baraca
de pangaio ido de Monfia, procede ao SALIMO BARACA
manifesto de carga. 13/11/1828 – capitão de pangaio que,
[Santana, I, p. 578. II, p. 823] desembaraçado na Alfândega de Moçam-
bique, segue viagem para S. Lourenço.
1828 · Azire [Santana, I, p. 602]
BONA AZIRE
13/02/1828 – capitão de pangaio que, 1828 · Barbosa
desembaraçado na Alfândega de Mo- JOSÉ ALVES BARBOSA
çambique, segue viagem para Zanzibar. 02/12/1828 – mestre do brigue brasilei-
[Santana, I, p. 600] ro Josefina que, com 51 dias de viagem
do Rio de Janeiro, foi a pique, a 23 de
1828 · Babogy Novembro, no mar de Sofala, quando se
BABOGY dirigia para Moçambique e Quelimane.
30/09/1828 – capitão de pangaio que, 23 sobreviventes chegaram a Quelimane
desembaraçado na Alfândega de Mo- a 01/12/1828.
153
çambique, segue viagem para Zanzibar. [Santana, I, p. 616 e AHU, cx. 217, cap. 7]
[Santana, I, p. 594]
1828 · Bonabi
1828 · Bacare MAJACA BONABI
BACARE 13/11/1828 – em Moçambique, capi-
05/08/1828 – capitão de pangaio que, li- tão de pangaio a seguir viagem para
vre e desembaraçado na Alfândega de Mo- Manta(?).
çambique, segue viagem para Angoche. [Santana, I, p. 719]
[Santana, I, p. 589]

2007  E-BOOK CEAUP


José Capela

1828 · Bonaça 05/07/1829 – em Moçambique, capi-


MAMADE BONAÇA (?) tão de pangaio desembaraçado na Al-
20/05/1828 – em Moçambique, capitão fândega.
de pangaio desembaraçado na Alfânde- [Santana, I, pp. 386 e 900]
ga, segue viagem para S. Lourenço.
[Santana, I, pp. 520 e 585] 1828 · Calafane
ABDELÁ BONA CALAFANE
1828 · Bonali 10/01/1828 – em Moçambique, capitão
SAIDE BONALI de pangaio desembaraçado pela Alfân-
10/09/1828 – em Moçambique, capitão dega, a seguir viagem para Zanzibar.
de pangaio desembaraçado na Alfânde- 27/09/1828 – Idem
ga, segue viagem para Zanzibar. [Santana, I, p. 585]
[Santana, I, p. 578]
1828 · Calafane
1828 · Brace SALIMO BINA CALAFANE
BRACE 21/02/1828 – em Moçambique, capitão
01/10/1828 – comandante do brigue de pangaio desembaraçado pela Alfân-
americano Suzana que, desembaraça- dega, a seguir para Zanzibar.
do na Alfândega de Moçambique, segue [Santana, I, p. 582]
para Zanzibar.
[Santana, I, p. 600] 1828 · Cale
SEDE CALE
1828 · Brito 22/10/1828 – em Moçambique, capitão
EDUARDO FERNANDES DE BRITO de um pangaio que segue viagem para S.
18/06/1828 – comandante do brigue Lourenço.
Nossa Senhora Aparecida que, desemba- [Santana, I, p. 577]
raçado na Alfândega de Moçambique,
segue viagem para Inhambane. 1828 · Calefane
[Santana, I, p. 596] AMISSE BONA CALEFANE
08/03/1828 – em Moçambique, capitão
1828 · Burromé de pangaio desembaraçado na Alfânde-
SEIDE BURROMÉ ga, a seguir para Zanzibar.
05/11/1828 – em Moçambique, capitão [Santana, I, p. 599]
154
de pangaio desembaraçado na Alfânde-
ga, a seguir para Zanzibar. 1828 · Carlos
[Santana, I, p. 578] CARLOS
09/05/1828 – em Moçambique, co-
1828 · Cadir manda um brigue francês desembara-
ABDOLÁ CADIR çado pela Alfândega, a seguir para S.
01/04/1828 – em Moçambique, desem- Lourenço.
baraçado para seguir para Bombatoque [Santana, I, p. 580]
o pangaio de que era capitão.

E-book CEAUP  2007


Dicionário de Negreiros em Moçambique 1750-1897

1828 · Carrazedo por preços bastante altos, pede para ir a


CUSTÓDIO MANUEL Inhambane completar a carga. O governa-
CARRAZEDO (CARRAZEDA?) dor-geral defere com a condição de fazer
12/12/1828 – em Moçambique, capitão em Moçambique metade da carregação.
da chalupa Aventureiro Africano, a sair 03/08/1829 – em Moçambique, caixa
para Inhambane. do brigue Indústria, deferido o pedido
17/01/1829 – nova saída para Inham- para seguir para Inhambane, tendo em-
bane. barcado parte da sua armação, requer
[AHU, cx. 217, cap. 44 / Santana, I, p. 874 e p. 591] dispensa de compra de mais escravos
em Moçambique e licença para seguir
1828 · Casfe viagem para Inhambane, onde comple-
ALY BONA CASFE taria a armação. Concedida licença. Saiu
26/08/1828 – em Moçambique, capitão de Inhambane em 27/10/1829 com 594
de um pangaio desembaraçado pela Al- escravos e chegou ao Rio de Janeiro, em
fândega, a seguir viagem para Zanzibar. 03/02/1830, com 571.
[Santana, I, p. 580] [BNL, Reservados, códice 10648 / Santana, I, p. 876
/ Santana, I, pp. 598 e 903 / ������������������������
AHU, cx. 215, cap. 118,
127 / Cx. 221, cap. 104 / ���������������������������
Cx. 222, cap. 6 / Santana,
1828 · Castelão
I, p.1160 / Eltis]
JOSÉ (JOÃO) GUILHERME
CASTELÃO (ou CATALÃO, ou 1828 · Castro
CATELAN) FRANCISCO DE CASTRO
20/05/1828 – em Moçambique, ido do 01/04/1828 – autorizado a deslocar-se
Rio de Janeiro, aparentemente chegado do Rio de Janeiro a Moçambique.
antes do navio Indústria, de que era ca- [Santana, I, p. 572]
pitão ou caixa.
20/05/1828 – em Inhambane, o brigue 1828 · Costa
Indústria, chegado do Rio de Janeiro JOSÉ DOS SANTOS COSTA
com passaporte para Inhambane e Mo- 10/07/1828 – capitão da escuna portu-
çambique. guesa Flor de Inhambane, a sair de Mo-
15/07/1828 – em Inhambane, prove- çambique para Inhambane.
niente do Rio de Janeiro e de Moçam- 27/11/1828 – comandante do brigue (ou
bique, o capitão da galera brasileira escuna?) Flor de Inhambane que, desem-
Indústria, que sai para o Rio de Janeiro baraçado na Alfândega de Moçambique, 155
com 733 escravos dos quais descarrega segue viagem para Inhambane.
730, em 31/12/1828. [AHU, cx. 215, cap. 122 / Santana, I, p. 592]
19//07/1828 – o Catalão aparece nos
documentos como caixa e surge como 1828 · Cruz
capitão da galera (?) Indústria José Si- PEDRO PAULO DA CRUZ
mões da Fonseca*. 01/09/1828 – comandante da galera
18/07/1829 – em Moçambique, caixa Nossa Senhora do Socorro Estrela do Mar
do brigue Indústria, tendo já feito par- que segue viagem para Dio.
te da sua carregação em Moçambique, [Santana, I, p. 581]

2007  E-BOOK CEAUP


José Capela

1828 · Dias blico, «é prática nos portos pagar-se de


ANTÓNIO MANUEL FIRMINO DIAS comedoria por cada escravo duas panjas
07/04/1828 – em Inhambane, senhor de de milho, e como a escuna do suplicante
um batel. Nesta data os comerciantes de apenas pode admitir trezentos escravos,
Inhambane estavam a mandar os escra- por isso acho que mil quinhentas panjas
vos para Quelimane e não para Moçam- é quantidade duplicada para os escravos
bique pelo que o governador local estava que vai buscar».
a cobrar os direitos respectivos. 10/07/1829 – em Moçambique, capitão
[BNL, Reservados, códice 10648] da barca brasileira Elisa, proveniente do
Rio de Janeiro, vai a Bourbon.
1828 · Doçá 15/09/1829 – em Moçambique, capitão
DOÇÁ da barca brasileira Elisa, regressada de
16/01/1828 – capitão de pangaio que, Bourbon, requerera autorização «para ir
desembaraçado na Alfândega de Moçam- fazer a sua armação de escravos à Baía
bique, segue viagem para S. Lourenço. de Lourenço Marques», tendo-lhe o go-
[Santana, I, p. 594] vernador mandado pagar os direitos de
escravos que na monção anterior expor-
1828 · Dubois tara para o Rio de Janeiro. Satisfeito o
EUGÉNIO DUBOIS pagamento desses direitos, neste reque-
26/01/11828 – em Moçambique, coman- rimento insiste na autorização que lhe é
dante da escuna União, que fora vendida, dada nesta data e, em 18/09/1829, se-
pede passaporte para ele e a tripulação gue para Lourenço Marques, de onde sai
regressarem a Bourbon no brigue escuna com 534 escravos para o Pernambuco,
Dois Irmãos. onde chega em 03/01/1830, com 523.
29/08/1829 – em Moçambique, capitão 30/12/1829 – auto: acusações ao gover-
da escuna francesa Dois Irmãos, pede au- nador de Lourenço Marques, Dionísio
torização para descarregar o arroz que Ribeiro*. Estando ainda em Lourenço
transportava. Marques o governador José António Tei-
[Santana, I, pp. 605 e 1147] xeira*, que fora suspenso, chegou a gale-
ra Águia do Brasil, com muitas fazendas
1828 · Ericeira para compra de escravos que deveriam
FRANCISCO JOSÉ DA SILVA ser entregues ao Ericeira, comandante
156 ERICEIRA da barca Conde de S. Lourenço, (que tinha
1828 – exportou escravos de Moçambi- levado para Lourenço Marques o gover-
que para o Rio de Janeiro. nador Ribeiro). Ambas as embarcações
07/01/1829 – mestre da barca brasileira são do mesmo dono. O governador não
Elisa, no porto de Lourenço Marques. deixou entregar as fazendas e ficou com
14/09/1829 – juntamente com Dionísio elas para contrabando.
António da Silva, pretendia levantar no [AHU, cx. 223, cap. 45 / Cx. 225, caps. 67 e 73 / San-
Celeiro Público mantimento para ex- tana, I, pp. 933, 1126, 1150 / Santana, II, p. 835 /
Eltis]
portar para Sofala e Lourenço Marques.
Segundo o administrador do Celeiro Pú-

E-book CEAUP  2007


Dicionário de Negreiros em Moçambique 1750-1897

1828 · Fatá 1828 · Gama


BONACHA FATÁ FRANCISCO ANTÓNIO DE ABREU
14/07/1828 – em Moçambique, capitão GAMA
de pangaio que, desembaraçado na Al- 07/06/1827 – em Moçambique, de na-
fândega, segue viagem para Zanzibar. cionalidade brasileira, comissário volante
[Santana, I, p. 598] comunica ao seu cônsul ter nesse dia sido
passada uma busca em casa pelo guarda-
1828 · Fidalgo mor da Alfândega, com um meirinho por
F. DA C. FIDALGO denúncia de aí se encontrar contrabando.
24/11/1828 – em Quelimane, capitão [Santana, I, p. 562]
do brigue Dom Manuel de Portugal e Cas-
tro, carrega 514 escravos dos quais vai 1828 · Germane
desembarcar 398 ao Rio de Janeiro, em GERMANE
19/01/1829. 15/09/1826 – em Moçambique, capitão
[Eltis] da escuna francesa Frederica, desemba-
raçada pela Alfândega para seguir via-
1828 · Figueiredo gem para Madagascar.
JOAQUIM MÁXIMO DE 15/09/1828 – em Moçambique, coman-
FIGUEIREDO dante da escuna francesa Frederica que,
02/07/1828 – feitor da Fazenda de Que- desembaraçada na Alfândega de Moçam-
limane, reclama junto do governador bique, segue viagem para S. Lourenço.
local o embargo de dois navios que se en- [Santana, II, p. 601 / AHU, cx. 203, cap. 102]
contravam além do Banco Pequeno e que
iam carregar escravos. 1828 · Gomes
07/07/1842 – em Quelimane, subscre- JOSÉ NICOLAU GOMES
veu uma representação dos moradores 01/1828 – eleito procurador da Câmara
promovida pelo Conselho do Governo de Quelimane.
local contra a imposição de os navios te- 07/07/1842 – em Quelimane, subscre-
rem de ir ao porto de Moçambique antes veu uma representação dos moradores
de entrarem no de Quelimane. promovida pelo Conselho do Governo
[AHU, pasta 8, cap. 1 / Santana, I, p. 609.] local contra a imposição de os navios te-
rem de ir ao porto de Moçambique antes
1828 · Frechaut de entrarem no de Quelimane. 157
TOMÁS FRANCISCO FRECHAUT [AHU, pasta 8, cap. 1]
16/06/1828 – capitão das Terras Firmes,
julgava «os costumes dos cafres e colo- 1828 · Gonzaga
nos forros ao desejo dos seus interesses JOÃO MARIANO GONZAGA
particulares». Acabrunhava homens sim- 17/07/828 – em Moçambique, capitão
ples a quem «faz pagar os mais leves deli- de batel que, desembaraçado na Alfân-
tos com a escravidão». dega, segue viagem para as ilhas de Cabo
[Santana, I, p. 689] Delgado e Mequitane.
[Santana, I, p. 590]

2007  E-BOOK CEAUP


José Capela

1828 · Guerra 1828 · Issufo


MANUEL FERNANDES GUERRA ISSUFO
20/05/1828 – em Moçambique havia 24/09/1828 – capitão de pangaio que,
cerca de dois meses, de nação portu- desembaraçado na Alfândega de Mo-
guesa, ido da cidade de Valparaíso, no çambique, segue viagem para Zanzibar.
bergantim brasileiro Fluminense, a fazer [Santana, I, p.597]
negócio de escravos. Pede para regressar
ao Rio de Janeiro. 1828 · João
[AHU, cx. 215, cap. 46 / Santana, I, pp.452 e 462] JONE JOÃO
01/04/1828 – em Moçambique, a chalu-
1828 · Guerreiro pa americana Juliana, de que é capitão,
MANUEL JOSÉ GUERREIRO está desembaraçada para seguir para S.
07/04/1828 – morador em Inhambane, Lourenço.
feitor da Companhia Comercial de Lou- [Santana, I, p. 387]
renço Marques, senhor de um batel. Nes-
ta data, os comerciantes de Inhambane 1828 · Lontra
estavam a mandar os escravos para Que- RAFAEL INÁCIO DA FONSECA
limane e não para Moçambique, pelo que LONTRA
o governador local lhes estava a cobrar 15/11/1828 – em Moçambique, coman-
os impostos respectivos. dante da galera brasileira Quatro de
[BNL, Reservados, códice 10648] Abril que, desembaraçada na Alfândega
com 901 escravos, segue para o Rio de
1828 · Gulane
Janeiro onde chegou em 31/01/1829 e
AMADE GULANE descarregou 688.
22/11/1828 – comandante do brigue 16/11/1829 – em Moçambique, capitão
Furão que, desembaraçado na Alfânde- da galera brasileira Quatro de Abril, pro-
ga de Moçambique, segue viagem para veniente do Rio de Janeiro, carrega 935
Inhambane. escravos, dos quais descarrega no Rio de
[Santana, I, p. 587]
Janeiro 753, em 02/03/1830.
[AHU, cx. 126, cap. 120 / Santana, I, p. 587 / Eltis]
1828 · Ide
BONA IDE
1828 · Lopes
08/11/1828 – em Moçambique, capitão
158 J. J. LOPES
de um pangaio desembaraçado pela Al-
29/11/1828 – em Quelimane, capitão do
fândega para seguir para S. Lourenço.
[Santana, I, p. 579]
navio Hércules que carrega 526 escravos
dos quais descarrega 497 (números impu-
1828 · Ilale tados) no Rio de Janeiro, em 26/03/1829.
[Eltis]
ILALE
14/02/1828 – em Moçambique, capitão
de pangaio que, desembaraçado na Alfân- 1828 · Luz

dega, segue viagem para as Ilhas do Ibo. ANTÓNIO JOSÉ DA LUZ


[Santana, I, p. 593] 22/11/1828 – comandante da barca

E-book CEAUP  2007


Dicionário de Negreiros em Moçambique 1750-1897

brasileira Zéfiro que, desembaraçada 09/02/1830 – em Moçambique, capitão


na Alfândega de Moçambique, segue da barca brasileira Fluminense, carrega-
viagem para Inhambane e Cabo das da com escravos com destino ao Rio de
Correntes. Janeiro.
26/01/1829 – capitão da polaca-escu- 27/02/1830 – capitão da mesma barca,
na brasileira Zéfiro, desembaraçada na arribara a Lourenço Marques com ava-
Alfândega de Moçambique, com 519 es- rias provocadas por uma tempestade,
cravos a bordo, de que desembarcou no impedida de seguir viagem.
Rio de Janeiro 501, em 25/06/1829. 13/03/1830 – acabou por sair para o Rio
[Santana, I, pp. 588, 969 e 1132 / AHU, cx. 216, cap. de Janeiro com 678 escravos dos quais
125 / Cx. 225, cap. 80 / Eltis] descarregou 500, em 29/05/1830.
[AHU, cx. 215, cap. 73 / Códice 1376, fls. 266 / San-
1828 · Machado tana, I, pp. 385, 415, 944. II, p. 421 e 563 / Eltis]
F. DE S. MACHADO
19/10/1828 – em Moçambique, capitão 1828 · Mache
do navio Império do Brasil, foi a Queli- MOAMADE MACHE
mane onde chegou em 12/12/1828, e 17/05/1828 – capitão de pangaio que,
onde carregou 425 escravos dos quais desembaraçado na Alfândega de Moçam-
descarregou 369, no Rio de Janeiro, em bique, segue viagem para S. Lourenço.
26/03/1829. [Santana, I, p. 598]
[Santana, I, p. 575 / Eltis]
1828 · Mamade
1828 · Machado ABDELÁ MAMADE
FRANCISCO DOMINGUES 08/10/1828 – em Moçambique, capitão
MACHADO de pangaio que, desembaraçado pela Al-
30/05/1828 – em Moçambique, capi- fândega, segue para Zanzibar.
tão do bergantim brasileiro Fluminen- [Santana, I, p. 583]

se, pronto a partir para o Rio de Janeiro


onde chegou em 09/12/1828, com 426 1828 · Marcher
escravos dos 472 carregados. AMADE MARCHER
29/12/1829 – António José Lamego Ca- 27/06/1828 – capitão de pangaio que,
bral*, capitão por comissão em Louren- desembaraçado na Alfândega de Moçam-
ço Marques, assina: «recebi de Francisco bique, segue viagem para S. Lourenço.
Domingues Machado uma factura de fa- [Santana, I, p. 586]
159
zendas que lhe tinha encarregado do Rio
de Janeiro, no valor de novecentos e oito 1828 · Mata
mil cento e sessenta réis, que faz pesos, a CÃNDIDO JOSÉ DA MATA
mil e oitocentos, quinhentos e quatro pe- 19/10/1828 – em Moçambique, coman-
sos, cuja quantia pagarei em escravos à da a galera brasileira Três Corações, de-
sua ordem, a preço de cinquenta e cinco sembaraçada para seguir para o Rio de
pesos cada um escravo». Janeiro.
[Santana, I, p. 575]

2007  E-BOOK CEAUP


José Capela

1828 · Matos carrega 286 escravos dos quais descarrega


CÂNDIDO JOSÉ DE MATOS 240 no Rio de Janeiro, em 16/02/1829.
19/10/1828 – em Moçambique, capitão [Santana, III, p. 364 / Eltis]
da galera brasileira Três Corações a sair
para o Rio de Janeiro em 19/10/1828 e 1828 · Monteiro
onde chega em 22/12/1828. Saiu com A. C. C. A. MONTEIRO
649 e chegou com 555 escravos. 11/11/1828 – em Moçambique, capitão
[AHU, cx. 216, cap. 81 / Eltis] do navio brasileiro Flor de Moçambique,
segue para o Rio de Janeiro com 716 es-
1828 · Miranda cravos, dos quais descarrega no Rio 633,
LUIS CARLOS DE MIRANDA em 18/01/1829.
22/11/1828 – comandante do brigue Ma- 11/12/1829 – em Moçambique, capitão
ria Teresa que, desembaraçado na Alfân- da galera Conde de Souzel, a partir para
dega de Moçambique, segue viagem para o Rio de Janeiro com 1166 escravos, dos
Inhambane e Baía de Lourenço Marques. quais descarregou 1043 no Rio de Janei-
[Santana, I, p. 588 / AHU, cx. 216, cap. 124] ro, em 10/02/1830.
[AHU, cx. 216, cap. 114 / Cx. 225, cap.21 / Eltis]
1828 · Mocadamo
SOLIMA BOCA MOCADAMO 1828 · Moraly
13/11/1828 – em Moçambique, capitão MORALY
do pangaio desembaraçado pela Alfân- 15/07/1828 – em Moçambique, capitão
dega, segue viagem para Zanzibar. do pangaio que, desembaraçado na Al-
[Santana, I, p. 719] fândega, segue viagem para Zanzibar.
[Santana, I, p. 596]
1828 · Modar
CHE MODAR 1828 · Mucadamo
01/08/1828 – capitão de pangaio que, SAIDE MUCADAMO
desembaraçado na Alfândega de Mo- 22/07/1828 – em Moçambique, capitão
çambique, segue viagem para Zanzibar. do pangaio desembaraçado pela Alfân-
[Santana, I, p. 584] dega, segue para Zanzibar.
[Santana, I, p. 581]
1828 · Moefine
MOEFINE 1828 · Mussa
160
26/08/1828 – capitão de um pangaio de- ABDOLA MUSSA
sembaraçado pela Alfândega de Moçam- 13/10/1828 – em Moçambique, capitão
bique, a seguir viagem para Zanzibar. de pangaio que, desembaraçado pela Al-
[Santana, I, p. 580] fândega, segue viagem para Zanzibar.
[Santana. p. I, p. 591]
1828 · Monteiro
R. E. MONTEIRO 1828 · Mussagi
16/12/1828 – em Moçambique, capitão da SACUGI MUSSAGI
charrua de guerra D. Afonso de Albuquerque 25/10/1828 – em Moçambique, coman-

E-book CEAUP  2007


Dicionário de Negreiros em Moçambique 1750-1897

dante da escuna Maré Praia que, desem- ter entrado em Sofala e Quelimane» e
baraçada na Alfândega, segue viagem Inhambane.
para a Baía de Lourenço Marques [Santana, I, p. 552]
11/01/1830 – em Sofala, mestre (?) da
escuna Providência de Sofala, que trans- 1828 · Nazaré
portava «sessenta e três escravos entre LUÍS CAETANO DE SEQUEIRA
machos e fêmeas». NAZARÉ
04/08/1830 – em Sofala, mestre (?) da 30/08/1828 – em Moçambique, coman-
escuna Providência de Sofala, que gastara da a pala portuguesa Ásia Feliz que está
na viagem desde Moçambique 24 dias. desembaraçada para seguir para Damão.
08/08/1830 – de Sofala parte para Mo- [Santana, I, p. 576]
çambique a escuna Providência de Sofala,
além de passageiros e outra carga, 17 es- 1828 · Novais
cravos «entre machos e fêmeas, grandes DOMINGOS HENRIQUES NOVAIS
e pequenos». 12/03/1828 – súbdito brasileiro, é-lhe
08/09/1830 – a escuna volta a Sofala dado passaporte para se deslocar do Rio
obrigada a arribar. E estará pronta para de Janeiro a Moçambique.
sair a 5 de Outubro. [Santana, I, p. 469]
[Santana, I, pp. 600 e 1132. II, pp. 216, 217, 220]
1828 · Omar
1828 · Mussalame ABDOLÁ BONA OMAR
AMADE MUSSALAME 14/10/1828 – em Moçambique, capitão
27/06/1828 – em Moçambique, capitão de um pangaio desembaraçado pela Al-
de pangaio que, desembaraçado na Al- fândega, a seguir para Zanzibar.
fândega, segue viagem para S. Lourenço. [Santana, I, p. 581]
[Santana, I, p. 601]
1828 · Omar
1828 · Nacire BONA CATIBO OMAR
NACIRE 17/06/1828 – em Moçambique, capitão
07/01/1828 – em Moçambique, capitão de pangaio que, desembaraçado na Al-
de pangaio que, desembaraçado na Al- fândega, segue viagem para S. Lourenço.
fândega de Moçambique, segue viagem [Santana, I, p. 595]
para S. Lourenço.
161
[Santana, I, p. 599] 1828 · Omar
SEDE OMAR
1828 · Nard 08/10/1828 – em Moçambique, proprietá-
ANDRÉ NARD rio de pangaio que, desembaraçado na Al-
06/05/1828 – documento do governa- fândega, segue viagem para o rio Mambe.
dor-geral segundo o qual o juiz da Al- 13/01/1830 – em Moçambique, capitão
fândega submetera a interrogatório o de pangaio ido de Cabo Delgado, procede
mestre de uma escuna americana, An- ao manifesto de carga com 64 escravos.
dre Nard, «visto constar oficialmente [Santana, I, p. 591 e II, p. 829]

2007  E-BOOK CEAUP


José Capela

1828 · Omar tão da pala de Damão, Ana Feliz, freta-


SAIDE OMAR da por Adolfo João Pinto de Magalhães*
17/07/1828 – em Moçambique, capitão para ir aos portos de Quelimane e de
de pangaio que, desembaraçado pela Al- Inhambane.
fândega, segue viagem para as Ilhas de [AHU, cx. 215, cap. 42]
Cabo Delgado.
[Santana, I, p. 586] 1828 · Raposo
ANTÓNIO JOAQUIM DA SILVA
1828 · Orde RAPOSO
ANDRÉ ORDE (?) 21/10/1828 – em Moçambique, co-
20/05/1828 – em Moçambique, coman- mandante do brigue brasileiro Aurora
dante do lugre americano Espião que, do Cabo, segue viagem para Quelimane
desembaraçado na Alfândega, segue via- onde carrega 473 escravos e de onde sai,
gem para S. Lourenço. em 27/11/1828, para ir descarregar 400
[Santana, I, p. 599] no Rio de Janeiro, em 31/01/1829.
[AHU, cx. 216, cap. 89 / Santana, I, p. 576 / Eltis]
1828 · Pereira
CAETANO PEREIRA 1828 · Rodrigues
29/08/1828 – em Moçambique, capitão MANUEL CONSTANTINO
da palinha portuguesa Ana Feliz que, de- RODRIGUES (também Roiz)
sembaraçada na Alfândega, segue via- 01/09/1828 – comandante da pala por-
gem para Damão. tuguesa Nossa Senhora do Mar Flor de
[Santana, I, p. 602] Diu que, desembaraçada pela Alfânde-
ga de Moçambique, segue viagem para
1828 · Podier Dio.
PODIER 1820 – capitão da pala Nossa Senhora do
12/06/1828 – comandante do brigue es- Socorro.
cuna francês Voligur que tendo entrado [Santana, I, p. 584 / AHU, cx. 171, cap. 100]
no porto de Quelimane, debaixo de tem-
poral, foi mandando sair. 1828 · Saibo
[Santana, I, p. 616] MAMEDE SAIBO
– em Moçambique, capitão do brigue Fu-
1828 · Rachy rão, a seguir para Inhambane.
162
SEIDE BENA RACHY [AHU, cx. 213, cap. 40]
31/03/1828 – capitão de pangaio que,
desembaraçado pela Alfândega de Mo- 1828 · Saíde
çambique, segue viagem para Zanzibar. SAIDE
[Santana, I, p. 583] 17/07/1828 – capitão do pangaio que,
livre e desembaraçado na Alfândega
1828 · Ramos de Moçambique, segue viagem para
FLORÊNCIO SOUSA RAMOS Angoche.
20/05/1828 – em Moçambique, capi- [Santana, I, p. 589]

E-book CEAUP  2007


Dicionário de Negreiros em Moçambique 1750-1897

1828 · Salimo sembaraçada na Alfândega de Moçambi-


SALIMO BONA SALIMO que, segue viagem para Inhambane.
26/08/1828 – capitão do pangaio de- [Santana, I, p. 586]
sembaraçado pela Alfândega de Moçam-
bique que segue para Zanzibar. 1828 · Sarumba
[Santana, I, p. 580] SARUMBA
28/03/1828 – capitão de pangaio que,
1828 · Santana livre e desembaraçado na Alfândega
ANTÓNIO JOSÉ DE SANTANA de Moçambique, segue viagem para
02/12/1828 – segundo piloto do brigue Mulale.
brasileiro Josefina que, a 23 de Novem- [Santana, I, p. 590]
bro, fora a pique no mar de Sofala.
[Santana, I, p. 616] 1828 · Sedique
SEDIQUE
1828 · Santos 08/11/1828 – capitão de pangaio que,
GIL THOMÁS DOS SANTOS desembaraçado na Alfândega de Mo-
27/09/1828 – capitão do brigue portu- çambique, segue viagem para Angoche.
guês Dois Irmãos que, desembaraçado [Santana, I, p. 588]
pela Alfândega de Moçambique, segue
viagem para a baía de Lourenço Marques. 1828 · Seibo
08/12/1829 – capitão do brigue brasi- MAMADE SEIBO
leiro Dois Irmãos, de que é armador Anto 26/01/1828 – em Moçambique, co-
da Silva*, descarrega na Baía 299 es- manda o birgue Furão, desembaraçado
cravos, dos 330 que tinha carregado em pela Alfândega, a seguir viagem para
Moçambique. Inhambane.
29/12/1845 – caixa do brigue 12 de No- [Santana, I, p. 582]
vembro entrado em lastro no Ibo.
26/01/1846 – José Coelho* (que foi 1828 · Selemane
preso por isso) tinha em sua casa escra- SELEMANE
vos de Gil Tomás dos Santos, para em- 12/09/1828 – em Moçambique, capitão
barque. de pangaio que, desembaraçado pela Al-
09/08/1847 – com feitoria de escravos fândega, segue viagem para Zanzibar.
em Inhambane onde estava Francisco Ja- 31/07/1829 – em Moçambique, capitão
163
nuário Martins, do Rio de Janeiro. de pangaio, que desembaraçado na Al-
[Santana, I, p. 583 / AHU, cx. 216, cap. 62 / AHM, fândega, segue viagem para as Ilhas de
códice 11-183, fls. 151, vs. / Códice 11-107, fls. 11 vs. Cabo Delgado.
/ Códice 11-1544, fls. 30 vs. / Eltis]
[Santana, I, pp. 719 e 1129]

1828 · Santos
1828 · Sene
JOSÉ DOS SANTOS MONHA SENE
10/07/1828 – comandante da escuna 08/10/1828 – em Moçambique, capitão
portuguesa Flor de Inhambane que, de- do pangaio de Sede Omar* que, desem-

2007  E-BOOK CEAUP


José Capela

baraçado pela Alfândega, segue viagem 1828 · Soares


para o rio de Mambe. NICOLAU FRANCISCO SOARES
[Santana, I, p. 591] 20/12/1828 – sacado por João Bonifácio
Alves da Silva* pelo valor de 40 caporros
1828 · Silva bons para embarque.
DIONÍSIO ANTÓNIO DA SILVA [AHM, códice 11-5831, fls. 193 vs.]
22/12/1828 – em Moçambique, capitão
da escuna Rozalina, pede passaporte 1828 · Súa
para os portos de Sofala, Quelimane e ALY SÚA
Cabo das Correntes. 15/02/1828 – em Moçambique, capitão
22/08/1829 – tesoureiro da Santa Casa de pangaio que, livre e desembarado na
da Misericórdia de Moçambique Alfândega, segue viagem para Mulale.
05/12/1830 – data do seu testamento, [Santana, I, p. 590]
de onde consta a dívida da sociedade
que tivera com Gabriel José de Sousa 1828 · Sultane
Ferreira* no carregamento da escuna SALIMO BUNO SULTANE
Mazi-Praia. 07/06/1828 – em Moçambique, desem-
14/12/1830 – governador de Sofala. baraçado para seguir para a ilha de Com-
[AHU, cx. 217, cap. 64 / Santana, I, pp. 405, 571, bo, o pangaio de que é capitão.
1154] [Santana, I, p.386]

1828 · Silva 1828 · Tauri


JOÃO PEREIRA DA SILVA MADAME TAURI
25/10/1828 – naufragou nas Rocas da 13/11/1828 – capitão de pangaio que, livre
Europa o brigue brasileiro Viajante de e desembaraçado na Alfândega de Moçam-
que era capitão e que fazia a viagem do bique, segue viagem para a ilha Maúta.
Rio de Janeiro para Quelimane, com es- [Santana, I, p. 589]
cala por Moçambique.
[AHU, cx. 217, cap. 13 / Santana, I, p. 675] 1828 · Taylor
JOHN TAYLOR
1828 · Silveira 31/03/1828 – em Moçambique, primei-
M. J. DA SILVEIRA ro piloto e contramestre do berganim Vi-
19/12/1828 – em Moçambique, capi- tória a que é dado passaporte para ir aos
164 tão da galera brasileira Conde de Sou- portos de Inhambane e Quelimane.
zel que parte com 905 escravos para o [Santana, I, p. 680]
Rio de Janeiro onde descarrega 741, em
09/02/1829. 1828 · Teixeira
10/12/1829 – a mesma galera brasilei- JOSÉ ANTÓNIO TEIXEIRA
ra Conde de Souzel terá estado em Mo- 28/03/1828 – portaria do governador-
çambique tendo como capitão A.C.A. geral nomeando o major graduado José
Monteiro*. António Teixeira governador do presidio
[AHU, cx. 225, cap. 21 / Santana, II, p. 836 / Eltis] da Baía de Lourenço Marques.

E-book CEAUP  2007


Dicionário de Negreiros em Moçambique 1750-1897

03/10/1828 – a galera brasileira Amália lhe conceda licença e a seu filho Custódio
segue (de Lourenço Marques?) para o José Teixeira para regressar a essa Corte:
Rio de Janeiro, tendo como capitão José «Devo informar a El-Rei Nosso Senhor
António Teixeira. que o sobredito José António Teixeira
15/10/1829 – um cabo de esquadra em não é major nem foi ajudante de ordens,
representação ao governador-geral acu- se não por nomeação do meu antecessor,
sa o ex-governador de Lourenço Marques que verdadeiramente se devem conside-
de ocupar militares na caça de escravos e rar como temporárias. O mesmo meu an-
de os maltratar quando não conseguiam tecessor o nomeou também governador
apanhá-los. da Baía de Lourenço Marques em 16 de
05/12/1829 – ofício do governador-ge- Junho de 1828 (vide acima discrepância
ral para o conde de Basto: «deixou en- na data da nomeação), em cujo Governo
trar em Lourenço Marques os navios se conduziu pela maneira criminosa de
antes de virem a este porto (Moçambi- que já dei conta a Sua Majestade […] e
que), consentiu que eles carregassem também dei conta dos motivos que tive
escravos sem que pagassem os direitos para lhe conceder licença para ir a Portu-
reais, vendeu escravos e aprisionou es- gal como realmente foi, e muito doente,
cravos, etc., etc., etc., e no fim de ca- no Brigue português Delfim».
torze meses de governo apresentou-se 09/08/1829 – o Real Conselho da Mari-
em Moçambique trazendo em moeda, nha manda suspender o governador de
segundo me consta, trinta mil pesos es- Lourenço Marques e responder em Con-
panhóis seus! Outrossim me consta que selho de Guerra para se facultar se teve
ele deixou em Lourenço Marques mais parte ou não no ilícito da escravatura.
cem escravos para irem para o Rio de 05/12/1829 – mandada fazer uma sin-
Janeiro, para onde o filho já levou mais dicância ao ex-governador da Baía de
duzentos e trinta escravos!!!». Lourenço Marques, capitão. Por «exor-
14/01/1830 – Dionísio António Ribeiro, sões e rapinas do mesmo governador e
governador interino de Lourenço Mar- de um seu filho que já abalou para o Rio
ques, comunica ao Governador-Geral ter- de Janeiro». «Consentiu que navios car-
lhe constado que o seu antecessor (José regassem escravos, vendeu escravos e
António Teixeira) trocara «duas peças de aprisionou escravos».
bronze calibre um por duas de ferro cali- 13/02/1831 – capitão do exército de
bre quatro com o comandante do brigue Moçambique, tendo servido na Guerra
165
brasileiro Mariana, no qual seguira seu Peninsular e no Brasil, pede o hábito da
filho, o capitão Custódio Teixeira, que Ordem de Cristo.
comprara ao francês Augusto a escuna [Santana, I, pp. 53, 938, 939 / Santana, II, pp. 419,
que este declarava pertencer-lhe. 629, 630 / AHU, cx. 216, cap. 69 / Cx. 225, caps. 9 e 14
/ Almeida d’Eça, História das Guerras no Zambeze, I]
26/11/1830 – o governador- geral em
ofício para o conde do Cadaval informa
1828 · Torres
sobre o requerimento de José António
JOÃO PEREIRA TORRES
Teixeira, major e ajudante de ordens do
02/12/1828 – Primeiro piloto do brigue
seu antecessor, que pede a sua Majestade

2007  E-BOOK CEAUP


José Capela

brasileiro Josefina que a 23 de Novembro Requer licença para ir ao Brasil ajustar as


fora a pique no mar de Sofala. suas contas.
[Santana, I, p. 616] 17/04/1828 – concedido passaporte pa-
ra ir de Quelimane ao Rio de Janeiro.
1828 · Vali 08/09/1829 – em Quelimane, aceita uma
RACHA VALI letra a João Bonifácio Alves da Silva*, a
10/09/1828 – em Moçambique, coman- 30 dias, por «dezanove negros bons sem
da a palinha portuguesa Marquesa de defeito algum e de boa idade cujos es-
Aguiar que segue viagem para Dio. cravos provêm do dinheiro equivalente
[Santana, I, p. 577] neles, que ao fazer desta recebi do dito
senhor em pesos espanhóis».
1828 · Valligy [Santana, I, p. 619 / AHU, cx. 208, cap. 63 / Códice
MUSSAGI VALLIGY (também 1376, fls. 265 / AHM, códice 11-5831, fls. 199]

Valgi)
12/06/1828 – assina o manifesto de carga 1828 · Velgi
da escuna Maria Leonor a sair de Quelima- MUSSAGI (também Mussaji)
ne para Moçambique com 80 escravos. VELGI (também Valligi e Velligi
24/07/1829 – em Moçambique, capitão e Valgi)
da sumaca Inhambane, desembaraçada na 10/04/1828 – ofício dirigido pelo co-
Alfândega para seguir para Inhambane. mandante do Helicon ao governador-
16/11/1829 – em Inhambane, pede au- geral de Moçambique a informar ter
torização para a sua sumaca seguir para surpreendido o navio português Maria
Moçambique. Leonor no tráfico de escravos.
08/09/1830 – em Moçambique, mestre 12/06/1828 – assina o manifesto de
da sumaca Inhambane, proveniente de carga da escuna Maria Leonor a sair de
Inhambane, procede ao manifesto de Quelimane para Moçambique com 80
carga de que faziam parte 20 escravos. escravos.
26/05/1832 – em Moçambique, mestre 12/08/1828 – capitão da escuna portu-
(?) do brigue Estrela de Damão, a seguir guesa Maria Leonor, desembaraçada na
viagem para Sofala e Inhambane, proce- Alfândega de Moçambique, segue via-
de ao manifesto de carga. gem para a costa de Cabo Delgado, des-
[Santana, I, pp. 611 871. II, p. 807. III, p. 676 / AHU, de o Ibo até Quíloa.
cx. 225, cap. 80] 24/07/1829 – em Moçambique, capitão
166
da sumaca Inhambane, desembaraçada
1828 · Velasco para seguir para Inhambane e Lourenço
CAETANO XAVIER VELASCO (da Marques.
Rosa?) 08/07/1830 – em Moçambique, mestre
Filho de Pedro Xavier Velasco, de quem da sumaca Inhambane com manifesto de
herda o prazo Tirre. carga proveniente de Lourenço Marques
28/01/1828 – segundo o governador e de Inhambane.
local negociava em Quelimane «com [Santana, I, pp. 574, 597 e 1131. II, p. 803 / AHU, cx.
os brasileiros que aqui vêm comerciar». 216, cap. 15 / Cx. 225, cap. 80]

E-book CEAUP  2007


Dicionário de Negreiros em Moçambique 1750-1897

1828 · Viana 6/07/1830 – sobrinho de Francisco João


MANUEL GONÇALVES VIANA da Costa Xavier* fora ao porto de Que-
07/04/1828 – em Inhambane, senhor de limane carregar 150 escravos no brigue
um batel, nesta data os comerciantes lo- Zargo. O governador Cirne* esportolou-
cais estavam a mandar os escravos para lhe 500 pesos e fez-se pagar dos escra-
Quelimane em vez de os mandarem para vos que lhe vendeu a 80 pesos a unidade
Moçambique, pelo que o governador lo- quando o preço corrente era de 50.
cal lhes estava a cobrar os direitos res- [AHU, cx. 235, cap. 15 / Santana. I, p. 741. II, p. 396
pectivos. e p. 971]

20/08/1829 – marinheiro do brigue de


guerra Caçador, alegando ter sido em- 1829 · Abdalá
barcado em virtude de intrigas e ter os ABDALÁ
seus negócios em Quelimane, pede para 23/03/1829 – em Moçambique, capitão
ser dispensado do serviço. (?) de pangaio desembaraçado na Al-
[Santana, I, p. 1155 / BNL, Reservados, códice fândega.
10648] [Santana, I, p. 1127]

1828 · Ward 1829 · Abdalá


ANDREW WARD MAMOD ABDALÁ
27/04/1828 – comandante de um lugre 06/03/1829 – em Moçambique, capitão
americano entrado no porto de Queli- (?) de pangaio desembaraçado na Al-
mane com avarias que o governador lo- fândega.
cal diz ter mandado sair imediatamente. [Santana, I, p. 1138]
29/05/1829 – em Moçambique, capitão
do brigue americano Harpenger, desem- 1829 · Abdalá
baraçado na Alfândega, segue viagem SELIMANE BONA ABDALÁ
para Bombatoque. (também Salimo Bona
07/08/1829 – em Moçambique, capitão Abudalá)
do brigue americano Harpenger, requer 18/03/1829 – em Moçambique, capitão
autorização para levantar 67400 barris (?) de pangaio desembaraçado na Al-
de pólvora, nove caixões de espingardas e fândega.
um de pistolas depositados na fortaleza. 17/09/1830 – em Moçambique, capitão
[Santana, I, pp. 619, 1131, 1136, 1160] de pangaio ido de Angazicha, procede ao
manifesto de carga.
167
1829 · Xavier [Santana, I, p. 1128. II, p. 806]
ANSELMO (JOSÉ?) DA COSTA
XAVIER 1829 · Abdalá
06/07/1829 – capitão de milícias de RACHIDE BONA ABDALÁ
Tete, na monção anterior tinha ido para 05/06/1829 – em Moçambique, capi-
o Rio de Janeiro. Regressava agora no tão de pangaio desembaraçado na Al-
brigue Dois Irmãos com o fim de no mes- fândega.
mo carregar duzentos escravos. [Santana, I, p. 898]

2007  E-BOOK CEAUP


José Capela

1829 · Abranches 1829 · Alfane


ANTÓNIO SALVADOR DE ABDALA BONA ALFANE
ABRANCHES 27/03/1829 – em Moçambique, capitão
04/08/1829 – requer carta de natura- (?) de pangaio de Zanzibar.
lização para o brigue francês La Gazelle [Santana, I, p. 897]

que havia comprado e que passava a de-


nominar-se Sete de Julho. O brigue fran- 1829 · Almane
cês La Gazelle frequentava o porto de OMAR ALMANE
Moçambique. 07/03/1829 – em Moçambique, capitão
[Santana, I, pp. 932, 1142 e 1171] (?) de pangaio desembaraçado na Al-
fândega.
1829 · Acire [Santana, I, p. 1137]

MAMADE BONA ACIRE


1829 · Alsane
11/04/1829 – em Moçambique, (capi-
tão? – proprietário?) de pangaio oriun- SALIMO BOANA ALSANE
do de Zanzibar e desembaraçado na 03/04/1829 – em Moçambique, o seu
Alfândega. pangaio está desembaraçado pela Al-
[Santana, I, p. 894]
fândega.
[Santana, I, p. 893]

1829 · Adam
1829 · Aly
PIERRE ADAM
COMBO ALY
17/01/1829 – comandante da escuna
06/03/1829 – em Moçambique, capitão
francesa Dois Irmãos (também Deux Fré-
(?) de pangaio desembaraçado na Al-
res) proveniente de Bourbon entrara no
fândega.
porto de Moçambique, sem piloto da
[Santana, I, p. 1129]
barra, alegando ter a escuna necessidade
de conserto. 1829 · Aly
26/01/1829 – em Moçambique, coman- MUÇUTE BONA ALY
dante do brigue francês Dois Irmãos, de- 11/04/1829 – em Moçambique, capitão
sembaraçado na Alfândega. (?) de pangaio oriundo de Quíloa e de-
19/10/1829 – parte do patrão-mor do sembaraçado na Alfândega.
porto de Moçambique dando conheci- [Santana, I, p. 896]

168 mento da saída da escuna francesa Dois


Irmãos, capitão Adam. 1829 · Aly
[Santana, I, pp. 880, 992, 1019, 1132] SAIDE (também Sade) BONA ALY
11/04/1829 – em Moçambique, coman-
1829 · Agy dante de pangaio oriundo de Zanzibar,
MOMADE BONA AGY desembaraçado na Alfândega.
27/03/1829 – em Moçambique, capitão 11/03/1830 – em Moçambique, capitão
(?) de pangaio oriundo de Mogal (?), de- de pangaio ido de Quíloa, procede ao
sembaraçado na Alfândega. manifesto de carga.
[Santana, I, p. 898] [Santana, I, p. 894 e II, p. 823]

E-book CEAUP  2007


Dicionário de Negreiros em Moçambique 1750-1897

1829 · Amad 1829 · Beitrerage


ABDALA BONA AMAD BRUCHERAI BEITRERAGE
22/06/1829 – em Moçambique, capitão 27/03/1829 – em Moçambique, capitão
de pangaio desembaraçado na Alfândega. (?) de pangaio ido de Bombaim, desem-
[Santana, I, p. 1131] baraçado na Alfândega.
[Samtama, I, p. 1137]
1829 · Amaro
FRANCISCO LUIS AMARO 1829 · Benaassor
05/12/1829 – em Quelimane, comprou SARAANE BENAASSOR
todos os escravos de Rafael José da Cos- 15/06/1829 – em Moçambique, capitão
ta* (comerciante de escravos no Rio de (?) de pangaio desembaraçado na Al-
Janeiro) por intermédio do seu procura- fândega.
dor, João Bonifácio Alves da Silva*. [Santana, I, p. 900]
[Manolo Florentino / AHM, códice 11-5831,
fls.215 vs.] 1829 · Bonaassur
MAMAD BONAASSUR
1829 · Amissa 14/05/1829 – em Moçambique, capitão
ABDOLA BANA AMISSA (?) de pangaio desembaraçado na Al-
04/02/1829 – em Moçambique, capitão fândega.
(?) de pangaio desembaraçado na Al- [Santana, I, p. 1133]
fândega.
[Santana, I, p. 901] 1829 · Bonasense
BONASENSE
1829 · Assane
27/02/1829 – em Moçambique, capitão
AMBANE BOANA ASSANE (?) de pangaio desembaraçado para se-
28/02/1829 – em Moçambique, capitão
guir para Quíloa.
(?) de pangaio desembaraçado na Alfân- [Santana, I, p. 895]
dega de Moçambique.
[Santana, I, p. 1135]
1829 · Botelho
JOÃO PEDRO XAVIER DA SILVA
1829 · Banaassa
BOTELHO
SARAANE BENAASSA
18/01/1829 – hipoteca a António Maria-
06/04/1829 – em Moçambique, capitão
no da Cunha* os bens que possui em Tete,
(?) de pangaio desembaraçado na Al- 169
onde habita, pela quantia que lhe deve
fândega.
de quatro mil setenta e um meticais mais
[Santana, I, p. 899]
onze arrobas de marfim limpo e «134 ca-
1829 · Banamedy porros e meio, bons sem defeito algum».
[AHM, códice 11-5931, fls. 153 vs.]
SALIMO BUANA BANAMEDY
28/02/1829 – em Moçambique, capitão
1829 · Briand
(?) de pangaio desembaraçado na Al-
fândega. JAMES BRIAND (BRIANT?)
[Santana, I, p. 899] 21/02/1829 – em Moçambique, mestre

2007  E-BOOK CEAUP


José Capela

do brigue americano Foon desembaraça- 13/10/1830 – em ofício dirigido ao con-


do na alfândega. de de Basto, o governador de Quelimane,
[AHU, cx. 225, cap. 80 / Santana, I, pp. 895 e 1135] Vasconcelos Cirne*: «[…] a escandalosa
remessa que o dito governador-geral fez
1829 · Brito do brigue do estado D. Estêvão que de-
JOSÉ DE SANCHES DE BRITO pois de grossas despesas que com ele se
12/03/1829 – como procurador de João fizeram se fretou para como brigue de
da Silva Resende, capitão da guarnição guerra ir levar escravos a fretes ao Rio de
das Ilhas de Cabo Delgado, comprara em Janeiro, com passaportes dados a cada
hasta pública a escuna S. Miguel, antes de escravo como livres e passageiros[…]».
propriedade francesa, com o nome de Gla- 1830 (?) – o Capitão-General de Moçam-
mour (ou Glaneur), agora portuguesa. bique embarca na charrua Luconia,«à
[AHU, cx. 219, cap. 15 / Santana, I, pp. 1150, 1151] sua ordem» quatro negros e quatro ne-
gras e para o Marquês de Belas (Rio de
1829 · Brito Janeiro?) oito negros.
PAULO JOSÉ MIGUEL DE BRITO 1829/1832 – governador-geral de Mo-
21/08/1829 – 29/01/1832 – governa- çambique, coronel de infantaria. O go-
dor-geral de Moçambique vernador de Quelimane Vasconcelos
03/08/1830 – saída de Moçambique para Cirne*: «[…] o contrabando de escra-
o Rio de Janeiro do brigue D. Estêvão de vos auxiliado […] a navios franceses
Ataide levando a seu bordo a carregação que vêm a Moçambique negociar com
da galera brasileira Flor de Moçambique este déspota general as quantias que
«[…] composta de trezentos e cinquenta ele deles recebe por seu agente para tão
e cinco escravos». O fretamento, arma- atroz crime João da Silva Carrão*, para
mento e viagem do brigue fora iniciativa lhes conceder licença para irem fazer as
do governador-geral que também tomara suas carregações na Condúcia ou Qui-
as medidas «com o intento de evitar que o tangonha, sítios mui perto de Moçam-
Governo do Brasil, e bem assim algum na- bique, sem que de tal perfídia, de tal
vio cruzador inglês ou brasileiro que su- suborno, a Real Fazenda utilize um só
ceder encontrar no mar o mesmo brigue, real […]».
ponham algum embaraço à sua viagem, [Santana, II, pp.5, 7, 8, 342, 334. / III, p. 901]
visto ir ele entrar no Rio de Janeiro car-
regado de escravos e ter saído com eles 1829 · Brockenton
170
deste porto depois do dia aprazado por BROCKENTON
aquele Governo para findar o comércio 06/02/1829 – em Moçambique, de-
de escravatura». Manda instruções para o sembaraçado o brigue brasileiro Ceres,
cônsul de Portugal no Rio de Janeiro, João de que é armador principal. Mestre,
Baptista Moreira*, este mesmo traficante António Xavier Ferreira*. Carregou
de escravos, a quem indica como eventu- 488 escravos e descarregou no Rio de
al recurso para suprimento de encargos, Janeiro 448.
outro comerciante de escravos no Rio de [AHU, cx. 218, cap.82 Santana, I, p. 901 / Eltis]
Janeiro, José de Carvalho Ribeiro*.

E-book CEAUP  2007


Dicionário de Negreiros em Moçambique 1750-1897

1829 · Buana 1829 · Câncio


OTOMANE BUANA JOSÉ JOÃO CÂNCIO
27/03/1829 – em Moçambique, capitão 31/07/1829 – em Moçambique, mestre
(?) de pangaio desembaraçado na Al- do bergantim Zargo proveniente do Rio
fândega. de Janeiro, segue para Quelimane
[Santana, I, p. 898] 05/08/1829 – em Moçambique, capitão
do brigue brasileiro Zargo, desembara-
1829 · Cabral çado para o Rio de Janeiro, com escala
ANTÓNIO JOSÉ LAMEGO por Quelimane. Saiu de Quelimane em
CABRAL 30/12/1829 com 559 escravos para o
29/12/1829 – recibo assinado por Lame- Rio de Janeiro onde chegou com 460,
go Cabral: «Recebi de Francisco Domin- em 17/02/1830.
gues Machado* uma factura de Fazendas [AHU, cx. 221, cap. 142. / Cx. 225, cap. 80 / Santana,
I, p. 1130 e II, p. 835 / Eltis]
que lhe tinha encarregado do Rio de Ja-
neiro, no valor de novencentos e oito mil
cento e sessenta réis, que faz pesos, a mil 1829 · Carrão
e oitocentos, quinhentos e quatro pesos, JOÃO DA SILVA CARRÃO
cuja quantia pagarei em escravos à sua 01/07/1829 – em Moçambique, proprie-
ordem, a preço de cinquenta e cinco pe- tário da escuna São Miguel que segue
sos cada um escravo». para Inhambane.
18/05/1830 – tenente, em Lourenço 20/11/1829 – tenente coronel graduado
Marques, por várias vezes fizera aprisio- e sargento-mor de milícias, «capitão-mor
nar negros que vendera ao comandante das terras firmes do contorno de Mo-
da barca Fluminense a 80 pesos. çambique». Segundo o governador-ge-
26/07/1830 – capitão, governador da ral, «rico, generoso e vaidoso».
baía de Lourenço Marques. Acusado de 04/03/1830 – em Moçambique, proprie-
logo no dia em que tomara posse ter per- tário da escuna S. Miguel, com passapor-
mitido carregamento «para o Brasil como te para Inhambane e Quelimane, com
escravos diversos negros que tinham sido escala por Sofala.
roubados por soldados, à ordem do filho 05/06/1830 – em Moçambique, comprou
do governador cessante, Custódio José a José de Sousa Vieira*, por 4 contos de
António Guimarães*». Mandava solda- reis, o brigue brasileiro Mariana e mu-
dos caçar escravos. dou-lhe o nome para Africano Oriental.
26/06/1830 – em Moçambique, pro-
171
[Santana, I, p. 944. II, pp. 561, 563]
prietário da escuna São Miguel, a seguir
1829 · Calfane para Inhambane, pede autorização para
SELEMANE BUANE CALFANE embarcar duzentas e cinquenta panjas
12/02/1829 – em Moçambique, capitão de milho.
(?) de pangaio desembaraçado na Alfân- 16/04/1831 – a escuna portuguesa São
dega. Miguel, de João da Silva Carrão, viajava
[Santana, I, p. 901] de Sofala para Moçambique. Piratas mu-
jojos assaltaram-na, mataram o capitão,

2007  E-BOOK CEAUP


José Capela

Martiniano Fortunato* Junior e mais baraçado na Alfândega o pangaio de


dois capitães e um soldado da tropa de Chande.
Sofala e levaram a escuna para uma das [Santana, I, p. 1137]
ilhas Comores. A escuna carregava mui-
tos escravos. 1829 · Correia
04/12/1847 – exonerado de oficial da ANTÓNIO DIAS CORREIA
secretaria do governo-geral e nomeado 1811-1830 – dentro deste período foi ne-
para o lugar de contador da Alfândega gociante de escravos no Rio de Janeiro.
de Moçambique. 13/04/1829 – no Rio de Janeiro, são-lhe
22/10/1858- curador na Junta Protec- remetidos 50 escravos, de Moçambique,
tora de Escravos e Libertos, onde deixou por Francisco Raimundo de Freitas*.
de aparecer por não concordar com a [Manolo Florentino. / AHM, códice 11-5831, fls. 174,
atribuição de liberdade a uma negra de 181 e 181 vs.]

harmonia com a posição de todos os se-


nhores de escravos. Oficial da secretaria 1829 · Costa
do governo-geral, contador da alfânde- ANTÓNIO FRANCISCO DA COSTA
ga, «ex-negreiro e protector dos negrei- 19/09/1829 – em Moçambique, capitão
ros de Angoche». do navio brasileiro Nossa Senhora da Gló-
[AHU, cx. 221, cap. 42 / Cx. 231, cap. 44 / Cx. 233, ria proveniente do Rio de Janeiro, carre-
cap. 29 / Cx. 247, cap. 145 / AHU, pasta 22, cap. 2 / gou 330 escravos, dos quais descarregou
Santana, I, pp. 761 e 874, II, pp. 51, 371, 498, 170, na Baía 299, em 27/12/1829.
671 e 918 / AHM, códice 11-85, portarias nº 89 e nº
[AHU, cx. 227, nº 32 / Santana II, p. 836 / Eltis]
119, fls. 39]

1829 · Diogo
1829 · Carvalho
DIOGO
ANTÓNIO (também DE)
20/08/1829 – em Moçambique, achava-
VASCONCELOS DE CARVALHO
se livre e desembaraçado pela Alfânde-
10/03/1829 – em Moçambique, capitão
ga, para seguir para Quelimane o brigue
do batel Aurora de Sangage, desembara-
7 de Julho, de que era capitão.
çado na Alfândega.
24/09/1829 – manifesto da carga trans-
10/01/1830 – capitão do hiate Ânimo
portada de Quelimane para Moçambi-
Grande, de Manuel António da Fonse-
que, constituída por dentes de marfim,
ca*, que estando em Sofala, pronto para
pesos espanhóis, patacas e escravos.
172 sair se encheu de água. Transferiu os es-
31/11/1829 – ido de Quelimane o brigue
cravos (cinquenta e dois entre negros e
7 de Julho entrou em Moçambique.
negras) para o brigue escuna Daphne em
[AHU, cx. 222, cap. 40 / Cx. 224, cap. 68 / Santana,
que segue para o Rio de Janeiro. I, pp. 892 e 977]
[AHU, cx. 226, cap. 28 / Santana, I, p. 1128. II, pp.
216, 217]
1829 · Donzelle
J. DONZELLE
1829 · Chande
10/07/1829 – em Moçambique, capitão
CHANDE
do brigue francês Elisa, desembaraçado
07/03/1829 – em Moçambique, desem-

E-book CEAUP  2007


Dicionário de Negreiros em Moçambique 1750-1897

na Alfândega para seguir para Bourbon. do navio brasileiro Conde do Rio Pardo
28/07/1830 – capitão do brigue-goleta proveniente do Rio de Janeiro, foi a Mo-
Les Deux Frères, proveniente de Bourbon çambique onde estava a 29/01/1830 e
e Madagáscar, que se fez arribar a Lou- de onde saiu com 572 escravos, dos quais
renço Marques. descarregou 441 no Rio de Janeiro, em
[Santana, I, p. 1133 e II, p. 439] 10/04/1830.
[AHU, cx. 227, nº 32 / Eltis]
1829 · Falcão
JOSÉ MARIA FALCÃO 1829 · Fonseca
14/07/1829 – em Moçambique, capi- JOSÉ SIMÕES DA FONSECA
tão do bergantim brasileiro Dezanove 10/12/1829 – capitão do navio Indústria
de Março, chegado a 13 de Junho, tinha que nesta data descarregou no Rio de Ja-
feito um terço da carregação de escravos neiro 567 escravos dos 600 carregados
que pretendia completar em Inhambane em Moçambique.
e Lourenço Marques. Despachado pelo [Eltis]
governador-geral.
20/07/1829 – despacho do governador- 1829 · Franco
geral mandando passar portaria de en- JOAQUIM ANTÓNIO FRANCO
trega do armamento e da pólvora que 21/01/1829 – em Moçambique, mes-
havia depositado na fortaleza. tre da galera brasileira Astrea, por todo
31/07/1829 – em Moçambique, capitão o armamento e pólvora em depósito na
do brigue brasileiro Dezanove de Março fortaleza e tencionar «embarcar parte da
desembaraçado para o Rio de Janeiro, escravatura que se acha comprada do seu
com escala por Inhambane e Lourenço carregamento» requer que seja dada or-
Marques. Saiu a 25/09/1829. Carregara dem ao comandante da praça para lhe fa-
638 escravos, dos quais descarregou no zer entrega daqueles artigos necessários
Rio de Janeiro 541, em 10/12/1829. «a fim de obstar qualquer insurreição».
[AHU, cx. 221, cap. 92 / Cx. 225, cap. 80 / Santana, I, 23/02/1829 – em Moçambique, capitão
pp. 1017, 1025 / Eltis] da galera Astrea, desembaraçada. Sai
com 867 escravos e descarrega 679 no
1829 · Ferreira Rio de Janeiro, em 19/05/1829.
ANTÓNIO XAVIER FERREIRA 21/12/1829 – em Moçambique, mestre
06/02/1829 – em Moçambique, desem- da galera brasileira Flor de Moçambique,
baraçado o brigue brasileiro Ceres, de
173
acabada de chegar.
que é mestre. Carregou 488 escravos e 18/01/1830 – em Moçambique, capitão
descarregou no Rio de Janeiro 448, em da galera brasileira Flor de Moçambique
08/04/1829. Armador, Brockenton*. que segue viagem para o Rio de Janeiro,
[AHU, cx. 218, cap. 82 / Santana, I, p. 901 / Eltis] de onde viera, com escala por Lourenço
Marques, onde vai completar o carrega-
1829 · Fidalgo mento de escravos.
F. DE P. FIDALGO 14/03/1830 – tendo partido de Moçam-
21/11/1829 – em Quelimane, capitão bique carregada de escravos, a galera

2007  E-BOOK CEAUP


José Capela

Flor de Moçambique tornara a entrar no capitão deslocou-se a Moçambique e re-


porto. O mestre da mesma requerera o quereu poder carregar naquele porto e
fretamento do brigue D. Estêvão de Ata- ser dispensado da ida à capital por causa
íde para nele carregar os escravos para da monção.
o Rio de Janeiro. O carregamento dos 12/01/1829 – o governador- geral des-
escravos foi feito e o navio partiu ainda pacha no sentido de o governador e de o
dentro do prazo permitido. feitor de Quelimane explicarem por que
10/07/1830 – em Moçambique, primeiro razão a escuna Victória se demorara tan-
tenente honorário, comandante do bri- to naquele porto.
gue de guerra português Dom Estevão de 13/01/1829 – o governador-geral autori-
Athaide que segue para Lisboa com escala za a carregação em Quelimane.
pelo Rio de Janeiro. O brigue fora fretado [AHU, cx. 218, caps. 25 e 58 / Santana, I, p. 878]
pela Junta da Real Fazenda de Moçambi-
que ao Joaquim António Franco que havia 1829 · Galvão
sido capitão e sobrecarga da galera brasi- JOSÉ DUARTE GALVÃO E C.ª
leira Flor de Moçambique, para transportar 21/12/1829 – proprietários da galera
ao Rio de Janeiro os escravos que levava. brasileira Flor de Moçambique, chegada a
Esta galera saída de Moçambique com Moçambique para aí fazer escravatura.
355 escravos, a 19 de Janeiro, arribara a [Santana, II, p. 877]
Moçambique, a 14 de Março, com água
aberta, tendo sido dada como incapaz. 1829 · Gannd
Alegando terem os escravos sido carrega- JOSÉ NICOLAU DE GROET
dos antes de 10 de Fevereiro, o fretamento GANND
e o transporte não se opunham ao estipu- 23/09/1829 – em Moçambique, mestre
lado nos tratados em vigor O brigue viria da escuna Mazipraia, da propriedade
a ser entregue à Regência da Terceira, a de Gabriel José de Sousa Ferreira*, des-
partir do Rio de Janeiro, aonde chegou a pachada para Quelimane, Inhambane e
24/10/1830, graças às diligências do côn- Sofala.
sul de Portugal, João Baptista Moreira*. [AHU, cx. 223, cap. 72]
31/07/1830 – em Moçambique, coman-
dante do brigue que se achava pronto a 1829 · Gervazio
partir com trezentos e quarenta e três es- J. GERVAZIO
cravos a bordo, restando embarcar doze. 20/10/1829 – em Moçambique, capi-
174
[AHU, cx. 218, caps. 34 e 111 / Cx. 227, caps. 8 e 32 tão do brigue Poliphemo, ido do Rio de
Códice 1431, fls. 43 vs. / Santana, I, pp. 893 e 1014. Janeiro, que saiu com 430 escravos e foi
II, pp.158, 796, 797, 816 e 877 / Eltis]
descarregar 396 ao Rio de Janeiro, em
09/12/1829.
1829 · Freitas
[Santana, II, pp. 835/6 / Eltis]
ANTÓNIO JOAQUIM DOS SANTOS
FREITAS 1829 · Issa
12/01/1829 – em Quelimane, piloto da ISSA
escuna brasileira Victoria, arribada. O 14/07/1829 – em Moçambique, capitão

E-book CEAUP  2007


Dicionário de Negreiros em Moçambique 1750-1897

de pangaio desembaraçado para seguir para as praias do Sul para compra de


para S. Lourenço. mantimento».
[Santana, I, p. 1135] [Santana, I, p. 1134. III, p. 583 e segs., pp. 762, 784
e 785]

1829 · Isufo
CHEI BONNA ISUFO 1829 · Lambate
27/03/1829 – em Moçambique, capitão AMAD SALÉ LAMBATE
(?) de pangaio desembaraçado na Alfân- 02/12/1829 – em Lourenço Marques,
dega. mestre da escuna Victória que segue via-
[Santana, I, p. 897] gem para Moçambique.
[AHU, cx. 225, cap. 4]

1829 · Iuma
ABITO BONA IUMA 1829 · Lisboa
01/04/1829 – em Moçambique, capitão LUÍS LISBOA
(?) de pangaio proveniente de Quíloa. 16/08/1829 – morador em Quelimane,
[Santana, I, p. 901] era negociante de escravos no sertão
para o sr. Araujo (Miguel Antonio de Oli-
1829 · James veira Araujo*?). Requer autorização ao
JAMES (?) governador de Quelimane para «ir no
05/08/1829 – em Moçambique, capi- sertão tratar negócio de alguns escravos
tão(?) do brigue americano Chamot, de- para seu arranjo».
sembaraçado na Alfândega. [AHU, cx. 222, cap. 28 / Santana, I, p. 1028]

[Santana, I, p.1130]
1829 · Madruga
1829 · Javerchande F. P. N. MADRUGA
VELGI JAVERCHANDE (também 28/09/1829 – em Moçambique, capitão
Jevarchande) do navio Maria Segunda, que saiu para
19/02/1829 – em Moçambique, desem- o Rio de Janeiro com 297 escravos, dos
baraçado pangaio fretado por Velgi Ja- quais descarregou 210 no Rio de Janeiro,
verchande. em 22/12/1829.
[AHU, cx. 227, nº 32 / Eltis]
10/01/1832 – em Moçambique, proprie-
tário do batel O Grande Pancão, que é au-
torizado a ir em direitura a Sofala, dali 1829 · Mamod
CHANDE MAMOD 175
voltando a Moçambique.
28/12/1831 – em Moçambique, junta- 06/03/1829 – em Moçambique, capitão
mente com Deuchande Ary, procede a (?) de pangaio desembaraçado na Alfân-
contrato de fretamento com o capitão do dega.
[Santana, I, p. 1128]
brigue português Maria, Luis Maria Fer-
nandes*, para viagem a Quelimane na
«presente monção». 1829 · Marchande
02/1832 – em Moçambique, pede pas- MAMAD MARCHANDE
saporte para «mandar a sua barquinha 29/05/1829 – em Moçambique, capitão

2007  E-BOOK CEAUP


José Capela

(?) de pangaio desembaraçado na Alfân- conta da navegação do navio»: 30 escra-


dega. vos e escravas a seguir para Moçambique.
11/07/1829 – em Moçambique, capitão 08/01/1830 – em Sofala, estava a ser
(?) de pangaio desembaraçado na Alfân- vendida a carga retirada dos armários do
dega, segue para S. Lourenço. brigue Daphne de que era capitão.
[Santana, I, p. 899 e 1133] 15/03/1830 – o brigue Daphne em Mo-
çambique, a sair para o Rio de Janeiro.
1829 · Martins 23/06/1830 – no Rio de Janeiro, descar-
JOAQUIM MARTINS regou 188 escravos dos 288 carregados
03/09/1829 – capitão da barca Amizade em Moçambique.
proveniente e destinada ao Rio de Ja- [AHU, cx. 218, cap. 18 / Cx. 224, cap. 117 / Cx. 226,
neiro, desembaraçada em Moçambique cap. 22 / Eltis]

para ir ao porto de Quelimane onde car-


regou 636 escravos dos quais foi descar- 1829 · Missene
regar 625 ao Rio de Janeiro. Armadores MAMOD BONA MISSENE
João Bonifácio Alves da Silva* e João 03/02/1829 – em Moçambique, senho-
Manuel da Silva Guimarães Sumatra rio e capitão de pangaio desembaraçado
Campeão* que se fizeram transportar na Alfândega.
nesta barca de Quelimane para o Rio de [Santana, I, p. 894]

Janeiro.
[AHU, cx. 223, cap. 11 / Santana, I, p. 916 e II, p. 835 1829 · Mudomar
/ Eltis] CHEA MUDOMAR
19/02/1829 – em Moçambique, capitão
1829 · Matos de pangaio fretado por Velgi Javerchan-
J. DE D. MATOS de, desembaraçado na Alfândega.
16/02/1829 – em Moçambique, capi- [Santana, I, p. 1134]
tão da escuna Epifania, chegada do Rio
de Janeiro em 15/01/1829, tendo como 1829 · Mussagi
mestre Miguel Alves Machado de Carva- DANE MUSSAGI
lho*, desembaraçada, com 156 escravos, 09/03/1829 – em Moçambique, capitão
dos quais desembarcou 123 no Rio de Ja- da escuna Vitória, desembaraçada na Al-
neiro, onde chegou em 05/04/1829. fândega.
[AHU, cx. 227, nº 32 / BNL, códice 1376, fls. 272 / [AHU, cx. 225, cap. 80 / Santana, I, p. 1132]
176 Eltis]

1829 · Oliveira
1829 · Meira FELIX LUÍS DE OLIVEIRA
JOSÉ MARIA MEIRA 13/04/1829 – no Rio de Janeiro, consig-
26/11/1829 – capitão e caixa do brigue natário de 12 escravos remetidos de Mo-
escuna Daphne, ido do Rio de Janeiro e çambique, no brigue escuna Vitória, por
naufragado em Sofala. Francisco Raimundo de Freitas*.
09/01/1829 – em Sofala, manifesto dos [AHM, códice 11 – 5831, fls. 174, 181 e 181 vs.]
escravos do brigue escuna Saphne, «da

E-book CEAUP  2007


Dicionário de Negreiros em Moçambique 1750-1897

1829 · Omar de Janeiro sem perder a administração


BONA OMAR do prazo Gorongosa. Como os três asso-
03/04/1829 – em Moçambique, proprie- ciados no tráfico de escravos, logo após
tário de pangaio desembaraçado na Al- a chegada ao Rio de Janeiro, tinham fi-
fândega. nanciado a Regência da Terceira, o go-
[Santana, I, 893] verno de Lisboa decretou o sequestro de
todos os seus bens.
1829 · Omar 20/11/1835 – subscreve carta de agrade-
SUDE OMAR cimento à Rainha D. Maria pelo regresso
23/03/1829 – em Moçambique, o seu do cônsul João Baptista Moreira* às suas
pangaio é declarado desembaraçado funções no Rio de Janeiro.
pela Alfândega. 06/04/1839 – subscreve a representação
[Santana, I, p. 1127] dos comerciantes portugueses no Rio de
Janeiro defendendo o cônsul-geral de
1829 · Ottomane Portugal acreditado como encarregado
OTTOMANE de negócios e acusado de «não haver no
17/07/1829 – em Moçambique, capitão consulado a mínima vigilância para com
(?) de pangaio desembaraçado na Alfân- as pessoas que se empregavam no co-
dega para seguir para para Angagiza. mércio de África».
[Santana, I, p. 895] [AHU, cx. 236, cap. 2 / Cx. 237, cap. 31 / Santana,
II, p. 1003]

1829 · Pedrosa
ANTÓNIO JOSÉ PEDROSA 1829 · Perfeito
Natural do Reino, estabelecera-se em JOAQUIM ALBINO GONÇALVES
Moçambique onde casou com a neta do PERFEITO
grande comerciante António da Cruz e 17/01/1829 – em Moçambique, coman-
Almeida*. dante do brigue brasileiro Mariana,
Em finais de 1829 partiu para o Rio de declara não exigir qualquer frete ou in-
Janeiro juntamente com João Bonifácio demnização pelo transporte de Moçam-
Alves da Silva* e Sumatra Campião*, os bique a Lourenço Marques de géneros ou
três com cargas de escravos a cujo tráfico fazendas.
se dedicavam. 18/05/1829 – em Moçambique, coman-
21/04/1830 – requer certidão relativa dante do bergantim Mariana, desemba-
raçado na Alfândega com 558 escravos a
177
ao prazo Gorongosa de que era titular
sua mulher, D. Joana da Cruz e Almeida. bordo, dos quais desembarcou no Rio de
03/07/1830 – do Rio de Janeiro des- Janeiro 538.
pacha para o governador-geral de Mo- [Santana, I, pp. 894 e 1047 / AHU, cx 220, cap. 116 /
Cx. 227, cap. 32 / Eltis]
çambique o teor de um requerimento
que terá sido apresentado em Lisboa no
1829 · Pinheiro
qual afirma ter ido ao Rio de Janeiro li-
quidar o seu negócio. Tendo que se de- LUÍS JOSÉ SOARES PINHEIRO
morar pede mais tempo para ficar no Rio 07/08/1829 – em Moçambique, capitão

2007  E-BOOK CEAUP


José Capela

da galera brasileira Trinta de Março, re- o filho do governador cessante, Custó-


quer autorização para ir fazer o seu car- dio José António Teixeira*, a levar para
regamento de escravos a Quelimane. Ao o Rio de Janeiro escravos roubados por
deferimento do governador mandando soldados, à ordem deste e de enviar ex-
fazer pelo menos metade do carrega- pedições de soldados da guarnição a ca-
mento em Moçambique, alega o preju- çar escravos.
ízo que sofreria o dono do navio que já 26/07/1830 – António José Lamego Ca-
tinha justo em Quelimane o carregamen- bral, que mandara preso para Moçambi-
to desde o ano anterior. Deferido pelo que, acusa-o de se ter encarregado, com
governador. Alegava não levar escravos o feitor, de comprar escravatura para as
de frete mas somente os do seu mercante galeras Águia do Brasil e Flor de Moçam-
que tem os fundos em Quelimane. Car- bique. O sobrecarga da barca brasilei-
regou 602 escravos, saiu de Quelimane ra Fluminense partira com 200 ou mais
em 01/11/1829 e descarregou no Rio de escravos, não tendo feito pagar direitos
Janeiro 567, em 16/12/1829. aos artigos descarregados, artigos que
[Santana, I, pp. 1160 e 1161 / AHU, cx. 222, cap. 6 ascendiam a quinze mil pesos e seriam
/ Eltis] pagos com escravos, ao preço unitário de
55 pesos.
1829 · Rachide [AHU, cx. 225, caps. 67 e 73 / Santana, I, p. 944. II,
SALIMO BONA RACHIDE p. 562]
09/05/1829 – em Moçambique, capitão
(?) de pangaio oriundo de Zanzibar, de- 1829 · Rosa
sembaraçado na Alfândega. CAETANO XAVIER VELASCO DA
[Santana, I, p. 897] ROSA
08/09/1829 – João Bonifácio Alves da
1829 · Ribeiro Silva* saca sobre ele uma letra por 19 es-
DIONÍSIO ANTÓNIO RIBEIRO cravos.
30/12/1829 – auto: acusações ao ma- [AHM, códice 11-5831, fls. 199]
jor por comissão, governador interino
de Lourenço Marques, Dionísio Ribeiro. 1829 · Sahide
Estando ainda em Lourenço Marques SEFO SAHIDE
o governador Teixeira*, que fora sus- 05/02/1829 – em Moçambique, senho-
penso, chegou a galera Águia do Brasil, rio e capitão de pangaio desembaraçado
178 com muitas fazendas para compra de na Alfândega.
escravos que deveriam ser entregues ao [Santana, I, p. 900]
Ericeira, comandante da barca Conde de
S. Lourenço, (que tinha levado para Lou- 1829 · Saide
renço Marques o governador Ribeiro). AMIRE BONA SAIDE
Ambos os navios são do mesmo dono. O 17/07/1829 – em Moçambique, capitão
governador não as deixou entregar e fi- (?) de pangaio desembaraçado na Alfân-
cou com elas para contrabando. dega para seguir para S. Lourenço.
22/07/1830 – acusado de ter autorizado [Santana, I, p. 895]

E-book CEAUP  2007


Dicionário de Negreiros em Moçambique 1750-1897

1829 · Saide da escuna Flor de Inhambane, do senho-


MAMADE SAIDE rio de Mamode Amade Saibo, a seguir
02/03/1829 – em Moçambique, capitão para Inhambane.
(?) de pangaio desembaraçado na Alfân- [AHU, cx. 222, cap. 17]
dega.
[Santana, I, p. 1829] 1829 · Santos
JOAQUIM FERREIRA DOS
1829 · Sales SANTOS (Conde de Ferreira)
JOAQUIM DE SALES Reconhecidamente, um dos maiores ne-
26/09/1826 – capitão do brigue Vinte e gociantes de escravos no universo colo-
Oito de Março, a sair para Quelimane. nial português. Aquele que teve a maior
24/10/1829 – em Moçambique, mestre repercussão na sociedade portuguesa e
do bergantim português Dom Manuel de que mais intervenção financeira desen-
Portugal e Castro, pronto a seguir para o volveu nessa mesma sociedade.
Rio de Janeiro. Nasceu a 4 de Outubro de 1782, quin-
[AHU, cx. 206, cap. 49 / Cx. 209, cap. 116 / Cx. 224, to filho de um casal de lavradores da
cap. 47]
freguesia de Campanhã, no Porto. Ini-
ciou-se na preparação académica que
1829 · Salimo lhe permitiria receber ordens canónicas.
ALFANE BONA SALIMO Não tendo seguido a carreira eclesiásti-
11/04/1829 – em Moçambique, capitão ca, a formação literária adquirida viria a
(?) de pangaio oriundo de Zanzibar e de- ser-lhe de grande proveito pois lhe per-
sembaraçado na Alfândega. mitiu cultivar uma escrituação comercial
[Santana, I, p. 899]
primorosa. Escrituração essa que rema-
nesce como porventura raro e esclarece-
1829 · Salimo dor testemunho dos mecanismos dentro
BONA SALIMO dos quais funcionava o que foi esse gran-
11/03/1829 – em Moçambique, capitão de negócio de seres humanos.
(?) de pangaio desembaraçado na Alfân- Como era então de hábito para os da sua
dega. igualha, de caixeiro em estabelecimen-
[Santana, I, p. 1133]
to comercial do Porto, emigrou para o
Brasil cerca de 1800. Como muitos dos
1829 · Salimo
emigrados, de empregado passa a nego- 179
USSENE BONA SALIMO ciante de conta própria, valendo-se de
30/05/1829 – em Moçambique, capitão consignações que lhe são remetidas do
(?) de pangaio desembaraçado na Alfân- Porto cujas facturas salda com os produ-
dega. tos coloniais de torna-viagem. Estas teias
[Santana, I, p. 1137]
comerciais sustentadas por ligações fa-
miliares e de proximidade social permi-
1829 · Sanches
tem a edificação de núcleos comerciais
JOSÉ MIGUEL SANCHES de grande capacidade que rapidamente
10/06/1829 – em Moçambique, capitão se instalam no comércio triangular de

2007  E-BOOK CEAUP


José Capela

que o tráfico de escravos é pivot. A breve de a sua casa comercial ter sido sujeita
trecho, armava o brigue Activo e deslo- a uma devassa e terem sido encontrados
cava-se à costa de Angola, onde estabe- escravos importados após a proibição de
lece relações comerciais com casas de 1830 acordada entre o Brasil e a Ingla-
Luanda. Em Cabinda aborda chefes lo- terra. O limite de datas imposto à im-
cais com os quais realiza acordos e onde portação de escravos criou numerosos
cria uma feitoria. Pelo que foi agraciado conflitos judicias nomeadamente com
por D. João VI com o hábito da Ordem base na data de saída dos navios negrei-
de Cristo. Voltará à costa africana ainda ros e outros dos portos africanos. Mas a
duas vezes mas instalar-se-á depois no causa principal da saída de negreiros do
Rio de Janeiro. Entre 1816 e 1828, de Brasil para Portugal, que então se veri-
consignação e por conta própria terá im- ficou, ficou a dever-se aos conflitos so-
portado de África para o Brasil cerca de ciais que em muitos casos configuraram
10 000 escravos. hostilidades de interesses incluindo os
1829 – é-lhe consignada a caga do na- que radicavam no tráfico de escravos.
vio Amália, capitão José Ferreira Maia*, Também hostilidade acicatada por algu-
que, depois de embarcar 800 escravos ma imprensa.
em Lourenço Marques, chega ao Rio de Desembarca em Lisboa em 8 de Setem-
Janeiro com 783, em 10/12/1829. bro de 1832, em plena guerra civil.
O seus negócios, além de Angola, esten- 09/08/1833 – subscreve o empréstimo
deram-se para os estados do Norte e do nacional desta data.
Sul do Brasil e Portugal. Em Londres, a Terminada a guerra civil fixa residência
casa Finnie administrava-lhe as aplica- no Porto e retoma a actividade comercial
ções financeiras nomeadamente em tí- nomeadamente com o Rio de Janeiro e
tulos de dívida pública de várias nações através do seu brigue Activo. E passa a in-
europeias incluindo Portugal. No Brasil vestir nos grandes empreendimentos do
possuía prédios de rendimento no Rio liberalismo. Compra acções da Compa-
de Janeiro e duas fazendas com cente- nhia das Lezírias. Em 1835, disputa com
nas de escravos e engenhos de açúcar e João Ferreira dos Santos Silva (barão de
de mandioca. Na independência do Bra- Santos), a presidência da Direcção do
sil adoptou a nacionalidade brasileira. Banco Comercial do Porto, na sua fun-
Como outros grandes negreiros, bem dação. Aliás, era accionista das compa-
relacionado com a corte, contribui com nhias de seguros Permanente, Concórdia
180
12 contos de réis para os encargos com e Providente e co-fundador da Boa-Fé e
o corpo expedicionário liberal português Retribuição.
que aporta ao Rio de Janeiro. Com a proclamação cartista no Porto e
Em 1832 retira-se para Portugal. Faz a com a instalação no poder daquele que
viagem no seu brigue Activo carregado será o seu grande amigo, Costa Cabral,
de açúcar e de couros. Remete à casa é nomeado Presidente da Comissão do
Finnie, de Londres, letras no valor de Tesouro, responsável pela manutenção
12500 libras. A causa próxima do re- das tropas. Põe os seus capitais à disposi-
gresso a Portugal parece ter sido o facto ção da Comissão e promove uma subscri-

E-book CEAUP  2007


Dicionário de Negreiros em Moçambique 1750-1897

ção a favor de Costa Cabral. Valendo-lhe 1829 · Silva


tudo a nomeação como Par do Reino por JOSÉ IGNÁCIO DA SILVA
carta régia de 03/05/1842. O que tam- 13/04/1829 – proprietário do brigue es-
bém o obrigou a recuperar a nacionali- cuna Victória que carregou escravos em
dade portuguesa. Fê-lo na véspera da Quelimane, para o Rio de Janeiro. Carre-
data da carta através de declaração à Câ- gadores, Francisco Raimundo de Freitas*
mara Municipal do Porto. e capitão Ventura José de Oliveira Viana*.
07/10/1842 – é feito barão. [AHM, códice 11-5831, fls. 174]
21/06/1843 – é feito visconde
06/08/1850 – é feito conde. 1829 · Sultane
Faz parte da sociedade dos Contratos ABDALA BONA SULTANE
do Tabaco, Sabão e Pólvora de que será 06/05/1829 – em Moçambique, capitão
Caixa-Geral. É Presidente da Companhia (?) de pangaio oriundo de Quíloa, de-
Confiança Nacional e transita para o sembaraçado na Alfândega.
Banco de Portugal como accionista desta [Santana, I, p. 898]

quando da sua fusão com o Banco de Lis-


1829 · Umar
boa. Também accionista da Companhia
dos Canais de Azambuja, Companhia BANA UMAR
das Obras Públicas e Companhia de Gás 05/03/1829 – em Moçambique, capitão
Lisbonense. (?) de pangaio desembaraçado na Alfân-
Faleceu a 24 de Março de 1866, com 84 dega.
[Santana, I, p. 1129]
anos de idade, na sua casa do Bonfim, no
Porto.
1829 · Vasconcelos
[Jorge Fernandes Alves, Percursos de Um Brasileiro do
Porto – O Conde de Ferreira / Manolo Florentino] ANTÓNIO VASCONCELOS
09/03/1829 – capitão do batel Aurora de
1829 · Saraane Sangage, desembaraçado na Alfândega
SARAANE de Moçambique.
[AHU, cx. 225, cap. 80]
11/05/1829 – em Moçambique, capitão
(?) de pangaio desembaraçado na Alfân-
1829 · Vicente
dega.
[Santana, I, p. 896]
JOSÉ VICENTE
10/04/1829 – em Moçambique, desem-
1829 · Silva
baraçada na Alfândega a palinha Mar- 181
quês de Aguiar, de que é capitão.
ANTO DA SILVA
[Santana, I, p. 893]
08/12/1829 – em Pernambuco, primeiro
armador do navio brasileiro Dois Irmãos, 1829 · Wadek
de que era capitão Gil Thomás dos San-
ANDRÉ WADEK
tos*, descarrega 281 escravos dos 359
29/05/1829 – capitão do brigue ameri-
que tinha carregado em Moçambique,
cano Apregen, desembaraçado na Alfân-
onde chegara em 26/01/1829.
dega de Moçambique.
[Santana, I, p. 1132. II, p. 835 / Eltis]
[AHU, cx. 225, cap. 80]

2007  E-BOOK CEAUP


José Capela

1830 · Abede do, procede ao manifesto de carga.


SAIDE BONA ABEDE [Santana, II, p. 821]
23/04/1830 – em Moçambique, capitão
de pangaio proveniente de S. Lourenço, 1830 · Achir
procede ao manifesto de carga. NOROR BONA ACHIR
24/05/1830 – em Moçambique, capitão 15/02/1830 – em Moçambique, capitão
de pangaio proveniente de Boquine (?), de pangaio ido de Pemba, procede ao
procede ao manifesto de carga. manifesto de carga.
[Santana, II, pp. 818, 820] [Santana, II, p. 826]

1830 · Abudala 1830 · Acire


AFIDO BONA ABUDALA ANADE BONA ACIRE
07/02/1830 – em Moçambique, capitão 26/01/1830 – em Moçambique, capitão
de pangaio ido de Anguja (?) (Angazi- de pangaio ido de Quíloa, procede ao
cha?), procede ao manifesto de carga. manifesto de carga.
[Santana, II, p. 827] [Santana, II, p. 828]

1830 · Abudala 1830 · Acubugi


ALY BONA ABUDALA MANGI ACUBUGI (também
10/03/1830 – Em Moçambique, capitão Mangy Acubgy)
de pangaio ido de Quíloa e Cabo Delga- 26/05/1830 – em Moçambique, mestre
do, procede ao manifesto de carga. da chalupa Pescador, prestes a sair para
[Santana. II, p. 824] Quelimane.
30/07/1830 – em Moçambique, mestre da
1830 · Abudala chalupa Pescador, chegada de Quelimane,
MAMODE ABUDALA manifesta a carga com 21 escravos.
01/02/1830 – em Moçambique, capitão [Santana, II, pp. 695 e 808 / AHU, cx. 235, cap. 95]
de pangaio ido de Anjoane, procede ao
manifesto de carga. 1830 · Aguiar
[Santana. II, p. 827] JOSÉ CORREIA DE AGUIAR
02/07/1830 – proprietário do bergantim
1830 · Abudala português Brilhante, em Moçambique,
SALIMO BONA ABUDALA proveniente do Rio de Janeiro, a cami-
182
11/01/1830 – em Moçambique, capitão nho de Goa.
de pangaio ido de Xole (?), procede ao [Santana, II, p. 807]
manifesto de carga.
[Santana, II, p. 830] 1830 · Agy
ALY BONA AGY
1830 · Abudala 07/05/1830 – em Moçambique, capitão
SELEMONE BONA ABUDALA de pangaio ido de S. Lourenço, procede
18/04/1830 – em Moçambique, capitão ao manifesto de carga.
de pangaio ido de Quíloa e Cabo Delga- [Santana, II, p. 819]

E-book CEAUP  2007


Dicionário de Negreiros em Moçambique 1750-1897

1830 · Agy 1830 · Alofane


SALEMANE BANA AGY SELEMANE BONA ALOFANE
06/03/1830 – xeque de Quitangonha, 24/01/1830 – em Moçambique, capitão
com pangaio ou pangaios próprios, em de pangaio ido de Mugal(?), procede ao
carta ao governador-geral, lamenta-se manifesto de carga.
por este sempre fazer apreender, como [Santana, II, p. 828]
contrabando, os escravos que mandava
para venda. 1830 · Alves
25/11/1830 – afirma ao governador ALVES LTD.
serem seus os escravos que aquele lhe 14/04/1830 – no Rio de Janeiro, arma-
mandara tomar. dores da galera brasileira Incomparável
31/12/1830 – em carta para o governa- que desembarcou 394 dos 440 escravos
dor-geral: «eu creio, senhor, que todos que carrregara em Moçambique.
fazem negócios dos escravos e não têm [Eltis]

tanto incómodo como tenho eu».


[Santana, II, pp. 379, 382, 383. III, pp. 578 e segs.] 1830 · Alves
JOAQUIM ANTÓNIO ALVES
1830 · Aldanha 1811/1830 – dentro deste período, co-
SIMÃO DA ROCHA MUNHÓS E merciante de escravos no Rio de Janeiro.
ALDANHA 15/02/1830 – proprietário da galera
26/041830 – em Moçambique, piloto do brasileira Sete de Março, que manifesta a
brigue Mariana, pede ao governador-geral carga em Moçambique, chegado do Rio
para ser desligado do serviço do brigue. O de Janeiro.
navio detivera-se em Lourenço Marques [Manolo Florentino / AHU, cx. 228, cap. 52 / Santa-
na, II, p. 802]
contra as suas instruções e ia sair de Mo-
çambique carregado de escravos fora do
1830 · Aly
prazo legal pelo que não podia ser obriga-
MASANTE (também Masute)
do a praticar contrabando e pirataria.
[Santana, II, p. 671]
BONA ALY
21/02/1830 – em Moçambique, capitão
1830 (?) · Almeida de pangaio ido de Mugau, procede a ma-
LUIS CORREIA DE ALMEIDA nifesto de carga.
1930 (?) – em Moçambique, embarcou 27/12/1832 – em Moçambique, capitão
na charrua Lucónia um negro a entregar de pangaio ido de Quíloa, com 5 dias de 183
ao mesmo carregador. viagem, procede ao manifesto de carga.
[Santana, III, p. 901] [Santana, II, p. 826. III, p. 752]

1830 (?) · Almeida 1830 · Amade


PEDRO HENIQUE DE ALMEIDA ABUDALA BONA AMADE
1830 (?) – em Moçambique, embarcou 27/03/1830 – em Moçambique, capitão
na charrua Luconia dois negros a entre- de pangaio ido de Monfia e Cabo Delga-
gar ao mesmo carregador. do, procede ao manifesto de carga.
[Santana, III, p. 901] [Santana, II, p. 820]

2007  E-BOOK CEAUP


José Capela

1830 · Amade de pangaio ido de S. Lourenço, procede


BONAIDE BONA AMADE ao manifesto de carga.
13/01/30 – em Moçambique, capitão de 07/10/1830 – em Moçambique, capitão
pangaio ido de Angazicha, procede ao de pangaio ido de Anjoane.
manifesto de carga. [Santana, II, p. 32]
[Santana, II, p. 830]
1830 · Amise
1830 · Amade RACHIDE BONA AMISE
MENECHANDE BONA AMADE 13/02/1830 – em Moçambique, capitão
05/01/183 – em Moçambique, capitão de pangaio ido de Mugau, procede ao
de pangaio ido de Monfia, procede ao manifesto de carga.
manifesto de carga. [Santana, II, p. 826]
[Santana, II, p. 831]
1830 · Anlane
1830 · Amade MOMADE BONA ANLANE
MUENHA ABUDALA BONA AMADE 05/01/1830 – em Moçambique, capitão
14/01/1830 – em Moçambique, capitão de pangaio ido de Monfia, procede ao
de pangaio ido de Monfia, procede ao manifesto de carga.
manifesto de carga. [Santana, II, p. 831]
[Santana, II, p. 829]
1830 · Antomane
1830 · Amade ANTOMANE
SAIDE BONA AMADE 19/06/1830 – no Ibo, capitão do pan-
08/05/1830 – em Moçambique, capitão gaio Guage, saído do porto de Molale
de pangaio ido de Angujá (?), procede com destino a Moçambique, obrigado a
ao manifesto de carga. arribar ao Ibo.
[Santana, II, p. 820] [Santana, II, p. 371]

1830 · Amade 1830 (?) · António


SAID UMAR BOM AMADE (o CRISPIM ANTÓNIO
mesmo que Sede Omar Bone 1830 (?) – em Moçambique, embarcou
Amad?) na charrua Lucónia um negro a entregar
26/01/1830 – em Moçambique, capitão ao mesmo carregador.
184
(?) do pangaio Fatal Cahir a que fora [Santana, III, p. 901]

concedido passaporte para seguir para


Quíloa, concessão declarada irregular. 1830 · Araujo
[Santana, II, p. 858] FIDÉLIO JOSÉ DE ARAUJO
04/03/1830 – em Moçambique, mes-
1830 · Amade tre da escuna S. Miguel, com passaporte
XABANI (também Chabane) para Inhambane e Quelimane, com esca-
BUNU (também Buna) AMADE la por Sofala.
26/09/1830 – em Moçambique, capitão 24/04/1830 – em Sofala, mestre da es-

E-book CEAUP  2007


Dicionário de Negreiros em Moçambique 1750-1897

cuna S. Miguel, a sair para Moçambique. 1830 · Bai


10/05/1830 – arribara a um rio perto de AMO BAI
Quelimane, carente de água, por não po- 20/05/1830 – em Moçambique, capitão
der entrar em Quelimane. da pala Ramo Passa, faz o manifesto da
31/05/1830 – em Moçambique, mestre carga proveniente de Surrate.
da escuna S. Miguel, procede ao manifes- [Santana, II, p. 809]
to de carga com 21 escravos.
24/12/1830 – em Sofala, mestre da es- 1830 · Barreiros
cuna S. Miguel, passou recibo dos escra- ANTÓNIO JOSÉ OLIVEIRA
vos a conduzir para Moçambique. BARREIROS
[Santana, II, pp. 16, 128 e 371. III, p. 67] 07/01/1830 – em Moçambique, capitão
do bergantim Minerva, paga os direitos
1830 · Asane dos escravos que traz de Quelimane car-
AMISE BUNNA ASANE (também regados em excesso e sai com 434. Des-
Amice Boana Asane) carrega no Rio de Janeiro 404.
29/10/1830 – em Moçambique, capitão [AHU, cx. 226, cap. 16 / Santana, II, p. 203 / Eltis]
de pangaio ido de S. Lourenço, procede
ao manifesto de carga. 1830 (?) · Barreto
18/10/1832 – em Moçambique, capi- JERÓNIMO JOSÉ BARRETO
tão de pangaio ido de Angazicha, com 3 1830 (?) – em Moçambique, embarcou
dias de viagem, procede ao seu desem- na charrua Luconia seis negros a entre-
baraço. gar ao mesmo carregador.
[Santana, II, p. 804; III, p. 752] [AHU, avulsos de Moç., mç. 30]

1830 · Assane 1830 · Bastos


SELEMANE BUNO ASSANE ANTÓNIO TEIXEIRA MACHADO
(também Selemane Bona DE BASTOS
Assane) 12/05/1830 – capitão da galera Novo
17/09/1830 – em Moçambique, ido de An- Dourado que, ida do Rio de Janeiro, a
gazicha, procede ao manifesto da carga. caminho de Macau, estava em Moçambi-
02/10/1830 – em Moçambique, tendo que onde procede ao manifesto de carga.
vendido os géneros que trouxera de Ga- Requer autorização para fazer entrar a
giza, pede para sair. bordo como marinheiros, em substitui- 185
[Santana, II, pp. 33 e 806] ção de outros que se haviam ausentado,
nove negros; o governador defere «des-
1830 (?) · Assis de que mostre ter pago os respectivos di-
FRANCISCO ANTÓNIO DE ASSIS reitos da exportação».
1830 (?) – em Moçambique, embarcou [AHU, cx. 232, cap. 24. / Santana, II, pp. 398 e 820]

na charrua Lucónia um negro a entregar


ao mesmo carregador. 1830 · Bastos
[Santana, III, p. 901] M. D. BASTOS
08/02/1830 – em Lourenço Marques, ca-

2007  E-BOOK CEAUP


José Capela

pitão da galera brasielria Águia do Brasil 1830 · Caldeira


que aí carregou 599 escravos dos quais ANTÓNIO JOSÉ DA SILVA
descarregou 591 no Rio de Janeiro, em CALDEIRA (também António da
27/04/1830. Silva Caldeira)
[Eltis] 1811-1830 – dentro deste período comer-
ciante de escravos no Rio de Janeiro.
1830 · Bay 28/06/1820 – do Rio de Janeiro, o con-
ASANE BAY de dos Arcos comunica ao governador-
11/03/1830 – em Moçambique, capitão geral de Moçambique que o negociante
de pangaio ido de Anjouan, procede ao daquela praça, António da Silva Caldei-
manifesto de carga. ra, proprietário da galera Esperança, vai
[Santana, II, p. 823] para Inhambane carregar escravos.
28/09/1820 – com 69 dias de viagem,
1830 · Beneamad a galera Esperança, do senhorio de An-
ABEDELÁ BENEAMAD tónio José da Silva Caldeira e Cª, ido do
04/11/1830 – capitão e proprietário do Rio de Janeiro, com 69 dias de viagem,
pangaio Fattequer, naufragado na barra garrou e naufragou à entrada do porto
de Quelimane. de Inhambane.
[Santana, II, p. 213] [Manolo Florentino / AHU, cx. 169, cap. 130 / Cx.
171, cap. 134]
1830 · Brito
LUÍS ANTÓNIO DE BRITO 1830 · Cardoso
26/11/1830 – em Quelimane, nego- BENTO JOSÉ CARDOSO
ciante e comissário volante, náufrago de 22/06/1830 – em Moçambique, coman-
uma escuna patacho, pretende regressar dante do bergantim Delfim, arribado a
a Moçambique num brigue brasileiro Moçambique «por força de temporais
levando consigo um escravo para quem que sofreu no Cabo da Boa Esperança, na
pede passaporte porque o navio, sendo sua viagem de Macau para Lisboa», pede
brasileiro, não pode admitir escravos a vistoria ao navio.
bordo. [Santana, II, p. 501]
[Santana, II, p. 202]
1830 · Carvalho
1830 · Cadry RAFAEL ANTÓNIO DE CARVALHO
186 23/08/1830 – em Inhambane, em nome
ABUDALA CADRY (o mesmo que
Abdolá Cadir?) da Companhia Comercial, pede autori-
10/03/1830 – em Moçambique, capitão zação para o transporte de Inhambane
de pangaio ido de Bombaim e Mulale, para Moçambique de «dez escravos afim
procede ao manifesto de carga. de serem ali trocados e remetidos para o
[Santana, II, p. 824] serviço desta casa ou da maneira possí-
vel cambiados».
07/03/1841 – comerciante negreiro de
Inhambane, nesta data em Moçambique.

E-book CEAUP  2007


Dicionário de Negreiros em Moçambique 1750-1897

29/12/1845 – denunciado pelo governa- 12/05/1829 – vendeu todos os escravos


dor-geral como negreiro, estava a proce- que tinha em Quelimane a Francisco Luís
der contra ele por conivência no tráfico. Amaro, através do seu procurador local,
Governador em Cabo Delgado antes de João Bonifácio Alves da Silva*.
outro negreiro, Rodrigo Jacinto de Sou- 11/03/1846 – nesta data, consta da List
sa*, que fora destituído. of the Principal Slave Dealers at Rio de Ja-
29/12/1845 e 07/03/1846 – preso à or- neiro, 1845, elaborada pelos Comissários
dem do governador-geral e processado em Britânicos.
processo crime por tráfico de escravos. 1850 – armador do navio Flor do Douro
[Santana, II, p. 40 / AHU, pasta nº 7, cap.1 / Pasta nº que foi ao Ibo carregar 612 escravos (nú-
9, cap. 5 / Pasta nº 10, cap. 5 / AHM, códice 11-183, mero imputado) de que desembarcou
fls. 151 vs.]
499 em Marica, em 03/1850.
[AHM, códice 11-5831, fls. 215, vs. / Manolo Floren-
1830 · Cesário tino / Eltis]
ANTÓNIO CESÁRIO
1830 (?) – em Moçambique, embarcou 1830 · Cruz
na charrua Lucónia um negro a entregar AGOSTINHO JOSÉ DA CRUZ
ao mesmo carregador. 23/08/1830 – em Inhambane, requer
[Santana, III, p. 901] autorização ao governador para trans-
portar a Moçambique «oito escravos em
1830 · Chande que entra uma negra».
MUENHA CHANDE [Santana, II, p. 40]
05/01/1830 – em Moçambique, capitão
de pangaio ido de Monfia, procede ao 1830 · Damador
manifesto de carga. PORSOTAMO DAMADOR
[Santana. II, p. 831] – em Moçambique, proprietário do pata-
cho Providência, saído de Moçambique
1830 · Costa para Quelimane, que arribara ao porto
FRANCISCO GONÇALVES DA de partida, impossibilitado de entrar em
COSTA Quelimane.
08/09/1830 (?) – em Moçambique, mes- [Santana, II, p. 129]
tre do chasse-marée Temerário, procede
ao manifesto de carga proveniente de 1830 · Damião
Quelimane, entre a qual 5 escravos. ARSÉNIO DAMIÃO
187
[Santana, II, p. 807] 1830 (?) – em Moçambique, embarca na
charrua Lucónia um negro a entregar ao
1830 · Costa mesmo carregador.
MANUEL ARAUJO COSTA ou [Santana, III, p. 901]
MANUEL JOSÉ DA COSTA ou
MANUEL JOSÉ D’ARAUJO COSTA 1830 · Dias
1811-1830 – dentro deste perído foi co- INÁCIO DO ROSÁRIO DIAS
merciante de escravos no Rio de Janeiro. 11/06/1830 – o governador-geral acu-

2007  E-BOOK CEAUP


José Capela

sa o governador de Quelimane António 1830 · Ferreira


Mariano da Cunha* de ser o verdadeiro JERÓNIMO FRANCISCO
proprietário dos 400 escravos que Dias FERREIRA
vendera ao capitão da barca Elisa. 06/10/1830 – em Moçambique, corres-
08/08/1836 – subscreve a representação pondente ou agente da Companhia Co-
de 25 negreiros de Quelimane [«haven- mercial da Baía de Lourenço Marques.
do paralisado o transporte de colonos [Santana, II, p. 19]
desde o ano de 1830»] provocada pelo
impedimento de carregarem um navio 1830 · Ferreira
estrangeiro que se dispunha a arvorar o JOSÉ MARIA FERREIRA
pavilhão português. 1830 (?) – em Moçambique, carrega na
01/11/1837 – em Moçambique, subscre- charrua Lucónia três escravos a entregar
veu a representação de 29 comerciantes da ao mesmo carregador.
praça expondo ao governador-geral, mar- [Santana, III, p. 901]
quês de Aracaty, a necessidade de sustar a
execução do decreto de 10 de Dezembro 1830 · Freitas
de 1836 que abolia o tráfico da escrvatura ANTÓNIO ROIZ DE FREITAS,
em todas as colónias portuguesas. Capitão de Mar e Guerra
[Santana, II, p. 22 / AHM, códice 11-5832, fls. 245 1830 (?) – em Moçambique, o capitão da
vs. / AHU, pasta 4, cap. 3]
charrua Lucónia carrega uma negra que
lhe era destinada (no Rio de Janeiro?).
1830 · Embaraca
[Santana, III, p. 901]
SALIMO BUNA EMBARACA
10/09/1830 – em Moçambique, capitão 1830 · Guimarães
de pangaio ido de Angazicha, procede ao
JOSÉ ANTÓNIO GOMES
manifesto da carga.
GUIMARÃES
[Santana, II, p. 804]
30/10/1830 – negociante do Rio de Ja-
1830 · Erecuia
neiro que tinha um consignatário em
Moçambique.
J. DA S. ERECUIA
[AHU, cx. 239, cap. 103]
03/01/1830 – em Pernambuco, capitão
do navio Eliza, descarrega 281 escravos
1830 · Gurveray
dos 359 que tinha carregado em Mo-
188 RECHU GURVERAY
çambique.
[Eltis]
– em Moçambique, sobrecarga da pala
Duruca, ida de Bombaim, procede ao
1830 · Farinha manifesto de carga.
[Santana, II, p. 822]
MANUEL ANTÓNIO FARINHA
1830 (?) – em Moçambique, o coman-
dante da charrua Lucónia carregou um 1830 · Hira
negro que lhe era destinado (no Rio de RANCHOL HIRA
Janeiro?). 09/03/1830 – em Moçambique, capitão
[Santana, III, p. 901] de palinha Marquês de Aguiar, ida de

E-book CEAUP  2007


Dicionário de Negreiros em Moçambique 1750-1897

Dio, procede ao manifesto de carga. gra com seu filho com ajuste de 60 pesos
[Santana, II, p. 824] pela negra e pelo moleque, filho da mes-
ma negra».
1830 · Ibraimo [Santana, II, p. 410]
AMORANE BONA IBRAIMO
17/04/1830 – em Moçambique, capitão 1830 · José
de pangaio ido de Lamu (?), procede ao J. JOSÉ
manifesto de carga. 1830 – capitão do brigue brasileiro que vai
[Santana, II, p. 821] a Quelimane carregar 559 escravos dos
quais descarregou 460 no Rio de Janeiro.
1830 · Idaruce [Eltis]
MAMODA BONA IDARUCE
11/07/1830 – em Moçambique, capitão 1830 · Lambath
de pangaio ido de S. Lourenço e Cabo NIZAMODIN LAMBATH
Delgado, procede ao manifesto de carga. 17/03/1830 – em Moçambique, capitão-
[Santana, II, p. 819] tenente e patrão-mor da galera Flor de
Moçambique.
1830 · Jabire [Santana, II, p. 129]
SALEMINE BUNA JABIRE
18/09/1830 – em Moçambique, capitão 1830 · Lima
de pangaio ido de S. Lourenço, procede JOSÉ PEDRO RIBEIRO LIMA
ao manifesto de carga. 01/03/1830 – em Moçambique, capi-
[Santana, II, p. 805] tão da escuna Aviso Oriental, a sair para
Lourenço Marques, Inhambane e Mo-
1830 · Jagrú çambique com «arroz, feijão e farinha e
MANGI JAGRÚ vinagre para os escravos».
17/04/1830 – em Moçambique, baneane, Saiu de Moçambique com 233 escravos
obtém passaporte para seguir viagem no dos quais descarregou no Rio de Janeiro
seu batel para as praias do norte e do sul. 324, em 15/05/1830.
[Santana, II, p. 373] 25/03/1832 – em Moçambique, mes-
tre da barca brasileira Zéfiro, que segue
1830 · José viagem para o Rio de Janeiro com escala
BERNARDO JOSÉ pela Baía de Lourenço Marques.
189
1830 (?) – em Moçambique, embarcou [Santana, II, pp. 824 e 825. III, p. 648 / Eltis]
na charrua Luconia um negro a entregar
ao mesmo carregador. 1830 (?) · Lourenço
[Santana, III, p. 901] MANUEL LOURENÇO – Frei
1830 (?) – em Moçambique, embarcou
1830 · José na charrua Lucónia três negros e uma ne-
EUGÉNIO JOSÉ gra a entregar ao mesmo carregador.
20/07/1830 – em Moçambique, vende- [Santana, III, p. 901]
ra a D. Luisa da Costa Soares* «uma ne-

2007  E-BOOK CEAUP


José Capela

1830 · Machire 1830 · Mello


SAIDE MACHIRE MANUEL JOSÉ DE MELLO
11/03/1830 – em Moçambique, capitão 14/02/1830 – «viageiro» na vila de Que-
de pangaio ido de Quíloa, procede ao limane pede ao governador local passa-
manifesto de carga. porte para Moçambique.
[Santana, II, p. 823] 08/08/1836 – subscreve a representação
de 25 negreiros de Quelimane [«haven-
1830 · Magalhães do paralisado o transporte de colonos
JOÃO PEREIRA DE MAGALHÃES desde o ano de 1830»] provocada pelo
02/07/1830 – em Moçambique, capitão impedimento de carregarem um navio
do bergantim português Brilhante, pro- estrangeiro que se dispunha a arvorar o
veniente do Rio de Janeiro, a caminho pavilhão português.
de Goa. 07/07/1842 – em Quelimane, subscre-
[Santana, II, p. 807] veu uma representação dos moradores
promovida pelo Conselho do Governo
1830 · Mamud
local contra a imposição de os navios te-
MAMUD rem de ir ao porto de Moçambique antes
21/11/1830 – xeque de Sancul, capitão- de entrarem no de Quelimane.
mor dos mouros, proprietário e comandan- [Santana, II, p. 207 / AHM, códice 11-5832, fls. 245
te do brigue-escuna Flor de Inhambane. vs. / AHU, pasta 8, cap. 1]
[Santana, II, p. 701]

1830 · Mendes
1830 · Maraute FRANCISCO BORGES MENDES
SALIMO MARAUTE 1830 (?) – em Moçambique, embarca na
27/11/1830 – em Moçambique, capitão charrua Lucónia 18 negros e duas negras
de pangaio ido do Ibo, procede ao mani- a entregar ao mesmo carregador.
festo de carga. [Santana, III, p. 901]
[Santana, II, p. 803]

1830 · Menezes
1830 · Maria
JOAQUIM DE MENEZES
L. J. MARIA
1830 (?) – em Moçambique, embarcou
08/03/1830 – capitão do navio Zéphiro
na charrua Lucónia um negro, a entregar
que foi a Inhambane carregar 867 escra-
ao mesmo carregador.
190 vos, dos quais desembarcou 677 no Rio [Santana, III, p. 901]
de Janeiro, em 29/05/1830.
[Eltis]
1830 · Menezes

1830 · Martins
JOAQUIM MOURA DE MENEZES
1830 (?) – em Moçambique, embarcou
J. F. MARTINS
na charrua Lucónia um negro a entragar
1830 – capitão do navio Nova Indústria, vai
ao mesmo carregador.
a Inhambane carregar 594 escravos dos
[Santana, III, p. 901]
quais descarrega 571 no Rio de Janeiro.
[Eltis]

E-book CEAUP  2007


Dicionário de Negreiros em Moçambique 1750-1897

1830 · Moura escravos e marfim no Rio de Ouro, com


JERÓNIMO ALVES DE MOURA insinuações de Anselmo José de Nasci-
1830 (?) – em Moçambique, pelo coman- mento». O negócio correra mal, tendo a
dante da charrua Lucónia foram embar- escuna perdido um escaler e as fazendas
cados dois negros e uma negra que lhe por este transportadas e dois tripulantes
eram destinados (no Rio de Janeiro?). mortos pelos indígenas.
[Santana, III, p. 901] 29/07/1831 – preso em Lourenço Mar-
ques depois de ter estado a fazer tráfico de
1830 · Mussa escravos no Rio do Ouro com uma escuna
NACIBO BONA MUSSA francesa. Desertor, havia estado em Bour-
09/02/1830 – em Moçambique, capitão bon onde fora levar escravos carregados
de pangaio ido de Quíloa, procede ao clandestinamente, em contrabando.
manifesto de carga, com 18 escravos. 29/07/1831 – no dia seguinte partiria
[Santana, II, p. 827] para Moçambique com escala por Sofala
a escuna Vitória. Anselmo José do Nas-
1830 · Mutuana cimento estava preso. Estivera no Rio do
MUTUANA Ouro com uma escuna francesa a fazer
23/12/1830 – em Moçambque, capitão negócio de escravos. O negócio correra
de pangaio ido de Pemba. mal, haviam-no passado para um barco
[Santana, II, p. 803] brasileiro cujo comandante não o quis
levar para a América e desembarcara-o
1830 · Naçore próximo de Lourenço Marques.
ABUDULA BONA NAÇORE 04/08/1831 – em Lourenço Marques,
12/08/1830 – em Moçambique, capitão testemunhas acusavam o feitor da fa-
de pangaio ido de Anjoane. zenda, Joaquim António Ferreira que,
[Santana, II, p. 808] com o Anselmo José do Nascimento,
pretendiam ambos apossar-se da escuna
1830 · Nascimento Vitória, e valores que possuía, matarem
ANSELMO JOSÉ DO o sobrecarga, desembarcarem o capitão
NASCIMENTO em Madagascar, e seguir para Bourbon.
04/1830 – em Moçambique, «tendo 30/08/1831 – destituído do posto de
vindo arribado da Baía de Lourenço tenente-coronel agregado de milícias e
Marques a esta capital na sua escuna de- declarado desertor. Constava que estava
191
nominada Vitória». em Bourbon «onde fora levar escravos
06/08/1830 – em Moçambique, mani- que embarcara clandestinamente e por
festo da carga proveniente de Lourenço contrabando na costa pouco ao norte do
Marques, na escuna Vitória, de que é porto» da capital a bordo do brigue escu-
proprietário e tenente-coronel agregado na francês Les Deux Fréres.
de milícias. 02/09/1831 – o governador interino de
05/06/1831 – em Lourenço Marques en- Lourenço Marques comunica ao gover-
trara na véspera uma escuna francesa nador-geral que a barca brasileira Zéfiro
ida «de Bourbon para ir fazer negócio de partiria no dia seguinte e levaria preso a

2007  E-BOOK CEAUP


José Capela

seu bordo Anselmo do Nascimento. 1830 · Oliveira


18/11/1831 – consta de um documento JOSÉ DE OLIVEIRA
como tenente-coronel e proprietário da 1830 (?) – em Moçambique, embarcou
escuna Vitória. na charrua Lucónia três negros a entre-
08/1832 – está em Sofala como capitão e gar ao mesmo carregador.
proprietário da escuna Vitória. [Santana, III, p. 901]
12/09/1832 – protesto de arribada. Ten-
do partido de Sofala a 31 de Agosto para 1830 · Omar
Madagascar, tendo fundeado a 11 na ilha ISENE BONA OMAR
de Caldeira, aí haviam perdido os ferros, 01/01/1830 – em Moçambique, capitão
pelo que entraram em Angoche, onde de pangaio ido de Quíloa, procede ao
aguardaram que fossem remetidos novos manifesto de carga.
ferros de Moçambique. [Santana, II, p. 831]
18/07/1837 – em Moçambique, capitão
do brigue D. António de Melo, manifesta a 1830 · Otomane
carga proveniente de Lourenço Marques. BANA OTOMANE
09/01/1840 – em Moçambique, capitão 26/06/1830 – em Moçambique, capitão
do navio Pancão, a carregar escravos, de- de pangaio oriundo de Angazicha e Ilhas
pois capturado nas águas do Cabo da Boa de Cabo Delgado, procede ao manifesto
Esperança. Terá saído de Moçambique e de carga.
chegado ao Cabo da Boa Esperança com [Santana, II, p. 819]
18 escravos.
[AHU, cx. 236, cap. 20. / Santana, II, p. 808. III, pp. 1830 (?) · Pacheco
118, 120, 215, 348, 349, 464, 643/645, 670, 979, Chefe F. ANT. DA S.ª PACHECO
980. / Eltis]
1830 (?) – em Moçambique, o comandante
da charrua Lucónia embarcou um escravo
1830 · Nóbrega
que lhe era destinado (no Rio de Janeiro?).
M. P. DA NOBREGA [AHU, Avulsos de Moçambique, mç. 30]
07/09/1830 – segundo capitão do bri-
gue brasileiro Feliz Mariana, de que era 1830 (?) · Parati
primeiro capitão J. A. da Silva*, descar- CONDE DE PARATI
rega no Rio de Janeiro 260 escravos dos 1830 (?) – em Moçambique, António da
376 que carregara em Moçambique. Cruz e Almeida* embarca na charrua Lu-
192 [Eltis]
cónia quatro negros e quatro negras en-
dereçados ao Conde de Parati e mais seis
1830 · Ornade
negras à sua ordem.
MUSSULAME BONA ORNADE [Santana, III, p. 901]
20/02/1830 – em Moçambique, capitão
de pangaio ido de Mugau, procede ao 1830 · Paurianno
manifesto de carga. PAURIANNO
[Santana, II, p. 826]
1830 (?) – em Moçambique, embarcou
na charrua Lucónia um negro a entre-

E-book CEAUP  2007


Dicionário de Negreiros em Moçambique 1750-1897

gar ao mesmo carregador. Pernambuco, a despachar a barca brasi-


[Santana, III, p. 901] leira Elisa, de que era capitão, para Mo-
çambique.
1830 · Pihan 05/04/1830 – em Moçambique, mestre
PIHAN da barca brasileira Elisa, pede para car-
14/10/1830 – em Moçambique, coman- regar mantimentos para os escravos que
dante do brigue-goleta L’Élise. vai comprar a Quelimane, onde está em
[Santana, II, p. 72] 25/05/1830.
20/06/1830 – proveniente do Cabo da
1830 · Pinto Boa Esperança arribou a Lourenço Mar-
MANUEL CAETANO PINTO ques: tinham já morrido vários escravos,
02/04/1830 – em Moçambique, pede «por causa dos tombos que davam e pelos
passaporte para uma viagem às vilas de sustos que tinham quando ia quantidade
Quelimane e Sofala na chalupa Pescador de água pelas escotilhas abaixo em cujos
fretada a Manuel António da Fonseca*. momentos parecia um inferno de grita-
[Santana, II, p. 372] ria, em suma faltos de sustento, sossego e
curativo, por causa do vento e mar».
1830 · Pirbay 07/09/1830 – desembarcou no Rio de
NATU PIRBAY Janeiro 428 escravos dos 519 carregados
25/02/1830 – em Moçambique, capitão em Moçambique.
da pala Gagançar, ida de Bombaim, pro- [Santana, II, pp. 199, 432, 822 / AHU, cx. 230, nº 22
cede ao manifesto de carga. / Cx. 235, cap. 57 / Eltis]

[Santana, II, p. 1825]


1830 · Ramogi
1830 · Rachide RAMOGI
ABDULA BONA RACHIDE 10/02/1830 – em Moçambique, capitão
07/01/1830 – em Moçambique, capitão da pala Duruca, ida de Bombaim, proce-
de pangaio ido de Pemba, procede ao de ao manifesto de carga.
manifesto de carga. [Santana, II, p. 822]

[Santana, II, p. 830]


1830 (?) · Ribeiro
1830 · Rachime JOÃO VITORINO RIBEIRO
ABUDALA RACHIME 1830 (?) – em Moçambique, embarcou
uma negra na charrua Lucónia, a entre-
193
06/01/1830 – em Moçambique, capitão
de pangaio ido de Pemba, procede ao gar ao mesmo carregador.
manifesto de carga. [Santana, III, p. 901]

[Santana. II, p. 825]


1830 · Ribeiro
1830 · Ramalho JOSÉ DE CARVALHO RIBEIRO
ANTÓNIO JOSÉ DE OLIVEIRA 1811-1830 – dentro deste período dedi-
RAMALHO cou-se ao tráfico de escravos no Rio de
01/02/1830 – alvará da alfândega de Janeiro.

2007  E-BOOK CEAUP


José Capela

02/1830 – mantinha relações comerciais 08/1830 – em Moçambique, mestre da


com Moçambique. Flor de Inhambane, procede ao manifesto
[Manolo Florentino / Santana, II, p. 802] de carga, com 60 escravos.
19/04/1837 – em Moçambique, capitão
1830 · Rochide e proprietário do brigue Flor de Inham-
SALIMO BONA ROCHIDE bane, procede ao manifesto de carga (de
08/05/1830 – em Moçambique, capitão onde?), de que constam 202 «serventes».
de pangaio ido de Zanzibar, procede ao [AHU, cx. 222, cap. 17 / Santana, II, p. 809 e III, p.
manifesto de carga. 990]

[Santana, II, p. 819]


1830 · Saide
1830 (?) · Romão ALOFANE BONA SAIDE
JOAQUIM JOSÉ ROMÃO 17/01/1830 – em Moçambique, capitão
1830 (?) – em Moçambique, embarcou de pangaio ido de Zanzibar, procede ao
na charrua Lucónia um negro a entregar manifesto de carga.
ao mesmo carregador. [Santana, II, p. 829]

[Santana, III, p. 901]


1830 · Saide
1830 · Sadiquo ALY BONA SAIDE
BONNA SADIQUO 07/07/1830 – em Moçambique, capitão
09/11/1830- em Moçambique, ido de de pangaio proveniente de Anguja (?),
Mulale, capitão de pangaio, procede ao procede ao manifesto de carga.
manifesto de carga. [Santana, II, p. 818]

[Santana, II, p. 804]


1830 · Salemine
1830 · Sahide MAMODE BONA SALEMINE
AMISE BUNE SAHIDE (também 18/01/1830 – em Moçambique, capitão
Amice Bona Saide) de pangaio ido de Zanzibar, procede ao
25/09/1830 – em Moçambique, capitão manifesto de carga.
[Santana, II, p. 825]
de pangaio ido de Angaziche, procede ao
manifesto de carga.
11/10/1830 – em Moçambique, capitão 1830 · Sales
de pangaio oriundo de Zangaza (?). CARLOS ADRIÃO DE SALES
194 11/03/1830 – em Lourenço Marques, co-
[Santana, II, pp. 76 e 805]
mandante da galera Lourenço Marques,
1830 · Saibo pronta a partir para o Rio de Janeiro.
[Santana, II, pp. 421 e 423]
MAMUD (também Mamodu e
Momed) AMAD (também Amade)
1830 (?) · Sales
SAIBO
10/06/1829 – em Moçambique, senho- HENRIQUE DE SALES
rio da escuna Flor de Inhambane que se- 1830 (?) – destinatário (no Rio de Janei-
gue para Inhambane. ro?) de um negro e 11 negras embarca-

E-book CEAUP  2007


Dicionário de Negreiros em Moçambique 1750-1897

das em Moçambique pelo comandante 1830 · Silva


da charrua Lucónia. J. A. DA SILVA
[Santana, III, p. 901] 07/09/1830 – primeiro capitão do bri-
gue brasileiro Feliz Mariana, que tinha
1830 · Salimo como segundo capitão M. P. da Nóbre-
RACHIDE BONA SALIMO ga*, descarregou no Rio de Janeiro 260
07/01/1830 – em Moçambique, capitão escravos dos 376 que carregara em Mo-
de pangaio ido de Zanzibar, procede ao çambique.
manifesto de carga. [Eltis]
17/04/1830 – em Moçambique, capitão
de pangaio ido de Zanzibar, procede ao 1830 · Silva
manifesto de carga. JOÃO BAPTISTA DA SILVA
[Santana, II, p. 821 e 830] 1830 (?) – em Moçambique, o coman-
dante da charrua Lucónia carregou um
1830 · Salimo negro que lhe era destinado (no Rio de
VYMA BONA SALIMO Janeiro?).
22/02/1830 – em Moçambique, capitão [Santana, III, p. 901]
de pangaio ido de Monfia e Cabo Delga-
do, procede ao manifesto de carga. 1830 · Silva
[Santana, II, p. 825] LUIZ ANTÓNIO DA SILVA
29/04/1830 – em Moçambique, prove-
1830 · Sampaio niente do Rio de Janeiro, para tratar de
FRANCISCO FERREIRA SAMPAIO negócio pede passaporte para Lourenço
1830 (?) – em Moçambique, foi embar- Marques.
cada na charrua Lucónia, pelo coman- [AHU, cx. 231, cap.73 / Santana, II, p. 170]
dante, uma negra que lhe era destinada
(no Rio de Janeiro?). 1830 (?) · Silva
[Santana, III, p. 901] REINALDO JOSÉ DA SILVA
1830 (?) – carregados pelo comandante
1830 · Sefu na charrua Luconia dois negros e uma
MOMADE BONA SEFU negra que lhe eram destinados (Rio de
17/01/1830 – em Moçambique, capitão Janeiro?).
de pangaio ido de Zanzibar, procede ao [Santana, III, p. 901]
195
manifesto de carga.
[Santana, II, p. 829] 1830 · Soares
LUISA DA COSTA SOARES
1830 · Sefu 20/07/1830 – em Moçambique, Eugénio
MASANDE BONA SEFU José* vendera-lhe «uma negra com seu
26/01/1830 – em Moçambique, capitão filho com ajuste de 60 pesos pela negra e
de pangaio ido de Pemba, procede ao pelo moleque, filho da mesma negra».
manifesto de carga. [Santana, II, p. 410]
[Santana, II, p. 828]

2007  E-BOOK CEAUP


José Capela

1830 · Sousa é capitão.


BALTAZAR MANUEL DE SOUSA [Santana, III, p. 156]
1830(?) – em Moçambique, carregou
na charrua Lucónia, à sua ordem, dois 1831 · Ari
negros. CANGI ARI
[Santana, III, p. 901] 24/08/1831 – em Moçambique, sobre-
carga da escuna Vitória, ida de Lourenço
1830 · Venâncio Marques, procede ao manifesto de carga.
VENÂNCIO [Santana, III, p. 65]
1830 (?) – em Moçambique, embarcou
na charrua Lucónia dois negros a entre- 1831 · Bacar
gar ao mesmo carregador. AMADE SENE BACAR
[Santana, III, p. 901] 11/08/1831 – em Moçambique, capitão
(?) do batel Grão Pancão (?) ido de So-
1830 · Vieira fala, procede ao manifesto de carga, com
JOSÉ IGNÁCIO VAZ VIEIRA Cª 16 escravos.
1811-1830 – durante este período, José [Santana, III, p. 64]
Ignácio Vieira fez comércio de escravos
no Rio de Janeiro. 1831 · Cruz
1830 (?) – a charrua Lucónia ida de Mo- MANUEL JOAQUIM DA CRUZ
çambique embarcou para esta firma 22 01/11/1830 – capitão do brigue brasilei-
escravos ao cuidado do comandante, de ro Caçador, que se dirigia a Moçambique
que recebeu 13. e que pretendia arribar a Quelimane,
[Manolo Florentino / Santana, III, p. 902 / AHU, tendo-o impedido o governador local.
Avulsos de Moçambique, maço 30] 25/08/1831 – mestre do brigue brasilei-
ro Caçador que faleceu em Quelimane,
1830 · Vilhena tendo aí arribado o brigue.
CLÁUDIO MARCELINO DE [Santana, II, p. 903 / AHU, cx. 249, cap. 77]
VILHENA
1830 (?) – em Moçambique, carrega na 1831 · Fortunato
charrua Lucónia, um negro para o con- MARTINIANO FORTUNATO
de de Viana (Rio de Janeiro?), um negro JUNIOR
para o conde de Icesa (Rio de Janeiro?), 31/05/1831 – capitão da escuna por-
196 cinco negros para José Maria Trocato, tuguesa São Miguel, de João da Silva
duas negras para Manuel Ferreira Xavier Carrão*, morto por piratas mujojos na
(Rio de Janeiro?) e um negro para Antó- viagem de Sofala para Moçambique.
nio Jose de Miranda (Rio de Janeiro?). [AHU, cx. 247, cap. 145]
[Santana, III, p. 901]

1831 · Guerra
1831 · Amad JANUÁRIO ANTÓNIO DE GUERRA
MOMOD AMAD 30/08/1831 – em Moçambique, requer li-
1831 (?) – passaporte do pangaio de que cença para transportar para Goa, na pala

E-book CEAUP  2007


Dicionário de Negreiros em Moçambique 1750-1897

Asia Feliz, 6 escravos que no ano anterior e de ter morrido em Quelimane o mestre
haviam (Caetano dos Santos Pinto*) le- Manoel Joaquim da Cruz*.
vado de Inhambane, não tendo podido 15/10/1831 – marinheiros do brigue Ca-
levá-los para Goa «por não haver mais çador declararam querer sair do brigue
que único navio que foi a Pala de Diu». por o mestre do mesmo praticar contra-
[Santana, III, p. 14] bando de escravos.
[Santana, III, p. 112 / AHU, cx. 249, cap. 77]
1831 · Pinto
CAETANO DOS SANTOS PINTO 1831 · Rosa
30/08/1831 – em Moçambique, requer MANUEL PEREIRA ROSA
licença para transportar para Goa, na 24/08/1831 – em Moçambique, mestre
pala Asia Feliz, 6 escravos que no ano an- da escuna Vitória, procede ao manifesto
terior haviam (com Januário Guerra*) de carga.
levado de Inhambane, não tendo podido [Santana, III, p. 65]
levá-los para Goa «por não haver mais
que único navio que foi a Pala de Dio». 1831 · Sarjabo
[Santana, III, p. 14] ISSUFO SARJABO
05/11/1831 – o xeque de Sancul pergun-
1831 · Ponte ta ao governo-geral se os direitos corres-
MANUEL JOSÉ DA PONTE pondentes a 45 escravos que encontrara
12/11/1831 – em Moçambique, mestre a mais em um pangaio (de que Sarjabo
da escuna Florência Africana, de nacio- era capitão?) que visitara lhe poderiam
nalidade portuguesa, da propriedade de ser pagos e enviados depois à capital.
Pedro José de Moraes*, é-lhe concedido [Santana, III, p. 101]
passaporte para a viagem em direitura a
Moçambique, Quelimane e Moçambique. 1832 · Agily
2502/1832 – em Moçambique, mestre NASIRY BONA AGILY
da escuna Florência Africana, passa reci- 27/12/1832 – em Moçambique, capitão
bo de 15 ofícios que vai levar para Rios de pangaio ido de Quíloa, com 8 dias de
de Sena. viagem, procede ao manifesto de carga.
11/09/1832 – em Moçambique, mestre [Santana, III, p. 752]
da escuna Florência Africana, de regresso
de Quelimane, procede ao manifesto de 1832 · Aly
197
carga de que constam 15 escravos. SEDE ALY
[AHU, cx. 252. cap. 82-A / Santana, III, pp. 589, 647 25/06/1832 – em Moçambique, capitão de
e 648] pangaio ido de Buquine (?), com 4 dias de
viagem, procede ao manifesto de carga.
1831 · Rosa [Santana, III, pp. 674 e 675]
JOSÉ PINTO DA CUNHA ROSA
25/08/1831 – mestre do brigue brasilei- 1832 · Aly
ro Caçador, arribado a Moçambique de- SULTANE ALY
pois de ter saído e de ter andado no canal 10/01/1832 – em Moçambique, mestre

2007  E-BOOK CEAUP


José Capela

e piloto do batel O Grande Pancão, é-lhe de pangaio ido de Anjoane e Angazicha,


concedido passaporte para ir em direitu- com 4 dias de viagem, procede ao mani-
ra a Sofala, dali voltando a Moçambique. festo de carga.
28/11/1832 – em Moçambique, capitão [Santana, III, p. 752]
e piloto do batel Santo António Aventu-
reiro, passa recibo de artigos a entregar 1832 · Cadry
em Sofala. ABDULA BONA ABUDU CADRY
[Santana, III, pp. 583, 584, 691] 11/08/1832 – em Moçambique, capitão
de pangaio tripulado pelo seu proprietá-
1832 · Anlou (?) rio, ex-sultão de Anjoane, ido de Angazi-
MOMADE BONA ANLOU (?) cha, com sete dias de viagem, procede ao
17/11/1832 – em Moçambique, capitão seu desembaraço.
(?) de pangaio ido de Mulale. [Santana, III, p. 672]
[Santana, III, p. 671]
1832 · Cadry
1832 · Asane MAMODE ABUDU CADRY
ALY BONA ASANE 03/08/1832 – em Moçambique, capitão
24/05/1832 – em Moçambique, capitão de pangaio ido de Angazicha, com esca-
de pangaio ido de S. Lourenço com 5 dias la por Anjoane e Mulala, procede ao seu
de viagem, procede ao seu desembaraço. desembaraço.
[Santana, III, pp. 675 e 676] [Santana, III, p. 673]

1832 · Assane 1832 · Cama


SAHIDE ASSANE SALIMO CAMA (?)
02/12/1832 – em Moçambique, mestre 03/03/1832 – em Moçambique, capitão
do pangaio do príncipe de Anjoane, com e senhorio de pangaio ido de Mascate
carga de sambo pertencente ao mesmo com carga de sambo, pede autorização
príncipe, pede autorização para descar- para descarregar a mercadoria em sua
regar directamente para a sua feitoria. casa e não no Celeiro Público.
[Santana, III, p. 797] [Santana, III, p. 794]

1832 · Bandira 1832 · Chande


GULAMO MAMODE BANDIRA FALUME CHANDE
198
12/01/1832 – em Moçambique, é con- 14/06/1832 – comandante (proprietá-
cedido passaporte à sua lancha nº 4 para rio?) de barquinha a que é dado passa-
poder seguir viagem para as praias de porte por seis meses, para seguir viagem
Norte e Sul. para as praias do Norte e Sul para a com-
[Santana, III, p. 586] pra de mantimentos. Dos 10 tripulantes,
8 eram marinheios escravos.
1832 · Bonçaide [Santana, III, p. 565]
BONÇAIDE
04/12/1832 – em Moçambique, capitão

E-book CEAUP  2007


Dicionário de Negreiros em Moçambique 1750-1897

1832 · Coursell renço Marques, para evitar a apreensão


PEDRO AUGUSTO COURSELL como contrabando, várias caixas com gé-
25/01/1832 – em Moçambique, mestre neros destinados ao feitor da Companhia.
de um brigue-escuna uruguaio, entrado [Santana, III, pp. 459 e 750]
nesta data.
[Santana, III, p. 750] 1832 · Graça
BERNARDINO FERREIRA DA
1832 · Ebben GRAÇA
LOPES EBBEN 25/03/1832 – em Moçambique, mestre
14/011832 – em Cabo Delgado, termo de da sumaca Inhambane, passa recibo de
arribada da escuna americana Lady Sa- correspondência oficial a entregar ao go-
rah, de que era capitão e que saira de Mo- vernador de Inhambane.
çambique a 5, com destino a Zanzibar. [Santana, III, p. 648]
[Santana, III, p. 819]
1832 · Letord
1832 · Emerton CHARLES LETORD
JAMES EMERTON 17/09/1832 – em Moçambique, capitão
03/03/1832 – em Moçambique, capitão (?) de um brigue-goleta ido da Maurícia
do brigue-escuna americana Shawmut, a e de Madagascar, arribado com 43 dias
fazer o manifesto da carga reembarcada de viagem, procede ao seu desenbaraço.
para Bombatoque. Santana, III, pp. 670 e 671
[Santana, III, p. 677]
1832 · Mahági
1832 · Fernandes ALY MAHÁGI
LUÍS MARIA FERNANDES 03/1832 – em Moçambique, mujojo, ca-
28/12/1831 – em Moçambique, capitão pitão de pangaio ido de Pemba.
do brigue português Maria, procede a [Santana, III, p. 608]
contrato de fretamento com Deuchande
Ary* e Velgy Jevarchande*, para viagem 1832 · Mamade
a Quelimane na «presente monção». ALY MAMADE
07/08/1832 – em Moçambique, capitão 01/06/1832 – em Moçambique, capitão
do brigue português Maria, após viagem de pangaio ido de Anjoane, com 6 dias de
a Quelimane de onde regressara. viagem, procede ao seu desembaraço.
[Santana, III, pp. 590, 591, 784]
199
[Santana, III, p. 675]

1832 · Gonçalves 1832 · Marosa


PEDRO AUGUSTO GONÇALVES AMADE BONA MAROSA
07/02/1832 – em Lourenço Marques, 22/05/1832 – em Moçambique, capitão
capitão da escuna Oriental, do Uruguai, de pangaio ido de S. Lourenço, com 8
comunica ao director da Companhia Co- idas de viagem, procede ao seu desem-
mercial, Vicente Tomás dos Santos*, ter baraço.
tido de oferecer ao governador de Lou- [Santana, III, p. 676]

2007  E-BOOK CEAUP


José Capela

1832 · Mascate mestre e 1º piloto, passaporte para des-


IMANO DE MASCATE locação a Inhambane de onde sairá para
03/03/1832 – em Moçambique, senhorio Moçambique a 25 de Julho.
de pangaio ido de Mascate, cujo capitão, 27/06/1832 – em Inhambane, mestre da
com carga de sambo, pede autorização goleta Flor de Inhambane, procede ao ma-
para descarregar o mantimento em sua nifesto de carga a transportar para Mo-
casa, e não no Celeiro Público. çambique, de que constam 25 escravos.
[Santana, III, p. 794] [Santana, III, pp. 587, 588, 672]

1832 · Momade 1832 · Natu


ALI MOMADE GOVORDANE NATU
19/06/1832 – em Moçambique, capitão 07/09/1832 – em Moçambique, capitão
(?) de pangaio a que é concedido passa- (?) de batel ido de Cabo Delgado, proce-
porte para se deslocar a Molale. de ao manifesto de carga.
[Santana, III, p. 591] [Santana, III, pp. 671, 672]

1832 · Momade 1832 · Omar


ALY MOMADE DADE OMAR
03/03/1832 – em Moçambique, capitão 22/08/1832 – em Moçambique, capi-
e senhorio de pangaio ido de Mascate, tão (?) de pangaio ido de Cabo Delgado,
com carga de sambo pede autorização procede ao manifesto de carga.
para descarregar o mantimento em sua [Santana, III, p. 672]
casa e não no Celeiro Público, ou para re-
gressar com a sua carga. 1832 · Othomane
03/08/1832 – em Moçambique, capitão DADI OTHOMANE
de pangaio ido de Muriçanga (?), proce- 30/07/1832 – em Moçambique, passa-
de ao seu desembaraço. porte concedido ao seu batel para poder
[Santana, III, pp. 672 e 673, 794] seguir viagem para as praias do Norte e
Sul à compra de mantimento.
1832 · Momade [Santana, III, p. 565]
OTOMANE MOMADE
22/05/1832 – em Moçambique, capitão 1832 · Pacheco
de pangaio ido de Angazicha, com 4 dias MANUEL PACHECO
200
de viagem, procede ao seu desembaraço. 01/08/1832 – em Cabo Delgado, mestre
[Santana, III, p. 676] do batel Santo António Aventureiro, auto-
rizado a seguir para Moçambique.
1832 · Mussagi [Santana, III, p. 586]
AMAD (também Amade)
MUSSAGI (também Mussagim) 1832 · Panabai
12/01/1832 – em Moçambique, é con- MAMUDO E PANABAI
cedido ao brigue (também brigue-escu- 10/07/1832 – em Quelimane, mestre e
na e goleta) Flor de Inhambane, de que é piloto do brigue Maria Gulamo, procede

E-book CEAUP  2007


Dicionário de Negreiros em Moçambique 1750-1897

ao manifesto de carga, com 25 escravos. 1832 · Raman


[AHM, Distrito de Quelimane, cx. 8-7, mç. 2(8)] MAMOD ABUDU RAMAN
07/08/1832 – em Moçambique, capitão
1832 · Rachide de pangaio ido de Quitangonha, procede
ABICE (também Amice) BONA ao seu desembaraço.
RACHIDE [Santana, III, p. 673]
14/05/1832 – em Moçambique, capitão
de pangaio ido de Mulale, com 7 dias de 1832 · Ropes
viagem, procede ao manifesto de carga. EBBEN ROPES
05/10/1832 – em Moçambique, capitão 03/01/1832 – em Moçambique, capitão
de pangaio ido de Mulale, com 7 dias da escuna americana Lady Sarah, poce-
de viagem, procede ao desembaraço do de ao manifesto da carga ali comprada.
mesmo. [Santana, III, p. 696]
[Santana, III, pp. 670, 676]
1832 · Salimo
1832 · Rachide ABUSSAIDE SALIMO
SALEMANE RACHIDE 17/02/1832 – em Moçambique, o mujo-
17/09/1832 – em Moçambique, capitão jo Abussaide Salimo descarregara o seu
(?) de pangaio ido de Mulale procede ao pangaio na praia de S. João (ido de An-
seu desembaraço. gazicha?).
[Santana, III, p. 671] 03/03/1832 – em Moçambique, pede
isenção de direitos para as 200 panjas
1832 · Rachide de sambo que trouxera no seu pangaio
SELEMANE BONA RACHIDE e se estragaram por o barco ter metido
04/07/1832 – em Moçambique, capitão água.
de pangaio ido de Angazicha, com 4 dias [Santana, III, pp. 656, 774]
de viagem, procede ao seu desembaraço.
[Santana, III, p. 674] 1832 · Salimo
AN-ALY BONA SALIMO
1832 · Racide 05/06/1832 – em Moçambique, capi-
SALIMANE RACIDE tão de pangaio ido de Angazicha, com 6
01/08/1832 – em Moçambique, é conce- dias de viagem, procede ao seu desem-
dido passaporte ao seu pangaio para se- baraço.
201
guir viagem para Angazicha. [Santana, III, p. 675]
[Santana, III, p. 566]
1832 · Saly
1832 · Raman ALY BONA SALY
ABUDU RAMAN 02/06/1832 – em Moçambique, capitão
01/1832 – em Moçambique, capitão de de pangaio ido de Pambe e Cabo Delga-
pangaio ido de Anjoane com 4 dias de do, com vinte dias de viagem, procede ao
viagem. manifesto de carga.
[Santana, III, p. 678] [Santana, III, p. 678]

2007  E-BOOK CEAUP


José Capela

1832 · Samogi 30/03/1833 – em Moçambique, sobre-


VIGILAL SAMOGI carga da escuna Florença Africana desem-
18/04/1832 – em Moçambique, passa- baraçada para seguir para Quelimane.
porte concedido ao seu batel para seguir [Santana, III, p. 964 / AHU, cx. 199A, cap. 5]
viagem para as praias do sul.
[Santana, III, p. 585] 1834 · Pegado
JOSÉ GREGÓRIO PEGADO
1832 · Sefe 1834-1836 – capitão de mar e guerra,
SALIMO BONA SEFE (também governador-geral de Moçambique com
Salimo Bun Sefo) a denominação de Governador Militar.
01/03/1832 – em Moçambique, pede Segundo outro governador, Joaquim
para retirar do Celeiro Público a carga Pereira Marinho: «o comércio de es-
trazida no seu pangaio a fim de poder cravatura esteve alguns anos suspenso
vendê-la em sua casa. até à chegada do governador militar
23/05/1832 – em Moçambique, capitão Pegado – por mil patacas espanholas
de pangaio ido de Anjoane, com 9 dias permite a primeira carregação de es-
de viagem. cravatura e tudo se volta de novo para
[Santana, III, p. 675 e 774] o tráfico».
[AHU, pasta nº 6, cap. 1, de Pereira Marinho para
1832 · Vieira Ministro, 20/10/1840]

JOSÉ MARIA VIEIRA


03/04/1832 – em Moçambique, capitão- 1834 · Rosário
de-mar-e-guerra, comandante do navio INÁCIO JOSÉ PINTO DO
S. João Magnânimo, apresenta a «rela- ROSÁRIO
ção das pessoas que vão de transporte», 20/05/1834 – em Moçambique, capitão
entre as quais escravos em número não do navio Patrocínio/, a sair para Damão
determinado. 30/05/1837 – em Moçambique, capitão
[Santana, II, p. 822. / III, p. 784] da pala Ana Feliz, procede ao manifesto
da carga levada de Inhambane e perten-
1833 · Momade cente à galera Vulcano, naufragada, de
SALIMO BON MOMADE que constam 50 escravos.
04/10/1833 – passaporte concedido [AHU, c. 1438, fls. 15 / Santana, III, p. 982]

pelo imamo de Mascate ao seu pangaio


202 1834 · Soares
«para seguir viagem de Moka e Juda e
Moçambique» (sic). FRANCISCO DE MENEZES
[Santana, III, p. 908] SOARES
30/01/1834 – hipoteca a Romão Jose da
1833 · Ramogi Silva* uma ensaca de escravos e mais 6
QUESON RAMOGI escravos, comprados em leilão com 100
04/03/1833 – em Moçambique, sobrecar- pesos deste.
ga da escuna Florença Africana, ajusta para [AHM, códice 11-5832, fls. 79]

capitão e piloto João Ferreira Messias*.

E-book CEAUP  2007


Dicionário de Negreiros em Moçambique 1750-1897

1834 · Stambul 1836 · Andrade


STAMBUL ANTÓNIO JOAQUIM DE
29/11/1834 – mujojo, contrabandista de ANDRADE
profissão, era acusado de estar em Qui- 08/08/1836 – subscreve a representação
çanga com uma embarcação que lhe per- de 25 negreiros de Quelimane [«haven-
mitia fugir às autoridades. do paralisado o transporte de colonos
[AHM, códice 11-434] desde o ano de 1830»] provocada pelo
impedimento de carregarem um navio
1834 · Valegy estrangeiro que se dispunha a arvorar o
SALEMANGY VALEGY pavilhão português
22/08/1834 – em Moçambique, capitão 11/04/1842 – o governador-geral de Mo-
do navio Flor de Inhambane, a sair para çambique «estava resolvido a fazer sair
Bombaim e Damão. daquela vila de Quelimane um indivíduo
19/08/1837 – em Moçambique, mestre chamado António Joaquim d’Andrade
do brigue Estrela de Damão, procede ao que n’outro tempo sendo marinheiro de
manifesto de carga ida de Inhambane, navios de Escravatura, se estabeleceu
de que constam 149 escravos. nela e adquirindo alguma fortuna, tudo
[AHU, cx. 1438, fls. 15 / Santana,
���������������������
III, p. 981] passou ao Rio de Janeiro, e no ano passa-
do voltou só com o fim de promover tais
1835 · Musard contrabandos […]».
ANTÓNIO MUSARD 07/07/1842 – em Quelimane, subscre-
21/06/1835 – capitão do navio espanhol veu uma representação dos moradores
Socorro, saiu de Cuba para Moçambique, promovida pelo Conselho do Governo
onde carregou 800 escravos, dos quais local contra a imposição de os navios te-
descarregou 605, em Havana, em 1836. rem de ir ao porto de Moçambique antes
29/03/1836 – capitão do navio espa- de entrarem no de Quelimane.
nhol Socorro, saiu de Havana para Mo- 01/04/1842 – em Quelimane, associado
çambique onde estava em 20/09/1836 a Francisco José Madeira*, António José
e onde carregou 800 escravos, dos de Mesquita* e Manuel Pinto da Fonse-
quais descarregou 700 em Havana, em ca*, nos negócios do navio Ânimo Gran-
31/12/1836. de, do Rio de Janeiro, que havia estado
[AHU, cx. 182, mç. 1, nº 2 / Eltis] em Quelimane a carregar escravos entre
Dezembro de 1840 e Abril de 1842. 203
1835 · Santos [AHM, cód. 11-5832, fls. 245 / AHU, pasta 8, cap. 1 ]
ANTÓNIO PEREIRA DOS SANTOS
13/12/1835 – credor de Manuel da Cos- 1836 · Angelo
ta Thimote*, 366 mil reis em dinheiro do ANTÓNIO ÂNGELO
Rio de Janeiro, pelo transporte de 2 es- 08/08/1836 – subscreveu a representa-
cravos para o Rio de Janeiro. ção de 25 negreiros de Quelimane [«ha-
[AHM, códice 11-5832, fls. 231] vendo paralisado o transporte de colonos
desde o ano de 1830»] provocada pelo
impedimento de carregarem um navio

2007  E-BOOK CEAUP


José Capela

estrangeiro que se dispunha a arvorar o prehensivel, de que era primeiro armador


pavilhão português. Agostinho Augusto de Faria*, sai do Rio
[AHM, códice 11-5832, fls. 245 vs.] de Janeiro para Inhambane e Moçambi-
que, 15/11/1836, onde carrega 785 es-
1836 · Braga cravos, dos quais vai descarregar 591 à
HIPÓLITO XAVIER PEREIRA Serra Leoa, em 27/01/1837.
BRAGA 11/03/1846 – consta da lista, com esta
08/08/1836 – subscreve a representação data, dos Principal Slave Dealers at Rio de
de 25 negreiros de Quelimane [«haven- Janeiro, 1845, fornecida às autoridades
do paralisado o transporte de colonos de Londres pelos Comissários britânicos
desde o ano de 1830»] provocada pelo no Rio de Janeiro.
impedimento de carregarem um navio [Eltis]

estrangeiro que se dispunha a arvorar o


pavilhão português. 1836 · Cunha
[AHM, códice11-5832, fls. 245 vs.] SEBASTIÃO VICENTE DA CUNHA
08/08/1836 – subscreve a representação
1836 · Brito de 25 negreiros de Quelimane [«haven-
BALTAZAR DE SOUSA BRITO do paralisado o transporte de colonos
08/08/1836 – subscreve a representação desde o ano de 1830»] provocada pelo
de 25 negreiros de Quelimane [«haven- impedimento de carregarem um navio
do paralisado o transporte de colonos estrangeiro que se dispunha a arvorar o
desde o ano de 1830»] provocada pelo pavilhão português.
[AHM, códice 11-5832, fls. 245 vs.]
impedimento de carregarem um navio
estrangeiro que se dispunha a arvorar o
1836 · Dornenech
pavilhão português.
DORNENECH
[AHM, códice 11-5832, fls. 245 vs.]
18/12/1836 – capitão do brigue espa-
nhol Egerida, descarregou em Cuba 402
1836 · Campos
escravos dos 493 que carregara em Mo-
FRANCISCO SABINO DE CAMPOS
çambique (números imputados).
08/08/1836 – subscreve a representação
[Eltis]
de 25 negreiros de Quelimane [«haven-
do paralisado o transporte de colonos 1836 · Faria
desde o ano de 1830»] provocada pelo
204 AGOSTINHO AUGUSTO DE FARIA
impedimento de carregarem um navio 13/04/1836 – primeiro armador do na-
estrangeiro que se dispunha a arvorar o vio Incomprehensível que sai do Rio de
pavilhão português. Janeiro, tendo como capitão Luis Antó-
[AHM, códice 11-5832, fls. 245 vs.]
nio de Carvalho e Castro*, e vai a Inham-
bane e Moçambique, onde está em
1836 · Castro
15/11/1836, carregar 785 escravos, dos
LUÍS ANTÓNIO DE CARVALHO E quais descarrega 591 na Serra Leoa, em
CASTRO 27/01/1837.
13/04/1836 – capitão do navio Imcom- [Eltis]

E-book CEAUP  2007


Dicionário de Negreiros em Moçambique 1750-1897

1836 · Fernandes os seguintes: Cassarola com sua butaca


JOSÉ DOS REMÉDIOS que tem 12 escravos entre machos e fê-
FERNANDES meas; Napinho com sua butaca de oito
23/02/1832 – capitão do brigue Maria, escravos; ainda Samaruxa, Repolho,
em Moçambique, subscreveu recibo de Afonso e Raiva.
14 ofícios a entregar em Quelimane. [AHM, códice 11-5833, fls.1 e segs.]

08/08/1836 – subscreve a representação


de 25 negreiros de Quelimane [«haven- 1836 · Gomes
do paralisado o transporte de colonos JOSÉ FRANCISCO GOMES
desde o ano de 1830»] provocada pelo 08/08/1836 – subscreve a representação
impedimento de carregarem um navio de 25 negreiros de Quelimane [«haven-
estrangeiro que se dispunha a arvorar o do paralisado o transporte de colonos
pavilhão português. desde o ano de 1830»] provocada pelo
[Santana, III, p. 648 / AHM, códice 11-5832, fls. 245 vs.] impedimento de carregarem um navio
estrangeiro que se dispunha a arvorar o
1836 · Ferrão pavilhão português.
FRANCISCO HENRIQUES 07/07/1842 – em Quelimane, subscre-
FERRÃO veu uma representação dos moradores
08/09/1836 – segundo testamento des- promovida pelo Conselho do Governo
ta data, de António Mariano da Cunha*. local contra a imposição de os navios te-
Remetera para este, em Quelimane, 37 rem de ir ao porto de Moçambique antes
escravos para serem vendidos. de entrarem no de Quelimane.
[AHM, códice 11-5832, fls. 245 / AHU, pasta 8, cap. 1]
[AHM, códice 11-5833, fls. 5]

1836 · Lima
1836 · Ferreira
JOSÉ LUIS DE ARAUJO E LIMA
J. B. FERREIRA (João Basílio
08/08/1836 – subscreve a representação
Ferreira*?)
de 25 negreiros de Quelimane [«haven-
14/07/1836 – em Moçambique, capitão
do paralisado o transporte de colonos
do brigue português Vinte e Quatro de
desde o ano de 1830»] provocada pelo
Julho, carregou 800 escravos dos quais
impedimento de carregarem um navio
foi descarregar 500 em São Sebastião,
estrangeiro que se dispunha a arvorar o
em 12/1836.
pavilhão português.
[AHU, cx. 182, mç. 1, nº 2 / Eltis]
[AHM, códice 11-5832, fls. 245 vs.] 205
1836 · Frois 1836 · Mascarenhas
BERNARDO ANTÓNIO FROIS JOÃO ANTÓNIO MASCARENHAS
22/09/1836 – em Quelimane, escritura 10/12/1836 – o governador-geral Perei-
de venda dos palmares, com escravos e ra Marinho mandou buscar o governador
mais bens, que faz D. Joana de Quadros* de Cabo Delgado, capitão J. A. Mascare-
a Bernardo António Frois. Além dos pal- nhas, «por ser acusado oficialmente de
mares vende 40 escravos, 17 machos, 23 contrabandista de escravos».
fêmeas com suas crias, cujos nomes são [AHU, pasta 5, cap. 2]

2007  E-BOOK CEAUP


José Capela

1836 · Mendonça 1836 · Noronha


JOSÉ BENTO DE MENDONÇA CIPRIANO DE NORONHA
08/08/1836 – subscreve a representação 08/08/1836 – subscreve a representação
de 25 negreiros de Quelimane [«haven- de 25 negreiros de Quelimane [«haven-
do paralisado o transporte de colonos do paralisado o transporte de colonos
desde o ano de 1830»] provocada pelo desde o ano de 1830»] provocada pelo
impedimento de carregarem um navio impedimento de carregarem um navio
estrangeiro que se dispunha a arvorar o estrangeiro que se dispunha a arvorar o
pavilhão português. pavilhão português.
[AHM, códice 11-5832, fls. 245 vs.] 07/07/1842 – em Quelimane, subscre-
veu uma representação dos moradores
1836 · Moraes promovida pelo Conselho do Governo
F. X. MORAES local contra a imposição de os navios te-
10/1836 – capitão do navio Venus, sai do rem de ir ao porto de Moçambique antes
Rio de Janeiro para Moçambique onde de entrarem no de Quelimane.
carrega 815 escravos (número imputa- 22/08/1861 – testamento de que cons-
do) dos quais vai descarregar 664 a Ma- tam «três ensacas de pretos» e «seis chi-
caé, em 13/05/1837. cundas».
[Eltis] 25/09/1861 – natural de Nova Goa, sol-
teiro, faleceu com 68 anos de idade.
1836 · Nazareth [AHM – códice 11-5832, fls. 245 / Códice 11-5837,
IGNÁCIO DO ROSÁRIO SANTA fls. 126 / Códice 11-2497, fls. 25 / AHU, pasta 8,
cap.1 Pasta11, cap. 3]
ANNA DE NAZARETH
08/08/1836 – subscreve a representação
1836 · Patricio
de 25 negreiros de Quelimane [«haven-
RAFAEL PATRÍCIO
do paralisado o transporte de colonos
08/08/1836 – subscreve a representação
desde o ano de 1830»] provocada pelo
de 25 negreiros de Quelimane [«haven-
impedimento de carregarem um navio
do paralisado o transporte de colonos
estrangeiro que se dispunha a arvorar o
desde o ano de 1830»] provocada pelo
pavilhão português.
impedimento de carregarem um navio
07/07/1842 – em Quelimane, subscre-
estrangeiro que se dispunha a arvorar o
veu uma representação dos moradores
pavilhão português.
206 promovida pelo Conselho do Governo
07/07/1842 – em Quelimane, subscre-
local contra a imposição de os navios te-
veu uma representação dos moradores
rem de ir ao porto de Moçambique antes
promovida pelo Conselho do Governo
de entrarem no de Quelimane.
local contra a imposição de os navios te-
21/08/1848 – capitão da 4ª companhia
rem de ir ao porto de Moçambique antes
do batalhão de milícias formada pelos
de entrarem no de Quelimane.
moradores de Quelimane para libertar a
[AHM, códice 11-5832, fls. 245 vs. / AHU, pasta 8,
tropa de linha. cap. 1]
[AHM, códice 11-5832, fls. 245 vs. / AHU, pasta 8,
cap. 1 e pasta 11, cap. 3]

E-book CEAUP  2007


Dicionário de Negreiros em Moçambique 1750-1897

1836 · Pereira lícia brasileira como traficante clandesti-


FRANCISCO XAVIER PEREIRA no de escravos.
08/08/1836 – subscreve a representação 12/1836 – armador da escuna São
de 25 negreiros de Quelimane [«haven- Joãozinho, de que era primeiro capi-
do paralisado o transporte de colonos tão, R. P. do Amaral, carregou em An-
desde o ano de 1830»] provocada pelo gola 312 escravos(número imputado)
impedimento de carregarem um navio dos quais descarregou naquela data
estrangeiro que se dispunha a arvorar o 285 em Ubatuba.
pavilhão português. 12/1836 – armador do brigue Temerário
[AHM, códice 11-5832, fls. 245 vs.] cujo capitão era João Pereira carregou
em Angola 457 escravos (número im-
1836 · Pinheiro putado) dos quais descarregou naquela
F. P. PINHEIRO data 418 em Ubatuba.
10/1836 – capitão da barca portuguesa 1839 – no Rio de Janeiro, comerciante
Carolina que saiu do Rio de Janeiro para brasileiro, subscreveu a carta a favor do
Quelimane onde carregou 1198 escravos comendador Moreira*.
(números imputados), dos quais descar- 1839 – armador do brigue Pompeia des-
regou 976 em Ubatuba, em 18/04/1837. carregou 500 escravos em São Sebas-
[Eltis] tião, dos 547 (número imputado) que
carregou no Congo.
1836 · Quadros 1839 – armador do brigue Pompeia des-
JOANA (Dona) DE QUADROS carregou 450 escravos em S. Sebastião
22/09/1836 – em Quelimane, escritu- dos 492 carregados no Congo.
ra de venda que faz a Bernardo António 1839 – armador do bergantim Espadarte
Frois* de palmares, 40 escravos, 17 ma- descarregou 600 escravos em S. Sebas-
chos e 23 fêmeas com suas crias. tião dos 656 (número imputado) carre-
[AHM, códice 11-5833, fls.1 e segs.] gados no Congo.
1839 – armador do bergantim Ascanio
1836 · Rodrigues desembarcou 300 escravos em São Se-
PEDRO JOSÉ RODRIGUES bastião, dos 328 (número imputado),
08/08/1836 – subscreve a representação carregados no Congo.
de 25 negreiros de Quelimane [«haven- 1839 – armador da escuna Bellona, des-
do paralisado o transporte de colonos carregou 300 escravos em S. Sebastião
207
desde o ano de 1830»] provocada pelo dos 328 (número imputado) carregados
impedimento de carregarem um navio em Ambriz.
estrangeiro que se dispunha a arvorar o 11/1839 – primeiro armador do brigue
pavilhão português. Carolina que sai do Rio de Janeiro para
[AHM, códice 11-5832, fls. 245, vs.] Quelimane a carregar 785 escravos (nú-
mero imputado) dos quais descarregou
1836 · Sá 640 em São Sebastião.
JOSÉ BERNARDINO DE SÁ 25/01/1840 – primeiro armador do
1838/1845/1851- consta da lista da po- brigue brasileiro Asseiceira, que sai

2007  E-BOOK CEAUP


José Capela

nesta data do Rio de Janeiro tendo 1841 – armador de brigue inominado


como capitão A. Mello*. Está em Que- descarregou 700 escravos em S. Sebas-
limane em 04/11/1840 de onde sai em tião dos 766 (número imputado) carre-
31/12/1840 com 332 escravos, que gados em Benguela.
descarregou na costa sudeste brasileira. 1841 – armador do patacho Solon des-
Capturado a sul do Rio de Janeiro foi carregou 400 escravos em S. Sebastião
condenado pela comissão mista anglo- dos 438 (número imputado) carregados
brasileira em 08/03/1841. O navio era em Angola.
propriedade dos comerciantes na Praça 1842 – armador da barca Andorinha des-
do Rio de Janeiro José Vieira Pimenta* carregou 600 escravos em S. Sebastião
Junior, João Vieira Pimenta* Junior e dos 656 (número imputado) carregados
João Machado Cardoso*. em Angola.
1840 – primeiro armador do brigue For- 1842 – primeiro armador do navio Ba-
tuna d’Africa que vai a Quelimane carre- liera que vai a Quelimane carregar 982
gar 773 escravos (número imputado) dos escravos dos quais descarregou em São
quais descarrega 630 em São Sebastião. Sebastião 800 (números imputados).
1840 – primeiro armador da barca por- 1842 – armador da escuna Empreende-
tuguesa Quatro de Março que vai a Que- dora descarregou 350 escravos em São
limane carregar 859 (número imputado) Sebastião dos 383 (número imputado),
escravos dos quais descarrega 700 em carregados em Benguela.
São Sebastião. 1842 – armador do brigue Generose des-
1840 – primeiro armador do brigue por- carregou 350 escravos em S. Sebastião
tuguês Ânimo Grande, desembarcou 600 dos 383 (número imputado) carregados
escravos em Campos, em 30/12/1839, em Benguela.
dos 736 (número imputado) carregados 1843 – primeiro armador do navio Nova
em Quelimane. Grande que vai a Quelimane carregar
1840 – primeiro armador do brigue Ge- 669 escravos (número imputado), dos
neroso que vai a Quelimane carregar 613 quais descarrega em São Sebastião 545.
escravos (número imputado) dos quais 18/10/1842 – primeiro armador do na-
descarrega 500 em São Sebastião. vio português A Princesa Dona Francisca
1840 – armador do bergantim Dois Ami- Marian Caro que sai de Quelimane aon-
gos desembarcou 500 em São Sebastião de fora em proveniência de Paranagua.
dos 547 (número imputado) carregados Foi apresado pela Marinha inglesa e jul-
208
em Ambriz. gado e condenado em Sta. Helena.
1840 – armador do brigue Doze de Ou- 1843 – armador da sumaca Três Irmãos
tubro descarregou 600 escravos em S. descarregou 350 escravos em Rio São
Sebastião dos 656 carregados (número Jesus dos 383 (número imputado) carre-
imputado) em Ambriz. gados em Cabinda.
1841 – primeiro armador do brigue Ca- 1843 – armador da sumaca Marqueza de
rolina, que foi a Quelimane carregar 736 Palma descarregou 180 escravos em Ma-
escravos, dos quais descarregou 600 em caé dos 197 (número imputado) carre-
São Sebastião. gados em Ambriz.

E-book CEAUP  2007


Dicionário de Negreiros em Moçambique 1750-1897

1843 – armador do brigue Relâmpego caé dos 432 (número imputado) que
descarregou 570 escravos em S. Sebas- carregou em Ambriz.
tião dos 624 (número imputado) carre- 1845 – armador da sumaca Aventureiro
gados em Benguela. descarrou 201 escravos em Campos dos
1844 – primeiro armador da barca brasi- 220 (número imputado) carregados em
leira Duqueza que vai do Rio de Janeiro Ambriz.
a Quelimane, onde carrega 669 escravos 11/03/1846 – os comissários britânicos
(número imputado), dos quais descarre- colocam-no no segundo lugar da List of
ga 610 em Santos consignados ao cônsul the principal Slave Dealers at Rio de Janei-
português. ro, 1845.
1844 – armador da sumaca Nova Especu- 05/1846 – armador de um brigue que
lação descarregou 190 escravos em Ita- desembarcou em Macaé 500 escravos
pemerim, Província do Rio de Janeiro, dos 547 (número imputado) que embar-
dos 208 (números imputados) carrega- cou em Ambriz.
dos em Cabinda. 21/07/1846 – primeiro armador do navio
1844 – armador do brigue Relâmpago, Improviso, em Quelimane, capitão D. A.
descarregou 480 escravos em Cabo Frio Ferreira*. Apresado pela Marinha inglesa
dos 525 (número imputado) embarca- e condenado no Cabo da Boa Esperança.
dos em Cabinda. 27/01/1851 – Jornal do Comércio, R. de
1844 – armador da sumaca Conceição Fe- J.: «Está realizada a compra do trapiche
liz que partiu do Rio de Janeiro e foi ao da cidade por 500$000. O comprador é o
Gabão onde embarcou 253 escravos (nú- governo, e o vendedor é José Bernardino
mero imputado) dos quais desembarcou de Sá como procurador da Condessa de
205 em Campos. Sarapuí».
15/05/1844 – armador do brigue Impe- 22/07/1851 – nesta data desembarcou
rador D. Pedro, capitão João José Alves 400 escravos na província do Rio de Ja-
de Mattos*, que sai do Rio de Janei- neiro dos 600 que tinha carregado na re-
ro e vai a Quelimane, de onde sai em gião do Congo.
23/06/1844. Apresado pela Marinha 28/03/1853 – O governador-geral de
inglesa, condenado pela Comissão Mista Moçambique informa o ministro que foi
da Serra Leoa. um dos comerciantes do Rio de Janeiro
08/11/1844 – armador do bergantim que manteve até cerca de 1850 feitorias
Nova Granada que partiu de Santos, na costa de Moçambique.
209
carregou 293 escravos em local não es- Enciclopédia Luso-Brasileira: Vila Nova do
pecificado de África e descarregou 239 Minho – (Barão e Visconde de ) – Foi 1º ba-
(números imputados) na costa do Brasil. rão e 1º visconde deste título José Bernar-
1845 – armador da sumaca Nova So- dino de Sá, negociante na praça do Rio de
ciedade desembarcou 200 escravos em Janeiro, cujos dados biográficos faltam.
Macaé dos 219 (número imputado) em- Posto ombro a ombro com Manuel Pinto
barcados em Ambriz. da Fonseca*, considerados pelo cirurgião
1845 – armador da escuna brigue Espe- de um navio britânico no Rio de Janeiro
rança descaregou 395 escravos em Ma- como «os nababos do Brasil formando

2007  E-BOOK CEAUP


José Capela

a classe deslumbrante dos milionários impedimento de carregarem um navio


parvenues». Isto em 1846, sendo eles dez estrangeiro que se dispunha a arvorar o
anos antes modestos empregados de pe- pavilhão português.
quenas casas comerciais. [AHM, códice 11-5832, fls. 245 vs.]
O título de barão foi-lhe dado por decre-
to de 19-XII-1850 e o de visconde por de- 1836 · Sousa
creto de 11-IV-1855. COSME DAMIÃO DE SOUSA
[Alcoforado / Eltis / Leslie Bethell, The Abolition of 08/08/1836 – subscreveu a represen-
Brazilian Slave Trade / ANTT, Ministério dos Negócios
tação de 25 negreiros de Quelimane
Estrangeiros, cx. 312. / AHU, pasta 9, nº 4 / Eltis]
[«havendo paralisado o transporte de
colonos desde 1830»] provocada pelo
1836 · Silva
impedimento de carregarem um navio
ROMÃO JOSÉ DA SILVA
estrangeiro que se dispunha a arvorar o
08/08/2836 – subscreve a representação
pavilhão português.
de 25 negreiros de Quelimane [«haven-
[AHM, códice 11-5832, fls. 245 vs.]
do paralisado o transporte de colonos
desde o ano de 1830»] provocada pelo
1836 · Terreira
impedimento de carregarem um navio
J. B. TERREIRA
estrangeiro que se dispunha a arvorar o
1836 – capitão do brigue português Vin-
pavilhão português.
te e Quatro de Julho que vai do Brasil a
30/01/1834 – em Quelimane, Francisco
Moçambique carregar 800 escravos, dos
de Meneses Soares* hipoteca-lhe vinte
quais descarrega 500 em S. Sebastião.
escravos por dívida. O Francisco Soares
[Eltis]
devia ao Romão cem pesos espanhóis,
produto de uma ensaca de escravos que
1836 · Thimote
o Romão arrematou no leilão do pai do
MANUEL DA COSTA THIMOTE
Francisco, Nicolau Francisco Soares*.
13/12/1835 – devedor a António Pereira
Francisco não dispunha da quantia para
dos Santos* de 366 mil réis, dinheiro do
lhe pagar, pelo que lhe dava por especial
Brasil, pelo transporte de dois escravos
hipoteca a dita ensaca de negros reforçan-
para o Rio de Janeiro.
do a mesma hipoteca com seis escravos.
[AHM, códice 11-5832]
05/09/1842 – havia mais de seis anos
comandante interino da vila de Queli-
1837 · Abodala
210 mane, requer confirmação no posto.
ABODALA
[AHM, códice 11-5832, fls. 245 vs. e fls. 179 / AHU,
pasta 8, cap. 1] 23/01/1837 – em Moçambique, capitão
de pangaio ido de Quíloa com 13 dias de
1836 · Silva viagem, procede ao manifesto de carga.
[Santana, III, p. 988]
VITORINO JOSÉ DA SILVA
08/08/1836 – subscreve a representação
de 25 negreiros de Quelimane [«haven- 1837 · Abodelá
do paralisado o transporte de colonos SAID ABODELÁ
desde o ano de 1830»] provocada pelo 07/07/1837 – em Moçambique, capitão

E-book CEAUP  2007


Dicionário de Negreiros em Moçambique 1750-1897

de pangaio ido de Angoche, procede ao 1837 · Ary


manifesto de carga. ARY
[Santana, III, p. 983] 19/12/1837 – em Moçambique, capitão
de pangaio ido de Zanzibar, com 47 dias
1837 · Abodila de viagem, procede ao manifesto de car-
ALI ABODILA ga, com 26 escravos.
14/01/1837 – em Moçambique, capitão de [Santana, III, p. 998]
pangaio ido de Zanzibar, com 40 dias de
viagem, procede ao manifesto de carga. 1837 · Ary
[Santana, III, p. 987] ARY
31/12/1837 – em Moçambique, capitão
1837 · Ageo do pangaio Mançur, ido de Zanzibar,
D. JOZE ANTONIO AGEO procede ao manifesto de carga.
18/11/1837 – capitão do brigue espanhol [Santana, III, p. 997]
Irene, saído de Havana a 07/07/1837,
arribado a Moçambique, procede ao 1837 · Bacar
manifesto de carga. Carrega 650 escra- AMUD BACAR
vos dos quais descarrega em Cuba, em 22/02/1837 – em Moçambique, capitão
08/07/1838, 530 (números imputados). de pangaio ido de Zanzibar com escala
[Santana, III, pp. 969, 970] pelo Ibo, com 24 dias de viagem, proce-
de ao manifesto de carga.
1837 · Agy [Santana, III, p. 990]
MAMAD BONA AGY
03/11/1837 – em Moçambique, capitão 1837 · Bana
de pangaio ido Maiota, com 25 dias de BANA
viagem, procede ao manifesto de carga. 31/12/1837 – em Moçambique, capitão
[Santana, III, p. 999] de pangaio ido de Quíloa com 30 dias de
viagem, procede ao manifesto de carga.
1837 · Almeida [Santana, III, p. 997]
A. J. DE ALMEIDA
16/02/1837 – capitão do brigue portu- 1837 · Banapaque
guês Flor de Quelimane, está no porto de BANAPAQUE
Campos a descarregar 697 escravos dos 16/03/1837 – em Moçambique, capitão de
211
860 que carregou em Quelimane. pangaio ido de Zanzibar e Ibo, com 22 dias
[Eltis] de viagem, procede ao manifesto de carga,
de onde constam 32 escravos do Ibo.
1837 · Ambasse [Santana, III, p. 991]
MAUMADE AMBASSE
13/08/1837 – em Moçambique, capitão 1837 · Bastos
de pangaio ido de Maiota com 5 dias de JOAQUIM PEREIRA DE OLIVEIRA
viagem, procede ao manifesto de carga. BASTOS
[Santana, III, p. 980] 22/06/1837 – capitão do brigue por-

2007  E-BOOK CEAUP


José Capela

tuguês Triunfante sai do Rio de Janeiro 1837 · Brandão


para Moçambique onde procede ao ma- M. J. BRANDÃO
nifesto de carga. em 21/08/1837. Car- 09/07/1837 – capitão do brigue por-
regou 874 escravos (número imputado) tuguês Triunfo da Inveja sai do Rio de
dos quais descarregou 712 em Campos. Janeiro para Quelimane onde carre-
[Santana, III, p. 982 / Eltis] ga 999 escravos (número imputado),
dos quais descarrega 814 em Campos, a
1837 · Benagy 26/12/1837.
MAMAD BENAGY [Eltis]
06/05/1837 – em Moçambique, capitão
de pangaio ido de Angazicha e do Ibo, 1837 · Camisse
com 40 dias de viagem, procede ao ma- CAMISSE
nifesto de carga. 12/10/1837 – em Moçambique, capitão
[Santana, III, p. 991] de pangaio ido do Ibo com 10 dias de via-
gem, manifesta a carga com 59 escravos.
1837 · Bernetto [Santana, III, p. 1000]
JOSE JOAQUIM BERNETTO (ou
BARNETTO) 1837 · Carmo
01/11/1837 – em Moçambique, subscre- ANTÓNIO MARIA DO CARMO
veu a representação de 29 comerciantes 22/11/1837 – em Moçambique, subscre-
da praça expondo ao governador-geral, veu a representação de 29 comerciantes
marquês de Aracaty, a necessidade de da praça expondo ao governador-geral,
sustar a execução do decreto de 10 de marquês de Aracaty, a necessidade de
Dezembro de 1836 que abolia o tráfico sustar a execução do decreto de 10 de
da escravatura em todas as colónias por- Dezembro de 1836 que abolia o tráfico
tuguesas. da escravatura em todas as colónias por-
[AHU, pasta 4, cap. 3 e cap. 4] tuguesas.
[AHU, pasta 4, cap. 3]
1837 · Boamade
IDRISE BOAMADE 1837 · Castelão
27/01/1837 – em Moçambique, capi- ANTÓNIO DUARTE GOMES
tão de pangaio ido de Zanzibar, com 32 CASTELÃO
dias de viagem, procede ao manifesto 01/11/1837 – em Moçambique, subscre-
212
de carga. veu a representação de 29 comerciantes
[Santana, III, p. 986] da praça expondo ao governador-geral,
marquês de Aracaty, a necessidade de
1837 · Braime sustar a execução do decreto de 10 de
BRAIME Dezembro de 1836 que abolia o tráfico
15/05/1837 – em Moçambique, capitão da escravatura em todas as colónias por-
de pangaio ido de Angazicha, com escala tuguesas.
pelo Ibo, com 25 dias de viagem. [AHU, pasta 4. cap. 3]
[Santana, III, p. 982]

E-book CEAUP  2007


Dicionário de Negreiros em Moçambique 1750-1897

1837 · Conceição veu a representação de 29 comerciantes


MANUEL CORREA DA da praça expondo ao governador-geral,
CONCEIÇÃO marquês de Aracaty, a necessidade de
01/11/1837 – em Moçambique, subscre- sustar a execução do decreto de 10 de
veu a representação de 29 comerciantes da Dezembro de 1836 que abolia o tráfico
praça expondo ao governador-geral, mar- da escravatura em todas as colónias por-
quês de Aracaty, a necessidade de sustar a tuguesas.
execução do decreto de 10 de Dezembro [AHU, pasta 4, cap. 3]

de 1836 que abolia o tráfico da escravatu-


ra em todas as colónias portuguesas. 1837 · Eligy
[AHU, pasta 4, cap. 4] ELIGY
09/02/1837 – em Moçambique, capitão
1837 · Condôo de pangaio ido de Zanzibar, com escala
CONDÔO pelo Ibo, com trinta dias de viagem, pro-
09/01/1837 – em Moçambique, capitão de cede ao manifesto de carga, de que cons-
pangaio ido de Zanzibar, com 70 dias de tam 16 escravos.
viagem, procede ao manifesto de carga. [Santana, III, p. 986]
[Santana, III, p. 988]
1837 · Flores
1837 · Dias JOÃO PEREIRA FLORES
BERNARDO LOURENÇO DIAS 1837 – proprietário e mestre da galera
03/05/1837 – em Quelimane, no seu espanhola Amélia, viajando de Havana
testamento, destina oito escravos entre para Madagascar, arribada a Moçambi-
machos e fêmeas a seu primo João dos que em 1837, tendo procedido ao mani-
Reis* «negociante assistente na cidade festo de carga e carregado 660 escravos.
do Rio de Janeiro a quem era devedor de 28/12/1837 – em Moçambique, o ajudan-
seiscentos mil reis que do mesmo havia te de ordens João Octaviano informa o
recebido em fazendas quando viera para governador-geral que tendo visitado a ga-
esta vila em 1826». lera Amélia, a seguir para Havana, eram
[AHM, códice 11-5833, fls. 21 vs. e segs.] 658 os cativos que se achavam a bordo
(nessa manhã haviam morrido dois).
1837 · Dias [Santana, III, pp. 969, 970, 976]
M. T. DIAS 213
04/03/1837 – capitão do brigue portu- 1837 · Fonseca
guês Ceres, está a descarregar no Rio de FRANCISCO ANTÓNIO DA
Janeiro 367 (número imputado) dos 450 FONSECA
escravos carregados em Moçambique. 01/11/1837 – em Moçambique, subscre-
[Eltis] veu a representação de 29 comerciantes
da praça expondo ao governador-geral,
1837 · Duarte marquês de Aracaty, a necessidade de
VICENTE JOSÉ DUARTE sustar a execução do decreto de 10 de
01/11/1837 – em Moçambique, subscre- Dezembro de 1836 que abolia o tráfico

2007  E-BOOK CEAUP


José Capela

da escravatura em todas as colónias por- vos dos quais foi descarregar 509, em
tuguesas. 17/12/1837, a Cuba.
[AHU, pasta 4, cap. 3] [Santana, III, p. 977 / Eltis]

1837 · Freitas 1837 · Girardo


JOÃO JOSÉ DE FREITAS BRÁS (DOM) MARIANO GIRARDO
04/08/1837 – em Moçambique, capitão 22/11/1837 – capitão do brigue espa-
do brigue português Palmira, procede nhol de Havana, Explorador, arribado a
ao manifesto de carga (de onde?) com Moçambique, procede ao manifesto de
20000 pesos. carga.
[Santana, III, p. 978] [Santana III, pp. 969, 970, 1006]

1837 · Gama 1837 · Givor


TEOBALDO ANTONIO DA GAMA DALY BONA CHEQUE GIVOR
01/11/1837 – em Moçambique, subscre- (também Daly Bona Chaque)
veu a representação de 29 comerciantes 13/12/1837 – no Ibo, (capitão?) de pan-
da praça expondo ao governador-geral, gaio que manifesta a carga de 64 escra-
marquês de Aracaty, a necessidade de vos, a seguir para Moçambique
sustar a execução do decreto de 10 de 30/12/1837 – já em Moçambique, com
Dezembro de 1836 que abolia o tráfico 11 dias de viagem, manifesta a carga dos
da escravatura em todas as colónias por- mesmos 64 escravos.
tuguesas. [Santana, III, p. 997]
[AHU, pasta 4, cap. 3]
1837 · Gorronda
1837 · Gamito GORRONDA
ANTÓNIO CÂNDIDO PEDROSO 13/06/1837 – capitão do navio espa-
GAMITO nhol Aquila Vengadera Esplora, saiu de
01/11/1837 – em Moçambique, subscre- Havana para Moçambique onde carre-
veu a representação de 29 comerciantes gou 560 escravos dos quais descarregou
da praça expondo ao governador-geral, em Cuba 360, em 30/06/1838 (núme-
marquês de Aracaty, a necessidade de ros imputados).
sustar a execução do decreto de 10 de [Eltis]
Dezembro de 1836 que abolia o tráfico
214
da escravatura em todas as colónias por- 1837 · Graça
tuguesas. JOÃO FERREIRA PORTUGAL DA
[AHU, pasta 4, cap. 3] GRAÇA
01/11/1837 – em Moçambique, subscre-
1837 · Garcia veu a representação de 29 comerciantes
J. GARCIA da praça expondo ao governador-geral,
04/02/1837 – capitão do mavio Socor- marquês de Aracaty, a necessidade de
ro D. Maria II que saiu de Havana para sustar a execução do decreto de 10 de
Moçambique onde carregou 700 escra- Dezembro de 1836 que abolia o tráfico

E-book CEAUP  2007


Dicionário de Negreiros em Moçambique 1750-1897

da escravatura em todas as colónias por- da praça expondo ao governador-geral,


tuguesas. marquês de Aracaty, a necessidade de
[AHU, pasta 4, cap. 3] sustar a execução do decreto de 10 de
Dezembro de 1836 que abolia o tráfico
1837 · Guman da escravatura em todas as colónias por-
GUMAN tuguesas.
19/12/1837 – em Moçambique, capitão [AHU, pasta 4, cap. 3]
de pangaio ido de Zanzibar e ilhas de
Cabo Delgado, com 47 dias de viagem, 1837 · Luís
procede ao manifesto de carga. ANTÓNIO LUÍS
[Santana, III, p. 999] 05/07/1839 – em Moçambique, capitão
do bergantim (?) português Triunfo de
1837 · Henriques Luanda, procede ao manifesto de car-
MANUEL HENRIQUES ga embarcada em Havana, entre a qual
29/08/1837 – em Moçambique, mestre 29000 pesos.
do batel Os Dois Amigos, ido do Ibo, pro- [Santana, III, p. 1000]
cede ao manifesto de carga de que cons-
tam 23 escravos. 1837 · Macame
[Santana, III, p. 980] AMISSE MACAME
08/09/1837 – em Moçambique, capitão
1837 · Lambate de pangaio ido do Ibo com 8 dias de via-
MAMAD SALE LAMBATE gem, procede ao manifestode carga.
24/01/1837 – em Moçambique, patrão [Santana, III, p. 977]
de lancha ida do Ibo, com 24 horas de
viagem, procede ao manifesto da carga 1837 · Machado
de 35 escravos. JOSÉ GONÇALVES MACHADO
[Santana, III, p. 988] 01/11/1837 – em Moçambique, subscre-
veu a representação de 29 comerciantes
1837 · Lima da praça expondo ao governador-geral,
D. A. LIMA marquês de Aracaty, a necessidade de
30/05/1837 – capitão do brigue por- sustar a execução do decreto de 10 de
tuguês Lusitano sai para Moçambique Dezembro de 1836 que abolia o tráfico
onde carrega 982 escravos (número da escravatura em todas as colónias por-
215
imputado) que vai desembarcar ao por- tuguesas.
to de Campos em número de 800 em [AHU, pasta 4, cap. 3]
12/10/1837.
[Eltis] 1837 · Macti
SEID MACTI
1837 · Lopes 17/05/1837 – em Moçambique, capitão de
CUSTÓDIO DE JESUS LOPES pangaio ido de Angazicha, com 6 dias de
01/11/1837 – em Moçambique, subscre- viagem, procede ao manifesto de carga.
veu a representação de 29 comerciantes [Santana, III, p. 982]

2007  E-BOOK CEAUP


José Capela

1837 · Magalhães tão de pangaio ido de Zanzibar, com 20


HERÁCLIO DE ARAUJO E dias de viagem, procede ao manifesto
MAGALHÃES de carga.
07/01/1837 – em Moçambique, mestre do [Santana, III, p. 981]

batel Fátima, ido das ilhas de Cabo Delga-


do, manifesta a carga de 33 escravos. 1837 · Melo
[Santana, III, p. 986] D. ANTÓNIO JOSE DE MELO
12/03/1837 – major do exército, tomou
1837 · Magide posse como governador-geral de Mo-
SAID MAGIDE çambique. Segundo Sá da Bandeira (Câ-
25/02/1837 – em Moçambique, capi- mara dos Pares, 16 de Julho de 1840) foi
tão de pangaio ido de Zanzibar, com 24 processado por conivência com o tráfico
dias de viagem, procede ao manifesto da escravatura.
de carga. [Diário do Governo, 01/08/1840]
[Santana, III, p. 984]
1837 · Miranda
1837 · Mamad JOSÉ DE CARVALHO MIRANDA
ABODALA MAMAD 28/08/1837 – capitão do bergantim
13/08/1837 – em Moçambique, capi- português Fortuna d’África, saiu do Rio
tão de pangaio ido de Angazicha, com de Janeiro e chegou a Moçambique em
7 dias de viagem, procede ao manifesto 17/10/1837 onde procede ao manifesto
de carga. de carga. À saída pagou direitos de 300.
[Santana, III, p. 978] Foi-lhe imputada uma carga final de 874
escravos e uma descarga em porto do su-
1837 · Mamad deste brasileiro de 712.
GULAMO ASSANY MAMAD [Santana, III, pp. 969, 970 / Eltis]
10/03/1837 – em Moçambique, mestre
da pala Patrocínio de S. José, procede ao 1837 · Momade
manifesto de carga. SALIMO MOMADE
[Santana, III, p. 990] 19/07/1837 – em Moçambique, capitão
de pangaio ido de Maiota, com 8 dias de
1837 · Mar viagem, procede ao manifesto de carga.
SARIJO MAR [Santana, III, p. 979]
216
12/12/1837 – em Moçambique, capi-
tão de pangaio ido de Angazicha, com 1837 · Nacud
2 dias de viagem, procede ao manifesto RACID NACUD
de carga. 03/02/1837 – em Moçambique, capi-
[Santana, III, p. 999] tão de pangaio ido de Zanzibar, com 17
dias de viagem, procede ao manifesto
1837 · Masaude de carga.
RACHIDE MASAUDE [Santana, III, p. 989]
14/11/1837 – em Moçambique, capi-

E-book CEAUP  2007


Dicionário de Negreiros em Moçambique 1750-1897

1837 · Neri da escravatura em todas as colónias por-


JOSÉ INÁCIO DE ANDRADE NERI tuguesas.
22/11/1837 – em Moçambique, subscre- 08/04/1837 – em Moçambique, procede
veu a representação de 29 comerciantes ao manifesto das fazendas que vão em-
da praça expondo ao governador-geral, barcadas a bordo do iate Mindelo para a
marquês de Aracaty, a necessidade de feitoria da vila de Quelimane.
sustar a execução do decreto de 10 de [AHU, pasta 4, cap. 3 / Santana, III, p. 981]
Dezembro de 1836 que abolia o tráfico
da escravatura em todas as colónias por- 1837 · Oliveira
tuguesas. JOSÉ FILIPE DE OLIVEIRA
[AHU, pasta 4, cap. 3] 01/11/1837 – em Moçambique, subscre-
veu a representação de 29 comerciantes
1837 · Nobre da praça expondo ao governador-geral,
FRANCISCO DA COSTA XAVIER marquês de Aracaty, a necessidade de
FERREIRA NOBRE sustar a execução do decreto de 10 de
01/11/1837 – em Moçambique, subscre- Dezembro de 1836 que abolia o tráfico
veu a representação de 29 comerciantes da escravatura em todas as colónias por-
da praça expondo ao governador-geral, tuguesas.
marquês de Aracaty, a necessidade de [AHU, pasta 4, cap. 3]

sustar a execução do decreto de 10 de


Dezembro de 1836 que abolia o tráfico 1837 · Omar
da escravatura em todas as colónias por- SARIFO OMAR
tuguesas. 12/08/1837 – em Moçamboique, capi-
[AHU, pasta 4, cap. 3] tão de pangaio ido de Maiota, com 30
dias de viagem.
1837 · Noronha [Santana, III, p. 979]

MARCOS (?) SOARES DE


NORONHA 1837 · Oyenhausen
24/01/1837 – em Moçambique, capitão JOÃO CARLOS AUGUSTO
da sumaca Duquesa de Bragança, ida de OYENHAUSEN, primeiro marquês
Quelimane, procede ao manifesto de de Aracati.
carga. Filho da quarta marquesa de Alorna. Fez
[Santana, III, p. 989] a campanha peninsular como capitão. Foi 217
para o Brasil como governador do Pará e
1837 · Oliveira Rio Negro. Serviu como ajudante de or-
JOÃO ANTÓNIO DE OLIVEIRA dens do general Gomes Freire. Brasilei-
01/11/1837 – em Moçambique, subscre- ro «ex-vi» da constituição, foi o segundo
veu a representação de 29 comerciantes governador do Ceará, em 1802; o oitavo
da praça expondo ao governador-geral, governador da capitania de Mato Grosso,
marquês de Aracaty, a necessidade de de 1807 a 1818; governador e capitão-ge-
sustar a execução do decreto de 10 de neral da capitania de S. Paulo, de 1819 a
Dezembro de 1836 que abolia o tráfico 1821. Brigadeiro do exército imperial em

2007  E-BOOK CEAUP


José Capela

1820, foi ministro das relações exteriores 1837 · Raimo


e da Marinha no gabinete de 1827 e no- ABEDU RAIMO
vamente no gabinete de 1831. Quando o 19/09/1837 – em Moçambique, capi-
imperador abdicou em seu filho (17 de tão de pangaio ido de Zanzibar, com 75
Abril de 1831), demitiu-se dos seus pos- dias de viagem, procede ao manifesto de
tos e cargos e regressou a Portugal. Sá da carga.
Bandeira nomeou-o governador-geral de [Santana, III, p. 977]
Moçambique, cargo de que tomou posse
a 5/10/1837 onde faleceu a 28/03/1838. 1837 · Rego
Repôs o tráfico de escravos nos portos J. J. DO REGO
de Moçambique que tinha sido proibido 08/04/1837 – capitão da barca portu-
pelo decreto de 10 de Dezembro de 1836, guesa Quatro de Março que sai do Rio de
regulou-o e promoveu-o. Janeiro para Quelimane, onde carrega
[Memórias do Marquês de Fronteira e Alorna / AHU, 1050 escravos dos quais descarrega 950
pasta 4, cap. 3]
(números imputados) na Província do
Rio de Janeiro, em 05/12/1837.
1837 · Peixoto
[Eltis]
CAETANO DO ROSÁRIO PEIXOTO
01/11/1837 – em Moçambique, subscre- 1837 · Reis
veu a representação de 29 comerciantes da
JOÃO DOS REIS
praça expondo ao governador-geral, mar-
03/05/1837 – negociante no Rio de Ja-
quês de Aracaty, a necessidade de sustar a
neiro, a quem seu primo, Bernardo Lou-
execução do decreto de 10 de Dezembro
renço Dias*, em Quelimane, deixou em
de 1836 que abolia o tráfico da escravatu-
testamento, oito escravos.
ra em todas as colónias portuguesas. [AHM, códice 11-583, fls. 21 vs. e segs.]
[AHU, pasta 4, cap. 3]

1837 · Rocha
1837 · Pereira
MANUEL DOS SANTOS ROCHA
G. PEREIRA
21/06/1837 – em Moçambique, capitão
07/12/1837 – capitão do brigue portu-
do bergantim português Vinte e Quatro
guês Saudade descarrega em Taipu 613
de Julho, procede ao manifesto de carga
escravos dos 752 (número imputado)
(de onde?).
carregados em Moçambique.
[Santana, III, p. 983]
218 [Eltis]

1837 · Portugal 1837 · Rodrigues


ELIAS FERREIRA DA GRAÇA ANTÓNIO NARCISO RODRIGUES
PORTUGAL 08/1837 – em Moçambique, capitão e
16/08/1837 – em Moçambique, capitão caixa do brigue Nossa Senhora do Socor-
do brigue Domingas Cardoso, procede ao ro Flor do Mar, procede ao manifesto de
manifesto de carga de que constam 42 carga levada de Quelimane, de que cons-
escravos. tam 70 «colonos».
[Santana, III, p. 978] [Santana, III, p. 978]

E-book CEAUP  2007


Dicionário de Negreiros em Moçambique 1750-1897

1837 · Sá 1837 · Sedumar


CAETANO PIEDADE E SÁ SEDUMAR
01/11/1837 – em Moçambique, subscre- 22/12/1837 – em Moçambique, capi-
veu a representação de 29 comerciantes tão de pangaio ido de Angazicha, com
da praça expondo ao governador-geral, 7 dias de viagem, procede ao manifesto
marquês de Aracaty, a necessidade de de carga.
sustar a execução do decreto de 10 de [Santana, III, p. 998]
Dezembro de 1836 que abolia o tráfico
da escravatura em todas as colónias por- 1837 · Selimane
tuguesas. ALY SELIMANE
16/11/1839 – segundo notícias chegadas 13/10/1837 – em Moçambique, capitão
a Lisboa, reportadas a esta data, a corve- de pangaio ido de Maiota com 6 dias de
ta inglesa Modest apresara a sul da barra viagem, procede ao manifesto de carga.
de Quelimane a palinha Ana Feliz, de que [Santana, III, p. 1000]
era capitão Caetano Piedade de Sá, saída
de Moçambique para Quelimane e Lou- 1837 · Sepulveda
renço Marques, tendo-a mandado a 6 de ANTÓNIO MASCARENHAS
Dezembro para o Cabo da Boa Esperança SEPÚLVEDA
onde foi condenada. Saiu de Quelimane 01/11/1837 – em Moçambique, subscre-
com os 56 escravos com que chegou ao veu a representação de 29 comerciantes
Cabo da Boa Esperança. da praça expondo ao governador-geral,
[AHU, pasta 4, cap. 3 / Eltis] marquês de Aracaty, a necessidade de
sustar a execução do decreto de 10 de
1837 · Sá Dezembro de 1836 que abolia o tráfico
PEDRO MIGUEL DE SÁ da escravatura em todas as colónias por-
01/11/1837 – em Moçambique, subscre- tuguesas.
veu a representação de 29 comerciantes [AHU, pasta 4, cap. 3]
da praça expondo ao governador-geral,
marquês de Aracaty, a necessidade de 1837 · Silva
sustar a execução do decreto de 10 de C. (MATE) DA SILVA
Dezembro de 1836 que abolia o tráfico 09/11/1837 – capitão do brigue portu-
da escravatura em todas as colónias por- guês Novo Destino descarrega em Macaé
tuguesas. 677 escravos dos 831 que havia carrega-
219
[AHU, pasta 4, cap. 3] do em Quelimane.
[Eltis]
1837 · Salimane
AMAD SALIMANE 1837 · Silva
24/02/1837 – em Moçambique, capi- CAETANO ANTÓNIO PERES DA
tão de pangaio ido de Zanzibar com 18 SILVA
dias de viagem, procede ao manifesto 01/11/1837 – em Moçambique, subscre-
de carga. veu a representação de 29 comerciantes
[Santana, III, p. 990] da praça expondo ao governador-geral,

2007  E-BOOK CEAUP


José Capela

marquês de Aracaty, a necessidade de 1837 · Sousa


sustar a execução do decreto de 10 de BENJAMIM CAETANO DE SOUSA
Dezembro de 1836 que abolia o tráfico 22/09/1837 – em Moçambique, mestre
da escravatura em todas as colónias por- da chalupa Flor do Ibo, ida das ilhas de
tuguesas. Comoro, procede ao manifesto de carga.
Pereira Marinho : «[…] era um setem- [Santana, III, p. 981]
brista muito exaltado, era escrivão da
Fazenda, e não foi exonerado; e porque 1837 · Sousa
era aliado dos negreiros, entrava nas FRANCISCO LUÍS GONZAGA DE
suas especulações, e comia deles». SOUSA
[AHU, pasta 4, cap. 3 / Pereira Marinho, Memória de 01/11/1837 – em Moçambique, subscre-
Combinações]
veu a representação de 29 comerciantes
da praça expondo ao governador-geral,
1837 · Silva marquês de Aracaty, a necessidade de
JOÃO LUIS SILVA sustar a execução do decreto de 10 de
22/11/1837 – subscreveu a petição ao Dezembro de 1836 que abolia o tráfico
marquês de Aracaty pedindo a suspen- da escravatura em todas as colónias por-
são do decreto de 1836. tuguesas.
[AHU, pasta 4, cap. 4] [AHU, pasta 4, cap. 3]

1837 · Silva 1837 · Sousa


JOSÉ LUIS DA SILVA MIGUEL DE SOUSA
01/11/1837 – em Moçambique, subscre- 26/12/1837 – em Moçambique, mestre
veu a representação de 29 comerciantes do batel Paciência, ido de Cabo Delgado
da praça expondo ao governador-geral, com 12 dias de viagem, procede ao ma-
marquês de Aracaty, a necessidade de nifesto de carga, com 50 escravos.
sustar a execução do decreto de 10 de [Santana, III, p. 998]
Dezembro de 1836 que abolia o tráfico
da escravatura em todas as colónias por- 1837 · Sumar
tuguesas. JOSÉ MARIA SUMAR
[AHU, pasta 4, cap. 3]
1837 – em Moçambique, capitão da bar-
ca portuguesa Resolução, procede ao ma-
1837 · Simas nifesto de carga. Carregou 520 escravos.
220 JOSÉ MARIA SIMAS [Santana, III, p. 970]
29/08/1837 – capitão da barca portu-
gues Resolução que sai do Rio de Janei- 1837 · Teixeira
ro para Moçambique onde carrega 859 ISIDRO XAVIER TEIXEIRA
escravos (número imputado), dos quais 01/11/1837 – em Moçambique, subscre-
vai descarregar 700 na Ilha Grande, em veu a representação de 29 comerciantes
03/1838. da praça expondo ao governador-geral,
[AHU, cx. 182]
marquês de Aracaty, a necessidade de
sustar a execução do decreto de 10 de

E-book CEAUP  2007


Dicionário de Negreiros em Moçambique 1750-1897

Dezembro de 1836 que abolia o tráfico e leis de Sua Majestade». Só em 1839 é


da escravatura em todas as colónias por- que deu a conhecer em Quelimane o de-
tuguesas. creto de 1836 que estabelecia a abolição
[AHU, pasta 4, cap. 3] do tráfico de escravos nas colónias por-
tuguesas. Ainda Pereira Marinho: «[…]
1837 · Tron aliado negreiro por tal conhecido no Rio
EDUARD TRON de Janeiro, Cabo da Boa Esperança e Pro-
01/11/1837 – em Moçambique, subscre- víncia de Moçambique, à qual aliança se
veu a representação de 29 comerciantes da lhe atribui a fortuna considerável».
praça expondo ao governador-geral, mar- 18/10/1840 – «Consta-me que na alfân-
quês de Aracaty, a necessidade de sustar a dega de Quelimane se faz um roubo hor-
execução do decreto de 10 de Dezembro rível e que este roubo é protegido pelo
de 1836 que abolia o tráfico da escravatu- governador, que os navios descarregam
ra em todas as colónias portuguesas. antes de chegarem ao fundeadouro e que
[AHU, pasta 4, cap. 3] só mandam para a alfândega aquilo que
lhes parece donde tiram também o que
1837 · Uça lhes parece para não pagarem direitos».
UÇA 30/03/1841 – pediu a demissão de go-
19/12/1837 – em Moçambique, capitão vernador dos Rios de Sena. Achava-se
de pangaio ido de Zanzibar e Cabo Del- bastante rico com o «comércio indigno»
gado, com 28 dias de viagem, procede ao tanto no tráfico da escravatura como em
manifesto de carga, com 13 escravos. roubos aos direitos da alfândega e a ven-
[Santana, III, p. 998] der ao governo fazendas pelo preço que
lhe parecia.
1838 · Miquete [AHU, pasta 5, cap. 2. Pasta 7, cap. 1 / Pereira Mari-
MIQUETE nho, Memória de Combinações / AHM, códice 11-401,
fls. 40 e segs.]
16/06/1838 – capitão do navio português
Amália que sai de Havana a 16/06/1838
para Moçambique onde carrega 710 1838 · Regis
escravos dos quais descarrega 510 em JOSÉ MARIA REGIS
Cuba, em 1839 (números imputados). 03/10/1838 – capitão do brigue portu-
[Eltis] guês Amizade Constante, sai do Rio de
Janeiro para Quelimane onde carrega
491 escravos (número imputado), dos 221
1838 · Peres
THOMAS JOSÉ PERES quais descarrega 400 na Ilha Grande. em
23/10/1838 – nomeado governador de 13/04/1839.
[Eltis]
Quelimane por Sá da Bandeira.
26/09/1840 – o governador-geral Pereira
Marinho: «o tenente-coronel governador 1838 · Santos
de Quelimane e Rios de Sena é traficante JOAQUIM THOMAS DOS SANTOS
e contrabandista de escravos, e em gran- 06/1838 – armador do brigue Esperança
de, chicaneando para este fim com ordens que foi a Cabinda carregar 438 escravos

2007  E-BOOK CEAUP


José Capela

(número imputado) dos quais descarre- dos 383 (número imputado) carregados
gou 400 naquela data, na Ilha grande. em Ambriz.
1838 – primeiro armador do brigue por- 1841 – armador do patacho Temerário
tuguês Fortuna d’África que vai a Moçam- descarregou 350 escravos em Campos,
bique carregar 528 escravos (número dos 383 (número imputado) carregados
imputado) dos quais descarrega 430 em em Ambriz.
Campos. 1841 – armador do patacho Feliz Na-
1839 – armador do brigue Elisa descarre- vegante descarregou 400 escravos em
gou 700 escravos em Campos dos 766 car- Campos dos 438 (número imputado)
regados (número imputado) em Angola. carregados em Benguela.
1839 – primeiro armador do brigue Sau- 14/02/1842 – armador do brigue escuna
dade que vai a Quelimane carregar 736 Esperança que ida do Rio de Janeiro está
escravos (número imputado) dos quais em Quelimane, em 04/1842, onde carre-
descarrega 600 em S. Sebastião, em ga 552 escravos (número imputado) dos
01/1840. quais vai desembarcar em Santos 450.
01/1839 – no Rio de Janeiro, primeiro 1842 – armador da sumaca Navegante
armador do bergantim português Espe- descarregou 400 escravos em Campos
rança que despacha para Quelimane, dos 438 (número imputado) carregados
onde carrega 491 escravos (número im- em Benguela.
putado) dos quais descarrega 400 em 1842 – armador do brigue Dos Cavallos
Campos. descarregou 600 escravos em Macaé dos
1840 – armador do patacho Bella Marilha 656 (número imputado) carregados em
desembarcou 400 escravos em Campos Benguela.
dos 438 (número imputado) carregados 1842 – armador do patacho Bela Maria
em Cabinda. descarregou 350 escravos em Campos,
1841 – armador do bergantim Emilia dos 383 (número imputado) carregados
descarregou 370 escravos em Campos em Ambriz.
dos 405 (número imputado) carregados 1842 – armador da sumaca Marques de
em Benguela. Marica desembarcou 280 escravos em Ma-
02/1841 – armador do brigue Júpiter caé dos 343 (número imputado) em bar-
carregou em Benguela 605 escravos dos cados em África (local não identificado).
quais descarregou 500 em Campos. [ANTT, Ministério dos Negócios Estrangeiros, Cx.
1841 – armador do patacho Pescador 312, correspondência do cônsul português / Eltis]
222
descarregou 400 escravos em Campos
dos 438 (número imputado), carregados 1839 · Brito
em Ambriz. JOÃO JOSÉ DE SOUSA BRITO
1841 – armador do bergantim Boa Nova 09/12/1839 – em Quelimane, capitão do
descarregou 400 escravos em Campos brigue português Escorpião, carrega 716
dos 438 (número imputado) carregados escravos dos quais vai descarregar 695
em Ambriz. no Cabo da Boa Esperança, onde foi cap-
1841 – armador do navio Nove Irmãos turado e condenado.
descarregou 350 escravos em Campos 03/08/1841 – em Quelimane, capitão

E-book CEAUP  2007


Dicionário de Negreiros em Moçambique 1750-1897

do navio português Conceição de Ma- [L. H. D. Tavares / ANTT, Ministério dos Negócios
Estrangeiros, cx. 312 / Eltis]
ria, carrega 550 escravos dos quais vai
descarregar 440 em Sta. Helena, em
05/10/1841. 1839 · Costa
[AHU, pasta 8, nº 1 / Diário do Governo, 22/06/1840 J. R. COSTA
/ Eltis] 10/04/1839 – capitão do brigue brasilei-
ro Ganges descarrega no Rio de Janeiro
1839 · Campos 419 escravos dos 514 carregados (núme-
CAMPOS ro imputado) em Quelimane.
10/05/1839 – capitão do brigue portu- [Eltis]

guês Trinidad de Luanda desembarcou


em Cuba 402 dos 493 escravos carre- 1839 · Figuera
gados em Moçambique (números im- FIGUERA
putados). 05/06/1839 – capitão do navio D. Ma-
[Eltis] ria II Socorro que sai de Havana para
Moçambique, onde carrega 712 escra-
1839 · Carneiro vos dos quais descarrega em Cuba 580 a
M. J. CARNEIRO 06/12/1839 (números imputados).
08/11/1839 – capitão do bergantim por- [Eltis]

tuguês Rosalina descarrega no Rio de


Janeiro 402 escravos de 493 carregados 1839 · Fonseca
em Quelimane (números imputados). JOAQUIM PINTO DA FONSECA
[ANTT, Ministério dos Negócios Estrangeiros, cx. 312 1839/1850 – envolvido, no Rio de Janei-
/ Eltis] ro, tal como os irmãos Manuel Pinto da
Fonseca* e António Pinto da Fonseca*
1839 · Costa no tráfico de escravos.
COSTA 23/07/1839 – saiu de Pernambuco a
07/05/1839 – capitão do navio portu- escuna portuguesa Formiga, de 83 to-
guês Amália que saiu de Havana para neladas, de que era primeiro armador,
Moçambique, onde carregou 1031 escra- para a costa de Angola, onde carregou
vos, dos quais descarregou 840 em Cuba 371 escravos, tendo desembarcado 339
(números imputados). (números imputados) nos portos de Ca-
[Eltis] tuamo (09/03/1840) e Maria Farinha,
Pernambuco. 223
1839 · Costa 1850 – saiu do Rio de Janeiro a escu-
J. A. DA COSTA na americana Rival de que era armador
05/03/1839 – capitão do brigue por- juntamente com Botelho (António Au-
tuguês Novo Destino sai do Rio de Ja- gusto?), para a costa de Angola, tendo
neiro para Quelimane onde carrega carregado 678 escravos, de que desem-
736 escravos (número imputado) dos barcou, no mesmo ano, 620 (número im-
quais vai descarregar 600 a Campos, em putado) na costa sul do Brasil.
10/10/1839. 1850 – armador da escuna de 150 tone-

2007  E-BOOK CEAUP


José Capela

ladas Velho do Dia, que saiu do Rio de 19/02/1886 – juntamente com o irmão
Janeiro para a costa de Angola onde car- Ignácio, constava da lista dos corpos ge-
regou 525 escravos, tendo descarregado rentes da associação Albergues Noctur-
em Junho do mesmo ano, na costa sul do nos do Porto.
Brasil, 480 (número imputado). 1897 – ano em que faleceu.
1850 – armador do hiate Rolha que em- [Alcoforado / Diário Ilustrado 25 de Outubro de 1897
barcou 255 escravos em local de África e 19 de Fev. De 1886 / José Honório Rodrigues, Brasil
e África / Eltis]
não especificado, dos quais desembarcou
em Macaé 208 (números imputados) a
1839 · Fonseca
04/10/1850. Acabou por ser capturado.
MANUEL PINTO DA FONSECA
1850/1851 – consta da lista de suspeitos
Filho legítimo de Francisco Pinto de Le-
de tráfico ilícito de escravos, procura-
mos e Violeta Ribeiro da Fonseca. Natu-
dos pela polícia brasileira e foi expulso
ral da freguesia de Moure, concelho de
do Brasil.
Felgueiras. Casou por escritura de dote e
17/02/1851 – Jornal do Comércio, R. de
arras, no Rio de Janeiro, com Maria José
J.: «O Joaquim Pinto da Fonseca, que
Pacheco da Fonseca, em 10 de Outubro
recebeu ordem para sair do Império, e
de 1849.
presentemente se acha no Rio Grande,
14/03/1839 – no Rio de Janeiro, subs-
pediu prorrogação de prazo. Não lhe foi
creveu, como comerciante brasileiro, a
concedido, e tem, portanto, de retirar-se
carta de apoio ao comendador Moreira.
apenas expirem os 4 meses que lhe fo-
22/12/1841 – ido do Rio de Janeiro, o
ram prescritos».
brigue Granofil do armador Manuel Pin-
03/?/1851 – Rio Grandense : «O gover-
to da Fonseca, nesta data tinha saído de
nador da Província concedeu passaporte
Quelimane com mais de 600 escravos.
para Montevideo e Portugal ao sr. Joaquim
01/04/1842 – aparentemente carta anó-
Pinto da Fonseca, negociante estabeleci-
nima constante do processo em AHU,
do no Rio de Janeiro e ora em cobranças
pasta 8, capilha 1, sobre os navios entra-
aqui, segundo nos consta, o sr. Pinto segue
dos e saídos em e do porto de Quelima-
para Lisboa na barca Hydra, a visitar seus
ne desde 1840, não todos mas só os que
parentes, os quais não vê há 22 anos».
têm dado «mais interesse aos bolsinhos»,
1861-1890 – fundador e gerente da Casa
contava-se o Ânimo Grande, provenien-
Bancária Fonsecas Santos & Viana de
te do Rio de Janeiro, com 75 contos de
1861 a 1890, data em que passou os ne-
224 réis para duas negociações. É dado como
gócios aos filhos.
seu capitão o morador na mesma vila de
No Porto tinha a firma Fonseca e Irmãos
Quelimane, Francisco José Madeira* e
com o irmão Ignácio depois do seu re-
associados António Joaquim de Andra-
gresso do Brasil, em 1851, e a represen-
de*, também na mesma vila e, no Rio
tação da Casa Bancária Fonsecas.
de Janeiro, António José de Mesquita* e
23/02/1854 – O Periódico dos Pobres no
Manuel Pinto da Fonseca. O navio teria
Porto noticia que Joaquim Pinto da Fon-
carregado 600 e tantos escravos no rio
seca saíra, na véspera, no vapor Cyrne,
Linde e seria queimado pelos ingleses.
com o mano Pedro Nunes da Fonseca.

E-book CEAUP  2007


Dicionário de Negreiros em Moçambique 1750-1897

De entrada o comandante (governador dor-geral que o brigue Bela União, de que


de Quelimane) João de Sousa Machado* Manuel Pinto da Fonseca era armador
teria sido esportulado com 50 peças em juntamente com António José de Mes-
ouro, equivalentes a 450 pesos e, de sa- quita* encalhara na foz do Linde com
ída, o mesmo Machado recebera 3000 362 escravos a bordo e fora apresado.
pesos e os responsáveis da Alfândega 1843 – o seu galeote Alexandre foi ao
2000. Congo onde foram embarcados 416 es-
01/04/1842 – comprado no Rio de Ja- cravos, dos quais desembarcou 380 (nú-
neiro por Manuel Pinto da Fonseca, mero imputado) no porto de Campos.
tinha estado em Quelimane o brigue 1843 – armador do brigue Raia Mariabu,
americano Garnofil para dar notícia da de 189 toneladas, que foi a Cabinda onde
ida do brigue Bela União levando 14 con- carregou 591 escravos dos quais descar-
tos de reis de factura para despesas. Os regou 540 (números imputados) no por-
alfandegários foram peitados com 2500 to de S. Sebastião, na costa sul do Brasil.
pesos, outros tantos para a Alfândega e 1844 – armador do patacho brasilei-
o restante para o bolso de particulares. ro Espadarte de130 toneladas, que foi a
Transportava duas tripulações: uma por- Cabinda carregar 416 escravos dos quais
tuguesa e outra americana que foi para descarregou 380 (números imputados)
Bombatoque no patacho Amizade de Ma- em Cabo Frio, na costa sul do Brasil.
nuel António da Fonseca*, fretado por 1844 – armador do patacho americano
quatrocentos pesos. Só ficou em Queli- Agnes, de 147 toneladas, que foi a Cabin-
mane o piloto francês. Saiu com a tripu- da carregar 438 escravos dos quais de-
lação portuguesa levando 600 e tantos sembarcou 400 (número imputado) em
escravos, tendo dado 3000 pesos ao co- Cabo Frio.
mandante Machado* e 2000 aos zelado- 1844 – armador do brigue americano
res da Alfândega. Ganaflit que foi de Luanda a Cabinda
01/04/1842 – da mesma sociedade do carregar 600 escravos. Partiu de Cabin-
Ânimo Grande acima referido, esteve em da a 03/1844 para Cabo Frio onde de-
Quelimane o brigue Bela União que não sembarcou 420 (número imputado) em
manifestou carga mais do que aguada e 06/1844.
mantimento. Capitão, João Raimundo 11/02/1844 – armador do brigue bra-
Pereira* e João Paulo Rodrigues*. Terá sileiro Montevideano, de 350 toneladas,
dado 3000 pesos ao capitão Machado e que parte do porto de Vitória para Ca-
225
2000 aos zeladores da Alfândega. Saiu binda onde carrega 800 escravos che-
com 664 escravos, meteu água, foi ata- gando a Cabo Frio com 750 (número
cado pelo navio de guerra Caçador e en- imputado).
calhou na barra do Linde. Salvaram-se 20/02/1844 – armador do brigue ame-
quase todos os escravos. Por ordem do ricano Kentucky, de 272 toneladas,
delegado régio os escravos foram repar- capitão Douglas, que saiu do Rio de Ja-
tidos pelos donos. neiro. Foi carregar 552 escravos (núme-
06/05/1842 – o segundo tenente Joa- ro imputado) em Inhambane e Sofala em
quim Viegas do Ó informava o governa- Abril de 1844 dos quais descarregou, em

2007  E-BOOK CEAUP


José Capela

16/11/1844, em Cabo Frio, 450. Insur- Ganaflite que saiu de Cabo Frio e foi a
reição a bordo. Cabinda carregar escravos dos quais des-
1844 – armador do brigue brasileiro Ven- carregou 420 em Cabo Frio.
tura que vai a Quelimane carregar 630 1844 – armador do brigue americano
escravos, dos quais descarrega em Cabo Montevideano que saiu do Espirito Santo
Frio 400. para ir a Cabinda carregar escravos dos
1844 – armador da escuna-brigue brasi- quais descarregou 750 em Cabo Frio.
leiro Emprehendedor de 150 tonealdas, 02/02/1845 – armador do bergantim
que vai a Cabinda carregar 542 escravos Uncas, construido em 1833, em Haddam,
dos quais desembarcou 495 na fazenda no Conecticut, de 130 toneladas, capitão
de António de Carvalho Barbosa Guima- Villa-Secca, que partiu de Havana para
rães, na costa do sudeste brasileiro. Cabinda. A 21/04/1845 partiu de Ca-
1844 – armador do brigue brasileiro Ven- binda, onde terá carregado 680 escravos
tura, de 200 toneladas, que vai a Que- (números imputados) para a Serra Leoa
limane onde embarcou 630 escravos, onde chegou com 21 dias de viagem,
tendo desembarcado em Cabo Frio 400. tendo feito o primeiro desembarque em
1844 – armador do brigue brasileiro 05/1845 e o último em porto da costa sul
Aventureiro, de 220 toneladas, capitão do Brasil.
Madalena, que vai a Quelimane embar- 1845 – armador da escuna-brigue brasi-
car 80 escravos, tendo desembarcado em leiro Emprehendedor, de 180 toneladas,
porto da costa do sudeste brasileiro 65. que foi a Cabinda fazer um carregamen-
Os comissários britânicos no Rio de Ja- to de 547 escravos de que desembarcou
neiro garantiam a informação segundo 500 em porto do sul do Brasil.
a qual, em Novembro de 1844, o agente 1845 – armador do patacho brasileiro
de Manuel Pinto da Fonseca tinha, nos Triunfo da Figueira, de 170 toneladas
arredores de Quelimane, 2800 escravos que foi a Cabinda carregar 416 escravos
prontos para embarque. de que descarregou 380 (números impu-
1844 – armador do brigue brasileiro tados) em porto da Provincia do Rio de
Garrafinha, de190 toneladas, foi ao Ga- Janeiro.
bão embarcar 494 escravos (número 21/07/1845 – (armador «Fonseca») sai
imputado) dos quais desembarcou em do Rio de Janeiro a barca americana
Cabo Frio 400. Pons, de 264 toneladas, capitão Graham,
1844 – armador do patacho brasileiro para Cabinda onde carregou 913 escra-
226
Espadarte que foi a Cabinda carregar es- vos. Saiu de Cabinda em 12/1845, tendo
cravos dos quais descarregou 380 – per- atingido a Libéria com 14 dias de viagem
to de Cabo Frio? e o seu destino final com 763 escravos
1844 – armador do patacho Agnes que (números imputados).
foi a Cabindo carregar escravos dos quais 1845 – armador do brigue brasileiro
descarregou 400 na ilha Parrot seguindo Kentucky que, do Rio de Janeiro foi a
depois para Cabo Frio onde entrou em 8 Quelimane onde embarcou 669 escravos
de Outubro. (número imputado), tendo desembarca-
1844 – armador do brigue americano do 545 em Cabo Frio.

E-book CEAUP  2007


Dicionário de Negreiros em Moçambique 1750-1897

1846 – (armador «Fonseca») – um navio ao ministro a sentença que condenou o


descarregou no porto de Vitório 272 es- brigue americano Magoun, proveniente
cravos dos 336 (números imputados) do Rio de Janeiro e capturado no Rio de
carregados em Cabo Lopes. Angoche em 05/11/1847: segundo ins-
1846 – (armador «Fonseca») – o navio truções em carta do capitão ao primeiro
americano Francis Ann foi a Cabinda car- piloto, quando houvesse efectiva entrega
regar 371 escravos dos quais descarre- fizesse desembarcar toda a gente ameri-
gou 339 (números imputados) no porto cana em Angoche e esperasse por outro
de Vitório. navio que havia de vir para os levar ao
11/03/1846 – os comissários britânicos Rio de Janeiro. Os americanos não iriam
no Rio de Janeiro, nesta data, davam-no no barco de escravos. Os marinheiros
como o primeiro de uma List of the Princi- portugueses foram contratados no escri-
pal Slave Dealers at Rio de Janeiro, 1845. tório de Manuel Pinto da Fonseca para
06/1846 – (armador «Fonseca»), um na- virem no navio a título de passageiros
vio desembarcou 272 escravos em Vitó- vencendo vinte mil reis mensais de sol-
rio, em 07/1846, dos 336 embarcados dada e uma gratificação de quinhentos
(números imputados) em Cabo Lopes. mil reis na volta, quando o navio ameri-
12/08/1847 – do governador-geral in- cano chegasse ao Rio com os escravos.
terino de Moçambique, Domingos For- 1849 – (armador «Fonseca») partiu do
tunato do Vale, para o ministro: nesta Rio de Janeiro o brigue brasileiro Tole-
monção, a estação naval portuguesa e rante que foi à África (não espedificada)
cruzadores ingleses causaram aos ne- embarcar 674 escravos, dos quais desem-
greiros a perda de 200 000$000 – arma- barcou na Ilha Grande 550 (números im-
dores de escravos em uma companhia putados), em 24/06/1849.
formada por indivíduos de variadas 24/06/1849 – (armador «Fonseca») o
nacionalidades cujo agente principal é brigue Tolerante, partido do Rio de Ja-
Manuel Pinto da Fonseca, residente no neiro, descarregou 550 escravos na Ilha
Rio de Janeiro – segundo informações Grande dos 674 carregados em local não
da polaca Sardá-São Francisco Segundo especificado de África.
– fretada por aquela casa e tomada pela 20/10/1849 – (armador «Fonseca») o
Estação Naval. O brigue brasileiro Farol navio Antipathico descarregou 851 es-
também fretado pelos mesmos foi aqui cravos na costa sudeste do Brasil dos
apreendido. Empregavam cinco navios. 1043 embarcados (número imputado)
227
10/05/1848 – (armador «Fonseca») do em local de África não especificado.
navio americano Herald, de 242 tonela- 20/02/1850 – (armador «Fonseca»)
das, construido em Salem, em 1822, pri- – data em que chegou ao Rio de Janei-
meiro capitão, Barker. Partiu do Rio de ro o navio Tentativa com 400 dos 700 es-
Janeiro para Ambriz onde carregou 1150 cravos (números imputados) carregados
escravos, dos quais descarregou 1110 em Quelimane.
(números imputados) em Cabo Frio, em 02/1850 – (armador «Fonseca») o navio
10/1848. Resolução embarcou 672 escravos em
21/08/1848 – o governador geral remete Galinhas, Serra Leoa, e desembarcou na

2007  E-BOOK CEAUP


José Capela

costa do sudeste brasileiro 600 (número 28/03/1853 – o governador-geral infor-


imputado) em 02/1850. ma o ministro que as feitorias de Manuel
1850 – (armador «Fonseca») o navio Pinto da Fonseca, na costa de Moçambi-
americano Hanibal partiu do Rio de Ja- que, se mantiveram até cerca de 1850,
neiro para Quelimane onde embarcou data da legislação a partir da qual o go-
859 escravos, tendo desembarcado no verno brasileiro passou a perseguir seve-
sudeste brasileiro 700 (números imputa- ramente os negreiros.
dos) em 02/1850. 1850/1851 – consta da lista de suspeitos
1850 – armador do navio Rivona (ou Ri- de tráfico ilícito de escravos, procurados
voad ou Revona) que vai a Quelimane pela polícia brasileira.
embarcar 491 (número imputado) escra- 02/03/1851 – Jornal do Comércio, R. de
vos, tendo desembarcado na costa do su- J.: «Os acontecimentos mais notáveis da
deste brasileiro 400 em 03/1850. semana que hoje acaba não passaram de
09/1850 – armador do navio Astrea, des- 2 – a súbita partida do negociante Ma-
carrega em Campos 750 dos 821 (núme- noel Pinto da Fonseca […]. O Manoel
ro imputado) carregados em Ambriz. Pinto tencionava partir para a Europa
1850 – (armador «Fonseca»), partiu no paquete inglês Clyde, que esperamos
do Rio de Janeiro o brigue Encarna- de Southampton no dia 11 de Março;
cion, de 314 toneladas, para Benguela, pelo menos insceveu-se na lista dos no-
onde carregou 862 escravos. Partiu a vos passageiros naquele navio. Quando
03/03/1850, tendo desembarcado em menos o podiam suspeitar os seus co-
Sta. Helena 831. nhecidos e amigos soube-se pelos jor-
1850 – (armador «Fonseca») o brigue nais diários, e por um ou outro bilhete
Sagaz partiu de Paranaguá para Cabinda de despedida que na véspera remeteu a
onde carregou 850 escravos, dos quais certos amigos mais íntimos com quem se
descarregou 600 (número imputado) não pôde avistar, que seguia para o Ha-
em Cabo Frio, em 26/08/1850. vre a bordo do paquete francês Ville de
1850 – (armador «Fonseca») a escuna Rio, que daqui saiu a 25 do mês passado.
Astro foi a Cabinda onde carrregou 656 O motivo que dão os mais competentes
escravos, tendo desembarcado 600 (nú- para aquela inesperada deliberação é a
mero imputado) no porto de Campos, notícia que se espalhou de ser ele o pro-
em 06/10/1850. prietário da barca Tentativa que, tendo
02/1851 – (armador «Fonseca») – de- saído de Quelimane carregada de africa-
228
sembarcou na província do Rio de Ja- nos, encalhou na costa de Quissamã, ao
neiro 239 escravos de 293 (números norte de Macaé, onde foi apresada toda
imputados) embarcados em local não a sua carga. Acrescentam, e cuido que
identificado de África. com algum fundamento, que esta barca,
20/02/1851 – (armador «Fonseca») – o tendo largado deste porto para Havana,
navio brasileiro Tentativa descarregou há coisa de um ano, e com carregamento
na província do Rio de Janeiro 485 es- de carne seca, fôra dali mandada para a
cravos dos 700 carregados em Quelima- Costa sem ciência do seu dono.
ne. Aprisionado no Brasil. 12/06/1851 – O Jornal do Povo, do Porto,

E-book CEAUP  2007


Dicionário de Negreiros em Moçambique 1750-1897

noticia ter chegado, há dias, de Lisboa, nio Joaquim de Oliveira* estava feito
o sr. Manoel Pinto da Fonseca, cidadão barão in petto, porém não se verificou
brasileiro: «segundo nos informam é um o despacho por não ter conseguido que
dos homens mais ricos que ultimamente o chamado Conde de Monte Cristo, do
tem chegado do Brasil; calcula-se a sua qual o Oliveira é particular amigo, refor-
fortuna em mais de três milhões de cru- masse uma letra de 30 contos de réis».
zados, dinheiro português». 06/1854 – Na visita a Liverpool, em Ju-
11/09/1851 – O Nacional, do Porto: «Ou- nho de 1854, no mesmo hotel em que
vimos dizer que o senhor Manoel Pinto estava o príncipe (futuro D. Pedro V)
da Fonseca, rico brasileiro ultimamen- hospedou-se Manuel Pinto da Fonseca,
te chegado do Rio de Janeiro, pretende vulgo «Conde de Monte Cristo», que le-
obter da soberana o título de conde, me- vava em Lisboa uma vida de grande os-
diante a soma de quarenta contos de réis, tentação. O famigerado negreiro quis
aplicados para estabelecimentos de cari- cumprimentar o herdeiro do trono. No
dade. Parece que o governo está disposto seu diário, D. Pedro começa logo por di-
a conceder-lho dividindo-se a soma entre zer «ter-se esquecido de lhe dar Excia.».
os estabelecimentos do Porto e Lisboa». Apresentado pelo Visconde da Carreira
01/11/1851 – No mesmo jornal: «hoje, que – ainda segundo D. Pedro – «na me-
às 8 horas da manhã saiu para Lisboa o lhor fé do mundo disse»: ali vem o senhor
vapor Porto – entre os passageiros ia o Monte Cristo. Contou este ter chegado
«rico capitalista o sr. Manoel Pinto da (e D. Pedro chacoteia, sublinhando): da
Fonseca». Escorsia, e que então tinha vindo de lá,
12/11/1851 – o cônsul de Portugal no acrescentando, sem sublinhar: «Mal em-
Rio de Janeiro em correspondência re- pregada a riqueza num bruto daqueles,
servada informava a Secretaria de Esta- que mal sabe fazer o seu nome. Depois
do em Lisboa sobre o incómodo causado de termos sofrido a maçada de tolices
pelas graças concedidas pela Rainha tan- do sr. conde […]». (Ainda assim pare-
to de títulos como de hábitos a pessoas cia desdenhar mais do bruto do que da
tidas como «odiosas, traficantes de carne riqueza do mesmo!).
humana». Ilustrava com o caso do agra- 20/08/1855 – faleceu em Paris.
ciamento de Manuel António da Fonseca, 07/09/1855 – «o abastado capitalista
negociante na praça do Rio de Janeiro, Manoel Pinto da Fonseca ultimamente
com a comenda da Ordem de Cristo, que falecido em Paris, dispôs de uma soma
229
«não tem parentesco algum de negócio avultada para estabelecimentos pios e de
com o chefe da família Pinto da Fonseca beneficiência em Portugal entre os quais
que actualmente reside nessa cidade e foram contemplados quase todos os des-
que foi um dos mais afamados negreiros ta cidade […]».
desta capital». Os ingleses haviam recla- Em Janeiro de 1847, o barão de Cairu,
mado ao anúncio de que Manuel Pinto ministro dos estrangeiros do Brasil, disse
da Fonseca ia ser feito conde. ao embaixador britânico no Rio que fran-
02/01/1854 – O Periódico dos Pobres no camente não via como o governo brasi-
Porto: «O negociante desta praça Antó- leiro poderia pôr em prática a lei de 1831

2007  E-BOOK CEAUP


José Capela

ou outra qualquer legislação para abolir superlativamente guiado pelo corpulen-


o tráfico. As razões: «[…] quando 99 pes- to e engomado cocheiro Pedro Vasques,
soas em cada 100 estão apostadas nisso, o Pedro Monte-Cristo. Mas, na sua ânsia
o que é que se pode fazer?…O vício ins- de gozo este arqui-milionário descontou
talou-se no mais profundo da sociedade. a vida e faleceu em Paris, legando trinta
Quem é tão cortejado, tão festejado nes- contos à filha de Nevaille, que lhos dissi-
ta cidade como Manuel Pinto [da Fonse- pou num pronto». Nota: «O Monte Cris-
ca]? V. sabe que ele é o grande traficante to vivia com grande fausto no Palácio
de escravos, o traficante par excellence Palmela, no Calhariz. Adquiriu a quin-
do Rio. Ele e muitos outros negociantes ta do Relógio, em Sintra, e o palácio da
menores de escravos frequentam a Corte Mitra, na Junqueira, que ele embelezou
– sentam-se à mesa dos mais ricos e mais muito. Sua mãe e herdeira vendeu-o por
respeitáveis cidadãos – têm assento na cinquenta contos de reis ao infante espa-
Câmara como nossos representantes e nhol D. Sebastião, em 1865. Actualmen-
têm voz no Conselho de Estado». te, pertence aos sucessores do primeiro
Posto ombro a ombro com José Bernar- conde de Bournay» (João Pinto de Car-
dino de Sá*, considerados pelo cirurgião valho, Lisboa de Outrora, 2º vol., Lisboa,
de um navio britânico no Rio de Janeiro 1938, p. 193).
como «os nababos do Brasil formando [ANTT – Arquivo Histórico do Ministério das Finan-
a classe deslumbrante dos milionários ças, Testamentos, Livro 20, Tabelião, António Simão
de Miranda, Testamento de Manuel Pinto da Fonseca,
parvenues». Isto em 1846, sendo eles dez
22 de Maio de 1854. / AHU, pasta 8, cap. 1 / Pasta
anos antes modestos empregados de pe- 10, cap. 4 / Pasta 11, cap. 1 / Pasta 15, cap. 3 / Jose
quenos armazens. Honório Rodrigues, Brasil e África / Escritos de El-Rei
1856 – in José Honório Rodrigues: Sinin- D. Pedro V Coligidos e Publicados pela Academia das
Ciências de Lisboa, Coimbra, Imprensa da Universida-
bu, chefe de polícia da Corte, relatava ao
de, vol. I,
�������������������������������������������
Coimbra, 1923, p. 167 / Leslie Bethell, The
ministro do Império as forças do tráfico Abolition of Brazilian Slave Trade / Eltis]
(para um período anterior?) : «No por-
to de Ambriz da costa da África há três 1839 · Guimarães
feitorias de escravos – uma pertencente ANTÓNIO BARBOSA GUIMARÃES
a Manuel Pinto da Fonseca». No rio Con- 1839 – primeiro armador da barca Cons-
go existiam duas feitorias, uma das quais tante foi a Quelimane carregar 920 es-
pertencia ao mesmo Manuel Pinto da cravos (número imputado) dos quais
Fonseca.
230 descarregou na Ilha Grande 750.
In Camilo Castelo Branco (O Carrasco de 1839 – primeiro armador do bergantim
Vitor Hugo Jose Alves): Rio Tua que foi a Quelimane carregar
«[…] Manuel Pinto da Fonseca, o homem 491 escravos (número imputado) dos
de ouro que as mulheres de carne cogno- quais descarregou na Ilha Grande 400.
minavam O Conde de Monte Cristo». 1839 – primeiro armador do navio Siu-
«[…] O Monte Cristo, cínico jouisseur capor que vai a Moçambique onde car-
que comia em baixela de prata Renas- rega 736 escravo dos quais descarrega
cença, bebia chá em taças de oiro e fazia- 600 (números imputados) em São Se-
se conduzir em caleche de molas reais, bastião.

E-book CEAUP  2007


Dicionário de Negreiros em Moçambique 1750-1897

05/1839 – primeiro armador do brigue 493 escravos (número imputado) dos


português Dom Manuel de Portugal que quais descarrega 384 em Campos, em
nesta data sai do Rio de Janeiro e vai a 06/11/1839.
Quelimane onde carrega 982 escravos [L. H. D. Tavares / Eltis]
(número imputado) dos quais descarre-
ga 800 na costa sudeste do Brasil. Bri- 1839 · Passagem
gue apresado em Lourenço Marques em J. A. PASSAGEM
25/03/1841. 13/12/1839 – capitão do brigue portu-
1842 – primeiro armador do brigue guês Fortuna d’África que descarrega em
Despique que vai a Quelimane carregar Macaé 429 dos 526 escravos carregados
687 escravos (número imputado), dos em Quelimane (números imputados).
quais descarrega 560 na costa sudeste [Eltis]
brasileira.
[ANTT, Ministério dos Estrangeiros, cx. 312 / Eltis] 1839 · Pereira
F. PEREIRA
1839 · Lopes 13/04/1839 – capitão da barca portu-
ANTÓNIO DE ROQUE LOPES guesa Quatro de Março que sai do Rio
08/1839 – capitão do brigue português de Janeiro para Quelimane onde carre-
Amizade Constante, sai nesta data do Rio ga 675 escravos (número imputado) dos
de Janeiro para Quelimane, de onde sai quais, em 08/12/1839, descarrega, em
em 14/02/1840 com 620 escravos dos Mangaratiba, 550.
quais vai descarregar 477 no Cabo da [ANTT, Ministério dos Negócios Estrangeiros, cx. 312
Boa Esperança, em 03/1840, onde é cap- / Eltis]

turado e condenado.
[ANTT, Ministério dos Negócios Estrangeiros, cx. 312 1839 · Ribeiro
/ Eltis] ANTÓNIO LUIS RIBEIRO
05/07/1839 – em Moçambique, capi-
1839 · Moreno tão do navio Triunfo de Luanda, ido de
MORENO Havana.
17/06/1839 – capitão do brigue portu- [Santana, III, p. 1006]
guês Duqueza de Bragança Venus sai de
Havana para Moçambique onde carrega 1839 · Rocha
883 escravos dos quais descarrega em ANTÓNIO BAPTISTA DA ROCHA
Cuba 720, a 22/01/1840 (números im- 09/06/1839 – capitão da barca portugue-
231
putados). sa Commodore que descarrega no Rio de
[Eltis] Janeiro 700 dos 859 escravos (número
imputado) carregados em Moçambique.
1839 · Nunes [Eltis]
J. J. NUNES
03/24/1839 – capitão do brigue por- 1839 · Rodrigues
tuguês Generoso Feliz sai do Rio de Ja- A. J. RODRIGUES
neiro para Quelimane onde carrega 29/04/1839 – capitão do brigue por-

2007  E-BOOK CEAUP


José Capela

tuguês 24th of July, de que era primeiro quais descarrega 600 em São Sebastião.
armador José R. de Oliveira, que des- [Eltis]
carrega em Pernambuco 402 dos 493
escravos carregados em Moçambique 1840 · Bastos
(números imputados). J. BASTOS
[Eltis] 16/05/1840 – primeiro armador e ca-
pitão da escuna portuguesa Paquete da
1839 · Serpa Madeira, da praça de Pernambuco, de-
VICENTE DE FREITAS SERPA sembarca na Ilha Itamarica 268 dos 329
03/1839 – capitão do brigue brasilei- escravos (número imputado) carregados
ro Dom João de Castro que sai do Rio de em Moçambique. Escuna apresada em
Janeiro para Moçambique onde chega a Lourenço Marques, em 23/06/1841.
09/05/1839 e onde carrega 552 escra- [AHU, pasta 9, cap. 4 / Eltis]
vos (número imputado) dos quais vai
descarregar à Ilha Marambaia 450, a 1840 · Bonifrai
16/10/1839. FREDERIDO BONIFRAI
[ANTT, Ministério dos Negócios Estrangeiros, cx. 312 05/09/1840 – O piloto Manuel Sallé,
/ Eltis] de Moçambique, e Frederico Bonifé,
francês, residente no Ibo, tinham leva-
1839 · Silva do para o Ibo caldeiras destinadas ao
SILVA capitão espanhol D. Boaventura Vivó,
10/05/1839 – capitão do bergantim por- contrabandista de escravos, capitão do
tuguês Macsismo descarrega em Cuba brigue Rocha. Levaram-nas ao Rio Pem-
360 dos 442 escravos (número imputa- ba mas não o encontraram lá. Estava
do) carregados em Moçambique. implicado no comércio de escravos no
[Eltis] Ibo e Ilhas de Cabo Delgado. Era francês
e foi contratado como segundo tenente
1839 · Silveira pelo governador Pereira Marinho para
F. SILVEIRA comandar a barca real Príncipe D. Pedro
04/1839 – capitão do brigue português no combate ao tráfico ilegal de escra-
Ânimo Grande sai do Rio de Janeiro para vos. Mandado a Lourenço Marques, aí
Quelimane, onde carrega 724 escravos apresou navios negreiros. Não prestava
(número imputado) dos quais vai descar- contas à Fazenda pelo que foi preso na
232 regar 590 a Campos, em 30/12/1839. Ilha de Moçambique. Fugiu em um na-
[ANTT, Ministério dos Negócios Estrangeiros, cx. 312 vio inglês.
/ Eltis]
[AHU, pasta 9, cap. 4 / Pasta 7, cap. 3 / AHM, códice
11-282, fls. 205]
1839 · Veiga
VEIGA 1840 · Cardoso
1839 – primeiro armador do brigue Sau- JOÃO MACHADO CARDOSO
dade que vai a Quelimane onde carrega 25/01/1840 – proprietário juntamente
736 escravos (número imputado) dos com José Vieira Pimenta* Junior e João

E-book CEAUP  2007


Dicionário de Negreiros em Moçambique 1750-1897

Vieira Pimenta* Junior, comerciantes na geral Pereira Marinho de, juntamente com
praça do Rio de Janeiro, do brigue bra- Domingos Correa Arouca*, ambos contra-
sileiro Asseiceira, de que era primeiro bandistas de escravos, procurarem mobili-
armador José Bernardino de Sá*, que zar a Província contra ele, governador.
sai nesta data do Rio de Janeiro tendo [AHU, pasta 5, cap. 2]
como capitão A. Mello*. Está em Que-
limane em 04/11/1840 de onde sai, 1840 · Mata
em 31/12/1840, com 332 escravos que JOAQUIM POMPÍLIO MATA
descarregou na costa sudeste brasilei- 20/10/1840 – juiz de direito, em Mo-
ra. Capturado a sul do Rio de Janeiro foi çambique. O principal manobrador para
condenado pela comissão mista anglo- que o governador Pereira Marinho man-
brasileira em 08/03/1841. tivesse o comércio de escravatura. Perei-
[ANTT, Ministério dos Negócios Estrangeiros, cx. 312 ra Marinho: «O juiz de direito quando
/ Eltis] chegou a Moçambique, sem me conhe-
cer, disse-me no quartel-general, em alto
1840 · Chaves e em bom som, que o fim para que ia a
A. R. CHAVES Moçambique era para mandar três na-
28/04/1840 – capitão do navio Leopol- vios carregados de negros a seu irmão
dina, que descarrega no Rio de Janeiro que estava em Maranhão, e que depois
560 dos 687 carregados (número impu- não queria nada mais de Moçambique,
tado) em Quelimane. Navio que, pro- nem do governo».
priedade de Josepha Natalia Pinho*, de [AHU, pasta 6, cap. 1 / Pereira Marinho, Memória de
Quelimane, acaba desmantelado no Rio Combinações]
de Janeiro.
[ANTT, Ministério dos Negócios Estrangeiros, cx. 312 1840 · Mello
/ Eltis] B. MELLO
25/01/1840 – capitão do brigue brasi-
1840 · Maia leiro Asseiceira, de que é primeiro ar-
JOAQUIM FERREIRA MAIA mador José Bernardino de Sá*, que sai
21/02/1840 – morador no Rio de Janeiro, nesta data do Rio de Janeiro. Está em
proprietário da barca Amizade, apresada Quelimane em 04/11/1840 de onde sai
em Quelimane, pronta para sair para o Rio em 31/12/1840 com 332 escravos que
de Janeiro, com paragem em Lourenço descarregou na costa sudeste brasilei-
Marques e em Angola, «com seu carrega- ra. Capturado a sul do Rio de Janeiro foi
233
mento para este último porto de colonos condenado pela comissão mista anglo-
já despachados na Alfândega […]». Foi brasileira em 08/03/1841. O navio era
aprisionada por uma patrulha inglesa. propriedade dos comerciantes na Praça
[AHM, códice 11-5834, fls. 16 e segs.] do Rio de Janeiro José Vieira Pimenta*
Junior, João Vieira Pimenta* Junior e
1840 · Martins João Machado Cardoso*.
MANUEL ANTÓNIO MARTINS [ANTT, Ministério dos Negócios Estrangeiros, cx. 312
26/09/1840 – acusado pelo governador- / Eltis]

2007  E-BOOK CEAUP


José Capela

1840 · Pimenta 1840 · Talachande


JOÃO VIEIRA PIMENTA JUNIOR SARACHANDE TALACHANDE
25/01/1840 – proprietário juntamen- 24/03/1840 – em Moçambique, capitão
te com José Vieira Pimenta* Junior e do navio português Dom Pedro Duque do
João Machado Cardoso*, comerciantes Porto, apresado pela Marinha inglesa e
na praça do Rio de Janeiro, do brigue condenado no Cabo da Boa Esperança.
brasileiro Asseiceira, de que era primei- [Eltis]
ro armador José Bernardino de Sá*, a
sair nesta data do Rio de Janeiro, tendo 1840 · Viana
como capitão A. Mello*. Está em Que- A. P. VIANA
limane em 04/11/1840 de onde saiu, 24/04/1840 – primeiro armador e ca-
em 31/12/1840, com 332 escravos que pitão do brigue Vinte e Quatro de Julho
descarregou na costa sudeste brasilei- que descarrega em Catuamo e Maria
ra. Capturado a sul do Rio de Janeiro foi Farinha, Pernambuco, 468 escravos dos
condenado pela comissão mista anglo- 574 carregados (número imputado) em
brasileira em 08/03/1841. Moçambique.
[ANTT, Ministério dos Negócios Estrangeiros, cx. 312 [Eltis]
/ Eltis]

1840 · Vivó
1840 · Pinho BOAVENTURA VIVÓ
DONA JOSEPHA NATÁLIA PINHO 05/09/1840 – espanhol, capitão do bri-
28/04/1840 – residente em Quelimane, gue Rocha que estava na costa de Mo-
proprietária do navio Leopoldina, que çambique para tráfico de escravos.
tendo como capitão A. R. Chaves*, des- [AHU, pasta 9, cap. 4]
carrega no Rio de Janeiro 560 dos 687
carregados (número imputado) em Que- 1841 · Berjer
limane. Navio que acaba desmantelado BARTOLOMEO BERJER
no Rio de Janeiro. 06/05/1841 – de nacionalidade espa-
[ANTT, Ministério dos Negócios Estrangeiros, cx. 312 nhola, ficara em Moçambique de um
/ Eltis]
navio de escravos, segundo o governa-
dor-geral Pereira Marinho.
1840 · Silva
[AHU, pasta 2, cap. 1]
JOAQUIM ARSÉNIO DA SILVA
234 11/1840 – proprietário do bergantim 1841 · Dardes
brasileiro Tejo, capitão Joaquim Pedro- PEDRO DARDES
so Gomes Rosa*, nesta data saiu do Rio 06/04/1841 – de nacionalidade francesa,
de Janeiro para Quelimane, onde es- ficara em Moçambique de um navio de
tava em 22/04/1841 e onde despejou escravos e dizia ser negociante, segundo
fazendas em contrabando e onde foi a o governador-geral Pereira Marinho.
escravatura. [AHU, pasta 2, cap. 1]
[AHU, pasta 7, cap. 1 / ANTT, Ministério dos Estran-
geiros, cx. 312]

E-book CEAUP  2007


Dicionário de Negreiros em Moçambique 1750-1897

1841 · Ferreira o governador-geral Pereira Marinho.


P. G. FERREIRA [AHU, pasta 2, cap. 1]
08/10/1841 – capitão do bergantim
brasileiro São José, de que era primeiro 1841 · Rosa
armador J. F. Azevedo Lisboa*, desem- JOAQUIM PEDROSO GOMES
barcou em Pernambuco 340 dos 417 es- ROSA
cravos que carregara em Moçambique 22/04/1841 – em Quelimane, capitão
(números imputados). do bergantim brasileiro Tejo, de que era
[Eltis] proprietário Joaquim Arsénio da Silva*,
para escravatura.
1841 · Lisboa [AHU, pasta 7, cap. 1]
J. F. AZEVEDO LISBOA
08/10/1841 – primeiro armador do 1842 · Afonso
bergantim brasileiro São José, de que é JOAQUIM SANT’ANA AFONSO
capitão P. G. Ferreira*, descarrega em 07/07/1842 – em Quelimane, subscreve
Pernambuco 340 escravos dos 417 (nú- uma representação dos moradores pro-
meros imputados) carregados em Mo- movida pelo Conselho do Governo local
çambique. contra a imposição de os navios terem de
[Eltis]
ir ao porto de Moçambique antes de en-
trarem no de Quelimane.
1841 · Madalena
[AHU, pasta 8, cap. 1]
VICENTE MADALENA
06/04/1841 – de nacionalidade italia- 1842 · Alexandre
na, ficara em Moçambique de um navio
ALEXANDRE
de escravos «cujo se quebrou e agora diz
14/02/1842 – negro forro e liberto, for-
que está para fazer cobranças», segundo
necedor de escravos do sertão.
o governador-geral Pereira Marinho. [AHM, códice 11-5834, fls. 158 vs.]
[AHU, pasta 2, cap. 1]

1842 · Alferes
1841 · Nunes
ANTÓNIO DA SILVA ALFERES
JOSÉ NUNES
07/07/1842 – em Quelimane, subscre-
06/04/1841 – de nacionalidade espa-
veu uma representação dos moradores
nhola, ficara em Moçambique de um
promovida pelo Conselho do Governo
navio de escravos, segundo o governa- 235
local contra a imposição de os navios te-
dor-geral Pereira Marinho.
rem de ir ao porto de Moçambique antes
[AHU, pasta 2, cap. 1]
de entrarem no de Quelimane.
[AHU, pasta 8, nº 1]
1841 · Perj
PAULO PERJ 1842 · Alvares
06/04/1841 – de nacionalidade espanho-
JOSÉ ALVARES
la, ficara em Moçambique de um navio de
07/07/1842 – em Quelimane, subscre-
escravos e dizia ser negociante, segundo
veu uma representação dos moradores

2007  E-BOOK CEAUP


José Capela

promovida pelo Conselho do Governo veu uma representação dos moradores


local contra a imposição de os navios te- promovida pelo Conselho do Governo
rem de ir ao porto de Moçambique antes local contra a imposição de os navios te-
de entrarem no de Quelimane. rem de ir ao porto de Moçambique antes
02/09/1850 – o comandante de um cru- de entrarem no de Quelimane.
zador inglês acusava o senhor Álvares 21/08/1848 – coronel do batalhão de
de ter um barracão, no Rio Olinda, onde milícias que os moradores de Quelimane
alojava 4000 escravos. formaram com os seus colonos e escravos
[AHU, pasta 8, cap. 1 Pasta 12, cap. 3] armados para libertar a tropa de linha.
14/07/1849 – comissários da Comissão
1842 · Alves Mista do Cabo consideravam-no trafi-
JOSÉ ANTÓNIO DE ANDRADE cante de escravos em Quelimane.
BERNARDO ALVES Irmão de Inácio Maria de Azevedo*.
07/07/1842 – em Quelimane, subscre- [AHU, pasta 8, cap. 1 Pasta 11, cap. 3 / AHM, códice
11-8, fls. 173]
veu uma representação dos moradores
promovida pelo Conselho do Governo
local contra a imposição de os navios te- 1842 · Azevedo
rem de ir ao porto de Moçambique antes INÁCIO MARIA DE AZEVEDO
de entrarem no de Quelimane. 07/07/1842 – em Quelimane, subscreve
[AHU, pasta 8, cap. 1] uma representação dos moradores pro-
movida pelo Conselho do Governo local
1842 · Andrade contra a imposição de os navios terem de
PAULO MARIANO DE ANDRADE ir ao porto de Moçambique antes de en-
07/07/1842 – em Quelimane, subscre- trarem no de Quelimane.
veu uma representação dos moradores 21/08/1848 – coronel do batalhão de
promovida pelo Conselho do Governo milícias que os moradores de Quelima-
local contra a imposição de os navios te- ne formaram com os seus colonos e es-
rem de ir ao porto de Moçambique antes cravos armados para libertar a tropa de
de entrarem no de Quelimane. linha.
[AHU, pasta 8, cap. 1] 14/07/1849 – Comissários da Comissão
Mista do Cabo consideravam-no trafi-
1842 · Arias cante de escravos em Quelimane.
FELIPE ARIAS Irmão de Francisco Maria de Azevedo*.
236 [AHU, pasta 8, cap.1 Pasta 11, cap. 3 / AHM, códice
22/06/1842 – em Quelimane, ido de
11-8, fls. 173]
Paranaguá, capitão do brigue Rapido.
Apresado pela Marinha inglesa e conde-
1842 · Bonni
nado na Serra Leoa.
[Eltis]
JONES BONNI
23/09/1842 – capitão do brigue america-
1842 · Azevedo
no Independência que esteve em Moçam-
bique e Quelimane a carregar escravos.
FRANCISCO MARIA DE AZEVEDO
[AHM, códice 11-419, fls. 8]
07/07/1842 – em Quelimane, subscre-

E-book CEAUP  2007


Dicionário de Negreiros em Moçambique 1750-1897

1842 · Cabral 1842 · Costa


FRANCISCO LUÍS CABRAL JOSÉ CAETANO DA COSTA
07/07/1842 – em Quelimane, subscre- 07/07/1842 – em Quelimane, subscre-
veu uma representação dos moradores veu uma representação dos moradores
promovida pelo Conselho do Governo promovida pelo Conselho do Governo
local contra a imposição de os navios te- local contra a imposição de os navios te-
rem de ir ao porto de Moçambique antes rem de ir ao porto de Moçambique antes
de entrarem no de Quelimane. de entrarem no de Quelimane.
[AHU, pasta 8, cap. 1] [AHU, pasta 8, cap. 1]

1842 · Carvalho 1842 · Costa


ANTÓNIO JOSÉ DE CARVALHO JOSÉ DA COSTA
07/07/1842 – em Quelimane, subscre- 07/07/1842 – em Quelimane, subscre-
veu uma representação dos moradores veu uma representação dos moradores
promovida pelo Conselho do Governo promovida pelo Conselho do Governo
local contra a imposição de os navios te- local contra a imposição de os navios te-
rem de ir ao porto de Moçambique antes rem de ir ao porto de Moçambique antes
de entrarem no de Quelimane. de entrarem no de Quelimane.
[AHU, pasta 8, cap. 1] [AHU, pasta 8, cap. 1]

1842 · Cirne 1842 · Dias


ANTÓNIO VIRGOLINO SARAIVA GREGÓRIO CAETANO DIAS
MENDES DE VASCONCELOS 07/07/1842 – em Quelimane, subscre-
CIRNE veu uma representação dos moradores
07/07/1842 – em Quelimane, subscre- promovida pelo Conselho do Governo
veu uma representação dos moradores local contra a imposição de os navios te-
promovida pelo Conselho do Governo rem de ir ao porto de Moçambique antes
local contra a imposição de os navios te- de entrarem no de Quelimane.
rem de ir ao porto de Moçambique antes [AHU, pasta 8, cap. 1]

de entrarem no de Quelimane.
[AHU, pasta 8, cap. 1] 1842 · Fernandes
MANUEL CAETANO FERNANDES
1842 · Correia 07/07/1842 – em Quelimane, subscre-
237
MANUEL CAETANO CORREIA veu uma representação dos moradores
07/07/1842 – em Quelimane, subscre- promovida pelo Conselho do Governo
veu uma representação dos moradores local contra a imposição de os navios te-
promovida pelo Conselho do Governo rem de ir ao porto de Moçambique antes
local contra a imposição de os navios te- de entrarem no de Quelimane.
rem de ir ao porto de Moçambique antes [AHU, pasta 8, cap. 1]

de entrarem no de Quelimane.
[AHU, pasta 8, cap. 1]

2007  E-BOOK CEAUP


José Capela

1842 · Ferreira veu uma representação dos moradores


FRANCISCO XAVIER DA SILVA promovida pelo Conselho do Governo
FERREIRA local contra a imposição de os navios te-
07/07/1842 – em Quelimane, subscre- rem de ir ao porto de Moçambique antes
veu uma representação dos moradores de entrarem no de Quelimane.
promovida pelo Conselho do Governo [AHU, pasta 8, cap. 1]

local contra a imposição de os navios te-


rem de ir ao porto de Moçambique antes 1842 · José
de entrarem no de Quelimane. HENRIQUE JOSÉ
[AHU, pasta 8, cap. 1] 07/07/1842 – em Quelimane, subscre-
veu uma representação dos moradores
1842 · Ferreira promovida pelo Conselho do Governo
JOÃO BASÍLIO FERREIRA local contra a imposição de os navios te-
29/08/1842 – capitão do brigue Andori- rem de ir ao porto de Moçambique antes
nha, propriedade de Moreira Pinto* («O de entrarem no de Quelimane.
Sardinha»), que foi do Rio de Janeiro a [AHU, pasta 8, cap. 1]

Quelimane, onde carregou 482 escravos.


[AHU, pasta 8, cap. 1 / Alcoforado] 1842 · Lamy
MARIANO ANTÓNIO FERREIRA
1842 · Garcia BRAZ LAMY
INÁCIO LUÍS GARCIA 07/07/1842 – em Quelimane, subscre-
07/07/1842 – em Quelimane, subscre- veu uma representação dos moradores
veu uma representação dos moradores promovida pelo Conselho do Governo
promovida pelo Conselho do Governo local contra a imposição de os navios te-
local contra a imposição de os navios te- rem de ir ao porto de Moçambique antes
rem de ir ao porto de Moçambique antes de entrarem no de Quelimane.
de entrarem no de Quelimane. [AHU, pasta 8, cap. 1]
[AHU, pasta 8, cap. 1]
1842 · Machado
1842 · Gil JOÃO DE SOUSA MACHADO
LOURENÇO ANTÓNIO GIL 07/10/1842 – comandante militar (cor-
07/07/1842 – em Quelimane, subscre- respondendo a governador) de Quelima-
veu uma representação dos moradores ne exonerado por conivência no tráfico
238
promovida pelo Conselho do Governo da escravatura. Era remunerado pelos
local contra a imposição de os navios te- traficantes.
rem de ir ao porto de Moçambique antes [AHU, pasta 8, cap. 1 Pasta 22, cap. 1]
de entrarem no de Quelimane.
[AHU, pasta 8, cap. 1] 1842 · Madeira
FRANCISCO JOSÉ MADEIRA
1842 · Gomes 1840/1842 – capitão de várias embarca-
ANTONIO JOSÉ GOMES ções que foram do Rio de Janeiro a Que-
07/07/1842 – em Quelimane, subscre- limane.

E-book CEAUP  2007


Dicionário de Negreiros em Moçambique 1750-1897

29/08/1842 – na vila de Quelimane, ca- promovida pelo Conselho do Governo


pitão do navio Ânimo Grande, do Rio de local contra a imposição de os navios te-
Janeiro. rem de ir ao porto de Moçambique antes
Em Quelimane tinha sociedade com An- de entrarem no de Quelimane.
tónio Joaquim de Andrade*. [AHU, pasta 8, cap. 1]
[AHU, pasta 8, cap. 1]
1842 · Nazareth
1842 · Marinho LUÍS XAVIER DA NAZARETH
JOSÉ TEIXEIRA MARINHO 07/07/1842 – em Quelimane, subscre-
07/07/1842 – em Quelimane, subscre- veu uma representação dos moradores
veu uma representação dos moradores promovida pelo Conselho do Governo
promovida pelo Conselho do Governo local contra a imposição de os navios te-
local contra a imposição de os navios te- rem de ir ao porto de Moçambique antes
rem de ir ao porto de Moçambique antes de entrarem no de Quelimane.
de entrarem no de Quelimane. [AHU, pasta 8, cap. 1]
[AHU, pasta 8, cap. 1]
1842 · Pereira
1842 · Mesquita FRANCISCO JOSÉ PEREIRA
ANTÓNIO JOSÉ DE MESQUITA 07/07/1842 – em Quelimane, subscre-
29/08/1842 – no Rio de Janeiro, asso- veu uma representação dos moradores
ciado a Francisco José Madeira* e a Ma- promovida pelo Conselho do Governo
nuel Pinto da Fonseca*, capitão do navio local contra a imposição de os navios te-
Ânimo Grande, que fora a Quelimane, rem de ir ao porto de Moçambique antes
a escravos, entre Dezembro de 1840 e de entrarem no de Quelimane.
Abril de 1842. [AHU, pasta 8, cap. 1]
[AHU, pasta 8, cap. 1]
1842 · Pereira
1842 · Mourão JOÃO FRANCISCO PEREIRA
AMBRÓSIO TEIXOSO MOURÃO 07/07/1842 – em Quelimane, subscre-
07/07/1842 – em Quelimane, subscre- veu uma representação dos moradores
veu uma representação dos moradores promovida pelo Conselho do Governo
promovida pelo Conselho do Governo local contra a imposição de os navios te-
local contra a imposição de os navios te- rem de ir ao porto de Moçambique antes
239
rem de ir ao porto de Moçambique antes de entrarem no de Quelimane.
de entrarem no de Quelimane. [AHU, pasta 8, cap. 1]
[AHU, pasta 8, nº 1]
1842 · Pereira
1842 · Natividade JOÃO RAIMUNDO PEREIRA
JOAQUIM AFONSO DA 29/08/1842 – capitão do brigue Bela
NATIVIDADE União, do Rio de Janeiro, que fora a Que-
07/07/1842 – em Quelimane, subscre- limane carregar 664 escravos.
veu uma representação dos moradores [AHU, pasta 8, cap. 1]

2007  E-BOOK CEAUP


José Capela

1842 · Pinho 1842 · Real


BERNARDO DA COSTA PINHO JOÃO EVANGELISTA VILA REAL
07/07/1842 – em Quelimane, subscre- 07/07/1842 – em Quelimane, subscre-
veu uma representação dos moradores veu uma representação dos moradores
promovida pelo Conselho do Governo promovida pelo Conselho do Governo
local contra a imposição de os navios te- local contra a imposição de os navios te-
rem de ir ao porto de Moçambique antes rem de ir ao porto de Moçambique antes
de entrarem no de Quelimane. de entrarem no de Quelimane.
21/08/1848 – alferes do batalhão de mi- [AHU, pasta 8, cap. 1]
lícias formado pelos moradores de Que-
limane com gente armada para libertar a 1842 · Rodrigues
tropa de linha. H. J. RODRIGUES
[AHU, pasta 8, cap. 1 Pasta 11, cap. 3] 11/05/1842 – em Pernambuco, capitão
do bergantim brasileiro Paquete da Ma-
1842 · Pinto deira, de que era primeiro armador Vi-
GONÇALO DA PIEDADE PINTO cente Thomas dos Santos*, desembarca
07/07/1842 – em Quelimane, subscre- 159 escravos dos 195 (números imputa-
veu uma representação dos moradores dos) carregados em Moçambique.
promovida pelo Conselho do Governo [Eltis]
local contra a imposição de os navios te-
rem de ir ao porto de Moçambique antes 1842 · Rodrigues
de entrarem no de Quelimane. JOÃO PAULO RODRIGUES
[AHU, pasta 8, cap. 1] 29/08/1842 – em Moçambique, piloto
do brigue Bela União, do Rio de Janeiro,
1842 · Pinto que fora a Quelimane carregar 664 es-
MOREIRA PINTO (O SARDINHA) cravos.
29/08/1842 – proprietário do brigue An- [AHU, pasta 8, cap. 1]
dorinha, capitão João Basílio Ferreira*
que, do Rio de Janeiro, foi a Quelimane 1842 · Rosário
onde carregou 482 escravos. ANTÓNIO ÂNGELO DO ROSÁRIO
[AHU, pasta 8, cap. 1] 07/07/1842 – em Quelimane, subscre-
veu uma representação dos moradores
1842 · Ramos promovida pelo Conselho do Governo
240
JOÃO FRANCO DE RAMOS local contra a imposição de os navios te-
07/07/1842 – em Quelimane, subscre- rem de ir ao porto de Moçambique antes
veu uma representação dos moradores de entrarem no de Quelimane.
promovida pelo Conselho do Governo [AHU, pasta 8, cap. 1]
local contra a imposição de os navios te-
rem de ir ao porto de Moçambique antes 1842 · Saboga
de entrarem no de Quelimane. ANTÓNIO GONÇALVES SABOGA
[AHU, pasta 8, cap. 1] 07/07/1842 – em Quelimane, subscre-
veu uma representação dos moradores

E-book CEAUP  2007


Dicionário de Negreiros em Moçambique 1750-1897

promovida pelo Conselho do Governo veu uma representação dos moradores


local contra a imposição de os navios te- promovida pelo Conselho do Governo
rem de ir ao porto de Moçambique antes local contra a imposição de os navios te-
de entrarem no de Quelimane. rem de ir ao porto de Moçambique antes
[AHU, pasta 8, cap. 1] de entrarem no de Quelimane.
08/11/1845 – «por recairem nele evi-
1842 · Silva dentes suspeitas de ser conivente no trá-
ANTONIO GOMES DA SILVA fico de escravatura», o governador-geral
07/07/1842 – em Quelimane, subscre- manda ouvir testemunhas.
veu uma representação dos moradores 29/12/1845 – suspenso de governador
promovida pelo Conselho do Governo das Ilhas de Cabo Delgado por conivên-
local contra a imposição de os navios te- cia no tráfico de escravos.
rem de ir ao porto de Moçambique antes 16/06/1846 – dois brigues franceses
de entrarem no de Quelimane. carrregavam escravos no Ibo com a coni-
[AHU, pasta 8, cap. 1] vência do governador. O governador-ge-
ral informa o ministro não ter dúvidas de
1842 · Sousa que o governador suspenso do Ibo está
CUSTÓDIO JOAQUIM FLORIANO implicado no tráfico.
DE SOUSA 08/09/1846 – absolvido em Conselho de
07/07/1842 – em Quelimane, subscre- Guerra. Seria julgado em Junta de Jus-
veu uma representação dos moradores tiça.
promovida pelo Conselho do Governo [AHU, pasta 8, cap. 1 Pasta 9, cap. 5 / Pasta 10, cap. 2
local contra a imposição de os navios te- / AHM, códice 11-183, fls. 151 vs. e 206 vs. / Distrito
de Cabo Delgado, cx. 4, maço 1, nº 18]
rem de ir ao porto de Moçambique antes
de entrarem no de Quelimane.
1842 · Sousa
04/05/1849 – incurso no crime de tráfi-
SEBASTIÃO DE SOUSA
co de escravos.
[AHU, pasta 8, cap. 1 / Pasta 11, cap. 2]
Natural de Goa.
07/07/1842 – em Quelimane, subscre-
1842 · Sousa
veu uma representação dos moradores
promovida pelo Conselho do Governo
INÁCIO FRANCISCO DE SOUSA
local contra a imposição de os navios te-
07/07/1842 – em Quelimane, subscre-
rem de ir ao porto de Moçambique antes
veu uma representação dos moradores
de entrarem no de Quelimane. 241
promovida pelo Conselho do Governo
04/05/1849 – tinha uma casa em Olinda
local contra a imposição de os navios te-
para os navios aí descarregarem clandes-
rem de ir ao porto de Moçambique antes
tinamente as fazendas, antes de entra-
de entrarem no de Quelimane.
[AHU, pasta 8, cap. 1]
rem no porto de Quelimane. O que aí fez
o brigue francês Dunquerque. Nas suas
1842 · Sousa terras tinha escravos para embarque.
[AHU, pasta 8, cap. 1 Pasta 11, cap. 2]
RODRIGO JACINTO DE SOUSA
07/07/1842 – em Quelimane, subscre-

2007  E-BOOK CEAUP


José Capela

1842 · Taborda brigadeiro Rodrigo Luciano de Abreu


JOSÉ MARIA DA CUNHA e Lima. Foi governador de Inhambane,
TABORDA qualidade em que lhe foi levantado pro-
07/07/1842 – em Quelimane, subscre- cesso por conivência no tráfico de escra-
veu uma representação dos moradores vos e mandado para Lisboa. Acusado de
promovida pelo Conselho do Governo responsável pelo carregamento de es-
local contra a imposição de os navios te- cravos, nomeadamente em dois navios
rem de ir ao porto de Moçambique antes americanos.
de entrarem no de Quelimane. 23/04/1846 – em Inhambane, o subde-
[AHU, pasta 8, cap. 1] legado do ministério público fornece ao
governador da vila informação sobre os
1842 · Veloso navios que dali haviam saído com carre-
MANUEL VELOSO gamentos de escravos durante o seu go-
07/07/1842 – em Quelimane, subscre- verno.
veu uma representação dos moradores 21/12/1846 – em Moçambique, fora-lhe
promovida pelo Conselho do Governo levantado processo que o governador-
local contra a imposição de os navios te- geral manda para Lisboa.
rem de ir ao porto de Moçambique antes [AHM, Governo do Distrito de Inhambane, cx. 18,
maço 1, nº 1 / Códice 11-183, fls. 225]
de entrarem no de Quelimane.
[AHU, pasta 8, cap. 1]
1843 · Chaves
1842 · Vergueiro ANTÓNIO ROIZ CHAVES
VERGUEIRO 1843 – capitão do brigue Progresso que
1842 – primeiro armador do brigue por- sai do Rio de Janeiro para Moçambique,
tuguês Tejo, vai a Quelimane carregar onde carrega 447 escravos dos quais de-
761 escravos (números imputados), dos sembarca 222 no Cabo da Boa Esperan-
quais descarrega 620 em Santos. ça, onde é apreendido e condenado.
[Eltis] [Eltis]

1843 · Amorim 1843 · Coimbra


AMORIM MANUEL JOSÉ COIMBRA
1843 – primeiro armador do navio Júlia 06/09/1843 – capitão da escuna A Tarta-
que vai a Quelimane carregar 802 escra- ruga Vencedora, que vai do Rio de Janeiro
242 a Quelimane, onde carrega 460 escravos.
vos (números imputados), dos quais des-
carrega 654 em Campos, Brasil. Capturada e condenada no Cabo da Boa
[Eltis] Esperança, vai decarregar nas Caraíbas
Britânicas 338 escravos que estavam ini-
1843 · Andrade cialmente destinados ao porto de Cam-
ONOFRE LOURENÇO ANDRADE pos, na costa sudeste brasileira.
Major do Exército. [Eltis]

1843 – Ido de Goa, chegou a Moçambi-


que na comitiva do governador-geral,

E-book CEAUP  2007


Dicionário de Negreiros em Moçambique 1750-1897

1843 · Lima 1844 · Costa


RODRIGO LUCIANO DE ABREU E FERNANDO CARLOS DA COSTA
LIMA 08/01/1844 – o ministro do Ultramar
1843-1847 – governador-geral de Mo- chama a atenção do governador-geral de
çambique. O Conselho do Governo de Moçambique para o facto de de o gover-
Moçambique acusou-o de «interessada nador de Quelimane e Rios de Sena, Fer-
e pública protecção» que dera ao tráfi- nando Carlos da Costa, ser suspeito de
co da escravatura. Os subalternos eram conivente com o tráfico da escravatura.
seus agentes fornecendo-lhe navios de [AHM, Governo Geral, cx. 9, maço 1, nº 1]

escravos.
[AHM, códice 11-8, fls. 108, 116] 1844 · Cunha
J. LUIS DA CUNHA
1843 · Rodrigues 1844 – principal interessado na expedi-
PAULO RODRIGUES ção do patacho brasileiro Adamastor que
1844 – último mestre do Defensivo, con- foi a Quelimane carregar 368 escravos
denado na Comissão Mista do Cabo, em (número imputado), dos quais descarre-
Setembro de 1843, despachou em Inham- gou 300 na província do Rio de Janeiro.
bane dois navios, nomeadamente o Lagu- [Eltis]

neuse com 500 escravos e um bergantim,


antigamente o bergantim americano 1844 · Mattos
Kentuky, com 600 escravos e de Louren- JOÃO JOSÉ ALVES DE MATTOS
ço Marques um navio com 400 escravos. 15/05/1844 – capitão do navio Impera-
Esperava que o seu resultado retirado de dor Dom Pedro, armador José Bernar-
tais operações fosse de 20 000 dólares. dino de Sá*, a sair do Rio de Janeiro
[Dos comissários britânicos na Comissão Mista do para Quelimane, de onde terá saído a
Cabo para Aberdeen] 23/06/1844, tendo sido apresado pela
Marinha inglesa e condenado na Comis-
1843 · Silva são Mista da Serra Leoa.
JOSÉ LOPES DA SILVA [Eltis]
26/01/1843 – mestre do patacho bra-
sileiro Josefina, no rio Pembe, Ilhas de 1844 · Menezes
Cabo Delgado, a escravos. RUFIAS JOSÉ DE MENEZES
[AHU, pasta 8, cap. 2] 13/12/1844 – capitão de barca brasileira
243
que vai a Moçambique e Quelimane de
1843 · Souza onde parte com escravos, sendo apresa-
PATRICIO PEREIRA DE SOUZA da e condenada no Cabo da Boa Espe-
14/03/1843 – em Quelimane, ido de rança, em 1845.
Santa Catarina, capitão do navio portu- [Eltis]
guês Desengano. Apresado pela Marinha
inglesa e condenado no Cabo da Boa Es- 1844 · Sousa
perança. FRANCISCO SOUSA
[Eltis] 23/01/1844 – em Quelimane, ido de Lu-

2007  E-BOOK CEAUP


José Capela

anda, capitão do brigue Opio Feliz. Apre- 1845 · Salimo


sado pela Marinha inglesa e condenado AMAD BEN SALIMO
no Cabo da Boa Esperança. 12/05/1845 – capitão de um pangaio
[Eltis] com escravos carregados em Quissiman-
julo, Quitangonha, apresado pelos in-
1844 · Viana gleses.
MATHEUS PIRES DA COSTA [AHU, pasta 9, cap. 5]
VIANA
14/11/1844 – a Comissão das Presas da 1845 · Schneider
Ilha Bourbon sentenciou o brigue Rocha, MARCELIN SCHNEIDER
de que era capitão, por suspeito de em- 16/03/1845 – em Quelimane, capitão do
prego no tráfico de escravos. Paquete de Montevideo, ido do Rio de Ja-
[AHM, códice 11-282, fls. 235 vs.] neiro, apresado pela Marinha britância e
condenado no Cabo da Boa Esperança.
1845 · Guimarães [Eltis]
F. F. GUIMARÃES
1845 – primeiro armador do brigue bra- 1846 · Amaral
sileiro Restaurador que vai a Moçambi- L. C. DO AMARAL
que carregar 469 (número imputado) 12/11/1846 – em Quelimane, capitão do
escravos dos quais descarrega 382 em brigue Constante, armador J. F. Lopes da
Cabo Frio. Silva*. Saira do Rio de Janeiro. Apresa-
[Eltis] do pela Marinha inglesa é condenado no
Cabo da Boa Esperança.
1845 · Guimarães [Eltis]
JOSÉ DE SÁ GUIMARÃES
1845 – armador principal do brigue 1846 · Ferreira
brasileiro Ganaflite que vai a Lourenço D. A. FERREIRA
Marques carregar 466 escravos (número 21/07/1846 – em Quelimane, capitão do
imputado), dos quais descarrega 400 em navio Improviso, primeiro armador José
Cabo Frio. Bernardino de Sá*, ido do Rio de Janei-
[Eltis] ro. Apresado pela Marinha inglesa e con-
denado no Cabo da Boa Esperança.
1845 · Pereira [Eltis]
244
JOSÉ MARIA PEREIRA
12/12/1845 – em Quelimane, capitão do 1846 · Silva
navio Triumphante, ido do Rio de Janei- J. F. LOPES DA SILVA
ro. Apresado pela Marinha inglesa e con- armador do brigue Constante, capitão L.
denado no Cabo da Boa Esperança. C. do Amaral*, que sai do Rio de Janeiro e
[Eltis] vai Quelimane, onde está a 12/11/1846.
Apresado pela Marinha inglesa é conde-
nado no Cabo da Boa Esperança.
[Eltis]

E-book CEAUP  2007


Dicionário de Negreiros em Moçambique 1750-1897

1846 · Sousa ria em terra, estava em Angoche a com-


ANTÓNIO VICENTE SOUSA prar escravos. O comandante das Terras
07/03/1846 – feitor da Fazenda em Cabo Firmes diz que para acabar com o tráfico
Delgado (?) preso à ordem do governador- ali se devia mandar prendê-lo. O sultão
-geral pelo crime de tráfico de escravos. de Angoche «que tem muitas lições dos
[AHU, pasta 10, cap. 5] mujojos, os mais abastados moradores
daquelas ilhas e o aconselharam a admi-
1846 · Teixeira tir o comércio dos brasileiros para deste
ANTÓNIO JOAQUIM TEIXEIRA modo reduzirem melhor as suas fazen-
21/12/1846 – governador de Lourenço das e são estes que se correspondem com
Marques a quem foi levantado processo os habitantes aventureiros desta capital
em tribunal por tráfico de escravos. para lhes fornecerem escravos a maior
[AHM, códice 11-183, fls. 225] parte roubados aos habitantes pacíficos,
e podem deste modo reduzirem as fazen-
1847 · Beaur das que passam por alto extraviadas aos
L. BEAUR Direitos».
1847 – capitão do brigue São Francisco [AHM, códice 11-7, fls. 6 vs.]
Segundo que sai do Rio de Janeiro e vai
a Angoche carregar escravos de onde sai 1847 · Nunes
a 34/04/1847 tendo sido capturado pela ANTÓNIO RODRIGUES NUNES
autoridade portuguesa. 12/08/1847 – em Moçambique é aguar-
[Eltis] dada a chegada do major de milícias An-
tónio Rodrigues Nunes, ex-governador
1847 · Marks de Sofala, que vai responder em Conse-
ANTHONY MARKS lho de Guerra pronunciado por conivên-
27/02/1847 – capitão do navio Fame a cia no tráfico de escravos. Exonerado de
sair do Rio de Janeiro para Quelimane governador.
onde carrega 530 escravos dos quais des- [AHU, pasta 10, cap. 4 / AHM, códice 11-85, fls. 8 vs.]
carrega 527 em Cabo Frio.
[Eltis] 1847 · Silva
JOAQUIM ARSÉNIO DA SILVA
1847 · Martins 13/02/1847 – em Quelimane, capitão do
FRANCISCO JANUÁRIO MARTINS navio Phaon ido do Rio de Janeiro. Apre-
245
09/08/1847 – proveniente do Rio de Ja- sado pela Marinha inglesa e condenado
neiro. Estava na feitoria de escravos de no Cabo da Boa Esperança.
Gil Tomás dos Santos*, em Inhambane, [Eltis]
«com feitoria aberta de negros».
[AHM, códice 11-1544, fls. 30 vs.] 1848 · Machado
THEOTONIO DE SOUZA
1847 · Mergu MACHADO
MANUEL MARIA MERGU 02/01/1848 – em Quelimane, capitão do
28/05/1847 – brasileiro, com uma feito- navio Alzira ido do Rio de Janeiro. Apre-

2007  E-BOOK CEAUP


José Capela

sado pela Marinha inglesa e condenado com escravos, em pangaios, pelo Quizun-
no Cabo da Boa Esperança. go (Tal como o Licungo, rios e portos do
[Eltis] mesmo nome no norte de Moçambique).
[AHU, Pasta 11, cap. 2]
1848 · Pinto
FRANCISCO ANTÓNIO PINTO 1849 · Francisco
21/08/1848 – tentente do batalhão de FREDERICO JOSÉ FRANCISCO
milícias formado pelos moradores de 29/01/1849 – tenente, pronunciado em
Quelimane com seus colonos e gente ar- Conselho de Guerra como conivente no
mada para libertar as tropas de linha. tráfico de escravos e na fuga do ex-gover-
Empregado da alfândega de Quelimane nador Custódio José António Teixeira*.
que se deixou peitar pelo Cruz Coim- [AHM, códice 11-85, fls. 70]
bra para deixar embarcar negros para a
Reunião. 1849 · Gargamalha
31/05/1859 – primeiro escrivão da Al- FRANCISCO ANTÓNIO
fândega de Quelimane que colaborava GARGAMALHA
com os traficantes de escravatura. 30/03/1849 – capitão do brigue Doze de
[AHU, pasta 11, cap. 3 / Biblioteca da Ajuda, 54 – XIII Novembro, piloto Francisco António de
– 32 (3) / AHM, códice 11-220]
Oliveira*, apresentado ao tribunal de
Moçambique para ser julgado por tráfico
1848 · Soeiro de escravos.
JOSÉ FRANCISCO BORJA XAVIER 25/08/1853 – em Moçambique, julgado
SOEIRO o brigue português Doze de Novembro por
07/01/1848 – subdelegado que fora em tráfico de escravatura, sendo considera-
Quelimane, levantados autos segundo os do boa presa, multado o proprietário e
quais estava incurso no crime de tráfico sujeita a tripulação a processo criminal.
de escravos. 11/11/1857 – avogada sua nomeação
22/04/1848 – estava nomeado secre- para curador dos escravos e libertos por-
tário-geral do governo de Moçambique que fora capitão do brigue Doze de No-
perante o alarme do governador-geral vembro envolvido no tráfico de escravos.
Fortunato do Vale. [AHU, pasta 11, cap. 2 / AHM, códice 11-239, fls. 6 /
04/05/1849 – subdelegado em Quelima- Códice 11-25, fls. 148 vs.]
ne há numerosas acusações de receber
246 importâncias para encobrir tráfico ilegal. 1849 · Madeira
Ele próprio fez tráfico e recebeu peitas. ABREU MADEIRA
[AHU, pasta 11, caps.1, 2] 04/05/1849 – de Moçambique são reme-
tidos para Lisboa autos de onde constam
1849 · Feliciano numerosas acusações contra este ex-go-
FELICIANO vernador de Quelimane de envolvimen-
04//05/1849 – mestre do brigue brasi- to no tráfico de escravos de que recebia
leiro Convenção queimado pelos ingleses peitas.
no Licungo. Solto após trinta dias, saiu [AHU, pasta 11, cap. 2]

E-book CEAUP  2007


Dicionário de Negreiros em Moçambique 1750-1897

1849 · Martins Banco Fonsecas & Bournay / Diário Ilustrado, 10 de


Julho de 1880]
ANTÓNIO JANUÁRIO DA SILVA
MARTINS
1850 · Forçade
04/05/1849 – tinha estado muito tempo
em Quelimane. Vinham-lhe consignados PEDRO FORÇADE
muitos navios abarrotados de fazendas, 08/1850 – primeiro armador do brigue
a maior parte desembarcadas em con- espanhol Brazil que sai de Cardenas
trabando e trocadas por escravos. Sob para Moçambique onde carrega 822 es-
suspeita, fugira no brigue francês Dun- cravos (número imputado) dos quais
querque. Terá dado 150 meias doblas ao vai desembarcar 670 em Cardenas, em
governador Abreu Madeira para o deixar 24/02/1851.
fugir. 04/1851 – armador juntamente com Zu-
[AHU, pasta 11, cap. 2] lueta* do brigue espanhol Brazil que sai
de Bahia Honda para Moçambique onde
1849 · Oliveira carrega 757 escravos (número imputa-
FRANCISCO ANTÓNIO do) dos quais desembarca 617, em Car-
D’OLIVEIRA denas, em 11/1851.
[Eltis]
04/05/1849 – piloto do brigue Doze de
Novembro, capitão Francisco António
1850 · Ramos
Gargamalha*, apresentado ao tribunal
de Moçambique por tráfico de escravos.
FRANCISCO DA COSTA RAMOS
1850 – armador do navio Santa Cruz que
25/08/1853 – em Moçambique, julgado
vai a Quelimane carregar 859 escravos
o brigue português Doze de Novembro por
(número imputado) dos quais descarre-
tráfico de escravatura, sendo considera-
ga 700 na costa sudeste brasileira, em
do boa presa, multado o proprietário e
09/1850.
sujeita a tripulação a processo criminal.
[AHU, pasta 11, cap.2 /AHM, códice 11-25, fls. 148, vs.]
20/11/1850 – armador do navio Edel-
mando, desembarcou na Ilha de Ma-
1850 · Fonseca rambaia 559 dos 686 escravos (número
ANTÓNIO PINTO DA FONSECA imputado) embarcados no Ibo.
[Eltis]
N. 1814 e F.1880
1840/1850 – no Rio de Janeiro, associa-
1850 · Silva
do aos irmãos Manuel Pinto da Fonseca* 247
e Joaquim Pinto da Fonseca* no tráfico
JOÃO BONIFÁCIO ALVES DA
de escravos. SILVA
1856 – consta da lista de suspeitos de Natural de Quelimane, Moçambique.
tráfico ilícito de escravos, procurados Filho de Romão José da Silva e de The-
pela polícia brasileira. odora Temporário de Matos. Nasceu
1861/1880 – em Lisboa, fundador e ge- em 1826 e herdou o nome completo do
rente da Casa Bancária Fonsecas, Santos padrinho de baptismo, também gover-
& Viana. nador de Quelimane. Em 1850, inscrito
[Alcoforado / João de Sousa da Câmara, História do como eleitor para a Câmara Municipal

2007  E-BOOK CEAUP


José Capela

de Quelimane, era solteiro, proprietário várias vezes. Roubara ao queixoso duas


e negociante, tendo de rendimento co- pretas e um moleque.
lectável 400$000 réis. Em 1857 requereu [AHM, códice 11-1138, fls. 9 vs., auto de notícia]
o aforamento do prazo Licungo, onde se
havia estabelecido, depois de expulsar 1852 · Vinhas
manu militari as populações dos prazos EUGÉNIO VINHAS
vizinhos que aí se haviam estabelecido. 20/11/1852 – capitão do navio america-
Daí partiu com os seus achicunda para a no Lady Eclipse Suffolk M, sendo primei-
conquista de Angoche, guerra no decur- ro armador Julian Zulueta*, que partiu
so da qual veio a morrer, a 19 de Outubro da Baía para Moçambique onde carre-
de 1861. A 9 tinha sido nomeado capi- gou 1574 escravos (números imputados)
tão-mor e comandante militar do distrito dos quais descarregou em Cuba 1283, no
de Angoche e coronel de segunda linha. ano de 1853.
A ocupação das terras entre o Rio Licun- 08/04/1859 – capitão do navio Eloisa
go e Rio Moniga ou Tejungo assim como que saiu de Havana para Moçambique
a conquista de Angoche têm como razão onde carregou 920 (números imputa-
principal o tráfico de escravos que se fa- dos) escravos dos quais foi desembarcar
zia em todos esses locais e que, em An- 750 a Cardenas, em 15/11/1859.
goche, estava a ser controlado por Mussa [Eltis]
Quanto (Mussa Mohamed Saib) irmão
do sultão Hassane – Issufo. 1852 · Zulueta
[J. Capela, A República Militar da Maganja da Costa.] JULIAN ZULUETA
20/11/1852 – primeiro armador do na-
1851 · Catalã vio americano Lady Eclipse Suffolk M,
COMPANHIA CATALÃ sendo capitão Eugénio Vinhas*, que
07/1851 – companhia armadora do bri- partiu da Baía para Moçambique onde
gue Rapid Imperatriz que sai de Carde- carregou 1574 escravos (números impu-
nas para Inhambane onde carrega 1000 tados) dos quais descarregou em Cuba
escravos de que vai descarregar 840 1283, no ano de 1853.
(números imputados) a Cardenas, em 04/1851 – armador juntamente com Pe-
09/02/1852. dro Forçade* do brigue espanhol Brazil
[Eltis] que sai de Bahia Honda para Moçambi-
que onde carrega 757 escravos (números
248
1852 · Domingos imputados) dos quais desembarca 617
DOMINGOS (IBRAIMO) em Cardenas, em 11/1851.
04/11/1852 – em Moçambique, Caeta- [Eltis]
no Maria de Oliveira queixa-se de um tal
Domingos, hoje Ibraimo, antigamente 1853 · Capo
cristão, hoje mouro – sem modo de vida ANTÓNIO CAPO
– vive à grande de furto de escravos de 11/1852 – capitão de um navio ameri-
proprietários que vende em Matibane e cano que sai de Matanzas para Moçam-
outras partes. Pelo que já esteve preso bique onde carrega 1350 escravos dos

E-book CEAUP  2007


Dicionário de Negreiros em Moçambique 1750-1897

quais vai descarregar em Cabanas 1150, de Quelimane, cx. 24, mç. 1, nº 25 / Códice 11-8, fls.
173 / Códice 11-666, fls. 30 vs. e 31 / Códice 11-1504
em 23/03/1853. Insurreição a bordo.
(1868)]
Navio destruído depois do desembarque
dos escravos. 1856 · Anjos
[Eltis]
MARIANO VAZ DOS ANJOS
Sucedeu na butaca em Sapembeze, a seu
1854 · Coimbra
padastro, Gualdino Faustino de Sousa.
ANTÓNIO JOSÉ DA CRUZ Dominados os povos do Chire, em 1856,
COIMBRA foi colocado como capitão-mor do Mas-
Natural de Coimbra. singir. Em 1863 foi nomeado capitão-
20/08/1854 – capitão – mor do Zumbo. mor de Manica e Quiteve.
14/07/1849 – a Comissão Mista do Cabo Capitão-mor do Massingir, no vale do
dá-o como um dos traficantes de escra- Zambeze, abastecedor dos negreiros de
vos em Quelimane. Quelimane.
15/02/1856 – a pedido do governador 1881 – foi assassinado.
de Quelimane fornecera uma escolta de [José Capela, Donas, Senhores e Escravos]
30 escravos armados para guardarem os
salvados de um barco naufragado. 1857 · Cabargas
19/04/1859 – estava a exportar escravos ANTÓNIO CABARGAS
levados em gargalheiras para o rio Li- 05/04/1857 – armador da barca ame-
cungo. No Bajone morreu afogado o seu ricana Minnetonka partiu de Havana
empregado Manuel Pires quando proce- para Moçambique onde carregou 970
dia a um carregamento. escravos dos quais foi descarregar 610 a
1868 – Era presidente da Confraria de Cuba.
Nossa Senhora do Livramento, em Que- [Eltis]
limane.
29/05/1873 – Jornal de Moçambique: 1858 · Musise
«[…] em quanto se mete o sr. António AMAD MUSISE
José da Cruz Coimbra tudo sai à medida 30/10/1858 – mujojo da Ilha de Moçam-
do seu desejo; e, em Quelimane, tem fei- bique, proprietário do pangaio portu-
to quanto quer: e mais depressa, quando guês Flor de Moçambique, apreendido.
se diz lhe quererem fazer oposição, por [AHM, códice 11-118, fls. 25-vs.]
que emprega toda a sua influência». 249
23/12/1874 – Jornal de Moçambique: 1858 · Oliveira
«Consta que Cruz Coimbra vendeu to- JOÃO EUSÉBIO DE OLIVEIRA
dos os seus haveres e estabelecimentos 1858 – primeiro tenente, comandante da
comerciais em Quelimane a José Fernan- escuna de guerra, Angra, conivente com
des de Mendonça». Cruz Coimbra*, em Quelimane, no em-
1879 – teria falecido pois D. Maria dos barque de escravos para a Reunião.
Anjos Hidalgo da Cruz era dada como [Biblioteca da Ajuda, 54 – XIII – 32(3)]
sua viúva.
[AHU, pasta 18, cap. 1 / AHM, Governo do Distrito

2007  E-BOOK CEAUP


José Capela

1858 · Silva 24/10/1868 – estava em Tete a comprar


CUSTÓDIO JOSÉ DA SILVA marfim.
1858/1859 – tenente-coronel – governa- Era a este e seus irmãos que se referia
dor em Quelimane. Serpa Pinto: «José Alves, Coimbras e ou-
14/11/1859 – terá recebido do Cruz Coim- tros, esses nem ao menos são portugue-
bra* mil libras esterlinas para autorizar o ses de nascença; não se parecem com
embarque de negros para a Reunião. portugueses na cor, são indígenas, sem
[Biblioteca da Ajuda, 54 – XIII – 52 (3)] instrução, verdadeiros selvagens de cal-
ças e chapéus».
1859 · Carvalho [Boletim Oficial, nº 51, 24/12/1879 / Serpa Pinto,
JOÃO DA CUNHA CARVALHO Como eu atravessei a África, II]

1859 – tenente, governador interino de


Cabo Delgado, conivente com o trafican- 1874 · Gomes
te de escravos em Quelimane, para a Ilha ALBINO MARIANO GOMES
da Reunião, Cruz Coimbra*, fizeram-se 19/09/1874 – sócio da firma Mathias
dois embarques com esse destino. Gomes & Filhos, na praça de Moçambi-
[Biblioteca da Ajuda, 54 – XIII – 32] que, angariava e armazenava escravos
para plantadores de Nossibé que se ins-
1859 · Sicard talavam na sua casa de hóspedes.
TITO AUGUSTO SICARD 04/08/1876 – envolvido no tráfico feito
1859 – majordo Exército, nomeado go- pelo pangaio Fracale, de Anjoanes.
[Jornal de Moçambique / AHM, códice 11-1137, fls.
vernador da Zambézia.
64 e segs.]
30/08/1862 – acusado de traficante de
escravos por Livingstone.
1874 · Paula
[AHM, Governo Geral, cx. 9, maçoç. 2, nº 72]
FRANCISCO DE PAULA (O TICO)
07/09/1874 – em Tete. Tinha mercado-
1864 · Brito
res no Zumbo no resgate de escravos.
JOSÉ VITORINO ALEXANDRE DE
[AHM, Governo do Distrito de Quelimane, cx. 40, mç.
BRITO 1, nº 124]
15/11/1864 – despacho do ministro do
Ultramar a demitir o professor de ins- 1877 · Omar
trução primária e presidente da Câmara MUCUPE OMAR
Municipal do Ibo por estar envolvido no
250 19/10/1877 – exportador de escravos com
crime de tráfico de escravos. contratadores no Infuce e Mucombo e com
[Boletim Oficial nº 47 AHM, códice 11-50, fls. 51 vs.]
armazens no Infuce, Fugo e Chilabane.
[AHM, Governo Geral, cx. 147, mç. 2, nº 58]
1868 · Coimbra
ARTUR ADOLFO DA CRUZ 1877 · Vidigal
Também Artur Adolfo Coimbra, perfilha- ROGACIANO FRANCISCO
do por António José da Cruz Coimbra* VIDIGAL
que, a partir de 22/12/1879, passará a 14/07/1877 – segundo o governador-ge-
assinar Arthur Adolfo da Cruz Coimbra. ral, Rogaciano Francisco Vidigal, nego-

E-book CEAUP  2007


Dicionário de Negreiros em Moçambique 1750-1897

ciante, assaltava com gente armada os [AHM, Governo do Distrito de Quelimane, cx. 44,
maço 5, nº 24]
colonos do prazo Maganja, reduzia uns
a escravatura e abusando da miséria de
outros, comprava-os a troco de fazendas 1889 · Muadini
e de aguardente. Em rusga a sua casa fo- ABDALA MUADINI
ram encontrados alguns pretos em cár- 10/12/1889 – principal negreiro na Ilha
cere privado. de Angoche, com embarcações próprias.
[AHM, códice 11-52, fls. 163] [AHM, Governo Geral, cx. 104, nº 48]

1877 · Volay 1890 · Madine


MOLEY VOLAY ABDUL MADINE
19/10/1877 – exportador de escravos 24/03/1890 – proprietário de pangaios
com contratadores no Infuce e Mucambo que operavam no tráfico de escravos, em
e com casas no Infuce, Fugo e Chilabane. Angoche.
[AHM, Governo Geral, cx. 147, mç. 2, nº 58] [AHM, Governo Geral, cx. 104, maço 3, nº 57]

1879 · Grattet (?) 1892 · Kawinga


GRATTET (?) KAWINGA
1879 – tinha uma instalação para expor- 30/06/1892 – um dos negociantes que
tação de escravos (no Ibo?). Antigo ge- dirigia uma caravana de escravos saída
rente da casa Régis Ainné, andava fugido do Niassa inglês em direcção ao Quissan-
às justiças. ga, na costa, frente ao Ibo.
[J. Frederic Elton, Travels and Researches] [AHM, Governo Geral, cx. 26, maço 2, nº 18]

1881 · Salemane 1892 · Makangira


ABU-BACAR SALEMANE MAKANGIRA
15/10/1881 – dois mouros de Ango- 30/06/1892 – um dos negociantes que
che queixam-se contra o capitão-mor dirigia uma caravana saída do Niassa in-
de Angoche, Abu-Bacar Salemane, que glês em direcção ao Quissango, na costa,
agarrara 30 pessoas da sua família para frente ao Ibo.
[AHM, Governo Geral, cx. 26, maço 2, nº 18]
escravizar.
[Boletim Official, nº 42]
1892 · Zarafi
ZARAFI 251
1887 · Chicuza
CHICUZA (MUENE – Chefe de 30/06/1892 – um dos negociantes que
linhagem) dirigia uma caravana de escravos saída
14/12/1887 – no Boror ( distrito de Que- do Niassa inglês e se dirigia para a costa.
[AHM, Governo Geral, cx. 26, maço 2, nº 18]
limane, Moçambique) tinha «enorme
sortimento desta mercadoria», de que
1897 · Carvalho
vendia grande porção nos prazos Name-
duro e Tirre», segundo o administrador JOÃO FILIPE DE CARVALHO
dos mesmos prazos. 08/08/1897 – em Quelimane, embarca

2007  E-BOOK CEAUP


José Capela

para Moçambique, no navio Cristina, 24


escravos.
[AHU, cx. 78, nº 51]

252

E-book CEAUP  2007

Você também pode gostar