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Departamento de Matemática
da Teoria do conjuntos
São Carlos
- 2006 -
Sumário
1 Um Breve Histórico . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 2
3 Espaços Topológicos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 13
3.1 Topologia e Espaço Topológico . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 13
3.5 Homeomorsmos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 19
4 Conjuntos Fechados . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 22
4.1 Conjuntos Fechados . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 22
6 Conexidade e Compacidade . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 33
6.1 Espaços Conexos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 33
Referências Bibliográcas . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 39
ii
Resumo
No primeiro capítulo é apresentada uma breve história da topologia. Logo depois, con-
ceitos como métricas, bolas, conjuntos abertos e continuidade de aplicações são abordados.
Em seguida, são apresentados alguns conceitos básicos de espaços topológicos, bem como
em espaço toplógicos. Conjuntos fechados também são apresentados, assim como alguns
conexidade topológicas.
iii
Introdução
objetos geométricos que são preservadas quando aplicamos a elas transformações bijetoras
xícara de café e uma rosquinha, pois uma xícara pode ser transformada em uma rosquinha,
ser ser feito nenhum corte, nem colagens; este é o signicado de dizer que as propriedades
topologia diferencial. Neste trabalho será estudada a point set topology que é o ramo
da matemática que estuda as propriedades dos espaços topológicos e das estruturas que
entre outras. É conhecida também como topologia geral, que como o nome já diz, nos
1
Capítulo 1
Um Breve Histórico
Não se sabe ao certo quando surgiu a topologia, alguns dizem que começou
com a analysis situs de Poincaré, outros que data da teoria dos conjuntos de Cantor.
seus teoremas de invariança topológica, de 1911, e à fusão que efetuou dos métodos de
não deveria ser ligado a um espaço de pontos (no sentido geométrico usual), mas ter
sentido amplo. Começamos simplesmente com uma coleção de coisas chamadas pontos
(que podem ser objetos quaisquer) e introduzimos um conceito de continuidade por meio
de denições mais claras. A formulação clássica dessa idéia foi dada um ano depois por
posição sistemática dos aspectos característicos da teoria dos conjuntos. Na segunda parte
A topologia emergiu no século vinte como um tema que unica quase toda a
matemática, um tanto como a losoa procura coordenar todo o conhecimento. Por causa
de seu primitivismo, a topologia está na base de uma parte muito grande da matemática.
2
Capítulo 2
bolas abertas que são conceitos fundamentais para o desenvolvimento deste capítulo.
(1) d(x, x) = 0, ∀x ∈ X .
(2)Se x 6= y então d(x, y) > 0, ∀x, y ∈ X .
(3)d(x, y) = d(y, x), ∀x, y ∈ X .
(4)d(x, y) ≤ d(x, z) + d(z, y), ∀x, y, z ∈ X .
apenas nos referir ao espaço métrico M . Vamos agora estudar alguns exemplos de
métricas.
Exemplo 2.2. Seja X = R o conjunto dos números reais e d : R×R → R tal que d(x, y) =
|x − y|, então d é uma métrica em R. De fato, ∀x, y, z ∈ R, (1)d(x, x) = |x − x| = |0| = 0
(2)Se x 6= y então d(x, y) = |x − y| > 0, pela propriedade do valor absoluto.
|x − y| = |x − z + z − y| ≤ |x − z| + |z − y|,∀x, y, z ∈ R.
Daí obtemos
3
2. Conjuntos Abertos em um Espaço Métrico 4
conhecida com métrica usual da reta, e nos fornece a distância que conhecemos entre
dois pontos na reta.
uma métrica:
d(x, x) = 0, ∀x ∈ M .
(2) Se x 6= y então
casos:
d(a1 , a2 ) ≤ M ,
para todo par a1 , a2 ∈ A.
que db seja uma métrica são triviais, e por isso omitiremos suas demonstrações. Vamos
igual a 1, mas o lado esquerdo desta mesma equação vale no máximo 1. Então, para este
Precisamos agora considerar o caso em que d(x, y) < 1 e d(y, z) < 1, temos
Agora veremos um exemplo que nos mostra que nem toda função f dene
um métrica em um conjunto.
Exemplo 2.7. Seja f : R×R → R denida por: f (x, y) = (x − y)2 , mostremos que f
não é uma métrica em R.
Esta função verica as três primeiras propriedades de métrica, mas não é
d(2, 5) = 9
d(2, 3) = 1
d(3, 5) = 4
Se aplicarmos a última propriedade de métrica, obteremos que
9 ≤ 5.
Então, como f não satisfaz todas as propriedades de métrica, temos que f não é uma
métrica em R.
espaço métrico. Seja (X, d) um espaço métrico, com uma métrica d : X ×X → R qualquer.
Se considerarmos o espaço (Y, d), com Y um subconjunto de X, temos que tal espaço é
um espaço métrico, pois d : Y × Y → R será ainda uma métrica, só que agora está restrita
ao conjunto Y. Esta métrica é conhecida como métrica induzida, e diremos que (Y, d)
é um subespaço de (X, d)
Agora que já estudamos métrica e espaços métricos, podemos denir bolas
Denição 2.8. Denimos como bola aberta de centro a e raio r > 0 o conjunto B(a, r)
formado pelos pontos do espaço métrico M cuja distância ao ponto a seja menor do que
r, ou seja,
Exemplo 2.9. Seja d : R×R → R a métrica usual em R. Então a bola aberta de centro
Da mesma forma que temos bolas abertas, temos também bolas fechadas.
Como um exemplo simples de uma bola fechada podemos citar um intervalo fechado da
reta real, como por exemplo, o intervalo [0, 1]. Daremos agora a denição formal de uma
Denição 2.10. Denimos como bola fechada de centro a e raio r > 0 o conjunto
B[a, r] formado pelos pontos do espaço métrico M cuja distância ao ponto a seja menor
ou igual a r, ou seja,
aberto quando todo ponto a ∈ A é o centro de uma bola aberta inteiramente contida em
A. Ou seja, ∀a ∈ A, ∃ > 0 tal que se x∈M e d(x, a) < então x ∈ A.
2. Conjuntos Abertos em um Espaço Métrico 7
aberto de M.
y ∈ B(a, r).
E com isso temos que
B(a, ) ⊂ B(a, r)
Portanto, a bola B(a, r) é um subconjunto aberto de M.
Denição 2.13. Seja A = {a} ⊂ M , A será aberto em M se, e somente se, existir r>0
tal que B(a, r) = {a}. Quando {a} for um conjunto aberto em M diremos que {a} é
conjunto discreto.
Demonstração. Suponhamos que exista um espaço métrico M nito que não seja discreto.
Logo ∃a ∈ M tal que, para todo r0 > 0, ∃x0 ∈ M , com x0 6= a tal que x0 ∈ B(a, r0 ), então
d(a, x0 ) < r0 . Tome r1 = d(a, x0 ). Como a não é ponto isolado existe x1 ∈ M tal que
d(x, a) < r ⇒ x ∈ X .
Denimos o interior de X como sendo o conjunto dos pontos interiores de X, ou seja
intX = {a ∈ X/B(a, r) ⊂ X}.
Denição 2.16. A fronteira de X é o conjunto dos pontos b∈X tais que toda bola
∂X .
2. Conjuntos Abertos em um Espaço Métrico 8
Exemplo 2.17. Seja X = [0, 3) um intervalo da reta real. O interior deste conjunto é o
intervalo aberto (0,3). De fato, sejam a ∈ (0, 3) e r = min {a, 3 − a}, temos
(a − r, a + r) ⊂ X ,
logo a ∈ intX . Portanto (0, 3) pertence ao interior de X . Agora vamos testar os extremos
0∈
/ intX .
Ou seja,
∂X = {0, 3}.
A = intA.
B(x, s) ⊂ intX .
Com isso temos que todo ponto x ∈ B(a, r) é interior a X, ou seja
B(a, r) ⊂ intX .
Logo intX é aberto em M.
1. M ∈U e ∅ ∈ U.
interior a ∅, mas ∅ não contém elementos, o que torna isso uma contradição. Portanto ∅
também é aberto em M.
2) Suponhamos que a ∈ A1 , ..., a ∈ An , logo
a ∈ A1 ∩ ... ∩ An .
Como A1 , ..., An ∈ U são abertos, exitem r1 > 0, ..., rn > 0 tais que
a ∈ Aλ .
Como este conjunto é aberto, temos que existe uma bola aberta B(a, r) tal que,
B(a, r) ⊂ Aλ
⇒ B(a, r) ⊂ A
S
Portanto A = λ∈L Aλ é aberto.
Corolário 2.21. Um subconjunto A⊂M é aberto se, e somente se, é uma reunião de
bolas abertas.
x ∈ Bx ⊂ A.
O que se escreve também como {x} ⊂ Bx ⊂ A.
Tomando reuniões, obtemos,
S S
A= x∈A {x} ⊂ x∈A Bx ⊂ A.
Logo,
S
A= x∈A Bx .
O que mostra que todo aberto é reunião de bolas abertas.
S
(⇐) Se A= x∈A Bλ é uma reunião de bolas abertas, então A é aberto
uma proposição que utiliza apenas conjuntos abertos no estudo da continuidade de uma
contínua no ponto a∈M quando, para todo >0 dado, ∃δ > 0 tal que
Exemplo 2.23. Seja (Xλ )λ∈L uma família de subconjuntos de M tais que
S
λ∈L intXλ = M . Se f :M →N é tal que f |Xλ
é contínua para cada λ ∈ L, então f é contínua.
Dado a ∈ M, existe λ∈L tal que, para a ∈ intXλ , temos que ∃δ 0 tal que
B(a, δ 0 ) ⊂ Xλ .
Agora, como f |Xλ é contínua, sabemos que ∀ > 0, ∃δ 00 > 0 tal que
00
f |Xλ (B(a, δ )) ⊂ B(f |Xλ (a), ).
Sendo assim, tomando δ = min {δ 0 , δ 00 } temos, ∀ > 0
f (B(a, δ)) ⊂ B(f (a), )
Portanto, f :M →N é contínua em M.
temos que existe >0 tal que B(f (a), ) ⊂ A0 . Sendo f contínua no ponto a, temos que
B(a, δ) ⊂ A.
Ou seja,
A1 × ... × An = p−1 −1
1 (A1 ) ∩ ... ∩ pn (An ),
segue-se da proposição 2.20, que A1 × ... × An é aberto em M1 × ... × Mn .
√ √
Exemplo 2.26. Seja f :R→R denida por: f (x) = x2 . Então, para A = (− 3, 3)
temos f (A) = [0, 3), que não é um subconjunto aberto de R como vimos no exemplo 2.17.
Denição 2.27. Uma aplicação f :M →N chama-se aberta quando para cada aberto
z ∈ Uz × Vz ,
ou seja,
{z} ⊂ Uz × Vz ⊂ A.
Tomando reuniões, temos:
S S
A= z∈A {z} ⊂ x∈A Uz × Vz .
Portanto,
S
A= Uz × Vz .
S
(⇐) Se A = λ Uz ×Vz onde, para cada λ , Uλ ⊂ M e Vλ ⊂ N são abertos,
Espaços Topológicos
1. ∅ e X pertencem a τ.
conjunto aberto de X se U ∈τ
topologia em X. De fato,
a τ.
3) Dados U1 , ..., Un ∈ τ temos que U1 ∩...∩Un é um subconjunto de X e portanto pertence
a τ.
13
3. Espaços Topológicos 14
Exemplo 3.4. Seja X um conjunto, a coleção τ formada apenas pelo conjunto vazio e
1) ∅, X ∈ τ .
S
2) Dado {Uλ }λ∈L com Uλ ∈ τ então λ∈L Uλ ou será vazio ou então será o próprio X,
portanto pertence a τ.
3) Dados ∅, X ∈ τ temos que a interseção nita destes conjuntos será vazia, portanto
pertence a τ.
2) Seja {Uλ }λ∈L uma família de elementos de τf . Por um resultado da teoria dos conjuntos
temos,
S T
X− λ∈L Uλ = λ∈L (X − Uλ ).
que é nito pois cada elemento (X − Uλ ) é nito. E portanto a reunião de uma família
qualquer de τf pertence à τf .
3) Sejam U1 , ..., Un ∈ τf então,
X − ni=1 Ui = ni=1 (X − Ui ),
T S
que também é nito, pois a reunião nita de conjuntos nitos é nita. Então a intersecção
fato,
Exemplo 3.7. Todo espaço métrico é um espaço topológico. De fato, dado um espaço
métrico (M, d), como os abertos de M são as reuniões de bolas abertas de M, basta
3. Espaços Topológicos 15
uma topologia em M. O espaço topológico (M, τ ) terá os mesmos abertos de (M, d).
Esta denição pode parecer um pouco complicada, por isso faremos uma
analogia simples para ilustrar quando uma topologia é mais na do que outra. Considere
será maior, e a topologia será dita mais na pela operação. Não é sempre que podemos
1. Para cada x∈X existe pelo menos um elemento B∈β tal que x ∈ B.
U ∈ τ.
3) Sejam U1 , ..., Un ∈ τ , mostremos que U1 ∩ ... ∩ Un ∈ τ , vamos mostrar este fato por
U = U1 ∩ ... ∩ Un−1 ∈ τ .
Agora, U ∩ Un ∈ τ , pelo que provamos no parágrafo acima. Então para U1 , ..., Un ∈ τ
temos que U1 ∩ ... ∩ Un ∈ τ .
Provamos então que a coleção τ de conjuntos gerada por β é de fato uma topologia em
X.
de um critério para dizer qual delas é a mais na. A seguinte proposição nos mostra tal
critério.
2. Para cada x∈X e para cada elemento básico B ∈ β , com x ∈ B , existe um elemento
0 0 0
básico B ∈β tal que x ∈ B ⊂ B.
Demonstração. (1) ⇒ (2) Foram dados x∈X e B ∈ β, com x ∈ B. Temos que B∈τ
por denição e que τ ⊂ τ 0, pois τ0 é mais na que τ, então B ∈ τ 0. Como τ0 é gerada por
0 0 0 0
β, existe um elemento B ∈β tal que x ∈ B ⊂ B.
(2) ⇒ (1) Queremos mostrar que se dado um elemento U de τ então
poeira são os elementos básicos para a nova topologia, que é mais na do que a anterior,
A seguinte proposição nos diz como encontrar uma base a partir de uma
topologia.
que para cada aberto U de X e cada x∈U existe um elemento B de β tal que x ∈ B ⊂ U.
Então β é uma base para a topologia em X.
(1) Seja x ∈ X, como X é um elemento de β por hipótese, então existe B ∈β tal que
x ∈ C ⊂ β.
(2) Sejam B1 , B2 elementos de β e x ∈ B1 ∩ B2 . Como B1 , B2 são abertos em X temos
Exemplo 3.15. A coleção β de todos os intervalos abertos (a, b) = {x/a < x < b} da
reta real é uma base para a topologia usual em R. Vamos mostrar que β é de fato uma
Exemplo 3.16. A coleção β 0 de todos os intervalos da reta real, do tipo [a, b) = {x/a ≤ x < b},
com a < b, é uma base uma topologia em R. De fato
usual τ.
[x, b) da base de τ0 contém x e está contido em (a, b), então, pela proposiçao 3.13, τ0 é
Proposição 3.18. Sejam M e N espaços topológicos, a topologia que tem como base a
Demonstração. Precisamos mostrar que β é de fato uma base para uma topologia em
X ×Y.
1) Esta condição é trivial, já que X ×Y é um elemento de β.
2) Sejam U1 × V1 e U2 × V2 elementos de β, então,
Teorema 3.19. Sejam β uma base para a topologia X e β0 uma base para a topologia em
Y. Então a coleção
χ = {B × B 0 /B ∈ β, B 0 ∈ β 0 }
é uma base para a topologia em X ×Y.
acima, temos que existe um elemento básico U ×V tal que x×y ∈ U ×V ⊂ W. Como β
e β0 são bases de X e Y respectivamente, podemos escolher um elemento B∈β tal que
subconjunto de X, a coleção
τY = {Y ∩ U/U ∈ τ }
é uma topologia em Y.
S S
∩ Y ) = ( λ∈L Uλ ) ∩ Y .
λ∈L (Uλ
S S
Como λ∈L Uλ pertence à τ , então λ∈L (Uλ ∩ Y ) também pertece à τY .
3) Sejam U1 , U2 , ..., Un elementos de τ mostremos que (U1 ∩ Y ) ∩ (U2 ∩ Y ) ∩ ... ∩ (Un ∩ Y )
é um elemento de τY .
(U1 ∩ Y ) ∩ (U2 ∩ Y ) ∩ ... ∩ (Un ∩ Y ) = (U1 ∩ U2 ∩ ... ∩ Un ) ∩ Y .
Como (U1 ∩ U2 ∩ ... ∩ Un ) ∈ τ então (U1 ∩ Y ) ∩ (U2 ∩ Y ) ∩ ... ∩ (Un ∩ Y ) pertence à τY .
Portanto τY é uma topologia em Y.
βY = {B ∩ Y /B ∈ β}
é uma base para a topologia do subespaço.
cautelosos quando usamos o termo conjunto aberto, pois ele pode ser um aberto em X
ou um aberto em Y. Temos que um conjunto é aberto em X se ele pertencer à topologia
Y serão abertos em X, o próximo lema nos diz em qual situação isto ocorre.
U é aberto em X.
X.
3.5 Homeomorsmos
nos aprofundarmos.
fato, sabemos que f é uma função bijetora e contínua, e que sua inversa f −1 (y) = 31 (y − 1)
também é contínua, esses são resultados simples vindos do cálculo, e não os provaremos
aqui.
denir esses conceitos, e ainda deniremos vizinhança de um ponto. Com isso veremos que
por intS .
Demonstração. (⇒) Suponhamos que S seja aberto. Então, pela proposição acima, temos
Demonstração. (⇒) Seja x ∈ A, como A é aberto temos pelo corolário 3.28 que A = intA,
então x ∈ intA, pontanto A é uma vizinhança de x.
(⇐) Como A é vizinhança de cada um de seus pontos, temos que, para
y em X.
V ∩ Y = (A ∪ U ) ∩ Y = (A ∩ Y ) ∪ (U ∩ Y ) = (A ∩ Y ) ∪ U = U .
Logo, U =V ∩Y.
(⇐) Se V é uma vizinhança de y em X, então existe A aberto em X com
Conjuntos Fechados
fato,
b ∈ A, então
s = d(a, b) − r ⇒ s > 0.
Para x ∈ B(b, s) temos d(b, x) < s. Pela quarta propriedade de métrica temos:
B(b, s) ⊂ A temos que A é um conjunto aberto. Portanto, pela denição 4.1, B[a, r] é
um conjunto fechado.
X podemos pensar que um conjunto precisa ou ser aberto ou ser fechado, mas na verdade,
um conjunto pode ser aberto, fechado, ambos ou nenhum dos dois. Os conjuntos ∅ e o
próprio X são abertos e fechados em X. Vamos ilustrar esta armação com o seguinte
exemplo.
22
4. Conjuntos Fechados 23
X.
Teorema 4.5. Seja X um espaço topológico, então as seguintes armações são ver-
dadeiras:
1. ∅ e X são fechados em X.
são abertos em X.
2) Dada uma coleção de conjuntos fechados {Fλ }λ∈L e utilizando a Lei de DeMorgan
obtemos,
T S
X− λ∈L Fλ = λ∈L (X − Fλ ).
S T
Como (X − Fλ ) é aberto, temos λ∈L (X − Fλ ) aberto, e então λ∈L Fλ é
fechado.
descrita aqui é útil, mas na maioria das vezes é mais conveniente utilizarmos conjuntos
dos.
em M.
(⇐) Se a imagem inversa de cada cada fechado em N é um fechado em
fechado de M. De fato, seja f a função real f : M → R, denida por f (x) = d(x, a), f é
contínua. Temos que B[a, r] ≡ f −1 ([0, r]). Como [0, r] é um subconjunto fechado da reta,
sua imagem inversa B[a, r] é fechada em M.
X e A = Y ∩ (X − U ).
(⇐) Seja A = C ∩Y , onde C é fechado em X. Então (X −C) é aberto em
X , temos, pela denição de subespaço, que (X −C)∩Y é aberto em Y. Mas (X −C)∩Y =
Y − A. Como (Y − A) é aberto em Y, então A é fechado em Y.
denotaremos por S̄ .
Demonstração. Seja {Fλ }λ∈L a família de todos os fechados de X que contém S. Então
Exemplo 4.12. Considere a reta real R e o intervalo A = (0, 1] ⊂ R então Ā = [0, 1].
1
Seja B = n /n ∈ Z , então B̄ = {0} ∪ B .
se, F = F̄ .
fechado.
1. S̄ é fechado em X.
2. S ⊂ S̄ .
somente se, toda bola aberta de centro x contém algum ponto de S. Ou seja,
x ∈ S̄
⇔ ∀ > 0, ∃y ∈ S tal que d(x, y) <
⇔ d(x, S) = inf {d(x, y), y ∈ S} = 0
4. Conjuntos Fechados 26
seja, x ∈ F.
(⇐) Dado x ∈ F̄ , temos d(x, F ) = 0 pela proposição 4.16. Então x ∈ F.
Logo, F̄ ⊂ F e portanto F é fechado.
(S̄ ∩ Y ) ⊂ (C ∩ Y ) = B .
Como B ⊂ S̄ ∩ Y e (S̄ ∩ Y ) ⊂ B , temos que B = S̄ ∩ Y
Tudo o que vimos até agora sobre fecho de um conjunto não nos mostra uma
com ela. Uma outra forma de descrevermos o fecho de um conjunto, mais palpável pois
envolve apenas a base para uma topologia em X, é dada pelo seguinte teorema:
1. Então x ∈ S̄ se, e somente se, todo conjunto aberto U tal que x∈U intercepta S.
2. Se a topologia em X for dada por uma base β, então x ∈ S̄ se, e somente se, para
Demonstração. 1) Como esta sentença é da forma (P ) ⇔ (Q) podemos trocar cada uma
das implicações pelas suas contra-positivas, e com isso teremos a seguinte senteça (não
P ) ⇔ (não Q), que é logicamente equivalente à primeira. Temos:
4. Conjuntos Fechados 27
x∈
/ S̄ se, e somente se, existe um conjunto aberto U, com x∈U que não intercepta S.
Desta forma o teorema ca mais fácil de ser provado.
(⇒) Se x∈
/ S̄ , o conjunto U = X − S̄ é um aberto contendo x que não intercepta S.
(⇐) Se existir um conjuto aberto U, com x ∈ U, que não intercepta S, então (X − U ) é
x∈
/ S̄ .
2) (⇒) Se x ∈ S̄ , pela denição de fecho, temos que todo conjunto aberto contendo x
intercepta S, então todo elemento B ∈β também intercepta S, pois B é um conjunto
aberto.
Considerando os exemplos 4.12 e 4.21 temos que existe uma relação entre o
S ∪ S 0 ⊂ S̄ .
Vamos agora demonstrar o outro lado da inclusão. Seja x um ponto de S̄ , vamos mostrar
0 0
que x ∈ S∪S. Se x está em S, então x ∈ S∪S. Agora, suponhamos que x não esteja
Corolário 4.23. Um subconjunto de um espaço topológico é fechado se, e somente se, ele
contém todos seus pontos aderentes.
4. Conjuntos Fechados 28
Exemplo 4.25. Sejam R o conjunto dos números reais com a topologia usual, e Rl o
conjunto dos números reais com a topologia do limite inferior. Denimos f como sendo
f : R → Rl
f (x) = x
Então f não é uma aplicação contínua, pois f −1 ([a, b)) = [a, b), [a, b) aberto em Rl , não
é um aberto de R.
f −1 (V ) = f −1 (Bλ ).
S
λ∈L
Portanto, f −1 (V ) é aberto se cada conjunto f −1 (Bλ ) o for.
1. f é contínua.
mostrar que A é fechado em X , então mostraremos que Ā ⊂ A. Por teoria dos conjuntos,
¯ ⊂ B̄ = B .
f (x) ∈ f (Ā) ⊂ f (A)
Logo, x ∈ f −1 (B) = A, e portanto, Ā ⊂ A.
(3) ⇒ (1) Sejam B um conjunto fechado em Y e B = Y −V, segue que
−1
B é um conjunto fechado em Y. Como vale a sentença (3), f (B) é fechado em X. Por
f −1 (V ) = f −1 (Y − B) = f −1 (Y ) − f −1 (B) = X − f −1 (B).
Portanto, f −1 (V ) é aberto.
Capítulo 5
fechado.
Demonstração. Temos que {x1 , ..., xn } é a reunião nita de subconjuntos unitários {xi },
com i = 1, ..., n, ou seja,
mente. Como U não intercepta {x0 }, o ponto x não pertence ao fecho do conjunto {x0 }.
Então, o fecho de {x0 } é ele mesmo, portanto cada conjunto unitário, {xi }, é fechado.
innitos pontos de A.
30
5. Alguns Espaços Topológicos Importantes 31
U ∩ (X − {x1 , ..., xn }
é uma vizinhança de x que não intercepta completamente o conjunto A − {x}. Isso
de acumulação de A.
Corolário 5.4. Em um espaço de Hausdor, todo conjunto nito A tem derivado vazio.
bolas abertas de centro em x e raio r, B(x, r), para x∈X e r > 0, é uma base para uma
topologia τ em X. Neste caso dizemos que τ é uma topologia induzida pela métrica
d.
Demonstração. 1) Esta condição é trivial, já que x ∈ B(x, r), para todo r > 0.
Antes de provarmos a segunda condição, mostremos que se y é um ponto do elemento
básico B(x, r), então existe um outro elemento básico B(y, s) centrado em y que está
contido em B(x, r). Seja s = r − d(x, y) > 0, então d(y, z) < r − d(x, y), que implica que
podemos escolher s1 , s2 > 0 tais que B(y, s1 ) ⊂ B1 e B(y, s2 ) ⊂ B2 . Seja s = min {s1 , s2 },
temos que B(y, s) ⊂ B1 ∩ B2 .
Portanto β é de fato uma base para uma topologia em X.
topologia induzida por d é a topologia discreta. O elemento básico B(x, 1), por exemplo,
induzidas por elas, respectivamente. Então τ0 é mais na do que τ se, e somente se, para
Demonstração. (⇒) Suponhamos τ 0 mais na do que τ , dado um elemento básico Bd (x, r)
de τ, então pela proposição 3.13, existe um elemento básico B0, de τ 0, tal que x ∈ B0 ⊂
Bd (x, r). Em B0 podemos encontrar uma bola aberta Bd0 (x, s) centrada em x.
(⇐) Dado um elemento básico B de τ , tal que x ∈ B , podemos encontrar
em B uma bola Bd0 (x, s) centrada em x, então existe s tal que Bd0 (x, s) ⊂ Bd (x, s). Então,
Demonstração. Pelo exemplo 2.6 temos que db (x, y) = min {d(x, y), 1} é uma métrica em
X. Agora nos falta provar que d e db induzem a mesma topologia em X. Temos
topologia em X.
Capítulo 6
Conexidade e Compacidade
ou seja, não existe uma forma de dividi-lo. Mas, o que seriam os pedaços de um conjunto?
Essa pergunta não é tão difícil de ser respondida, pois os abertos de um conjunto segundo
uma topologia qualquer podem ser os pedaços do conjunto. Então um espaço conexo é
um conjunto que não pode ser escrito como união de dois de seus abertos, mas temos que
considerar estes abertos não vazios, pois se um deles for o vazio, o outro será o conjunto
conjunto vazio, tal cisão será chamada de cisão trivial. Um espaço X é dito conexo se
não existe nenhuma outra cisão de X além da trivial.
Proposição 6.2. O X espaço topológico é conexo se, e somente se, X e ∅ são os únicos
Demonstração. (⇒) Seja X = A∪B uma cisão, então A e B são abertos e fechados.
X = A ∪ (X − A) = X ∪ ∅,
e portanto X é conexo.
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6. Conexidade e Compacidade 34
Denição 6.3. Um espaço topológico X é conexo se, e somente se, os únicos subconjuntos
Y = A∪B uma cisão. Então, pela proposição 2.24, X = f−1 (A) ∪ f−1 (B) é uma cisão.
−1 −1
Como X é conexo, temos que ou f (A) ou f (B) é o conjunto vazio, sendo f sobrejetiva,
O caso geral é uma consequência, pois dados f :X→Y contínua e S⊂X conexo, então
conexo.
Proposição 6.6. Seja {Sλ }λ∈L uma família arbitrária de conjuntos conexos num espaço
S
topológico X. Se todos Sλ contém o mesmo ponto x ∈ X, então a reunião S= λ∈L Sλ
é conexa.
Demonstração. Seja S = A∪B uma cisão, então o ponto x pertence a um dos conjuntos
S λ = A ∩ Sλ ∪ B ∩ S λ
é uma cisão de Sλ . Como Sλ é conexo e x ∈ A ∩ Sλ , concluimos que B ∩ Sλ = ∅ para todo
S
λ ∈ L. Segue que B= B ∩ Sλ = ∅ e portanto S é conexo.
Cx = (X1 × a1 ) ∪ (x1 × X2 ) é conexo pois é reunião de dois conexos com o ponto (x1 , a2 )
S
em comum. Além disso, temos a ∈ Cx para todo x ∈ X = X1 × X2 e X = x∈X Cx .
Segue-se da proposição 6.6 que X é conexo.
6. Conexidade e Compacidade 35
é conexo.
Demonstração. Sejam A conexo e A ⊂ B ⊂ ¯(A), seja B = C∪D seja uma cisão não
Demonstração. Pela proposição 6.4, f (X) é um subconjunto conexo da reta real, e por-
tanto, é um intervalo.
Teorema 6.12. Seja f : [a.b] → R contínua. Se f (a) < d < f (b) então existe c ∈ (a, b)
tal que f (c) = d.
Demonstração. A imagem f ([a, b]) é um intervalo que contém os pontos f (a) e f (b), logo,
contém o ponto intermediário d. Segue que existe c ∈ [a, b] tal que f (c) = d. Mas
f (a) < d < f (b) exclui a possibilidade de c=a ou c = b. Portanto, c ∈ (a, b).
6. Conexidade e Compacidade 36
os primórdios da topologia, era claro que o intervalo [a, b] da reta real gozava de um
certa propriedade que era crucial para a demonstração de alguns teoremas. Por muito
tempo não sabia-se ao certo como essa propriedade poderia ser formulada para um espaço
topológico arbitrário. Pensava-se que tal propriedade era o fato de que todo subconjunto
era suciente, e que uma outra formulação, em termos de coberturas do espaço, seria
A = {(n, n + 2)/n ∈ Z}
não contém uma subcoleção nita que cobre R.
toda cobertura de Y formada por conjuntos abertos de X contém uma subcoleção nita
que cubra Y.
Demonstração. (⇒) Suponhamos que Y seja compacto e A = {Aλ }λ∈L é uma cobertura
{Aλ ∩ Y /λ ∈ L}
é uma cobertura de Y formada por conjuntos abertos em Y. Então a subcoleção nita
A0λ = Aλ ∩ Y .
A coleção A = Aλ é uma cobertura de Y formada por conjuntos aber-
tos em X. Por hipótese, qualquer subcoleção nita {Aλ1 , ..., Aλn } cobre Y. Então
X da forma:
B = A ∪ {X − Y }.
Se esta subcoleção contém o conjunto (X − Y ), nós os descartamos. A coleção resultante
{f −1 (A)/A ∈ A}
é a coleção de conjuntos cobrindo X , estes conjuntos são abertos em X pois f é contínua.
Consequentemente,
F ⊂X fechado ⇒ f (F ) fechado.
smo.
físicos da Análise, ela gera ferramentas que são úteis para várias áreas da Matemática.
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Referências Bibliográcas
[1] Munkres, J. R., Topology: A First Course, Prentice-Hall, Inc, Englewood Clis, N.J.,
1975.
[2] Lima, E. L., Elementos de Topologia Geral, Ao Livro Técnico S.A., Rio de Janeiro,
R.J., 1970.
[3] Lima, E. L., Espaços Métricos, IMPA, Rio de Janeiro, R.J., 2005.
[4] Boyer, C. B., História da Matemática, Editora Edgard Blücher Ltda, São Paulo, S.P.,
1974.
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