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UNIVERSIDADE FEDERAL DE PERNAMBUCO

Centro de Artes e Comunicação


Arquitetura e Urbanismo

Aluna: Alana Maria de Almeida Silva


alana.almeida@ufpe.br

RESPOSTAS DAS QUESTÕES 03 E 05 DA AVALIAÇÃO DE HISTÓRIA 8

Recife, novembro de 2021


3. O célebre arquiteto Paulo Mendes da Rocha desenvolveu no Museu da Brasileiro
da Escultura diversos aspectos e estratégias projetuais que ele continuou
explorando em outros projetos. Analise essa obra e evidencie essas estratégias.

O arquiteto modernista Paulo Mendes da Rocha desenvolveu diversas edificações e


ganhou notoriedade mundial, por marcar o traçado do brutalismo paulista através
das múltiplas possibilidades ao usar o concreto. No Museu Brasileiro da Escultura
(Mube), o arquiteto explorou as formas retangulares em sua composição principal;
sendo o edifício composto por um plano horizontal (como uma espécie de barra),
apoiado sob dois planos verticais. A setorização das necessidades da obra
arquitetônica, é fragmentada no desnível existente entre o térreo e o subsolo onde o
autor dividiu os ambientes de serviço, exposição e administração.

A concepção do edifício deixou grandes áreas livres, que são utilizadas como praças
de exposição e passeio ao ar livre; uma ótima alternativa na arquitetura visto que o
Mube se trata de um museu para exibição de esculturas. Outra estratégia também
empregada, é a ausência de uma fachada principal (aspecto que o artista incorpora
em seus trabalhos), mostrando que a obra além de monumental, ela pode ser
bastante integrada com o entorno.

As arquiteturas de Paulo Mendes da Rocha, são amplamente conhecidas como


“Uma pedra no céu”, não só em referência ao livro de Asimov, publicado em 1950;
mas também na maneira como o artista desenha as edificações de maneira a
priorizar a adaptação da obra no espaço, tornando o edifício um grande “pórtico”
convidativo para o local. Essa analogia se torna clara quando se analisa o Museu de
Escultura e Ecologia, por oferecer uma sensação flutuante na paisagem, devido a
monumentalidade do seu elemento horizontal (barra), e as praças livres de
exposição que ratificam a genialidade do arquiteto traduzida em forma de projeto.

Figura 1: Museu de Escultura e Ecologia

Fonte:
ArchDaily Brasil
Figura 2: Croqui do Mube

Fonte: Elaboração Própria

5. A arquiteta italiana Lina Bo Bardi trabalhou na Bahia entre 1958-1964, essa


experiência modificou sua carreira de forma definitiva. Escolha uma obra dela
concluída após esta experiência e explique em que aspectos ela expressa o
aprendizado no Nordeste.

Lina Bo, foi uma arquiteta de grande notoriedade por expressar o modernismo de
forma única, com obras marcantes, sobretudo no estado de São Paulo. Porém a ida
da artista a Bahia, aproximou a arquiteta de um modo mais bioclimático de projetar,
não só no próprio Nordeste, como também nos momentos posteriores da sua
carreira: a exemplo a Casa Valéria Cirell, em São Paulo.

A casa e o pavilhão, concluída em 1965, demonstra uma fase muito particular das
obras de Lina: a arquiteta havia absorvido experiências da Bahia e ido visitar
Barcelona, sobretudo as obras de Gaudí. Sendo assim, a Casa Cirell funciona como
resultado da soma de conhecimentos de Lina e mescla elementos dos caminhos
onde a artista passou. O pavilhão é setorizado em dois espaços - uma casa de
morar e uma casa de hóspedes e ateliê. A concepção da edificação, foi feita de
forma cúbica, tendo uma geometria diagonal dividindo um ambiente do outro - fato
que deu um caráter mais inovador ao projeto.

Acerca da herança trazida da Bahia, a casa possui elementos que reforçam os


projetos enraizados no Nordeste: a implantação das varandas como espécie de
alpendres; o uso (originalmente) da palha como alternativa para o telhado, (depois
substituída por telhas de barro) e o jardim com abundantes vegetações, integrando a
casa a um grande espaço verde, marcam um olhar moderno sobre o aproveitamento
dos ambientes das construções que foram avistadas por Lina na Bahia.
Vale salientar que esses elementos utilizados por Lina, somado com a escolha dos
materiais naturais (sobretudo a pedra), traduzem o desejo da arquiteta de aproximar
a experiência do usuário com a obra em si, oferecendo a sensação de conforto e
aconchego (visto que é uma residência), com uma plástica moderna e bioclimática.

Figuras 3 e 4: Casa Cirell

Fonte: ArchDaily Brasil

Figuras 5: Croqui da Casa Cirell

Fonte: Elaboração Própria

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