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Unidade 2 - Cultura e globalização

Globalização e identidade cultural


(Assista o vídeo: 1. Globalização)

O conceito de globalização pode ser definido como um “processo que


ocasiona uma integração, ou ligação estreita, entre economias e mercados, em diferentes
países, resultando na quebra das fronteiras entre eles” (GLOBALIZAÇÃO, 2009, n.p.).
Assim, o termo globalização é utilizado para descrever uma variedade de mudanças
econômicas, culturais, sociais e políticas que ocorrem em todos os países, tornando o
mundo cada vez mais conectado.

A globalização é um fenômeno evidente desde o final do século XX e início


do século XXI e relaciona-se com a Revolução Industrial. No entanto, muitos autores
relacionam os princípios da globalização com a chegada de Cristóvão Colombo na
América no final do século XV, o que resultou na colonização, por parte das potências
europeias, ao redor do mundo. Desta maneira, a globalização é o resultado da
consolidação do capitalismo e da necessidade de expansão do fluxo de comércio mundial,
assim como dos principais avances tecnológicos em comunicação e inovações no campo
das telecomunicações e da informática. Ressalta-se que com o surgimento da internet,
ambos os fatores tiveram um papel decisivo na construção do mundo globalizado.

É possível caracterizar a globalização como um evento que se manifesta em


todo o mundo; um acontecimento universal, posto que abarca todos os aspectos da vida
humana e social; um evento desigual e assimétrico, visto que repercute de formas
diferentes segundo o nível de desenvolvimento de cada País e sua cota de participação no
poder mundial; e um fato imprevisível, uma vez que seus resultados não podem ser
antecipados. Ademais, a globalização depende da conectividade e das telecomunicações,
além de globalizar as mercancias, favorecer a uniformidade do consumismo e conformar
um modelo financeiro mundial.
Entre suas vantagens, pode-se citar o desenvolvimento de um
mercado global; a interconexão das sociedades com acesso aos recursos de
informática; um maior acesso à informação; a circulação de bens e produtos
importados; o aumento das inversões estrangeiras; o desenvolvimento exponencial do
comércio internacional; o favorecimento das relações internacionais; as dinâmicas do
intercâmbio cultural; e o aumento do turismo e do desenvolvimento tecnológico. Outro
aspecto positivo da globalização é que ela permitiu o surgimento de redes que conduzem
os movimentos dos direitos humanos, como organizações que visam criar um comércio
justo, diminuir o trabalho infantil ou promover a cultura dos direitos universais humanos.

Entre as desvantagens da globalização é possível mencionar os obstáculos e


o estrangulamento do desenvolvimento do comércio local; o aumento da inversão
estrangeira; a concentração de capital dos grandes grupos multinacionais e transnacionais;
o aumento da desigualdade na distribuição das riquezas; e a construção de uma hegemonia
cultural global que ameaça as identidades locais e aumenta a uniformidade no consumo.
Assim, a globalização não está ligada apenas aos aspectos sociais, mas também aos
aspectos ambientais, relacionando-se inclusive, com o estado do meio ambiente mundial,
como os problemas da camada de ozônio, a diminuição da diversidade biológica, o dano
às faunas, a contaminação do ar e água, as catástrofes ambientais, entre outros.

Em 2005, a Comissão Mundial sobre a Dimensão Social da Globalização


publicou o informe Uma globalização justa: criar oportunidades para todos, no qual
reafirma a necessidade de respeitar os direitos humanos nos processos de globalização.
Esta comissão identificou algumas medidas que devem ser cumpridas para que a
globalização possa ser justa, a saber: enfoque sobre as pessoas, respeitando seus direitos,
suas identidades culturais e suas autonomias; um Estado democrático e eficaz,
proporcionando oportunidades sociais, econômicas e de segurança; desenvolvimento
sustentável que inclua o desenvolvimento econômico, social e também a proteção ao meio
ambiente; mercados produtivos e igualitários; e regras justas, em que haja oportunidades
e acesso para todos os países.

A GLOBALIZAÇÃO CULTURAL

A globalização cultural se
refere ao processo dinâmico de
interconexão e assimilação das culturas,
ou seja, a integração e contato das
práticas sociais, cujo resultado é um
conjunto de medidas que buscam o
desenvolvimento contínuo da sociedade,
propiciando e incrementando
amplamente as relações internacionais e
os intercâmbios culturais.

Desta maneira, milhares de pessoas no mundo estão interconectadas,


permitindo o intercâmbio cultural independentemente de barreiras físicas ou distância.
Esse ir e vir das informações e dos intercâmbios dos bens e serviços (ou seja, dos itens e
das atividades prestadas) está interconectado com as diferentes expressões culturais que
existem e, como resultado dessa soma, nasce uma cultura globalizada.

Entre os fenômenos associados à globalização da cultura, estão o surgimento


das redes sociais e o contato com as notícias de outro País; a possibilidade de conhecer e
escutar músicas de outro idioma em um aplicativo; a possibilidade de assistir séries de
televisão vistas em diversos Países; a instalação de empresas multinacionais, como as
montadoras de automóveis; ou mesmo o reconhecimento de ícones que fazem referência
a uma região ou um país.
A globalização cultural produziu importantes conexões entre países e
comunidades por meio do cinema, da televisão, da literatura, da música, da gastronomia,
da moda, do teatro e dos museus, entre outros. Isso resultou em aspectos positivos e
negativos, posto que alguns destacam a difusão dos valores universais e um maior acesso
à informação e ao intercâmbio cultural; no entanto, os grupos sociais menores foram
afetados pelo consumo de produtos culturais de maior alcance e inclusive com a perda de
certos valores próprios.

Assim, alguns dos problemas trazidos pela globalização da cultura foram os


questionamentos sobre o valor de uma cultura comparando-se à outra e a interferência
dos meios de comunicação nas culturas tradicionais, transformando-as ou mesmo
destruindo-as.
A ARQUITETURA E A GLOBALIZAÇÃO

Historicamente, a arquitetura e o desenho de interiores sempre foram vistos como ícones


devido a seus ideais, valores e poder de expressão, o que facilitou a difusão da arquitetura
como uma arte carregada de simbolismo representante de poder, sabedoria e riqueza.

Assim, foi no Movimento Moderno que a arquitetura e o desenho de interiores


compartilharam com a globalização suas ambições de levar a todos o poder de inovação,
do progresso, da tecnologia, da racionalização, do fim da tradição e do desapego com a
história e os costumes.
Assim como na arquitetura, a globalização trouxe modificações no desenho
de interiores e na forma de morar, seja com o surgimento de casas sobre rodas ou a partir
de espaços menores e das consequentes soluções mobiliárias para atender a estes novos
ambientes. Ela trouxe também o conceito do desenvolvimento sustentável, da reabilitação
e da conservação de espaços com o objetivo de otimizar os recursos, contribuindo muitas
vezes para a revitalização de centros urbanos e a preservação dos edifícios históricos.

A IDENTIDADE CULTURAL

O conceito de identidade cultural se


refere ao conjunto de peculiaridades
próprias de uma cultura que permite que
os indivíduos possam se identificar como
membros de um grupo cultural. A
identidade cultural compreende diversos
aspectos, como os valores, as crenças, as
tradições, os rituais, os costumes, o
comportamento, entre outros. Esse
conjunto de peculiaridades, somado ao
patrimônio, é a herança cultural de uma
comunidade.

A identidade cultural não é um conceito fixo: ela se reinventa individualmente


e coletivamente, alimentando-se de forma contínua das influências do seu exterior e
estabelecendo elementos que deseja valorizar e assumir como próprios, ou seja, a
identidade implica que as pessoas ou grupos de pessoas se reconheçam historicamente
em seu próprio entorno físico e social, e esse constante reconhecimento é o que dá o
caráter ativo da identidade cultural.

Esta identidade é o que permite que o indivíduo desenvolva um sentido de


pertencer a determinado grupo no qual ele se identifica pelos rasgos culturais em comum.
Apesar de a identidade cultural estar ligada ao lugar de nascimento, ao território
geográfico ou a uma nação, ela pode sobreviver nos grupos ou comunidades que se
encontram fora desse território, como nos grupos de refugiados ou de emigrantes.

No marco da globalização da cultura, um mesmo indivíduo pode assumir


identificações múltiplas com diferentes elementos de outra cultura, como na língua ou na
religião; da mesma forma, um grupo pode se identificar com mais de um grupo cultural
ou com várias identidades culturais, o que resulta na interculturalidade.
Uma das desvantagens da globalização recai sobre uma possível perda da
identidade de uma nação, a qual ocorre quando os modismos, as formas de pensar e as
tradições de outro(s) país(es) são tomados como próprios. Quando a cultura de outra
nação começa a importar mais que a própria, isto é um sinal de alerta. O método para
neutralizar esta situação deve partir dos membros dos países com o incentivo das políticas
nacionais, visando o ensino da valorização da cultura local e sua prática.

Isto se dá pois a identidade supõe reconhecimento e apropriação da memória


histórica do passado, o qual pode ser reconstruído ou reinventado, mas deve ser conhecido
e apropriado por todos. Assim, o passado tem um significado para cada coisa do fazer e
como fazer, e estes significados têm diferentes conotações especiais que o mesmo povo
concebeu e que agora fazem parte de uma realidade carregada de símbolos e costumes
que se herdam e se transferem de geração em geração. Apenas neste povo estes
significados se dão como próprios de seu pensamento ou história, podendo estes serem
similares à outra localidade, mas nunca completamente iguais.

Em algumas culturas os símbolos podem ser idênticos, mas seus significados


são diferentes em cada grupo social e dependem da interpretação que varia conforme
idade, gênero, classe social, etnia, religião, entre outros. Muitas vezes um grupo social
tenta apoderar-se dos símbolos e, como consequência, determinado símbolo passa a ter
um significado que antes não possuía. Assim, um símbolo que para uma cultura representa
apenas uma vestimenta, em outras pode fornecer informações sobre o sexo e a idade de
quem a veste, e em alguns casos mesmo indicar o estado civil ou outros dados da pessoa.
Culturas híbridas
(Assistir o vídeo: 2. Culturas Híbridas)

A hibridação cultural é um processo que ocorre através da mescla de duas


culturas distintas que antes eram separadas, ou seja, a hibridação é a fusão das crenças,
das tradições, da arte, da linguagem e dos hábitos. Nestor Canclini (1997) cita que
apesar de a modernidade trazer como consequência o desaparecimento das práticas
ancestrais e do folclore, a hibridação cultural mais do que substitui um costume por
outro, ela o transforma.

Na América Latina a hibridação cultural é mais evidente, uma vez que a


conquista pelos portugueses e espanhóis e a chegada de outras etnias resultou em uma
mestiçagem, uma adaptação no sentido étnico, religioso, linguístico e gastronômico.
Isto não apenas criou costumes aqui, como também levou outros para a Europa, como a
utilização gastronômica do cacau, do trigo, do feijão, do amendoim, do abacate e da
mandioca, entre outros.

Na religião, com a vinda dos primeiros grupos catequizadores, os costumes


indígenas foram adaptados ao catolicismo e, desta forma, os elementos católicos
receberam elementos indígenas e a estrutura arquitetônica dos templos ganharam novos
componentes, como átrios, capelas exteriores e até mesmo uma fachada decorada que
facilitava os cultos no exterior. Desta forma, por mais que os rituais não fossem iguais
aos originais, eles foram transformados para atender tanto aos conquistadores como aos
indígenas no processo de catequização.

Segundo Canclini (1997), o processo da hibridação cultural não possui uma


só razão de ser, mas várias:
Canclini (1997) cita, ainda, três etapas da transculturação, em que a primeira
é a aculturação (a aquisição de elementos de uma nova cultura como um costume ou
mesmo uma vestimenta); a desaculturação (a perda e extinção da cultura nativa ou antiga,
como os dialetos ou línguas indígenas); e, por fim, a neoculturação (o surgimento de uma
cultura e de uma identidade cultural nova, como a comida crioula). Atualmente, poucas
culturas podem ser descritas como unidades estáveis e com limites precisos baseados na
ocupação de um território específico.

Alguns exemplos do fenômeno da cultura híbrida são: as tradições natalinas,


que adaptaram o nascimento de Jesus com o personagem do Papai Noel; a Páscoa, que
também adaptou a ressureição de Cristo com o personagem de um coelho, além da
tradição dos imigrantes alemães de enfeitar os ovos; e as celebrações do Ano Novo, que
se conectaram com a cultura africana e o candomblé com a tradição de usar branco e pular
sete ondas.

A hibridação cultural também está relacionada com os objetos que foram


recontextualizados, como o Maneki Neko, um símbolo de sorte que pertence à cultura
japonesa e faz parte de lendas urbanas japonesas, ou a estátua de Siddhartha Gautama
(Buda), que a cultura budista utiliza para venerar e adorar e que no País faz parte da
decoração zen. Ambos os elementos sofreram com a difusão e a reprodução em grande
escala, ocasionando muitas vezes sua desvalorização.

O fenômeno da hibridação cultural ocorre em condições históricas e sociais


especificas e em meio a um sistema de produção e de consumo; assim, as grandes cidades
propiciam e condicionam a hibridação cultural. Cidades como Nova York, São Paulo,
Hong Kong, Londres e Los Angeles são cidades multilíngues e multiculturais que, por
oferecerem melhores condições socioeconômicas, acabam concentrando pessoas das
mais diversas culturas e favorecendo o fenômeno da hibridação cultural.

Arte e artesanato

Arte é qualquer atividade humana que recorra às emoções e ao


intelecto para criar obras com características estéticas que agrupam diversos
âmbitos, como a escultura, a pintura, a arquitetura, a dança, a poesia, a culinária,
o cinema, o teatro, o desenho, a fotografia, entre outros. A arte pode ser
classificada como decorativa, narrativa, filosófica, religiosa ou para simples
entretenimento, configurando-se como um reflexo da cultura humana que é
influenciada pelo contexto social, político, religioso e econômico no qual está
inserida. Seu proposito muda constantemente e também é reflexo da sua época.
Por fim, a arte expressa uma linguagem universal e compreensível para
qualquer ser humano, uma vez que aflora sentidos, emoções e o pensar.

A arte popular e o artesanato representam uma trama de tradições da


criação cultural de um povo. Desta maneira, as artes populares e os ofícios dos
artesãos combinam uma ampla diversidade de matérias-primas, de processos
técnicos e de elementos simbólicos que materializam os saberes de seus
criadores.

OS VALORES DA ARTE

A palavra valor pode ser definida como “algo que faz com que algo se torne
importante para alguém” ou “o preço que se paga ou se recebe por alguma coisa”
(VALOR, [s.d.], n.p.). Assim, o conceito de valor se define como uma qualidade de uma
pessoa ou de um objeto e a existência deste é o resultado da interpretação que uma pessoa
faz da utilidade, da importância, do interesse ou da beleza desse objeto.

Ou seja, o valor até certo ponto também é atribuído pelo sujeito de acordo
com seus próprios critérios e sua própria interpretação, os quais são produtos da bagagem
que este sujeito tem enquanto aprendizagem, experiências e ideais. Portanto, os valores
não são coisas, mas sim impressões subjetivas de agrado e desagrado que produzem um
efeito em nós e sobre o qual projetamos sobre as coisas (QUEMIN,2014). A seguir,
observe alguns valores referentes a uma obra.
Valor artístico

O valor artístico de uma obra é dado pela habilidade criativa, técnica, estética
e expressiva do autor, e características como qualidade da composição, precisão,
interpretação, uso das cores, harmonia, técnica ou temática, assim como sua capacidade
de transmitir ideias, conceitos e emoções, são alguns pontos que definem a contribuição
artística de uma obra de arte. Curadores, críticos e historiadores expertos em arte têm um
papel importantíssimo na definição do valor artístico de uma obra, assim como museus,
galerias de arte, comerciantes de renome, teatros e salas de concerto. Desta forma, a
procedência de uma obra, seu historial de exposições e representações e até mesmo o
histórico dos antigos donos também contribuem para seu valor artístico e comercial
(QUEMIN,2014).

Valor da singularidade

O valor da singularidade, que diz respeito a não haver substitutos perfeitos


no mundo da arte. Esta natureza única das obras de arte é um dos fatores de valor
comercial mais importante e, dessa maneira, o valor da singularidade corresponde à
autenticidade e exclusividade da obra.

Valor cultural

O valor cultural, que corresponde à parte da experiência humana e ao


entendimento das emoções e do reconhecimento existencial que só podem ser
transmitidos através da arte. Esta é a essência do valor cultural: a capacidade de ensinar,
por meio da sensibilidade e da consciência intuitiva da realidade, aquilo que podemos
apreender de outras fontes de conhecimento ou das experiências de vida (QUEMIN,
2014). É devido a isso que uma obra de arte pode ser boa ou ruim, mas não porque o
artista seja bom ou ruim, mas porque este expressa uma sabedoria e uma experiência
existencial que não é acessível àquele espectador.
Valor simbólico

O valor simbólico, que corresponde ao preço de uma obra que é influenciado


por seu conteúdo simbólico, mas não tanto por suas características físicas, ou seja, o valor
da obra não corresponde ao material utilizado para sua confecção nem às horas gastas
para produzi-la, mas aos seus valores intangíveis, aos seus valores simbólicos, em como
o valor emocional se relaciona com o valor cultural e forma parte do entendimento e do
conhecimento através das emoções.

Valor social

O valor social da arte também pode incitar transformações sociais e


enriquecer o mundo social de formas que nem sempre podem ser medidas em termos
econômicos ou financeiros. Alguns exemplos disso, no mundo das artes, podem incluir o
movimento muralista mexicano, o festival de Woodstock e a arte urbana, que são
resultados de experiências coletivas capazes de consolidar ideias sociais ou políticas.

Valor histórico

O valor histórico é independente do propósito com o qual as artes foram


criadas e do significado que estas podem ter, seja religioso, seja mitológico. As obras
pictóricas, escultóricas, arquitetônicas e literárias do passado, assim com as tradições, têm
um valor incomensurável, ou seja, um valor que não pode ser medido, posto que tratam
de evidências tangíveis do entorno social, político, econômico, cultural e religioso no qual
foram criadas e difundidas.
Valor estético

O valor estético refere-se àqueles valores que julgam se algo é belo ou não.
No entanto, a estética, como disciplina filosófica que estuda o conceito de beleza, arte e
suas diferentes manifestações, tem observado que os valores mudam dependendo de cada
cultura, sociedade, tempo histórico e valores pessoais (QUEMIN, 2014). Assim, os
valores estéticos dependem de certa maneira do juízo pessoal, da forma como a pessoa
percebe a realidade e de como ela expressa o agrado ou o desagrado. Todavia, a
subjetividade do indivíduo se desenvolve em um contexto social determinado.

Entre os exemplos de valores estéticos estão o trágico, representado por


elementos tristes e escuros; o sublime; o absurdo, que corresponde ao que está fora da
lógica e da razão ou do convencional; o elegante; o esbelto; o cômico e o gracioso; o
harmonioso; o magnifico; o imponente; o utópico, que corresponde à imaginação, à ilusão
e à fantasia; a beleza, que se relaciona com a harmonia e o equilíbrio ou com aquilo aceito
pela maioria da sociedade; a fealdade, que se vincula com elementos desordenados e
desarmônicos; e a majestosidade, que se vincula ao grandioso e ao maravilhoso, entre
outros (QUEMIN,2014).

Valor monetário

No mercado de arte, o valor monetário depende de alguns pontos, entre eles:


a venda da obra em leilões; a participação do artista em coleções de algum museu; a
participação da obra em feiras e galerias reconhecidas; a participação do artista em
exposições; as obras públicas que assinam a procedência da peça; se a obra pertenceu a
alguma pessoa famosa; se tomou parte em algum sucesso histórico; e, por fim, se refere
ao valor agregado às obras quando o artista falece. Estes fatores podem multiplicar o
valor da peça sem ter relação alguma com sua qualidade artística (QUEMIN,2014).
O ARTESANATO

Denomina-se artesanato a atividade criadora destinada a elaboração de um


produto, por um artesão, concebido com técnicas tradicionais, materiais simples e de fácil
acesso e que se encontra marcado dentro de uma tradição ancestral. Assim, o artesanato
é um tipo de arte na qual trabalha-se fundamentalmente com as mãos, moldando diversos
objetos com fins comerciais ou meramente artísticos e criativos. Uma das características
dessa arte é que ela se desenvolve sem o auxílio de máquinas ou processos automatizados,
o que converte cada obra em um objeto único e incomparável e garante um caráter
especial.

Em oposição às produções industriais ou em série, o artesanato se define


como um trabalho minucioso e detalhista em que cada objeto é único e deve receber uma
atenção especial. Isso posto, para elaborar este trabalho os artesãos colocam em prática
diversas técnicas manuais aprendidas e desenvolvidas ao longo do tempo. Ademais, esta
atividade é historicamente uma modalidade de produção humana: os objetos cotidianos
eram concebidos manualmente e com procedimentos técnicos rudimentares desde a pré-
história. Com a Revolução Industrial o artesanato perdeu seu papel principal, e com o
passar do tempo tem se convertido em um setor econômico secundário, se comparado ao
volume de riqueza que ele gera.

Este passa a ser secundário porque, muitas vezes, a rentabilidade de um


produto elaborado artesanalmente é mínima; dessa forma, seu preço acaba sendo sempre
mais elevado se comparado com um produto equivalente fabricado de maneira industrial.
Entretanto, o artesanato possui um modo de produção com características muito
valorizadas e que lhe agregam valor, seja por sua qualidade ou pela dedicação e cuidado
que o artista teve. Dessa forma, o objeto criado possui valor de singularidade.

O artesanato pode ter finalidade estética, como um quadro decorativo; pode


ser um elemento para determinado ritual, como uma máscara; ou ser funcional, como uma
jarra para colocar água. Ele é parte da cultura imaterial de um povo, dos traços de sua
identidade e de sua maneira de compreender a vida. Essa dimensão histórica, tradicional
e popular outorga um significado especial ao conjunto de atividades artesanais e, dessa
forma, seu valor cultural é evidente, posto que ao adquirir um objeto artesanal é possível
saber sua história, seja pelas técnicas, pelo tempo utilizado ou pelo esforço do artesão.

Assim, o artesanato pode ser classificado de várias formas, como o artesanato


indígena, que constitui a expressão material da cultura de uma comunidade étnica
elaborada para satisfazer necessidades sociais, integrando o conceito da arte e da
funcionalidade. Esse artesanato materializa o conhecimento da comunidade sobre o
potencial de cada recurso de seu entorno geográfico transmitido através de gerações.

Há, ainda, o artesanato tradicional popular, que constitui a atividade realizada


como um ofício especializado, sendo também transmitido através de gerações. Este
artesanato inclui a produção de objetos úteis e ao mesmo tempo estéticos, realizada de
forma autônoma por determinado povo e de forma a exibir o domínio sobre certo material,
geralmente procedente de cada comunidade.

No artesanato contemporâneo, que constitui-se a partir da produção de


objetos úteis e estéticos, há uma mistura entre tradição e inovação, materiais naturais e
sintéticos, técnicas manuais e novas tecnologias, identidade local e aquela de outro
contexto. Ele nasce das novas tendências culturais e da interculturalidade, caracterizando-
se por realizar uma transição para a tecnologia atual e/ou a aplicação dos princípios
estéticos de tendencia universal e destacando-se pela criatividade individual expressada
pela qualidade e originalidade de um estilo.

Entre os diversos materiais e manualidades do artesanato, é possível citar a


utilização têxtil em apliques, bordados, tapetes, macramê e crochê; a utilização da
madeira em talhados e torneados para a fabricação de móveis e lacas; a utilização do papel
nos modelados, origamis, colagem e decapagem; a utilização de cerâmica e vidro na
fabricação de louças, mosaicos e joias; e a utilização de metais na fabricação de louças,
móveis, joias, objetos e talheres, entre muitos outros.

O artesanato também pode representar a cultura do seu País de origem, como


ocorre com os origamis do Japão; o trabalho com couro da Argentina; a matrioshka da
Rússia; a arte Huichol ou os alebrijes do México; as cerâmicas do Marrocos; entre outros.
Figura 1: As matrioshkas ou bonecas russas são consideradas o principal símbolo da
cultura popular russa. Fonte: Shutterstock. Acesso em: 29/01/2021.

Figura 2: A arte Huichol é produzida pelo povo que leva o mesmo nome e é
característica de uma das regiões do México. Fonte: Shutterstock. Acesso em:
29/01/2021.
O ARTESANATO BRASILEIRO
O artesanato brasileiro é reflexo da multiculturalidade do País e está
diretamente ligado ao material disponível na região e/ou ícones das tradições locais.
Assim, a cerâmica é uma das formas de artesanato mais empregada no Brasil e possui
diversos usos utilitários ou figurativos. Esta técnica se aprimorou com a chegada dos
portugueses e jesuítas no desenvolvimento de telhas, tijolos e louças em olarias e com a
introdução do uso do torno e das rodadeiras, sendo o artesanato também utilizado para
desenvolver elementos para os presépios com imagens religiosas e, posteriormente,
elementos profanos.

O entalhado de madeira é outra manifestação do artesanato brasileiro, sendo


utilizada por índios em suas construções e na fabricação de armas e utensílios. Esta
técnica também foi utilizada na produção de figuras humanas, mitológicas e motivos da
natureza, além de utensílios como pilão, cocho, carroças e móveis, entre outros.
Já o artesanato elaborado com a renda de bilros que se desenvolve na região
Norte, Nordeste e Sul é um exemplo de aculturação, uma vez que se trata de um elemento
da cultura europeia que chegou ao Brasil devido aos portugueses e que, atualmente, faz
parte do patrimônio cultural imaterial.
Já o artesanato que é elaborado ao se trançar fibras é uma herança indígena e
é utilizado na produção de esteiras, redes, balaios, chapéus, bolsas e cestas. Este trançado
se diferencia pelo uso de corantes, pelas diferentes espessuras do material e pelas formas
geométricas.

O bordado e a renda denominados de bico singeleza são considerados uma


tradição alagoana e também um patrimônio cultural imaterial. Este tipo de artesanato é
tradicionalmente confeccionado com agulha, linhas de algodão e talos de coqueiro. Outro
artesanato típico da região é a renda filé.
A xilogravura é uma técnica de corte em uma superfície de madeira que
esculpe figuras, caracterizando-se por ser um dos métodos de impressão mais antigos. Ele
também foi herdado com a vinda dos portugueses e é muito utilizado para a xilogravura
de cordel que, apesar de ser uma manifestação literária, envolve a técnica do corte e da
pintura da madeira, como ocorre com as imagens que compõem a literatura de cordel.

Os bancos de madeira da tribo Tukano são considerados o artesanato indígena


típico desta tribo da região noroeste da Amazônia. O objeto é esculpido como uma só
peça de madeira que leva grafismos entalhados e pintados com urucum ou carajuru. Todas
as ferramentas e preparação da pintura são realizadas de forma artesanal com materiais
do entorno da tribo.
O modo de fazer crochê de Inconfidentes, em Minas Gerais, também é
patrimônio cultural do estado. O município é um dos maiores produtores de crochê,
malhas, fios, fibras e tapetes, caracterizando-se pelo artesanato têxtil.

Já o artesanato realizado com a fibra e a folha do coqueiro, na Paraíba, é


denominado de pitimbu. A técnica já possui mais de 30 anos e é utilizada para elaborar
fruteiras, vasos, luminárias e flores ornamentais.
As peças feitas com palha de trigo em Santa Catarina são uma tradição da
cultura italiana. Elas são elaboradas pelos imigrantes italianos que, com a palha do trigo,
trançam bolsas, cestas, chapéus, vasos e acessórios de decoração.

A arte de trabalhar o capim dourado é típico do estado do Tocantins e foi


passado de geração em geração. O artesanato com o capim dourado já encontra-se
difundido em todo o País, e com esta técnica são elaborados brincos, bolsas, pulseiras,
potes, chapéus, mandalas e outros objetos decorativos.
As cerâmicas do povo Karajá, mais especificamente as bonecas denominadas
Ritxòkò, são patrimônio cultural imaterial brasileiro. É importante ressaltar que a
confecção das bonecas de cerâmica teve sua origem como um brinquedo para a tribo, e
atualmente elas contribuem para a fonte de renda das famílias a partir de sua venda ao
comércio local. Dessa forma é possível manter vivos o ofício e a tradição.

A UNESCO criou um projeto denominado de A Rede de Cidades


Criativas, cuja finalidade é promover a cooperação entre as cidades que reconhecem a
criatividade como fator importante no desenvolvimento urbano sustentável do artesanato,
artes populares, cinema, gastronomia, artes digitais, literatura e música.

As cidades que fazem parte deste projeto se comprometem a dividir suas boas
práticas e desenvolver vínculos que associam os setores público, privado e a sociedade,
melhorando o acesso e a participação dessas cidades na vida cultural, integrando a cultura
ao desenvolvimento sustentável e aumentando a oportunidade dos artistas de se
desenvolver com suas habilidades e potencialidades.
Artesanato no design de interiores

O desenho de interiores é definido como a atividade profissional de desenho


orientada a aplicar determinados elementos, normas básicas e técnicas funcionais,
estéticas, ambientais, psicossociais, sensoriais, econômicas e legais, sendo seu objetivo
melhorar a qualidade de vida do usuário.

O artesanato, no desenho de interiores e na decoração, é uma arte que quase


foi extinta na Era Industrial, devido aos processos de mecanização da produção e do
comércio global. Desse período surgiu o movimento Arte e Ofícios, que se caracterizou
como um movimento social e estético do final do século XIX e princípio do século XX.
Este movimento preocupava-se com a arquitetura e as artes decorativas, defendia o bom
desenho, o artesanato e colocava-se contra os produtos concebidos com máquinas. Ele
inspirou muitos desenhistas e vários estilos, como Art Nouveau, Art Déco e a escola de
desenho da Bauhaus.
A globalização trouxe a produção em grande escala para suprir as
necessidades a nível mundial. Isso posto, essa produção em massa ocorreu nos países com
uma melhor economia e que impuseram sua forma de vida em escala mundial, o que
resultou em uma homogeneização do mercado. Os produtos desse mercado globalizado
não contam com nenhuma particularidade nem rasgos das diferentes culturas que os
comercializam, apenas ocasionam o contínuo empobrecimento da cultura global.

O desenho de interiores, nos últimos anos, tem adotado uma tendência na


decoração que possui como elemento central os produtos artesanais, objetos que resultam
em peças únicas a partir da união do desenho com os materiais e técnicas tradicionais.
Dessa forma, a colaboração do artesão e dos desenhistas conduz uma nova característica
para o desenho de interiores, em que o artesão, com seu perfeito domínio de um ofício,
permite realizar obras que só são possíveis mediante técnicas e materiais que a indústria
geralmente não domina. Já o desenhista possui a capacidade de detectar nos elementos
mais cotidianos aspectos que podem ser aperfeiçoados.

Outra característica do artesanato no desenho de interiores é a de integrar no


projeto ideias que são amigáveis com o meio ambiente, seja buscando a economia de
energia e de recursos ou utilizando materiais renováveis e incorporando a reciclagem, em
suma: dando novo uso a um objeto. Desta forma, o artesanato, além de utilizar materiais
sustentáveis como linho, algodão natural, barro, pedras, madeira, bambu, argila, vime e
rattan, que estão próximos ao seu entorno, também pode utilizar materiais reciclados.

Assim, ao utilizar o artesanato no desenho de interiores, o desenhista agrega


a função de ser transmissor da identidade de um País e das características de seu entorno,
além de transmitir recordações, costumes e inclusive valores de uma sociedade a futura
gerações. Isto se dá na utilização do artesanato, o qual envolve técnicas e elementos com
uma identidade cultural que fornece valor estético, formal e emocional, além de serem
elementos exclusivos que trazem personalidade ao ambiente.
SINTETIZANDO

Os efeitos da globalização na cultura são inúmeros: o aumento da interação entre grupos


sociais com o uso da tecnologia; o conhecimento e o contato com diversas culturas; a
homogeneização a nível mundial das expressões artísticas, dos valores e das tradições; a
adoção e a fusão de determinados costumes; a difusão ou reinterpretação de outras
culturas; e o intercâmbio cultural que contribuiu e facilitou o conhecimento de outras
culturas.

No entanto, este cenário abarca também desvantagens, como a perda dos costumes locais;
a substituição das práticas de uma cultura pela outra; e a desvalorização dos elementos
culturais. A globalização cultural também está relacionada ao comércio e à produção de
objetos em série com alcance mundial, o que pode ocasionar a homogeneização dos
gostos de determinados grupos de consumidores e a eliminação dos produtos locais.

Assim, o artesanato tenta manter e resgatar as tradições, e utilizá-lo no desenho de


interiores auxilia na manutenção de costumes e valores de uma sociedade para futuras
gerações, além de cooperar com a sustentabilidade, visto que sua produção envolve
técnicas propícias para isto e utiliza materiais de seu entorno.

O artesanato traz aos espaços elementos com identidade cultural e originalidade, aporta
valor estético, formal e emocional e, por fim, produz elementos exclusivos e que estão
fora do contexto dos objetos massificados. Sua utilização contribui para a perpetuação da
cultura nacional e incentiva os artesãos, a fim de que estes possam seguir vivendo de seu
artesanato e mantendo vivas suas tradições.

(Assista o vídeo: 3. Arte e artesanato)


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