Você está na página 1de 10

Ana Oliveira e Carolina Dias | 10SE1

Educação Física | 09.11.2019


Índice
 O que é o bullying e o Bullying no desporto Página 2

 Comportamentos de abuso do treinador, Fatores de Risco e


motivos pelas quais o bullying não é denunciado Página 3

 Consequências enquanto vítima, O que fazer enquanto pais


dos atletas Página 4

 O que é o Racismo, O Racismo no desporto Página 6

 Opinião de José Carlos Lima-Coordenador do Plano Nacional


de Ética no Desporto Página 7

 Exemplos e Casos e Racismo no desporto principalmente no


futebol, basquetebol e voleibol Página 8 e 9

Bullying e Racismo PÁGINA 1


 O que é o bullying?
O bullying consiste num comportamento agressivo e antissocial entre pares,
intencional e repetido, caracterizado por uma assimetria de poder entre bullies
e vítimas. É um fenómeno universal, transversal a diferentes países, culturas,
géneros ou modalidades desportivas.
Apesar de abrangente e intemporal, o bullying não pode ser tolerado, uma vez
que consiste numa incontestável violação dos direitos individuais.

 O bullying no desporto
Resultados da investigação realizada em Portugal sugerem que 1 em cada 10
jovens já foi vítima de bullying no desporto! Valores que podem ainda estar
camuflados pela mentalidade de dureza presente na prática desportiva, que
associa a imagem do atleta ao estereótipo sexual masculino e ao corpo ideal de
forma exacerbada.
A cultural de treino extremamente rígida e severa de algumas modalidades, faz
com que comportamentos de bullying – inclusive do treinador – sejam vistos
como parte integrante do desporto, provas que o atleta tem de aguentar e
superar para se tornar mais resiliente e atingir o sucesso desportivo.
O bullying no desporto é predominante verbal, incidindo na ridicularização da
performance desportiva, ou nas características físicas das vítimas – tais como o
excesso de peso, descoordenação e torpeza. Chamar gay ou fazer piadas de cariz
sexual é também muito comum entre rapazes.
O bullying físico tende a estar presente nos grupos de atletas mais novos, sendo
mais fácil de identificar.
Os episódios de bullying acontecem com maior incidência dentro do clube,
mais especificamente no balneário – por ser um local menos vigiado pelos
adultos. Os locais de treino são também áreas de incidência, com agressões
dissimuladas, por forma a fugir ao controlo do treinador. Motivos que muitas
vezes justificam o desconhecimento dos responsáveis no que respeita a este
tipo de comportamentos.

 Comportamentos de abuso do treinador


O abuso dos treinadores para com os atletas encontra-se muito presente no
desporto, e tende a ser banalizado pelos pais e pelos atletas. Estes
comportamentos têm efeitos devastadores a longo prazo, com consequências
no desenvolvimento social e emocional das vítimas.

 Fatores de Risco

PÁGINA 2
Aculturação da mentalidade de “dureza”. Falsos raciocínios
frequentemente utilizados para justificar os comportamentos de bullying
proveniente de treinadores;

O treinador como veículo para o sucesso. Os atletas adotam uma atitude de


submissão, e os comportamentos desajustados dos treinadores são ignorados;

A idade do treinador, o conhecimento da modalidade e sucessos


passados. Um treinador mais velho e veterano na modalidade pode ser
percecionado como uma autoridade inquestionável, não lhe sendo contestados
os métodos;

O género. Risco particular em treinadores do sexo masculino que treinam


raparigas, podendo estar presentes o assédio ou abuso sexual;

Autoridade legitimada. Ao treinador é dado poder para tomar decisões,


compensar e castigar, o que pode refletir-se em formas de abuso sobre os
atletas;

Proximidade acentuada entre treinador-atleta e maior distância em


relação aos pais. Esta proximidade pode resultar num grande controlo por
parte do treinador, que conjugado com o distanciamento face aos pais, deixa o
atleta isolado.

 Porque não denunciar a situação?


Existem vários motivos para os atletas não denunciarem os comportamentos de
abuso dos treinadores pois podem:
-Considerar esses ataques como normais;
-Ter medo do treinador
-Ter medo de represálias (de uma possível vingança por parte do treinador);
-Ter receio de serem desacreditados ou postos de lado;
-(…)
 Consequências
•Aumento de stress;
• Diminuição da concentração;
• Diminuição da motivação, energia;
• Diminuição da performance desportiva;
• Evitamento do balneário;
• Contribuir para uma autoestima baixa;
• Comportamentos agressivos de retaliação;
• Ataques de pânico e ansiedade generalizada;

PÁGINA 3
• Isolamento e exclusão social;
• Desistência precoce da prática desportiva;
• Mudança de clube e/ou de modalidade praticada.

 O que fazer enquanto pais de um atleta


Mostrar interesse sobre a vida desportiva do filho.
Falar regularmente com o seu filho sobre a sua vida desportiva e tentar estar
informado sobre o que se passa no clube.
Perguntar diretamente ao seu filho se está a ser vítima de bullying pode não ser
a melhor opção, mas algumas informações indiretas podem dar-lhe uma noção
de como este está inserido no clube e possível vitimização.
Dicas para perguntas:
o Se o seu filho gostar de estar no clube e fazer parte da equipa (ou grupo
de atletas, no caso das modalidades individuais);
o Como estão organizados os treinos e competições;
o Se tem amigos próximos no grupo de atletas e quem são;
o Se já viu alguém ser alvo de comportamentos de bullying ou ser
provocado/gozado;
o Quem é o treinador;
o Quais as características do treinador;
o Se está contente com a relação com o treinador (em caso negativo,
perguntar porquê).

O envolvimento dos pais na vida desportiva do filho cria proximidade e abre


espaço para a partilha de experiências. No caso de haver suspeitas que o filho
possa estar a ser vítima de bullying, os pais deverão estar mais atentos aos
sinais e não ignorar a situação! Questiona-lo sobre a relação deste com os
colegas e criar condições favoráveis para que se possa quebrar o silêncio.

DIGA NÃO AO BULLYING!!!!!

SE OS OUTROS DIFERENTES
SÃO, O BULLYING NÃO É
SOLUÇÃO!!!
PÁGINA 4
PÁGINA 5
 O que é o racismo?
Podemos defini-lo como uma atribuição de características biológicas e
qualidades morais, intelectuais ou comportamentais que implicam
sempre em hierarquizações, onde há a suposição de raças humanas
superiores e inferiores. A cor é um dos elementos utilizados para
inferiorizar e excluir populações. Discursos racistas têm servido
historicamente para a legitimação de relações de dominação, dessa
maneira naturalizando desigualdades e justificando violências
inimagináveis.

 Racismo no desporto
Racismo no desporto caracteriza-se por qualquer prática racista (ofensas ou
comentários provocadores) realizada em campo ou dentro do local onde se
realiza uma partida ou mesmo nas redes sociais do desportista. Isso tende a
acontecer com muita facilidade mesmo havendo a pressão da sociedade a
influenciar para que o racismo deixe de ser frequente com
desportistas/jogadores de diferentes raças, é considerado como racismo
normal e punido da mesma forma que qualquer outra manifestação racista
contra a pessoa.

PÁGINA 6
“Quando o racismo invade o desporto”

Opinião de José Carlos Lima-Coordenador do Plano Nacional de Ética no


Desporto:

“Os meios de comunicação social deram nota, durante a última semana, de


diversos episódios raciais ligados ao desporto. Estamos a referir-nos
concretamente, ao caso da “banana de Daniel Alves” num jogo entre o FC
Barcelona e o Villarreal, quando um adepto do Villarreal lança uma banana
para junto de Daniel Alves e este lhe dá uma dentada; ao episódio de Nélson
Évora em que este e um grupo de amigos são impedidos de entrar numa
discoteca porque “eram demasiados pretos” e, ainda, das afirmações racistas de
Donald Sterling, dono do Los Angeles Clippers, relativas a Magic Johnson,
antigo jogador da NBA.
O desporto, infelizmente, em alguns momentos, foi e tem sido “utilizado” como
um meio de instrumentalização e de afirmação de ideias que nada têm a ver
com a dignidade da pessoa humana, bem com os ideais e valores nobres que o
desporto encerra, tais como: respeito, disciplina, amizade, espírito de equipa,
solidariedade, tolerância, entre outros. É verdade que todas estas situações
negativas atrás citadas deram lugar a uma “onda” de repúdio e, ao mesmo
tempo, de solidariedade para com as vítimas, através das redes sociais. Sabemos
que o desporto é o reflexo das taras da sociedade, e vice-versa. Neste sentido,
temos de estar vigilantes e ser assertivos na condenação deste tipo de
comportamentos, pois o “exemplo” é a melhor forma de transmitirmos os
valores junto dos mais novos. Educadores, professores, treinadores, dirigentes,
têm de ser intransigentes, repito, intransigentes na condenação destes atos.
Todos estaremos de acordo que muito se percorreu desde que Jesse Owens
afirmou: “É verdade que Hitler não me cumprimentou, mas também nunca fui
convidado para almoçar na Casa Branca.” Hoje, felizmente, o desporto tem sido
motivo de afirmação da inclusão, tolerância e harmonia entre os povos, através
da celebração dos Jogos Olímpicos, campeonatos do mundo e da Europa, entre
outros acontecimentos desportivos que unem povos, culturas, nações
promovendo a inclusão e a valorização da pessoa humana. É este ideal que o
Plano Nacional de Ética no Desporto (www.pned.pt) quer afirmar com um
conjunto de iniciativas que tem desenvolvido junto dos agentes desportivos e
da escola, nomeadamente com dezenas de sessões de sensibilização sobre esta
temática.”

https://www.publico.pt/2014/05/08/desporto/opiniao/quando-o-racismo-invade-o-desporto-
1634981

PÁGINA 7
 Exemplos de racismo no futebol
Mário Balotelli, atual futebolista do Brescia, sofreu cânticos racistas por parte
dos adeptos da Lazio e pediu para o árbitro interromper o jogo
Respondeu a estes com uma publicação nas suas redes sociais com a descrição
“TENHAM VERGONHA”
Balotelli foi também alvo de cânticos racistas na partida onde confrontaram o
Hellas Verona, reagindo com uma saída de campo, mas com o incentivo da
equipa acabou por regressar.

No futebol, temos imensos casos de comentários racistas por


parte de adeptos a jogadores, o que não devia estar tão
presente por ser um desporto onde temos raças diferentes e
em diferentes equipas a confrontarem-se entre si, adeptos e
mesmo a sociedade têm alertado para este problema que
levam o futebol a perder a sua essência.

PÁGINA 8
LeBron Raymone James, jogador profissional de basquete norte-americano
que joga pelo Los Angeles Lakers da NBA.

Fabiana Marcelino Claudino, é uma jogadora de voleibol brasileira . Atua


pela equipa mineira do Praia Clube e foi capitã da Seleção Brasileira de Voleibol
Feminino.

DIGA NÃO AO

PÁGINA 9

Você também pode gostar