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2 Ferramentas de uso comum

2.1 Martelo e Macete

Martelo é uma ferramenta de impacto, constituída de aço carbono preso a um


cabo geralmente de madeira. As partes que dão os golpes são temperadas.

Bola

Cabo Punho
Corpo

Cunha

Cabe a Face (pancada)

Identificação

Todo martelo é formado de cabeça e cabo.


Na cabeça, nota-se uma parte chata, chamada
face, cara ou pancada. A parte oposta tem o nome
de bola ou pena, conforme o tipo, e varia de
formato conforme o serviço a que se destina; a
forma dessa parte é que dá o nome ao martelo.
Entre a cara e a bola, existe um furo ligeiramente
cônico denominado de olho, onde é alojado o cabo
que fica fortemente preso por meio de uma cunha.
Essa cunha é feita de aço e tem suas faces
ligeiramente corrugadas para evitar que saia com
facilidade.

Finalidade

O martelo é utilizado na maioria das atividades industriais como: mecânica geral,


construção civil e outras.

Serve para produzir choques aplicados, tais como:

• uma ferramenta de corte fazendo atacar um material (exemplo, talhadeira,


bedame);
• montagem e desmontagem de peças (exemplo: chavetas, pinos, etc.);
• deformações permanentes (trabalho de forja, rebitagem, dobrar a frio. 41
FER
Características

O martelo usado em metais se caracteriza pela forma e pelo peso.

Pela forma, pode ser de:


• bola;
• pena reta;
• pena cruzada; e
• unha.

Pelo peso, pode ser de:


• 150 a 250g (serviço leve);
• 500 a 750g (serviço comum);
• 1000g a mais (serviço pesado).

Tipos e Aplicações do Martelo

Martelo de Bola

Este martelo possui a parte da cabeça oposta à face, em forma de bola.


É utilizado para produzir choques em uma ferramenta, fazendo atacar o material
(exemplo: talhadeira, bedame, punções, etc.).

Martelo de Pena Reta

Este martelo possui a parte da cabeça oposta à face, a


forma de uma cunha, disposta paralelamente à linha de centro.

É utilizado para obter deformações em trabalhos de forja,


rebitagem e dobrar a frio e também em montagem e desmontagem
de chaveta, eixos, pinos e cunhas.

Martelo de Pena cruzada

Este martelo possui a parte da cabeça


oposta à face a forma de uma cunha disposta,
perpendicularmente à linha de centro do cabo
do martelo.

É utilizado para obter deformações em


trabalhos de forja, rebitagem e dobrar a frio e também em montagem e desmontagem de
chavetas, eixos, pinos e cunhas.

Martelo de Unha

Este martelo tem a extremidade da


cabeça oposta a cara recurvada para trás
e partido no meio. Essa extremidade é
chamada de unha. É indispensável em
42 serviços de carpintaria. A unha serve para
retirar pregos encravados.
Macete

É uma ferramenta de impacto constituída de uma cabeça de madeira, alumínio,


plástico, cobre, chumbo ou couro.

Finalidade

Empregada para bater em peças ou em materiais cujas superfícies não possam


sofrer deformações por efeito de pancadas.

Tipos mais usados

Macete de plástico

Macete de madeira

Macete de cobre Macete de borracha

Utilização prática

Não segure o martelo perto da cabeça, pois isso só


diminui o braço da alavanca, diminuindo, portanto, a força da
pancada. Para obtermos melhor braço de alavanca, devemos
empunhar o martelo de maneira tal, que nossa mão fique mais
distante da cabeça, isto é, que a mão fique no outro extremo do
martelo.

Chamamos de “braço de alavanca” a distância entre a


mão e o ponto onde a força é aplicada. Quanto maior é o braço
da alavanca, menor é o esforço muscular e maior é a força da
pancada. Então, empunhe o martelo perto do fim do cabo, que
tem a forma própria para adaptar-se à palma da mão, e
empunhe-o como se estivesse dando um aperto de mão no
cabo.

Dobrar uma chapa de aço, quando o acabamento não é muito rigoroso, se constitui
num exemplo de uso do martelo.

Antes do uso do Martelo ou do Macete, deve-se verificar se eles estão bem


encabados e a peça, os acessórios e os calços estão bem presos. 43
FER
Bata diretamente com o martelo, quando o
acabamento da peça não é de grande importância.
Caso contrário, bata o martelo com uma proteção,
para evitar sinais de pancada na peça, como ilustra
a figura.

Para desempenar uma chapa,


deve-se usar um macete de material
mais macio que o da chapa, para não
marcá-la. A chapa é assentada sobre
uma superfície plana, em geral uma
face plana de um bloco de ferro
fundido.

Marcada a área de curvatura, deve-se


bater com o macete, com auxílio de um eixo
cilíndrico de aço, dando a forma até conseguir o
acabamento desejado.

A figura mostra a curvatura de chapa fina


na bigorna de aço.

Normas de conservação do Martelo e do Macete

Mantenha o martelo em perfeitas condições e bem preso por meio da cunha.

Evite dar golpes com o cabo do martelo, ou usá-lo como alavanca.

Mantenha limpos os martelos e passe uma leve camada de óleo fino, para evitar
ferrugem.
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2.2 Chave de Fenda

Identifição

É uma ferramenta construída de uma haste cilíndrica de aço carbono, com uma
das extremidades em forma de cunha e outra em forma de espiga prismática ou cilíndrica
estriada, onde é alojado um cabo de madeira ou plástico.

A chave de fenda compõe-se de cabo, lâmina e ponta.

O cabo tem a forma apropriada a fim de ser empunhado e receber o esforço manu-
al do operador.

A ponta é de aço extremamente dura para manter a sua forma e não ser estragada
pela fenda.

A lâmina é de aço mais macio que a ponta, para resistir melhor ao esforço de
torção (qualquer material mais flexível resiste melhor aos esforços de torção que os mate-
riais mais duros).

Quando a ponta fica rombuda (arredondada) ou se quebra, deve ser esmerilhada


até retornar a sua forma original. Esmerilhe o menos possível, porque só a ponta é dura
e, uma vez acabada essa parte, a chave fica inutilizada. A forma correta da ponta de uma
chave de fenda é ilustrada na figura abaixo.

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FER
As faces próximas das pontas devem ser esmerilhadas em planos paralelos, para
permitir o correto ajustamento na fenda do parafuso, conforme ilustra a figura abaixo:

Finalidades

A chave de fenda é uma ferramenta utilizada pelos mecânicos em trabalhos de


montagem e desmontagem de peças de equipamentos.

Aplicações

A chave de fenda aplica-se exclusivamente para afrouxar e apertar parafusos, em


cujas cabeças há fendas ou ranhuras, destinadas a permitir o encaixe da ponta. Caso
seja usada para outras aplicações pode sofrer danos: a lâmina pode ficar torta e a ponta
pode se quebrar.

Só é admissível bater no cabo de uma chave de fenda para limpeza da fenda de


um parafuso. Nesse caso, dá-se uma pancada de leve, mantendo a chave legeiramente
inclinada.

Principais Tipos de Chave de Fenda

Chave de Fenda Phillps

Tem uma ponta em forma de cruz, que serve para trabalhar em parafuso tipo phillips.

Apresenta quatro rebaixos na ponta cônica, intercalados com quatro estrias em


forma de cruz que se encaixam nas fendas de parafusos de diferentes tamanhos.

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Chave de Fenda Angular

Este tipo de chave possui duas pontas que formam ângulos retos entre si, isso
para que se possa girar o parafuso de um quarto de volta a cada vez usando alternadamente
uma ou outra ponta.

É utilizada em lugares apertados, mas é uma ferramenta de difícil manuseio porque


a ponta tem tendência a saltar da fenda, se não houver cuidado suficiente em seu manejo.

Chave de Fenda com Catraca

Esta chave possui um dispositivo com catraca (compreendendo rodas dentadas,


unhas e molas). Esse dispositivo facilita o giro da haste da chave no aperto ou desaperto
do parafuso.

O botão da catraca, na posição no 2, prende a lâmina ao cabo. A posição no 1 do


botão engrena a catraca para o giro da chave da direita para a esquerda. A posição no 3
do botão permite o giro da chave da esquerda para a direita.

Utilização Prática da Chave de Fenda

O mecânico encaixa a ponta da chave na fenda do parafuso, e faz esforço no cabo


para dar giro ao parafuso. Este oferece uma resistência que é vencida pelo esforço manu-
al transmitido por meio da lâmina tendendo a torcê-lo. No contato da chave com a fenda,
em virtude do esforço manual, atuam as forças que vão produzir o giro do parafuso, como
ilustra a figura.

Deve-se escolher a chave de acordo com a fenda do parafuso.


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FER
O ideal é que a largura dapontada chave seja igual ao comprimento da fenda do
parafuso e que a espessura entre faces na ponta seja ligeiramente inferior á largura da
fenda a fim de não danificá - la e evitar acidente.

Normas de Conservação e Segurança

Nunca utilize a chave de fenda como alavanca ou ferramenta cortante.

Utilize sempre a chave do tamanho apropriado ao trabalho a ser executado.

Nunca utilize uma chave de fenda comum em um parafuso phillips, porque estará
avariando a chave e a cabeça do parafuso.

Nunca utilize uma chave de fenda para verificar a corrente elétrica de um circuito.

Nunca segure a peça na mão quando estiver usando uma chave de fenda. Segure
a peça em um torno, ou um grampo, ou uma superfície sólida.

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2.3 Punções

Identificação

São instrumentos de aço cujo corpo apresenta a forma prismática (sextavada ou


ortogonal) ou cilíndrica, recartilhada, para que não deslize na mão. O bico agudo é
temperado.

Finalidades

São ferramentas destinadas aos trabalhos do serralheiro, com várias utilidades, de


acordo com a sua característica individual.

Tipos e Aplicações

Existem vários tipos de punções: esta ferramenta, considerada tão simples,


apresenta grandes variedades de aplicações, porém deve-se sempre escolher o punção
adequado para cada trabalho.

Punção de Bico

São ferramentas de aço-carbono, ponta cônica, temperada, e corpo geralmente


ortogonal ou cilíndrico, recartilhado. Serve para centrar broca.

O punção de bico classifica-se pelo ângulo da ponta:

• 30° - utillizado para marcar centros onde se apoiam os compassos de traçar;

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FER
• 60° - utilizados para pontear traços de referência;

• 90° e 120° - utilizados para marcar os centros que servem de guias para as
brocas na operação de furar. Não permitindo que a broca fuja e vá abrir o furo em lugar
indesejado. A ponta deve ser esmerilhada; essa operação só deve ser executado por
alguém que tenha muita prática.

Punção Marcador

Serve para pontilhar uma obra, avivando a linha por onde ela deve ser cortada.

Punção Deslocador

É reforçado e seu corpo vai afinando lentamente para a ponta. É feito pra suportar
pancadas fortes na operação de deslocar pinos e rebites cujas cabeças foram cortadas.
Uma vez deslocado o pino, o punção deslocador não serve mais para atacá-lo, pois é
muito grosso. Deve-se, então, empregar o punção toca-pino, que não ofende o alojamento
do pino.

Punção Troca - Pino

É adquirido, em jogos de três unidades do mesmo tamanho e diâmetros diferentes.


Servem para tocar pinos ou parafusos que estejam encravados. Não deve ser utilizado
para deslocamento inicial de pino, porque sua ponta cilíndrica e comprida pode se entortar
facilmente. Use sempre toca-pino compatível com o pino a ser tocado.

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Punção Alinhador

É utilizado para fazer com que um furo em duas peças móveis, adjacentes, fique
alinhados. O punção alinhador tem grande aplicação nas máquinas e aparelhos providos
de tampa (cilindros, caixas de válvulas, etc.).

Punção Vazador

É utilizado na confecção de juntas de borracha, cortiça ou couro e matérias plásticas,


variando de acordo com o diâmetro do parafuso. Suas pontas são providas de um gume
circular uniforme.

Para utilizá-lo, coloque o material da junta sobre um pedaço de madeira dura (de
preferência um cepo) ou chumbo, a fim de não cegar o gume. Feito isso, bata fortemente
no vazador com um martelo de bola, procurando cortar o furo na primeira pancada. Os
punções são adquiridos em jogos de três unidades.

Utilização Prática

Na operação de executar um furo com o punção vazador com o diâmetro igual ao


que deseja, a chapa a ser furada é assentada sobre uma placa de chumbo ou sobre um
topo de madeira, como ilustra a figura.

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FER
Marcar um centro em uma operação de executar um furo com uma broca.

No traçado de uma peça, o centro de qualquer furo é determinado pelo cruzamento


de duas retas ou de dois arcos de circunferências sobre esse local. Coloca-se a ponta
aguda do punção de centrar e, na sua cabeça, dá-se uma leve, mas firme, pancada com
martelo.

Esta marca ajudará a iniciar bem a operação de furar com a broca.

Normas de Conservação

Mantenha as pontas dos punções de bico, marcador e vazador bem esmerilhadas.

Mantenha os punções isolados das outras ferramentas.

Evite que os punções sofram quedas.

Mantenha os punções limpos após o uso.

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2.4 Alicates

Identificação

São ferramentas de corte fabricadas de aço, formadas por dois braços articulados
por meio de um eixo. Possui em uma das extremidades dos braços mandíbulas estriadas
em forma de mordentes.

Finalidade

Os alicates são empregados para cortar, prender, torcer peças chatas e roliças,
colocar e retirar determinadas peças nas montagens e desmontagem de equipamentos
mecânicos.

Tipos e Aplicações do Alicate

Existem vários tipos de alicates. Os mais usados são os que se seguem:

Alicate Universal

O alicate universal reune em uma só ferramenta vários tipos de alicates.

É utilizado em várias operações, como segurar, cortar e dobrar.

Alicate de Grifo Ajustável

São feitos de aço forjado, suas mandíbulas são reguláveis e construídos de modo
a permitir duas ordens de aberturas. Seu tamanho varia de 5 a 10 polegadas de
comprimento. São empregados, principalmente, para segurar e torcer peças.

Alicates de Pontas Chatas

Os alicates de ponta são fabricados


principalmente para torcer fios e pequenas
peças de chapa fina e não devem ser
empregados em serviços pesados. 53
FER
Alicates de Pontas Redondas

São utilizados nos trabalhos de


virar e modelar não só chapas finas, como
também fios macios além de colocar
retentores em seus alojamentos.

Alicates de Pontas Compridas

Os alicates de pontas compridas


são utilizados em lugares de difícil
acesso, como colocação de porcas
e arruelas em lugares apertados.

Alicates de corte Lateral

Neste alicate, as lâminas de corte estão dispostas na parte lateral da mandíbula.

Os alicates de corte lateral são


muito utilizados pelos eletricistas,
principalmente para cortar fios finos e
grossos.

Alicates de Corte Diagonal

Os alicates diagonais possuem


duas lâminas curtas, fortes e
ligeiramente inclinadas. Podem ser
empregados para cortar arames macios,
colocar e retirar contrapinos. São indispensáveis para colocar e retirar arames de
segurança dos pinos e freios de porcas.

Alicates de Pressão

O alicate de pressão possui, em uma das extremidades, um parafuso que serve


para regular a pressão.

Utilizados para dar aperto firme às peças. Fazem o papel de chave de grifo,
seguram a peça, substituindo o torno em emergências. Geralmente têm tamanho único.

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Utilização prática do Alicate

Os principiantes usam muitas vezes o alicate para


apertar e afrouxar porcas; isso estraga as quinas das porcas,
inutilizando-as.

Para trabalhar com porcas, existem chaves


apropriadas, que iremos estudar mais adiante.

Existem alicates de diferentes tamanhos, para serem


empregados em diferentes serviços. Escolha sempre o tamanho adequado ao trabalho
que vai realizar. Exemplo: alicate de pontas redondas é uma ferramenta de aço que se
presta para executar caneluras ou ondulações em chapas finas. Os bicos dos alicates
redondos são cônicos.

Normas de Conservação do Alicate

Mantenha-o limpo e ponha uma gota de óleo fino na articulação.

Evite quedas, pois as articulações podem sofrer avarias.

Não use para bater em outra peça.

Mantenha-o isolado de outras ferramentas.

2.5 Torquês

É uma ferramenta muito parecida com o alicate, mas ela é usada unicamente para
cortar, não deve ser usada para segurar. A torquês é uma espécie de alicate.

É utilizada para cortar arames, vergalhões,


rebites e parafusos para serviços leves, em metais
macios.

A torquês do tipo ilustrada na figura ao lado, é


recomendade apenas para serviços leves.

Para serviços mais pesados, recomenda-se a do tipo ilustrado na figura abaixo,


com lâminas substituíveis, construção reforçada e um braço de alavanca maior, o que
permite uma mordida com maior força.

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FER
2.6 Corta-Parafusos

É utilizado para serviços de corte muito pesados.

Existem corta-parafusos de vários tamanhos, desde 18 até 30 polegadas de


comprimento. Os maiores podem cortar parafusos de aço, com diâmetros superiores a
meia polegada. Geralmente essas ferramentas têm lâminas substituíveis, feitas de uma
liga metálica extradura, por isso estas são frágeis, partindo-se, em vez de entortar-se. A
ilustração abaixo mostra essa ferramenta.

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2.7 Torno de Bancada

Identificação e Finalidade

O torno de bancada é constituído de aço fundido, composto de duas mandíbulas,


uma fíxa e outra móvel, que se desloca em uma guia, por meio de um parafuso e uma
porca, acionados por um manípulo.

É um dispositivo utilizado para fixar uma obra, por aperto, quando for serrar, limar,
cravar, alargar, etc.

A adaptação da obra no torno e o seu aperto são feitos por meio de dispositivo de
parafuso e porca.

As duas mandíbulas do torno de bancada possuem mordentes. Os mordentes são


de aço carbono, estriados e fixados nas mandíbulas por meio de parafusos.Suas faces de
aperto são estriadas para evitar o deslizamento da peça presa, em trabalhos que devem
suportar choques ou grandes esforços. Exemplo: martelar, cortar, talhar.

O manípulo serve para aperto e desaperto da obra que deve ser fixada nas condições
indicada na figura.

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FER
TIipos e Aplicações

Torno de Máquina

É um torno reforçado, que deve ser utilizado somente para prender peças, e nunca
como bigorna. Tem apenas mordidas paralelas.

É composto de mordentes e sua base pode ser fixa ou giratória.

Torno Universal

É constituído para diversos usos. Possui, na sua parte anterior, uma pequena
bigorna e, na parte interna das mandíbulas, um mordente serrilhado que serve para prender
tubos e vergalhões. Sua base é giratória. Na face da bigorna, em alguns tipos, existe um
furo, no qual podem ser cortados arames, vergalhões finos e barras de pequenas seções.

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Torno para Tubos

Serve para prender tubos e


vergalhão redondo. Suas mordidas
serrilhadas formam um losango. Este
torno é muito usado pelos bombeiros
hidráulicos.

Torno de Mão

É um pequeno torno que não é usado


preso na bancada, tem suas mordidas
paralelas. As mandíbulas deste torno
apertam, deslocando-se guiadas por um
parafuso com borboleta, e leva, por dentro,
uma mola que força a sua abertura.

Torno de Morsa

É um tipo de torno de bancada com características diferentes que:


• possui um colar graduado na base giratória; e
• permite uma inclinação para cima e para baixo.

Torno morsa giratório inclinável Torno morsa giratório inclinável em qualquer ângulo
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FER
Utilização Prática

Sempre que for martelar uma obra num torno, tenha o cuidado de bater de encontro
à mandíbula fixa, que é mais pesada e mais forte que a da frente.

Ao prender uma obra no torno, aplique sobre o punho apenas a força de suas mãos
ou, no máximo, o peso do seu corpo. Nunca empregue um tubo de força, porque poderá
danificar a mandíbula da frente ou avariar o seu parafuso.

Quando, em qualquer torno acima descrito, você for prender uma obra, use
“mordidas macias” feitas de cobre, chumbo ou outro metal macio. Tais mordidas servem
como mordentes de proteção e podem ser facilmente confeccionadas com pedaços de
chapas. Elas evitam que as superfícies da obra sejam marcadas pelos mordentes e são
adaptadas, como mostram as figuras.

As figuras indicam dois processos para curvar chapas finas: prende-se um eixo
cilíndrico de diâmetro conveniente e bate-se com o macete, dando forma a uma obra, até
conseguir um acabamento desejado.

Eixo cilíndrico
de aço

Normas de Consevação
Mantenha os parafusos dos mordentes bem apertados.

Ajuste as réguas das mandíbulas móvel nas guias.

60 Limpe e lubrifique e guarde em lugares adequados.


2.8 Chave de Aperto

Identificação

Chaves são ferramentas de aço carbono, cementado e temperado. Há também


chaves de aço de alta resistência (aço vanádio ou aço cromo) muito utilizadas pelos
mecânicos.

São ferramentas que servem para aplicar esforço de torção nas porcas e nas
cabeças dos parafusos que na maioria são sextavadas, isto é, tem seis faces. Por isso, a
maioria das chaves é feita para trabalhar em porcas sextavadas.

As chaves, segundo suas dimensões, são encontradas em dois sistemas diferentes


de medidas: sistema inglês (medidas em polegadas) e sistema métrico (medidas em
milímetro).

Finalidades

As chaves são utilizadas pelos mecânicos nas operações de montagem e


desmontagem de equipamentos mecânicos. Funcionam como alavancas, de modo a
permitir aumentar o esforço manual para se conseguir o aperto e desaperto de porcas e
parafusos.

O esforço manual é aplicado no extremo da chave e é aumentado com o


comprimento e vence facilmente a resistência que a porca ou o parafuso oferece ao aperto
ou desaperto.

A distância entre as duas faces paralelas da pegada de uma chave é maior que o
tamanho gravado no punho ou no corpo da chave. Entre a boca de uma chave e a cabeça
do parafuso ou da porca correspondente deve existir uma folga, que varia entre 5 e 15
milésimos da polegada, dependendo do tamanho. Isso é para que a chave possa agarrar
a porca com mais facilidade.

Tipos e Aplicações

Chave de Boca

As chaves que têm uma ou duas extremidades em forma da letra C são chamadas
de chave de boca.

São normalmente fornecidas em jogos de 6 a 10 unidades, dependendo do tamanho 61


variando entre 5/16’ e aproximadamente 1 1/12’. FER
O tamanho do corpo é proporcional à abertura da boca para limitar o esforço do
mecânico sobre o parafuso. Quanto menor for a chave, menor será o seu comprimento.

Chaves Ajurtáveis

São, sob certos aspectos, muito parecidas com as chaves de boca.

A abertura da boca pode variar até mais de 1/12 polegada, dependendo do tamanho.
A mandíbula pode ser aberta ou fechada por meio de um parafuso ou porca.

As chaves ajustáveis são ótimas ferramentas de emergência, pois, devido à boca


ajustável, podem ser adaptadas a diversos tamanhos de porcas e parafusos.

Há vários tipos de chaves ajustáveis, como veremos a seguir

Chave Inglesa com Ajustagem


Longitudinal

Chave Inglesa com Ajustagem


Transversal de Punho Reto

Chave Inglesa com Ajustagem


Transversal de Punho Curvo

Chave de Grifo

Estas chaves possibilitam o aperto e desaperto de porcas e parafusos de dimensões


variadas, dentro dos limites das aberturas máxima e mínima empregada para serviços em
tubulações. Apresentam os seguintes incovenientes:

• manipulação mais difícil do que as chaves fixas, por serem mais pesadas e devido
às peças móveis; e

• a folga resultante do mecanismo da mandíbula móvel não permite boa adaptação.

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Chave de Colar ou Estria

A chave de colar destaca-se devido à


capacidade de trabalhar em lugares apertados.
Destaca-se ainda com vantagem o fato de elas
envolverem completamente o perfil sextavado do
parafuso ou da porca, diminuindo, assim, a
possibilidade da chave escapar durante a aplicação de
um maior esforço. Assim, esta chave é mais
recomendavel do que a de boca para aplicação de
grandes esforços.

As chaves de colar tem este nome por que


pegam a porca toda ao redor, como um colar. Algumas
têm o encaixe com seis estrias e outras com doze
estrias.

A chave de colar tem a desvantagem de exigir muito tempo para desatarraxar a


porca. Depois de quebra do aperto, teremos de tirar inteiramente a chave e colocá-la em
nova posição em cada curso. Por essa razão, devemos empregar a chave combinada.

Os tipos de chaves de colar são:

Chave de Colar com Punho Torto

Possui o punho com o formato


especial para facilitar ainda mais a pegada
das porcas em lugares difíceis.

Chave de Colar Combinada

Esta possui num dos extremos do


punho um colar e no outro uma boca. Deve-
se usar o colar para quebrar o aperto ou
dar o aperto final, e a boca para acabar de
retirar a porca mais rapidamente.

Chave de Caixa

As chaves de caixa antigas são feitas de uma


só peça. Nelas pode-se distinguir a caixa e o punho
ou cabo. Apresentam no seu extremo um encaixe
ou alojamento fechado que melhora as condições
de sua adaptação na porca ou na cabeça do
parafuso. Estas chaves, conforme o uso, podem ter
o encaixe quadrado, hexagonal ou estriado. O cabo
pode ser em forma de L ou T. Estas chaves, pela
facilidade de adaptação, são ainda hoje os tipos mais
utilizados nas oficinas.
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FER
Hoje em dia usa-se o jogo de chaves de caixa. Nesse jogo, as caixas são separadas
dos punhos, os quais apresentam diversos tipos de formas, e as caixas uma grande
diversidade de tamanhos. Isso aumenta a utilidade das chaves de caixa e permite que o
operador possa realizar uma infinidade de serviços com rapidez, desde que escolha o tipo
de chave apropriada.

Podemos encontrar os seguintes tipos de chaves de caixa:

Chave de Caixa com Punho Corrediço

É uma chave de grande utilidade, possui um punho que corre no furo de uma
cabeça com uma espiga, o que permite que esta fique colocada no centro ou em um dos
extremos, regulando assim o braço da alavanca.

Chave de Caixa com Catraca

Possui uma catraca na extremidade do punho, onde é alojada a chave. É a catraca


que, num movimento de vai-e-vem do punho, faz a caixa girar em um só sentido, apertando
ou afrouxando o parafuso. Isso facilita muito o serviço, por evitar ter que se desencaixar
a chave para mudá-la de posição.

Chave de Caixa com Punho Articulado

O punho articulado permite a variação do ângulo de trabalho do punho com relação


à chave, por exemplo: para “quebrar o aperto” de uma porca, pode-se empregá-lo em um
ângulo reto (90°). Depois de afrouxar a porca, pode-se trabalhar com o punho na posição
vertical, a fim de aumentar a rapidez do serviço.

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Chave Dinamométrica

Quando o aperto de uma porca ou de um


parafuso de uma máquina deve ser feito, e
precisam ser observadas rigorosamente as
indicações dos fabricantes, deve-se usar para a
execução de tal serviço o punho dinamométrico,
ou simplesmente torquímetro. As chaves com um
punho dinamométrico fornecem com exatidão a intensidade do aperto (torque) exercido
na porca ou no parafuso. Ao se apertar o parafuso do cabeçote de um motor, deve-se
utilizar uma chave de caixa dinamométrica, para que se possa dar uma intensidade de
acordo com a indicação do fabricante.

Chave Tipo Alen

É constituída de um
vergalhão de aço especial
sextavado em forma de L e utilizada
para trabalhar em parafusos
especiais que têm na cabeça uma caixa sextavada. São encontradas em jogos de seis ou
sete chaves.

Chave Tipo Bristo

É em forma de L e tem a sua


extremidade estriada. É utilizada em
parafusos cuja cabeças possuem estrias
internas. É empregada em aparelhos de
precisão e eletrônicos.

Chave de Mangueira

São construídas de maneira a abraçar porcas redondas. Têm na extremidade um


gancho que irá pegar em rebaixos existentes na porca.

Há dois tipos de chaves de mangueira: chave de mangueira com pino e chave de


mangueira ajustável.

Chave de Magueira com Pino

Possui um pino, em lugar do gancho. Esse


pino encaixa no furo para atarraxar e
desatarraxar a porca.

Chave de Mangueira ajustável

É utilizada em porcas de vários


tamanhos. Não se deve trabalhar em uma
porca muito grande com uma chave ajustável muito pequena, e vice-versa, pois avariará
a porca ou a chave, com toda certeza. 65
FER
Chave de Magueira em Forma de U

Tem a forma de U e seus ganchos se


destinam a pegar dois entalhes existentes na face
da porca.

Chave de Pino em U

Tem a forma mostrada na figura abaixo. Adapta-se à face de porcas que possuem
furos onde entrarão os pinos da chave.

Utilização Pratica

As figuras abaixo ilustram como se utilizam as chaves de mangueira, de mangueira


em forma de U, e a chave de pino em U.

Normas de Conservação

Ao utilizar as chaves:

Mantenha-as justas nos parafusos e porcas para evitar o seu estrago;

Evite dar golpes com as chaves;

Limpe-as após o uso;

66 Guarde as chaves em estojos ou painéis apropriados.


3 Ferramentas Para Corta Metais

3.1 Tesouras Manuais

Identificação e Finalidade

São ferramentas de corte manual,


formadas por duas lâminas, geralmente,
de aço caborno temperado e afiadas com ângulo determinado. A têmpera concorre para
que o corte seja sempre melhor e haja menos desgastes. As lâminas são furadas unidas
e articuladas por meio de um eixo (parafuso e porca).

As tesouras são utilizadas com a finalidade de cortar chapas de metais finos (de
pouca espessura). O limite para o uso da tesoura é determinado pelo esforço a aplicar: se
a espessura da chapa exigir esforço exagerado, não se deve cortá-la com a tesoura manual,
utiliza-se a tesoura de bancada.

Tipos de Tesouras e Aplicações

Tesoura Reta

Tem duas lâminas retas e chatas do lado de dentro, para cortar em linha reta, mas
podem ser usadas para cortes curvos de grande raio.

Tesoura Manual Curva

Tem uma lâmina curva e outra reta. É empregada para cortar curvas executando-
as muito fechadas.

Tesoura Arqueada

Tem as lâminas e um dos braços ligeiramente arqueados. É utilizada para curvas


fechadas no meio da chapa. Essas tesouras devem ser usadas com cuidado, pois suas
lâminas se envergam facilmente.

67
FER
Tesoura Combinada

Possui as lâminas uma liga de aço especial e braços alongados. Tem a vantagem
de ser utilizada em diferentes serviços. É uma ferramenta resistente e pode ser usada até
para cortar curvas em chapas de material duro.

Utilização Prática

As tesouras são utilizadas para cortar chapas. As chapas a serem cortadas devem
ser marcadas de preferência com um punção. O corte deve ser sempre fora da linha
marcada para depois tirar com a lima as rebarbas formadas.

Nunca corte com toda a lâmina da tesoura, porque das lâminas marcará a
chapa. Pare antes do final da lâmina e avance a tesoura, iniciando um novo corte,
nunca use uma tesoura para cortar arame, parafuso ou rebite, porque fatalmente
empenará suas lâminas.

No corte de uma chapa grande, descanse o objeto na bancada de corte, apoiando


o cabo da tesoura na bancada. Isso fará com que você empregue o peso do seu corpo a
fim de aumentar a força de sua mão.

Tesoura manual para apoiar sobre bancada

Ao cortar uma tira de uma chapa, corte-a sempre do lado esquerdo. Isso fará com
que a tira vá se virando para cima, abrindo caminho para que a tesoura avance, facilitando
o trabalho.

Na operação de cortar uma tira de chapa, deve-se proceder como mostra a figura.

68
Depois de executado, sobre a peça, o traçado
conveniente, o corte é feito com a tesoura, como ilustra
a figura.

As figuras ilustram o desempenho de cortes com tesoura em vários tipos de materiais.

Normas de Conservação
Devem-se manter as articulações sempre lubrificadas para facilitar o uso da
tesoura.

Deve-se manter uma camada de óleo nas lâminas para que não se enferrugem.

As lâminas devem ser afiadas quando cegas. O fio deve ser esmerilhado num
ângulo de 76° a 85°.

Com as lâminas afiadas, o corte torna-se muito mais fácil.

Mantenha sempre a tesoura fechada, quando não estiver usando. 69


FER
3.2 Arco de Serra

Identificação

É uma ferramenta manual composta de um arco de aço carbono onde deve ser
montada uma lâmina de aço rápido, dentada e temperada.

O arco de serra pode ser regulável ou ajustável, de acordo com o comprimento na


lâmina. O arco de serra comum compõe-se de arco, lâmina, punho, borboleta de tensão e
pinos.

Os punhos mais comuns são do tipo cabo de pistola e alguns têm os punhos retos.
A distância dos pinos do arco é que dá o comprimento da lâmina a ser usada.

As lâminas possuem furos nas extremidades para serem fixadas ao arco por meio
de pinos situados nos suportes. O arco possui pinos nas extremidades que servem para
dar tensão à lâmina por meio da borboleta de tensão.

Punho A rco
P o rca b orbo leta de
ten sª o d a l m in a

L m in a

P in o s

Finalidade

A operação de serrar manualmente é amplamente utilizada na manutenção de


máquinas.

Principais finalidades:
• cortar barras ou chapas metálicas;
• cortar um contorno traçado; e
• abrir fendas em peças para apertar parafusos por meio de chave de fenda.

As lâminas são montadas sempre com os dentes para a frente, ou melhor, em


sentido oposto ao cabo.

Características das Lâminas de Serra

As lâminas de serra se caracterizam pelo comprimento, que normalmente mede


8,10 ou 12 polegadas, pela largura, que geralmente mede ½ polegada; pelo número de
dentes por polegada (muitas vezes chamado de “passo”), que em geral é de 18, 24 e 32
dentes.

70
Os dentes das lâminas possuem travas, que são deslocamentos laterais dados
aos dentes, em forma alternada, conforme as figuras.

A utilização da lâmina está relacionada com a dureza do material.

• Para corte de material macio........................ 14 dentes por polegada.


• Para corte de aço.......................................... 18 dentes por polegada.
• Para corte de cantoneira............................... 24 dentes por polegada.
• Para corte de tubos finos.............................. 32 dentes por polegada.

Escolha da Lâmina de Serra

Existem lâminas duras e lâminas flexíveis. As lâminas duras são melhores para
serrar latão, aço, ferro fundido, trilhos e material de grande seção. As flexíveis são mais
para serrar perfis côncavos, material de pequena seção.

Para a escolha da lâmina, deve-se considerar a natureza do trabalho, com a


qualidade e a espessura do material.

Quanto mais duro é o metal, maior é o número de dentes da lâmina, para materiais
muito duros ou muito finos, devendo-se usar lâmina de serra de 32 dentes por polegada.
Para materiais de dureza ou espessura média, usa-se lâmina de serra de 24 dentes por 71
polegada. FER
Para materiais macios, usa-se lâminas de 18 dentes por polegadas.

Na operação de serrar manualmente procede-se da seguinte forma:

1o) Preparo da serra:

• selecione a lâmina de acordo com o material;


• coloque a lâmina no arco com os dentes voltados para a frente;.
• dê tenção à lâmina girando a borboleta de tensão com a mão; e
• serre sempre no sentido dos dentes.

2o) Trace e prenda a peça a um torno de bancada

Observe que a parte a ser cortada deve estar


do lado direito do operador.

3o) Inicie o corte

Observação: Ao iniciar o corte, coloque a lâmina junto ao traço, guiando-a com


dedo polegar e ligeiramente inclinada para frente, a fim de evitar que se quebrem os
dentes.

Quando o corte é longo, a lâmina deve ser


montada, conforme a figura ao lado. À medida que
for serrando, suba a chapa. Os pinos nos extremos
do arco de serra permitem a lâmina girar num ângulo
de 90 graus (90°).

72
Normas de Conservação

A pressão da lâmina sobre o material é feita apenas durante o avanço.


No retorno, a lâmina deve correr livremente sobre o material.

A lâmina deve ser usada em todo o seu comprimento, e o movimento


deve ser dado apenas com os braços.

O número de golpes não deve exceder a 60 por minuto.

Deve-se folgar a tensão da lâmina ao terminar o corte.

Mantenha as lâminas isoladas das outras ferramentas.

Limpe o arco e a lâmina após o uso.

Passe uma leve camada de óleo fino para evitar a ferrugem.

73
FER
3.3 Talhadeira e bedame

Identificação

A talhadeira e o bedame são ferramentas do aço forjável e temperável, geralmente


constituídas de um vergalhão sextavado, quadrado ou redondo. Seu comprimento varia
muito, mas são raras as talhadeiras com menos de 5 ou mais de 8 polegadas. O tamanho
de uma talhadeira é dado pela largura do seu gume ou cunha. O gume que constitui o
corte é temperado. Têmpera é o tratamento térmico que se faz ao aço com o objetivo de
aumentar sua dureza.

Talhadeira

Os ângulos da cunha (ou gume) são de, aproximadamente, 10° na talhadeira e 35°
no bedame.

Bedame: vista de frente

Bedame: vista lateral

Os ângulos de corte variam, conforme o material:

50°, para talhar cobre;

60°, para aço doce;

65°, para aço duro;

70°, para ferro fundido ou bronze.

Aço doce ou aço macio diz - se do aço de baixo teor de carbono. O carbono aumenta
a dureza do aço

74
As faces do corte nos ângulos indicados se preparam, esmerilhando a cunha da
talhadeira ou do bedame e controlando por meio de um verificador de ângulos, indicado
na figura.

Ângulo de cunha e corte da talhadeira Ângulo de cunha e corte do bedame

Ao se afiar uma talhadeira, deve-se manter o ângulo de corte original, esmerilhando


todos os lados, um de cada vez.

A aresta de corte deve ser “ligeiramente convexa”. Dessa maneira, o gume tem
mais penetração, facilitando cortes de chapas quando se quiser acompanhar o traçado.

Finalidades

Não se pode utilizar tesoura, serra ou lima para desbastar grande quantidade de
material. Deve-se empregar talhadeira ou bedame; eles são o safa-onça nessa ocasião.
Eles podem ser empregados em serviço, como cortar parafusos, porcas encravadas. A
talhadeira poderá cortar qualquer metal que seja mais mole que o seu ou que possa ser
cortado com lima.

Para cortar chapas de metal, coloca-se o objeto a ser cortado sobre uma chapa de
aço macio.

Utilização Prática

Talhar é uma operação manual que consiste em cortar material com talhadeira ou
bedame, pela ação de golpes de martelo. Essa operação é executada pelo ajustador,
para abrir rasgos, cortar cabeça de rebites, fazer canais e cortar chapas.
75
FER
Exemplo:

A operação manual de talhar um metal com a talhadeira ou o bedame é executada


pelo ajustador para abrir rasgos e procede-se da seguinte forma:

1o) faz-se o traçado se necessário;

2o) para facilitar, aconselha-se fazer cortes paralelos com a serra no traçado;

3o) segure a talhadeira ou o bedame com a mão esquerda, o martelo com a mão
direita e inicie a operação.

76
Na operação de cortar um metal com a talhadeira ou o bedame, procede-se da
seguinte maneira:

• Deve-se manter a talhadeira ou o bedame na posição indicada na figura.

• Aumentando a inclinação da ferramenta, esta tende a penetrar no material.


Diminuindo sua inclinação ela tende a deslizar-se, como ilustram as figuras abaixo.

• No caso de corte de chapas, deve-se proceder como ilustra a figura.

77
FER
Normas de Conservação

Quando limpar* aço, lubrifique o corte da talhadeira com óleo fino. Isso facilitará a
operação.

Quando trabalhar o ferro fundido, não se deve usar óleo, pois ele fará com que a
superfície da obra fique vidrada.

As pancadas do martelo amassam a cara da talhadeira. Esmerilhe a cara da


talhadeira para que tome a forma que tinha quando nova.

Mantenha o bedame e a talhadeira bem afiados.

*
Limpar é o nome que se dá à operação de tirar pequenos pedaços de metal de uma
superfície com a talhadeira.

78
3.4 Lima

Idetificação

A lima é uma ferramenta temperada de aço carbono, suas faces são estriadas em
diagonal. A disposição das estrias pode ser simples ou dupla. Assim, as limas simples
apresentam estrias cortantes em um só sentido e as limas cruzadas apresentam estrias
cortantes em duplo sentido, que se cruzam.

Para cada serviço existem limas de comprimento, tipos e corte de dentes diferentes.
As limas possuem cabos removíveis,e é perigoso usá-las sem ele, pois a espiga termina
em uma ponta fina, que pode ferir a mão do operador.

Nomenclatura

Face é a parte dentada da lima. Espiga é a ponta afinada, onde é enfiado o cabo.
A parte sem dentes entre a face e a espiga chama-se talão. O comprimento da lâmina é a
distância da ponta ao fim do talão, não incluído, portanto, a espiga.

Finalidades

Sua face estriada, quando atritada contra a superfície do material mais macio,
desgasta-o, retirando pequenas partículas (limalha). As limas nas oficinas de manutenção
são utilizadas para remover, alisar, polir metais, e principalmente para trabalhos de desbaste
leve e acabamento em peças.

Classificação e Aplicação

As limas podem ser classificadas quanto ao corte, quanto ao número de dentes e


quanto à forma.

Quanto ao Corte:

Cortes Simples

Seus dentes (estrias) são paralelos à face da lima, e inclinados de 65° em relação
à linha de centro. São utilizados em materiais não ferrosos (alumínio, chumbo).

79
FER
Corte Cruzado (duplo)

Seus dentes são inclinados em relação a linha de centro em ângulos que variam de
40° a 50°. Mais usadas em materiais ferrosos, para serviços mais pesados.

Quanto ao Número de Dentes:

Bastarda

É usada para desbastes grossos. Numa crosta de ferro fundido ou numa oxidação,
deve ser utilizada uma lima bastarda já bem usada.

Bastardinha– usada para desbaste médio.

Murça – usada para acabamento.

Quanto à Forma:

Limas Paralelas

São utilizadas em superfícies planas, internas e externas, em ângulos retos e


obtusos, podendo ter seus cortes simples ou cruzados. Têm a mesma largura e espessura
em todo o comprimento.

Limas Chatas

Possuem dentes nas duas faces em um dos flancos (bordas). A outra parte do
flanco é lisa. Algumas têm um dos flancos redondo e a largura vai diminuindo na ponta.

Limas Meia Cana

Tem uma superfície plana e uma curva, é usada para limpar superfícies côncavas.
80
Limas Faca

Tem um lado grosso e um fino,


formando um triângulo e dando um formato
de uma faca.

Limatão Quadrado

Tem o formato de um quadrado e são usados em superfícies planas em ângulo


reto, rasgos internos e externos.

Limatão Redondo

Tem formato redondo, geralmente de corte simples. É empregado para alargar


furos e superfícies côncavas.

Limatão Triangular

Tem formato triangular com dentes nas três faces. São usados para limar ângulos
internos agudos e para avivar ângulos retos

Grosas

São parecidas com as limas, apresentam dentes separados e não possuem estrias.
São usadas em madeira e couro.

Utilização Prática

O uso da lima apresenta certas particularidades. O seu conhecimento é indispensável


ao mecânico, para que faça melhor trabalho e obtenha maior rendimento.

Ao iniciar o trabalho com a lima, a pressão da mão no cabo deve ser menor do que
a pressão da mão na ponta, porque a distância do cabo à peça e maior.

À medida que a lima avança, a pressão na ponta deve ir diminuindo e a pressão no 81


cabo deve ir aumentando. FER
Assim, no meio do golpe a pressão é igual, porque as distâncias são iguais.

No final do golpe, a pressão ao cabo deve ser maior, porque a distância do cabo à
peça é menor.

O movimento de volta se faz, aliviando as pressões, pois no retorno não existe


corte. Não se dando corte, evita-se o desgaste e a quebra dos dentes. As figuras abaixo
ilustram o modo de segurar a lima nos casos mais comuns.

Quando se deseja um acabamento bem liso, é necessário que se faça uma


translimagem. É a operação de limar uma obra, fazendo com que a lima siga cursos
perpendiculares a ela mesma. Para um acabamento ainda mais fino, veste-se a lima com
uma lixa e faz-se outra translimagem com uma lima bastardinha.

Depois de cortar uma chapa no tamanho


aproximado, é necessário fazer o acabamento
do corte até a linha marcada, como ilustra a
figura.

82
Depois de ter levado o acabamento com a lima até a linha marcada, devem-se
quebrar as quinas, com o quebrador de quinas.

Normas de Conservação e Segurança de Trabalho

Não trabalhe com lima muito gasta, ou lima com limalhas agarradas nos dentes.

Qualquer obra de ferro fundido, ou de forja, oxidada (enferrujada) somente deve ser
limada com lima bastarda com bastante uso.

Para desbartar, use lima bastarda. Para dar o acabamento, use lima murça.

As limas murças usadas não servem para aço duro, são melhores para limar latão
e cobre. A lima bastarda desliza sobre o latão e oferece muita resistência ao
movimento sobre o cobre.

Não se deve limar nem rápida nem vagarosamente: 60 golpes por minuto a média.

Não se deve dar golpes na lima nem muito longos nem muito curtos, Usa-se todo o
comprimento útil da lima.
Ao limar uma peça, a mão esquerda guia a lima, e a direita produz o movimento
de ida e volta da lima.
Partículas do material que aderem às limas devem ser retiradas, passando-se giz
na superfície e limpando-se em seguida com uma escova metálica.

83
FER
4 Ferramentas de Furar Metais

4.1 Brocas

Identificação e Funcionalidades

As brocas são ferramentas de corte, de forma cilíndrica, com canais helicoidais.


Terminam em uma ponta cônica e são afiadas com um ângulo determinado.

São feitas de aço carbono ou aço rápido. As de aço carbono são usadas para
serviços mais comuns. Quando aquecidas pelo atrito, podem ser esfriadas com água. As
brocas de aço rápido são usadas para serviços especiais, tais como furar aço inoxidável
e materiais mais duros, porque conservam o corte, mesmo quando aquecidas pelo atrito.
Elas devem esfriar ao ar livre. Se as brocas esfriarem rapidamente, elas se racharão.

Os diâmetros das brocas são medidos em frações da polegada e em milímetro. A


medida do diâmetro em polegada varia de 1/64” de um tamanho ao outro. Os diâmetros
medidos em milímetro variam de 0,1 mm. Esses valores são encontrados no punho (haste)
das brocas.

Tipos de Brocas e Aplicação

Os dois tipos usuais comuns se diferenciam pelo punho (haste).

O primeiro apresenta o punho


cilíndrico, é utilizado em conjunto com um
acessório denominado “mandril”. A broca
é presa no mandril e este, por sua vez, é adaptado na árvore da máquina de furar. É o
único tipo que pode ser usado na maioria das máquinas de furar portáteis, manuais e
máquinas de furar de bancada. Satisfaz plenamente quando se deseja furos até 1/2” de
diâmetro. Para furos maiores devem-se empregar brocas de punhos cônicos (punhos
morse).

O segundo apresenta punho cônico ou


punho morse, com a finalidade de possibilitar
sua adaptação diretamente à árvore (eixo
porta-broca) da máquina de furar, dispensando assim a utilização do mandril.

Podem-se abrir furos com uma broca de 1/4” de diâmetro, ou menos, usando uma
máquina de furar de mão.

Broca de Centro

Permite a execução dos furos de centro nas peças que vão ser torneadas, fresadas
ou retificadas entre pontos.

84
Não se deve trabalhar com a rotação arbitária, pois a rotação muito elevada
produz calor excessivo, e o efeito do atrito desgasta a ferramenta.

Ao iniciar o trabalho, deve-se abrir um furo de diâmetro menor para servir de guia
para a broca, pois é difícil iniciar um furo com a broca grande em uma marca feita com um
punção. Sempre que se for abrir um furo acima de 3/16” de diâmetro, deve-se fazer um
furo guia. Não é necessária uma broca especial para isto. Uma broca de 1/8” é indicada
para um furo guia de uma broca de 3/8”.

A ponta da broca é formada pela guia, pelos cortes, pelos cônicos, pelas saídas e
pelos extremos das arestas de corte. As duas arestas afiadas cortam o metal. Para isso,
precisam ser afiadas de forma conveniente. O ângulo de corte mede 59°.

A superfície cônica, por trás de cada corte, deve ser esmerilhada num ângulo de
12° a 15°, para formar o ângulo de saída do material.

Os dois cortes devem ter o mesmo comprimento, pois, se um deles for maior, este
cortará mais que o outro e isso provocará trepidação na broca.

Afiação de uma broca Ângulo de corte da broca

Utilização Prática

A operação de abrir furos pela ação da rotação e avanço de uma broca numa
máquina de furar procede-se da seguinte forma:

1o) Deve-se prender a peça diretamente na mesa da máquina, num torno paralelo
ou num torno de mão.

Para evitar perfurar a mesa da máquina, ponha um pedaço de madeira entre a


peça e a mesa de trabalho da máquina.

2o) Prenda a broca no mandril.

No caso da broca de punho (haste) cônica, deve-se fixá-la diretamente na árvore


da máquina.

85
FER
3o) Apoie a ponta da broca sobre a peça.

Centre a broca bem no ponto onde vai ser furado.

4o) Inicie a furação.

• Ligue a máquina.
• Acione a alavanca de avanço.
• Inicie e termine o furo.

Normas de Conservação

Limpe as brocas após o uso.

Evite choques e contatos com outras ferramentas.

Mantenha as brocas em lugares apropriados.

Certifique-se de que estão afiadas quando for guardá-las.

86
4.2 Máquina de Furar

Identificação

As máquinas de furar podem ser manuais, portáteis ou elétricas. Normalmente,


uma máquina de furar possui um dispositivo denominado árvore, onde é fixada a haste
cônica do mandril ou bucha.

O mandril é um dispositivo que possui três mordidas que se abrem e se fecham


para prender a broca por meio de uma chave.

Finalidade

A máquina de furar é utilizada para prender uma broca que, animada de um


movimento de rotação, permite que a mesma penetre no material a ser furado.
Os furos são feitos quando se necessita roscar ou introduzir eixos, buchas, parafusos ou
rebites em peças que poderão ter funções diferentes.

Tipos de Ferramentas de Furar Metais e Aplicações

Máquina de Mão

Permite fazer furos de até 1/4” sem ser necessário utilizar


a corrente elétrica.

Máquina de Furar de Peito

Permite fazer furos sem utilizar corrente elétrica, porém


oferece mais facilidade no seu manuseio que a máquina de furar
de mão.

Arco de Pua

Destinado a serviços mais pesados é um instrumento em forma


de manivela que possui, em uma das extremidades, um mandril
para ser adaptado numa broca, cuja finalidade é abrir furos
manualmente em chapas metálicas.

As máquinas de furar acima mencionadas são destinadas a


abrir furos em metais, desde que não sejam maiores que 1/4”.
Para isso é necessário virar a máquina, manualmente, numa
velocidade moderada. Deve-se verificar se o ângulo que ela
está fazendo com a superfície da peça é correto, geralmente
de 90 graus. Deve-se segurar a máquina firme e com pressão
suficiente para manter a broca cortando. 87
FER
Máquinas de Furar Portáteis

São usadas com a mesma finalidade que


as máquinas manuais, mas com estas não se
precisa empregar esforço para girar a broca. O
eixo porta-broca, ou árvore, é girado por meio de um motor. A
potência varia de 1/4 a 1 HP.

Pode-se usar máquinas de furar portáteis para serviços como polir,


desbastar e esmerilhar. Nesse caso, deve-se empregar artifícios para
segurar os polidores as pedras de esmeril, etc. As máquinas de furar
portáteis podem ser utilizadas em qualquer posição.

Máquina de Furar de Bancada

Possui um suporte e uma coluna que sustenta o sistema de transmissão e a mesa


de trabalho, montada sobre uma bancada ou pedestal. É provida de um motor que gira a
árvore por meio de polias e correias em forma de V.

Uma das vantagens sobre a portátil é o controle da velocidade que é feito por meio
das polias e correia. Geralmente a polia do motor possui quatro alojamentos para a
correia, o mesmo acontecendo com a polia da árvore.

88
A obra pode ser presa em um torno de bancada na mesa de trabalho. Às vezes
tem que se inventar artifícios para prender certas obras na mesa. Pode-se usar bolco em
V e grampo para prender objetos redondos. Usa-se torno paralelo para prender obras
pequenas; as obras grandes são presas diretamente na mesa de trabalho.

A bucha (mandril) é o dispositivo no qual é


presa a broca. A maioria das buchas possui três
mordidas (mandíbulas), que são apertadas e
afrouxadas com uma chave, como ilustra a figura
ao lado.

Máquina de Furar de Coluna

O seu suporte principal é uma coluna, geralmente cilíndrica,


onde estão montados o sistema de transmissão de movimento e a
mesa de trabalho.

O suporte ou coluna permite que se desloque e gire o sistema


de transmissão e a mesa, de acordo com o tamanho da peça.

Utilização Prática

A operação que consiste em fazer furos pela ação da rotação e avanços de uma
broca é feita por máquina de furar.

A máquina da figura possui quatro velocidades. A correia está na posição de


maior velocidade; 3000 a 3600 rotações por minuto (rpm). Está é a velocidade que se
pode empregar para furar com uma broca pequena, mas se emprega uma velocidade 10
vezes menor ao furar com uma broca de 1/2”. No caso de dúvida, empregue a menor
velocidade.

89
FER
Para executar a furação de uma obra na máquina de furar, procede-se da seguinte
forma:

1o A obra, dependendo do tamanho, pode ser fixada diretamente na mesa da


máquina, podendo ser presa em um torno paralelo ou em um bloco em forma de V e até
ser presa em um torno de mão.

A fixação de uma obra na máquina não é difícil. Depende muito da imaginação do


operador e naturalmente dos recursos da oficina.

As figuras abaixo mostram alguns equipamentos para fixação de peças na máquina


de furar.

Bloco em V e respectivo grampo Torno de bancada paralelo

Para evitar furar o torno ou a mesa da máquina, coloca - se um pedaço de madeira


entre a peça e a base de apoio.

2o Prenda a broca no mandril

Antes de fixar a broca, verifique se ela está afiada e se o diâmetro está adequado.
No caso de broca de punho cônico, fixe-a diretamente na árvore da máquina.

3 o Execute a furação

• A obra e a broca devem estar presas.


• Aproxime a broca, acionando o ajustador de comprimento.
• Centre a broca com o ponto onde se vai furar.
• Ligue a máquina.
• Inicie e termine o furo.

Durante a furação, utiliza-se o fluido de corte, que serve como refrigerante e


lubrificante na peça e da broca e também para se obter maior durabilidade do corte e
melhor acabamento na superfície de trabalho.

90
Normas de Conservação

Retire sempre a chave do mandril depois de utilizar a máquina.

Mantenha a broca, cortando sempre que estiver em contato com material.

Evite choques e quedas com as máquinas portáteis.

Guarde as máquinas portáteis e as brocas em lugar apropriado.

91
FER
4.3 Escareadores e Rebaixadores

Escareadores

Escareadores são ferramentas de corte em forma cilíndrica, geralmente cônica,


construídas de aço-carbono ou aço rápido. Possuem navalhas cortantes, destinadas a
fazer escareados em furos, cortar arestas de um furo, a fim de alojar a cabeça de parafuso
ou arrebite. O formato das navalhas de corte é cônico e os punhos ou hastes podem ser
cilíndricos ou cônicos.

Escareador comum. Tem 3 cortes com 82o.

Finalidades

Os escareadores são utilizados nas máquinas de furar e podem ser fixados no


mandril ou diretamente na árvore.

Existem escareadores de punhos (haste) cilíndricos e cônicos. As navalhas de


corte formam, em geral ângulos que varia de 60o a 90o .

Escarear é a operação que consiste em tornar cônica a extremidade de um furo,


utilizando a máquina de furar e o escareador.

Tipos e Aplicações

Existem escareadores de vários tipos e tamanhos.

Escareador de Punho (Haste) Cônico

Utilizado para escarear alojamentos de cabeças de parafusos ou rebite que tenham


a forma cônica, como ilustra a figura acima. Esse tipo de escareador é preso no mandril e
em geral, tem o ângulo de 60o e 90o.

92
O escareador permite que sejam alojados elementos
de união, tais como: parafusos e rebites.

Rebaixadores

Os rebaixadores são ferramentas usadas para abrir no


metal, alojamentos para parafusos de cabeças cilíndricas. A
ponta guia dos rebaixadores é cilíndrica e serve para guiá-lo
no furo a ser rebaixado. Os rebaixadores trabalham melhor
quando usado em máquina de furar de bancada ou em torno
mecânico.

Utilização Prática

Para a execução da operação de escarear, é necessário que:

• prenda a peça em um torno de bancada ou diretamente na mesa da máquina de


furar;
• prenda o escareador no mandril, observando que a ferramenta deve ter o mesmo
ângulo que a cabeça do parafuso ou rebite;
• escareie o furo da peça de forma que:
• regule a profundidade do escareado;
• centre a ferramenta com o furo;
• ligue a máquina; e
• execute o escareado.

Observações:

• O fluido de corte deve ser de acordo com o material.


• O corte deve ser contraído pela alavanca de avanço

Normas de Conservação

Limpe os escareadores após o uso.

Guarde-os em lugar convenientes.

Evite choque e contato com outras ferramentas. 93


FER
5 Ferramentas de Abrir Rosca

5.1 Rosca

A rosca é constituída de uma saliência (filete) helicoidal que se desenvolve, externa


ou internamente, com uma inclinação constante, em uma superfície cilíndrica. As saliências
são também chamadas de cristas, fios e filetes de rosca.

As roscas são confeccionadas em máquinas cujo torno mecânico é a principal,


podendo ser feitas manualmente com auxílio de ferramentas denominadas machos e
tarraxas.

As roscas são de grande importância nas construções mecânicas. Se você já teve


oportunidade de ajudar o reparo do motor de uma lancha ou de um automóvel estará
lembrado que retirou e recolocou dezenas de peças, porcas, parafusos, estojos, etc.

As roscas são usadas para união de peças nas montagens e desmontagens de


instalações por meio de parafusos, porcas, estojos.

As medidas dessas peças são feitas em polegadas ou em milímetro.

Sistemas de Roscas

Sistema de rosca é uma padronização de normas indispensáveis à construção da


rosca.

Assim, o sistema prevê diâmetro externo, número de fios por unidade de medida,
perfil, as características principais de um determinado sistema. Desse modo, podemos
construir qualquer tipo de rosca.

Para que se possa ter uma idéia da importância de um sistema de rosca, basta
lembrar que parafusos com um mesmo diâmetro externo, mesmo número de filetes por
polegada, mesmo perfil triangular são diferentes, por um ter sido construído pelo sistema
internacional e outro pelo sistema inglês.

Dos vários sistemas existentes o mais antigo é, sem dúvida, o sistema inglês. Foi
aprovado na Inglaterra em 1841, e está em uso até hoje.

94
Características da Rosca

Perfil Triangular

Esse tipo de filete é quase e


exclusivamente usado em parafuso de
fixação, uniões e tubos.

Perfil Trapezoidal

Usados nos órgãos de comando de máquinas operatrizes (para de movimentos


suaves e uniformes) nos fusos e prensas de estamparia.

Perfil Quadrado

Usados em parafusos de peças sujeitas a grandes esforços.

Desenho e proporções de uma rosca quadrada

O sentido da hélice (filete) pode ser para a direita ou para a esquerda.

Rosca Direita

Um parafuso tem rosca direita quando, para


penetrar numa porca, é preciso girá-lo no sentido
dos ponteiros de um relógio.

Rosca Esquerda

Um parafuso tem rosca esquerda quando, para penetrar numa porca, é preciso
girá-lo no sentido contrário ao movimento dos ponteiros de um relógio.

Passo é a distância tomada paralelamente ao eixo


entre dois filetes consecutivos, e é normalmente indicado
pela letra P.
95
FER
Rosca sem fim

O passo de rosca é geralmente indicado pelo número de fios ou filetes existentes


em uma polegada, ou distância entre dois filetes consecutivos tomada em milímetros.

Para saber o passo de uma rosca, utiliza-se o calibre de rosca, que é uma ferramenta
semelhante a um canivete com muitas lâminas, todas elas dentadas com diferentes números
de dentes, tendo em cada lâmina gravado o passo correspondente à rosca em que o
dentado se adapte perfeitamente ao parafuso que se deseja medir.

Como medir passo de rosca Calibre para medir passo de rosca

A medida compreendida entre um filete e outro é denominada passo da rosca. O


passo pode ter sentido helicoidal para a direita ou para a esquerda. Quando para a direita,
diz-se rosca direita. Quando para a esquerda, diz-se rosca esquerda.

Tipos e Aplicações de Rosca

Existe uma variedade de roscas. Todas elas se baseiam no sistema Whitworth.


Para cada rosca existe um diferente tipo de aplicação.

Rosca Whitworth

São roscas de origem inglesa, designadas pela letra “W” ou “SW”, que quer dizer
Sistema Whitworth. Seus parafusos têm por medida a polegada. Seus filetes são formados
por um prisma triangular cuja seção é um triângulo no qual o vértice é um ângulo de 55o .

Se um macho ou tarraxa,
tem estampado 1/4” – 20 BSW.
Significa que o macho possui uma
rosca de 20 fios por polegada e
que o diâmetro externo (maior) é
de 1/4”.
96
Ângulos do perfil de 55o
Rosca Americana

Seu perfil é formado por um triângulo equilátero e seus vértices formam um ângulo
o
de 60 . O passo é medido em número de fios por polegada. A rosca americana foi dividida
em dois grandes grupos: a rosca grossa (National Coarse, NC) e a fina (National Fine,
NF).
A NC é usada para trabalhos pesados, e a NF para trabalhos mais finos. O perfil
é o mesmo e a única diferença existente entre um grupo e o outro é no passo ou número
de fios por polegada.

Rosca Métrica

Tem suas dimensões expressas em milímetros. O seu perfil é formado por um


triângulo equilátero e seu vértice forma um ângulo de 60o e o seu passo é medido em
milímetros.

Rosca métrica com perfil de triângulo equilátero

5.2 Macho de Rosca

Identificação e Finalidades do Rosca Macho

São ferramentas de corte construídas de aço carbono ou aço especial, com rosca
similar a um parafuso com três ou quadro canais longitudinais, que formam as arestas
cortantes.

Um dos seus extremos termina com uma espiga de forma quadrada para fixar o
desandador.

Três machos de um jogo diferenciando-se somente nas pontas

Os machos são, geralmente, fabricados em jogos de três unidades, sendo dois 97


com pontas cônicas e um totalmente cilíndrico. FER
A conicidade do macho no 1 é mais acentuada que a do no 2, a fim de facilitar o
início da rosca e a introdução progressiva dos três machos.

O macho no 3 é o macho acabador, é o responsável pela forma da rosca. Não tem


sua ponta cônica, é muito empregado quando se quer abrir rosca até o fundo de um furo
cego.

Os machos são ferramentas fabricadas para abrir manualmente roscas internas.


Para isso, o operador terá de usar um recurso de um dispositivo denominado “desandador
de macho”.

Desandador de macho

O macho é capaz de penetrar, pouco a pouco, por meio de movimento de rotação


que lhe transmite o desandador, permitindo a construção de uma rosca em um furo
previamente executado em medida conveniente.

Início da operação de roscar e depois da partida

Operação de Rosca com Macho e Desandador

O desandador funciona como uma alavanca. Quanto maior for o comprimento dos
braços, menor será o esforço para penetração do macho na peça.

Uma vez a peça devidamente furada e escolhido corretamente o desandador, o


macho é fixado no desandador e a peça é presa em um torno de bancada.

Segurando o desandador com ambas as mãos, deve-


se girar o macho e fazê-lo penetrar no furo. É necessário, a
princípio, certa pressão nos braços do desandador, para que
as arestas cortantes do macho ataquem a parede do furo,
penetrando no metal. É necessário manter a
perpendicularidade do macho em relação à peça. Isto é feito
com um pequeno esquadro, como ilustra a figura ao lado.
98
Procedimento de Execução de Rosca com Macho e Desandador

1o) Fixe a peça no torno de bancada e mantenha o furo na posição vertical.

2o) Introduzindo o macho no 1 no furo da peça, inicie o corte, fazendo uma ligeira
pressão vertical, utilizando uma boa lubrificação.

Cone de entrada

3o) Se for necessário, verifique a perpendicularidade da peça.

4o) Ao perceber que as arestas cortantes do


macho estão penetrando no metal, imprime-se uma
rotação no desandador, mantendo-se sempre uma boa
lubrificação. Deve-se ter o cuidado de girar o
desandador uma volta à direita e meia volta à esquerda
para limpar os canais do macho do material retirado
(rebarbas), até completar o corte com o macho no 1.
Em seguida, passe os machos de no 2 e no 3 até
terminar a rosca.

Normas de Conservação dos Machos de Abrir Roscas

Mantenha os machos isolados das outras ferramentas.

Passe uma leve camada de óleo fino para evitar ferrugem.

Evite quedas ou choques nos machos.

Limpe os machos após o uso.

Mantenha bem guardados em estojos apropriados.

99
FER
5.3 Tarraxa de Rosca

Identificação da Tarraxa de Rosca

Tarraxas são ferramentas de corte constituídas de aço especial, com roscas


temperadas e retificadas.

As tarraxas têm forma de uma porca com quatro canais internos que formam arestas
cortantes e permitem a saída do material que se desprende.

Geralmente, as tarraxas possuem, na parte cilíndrica, dois furos. Um serve para


fixar a tarraxa no desandador e outro, no sentido da espessura, que permite a regulagem
da profundidade do corte, através de um parafuso alojado no seu interior.

Tarraxas com forma de uma peça com filetes internos

Finalidade de Tarraxa de Rosca

As tarraxas são utilizadas para abrir, manualmente, roscas externas, em peças


cilíndricas de determinados diâmetros, tais como parafusos, estojos e tubos. Para isso, o
operador terá de utilizar o recurso de um dispositivo denominado desandador para tarraxa.
O desandador para tarraxa é também chamado de tarraxa, porta-tarraxa, como também a
tarraxa é chamada de cossinete.

A tarraxa não cortará com facilidade, sem que antes a ponta do vergalhão, onde se
vai iniciar a rosca, seja chanfrada. Esse chanfro pode ser executado com a lima ou no
esmeril, fazendo-se um ligeiro cone na extremidade da haste que se vai roscar.

Tipos de Tarraxa

Existem tarraxas com vários formatos.

Tarraxa Redonda

Esses tipos podem ser empregados para abrir


roscas com diâmetros com até 52mm de uma só
passada. São muito rígidos e asseguram um roscado
limpo.

100
Cossinete inteiro
Tarraxa Redonda Ajustável

Esses tipos de tarraxa diferenciam-se do tipo redondo por ter uma fenda radial que
a torna ligeiramente ajustável. Por meio de um parafuso cônico, pode-se alargar um pouco
a fenda, para abrir roscas em hastes de diâmetro um pouco maior do que o diâmetro
especificado para a rosca.

Tarraxa redonda ajustável

Algumas tarraxas são providas de guias, que ajudarão a manter o corte e manter a
rosca centrada.

Outras tarraxas são feitas em duas partes, as quais são removíveis, substituíveis e
ajustáveis. São tarraxas para abrir roscas de grande diâmetro. Esses tipos são ilustradas
nas figuras abaixo.

Tarraxas de abrir roscas de grande diâmetro

As porcas tarraxas, às vezes, são confundidas com as tarraxas redondas. As


primeiras são empregadas para limpar roscas já existentes, enquanto as segundas são
empregadas para abrir roscas externas.

Diferença entre uma tarraxa e uma porca -tarraxa


101
FER
Utilizacão Prática da Tarraxa

A fim de facilitar o início do corte, a rosca da tarraxa apresenta uma pequena


conicidade na entrada, abrangendo cerca de três filetes. Estes são os filetes que produzem
efetivamente o corte de debaste. Os demais filetes se destinam a dar acabamento à rosca
e guiar a tarraxa durante o seu avanço.

O desandador funciona como uma alavanca. Na sua parte central, há um alojamento


onde é adaptada a tarraxa, que é presa por meio do parafuso de fixação.

Ao abrir uma rosca, deve-se iniciar o corte com a face chanfrada da tarraxa, isto é,
com a face que apresenta uma pequena conicidade na entrada, virando a outra face
quando for necessário abrir a rosca até o final ou existir algum obstáculo que impeça de
fazer com o lado cônico.

1o) Ajuste a tarraxa no desandador (porta-tarraxa). Com a parte cônica maior da


tarraxa virada para fora.

2o) Fixe a haste cilíndrica na posição vertical e devidamente chanfrada, no torno de


bancada, tendo o cuidado de marcar no material o comprimento da rosca.

3o) Se necessário, verifique a perpendicular.

Processo de perpendicularidade

4o) Introduza a tarraxa na extremidade da haste e inicie o corte, fazendo uma


ligeira pressão vertical no desandador, utilizando uma boa lubrificação.

Processo de roscado

5o) Ao perceber que as arestas de corte estão penetrando no material, deve-se


imprimir uma rotação no desandador, mantendo-se uma boa lubrificação. Deve-se também
ter o cuidado de girar o desandador uma volta à direita e meia volta em sentido contrário
para limpar a tarraxa das rebarbas retiradas do material, procedendo assim até o final.

102
Normas de Conservação da Tarraxa

Mantenha as tarraxas isoladas das outras ferramentas.

Evite quedas e choques nas tarraxas.

Passe uma leve camada de óleo fino para evitar ferrugem.

Limpe as tarraxas após o uso.

103
FER
A tabela a seguir apresenta o Sistema Americano e como base de explicação temos:

Diâmetro
1a coluna
Números de Fios Brocas
Nominal em
Polegadas NC NF Polegadas mm Indica o diâmetro do macho.
1/16 64 - 3/64 1,2
3/32 48 - 5/64 1,85 2a e 3a colunas
1/8 40 - 3/32 2,6
Indicam o número de fios por
5/32 32 - 1/8 3,23
- 36 1/8 3,25 polegada.
24 - 3,75 4a coluna
3/16 9/64/32
- 32 4
24 - 11/64 4,5 Indica o diâmetro da broca em
7/32
- 32 3/16 4.8 polegada para passar o macho.
20 24 13/64 5,1
1/4
- - 13/64 5,3 5a coluna
18 24 1/4 6,5
5/16
- - 17/64 6,9 Indica o diâmetro da broca em
16 24 5/16 7,9
milímetro para passar o macho.
3/8
- - 21/64 8,5
14 20 3/8 9,3
7/16
- - 25/64 10
12 13 27/64 10,5
1/2
- - 27/64 10,5
12 18 31/64 12
9/16
- - 33/64 13
11 18 17/32 13,5
5/8
- - 37/64 14,5
11 16 19/32 15
11/16
- - 5/8 16
11 16 21/32 16,5
3/4
- - 11/64 17,5
10 14 49/64 19,5
7/8
- - 13/16 20,5
8 14 7/8 22,5
1
- - 15/16 23,5
7 12 13/64 25
11/8
- - 13/64 26,5
7 12 17/64 28
11/4
- - 11/64 29,5
13/64
6 12 31
13/8 19/64
- - 33

6 12 11/32
11/2 36
- - 27/64
104
6 Ferramentas para Tubos

6.1 Tubos

Identificação e finalidade

Os tubos podem ser feitos de cobre, latão, aço, ferro fundido, metal mole, aço
inoxidável, chumbo ou plástico.

Os tubos são utilizados a bordo dos navios para conduzir fluidos ou gases, tais
como água, vapor, combustível e ar comprimido. O tipo de fluido que passa por dentro de
uma tubulação deve ser escrito fora dela.

Há tubos grossos e tubos finos, conforme a espessura das paredes e diâmetros.

As redes principais de água, vapor, drenagem, etc. são construídas com tubos
grandes unidos entre si por meio de solda ou flange e parafusos com porcas.

Os tubos menores que 2” (duas polegadas) de diâmetros deverão ser unidos com
acessórios, como união, curvas, luvas, joelhos, etc. Esses acessórios sãos roscados
com roscas para tubos (rosca de gás) que é uma rosca cônica. Os acessórios já são
fornecidos com as respectivas roscas. O serviço se resumirá em cortas, virar e abrir
rosca em tubo, a fim de uni-los entre si.

Os tubos e acessórios utilizados a bordo dos navios possuem as mesmas dimensões


e caracterísiticas que os utilizados nas instalações de plásticos, residenciais.

Operação de Cortar Tubos

Pode-se cortar um tubo com um arco de serra mecânica ou com “corta-tubos”. No


serviço comum de bordo, use sempre o corta-tubos. Quando tiver, porém, um grande
número ou uma parede muito grossa, será mais eficiente usar uma serra mecânica.

105
FER
O corta-tubos é formado por um disco de aço de liga especial e dois rolos
compressores. Pode-se apertá-los e ajustá-los caso se atarraxe o cabo. Faça, então,
com que todo o aparelho vire em torno do tubo a ser cortado, como ilustra a figura.

O corta-tubos deixa um amassado na face externa da parede do tubo e uma rebarba


na interna. Deve-se sempre retirar as rebarbas internas, pois elas vão prender as sujeiras
ou matérias sólidas pelos fluidos transportados, podendo haver entupimento na tubulação.
Para remover as rebarbas, deve-se empregar o escareador de rebarbas, como mostra a
figura.

Para cortar tubos com uma serra de aço, pode-se utilizar um bloco em forma de V
para segurar o tubo, como mostra a figura; mas se houver um corta-tubos deve-se usá-lo
de preferência . O bloco possui no centro alojamentos em forma de V para segurar o tubo
e um entalhe que serve para guiar a serra. Deve-se sempre usar lâminas de 32 dentes
por polegadas para cortar tubos finos.

Ao trabalhar com tubos finos, a ferramenta mais indicada é o corta-tubos. Este é


uma miniatura do corta-tubos já descrito, trabalha como mostra a figura. Para evitar que
o tubo rache longitudinalmente, aperte um pouco a navalha em cada giro, completo do
aparelho. Uma vez o tubo cortado no comprimento e em esquadro, tire as rebarbas das
pontas.

106
Ao utilizar o corta-tubos, proceda da seguinte forma:
atarraxe o punho até que a lâmina circular assente de leve no
tubo. Depois, rode o corta-tubo em torno do tubo e aperte
lentamente a lâmina.

As rebarbas externas poderão ser tiradas


com uma lima; as internas poderão ser removidas
com o raspador, uma faca ou uma lima pequena,
como ilustra a figura. Evite fazer mossas ou
arranhões nos tubos, pois eles podem rachar.

6.2 Operação de abrir rosca em tubo

Para abrir roscas de gás ou roscas de


tubo nos extremos de um tubo, deve-se utilizar
uma tarraxa ajustável com rosca de gás.

Tarraxa é uma ferramenta de corte


utilizada para abrir manualmente roscas
externas em peças cilíndricas de determinados
diâmetros, tais como parafusos, estojos e tubos.

A tarraxa é usada em conjunto com o


porta-tarraxa ou desandador, esse tipo de ferrramenta é capaz de fazer a tarraxa penetrar,
pouco a pouco, no tubo por meio de movimento de rotação, permitindo a construção da
rosca.

Ao abrir a rosca, utiliza-se um torno de bancada para prender firmemente o tubo,


como mostra a figura. A tarraxa é ajustável e possui um guia, que pode ser ajustada e
apertada por meio de um parafuso de ajustagem. Ele serve para girar a tarraxa, quando
a caixa é girada de maneira a fazer com
que a rosca seja aberta sempre no
alinhamento próprio.

Ao trabalhar com a tarraxa ajustável,


somente a metade da profundidade deve
ser dada no primeiro corte; depois ajuste
novamente a tarraxa e complete a
profundidade no segundo corte. O
comprimento da rosca no tubo não deve ser maior que o comprimento da rosca da tarraxa. 107
A rosca estará completa, quando a ponta do tubo fizer face com as costas da tarraxa. FER
Operação de roscar

Macho de rosca é uma ferramenta de corte utilizada para abrir, manualmente,


roscas internas. Para isso, o operador terá que se utilizar do recurso de uma ferramenta
denominada “desandador de macho”.

Essa ferramenta penetra, por meio de movimento de rotação, no furo previamente


executado, permitindo a construção da rosca.

Para a abertura de rosca manualmente, os machos são utilizados em jogos de três


unidades.

Quando for necessário abrir rosca interna, em um tubo usa-se um macho de rosca
gás, é em tudo semelhante a um macho comum, só diferindo por ser cônico. Também
pode ser utilizado com os desandadores comuns.

A maneira de proceder com esse tipo de tarraxa é a mesma com as roscas N.C ou
N.F. Deve ser usado um óleo de máquinas para lubrificar e resfriar a rosca quando o tubo
for de ferro ou aço, mas no caso de latão ou cobre deve-se abrir rosca a seco.

108
6.3 Operação de Virar Tubos

Quando houver necessidade de fazer curvas, será sempre melhor usar um tubo
virado, em vez de um acessório, quando for possível. Assim, não haverá obstáculo ao
fluxo do fluido, e é mais econômico.

Ao fazer uma instalação para conduzir líquido ou gases, é necessário fazer curvas
nos tubos. Os tubos de ferro de pequenos diâmetros podem ser virados a frio, se o raio de
curvatura não for menor que 10 vezes o diâmetro do tubo. A costura do tubo deverá ficar
pela parte de dentro da curva.

A curva a ser dada em um tubo deverá ser riscada em papel ou numa mesa de
risco. Deve-se tirar sempre um calibre da curva a ser feita com arame.

Deve-se recoser um tubo de cobre ou latão antes de virá-lo, pois isso tornará o
metal mais macio e aumentará a sua ductilidade (propriedade de ser distendido, compri-
mido ou virado).

Pode-se recoser o cobre, aquecendo-o ao vermelho-cereja e mergulhando-o em


água fria. O aquecimento do tubo de cobre pode ser feito por meio de um maçarico
utilizado nas oficinas pelo soldador. Não se resfriam assim tubos de aços, alumínio ou
latão; deve-se deixá-los esfriar ao ar livre.

Os artifícios para virar tubos poderão ser usados com bons resultados (observar as
figuras acima). Deve-se virar a curva com o maior raio possível.

Se o tubo for de grande diâmetro e a curva de pequeno raio, o tubo deverá ser
enchido de areia seca comprimida, e ambas as extremidades, que deverão ser tampadas.

Numa das extremidades, deve-se abrir um pequeno furo para que o ar escape por
ele. Feito isso, deve-se, então, aquecer o tubo para virá-lo da forma desejada. A areia
comprimida não permitirá que o tubo fique com dobras.

109
FER
Os de tamanhos médios 1/4” a 5/8”) podem ser virados com o virador manual, que
está mostrado na figura.

Os tubos de 1/2” geralmente ficam avariados se não forem enchidos de uma espé-
cie qualquer de material retirável. Esse material pode ser areia, resina ou ligas especiais,
que tem o ponto de fusão baixa. A areia deve ser fina e seca e estar comprimida no tubo.
Não é necessário aquecer o tubo; ele deve estar recozido.

6.4 Operação de Abrir Boca-de-Sino em Tubos

Abrir boca de sino consiste em dar forma à pon-


ta do tubo, de maneira a que ele venha se ajustar ao
acessório da rede.

Antes de abrir a boca de sino nos dois extre-


mos do tubo, verifique se as peças do acessório, que
vão apertar a boca de sino, estão enfiadas no tubo em
posição correta. Lembre-se de que as peças do aces-
sório não podem passar pela boca do tubo depois de
já ter sido aberta.

A ferramenta usada para abrir boca de sino apresentada possui uma combinação
de estampas que serve para tubos de vários diâmetros. Ela possui um pino cônico roscado
e um punho em forma de T.

Uma vez apertado o tubo no alojamento das mandíbulas, que seja pouco menor
que o diâmetro externo do tubo, deve-se martelar o pino cônico, de maneira que estampe
a ponta do tubo.

Fazer uma boca de sino bem feita depende somente de cuidado. É necessário que
o tubo seja cortado em esquadro e que a ferramenta usada para abrir a boca de sino seja
empregada corretamente.

110
7 Parafusos e Acessórios Afins

7.1 Parafusos e Porcas

Parafusos, porcas, estojos, rebites e outros dispositivos não são propriamente


ferramentas manuais. Quando se precisa fazer manutenção e reparo de mecanismo ou
instalações onde eles sejam empregados, para manter unidas várias peças, é que temos
que saber como empregá-los.

Identificação dos Parafusos e das Porcas

Parafusos e porcas são fabricados de ferro, aço ou de outros metais, tais como o
cobre, latão, etc. Os parafusos podem ter cabeças quadradas, sextavadas, cilíndricas,
redondas e escareadas. Os parafusos e porcas possuem os mais variados diâmetros,
comprimentos e passos de roscas. Passo de rosca é a distância entre dois filetes
consecutivos de uma rosca. O passo da rosca pode ser medido em milímetro ou em
frações da polegada.

Os diâmetros dos parafusos são dados em milímetros, polegadas e suas frações,


sendo estas últimas as mais usadas.

Finalidades dos parafusos e Porcas

Para montar peças de motores ou máquinas teremos, muitas vezes, de empregar


parafusos sem porcas, isto é, atarraxando nas próprias peças a serem ligadas.

Em geral, os parafusos são utilizados para união de peças, nas montagens e


desmontagens de instalação por meio de porcas.

Tipos de Parafusos e Aplicações

Em geral, o conjunto parafuso–porca têm rosca triangular do sistema métrico e do


Whitworth. O conjunto parafuso–porca se carcteriza pelo formato da cabeça.
Mencionaremos os tipos mais comuns. Rosca triangular do sistema métrico e Whitworth
são tipos de roscas com os quais se fabricam os parafusos.

Parafuso de Cabeça Quadrada

São utilizados em peças das máquinas; levam porcas, que podem ser quadradas
ou sextavadas. São também utilizados para montagem de estruturas de navios, edifícios,
pontes e para estruturas temporárias que devem ser facilmente desmontadas.

111
FER
Parafuso de Cabeça Sextavada

São utilizados para unir peças atarraxados às porcas ou unir peçasatarraxados à


peça roscada. São usados geralmente em peças fixas.

Parafuso para Madeira

São parafusos pequenos geralmente empregados para ligar peças de ferro a outras
de madeira. No entanto, têm uma série de outros empregos onde não seja necessária
uma grande resistência a esforços. Pode ter diversos formatos de cabeça: cabeça de
limão, escareada e oval, sendo provida de fenda ou em cruz, tipo phillips.

Parafuso para Chapas de Metal

São usados para prender seções de chapas de metal, fibra, plástico, etc. O tipo A
termina com a ponta fina. O tipo Z tem a ponta chata e rosca mais fina que o tipo A. O tipo
de rosca desses parafusos é chamado de rosca soberba. O tipo Z deve ser usado em
chapas mais grossas que tipo A.

Os furos para esses parafusos são abertos com brocas ou punção com o diâmetro
igual ao corpo do parafuso. As figuras acima mostram a variedade dos formatos das
cabeças desses parafusos.

112
Parafuso para Máquinas

São geralmente utilizados em peças móveis de motores, pois devem ficar sempre
com as cabeças embutidas. Possuem os mais variados formatos de cabeça.

Parafuso de Fixação

São utilizados para fixar polias e rodas de engrenagem aos respectivos eixos. São
classificados pelo diâmetro, forma de cabeça e forma da ponta. O parafuso fixará melhor
se sua ponta for cônica ou cilíndrica. Essa ponta penetra no alojamento do eixo.

Existem parafusos de fixação sem cabeças providos de fenda ou encaixe tipo Allen.
São utilizados nas partes móveis, porque ficam inteiramente embutidos. São roscados de
ponta a ponta.

Estojos

Os estojos são parafusos sem cabeças. Eles têm ambos os extremos roscados;
um dos extremos para atarraxar num furo provido de rosca interna e o outro para receber
a porca. São utilizados nos cabeçotes de motores de lancha e automóveis. O emprego
dos estojos traz muita segurança, pois se pode desmontar uma peça, retirando-se somente
a porca sem ser preciso abalar a rosca da parte fundida, que é sempre fraca.

113
FER
Tipos de Porcas e Aplicação

As porcas são peças de forma quadrada, sextavada ou cilíndrica, com um furo


roscada por onde são atarraxados os parafusos.

Principais Tipos de Porcas

As porcas comuns quadradas e sextavadas são usadas em conjunto com parafusos


na união de peças. Mas existem porcas especiais como as ilustradas na figura.

Contraporca

É utilizada por cima de uma porca sextavada, a fim de freá-la.

Porca castelo

É provida de entalhes pelos quais são passados os contrapinos para “freá-la”. Esse
é o melhor meio de se ter certeza de que a porca não “desandará”. É empregada nas
montagens de responsabilidade, como nos bronzes das conectoras de uma máquina.

Porca Alada

É utilizada em lugares em que haja ajustagens freqüentes.

Porca Cega

É utilizada onde o acabamento e a aparência são muito importantes. São geralmente


feitas de latão e cromadas.

Porca Serrilhada

Pode também ser girada à mão, para facilitar a montagem e desmontagem.

Porca com Freio de Plástico

Utilizada onde haja necessidade imperiosa de não se afrouxar. É empregada em


instalação de rádio e aparelho de som.
114
Observação: Os conjuntos porca–parafuso podem ser encontrados nos paióis de
máquinas dos navios, desde que se especifique o diâmetro, o passo da rosca, formato da
cabeça, comprimento e o material de que é feito.

Exemplos

Um parafuso de 5/8”, NC, sextavado, de 2”, de latão. Saberemos que:


• o diâmetro maior (externo) é 5/8”;
• a rosca NC, 5/8” tem o passo de 11 fios (consultando a tabela da página 145);
• o parafuso tem a cabeça sextavada;
• o parafuso tem 2 polegadas de comprimento; e
• é feito de latão.

Os conjuntos porcas-parafusos são guardados comumente em paióis ou prateleiras


das oficinas e lá devem ser procurados quando deles se necessita.

Um parafuso de 3/8” x 1 ½”, NC, quadrado, de aço. Saberemos que:


• o diâmetro externo é 3/8”;
• o parafuso tem 1 ½”de comprimento;
• a rosca NC de 3/8”tem 16 fios;
• parafuso tem cabeça quadrada; e
• o parafuso é feito de aço;

7.2 Arruelas

Arruela é uma espécie de anel ou aro de ferro que se mete no parafuso para que a
porca n ão desgaste a peça.

Identificação e Finalidades das Arruelas

As arruelas são peças cilíndricas, de pouca espessura, com um furo no centro, por
onde passa o corpo do parafuso.

São utilizadas para proteger a superfície das peças.

Tipos de Arruelas e Aplicações

Arruela Comum ou Chata

É utilizada para a porca ou o parafuso apertar outra porca, encher o espaço entre a
porca ou a cabeça do parafuso, aumentar a superfície de aperto e para evitar que a parte
onde trabalha a porca, em metal mais mole, seja avariada.

Arruela de Pressão

É utilizada para evitar que as porcas desandem com a vibração. Uma de suas
faces, que são muito duras, trava a porca, enquanto a outra trava a peça, fazendo o papel
de freio.

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FER
Arruela Dentada ou Estrelada

É provida de uma série de dentes que se encravam na porca e no metal da peça,


evitando que a porca desande.

Existe uma infinidade de tipos e formatos de arruelas patenteadas.

7.3 Pinos

São feitos de ferro ou de aço macio, são utilizados para ajudar a colocar em posição
peças ou partes de um conjunto. São empregados em aparelhos cujas peças necessitam
ser montadas e desmontadas com freqüência.

Tipos de Pinos e Aplicações

Pinos Cônicos

São utilizados para centrar corretamente peças de encaixe. São também utilizados
para fixar polias e engrenagens em eixos. Os alojamentos para os pinos cônicos devem
ser acabados com alargadores que tenham a mesma conicidade.

Contrapinos

São usados nas porcas de castelo, atravessando a ponta do parafuso. Os


contrapinos fazem o papel de freio. Também servem de esbarros em hastes e alavancas.

Chavetas Quadro da e Meia-Lua

São utilizadas para fixar volantes, engrenagens, cames e polias em seus respectivos
eixos e árvores. São dispositivos fortes e agüentam grandes esforços.

Rebites

São pequenas hastes cilíndricas de metal destinadas a serem introduzidas em um


116 furo de tal modo que a outra extremidade sobressaia e possa ser batida para formar nova
cabeça.
Bibliografia

BRASIL, Ministério da Marinha. Diretoria de Portos e Costas. Ensino Profissional Marítimo.


Ferramentas. 4. ed. Rio de janeiro, 1978.

BRASIL, Ministério da Marinha. Diretoria de Portos e Costas. Ensino Profissional Marítimo.


Motor diesel. 4. ed. Rio de janeiro, 1983.

FREIRE, José de Mendonça. Tecnologia mecânica - Instrumentos e ferramentas


manuais. 2. ed. Rio de Janeiro: Interciência, 1989.

FREIRE, José de Mendonça. Tecnologia mecânica - Máquinas de furar e serrar. 1. ed.


Rio de Janeiro: Livros Técnicos e Científicos, 1978.

FREIRE, José de Mendonça. Tecnologia mecânica - Máquinas limadoras e


retificadoras. 1. ed. Rio de Janeiro: Livros Técnicos e Científicos, 1975.

MACORIM, Ubaldino Alvarez. Tecnologia mecânica. 1. ed. São Paulo: Brasiliense, 1979.

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