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Limites:
1. Definição e Notações
2. Análise de um Limite graficamente
3. Cálculo de um Limite algebricamente
4. Encontrando Assíntotas através de Limites
5. Propriedades dos Limites
6. Limites Fundamentais
Continuidade:
1. Definição de Continuidade num ponto
2. Definição de Continuidade em extremidades e num intervalo
3. Tipos de Descontinuidade
4. Aplicações
NOTA: O estudo “completo” de Limites é amplo e rigoroso [você deve verificar isso na bibliografia dada a seguir] e foge do
objetivo do nosso curso. Por isso, trabalharemos com a definição “informal” de Limite e o estudo dos Limites
algébricos abordará casos envolvendo apenas alguns tipos de indeterminações, até por que, com o conhecimento
da Regra de L'Hopital [que será um tópico dentro do estudo das Derivadas], podemos dispensar vários “artifícios”
que tradicionalmente são explorados no estudo dos Limites. O que se espera que você saiba sobre Limites pode ser
alcançado sem a necessidade de um estudo profundo, e sim da forma como abordaremos neste material. Será
contemplado o que se julga necessário para desenvolver com desenvoltura, qualquer tema de Cálculo I e II do seu
curso de Graduação, que envolva de alguma maneira o conceito de Limite. Além disso, você estará apto a interagir
em situações que necessite do entendimento de Limites nas unidades curriculares “técnicas” do seu curso.
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REFERÊNCIAS
Este material foi produzido com base em parte da bibliografia abaixo e também através da experiência docente do autor,
contando ainda com contribuições de colegas professores.
Normalmente, as Referências Bibliográficas aparecem nas últimas páginas de um livro ou material. Apresento estas
referências aqui, objetivando sempre lembrá-lo que a busca por outras fontes de informação é um fator essencial e de
grande importância em qualquer tipo de estudo que se queira realizar.
Os títulos apresentados a seguir são de ótima qualidade e podem ser encontrados em nossa biblioteca. Consulte-os!
THOMAS, George B. et al. Cálculo v. 1. 11. ed. São Paulo: Pearson Addison Wesley, 2008.
ANTON, Howard; BIVENS, Irl; DAVIS, Stephen. Cálculo. v. 1. 8. ed. Porto Alegre: Bookman, 2007.
FLEMMING, Diva M.; GONÇALVES, Mirian B. Cálculo A: funções, limite, derivação, integração. 6. ed. São Paulo:
Pearson Prentice Hall, 2007.
STEWART, James. Cálculo. v. 1. 6. ed. Cengage Learning, 2009.
HUGHES-HALLETT, Deborah et al. Cálculo de uma variável. 3. ed. Rio de Janeiro: LTC, 2004.
HIMONAS, A. Alexandrou; HOWARD, Alan. Cálculo: Conceitos e Aplicações. 1. ed. LTC, 2005.
Nota: Além de rever toda a teoria e resolver todos os exercícios deste material, você pode melhorar seus conhecimentos
procurando por sites na internet e vídeos no youtube que tenham a teoria e/ou exercícios sobre o assunto. Experimente!
Não tenha medo de crescer lentamente. Apenas tenha medo de ficar parado.
[Provérbio chinês]
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LIMITES
[Situação 1] Sob temperatura constante, o volume de certa massa de um gás (perfeito) é função da pressão a que o
k
mesmo está submetido. O gráfico abaixo representa tal relação e sua lei de associação é: V , onde k é uma constante
P
que depende da massa e da temperatura do gás em questão e P0 [não tem sentido físico considerar a pressão P como
sendo nula ou negativa].
50
40
Volume (cm3)
30
20
10
0
0 0,5 1 1,5 2 2,5 3 3,5
Pressão (atm)
k
a) Com respeito à função V , o que se pode dizer de V quando P diminui, tendendo a zero?
P
b) Para essa função, o que acontece com V quando P cresce, tornando-se um valor muito grande, tão grande quanto se
queira, isto é, quando P tende para o infinito positivo?
Resolução:
a) Quando P diminui, tendendo a zero, escrevemos: P 0 , ou seja, P tende a zero por valores maiores que zero
[dizemos que P tende a zero pela direita]. Quando isto acontece, o valor de V se torna muito grande, tão grande quanto
se queira, isto é, V tende para um valor infinitamente grande e escrevemos: V [dizemos que V tende para “mais”
infinito].
Para exprimir essa simultaneidade de tendências, utilizamos a notação de limite: lim V lim (k / P) .
P0 P0
b) Quando P aumenta, tornando-se muito grande, tão grande quanto se queira, isto é, quando P ; V tenderá a
zero, ou seja, V 0 . Isto não significa que o volume será zero!
Utilizando novamente a linguagem de limite, temos: lim V lim (k / P) 0 .
P P
1 1 1 1
[Situação 2] Calcule a soma da série infinita: ...
2 4 8 16
Resolução:
1
A seqüência apresentada neste caso é uma progressão geométrica [PG] de infinitos termos em que a1 [1º termo] e
2
1
q [razão]. Logo a soma solicitada pode ser calculada através da expressão já conhecida no ensino médio:
2
a1 N 1
1/ 2
S e, portanto S 1 . Podemos detalhar a notação: lim 2n
lim S N S 1 .
1 q 1 (1 / 2) N
n1 2 N
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Para tornar mais visual o resultado que acabamos de obter, imaginemos um quadrado de lado unitário e assim, o número
1 [um] representa a sua área.
1 uc
1
Vamos encaixar no espaço desse quadrado o retângulo, que será representado pelo número [que é sua área].
2
1
Em seguida encaixemos, no espaço restante do quadrado original, o quadrado de área .
4
1
Em seguida encaixemos, no espaço restante no quadrado original, o retângulo (que representará o número ).
8
1
Em seguida encaixemos, no espaço restante no quadrado original, o quadrado (que representará o número ).
16
E assim sucessivamente vamos encaixando, no espaço restante do quadrado original, os retângulos e quadrados, que têm
1 1 1 1
suas áreas representadas na seqüência infinita de números: , , , ,... que formam uma PG.
32 64 128 256
Dessa forma, parece-nos que fica intuitivo perceber que, com um número finito de encaixes, o espaço do quadrado original
nunca será totalmente preenchido (o que mostra S n 1 ). Por outro lado, com um número convenientemente grande de
retângulos e quadrados, podemos tornar o espaço restante no quadrado original tão pequeno quanto desejarmos (o que
mostra que S n 1 ou, em outros símbolos, S 1 ).
Observação: Com a aplicação conveniente do conceito de limites, em algumas situações, podemos encontrar informações
que “inicialmente” podem ser difíceis de identificar.
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Noção Intuitiva
Seja a função f ( x) 2 x 1 . Vamos dar valores a x que se aproximem de 1, pela direita (valores maiores que 1) e pela
esquerda (valores menores que 1), e calcular o valor correspondente a y:
x y = 2x+1 x y = 2x+1
0,5 2 1,5 4
0,7 2,4 1,3 3,6
0,9 2,8 1,1 3,2
0,95 2,9 1,05 3,1
0,98 2,96 1,02 3,04
0,99 2,98 1,01 3,02
0,999 2,998 1,001 3,002
Representação gráfica:
Notamos que, à medida que x se aproxima de 1 [tanto pela direita quanto pela esquerda], y se aproxima de 3, ou seja,
quando x tende para 1 [ escrevemos x 1 ], y tende para 3 [ escrevemos y 3 ]. Para isso, escrevemos:
lim f ( x) 3 ou lim (2 x 1) 3
x1 x1
A definição acima foi denominada “informal”, pois a definição mais precisa de limite requer um estudo mais profundo, que no
momento não é de extrema necessidade. Destaca-se ainda que a expressão “se aproxima” é relativamente imprecisa, pois a
aproximação depende de um contexto [o que é “aproximado” para um caso pode não ser para outro – pense a respeito!].
Teorema:
Uma função f (x) terá um limite quando x se aproximar de a , se e somente se, existir um limite lateral à direita e um à
esquerda, e esses dois limites laterais forem iguais. Simbolicamente:
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Exemplos:
x2 9
1) Seja a função racional f ( x) com D { x | x 3} . Graficamente, temos:
x3
y
6 lim f ( x) 6
x3
3
lim f ( x) 6
x3
lim f ( x) 6
x3
–3
0 3 x f (3) [ não existe para f ( x) ]
Nota: Veremos mais adiante que um limite também pode ser encontrado algebricamente.
Importante:
O valor do limite de uma função f (x) quando x k não depende de como a função é definida para f (k ) . Veja:
Observe que os limites das funções f (x) , g (x) e h(x) quando x 1 são iguais, entretanto temos f (1) g (1) h(1) .
A função h(x) é dita contínua no ponto em que x 1 , enquanto as funções f (x) e g (x) são descontínuas no ponto em
que x 1 [trataremos sobre a “continuidade” de uma função, num estudo logo a seguir].
É muito importante que você sempre considere que no cálculo de lim f ( x) o que nos “interessa” é o
xa
comportamento de f (x) quando x se aproxima de a e NÃO o que ocorre com f (x) quando x a .
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x 7, se x 3
f ( x) 5 , se x 3
2 , se x 3
Determine, se existir:
a) lim f ( x) 2 e) lim f ( x) 2
x3 x
b) lim f ( x) 4 f) lim f ( x)
x3 x
c) lim f ( x) g) lim f ( x) 1
x3 x6
d) f (3) 5 h) lim f ( x) 2
x0
3a 3 2x 2 7 1
b) lim (11 n)1973 1 d) lim 0 f) lim
n 12 a 1 4 x 2 x 5 7
a) lim f ( x)
x
b) lim f ( x) 0
x
1 0 1
Observação: e
0
A reta yn é uma assíntota horizontal do gráfico da função f (x) se: lim f ( x) n ou lim f ( x) n .
x x
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95
5) A população de uma determinada espécie animal em um zoológico varia através da seguinte lei: N (t ) ,
5 4e t / 4
onde N (t ) é o número de animais e t é o tempo em semanas. Descreva o que acontece com a população no decorrer do
x2 x 2
6) Dada a função racional y e o seu gráfico [abaixo], determine a equação da assíntota vertical e também
x2 x
o domínio dessa função.
A reta xk é uma assíntota vertical do gráfico da função f (x) se: lim f ( x) e/ou lim f ( x) .
xk xk
0
Nota: As Sete Indeterminações do Cálculo: , , , 0 , 0 0 , 0 , 1 .
0
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EXERCÍCIOS – Limites
1) Os cientistas P. F. Verhulst, R. Pearl e L. J. Reed, contrariando a teoria de Malthus de que as populações crescem em
progressão geométrica, propuseram uma lei de crescimento populacional cujo gráfico tem o seguinte aspecto:
197,274
P
1 67,32 . (1,03) t
onde P é a população norte-americana, em milhões de habitantes, t anos
após 1790. Assim, calcule o limite da função P , quando t .
2) Considere uma lente delgada convergente de distância focal f (nas lentes convergentes, f 0 ). E seja “e” o eixo
principal dessa lente:
fp
Dessa equação tiramos que: p .
p f
a) lim p d) lim p
P Pf
b) lim p e) lim p
P 0 P 2f
c) lim p f) lim p
Pf P
60
3) A população de uma colônia de bactérias varia segundo a função definida por: P(t ) , onde P(t ) é dada em
5 7e t
bilhões e t em dias. Descreva o que acontece com a população no decorrer do tempo. Verifique a sua conclusão achando o
x 1 , se x 3
4) Seja a função definida por f ( x) . Calcule os limites:
3x 7 , se x 3
a) lim f ( x) b) lim f ( x) c) lim f ( x) d) lim f ( x) e) lim f ( x)
x3– x3 x3 x5 x13
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1 / x , se x 0
2
x , se 0 x 1
6) Dada a função: f ( x) , construa seu gráfico e calcule os limites indicados, se existirem.
3 / 2 , se x 1
2 x, se x 1
2 1 5 (7 / x )
a) lim
3
x x
c) lim
x 2 (1 / x )
e) lim 2
x 3 (1 / x )
2 1 5 (7 / x )
b) lim 3 d) lim f) lim 2
x x x 2 (1 / x ) x 3 (1 / x )
10) Seja f (x) a função definida em cada gráfico apresentado a seguir. Intuitivamente, encontre se existir:
a) b)
lim f ( x) lim f ( x)
x 2 f ( 2 ) x2 f ( 2)
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c) d)
lim f ( x) lim f ( x)
x 1 x lim f ( x) lim f ( x)
x 0 x
e) f)
y
1
2
0 x
–1
lim f ( x) lim f ( x)
x 0 f ( 0) x2 f ( 2)
Reflita se puder... O homem é uma fração, cujo numerador corresponde ao que ele é, enquanto o denominador, é o que acredita ser. [Tolstoi]
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g) h)
lim f ( x) lim f ( x)
x2 f ( 2) x 3 f (3)
i) j)
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k) l)
lim f ( x) f (1)
lim f ( x) f ( 2)
x 1
x2
lim f ( x) lim f ( x)
lim f ( x) lim f ( x) x 1 x
x2 x
lim f ( x) lim f ( x)
lim f ( x) lim f ( x) x 1 x
x 1 x
3 , se x 3
11) Seja f ( x) 1 , se x 3 a função representada pelo gráfico abaixo:
1, se x 3
y
1
3
0 x
–1
Determine, se existir:
Para refletir: Nós somos o que fazemos repetidas vezes. Portanto, a excelência não é um ato, mas um hábito. [Aristóteles]
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7a) –3 7b) –3 7c) 1/2 7d) 1/2 7e) –5/3 7f) –5/3
8) lim f ( x) lim f ( x) lim f ( x) . Isso implica que a função tem assíntota vertical com equação: x 0 .
x0 x0 x0
lim f ( x) lim f ( x) 0 . Isso implica que a função tem assíntota horizontal com equação: y 0 .
x x
9) lim f ( x) e lim f ( x) . Isso implica que a função tem assíntota vertical com equação: x 0 .
x0 x0
lim f ( x) lim f ( x) 0 . Isso implica que a função tem assíntota horizontal com equação: y 0 .
x x
Para refletir: É fazendo que se aprende a fazer aquilo que se deve aprender a fazer. [Aristóteles]
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Seja f (x) uma função definida em um intervalo aberto em torno de x 0 , exceto talvez em x 0 . Dizemos que f (x) tem
limite L quando x tende a x 0 e escrevemos:
lim f ( x) L ,
x x0
se para cada número 0 existir um número correspondente 0 tal que, para todos os valores de x,
0 | x x0 | | f ( x) L | .
definição de limite.
Considere, para este estudo, que a notação lim representa uma das notações: lim , lim , lim , lim , lim .
x a x a – x a x x
Assim, se existirem lim f ( x) L1 e lim g ( x) L2 , então:
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f ( x) lim f ( x) L
5) lim 1 , desde que L2 0 .
g ( x) lim g ( x) L2
2x lim(2 x) (2.1) 2 1
Exemplo: lim x1
x1 x 3 lim( x 3) (1 3)
x1
4 2
8) lim [ ln f ( x)] ln [ lim f ( x)] ln [ L1 ] , desde que L1 0 , sendo a propriedade análoga para loga [ f ( x)]
9) lim [sen f ( x)] sen [ lim f ( x)] sen [ L1 ] ou lim [cos f ( x)] cos [ lim f ( x)] cos[ L1 ]
Exemplo: lim (cos3x) cos[ lim 3x ] cos 3 1
x x
Casos Especiais:
, para n 2 , 4 , 6 , ...
lim x ,
n
para n 1, 2 , 3 , ... lim x n
x x
, para n 1 , 3 , 5 , ...
n
Nota: Quando se multiplica o termo x por um número real positivo, não se afeta o valor do limite, entretanto quando se
n
multiplica x por um número real negativo, inverte-se o sinal do respectivo limite. Observe os exemplos a seguir:
lim (7 x 4 x 2 x 9) lim (7 x )
5 3 5
Exemplos:
x x
lim (6 x 5 x 8 x 2) lim (6 x )
3 2 3
x x
0 0 0
Observe:
2 6 1 2 6 1
lim (9 x 4 2 x 3 6 x 1) lim x 4. 9 3 4 lim x 4 lim 9 3 4 lim x 4 lim (9)
x x x x x x x x x x x x
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73 8 x
● lim propriedad
e
lim 8 x simplifica
xlim
ção 8 0 pois m n
x x2 6x x x 2 x
x2 x 2
● Dada a função racional y e o seu gráfico [abaixo], determine a equação da assíntota horizontal e
x2 x
também o conjunto imagem dessa função.
12) Limite de Funções Racionais quando ocorre indeterminação [do tipo 0/0]
Quando calculamos algebricamente um limite, existem situações em que, quando substituímos x a no limite lim f ( x) ,
xa
Exemplos:
(4 x 2)( x 3)
1) Calcule o valor de: lim
x 3 x 3
Resolução:
(4 x 2)( x 3) 0
Fazendo a substituição de x 3 no limite dado, temos: lim Indeterminação!
x3 x 3 0
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Quando a substituição do valor de x resulta em uma indeterminação [como neste caso], não significa que o limite não
exista, até porque estamos interessados no comportamento da função quando x 3 e não quando x 3 .
Assim, devemos fazer uso de artifícios matemáticos para “eliminar” a indeterminação para então chegarmos ao verdadeiro
valor do limite.
(4 x 2)( x 3)
Sabendo disso, podemos observar que a função racional em questão f ( x) tem fatores do 1º grau
x3
( x 3) comuns no numerador e no denominador. Logo, simplificando a função, damos origem a uma nova:
(4 x 2)( x 3)
f ( x) s ( x) 4 x 2 .
x3
(4 x 2)( x 3)
Finalmente, podemos escrever o valor do limite procurado: lim lim (4 x 2) 14
x3 x 3 x3
(4 x 2)( x 3)
Nota: Vale destacar que as funções f ( x) e s ( x) 4 x 2 são diferentes em x 3 , entretanto
x3
temos que: lim f ( x) lim s( x) .
x3 x3
Resolução:
3x 12 0
Fazendo a substituição de x 4 no limite dado, temos: lim Indeterminação!
x 4 2 x 2 2 x 24 0
Neste tipo de limite, se o numerador e o denominador se aproximam de zero quando x a , então o numerador e o
denominador terão um fator comum ( x a) e o limite pode [frequentemente] ser obtido cancelando-se os fatores comuns.
Veja:
Nota: O denominador da função racional [no limite em questão] é representado por uma função quadrática. Eis que tal
expressão pode ser fatorada em termos do primeiro grau. Formalmente, podemos escrever:
ax2 bx c a( x x)(x x) sendo que x e x são as raízes da equação ax2 bx c 0 .
Resolvendo a equação do 2º grau 2 x 2 2 x 24 0 [pela fórmula de Bhaskara ou por qualquer outro método adequado]
encontramos as raízes x 4 e x 3 .
Nota:
A expressão quadrática x 6 x 9
2
Assim, neste caso temos: 2 x 2 2 x 24 2.( x [4]).( x 3)
pode ser escrita de duas maneiras:
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x2 9
Seja a função racional f ( x) com D { x | x 3} . Determine lim f ( x) algebricamente.
x3 x3
Resolução:
x2 9
Como queremos encontrar o lim algebricamente, podemos substituir o valor de x3 no mesmo para
x3
x3
“tentarmos” encontrar o seu valor correspondente [lembre-se que no limite ocorre que x 3 e não que x 3 ].
x 2 9 32 9 0
lim [?] o que já era esperado, pois D f { x | x 3} .
x3
x3 33 0
0
A expressão é uma INDETERMINAÇÃO do Cálculo [uma das sete existentes] o que impossibilita determinar o limite
0
diretamente. Para isto, utilizaremos um artifício matemático para transformar a função f (x) em outra função que tenha o
mesmo limite para x 3 . Assim, faremos aqui o uso do produto notável: (a b).(a b) a 2 b 2 . Veja a seguir:
x2 9 x 2 32 x2 9
lim
( x 3)( x 3)
lim lim lim ( x 3) (3 3) 6 lim 6
x3
x3 x 3
x3 x 3 x3 x3 x3
x3
x2 9
Note que o gráfico da função f ( x) com D { x | x 3} difere do gráfico da função simplificada
x3
s( x) x 3 com D apenas no ponto (3 , 6) , pois: (3 , 6) s( x) e (3 , 6) f ( x) .
Graficamente, temos:
y x2 9 y
f ( x) s ( x) x 3
x3
6 6
3 3
–3 –3
0 3 x 0 3 x
D { x | x 3} D
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Fatoração de Polinômios:
● ax2 bx c a( x x)(x x) sendo que x e x são as raízes da equação ax2 bx c 0
● ax3 bx2 cx d a( x x)(x x)(x x) sendo que x , x e x são as raízes da equação ax3 bx2 cx d 0
Produtos Notáveis:
● a 3 b 3 (a b)(a 2 ab b 2 )
0
Vimos anteriormente como resolver limites de funções racionais quando ocorre a indeterminação . Para resolvermos
0
, , 0 , 0 , , 1 ,
0 0
algebricamente limites em que ocorrem outras indeterminações aplicamos
Exemplos:
2x 2 1
1) lim Indeterminação!
x 3x 5
x2 1 1
2 2
2x 1
2
x2 x2 2
lim lim Substituindo x temos: lim
x 3x 5 x 5 x 5 3
x2 3 3
x x
2) lim x2 1 x Indeterminação!
x
lim x2 1 x x2 1 x
lim
x2 1 x2
lim
1
Substituindo x temos:
x
x2 1 x x
x2 1 x x
x2 1 x
1 1
lim lim x2 1 x 0
x
x 1 x
2 x
Nota: Pesquise outros “artifícios” existentes que possibilitem resolver limites em que ocorrem as outras indeterminações!
Para refletir: Ouvi dizer que o governo iria cobrar impostos mais caros dos ignorantes em Matemática.
Engraçado! Eu pensei que a loteria já era justamente isso! [Gallagher]
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x
1
b) lim 1 e
x
x
ax 1
c) lim ln a [com a > 0 e a 1]
x0 x
x
1
Abaixo, a representação gráfica da função f ( x ) 1 , onde o “limite fundamental” indica a existência de uma
x
assíntota horizontal de equação: y e .
Exercícios Resolvidos
sen 2 x
1) Determine o valor de lim .
x0 x
sen
Resolução [I]: lim 1
0
2
Multiplicando a função presente no limite por temos:
2
Resolução [II]:
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Resolução:
1
Fazemos x . Assim, quando t 0 segue que x . Substituindo no limite, temos:
t
1/ t 1 x 1 1 ln e 1
x
lim [ ln(1 t )1/t ] x x
x x x
lim ln 1 ln lim
t 0
ax bx
3) Calcule lim , com a,b 0 e a,b 1.
x0 x
Resolução:
ax ax
x
a 1
bx 1 x 1
ax bx b lim b x b lim b x lim b
x
lim lim [ 1 ] ln a ln a
x0 x x0 x x 0 x x 0
x 0 x b b
x4 t 3 3x 4 1
d) lim e) lim f) lim
x 2 3x 1 t 2 t2 x x 1
4t 2 5t 6 x6 x4 2 x
g) lim h) lim i) lim
t t5 2 x x3 x 100
14 8x 3 6 t3
j) lim k) lim l) lim
x x x 3 x t 7t 3 3
x2 9 49 x 2 5 x
a) lim b) lim c) lim
x 3 x 3 x 7 7 x x5 25 x 2
x2 x x3 x2 4x 3
d) lim e) lim f) lim
x0 x 2 3x x0 2x2 x x1 x 1
x 2 7 x 12 x 1 x2 2x 1
g) lim h) lim i) lim
x 4 x4 x1 x 3x 2
2 x1 x 1
x2 x3 8 x 3 27
j) lim k) lim l) lim
x 2 x2 4 x 2 x2 x3 x 2 5x 6
x2 4x 3 x 1 t 2 5t 6
m) lim n) lim o) lim
x1 x3 1 x1 x 3 x 2
2 t 2 t 2
x 2 1 x x2 lim 40 18 x 2 x
2
p) lim q) lim r)
x 1 x 1 x0 2 x 2 14 x x 4 12 3x
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x 2 6x 9 x3 4x x 2
a) lim b) lim c) lim
x x 3 x 2 x2 x 4 x4
x 1 x 2 1 x3 2x 1
d) lim e) lim f) lim
x 1 x 1 x 1 x2 x 2 x x3 x
x 4 1
g) lim h) lim x 1 i) lim x 1
x 1 x 1 x x
sen ( x) sen 3x tg x
a) lim b) lim c) lim
x0 x x0 sen 4 x x0 x
4x x x
1 1 1
d) lim 1 e) lim 1 f) lim 1
x –
x x
2x x
3x
4x
1 1 cos x
g) lim 1
x
2x
h) lim
x0 x2 [Dica: aplique a relação fundamental da trigonometria]
4f)
3
e 4g) e
2
4h) 1/2
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P( x)
Podemos resolver algebricamente limites de Funções Racionais f ( x) através da divisão do polinômio P(x) pelo
D( x)
polinômio D(x) . Isso pode ser feito quando o polinômio P(x) tem grau maior ou igual ao polinômio D(x) ,
x 3 27 0
Então vamos calcular o limite: lim Note que neste caso ocorre a indeterminação do tipo
x3 x3 0
x 3 27 ( x 3)( x 2 3x 9)
lim lim lim( x 2 3x 9) 32 3(3) 9 27
x3 x3 x3 x 3 x3
Resolução 2: Agora, vamos aplicar a DIVISÃO DE POLINÔMIOS pelo Método da Chave. Assim temos:
( x 3 3x 2 ) x 2 3x 9 P( x) D( x)
3x 2 0 x Q( x)
(3x 2 9 x) R( x)
9 x 27 ocorre que: P( x) D( x) Q( x) R( x)
(9 x 27)
Onde:
0
P(x) Polinômio que será dividido [dividendo]
P( x)
Então: P( x) D( x) Q( x) R( x) ou Q( x) R ( x)
D( x)
x 3 27
x 3 27 ( x 3).(x 2 3x 9) 0 ou ( x 2 3x 9) 0
x 3
Assim:
x 3 27
lim( x 3x 9) 3 3(3) 9 27
2 2
lim
x3 x3 x 3
Observação:
P( x)
Quando a divisão de polinômios for do tipo podemos aplicar o Método de Briot-Ruffini, simplificando muito o
xa
processo de divisão. Interessou? Pesquise e procure saber mais!
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CONTINUIDADE DE FUNÇÕES
Quando colocamos em um sistema de coordenadas alguns pontos do gráfico de uma função cujos valores foram gerados em
experimentos laboratoriais ou coletados em campo, geralmente unimos esses pontos por uma curva não interrompida para
mostrar quais seriam os prováveis valores da função em todos os instantes em que não medimos [veja Figura A]. Fazendo
isso, supomos que estamos trabalhando com uma função contínua, então os valores variam continuamente e não saltam
de um valor para o outro sem assumir todos os valores entre eles [valores esses do domínio da função].
Figura A: Unindo os pontos por uma curva não Figura B: A função f(x) apresentada acima é
interrompida a partir dos dados experimentais contínua no intervalo [0 , 4], exceto nos pontos
Q1 , Q2 , Q3 , Q4 e P de um objeto em queda. em que x = 1 , x = 2 e x = 4.
Qualquer função y = f(x) cujo gráfico possa ser esboçado, sobre seu domínio, em um único movimento contínuo, “sem
levantar o lápis do papel”, é um exemplo de função contínua, o que não ocorre na função representada na Figura B [veja
acima].
Fonte: THOMAS, George B. Cálculo. v.1. Pearson, 2009.
Uma função é contínua em um intervalo, se e somente se, for contínua em cada ponto desse intervalo. Assim, podemos
analisar a continuidade em um ponto através de um “teste de continuidade”, ou seja, através da definição:
Uma função f (x) é contínua num ponto com x c , se e somente se, obedecer às três condições:
(iii) lim f ( x) f (c) [ o limite é igual ao valor da função / o resultado obtido em (i) é igual ao obtido em (ii) ]
x c
Resolução:
(iii) lim f ( x) f (2) [OK! – O resultado obtido em (i) é igual ao resultado obtido em (ii)]
x 2
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Exemplo 2: Considere as funções e as informações dadas a seguir, e então, verifique a continuidade em x 1.
A função h(x) é contínua no ponto em que x 1 , enquanto as funções f (x) e g (x) são descontínuas em x 1 .
Nota: Observe que os limites das funções f (x) , g (x) e h(x) quando x 1 são iguais, entretanto f (1) g (1) h(1) .
(iii) lim g ( x) g (8) [OK! – O resultado obtido em (i) é igual ao resultado obtido em (ii)]
x8
14
Exemplo 4: A função f ( x) é contínua no ponto em que x 0 ?
x
Resolução: Vamos aplicar a definição de continuidade em um ponto.
14
(i) f (0) [NÃO existe f (0) , pois não resulta em um número real!]
0
14
Logo, como a condição (i) da definição NÃO foi verificada, a função f ( x) NÃO é contínua em x 0 .
x
Pense a respeito!
As funções polinomiais, exponenciais e logarítmicas são CONTÍNUAS para todos os valores dos seus respectivos
domínios.
Você é capaz de identificar outros tipos de funções que também são contínuas para todos os valores de seus domínios?
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Continuidade em Intervalos:
Definição 1:
Uma função f (x) é contínua num intervalo aberto (a , b) , se f (x) é contínua em todo x do intervalo (a , b) .
Definição 2:
Uma função f (x) é contínua num intervalo fechado [a , b] , se f (x) é contínua em todo x do intervalo (a , b) e se
ela é contínua a direita de “ a ” e a esquerda de “ b ”.
f ( x) g ( x)
f ( x) g ( x)
f ( x) / g ( x) uma vez que g (c) 0
k f ( x) para k R
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Tipos de Descontinuidade:
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1
a) f ( x) | x |; x0 0 e) f ( x) ; x0 1
x 1 2
1
, se x 1 x 2 1, se x 0
b) f ( x) ( x 1) 2 ; x0 1 f) f ( x) ; x0 0
2 , se x 1 1 , se x 0
x2 x
c) f ( x) x 2 2 ; x0 2 g) f ( x) ; x0 0
x
1
d) f ( x) ; x0 0
x 1
2) Nos gráficos a seguir [de 1. até 4.], diga se a função apresentada é contínua em [1, 3] . Se não, onde ela deixa de ser
continua e por quê?
x 2 1, se 1 x 0
2x , se 0 x 1
f ( x) 1 , se x 1 2
2 x 4 , se 1 x 2
0 , se 2 x 3 1
Então responda:
a) Existe f (1) ?
b) Existe lim f ( x) ?
x1
c) Existe f (1) ?
d) Existe lim f ( x) ?
x1
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2 [1.] Não é contínua em [1, 3] . É descontínua em x 2 , pois não é definida nesse ponto: f (2) .
2 [2.] Não é contínua em [1, 3] . É descontínua no extremo x 3 , pois ocorre que: lim g ( x) g (3) .
x 3
61 100
1) [FUVEST–SP / Adaptada] A altura de uma árvore, em metros, é definida experimentalmente pela fórmula: h
7 10 t
onde “t” é a idade deste tipo de árvore, em anos. Qual a altura máxima que essa espécie de árvore pode atingir?
2) [THOMAS] De acordo com a teoria da relatividade, o comprimento de um objeto, POR EXEMPLO, de um foguete, parece a
um observador depender da velocidade com que o objeto se desloca em relação ao próprio observador. Se ele medir o
comprimento L0 do foguete em repouso e depois com a velocidade v , o comprimento aparentará ser:
Por que foi necessário empregar o limite lateral à esquerda? Justifique isso com uma análise matemática.
2 2
v v
Note que em L L0 1 temos que tem valor máximo igual a 1 .
2 2
c c
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3) Determine algebricamente [através da aplicação das propriedades estudadas] os limites pedidos a seguir.
x2 4x 4
a) lim Resposta: zero
x 2 x 3 5 x 2 14 x
x2 4x 4 se x 0
b) lim 3
x0 x 5 x 2 14 x
Resposta:
se x 0
3x 5 x 2 7 x 3 6
d) lim Resposta: –1/2
x x 2 14 x 3 2
4 10x
4) Através da aplicação de Limites, verifique se a função f ( x) , apresenta alguma assíntota horizontal. Em
2x 2
caso afirmativo, escreva a(s) equação(ções) dessa(s) assíntota(s).
4 3x
5) Escreva a equação da assíntota vertical de f ( x) , caso ela exista. Verifique isso através da aplicação de um
2x 2
limite.
6) Na análise do crescimento de populações, um tipo de relação conhecida como função logística oferece um modelo mais
realista que o crescimento exponencial tradicional. Por exemplo, alguns cientistas modelam a população mundial usando a
função logística:
73,2
P( x) onde “ x ” é o número de anos após 2000 e P(x) é a população mundial em bilhões de
6,1 5,9 e 0, 016x
habitantes (aproximadamente). Aplicando convenientemente o conceito de limite, qual a tendência [numérica] da população
mundial em longo prazo? Faça um esboço do gráfico da função dada, apresentando o valor “inicial” da população [valor da
“bolinha” no gráfico abaixo] e o valor da “tendência” dessa população [assíntota] em longo prazo.
P(x)
0
x [anos]
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R7)
Resolução:
R8)
Resolução:
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R9)
Resolução:
Graficamente:
10)
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