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Pós-Graduação em

Neurociências, Educação e
Desenvolvimento Infantil

APRENDER NA INFÂNCIA:
COMPETÊNCIAS
SOCIOEMOCIONAIS
EM PAUTA
Com Beatriz Cardoso e Andreia Mendes dos Santos

A vivência emocional de valência negativa é


muito mais robusta do que qualquer vivência
positiva pela própria razão da existência da
emoção.

Carla Tieppo
Conheça
c o livro da disciplina
-
CONHEÇA SEUS PROFESSORES 3

Conheça os professores da disciplina.​

EMENTA DA DISCIPLINA 4

Veja a descrição da ementa da disciplina. ​

BIBLIOGRAFIA BÁSICA 5

Veja as referências principais de leitura da disciplina.​

O QUE COMPÕE O MAPA DA AULA? 6

Confira como funciona o mapa da aula.

MAPA DA AULA 7

Veja as principais ideias e ensinamentos vistos ao longo da aula.

ARTIGOS 27

Nesta página, você encontra links de artigos científicos, informativos e vídeos


sugeridos pelo professor PUCRS.

RESUMO DA DISCIPLINA 28

Relembre os principais conceitos da disciplina.​

AVALIAÇÃO 29

Veja as informações sobre o teste da disciplina.​

2
Conheça
c seus professores

-
BEATRIZ CARDOSO
Professora Convidado

Beatriz Cardoso é doutora em Educação pela Universidade de São


Paulo (USP), com especialização pelo Institut Municipal d’Educació de
Barcelona, onde recebeu bolsa do ICE / FAPESP para trabalhar com a
professora Ana Teberosky por 2 anos. Cardoso atua como educadora
desde 1978, tendo lecionado na Faculdade de Educação da USP por 10
anos e desenvolveu programas de formação de professores para diversos
distritos de escolas públicas (Osasco e Jundiaí, São Paulo). De 2007 a 2012,
Cardoso presidiu a ONG Comunidade Educativa - CEDAC e foi membro da
Clinton Global Initiative. Ela também participou do Fórum Mundial Skoll
sobre Empreendedorismo Social e diversos Think Tanks organizados pela
Universidade de Harvard. Atualmente é membro do Conselho do Instituto
Desiderata e do Internetlab. Em 2013, Cardoso ingressou no programa
Advanced Leadership Initiative (ALI) da Harvard University e, em 2014,
foi nomeada Senior Ashoka Fellow. De 2016 até 2019 atuou como Diretora
da Fundação Fernando Henrique Cardoso e hoje é membro do Conselho
Curador. Desde 2019 faz parte como Co-principal investigator do Research
Team do Programa “Language For Learning”, da Harvard School of
Education. É fundadora e presidente do Laboratório de Educação, onde
divide a coordenação geral dos projetos.

ANDREIA MENDES DOS SANTOS


Professora PUCRS

Professora adjunta da Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do


Sul junto a Escola de Humanidades, nos Programas de Pós Graduação em
Educação (PPGEDU) e Ciências Sociais (PPGCSociais) e na graduação do
Curso de Pedagogia; na Escola de Ciências da Saúde, Curso de Psicologia.
Membro da Comissão Coordenadora do PPGEDu, coordenadora da Linha de
Pesquisa Pessoa e Educação (PPGEdu), do Núcleo de Estudos e Pesquisa
em Infância(s) e Educação Infantil (Nepiei) e do Grupo de Pesquisa sobre
Questões Sociais na Escola. Editora da Revista Educação. Representante
da PUCRS no Comitê de Infâncias da Rede Marista. Formada em Psicologia
(PUCRS/1995), possui Mestrado (PUCRS/2003) e Doutorado em Serviço
Social (PUCRS/2007). Realizou Estágio Pós-Doutoral (PDJ/CNPq) no
Programa de Pós-Graduação em Serviço Social da PUCRS (2008) e Estagio
Recém- Doutor/FAPERGS na FAENFI/PUCRS (2009/10). Entre 2010/2015
participou do Programa Nacional de Pós Doutorado (PNPD/CAPES) junto
ao Programa de Pós Graduação em Serviço Social na mesma Universidade.
Desenvolve estudos nas temáticas de infâncias e educação infantil, obesidade,

3
família, saúde, educação e bullying, entre outras.
Ementa da Disciplina
Estudo sobre a importância da aprendizagem durante o desenvolvimento
infantil. Problematização sobre a implementação de atividades relacionadas às
competências socioemocionais no ambiente escolar.

4
Bibliografia básica
a

-
As publicações destacadas têm acesso gratuito.

Bibliografia básica
BRASIL. Base Nacional Comum Curricular: Educação Infantil e Ensino Fundamental.
Brasília: MEC/Secretaria de Educação Básica, 2017. BRASIL.

Del Prette, Zilda A. P.; Del Prette, Almir. (2013) Psicologia das Habilidades Sociais na
Infância. 6ª ed. Petrópolis: Vozes.

OCDE, Competências para o progresso social - O poder das competências


socioemocionais, São Paulo: Fundação Santillana, 2015.

Bibliografia complementar
Mello, Cleyson de Moraes; Neto, José Rogério Moura de Almeira: Petrillo, Regina
Pentagna. (2019) Ensino por Competências: eficiência no processo de ensino e
aprendizagem: da teoria à prática. Rio de Janeiro: Freitas Bastos.

Petrucci, G. W.; Borsa, J. C.; Koller, S. H. A família e a escola no desenvolvimento


socioemocional na infância. Temas em Psicologia, vol. 24, nº 2, pp. 391-402, 2016.

Perrenoud, Philippe. Construir as competências desde a escola. Porto Alegre: Artes


Médicas, 1999.

Del Prette, Z. A. P.; Del Prette, A. (2005). Psicologia das habilidades sociais na
infância: teoria e prática. Petrópolis, RJ, Vozes, 2005.

Marques, A. M.; Tanaka, L. H.; Fóz, A. Q. B.(2019). Avaliação de programas de


intervenção para a aprendizagem socioemocional do professor: Uma revisão
integrativa. Revista Portuguesa de Educação, 32(1), pp. 35-51.

5
o o
O que compõe

s
Mapa da Aula?
MAPA DA AULA
São os capítulos da aula, demarcam
momentos importantes da disciplina,
servindo como o norte para o seu FUNDAMENTOS
aprendizado.
Conteúdos essenciais sem os quais
você pode ter dificuldade em
compreender a matéria. Especialmente
importante para alunos de outras
EXERCÍCIOS DE FIXAÇÃO
áreas, ou que precisam relembrar
assuntos e conceitos. Se você estiver
Questões objetivas que buscam
por dentro dos conceitos básicos dessa
reforçar pontos centrais da disciplina,
disciplina, pode tranquilamente pular
aproximando você do conteúdo de
os fundamentos.
forma prática e exercitando a reflexão
sobre os temas discutidos.​
CURIOSIDADES
Apresentação de figuras públicas
e profissionais de referência
PALAVRAS-CHAVE mencionados pelo(a) professor(a),
além de fatos e informações que dizem
Conceituação de termos técnicos, respeito à conteúdos da disciplina.
expressões, siglas e palavras específicas
do campo da disciplina citados durante
a videoaula. DESTAQUES
Frases dos professores, que resumem
sua visão sobre um assunto ou
VÍDEOS situação.​

Assista novamente aos conteúdos


expostos pelos professores em vídeo.
Aqui você também poderá encontrar ENTRETENIMENTO
vídeos mencionados em sala de aula.
Lembre-se que a diversificação de Inserções de conteúdos da equipe de
estímulos sensoriais na hora do estudo design educacional para tornar a sua
otimiza seu aprendizado. ​ experiência mais agradável e significar
o conhecimento da aula.​

CASE
Neste item você relembra o case
analisado em aula pelo professor. ​
LEITURAS INDICADAS
A jornada de aprendizagem não
termina ao fim de uma disciplina. Ela
MOMENTO DINÂMICA segue até onde a sua curiosidade
alcança. Aqui você encontra uma lista
Aqui você encontra a descrição
de indicações de leitura. São artigos e
detalhada da dinâmica realizada pelo
livros sobre temas abordados em aula.​
professor em sala de aula com os alunos. ​

6
Mapa da Aula
Os tempos marcam os principais momentos das videoaulas.

AULA 1 • PARTE 1

01:59 A infância no tempo


No Brasil colonial, 1530 a 1822, não havia
privacidade, as condições de higiene eram
precárias, os pais pouco se ocupavam com
as crianças, portanto, toda a discussão
A forma como a infância foi sendo do vínculo tinha outra fundamentação
03:28
compreendida socialmente impacta – a amamentação não era valorizada, a
até hoje a maneira como nos mortalidade infantil era vista como natural e
relacionamos com as crianças. o controle dos atos era sempre pela força e
pelas punições públicas.

Entre 1822 até 1889, o Brasil Independente


via as crianças pobres como cidadãos úteis
e produtivos, principalmente nas lavouras.
Contexto atual 17:53
Surgem as creches para cuidar e higienizar
Ao longo dos séculos fomos construindo das crianças da elite.
um conceito de infância que nos leva a A República Velha, de 1889 a 1930, passa a
encarar esse período inicial da vida de um ver a criança como o futuro da nação, no qual
sujeito como uma oportunidade tanto para o prevalece um modelo higienista de educação
desenvolvimento individual e integral, quanto e os cuidados vão sendo delegados para os
a um investimento social e coletivo que pode profissionais da educação.
ajudar a transformar a sociedade.
No século XX, se instalam novas maneiras
Compreendemos que as crianças pequenas de se relacionar com as crianças e os
são ávidas por aprender e nessa fase se lares passam a ser locais protetores. As
criam as bases para o desenvolvimento decisões sobre educação passam a ser,
cognitivo e socioemocional. Sabemos que quase exclusivamente, das mães e as
as oportunidades de exploração, expressão, crianças ganham maior importância social,
afeto e descoberta são determinantes para especialmente os meninos. O foco ainda está
o desenvolvimento integral, especialmente na obediência, mas o sistema regulatório está
nas crianças de zero a cinco anos. Todos na culpa, tornando o temor pelos pais um
os momentos da vida da criança são fator recorrente. Gradualmente, as crianças
oportunidades de aprender. passam a serem vistas como os futuros
Atualmente, o desafio é juntar o que foi consumidores e produtores. A educação
fragmentado historicamente: dividimos o vira um cenário para a competitividade,
ser humano em áreas separadas – cognitivo, conduzida pela família em resposta a um
emocional e físico; quando sabemos que reconhecimento social diferente do que era
o indivíduo é um ser integrado. Portanto, até então.
precisamos reconhecer e dar lugar para que o Apenas em 1988, por conta da Constituição
desenvolvimento de emoções seja integrado brasileira, a criança vai sendo afirmada como
nos ensinos, equilibrando as oportunidades. um sujeito de direitos e o Estado tem o dever

7
de garanti-los.
Não é sobre ensinar metodologias sobre

Resposta desta página: alternativa 2 e 4.


os sentimentos e, sim, dar espaço para 20:12 As várias experiências da
que as crianças experimentem situações infância são entendidas por nós,
em que aprendam e reflitam sobre as do laboratório de educação,
dimensões emocionais. Ao invés de como uma fonte significativa de
transformar as emoções em objeto de aprendizagem.
estudo, podemos utilizar recursos para
explorar e problematizar as dimensões que
estão presentes no cotidiano das crianças, CURIOSIDADE
pois elas aprendem observando, testando, 22:05
imitando, provando, errando e analisando. Jerome Bruner (1915 – 2016)

[Emoção] é um processo interno, 26:04


de percepção, de processamento,
de identificação e não de nomeação
apenas.

Psicólogo estadunidense, de família


judaico-polonesa. Professor de psicologia
em Harvard e depois em Oxford, escreveu
importantes trabalhos sobre educação,
EXERCÍCIO DE FIXAÇÃO
liderou o que veio a ser conhecido como
I – A forma como a infância era Revolução Cognitiva, na década de 1960.
considerado foi se modificando ao Acredita que a aprendizagem é um processo
longo dos tempos. que ocorre internamente e não como um
produto do ambiente, das pessoas ou de
II – A forma como a infância foi se fatores externos àquele que aprende. Sua
constituindo socialmente impacta teoria privilegia a curiosidade do aluno e o
diretamente na forma como foi sendo
papel do professor como instigador dessa
estruturada a educação da criança.
curiosidade.
Assinale a opção correta:

VF EXERCÍCIO DE FIXAÇÃO

VV No Brasil Independente a criança


era visto como _____ já na Velha
República, como _____:
FV
Sujeito útil; sujeito de direitos.
FF
Sujeito a ser punido; sujeito em
formação profissional.

Futuro da nação; sujeito a ser


disciplinado.

Sujeito produtivo; futuro da nação.

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AULA 1 • PARTE 2

00:11 Linguagem e desenvolvimento


socioemocional

A partir de estudos e estruturações de


Ana Teberosky, conceituamos o termo
CURIOSIDADE “emoção” como estados internos e
00:47 experiências pessoais do indivíduo, que
Ana Teberosky se situam entre reações corporais (rosto,
voz, corpo) e avaliações cognitivas. Ao
atribuir uma nomeação a uma emoção,
estamos percebendo, individualizando,
organizando, categorizando, recordando,
comparando experiências próprias e
alheias. A linguagem nos permite falar
sobre as emoções, portanto, precisamos
ampliar o vocabulário das crianças, não
as subestimando, dando espaço para a
expressão do subjetivo.
Uma das pesquisadoras mais respeitadas
Podemos trazer brincadeiras, explicar
quando o tema é alfabetização. A
antônimos, desenhar com a criança,
Psicogênese da Língua Escrita, estudo
traduzir alguma situação que ela teve,
desenvolvido por ela e por Emilia Ferreiro
entre outros recursos que ajudam no
no final dos anos 1970, trouxe novos
desenvolvimento das emoções. Não
elementos para esclarecer o processo vivido
devemos simplificar e sim aprimorar as
pelo aluno que está aprendendo a ler e a
ferramentas a fim de criar condições para
escrever. Seu pensamento pedagógico é
que as crianças possam se apropriar de
centrado no construtivismo, nesse sentido,
novos conceitos e se estruture como um
a sua ênfase é sempre os processos
sujeito com identidade própria em relação
psicológicos sobre a apropriação da
a si, aos outros e ao mundo da cultura.
lecto-escrita, eixos indispensáveis para se
compreender e favorecer as intervenções e
acompanhamento do desenvolvimento da
criança nesse âmbito.

9
LEITURAS INDICADAS

Resposta desta página: alternativa 1.


01:13
Livro: Psicogênese da Língua
Escrita

O léxico influencia o modo como 03:36


as pessoas interpretam a realidade
afetiva.

Ao enriquecer a linguagem, a 06:08


gente enriquece a experiência e
o potencial de compreensão da
mesma.
Nesta obra paradigmática, adotada em todo
mundo, as autoras utilizam a psicolinguística
contemporânea e a teoria de Piaget para
demonstrar como a criança constrói
VÍDEO diferentes hipóteses acerca do sistema de
09:44 escrita, antes de chegar a compreender as
hipóteses de base do sistema alfabético,
Falar e ser ouvido oferecendo um subsídio único para
professores, psicopedagogos, linguistas e
todos aqueles preocupados com a educação
eficaz.

EXERCÍCIO DE FIXAÇÃO
As emoções são habilidades
________?
A criança aprende o tempo todo, nós
adultos temos um papel fundamental
para que a primeira infância seja internas.
aproveitada em seu máximo potencial,
dentro e fora da escola. Para assistir, aprendidas.
clique aqui.

isoladas.

mecânicas.

Na medida em que a gente 25:15


simplifica, alimentamos a
polarização.

10
AULA 1 • PARTE 3

00:15 Práticas educacionais


A professora reflete sobre a necessidade
de olharmos para as práticas educacionais
entendendo como elas permitem o
entrelaçamento e a transversalidade
A gente tem que olhar para a 01:45 necessária para fomentar ao mesmo tempo
pedagogia como um campo de os diferentes campos que integram um
conhecimento onde o processo de sujeito. A brincadeira é a janela que a
desenvolvimento tem lugar. criança tem para se integrar ao mundo,
compreender o universo adulto, ampliar
as palavras e as relações entre as coisas,
de viver experiências emocionais, tudo ao
mesmo tempo. A interação é a chave do
A brincadeira é o elemento chave de 08:17 processo.
apropriação no mundo.
As práticas educacionais têm se
enveredado por caminhos técnicos que
perdem a chance de tirar partido da
cena real e cotidiana, que são, em si, tão
ricas. É preciso implementar atividades
Mais do que inventar metodologias 10:43 e oportunidades na escola para que as
mirabolantes que transformam crianças tenham essas vivências.
tudo, na aparência, precisamos
entrar intrinsicamente na rotina
pedagógica e promover contextos
ricos.
VÍDEO
31:38
A convivência da criança na
sociedade

Desenvolvimento socioemocional 36:14

A solução não é simplificar e banalizar,


e sim, dar as ferramentas para que as
crianças compreenderam e aprendam. As
emoções são estados internos que emergem
de variadas situações, portanto, não são
conceitos isolados. Precisamos auxiliar a Guia com 7 experiências fundamentais
criança a identificar o que está sentindo a que podem ser feitas por qualquer
partir do entendimento de se está vinculado adulto nas situações do dia a dia.
a um evento, um agente causador ou a Clique aqui para assistir.
objetos. A relação entre o que sentimos
e o que aconteceu não é direta, pois é do
cruzamento com os estados internos com os
externos que levam a uma reação.

11
CURIOSIDADE

Resposta desta página: alternativa 3.


Trabalhar o conceito de memória
autobiográfica – que depende de uma 40:38
habilidade cognitiva – é importante Espaço de leitura
porque através das experiências pessoais
desenvolvemos autoconsciência,
conhecimento e memórias de si. É no
processo – individual, linguístico e cultural
– dessa construção que a criança percebe
quem ela é, o que ela já foi e o que ela quer
ser. A noção de um “eu” como centro das
ações ocorre gradualmente a partir dos
elementos que ajudam a filtrar e formar uma
identidade. Por volta dos 3 anos de idade,
a criança começa a lidar com os elementos Site que proporciona diferentes experiências
das emoções. às pessoas interessadas em desfrutar de
ricos momentos de leitura, como jogos,
contos e orientações. Para acessar, clique
aqui.

CURIOSIDADE
58:36
Livro: O álbum de Irina

EXERCÍCIO DE FIXAÇÃO
A partir de que idade a criança
começa a lidar com os sentimentos?
A mãe de Irina espera um bebê e há dias
toda a família se prepara para esta chegada. Desde o nascimento.
Inclusive Irina, que para entender melhor
tamanha movimentação de objetos e Aos 2 anos.
emoções, vê-se diante de sua própria história
em um álbum de recordações organizado
Aos 3 anos.
por sua mãe. Para acessar, clique aqui.

Aos 5 anos.

12
AULA 1 • PARTE 4

FUNDAMENTO I
02:32
Ações simples para ajudar a
desenvolver a continuidade do eu:
Falar sobre a data de nascimento;
relacionando com algum evento.
07:30 Perspectiva evolutiva
Incentivar que as crianças perguntem a seus
país onde nasceram, como era sua infância, Nos primeiros 6 anos de vida a criança
etc. desenvolve diferentes habilidades que
permitem que ela compreenda outras
Pedir para desenhar a si mesmos, quando pessoas como serem mentais que possui
bebês e atualmente. diferentes crenças, ideias, experiências.
Com esse entendimento, ela começa a
Mostrar fotos, vídeos, brinquedos e
balizar as próprias ações em relação a
recordações.
expectativa proposta pelo outro. Esse
Realizar um “passeio da memória” mecanismo emocional e cognitivo é
percorrendo a casa e relembrando nomeado como Teoria da mente. Ela
momentos. também passa a identificar quando uma
pessoa está equivocada ou mentindo, a
sustentar crenças sobre si mesma e lidar
com as intersecções dos visões subjetivos
A criança da um salto de 15:48 de cada um.
formulação que é facilitado por um
maior domínio da linguagem e que Até os 18 meses a compreensão das
vem carregado de capacidades que emoções é meramente situacional e ligada
foram desenvolvidas. à experiência direta.

Por volta do 1 e meio entendem que as


pessoas podem ter preferências e desejos
diferentes.

A partir de 3-4 anos são capazes de prever


Uma mesma situação externa da 29:51
ações, explicar suas próprias emoções
lugar a diferentes reações.
e dos outros em relação a desejos/
satisfações.

A partir dos 5 anos incorporam crenças


para explicar as emoções.
FUNDAMENTO II
33:53 Por volta dos 6-8 anos alcançam uma
Ações para ensinar às crianças compreensão reflexiva da ambiguidade nas
sobre emoções: produções linguísticas e nos fatos.

Explicitar os próprios estados mentais: Para ajudar as crianças a entenderem


com frases como “sinto-me um pouco...”, as relações entre o externo e as reações
“eu gostaria muito...”, “estou pensando que internas, é importante observar e conversar
deveria fazer...”. sobre o que as pessoas fazem/sentem nos
eventos ao seu redor; os sinais para saber
Perguntar pelos estados mentais dela: por
por que fazem o que fazem; o que dizem
exemplo, “o que você vai fazer com isso?”, “o
e o que realmente fazem; o que parece
que você sabe?”.
apropriado; o que sabem que devem fazer.

13
Ajudar a interpretar os estados mentais
próprios e dos outros: suposições como
“eu acho que ela gostaria de ter feito...”,
“acredito que ela esteja com vergonha”.

Conversar sobre os estados mentais: puxar


assunto sobre medo, falar dos próprios
sentimentos, relacionar com a imaginação,
comentar situações e condutas.

AULA 2 • PARTE 1

11:38 Interações

Os papeis dos modelos e preceitos


morais estão mais presente nas interações
familiares, pois à medida em que vai
experimentando situações, os pais indicam
A convivência modela a forma de 12:16 à criança como esperam que ela “se sinta”,
estar no mundo, os valores, a forma ao mesmo tempo que apresentam formas
de reagir e o comportamento. de reagir. Por isso é tão importante manter
o diálogo, entender como funcionam os
ambientes em que ela estará presente –
como a escola. Nas situações interativas, se
as crianças são bem guiadas e amparadas,
PALAVRAS-CHAVE isso se torna a fonte de aprendizagem, de
21:19 promoção de experiências relevantes, que
constroem a matriz de cada sujeito.
Michael Tomasello: Psicólogo
e linguista estadunidense que Situações que podem ser aproveitadas:
desempenha a função de co- desentendimentos e mal-entendidos, pois
diretor do Instituto Max Planck de
expõe perspectivas, argumentos e mostram
Antropologia Evolutiva.
desejos semelhantes e diferentes; erros de
interpretação; simulação de ações; seguir
Dialógico: Dialogal; descrito ou as instruções do outro, com o objetivo de
escrito seguindo a forma de um colocar-se no seu lugar.
diálogo.

14
AULA 2 • PARTE 2

00:17 Ponderações
Na dimensão do falar pode haver o conflito
do privado, daqueles que não querem
revelar suas emoções, não desejam falar
sobre isso, então é preciso lembrar que
O tempo histórico também faz 07:53
fomentar e valorizar é essencial, mas não
com que as emoções mudem, a
devemos forçar o limite.
percepção mude e a gente avance
em determinadas direções. Existem diferentes contextos e culturas
que devemos levar em consideração para
entendermos as diferenças individuais e de
grupos.

CURIOSIDADE As expectativas culturais também


15:08 modulam a possibilidade de expressão de
Grada Kilomba emoção, tanto no sentido do que a cultura
esperada de cada sujeito, como, crenças e
estereótipos.

As emoções têm efeito sobre a


personalidade, o humor, a aprendizagem,
as relações sociais, portanto, é preciso
ponderar, até porque elas mudam ao longo
do desenvolvimento e da vida, recebendo
influências das condições ambientais, do
contexto, do tempo histórico e da idade.

A situação caracteriza um contexto, mas


Escritora, psicóloga, teórica e artista
a forma como cada um experimenta é
interdisciplinar portuguesa reconhecida
diferente.
pelo seu trabalho que tem como foco
o exame da memória, trauma, género, Na dimensão político-social da linguagem
racismo e pós-colonialismo e está traduzido temos questões que são atravessadas pela
em várias línguas, publicado e encenado própria linguagem, pela carga que recebe
internacionalmente. e pelo sentido que cumpre num dado
contexto cultural.

Ações que educam 17:19

Por meio das interações, vale a pena


analisarmos situações que nos ajudem a
estabelecer critérios e repertórios de ação. A
observação é uma das primeiras ferramentas
que a crianças possui para adaptar-se e
interagir com o ambiente. Movimentar-
se educa porque quando a criança anda,
corre, pula, arremessa, ela aprende sobre o
próprio corpo, conhece e experimenta suas
possibilidades e limites.

15
A imitação dispõe a realização de novas CURIOSIDADE
aprendizagens, como questões de gênero, 25:03
respeito, preconceito, cuidar dos espaços Toda Criança Pode Aprender
coletivos, etc; é um recurso de “ser” pelo
outro. Compartilhar dá abertura para
o convívio social. Se sujar proporciona
a exploração do ambiente a sua volta,
proporcionando sensações corporais que são
registros fundamentais para dar base para
que o pensamento se torne cada vez mais
sofisticado e também para a construção
O Laboratório de Educação, busca provocar
da identidade. Outras ações são: apreciar,
reflexões e sensibilizar os adultos sobre
cantar, cozinhar, organizar, conversar e
o seu importante papel no processo de
perguntar.
aprendizagem das crianças com que
convivem, oferecendo meios para promover
interações significativas dentro e fora da
escola. Para acessar, clique aqui.

AULA 2 • PARTE 3

00:53 Ler educa


A leitura abre possibilidades, traz
novidades e informações que a criança vai
processando e desenvolvendo. As crianças
PALAVRAS-CHAVE aprendem com as narrativas literárias
01:22
porque os personagens principais superam
Umberto Eco: Escritor, filósofo, obstáculos, tem realizações, passam por
semiólogo, linguista e bibliófilo decepções e tudo isso faz com que as
italiano de fama internacional. Foi crianças aprendam mais sobre si mesmas
titular da cadeira de Semiótica e e sobre a vida. Ao entrar em contato
diretor da Escola Superior de ciências com as histórias, elas se identificam – ou
humanas.
não – com os personagens e eventos,
vão compreendendo e nomeando as
experiências que vivem e assim, lidam
com angústia, com o amadurecimento,
com a construção da sua identidade e
encontrando seu lugar no mundo a partir
A escola tem que tratar a leitura 03:23
do lúdico. As narrativas comportam mais
como uma ferramenta fundamental
de uma interpretação, similar ao cotidiano,
e não complementar.
portanto, é produtiva para que se pense
nos pontos de vista, em si mesmo e no
outro.

16
VÍDEO Para que a leitura cumpra seu papel no
04:14 desenvolvimento, ela precisa de regularidade
Escutar a Leitura de Textos e que inicie antes do 1 ano de idade. A
familiaridade com esse universo dá tração
para o movimento de crescimento e de
ampliação. Ao mesmo tempo que a criança
aprende novas palavras, ela ganha maior
compreensão sobre as complexidades das
suas subjetividades. A leitura em voz alta
é uma estratégia que permite a criança
ter acesso a textos antes de saberem a ler,
além de abordar expressões, oralidades e
olhares que atraem o interesse. Perguntas
A criança aprende o tempo todo, antes e depois da leitura servem como guia,
portanto, os adultos têm um papel orientando para a atenção, a curiosidade e a
fundamental para que a primeira
interpretação.
infância seja aproveitada em seu
máximo potencial, dentro e fora da
escola. Para assistir as dicas, clique
VÍDEO
aqui. 31:38
A receita de Mandrágora -
Análise de gestos

ENTRETENIMENTO
28:57
Livro: Fadas no Divã

Vídeo que decupa a forma como


gestos, movimentos e expressões
podem ser feitos na leitura em voz
alta. Clique aqui para assistir.

VÍDEO
Os autores, Diana e Mário Corso, explicam 31:38
e relaciona com os conhecimentos
psicanalíticos as mais importantes histórias
Contos de fadas
contadas para as crianças, incluindo os
contos de fadas clássicos e os personagens
atuais, como a Turma da Mônica e Harry
Potter. Trata-se de uma fonte de reflexão
e enriquecimento para pais, professores,
psicólogos e demais interessados na infância
e no desenvolvimento humano. Constitui,
também um instrumento para acesso claro
e facilitado aos principais conceitos da
Psicanálise.

Você sabe como os contos de fadas


ajudam as crianças a enfrentar os
medos, as situações difíceis, a refletir e
conversar sobre temas importantes da
vida? Para assistir, clique aqui.

17
LEITURAS INDICADAS
48:39
Livro: A linguagem de 0 a 5 anos

Um guia completo sobre os processos de


aquisição da linguagem entre 0 e 5 anos
de idade, dirigido a famílias e educadores
que tenham por objetivo favorecer o
desenvolvimento da linguagem. Para acessar,
clique aqui.

AULA 2 • PARTE 4

00:15 Perguntas
A professora responde sobre as seguintes
questões:

PALAVRAS-CHAVE Como criar boas relações em casa e na


01:20 escola, que dialoguem? A mediação das
famílias depende muito da linguagem
Ponto nevrálgico: Elemento crucial ou como os educadores abordam o problema,
o mais importante de uma questão. possibilitando a compreensão de que
pode-se fortalecer essa relação. A escola
OCDE: A Organização para a precisa parar de culpabilizar os pais para
Cooperação e Desenvolvimento que ambos possam assumir seus papeis em
Econômico é uma organização
conjunto.
econômica intergovernamental com
38 países membros, fundada em 1961 Como é a escola com o cuidado
para estimular o progresso econômico socioemocional sem descuidar do cognitivo?
e o comércio mundial.
A lógica de dar prioridade para um e outro
não vai funcionar para avançarmos em
termos de desenvolvimento. Temos uma
visão reduzida dos processos baseando
A gente tem que mostrar para 09:33 o cognitivo em aplicação de provas, além
a sociedade que uma pessoa de entendermos que um não existe sem o
desenvolvida de forma integral vai outro (cognitivo e emocional). A questão
ser uma cidadã que vai construir é olhar para a expectativa e as formas que
uma sociedade muito mais justa. estabelecemos do que é bem-sucedido.

18
Como a ausência escolar durante a
É a partir do limite que ela [criança] 27:33 pandemia afetou os estudantes e como
constrói um caminho para se isso pode ser trabalhado? A escola passou
estruturar e se organizar. a ser reconhecida como uma ferramenta
fundamental, não só para as crianças, como
para a família, o bem-estar. É preciso ler
histórias que permitam que as crianças
expressem emoções guardadas, assim
como o diálogo, para que elas processem
as experiências gradualmente. Esse assunto
é transversal, não vai ser abordado em um
momento único.

Como são as emoções desprazerosas


que educam? Atualmente as crianças
são protegidas do sofrimento, porém,
postergar vivenciar isso com ferramentas
adequadas vai resultar em problemas
futuros. A frustração tem um potencial de
levar as pessoas a quererem entender o que
aconteceu, o que erraram e o que podem
mudar. A criança precisa entender que nem
tudo vai dar certo.

AULA 3 • PARTE 1

02:44 O que já sabemos


• As crianças estão sempre prontas para
aprender, portanto, há a necessidade de
dar oportunidades para a exploração e
Faz parte da natureza da criança o 02:53 expressão.
interesse, a motivação, a curiosidade
• Na infância, é onde se criam as bases
pelo aprender.
necessárias para o desenvolvimento
integral do sujeito.

• O grande desafio contemporâneo é


entender que o cognitivo, o emocional e o
As emoções são diretamente 07:25 físico são integrados.
relacionadas com a nossa vontade
• O desenvolvimento e a aprendizagem
de aprender.
requere a presença da emoção.

• As crianças aprendem testando, imitando,


provando, errando, analisando, etc.

Mesmo uma emoção de 09:44 • A linguagem é elemento estruturante no


estranhamento, de medo, de desenvolvimento socioemocional.
tristeza, são importantes para que
eu possa acomodar aquilo que me
foi despertado.

19
Linguagem 13:36

Podemos compreender a linguagem em


verbal (fala e escrita) e não-verbal (corpo,
estética, arte, sentimento). É importante
17:03 Na linguagem não-verbal, além
entender que algo pode ter um significado
daquilo que está sendo dito,
diferente do que esperamos e por isso a gente também utiliza uma
precisamos prestar atenção na conjunção potência subjetiva para fazer outras
das mensagens, como por exemplo, chorar transmissões.
não significa diretamente tristeza, pode ser
de tanto rir.

A linguagem é uma organizadora de


si, do outro e do mundo. Dar lugar ao 20:08 Desenvolver emoção significa me
desenvolvimento das emoções não é apenas autorizar a me respeitar, a cuidar de
sobre demonstrar empatia pelo outro, é mim e, ao mesmo tempo, cuidar do
também compreender a complexidade outro.
de suas relações e cuidar das formas de
expressão.

Educação socioemocional 21:41

Desde a infância, podemos ensinar projetos


de vida para os indivíduos, visando que
eles tenham objetivos, organizações
e compreendam como atingi-los. As
competências são chaves para Conhecer, 20:08 Trabalha com projeto de vida não
desenvolver Habilidades, ter Atitudes (ser), significa pensar no amanhã. É
possuir Valores (que qualificam os princípios) pensar que o hoje vai me ajudar a
e manter Esperança (visando os propósitos). construir um amanhã melhor.
Nós não trabalhamos o desenvolvimento
das crianças para que elas se tornem adultos
legais, e sim, para que sejam legais desde a
infância.

As competências socioemocionais vem


sendo utilizadas desde 1930 no campo da
psicologia a fim de estudar e compreender
os traços da personalidade humana. A
partir da década de 1980 foi proposta uma
reformulação para fixar os principais eixos,
não sendo mais tão amplo. Jean Piaget (1896
– 1980) estudou sobre aspectos morais e
comportamentais, relacionando-as com o
aprendizado.

A educação para o século XXI tem como


foco a formação integral do sujeito,
assumindo a retomada da união entre o
cognitivo e o socioemocional.

20
AULA 3 • PARTE 2

00:12 Princípios da educação


socioemocional

É fundamental que o aluno aprenda a


aprender, assim, os professores colaboram
CURIOSIDADE para essa descoberta. Ele também precisa
05:40
saber lidar com as informações que estão
Lev Vygotsky (1896 – 1934) disponíveis; atuando com discernimento
e responsabilidade nos contextos das
culturas digitais; aplicando conhecimentos
para resolver problemas; ter autonomia
para tomar decisões; ser proativo para
identificar os dados de uma situação e
buscar soluções; conviver e aprender com
as diversidades.

Trabalhar a educação socioemocional é


tarefa para a família e para a escola, se
complementando, mas também para as
Psicólogo e proponente da psicologia políticas públicas.
cultural-histórica, foi pioneiro no conceito
de que o desenvolvimento intelectual das
crianças ocorre em função das interações
sociais e condições de vida. Acreditava que FUNDAMENTO I
05:43
a criança nasce com funções psicológicas
Zona de desenvolvimento proximal
elementares e que com o aprendizado da
cultura e as experiências adquiridas, essas É um conceito central na Psicologia
funções tornam-se funções psicológicas sociocultural ou sócio-histórica, formulado
superiores, que são o comportamento originalmente por Vygotsky, na década de
consciente, a ação proposital, a capacidade 1920. É descrita como a distância entre o
de planejamento e o pensamento abstrato. nível de desenvolvimento real, determinado
pela capacidade de resolver tarefas de forma
independente, e o nível de desenvolvimento
potencial, determinado por desempenhos
possíveis, com ajuda de adultos ou de
BNCC 19:13
colegas mais avançados ou mais experientes.
A Base Nacional Comum Curricular foi Esse enunciado tem sido amplamente
estruturada tomando como referência alguns apropriado em práticas educativas,
marcos legais, como a Constituição, a LDB e sobretudo no campo do planejamento
o Plano Nacional de Educação. O documento de estratégias de ensino, com ênfase em
de caráter normativo define um conjunto interações que os professores estabelecem
de aprendizagens essenciais que todos os com seus alunos em sala de aula, e no
alunos devem desenvolver ao longo das campo da avaliação de aprendizagem, com
etapas e modalidade da Educação Básica. implicações que merecem ser destacadas.
Tem como competência formar cidadãos Uma primeira implicação é o reconhecimento
com: capacidade de resolver problemas; da existência de um nível real de
trabalhar em equipe; argumentar; defender desenvolvimento, ou seja, das habilidades ou
seu ponto de vista; respeitar o outro; competências já alcançadas.
criticidade.

21
As competências socioemocionais na No campo da alfabetização, por exemplo, a

Resposta desta página: alternativa 1.


BNCC são definidas como competências observação de professores ou os registros de
individuais que se manifestam de modo instrumentos de diagnóstico de desempenho
consistente em padrões de pensamentos, enfatizam uma visão retrospectiva, ou seja,
sentimentos e comportamentos, buscam aferir habilidades já consolidadas: a
favorecendo o desenvolvimento pleno de criança já reconhece o princípio alfabético?
estudantes e expandindo as oportunidades Lê palavras com autonomia? Escreve frases
de aprendizagem escolar. O cognitivo ou textos simples? Além desse nível, existe
prepara para a aquisição do conhecimento; outro, menos diretamente observável, mas
a comunicação envolve as relações, a de importância pedagógica inequívoca: o
presencialidade, os vínculos e as transições. desenvolvimento potencial ou proximal.
Trata-se, aqui, de inferir a capacidade de
realizar tarefas e resolver problemas com
ajuda ou mediação de outros. De imediato,
VÍDEO
26:34 ressalve-se que o termo potencial não se
O que é a BNCC? confunde com qualquer noção inatista
pré-determinada; expressa o campo do
desenvolvimento ‘possível’, em condições e
contextos favoráveis.

30:37 A gente não transforma as


competências em conteúdo, elas
vão sendo desenvolvidas.

Conforme definido na Lei de Diretrizes


e Bases da Educação Nacional (LDB,
Lei nº 9.394/1996), a Base deve nortear
os currículos dos sistemas e redes de EXERCÍCIO DE FIXAÇÃO
ensino das Unidades Federativas, como
também as propostas pedagógicas de Assinale a alternativa correta a
todas as escolas públicas e privadas de respeito da educação socioemocional:
Educação Infantil, Ensino Fundamental
e Ensino Médio, em todo o Brasil. Para Escola e Família são responsáveis.
assistir, clique aqui.
Somente a família é responsável.

A escola é quem promove, sem a


participação da família.

A criança desenvolve individual-


mente a partir de suas experiências.

22
AULA 3 • PARTE 3

00:16 Competências socioemocionais


na escola

Não precisamos inventar uma nova escola,


trabalhar as competências socioemocionais
devem ser a partir do cotidiano, dos
PALAVRAS-CHAVE problemas que surgem no dia a dia.
01:15
Na educação infantil, temos que tomar
Ato falho: Lapso freudiano no os eixos estruturantes – interações e
qual uma fala expressa difere do brincadeiras – como foco e devem ser
significado do qual a intenção assegurados os direitos de aprendizagem
consciente do sujeito desejaria
e desenvolvimento: conviver brincar,
expressar (algumas vezes, podendo
ser de significado contrário). participar, explorar, expressar e conhecer.
Os campos de experiência são a base
de toda a prática pedagógica: o eu,
Fase oral: É marcada pelo
o outro e o nós; o corpo, os gestos e
primeiro contato do bebê com o
mundo exterior, que é através da movimentos; traços, sons, cores e formas;
amamentação. É em contato com escuta, fala, pensamento e imaginação;
o seio da mãe que o bebê vai se espaços, tempos, quantidades, relações e
alimentar, se saciar, sentir conforto e transformações.
prazer. Por isso, ele passa a explorar e
conhecer os objetos por meio da boca
por volta dos três ou quatro meses de
idade.
FUNDAMENTO II
52:04
Introdução alimentar
Deve ser iniciada no sexto mês de vida,
conforme recomendação da Organização
Mundial de Saúde (OMS) e do Ministério
O campo da educação infantil 57:24 da Saúde. Até essa idade, o aleitamento
precisa dar voz ao invés de materno deve ser exclusivo e não há
reprimir. necessidade de nenhum outro alimento, nem
mesmo água, já que o leite da mãe supre
também as necessidades de hidratação
do bebê. Aos seis meses, recomenda-se
começar a introduzir outros alimentos na
dieta, ao mesmo tempo em que, na medida
do possível, o aleitamento continue até os 2
anos de idade.

A alimentação complementar deve ser


introduzida de maneira lenta e gradual.
Algumas crianças podem estranhar no início
e recusar determinados alimentos, o que é
normal, pois trata-se de uma experiência
totalmente nova para elas. Não devemos
forçar, se a criança recusa um alimento, ele
deve ser oferecido novamente em outra
ocasião.

23
EXERCÍCIO DE FIXAÇÃO O ideal é oferecer ao bebê uma alimentação
variada e rica em nutrientes, tanto macro
Conforme a BNCC, qual é a base (proteínas, carboidratos e gorduras) quanto
pedagógica na Educação Infantil? micro (ferro, zinco e vitaminas). Para tanto,
é preciso unir representantes dos quatro
Eixos estruturantes. grupos alimentares principais: hortaliças e
frutas, carnes e ovos, cereais e tubérculos
Direitos de aprendizagem. e grãos. Por outro lado, pelo menos até
os 2 anos é importante evitar itens como
Campos de experiência. frituras, enlatados, salsicha, refrigerantes,
café, salgadinhos, balas e açúcar adicionado
nos alimentos. O sal deve ser usado com
O currículo.
moderação, o mínimo possível. Para
temperar, a dica é utilizar ingredientes como
salsinha e cebolinha, e mesmo nesses casos,
sem exagero.

AULA 3 • PARTE 4

Brinquedo de menino e de menina 00:58


é um preconceito socialmente
construído.

VÍDEO
31:38
Competências socioemocionais
e evidências

Ensino Fundamental e Médio 16:51

O Ensino Fundamental é a etapa mais longa


da Educação Básica, portanto, abarca muitas
mudanças físicas, cognitivas, afetivas, sociais
e emocionais dos estudantes. Nessa fase,
Resposta desta página: alternativa 3.

a BNCC valoriza as situações lúdicas de


aprendizagem, apontando para a necessária
articulação com as experiências vivenciadas Como as competências
socioemocionais foram incluídas na
na educação infantil. A ampliação da
Base Nacional Comum Curricular
autonomia intelectual, compreensão de
(BNCC) e o que o desenvolvimento
normas e os interesses pela vida social,
delas pode agregar à vida adulta? Para
possibilitam lidar com os sistemas mais
assistir, clique aqui.
amplos, que dizem respeito às relações dos
sujeitos entre si, com a natureza, com a
história, com a cultura, com as tecnologia e
com o ambiente.

24
O Ensino Médio tem um conjunto de
competências e habilidades com o objetivo 26:39 Competências socioemocionais
de consolidar, aprofundar e ampliar a
Inteligência nas emoções é o
formação integral, atendendo às finalidades
gerenciamento das competências
dessa etapa e contribuindo para que os
socioemocionais. Todas as emoções são
estudantes possam construir e realizar seu
importantes e saber lidar com elas não
projeto de vida, em consonância com os
significa que não vamos senti-las.
princípios da justiça, da ética e da cidadania.
A escola representa o que também
acontece no cotiado externo, seja a
violência entre os estudantes ou a falta
de motivação dos profissionais. Portanto,
Saber lidar com uma emoção, não 27:21 precisamos entender essas realidades
significa não ter a emoção. paralelas para lidar com os problemas
e favorecimentos dentro do ambiente
escolar. Trabalhar com as competências
socioemocionais nos leva a criar estratégias
para diminuir o bullying, as variações de
humor dos alunos e professores, a falta de
Aquilo que acontece na escola é um 29:28 interesse nas aulas, entre outras questões.
ensaio do que acontece na vida.
Em suma, para a educação socioemocional
é preciso qualificar as rotinas pedagógicas,
sofisticar a forma de aproveitar o contexto
escolar e entender que o professor é
VÍDEO o principal agente na formação dos
36:40 estudantes.
Como trabalhar o
socioemocional na pandemia?

MOMENTO DINÂMICA
52:49
A professora convida os alunos a refletirem
sobre as questões: como você avalia sua
aprendizagem desde março de 2020?
Algo mudou? Como tem lidado com a
abertura para o novo? E com a consciência
e a autogestão? Com o engajamento com
Ansiedade, estresse, crise de pânico e os outros? Com a amabilidade? Com a
outros problemas emocionais foram estabilidade emocional?
potencializados durante a pandemia,
em toda a comunidade escolar, e a
educação socioemocional se mostrou
mais importante do que nunca. Para
assistir, clique aqui.

25
EXERCÍCIO DE FIXAÇÃO

Equilíbrio emocional é quando a


criança:

tem ausência de emoções


negativas, como a raiva e a tristeza.

compreende o que acorre, indepen-


dentemente do tipo de emoção.

aceita todas as situações como


parte da vida.

escolhe não reagir aos


acontecimentos negativos.
Resposta desta página: alternativa 2.

26
Artigos
Nesta página, você encontra links de artigos científicos, informativos
e vídeos sugeridos pelo professor PUCRS.

ARTIGO CIENTÍFICO

Chaves, C. M. , & Haiashida, K. A. (2021). Abordagem das competências


socioemocionais no ensino remoto. Ensino Em Perspectivas, 2(3), 1–10.

ARTIGO INTERATIVO

Córdova Pena, A., Alves, G., & Primi, R. (2020). Habilidades socioemocionais na
educação atual. Boletim Técnico Do Senac, 46(2).

VÍDEOS

Molly Wright: How every child can thrive by five

Experiência fundamental da infância - Conviver: Fotonovela

Experiência fundamental da infância - Conviver: Dicas práticas

Aprender: Dentro e fora da escola - Desenvolvimento infantil

Como integrar as competências socioemocionais ao currículo - Jennifer Adams

Base em 1 minuto - Afinal, o que é a Base?

27
Resumo da disciplina
Veja nesta página, um resumo dos principais conceitos vistos ao longo da disciplina.

AULA 1

As várias experiências da infância


devem ser entendidas como uma fonte
significativa de aprendizagem.

O léxico influencia o modo como


as pessoas interpretam a realidade
afetiva.

A brincadeira é o elemento chave de


apropriação no mundo.

AULA 2

Uma mesma situação externa da


lugar a diferentes reações.

A convivência modela a forma de estar


no mundo, os valores, a forma de reagir
e o comportamento.
O tempo histórico também faz com
que as emoções e a percepção mudem
e a gente avance em determinadas
direções.

AULA 3

As emoções são diretamente


relacionadas com a nossa vontade de
aprender.

O campo da educação infantil precisa


dar voz ao invés de reprimir.

O que acontece na escola é um ensaio


do que acontece na vida.

28
Avaliação
Veja as instruções para realizar a avaliação da disciplina.

Já está disponível o teste online da disciplina. O prazo para realização


é de dois meses a partir da data de lançamento das aulas. ​

Lembre-se que cada disciplina possui uma avaliação online.


A nota mínima para aprovação é 6. ​

Fique tranquilo! Caso você perca o prazo do teste online, ficará aberto
o teste de recuperação, que pode ser realizado até o final do seu curso.
A única diferença é que a nota máxima atribuída na recuperação é 8. ​
Pós-Graduação em
Neurociências, Educação e Desenvolvimento Infantil

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