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IPHAN

INSTITUTO DO PATRIMÔNIO HISTÓRICO E ARTÍSTICO NACIONAL

NOÇÕES DE GESTÃO E
ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA
LEI N. 8.112/1990
DIOGO SURDI

Diogo Surdi é formado em Administração Pública


e é professor de Direito Administrativo em
concursos públicos, tendo sido aprovado para
vários cargos, dentre os quais se destacam:
Auditor-Fiscal da Receita Federal do Brasil
(2014), Analista Judiciário do TRT-SC (2013),
Analista Tributário da Receita Federal do Brasil
(2012) e Técnico Judiciário dos seguintes
órgãos: TRT-SC, TRT-RS, TRE-SC, TRE-RS, TRT-
MS e MPU.

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NOÇÕES DE GESTÃO E ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA
Lei n. 8.112/1990
Prof. Diogo Surdi

SUMÁRIO
Lei N. 8.112 – Estatuto dos Servidores Públicos da União..................................6
1. Abrangência e Linha do Tempo..................................................................6
1.1. Concurso Público...................................................................................8
1.2. Provimento........................................................................................ 11
1.3. Posse................................................................................................ 19
1.4. Exercício............................................................................................ 24
1.5. Estágio Probatório............................................................................... 25
1.6. Estabilidade....................................................................................... 28
1.7. Vacância............................................................................................ 30
2. Remoção, Redistribuição e Substituição.................................................... 34
2.1. Remoção........................................................................................... 34
2.2. Redistribuição..................................................................................... 39
2.3. Substituição....................................................................................... 41
3. Direitos e Vantagens.............................................................................. 43
3.1. Vencimento e Remuneração.................................................................. 43
3.2. Indenizações...................................................................................... 47
3.2.1. Ajuda de Custo................................................................................ 48
3.2.2. Diárias............................................................................................ 49
3.3.3. Transporte....................................................................................... 50
3.2.4. Auxílio-moradia................................................................................ 51
3.3. Gratificações e Adicionais..................................................................... 52
3.3.1. Retribuição pelo Exercício de Função de Direção, Chefia e
Assessoramento........................................................................................ 53
3.3.2. Gratificação Natalina......................................................................... 53

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3.3.3. Adicional pelo Exercício de Atividades Insalubres, Perigosas ou Penosas... 54


3.3.4. Adicional pela Prestação de Serviço Extraordinário................................ 56
3.3.5. Adicional Noturno............................................................................. 56
3.3.6. Adicional de Férias........................................................................... 57
3.3.7. Gratificação por Encargo de Curso ou Concurso.................................... 58
3.4. Férias................................................................................................ 59
3.5. Licenças............................................................................................ 61
3.5.1. Licença por Motivo de Doença em Pessoa da Família............................. 62
3.5.2. Licença por Motivo de Afastamento do Cônjuge ou Companheiro ........... 63
3.5.3. Licença para o Serviço Militar............................................................. 63
3.5.4. Licença para Atividade Política............................................................ 64
3.5.5. Licença para Capacitação.................................................................. 65
3.5.6. Licença para Tratar de Interesses Particulares...................................... 65
3.5.7. Licença para Desempenho de Mandato Classista................................... 65
3.5.8. Licença para Tratamento de Saúde..................................................... 66
3.5.9. Licença à Gestante, à Adotante e Paternidade...................................... 67
3.5.4. Licença por Acidente em Serviço........................................................ 69
3.6. Afastamentos..................................................................................... 69
3.7. Concessões........................................................................................ 71
3.8. Direito de Petição................................................................................ 72
4. Regime Disciplinar................................................................................. 74
4.1. Deveres ............................................................................................ 75
4.2. Proibições.......................................................................................... 76
4.2.1. Infrações Puníveis com Advertência.................................................... 77
4.2.2. Infrações Puníveis com Suspensão...................................................... 79
4.2.3. Infrações Puníveis com Demissão....................................................... 80
4.3. Acumulação de Cargos......................................................................... 82

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4.4. Responsabilidades............................................................................... 85
4.5. Penalidades........................................................................................ 87
4.5.1. Prescrição....................................................................................... 90
4.5.2. Autoridades Competentes para Aplicação das Penalidades...................... 92
5. Processo Administrativo Disciplinar........................................................... 93
6. Seguridade Social do Servidor............................................................... 102
6.1. Beneficiários.................................................................................... 102
6.2. Benefícios....................................................................................... 105
6.2.1. Aposentadoria............................................................................... 105
6.2.2. Auxílio-natalidade.......................................................................... 108
6.2.3. Salário-família............................................................................... 108
6.2.4. Pensão.......................................................................................... 109
6.2.5. Auxílio-funeral............................................................................... 114
6.2.6. Auxílio-reclusão............................................................................. 115
Resumo.................................................................................................. 116
Questões de Concurso.............................................................................. 126
Gabarito................................................................................................. 138
Gabarito Comentado................................................................................ 139

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LEI N. 8.112 – ESTATUTO DOS SERVIDORES PÚBLICOS DA


UNIÃO

Olá, concurseiro(a), tudo bem? Espero que sim!

Na aula de hoje, estudaremos todos os detalhes da Lei n. 8.112/1990, norma

que estabelece o Estatuto dos Servidores Públicos da União.

Grande abraço e boa aula!

Diogo

1. Abrangência e Linha do Tempo

A Lei n. 8.112/1990 institui o regime jurídico dos servidores públicos civis

da União, das autarquias federais (inclusive as em regime especial) e das

fundações públicas federais. É por meio das disposições da mencionada lei,

dessa forma, que os servidores federais estatutários encontram todos os direitos e

garantias a eles conferidos, bem como os requisitos para o seu exercício.

No entanto, as disposições da Lei n. 8.112/1990 não se aplicam a todos os

agentes públicos, mas sim apenas aos servidores públicos civis federais, o que

implica dizer que os empregados públicos federais, regidos pela CLT, não estão

compreendidos dentro do campo de atuação do estatuto federal.

Da mesma forma, a norma não se aplica aos servidores públicos estatutários

dos demais entes federativos, tal como os estados e os municípios. Ainda que esses

servidores sejam regidos por um estatuto, caberá ao respectivo ente federativo,

por meio de lei, a sua edição.

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A Lei n. 8.112/1990 é aplicada A Lei n. 8.112/1990 não é aplicada


Aos servidores estatutários da Administração Aos empregados públicos federais, que
direta federal. são regidos pelas disposições da CLT.
Aos servidores das autarquias (inclusive as em Aos servidores públicos dos estados, do
regime especial) federais. Distrito Federal e dos municípios.
Aos servidores das fundações públicas federais. Aos militares.

1. (CESPE/TÉCNICO JUDICIÁRIO/TRE-MS/CONTABILIDADE/2013

A Lei n. 8.112/1990/1990 aplica-se

a) aos servidores públicos das empresas públicas.

b) aos servidores públicos das autarquias.

c) aos servidores temporários.

d) aos servidores públicos efetivos do Distrito Federal.

e) aos servidores públicos militares.

Letra b.

As disposições da Lei n. 8.112/1990 aplicam-se aos servidores da União, das autar-

quias e das fundações públicas federais.

A linha do tempo do serviço público é uma forma de compreendermos todo

o processo de ingresso, desenvolvimento e saída de um respectivo servidor no ser-

viço público. Por meio de sua análise, será possível ter uma visão global de todas

as etapas e compreender os diversos institutos aos quais os servidores federais

estão sujeitos.

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Dessa forma, a linha do tempo do serviço público compreende, basicamente, as

seguintes fases: concurso, provimento, posse, exercício, estágio probatório,

estabilidade e vacância.

1.1. Concurso Público

O concurso público é a forma objetiva de selecionar servidores, priman-

do pelo princípio da impessoalidade e assegurando igualdade de condições a todos

os candidatos.

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No entanto, não é de qualquer forma que tal processo pode ser realizado. Caso

assim o fosse, seria muito fácil para administradores mal-intencionados fraudar as

regras previstas e conceder certos favorecimentos para determinados candidatos,

desrespeitando gravemente a impessoalidade, princípio basilar de toda a atividade

administrativa.

Por isso mesmo é que a Lei n. 8.112/1990 se preocupou em estabelecer diver-

sas regras a serem observadas pela Administração Pública quando da realização

de concurso público. Tais regras, salienta-se, devem observar as disposições

constitucionais sobre a forma de realização dos concursos públicos, dispo-

sições estas de observância obrigatória para toda a Administração Pública.

Em seus arts. 11 e 12, a Lei n. 8.112/1990 assim estabelece:

Art. 11. O concurso será de provas ou de provas e títulos, podendo ser realizado
em duas etapas, conforme dispuserem a lei e o regulamento do respectivo plano de
carreira, condicionada a inscrição do candidato ao pagamento do valor fixado no edital,
quando indispensável ao seu custeio, e ressalvadas as hipóteses de isenção nele expres-
samente previstas.
Art. 12. O concurso público terá validade de até 2 (dois) anos, podendo ser pror-
rogado uma única vez, por igual período.
§ 1º O prazo de validade do concurso e as condições de sua realização serão fixados
em edital, que será publicado no Diário Oficial da União e em jornal diário de grande
circulação.
§ 2º Não se abrirá novo concurso enquanto houver candidato aprovado em concurso
anterior com prazo de validade não expirado.

Perceba que o concurso público poderá ser de provas ou de provas e títulos,

mas nunca, para os servidores regidos pela Lei n. 8.112/1990, poderá ser exclusi-

vamente de títulos.

Da mesma forma, o concurso terá validade de até dois anos, e a sua prorroga-

ção, que poderá ocorrer uma única vez, deverá ser pelo mesmo prazo inicialmente

previsto para a validade do certame.

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Aprendendo na prática

Poderá a Administração, por exemplo, realizar concurso com prazo de validade de

um ano, estabelecendo no edital que o prazo ali estabelecido poderá ser prorrogado

uma única vez, por igual período.

Assim, vencido o prazo do concurso, pode a Administração (trata-se de uma facul-

dade) prorrogar a validade do mesmo por mais um ano ou realizar um novo con-

curso.

E poderá a Administração publicar edital de concurso com o prazo de validade de

dois anos, improrrogáveis?

Perfeitamente, pois nenhuma regra foi desrespeitada. O que houve apenas foi que

a Administração, discricionariamente, optou por não estabelecer a possibilidade de

prorrogação.

E se fosse publicado um edital com prazo de um ano, estabelecendo a possibilidade

de prorrogação por três vezes e estando, por isso mesmo, com prazo total inferior

a quatro anos, seria válido?

Ainda que o prazo total de quatro anos não tenha sido superado (2 + 2), foi desres-

peitada a regra de uma única prorrogação, devendo o edital ser considerado nulo

nesse aspecto.

E se houver um edital regulamentando um concurso e estabelecendo como prazo

de validade dois anos, com a possibilidade de prorrogação por um ano. Estaria a

Administração, nessa situação, respeitando a Lei n. 8.112/1990?

Aqui, há uma situação interessante: uma única prorrogação e o prazo total respei-

tado. No entanto, além dessas regras, não podemos nos esquecer de que a pror-

rogação, em todos os casos, deve ser pelo mesmo período inicialmente previsto no

edital: 1 ano + 1 ano, 2 anos + 2 anos, 6 meses + 6 meses.

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1.2. Provimento

Realizado o concurso, é o momento de a Administração chamar os candidatos

aprovados. Tal como ocorre com o prazo de validade, uma série de regras devem

ser estabelecidas pela respectiva Administração.

Dessa forma, o provimento dos cargos públicos far-se-á mediante ato da auto-

ridade competente de cada Poder, que deverá observar, conforme as regras esta-

belecidas no edital, um limite mínimo de provimentos para as pessoas portadoras

de deficiência.

Tal limite, atualmente, é de até 20% das vagas oferecidas no concurso.

Situação interessante ocorre com a possibilidade de os estrangeiros ocuparem

cargos públicos. Com a entrada em vigor da Emenda Constitucional n. 19, o art. 37,

I, da Constituição Federal passou a vigorar da seguinte forma:

Art. 37. A administração pública direta e indireta de qualquer dos Poderes da União,
dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios obedecerá aos princípios de legalidade,
impessoalidade, moralidade, publicidade e eficiência e, também, ao seguinte:
I – os cargos, empregos e funções públicas são acessíveis aos brasileiros que pre-
encham os requisitos estabelecidos em lei, assim como aos estrangeiros, na
forma da lei.

O inciso se trata de uma norma constitucional de eficácia limitada, carecendo de

regulamentação para que possa produzir efeitos jurídicos.

No âmbito federal, coube à Lei n. 8.112/1990 estabelecer, em seu artigo 5º, §

3º, as situações em que os estrangeiros poderão ocupar cargos públicos.

As universidades e instituições de pesquisa científica e tecnológica federais poderão


prover seus cargos com professores, técnicos e cientistas estrangeiros, de acordo
com as normas e os procedimentos desta Lei.

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Claramente se percebe que o objetivo da norma federal foi incentivar a pesquisa e

o desenvolvimento tecnológico nacional, possibilitando que profissionais qualificados

de outros países incrementem o desenvolvimento nacional em determinadas áreas.

A Lei n. 8.112/1990 estabelece diversas formas de provimento de cargo pú-

blico: a nomeação, a promoção, a readaptação, a reversão, o aproveitamento, a

reintegração e a recondução.

Destas, apenas a nomeação é considerada forma originária de provimento,

sendo que todas as demais são classificadas como forma de provimento derivadas.

De acordo com Celso Antônio Bandeira de Mello, as formas de provimento deri-

vado previstas no estatuto federal podem ser classificadas em vertical, horizon-

tal ou por reingresso.

Nessa classificação, a forma de provimento derivado vertical seria aquela

em que o servidor, já atuando na Administração Pública, passa para um cargo de

nível mais elevado na carreira. Trata-se, em nosso ordenamento, da promoção.

O provimento derivado horizontal, por sua vez, ocorre quando o servidor não

ascende nem é rebaixado profissionalmente, mas sim posicionado em um cargo com

as mesmas atribuições e responsabilidades do anteriormente ocupado. Das hipóte-

ses da Lei n. 8.112/1990, apenas a readaptação se enquadra em tal classificação.

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Por fim, há as formas de provimento derivado por reingresso, que são aque-

las em que o servidor retorna para o serviço público após ter sido dele desligado.

São classificadas nessa categoria a reversão, a recondução, a reintegração e

o aproveitamento.

Como forma de facilitar a compreensão das formas de provimento previstas na

Lei n. 8.112/1990, veremos cada uma delas a seguir.

Trata-se a nomeação do modo clássico de prover o servidor no cargo público,


podendo ocorrer tanto para os cargos efetivos quanto para os cargos em comissão.
No caso dos cargos efetivos, também chamados de cargo isolado de provimento
efetivo ou cargo de carreira, a nomeação, necessariamente, precisa de aprova-
ção em concurso público anteriormente realizado.
Para os cargos em comissão, uma vez que são considerados como de livre nome-
Nomeação
ação e exoneração, tal característica nem sempre está presente.
E isso ocorre porque os cargos em comissão são destinados às funções de dire-
ção, chefia e assessoramento, podendo, por isso mesmo, ser livremente escolhi-
dos pela autoridade nomeante, que pode optar por provê-los com um servidor
de carreira ou com uma pessoa até então estranha aos quadros funcionais do
serviço público.

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A promoção ocorre quando o servidor é elevado para outra classe no âmbito da


mesma carreira, ocorrendo, com o provimento, a vacância no cargo de classe
mais baixa e o provimento no cargo de classe mais alta.
Como resultado, tem-se que ocorre simultaneamente uma vacância e um provi-
mento, não gerando saldo a ser reposto pela Administração.
Vejamos o seguinte exemplo: no âmbito do Poder Judiciário, os cargos são estru-
turados em três classes, sendo elas denominadas de A, B e C. Cada uma dessas
Promoção classes é subdividida em padrões, de forma que o servidor, ao entrar em exercí-
cio, ocupa a classe inicial A e o padrão inicial 1.
Após o período de um ano de efeito exercício, o servidor passa para o padrão sub-
sequente, permanecendo, contudo, na mesma classe.
No nosso caso, o servidor passou de A1 para A2. Ao chegar ao último padrão da
classe a que pertence, no entanto, há a passagem de uma classe para outra da
carreira, oportunidade em que ocorre a promoção.
Com ela, o servidor, que até então ocupava a classe A, passa a ocupar a classe B.

A readaptação ocorre quando o servidor sofre uma limitação em sua capaci-


dade física ou mental, mas ainda pode trabalhar, não sendo o caso de apo-
sentadoria.
Como exemplo, podemos citar um acidente no qual o servidor ficou impossibi-
litado de digitar. Se anteriormente tal servidor era responsável pela confecção
das intimações e citações no órgão em que atuava, não há, com a limitação
ocorrida, a possibilidade de o servidor continuar exercendo tais atividades.
Mas perceba que o servidor não está impossibilitado para o serviço público,
podendo perfeitamente exercer atividades que não exijam o esforço repeti-
tivo de digitação.
Readaptação
Nessa situação, a Administração coloca o servidor em um cargo compatível
com a limitação sofrida. No entanto, para que isso seja possível, devem ser
observadas algumas características, conforme estabelece o art. 24, § 2º, da
Lei n. 8.112/1990:
“A readaptação será efetivada em cargo de atribuições afins, respeitada a
habilitação exigida, nível de escolaridade e equivalência de vencimentos e, na
hipótese de inexistência de cargo vago, o servidor exercerá suas atribuições
como excedente, até a ocorrência de vaga.”
Caso o servidor seja considerado incapaz para o serviço público, ocorrerá a
aposentadoria do respectivo agente público.

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Reversão é o retorno à atividade do servidor anteriormente aposentado, desde


que atendidas as regras estabelecidas pelo Poder Executivo e desde que o servi-
dor não tenha atingido a idade de 70 anos.
Tal forma de provimento pode ocorrer de duas formas:
1) Por invalidez, quando junta médica oficial declarar insubsistentes os motivos
da aposentadoria.
2) No interesse da Administração, desde que, nesse caso, o servidor obedeça a
uma série de regras:
a) tenha solicitado a reversão;
b) a aposentadoria tenha sido voluntária;
c) estável quando na atividade;
Reversão d) a aposentadoria tenha ocorrido nos cinco anos anteriores à solicitação;
e) haja cargo vago.
Como não poderia deixar de ser, a reversão será feita para o mesmo cargo ante-
riormente ocupado pelo servidor, ou então para o cargo resultante de uma pos-
sível transformação.
Com a reversão, o servidor volta a receber a remuneração que anteriormente
recebia, com todas as vantagens de caráter pessoal eventualmente existentes.
No caso de reversão por invalidez, tendo a junta médica declarado que os moti-
vos alegados pelo servidor, para aposentar-se, são insubsistentes, deverá ele
retornar para o serviço público ainda que não haja cargo vago, em plena sintonia
com o princípio da indisponibilidade do interesse público.
Nessa situação, deverá o servidor exercer suas atribuições como excedente.

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O aproveitamento pode ser entendido como o chamado, feito pela Adminis-


tração Pública, para que o servidor público em disponibilidade volte a exer-
cer suas atividades.
Tal forma de provimento encontra previsão no art. 30 da Lei n. 8.112/1990,
que assim dispõe:
Aproveitamento
“O retorno à atividade de servidor em disponibilidade far-se-á mediante
aproveitamento obrigatório em cargo de atribuições e vencimentos compa-
tíveis com o anteriormente ocupado.”
Não entrando em exercício no prazo legal, a disponibilidade será cassada e
o respectivo aproveitamento será tornado sem efeito.

Recondução é a forma de provimento em que ocorre o retorno do servidor ao


cargo anteriormente ocupado.
Duas são as situações, de acordo com o art. 29 da Lei n. 8.112/1990, que
ensejam a recondução do servidor, sendo que ambas decorrem da estabilidade
por ele alcançada no serviço público.
“Recondução é o retorno do servidor estável ao cargo anteriormente ocupado
e decorrerá de: I – inabilitação em estágio probatório relativo a outro cargo;
II – reintegração do anterior ocupante.”
Recondução Em ambas as situações apresentadas, o servidor público federal já é estável no
serviço público, de forma que uma possível inabilitação em estágio probatório
relativo a outro concurso por ele prestado não possui o efeito, por si só, de
acarretar a exoneração do servidor.
Da mesma forma, caso ele passe a exercer as atribuições de um cargo até
então ocupado por um servidor demitido, e este, posteriormente, consiga
anular a sua demissão na Justiça, sendo reintegrado ao cargo que ocupava,
não poderá o servidor estável ser exonerado, devendo ser reconduzido ao
cargo onde adquiriu a estabilidade.

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Ressalta-se que a possibilidade de recondução não é um direito extensí-

vel, por analogia, aos servidores estatutários das demais esferas federati-

vas. Dessa forma, para que a recondução seja possível, deverão os entes estabele-

cer tal previsão nos respectivos estatutos funcionais de seus servidores, conforme

entendeu o STJ no julgamento do RMS n. 46.438, realizado em 2015:

Não é possível a aplicação, por analogia, do instituto da recondução previsto no art. 29, I,
da Lei 8.112/1990 a servidor público estadual na hipótese em que o ordenamento jurídico
do estado for omisso acerca desse direito. Isso porque a analogia das legislações estadu-
ais e municipais com a Lei 8.112/1990 somente é possível se houver omissão no tocante
a direito de cunho constitucional autoaplicável que seria necessário para suprir a omissão
da legislação estadual, bem como que a situação não dê azo ao aumento de gastos.

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Lei n. 8.112/1990
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A reintegração consiste no retorno do servidor anteriormente demitido ao


cargo anteriormente ocupado ou no cargo resultante de sua transformação,
com ressarcimento de todas as vantagens.
Para isso, a demissão deverá ter sido invalidada por decisão administrativa
ou judicial.
Grande controvérsia reside nos efeitos da reintegração para o servidor even-
tualmente ocupante da vaga decorrente de demissão.
Isso porque a Lei n. 8.112/1990 determina que “encontrando-se provido o
cargo, o seu eventual ocupante será reconduzido ao cargo de origem, sem
direito à indenização ou aproveitado em outro cargo, ou, ainda, posto em dis-
ponibilidade”.
Vejamos: um servidor X é demitido e entra com uma ação judicial de reinte-
gração. A Administração Pública nomeia o servidor Y para o cargo vago, que
Reintegração
passa a exercer normalmente suas atribuições.
Posteriormente, o servidor X ganha na Justiça o direito de ser reintegrado
com todas as vantagens.
E o que acontece com o servidor Y, caso este ainda não seja estável e, por
isso mesmo, não puder ser reconduzido ou posto em disponibilidade?
Durante muito tempo, a doutrina chegou a afirmar que caberia a cada ente
federativo disciplinar os efeitos dessa situação, sendo que diversas constituições
estaduais e leis orgânicas afirmavam que o servidor deveria ser exonerado.
Nos dias atuais, percebe-se que a possibilidade de exoneração não é viável,
haja vista que o novo servidor é um terceiro de boa-fé que não pode ser pre-
judicado por atos anteriores da Administração.
Dessa forma, em caso de reintegração, o eventual servidor não estável deverá
ser mantido como excedente.

2. (CESPE/CONTADOR/FUB/2015) Maria, servidora pública federal estável, inte-

grante de comissão de licitação de determinado órgão público do Poder Executivo

federal, recebeu diretamente, no exercício do cargo, vantagem econômica indevida

para que favorecesse determinada empresa em um procedimento licitatório. Após o

curso regular do processo administrativo disciplinar, confirmada a responsabilidade

de Maria na prática delituosa, foi aplicada a pena de demissão.

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Lei n. 8.112/1990
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Considerando essa situação hipotética, julgue o item a seguir, com base na legisla-

ção aplicável ao caso.


Caso a penalidade aplicada seja posteriormente invalidada por meio de sentença
judicial, Maria deverá ser reintegrada ao cargo anteriormente ocupado.

Certo.
A reintegração trata-se da reinvestidura do servidor estável no cargo anteriormente
ocupado, ou no cargo resultante de sua transformação, quando invalidada a sua demis-
são por decisão administrativa ou judicial, com ressarcimento de todas as vantagens.

1.3. Posse

Ocorrendo a nomeação, que deve ser publicada no Diário Oficial da União, o


nomeado tem o prazo de 30 dias para tomar posse. Caso não tome posse
no prazo legal, o ato de nomeação será declarado sem efeito, uma vez que a
pessoa nomeada ainda não é considerada servidora pública, fato que apenas ocorre
com a posse.

Constitui a posse, dessa forma, o momento em que os candidatos aprovados

e anteriormente nomeados têm o primeiro contato com a Administração Pública,

passando, a partir de então, a serem servidores públicos e estando legalmente in-

vestidos em cargo público.

Nesse sentido, merece destaque os conceitos de cargo e de servidor público

apresentados pela Lei n. 8.112/1990, conforme se observa nos arts. 2º e 3º da

norma:

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Art. 2º Para os efeitos desta Lei, servidor é a pessoa legalmente investida em cargo
público.
Art. 3º Cargo público é o conjunto de atribuições e responsabilidades previstas na es-
trutura organizacional que devem ser cometidas a um servidor.

Assim, podemos definir servidor público como a pessoa anteriormente apro-

vada em concurso público, nomeada (ato de provimento) e que dentro do

prazo legal (30 dias) tomou posse perante a autoridade competente.

Ao se tornar servidor, o particular passa a ser titular de um cargo público, que

é o conjunto de responsabilidades e atribuições, definidas em lei, que o agora

agente público terá na sua carreira profissional.

Os cargos públicos, ainda que sejam, em sua maioria, providos para efetivo

exercício, podem também ser utilizados para provimento em comissão.

O provimento em comissão é utilizado pela Administração Pública para as fun-

ções de direção, chefia e assessoramento, oportunidades em que as pessoas desig-

nadas poderão ou não já ser integrantes do serviço público.

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3. (CESPE/BACEN/2013/TÉCNICO DE SUPORTE) Julgue o seguinte item, acerca do

servidor público.

Servidor é toda pessoa legalmente investida em cargo público.

Certo.

A Lei n. 8.112/1990 estabelece o conceito de servidor público em seu artigo 2º:

“para os efeitos desta Lei, servidor é a pessoa legalmente investida em cargo pú-

blico”.

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Lei n. 8.112/1990
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A Lei n. 8.112/1990 apresenta, ainda, regras procedimentais sobre a forma

como ocorrerá a posse dos servidores públicos. Nesse sentido é o teor dos arts. 13

e 14 da norma federal:

Art. 13.  A posse dar-se-á pela assinatura do respectivo termo, no qual deverão


constar as atribuições, os deveres, as responsabilidades e os direitos inerentes ao cargo
ocupado, que não poderão ser alterados unilateralmente, por qualquer das partes, res-
salvados os atos de ofício previstos em lei.
§ 3o A posse poderá dar-se mediante procuração específica.
§ 4o Só haverá posse nos casos de provimento de cargo por nomeação.
§ 5o No ato da posse, o servidor apresentará declaração de bens e valores que consti-
tuem seu patrimônio e declaração quanto ao exercício ou não de outro cargo, emprego
ou função pública.
Art. 14.  A posse em cargo público dependerá de prévia inspeção médica oficial.
Parágrafo único.  Só poderá ser empossado aquele que for julgado apto física e men-
talmente para o exercício do cargo.

4. (CESPE/TÉCNICO JUDICIÁRIO/TRE-GO/2015) Alice, aprovada em concurso pú-

blico para o cargo de técnico administrativo de um TRE, precisa acompanhar ci-

rurgia de ente familiar que ocorrerá no mesmo dia em que foi marcada sua posse.

Nessa situação, Alice poderá nomear, por procuração específica, alguém que a re-

presente no ato da posse.

Certo.

De acordo com o art. 13, § 3º, da norma federal, “a posse poderá dar-se me-

diante procuração específica”. Logo, poderá Alice constituir procurador para o

ato da posse.

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A Lei n. 8.112/1990, no art. 5º, relaciona os requisitos que devem obrigatoria-

mente ser exigidos para que possa ocorrer a investidura em cargo público. Tais

requisitos devem ser comprovados no momento da posse, sendo inconsti-

tucional norma que estabeleça outro momento para a sua exigência, tal como a

inscrição ou a data da realização das provas.

Nos termos da lei, são os seguintes os requisitos exigidos na data da posse: a

nacionalidade brasileira; o gozo dos direitos políticos; a quitação com as

obrigações militares e eleitorais; o nível de escolaridade exigido para o

exercício do cargo; a idade mínima de dezoito anos; aptidão física e mental.

Frisa-se que a lista apresentada não é exaustiva, podendo ser exigidos, em vir-

tude das atribuições do cargo, outros requisitos estabelecidos em lei, tal como a

comprovação de experiência mínima no ramo de atividade e a aprovação em curso

de formação.

5. (CESPE/TEC/AE/DPU/2016) Em relação ao regime jurídico dos cargos, empregos

e funções públicas e às disposições da Lei n. 8.112/1990/1990, julgue o item que

se segue.

A investidura em cargo público ocorre com a posse.

Certo.

Com a posse, o particular passa a ter vínculo com o Poder Público, passando a ser

considerado, para o cargo em que foi empossado, servidor público.

Art. 7º A investidura em cargo público ocorrerá com a posse.

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1.4. Exercício

Ocorrendo a posse, há a investidura de mais um servidor para os quadros


funcionais da Administração Pública Federal. E como forma do servidor conhe-
cer o local da repartição para onde foi nomeado e se organizar melhor com relação
a mudanças, hospedagem e demais procedimentos, a Lei n. 8.112/1990 faculta
ao servidor o prazo de 15 dias, contados da posse, para a entrada em exer-
cício.
Caso o servidor anteriormente empossado não entre em exercício no prazo le-
gal, haverá, ao contrário do que ocorre com a nomeação, a exoneração do servidor,
uma vez que, conforme anteriormente mencionado, a posse é o momento em que
o particular passa a constar nos assentamentos funcionais da Administração, sendo
considerado, a partir de então, servidor público.
Com a nomeação isso não ocorre, tratando-se esta, apenas, de uma forma de
“chamar” o candidato nomeado. Por isso mesmo, caso o particular não atenda ao
chamado público, o ato apenas será tornado sem efeito, acarretando, como conse-
quência, a nomeação do candidato classificado na posição subsequente.
Tais institutos podem ser mais bem visualizados, com os seus respectivos efei-
tos, por meio do gráfico a seguir:

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Constitui o exercício o efetivo desempenho do cargo público ou da fun-

ção de confiança. Nos termos da Lei n. 8.112/1990, compete à autoridade para

onde foi nomeado o servidor todas as instruções e orientações necessárias para

que o servidor preste suas atividades adequadamente.

É durante o exercício do servidor que todas os demais institutos se fazem pre-

sentes, de forma que passa ele a contar com uma série de direitos e de obrigações,

submetendo-se a um período de estágio probatório e adquirindo, caso cumpra os

requisitos previstos em lei, a estabilidade.

1.5. Estágio Probatório

A partir da data em que entra em exercício, inicia-se, para o servidor ocupante

de cargo efetivo, o estágio probatório, período de avaliação no qual diversos fa-

tores são levados em conta para a verificação da aptidão e da capacidade do agente

público.

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O instituto do estágio probatório está intimamente ligado ao princípio da eficiên-

cia, sendo um dos momentos em que a Administração pode verificar se o servidor

atende às condições por ela exigidas.

Tais condições, de acordo com a Lei n. 8.112/1990, são as seguintes: assidui-

dade; disciplina; capacidade de iniciativa; produtividade; responsabilida-

de.

Ainda que o texto da Lei n. 8.112/1990 afirme que o período de estágio pro-

batório é de 24 meses, deve-se ressaltar que, com a entrada em vigor da Emenda

Constitucional n. 19, ocorrida em 1998, o período para aquisição da estabilida-

de passou a ser de três anos.

Assim, ainda que a Constituição Federal nada mencione acerca do período ne-

cessário para a aquisição de estabilidade, o entendimento esposado por toda a

doutrina majoritária é de que o período de estágio probatório deve ser de três anos,

sendo este o prazo utilizado, atualmente, no âmbito do serviço público federal.

Durante o estágio probatório, o servidor faz jus a uma grande quantidade de di-

reitos, tais como as licenças e os afastamentos. As exceções, como não poderia ser

diferente, são muito exigidas pelas bancas organizadoras. Para facilitar a assimila-

ção, relaciona-se a seguir as licenças e os afastamentos que podem ou não ser usu-

fruídos pelos servidores públicos federais que se encontrem em estágio probatório.

Licenças e afastamentos passíveis de uti- Licenças e afastamentos que não podem


lização no estágio probatório ser utilizados no estágio probatório
Licença por motivo de doença em pessoa da
Licença para capacitação.
família.
Licença por motivo de afastamento do cônjuge
Licença para tratar de interesses particulares.
ou companheiro.

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Licença para desempenho de mandato clas-


Licença para o serviço militar.
sista.
Licença para atividade política.

Afastamento para exercício de mandato eletivo.

Afastamento para estudo ou missão no exterior.


Afastamento para servir em organismo inter-
nacional de que o Brasil participe ou com o
qual coopere.

Uma forma bastante conhecida de memorizar as situações apresentadas é por

meio das licenças e afastamentos que não podem ser concedidas ao servidor, que,

em conjunto, formam o mnemônico “MA-TRA-CA”, ou seja, mandato classista,

tratamento de interesses particulares e capacitação.

A avaliação do servidor que se encontra em estágio probatório deve ser periódi-

ca e de acordo com a periodicidade prevista em regulamento de cada órgão. Quatro

meses antes de findo o período do estágio, a avaliação de desempenho do servidor,

que será realizada por comissão constituída para esta finalidade, será submetida à

homologação da autoridade competente.

Tendo o servidor sido aprovado no estágio probatório, passa a adquirir a estabi-

lidade, que, ressalta-se, vale para todo o serviço público, e não apenas para o cargo

público que o servidor eventualmente ocupa.

Caso não seja aprovado, os efeitos, para o servidor, poderão ser dois:

• caso o servidor já seja estável, terá ele direito de ser reconduzido ao

cargo anteriormente ocupado. Nessa hipótese, caso o cargo anteriormen-

te ocupado já esteja preenchido por outra pessoa, o servidor inabilitado será

aproveitado em outro, a critério da Administração;

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• caso o servidor não seja estável, a inabilitação no estágio probatório acar-

reta a exoneração do cargo público, oportunidade em que o vínculo com o

Poder Público é rompido.

1.6. Estabilidade

A estabilidade constitui uma das principais garantias dos servidores públicos

estatutários. Por meio dela, objetiva-se proporcionar que o servidor desempenhe

suas atribuições sem a coação das autoridades superiores, que, não fosse a es-

tabilidade, poderiam condicionar determinados comportamentos dos servidores à

exoneração do cargo público.

Como anteriormente mencionado, a estabilidade ocorre no âmbito do ser-

viço público, e não do cargo em que o servidor se encontra investido. Nesse

sentido, merece destaque o entendimento de José dos Santos Carvalho Filho:

A estabilidade é instituto que guarda relação com o serviço, e não com o cargo. Emana
daí que, se o servidor já adquiriu estabilidade no serviço ocupando determinado cargo,
não precisará de novo estágio probatório no caso de permanecer em sua carreira, cujos
patamares são alcançados normalmente pelo sistema de promoções.

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Não se trata a estabilidade, no entanto, de uma regra absoluta, uma vez que

não existem direitos e garantias com essa qualidade.

Caso assim o fosse, estaríamos diante de um sério risco de engessamento do

serviço público, com a possibilidade surreal de existir servidores praticando faltas

graves contra a Administração sem a possibilidade de demissão.

Para que isso não ocorra, a Lei n. 8.112/1990 estabelece, no art. 22, as hipóte-

ses em que o servidor público federal estável poderá perder o cargo:

O servidor estável só perderá o cargo em virtude de sentença judicial transitada


em julgado ou de processo administrativo disciplinar no qual lhe seja assegu-
rada ampla defesa.

Além delas, há duas outras possibilidades extraídas do texto da Constituição

Federal, sendo elas o procedimento de avaliação periódica e a redução de despe-

sas quando os entes federativos não observarem o limite máximo de gastos com

pessoal.

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1.7. Vacância

As diversas hipóteses de vacância são situações em que o servidor público

deixa o cargo público anteriormente ocupado. Tais situações podem ser de

caráter definitivo, oportunidade em que o agente estatal rompe o seu vínculo com

o Poder Público, ou então tratar-se de hipóteses em que ocorre a simples troca dos

cargos ocupados pelo servidor.

Vejamos, tal como feito com as situações de provimento, as hipóteses de va-

cância previstas no estatuto federal, que podem ser melhor visualizadas por meio

da tabela adiante.

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A exoneração não se trata de uma forma de punição do agente público, mas


sim do rompimento do vínculo mantido entre o servidor e a Administração
Pública Federal. Tal forma de vacância pode ocorrer de maneira voluntária ou
involuntária.
É voluntária quando a exoneração ocorre a pedido do servidor. Tratando-se de
exoneração de ofício, de iniciativa do Poder Público, estaremos diante da exo-
neração involuntária.
De acordo com a Lei n. 8.112/1990, apenas em duas situações haverá a exo-
Exoneração
neração involuntária (de ofício) do servidor público ocupante de cargo efetivo:
a) Quando não satisfeitas as condições do estágio probatório;
b) Quando, tendo tomado posse, o servidor não entrar em exercício no prazo
estabelecido, que é de 15 dias.
Quando se tratar de cargo em comissão, tendo em vista que estes são de livre
nomeação e exoneração e possuem a característica da transitoriedade, a exo-
neração poderá ocorrer, a qualquer tempo, a pedido do servidor (voluntária) ou
de ofício, no interesse da Administração (involuntária).

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Ao contrário da exoneração, que é a saída não punitiva do servidor, as situa-


ções que acarretam a demissão são hipóteses previstas em lei em que o servi-
dor comete alguma infração disciplinar ou não observa determinadas normas
Demissão previstas no estatuto funcional.
A depender da gravidade da conduta, conforme será visto oportunamente, a
demissão acarretará a impossibilidade de o servidor retornar ao serviço público
dentro do prazo de cinco anos ou até mesmo indefinidamente.

Trata-se da forma de vacância natural, na qual o servidor, após atender às


Aposentadoria condições previstas na Constituição Federal, rompe o seu vínculo com o
Poder Público, passando a receber proventos decorrentes da inatividade.

Com o falecimento, ocorre a vacância no cargo público, que será, após a publi-
Falecimento
cação no Diário Oficial, objeto de preenchimento por novo servidor público.

A posse em cargo inacumulável trata-se da hipótese de vacância em que o servi-


dor público deixa de ocupar um cargo público para ingressar, sem quebra de vín-
culo com o Poder Público, em outro órgão ou entidade do mesmo ente federativo.
Como exemplo, podemos apresentar um particular que tenha sido aprovado
para o cargo de técnico judiciário de um tribunal do Poder Judiciário federal.
Posteriormente, o servidor é aprovado para o cargo de auditor-fiscal da
Receita Federal do Brasil, cargo que, ainda que integrante do Poder Execu-
Posse em cargo
tivo, pertence à mesma esfera federativa.
inacumulável
Nessa situação, como forma de não perder o tempo de serviço público pres-
tado como técnico judiciário, bem como utilizar os dias trabalhados na con-
tagem de férias e demais verbas acessórias, o servidor solicita vacância no
órgão de origem com base em posse em cargo inacumulável.
Caso, em sentido oposto, ele apenas tivesse solicitado exoneração, haveria a
quebra do vínculo com Poder Público, sujeitando-se o servidor às eventuais
regras instituídas antes da sua investidura no novo cargo.

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Como vimos nas hipóteses de provimento, com a promoção, o servidor é alçado


a uma nova classe na carreira, de forma que o cargo anteriormente ocupado
Promoção fica vago.
Por isso mesmo, essa é uma das hipóteses em que ocorre, simultaneamente,
um provimento e uma vacância.

Da mesma forma como ocorre com a promoção, a readaptação é uma forma


tanto de provimento quanto de vacância.
Vejamos: se o servidor sofreu uma limitação (física ou mental) e tem que ser
aproveitado em um cargo compatível com a limitação sofrida, é certo que o
Readaptação
cargo anteriormente ocupado pelo servidor ficará vago.
Dessa forma, a Administração coloca o servidor em um cargo compatível com
a limitação sofrida (provimento), ao passo que o cargo anteriormente ocupado
fica vago para ser ocupado por outra pessoa (vacância).

Das hipóteses apresentadas pela Lei n. 8.112/1990 como situações de vacância,

duas delas constituem, da mesma forma, hipóteses de provimento, sendo elas a

readaptação e a promoção.

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2. Remoção, Redistribuição e Substituição

2.1. Remoção

A remoção pode ser entendida como o “deslocamento do servidor, a pe-

dido ou de ofício, no âmbito do mesmo quadro, com ou sem mudança de

sede”, conforme determina o art. 36 da Lei n. 8.112/1990.

Do conceito legal, nota-se que a remoção (que não é uma forma de provimento

em cargo público), pode ocorrer tanto por iniciativa do servidor quanto por

iniciativa do Poder Público. Nesse mesmo sentido, poderá a remoção dar-se

com ou sem a mudança da sede onde o servidor desempenha suas atribuições.

Na remoção de ofício, é o interesse da Administração que é levado em conta,

sem margem de opção para a análise da vontade do servidor.

Na remoção a pedido, em sentido oposto, é a vontade do servidor que é leva-

da em conta, tratando-se de um ato, via de regra, discricionário do Poder Público.

Por isso mesmo, a Administração deve levar em conta a conveniência e a oportuni-

dade para deferir ou não o pedido de remoção.

Em determinadas situações, no entanto, haverá a remoção por iniciativa do

servidor sem que possa a Administração analisar o mérito da questão, tratando-se,

por isso mesmo, de um ato vinculado e que deve, obrigatoriamente, ser deferido

pelo Poder Público.

Três são as situações, de acordo com a Lei n. 8.112/1990 (art. 36, III), que

ensejam o deferimento da remoção independente da vontade da administração:

• para acompanhar cônjuge ou companheiro, também servidor público ci-

vil ou militar, de qualquer dos Poderes da União, dos estados, do Distrito Fe-

deral e dos municípios, que foi deslocado no interesse da Administração;

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• por motivo de saúde do servidor, cônjuge, companheiro ou dependente

que viva às suas expensas e conste do seu assentamento funcional, condicio-

nada à comprovação por junta médica oficial;

• em virtude de processo seletivo promovido, na hipótese em que o núme-

ro de interessados for superior ao número de vagas, de acordo com normas

preestabelecidas pelo órgão ou entidade em que aqueles estejam lotados.

Da análise das hipóteses de remoção, verifica-se que quando a Administração,

de ofício, resolve remover o servidor, o que está sendo levado em conta é apenas

a vontade do próprio poder estatal, independentemente de o servidor concordar ou

não com tal procedimento.

Já na remoção a pedido, há duas possibilidades: o pedido ter sido formulado

pelo servidor e haver a possibilidade de a Administração aceitar ou não tal situação,

com base no interesse desta, e a situação em que o pedido de remoção ocorre por

parte do servidor, não restando alternativa para a Administração Pública que não

seja o seu deferimento.

Nessa última hipótese, ou seja, quando a Administração se encontra vinculada

ao pedido do servidor público, princípios basilares como a saúde e a manutenção

do núcleo familiar são levados em conta.

Aprendendo na prática

Na hipótese da remoção para acompanhar cônjuge, também servidor, que tenha

sido removido no interesse da Administração, objetiva-se assegurar a manutenção

do núcleo familiar, evitando-se que uma remoção de iniciativa do Poder Público

torne inviável a relação até então existente.

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Lei n. 8.112/1990
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De acordo com o entendimento do STF, não é necessário, no âmbito da remo-

ção para acompanhar cônjuge ou companheiro, que ambos sejam regidos pelas

disposições da Lei n. 8.112/1990, mas sim apenas um dos cônjuges, conforme se

observa, por exemplo, no Mandado de Segurança n. 23.058:

Havendo a transferência, de ofício, do cônjuge da impetrante, empregado da Caixa Eco-


nômica Federal, para a cidade de Fortaleza/CE, tem ela, servidora ocupante de cargo no
Tribunal de Contas da União, direito líquido e certo de também ser removida, indepen-
dentemente da existência de vagas.

No caso, estávamos diante de uma funcionária da Caixa Econômica Federal

(empresa pública) que fora removida de ofício. Ainda que tal funcionária não seja

regida pelas disposições da Lei n. 8.112/1990, mas sim pelas regras previstas na

CLT, o seu cônjuge, que é servidor do TCU (regido pelo estatuto federal), tem di-

reito à remoção de ofício.

Tal hipótese de remoção, no entanto, não deve ser confundida com as hipó-

teses em que um dos cônjuges ou companheiros é aprovado em concurso

público para outro órgão ou entidade.

Nesses casos, como a quebra do vínculo familiar não se deu em função de uma

ação do Poder Público, mas sim como decorrência da vontade de um dos membros

do casal, não há que se falar em direito à remoção para acompanhar cônju-

ge, conforme entendimento do STJ (REsp n. 616.831):

Hipótese em que não há falar em deslocamento do servidor público no interesse da Ad-


ministração, uma vez que se trata de primeiro provimento de cargo e o servidor tinha
conhecimento de que seu exercício seria, necessariamente, no Estado do Rio de Janeiro,
tendo em vista a natureza estadual do órgão para o qual foi nomeado. Inexiste, portan-
to, direito líquido e certo da recorrente à remoção.

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Por fim, ainda no âmbito da remoção para acompanhar cônjuge, o STJ possui

entendimento de que não há direito à remoção quando o casal não morava,

inicialmente, na mesma localidade. Nesse sentido, destaca-se a pedagógica

decisão proferida no âmbito do REsp n. 1.209.391:

Servidor público federal lotado no interior do Estado da Paraíba requereu a sua remoção
para a capital do estado ou, alternativamente, a lotação provisória em qualquer outro
órgão da Administração Federal direta, autárquica ou fundacional para acompanhar a
esposa, servidora pública federal, removida de ofício de Campina Grande para João
Pessoa. Apesar de a esposa do autor ter sido removida de ofício, o apelante não faz jus
à remoção para a sede do TRE/PB, visto que o casal não residia na mesma localidade
antes da remoção da esposa. Portanto, o Estado não se omitiu do seu dever de proteger
a unidade familiar, que ocorre quando há o afastamento do convívio familiar direto e
diário de um dos seus integrantes.

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6. (CESPE/TEC/INSS/2016) Considerando que determinado servidor público fe-

deral tenha sido removido para outra sede, situada em outro município, para

acompanhar sua esposa, que também é servidora pública federal e foi removida

no interesse da administração, julgue o item seguinte à luz do disposto na Lei n.

8.112/1990/1990.

Ainda que o servidor e sua esposa sejam integrantes de órgãos pertencentes a po-

deres distintos da União, a remoção do servidor poderia ser concedida.

Certo.

O enunciado apresenta uma das situações em que a remoção poderá ser conce-

dida. No caso, independente dos cônjuges pertencerem a diferentes Poderes da

União, a remoção poderia perfeitamente ser realizada.

Art. 36. Remoção é o deslocamento do servidor, a pedido ou de ofício, no âmbito do


mesmo quadro, com ou sem mudança de sede.
Parágrafo único. Para fins do disposto neste artigo, entende-se por modalidades de re-
moção:
III – a pedido, para outra localidade, independentemente do interesse da Administra-
ção:
a) para acompanhar cônjuge ou companheiro, também servidor público civil ou militar,
de qualquer dos Poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios,
que foi deslocado no interesse da Administração;

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2.2. Redistribuição

A redistribuição é o deslocamento de cargo de provimento efetivo, esteja

ou não ele ocupado, e desde que tal deslocamento ocorra para outro órgão ou en-

tidade, mas sempre no âmbito do mesmo Poder.

Aprendendo na prática

Determinado servidor foi aprovado em um concurso público da esfera federal, sendo

lotado em uma repartição na qual o número de servidores que ocupavam o mesmo

quadro que ele totalizava 15 pessoas.

Nesse órgão, as lotações são definidas com base no total de atendimentos realiza-

dos por semestre. Assim, se a sua repartição não tiver atendido, no semestre atual,

a um número superior de pessoas que no semestre anterior, perderá alguns dos

cargos da lotação padrão.

Nessa hipótese, haverá a redistribuição de cargos, fazendo com que certo número

de cargos pertencentes à repartição do servidor seja redistribuído para outra repar-

tição, integrante do mesmo Poder, que tenha realizado um maior número de aten-

dimentos no semestre.

Para que a redistribuição seja feita, faz-se necessário, ainda, que alguns requi-

sitos sejam atendidos, sendo eles:

• interesse da Administração;

• equivalência de vencimentos;

• manutenção da essência das atribuições do cargo;

• vinculação entre os graus de responsabilidade e complexidade das atividades;

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• mesmo nível de escolaridade, especialidade ou habilitação profissional;

• compatibilidade entre as atribuições do cargo e as finalidades institucionais

do órgão ou entidade.

A redistribuição também poderá ocorrer com a finalidade de ajuste de lotação

ou nos casos de reorganização e extinção do órgão ou entidade. Tratando-se

de cargos efetivos que se encontrem vagos, a realização da redistribuição deverá

ser realizada em conjunto entre o Sipec (Sistema de Pessoal Civil da Administração

Pública) e os órgãos ou entidades envolvidos.

Caso, no entanto, ocorra a extinção de um órgão ou entidade e os servidores

não sejam redistribuídos, deverão os mesmos ser mantidos em disponibilidade.

Caso não sejam colocados em disponibilidade, deverão ser mantidos sob responsa-

bilidade do Sipec até o seu adequado aproveitamento.

Tanto nas situações de remoção quanto de redistribuição, quando ocorrer a

mudança de município onde o servidor passe a desempenhar as suas atribuições,

deverá ser a ele assegurado um prazo de trânsito para a entrada em exer-

cício, que, nos termos da Lei n. 8.112/1990, será de, no mínimo, 10 dias e de,

no máximo, 30 dias.

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Os institutos da remoção e da redistribuição podem ser diferenciados por meio

da seguinte tabela:

Remoção Redistribuição
Não se trata de uma forma de provimento. Não se trata de uma forma de provimento.
Não altera o contingente funcional. Não altera o contingente funcional.
Trata-se do deslocamento de servidor. Trata-se do deslocamento de cargo.
Destina-se a assegurar a preservação de valores Trata-se de uma forma de organização da
como a saúde do servidor e o núcleo familiar. Administração Pública.
Quando ocorrer a mudança de município, deve Quando ocorrer a mudança de município,
ser conferido um prazo de 10 a 30 dias para a deve ser conferido um prazo de 10 a 30
entrada em exercício. dias para a entrada em exercício.

2.3. Substituição

A substituição trata-se de instituto decorrente do princípio da continuidade

dos serviços públicos. Com ela, objetiva-se que o serviço não seja interrompido

em razão da ausência do titular da função. Caso assim não fosse, a coletividade

usuária do serviço prestado é que seria prejudicada pela sua interrupção.

Todos os órgãos ou entidades possuem cargos de chefia e funções de direção,

sendo que os servidores que ocupam tais funções, além de receber um adicional

pelo exercício desempenhado, exercem atividades que exigem um maior nível de

responsabilidade.

Assim, quando os titulares desses cargos se ausentam (como, por exemplo, nas

férias, licenças ou afastamentos admitidos pela Lei n. 8.112/1990), o substituto, que

deve ser anteriormente designado, assume cumulativamente, ou seja, sem prejuí-

zo do cargo que ocupa, o exercício temporário das atribuições do titular.

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Como contrapartida, recebe um adicional durante o período em que durar a

substituição.

As regras acerca da substituição estão expressas nos §§ 1º e 2º do art. 38 da

Lei n. 8.112/1990, que assim dispõe:

Os servidores investidos em cargo ou função de direção ou chefia e os ocupantes


de cargo de Natureza Especial terão substitutos indicados no regimento interno ou,
no caso de omissão, previamente designados pelo dirigente máximo do órgão ou
entidade.
O substituto assumirá automática e cumulativamente, sem prejuízo do cargo que ocu-
pa, o exercício do cargo ou função de direção ou chefia e os de Natureza Especial, nos
afastamentos, impedimentos legais ou regulamentares do titular e na vacância do car-
go, hipóteses em que deverá optar pela remuneração de um deles durante o respectivo
período.
O substituto fará jus à retribuição pelo exercício do cargo ou função de direção ou chefia
ou de cargo de Natureza Especial, nos casos dos afastamentos ou impedimentos legais
do titular, superiores a trinta dias consecutivos, paga na proporção dos dias de efetiva
substituição, que excederem o referido período.

Da análise dos dispositivos mencionados, percebe-se que o servidor, ao subs-

tituir o titular, pode, quando o período não exceder a 30 dias, optar pela remune-

ração que deseja receber, se aquela do cargo em que originalmente atua ou a do

servidor substituído.

Após o prazo de 30 dias, e tendo continuado a substituição, o servidor substi-

tuto passa a receber a remuneração do titular da função, sem a possibilidade

de optar por uma das duas remunerações.

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3. Direitos e Vantagens

Os servidores regidos pela Lei n. 8.112/1990 possuem uma série de prerroga-

tivas para as mais diversas situações que podem ocorrer na sua vida profissional.

Basicamente, são as seguintes as classes de direitos e vantagens que o servidor

público civil federal poderá ter direito:

• vencimento e remuneração;

• indenizações;

• gratificações e adicionais;

• férias;

• licenças;

• concessões;

• direito de petição.

3.1. Vencimento e Remuneração

O vencimento e a remuneração são, sem dúvida alguma, duas das mais im-

portantes vantagens concedidas aos servidores.

E como estamos no âmbito da Administração Pública, em plena consonância

com o princípio da legalidade, é a própria Lei n. 8.112/1990 que estipula as diver-

sas regras referentes ao assunto, dentre as quais se destaca a que determina que

“é proibida a prestação de serviços gratuitos, salvo nos casos estipulados

em lei” (art. 4º).

Devemos guardar a diferenciação existente entre vencimento e remuneração.

Vencimento é um conceito mais restrito, tratando-se da retribuição pecuni-

ária pelo exercício do cargo público.

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Remuneração, por outro lado, apresenta um conceito mais amplo, compreen-

dendo os vencimentos e as vantagens pecuniárias permanentes estabele-

cidas em lei.

De acordo com o art. 41, § 5º, da Lei n. 8.112/1990, “nenhum servidor re-

ceberá remuneração inferior ao salário mínimo”.

No entanto, a Súmula Vinculante n. 6 do STF criou uma exceção à regra geral

ao estabelecer que:

Não viola a Constituição o estabelecimento de remuneração inferior ao salário mínimo


para as praças prestadoras de serviço militar inicial.

Os praças militares são os indivíduos recém-incorporados ao serviço militar.

Ainda que não sejam abrangidos pela Lei n. 8.112/1990, trata-se de importante

entendimento do STF que já foi cobrado diversas vezes em provas de concurso.

Frisa-se que o vencimento do servidor público federal pode perfeitamen-

te ser inferior ao salário mínimo. Como mencionado, o que não pode ser inferior

ao salário é a remuneração, conceito que abrange o vencimento e as vantagens de

caráter permanente.

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Outra importante garantia assegurada às verbas recebidas pelos servidores é a

que estabelece a impossibilidade de termos, em regra, o arresto, o seques-

tro e a penhora do vencimento, da remuneração e dos proventos recebidos

pelos servidores públicos federais. Tais institutos, oriundos do Direito Civil, apenas

poderão ser utilizados nas hipóteses de prestação de alimentos, e ainda assim

quando decorrerem de decisão judicial.

Nesse sentido é o teor do art. 48 da Lei n. 8.112/1990:

O vencimento, a remuneração e o provento não serão objeto de arresto, sequestro ou


penhora, exceto nos casos de prestação de alimentos resultante de decisão judicial.

Como vimos, as parcelas recebidas pelo servidor, de caráter pecuniário, ob-

jetivam conferir a este uma retribuição pelos serviços prestados ao Estado. Tal

remuneração, entretanto, não poderá exceder aos valores recebidos pelos

detentores de Poder, em plena consonância com a disposição constitucional que

estabelece a obrigatoriedade de observância, por toda a Administração Pública, do

teto remuneratório.

Assim, estabelece o art. 42 do estatuto federal a seguinte regra geral:

Nenhum servidor poderá perceber, mensalmente, a título de remuneração, importância


superior à soma dos valores percebidos como remuneração, em espécie, a qualquer
título, no âmbito dos respectivos Poderes, pelos Ministros de Estado, por membros do
Congresso Nacional e Ministros do Supremo Tribunal Federal.

Inicialmente, deve-se observar que o teto remuneratório estabelecido pela Lei

n. 8.112/1990 não é o mesmo daquele estabelecido pela Constituição Fe-

deral. Da mesma forma, ainda que os tetos sejam diferentes, o limite da Lei n.

8.112/1990 não é inconstitucional, haja vista que apresenta uma regra mais res-

trita do que a estabelecida pela constituição.

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É correto afirmar, com isso, que há três limites remuneratórios a serem ob-

servados pelos servidores regidos pela Lei n. 8.112/1990, sendo que cada

um deles toma como base um cargo de cada um dos Poderes da República.

O motivo para tal é que as disposições da mencionada norma se aplicam, in-

distintamente, a todo o funcionalismo público civil federal, independentemente de

estarmos diante de carreiras pertencentes ao Poder Executivo, ao Poder Legis-

lativo ou ao Poder Judiciário.

Dessa forma, caso o servidor ocupe um cargo público pertencente à estrutura

do Poder Executivo, não poderá receber, a título de remuneração, importância su-

perior aos subsídios recebidos pelos respectivos ministros de Estado. Caso ocupe

um cargo do Poder Legislativo, o limite remuneratório será o subsídio recebido pe-

los membros do Congresso Nacional (deputados e senadores). Caso pertença

à estrutura do Poder Judiciário, o limite utilizado como teto será o subsídio dos

ministros do STF.

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3.2. Indenizações

Duas são as principais peculiaridades das parcelas de caráter indenizatório:

• a não incidência de Imposto de Renda e de contribuição previdenciá-

ria sobre os valores recebidos, de forma que o total líquido recebido a título

de indenização é idêntico ao valor estabelecido em lei ou regulamento;

• o fato dessas verbas não se incorporarem ao vencimento ou ao pro-

vento do servidor, sendo que o recebimento é cessado tão logo as causas

que ensejaram o recebimento desapareçam.

Tal característica é um diferencial em relação às verbas remuneratórias, tais

como os adicionais e as gratificações, que, nos casos e condições previstos em lei,

incorporam-se ao vencimento e ao provento.

Nesse sentido é o art. 49 da Lei n. 8.112/1990:

Art. 49. Além do vencimento, poderão ser pagas ao servidor as seguintes vantagens:
I – indenizações;
II – gratificações;
III – adicionais.
§ 1º As indenizações não se incorporam ao vencimento ou provento para qual-
quer efeito.
§ 2º As gratificações e os adicionais incorporam-se ao vencimento ou provento,
nos casos e condições indicados em lei.

Quatro são as indenizações expressamente previstas no estatuto federal, sendo

elas a ajuda de custo, as diárias, o transporte e o auxílio-moradia.

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3.2.1. Ajuda de Custo

Trata-se a ajuda de custo de verba de caráter compensatório, cujo objetivo


é ressarcir as despesas de instalação do servidor que, por interesse da Administra-
ção, passou a ter exercício em nova sede.
E aqui há uma grande novidade, incluída pela Lei n. 12.998, de 2014, que al-
terou o texto da Lei n. 8.112/1990. De acordo com a nova redação, mais precisa-
mente no § 3º do art. 53, há a seguinte disposição:

Não será concedida ajuda de custo nas hipóteses de remoção previstas nos incisos II e
III do parágrafo único do art. 36.

Ambas as possibilidades são casos de remoção a pedido do servidor público

federal, consolidando o entendimento de que a ajuda de custo, no âmbito da re-

moção, apenas será devida quando ocorrer de ofício, no interesse da administração.

A ajuda de custo é calculada com base na remuneração do servidor, não

podendo exceder a importância correspondente a três meses de remuneração.

Caso o servidor tenha sido eleito para um cargo eletivo e, com o término do

mandato, retorne para o cargo público anteriormente ocupado, não terá direito ao

recebimento de ajuda de custo, uma vez que o retorno decorreu exclusivamente

da vontade do agente, e não por interesse do Poder Público.

Situação oposta ocorre com o servidor ocupante exclusivamente de cargo

em comissão, que, ainda que não integre a carreira da administração pública antes

da sua nomeação, passa, com a realização do ato, a exercer uma função pública.

Em tal situação, não há como negar que houve um “convite”, por parte do Po-

der Público, para que o particular passasse a exercer o cargo em comissão, mani-

festação esta da vontade da administração e ensejadora do direito ao recebimento

da ajuda de custo.

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Caso o servidor receba a ajuda de custo e não se apresente na nova sede no

prazo de 30 dias, deverá devolver a quantia anteriormente recebida.

Estabelece a Lei n. 8.112/1990, ainda, que “à família do servidor que falecer

na nova sede são assegurados ajuda de custo e transporte para a localidade

de origem, dentro do prazo de 1 (um) ano, contado do óbito” (art. 53,§2º).

3.2.2. Diárias

As diárias são utilizadas com a finalidade de compensar os gastos do servi-

dor que se ausentar da sua sede em caráter transitório ou eventual. No-

ta-se, de imediato, que a principal distinção entre a ajuda de custo e as diárias

trata-se do caráter de eventualidade no exercício da atividade desta última.

Em outras palavras, as situações que dão direito ao recebimento de ajuda de

custo são aquelas em que o servidor passa a ter exercício em outra sede, com

caráter de definitividade.

Em sentido oposto, as hipóteses de diárias são aquelas em que o exercício da atri-

buição ocorre em outro local que não o da repartição, mas de forma eventual ou tran-

sitória. Terminada a atividade, o servidor retorna para a sede da repartição pública.

A Lei n. 8.112/1990 estipula as seguintes regras para as diárias (art. 58 e 59):

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Art. 58. O servidor que, a serviço, afastar-se da sede em caráter eventual ou tran-
sitório para outro ponto do território nacional ou para o exterior, fará jus a passagens
e diárias destinadas a indenizar as parcelas de despesas extraordinária com pousada,
alimentação e locomoção urbana, conforme dispuser em regulamento.
§ 1º A diária será concedida por dia de afastamento, sendo devida pela metade
quando o deslocamento não exigir pernoite fora da sede, ou quando a União
custear, por meio diverso, as despesas extraordinárias cobertas por diárias
§ 2º Nos casos em que o deslocamento da sede constituir exigência permanente do
cargo, o servidor não fará jus a diárias.
§ 3º Também não fará jus a diárias o servidor que se deslocar dentro da mesma re-
gião metropolitana, aglomeração urbana ou microrregião, constituídas por municípios
limítrofes e regularmente instituídas, ou em áreas de controle integrado mantidas com
países limítrofes, cuja jurisdição e competência dos órgãos, entidades e servidores bra-
sileiros considera-se estendida, salvo se houver pernoite fora da sede, hipóteses em
que as diárias pagas serão sempre as fixadas para os afastamentos dentro do território
nacional.
Art. 59. O servidor que receber diárias e não se afastar da sede, por qualquer motivo,
fica obrigado a restituí-las integralmente, no prazo de 5 (cinco) dias.
Parágrafo único. Na hipótese de o servidor retornar à sede em prazo menor do que o
previsto para o seu afastamento, restituirá as diárias recebidas em excesso, no prazo
previsto no caput.

3.3.3. Transporte

A concessão de transporte tem como objetivo ressarcir as despesas que o ser-

vidor teve, no desempenho de suas atividades, com a utilização de meio próprio

de locomoção. Nos termos do estatuto federal, apenas um artigo faz menção a tal

parcela indenizatória (art. 60):

Conceder-se-á indenização de transporte ao servidor que realizar despesas com a uti-


lização de meio próprio de locomoção para a execução de serviços externos, por força
das atribuições próprias do cargo, conforme se dispuser em regulamento.

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Aprendendo na prática
Os oficiais de Justiça possuem, dentre as suas atribuições, a de realizar diligências
externas com a finalidade de dar cumprimento aos mandados judiciais, devendo,
para tal, dirigir-se, com veículo próprio de locomoção, aos diversos municípios que
compõem a sua jurisdição.
Como utilizam meio próprio de locomoção, recebem, como contrapartida, uma par-
cela de caráter indenizatório destinada a custear as despesas incorridas para a
prestação da atividade.

3.2.4. Auxílio-moradia

O auxílio-moradia possui como objetivo ressarcir as despesas que os ser-


vidores tiveram com o aluguel de moradia ou outro meio de hospedagem,
devidamente comprovadas, e desde que sejam atendidos diversos requisitos esta-
belecidos em lei.
De acordo com o art. 60-B da Lei n. 8.112/1990, os seguintes requisitos de-
vem ser atendidos para que o servidor público federal faça jus ao recebimento
de auxílio-moradia:

I - não exista imóvel funcional disponível para uso pelo servidor;


II - o cônjuge ou companheiro do servidor não ocupe imóvel funcional;
III - o servidor ou seu cônjuge ou companheiro não seja ou tenha sido proprietário, pro-
mitente comprador, cessionário ou promitente cessionário de imóvel no Município aonde
for exercer o cargo, incluída a hipótese de lote edificado sem averbação de construção,
nos doze meses que antecederem a sua nomeação;
IV - nenhuma outra pessoa que resida com o servidor receba auxílio-moradia;
V - o servidor tenha se mudado do local de residência para ocupar cargo em comissão
ou função de confiança do Grupo-Direção e Assessoramento Superiores - DAS, níveis 4,
5 e 6, de Natureza Especial, de Ministro de Estado ou equivalentes;
VI - o Município no qual assuma o cargo em comissão ou função de confiança não se
enquadre nas hipóteses do art. 58, § 3o, em relação ao local de residência ou domicílio
do servidor;

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VII - o servidor não tenha sido domiciliado ou tenha residido no Município, nos últimos
doze meses, aonde for exercer o cargo em comissão ou função de confiança, desconsi-
derando-se prazo inferior a sessenta dias dentro desse período; e
VIII - o deslocamento não tenha sido por força de alteração de lotação ou nomeação
para cargo efetivo.
IX - o deslocamento tenha ocorrido após 30 de junho de 2006.

Da análise do dispositivo, consegue-se identificar que o valor do auxílio-moradia

jamais poderá ultrapassar 25% da remuneração do cargo em comissão ou

da função de confiança. Tal valor, da mesma forma, não poderá ultrapassar o

percentual de 25% da remuneração recebida pelos ministros de Estado.

No entanto, independentemente do cargo em comissão ou função de confiança

ocupada pelo servidor, fica garantido a todos os que preencherem os requisitos le-

gais o ressarcimento até o valor de R$ 1.800,00.

3.3. Gratificações e Adicionais

Além do vencimento e das vantagens previstas no estatuto federal, poderão ser

deferidos aos servidores regidos por tal norma as seguintes retribuições, gratifica-

ções e adicionais:  

• retribuição pelo exercício de função de direção, chefia e assessoramento;

• gratificação natalina;

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• adicional pelo exercício de atividades insalubres, perigosas ou penosas;


• adicional pela prestação de serviço extraordinário;
• adicional noturno;
• adicional de férias;
• outros, relativos ao local ou à natureza do trabalho;
• gratificação por encargo de curso ou concurso.

3.3.1. Retribuição pelo Exercício de Função de Direção, Chefia


e Assessoramento

Os servidores que exercem as funções de direção, de chefia ou de asses-


soramento fazem jus a um adicional pago com base na complexidade da
atribuição desempenhada.
Salienta-se, contudo, que o servidor que exerce tais funções pode ser livremen-
te dispensado pela autoridade competência, não havendo obrigação de motivação
para a prática do ato.
Nessas hipóteses, caso estejamos diante de um servidor de carreira, este volta-
rá a desempenhar as atividades relativas ao seu cargo. Caso o ocupante do cargo
em comissão não seja servidor público, a dispensa da função de confiança fará com
que o seu vínculo com o Poder Público seja cessado.

3.3.2. Gratificação Natalina

Trata-se a gratificação natalina do popularmente conhecido “13º salário”. Des-


sa forma, a cada mês de efetivo exercício, o servidor público federal adquire o di-
reito a 1/12 do respectivo adicional, que deverá ser pago, obrigatoriamente, até o
dia 20 de dezembro de cada ano.

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É importante constar que a fração igual ou superior a 15 dias será computa-

da como mês de efetivo exercício, bem como que, em caso de exoneração do

servidor antes da data de pagamento da gratificação, terá ele direito ao rece-

bimento proporcional, que será calculada com base nos meses de efetivo exercício.

Aprendendo na prática

Antônio, após aprovação em concurso público, entrou em exercício no dia 12 de

abril de 2014. No dia 14 de novembro do mesmo ano, por motivos particulares,

solicitou a exoneração do cargo público.

Nesse caso, além das demais verbas devidas, terá Antônio direito ao recebimento

proporcional da gratificação natalina. Para tal, devemos levar em conta os meses

de efetivo exercício em que Antônio trabalhou.

O mês de abril é considerado mês integral, uma vez que Antônio trabalhou 19 dias

(de 12/04 a 30/04).

Os meses de maio, junho, julho, agosto, setembro e outubro também são compu-

tados como de efetivo exercício.

O mês de novembro, no entanto, não será computado, uma vez que Antônio traba-

lhou apenas 14 dias do período em questão.

Logo, o período que deverá ser levado em consideração, para efeitos de pagamento

da gratificação natalina, é o de sete meses.

3.3.3. Adicional pelo Exercício de Atividades Insalubres, Pe-


rigosas ou Penosas

A periculosidade está relacionada com atividades que coloquem o servi-

dor em situações de risco de morte.

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A insalubridade está relacionada com condições do ambiente de trabalho

que, ainda que não causem um risco imediato, vão prejudicando, aos poucos, a

saúde do servidor, tal como a falta de iluminação adequada ou o contato com subs-

tâncias tóxicas.

A penosidade se relaciona com os servidores que estejam em exercício

em zonas de fronteira ou outras localidades com baixa qualidade de vida.

Em todas essas situações, será devido aos servidores um adicional, que será

pago conforme as disposições estabelecidas em regulamento do órgão público.

Caso o servidor se enquadre em uma das situações que enseje o pagamento, si-

multaneamente, do adicional de periculosidade e de insalubridade, deverá optar

pelo recebimento de um deles.

As servidoras gestantes ou lactantes deverão, obrigatoriamente, ser afastadas

das atividades exercidas em locais penosos, insalubres ou perigosos durante o pe-

ríodo da respectiva gestação ou lactação. Deve a Administração, nessas situações,

proporcionar que o trabalho da servidora seja feito em um ambiente salubre e livre

dos riscos de periculosidade e penosidade.

Importante questão refere-se aos servidores públicos que exercem as ativida-

des de operação com raio x ou substâncias radioativas. Nesses casos, o Poder

Público possui duas obrigações:

• manter controle permanente dos locais de trabalho, monitorando para que

as doses de radiação ionizante não ultrapassem o nível máximo legalmente

permitido;

• submeter os servidores, a cada período de seis meses de atividades, a exa-

mes médicos;

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3.3.4. Adicional pela Prestação de Serviço Extraordinário

São as populares “horas extras”, cuja remuneração, em caso de exercício, é

acrescida de um adicional de 50% sobre o valor da hora normal de serviço.

Nos termos da Lei n. 8112, só é admitido o exercício de, no máximo, duas horas

extras por jornada de trabalho.

3.3.5. Adicional Noturno

Os servidores que trabalharem no período compreendido entre as 22 horas de

um dia até às 5 horas do dia seguinte terão direito ao recebimento do adicional

noturno, que será calculado sobre o valor da hora normal de trabalho.

Estabelece a Lei n. 8.112/1990 que o percentual do adicional noturno será

de 25% sobre o valor normal da hora trabalhada.

Além disso, o tempo que será computado como hora de efetivo exercício, quan-

do o servidor estiver no período noturno, será de 52 minutos e 30 segundos.

Nesse mesmo sentido, em caso de recebimento cumulativo dos adicionais noturno

e de serviços extraordinários, o percentual do adicional noturno apenas incidirá

após a aplicação do percentual relativo às horas extras.

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Aprendendo na prática

Rodrigo trabalha em um órgão público federal, sendo que a sua jornada normal de

trabalho é das 15 às 22 horas, ou seja, sem o direito à adicional noturno.

Por motivos de força maior, Rodrigo teve que trabalhar, durante alguns dias, no

período das 15h às 23h, dando ensejo ao recebimento tanto de horas extras quanto

do adicional noturno.

Nesse caso, deve a Administração aplicar, inicialmente, o percentual de 50%, a

título de horas extras, sobre o valor da hora trabalhada que exceder à jornada de

trabalho.

Após a aplicação do referido percentual, procede-se à aplicação do adicional notur-

no, que, dessa forma, incide sobre o valor da hora normal de trabalho já acrescida

do percentual das horas extraordinárias.

3.3.6. Adicional de Férias

O adicional de férias decorre de uma previsão constitucional, podendo ser en-

tendido como um percentual que será aplicado sobre a remuneração do ser-

vidor público sempre que este desejar gozar das suas férias.

Tal percentual, de acordo com as disposições da Lei n. 8.112/1990, é de 1/3

sobre o total da remuneração devida ao servidor. Caso o servidor exerça fun-

ção de confiança ou cargo em comissão, o valor recebido pelo exercício das funções

de direção, chefia ou assessoramento será levado em conta para efeitos de cálculo

do adicional.

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3.3.7. Gratificação por Encargo de Curso ou Concurso

A gratificação por encargo de curso ou concurso trata-se da última das gratifi-

cações instituídas para os servidores públicos federais.

Por meio dela, os servidores que se envolverem com atividades relacionadas

com o interesse público farão jus a uma gratificação, que incidirá, a depender da

atividade, na proporção de 1,2% ou 2,2% sobre o maior vencimento básico

da Administração Pública Federal.

Os percentuais serão calculados com base nas horas despendidas pelo servidor

para o desempenho das atividades, não podendo, como regra, exceder ao nú-

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mero de 120 horas por ano. Em casos excepcionais, a autoridade máxima do

órgão ou entidade poderá autorizar o exercício de mais 120 horas.

3.4. Férias

O direito ao gozo de férias trata-se de uma regra que não é exclusiva dos

servidores públicos, devendo ser exercida por todos os trabalhadores da iniciativa

privada.

Decorre o direito de férias, dessa forma, de uma previsão constitucional, con-

forme estabelece o art. 7º, XVII, da Constituição Federal:

Art. 7º São direitos dos trabalhadores urbanos e rurais, além de outros que visem à
melhoria de sua condição social:
XVII – gozo de férias anuais remuneradas com, pelo menos, um terço a mais do que o
salário normal;

Tratam-se as férias de um direito social que, ainda que inicialmente previsto

para os trabalhadores da iniciativa privada, foi estendido aos servidores públicos de

todos os entes federados.


Em todas as situações, o servidor deve receber, quando do gozo de suas férias,
um adicional de 1/3 sobre o total da remuneração.
As férias dos servidores públicos, no entanto, apresentam algumas peculiarida-
des com relação ao direito conferido aos demais trabalhadores. Assim, as férias
dos servidores podem ser parceladas em até três etapas, desde que reque-
ridas pelo servidor e no interesse da Administração.
Caso ocorra o parcelamento, os valores relativos às férias serão creditados
quando da utilização da primeira etapa, devendo ser observada a antecedência

mínima de dois dias.

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Por se tratar de direito social garantido constitucionalmente aos servidores pú-

blicos, a regra é a de que as férias não podem ser interrompidas.

Os poucos casos em que é possível a interrupção são situações de extrema

importância para a continuidade do serviço público, conforme estabelece a Lei n.

8.112/1990 em seu art. 80.

As férias somente poderão ser interrompidas por motivo de calamidade pública, como-
ção interna, convocação para júri, serviço militar ou eleitoral, ou por necessidade do
serviço declarada pela autoridade máxima do órgão ou entidade.

Ocorrendo a interrupção, o restante do período deve ser gozado de uma só vez

(parágrafo único do art. 80).

No âmbito do serviço público, tal como ocorre para as demais classes de traba-

lhadores, é exigido um tempo mínimo de 12 meses de exercício para que o servidor

adquira o direito ao primeiro período de férias. Os demais períodos, no entanto,

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serão contados por exercício, não havendo a necessidade de ser completado um

ano de trabalho para a sua fruição.

Aprendendo na prática

Clarissa entrou em exercício no serviço público federal em 29/10/2014. Para que

tenha direito ao gozo de férias, deve completar o período de um ano de efetivo

exercício, período este que termina em 28/10/2015. Nessa data, Clarissa passa a

ter direito de usufruir de suas férias.

Para os demais períodos, no entanto, não há necessidade da observância de um

ano de efetivo exercício. Nessa situação, Clarissa poderia, perfeitamente, requerer

suas férias para o início do ano de 2016, uma vez que já estaríamos em um novo

exercício.

Outro ponto bastante importante é sobre as férias dos servidores que operam

constantemente com raio x ou outras substâncias radioativas. Para estes, há a

expressa determinação de que deverão gozar do período de 20 dias de férias a

cada semestre de atividade profissional, sendo vedada a sua acumulação.

3.5. Licenças

Estabelece a Lei n. 8.112/1990 12 diferentes tipos de licenças passíveis de uti-

lização pelo servidor público federal, sendo elas:

• licença por motivo de doença em pessoa da família;

• licença por motivo de afastamento do cônjuge ou companheiro;

• licença para o serviço militar;

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• licença para atividade política;

• licença para capacitação;

• licença para tratar de interesses particulares;

• licença para desempenho de mandato classista;

• licença para tratamento de saúde;

• licença à gestante, à adotante e paternidade;

• licença por acidente em serviço;

Ressalta-se que a licença concedida dentro de 60 dias do término de ou-

tra da mesma espécie será considerada como prorrogação, conforme previ-

são do art. 82.

3.5.1. Licença por Motivo de Doença em Pessoa da Família

Trata-se de licença para aqueles servidores que tiverem que auxiliar algum de

seus familiares nos casos de doença, desde que tal atividade não seja possível

de ser executada concomitantemente com as atividades da repartição.

Estabelece o art. 83, § 2º, do estatuto federal, o prazo máximo que tal licença

poderá ser concedida, com ou sem remuneração:

A licença de que trata o caput, incluídas as prorrogações, poderá ser concedida a cada
período de doze meses nas seguintes condições:
I – por até 60 (sessenta) dias, consecutivos ou não, mantida a remuneração do ser-
vidor;
II – por até 90 (noventa) dias, consecutivos ou não, sem remuneração.

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3.5.2. Licença por Motivo de Afastamento do Cônjuge ou Com-


panheiro

Trata-se de licença de caráter discricionário, ou seja, que pode ou não ser

concedida pela Administração Pública. O fundamento para a sua concessão

está no deslocamento de cônjuge ou companheiro para outro ponto do território

nacional.

Nessas situações, a licença, se concedida, será por prazo indeterminado e

sem remuneração.

No deslocamento de servidor cujo cônjuge ou companheiro também seja

servidor público, civil ou militar, de qualquer dos Poderes da União, dos esta-

dos, do Distrito Federal e dos municípios, poderá haver exercício provisório em

órgão ou entidade da Administração Federal direta, autárquica ou fundacional,

desde que para o exercício de atividade compatível com o seu cargo (art. 84,

§ 2º).

3.5.3. Licença para o Serviço Militar

A informação imprescindível sobre tal licença é que, uma vez concedida, terá o

servidor, após concluir a obrigação, um prazo de 30 dias, sem remuneração,

para reassumir o exercício do cargo público.

A licença para o serviço militar terá todas as suas condições estabelecidas em

legislação específica.

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3.5.4. Licença para Atividade Política

Com a finalidade de não influenciar no pleito democrático, o servidor que estiver

concorrendo a algum cargo eletivo terá direito a essa licença, sem remuneração, a

partir da sua escolha em convenção partidária e até a véspera do registro

da candidatura.

Com o registro, o servidor passa a ter direito, novamente, à licença, que irá du-

rar do registro da candidatura até 10 dias após as eleições. Nessa hipótese,

o servidor receberá a remuneração do cargo em que atua pelo prazo de três

meses.

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3.5.5. Licença para Capacitação

A cada cinco anos de efetivo exercício, o servidor poderá, com anuência da


Administração, licenciar-se para participar de cursos e outras ações de treinamen-

to, com remuneração, pelo período de até três meses.

Tais períodos não são acumuláveis, sendo impossível, por exemplo, que o ser-

vidor, após 10 anos de exercício, queira licenciar-se pelo prazo de seis meses con-

secutivos.

3.5.6. Licença para Tratar de Interesses Particulares

A critério da Administração (não é ato administrativo vinculado, mas mera

discricionariedade), poderá ser concedida licença ao servidor, desde que este

não esteja em estágio probatório, pelo prazo de até três anos consecutivos,

sem remuneração, para tratar de assuntos particulares.

Uma vez concedida, a licença poderá ser interrompida, a qualquer tempo, a pe-

dido do servidor ou de ofício, no interesse do Poder Público.

3.5.7. Licença para Desempenho de Mandato Classista

Os servidores públicos, tal como diversas categorias da iniciativa privada, pos-

suem sindicatos que lutam em prol dos interesses de todos os filiados e da

categoria como um todo. Dessa forma, os servidores podem ser eleitos como re-

presentantes sindicais, possuindo mandato por prazo certo, nas seguintes condições:

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• Entidades com até 5 mil associados: 2 servidores;

• Entidades com 5001 a 30 mil associados: 4 servidores;

• Entidades com mais de 30 mil servidores: 8 servidores.

Salienta-se que somente poderão ser licenciados os servidores eleitos para car-

gos de direção ou de representação nas referidas entidades, bem como que o

prazo de duração da licença será o mesmo de duração do mandato, podendo ser

renovado em caso de reeleição.

3.5.8. Licença para Tratamento de Saúde

Será concedida ao servidor licença para tratamento de saúde, a pedido ou de


ofício, com base em perícia médica, sem prejuízo da remuneração a que fizer jus.
Como regra, a licença para tratamento de saúde apenas poderá ser concedida me-
diante inspeção realizada por perícia médica oficial. Quando a licença exceder o prazo
de 120 dias no período de 12 meses, deverá ser analisada por uma junta médica oficial.
Em caráter de exceção, a licença concedida por prazo inferior a 15 dias, dentro
do prazo de um ano, poderá ser dispensada da perícia oficial, desde que haja pre-
visão nesse sentido em regulamento editado pelo Poder Público.

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3.5.9. Licença à Gestante, à Adotante e Paternidade

A licença à gestante e a licença-paternidade tratam-se de direitos sociais es-


tendidos aos servidores públicos.
Regulamentando o tema, a Lei n. 8.112/1990 estabelece, no art. 211, que
“será concedida licença à servidora gestante por 120 (cento e vinte) dias
consecutivos, sem prejuízo da remuneração”.
Tal licença poderá ser usufruída a partir do primeiro dia do nono mês de ges-
tação, podendo ser antecipada por prescrição médica. Caso ocorra o nascimento
prematuro, a licença inicia-se, imediatamente, a partir da data do parto. Por fim,
em caso de natimorto, o prazo da licença será de 30 dias, após o qual a servidora
será submetida a exame médico para verificar a sua condição. Sendo declarada
apta, retornará ao serviço público.
No caso de adoção ou de guarda judicial, a servidora terá direito à licença à
adotante.
De acordo com o texto da Lei n. 8.112/1990, o prazo de utilização da mencio-
nada licença tomaria como base a idade da criança adotada, da seguinte forma:

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• caso a criança adotada tenha até 1 ano de idade, o prazo da licença será de
90 dias;
• caso a criança tenha mais de 1 ano de idade, o prazo da licença será de 30 dias.

Muito se contestava, contudo, com relação à diferença de prazo entre a licença


à servidora gestante (de 120 dias) e a licença à adotante (de 30 ou 90 dias).
Quando a questão chegou ao STF, o Tribunal, no julgamento do Recurso Extra-
ordinário (RE) n. 778889, de 2016, decidiu que “a legislação não pode prever
prazos diferenciados para concessão de licença-maternidade para servido-
ras públicas gestantes e adotantes”.

Assim, o texto da Lei n. 8.112/1990 encontra-se, no que se refere à licença à ado-


tante, tacitamente revogado, sendo que dois entendimentos devem ser levados para
a prova:
• o prazo das licenças à gestante e adotante deve ser o mesmo;
• como o prazo atual de licença à gestante é de 120 dias, este é o prazo que as
servidoras adotantes têm direito para fins de licença.

No que se refere à licença-paternidade, esta, inicialmente, possuía o prazo de

cinco dias consecutivos, sendo estes contados a partir da data do nascimento ou da

adoção do filho do servidor.

Em 2016, no entanto, tivemos a edição da Lei n. 13.257, que estendeu o prazo

da licença-paternidade em mais 15 dias para as empresas que aderirem ao Pro-

grama Empresa Cidadã. Com isso, o prazo da licença-paternidade, para os traba-

lhadores da iniciativa privada, passou a ser, para as empresas que aderiram ao

programa, de 20 dias.

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Lei n. 8.112/1990
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Regulamentando a norma, foi editado, em 2016, o Decreto n. 8.737. Com isso,

todos os servidores públicos federais regidos pelas disposições da Lei n. 8.112/1990

passam a fazer jus a 20 dias de licença-paternidade.

3.5.4. Licença por Acidente em Serviço

O acidente em serviço pode ser conceituado como o dano físico ou mental

sofrido pelo servidor, que se relacione, mediata ou imediatamente, com as

atribuições do cargo exercido.

De acordo com as disposições da Lei n. 8.112/1990, duas situações se equipa-

ram ao acidente em serviço, sendo elas os danos (art. 212, parágrafo único, I e II):

• decorrente de agressão sofrida e não provocada pelo servidor no exercício do

cargo;

• sofrido no percurso da residência para o trabalho e vice-versa.

Em todas essas hipóteses, o servidor será licenciado com a remuneração inte-

gral, sendo que a prova da ocorrência do acidente deverá ser feita no prazo de 10

dias, prorrogável quando as circunstâncias assim o exigirem.

3.6. Afastamentos

A doutrina não identifica uma diferença precisa entre os afastamentos e as li-

cenças passíveis de concessão ao servidor público federal. Em ambos os casos, es-

tamos diante de um direito, possibilitando que o servidor se ausente sem que, via

de regra, ocorra a perda da respectiva remuneração ou a cessação da contagem do

tempo de afastamento como de efetivo exercício.

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Lei n. 8.112/1990
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De acordo com a Lei n. 8.112/1990, podemos identificar os seguintes afasta-

mentos:

Nessa hipótese, o servidor poderá ser cedido para ter exercício em


outro órgão ou entidade, desde que para o desempenho de alguma das
Afastamento para seguintes atribuições:
servir em outro I – para exercício de cargo em comissão, função de confiança ou, no
órgão ou entidade caso de serviço social autônomo, para o exercício de cargo de direção
ou de gerência;
II – em casos previstos em leis específicas.
Caso o servidor público seja eleito para o desempenho de mandato
eletivo, aplicam-se as seguintes disposições:
I – tratando-se de mandato federal, estadual ou distrital, ficará afas-
tado do cargo;
Afastamento para o II – investido no mandato de Prefeito, será afastado do cargo, sendo-
exercício de mandato -lhe facultado optar pela sua remuneração;
eletivo III – investido no mandato de vereador:
a) havendo compatibilidade de horário, perceberá as vantagens de seu
cargo, sem prejuízo da remuneração do cargo eletivo;
b) não havendo compatibilidade de horário, será afastado do cargo,
sendo-lhe facultado optar pela sua remuneração.
O servidor não poderá ausentar-se do País para estudo ou missão
oficial, sem autorização do Presidente da República, presidente dos
órgãos do Poder Legislativo e presidente do Supremo Tribunal Federal.
A ausência não excederá a quatro anos, e finda a missão ou estudo,
Afastamento para
somente decorrido igual período, será permitida nova ausência.
estudo ou missão no
O servidor que for beneficiado com o afastamento em questão não
exterior
poderá ser exonerado a pedido ou ter o deferimento de licença para
tratar de interesses particulares antes do prazo de concessão do afas-
tamento, salvo se ressarcir o Poder Público das despesas incorridas
com o seu afastamento.
Afastamento de ser-
vidor para servir em
organismo interna- Em tal hipótese de afastamento, o servidor perderá a remuneração
cional de que o Brasil total durante o respectivo período de concessão.
participe ou com o
qual coopere

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O servidor poderá afastar-se para participar de programa de pós-gradua-


ção stricto sensu no país sempre que não for possível a concessão com o
desempenho das atividades do cargo ou com a compensação de horários.
Afastamento para
Enquadram-se no conceito de pós-graduação stricto sensu os progra-
participar de pro-
mas de mestrado, doutorado e pós-doutorado.
grama de pós-gradu-
Após o término da concessão, o servidor deve permanecer em exer-
ação no país
cício por um tempo mínimo igual ao do afastamento concedido. Caso
seja exonerado ou aposentado antes desse prazo, deve ressarcir os
cofres públicos das despesas incorridas quando do afastamento.

3.7. Concessões

Nos termos da Lei n. 8.112/1990, o servidor público federal poderá se ausentar


do serviço, sem desconto na sua remuneração, nos seguintes casos (art. 97):
• Por um dia, para doação de sangue;
• Pelo período comprovadamente necessário para alistamento ou reca-
dastramento eleitoral, limitado, em qualquer caso, a dois dias;
• Por oito dias consecutivos em razão de:
− casamento;
− falecimento do cônjuge, companheiro, pais, madrasta ou padrasto, filhos,
enteados, menor sob guarda ou tutela e irmãos.

Além disso, há os casos dos servidores estudantes e deficientes.


Quanto ao servidor estudante, a Lei n. 8.112/1990 confere a ele a possibilida-
de de ter horário diferenciado nas situações em que haja incompatibilidade entre
o horário escolar e o da repartição. No entanto, o servidor terá que compensar o
respectivo horário, em acordo com a sua chefia imediata.
Já para o servidor deficiente, a Lei n. 8.112/1990 é mais flexível, estabelecendo
a possibilidade de horário diferenciado e não exigindo a compensação de horário.
Tal regra também é aplicada para o servidor que tenha dependente deficiente.

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3.8. Direito de Petição

Durante toda a vida funcional, o servidor fará jus a uma série de direitos e es-
tará obrigado a um rol não menos importante de obrigações.
Como estamos no meio de órgãos ou entidades que possuem alto grau de hie-
rarquia em suas estruturas, é de extrema importância que o servidor tenha meios
de pleitear os direitos que lhe são próprios nas situações em que se sentir co-
agido ou em que houver descaso por parte dos seus superiores. Tais situações são
atendidas por meio do direito de petição.
Por óbvio que os servidores terão um lapso de tempo para requerer aquilo que
entenderem de direito. Nesse sentido, devemos fazer uso do art. 110 da Lei n.
8.112/1990, que estabelece o prazo prescricional para o direito de petição do servidor

público federal:

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O direito de requerer prescreve:


I – em 5 (cinco) anos, quanto aos atos de demissão e de cassação de aposentadoria
ou disponibilidade, ou que afetem interesse patrimonial e créditos resultantes das rela-
ções de trabalho;
II – em 120 (cento e vinte) dias, nos demais casos, salvo quando outro prazo for
fixado em lei.

Para entendermos como funciona a sistemática dos pedidos, reconsideração e

recursos, vamos a um esquema que nos ajudará a visualizar todo o processo:

Os arts. 111 a 115 da norma federal relacionam características do direito de

petição e conferem uma maior celeridade ao procedimento.

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O pedido de reconsideração e o recurso, quando cabíveis, interrompem a prescrição.


A prescrição é de ordem pública, não podendo ser relevada pela administração.
Para o exercício do direito de petição, é assegurada vista do processo ou documen-
to, na repartição, ao servidor ou a procurador por ele constituído.
A administração deverá rever seus atos, a qualquer tempo, quando eivados de ile-
galidade.
São fatais e improrrogáveis os prazos estabelecidos neste Capítulo, salvo motivo de
força maior.

4. Regime Disciplinar

A origem do regime disciplinar está intimamente ligada a alguns conceitos ele-

mentares do Direito Administrativo, mais precisamente os relacionados com os

poderes hierárquico e disciplinar.

De acordo com a doutrina, é por meio do poder disciplinar que a Administração

Púbica pode punir tanto os seus agentes internos quanto os particulares que este-

jam ligados a ela por algum vínculo específico.

Dessa forma, existe poder disciplinar quando a Administração Pública aplica a

penalidade de advertência a um determinado servidor que se encontra a ela su-

bordinado. Do mesmo modo, há uma manifestação do poder disciplinar quando um

órgão público, verificando que um licitante não cumpriu com as obrigações estipu-

ladas em um contrato administrativo, aplica a sanção de suspensão.

Em ambos os casos, tivemos uma penalidade sendo aplicada. No entanto, em

apenas um desses casos, a pessoa punida estava subordinada à Administração.

E é justamente tal característica (subordinação) a base de outro importante

poder: o hierárquico. Por meio dele, a Administração possui as prerrogativas de

delegar, avocar, fiscalizar e aplicar sanções.

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Assim, chegamos a uma importante constatação:

• quando a Administração pune internamente os seus servidores pelas in-

frações por eles cometidas, estamos diante do poder disciplinar exclusiva-

mente interno. Esse poder, justamente por ser apenas interno, deriva do

poder hierárquico;

• quando a Administração pune o particular que mantém algum tipo de

vínculo específico com o Poder Público (como uma empresa priva-

da que tenha celebrado um contrato administrativo), também estamos

diante do poder disciplinar, só que agora, ao contrário do exemplo anterior, o

mesmo aplica-se a terceiros e, por isso mesmo, não deriva do poder hie-

rárquico.

Tudo isso nos permite afirmar que o regime disciplinar da Administração Pública

é decorrência direta do poder disciplinar e indireta do poder hierárquico.

Nos termos da Lei n. 8.112/1990, o regime disciplinar dos servidores está cons-

truído em cinco capítulos: deveres, proibições, acumulação, responsabilidades e

penalidades.

4.1. Deveres

De acordo com o estatuto federal, existe uma série de deveres para os servi-
dores públicos regidos pela norma. Salienta-se que a lista de deveres apresentada

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não é taxativa, mas sim meramente exemplificativa, de forma que o servidor não
pode alegar que deixou de cumprir com alguma obrigação por ela não estar previs-
ta expressamente no texto da norma que rege a sua categoria funcional.
De acordo com o art. 116 da Lei n. 8.112/1990, são os seguintes os deveres do
servidor público federal:

I – exercer com zelo e dedicação as atribuições do cargo;


II – ser leal às instituições a que servir;
III – observar as normas legais e regulamentares;
IV – cumprir as ordens superiores, exceto quando manifestamente ilegais;
V – atender com presteza:
a) ao público em geral, prestando as informações requeridas, ressalvadas as protegidas
por sigilo;
b) à expedição de certidões requeridas para defesa de direito ou esclarecimento de si-
tuações de interesse pessoal;
c) às requisições para a defesa da Fazenda Pública.
VI – levar as irregularidades de que tiver ciência em razão do cargo ao conhecimento
da autoridade superior ou, quando houver suspeita de envolvimento desta, ao conheci-
mento de outra autoridade competente para apuração;
VII – zelar pela economia do material e a conservação do patrimônio público;
VIII – guardar sigilo sobre assunto da repartição;
IX – manter conduta compatível com a moralidade administrativa;
X – ser assíduo e pontual ao serviço;
XI – tratar com urbanidade as pessoas;
XII – representar contra ilegalidade, omissão ou abuso de poder.

4.2. Proibições

No tocante às proibições, é preciso identificar, além da lista de possibilidades

estipuladas pela Lei n. 8.112/1990, qual a penalidade cabível quando do seu des-

cumprimento.

Dessa forma, duas informações são essenciais para compreendermos a relação

proibição x penalidade.

• A reincidência da conduta anteriormente penalizada com advertência implica

na pena de suspensão;

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Aprendendo na prática

Como exemplo, podemos citar o servidor público que deixou de cumprir algum

dever funcional e foi inicialmente penalizado com advertência. Caso o servidor volte

a cometer a mesma infração (ainda que a penalidade inicial seja advertência), a

pena, agora, será a de suspensão.

• Para efeito das proibições que serão elencadas daqui por diante, três penas

são possíveis de serem aplicadas: advertência, suspensão e demissão. Tais

penalidades obedecem a uma gradação estabelecida pelo legislador, de forma

que as infrações mais leves recebem advertência, as de nível intermediário

(ou reincidências de advertência) recebem suspensão e as de maior gravida-

de são punidas com demissão.

4.2.1. Infrações Puníveis com Advertência

De acordo com o estatuto federal, as seguintes condutas acarretam a aplicação


da penalidade de advertência:
• ausentar-se do serviço durante o expediente, sem prévia autorização do che-
fe imediato;
• retirar, sem prévia anuência da autoridade competente, qualquer documento
ou objeto da repartição;
• recusar fé a documentos públicos;
• opor resistência injustificada ao andamento de documento e processo ou exe-

cução de serviço;

• promover manifestação de apreço ou desapreço no recinto da repartição;

• cometer a pessoa estranha à repartição, fora dos casos previstos em lei, o

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desempenho de atribuição que seja de sua responsabilidade ou de seu subor-

dinado;

Destaca-se que um cuidado maior deve ser dado a essa conduta, uma vez que

vai contra o nível hierárquico das punições se compararmos com uma das condutas

ensejadoras de suspensão, que é o cometimento, a outro servidor, de atribuições

estranhas ao cargo que ocupa.

Em um primeiro momento, pode parecer que cometer uma atividade estranha

a um servidor é bem menor grave do que cometer uma atribuição a uma pes-

soa estranha ao serviço público. No entanto, não foi esta a opção adotada pelo

legislador, sendo que devemos considerar, para efeitos de prova, as seguintes

penalidades:

• coagir ou aliciar subordinados no sentido de filiarem-se a associação profis-

sional ou sindical, ou a partido político;

• manter sob sua chefia imediata, em cargo ou função de confiança, cônjuge,

companheiro ou parente até o segundo grau civil;

• recusar-se a atualizar seus dados cadastrais quando solicitado.

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4.2.2. Infrações Puníveis com Suspensão

Três são as infrações que ensejam a aplicação da penalidade de suspensão.

Tais situações são encontradas de acordo com o critério residual, de forma que

as infrações que não forem punidas com demissão ou advertência serão, por exclu-

são, penalizadas com suspensão.

• cometer a outro servidor atribuições estranhas ao cargo que ocupa, exceto

em situações de emergência e transitórias;

• exercer quaisquer atividades que sejam incompatíveis com o exercício do car-

go ou função e com o horário de trabalho;

• será punido com suspensão de até 15 dias o servidor que, injustificadamente,

recusar-se a ser submetido a inspeção médica determinada pela autoridade

competente, cessando os efeitos da penalidade uma vez cumprida a determi-

nação.

É importante sabermos que a suspensão não pode ser aplicada por prazo

superior a 90 dias, bem como que, a critério da autoridade competente, dentro

das situações em que for conveniente para o serviço público, a pena de suspen-

são poderá ser substituída por multa de 50% por dia trabalhado.

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Aprendendo na prática

Imaginemos a situação na qual um servidor foi punido com suspensão. No entanto,

como a repartição em questão possui poucos servidores, seria mais danoso para

o serviço público se o servidor penalizado permanecesse sem trabalhar durante o

prazo de cumprimento da penalidade.

Ainda que a Administração tenha o dever de punir, essa punição não poderá resul-

tar em um prejuízo maior à sociedade, haja vista ser esta a titular do interesse

público. Assim, como meio de penalizar o servidor e não prejudicar a população, a

Administração poderá converter a pena de suspensão em uma multa, situação em

que o servidor permanecerá trabalhando e receberá apenas 50% do que ganharia

por dia normal de trabalho.

4.2.3. Infrações Puníveis com Demissão

Vejamos as condutas que são tipificadas com a mais grave das penalidades ad-

ministrativas: a demissão.

• valer-se do cargo para lograr proveito pessoal ou de outrem, em detrimento

da dignidade da função pública;

• participar de gerência ou administração de sociedade privada, personificada

ou não personificada, exercer o comércio, exceto na qualidade de acionista,

cotista ou comanditário;

• atuar, como procurador ou intermediário, junto a repartições públicas, salvo

quando se tratar de benefícios previdenciários ou assistenciais de parentes

até o segundo grau, e de cônjuge ou companheiro;

• receber propina, comissão, presente ou vantagem de qualquer espécie, em

razão de suas atribuições;

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• aceitar comissão, emprego ou pensão de estado estrangeiro;

• praticar usura sob qualquer de suas formas. A usura pode ser entendida

como a prática de emprestar dinheiro a alguém e cobrar juros excessivos por

tal. É a popularmente conhecida agiotagem;

• proceder de forma desidiosa;

• utilizar pessoal ou recursos materiais da repartição em serviços ou atividades

particulares;

• crime contra a Administração Pública;

• abandono de cargo. Estará configurado abandono de cargo quando o servidor

deixar, intencionalmente, o cargo e não retornar no prazo consecutivo de 30 dias;

• inassiduidade habitual. Caracteriza-se a inassiduidade habitual quando o servi-

dor falta ao serviço, sem justificativa, por 60 dias, interpoladamente, durante o

período de 12 meses, que são contados da data da ocorrência da primeira falta;

• improbidade administrativa;

• incontinência pública e conduta escandalosa, na repartição. A incontinência

está relacionada com toda prática sexual no recinto da repartição, tal como o

acesso a sites eróticos e as práticas de assédio;

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• insubordinação grave em serviço;

• ofensa física, em serviço, a servidor ou a particular, salvo em legítima defesa

própria ou de outrem;

• aplicação irregular de dinheiros públicos;

• revelação de segredo do qual se apropriou em razão do cargo;

• lesão aos cofres públicos e dilapidação do patrimônio nacional;

• corrupção;

• acumulação ilegal de cargos, empregos ou funções públicas.

4.3. Acumulação de Cargos

Nos termos da Constituição Federal de 1988, a regra é a vedação à acumu-

lação remunerada de dois ou mais cargos públicos.

E tal regra se aplica a todos os cargos, empregos e funções da Administra-

ção direta ou indireta de todos os entes federados. Assim, ainda que o texto

da Lei n. 8.112/1990 seja direcionado apenas aos servidores públicos federais, por

força da norma constitucional, a vedação à acumulação é uma regra mais ampla e

que não se restringe ao ente federativo regulado pelo presente estatuto.

As exceções, nas estritas hipóteses constitucionais, ficam ainda condicionadas à

compatibilidade de horário entre os dois cargos públicos ocupados, sendo

elas:

• dois cargos de professor;

• um cargo de professor com outro, técnico ou científico;

• dois cargos ou empregos privativos de profissionais de saúde, com profissões

regulamentadas;

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• permissão de acumulação para os vereadores, desde que atendidos os requi-

sitos legais;

• permissão para os juízes e membros do Ministério Público exercerem o ma-

gistério.

Situação interessante ocorre com os ocupantes de cargos em comissão.

Tais servidores são pessoas que, muitas vezes, não integram o quadro funcional

da entidade, sendo designados por indicação do titular da unidade para exercer as

funções de direção, chefia ou assessoramento.

Esses servidores, como regra, não poderão acumular dois ou mais cargos

em comissão, exceto na situação em que tiverem que exercer, interna e

temporariamente, as atribuições de outro servidor que não se encontra em

serviço.

Ainda assim, para essa única hipótese de acumulação de dois cargos em co-

missão, o servidor deverá optar, durante o período da interinidade, pela

remuneração de um deles, conforme dispõe o parágrafo único do art. 9º da Lei

n. 8.112/1990:

O servidor ocupante de cargo em comissão ou de natureza especial poderá ser nome-


ado para ter exercício, interinamente, em outro cargo de confiança, sem prejuízo das
atribuições do que atualmente ocupa, hipótese em que deverá optar pela remuneração
de um deles durante o período da interinidade.

A proibição de acumular é estendida ao recebimento de proventos decor-

rentes da aposentadoria com a remuneração de outro cargo da ativa, exce-

to quando os dois cargos forem passíveis de acumulação na atividade. Com

isso, evita-se a prática do servidor aposentar-se em um cargo público e realizar

concurso público com a finalidade de acumular as duas remunerações.

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Não é considerada acumulação de cargos, empregos ou funções públi-

cas a participação do servidor público federal nos conselhos de administração e

fiscal das empresas públicas e sociedades de economia mista, suas subsidiárias e

controladas, bem como quaisquer empresas ou entidades em que a União, direta

ou indiretamente, detenha participação no capital social (parágrafo único do

art. 119).

Ressalta-se, por fim, que quando o servidor público acumular licitamente dois

cargos públicos e investir-se em cargo de provimento em comissão, deverá afas-

tar-se de ambos os cargos efetivos, exercendo, como regra, apenas as atribui-

ções do cargo em comissão.

Caso, no entanto, haja compatibilidade de horários para o exercício simultâneo

de um cargo efetivo com o cargo em comissão, poderá ocorrer a acumulação, des-

de que haja, para tal, a declaração da compatibilidade de horários declarada pelas

autoridades máximas dos órgãos ou entidades envolvidas.

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4.4. Responsabilidades

De acordo com as disposições da Lei n. 8.112/1990, três são as esferas de res-


ponsabilidade a que os servidores públicos federais estão submetidos: civil, admi-
nistrativa e penal.
A responsabilidade civil decorre de ato omissivo ou comissivo, doloso ou cul-
poso, que resulte em prejuízo ao erário ou a terceiros. Enquadram-se no conceito de
responsabilidade civil todas as ações ou omissões do servidor público que, agindo em
nome da Administração, cause algum dano ao particular ou ao próprio Poder Público.
Nesse caso, considerando que vigora, em nosso ordenamento jurídico, a teoria
da imputação (por meio do qual todas as ações do servidor, no desempenho de suas
atividades, são atribuídas ao órgão ou à entidade no qual ele desempenha suas atri-
buições), caberá ao Poder Público, inicialmente, responder pelos danos causados.
Tendo a Administração indenizado o particular, verifica ela se a atuação do agen-
te público ocorreu com dolo ou culpa. Em caso positivo, pode ajuizar uma ação re-
gressiva contra o servidor.
Julgada a ação regressiva e sendo o servidor condenado a restituir os cofres
públicos, será este intimado para pagar o valor devido no prazo de 30 dias. Não o
fazendo e não possuindo bens que possam garantir a execução, poderá ser deferido
parcelamento, desde que o valor das parcelas não seja inferior a 10% da remune-
ração, pensão ou proventos recebidos pelo agente estatal.
A responsabilidade penal abrange os crimes e contravenções imputadas ao
servidor, nessa qualidade, conforme previsão do art. 123 da Lei n. 8.112/1990.
A responsabilidade administrativa, por sua vez, resulta de ato omissivo ou
comissivo praticado pelo servidor no desempenho do cargo ou função.
As três esferas de responsabilização são independentes, de forma que é perfei-
tamente cabível que duas ou mais delas sejam acumuladas e imputadas ao servidor.

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Aprendendo na prática
Como exemplo, podemos citar o servidor público que utiliza materiais da repartição
em atividades particulares e que, para evitar que o fato chegue ao conhecimento
de terceiros, faz uso da extorsão e da chantagem.
Nesse caso, além de ser responsabilizado administrativamente pelo ato de improbi-
dade administrativa e civilmente caso tenha lesado o erário, responderá o servidor,
da mesma forma, na esfera penal, pois praticou o crime de extorsão em conexão
com as demais práticas ilícitas.

A regra da acumulação de esferas, no entanto, apresenta duas exceções, que


são as situações em que a absolvição na esfera penal acarreta a absolvição na es-
fera administrativa.
Para que isso ocorra, não basta a simples absolvição penal, mas sim que esta
expressamente negue a existência do fato ou de sua autoria. No primeiro caso, pro-
va-se que o fato imputado ao servidor não ocorreu. No segundo, ainda que o fato
tenha ocorrido, a autoria da infração comprovadamente não é do servidor.

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As três esferas de responsabilização podem ser mais bem visualizadas por meio

do gráfico a seguir:

4.5. Penalidades

De acordo com as normas da Lei n. 8.112/1990 (art. 127) são as seguintes as

penalidades passíveis de aplicação aos servidores públicos federais:

• advertência;

• suspensão;

• demissão;

• cassação de aposentadoria ou disponibilidade;

• destituição de cargo em comissão;

• destituição de função comissionada.

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São apenas essas as penalidades que são passíveis de aplicação, ou seja, trata-se

de uma lista taxativa. Assim, não poderá a autoridade competente inovar e criar uma

modalidade de penalidade para ser aplicada ao servidor.

Da mesma forma, antes da aplicação de toda e qualquer penalidade, devem ser

garantidos o contraditório e a ampla defesa, sob pena de ser invalidado todo o

processo de aplicação.

No que se refere às sanções de advertência e suspensão, depois de decorrido

certo lapso de tempo, terão seus registros cancelados dos assentamentos

funcionais do servidor que houver sofrido a penalidade, sem que tal provi-

dência gere qualquer espécie de direito retroativo. Nesse sentido, estabelece o art.

131 da norma federal:

As penalidades de advertência e de suspensão terão seus registros cancelados, após


o decurso de 3 (três) e 5 (cinco) anos de efetivo exercício, respectivamente, se o
servidor não houver, nesse período, praticado nova infração disciplinar.

Aprendendo na prática

Caso um servidor tenha sido penalizado com suspensão e esta, por conveniência

do serviço público, tenha sido convertida em multa de 50% por dia de trabalho,

deverá o servidor, nesse período, continuar no exercício de suas atividades, opor-

tunidade em que receberá, durante o período da punição, apenas metade da sua

remuneração.

Decorrido o prazo de cinco anos, caso o servidor não tenha incorrido em uma nova

infração disciplinar, os registros da penalidade de suspensão serão cancelados dos

registros do servidor.

Nesse caso, não poderá requerer o recebimento da remuneração que deixou de

ganhar quando da aplicação da penalidade, uma vez que o cancelamento desta não

gera direitos retroativos.

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Quanto à demissão, não existe a possibilidade de esta ser excluída dos assen-

tamentos funcionais dos servidores. Trata-se a demissão de um ato vinculado, de

forma que, quando da sua ocorrência, não terá a Administração a discricionarieda-

de de optar pela aplicação de outra penalidade, conforme se observa de importante

entendimento do STJ (MS n. 12217):

A Administração Pública, quando se depara com situações em que a conduta do inves-


tigado se amolda nas hipóteses de demissão ou cassação de aposentadoria, não dispõe
de discricionariedade para aplicar pena menos gravosa por tratar-se de ato vinculado.

Nessa linha de raciocínio, a aplicação da penalidade de demissão poderá acarre-

tar a impossibilidade de o agente demitido retornar ao serviço público pelo prazo

de cinco anos. Em outras situações mais gravosas, não poderá o agente público

retornar ao serviço público, independentemente do lapso temporal. Por fim, certas

condutas ensejadoras de demissão acarretam a indisponibilidade dos bens e o res-

sarcimento ao erário.

Indisponibilidade dos bens e ressarcimento ao erário: nessas hipóteses,

o objetivo do legislador foi o de assegurar que o patrimônio do agente causador do

dano não seja dilapidado, possibilitando assim o ressarcimento dos prejuízos cau-

sados ao erário.

Nos termos da Lei n. 8.112/1990, três são as situações que ensejam, cumulati-

vamente, a indisponibilidade dos bens e o ressarcimento ao erário:

• improbidade administrativa;

• aplicação irregular de dinheiros públicos;

• lesão aos cofres públicos e dilapidação do patrimônio nacional;

• corrupção.

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Proibição de retornar ao serviço público federal pelo prazo de cinco anos:

• valer-se do cargo para lograr proveito pessoal ou de outrem, em detrimento

da dignidade da função pública;

• atuar, como procurador ou intermediário, junto a repartições públicas, salvo

quando se tratar de benefícios previdenciários ou assistenciais de parentes

até o segundo grau, e de cônjuge ou companheiro.

Impossibilidade de retornar ao serviço público federal indefinidamente:

• crime contra a Administração Pública;

• improbidade administrativa;

• aplicação irregular de dinheiros públicos;

• lesão aos cofres públicos e dilapidação do patrimônio nacional;

• corrupção.

4.5.1. Prescrição

Ainda que a Administração possua o dever de punir todas as infrações de que ti-

ver conhecimento, cumpre informar que as penalidades devem ser aplicadas dentro

de um lapso de tempo a partir da data em que o fato se tornou conhecido. E isso em

plena consonância com o princípio da segurança jurídica, uma vez que não é admi-

tida, em nosso ordenamento, a possibilidade de haver punições imprescritíveis.

Em outras palavras, isso implica afirmar que, mesmo que um servidor tenha co-

metido uma infração e esta seja do conhecimento da Administração, caso a repar-

tição competente não tome as medidas legais (aplicação da penalidade) dentro

de um determinado período, não mais poderá o fazer, uma vez que a ação discipli-

nar estará prescrita.

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Os prazos prescricionais diferem a depender da penalidade cabível. Nesse sen-

tido, o art. 142 da Lei n. 8.112/1990 estabelece o prazo de prescrição para cada

uma das penas passíveis de aplicação no estatuto federal:

A ação disciplinar prescreverá:


I – em 5 (cinco) anos, quanto às infrações puníveis com demissão, cassação de apo-
sentadoria ou disponibilidade e destituição de cargo em comissão;
II – em 2 (dois) anos, quanto à suspensão;
III – em 180 (cento e oitenta) dias, quanto à advertência.
O prazo de prescrição começa a correr da data em que o fato se tornou conhecido.
Os prazos de prescrição previstos na lei penal aplicam-se às infrações disciplinares ca-
pituladas também como crime.
A abertura de sindicância ou a instauração de processo disciplinar interrompe a prescri-
ção, até a decisão final proferida por autoridade competente.

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4.5.2. Autoridades Competentes para Aplicação das Pena-


lidades

A depender da penalidade que está sendo aplicada, teremos diferentes autori-

dades competentes para a sua aplicação. Nota-se, da relação apresentada pela Lei

n. 8.112/1990, que as autoridades estão escalonadas de acordo com a gravidade

da penalidade que está sendo aplicada:

Presidente da República, pelos presiden-


Demissão ou cassação da aposentadoria tes das Casas do Poder Legislativo e dos
ou disponibilidade Tribunais Federais e pelo procurador-geral
da República
Autoridades administrativas de hierarquia
imediatamente inferior àquelas compe-
Suspensão superior a 30 dias
tentes para aplicação de demissão ou
cassação de aposentadoria.
Chefe da repartição e outras autoridades
Advertência e suspensão até 30 dias na forma dos respectivos regimentos ou
regulamentos.
Destituição de cargo em comissão Autoridade que houver feito a nomeação.

Entretanto, pode o Presidente da República delegar, aos respectivos ministros

de Estado, a competência para a aplicação da penalidade de demissão, conforme o

julgamento do Mandado de Segurança n. 7.024, da lavra do STJ:

Possibilidade de o Presidente da República delegar aos Ministros de Estado a com-


petência para demitir servidores de seus respectivos quadros - parágrafo único do
art. 84, CF.

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5. Processo Administrativo Disciplinar

Além das normas materiais, a Lei n. 8.112/1990 estabelece uma série de

procedimentos que devem ser seguidos para a aplicação das penalidades nela

estabelecidas.

O processo administrativo disciplinar, dessa forma, pode ser conceituado, de

acordo com a definição de Ladisael Bernado e Sérgio Viana, da seguinte forma:

Um instrumento formal em que a Administração Pública, tendo como suporte o jus pu-
niendi do Estado (via Poder Disciplinar, espécie do gênero Poder Administrativo), apura
a existência de infrações de natureza funcional praticadas por seus servidores e, caso o
apuratório resulte pela autoria da prática infracional, aplica a sanção adequada e pre-
vista em instrumento legal pertinente.

No mesmo sentido, a Lei n. 8.112/1990 estabelece, no art. 148, que “o

processo disciplinar é o instrumento destinado a apurar responsabili-

dade de servidor por infração praticada no exercício de suas atribui-

ções, ou que tenha relação com as atribuições do cargo em que se en-

contre investido”.

É importante frisar que a autoridade competente, tendo conhecimento de algu-

ma irregularidade cometida no âmbito do serviço público, tem o dever de apurar as

faltas cometidas.

Caso o conhecimento da autoridade tenha ocorrido por meio de denúncia, esta

deverá conter a identificação e o endereço do denunciante, além de ser formulada

por escrito e confirmada a autenticidade. Quando a denúncia não configurar in-

fração administrativa ou ilícito penal, será arquivada pela autoridade competente,

uma vez que, nesse caso, haverá falta de objeto.

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Trata-se a apuração das irregularidades, dessa forma, de uma medida vinculada

do Poder Público, podendo desenvolver-se por meio de sindicância ou de processo

administrativo disciplinar.

Salienta-se que a apuração não precisa, necessariamente, ser feita pela autori-

dade que estiver sendo lesada com a irregularidade cometida pelo servidor. Nesse

sentido, a Lei n. 8.112/1990 estabelece a possibilidade de delegação, para órgãos

ou entidades diversos daqueles em que a infração tenha ocorrido, das atividades

de apuração.

Para que isso seja possível, a delegação deve ser feita pelas autoridades máxi-

mas dos respectivos Poderes da República. No âmbito do Poder Executivo, caberá

ao Presidente da República; no Legislativo, aos presidentes das respectivas

Casas (Senado Federal e Câmara de Deputados); no Judiciário, aos presiden-

tes dos Tribunais Federais; no âmbito do Ministério Público da União, ao procu-

rador-geral da República.

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A possibilidade de delegação, contudo, não alcança todas as fases do processo

administrativo ou da sindicância, mas sim apenas as etapas destinadas à apuração

das irregularidades. O julgamento do processo, que é a etapa posterior à apuração,

continua sendo de competência da autoridade legalmente prevista, sem possibili-

dade de delegação.

Dessa forma, ainda que estejamos estudando o PAD, temos que conhecer as

disposições acerca da sindicância, que pode ser entendida como uma investiga-

ção preliminar e mais célere com o objetivo de averiguar a ocorrência dos fatos.

A sindicância pode ser dividida em duas modalidades: a preparatória e a punitiva.

Haverá a sindicância preparatória quando a estrita finalidade da sua instau-

ração for a de servir como base para o processo administrativo disciplinar. A sindi-

cância punitiva, por sua vez, ocorre quando o procedimento, por si só, enseja a

aplicação de alguma das penalidades previstas em lei.

Nota-se, assim, que o fato que distingue as duas modalidades é um só: a pu-

nição que será aplicada.

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Aprendendo na prática
A sindicância representa o início das investigações. Por meio dela, a autoridade
administrativa cumpre uma série de diligências com o objetivo de coletar provas
que comprovem se realmente houve uma infração funcional disciplinar.
Caso a sindicância, por si só, verificar que houve uma infração punível com a pena-
lidade de advertência ou de suspensão até 30 dias, será ela classificada como puni-
tiva, uma vez que não haverá necessidade de instauração de procedimento admi-
nistrativo disciplinar.
Caso, em sentido oposto, a sindicância constate que houve o cometimento de uma
penalidade mais grave do que a de suspensão por 30 dias, deverá ser instaurado o
PAD, classificando-se a sindicância como preparatória.

Como resultado da sindicância, poderá haver o arquivamento do processo, a


aplicação das penalidades de advertência ou de suspensão até 30 dias ou,
no caso de constatação de infração com maior gravidade, a instauração de pro-
cesso administrativo disciplinar.

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Sempre que o ilícito praticado pelo servidor ensejar a imposição de penalidade


de suspensão por mais de 30 dias, de demissão, cassação de aposentadoria
ou disponibilidade, ou destituição de cargo em comissão, será obrigatória a
instauração de processo administrativo disciplinar.
Assim, o PAD será desenvolvido nas fases a seguir.
1º) Instauração: com a publicação do ato que constituir a comissão, a ser
composta por três servidores estáveis designados pela autoridade competente. Um
desses membros será o presidente da comissão, que deverá ser ocupante de cargo
de mesmo nível ou de nível superior que o indiciado, ou então possuir escolaridade
de mesmo nível ou de nível superior ao investigado.
Tendo em vista que a constituição da comissão de apuração do PAD é feita por
meio de portaria, o STJ tem entendimento de que, no ato de publicação desta, não
há a necessidade expressa da descrição detalhada dos fatos, conforme verifica-se
do julgado do MS n. 16.815:

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Na linha da jurisprudência desta Corte, a portaria inaugural do processo disciplinar está


livre de descrever detalhes sobre os fatos da causa, tendo em vista que somente ao
longo das investigações é que os atos ilícitos, a exata tipificação e os seus verdadeiros
responsáveis serão revelados (...).

2º) Inquérito administrativo, compreendendo as fases de instrução, defe-


sa e de relatório.
Estando a comissão do PAD constituída, iniciam-se os trabalhos de instrução. É
nessa fase que a comissão realiza todas as acareações, depoimentos, investigações
e diligências. Sendo necessário, ela nomeará peritos especializados em assuntos
de maior complexidade. Após a inquirição de todas as testemunhas, promoverá a
comissão o interrogatório do acusado.
Feito isso, a comissão chega ao indiciamento, que nada mais é do que a acusa-

ção ao servidor do cometimento de determinada infração. É apenas nesse momento,

após realizar todas as possíveis diligências e coletar todas as provas necessárias, que

a comissão chega à verificação da infração que eventualmente foi cometida. Com

isso, já pode formular uma acusação e solicitar que o agora acusado se defenda.

A defesa do acusado deverá obrigatoriamente ser escrita e ser apresentada no prazo


de 10 dias. Caso haja mais de um acusado, teremos o prazo comum de 20 dias. Após
a defesa, a comissão elaborará relatório conclusivo e minucioso, onde irá resumir todas
as peças produzidas nos autos e apresentar todas as provas através das quais funda-
mentou sua conclusão.

3º) Julgamento: o relatório da comissão, obrigatoriamente, será conclusivo

quanto à inocência ou responsabilidade do servidor. Os autos do processo, junta-

mente com o relatório, serão remetidos para a autoridade competente, que terá o

prazo de 20 dias para julgar.

As fases do processo administrativo disciplinar podem ser visualizadas por meio

do quadro adiante:

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Tendo em vista que a constituição da comissão de apuração do PAD é feita por

meio de portaria, o STJ tem entendimento de que, no ato de publicação da mesma,

não há a necessidade expressa da descrição detalhada dos fatos:

Na linha da jurisprudência desta Corte, a portaria inaugural do processo disciplinar está


livre de descrever detalhes sobre os fatos da causa, tendo em vista que somente ao lon-
go das investigações é que os atos ilícitos, a exata tipificação e os seus verdadeiros res-
ponsáveis serão revelados. (...) A absolvição na seara criminal interfere no resultado do
processo administrativo disciplinar apenas quando for reconhecida a efetiva inexistência
do fato ou da autoria (art. 126 da Lei n. 8.112/1990/1990), o que não aconteceu no
caso em debate, em que a absolvição decorreu da ausência de provas. (MS 16.815/DF).

O prazo para conclusão do PAD é de 60 dias, podendo ser prorrogado, no caso

de necessidade, por mais 60 dias.

O relatório da comissão, obrigatoriamente, será conclusivo quanto à inocência

ou responsabilidade do servidor.

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Outros entendimentos importantes acerca do PAD:

• caso entenda ser necessário, a autoridade instauradora do processo poderá

solicitar o afastamento preventivo do servidor, cujo prazo será de 60

dias, prorrogados por mais 60 em caso de necessidade. Considerando

que o afastamento é medida cautelar, tem-se que o servidor continua re-

cebendo sua remuneração normalmente durante o período de afastamento;

• caso a autoridade competente não consiga julgar o PAD dentro do prazo

previsto (20 dias), não significa que todo o processo esteja anulado;

• da mesma forma, o STJ já reconheceu que o excesso de prazo para concluir

o PAD, por si só, não acarreta a nulidade do processo, desde que não tenha

havido prejuízo ao acusado.

Como vimos, há três importantes institutos com prazos previstos diretamente

na Lei n. 8.112/1990. Vamos esquematizar os mesmos para não confundirmos na

hora da prova:

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Um último ponto que merece destaque refere-se à revisão do processo. As-

sim, o processo disciplinar poderá ser revisto, a qualquer tempo, a pedido ou de

ofício, quando se aduzirem fatos novos ou circunstâncias suscetíveis de justifi-

car a inocência do punido ou a inadequação da penalidade aplicada.

No caso da revisão, as mesmas regras concernentes ao PAD serão obedecidas,

com formação de comissão, coleta de provas e conclusão quanto à inocência ou

não do servidor.

Uma vez que o PAD inicial já está julgado, a simples alegação de injustiça,

por parte dos interessados, não é motivo suficiente para instaurar um pro-

cedimento de revisão. Para que isso ocorra, é necessário que fatos novos tenham

surgido, fatos estes que, se fossem do conhecimento da comissão, à época do jul-

gamento do PAD, implicariam em outro resultado.

E justamente para impedir que qualquer motivo gere a possibilidade de revisar,

a Lei n. 8.112/1990 afirma que o pedido será dirigido ao ministro de Estado ou

autoridade equivalente que, se autorizar a revisão do processo, encaminhará o

mesmo ao dirigente do órgão ou entidade onde o processo originalmente tramitou.

O prazo para a conclusão da revisão é de 60 dias (a Lei n. 8.112/1990 NÃO

menciona a possibilidade de prorrogação). Concluído o relatório, a comissão enca-

minhará o mesmo à autoridade competente para julgar, que terá o prazo de 20

dias para tal.

Agora, a informação mais importante no que se refere à revisão: a impossibi-

lidade da reformatio in pejus, que é estabelecida no parágrafo único do art. 182

da Lei n. 8.112/1990:

Da revisão do processo não poderá resultar agravamento de penalidade.

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Trata-se de característica bastante importante, uma vez que apenas a revi-

são (e não os recursos) é que gozam da prerrogativa de não serem reforma-

dos para pior.

Aprendendo na prática

Paulo foi sancionado com a pena de advertência, pela autoridade administrativa,

sob o fundamento de ter cometido a pessoa estranha à repartição o desempenho

de atribuições que era de sua responsabilidade.

Inconformado, Paulo apresentou recurso no prazo da lei. Uma vez apreciados, a

autoridade responsável verificou que Paulo, na verdade, cometeu as suas atribui-

ções a outro servidor, e não a um terceiro alheio ao serviço público.

Nessa situação, a penalidade de Paulo será agravada, passando de advertência

para suspensão.

Caso, no entanto, Paulo conseguir provar, por intermédio de fatos novos não conhe-

cidos no momento da aplicação da penalidade, que o motivo de ter cometido a

outro servidor as atribuições de seu cargo estava relacionado com uma situação de

urgência, poderá ele solicitar a revisão do processo.

E dessa revisão não poderá a autoridade agravar a penalidade do servidor.

6. Seguridade Social do Servidor

6.1. Beneficiários

Como regra, todos os servidores públicos federais abrangidos pela Lei n.

8.112/1990 fazem jus a todos os benefícios disciplinados pela norma.

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O servidor que apenas ocupe cargo em comissão (e que não seja originário

de cargo efetivo da Administração Pública Federal) NÃO fará jus aos benefícios

concedidos pela Lei n. 8.112/1990, mas sim apenas à assistência à saúde, que

compreende, para o servidor e sua família:

Assistência médica, hospitalar, odontológica, psicológica e farmacêutica, terá como di-


retriz básica o implemento de ações preventivas voltadas para a promoção da saúde e
será prestada pelo Sistema Único de Saúde – SUS, diretamente pelo órgão ou entidade
ao qual estiver vinculado o servidor, ou mediante convênio ou contrato, ou ainda na
forma de auxílio, mediante ressarcimento parcial do valor despendido pelo servidor, ati-
vo ou inativo, e seus dependentes ou pensionistas com planos ou seguros privados de
assistência à saúde, na forma estabelecida em regulamento.

Vamos entender melhor essa situação...

Os servidores ocupantes de cargos em comissão podem ser originários de

duas fontes:

• do próprio serviço público federal, para as situações em que forem aprova-

dos em concurso público para cargo de provimento efetivo e posteriormen-

te designados para ocupar o cargo em comissão;

• de outros cargos alheios ao serviço público federal, ou até mesmo nas situa-

ções em que o servidor não era servidor público. Nessas hipóteses, ocorre a

mera designação da autoridade competente, passando o detentor do cargo

em comissão a ser submetido, apenas em parte, pelas disposições da Lei n.

8.112/1990.

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No primeiro caso, o servidor público (justamente por ser regido por todas as

disposições da Lei n. 8.112/1990) possui direito a todos os benefícios da segurida-

de social contemplados pela norma.

No segundo caso, considerando que o servidor apenas possui cargo em comis-

são, não terá ele direito aos benefícios a seguir elencados, com exceção da assis-

tência à saúde (que ele tem direito).

E o que acontece com o servidor público que, estando regido pela Lei n.

8.112/1990, licencia-se do cargo sem remuneração?

Nessa hipótese, o servidor, mesmo contribuindo com outro regime de previdên-

cia, terá suspenso o seu vínculo com o regime da Lei n. 8.112/1990. Essa é a

regra!

No entanto, caso seja interesse do servidor licenciado continuar fazendo jus

aos benefícios do estatuto federal, deverá ele contribuir, da mesma forma que os

servidores em exercício, e com as mesmas alíquotas que incidiam quando estava

em exercício.

Assim dispõe a Lei n. 8.112/1990:

Será assegurada ao servidor licenciado ou afastado sem remuneração a manutenção da


vinculação ao regime do Plano de Seguridade Social do Servidor Público, mediante o re-
colhimento mensal da contribuição própria, no mesmo percentual devido pelos servido-
res em atividade, acrescida do valor equivalente à contribuição da União, suas autarquias
ou fundações, incidente sobre a remuneração total do cargo a que faz jus no exercício
de suas atribuições, computando-se, para esse efeito, inclusive, as vantagens pessoais.
O recolhimento deve ser efetuado até o segundo dia útil após a data do pagamento das
remunerações dos servidores públicos, aplicando-se os procedimentos de cobrança e
execução dos tributos federais quando não recolhidas na data de vencimento.

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6.2. Benefícios

Os benefícios da Lei n. 8.112/1990 podem ser divididos entre aqueles que são

compreendidos ao servidor e aqueles que são compreendidos aos respectivos de-

pendentes:

• quanto ao servidor:

− aposentadoria;

− auxílio-natalidade;

− salário-família;

− licença para tratamento de saúde;

− licença à gestante, à adotante e licença-paternidade;

− licença por acidente em serviço;

− assistência à saúde;

− garantia de condições individuais e ambientais de trabalho satisfatórias;

• quanto ao dependente:

− pensão vitalícia e temporária;

− auxílio-funeral;

− auxílio-reclusão;

− assistência à saúde.

6.2.1. Aposentadoria

Três são as formas de aposentadoria do servidor público, pessoal: compulso-

riamente, voluntariamente e por invalidez permanente.

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A aposentadoria compulsória ocorre quando o servidor público atinge a ida-

de limite de 75 anos de idade. Nesse caso, não resta alternativa ao servidor que

não seja deixar o cargo em questão, uma vez que o ato de aposentadoria compul-

sória, como o próprio nome sugere, é ato vinculado.

Com a entrada em vigor da Emenda Constitucional n. 88, de 2015, bem como com

a regulamentação feita pela Lei Complementar n. 152, a aposentadoria compulsó-

ria dos servidores públicos federais passou ser aos 75 anos.

A aposentadoria por invalidez permanente ocorre nas situações em que o

servidor seja acometido de doença que impossibilite a continuação da prestação de

serviço no órgão ou entidade.

É importante frisar que os proventos de aposentadoria, nos casos de invalidez,

poderão ser integrais (quando decorrente de acidente em serviço, moléstia profis-

sional ou doença grave, contagiosa ou incurável, especificada em lei) ou propor-

cionais (nos demais casos).

Antes da concessão da aposentadoria por invalidez, será concedida ao servidor

uma licença para tratamento de saúde por período não superior a 24 meses.

A Lei n. 8.112/1990 chega a estabelecer, em seu texto original, uma liste de

doenças que, segundo a norma e o entendimento da época, eram as causas da

aposentadoria por invalidez. Segundo o texto da lei:

Consideram-se doenças graves, contagiosas ou incuráveis: tuberculose ativa, alienação


mental, esclerose múltipla, neoplasia maligna, cegueira posterior ao ingresso no servi-
ço público, hanseníase, cardiopatia grave, doença de Parkinson, paralisia irreversível e
incapacitante, espondiloartrose anquilosante, nefropatia grave, estados avançados do
mal de Paget (osteíte deformante), Síndrome de Imunodeficiência Adquirida - AIDS, e
outras que a lei indicar, com base na medicina especializada.

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No entanto, o entendimento atual é de que não há uma lista específica de doen-


ças para a concessão da aposentadoria por invalidez. O STJ, inclusive, já firmou o
entendimento de que as hipóteses que ensejam a aposentadoria por invalidez não
estão taxativamente previstas em lei, podendo ser analisado cada caso concreto:

DIREITO ADMINISTRATIVO. SERVIDOR PÚBLICO FEDERAL. DOENÇA GRAVE NÃO ESPE-


CIFICADA NO ART. 186, § 1º, DA LEI N. 8.112/1990. ROL EXEMPLIFICATIVO. APOSEN-
TADORIA COM PROVENTOS INTEGRAIS.
O servidor público federal acometido por doença grave que enseje a sua incapacitação
para o exercício das atividades inerentes ao cargo que detenha deve ser aposentado
com proventos integrais, e não proporcionais, mesmo que a enfermidade que o acometa
não esteja especificada no art. 186, § 1º, da Lei n. 8.112/1990/1990.
A jurisprudência recente do STJ orienta-se no sentido de que não há como considerar
taxativo o rol descrito no art. 186, § 1º, da Lei n. 8.112/1990/1990, haja vista a im-
possibilidade de a norma alcançar todas as doenças consideradas pela medicina como
graves, contagiosas e incuráveis. 13/11/2012.

A aposentadoria voluntária é a que apresenta mais regras. Assim, de acordo


com o dispositivo da Lei n. 8.112/1990, em consonância com a disposição constitu-
cional sobre o assunto, os servidores públicos podem se aposentar voluntariamen-
te, desde que cumprido tempo mínimo de 10 anos de efetivo exercício no ser-
viço público e cinco anos no cargo efetivo em que se dará a aposentadoria,
se forem observadas as seguintes condições:

• sessenta anos de idade e trinta e cinco de contribuição, se homem, e cinquen-

ta e cinco anos de idade e trinta de contribuição, se mulher;

• sessenta e cinco anos de idade, se homem, e sessenta anos de idade, se mu-

lher, com proventos proporcionais ao tempo de contribuição.

Em todos os casos de aposentadoria, sempre que o servidor fizer jus ao be-

nefício proporcional, este não poderá ser inferior a 1/3 da remuneração que ele

recebia quando estava em exercício.

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6.2.2. Auxílio-natalidade

O auxílio-natalidade é devido à servidora por motivo de nascimento de filho, em

quantia equivalente ao menor vencimento do serviço público, inclusive no caso

de natimorto.

Na hipótese de nascer mais de um filho (parto múltiplo), o valor será acrescido

de 50% por nascituro.

Quando a parturiente não for servidora, mas sim cônjuge de servidor público

federal, temos que o auxílio será pago ao respectivo servidor.

6.2.3. Salário-família

O salário-família é devido ao servidor ativo ou ao inativo, por dependente eco-

nômico.

Consideram-se dependentes econômicos para efeito de percepção do salá-

rio-família:

• o cônjuge ou companheiro e os filhos, inclusive os enteados até 21 anos de

idade ou, se estudante, até 24 anos ou, se inválido, de qualquer idade;

• o menor de 21 anos que, mediante autorização judicial, viver na companhia

e às expensas do servidor, ou do inativo;

• a mãe e o pai sem economia própria.

Não se configura a dependência econômica quando o beneficiário do salário-fa-

mília perceber rendimento do trabalho ou de qualquer outra fonte, inclusive

pensão ou provento da aposentadoria, em valor igual ou superior ao salário mínimo.

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Quando o pai e mãe forem servidores públicos e viverem em comum, o salá-

rio-família será pago a um deles; quando separados, será pago a um e outro, de

acordo com a distribuição dos dependentes.

Ao pai e à mãe equiparam-se o padrasto, a madrasta e, na falta destes, os re-

presentantes legais dos incapazes.

O afastamento do cargo efetivo, sem remuneração, não acarreta a suspensão do

pagamento do salário-família.

6.2.4. Pensão

Ocorrendo a morte do servidor público, os dependentes elencados pelo estatuto

federal passam a fazer jus ao recebimento de pensões. Em todas as hipóteses de

concessão, deverá ser observado, por parte dos beneficiários, o teto remuneratório

constitucional.

Em seu art. 217, a norma elenca as pessoas que podem ser beneficiários das

pensões:

Art. 217. São beneficiários das pensões:


I – o cônjuge;
II – o cônjuge divorciado ou separado judicialmente ou de fato, com percepção de pen-
são alimentícia estabelecida judicialmente;
III – o companheiro ou companheira que comprove união estável como entidade familiar;
IV – o filho de qualquer condição que atenda a um dos seguintes requisitos:
a) seja menor de 21 (vinte e um) anos
b) seja inválido;
d) tenha deficiência intelectual ou mental, nos termos do regulamento;

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V – a mãe e o pai que comprovem dependência econômica do servidor;


VI – o irmão de qualquer condição que comprove dependência econômica do servidor e
atenda a um dos requisitos previstos no inciso IV;

Tais beneficiários podem ser mais bem visualizados por meio do gráfico a seguir:

Caso seja concedida pensão ao cônjuge, ao companheiro ou aos filhos que aten-

dam aos requisitos legais, a concessão não poderá ocorrer para os pais ou

para os irmãos do servidor.

Da mesma forma, a concessão da pensão aos pais do servidor exclui a

possibilidade de concessão simultânea aos irmãos do agente público.

Para efeitos de pensão, o enteado e o menor tutelado equiparam-se ao filho do

servidor, desde que comprovada a dependência econômica e que tenha ocorrido a

declaração do servidor público.

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A pensão poderá ser concedida a qualquer tempo, ainda que não reque-

rida logo após a morte do servidor. Quando do deferimento, os beneficiários

habilitados terão direito a receber os valores relativos aos últimos cinco anos.

Como consequência, as parcelas referentes ao período de tempo anterior

a cinco anos, quando não solicitadas em momento oportuno não poderão,

posteriormente, ser pagas aos beneficiários.

Nesse sentido é o teor dos arts. 218 e 219 da Lei n. 8.112/1990:

Art. 218. Ocorrendo habilitação de vários titulares à pensão, o seu valor será distribu-
ído em partes iguais entre os beneficiários habilitados.
Art. 219. A pensão poderá ser requerida a qualquer tempo, prescrevendo tão-somente
as prestações exigíveis há mais de 5 (cinco) anos.
Parágrafo único. Concedida a pensão, qualquer prova posterior ou habilitação tardia
que implique exclusão de beneficiário ou redução de pensão só produzirá efeitos a partir
da data em que for oferecida.

Aprendendo na prática

Silvio, servidor público federal, faleceu em julho de 2005. Posteriormente ao seu

óbito, não houve a solicitação de habilitação para o recebimento de pensões.

Em 2015, um dos beneficiários protocolou pedido de habilitação para o recebimen-

to de pensão. Nesse caso, ainda que a pensão seja devida em caráter retroativo,

tal prerrogativa alcançará apenas os últimos cinco anos.

Como consequência, os valores relativos ao período de 2005 a 2010 estarão pres-

critos.

Em sintonia com esse entendimento, merece destaque a posição do STJ, con-

substanciada na edição da Súmula n. 85 do referido Tribunal:

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Nas relações jurídicas de trato sucessivo em que a Fazenda Pública figure como deve-
dora, quando não tiver sido negado o próprio direito reclamado, a prescrição atinge
apenas as prestações vencidas antes do quinquênio anterior a propositura da ação.

No pagamento das pensões, será levado em conta o número de beneficiários

habilitados. Caso ocorra a habilitação de apenas um beneficiário, o valor total da

pensão será a ele creditado. Ocorrendo mais de uma habilitação, o valor será divi-

dido, em partes iguais, entre todos os beneficiários habilitados.

Em determinadas situações, é muito provável que o servidor público tenha

falecido, ainda que o seu corpo não tenha sido encontrado.

Nesses casos, será concedida uma pensão por morte presumida, que terá

a vigência de cinco anos. Se o servidor não for encontrado no mencionado prazo,

a pensão será convertida em efetiva.

Contudo, caso o servidor reapareça no curso dos cinco anos, o benefício de-

verá ser imediatamente cancelado. Ressalvada a comprovação de má-fé, os

valores recebidos por meio da pensão por morte presumida não precisarão ser de-

volvidos quando do aparecimento do servidor público.


Vejamos quais as possibilidades que acarretam a concessão da pensão por mor-
te presumida:
• declaração de ausência, pela autoridade judiciária competente;
• desaparecimento em desabamento, inundação, incêndio ou acidente não ca-
racterizado como em serviço;
• desaparecimento no desempenho das atribuições do cargo ou em missão de

segurança.

Diversas são as situações que podem acarretar a perda da qualidade de benefi-

ciário. De acordo com o estatuto federal, há, inicialmente, as seguintes hipóteses:

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Com a entrada em vigor da Lei n. 13.135/2015, houve inúmeras modificações

no texto da Lei n. 8.112/1990. Como consequência da alteração legislativa, no-

vas hipóteses de perda da condição de beneficiário passaram a constar no esta-

tuto federal.

Dessa forma, o cônjuge, o cônjuge divorciado ou separado judicialmente ou de

fato (com percepção de pensão alimentícia estabelecida judicialmente) e o compa-

nheiro ou companheira que comprove união estável como entidade familiar, pode-

rão perder a condição de beneficiários da seguinte forma:


• Caso o servidor não tenha vertido, pelo menos 18 contribuições mensais,
bem com o casamento não tenha um tempo mínimo de 2 anos, a pensão será
cancelada após o decurso de 4 meses;

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• Após comprovar o atendimento das regras acima descritas (18 contribuições

vertidas e duração do casamento de, pelo menos, 2 anos), o prazo de con-

cessão da pensão será calculado em razão da idade do beneficiário, de acordo

com a seguinte tabela:

Idade do beneficiário Tempo de concessão da pensão


Menos de 21 anos de idade 3 anos
Idade entre 21 e 26 anos 6 anos
Idade entre 27 e 29 anos 10 anos
Idade entre 30 e 40 anos 15 nos
Idade entre 41 e 43 anos 20 anos
Idade de 44 anos ou mais Vitalícia

6.2.5. Auxílio-funeral

O auxílio-funeral é devido à família do servidor falecido na atividade ou apo-

sentado, em valor equivalente a um mês da remuneração ou provento.

No caso de acumulação legal de cargos, o auxílio será pago somente em razão

do cargo de maior remuneração.

O auxílio será pago no prazo de 48 horas, por meio de procedimento suma-

ríssimo, à pessoa da família que houver custeado o funeral. Caso o funeral tenha

sido custeado por terceiro, este será indenizado no prazo em questão.

Em caso de falecimento de servidor em serviço fora do local de trabalho, inclu-

sive no exterior, as despesas de transporte do corpo correrão à conta de recursos

da União, autarquia ou fundação pública.

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6.2.6. Auxílio-reclusão

À família do servidor ativo é devido o auxílio-reclusão, nos seguintes valores:

• dois terços da remuneração, quando afastado por motivo de prisão, em fla-

grante ou preventiva, determinada pela autoridade competente, enquanto

perdurar a prisão. Nessa hipótese, caso o servidor venha a ser absolvido, terá

direito a integralização da remuneração que deixou de ser paga;

• metade da remuneração, durante o afastamento, em virtude de condenação,

por sentença definitiva, a pena que não determine a perda de cargo.

O pagamento do auxílio-reclusão cessará a partir do dia imediato àquele em que

o servidor for posto em liberdade, ainda que condicional.

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RESUMO

A Lei n. 8.112/1990 institui o regime jurídico dos servidores públicos civis


da União, das autarquias federais (inclusive as em regime especial) e das
fundações públicas federais.
Trata-se a Lei n. 8.112/1990, por isso mesmo, de uma lei federal, e não
nacional, uma vez que é destinada, apenas, aos servidores públicos federais.
No entanto, as disposições da Lei n. 8.112/1990 não se aplicam a todos
os agentes públicos, mas sim apenas aos servidores públicos civis federais, o
que implica dizer que os empregados públicos federais, regidos pela CLT, não
estão compreendidos dentro do campo de atuação do estatuto federal.

A Lei n. 8.112/1990 é aplicada A Lei n. 8.112/1990 não é aplicada


Aos servidores estatutários da Adminis- Aos empregados públicos federais, que
tração direta federal. são regidos pelas disposições da CLT.
Aos servidores das autarquias (inclusive Aos servidores públicos dos estados, do
as em regime especial) federais. Distrito Federal e dos municípios.
Aos servidores das fundações públicas
Aos militares.
federais.

Para se tornar servidor público, o particular deve prestar concurso público.


O concurso público é a forma objetiva de selecionar servidores, priman-
do pelo princípio da impessoalidade e assegurando igualdade de condições
a todos os candidatos.
O concurso será de provas ou de provas e títulos, podendo ser realizado
em duas etapas, conforme dispuserem a lei e o regulamento do respectivo plano
de carreira, condicionada a inscrição do candidato ao pagamento do valor fixado no
edital, quando indispensável ao seu custeio, e ressalvadas as hipóteses de isenção
nele expressamente previstas.

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Realizado o concurso, é o momento de a Administração chamar os candidatos

aprovados, oportunidade em que fará uso da nomeação.

A Lei n. 8.112/1990 estabelece diversas formas de provimento de cargo públi-

co: a nomeação, a promoção, a readaptação, a reversão, o aproveitamen-

to, a reintegração e a recondução. Destas, apenas a nomeação é considerada

forma originária de provimento, sendo que todas as demais são classificadas como

forma de provimento derivadas.

Trata-se a nomeação do modo clássico de prover o servidor no cargo

público, podendo ocorrer tanto para os cargos efetivos quanto para os car-

gos em comissão.

A promoção ocorre quando o servidor é elevado para outra classe no

âmbito da mesma carreira, ocorrendo, com o provimento, a vacância no cargo

de classe mais baixa e o provimento no cargo de classe mais alta.

A readaptação ocorre quando o servidor sofre uma limitação em sua ca-

pacidade física ou mental, mas ainda pode trabalhar, não sendo o caso de

aposentadoria. Caso o servidor seja considerado incapaz para o serviço público,

ocorrerá a aposentadoria do respectivo agente público.

Reversão é o retorno à atividade do servidor anteriormente aposenta-

do, desde que atendidas as regras estabelecidas pelo Poder Executivo e desde que

o servidor não tenha atingido a idade de 70 anos.

A reversão poderá ocorrer de duas formas: por invalidez, quando junta mé-

dica oficial declarar insubsistentes os motivos da aposentadoria; no inte-

resse da Administração, desde que, neste caso, o servidor obedeça a uma

série de regras.

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O aproveitamento pode ser entendido como o chamado, feito pela Ad-


ministração Pública, para que o servidor público em disponibilidade volte a
exercer suas atividades.
Recondução é a forma de provimento em que ocorre o retorno do ser-
vidor ao cargo anteriormente ocupado. Duas são as hipóteses de recondução
previstas para os servidores públicos federais: inabilitação em estágio probató-
rio relativo a outro cargo; reintegração do anterior ocupante.
A reintegração consiste no retorno do servidor anteriormente demitido
ao cargo anteriormente ocupado ou no cargo resultante de sua transfor-
mação, com ressarcimento de todas as vantagens. Para isso, a demissão de-
verá ter sido invalidada por decisão administrativa ou judicial.
Ocorrendo a nomeação, que deve ser publicada no Diário Oficial da União, o
nomeado tem o prazo de 30 dias para tomar posse. Caso não tome posse
no prazo legal, o ato de nomeação será declarado sem efeito, uma vez que a
pessoa nomeada ainda não é considerada servidora pública, fato que apenas ocorre
com a posse.
Ocorrendo a posse, há a investidura de mais um servidor para os qua-
dros funcionais da Administração Pública Federal. E como forma do servidor
conhecer o local da repartição para onde foi nomeado e organizar-se melhor com
relação a mudanças, hospedagem e demais procedimentos, a Lei n. 8.112 facul-
ta ao servidor o prazo de 15 dias, contados da posse, para a entrada em
exercício.
Caso o servidor anteriormente empossado não entre em exercício no
prazo legal, haverá, ao contrário do que ocorre com a nomeação, a exonera-
ção do servidor, uma vez que, conforme anteriormente mencionado, a posse é
o momento em que o particular passa a constar nos assentamentos funcionais da
Administração, sendo considerado, a partir de então, servidor público.

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A partir da data em que entra em exercício, inicia-se, para o servidor ocupante


de cargo efetivo, o estágio probatório, período de avaliação no qual diversos fa-
tores são levados em conta para a verificação da aptidão e da capacidade do agente
público. O prazo do estágio probatório é de 36 meses.
Após três anos de serviço público, o servidor adquire a estabilidade. Sendo
estável, apenas poderá perder o cargo em quatro situações: em virtude de sen-
tença judicial transitada em julgado; mediante processo administrativo
disciplinar no qual lhe seja assegurada ampla defesa; o procedimento de
avaliação periódica; redução de despesas quando os entes federativos não
observarem o limite máximo de gastos com pessoal.
As diversas hipóteses de vacância são situações em que o servidor público
deixa o cargo público anteriormente ocupado.
De acordo com a Lei n. 8.112/1990, existem as seguintes hipóteses de vacân-
cia: exoneração, demissão, aposentadoria, posse em cargo inacumulável,
promoção e readaptação.
A remoção pode ser entendida como o “deslocamento do servidor, a pedido
ou de ofício, no âmbito do mesmo quadro, com ou sem mudança de sede”.
A redistribuição é o deslocamento de cargo de provimento efetivo, esteja
ou não ele ocupado, e desde que tal deslocamento ocorra para outro órgão ou en-
tidade, mas sempre no âmbito do mesmo Poder.

Remoção Redistribuição
Não se trata de uma forma de provimento. Não se trata de uma forma de provimento.
Não altera o contingente funcional. Não altera o contingente funcional.
Trata-se do deslocamento de servidor. Trata-se do deslocamento de cargo.
Destina-se a assegurar a preservação de valores Trata-se de uma forma de organização da
como a saúde do servidor e o núcleo familiar. Administração Pública.
Quando ocorrer a mudança de município, deve ser Quando ocorrer a mudança de município,
conferido um prazo de 10 a 30 dias para a entrada deve ser conferido um prazo de 10 a 30
em exercício. dias para a entrada em exercício.

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Lei n. 8.112/1990
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Basicamente, são as seguintes as classes de direitos e vantagens que o servi-

dor público civil federal poderá ter direito: vencimento e remuneração; indeni-

zações; gratificações e adicionais; férias; licenças; concessões; direito de

petição.

Vencimento é um conceito mais restrito, tratando-se da retribuição pecuni-

ária pelo exercício do cargo público. Remuneração, por outro lato, apresenta um

conceito mais amplo, compreendendo os vencimentos e as vantagens pecuniárias

permanentes estabelecidas em lei.

As indenizações não se incorporam ao vencimento ou provento para

qualquer efeito. Quatro são as indenizações expressamente previstas no estatuto

federal: a ajuda de custo, as diárias, o transporte e o auxílio-moradia.

Trata-se a ajuda de custo de verba de caráter compensatório, cujo objeti-

vo é ressarcir as despesas de instalação do servidor que, por interesse da Adminis-

tração, passou a ter exercício em nova sede.

As diárias são utilizadas com a finalidade de compensar os gastos do

servidor que se ausentar da sua sede em caráter transitório ou eventual.

A concessão de transporte tem como objetivo ressarcir as despesas que

o servidor teve, no desempenho de suas atividades, com a utilização de meio

próprio de locomoção.

O auxílio-moradia possui como objetivo ressarcir as despesas que os ser-

vidores tiveram com o aluguel de moradia ou outro meio de hospedagem,

devidamente comprovadas, e desde que sejam atendidos diversos requisitos esta-

belecidos em lei.

Além do vencimento e das vantagens previstas no estatuto federal, pode-

rão ser deferidos aos servidores regidos por tal norma as seguintes retribuições,

gratificações e adicionais: retribuição pelo exercício de função de direção,

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chefia e assessoramento; gratificação natalina; adicional pelo exercício

de atividades insalubres, perigosas ou penosas; adicional pela prestação

de serviço extraordinário; adicional noturno; adicional de férias; outros,

relativos ao local ou à natureza do trabalho; gratificação por encargo de

curso ou concurso.

Nos termos da Lei n. 8.112/1990, o servidor público federal poderá se ausentar

do serviço, sem desconto na sua remuneração, nos seguintes casos: um dia, para

doação de sangue; pelo período comprovadamente necessário para alistamento

ou recadastramento eleitoral, limitado, em qualquer caso, a dois dias; por oito

dias consecutivos em razão de: casamento; falecimento do cônjuge, com-

panheiro, pais, madrasta ou padrasto, filhos, enteados, menor sob guarda

ou tutela e irmãos.

Durante toda a vida funcional, o servidor fará jus a uma série de direitos e esta-

rá obrigado a um rol não menos importante de obrigações. Como estamos no meio

de órgãos ou entidades que possuem alto grau de hierarquia em suas estruturas, é

de extrema importância que o servidor tenha meios de pleitear os direitos que lhe

são próprios nas situações em que se sentir coagido ou em que houver descaso por

parte dos seus superiores. Tais situações são atendidas por meio do direito

de petição.

O direito de requerer prescreve: em cinco anos, quanto aos atos de de-

missão e de cassação de aposentadoria ou disponibilidade, ou que afetem

interesse patrimonial e créditos resultantes das relações de trabalho; em

120 dias, nos demais casos, salvo quando outro prazo for fixado em lei.

A origem do regime disciplinar está intimamente ligada a alguns conceitos ele-

mentares do Direito Administrativo, mais precisamente os relacionados com os

poderes hierárquico e disciplinar.

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De acordo com as disposições da Lei n.8.112, três são as esferas de responsa-

bilidade a que os servidores públicos federais estão submetidos: civil, adminis-

trativa e penal.

A responsabilidade civil decorre de ato omissivo ou comissivo, doloso ou

culposo, que resulte em prejuízo ao erário ou a terceiros. Enquadram-se no

conceito de responsabilidade civil todas as ações ou omissões do servidor público

que, agindo em nome da Administração, cause algum dano ao particular ou ao pró-

prio Poder Público.

A responsabilidade penal abrange os crimes e contravenções imputadas

ao servidor.

A responsabilidade administrativa, por sua vez, resulta de ato omissivo

ou comissivo praticado pelo servidor no desempenho do cargo ou função.

De acordo com as normas da Lei n. 8.112/1990, são as seguintes as penalida-

des passíveis de aplicação aos servidores públicos federais: advertência; suspen-

são; demissão; cassação de aposentadoria ou disponibilidade; destituição de cargo

em comissão; destituição de função comissionada.

Antes da aplicação de toda e qualquer penalidade, devem ser garantidos o contra-

ditório e a ampla defesa, sob pena de ser invalidado todo o processo de aplicação.

Ainda que a Administração possua o dever de punir todas as infrações de que

tiver conhecimento, cumpre informar que as penalidades devem ser aplicadas

dentro de um lapso de tempo a partir da data em que o fato se tornou conheci-

do, após o qual estarão prescritas.

A ação disciplinar prescreverá: em cinco anos, quanto às infrações puníveis

com demissão, cassação de aposentadoria ou disponibilidade e destituição

de cargo em comissão; em dois anos, quanto à suspensão; em 180 dias,

quanto à advertência.

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A depender da penalidade a ser aplicada, diferentes são as autoridades com

competência para a sua aplicação:

Presidente da República, pelos presidentes das


Demissão ou cassação da aposentadoria
Casas do Poder Legislativo e dos Tribunais Federais
ou disponibilidade
e pelo procurador-geral da República
Autoridades administrativas de hierarquia imedia-
Suspensão superior a 30 dias tamente inferior àquelas competentes para aplica-
ção de demissão ou cassação de aposentadoria.
Chefe da repartição e outras autoridades na forma
Advertência e suspensão até 30 dias
dos respectivos regimentos ou regulamentos.
Destituição de cargo em comissão Autoridade que houver feito a nomeação.

Nos termos da Constituição Federal de 1988, a regra é a vedação à acu-

mulação de dois ou mais cargos públicos, sendo exceções (desde que haja

compatibilidade de horários): dois cargos de professor; um cargo de profes-

sor com outro, técnico ou científico; dois cargos ou empregos privativos

de profissionais de saúde, com profissões regulamentadas; permissão de

acumulação para os vereadores, desde que atendidos os requisitos legais;

permissão para os juízes e membros do ministério público exercerem o

magistério.

O prazo para encerramento da Sindicância é de 30 dias, podendo ser prorroga-

do por mais 30, e o seu resultado será: arquivamento do processo (quando não

houver provas ou os fatos forem infundados); aplicação da penalidade de ad-

vertência ou suspensão até 30 dias; instauração do PAD (quando a infração

se sujeitar a uma pena mais grave que a Suspensão por 30 dias).

Como regra, todos os servidores públicos federais abrangidos pela Lei n.

8.112/1990 fazem jus a todos os benefícios disciplinados pela norma.

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O servidor que apenas ocupe cargo em comissão (e que não seja originário

de cargo efetivo da Administração Pública Federal) não fará jus aos benefícios

concedidos pela Lei n. 8.112/1990, mas sim apenas a assistência à saúde.

Três são as formas de aposentadoria do servidor público, pessoal: compulso-

riamente, voluntariamente e por invalidez permanente.

A aposentadoria compulsória ocorre quando o servidor público atinge a ida-

de limite de 75 anos de idade. Nesse caso, não resta alternativa ao servidor que

não seja deixar o cargo em questão, uma vez que o ato de aposentadoria compul-

sória, como o próprio nome sugere, é ato vinculado.

A aposentadoria por invalidez permanente ocorre nas situações em que o

servidor seja acometido de doença que impossibilite a continuação da prestação de

serviço no órgão ou entidade.

A aposentadoria voluntária é a que apresenta mais regras. Assim, de acordo

com o dispositivo da Lei n. 8.112/1990, em consonância com a disposição constitu-

cional sobre o assunto, os servidores públicos podem se aposentar voluntariamen-

te, desde que cumprido tempo mínimo de 10 anos de efetivo exercício no ser-

viço público e cinco anos no cargo efetivo em que se dará a aposentadoria,

se forem observadas as seguintes condições:

• sessenta anos de idade e trinta e cinco de contribuição, se homem, e cinquen-

ta e cinco anos de idade e trinta de contribuição, se mulher;

• sessenta e cinco anos de idade, se homem, e sessenta anos de idade, se mu-

lher, com proventos proporcionais ao tempo de contribuição.

O auxílio-natalidade é devido à servidora por motivo de nascimento de filho,

em quantia equivalente ao menor vencimento do serviço público, inclusive no

caso de natimorto.

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O salário-família é devido ao servidor ativo ou ao inativo, por dependente

econômico.

Consideram-se dependentes econômicos para efeito de percepção do salá-

rio-família: o cônjuge ou companheiro e os filhos, inclusive os enteados até

21 anos de idade ou, se estudante, até 24 anos ou, se inválido, de qual-

quer idade; o menor de 21 anos que, mediante autorização judicial, viver

na companhia e às expensas do servidor, ou do inativo; a mãe e o pai sem

economia própria.

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QUESTÕES DE CONCURSO

1. (CESPE/TJ/TRE-RJ/TRE-RJ/ADMINISTRATIVA/2012) Com base nas normas apli-

cáveis aos servidores públicos federais, julgue o item a seguir.

Para os efeitos da Lei n. 8.112/1990/1990, servidor público é o ocupante de cargo

público, conceituação que abrange os ocupantes de cargo em comissão e função de

confiança.

2. (CESPE/TJ/TRE-RJ/TRE-RJ/ADMINISTRATIVA/2012) O regime jurídico instituído

pela Lei n. 8.112/1990/1990 aplica-se aos servidores civis da União e das autar-

quias, fundações, empresas públicas e sociedades de economia mista.

3. (CESPE/AGENTE ADMINISTRATIVO/PRF/2012) Com base no que dispõe a Lei n.

8.112/1990/1990 e suas alterações, julgue o item consecutivo: O regime estatutá-

rio, como o instituído pela Lei n. 8.112/1990/1990, abrange somente os servidores

titulares de cargos efetivos.

4. (CESPE/ESCRIVÃO/PC-BA/PC-BA/2013) No que se refere ao que dispõe a Lei

n. 8.112/1990/1990 e aos princípios que regem a administração pública, julgue o

item subsecutivo: As empresas públicas são submetidas ao regime jurídico institu-

ído pela Lei n. 8.112/1990/1990.

5. (CESPE/ANALISTA JUDICIÁRIO/STF/2013) Julgue o item a seguir, a respeito do

regime jurídico estabelecido pela Lei n. 8.112/1990/1990: Submetem-se ao referi-

do regime jurídico apenas os servidores civis ocupantes de cargos na administração

direta federal, aí incluídos os servidores do Ministério Público da União, do Senado

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Federal, da Câmara dos Deputados e do Tribunal de Contas da União.

6. (CESPE/TÉCNICO JUDICIÁRIO/STF/2013) O regime jurídico estatutário de que

trata a Lei n. 8.112/1990/1990 é aplicável aos servidores da administração direta,

das autarquias e das empresas públicas federais.

7. (CESPE/TA/ICMBIO/ICMBIO/2014) A Lei n. 8.112/1990/1990 se aplica a todos

os indivíduos que trabalham no serviço público federal, incluindo os servidores da

administração federal, os militares e os empregados públicos.

8. (CESPE/ANALISTA JUDICIÁRIO/TRE-GO/2015) Acerca do regime jurídico dos

servidores públicos civis da União, no próximo item apresenta uma situação hipo-

tética, seguida de uma assertiva a ser julgada.

Ana, que está em licença por afastamento de seu marido, e Júlio, que está de férias,

são servidores do TRE/GO e foram nomeados para ocupar cargos na administração

pública federal. Nessa situação, as posses dos dois servidores em seus novos car-

gos devem ocorrer no prazo de trinta dias contados da publicação dos respectivos

atos de provimento nos cargos.

9. (CESPE/ANALISTA JUDICIÁRIO/TRE-GO/2015) A respeito da Lei n.

8.112/1990/1990, o item apresenta uma situação hipotética, seguida de uma as-

sertiva a ser julgada.

Em razão de uma reforma administrativa realizada no âmbito do Poder Judiciário,

os cargos ocupados por alguns servidores estáveis de determinado TRE foram ex-

tintos, e esses servidores foram colocados em disponibilidade. Nessa situação, o

retorno dos servidores à atividade pública poderá dar-se por recondução, caso em

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que eles passarão a ocupar cargos de atribuições e vencimentos compatíveis com

os anteriormente ocupados.

10. (CESPE/ANALISTA JUDICIÁRIO/TRE-GO/2015) Acerca de ato administrativo e

agentes públicos, julgue o item subsecutivo.

Promoção e readaptação são formas de provimento em cargo público.

11. (CESPE/ASSISTENTE ADMINISTRATIVO/FUB/2015) Com referência às dis-

posições do regime jurídico dos servidores públicos civis da União (Lei n.

8.112/1990/1990), julgue o item que se segue.

Considere que determinado servidor público tenha sido investido em novo cargo,

compatível com as suas limitações decorrentes de acidente de trânsito. Nessa situ-

ação, é correto afirmar que o referido servidor está em provimento originário.

12. (CESPE/TÉCNICO DE LABORATÓRIO/FUB/2015) Com base no que dispõem as

Leis n. 8.112/1990 e n. 9.784/1999, julgue o item que se segue.

Considere que João, de setenta anos de idade, servidor público federal aposentado

por invalidez, tenha solicitado a reversão de sua aposentadoria. Nessa situação,

mesmo que a junta médica oficial tenha concluído que o referido servidor não apre-

senta qualquer condição incapacitante para o exercício profissional, a administra-

ção deverá indeferir a solicitação de João.

13. (CESPE/ANALISTA JUDICIÁRIO/TRE-GO/2015) Acerca do regime jurídico dos

servidores públicos civis da União, no próximo item apresenta uma situação hipo-

tética, seguida de uma assertiva a ser julgada.

Pedro, analista judiciário, tomou posse no TRE/GO em 10/10/2011; Gilson, outro

analista do tribunal, que havia sido demitido do serviço público, foi reintegrado ao

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cargo, já ocupado por Pedro, em dezembro de 2014. Nessa situação, o cargo deve

passar a ser novamente ocupado por Gilson, e Pedro deve ser redistribuído.

14. (CESPE/TÉCNICO JUDICIÁRIO/TRE-GO/2015) Remoção é o deslocamento do

servidor, a pedido, no âmbito do mesmo quadro, com ou sem mudança de sede.

15. (CESPE/ANALISTA JUDICIÁRIO/TRT- 8ª REGIÃO) Conforme a Lei n.

8.112/1990/1990, o deslocamento de cargo de provimento efetivo, ocupado ou

vago, no âmbito do quadro geral de pessoal para outro órgão ou entidade do mesmo

poder denomina-se

a) redistribuição.

b) remoção.

c) reintegração.

d) transferência.

e) substituição.

16. (CESPE/2016/DPU/TÉCNICO) Ainda com base no disposto na Lei n.

8.112/1990/1990 e na Constituição Federal de 1988 (CF), julgue o próximo item.

O servidor que for nomeado para cargo de provimento efetivo será submetido, após

entrar em exercício, a estágio probatório de três anos, no qual será avaliado com base

na assiduidade, disciplina, capacidade de iniciativa, produtividade e responsabilidade.

17. (CESPE/MDIC/2014/AGENTE ADMINISTRATIVO) No que se refere aos agentes pú-

blicos e aos poderes administrativos, julgue o item que se segue. Nesse sentido, consi-

dere que a sigla CF, sempre que empregada, refere-se à Constituição Federal de 1988.

Considere que um servidor vinculado à administração unicamente por cargo em

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comissão cometa uma infração para a qual a Lei n. 8.112/1990/1990 preveja a

sanção de suspensão. Nesse caso, se comprovadas a autoria e a materialidade da

irregularidade, o servidor sofrerá a penalidade de destituição do cargo em comis-

são.

18. (CESPE/CADE/2014/AGENTE ADMINISTRATIVO) Considere que, após regular

processo administrativo contra servidor vinculado à administração pública unica-

mente por cargo em comissão, a autoridade julgadora tenha concluído que o servi-

dor cometeu infração punível com a penalidade de suspensão. Nesse caso, a pena-

lidade a ser aplicada será a exoneração de ofício do servidor faltoso.

19. (CESPE/MDIC/2014/AGENTE ADMINISTRATIVO) No que se refere aos agentes

públicos e aos poderes administrativos, julgue o item que se segue. Nesse sentido,

considere que a sigla CF, sempre que empregada, refere-se à Constituição Federal

de 1988.

Considere que um servidor vinculado à administração unicamente por cargo em

comissão cometa uma infração para a qual a Lei n. 8.112/1990/1990 preveja a

sanção de suspensão. Nesse caso, se comprovadas a autoria e a materialidade da

irregularidade, o servidor sofrerá a penalidade de destituição do cargo em comis-

são.

20. (CESPE/CADE/2014/AGENTE ADMINISTRATIVO) Considere que, após regular

processo administrativo contra servidor vinculado à administração pública unica-

mente por cargo em comissão, a autoridade julgadora tenha concluído que o servi-

dor cometeu infração punível com a penalidade de suspensão. Nesse caso, a pena-

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lidade a ser aplicada será a exoneração de ofício do servidor faltoso.

21. (CESPE/ANALISTA JUDICIÁRIO/TRE-GO/2015) Acerca do regime jurídico dos

servidores públicos civis da União, no próximo item apresenta uma situação hipo-

tética, seguida de uma assertiva a ser julgada.

O TRE/GO recebeu denúncias sobre supostas irregularidades praticadas por José,

um de seus analistas judiciários. Nessa situação, ainda que os atos atribuídos a

José não configurem evidente infração disciplinar ou ilícito penal, a autoridade res-

ponsável do tribunal deve determinar a instauração de processo administrativo

disciplinar.

22. (CESPE/TÉCNICO JUDICIÁRIO/TRE-GO/2015) A respeito da Lei n.

8.112/1990/1990, o item apresenta uma situação hipotética, seguida de uma as-

sertiva a ser julgada.

Um processo administrativo disciplinar instaurado para apurar possíveis irregu-

laridades cometidas por um servidor público federal revelou o desvio de verbas

públicas. Nessa situação, o eventual ajuizamento da ação penal não extinguirá o

procedimento administrativo contra o servidor.

23. (CESPE/AGENTE PENITENCIÁRIO/DEPEN/2015) O prazo para a conclusão de

um processo disciplinar é de cento e vinte dias, contados a partir da constituição

da comissão julgadora, admitida a prorrogação por igual prazo, quando as circuns-

tâncias o exigirem.

24. (CESPE/AGENTE PENITENCIÁRIO/DEPEN/2015) Qualquer cidadão pode de-

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nunciar uma irregularidade cometida por servidor público, desde que a denúncia

contenha identificação e endereço do denunciante e seja formulada por escrito.

25. (CESPE/AUDITOR/TCU/2007) Em relação à aposentadoria do servidor, julgue

os itens que se seguem.

A aposentadoria voluntária por invalidez será precedida de licença para tratamento

de saúde, por um período não excedente a 12 meses.

26. (CESPE/CONSULTOR LEGISLATIVO/CÂMARA DOS DEPUTADOS/2014) Com rela-

ção à seguridade social dos servidores públicos federais, julgue o item subsecutivo.

Considere a seguinte situação hipotética: Alexandre, servidor público federal, por

ser contribuinte de RPPS, tem direito a assistência à saúde para si e para seus de-

pendentes, mas, apesar disso, contribui para o plano de saúde privado Wellth.

Nessa situação hipotética, Alexandre terá assegurado o direito de ser ressarcido

pelo plano Wellth do total dos valores que vier a despender com a sua saúde e a

dos seus dependentes.

27. (CESPE/CONSULTOR LEGISLATIVO/CÂMARA DOS DEPUTADOS/2014)

Com relação à seguridade social dos servidores públicos federais, julgue o item

subsecutivo.

Os benefícios do plano de seguridade social estão disponíveis a todos os servidores

ocupantes de cargo efetivo ou exclusivamente em comissão na administração pú-

blica direta, autárquica ou fundacional.

28. (CESPE/AGENTE DA POLÍCIA FEDERAL/DPF/2004) Considerando que os agen-

tes de polícia federal são servidores públicos federais que ocupam cargo de ativida-

de policial, julgue o item subsequente.

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Faz jus a licença à adotante de trinta dias uma agente de polícia federal que adota

criança de cinco anos de idade.

29. (CESPE/AUDITOR/TCU/2007) Em relação à aposentadoria do servidor, julgue

os itens que se seguem.

Expirado o período de licença e não estando em condições de reassumir o cargo ou

ser readaptado, o servidor será aposentado.

30. (CESPE/AUDITOR/TCU/2008) Julgue os itens a seguir, de acordo com a Lei n.

8.112/1990/1990 e suas alterações.

O preenchimento dos requisitos para percepção de pensão por morte tem como

data de aferição o dia do óbito, e não, a data da entrega do requerimento apresen-

tado perante a administração.

31. (CESPE/TÉCNICO/TCU/2004) Acerca da aplicação da legislação que rege os

servidores públicos da União, julgue o item que se segue.

O auxílio-funeral corresponde à remuneração ou ao provento a que o servidor

faria jus se vivo fosse, no mês do falecimento, independentemente da causa

mortis.

32. (CESPE/AUDITOR/TCU/2007) Em relação à aposentadoria do servidor, julgue

os itens que se seguem.

O servidor aposentado com provento proporcional ao tempo de serviço, se acome-

tido de hanseníase, passará a perceber provento integral.

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33. ( C E S P E / ATA / D P U / D P U / 2 0 1 6 ) anular a demissão, tendo sido reinvesti-

Com base nas disposições da Lei n. do no cargo.

8.112/1990/1990, julgue o seguinte Assertiva: Nesse caso, a reinvestidura

item. de Cláudio no cargo público se dará por

O cargo público, definido como o con- meio da reversão.

junto de atribuições e responsabilidades


35. ( C E S P E / ATA / D P U / D P U / 2 0 1 6 )
incumbidas ao servidor, é criado por lei
Com base nas disposições da Lei n.
para provimento em caráter efetivo ou
8.112/1990/1990, julgue o seguinte
em comissão.
item.

Situação hipotética: Giorgio, de qua-


34. ( C E S P E / ATA / D P U / D P U / 2 0 1 6 )
renta anos de idade, é cidadão italiano
Com base nas disposições da Lei n.
e não tem nacionalidade brasileira. Foi
8.112/1990/1990, julgue o seguinte
aprovado, dentro do número de vagas,
item.
em concurso público para prover cargo
Situação hipotética: Cláudio, servidor
do professor de ensino superior de de-
público federal, foi demitido após ter res-
terminada universidade federal, tem o
pondido a processo administrativo pela
nível de escolaridade exigido para o car-
suposta prática de ato de improbidade
go e aptidão física e mental.
administrativa. Inconformado, Cláudio
Assertiva: Nessa situação, por não ter a
ingressou com ação judicial e conseguiu
nacionalidade brasileira, Giorgio não po-

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derá tomar posse no referido cargo.

36. (CESPE/ATA/DPU/DPU/2016) Com base nas disposições da Lei n.

8.112/1990/1990, julgue o seguinte item.

Ascensão e reintegração são formas de provimento de cargo público.

37. (CESPE/ATA/DPU/DPU/2016) Ainda com base no disposto na Lei n.

8.112/1990/1990 e na Constituição Federal de 1988 (CF), julgue o próximo item.

O servidor que for nomeado para cargo de provimento efetivo será submetido, após

entrar em exercício, a estágio probatório de três anos, no qual será avaliado com

base na assiduidade, disciplina, capacidade de iniciativa, produtividade e respon-

sabilidade.

38. (CESPE/ATA/DPU/DPU/2016) Ainda com base no disposto na Lei n.

8.112/1990/1990 e na Constituição Federal de 1988 (CF), julgue o próximo item.

É permitido o exercício de mais de um cargo em comissão, desde que seja na con-

dição de interino.

39. (CESPE/TEC AE/DPU/DPU/2016) Em relação ao regime jurídico dos cargos,

empregos e funções públicas e às disposições da Lei n. 8.112/1990/1990, julgue o

item que se segue.

Readaptação é a investidura do servidor em cargo de atribuições e responsabilida-

des compatíveis com a limitação em sua capacidade física ou mental, verificada em

inspeção médica, advinda após sua posse em cargo público.

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40. (CESPE/TJ/TRE-PI/TRE-PI/ADMINISTRATIVA/2016) Teobaldo, servidor público

do estado do Piauí, adquiriu sua estabilidade em 27/1/2012. Em novembro de

2012, ele foi nomeado para o cargo de técnico judiciário no TRE/PI. Dentro do pra-

zo legal, Teobaldo tomou posse e entrou em exercício em seu novo cargo, após so-

licitar vacância por posse em outro cargo inacumulável. Na avaliação de seu estágio

probatório, no tribunal, Teobaldo foi reprovado, ou seja, foi considerado inapto para

o exercício do cargo ocupado no TRE/PI.

Nessa situação hipotética, a administração deve aplicar, em relação a Teobaldo, o

instituto denominado

a) recondução.

b) aproveitamento.

c) exoneração.

d) demissão.

e) readaptação.

41. (CESPE/ESP/FUNPRESP/JURÍDICA/2016) Com relação aos convênios adminis-

trativos, aos agentes públicos e à responsabilidade civil do Estado, julgue o item a

seguir.

De acordo com a Lei n. 8.112/1990/1990, tendo sofrido limitação em sua capa-

cidade física ou mental, verificada em inspeção médica, o servidor público estará

sujeito a readaptação, que consiste na investidura em outro cargo de atribuições

e responsabilidades compatíveis com as do cargo por ele anteriormente ocupado.

42. (CESPE/AJ/TRT-8/TRT-8/ADMINISTRATIVA/2016) Conforme a Lei n.

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8.112/1990/1990, o deslocamento de cargo de provimento efetivo, ocupado ou

vago, no âmbito do quadro geral de pessoal para outro órgão ou entidade do mes-

mo poder denomina-se

a) transferência.

b) substituição.

c) redistribuição.

d) remoção.

e) reintegração.

43. (CESPE/AG ADM/DPU/DPU/2016) Com base nas disposições da Lei n.

8.112/1990/1990, que trata do regime jurídico dos servidores públicos federais,

julgue o item a seguir.

Situação hipotética: Carlos trabalha em atividade considerada insalubre e perigosa

e faz jus ao recebimento dos adicionais de insalubridade e de periculosidade.

Assertiva: Nesse caso, Carlos deverá optar por um deles, sendo-lhe vedado acu-

mular os dois adicionais.

44. (CESPE/TEC/INSS/INSS/2016) Julgue o item conforme o disposto na Lei n.

8.112/1990/1990.

Em conformidade com a Lei n. 8.112/1990/1990, o servidor público poderá ser

afastado do Brasil para missão oficial por tempo indeterminado.

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GABARITO

1. C 24. C

2. E 25. E

3. E 26. E

4. E 27. E

5. E 28. C

6. E 29. C

7. E 30. C

8. E 31. C

9. E 32. C

10. C 33. C

11. E 34. E

12. C 35. E

13. E 36. E

14. E 37. C

15. a 38. C

16. C 39. C

17. C 40. a

18. E 41. C

19. C 42. c

20. E 43. C

21. E 44. E

22. C

23. E

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GABARITO COMENTADO

1. (CESPE/TJ/TRE-RJ/TRE-RJ/ADMINISTRATIVA/2012) Com base nas normas apli-

cáveis aos servidores públicos federais, julgue o item a seguir.

Para os efeitos da Lei n. 8.112/1990/1990, servidor público é o ocupante de cargo

público, conceituação que abrange os ocupantes de cargo em comissão e função

de confiança.

Certo.

Para os efeitos da Lei n. 8.112/1990, servidor público é a pessoa que ocupa cargo

público. A expressão cargo público, contudo, indica tanto os ocupantes de cargo

efetivo quanto os designados para ocupar cargos em comissão. Sobre as funções

de confiança, estas apenas podem ser exercidas por servidores ocupantes de cargo

efetivo.

2. (CESPE/TJ/TRE-RJ/TRE-RJ/ADMINISTRATIVA/2012) O regime jurídico instituído

pela Lei n. 8.112/1990/1990 aplica-se aos servidores civis da União e das autar-

quias, fundações, empresas públicas e sociedades de economia mista.

Errado.

O regime jurídico da Lei n. 8.112/1990 não se aplica aos servidores das empresas

públicas e das sociedades de economia mista federais.

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3. (CESPE/AGENTE ADMINISTRATIVO/PRF/2012) Com base no que dispõe a Lei n.

8.112/1990/1990 e suas alterações, julgue o item consecutivo: O regime estatutá-

rio, como o instituído pela Lei n. 8.112/1990/1990, abrange somente os servidores

titulares de cargos efetivos.

Errado.

As disposições da Lei n. 8.112/1990 são aplicáveis tanto para os ocupantes de car-

gos públicos efetivos (aprovados por meio de concurso público) quanto aos ocupan-

tes de cargos em comissão (sem vínculo anterior com o Poder Público).

4. (CESPE/ESCRIVÃO/PC-BA/PC-BA/2013) No que se refere ao que dispõe a Lei

n. 8.112/1990/1990 e aos princípios que regem a administração pública, julgue o

item subsecutivo: As empresas públicas são submetidas ao regime jurídico institu-

ído pela Lei n. 8.112/1990/1990.

Errado.

As disposições da Lei n. 8.112/1990 aplicam-se aos servidores da União, das au-

tarquias e das fundações públicas federais. Não se aplicam, por consequência, aos

agentes das empresas públicas e das sociedades de economia mista.

5. (CESPE/ANALISTA JUDICIÁRIO/STF/2013) Julgue o item a seguir, a respeito do

regime jurídico estabelecido pela Lei n. 8.112/1990/1990: Submetem-se ao referi-

do regime jurídico apenas os servidores civis ocupantes de cargos na administração

direta federal, aí incluídos os servidores do Ministério Público da União, do Senado

Federal, da Câmara dos Deputados e do Tribunal de Contas da União.

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Errado.

Além dos órgãos da Administração direta, a Lei n. 8.112/1990 disciplina a vida fun-

cional dos agentes das autarquias e fundações públicas federais (pessoas jurídicas

integrantes da Administração indireta).

6. (CESPE/TÉCNICO JUDICIÁRIO/STF/2013) O regime jurídico estatutário de que

trata a Lei n. 8.112/1990/1990 é aplicável aos servidores da administração direta,

das autarquias e das empresas públicas federais.

Errado.

As disposições da Lei n. 8.112/1990 aplicam-se aos servidores da União, das au-

tarquias e das fundações públicas federais. Não se aplicam, por consequência, aos

agentes das empresas públicas e das sociedades de economia mista.

7. (CESPE/TA/ICMBIO/ICMBIO/2014) A Lei n. 8.112/1990/1990 se aplica a todos

os indivíduos que trabalham no serviço público federal, incluindo os servidores da

administração federal, os militares e os empregados públicos.

Errado.

Os empregados públicos e os militares não estão dentro do campo de incidência da

Lei n. 8.112/1990.

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8. (CESPE/ANALISTA JUDICIÁRIO/TRE-GO/2015) Acerca do regime jurídico dos

servidores públicos civis da União, no próximo item apresenta uma situação hipo-

tética, seguida de uma assertiva a ser julgada.

Ana, que está em licença por afastamento de seu marido, e Júlio, que está de férias,

são servidores do TRE/GO e foram nomeados para ocupar cargos na administração

pública federal. Nessa situação, as posses dos dois servidores em seus novos car-

gos devem ocorrer no prazo de trinta dias contados da publicação dos respectivos

atos de provimento nos cargos.

Errado.

Nessas situações, o início do prazo para a posse, que é de 30 dias, será contado da

data do término do impedimento, conforme previsão no art. 13, § 2º:

Art. 13.  A posse dar-se-á pela assinatura do respectivo termo, no qual deverão constar
as atribuições, os deveres, as responsabilidades e os direitos inerentes ao cargo ocupa-
do, que não poderão ser alterados unilateralmente, por qualquer das partes, ressalva-
dos os atos de ofício previstos em lei.
§ 1º A posse ocorrerá no prazo de trinta dias contados da publicação do ato de provimento.
§ 2º Em se tratando de servidor, que esteja na data de publicação do ato de provimento,
em licença prevista nos incisos I, III e V do art. 81, ou afastado nas hipóteses dos inci-
sos I, IV, VI, VIII, alíneas “a”, “b”, “d”, “e” e “f”, IX e X do art. 102, o prazo será contado
do término do impedimento.

9. (CESPE/ANALISTA JUDICIÁRIO/TRE-GO/2015) A respeito da Lei n.

8.112/1990/1990, o item apresenta uma situação hipotética, seguida de uma as-

sertiva a ser julgada.

Em razão de uma reforma administrativa realizada no âmbito do Poder Judiciário,

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os cargos ocupados por alguns servidores estáveis de determinado TRE foram ex-

tintos, e esses servidores foram colocados em disponibilidade. Nessa situação, o

retorno dos servidores à atividade pública poderá dar-se por recondução, caso em

que eles passarão a ocupar cargos de atribuições e vencimentos compatíveis com

os anteriormente ocupados.

Errado.

Nesse caso, deverá ser utilizada a forma de provimento chamada aproveitamento,

conforme previsão do art. 30:

O retorno à atividade de servidor em disponibilidade far-se-á mediante aproveitamento


obrigatório em cargo de atribuições e vencimentos compatíveis com o anteriormente
ocupado.

10. (CESPE/ANALISTA JUDICIÁRIO/TRE-GO/2015) Acerca de ato administrativo e

agentes públicos, julgue o item subsecutivo.

Promoção e readaptação são formas de provimento em cargo público.

Certo.

A promoção e a readaptação são duas das formas de provimento em cargo público,

conforme previsão do art. 8º da Lei n. 8.112/1990:

Art. 8º São formas de provimento de cargo público:


II – promoção;
V – readaptação;

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11. (CESPE/ASSISTENTE ADMINISTRATIVO/FUB/2015) Com referência às dis-

posições do regime jurídico dos servidores públicos civis da União (Lei n.

8.112/1990/1990), julgue o item que se segue.

Considere que determinado servidor público tenha sido investido em novo car-

go, compatível com as suas limitações decorrentes de acidente de trânsito.

Nessa situação, é correto afirmar que o referido servidor está em provimento

originário.

Errado.

A única forma de provimento originário é a nomeação. Todas as demais são consi-

deradas formas derivadas, uma vez que decorrem da investidura anterior em cargo

público. No caso da questão, estamos diante da readaptação.

12. (CESPE/TÉCNICO DE LABORATÓRIO/FUB/2015) Com base no que dispõem as

Leis n. 8.112/1990 e n. 9.784/1999, julgue o item que se segue.

Considere que João, de setenta anos de idade, servidor público federal aposentado

por invalidez, tenha solicitado a reversão de sua aposentadoria. Nessa situação,

mesmo que a junta médica oficial tenha concluído que o referido servidor não apre-

senta qualquer condição incapacitante para o exercício profissional, a administra-

ção deverá indeferir a solicitação de João.

Certo.

De acordo com o art. 27 da Lei n. 8.112/1990, “não poderá reverter o aposentado

que já tiver completado 70 anos de idade”.

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13. (CESPE/ANALISTA JUDICIÁRIO/TRE-GO/2015) Acerca do regime jurídico dos

servidores públicos civis da União, no próximo item apresenta uma situação hipo-

tética, seguida de uma assertiva a ser julgada.

Pedro, analista judiciário, tomou posse no TRE/GO em 10/10/2011; Gilson, ou-

tro analista do tribunal, que havia sido demitido do serviço público, foi reinte-

grado ao cargo, já ocupado por Pedro, em dezembro de 2014. Nessa situação,

o cargo deve passar a ser novamente ocupado por Gilson, e Pedro deve ser

redistribuído.

Errado.

No caso, Gilson foi reintegrado ao cargo anteriormente ocupado. Com isso, Pedro,

que estava ocupando o seu cargo, deve ser reconduzido ao cargo de origem, sem

direito à indenização ou aproveitado em outro cargo, ou, ainda, posto em disponi-

bilidade, conforme previsão do art. 28, § 2º.

14. (CESPE/TÉCNICO JUDICIÁRIO/TRE-GO/2015) Remoção é o deslocamento do

servidor, a pedido, no âmbito do mesmo quadro, com ou sem mudança de sede.

Errado.

De acordo com o art. 36, a remoção é o deslocamento do servidor, a pedido ou

de ofício, no âmbito do mesmo quadro, com ou sem mudança de sede. Nota-se,

assim, que a questão está incompleta, uma vez que a remoção também poderá

dar-se de ofício.

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15. (CESPE/ANALISTA JUDICIÁRIO/TRT- 8ª REGIÃO) Conforme a Lei n.

8.112/1990/1990, o deslocamento de cargo de provimento efetivo, ocupado ou

vago, no âmbito do quadro geral de pessoal para outro órgão ou entidade do

mesmo poder denomina-se

a) redistribuição.

b) remoção.

c) reintegração.

d) transferência.

e) substituição.

Letra a.

Trata-se do conceito de redistribuição, conforme previsão do art. 37 da Lei n.

8.112/1990, de seguinte teor:

Art. 37.  Redistribuição é o deslocamento de cargo de provimento efetivo, ocupa-


do ou vago no âmbito do quadro geral de pessoal, para outro órgão ou entidade
do mesmo Poder, com prévia apreciação do órgão central do SIPEC, observados os
seguintes preceitos (...)

16. (CESPE/2016/DPU/TÉCNICO) Ainda com base no disposto na Lei n.

8.112/1990/1990 e na Constituição Federal de 1988 (CF), julgue o próximo item.

O servidor que for nomeado para cargo de provimento efetivo será submetido, após

entrar em exercício, a estágio probatório de três anos, no qual será avaliado com

base na assiduidade, disciplina, capacidade de iniciativa, produtividade e respon-

sabilidade.

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Certo.

O estágio probatório de todos os servidores regidos pelas disposições da Lei n.

8.112/1990 é de três anos. Nesse período, serão avaliados diversos fatores, após o

qual o servidor aprovado adquirirá a estabilidade no serviço público.

De acordo com a Lei n. 8.112/1990, são fatores que serão avaliados no período do

estágio probatório (art. 20): assiduidade; disciplina; capacidade de iniciativa; pro-

dutividade; responsabilidade.

17. (CESPE/MDIC/2014/AGENTE ADMINISTRATIVO) No que se refere aos agentes

públicos e aos poderes administrativos, julgue o item que se segue. Nesse sentido,

considere que a sigla CF, sempre que empregada, refere-se à Constituição Federal

de 1988.

Considere que um servidor vinculado à administração unicamente por cargo em

comissão cometa uma infração para a qual a Lei n. 8.112/1990/1990 preveja a

sanção de suspensão. Nesse caso, se comprovadas a autoria e a materialidade

da irregularidade, o servidor sofrerá a penalidade de destituição do cargo em

comissão.

Certo.

Trata-se de questão que exige a literalidade do art. 135 da Lei n. 8.112/1990:

A destituição de cargo em comissão exercido por não ocupante de cargo efetivo será
aplicada nos casos de infração sujeita às penalidades de suspensão e de demissão.

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18. (CESPE/CADE/2014/AGENTE ADMINISTRATIVO) Considere que, após regular

processo administrativo contra servidor vinculado à administração pública unica-

mente por cargo em comissão, a autoridade julgadora tenha concluído que o servi-

dor cometeu infração punível com a penalidade de suspensão. Nesse caso, a pena-

lidade a ser aplicada será a exoneração de ofício do servidor faltoso.

Errado.

Nos termos do art. 135 da Lei n. 8.112/1990, a situação narrada pela questão

enseja a aplicação da penalidade de destituição de cargo em comissão, e não de

exoneração, conforme expresso na questão.

A destituição de cargo em comissão exercido por não ocupante de cargo efetivo será
aplicada nos casos de infração sujeita às penalidades de suspensão e de demissão.

19. (CESPE/MDIC/2014/AGENTE ADMINISTRATIVO) No que se refere aos agentes pú-

blicos e aos poderes administrativos, julgue o item que se segue. Nesse sentido, consi-
dere que a sigla CF, sempre que empregada, refere-se à Constituição Federal de 1988.

Considere que um servidor vinculado à administração unicamente por cargo em

comissão cometa uma infração para a qual a Lei n. 8.112/1990/1990 preveja a

sanção de suspensão. Nesse caso, se comprovadas a autoria e a materialidade da

irregularidade, o servidor sofrerá a penalidade de destituição do cargo em comis-

são.

Certo.

Trata-se de questão que exige a literalidade do art. 135 da Lei n. 8.112/1990:

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Lei n. 8.112/1990
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A destituição de cargo em comissão exercido por não ocupante de cargo efetivo será
aplicada nos casos de infração sujeita às penalidades de suspensão e de demissão.

20. (CESPE/CADE/2014/AGENTE ADMINISTRATIVO) Considere que, após re-

gular processo administrativo contra servidor vinculado à administração públi-

ca unicamente por cargo em comissão, a autoridade julgadora tenha concluído

que o servidor cometeu infração punível com a penalidade de suspensão. Nes-

se caso, a penalidade a ser aplicada será a exoneração de ofício do servidor

faltoso.

Errado.

Nos termos do art. 135 da Lei n. 8.112/1990, a situação narrada pela questão

enseja a aplicação da penalidade de destituição de cargo em comissão, e não de

exoneração, conforme expresso na questão.

A destituição de cargo em comissão exercido por não ocupante de cargo efetivo será
aplicada nos casos de infração sujeita às penalidades de suspensão e de demissão.

21. (CESPE/ANALISTA JUDICIÁRIO/TRE-GO/2015) Acerca do regime jurídico dos

servidores públicos civis da União, no próximo item apresenta uma situação hipo-

tética, seguida de uma assertiva a ser julgada.

O TRE/GO recebeu denúncias sobre supostas irregularidades praticadas por José,

um de seus analistas judiciários. Nessa situação, ainda que os atos atribuídos a

José não configurem evidente infração disciplinar ou ilícito penal, a autoridade res-

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ponsável do tribunal deve determinar a instauração de processo administrativo

disciplinar.

Errado.

O processo administrativo disciplinar apenas será instaurado se as denúncias con-

tiverem atos ou fatos considerados ilícitos, em plena sintonia com o art. 144 da Lei

n. 8.112/1990:

Art. 144.  As denúncias sobre irregularidades serão objeto de apuração, desde que


contenham a identificação e o endereço do denunciante e sejam formuladas por escrito,
confirmada a autenticidade.

22. (CESPE/TÉCNICO JUDICIÁRIO/TRE-GO/2015) A respeito da Lei n.

8.112/1990/1990, o item apresenta uma situação hipotética, seguida de uma as-

sertiva a ser julgada.

Um processo administrativo disciplinar instaurado para apurar possíveis irregu-

laridades cometidas por um servidor público federal revelou o desvio de verbas

públicas. Nessa situação, o eventual ajuizamento da ação penal não extinguirá o

procedimento administrativo contra o servidor.

Certo.

Ainda que o PAD tenha sido instaurado, nada impede que as irregularidades co-

metidas sejam objeto de investigação, também, na esfera penal, uma vez que a

responsabilidade do servidor público pode dar-se em três diferentes esferas: admi-

nistrativa, civil e penal.

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23. (CESPE/AGENTE PENITENCIÁRIO/DEPEN/2015) O prazo para a conclusão de

um processo disciplinar é de cento e vinte dias, contados a partir da constituição

da comissão julgadora, admitida a prorrogação por igual prazo, quando as circuns-

tâncias o exigirem.

Errado.

De acordo com o art. 152, “o prazo para a conclusão do processo disciplinar não exce-

derá 60 (sessenta) dias, contados da data de publicação do ato que constituir a comis-

são, admitida a sua prorrogação por igual prazo, quando as circunstâncias o exigirem”.

24. (CESPE/AGENTE PENITENCIÁRIO/DEPEN/2015) Qualquer cidadão pode de-

nunciar uma irregularidade cometida por servidor público, desde que a denúncia

contenha identificação e endereço do denunciante e seja formulada por escrito.

Certo.

Trata-se de regra prevista no art. 144 da Lei n. 8.112/1990:

Art. 144.  As denúncias sobre irregularidades serão objeto de apuração, desde que


contenham a identificação e o endereço do denunciante e sejam formuladas por escrito,
confirmada a autenticidade.

25. (CESPE/AUDITOR/TCU/2007) Em relação à aposentadoria do servidor, julgue

os itens que se seguem.

A aposentadoria voluntária por invalidez será precedida de licença para tratamento

de saúde, por um período não excedente a 12 meses.

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Errado.

A licença será pelo prazo de até 24 meses, conforme art. 188, § 1º, da Lei n.

8.112/1990:

§ 1o A aposentadoria por invalidez será precedida de licença para tratamento de saúde,
por período não excedente a 24 (vinte e quatro) meses.

26. (CESPE/CONSULTOR LEGISLATIVO/CÂMARA DOS DEPUTADOS/2014) Com rela-

ção à seguridade social dos servidores públicos federais, julgue o item subsecutivo.

Considere a seguinte situação hipotética: Alexandre, servidor público federal, por

ser contribuinte de RPPS, tem direito a assistência à saúde para si e para seus de-

pendentes, mas, apesar disso, contribui para o plano de saúde privado Wellth.

Nessa situação hipotética, Alexandre terá assegurado o direito de ser ressarcido

pelo plano Wellth do total dos valores que vier a despender com a sua saúde e a

dos seus dependentes.

Errado.

A assistência à saúde assegura o direito ao servidor público federal de ser ressarci-

do apenas parcialmente dos valores despendidos com planos ou seguros privados,

conforme previsão do art. 230:

Art. 230. A assistência à saúde do servidor, ativo ou inativo, e de sua família compre-
ende assistência médica, hospitalar, odontológica, psicológica e farmacêutica, terá como
diretriz básica o implemento de ações preventivas voltadas para a promoção da saúde
e será prestada pelo Sistema Único de Saúde – SUS, diretamente pelo órgão ou enti-
dade ao qual estiver vinculado o servidor, ou mediante convênio ou contrato, ou ainda
na forma de auxílio, mediante ressarcimento parcial do valor despendido pelo servidor,
ativo ou inativo, e seus dependentes ou pensionistas com planos ou seguros privados
de assistência à saúde, na forma estabelecida em regulamento.

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27. (CESPE/CONSULTOR LEGISLATIVO/CÂMARA DOS DEPUTADOS/2014)

Com relação à seguridade social dos servidores públicos federais, julgue o item

subsecutivo.

Os benefícios do plano de seguridade social estão disponíveis a todos os servidores

ocupantes de cargo efetivo ou exclusivamente em comissão na administração pú-

blica direta, autárquica ou fundacional.

Errado.

Os servidores ocupantes de cargo exclusivamente em comissão (aqueles que não

ocupam cargo efetivo) não possuem direito aos benefícios do plano de seguridade,

sendo assegurado a tal classe apenas a assistência à saúde.

Art. 183. A União manterá Plano de Seguridade Social para o servidor e sua família.
§ 1º O servidor ocupante de cargo em comissão que não seja, simultaneamente, ocu-
pante de cargo ou emprego efetivo na administração pública direta, autárquica e fun-
dacional não terá direito aos benefícios do Plano de Seguridade Social, com exceção da
assistência à saúde.

28. (CESPE/AGENTE DA POLÍCIA FEDERAL/DPF/2004) Considerando que os agen-

tes de polícia federal são servidores públicos federais que ocupam cargo de ativida-

de policial, julgue o item subsequente.

Faz jus a licença à adotante de trinta dias uma agente de polícia federal que adota

criança de cinco anos de idade.

Certo.

No caso de adoção de criança até um ano de idade, serão concedidos 90 dias de

licença remunerada. Caso a criança possua mais de um ano, o prazo da licença será

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de 30 dias.

Art. 210. À servidora que adotar ou obtiver guarda judicial de criança até 1 (um) ano
de idade, serão concedidos 90 (noventa) dias de licença remunerada.
Parágrafo único. No caso de adoção ou guarda judicial de criança com mais de 1 (um)
ano de idade, o prazo de que trata este artigo será de 30 (trinta) dias.

29. (CESPE/AUDITOR/TCU/2007) Em relação à aposentadoria do servidor, julgue

os itens que se seguem.

Expirado o período de licença e não estando em condições de reassumir o cargo ou

ser readaptado, o servidor será aposentado.

Certo.

No caso de aposentadoria compulsória, antes da sua concessão, será deferido ao

servidor a licença para tratar de sua saúde pelo prazo de até 24 meses. Expirado o

prazo, não estando o servidor em condições de assumir o cargo ou de ser readap-

tado, será ele aposentado, conforme previsão do art. 188, § 2º:

Expirado o período de licença e não estando em condições de reassumir o cargo ou de


ser readaptado, o servidor será aposentado.

30. (CESPE/AUDITOR/TCU/2008) Julgue os itens a seguir, de acordo com a Lei n.

8.112/1990/1990 e suas alterações.

O preenchimento dos requisitos para percepção de pensão por morte tem como

data de aferição o dia do óbito, e não, a data da entrega do requerimento apresen-

tado perante a administração.

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Certo.

É com a morte do servidor que os dependentes fazem jus ao recebimento da pen-

são por morte, devendo, para isso, atender aos demais requisitos legais:

Art. 215. Por morte do servidor, os dependentes, nas hipóteses legais, fazem jus à
pensão a partir da data de óbito, observado o limite estabelecido no inciso XI do caput
do art. 37 da Constituição Federal e no art. 2º da Lei no 10.887, de 18 de junho de 2004.

31. (CESPE/TÉCNICO/TCU/2004) Acerca da aplicação da legislação que rege os

servidores públicos da União, julgue o item que se segue.

O auxílio-funeral corresponde à remuneração ou ao provento a que o servidor faria

jus se vivo fosse, no mês do falecimento, independentemente da causa mortis.

Certo.

Independentemente do motivo do falecimento do servidor, sua família possui o di-

reito a receber o auxílio funeral em valor igual ao de um mês de remuneração (caso

o servidor estava na ativa) ou provento (caso aposentado) até então recebido.

Art. 226. O auxílio-funeral é devido à família do servidor falecido na atividade ou apo-


sentado, em valor equivalente a um mês da remuneração ou provento.

32. (CESPE/AUDITOR/TCU/2007) Em relação à aposentadoria do servidor, julgue

os itens que se seguem.

O servidor aposentado com provento proporcional ao tempo de serviço, se acome-

tido de hanseníase, passará a perceber provento integral.

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Certo.

Caso o servidor tenha se aposentado com proventos proporcionais e venha, em

momento posterior, a ser acometido de alguma doença grave, passará a receber os

proventos de forma integral, conforme previsão do art. 190 da Lei n. 8.112/1990:

Art. 190. O servidor aposentado com provento proporcional ao tempo de serviço se


acometido de qualquer das moléstias especificadas no § 1º do art. 186 desta Lei e, por
esse motivo, for considerado inválido por junta médica oficial passará a perceber pro-
vento integral, calculado com base no fundamento legal de concessão da aposentadoria.

33. (CESPE/ATA/DPU/DPU/2016) Com base nas disposições da Lei n.

8.112/1990/1990, julgue o seguinte item.

O cargo público, definido como o conjunto de atribuições e responsabilidades in-

cumbidas ao servidor, é criado por lei para provimento em caráter efetivo ou em

comissão.

Certo.

Trata-se de previsão do art. 3º da Lei n. 8.112/1990, de seguinte teor:

Art. 3o Cargo público é o conjunto de atribuições e responsabilidades previstas na es-


trutura organizacional que devem ser cometidas a um servidor.
Parágrafo único.  Os cargos públicos, acessíveis a todos os brasileiros, são criados por
lei, com denominação própria e vencimento pago pelos cofres públicos, para provimento
em caráter efetivo ou em comissão.

34. (CESPE/ATA/DPU/DPU/2016) Com base nas disposições da Lei n.

8.112/1990/1990, julgue o seguinte item.

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Situação hipotética: Cláudio, servidor público federal, foi demitido após ter respon-

dido a processo administrativo pela suposta prática de ato de improbidade admi-

nistrativa. Inconformado, Cláudio ingressou com ação judicial e conseguiu anular a

demissão, tendo sido reinvestido no cargo.

Assertiva: Nesse caso, a reinvestidura de Cláudio no cargo público se dará por meio

da reversão.

Errado.

Na situação narrada, Cláudio deverá fazer uso do instituto da reintegração, e não

da reversão.

Art. 28.  A reintegração é a reinvestidura do servidor estável no cargo anteriormente


ocupado, ou no cargo resultante de sua transformação, quando invalidada a sua demis-
são por decisão administrativa ou judicial, com ressarcimento de todas as vantagens.

35. (CESPE/ATA/DPU/DPU/2016) Com base nas disposições da Lei n.

8.112/1990/1990, julgue o seguinte item.

Situação hipotética: Giorgio, de quarenta anos de idade, é cidadão italiano e não

tem nacionalidade brasileira. Foi aprovado, dentro do número de vagas, em con-

curso público para prover cargo do professor de ensino superior de determinada

universidade federal, tem o nível de escolaridade exigido para o cargo e aptidão

física e mental.

Assertiva: Nessa situação, por não ter a nacionalidade brasileira, Giorgio não pode-

rá tomar posse no referido cargo.

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Errado.

Ainda que a regra geral seja a de que os cargos públicos apenas possam ser pro-

vidos por brasileiros, a Lei n. 8.112/1990 apresenta, como exceção, as hipóteses

das universidades e institutos de pesquisa. Nesses casos, poderão ser nomeados

professores, técnicos e cientistas estrangeiros.

Art. 5º, § 3º As universidades e instituições de pesquisa científica e tecnológica fede-


rais poderão prover seus cargos com professores, técnicos e cientistas estrangeiros, de
acordo com as normas e os procedimentos desta Lei.

36. (CESPE/ATA/DPU/DPU/2016) Com base nas disposições da Lei n.

8.112/1990/1990, julgue o seguinte item.

Ascensão e reintegração são formas de provimento de cargo público.

Errado.

A ascensão não é mais considerada uma forma de provimento de cargos públicos.

37. (CESPE/ATA/DPU/DPU/2016) Ainda com base no disposto na Lei n.

8.112/1990/1990 e na Constituição Federal de 1988 (CF), julgue o próximo item.

O servidor que for nomeado para cargo de provimento efetivo será submetido, após

entrar em exercício, a estágio probatório de três anos, no qual será avaliado com

base na assiduidade, disciplina, capacidade de iniciativa, produtividade e respon-

sabilidade.

Certo.

A questão elenca os fatores que serão objeto de avaliação do servidor público du-

rante o período do estágio probatório.

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É importante salientar que o prazo de duração do estágio probatório é de três anos,

ainda que o texto da Lei n. 8.112/1990 faça menção ao período de 24 meses.

Art. 20.  Ao entrar em exercício, o servidor nomeado para cargo de provimento efetivo


ficará sujeito a estágio probatório por período de 24 (vinte e quatro) meses, durante o
qual a sua aptidão e capacidade serão objeto de avaliação para o desempenho do cargo,
observados os seguinte fatores:
I – assiduidade;
II – disciplina;
III – capacidade de iniciativa;
IV – produtividade;
V – responsabilidade.

38. (CESPE/ATA/DPU/DPU/2016) Ainda com base no disposto na Lei n.

8.112/1990/1990 e na Constituição Federal de 1988 (CF), julgue o próximo item.

É permitido o exercício de mais de um cargo em comissão, desde que seja na con-

dição de interino.

Certo.

Trata-se de regra prevista no parágrafo único do art. 9º da norma federal, de se-

guinte teor:

Art. 9º, Parágrafo único. O servidor ocupante de cargo em comissão ou de natureza


especial poderá ser nomeado para ter exercício, interinamente, em outro cargo de con-
fiança, sem prejuízo das atribuições do que atualmente ocupa, hipótese em que deverá
optar pela remuneração de um deles durante o período da interinidade.

39. (CESPE/TEC AE/DPU/DPU/2016) Em relação ao regime jurídico dos cargos,

empregos e funções públicas e às disposições da Lei n. 8.112/1990/1990, julgue o

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item que se segue.

Readaptação é a investidura do servidor em cargo de atribuições e responsabilida-

des compatíveis com a limitação em sua capacidade física ou mental, verificada em

inspeção médica, advinda após sua posse em cargo público.

Certo.

A readaptação deve ser utilizada nas situações em que o servidor sofreu uma limi-

tação em sua capacidade física ou mental. No caso, o agente passa a desempenhar

suas atribuições em cargo de atribuições e responsabilidades compatíveis com a

limitação que tenha sofrido.

Art. 24.  Readaptação é a investidura do servidor em cargo de atribuições e responsa-


bilidades compatíveis com a limitação que tenha sofrido em sua capacidade física ou
mental verificada em inspeção médica.

40. (CESPE/TJ/TRE-PI/TRE-PI/ADMINISTRATIVA/2016) Teobaldo, servidor público

do estado do Piauí, adquiriu sua estabilidade em 27/1/2012. Em novembro de

2012, ele foi nomeado para o cargo de técnico judiciário no TRE/PI. Dentro do pra-

zo legal, Teobaldo tomou posse e entrou em exercício em seu novo cargo, após so-

licitar vacância por posse em outro cargo inacumulável. Na avaliação de seu estágio

probatório, no tribunal, Teobaldo foi reprovado, ou seja, foi considerado inapto para

o exercício do cargo ocupado no TRE/PI.

Nessa situação hipotética, a administração deve aplicar, em relação a Teobaldo, o

instituto denominado

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a) recondução.

b) aproveitamento.

c) exoneração.

d) demissão.

e) readaptação.

Letra a.

Caso o servidor já seja estável em um cargo público federal e, em momento pos-

terior, seja aprovado em novo concurso público para outro cargo efetivo, terá ele

direito, em caso de não aprovação no estágio probatório relativo ao segundo cargo,

de ser reconduzido ao cargo onde adquiriu a estabilidade.

Art. 29.  Recondução é o retorno do servidor estável ao cargo anteriormente ocupado


e decorrerá de:
I – inabilitação em estágio probatório relativo a outro cargo;

41. (CESPE/ESP/FUNPRESP/JURÍDICA/2016) Com relação aos convênios adminis-

trativos, aos agentes públicos e à responsabilidade civil do Estado, julgue o item a

seguir.

De acordo com a Lei n. 8.112/1990/1990, tendo sofrido limitação em sua ca-

pacidade física ou mental, verificada em inspeção médica, o servidor público

estará sujeito a readaptação, que consiste na investidura em outro cargo de

atribuições e responsabilidades compatíveis com as do cargo por ele anterior-

mente ocupado.

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Certo.

A questão apresenta corretamente o conceito de readaptação, que pode ser enten-

dida como a investidura do agente público em cargo compatível com as limitações

(físicas ou mentais) que tenha sofrido.

Art. 24. Readaptação é a investidura do servidor em cargo de atribuições e respon-


sabilidades compatíveis com a limitação que tenha sofrido em sua capacidade física ou
mental verificada em inspeção médica.

42. (CESPE/AJ/TRT-8/TRT-8/ADMINISTRATIVA/2016) Conforme a Lei n.

8.112/1990/1990, o deslocamento de cargo de provimento efetivo, ocupado ou

vago, no âmbito do quadro geral de pessoal para outro órgão ou entidade do mes-

mo poder denomina-se

a) transferência.

b) substituição.

c) redistribuição.

d) remoção.

e) reintegração.

Letra c.

A questão apresenta o conceito de redistribuição, conforme análise do art. 37 da

Lei n. 8.112/1990:

Art. 37. Redistribuição é o deslocamento de cargo de provimento efetivo, ocupado ou


vago no âmbito do quadro geral de pessoal, para outro órgão ou entidade do mesmo

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Poder, com prévia apreciação do órgão central do SIPEC, observados os seguintes pre-
ceitos (...)

43. (CESPE/AG ADM/DPU/DPU/2016) Com base nas disposições da Lei n.

8.112/1990/1990, que trata do regime jurídico dos servidores públicos federais,

julgue o item a seguir.

Situação hipotética: Carlos trabalha em atividade considerada insalubre e perigosa

e faz jus ao recebimento dos adicionais de insalubridade e de periculosidade.

Assertiva: Nesse caso, Carlos deverá optar por um deles, sendo-lhe vedado acu-

mular os dois adicionais.

Certo.

No caso, Carlos deverá optar pelo recebimento do adicional de insalubridade ou de

periculosidade, sendo vedado o recebimento acumulado dos dois adicionais.

Art. 68, § 1º O servidor que fizer jus aos adicionais de insalubridade e de periculosidade
deverá optar por um deles.

44. (CESPE/TEC/INSS/INSS/2016) Julgue o item conforme o disposto na Lei n.

8.112/1990/1990.

Em conformidade com a Lei n. 8.112/1990/1990, o servidor público poderá ser

afastado do Brasil para missão oficial por tempo indeterminado.

Errado.

Para estudo ou missão oficial, o servidor poderá ausentar-se do país pelo prazo

máximo de quatro anos.

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Prof. Diogo Surdi

Art. 95. O servidor não poderá ausentar-se do País para estudo ou missão oficial, sem
autorização do Presidente da República, Presidente dos Órgãos do Poder Legislativo e
Presidente do Supremo Tribunal Federal.
§ 1º A ausência não excederá a 4 (quatro) anos, e finda a missão ou estudo, somente
decorrido igual período, será permitida nova ausência.

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