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BIBLIOLOGIA

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ITQ – INSTITUTO TEOLÓGICO QUADRANGULAR

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BIBLIOLOGIA
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Prof. Marco Antonio Teixeira Lapa


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SGEC - SECRETARIA GERAL DE EDUCAÇÃO E CULTURA

2015
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ITQ – INSTITUTO TEOLÓGICO QUADRANGULAR

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SECRETARIA GERAL DE EDUCAÇÃO E CULTURA


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DIRETOR EXECUTIVO
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RUA CONSELHEIRO NÉBIAS, 1122 - CAMPOS ELÍSEOS - SP - FONE: (11) 3226-3131

Pr. Erivelton Tavares


4.

PRODUÇÃO
Prof. Pr. Marco Antonio T. Lapa
53

PREPARAÇÃO DE ORIGINAIS
Prof. Pr. Marco Antonio T. Lapa

REVISÃO
9.

Profa. Ignez Terezinha Scotti


Prof. Roberto Carlos Carvalho Gomes

PROJETO GRÁFICO
22

Eurípedes Mendes

DIAGRAMAÇÃO
Antonio Dias

Edição – 2015
Proibida a reprodução total ou parcial desta obra sem a permissão escrita dos autores, por quaisquer meios a não ser em
citações breves, com indicação da fonte. A violação dos direitos dos autores (Lei n.9.610/98) é crime estabelecido pelo artigo
184 do código penal.
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BIBLIOLOGIA

APRESENTAÇÃO
Prezados Alunos!
O Livro texto de Bibliologia foi elaborado através de uma abordagem histórica, bíblica e teológica, numa linguagem
dialógica clara, para que você seja introduzido ao estudo da Bíblia com segurança. Procurei observar o desenvolvimento
dos fatos, a cronologia histórica, as argumentações sólidas que respondem às perguntas: A Bíblia realmente é a Palavra

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de Deus? Como se originou a Bíblia? Como ela chegou até nós? Entre outras.
A Escritura, com simplicidade, se coloca como autoridade trazendo respostas ao ser humano, por isto também

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o seu estudo é tão atraente.

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Ao ler as Sagradas Escrituras, todas as pessoas passam por uma experiência incomum, pois ela traz alegria, desperta
interesse, desenvolve a fé, e deixa marcas na mente do leitor. Isto nos remete a algumas questões fundamentais acerca
da veracidade, da autoridade, da necessidade e da credibilidade da Bíblia, assuntos que abordaremos no decorrer

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da Disciplina.
No capítulo 1, estudaremos o que é Bibliologia e Revelação das Escrituras, bem como todos os assuntos relativos
à manifestação de Deus aos homens.
No capítulo 2, você aprenderá sobre a Inspiração, Iluminação e Unidade das Escrituras.
0
No capítulo 3, mais abordagens doutrinárias e teológicas são apresentadas. Tratam da Inerrância, Infalibilidade,
Autoridade e Sacralidade da Bíblia. Também neste capítulo tratamos dos Livros Apócrifos.
4.
No capítulo 4, tratamos de assuntos que lhe darão a base e as condições para estudar a Bíblia durante todo o
curso. Você será apresentado à Bíblia e introduzido ao seu estudo.
No capítulo 5, vemos a história maravilhosa da transmissão da Escritura, desde
a sua origem, até chegar aos nossos dias. Estudamos sobre as traduções e versões,
53

desde as línguas antigas, até o português.


No capítulo 6, veremos fatos e atualidades sobre a Bíblia e como ela tem
influenciado a história da humanidade e os segmentos humanos.
Meu aluno! Quero citar alguns versículos do salmista e do Senhor Jesus Cristo
9.

para animá-lo no estudo da nossa disciplina e no estudo da Bíblia, porque esta decisão
é de extremo valor para a sua vida e para a sua fé:
“A lei do SENHOR é perfeita, e refrigera a alma; o testemunho do SENHOR é fiel, Oi, muito prazer!!
e dá sabedoria aos símplices”. Sl 19.7 Eu sou o THEO.
22

Estarei com
você durante
“Para sempre, ó SENHOR, a tuapalavra permanece no céu”.
os estudos de
Sl 119.89 Bibliologia. Desejo
a você um ótimo
“Passará o céu e a terra, mas asminhas palavras não passarão”. curso! Vamos ter
Mc 13.31 experiências com
Deus através desta
Bons Estudos! disciplina!

Prof. Marco Antonio Teixeira Lapa


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BIBLIOLOGIA

SUMÁRIO
CAPÍTULO 01 – BIBLIOLOGIA E REVELAÇÃO DAS ESCRITURAS................................................................... 13
TÓPICO 1 – BIBLIOLOGIA.............................................................................................................................. 13
1 INTRODUÇÃO............................................................................................................................................. 13
2 DEFINIÇÃO DE BIBLIOLOGIA...................................................................................................................... 13
3 CARÁTER E NATUREZA DAS ESCRITURAS.................................................................................................. 13
4 A NECESSIDADE DAS ESCRITURAS............................................................................................................ 14

9
5 A RAZÃO DAS ESCRITURAS........................................................................................................................ 14
TÓPICO 2 – REVELAÇÃO DAS ESCRITURAS.................................................................................................. 14

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1 INTRODUÇÃO............................................................................................................................................ 14

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2 DEFINIÇÃO DE REVELAÇÃO....................................................................................................................... 14
3 CLASSIFICAÇÃO TEOLÓGICA DE REVELAÇÃO........................................................................................... 14
3.1 REVELAÇÃO GERAL ................................................................................................................................. 14
3.1.1 OS DOIS ASPECTOS DA REVELAÇÃO GERAL ...................................................................................... 15

48
3.1.2 REVELAÇÃO ESPECIAL ......................................................................................................................... 15
3.1.2.1 A NECESSIDADE DA REVELAÇÃO ESPECIAL..................................................................................... 15
3.1.2.2 A NATUREZA DA REVELAÇÃO ESPECIAL . ........................................................................................ 15
3.1.2.2.1 A NATUREZA ANTRÓPICA DA REVELAÇÃO ESPECIAL ..................................................................... 15
3.1.2.2.2 A NATUREZA ANALÓGICA DA REVELAÇÃO ESPECIAL ..................................................................... 16
0
3.1.2.2.3 OS MEIOS DA REVELAÇÃO ESPECIAL ........................................................................................... 16
3.1.2.2.4 A NEO-ORTODOXIA A RESPEITO DA REVELAÇÃO ESPECIAL ............................................................ 16
4.
3.1.2.2.5 A BÍBLIA É A REVELAÇÃO............................................................................................................... 17
3.3 REVELAÇÃO GRADATIVA E PROGRESSIVA ............................................................................................ 17
3.4 A REVELAÇÃO INCLUI:............................................................................................................................. 17
3.5 A REVELAÇÃO E A RESPOSTA E RESPONSABILIDADE HUMANA ...................................................................... 17
AUTOATIVIDADE DO CAPÍTULO 1................................................................................................................. 19
53

CAPÍTULO 02 – INSPIRAÇÃO, ILUMINAÇÃO E UNIDADE DAS ESCRITURAS ......................................... 21


1 INTRODUÇÃO............................................................................................................................................. 21
2 A CAUSA DA REVELAÇÃO E DA INSPIRAÇÃO DA ESCRITURA.................................................................. 21
3 PALAVRA E PODER – UMA QUESTÃO DE MODERAÇÃO SÁBIA............................................................... 22
9.

4 A NECESSIDADE DA INSPIRAÇÃO.............................................................................................................. 22
5 A DEFINIÇÃO BÍBLICA DE INSPIRAÇÃO .................................................................................................... 22
6 O PROCESSO DE INSPIRAÇÃO.................................................................................................................... 23
6.1 DEUS COMO CAUSA................................................................................................................................ 23
6.2 A AÇÃO DO ESPÍRITO SANTO.................................................................................................................. 23
22

6.3 O HOMEM COMO INSTRUMENTO......................................................................................................... 24


6.4 A AUTORIDADE ESCRITA......................................................................................................................... 24
7 A DIFERENÇA ENTRE INSPIRAÇÃO E REVELAÇÃO..................................................................................... 24
TÓPICO 2 – SIGNIFICADO, CONCEITOS E TEORIAS DE INSPIRAÇÃO.......................................................... 25
1 INTRODUÇÃO.............................................................................................................................................. 25
2 SIGNIFICADO DE INSPIRAÇÃO.................................................................................................................... 25
3 CONCEITOS DE INSPIRAÇÃO ...................................................................................................................... 25
3.1 CONCEITO LIBERAL DE INSPIRAÇÃO ...................................................................................................... 25
3.2 O CONCEITO NEO-ORTODOXO DE INSPIRAÇÃO.................................................................................... 25
3.3 CONCEITO DA INTUIÇÃO......................................................................................................................... 26
3.4 CONCEITOS CONSERVADORES ............................................................................................................... 26
4 TEORIAS DE INSPIRAÇÃO............................................................................................................................ 26
4.1 AS TEORIAS CONSERVADORAS: .............................................................................................................. 26
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4.1.1 TEORIA DO DITADO VERBAL................................................................................................................. 26


4.1.2 TEORIA DO CONCEITO INSPIRADO....................................................................................................... 26
4.1.3 O CONCEITO VERBAL E DE INSPIRAÇÃO PLENA.................................................................................. 26
5 O ENSINO BÍBLICO A RESPEITO DA INSPIRAÇÃO ................................................................................... 26
5.1 A INSPIRAÇÃO É VERBAL . ....................................................................................................................... 27
5.2 A INSPIRAÇÃO É PLENA ........................................................................................................................... 27
5.3 A INSPIRAÇÃO ATRIBUI AUTORIDADE.................................................................................................... 27
TÓPICO 3 – EVIDÊNCIAS DE INSPIRAÇÃO.................................................................................................... 27
1 INTRODUÇÃO.............................................................................................................................................. 27

9
2 EVIDÊNCIAS DA INSPIRAÇÃO DA BÍBLIA................................................................................................... 27
2.1 EVIDÊNCIA INTERNA DA INSPIRAÇÃO DA BÍBLIA ................................................................................ 27
2.1.1 A EVIDÊNCIA DA AUTORIDADE ATRAVÉS DA AUTOCONFIRMAÇÃO ............................................... 27

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2.1.2 A EVIDÊNCIA DO TESTEMUNHO ÍNTIMO DO ESPÍRITO SANTO............................................................ 27
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2.1.3 A EVIDÊNCIA DO PODER TRANSFORMADOR DA BÍBLIA................................................................... 28


2.2 EVIDÊNCIA EXTERNA DA INSPIRAÇÃO DA BÍBLIA................................................................................. 28
2.2.1 A EVIDÊNCIA BASEADA NA HISTORICIDADE DA BÍBLIA ................................................................... 28
2.2.2 A EVIDÊNCIA DO TESTEMUNHO DE CRISTO ...................................................................................... 28

48
2.2.3 A EVIDÊNCIA PROFÉTICA .................................................................................................................... 28
2.2.4 A EVIDÊNCIA DA INFLUÊNCIA DA BÍBLIA ........................................................................................... 28
2.2.5 A EVIDÊNCIA DA REALIDADE DA INDESTRUTIBILIDADE DA BÍBLIA .......................................................... 28
TÓPICO 4 – ILUMINAÇÃO E UNIDADE DAS ESCRITURAS.............................................................................. 29
1 INTRODUÇÃO.............................................................................................................................................. 29
0
2 A ILUMINAÇÃO DAS ESCRITURAS............................................................................................................. 29
3 A UNIDADE DA BÍBLIA................................................................................................................................ 29
4.
3.1 O TEMA CENTRAL.................................................................................................................................... 29
3.2 O ASSUNTO CENTRAL ............................................................................................................................. 29
3.3 A PESSOA CENTRAL DA BÍBLIA .............................................................................................................. 30
3.4 A UNIDADE DE ESTRUTURA ................................................................................................................... 30
3.5 UMA MENTE ÚNICA ............................................................................................................................... 30
53

AUTOATIVIDADE DO CAPÍTULO 2................................................................................................................. 31


LEITURA COMPLEMENTAR – OS SÍMBOLOS DAS ESCRITURAS.................................................................. 33

CAPÍTULO 03 – INERRÂNCIA, INFALIBILIDADE, ..................................................................................... 35


AUTORIDADE E SACRALIDADE DA BÍBLIA...................................................................................................... 35
9.

TÓPICO 1 – A INERRÂNCIA DAS ESCRITURAS................................................................................................. 35


1 INTRODUÇÃO............................................................................................................................................. 35
2 INERRÂNCIA ............................................................................................................................................... 35
3 OS CONCEITOS DE INERRÂNCIA................................................................................................................ 35
3.1 A INERRÂNCIA ABSOLUTA....................................................................................................................... 35
22

3.2 A INERRÂNCIA PLENA . ........................................................................................................................... 35


3.3 A INERRÂNCIA LIMITADA ....................................................................................................................... 36
4 A IMPORTÂNCIA DA INERRÂNCIA............................................................................................................. 36
5 A INERRÂNCIA E OS FENÔMENOS............................................................................................................ 36
6 O CONSERVADORISMO E O MODERNISMO............................................................................................. 36
7 DEFINIÇÃO DE INERRÂNCIA...................................................................................................................... 37
TÓPICO 2 – INFALIBILIDADE DAS ESCRITURAS............................................................................................ 37
1 INTRODUÇÃO.............................................................................................................................................. 37
2 DEFINIÇÃO DE INFALIBILIDADE ................................................................................................................ 37
3 O DEPOIMENTO DA INFALIBILIDADE........................................................................................................ 38
3.1 QUAL É O FUNDAMENTO DA DOUTRINA DA INFALIBILIDADE? ............................................................. 38
3.2 A BÍBLIA É UMA REVELAÇÃO ORIGINAL DA VERDADE........................................................................... 38
3.3 A BÍBLIA É IMUTÁVEL.............................................................................................................................. 38
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BIBLIOLOGIA

3.4 A BÍBLIA É EXATA MORAL E ESPIRITUALMENTE..................................................................................... 38


TÓPICO 3 – A AUTORIDADE DA BÍBLIA........................................................................................................ 38
1. INTRODUÇÃO............................................................................................................................................. 38
2 A AUTORIDADE BÍBLICA ............................................................................................................................ 39
3 CARACTERÍSTICAS DA AUTORIDADE DA BÍBLIA:...................................................................................... 39
3.1 AUTORIDADE RELIGIOSA . ...................................................................................................................... 39
3.1.1 O PADRÃO DA AUTORIDADE ............................................................................................................... 39
3.2 AUTORIDADE HISTÓRICA ....................................................................................................................... 40
3.3 AUTORIDADE NORMATIVA .................................................................................................................... 40

9
4 SOLA ESCRIPTURA...................................................................................................................................... 40
5 A INERRÂNCIA E OS MANUSCRITOS ORIGINAIS E AS CÓPIAS................................................................ 41
TÓPICO 4 – A SACRALIDADE DA ESCRITURA – O CÂNON............................................................................... 42

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1 INTRODUÇÃO.............................................................................................................................................. 42
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2 AS CARACTERÍSTICAS E DEFINIÇÃO DE CANONICIDADE........................................................................ 42


2.1 DEFINIÇÃO . ............................................................................................................................................. 42
2.2 CANONICIDADE . ..................................................................................................................................... 42
3 O CÂNON DO ANTIGO TESTAMENTO........................................................................................................ 42

48
3.1 O PRINCÍPIO DO CÂNON DECLARADO .................................................................................................. 42
3.2 O CÂNON DO AT AFIRMADO E AUTORIZADO POR CRISTO . ........................................................................... 43
3.3 A BÍBLIA HEBRAICA . ............................................................................................................................... 43
3.4 CRONOLOGIA DO AT E PRODUÇÃO ESCRITURÍSTICA – O PANORAMA BÍBLICO DO AT..................... 43
4 O CÂNON DO NOVO TESTAMENTO........................................................................................................... 45
0
4.1 A NECESSIDADE DE SELEÇÃO PELA IGREJA........................................................................................... 45
4.1.1 O CÂNON DE MARCION (MARCIÃO) .................................................................................................. 45
4.
4.1.2 O MESTRE TACIANO E O EVANGELHO ÚNICO ................................................................................... 46
4.1.3 O TEÓLOGO MONTANO E A BÍBLIA SEM FIM .................................................................................... 46
4.1.4 ESCRITOS DE INSPIRAÇÃO DUVIDOSA . ................................................................................................ 46
4.1.5 O EDITO DE DIOCLECIANO (302-305) ................................................................................................. 47
4.2 O PADRÃO CANÔNICO . .......................................................................................................................... 47
53

4.2.1 QUANTO À AUTORIA – APOSTOLICIDADE.......................................................................................... 47


4.2.2 QUANTO À DOUTRINA – EXATIDÃO DOUTRINÁRIA........................................................................... 47
4.2.3 QUANTO AO CONTEÚDO – CONTEÚDO ESPIRITUAL......................................................................... 47
4.2.4 QUANTO AO USO – UNIVERSALIDADE................................................................................................ 47
4.2.5 QUANTO À INSPIRAÇÃO – INSPIRAÇÃO DO ESPÍRITO SANTO.................................................................... 47
9.

4.3 CRONOLOGIA DO NT E PRODUÇÃO ESCRITURÍSTICA – O PANORAMA BÍBLICO DO NT.................... 48


TÓPICO 5 – OS LIVROS APÓCRIFOS.............................................................................................................. 49
1 INTRODUÇÃO............................................................................................................................................. 49
2 OS LIVROS APÓCRIFOS............................................................................................................................... 49
3 O SIGNIFICADO DA PALAVRA APÓCRIFO ................................................................................................. 49
22

4 TERMINOLOGIA TÉCNICA DOS LIVROS APÓCRIFOS................................................................................... 49


4.1 “HOMOLOGOUMENA” (LIT., FALAR COMO UM) .................................................................................. 49
4.2 “ANTILEGOMENA” (LIT., FALAR CONTRA) ............................................................................................. 49
4.3 “PSEUDEPIGRÁFICOS” (LIT., FALSOS ESCRITOS) ................................................................................... 49
4.4 “DEUTEROCANÔNICOS”.......................................................................................................................... 50
5 QUAIS SÃO E ONDE ESTÃO OS LIVROS APÓCRIFOS.................................................................................... 50
6 RAZÕES PELAS QUAIS OS APÓCRIFOS NÃO SÃO ACEITOS PELOS EVANGÉLICOS................................. 50
7 O CONTEÚDO DOS APÓCRIFOS................................................................................................................. 51
AUTOATIVIDADE DO CAPÍTULO 3................................................................................................................. 53

CAPÍTULO 04 – INTRODUÇÃO À BÍBLIA................................................................................................. 55


TÓPICO 1 – INTRODUÇÃO À BÍBLIA.............................................................................................................. 55
1 INTRODUÇÃO............................................................................................................................................. 55
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2 A ESTRUTURA DA BÍBLIA E ORIGEM DO TERMO..................................................................................... 55


3 O ESPÍRITO SANTO...................................................................................................................................... 55
4 A FINALIDADE DA BÍBLIA........................................................................................................................... 55
5 A IDENTIDADE DA BÍBLIA........................................................................................................................... 56
6. AS DUAS GRANDES DIVISÕES DA BÍBLIA E SUAS SEÇÕES...................................................................... 57
6.1 AS SEÇÕES OU CATEGORIAS DAS GRANDES DIVISÕES DA BÍBLIA....................................................... 57
7 CAPÍTULOS E VERSÍCULOS DA BÍBLIA....................................................................................................... 57
7.1 A DIVISÃO DA BÍBLIA EM CAPÍTULOS E VERSÍCULOS........................................................................... 57
7.2 O PERÍODO DA IMPRENSA...................................................................................................................... 57

9
8 A BÍBLIA HEBRAICA..................................................................................................................................... 58
9 O PERÍODO INTERBÍBLICO......................................................................................................................... 58
9.1 DOMÍNIOS POLÍTICOS NO PERÍODO INTERBÍBLICO................................................................................ 59

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9.1.1 GOVERNO PERSA (536-331 A.C.).......................................................................................................... 59
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9.1.2 GREGO (331-63 A.C.)............................................................................................................................. 59


9.1.3 GOVERNO ROMANO (63 A.C.).............................................................................................................. 59
9.1.4 CONTRIBUIÇÕES DO PRÓPRIO POVO JUDEU:.................................................................................... 59
TÓPICO 2 – AS LÍNGUAS, MATERIAIS E INSTRUMENTOS DE ESCRITA DA BÍBLIA..................................... 60

48
1 INTRODUÇÃO.............................................................................................................................................. 60
2 A TRANSMISSÃO ORAL............................................................................................................................... 60
3 AS LÍNGUAS ESCRITAS................................................................................................................................ 60
3.1 ELOS PROPORCIONADOS........................................................................................................................ 60
3.2 AS ESCRITAS PRIMITIVAS........................................................................................................................ 61
0
3.2.1 O CUNEIFORME ................................................................................................................................... 61
3.2.2 OS HIERÓGLIFOS .................................................................................................................................. 61
4.
3.2.3 O ALFABETO HEBRAICO....................................................................................................................... 61
4 OS MATERIAIS, INSTRUMENTOS DE ESCRITA E IDIOMAS USADOS........................................................ 61
4.1 OS MATERIAIS PARA A ESCRITA.............................................................................................................. 61
3.2 OS INSTRUMENTOS DE ESCRITA............................................................................................................. 62
3.2.1 OS MANUSCRITOS................................................................................................................................ 62
53

3.2.1.1 A FORMA DOS MANUSCRITOS......................................................................................................... 62


3.2.3 AS TINTAS.............................................................................................................................................. 63
3.2.4 A PENA................................................................................................................................................... 63
TÓPICO 3 – OS IDIOMAS DA BÍBLIA E PREPARAÇÃO DOS MANUSCRITOS................................................ 63
1. INTRODUÇÃO............................................................................................................................................. 63
9.

2 OS IDIOMAS BÍBLICOS................................................................................................................................ 64
2.1 A FAMÍLIA DE LÍNGUAS SEMÍTICAS:...................................................................................................... 64
2.2 AS DAS FAMÍLIAS DE LÍNGUAS INDO-EUROPÉIAS:............................................................................... 64
2.3 OUTRAS INFLUÊNCIAS LINGUÍSTICAS SOBRE O TEXTO BÍBLICO........................................................... 64
3 A PREPARAÇÃO E A PRESERVAÇÃO DOS MANUSCRITOS........................................................................ 65
22

TÓPICO 4 – OS MANUSCRITOS DA BÍBLIA E A CRÍTICA TEXTUAL.............................................................. 66


1 INTRODUÇÃO.............................................................................................................................................. 66
2 OS MANUSCRITOS ORIGINAIS................................................................................................................... 67
3 AS AMEAÇAS AO TEXTO............................................................................................................................. 67
4 OS PRINCIPAIS MANUSCRITOS.................................................................................................................. 67
4.1 OS MANUSCRITOS PRINCIPAIS DO AT SÃO:.......................................................................................... 67
4.2 OS MANUSCRITOS PRINCIPAIS DO NT .................................................................................................. 67
5 PAPIROS BÍBLICOS, ÓSTRACOS, INSCRIÇÕES E LECIONÁRIOS................................................................ 67
5.1 OS MAIS IMPORTANTES MANUSCRITOS DE PAPIRO SÃO:.................................................................... 67
5.2 ÓSTRACOS................................................................................................................................................ 68
5.3 LECIONÁRIOS........................................................................................................................................... 68
6 REMISSÕES PATRÍSTICAS AO TEXTO BÍBLICO........................................................................................... 68
6.1 OS PRIMEIROS SÉCULOS DA IGREJA...................................................................................................... 68
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BIBLIOLOGIA

7 O CRITICISMO TEXTUAL............................................................................................................................. 69
7.1 A BAIXA CRÍTICA...................................................................................................................................... 69
7.2 A ALTA CRÍTICA........................................................................................................................................ 69
7.3 PRINCÍPIOS GERAIS DA CRÍTICA TEXTUAL............................................................................................ 70
7.3.1 EVIDÊNCIA EXTERNA ........................................................................................................................... 70
7.3.2 EVIDÊNCIA INTERNA............................................................................................................................ 70
7.4 TIPOS DE CRITICISMO BÍBLICO............................................................................................................... 70
AUTOATIVIDADE DO CAPÍTULO 4................................................................................................................. 73

9
CAPÍTULO 05 – COMO A BÍBLIA CHEGOU ATÉ NÓS.............................................................................. 75
TÓPICO 1 – TRADUÇÕES PRINCIPAIS........................................................................................................... 75
1 INTRODUÇÃO............................................................................................................................................. 75

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2 TERMOS RELATIVOS ÀS TRADUÇÕES E VERSÕES...................................................................................... 75
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3 TRADUÇÕES BÍBLICAS................................................................................................................................ 76
3.1 CATEGORIAS DAS TRADUÇÕES............................................................................................................... 76
3.2 A NECESSIDADE DAS TRADUÇÕES.......................................................................................................... 76
4 PRINCIPAIS TRADUÇÕES............................................................................................................................ 76

48
4.1 “TRADUÇÕES SIRÍACAS”......................................................................................................................... 77
5 TRADUÇÕES SECUNDÁRIAS ...................................................................................................................... 77
TÓPICO 2 – A SEPTUAGINTA E A VULGATA LATINA..................................................................................... 77
1 INTRODUÇÃO.............................................................................................................................................. 77
2 A SEPTUAGINTA (LXX)................................................................................................................................. 78
0
2.1 A IMPORTÂNCIA DA SEPTUAGINTA “LXX”............................................................................................. 78
2.2. QUE TEXTO JESUS LEU? FOI A LXX?....................................................................................................... 78
4.
3 OUTRAS TRADUÇÕES GREGAS ................................................................................................................. 78
3.1 AS TRADUÇÕES REALIZADAS A PARTIR DO TEXTO GREGO................................................................ 79
4 AS TRADUÇÕES REALIZADAS A PARTIR DA LXX........................................................................................ 79
4.1 A TRADUÇÃO ETÍOPE (4º. E 5º. SÉCULO)............................................................................................... 79
4.2 A TRADUÇÃO GÓTICA............................................................................................................................. 79
53

4.3 A TRADUÇÃO ARMÊNIA.......................................................................................................................... 79


5 TRADUÇÕES EM LATIM E AFINS................................................................................................................ 79
5.1 AS TRADUÇÕES EM LATIM...................................................................................................................... 80
5.1.1 ANTIGA LATINA DO AT......................................................................................................................... 80
5.1.2 ANTIGA LATINA DO NT......................................................................................................................... 80
9.

5.1.3 A VULGATA LATINA............................................................................................................................... 80


6 OUTRAS TRADUÇÕES POSTERIORES DO LATIM....................................................................................... 80
TÓPICO 3 – TRADUÇÕES E VERSÕES SECUNDÁRIAS................................................................................... 81
1 INTRODUÇÃO.............................................................................................................................................. 81
2. AS TRADUÇÕES PARA O INGLÊS .............................................................................................................. 81
22

2.1. A RENASCENÇA – SÉCULO 14 AO SÉCULO 16....................................................................................... 81


2.1.1 AS TRADUÇÕES PARCIAIS PARA O ANTIGO INGLÊS........................................................................... 81
2.1.2 AS TRADUÇÕES PARCIAIS PARA O MÉDIO INGLÊS (1100-1400)........................................................ 81
2.1.3 AS TRADUÇÕES COMPLETAS PARA O MÉDIO INGLÊS E PARA O INGLÊS MODERNO...................... 81
3 AS TRADUÇÕES E VERSÕES JUDAICAS...................................................................................................... 82
4 AS TRADUÇÕES E VERSÕES PROTESTANTES............................................................................................. 83
5 AS TRADUÇÕES E VERSÕES ECUMÊNICAS................................................................................................ 83
TÓPICO 4 – TRADUÇÕES PARA O PORTUGUÊS............................................................................................ 83
1 INTRODUÇÃO.............................................................................................................................................. 83
2 O PERÍODO DE TRADUÇÕES PARCIAIS PARA O PORTUGUÊS.................................................................. 84
2.1. “VENTUROSO” OU “BEM-AVENTURADO” (1279 – 1325),................................................................................ 84
2.2 POPULARIZAÇÃO DA ESCRITURA........................................................................................................... 84
2.3 “OS QUATRO EVANGELHOS” (INÍCIO DO SÉCULO 19)........................................................................... 84
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3 A VERSÃO DE ALMEIDA (1681) E AS VERSÕES COMPLETAS EM PORTUGUÊS....................................... 84


4 AS TRADUÇÕES E AS VERSÕES CATÓLICAS ROMANAS............................................................................ 85
5 A BÍBLIA NO BRASIL (1879)........................................................................................................................ 85
5.1 COMO A BÍBLIA CHEGOU AO BRASIL..................................................................................................... 85
5.1.1 PRIMEIRAS VERSÕES............................................................................................................................ 86
5.1.1.1 AS TRADUÇÕES PARCIAIS FORAM: . ................................................................................................ 86
5.1.1.2 AS TRADUÇÕES COMPLETAS FORAM: ............................................................................................ 87
5.2 “OS QUATRO EVANGELHOS” (INÍCIO DO SÉCULO 19)............................................................................... 87
AUTOATIVIDADE DO CAPÍTULO 5................................................................................................................. 89

9
CAPÍTULO 06 – FATOS E ATUALIDADES SOBRE A BÍBLIA....................................................................... 91
TÓPICO 1 – SOBRE O ANTIGO TESTAMENTO............................................................................................... 91

-9
1 INTRODUÇÃO.............................................................................................................................................. 91

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2 A LEI DE DEUS............................................................................................................................................. 91
3 OS ESCRITORES DA CORTE DE ISRAEL....................................................................................................... 91
4 O SURGIMENTO DAS SINAGOGAS............................................................................................................. 92
5 O REI MAIS EXCELENTE DE ISRAEL, O REI IDEAL...................................................................................... 92

48
6 LIVROS PERDIDOS DA BÍBLIA..................................................................................................................... 92
6.1 A LISTA DOS LIVROS PERDIDOS.............................................................................................................. 92
7 PESOS E MEDIDAS DO ANTIGO TESTAMENTO......................................................................................... 93
7.1 PESOS ....................................................................................................................................................... 93
7.2 COMPRIMENTO....................................................................................................................................... 93
0
7.3 LÍQUIDOS.................................................................................................................................................. 94
7.4 SECOS........................................................................................................................................................ 94
4.
8 O CALENDÁRIO JUDEU............................................................................................................................... 94
9 DIAS ESPECIAIS DOS JUDEUS..................................................................................................................... 95
TÓPICO 2 – SOBRE O NOVO TESTAMENTO.................................................................................................. 95
1 INTRODUÇÃO.............................................................................................................................................. 95
2 OS EVANGELHOS SINÓTICOS E O EVANGELHO DE JOÃO........................................................................ 95
53

3 ESBOÇO DA VIDA DE CRISTO..................................................................................................................... 96


4 DEFINIÇÃO DE TERMOS ENCONTRADOS NO NT...................................................................................... 97
5 AS HORAS NO NOVO TESTAMENTO.......................................................................................................... 97
5.1 TEMPO...................................................................................................................................................... 98
6 LIVROS QUE NÃO ENTRARAM PARA O CÂNON DO NT............................................................................ 98
9.

6.1 OS EVANGELHOS GNÓSTICOS................................................................................................................ 98


6.1.1 OS ENSINOS DOS GNÓSTICOS: OS LÍDERES DA IGREJA REJEITAVAM TOTALMENTE ESSES ENSINOS. 99
6.1.2 LISTA DOS LIVROS GNÓSTICOS ENCONTRADOS................................................................................ 99
7 LIVROS QUE QUASE ENTRARAM NO CÂNON DO NT............................................................................... 99
8 ESCRITOS CRISTÃOS POPULARES............................................................................................................ 100
22

9 DA ORALIDADE À VIRTUALIDADE............................................................................................................ 100


10 A BÍBLIA E AS ARTES E EM DEMAIS SEGMENTOS................................................................................ 100
11 PESOS E MEDIDAS DO NOVO TESTAMENTO........................................................................................ 100
11.1 PESOS E MOEDAS................................................................................................................................ 100
11.2 MEDIDAS LINEARES............................................................................................................................. 101
11.3 MEDIDAS DE CAPACIDADE.................................................................................................................. 101
12 ESTATÍSTICAS BÍBLICAS.......................................................................................................................... 101

FINAL.................................................................................................................................................... 103
REFERÊNCIAS....................................................................................................................................... 104
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BIBLIOLOGIA

PLANO DE ESTUDOS
DA DISCIPLINA
EMENTA
Esta disciplina visa transmitir ao aluno o conhecimento da Doutrina das Escrituras e o processo histórico

9
de formação da Bíblia, dos primórdios à atualidade.

-9
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OBJETIVO GERAL
Levar o aluno a compreensão da Doutrina das Escrituras e dos aspectos textuais peculiares à Bíblia.

OBJETIVOS ESPECÍFICOS
Infalibilidade, Sacralidade.
0 48
• Entender e aplicar os fundamentos da Doutrina das Escrituras (Bibliologia): Revelação, Inspiração, Inerrância,

• Analisar e compreender a estrutura literária, aspectos textuais da Bíblia, em ordem cronológica.


• Compreender a mensagem central de cada livro que compõe a Bíblia.
4.
• Compreender a diferença entre o Cânon das Escrituras e os livros apócrifos.
• Descrever o percurso histórico das Escrituras Sagradas – da oralidade até a virtualidade.
53

PROGRAMA DA DISCIPLINA
9.

CAPÍTULO 1 – BIBLIOLOGIA E REVELAÇÃO DAS ESCRITURAS

CAPÍTULO 2 – INSPIRAÇÃO, ILUMINAÇÃO E UNIDADE DA ESCRITURA

CAPÌTULO 3 – INERRÂNCIA, INFALIBILIDADE, AUTORIDADE E SACRALIDADE DA BÍBLIA


22

CAPÍTULO 4 – INTRODUÇÃO À BÍBLIA

CAPÍTULO 5 – COMO A BÍBLIA CHEGOU ATÉ NÓS

CAPÍTULO 6 – FATOS E ATUALIDADES – ORIENTAÇÃO BÍBLICA


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4.
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9.
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BIBLIOLOGIA

CAPÍTULO 01
BIBLIOLOGIA E REVELAÇÃO DAS ESCRITURAS
TÓPICO 1 – BIBLIOLOGIA

1 INTRODUÇÃO

9
Ao iniciarmos o estudo desta
disciplina, será interessante nos

-9
01
reportarmos a algumas perguntas

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fundamentais para a nossa jornada:

CAPÍTULO
Por que surgiu a Escritura? Como ela
se originou? Será ela verdadeira? A
Bíblia que temos à nossa disposição é
autêntica, legítima? Ela tem autoridade?
Estas são algumas das perguntas feitas,
às quais você deverá estar sempre
pronto para responder.
Bem vindo ao nosso primeiro
0 48
Capítulo!
4.

2 DEFINIÇÃO DE BIBLIOLOGIA
Bibliologia é o termo teológico que indica o estudo das Sagradas
Escrituras. Esse estudo se refere à doutrina das Escrituras e ao estudo da
53

História da Bíblia como livro, desde a sua origem, composição, estrutura,


processo de escrita, até chegar os dias atuais.
A Bíblia é a mensagem de Deus aos homens. Ela traz a
AUTOMANIFESTAÇÃO de Deus. Tudo o que sabemos e ainda saberemos a
9.

respeito de Deus, a partir do estudo da sua palavra, só é possível porque


ele quis manifestar-se.
Deus se revela como pessoa, nos dá a conhecer o seu caráter e a sua
personalidade. A manifestação de Deus não teve como objetivo nos dar uma
22

Bíblia para que simplesmente conheçamos sobre as coisas de Deus, mas sim,
que o conhecimento sobre as coisas de Deus nos levasse ao conhecimento
de Deus, portanto, o objetivo da Escritura é relacional, por isto afirmamos
que ela é a mensagem de Deus ao coração dos homens.

3 CARÁTER E NATUREZA DAS ESCRITURAS


É originária do mundo oriental antigo e influenciou toda a vida ocidental
moderna. A Bíblia é um livro de natureza espiritual, cuja origem é divina, na A Bíblia não
qual o homem foi o instrumento de Deus para fazer-se conhecido. A Bíblia teoriza, ela afirma!
atende os anseios do homem integral.
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4 A NECESSIDADE DAS ESCRITURAS


Antes da queda do homem, as condições de comunicação e de relacionamento com Deus eram
diferentes das condições atuais. A comunicação e o relacionamento eram diretos e promoviam a comunhão
intensa entre o Criador e a criatura.
A Escritura Sagrada foi enviada por Deus, a fim de preencher as condições para a comunhão e para a restauração
do relacionamento favorável com Deus, os quais foram perdidos na queda.

5 A RAZÃO DAS ESCRITURAS

9
A razão de Deus ter-nos dado a Escritura é que, sendo os seres humanos finitos e Deus infinito, não
poderíamos conhecê-lo, nem ter comunhão com ele, a menos que ele se revelasse a nós. Deus se manifestou

-9
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de maneira sobrenatural e inteligente para que pudéssemos conhecê-lo e ter comunhão com ele.
Deus nos deu uma revelação objetiva, válida e racional acerca de si mesmo, por meios que conheceremos
mais adiante.

48
Pela maravilhosa e milagrosa ação de Deus, a sua revelação pessoal é acessível a todos e está à disposição
de todos, para que todos possam observá-la. A Bíblia não é incompreensível.

TÓPICO 2
0
REVELAÇÃO DAS ESCRITURAS
4.

1 INTRODUÇÃO
Concordo com a definição comum de “revelação” para iniciarmos o nosso estudo teológico a respeito
do assunto. Neste sentido, revelação é o ato ou efeito de revelar ou de revelar-se. Recebemos a revelação do
próprio Deus e da sua palavra, mas como isto ocorreu, o que isto significa? É o que veremos a seguir!
53

2 DEFINIÇÃO DE REVELAÇÃO
A definição teológica de Revelação está baseada nos vocábulos (palavras e termos) originais da Sagrada
Escritura. A palavra hebraica para “revelar” é gãlãh. A palavra grega usual para “revelar” é apokalyptõ. Estas
9.

duas palavras expressam a idéia de desvelar o que está encoberto. De acordo com o significado destas palavras
originais, Revelação é a automanifestação de Deus, é a comunicação que ele faz de si mesmo a todas as pessoas
em todos os tempos e lugares com o propósito de entrar em relacionamento redentor com elas.
22

3 CLASSIFICAÇÃO TEOLÓGICA DE REVELAÇÃO


Teologicamente há duas categorias de Revelação, uma é superficial, a outra é mais objetiva.

3.1 Revelação Geral


É Deus se comunicando com os seres humanos através da natureza, fazendo-se conhecido a todas as
pessoas de todos os tempos e de todos os lugares. (Sl 19.1; Rm 1.20)
Na Revelação Geral, Deus se automanifesta através:
• Da Natureza
• Da História
• Da constituição do ser humano: física, emocional, mental, moral e na sua religiosidade, o que indica
a sua espiritualidade.
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BIBLIOLOGIA

3.1.1 Os Dois Aspectos da Revelação Geral


São aspectos da Revelação Geral:
• A Sua disponibilidade Universal - É acessível a todos;
• O Conteúdo da sua Mensagem - É simples, claro e menos detalhado, obtém-se pela observação,
contemplação, reflexão, meditação e pela própria busca interior da divindade. Por ser mais subjetiva, a
revelação geral é inferior à revelação especial, contudo, esta insuficiência não a torna dispensável, e nem
pode ser considerada à parte da revelação especial. Ambas são necessárias e se complementam entre si,

9
nos trazendo um entendimento harmonioso acerca de Deus e de suas coisas.

3.1.2 Revelação Especial

-9
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É Deus se comunicando através da sua palavra e de seu Filho Jesus Cristo. Esta revelação diz respeito
às comunicações particulares e manifestações de Deus para certas pessoas (profetas e escritores sagrados)
em tempos, lugares e épocas específicas. O acesso a estas comunicações e manifestações só existe pela consulta
às Escrituras Sagradas. (2 Tm 3.16; Hb 1.1,2; Jo 14.8,9)

3.1.2.1 A Necessidade da Revelação Especial


0 48
A Revelação especial teve como objetivo principal promover um relacionamento redentor para o homem.
A revelação especial é a revelação particular de Deus.

Anteriormente à queda, o homem já gozava de uma revelação especial de Deus, pelo fato contar com
a presença direta de Deus, de forma imediata e completa. No próprio momento de encontro com o Criador,
4.
após a queda, vemos o Senhor entregando sua palavra ao homem mais uma vez e instituindo uma forma de
relacionamento através do derramamento de sangue no sacrifício de animais (Gn 3.21). Adão, por sua vez,
transmitiu a palavra do Senhor aos seus filhos (Gn 4.3,4).
Com a queda, Deus começa a tratar da situação de uma maneira especial, começa a tratar do problema
53

do pecado, da culpa, da depravação do gênero humano e também começou a revelar os meios para expiar
os pecados, de redimir o homem e reconcilia-lo. O pecado prejudicou e diminui a compreensão da revelação
geral e sua eficácia.
9.

3.1.2.2 A Natureza da Revelação Especial


A natureza da revelação especial diz respeito à sua forma de apresentação. A Revelação Especial é pessoal.
O fato é que um Deus pessoal se apresenta a pessoas, e de várias formas. Exemplos:
• JEOVÁ apresentou-se a Moisés: “Eu Sou o que Sou” (Êx. 3.14);
22

• Deus firmou alianças pessoais com indivíduos: Adão, Noé, Abraão...;


• Deus firmou alianças pessoais com a nação de Israel;
• Os Salmos retratam experiências pessoais com Deus;
• Deus firmou uma nova aliança pessoal com a Igreja;
• Paulo declara que seu alvo era o conhecimento pessoal de Deus (Fp 3.10).

3.1.2.2.1 A Natureza Antrópica da Revelação Especial


Deus é um ser transcendente, grandioso, magnífico e como tal, para nós através das nossas experiências
sensoriais, seria impossível compreendê-lo, pois ele é ilimitado em seu conhecimento e poder; não está
sujeito às condições e aos limites naturais de vida. Não podemos subir até Deus para perscrutar-lhe (investigar,
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averiguar minuciosamente), contudo, o mais maravilhoso é que este ser tão exaltado e sublime deu o passo
em nossa direção e comunicou-se conosco, fazendo-se conhecido, ou seja, Deus falou conosco em linguagem
humana comum, com expressões que fazem parte da experiência humana comum, do cotidiano dos homens.
Outras formas pelas quais se revelou foram através de sonhos, visões, inclusive através da encarnação de seu
Filho, na qual usou a modalidade de um ser humano comum. Incluímos todas estas manifestações e formas de
comunicação do Pai para conosco na natureza antrópica da Revelação Especial, ou seja, o divino e transcendente
usando maneiras e meios humanos, naturais e comuns para se revelar.
Os sinais, milagres, prodígios, maravilhas e o próprio manifestar da voz pessoal de Deus na Bíblia pertencem

9
à outra categoria de revelação. Estes acontecimentos fazem parte da revelação sobrenatural de Deus. Nestas
ocasiões, todas as experiências comuns e as leis naturais foram quebradas pelo Criador.

-9
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3.1.2.2.2 A Natureza Analógica da Revelação Especial


Na Revelação especial, Deus faz uso de aspectos do nosso universo de conhecimento para que possamos
compreender os paralelos da verdade no campo divino. Quando Deus se revela, ele sempre seleciona e usa
elementos unívocos (comuns ao universo dele e ao nosso) fazendo analogia, ou seja, uma relação, como por
exemplo:

• Jesus é o pão da vida (Jo 6.35);


• A Igreja é o sal da terra (Mt 5.13);
0
• Deus ouve, no mesmo sentido de como um homem ouve;
48
• Deus é amoroso como são amorosos os homens, porém muito mais;

O sentido analógico trata do modo de qualidade igual, a diferença está no grau. Deus é muito maior na
4.
dimensão destas coisas. O que torna possível esse conhecimento analógico foi o fato de Deus ter selecionado
os elementos paralelos para revelar-se. Por isto, podemos afirmar ensinando ou pregando: “Deus é”; “Deus
faz”; “Deus quer”; “Deus sabe”; “Deus conhece”; “Deus cumprirá”, etc... Isto é maravilhoso!
53

3.1.2.2.3 Os Meios da Revelação Especial


Os meios, modos ou modalidades concretas pelos quais Deus se revela são:
• Os eventos históricos, desde a História da origem da raça humana até a História de Israel,
da vida de Cristo e da igreja primitiva na era apostólica registrada nos Atos dos Apóstolos;
9.

• O próprio discurso Divino nas muitas vezes em que encontramos os registros dos enunciados
de Deus: “Veio a mim a palavra do SENHOR, dizendo...” (Jr 18.1); “Assim diz o SENHOR:...” (1 Sm
10.18). Os profetas sabiam e declaravam que a mensagem não era deles próprios, mas do Senhor
Deus. Deus discorre sobre si mesmo, sobre seus planos e vontade (Hb 1.1, 2). Houve discurso
audível da parte Deus e a própria ação de Deus na inspiração dos escritores sagrados (2 Pe 1.20-21).
22

• A encarnação de seu Filho Jesus: A encarnação foi o meio mais sublime e mais completo de revelação.
A vida e a mensagem de Jesus era uma revelação especial de Deus (Hb 1.1,2). A encarnação é o clímax,
a ápice dos atos de Deus, a mensagem de Jesus ultrapassou a dos profetas e apóstolos. Quando aqueles
falavam, transmitiam mensagens de Deus e sobre Deus; quando Jesus falava, era Deus em pessoa falando.
A encarnação de Jesus revelou com máxima perfeição o caráter de Deus, percebido a partir do caráter do
Filho de Deus. Nele, Deus vivia entre os homens e manifestava as suas qualidades, atributos e emoções.

3.1.2.2.4 A Neo-Ortodoxia a respeito da Revelação Especial


A neo-ortodoxia diz que a revelação é a apresentação que Deus faz de si mesmo, apenas. Este conceito
é denominado de Revelação Pessoal de Deus. Neste caso, Deus não fala a respeito de si mesmo, ou seja, não
revela a Escritura, mas só se revela de uma maneira pessoal a partir de um encontro com ele.
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BIBLIOLOGIA

Para os neo-ortodoxos, a Revelação Especial através da comunicação que Deus faz de si mesmo nas Escrituras
é denominada Revelação Proposicional. Proposicional por que, nesta concepção, Deus faz proposições, apresenta
também comunicações e informações. A dificuldade de uma Revelação apenas Pessoal está na falta de uma base
para firmar a fé. É necessário perguntar: Como o Deus cristão poderá ser verdadeiramente encontrado e conhecido
sem uma informação a seu respeito?
É claro que é preciso haver fé antes de haver confiança. Mas, sempre confiamos, pelos menos em parte, para exercermos
a fé. Para que eu confie em Deus, eu preciso crer em alguma coisa a seu respeito.
Portanto, é correto afirmar que a Revelação Especial é tanto pessoal como proposicional, pois Deus se revela falando-

9
nos algo a respeito de si. Não pode haver uma separação entre estes dois conceitos. Deus primeiramente revelou-se a si
mesmo, mas comunicando algo acerca de si, ou seja, a revelação pessoal foi seguida da revelação proposicional.

-9
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3.1.2.2.5 A Bíblia é a Revelação


A revelação é muito antiga, aconteceu há muito tempo atrás. O processo, o ato de revelar teve, como revelação
derivada, a Bíblia. A Bíblia é o resultado da revelação, ou seja, o revelado, por isto ela pode ser chamada de

48
revelação. Se a Bíblia é o produto da revelação, ficam as perguntas: ela é inspirada? Ela preserva realmente
o que foi revelado? Estes assuntos serão tratados no próximo capítulo.

3.3 Revelação Gradativa e Progressiva


0
A Revelação é gradativa e progressiva, mas em que sentido?
Da erudição (vasto conhecimento) liberal, surgiu o conceito do desenvolvimento evolutivo gradual, que
4.
considera algumas partes do Antigo Testamento quase obsoletas e falsas. No entanto, afirmar que a Revelação
foi Gradativa e Progressiva é dizer que a revelação posterior desenvolveu-se a partir da anterior complementando-a,
adicionando-a e não a contradizendo. Como exemplo, temos Jesus que introduzia seu ensino dizendo: “Ouvistes que
foi dito... Eu, porém vos digo”. O Autor de Hebreus destaca a revelação como gradativa e progressiva em Hb 1.1-3.
53

A Revelação Especial de Deus foi avançando até alcançar uma forma mais completa. A amplitude da
revelação foi acontecendo à medida que o homem podia receber esta revelação, ou seja, de modo apropriado
ao entendimento humano. Da mesma forma, podemos chegar ao conhecimento de Deus como homens perdidos
e crescermos neste conhecimento de Deus e de sua vontade para conosco após a conversão.
9.

3.4 A Revelação inclui:


• A Presença Pessoal de Deus
• A Verdade Informada
• A Condição de podermos identificar Deus
22

• A Condição de podermos saber alguma coisa a respeito de Deus


• A Condição de podermos mostrar Deus aos outros

3.5 A Revelação e a Resposta e Responsabilidade Humana


Nenhum homem é despido de religiosidade. Todo homem tem seu conceito teológico, até aquele
que se diz ateu. Nem mesmo o ateu poderia intitular-se desta maneira, porque tal indivíduo acredita em si
mesmo, no mínimo. Todo homem responde de alguma forma à Revelação Geral ao seu redor e isto implica em
responsabilidade, ou seja, o que cada pessoa está fazendo com o conhecimento geral que tem a respeito de
Deus? O apóstolo Paulo fala sobre este assunto em Rm 1.19-25. Uma pessoa pode não ter acesso à Revelação
Especial, mas, com certeza, responde à Revelação Geral. A Bíblia nos diz que os homens conhecem a Deus
através das coisas criadas e que trazem a Lei de Deus gravada em seus corações, o que é demonstrado através
da sua consciência (Rm 2.14-15).
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Deus será o juiz de todos os homens e, neste sentido, vale-nos transcrever o que Erickson nos diz:

“É concebível que alguém possa ser salvo pela fé, sem receber a revelação especial?
Paulo parece deixar em aberto essa possibilidade teórica. Mas é uma mera possibilidade
teórica. É altamente questionável que alguém possa realmente experimentar a salvação
sem possuir a revelação especial. Paulo insinua em Romanos 3 que ninguém consegue.”
E, no capítulo 10, ele insiste na necessidade de pregar o evangelho (a revelação especial), para que as

9
pessoas possam crer. Logo, é evidente que, deixando de corresponder à luz da revelação geral que possuem,
as pessoas são plenamente responsáveis, pois de fato conheceram a Deus, mas suprimiram essa verdade

-9
de forma deliberada. Portanto, na realidade, a revelação geral serve, assim como a lei, apenas para faze-los

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culpados, não justos.”1

Esse comentário reforça a necessidade da pregação do Evangelho e da realização da obra


missionário pela Igreja, cumprindo a Grande Comissão dada pelo Senhor Jesus. (Mt 28.18-20)
0 48
4.
53

Caro Aluno,
para que você
possa responder
9.

as questões da
próxima página,
faça uma prazerosa
revisão do conteúdo
22

do Capítulo. Boa
Leitura, e bom
trabalho!Não se
esqueça, destaque
a atividade e
entregue ao
professor na
próxima aula.
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BIBLIOLOGIA

INSTITUTO TEOLÓGICO QUADRANGULAR NOTA

BIBLIOLOGIA
AUTOATIVIDADE DO CAPÍTULO 1

Nome: Série: Data de Entrega:

Prezado aluno, através desta auto-atividade você terá a oportunidade de rever o conteúdo estudado neste capitulo.

9
Esta é uma atividade avaliativa, portanto, faça-a com atenção e dedicação. Boa revisão!

-9
Questões:

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1. O que significa a automanifestação de Deus? Por que ela teve um objetivo relacional?

0 48
2. Explique as três categorias teológicas de Revelação?

3. O que significa dizer que a Revelação foi de natureza antrópica e analógica?


4.

4. Por que a encarnação do Filho de Deus foi tão especial no que se refere à Revelação?
53

5. Por que há implicações para o homem e para a Igreja quanto à Revelação?


9.

6. Deus é Todopoderoso, poderia usar de qualquer meio para comunicar-se, mas porque ele o fez usando
homens e através da escrita? Por que a Bíblia é necessária para a humanidade?
22
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ANOTAÇÕES

9
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4.
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BIBLIOLOGIA

CAPÍTULO 02
INSPIRAÇÃO, ILUMINAÇÃO E
UNIDADE DAS ESCRITURAS

9
1 INTRODUÇÃO
Vamos retomar nosso estudo a

-9
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partir das perguntas apresentadas ao final

CAPÍTULO
do tópico anterior: A Bíblia é inspirada? Ela
preserva realmente o que foi revelado?
Há muitos argumentos dos céticos,
dos incrédulos e até entre os teólogos a
respeito deste assunto. Com certeza, você
precisará conhecê-lo para responder às
questões que se apresentarem a respeito
0
da Bíblia, e até para argumentar e contra
argumentar diante dos posicionamentos
48
e linhas de pensamento iguais à sua ou
4.
diferentes. Nosso texto não apresentará
simplesmente formulações teológicas, mas será baseado no que a Escritura diz a
respeito deste assunto tão importante.
O assunto a ser tratado neste tópico é a Inspiração das Escrituras. Como
53

você já sabe, Revelação fala a respeito do fato de Deus fazer-se conhecido


e comunicar-se com o homem. A Inspiração trata de “como” Deus se
comunicou.
Vamos começar nosso estudo então?
9.

2 A CAUSA DA REVELAÇÃO E DA INSPIRAÇÃO DA


ESCRITURA
A Bíblia declara que Deus é amor, e o amor se comunica. Apesar da sua natureza
22

Olá! Vamos a mais


espiritual e transcendente, Deus nunca se afastou das suas criaturas, antes, sempre
proveu um meio para comunicar-se com elas, bem como para resolver o problema um interessante
do pecado e os conflitos decorrentes. Deus é um Deus dinâmico e sempre atuante. capítulo. Acredito
A causa da automanifestação de Deus à humanidade foi o seu amor incondicional que a cada novo
e eterno. É maravilhoso saber que o nosso Deus não quis simplesmente apresentar estudo sua fé
a sua Lei, mas, acima de tudo, quis apresentar os princípios que conduzem à vida, a será fortalecida e
própria vida que ele planejou na criação de todas as coisas. solidificada. É um
Como vimos anteriormente, jamais poderíamos sondar a Deus para conhecê- prazer estar com
lo totalmente. O pensamento secular diz que o homem deve esforçar-se em você novamente!
alcançar a Deus, mas a Bíblia apresenta Deus buscando o homem e dando o
primeiro passo em sua direção. Assim foi na comunicação. Deus falou e fala com
as suas criaturas humanas através da sua palavra.
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3 PALAVRA E PODER – UMA QUESTÃO DE MODERAÇÃO SÁBIA


Alguns segmentos cristãos desprezam o conhecimento e o estudo da
Escritura, enfatizando o poder de Deus; neste sentido, ter o Espírito Santo e
não conhecer a Escritura conduz ao obscurantismo, ao fanatismo e ao legalismo
religioso. Há o risco enorme e destrutivo de se construirem “doutrinas” sobre
experiências pessoais ou sensoriais (estou sentindo!), bem como, em conduzir
o povo de Deus no nível da mediocridade e da ignorância acerca das coisas de
Deus, devido à falta do estudo bíblico e da interpretação correta da Escritura.

9
Pessoas assim querem usar o Espírito Santo em vez de permitir que Ele as use.
Por outro lado, há segmentos cristãos que dão ênfase ao conhecimento e ao
estudo das Escrituras, mas desprezam experiências com o Espírito Santo e o

-9
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poder de Deus; neste sentido, conhecer a Palavra e não ter o Espírito Santo
O sub-tópico abaixo conduz ao intelectualismo, ao ritualismo e ao formalismo. Corre-se o risco de
é muito importante. se promover a religiosidade sem conversão.
Leia, reflita, e Estes dois extremos são perigosos. O equilíbrio entre o conhecimento

48
decida sua posição a da Palavra e o poder operante do Espírito Santo é o recomendado pelo
respeito! Senhor Jesus quando diz: “... Errais, não conhecendo as Escrituras, nem o
poder de Deus”. (Mt 22.27)
0
4 A NECESSIDADE DA INSPIRAÇÃO
É obvio que a revelação torna necessária a inspiração. A inspiração é necessária para:
4.
• Beneficiar todos os que não receberam a revelação diretamente;
• Para que a revelação não perca o seu valor;
• Para que a revelação seja preservada.
53

A Inspiração é a escrituração da Revelação tanto na época em que foi dada como posteriormente.

5 A DEFINIÇÃO BÍBLICA DE INSPIRAÇÃO


Quando falamos de “Inspiração”, não nos referimos a uma inspiração como no sentido humano, poético,
9.

artístico ou dedutivo a partir de reflexões ou conjecturas, mas falamos de escritos que tem inspiração originária
a partir da mente e do íntimo do ser de Deus. A Escritura afirma esta verdade.
Os dois grandes versículos que tratam deste assunto são:
• 2 Timóteo 3.16 – “Toda Escritura é inspirada por Deus e útil para o ensino, para a repreensão, para a
22

correção, para a educação na justiça” (R.A.). Observe que o escritor faz afirmativas usando palavras:
1. “toda”, referindo-se à Bíblia como um todo;
2. “Escritura” com “E” maiúsculo, pois se trata de um escrito divino;
3. “inspirada”, revelando a natureza da Bíblia. A palavra “inspirada” no grego é theopneustos.
“Theopneustos” revela a singularidade da Bíblia. O vocábulo deve ser dividido em dois para entendermos
inspiração: “Theo” é Deus, “Pneustous” é soprou, ou seja, a Bíblia foi literalmente “soprada por Deus”,
significando o processo pelo qual Deus transmitiu a sua mensagem ao homem, dotada da autoridade divina
para a fé e para a conduta daquele que crê.
• 2 Pedro 1.20-21 – “sabendo, primeiramente, isto, que nenhuma profecia da Escritura provém de particular
elucidação; porque nunca jamais qualquer profecia foi dada por vontade humana, entretanto homens santos
falaram da parte de Deus movidos pelo Espírito Santo”.
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BIBLIOLOGIA

Na Nova Versão Internacional (NVI), encontramos uma versão interessante:

“Antes de mais nada, saibam que nenhuma profecia da Escritura provém de


interpretação pessoal, pois jamais a profecia teve origem na vontade humana, mas
homens falaram da parte de Deus, impelidos pelo Espírito Santo”.
Esse versículo diz literalmente que nenhuma porção da Escritura foi trazida por vontade humana, não
se originaram por impulsos humanos, mas sim que os homens santos foram levados, trazidos pelo Espírito

9
Santo, a escrever.
Geisler e Nix nos dizem que “fazendo uma combinação das passagens que ensinam sobre a inspiração

-9
divina, descobrimos que a Bíblia é inspirada no seguinte sentido: homens, movidos pelo Espírito, escreveram

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palavras sopradas por Deus, as quais são a fonte de autoridade para a fé e para a prática cristã”.1
Gerstner, sobre a Doutrina da Igreja sobre a Inspiração Bíblica, nos diz: “A Bíblia como Palavra de Deus é o
único alicerce para a plena autoridade bíblica. Se a Bíblia não for a Palavra de Deus, não terá autoridade divina”.2

48
“... o fato de a Bíblia se apresentar como sendo a Palavra de Deus escrita pelos homens tem
dado ocasião à conclusão de que ela é errante (errônea). Obviamente, isto também não se
segue. Não se segue que, desde que Deus inspirou aos homens, seria incapaz de conservá-los
0
livres de erros humanos ao escreverem. Por exemplo, não se segue da declaração bíblica que
Deus usou Paulo na escrita das Epístolas, que Deus não podia conservar aquelas Epístolas
4.
livres do erro humano”.3
Os céticos resistem à inspiração divina da Bíblia, mas esta atitude não é inteligente e nem razoável, pois, sendo
Deus o criador do homem inteligente, de que outra maneira se revelaria e se comunicaria com o próprio homem,
53

senão de uma forma inteligente?

6 O PROCESSO DE INSPIRAÇÃO
O processo de inspiração contém quatro elementos específicos, ou seja, sem estes quatro elementos não
9.

teríamos a Sagrada Escritura. Vejamos:

6.1 DEUS COMO CAUSA


Deus é a fonte originária da Bíblia e este é o fator fundamental da doutrina da inspiração bíblica. Deus mesmo
22

revelou a sua palavra aos seus santos profetas e estes a registraram. Deus é o Autor da Bíblia.

6.2 A AÇÃO DO ESPÍRITO SANTO


A ação do Espírito Santo ocorreu em dois sentidos. No sentido vertical e no sentido horizontal. O sentido
vertical se refere à revelação em si, ou seja, Deus revelando a verdade diretamente ao escritor. O sentido
horizontal se refere à inspiração, se refere à disseminação da Escritura, desde o registro escrito do autor,
passando pelo serviço de cópias sob o cuidado do Autor da Bíblia – Deus, o que ocorreu desde o tempo dos
escribas, passando pelo período da imprensa, traduções, versões, até que o texto chegasse preservado, íntegro
em nossas mãos.
Quanto ao conteúdo do texto sagrado, o Espírito Santo foi bem seletivo. A Bíblia demonstra que o Espírito
Santo não pretendeu traçar tratados históricos ou científicos, detalhes biográficos ou do passado. Há poucas
informações fora do assunto principal, ou seja, o plano de Deus para a redenção do homem através de Jesus
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Cristo. Tudo o que o Espírito Santo revelou e inspirou diz respeito ao que é
especial e essencial para as dimensões significativas para a fé.

6.3 O HOMEM COMO INSTRUMENTO


Deus foi a causa primeira da transmissão da verdade bíblica e os cerca de
quarenta escritores escolhidos tornaram-se a fonte secundária, os instrumentos
mediadores na transmissão da verdade. Deus usou a personalidade, a profissão, o
ambiente e a realidade do cotidiano, o estilo literário e o vocabulário pessoal dos

9
escritores sagrados para comunicar as verdades divinas. Estes escreveram sob a
Estou usando o poderosa e forte influência do Espírito Santo, não eram autômatos, expressavam
termo “Profetas”

-9
a intenção total do coração de Deus que os movia para realizar esta tarefa

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para designar
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grandiosa e inigualável.
todos os escritores
sagrados. Mas, nem 6.4 A AUTORIDADE ESCRITA
todos os escritores

48
A Bíblia é o resultado final da verdade revelada pelo próprio Deus através dos
exerceram o ofício profetas e isto a reveste de autoridade escrita. 2 Tm 3.16,17 declara a autoridade
profético, tanto no e a finalidade da Escritura. Como autoridade escrita, a Bíblia é a palavra principal e
Antigo quanto no última no que diz respeito à doutrina e à ética. Os escritores sagrados morreram, mas
Novo Testamento. os escritos proféticos revelados e inspirados permanecem e estão em nossas mãos,
0
de maneira completa. Este fato nos torna uma geração privilegiada, pois podemos
conhecer todo o conselho de Deus.
4.

7 A DIFERENÇA ENTRE INSPIRAÇÃO E REVELAÇÃO


É importante conhecermos essas distinções para entendermos a Doutrina das Sagradas Escrituras.
A revelação é o ato de Deus comunicar diretamente a verdade antes desconhecida para a mente humana,
53

a qual só poderia ser conhecida desta maneira. Através da revelação, há a descoberta da verdade divina.
A inspiração está ligada à comunicação da verdade, ou seja, a maneira como a revelação foi registrada, ou
seja, através da escrita. A inspiração divina supervisiona a comunicação da verdade revelada. O Espírito Santo
dirigiu e influenciou os escritores, a fim de que, por inspiração, não cometessem qualquer erro de verdade
9.

ou doutrina.
Em relação aos registros, vale observar que a Bíblia contém registros históricos e de observações pessoais
dos homens por desígnio do Espírito Santo. O registro foi inspirado. O contexto histórico e cultural está ali para
o nosso conhecimento e para uma correta interpretação do texto. Há também o registro dos dizeres de Satanás.
22

Satanás não foi inspirado ao falar, mas o registro do que foi falado sim. Estes registros de palavras ou fatos não
inspirados foram resultado da providência divina para que conhecêssemos o nosso inimigo espiritual. Portanto,
é necessário se verificar cuidadosamente quem está falando.
Como exemplo do que mencionei acima, há o registro feito por Duffield e Van Cleave acerca do que o Dr.
William Evans expressou:

“Apesar de toda a Escritura ser inspirada, ela não sela com autoridade divina toda frase
que registra como pronunciado pelos homens de quem fala, nem tampouco marca com
a aprovação divina cada ato que descreve como realizado por aqueles cujas biografias
apresentam. No livro de Jó, por exemplo, a inspiração dá com igual exatidão a linguagem
de JEOVÁ, as palavras de Satanás e os discursos de Jó e seus três amigos. Não coloca, porém,
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BIBLIOLOGIA

todos ao mesmo nível de autoridade. Cada orador é responsável


pelos seus próprios pronunciamentos. Nem Satanás, nem Jó, Lembre-se:
nem seus três amigos falaram por inspiração de Deus. Eles Revelação é a
comunicação de
expressaram suas próprias opiniões. Tudo o que a inspiração
Deus aos homens,
assegura é que nenhum deles é mal representado, mas que transmitindo-
cada um manifestou os sentimentos que lhe foram atribuídos lhes a verdade
que precisavam

9
na Escritura”.4TÓPICO 2
conhecer para
terem um

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TÓPICO 2

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relacionamento
SIGNIFICADO, CONCEITOS E correto com ele.
TEORIAS DE INSPIRAÇÃO Quanto à
1 INTRODUÇÃO

48
Como você deve estar percebendo, a Doutrina das Escrituras é algo muito
importante. Neste tópico, continuaremos tratando da Inspiração da Bíblia e
afirmando o conceito e a teoria de inspiração corretos, baseados no que a Bíblia diz.
0 Inspiração, houve a
poderosa influência
sobrenatural do
Espírito Santo
sobre os escritores,
2 SIGNIFICADO DE INSPIRAÇÃO resultando no
4.
Em relação ao que a palavra inspiração aplicada à Bíblia significa, nem todos
registro preciso
os teólogos estão de acordo, infelizmente. Existem, portanto, várias teorias sobre a da revelação,
inspiração. O significado de inspiração se consegue através do estudo dos conceitos o que fez com
e teorias de Inspiração. Objetivamente falando, o Conceito Verbal e de Inspiração que seus escritos
53

Plena traduz o sentido completo e correto de Inspiração. sejam realmente


a palavra de Deus.
3 CONCEITOS DE INSPIRAÇÃO Este é o sentido de
Inspiração Bíblica.
9.

3.1 CONCEITO LIBERAL DE INSPIRAÇÃO


O teólogo liberal declara: “A Bíblia contém a Palavra de Deus”. A dificuldade e o problema deste ponto de vista é colocar nas
mãos de homens finitos, frágeis e falíveis o poder de determinar o quê e quando Deus está falando.
22

3.2 O CONCEITO NEO-ORTODOXO DE INSPIRAÇÃO


O teólogo neo-ortodoxo declara: “A Bíblia se converte na Palavra de Deus”. Não crêem na inspiração infalível
dos escritores. Para estes teólogos, a palavra escrita se torna a Palavra de Deus quando as pessoas entram em
contato com ela, num “encontro crítico” onde a Bíblia se reveste de um significado especial e momentâneo,
tornando-se naquele momento a Palavra de Deus. Este é o ponto de vista existencial popularizado por Barth.
Mediante esses dois conceitos, perguntamos: como um simples crente pode ter fé num livro quando lhe é
dito que o mesmo só é parcialmente verídico?
Tentar decidir o que não é inspiração seria colocar-se acima das Escrituras e perder inteiramente a
mensagem divina. Existe nestes dois conceitos uma confusão entre inspiração e iluminação.
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3.3 CONCEITO DA INTUIÇÃO


O modernista declara: “A Bíblia é um folclore judaico com moral e gênero religioso significativo”. Neste conceito
extremo, há a negação total da existência do elemento divino no registro da Bíblia. Para os modernistas, a
Bíblia é apenas o registro de lendas, histórias, poemas etc., sem nenhum valor histórico. Trocam a inspiração
divina pela mera intuição humana, sem inclusive haver iluminação.

3.4 CONCEITOS CONSERVADORES


“A Bíblia é a Palavra de Deus”. Neste conceito, os teólogos declaram que toda a Bíblia é a Palavra de Deus, contudo

9
na Escola Conservadora há uma divergência quanto ao que a inspiração representa.

-9
4 TEORIAS DE INSPIRAÇÃO

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4.1 AS TEORIAS CONSERVADORAS:

48
4.1.1 Teoria do Ditado Verbal
Essa teoria afirma que cada palavra e a pontuação foram ditadas por Deus, naquilo que frequentemente é chamado
de “Ditado Verbal” ou “Inspiração Mecânica”. A grande fraqueza desta teoria é eliminar qualquer possibilidade de um
estilo pessoal nos escritos do autor divinamente escolhido, o que é claramente observado na Bíblia.
0
4.1.2 Teoria do Conceito Inspirado
4.
Nessa teoria, os conservadores dizem que Deus deu pensamentos aos escritores sagrados e deixou que eles
o registrassem em suas próprias palavras. Se assim fosse, os pensamentos seriam inspirados e as palavras não,
configurando-se a chamada “Inspiração Dinâmica”, onde se explica a humanidade da Bíblia, mas se enfraquece a
sua divindade.
53

4.1.3 O Conceito Verbal e de Inspiração Plena


Esse con ceito afirma que todas as palavras escritas são inspiradas por Deus (2 Timóteo 3.16). “Verbal”
significa as palavras e “Pleno” significa “inteiro” ou “completo”, contrário a parcial. Afirma-se aqui a “Inspiração
9.

Plenária” da Bíblia. Deus deu completa expressão aos seus pensamentos nas palavras registradas na Bíblia. Ele
guiou a própria escolha das palavras usadas de acordo com a personalidade e o contexto cultural dos escritores,
de maneira que, de algum modo inesgotável, a Bíblia é a Palavra de Deus apesar de conter palavras humanas.
A inspiração é então o processo pelo qual homens movidos pelo Espírito Santo (2 Pedro 1.21) produziram
escrituras inspiradas pelo Espírito Santo (2 Timóteo 3.16). L. Gaussen nos apresenta uma ótima definição da
22

inspiração como segue:


“Esse poder inexplicável foi colocado pelo Espírito Divino sobre os autores das Sagradas Escrituras, a fim de
orientá-los até mesmo no emprego das palavras usadas, e para preservá-los de todo erro e de todas as omissões”.1
Resumindo, o processo de inspiração é um ato da providência divina e os resultados deste processo são um
registro verbal (palavras) pleno (todas as partes), infalível (sem erros) e com autoridade.

5 O ENSINO BÍBLICO A RESPEITO DA INSPIRAÇÃO


Apesar das divergências encontradas nos conceitos de inspiração, exceto na inspiração plenária,
se faz necessário que você os conheça para compreender o caráter da Bíblia, avaliando o que estes
conceitos teóricos dizem, considerando o que ela mesma diz a respeito da sua própria inspiração:
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BIBLIOLOGIA

5.1 A INSPIRAÇÃO É VERBAL


A Bíblia ensina e declara que é um livro dotado de autoridade divina (2 Timóteo 3.16 e 2 Pedro 1.21), resultante do
sopro e do mover do Espírito Santo sobre os homens para que os textos fossem escritos. Paulo declara em 2 Timóteo 3.16
que as graphã, ou seja, textos são inspirados por Deus, do que se infere a inspiração verbal num sentido amplo.

5.2 A INSPIRAÇÃO É PLENA


A Bíblia também reivindica a inspiração plenária divina de todas as suas partes, ou seja, total e absoluta (2
Timóteo 3.16 e Romanos 15.4). Jesus e todos os autores do NT expressam sua posição e crença na inspiração

9
integral do VT, fazendo citações de seus trechos que eram para eles autoridade. Todos os textos da Bíblia
reivindicam autoridade total e completa.

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5.3 A INSPIRAÇÃO ATRIBUI AUTORIDADE


A inspiração divina concede autoridade indiscutível ao texto. Jesus disse: “… a Escritura não pode ser anulada…”
(João 10.35); em outra versão, lemos: “… a Escritura não pode falhar…”. Jesus também usou as Escrituras para ensinar

48
e confrontar as pessoas nos evangelhos. Até mesmo Satanás foi repreendido pelo Senhor mediante a autoridade da
Palavra escrita de Deus (Mateus 4.4, 7, 10). A autoridade da Bíblia também reside no fato do cumprimento das profecias
do VT já cumpridas. Jesus disse: “… era necessário que se cumprisse tudo o que de mim estava escrito na lei de Moisés,
nos Profetas e nos Salmos” (Lucas 24.44). Outra declaração mais forte sobre a autoridade inquestionável da Escritura
pronunciada por Cristo foi: “É mais fácil passar o céu e a terra do que cair um til sequer da lei” (Lucas 16.17). A Bíblia está
0
envolta na autoridade divina que o próprio Deus lhe concedeu. TÓPICO 3
4.
TÓPICO 3
EVIDÊNCIAS DE INSPIRAÇÃO
1 INTRODUÇÃO
53

2 EVIDÊNCIAS DA INSPIRAÇÃO DA BÍBLIA


A duas categorias de evidências da inspiração da Bíblia, a evidência interna
e a evidência externa.
9.

2.1 EVIDÊNCIA INTERNA DA INSPIRAÇÃO DA BÍBLIA

2.1.1 A Evidência da autoridade através da A inspiração diz


respeito igualmente
22

AUTOCONFIRMAÇÃO ao VT e ao NT,
A Bíblia fala com autoridade própria o que faz com que a inspiração não
abarcando vários
precise ser defendida, bastando apenas que seus ensinos sejam explanados. A
Bíblia pode defender sua própria autoridade desde que sua poderosa voz se faça gêneros literários,
ouvir. (Exemplos: Mc 1.22; Ap 2.7a, 11, 17, 29; 3.6, 13, 22 e as muitas vezes que sem erro, pois Deus
a Escritura diz: “Assim diz o Senhor”). não pode mentir
(Hebreus 6.18) e
2.1.2 A Evidência do Testemunho Íntimo do Espírito Santo a sua Palavra é a
Essa evidência está relacionada com a evidência da autoridade das Escrituras, verdade (João 17.17).
porque a Bíblia é confirmada pelo Espírito Santo como Palavra de Deus no intimo
do coração daquele que crê, pois à medida que se lê a Bíblia é evidente que ela é
de origem divina. (Jo 14.26; 16: 8; Rm 8.16; 2 Pedro 1.20, 21).
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2.1.3 A Evidência do Poder Transformador da Bíblia


Ela converte o incrédulo, edifica-lhe e o faz parte da igreja de Cristo. (Hb 4.12). Através da leitura da Palavra de Deus,
muitos têm experimentado o seu poder libertador, regenerador, transformador e de cura emocional e física (1 Pe 2.2).
Daí, podemos experimentar o quanto a Bíblia é viva e dinâmica e que traz consigo a autoridade divina.

2.2 Evidência Externa da Inspiração da Bíblia


A evidência externa não é de natureza subjetiva, é o testemunho público que serve para atrair os homens à
Palavra de Deus. São elas:

9
2.2.1 A Evidência Baseada na Historicidade da Bíblia

-9
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Grande parte da Bíblia é história e há duas espécies de apoio à história Bíblica: Os artefatos arqueológicos e
os documentos escritos. A crítica textual tem sido grandemente beneficiada pelos apoios da evidência indireta da
sua inspiração. A confirmação da exatidão da Bíblia através dos fatos lhe confere credibilidade (João 3.12).

2.2.2 A Evidência do Testemunho de Cristo

48
Cristo é uma pessoa real, histórica e que está relacionada à historicidade dos documentos Bíblicos. O Novo
Testamento é também um documento histórico onde estão registrados os ensinos de Cristo a respeito da inspiração
da Bíblia. Quem queira provar que a inspiração é falsa deverá primeiro rejeitar a autoridade que tinha Jesus de se
0
pronunciar sobre esta questão. Cristo deu testemunho irrefutável da inspiração e da autoridade divina da Bíblia.
4.
2.2.3 A Evidência Profética
Outra grande evidência externa de inspiração das Escrituras são as profecias Bíblicas cumpridas. Outros
livros religiosos reivindicam inspiração divina como o Alcorão e Partes do Veda, mas, nenhum deles contém
predições do futuro. É inegável o valor e a força das centenas de profecias bíblicas cumpridas. Elas são o
53

testemunho da sua origem divina e inspirada.

2.2.4 A Evidência da Influência da Bíblia


A Bíblia é o livro de maior disseminação e de circulação de todos os tempos,
9.

suas tiragens já somam bilhões de exemplares. É o livro mais lido do mundo e sua
tradução já alcançou mais de mil línguas, abrangendo mais de 90% da população
mundial. Os Maiores e Melhores lançamentos que já ocorreram, os bestsellers,
sempre estão em segundo lugar e a Bíblia perpetuamente no primeiro. A Bíblia
tem tido a maior e a mais forte influência sobre o curso dos acontecimentos
22

Através de tudo mundiais. Ela tem moldado o mundo ocidental, o qual por consequência, tem
o que temos exercido forte influência no desenrolar dos fatos mundiais. A Bíblia também
estudado, estamos tem influenciado as artes, a cultura, a literatura, etc. Como percebemos, a
mais e mais seguros influência da Bíblia é fantástica e seu conteúdo, devido à inspiração divina, trata
em relação ao que dos assuntos da religião, da espiritualidade, da moralidade, da ética de uma
forma profunda e inigualável, apresentando a todos os homens os mais nobres
sempre afirmamos
e elevados princípios da civilização.
ser a Bíblia, a
Palavra de Deus.
2.2.5 A Evidência da Realidade da Indestrutibilidade da Bíblia
Você concorda
A história mostra que reis poderosos, imperadores e sacerdotes tentaram
comigo?
muitas vezes destruir este livro. Os homens morreram, mas a Bíblia continua
viva. Os ataques perversos não foram dirigidos somente à Palavra de Deus mas
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BIBLIOLOGIA

também a alguns tradutores que foram perseguidos tais como, Wycliffe, Tyndale e Lutero. Muitos homens e
mulheres preferiram morrer a negar a Bíblia e o Cristo que ela apresenta. As Escrituras sofreram e têm sofrido
o golpe de homens que negaram e têm negado a inspiração divina. No entanto, a Bíblia tem resistido a todos
os ataques e a todos os seus atacantes, ela continua mais forte do que nunca e permanece ilesa e indestrutível
depois desses ataques. (Mc 13.31)

TÓPICO 4
ILUMINAÇÃO E UNIDADE DAS ESCRITURAS

9
1 INTRODUÇÃO

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A Iluminação espiritual, por parte do Espírito do Senhor, é a ferramenta de apoio para a vida cristã e para o

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ministério bem sucedido. Você entenderá o porquê neste tópico. A Unidade das Escrituras é o maravilhoso tema
que nos revela a ação total de Deus na produção da Bíblia.

2 A ILUMINAÇÃO DAS ESCRITURAS

48
A iluminação não pode ser confundida com a inspiração. A iluminação ocorre com todos os cristãos, se
refere à influência do Espírito Santo que ajuda a entender as coisas de Deus. (1 Co 2.14)
A Iluminação esclarece as coisas de Deus, as coisas espirituais aos espirituais como nos ensina o
Apóstolo Paulo.
0
A iluminação das coisas espirituais é uma bênção prometida a todos os que crêem e pode ser experimentada
4.
por eles. (Lc 10.21).
Como resultado da Iluminação do Espírito Santo, temos todas as obras literárias evangélicas de todos
os tempos após os profetas, apóstolos e homens apostólicos da Bíblia. As pregações, os estudos bíblicos, o
ministério dos Mestres e suas aulas e tudo o mais que se refere ao entendimento, à explanação e explicação
53

das Escrituras é fruto desta Iluminação.


É poderoso sabermos que recebemos essa forte iluminação do Espírito Santo sempre que estamos lendo,
meditando, estudando e ministrando a Palavra de Deus.

3 A UNIDADE DA BÍBLIA
9.

A Bíblia é composta de 66 livros, escritos durante um período de 1.600 anos, por cerca de 40 autores
em línguas diferentes, em lugares diferentes, os quais em sua maioria não se conheceram, mesmo sendo
contemporâneos.
22

Além dos fatos acima mencionados, a Unidade da Bíblia se evidencia através de:

3.1 O TEMA CENTRAL


Todos os escritores versaram sobre um ÚNICO TEMA. A maravilhosa UNIDADE DE TEMA é apresentada
de Gênesis a Apocalipse O Tema da Bíblia é REDENÇÃO dos homens.

3.2 O ASSUNTO CENTRAL


De Gênesis a Apocalipse, encontramos o desenvolvimento de um assunto único. Este assunto é a História
do Plano da Salvação do Homem através da obra redentora de Jesus Cristo.
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3.3 A PESSOA CENTRAL DA BÍBLIA


Toda a Escritura revela que há uma pessoa Central, e esta é o Senhor e Salvador JESUS CRISTO.

3.4 A UNIDADE DE ESTRUTURA


Essa Unidade reside no fato de que o Antigo Testamento é cumprido no Novo e o Novo Testamento é
profetizado no Antigo, de tal forma que não se pode compreender um sem o outro.

3.5 UMA MENTE ÚNICA

9
Todos esses fatos revelam a MENTE ÚNICA que providenciou, planejou toda a produção da Sagrada

-9
Escritura, até que ela pudesse chegar às nossas mãos. A mente de Deus foi que idealizou e conduziu todo o

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registro da Sua Palavra.


As características da Bíblia relativas à sua UNIDADE GERAL demonstram que esta obra literária não seria
possível sem a ação divina e que esta possibilidade estava fora do alcance humano.

0 48
4.
53
9.
22

Se você está
maravilhado e
interessado na
disciplina até aqui,
com certeza vai
ficar ainda mais
entusiasmado
pelo tema quando
conhecer os
próximos Capítulos!
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BIBLIOLOGIA

INSTITUTO TEOLÓGICO QUADRANGULAR NOTA

BIBLIOLOGIA
AUTOATIVIDADE DO CAPÍTULO 2

Nome: Série: Data de Entrega:

Prezado aluno, através desta auto-atividade você terá a oportunidade de rever o conteúdo estudado neste capitulo.

9
Esta é uma atividade avaliativa, portanto, faça-a com atenção e dedicação. Boa revisão!
Questões:

-9
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1. Qual é a diferença entre Revelação e Inspiração?

48
2. Explique o processo de Inspiração da Bíblia, também com base nos termos gregos originais.
0
4.
3. A Inspiração plenária é a posição teológica completa e adequada de inspiração, justifique.
53

4. O que é Iluminação?
9.

5. Quais são os itens que demonstram a Unidade Geral da Bíblia, explique-os.


22
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ANOTAÇÕES

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BIBLIOLOGIA

LEITURA COMPLEMENTAR1
OS SÍMBOLOS DAS ESCRITURAS
Os símbolos das Escrituras, extraídos do texto sagrado, fazem parte da Evidência Interna de Inspiração da Bíblia.
A Bíblia emprega muitas vezes linguagem simbólica em seus ensinos. A verdade espiritual pode ser frequentemente
transmitida com mais realidade por meio de símbolos que produzem uma imagem na mente humana. Existem, pois, vários
símbolos utilizados através das Escrituras com esta finalidade. Damos uma lista dos mais comuns.

9
A. Espelho - “Porque e, se alguém é ouvinte da palavra e não praticante, assemelha-se ao homem que contempla
num espelho seu rosto natural...” (Tiago 1.23-25). Isto ilustra o poder revelador da Palavra.

-9
B. Crítico - “Porque a Palavra de Deus é... apta para discernir os pensamentos e propósitos do coração” (Hebreus

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4.12). O grego, em Hebreus 4.12, diz: “A Palavra de Deus, é... crítico dos pensamentos e propósitos do coração”.1
C. Semente - “Pois fostes regenerados, não de semente corruptível, mas de incorruptível, mediante a Palavra de
Deus, a qual vive e é permanente” (I Pedro 1.23; Veja também Lucas 8.5-15, notando especialmente o v.11, “a semente
é a Palavra de Deus”; Isaías 55.10, 11; Tiago 1.18). Este símbolo sugere o poder generativo da Palavra. É uma Palavra

48
que dá vida.
D. Lavadouro e água - “Para que a santificasse, tendo-a purificado por meio da lavagem de água pela Palavra...”
(Efésios 5.26). “Aquele que nos ama, e pelo seu sangue nos libertou (lavou) dos nossos pecados” (Apocalipse 1.5b; Também
Salmo 119.9; João 15.3). A pia ficava entre o adorador e o tabernáculo, possibilitando a purificação. A mesma Palavra que
0
revela nossa contaminação também fornece um meio de limpeza.
E. Lâmpada e luz - “Lâmpada para meus pés é a tua palavra, e luz para os meus caminhos” (Salmo 119.105; Veja
também o v. 130). “Porque o mandamento é lâmpada e a instrução luz...” (Provérbios 6.23). Esses símbolos falam da
4.
influência da Palavra, iluminando e guiando num mundo de trevas. Ela existe para que seja “tanto mais confirmada a
Palavra profética, e fazeis bem em entendê-la, como a uma candeia que brilha em lugar tenebroso” (2 Pedro 1.19).
F. Fogo - “Não é minha palavra fogo? Diz o Senhor...” (Jeremias 23.29); “Quando pensei: não me lembrarei dele e já
não falarei no seu nome, então isso me foi no coração como fogo ardente, encerrado nos meus ossos; já desfaleço de
53

sofrer, e não posso mais” (Jeremias 20.9). A palavra “fogo” usada aqui parece sugerir impulso e energia consumidores.
“Esbraseou-se-me no peito o coração, enquanto eu meditava ateou-se o fogo: então disse eu com a própria língua...”
(Salmo 39.3).
G. Martelo - “Não é a minha palavra... martelo que esmiúça a penha?” (Jeremias 23.29). Esta figura sugere o poder
da Palavra, aplicada constantemente, que eventualmente quebrará o coração duro como pedra.
9.

H. Espada - “Tomai... a espada do Espírito, que é a Palavra de Deus...” (Efésios 6.17). “Porque a palavra de Deus é
viva e eficaz, e mais cortante do que qualquer espada de dois gumes...” (Hebreus 4.12). Esta é a única arma ofensiva do
crente em sua luta contra os “principados e potestades, contra os dominadores deste mundo tenebroso, contra as forças
espirituais do mal, nas regiões celestes” (Efésios 6.12).
22

I. Alimento - “As palavras da sua boca prezei mais do que o meu alimento” (Jó 23.12b, IBB).
1 Leite. “Desejai ardentemente, como crianças recém-nascidas, o genuíno leite espiritual, para que por ele vos
seja dado crescimento...” (I Pedro 2.2). (Veja I Coríntios 3.1, 2)
2 Pão. “Não só de pão viverá o homem, mas de toda palavra que procede da boca de Deus” (Mateus 4.4).
3 Carne. “Pois, com efeito, quando devíeis ser mestres, atendendo o tempo decorrido, tendes novamente
necessidade de alguém que vos ensine de novo quais são os princípios elementares dos oráculos de Deus; assim vos
tornastes como necessitados de leite, e não de alimento sólido. Ora, todo aquele que se alimenta de leite, é inexperiente
na palavra da justiça, porque é criança. Mas o alimento sólido é para os adultos, para aqueles que, pela prática, têm as
suas faculdades exercitadas para discernir não somente o bem, mas também o mal” (Hebreus 5.12-14).
4 Mel. “Quão doces são as tuas palavras ao meu paladar, mais que o mel à minha boca” (Salmo 119.103).

1
COLLEN Sidney, All About the Bible (Tudo sobre a Bíblia), New York: Fleming H. Revell Company, 1934, p.64, como citado por Duffiel e Van Cleave, Fundamentos da Teologia Pentecostal, vol. 1, São Paulo:
Ed. Quadrangular, 1991, p. 31
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BIBLIOLOGIA

CAPÍTULO 03
INERRÂNCIA, INFALIBILIDADE,
AUTORIDADE E SACRALIDADE DA BÍBLIA

TÓPICO 1 – A INERRÂNCIA DAS

9
ESCRITURAS

-9
03
1 INTRODUÇÃO

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CAPÍTULO
Como podemos observar através
dos textos já registrados anteriormente,
a inspiração divina garante a inerrância,

48
ou seja, a infalibilidade, a credibilidade
e a autoridade dos textos bíblicos. Neste
tópico, este assunto será abordado.
Há algumas divergências em relação à
inerrância. Neste sentido, oferecemos
0
argumentos relativos aos conceitos
desviantes.
4.

2 INERRÂNCIA
A inspiração pressupõe inerrância.
A Bíblia não é só inspirada, ela é inspirada
53

devido a sua inspiração inerrante, ou


seja, a Bíblia não contém erro.
Quando tratamos da inerrância em relação à inspiração, tratamos da
credibilidade da Escritura. Este assunto é extremamente importante. Sobre
9.

a inerrância, Erickson nos diz: “na realidade, é a conclusão da doutrina da


Escritura, pois se Deus deu uma revelação especial a respeito de si mesmo
e inspirou seus servos para que a registrassem, queremos ter a garantia
que a Bíblia é de fato uma fonte fidedigna dessa revelação”.1 A inerrância é
essencial para a autoridade da Bíblia.
22

3 OS CONCEITOS DE INERRÂNCIA

3.1 A INERRÂNCIA ABSOLUTA


Esse conceito declara que a Bíblia é totalmente verdadeira, incluindo
análises detalhadas de ciência e história.

3.2 A INERRÂNCIA PLENA


Esse conceito declara que a Bíblia é completamente verdadeira e o seu
objetivo principal não é dar informações científicas e históricas, contudo,
as suas declarações sobre estes assuntos são completamente verdadeiras.
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3.3 A INERRÂNCIA LIMITADA


Esse conceito declara que a Bíblia é inerrante e infalível nas suas referências à salvação. Quanto à ciência
e história, os escritores apresentam aquilo que lhes dê conhecimento habitual, o que não tem grandes
consequências.

4 A IMPORTÂNCIA DA INERRÂNCIA
A discussão sobre inerrância é de ordem prática. Todos os crentes querem saber se podem acreditar
na Bíblia, então, saber que ela é plenamente verdadeira é uma questão importante. A Bíblia é inerrante, ou

9
seja, plenamente verdadeira no aspecto teológico, histórico e epistemológico (conhecimento definido entre
a crença e a verdade).

-9
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A inerrância limitada satisfaz a orientação “relacional” do mundo pós-moderno, ou seja, o relativismo, onde
se nega uma verdade absoluta e os valores de autoridade. Esta atitude e filosofia secular rejeitam a Bíblia como
autoridade e verdade sobre nossas vidas. É o fundamento para a psicologia da religião moderna.
A questão é tão séria, que se a Bíblia não fosse totalmente confiável, então a inspiração que ela

5 A INERRÂNCIA E OS FENÔMENOS
0 48
mesma declara sobre si mesma ficaria prejudicada. Esta consequência também se abateria sobre todas
as outras doutrinas.

Há algumas passagens problemáticas na Bíblia, onde surgem aparentes divergências ou contradições com
referências na história secular e com afirmações da ciência.
4.
Nesses casos, o correto é fazermos uma harmonização moderada dos assuntos. A resolução dos problemas
deve ser feita da seguinte forma: quando temos acesso às informações que permitam explicações, o problema estará
resolvido. Quando não tivermos informações suficientes, poderemos continuar crendo na inerrância, baseados nas suas
afirmações que a Bíblia faz acerca de si mesma, sabendo que, se tivéssemos os dados, os problemas seriam resolvidos.
53

6 O CONSERVADORISMO E O MODERNISMO
Por dezoito séculos da história da Igreja, foi mantida a opinião conservadora, ou seja, a opinião ortodoxa
acerca da inspiração, que declara: a Bíblia é a Palavra de Deus. O conceito de inspiração plena se relaciona com
9.

o conceito de inerrância plena.


Com o surgimento do modernismo, ocorreu um novo posicionamento, o conceito ou teoria da inspiração
parcial que se relaciona com o conceito de inerrância limitada, onde se declara que a Bíblia contém a Palavra
de Deus. A inspiração parcial ou inerrância limitada fala que os escritores não errariam em questões sobre a
22

salvação dos homens, mas não em outras matérias quais sejam: história e ciência.
Esses teólogos não consideram que a Bíblia não pretende fornecer uma quantidade considerável de dados
científicos e históricos, apesar de tratar de ciência e história. Todos os fatos históricos registrados na Bíblia são
verdadeiros e as genealogias e cronologias nela inseridas atestam esta veracidade. Através dos estudos científicos ao
longo do tempo, mais e mais o que a Bíblia declara ser científico tem sido provado. Note bem, as teorias científicas
precisam sempre ser modificadas de acordo com o avanço e as descobertas da ciência, mas a Bíblia continua intacta e
sustentável desde o seu registro inspirado. Cristo, os apóstolos e os pais da igreja afirmaram e atestaram a credibilidade
da Escritura.
O pensamento moderno tem colocado a ciência acima de Deus e não a submetido a Ele. A ciência não
está acima de Deus, Deus é a fonte e origem de toda a ciência, da verdadeira ciência. A verdadeira ciência
anda de acordo com a Palavra de Deus.
Ainda sobre a inerrância limitada ao tratar da inspiração parcial, Myer Pearlman diz: “Essa teoria nos
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BIBLIOLOGIA

submergiria num pântano de incertezas, pois quem pode, sem equívoco, julgar
o que é e o que não é essencial à salvação? Onde está a autoridade infalível
que decida qual é a Palavra de Deus e qual não o é? E se a história da história
da Bíblia é falha, então a doutrina também o é, porque a doutrina bíblica se
baseia na história bíblica. Finalmente, as Escrituras mesmas reivindicam para
si a inspiração plenária. Cristo e seus apóstolos aplicaram o termo ‘Palavra de
Deus’ a todo o Antigo Testamento”.2

7 DEFINIÇÃO DE INERRÂNCIA

9
Erickson nos apresenta uma definição clara e adequada: “Agora podemos Você poderia me
definir o que entendemos por inerrância: A Bíblia, quando corretamente

-9
perguntar: Por que

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interpretada, de acordo com o nível a que a cultura e os meios de comunicação uma definição no
haviam chegado na época em que foi escrita e de acordo com os propósitos
final do Tópico?
a que foi destinada, é plenamente fidedigna em tudo que afirma”.3 Esta é a
posição e definição de Inerrância Plena. Daí então, eu
TÓPICO 2
INFALIBILIDADE DAS ESCRITURAS
1 INTRODUÇÃO
0 48 respondo:

Porque era
necessária uma
abordagem
preliminar dos
Você está percebendo que há uma evolução nas informações que você está
4.
recebendo e que há uma interdependência entre os elementos doutrinários vários assuntos
fundamentais de Bibliologia. A revelação pressupõe inspiração, a inspiração sobre inerrância
pressupõe a inerrância, a inerrância pressupõe a infalibilidade da Escritura. para termos a base
A infalibilidade nos diz que a Bíblia é infalível, não contém erros. Este tópico suficiente para
53

tratará deste tema não menos importante nesta doutrina. defini-la.

2 DEFINIÇÃO DE INFALIBILIDADE
Por infalibilidade da Escritura, queremos dizer que a Bíblia não contém erros. Nos idiomas originais em que
9.

foi escrita, ela é completamente infalível – sem nenhum tipo de erro. Esta é a posição de todas as confissões
das grandes igrejas evangélicas através dos anos.
Pearlman diz: “O Antigo Testamento declara-se escrito sob uma inspiração especial de Deus. A
expressão: ‘e Deus disse’, ou equivalente, é usada mais de 2.600 vezes. A história, a lei, os salmos e as
22

profecias são declarados escritos por homens sob inspiração especial de Deus (Ex 24.4; 34.28; Js 3.9; 2 Rs
17.13; Is 34.16; 59.21; Zc 7.12; Sl 7.1; Pv 6.23). Cristo mesmo aprovou o Antigo Testamento, citou-o e viveu
em harmonia com os seus ensinos. Ele aprovou a sua veracidade e autoridade (Mt 5.18; Jo 10.35; Lc 18.31-
33; 24.25, 44; Mt 23.1, 2; 26.54), e o mesmo fizeram os apóstolos (Lc 3.4; Rm 3.2; 2 Tm 3.16; Hb 1.1; 2 Pe
1.21; 3.2; At 1.16; 3.18; 1 Co 2.9-16)”1.
No Novo Testamento, a inspiração é semelhante. Cristo prometeu que o Espírito Santo traria à mente
dos apóstolos todas as coisas que ele lhes havia ensinado e os guiaria em toda verdade. Em todo o Novo
Testamento, há uma revelação mais completa e clara de Deus do que aquela dada no Antigo Testamento (2
Pe 3.15,16; 1 Co 2.13; 14.31; 1 Ts 2.13; 4.2; 2 Pe 3.2; 1 Jo 1.5; Ap 1.1).
Ateus, agnósticos e teólogos liberais declaram que a Bíblia está repleta de erros. Tais pessoas defendem,
como já dissemos, o conceito de inspiração limitada que é a mesma expressão para inerrância limitada ou
infalibilidade limitada.
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A inspiração plena das Sagradas Escrituras é o posicionamento mais adequado para resolver as
discordâncias.

3 O DEPOIMENTO DA INFALIBILIDADE

3.1 QUAL É O FUNDAMENTO DA DOUTRINA DA INFALIBILIDADE?


Da própria Escritura. Ela afirma ser inspirada por Deus. (2 Timóteo 3.16 e 2 Pedro 1.21) Desta maneira,
no início (Deuteronômio 4.2; 12.32), no meio (Provérbios 30.6) e no fim das Escrituras (Apocalipse 22.18,19).

9
3.2 A BÍBLIA É UMA REVELAÇÃO ORIGINAL DA VERDADE

-9
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A origem e o destino final do homem estão na Escritura sem que haja nenhuma preocupação se aquilo que foi
registrado vá ser aceito, ou acreditado. O homem pergunta: Quem sou? De onde vim? Para onde estou indo? O que
dizer sobre imortalidade, céu, inferno, juízo, eternidade! O que o homem sabe e o que pode saber fora da Bíblia?
Muitos estão fazendo a sua própria teologia conveniente sem a Bíblia, mas a Bíblia é uma revelação indispensável

48
de verdades as quais o homem só pode conhecer pelo que ela diz.

3.3 A BÍBLIA É IMUTÁVEL


Apesar de todos os ataques e perseguições à Palavra de Deus no que diz respeito a desautorizá-la ou
0
destruí-la, ela continua de pé. Muito da incerteza e incredulidade a respeito da Bíblia partiu dos chamados
cientistas. A Bíblia não é um manual científico, mas jamais foi provado que contenha qualquer fato científico
4.
falso. O termo ciência significa apenas conhecimento. Por que fazer dela um deus? Por que admitir que ela
assuma uma autoridade quase infalível, uma vez que suas conclusões mudam tanto à medida que novos fatos
surgem? Por que duvidar da Escritura Sagrada que tem resistido aos séculos?

3.4 A BÍBLIA É EXATA MORAL E ESPIRITUALMENTE


53

A exatidão moral e espiritual é o aspecto mais importante da Bíblia. Não é no domínio científico que a
Bíblia demonstra sua maior exatidão, mas no campo moral e espiritual. Pearlman diz: “As defesas intelectuais da
Bíblia têm seu lugar; mas, afinal de contas, o melhor argumento é o prático. A Bíblia tem produzido resultados
práticos. Tem influenciado a civilização, transformado vidas, trazido luz, inspiração e conforto a milhões e sua
9.

obra ainda continua”.2

TÓPICO 3
A AUTORIDADE DA BÍBLIA
22

1. INTRODUÇÃO
O termo autoridade tem sido rejeitado pelos pós-modernistas. Eles não aceitam imperativos sobre si, nem absolutos.
Independentemente da atitude do homem atual em relação à Deus e à sua Palavra, o fato é que a Bíblia tem autoridade
em si mesma, e ela é soberana sobre nós devido ter sua origem no próprio Deus criador, preservador e sustentador da
vida. Não conhecer a Palavra e não submeter-se à sua autoridade, praticando os seus princípios elevados, amorosos,
abençoadores e protetores, será destrutivo tanto para a vida presente como para a eternidade. É sobre a autoridade
da Bíblia e sobre o que ela representa que trataremos neste tópico.

1
PEARLMAN, Myer; CONHECENDO AS DOUTRINAS DA BÍBLIA; Miami, Flórida: Editora Vida, 6ª ed.; 1977 p. 25 2 PEARLMAN, Myer; CONHECENDO
AS DOUTRINAS DA BÍBLIA; Miami, Flórida: Editora Vida, 6ª ed.; 1977 p.27
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BIBLIOLOGIA

2 A AUTORIDADE BÍBLICA
Sobre a autoridade da Bíblia, Archer nos diz: “Tanto Cristo como os apóstolos afirmam, portanto, que
aquilo que a Bíblia diz, Deus diz… a exatidão é inerente em todas as partes da Bíblia de tal modo que ela deve
ser recebida como infalível quanto à verdade, e definitiva quanto à autoridade. Quando a Bíblia fala, fala como
a Palavra de Deus, viva e eficaz (Hb 4.12 – Zon e Energes), que penetra até o íntimo do ser humano e julga
todas as filosofias e razões humanas com uma autoridade que é absolutamente soberana. É isto, pois, que as
Escrituras ensinam acerca da sua própria infalibilidade. Não somente estão livres de qualquer erro; também
estão cheias de toda a autoridade porque julgam o homem e todas as suas intenções e pensamentos…”.1

9
A doutrina da inspiração, como apresentada na Bíblia, é simples, mas com as controvérsias ocorridas
ao longo da história, ao enfrentar tais opiniões erradas e defeituosas, a igreja se viu obrigada a estabelecer

-9
credos do cristianismo para proteger a verdadeira doutrina. O credo é uma declaração doutrinária importante

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e necessária para a vida da igreja e para impedir a introdução de heresias. Contra as teorias desviantes
acerca da i n s p i r a ç ã o da Escritura, é necessário afirmar que:
1. A inspiração das Escrituras é Divina e não apenas humana;

48
2. A inspiração das Escrituras é única e não comum;
3. A inspiração das Escrituras é viva e não mecânica;
4. A inspiração das Escrituras é completa e não somente parcial;
0
5. A inspiração das Escrituras é verbal e não apenas de conceitos.

3 CARACTERÍSTICAS DA AUTORIDADE DA BÍBLIA:


4.

3.1 AUTORIDADE RELIGIOSA


Como afirmamos na introdução, autoridade é o direito de comandar a fé ou a ação. A Bíblia é autoridade
53

religiosa, pois Deus é o seu autor. Deus é a autoridade final em questões religiosas. Ele tem o direito por ser
o Criador, o Preservador e o Mantenedor da criação. E também, por tudo o que ele é e faz, goza do direito de
estabelecer os padrões de fé e de conduta humana. Desta feita, a Bíblia tem o mesmo peso que ele teria, caso
nos desse uma ordem pessoalmente.
O Espírito Santo realiza a obra interna no coração do homem, através da iluminação das Escrituras, dando-lhe a
9.

certeza a respeito das coisas divinas. A natureza do Espírito Santo é a verdade e seu ministério entre nós está ligado a ela,
tanto no que diz respeito ao convencimento que cria a fé, quanto à persuasão, arrependimento, e para o ensino. Somente
os incrédulos e os que não foram regenerados são incapazes de compreender ou aceitar a Escritura.
22

3.1.1 O Padrão da Autoridade


Bernard Ramm2 apresenta um gráfico simples a respeito do padrão da autoridade bíblica: 3.1.2 A Bíblia e a Razão

Crer é também pensar. A fé não é irracional ou ilógica, por mais subjetivo e transcendente que este assunto
seja. Há uma revelação objetiva, escrita, inspirada, para ser iluminada interiormente pelo Espírito Santo. Métodos
de interpretação da Bíblia para lhe determinar o significado são necessários e importantes, além de aumentarem
o crescimento, acrescentam a fé. E isto se faz através do uso da razão com o auxílio do Espírito Santo.
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3.2 AUTORIDADE HISTÓRICA


Outra distinção da Bíblia, a sua autoridade histórica. Esta característica da autoridade bíblica diz respeito ao que ela
ensina quanto ao que se exigiu dos homens, ou seja, certos indivíduos ou grupos nos tempos bíblicos. Era a revelação da
vontade de Deus na história.

3.3 AUTORIDADE NORMATIVA


A Bíblia é autoridade normativa no sentido de comunicar a vontade de Deus para nós hoje. A vontade de Deus nos
tempos bíblicos tem que ser discernida para que possamos identificar o que ou no que é vontade de Deus para nós hoje.

9
Para discernir, é necessário determinar a essência permanente da mensagem e a sua forma temporária de expressão.
Há verdades universais, portanto, com autoridade universal, ou seja, aquilo que é a vontade de Deus para

-9
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todos os homens em todo o tempo. Há verdades temporais, portanto com autoridade temporal, ou seja, aquilo
que era a vontade de Deus para certos homens em determinados lugares e em determinado tempo no passado.
Há verdades pessoais as quais servem como autoridade para o cristão e também lhe conferem autoridade. Elas
comunicam a verdade, a mensagem, a vontade de Deus para você e eu hoje. Neste caso, a palavra revelada,

48
escrita, se torna viva através da comunhão com o Espírito Santo. É possível então que algo tenha autoridade
histórica sem ter autoridade normativa.

4 SOLA ESCRIPTURA
0
Faz-se necessário mencionar o princípio da Reforma Protestante de Sola Scriptura, que diz que: “A única
fonte e norma de todo o conhecimento cristão é a Sagrada Escritura”.1
4.
Este princípio tem sido crucial para o mundo evangélico, pois trata da inerrância, e foi motivo de
controvérsias, condenações por parte da igreja romana e posicionamentos confessionais por parte da igreja
reformada em muitos países. Este princípio recebeu a posição de causa formal da Reforma por Melanchthon
e seus seguidores luteranos.
53

O Princípio de Sola Scriptura foi pronunciado por Martinho Lutero em abril de 1521 quando assumiu sua
posição em Worms, contudo o princípio foi se formando nele desde 1517 quando afixou suas 95 teses.
Sobre o significado de Sola Scriptura, Sprul nos diz: “... já quando Lutero ficou em pé diante da Dieta de
Worms, o princípio de Sola Scriptura já estava bem estabelecido na sua mente e obra. Somente a Escritura leva
9.

consigo a autoridade normativa absoluta. Por quê? Para Lutero, a sola de Sola Scriptura era inseparavelmente
relacionada com a inerrância que só as Escrituras possuíam. Foi porque os papas podiam errar, e erravam mesmo,
e os concílios igualmente, que Lutero veio a reconhecer a supremacia da Escritura. Lutero não desprezava a
autoridade da Igreja, nem repudiava os concílios eclesiásticos como sendo destituídos de valor, os reformadores
não queriam dizer por Sola Scriptura que a Bíblia é a única autoridade na Igreja. Pelo contrário, queriam dizer
22

que a Bíblia é a única autoridade infalível dentro da Igreja.”2


A inerrância e a infalibilidade da Bíblia são fundamentais para resolver as questões internas que tem
causado crise no meio da Igreja, qual seja, a fé e a prática estão em jogo, tanto devido ao conceito da inspiração
limitada como pela posição de que a tradição da Igreja deve ser levada em consideração além da Escritura
para estabelecer a doutrina, as regras de fé e de conduta. Esta atitude tem sido praticada pela Igreja Católica
Romana desde o Concílio de Trento. O Concílio de Trento foi uma resposta à Reforma, caracterizou-se pela
Contra-reforma e na sua quarta sessão foi formulado o seguinte Decreto:
“Este Evangelho, desde a antiguidade prometido através dos profetas nas Sagradas Escrituras, nosso
Senhor Jesus Cristo o Filho de Deus, promulgou primeiramente com sua própria boca, e depois ordenou
que fosse pregado pelos Seus Apóstolos a cada criatura ao mesmo tempo como origem de toda a verdade
1
Declaração de Heinrich Heppe, citada por R. C. Sproul em BOICE, James Montgomery; O ALICERCE DA AUTORIDADE BÍBLICA; São Paulo: Soc. Rel. Edições Vida Nova; 2ª Ed; 2ª Reimpr.; 2000, p. 123
2
SPROUL, R. C., citada por BOICE, James Montgomery; O ALICERCE DA AUTORIDADE BÍBLICA: São Paulo: Soc. Rel. Edições Vida Nova; 2ª. Ed.; 2ª. Reimpr.; 2000; pp. 121, 122.
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BIBLIOLOGIA

salvífica e de toda regra de conduta. Também claramente percebe que estas verdades e regras são contidas
nos livros escritos e nas tradições não escritas que, recebidas pelos Apóstolos da boca do próprio Cristo, ou dos
próprios Apóstolos, com o ditado do Espírito Santo, vieram até nós, transmitidas, por assim dizer, de mão em
mão. Seguindo, portanto, os exemplos dos pais ortodoxos, recebe e venera com um sentimento de piedade e
reverência todos os livros do Antigo e do Novo Testamento, sendo que o mesmo Deus é o autor de ambos; e
as tradições também sejam relacionadas com a fé ou com a moral como tendo sido ditadas ou oralmente por
Cristo ou pelo Espírito Santo, e preservadas na Igreja Católica em sucessão ininterrupta”.3

5 A INERRÂNCIA E OS MANUSCRITOS

9
ORIGINAIS E AS CÓPIAS

-9
Archer nos faz observações importantes sobre a inspiração relativa aos manuscritos originais, como segue:

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“A inerrância é atribuída apenas aos manuscritos originais dos vários livros da Bíblia; não é asseverada a respeito
de qualquer cópia específica daqueles livros que sobreviveram até nosso tempo. Algumas porções antigas do
Novo Testamento foram descobertas pela arqueologia (tais como o Papiro Rylands 457, um fragmento de João
18, e o fragmento Magdalen de Mateus 26), datando do século II d.C., dentro de um século após a composição

48
daqueles Evangelhos. A cópia completa mais antiga de um livro do Antigo Testamento continua sendo o Rolo do
Mar Morto de Isaías (1QIsa), datado do século II d.C. Há alguns fragmentos do Pentateuco em Qunrã que são
ainda mais antigos, sendo provenientes do século III ou IV a.C. Todos estes tendem a apoiar o texto recebido
das Escrituras em grego e hebraico, conforme são conservados nas edições eruditas aceitas como padrão
0
(Nestle e Kittel). Há muito mais apoio textual para o texto da Sagrada Escritura do que há para qualquer outro
livro que foi transmitido a nós desde tempos antigos, seja em se tratando das obras de Homero, dos autores
trágicos áticos, de Platão, de Cícero, ou de César. Mesmo assim, estes não são os manuscritos originais e erros
4.
de relevância mínima têm se insinuado no texto até mesmo daquelas cópias mais antigas e melhores dos livros
da Bíblia. Há discrepâncias ocasionais na ortografia dos nomes, nas cifras citadas em registros estatísticos e
em questões semelhantes. É a tarefa especial da crítica textual analisar estes erros e escolher o melhor entre
os textos variantes de acordo com as regras padronizadas (ou “cânones”) desta ciência...
53

No que diz respeito ao texto do Novo Testamento, o testemunho de Frederick Kenyon é bem conclusivo:
“A menção repetida de manuscritos divergentes e famílias de textos talvez dê a impressão de que o texto do Novo
Testamento é anormalmente incerto. Semelhante impressão se corrige da melhor maneira mediante uma tentativa de
imaginar a história primitiva do texto e a sua condição presente. Longe de o texto do Novo Testamento estar numa condição
9.

anormalmente insatisfatória, é muito melhor atestado do que aquele de qualquer outra obra da literatura antiga. Seus
problemas e dificuldades surgem, não de uma deficiência de evidência, mas, sim, de uma superabundância dela. No caso de
obra alguma da literatura grega ou latina, temos manuscritos tão abundantes quanto ao número ou tão perto da data de
composição. A não ser no caso de Virgílio, de cujas obras temos manuscritos escritos cerca de três ou quatro séculos após a
morte do poeta, a situação normal no que diz respeito às grandes obras de literatura clássica é que o nosso conhecimento do
22

texto delas depende dalguns poucos (ou, no máximo, algumas dúzias) manuscritos, dos quais o mais antigo talvez seja do século
IX ou X ou XI, mas pela maior parte, do século XV. Nestas condições, geralmente acontece que a crítica científica selecionou
um só manuscrito (usualmente, mas não necessariamente, o mais antigo), como sua autoridade principal, e baseou sobre
ele os nossos textos impressos, com um pouco de ajuda da conjectura... No caso do Novo Testamento... os manuscritos em
pergaminho são muito mais antigos e mais numerosos; o espaço de tempo entre os mais antigos deles e a data da composição
dos livros é menor; e um número maior de papiros (especialmente desde a descoberta dos papiros Chester Beatty) nos deu meios
melhores de preencher aquela lacuna. Estamos muito melhor equipados para observar as etapas primitivas da história textual no
período dos manuscritos no caso do Novo Testamento do que de qualquer outra obra da literatura antiga”.4

3
Citado e grifado por R. C. Sproul na obra de BOICE, James Montgomery; O ALICERCE DA AUTORIDADE BÍBLICA; São Paulo: Soc. Rel. Edições Vida Nova; 2ª ed.; 2ª reimpr.; 2000 p.126
4
ARCHER, Gleason L., citado por BOICE, James Montegmery; O ALICERCE DA AUTORIDADE BÍBLICA
; São Paulo: Soc. Rel. Edições Vida Nova; 2ª ed.; 2ª reimpr.; 2000 pp.101 - 104
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Através destes fatos, você pode observar a poderosa influência do Espírito Santo relativa às Escrituras, não só sobre
os autores sagrados, mas também sobre a orientação na preservação dos textos originais, conservando-os de erros sérios
ou enganadores de qualquer natureza.

TÓPICO 4
A SACRALIDADE DA ESCRITURA – O CÂNON
1 INTRODUÇÃO

9
Ao longo dos tempos, sempre existiram falsos livros e falsas mensagens. Por isto fez-se necessário a
preservação dos escritos do Antigo Testamento e a revisão criteriosa da coleção de livros do Novo Testamento.

-9
Neste tópico, estudaremos estes assuntos que garantem a confiabilidade de que as Escrituras que estão em

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nossas mãos são a Palavra de Deus.

2 AS CARACTERÍSTICAS E DEFINIÇÃO DE CANONICIDADE

48
A palavra “cânon” vem do grego Kanon, que significa uma “cana” ou “vara de medir”, ou “régua”. Também
significa um modelo ou regra para julgar ou medir e indica uma regra, uma norma. Assim sendo, o cânon da
Bíblia consiste naqueles livros considerados com mérito para serem incluídos nas Sagradas Escrituras.

2.1 DEFINIÇÃO
0
“Cânon” pode ser definido como: Os livros das Sagradas Escrituras aceitos pela Igreja Cristã que contêm
4.
a regra autoritária da fé e da prática.

2.2 CANONICIDADE
Canonicidade de qualquer livro na Bíblia é o direito que aquele livro tem a um lugar no Cânon Sagrado,
53

porque o conteúdo do livro alcançou o padrão canônico.


Selby e West em Introduction to the Bible (Introdução à Bíblia) nos dizem:
“A canonização foi o resultado de séculos de desenvolvimento, mediante o qual só aqueles escritos que
se mostraram úteis para a fé e a adoração foram elevados a um papel tão decisivo. Isto quer dizer que o cânon
9.

não foi determinado tanto por decreto rabínico ou da igreja, como pelo mérito de cada livro separadamente e
pela sua recepção pela comunidade de fiéis, em vista da inspiração ou edificação que oferecia”. 1
Ridderbos também se expressa desta maneira objetiva e excelente:
“Os vários livros possuíam e exerciam autoridade divina muito antes que os homens tivessem feito
22

pronunciamentos neste sentido. Os concílios eclesiásticos não conferiram aos livros a autoridade divina,
reconhecendo apenas que a tinham e exerciam”.2

3 O CÂNON DO ANTIGO TESTAMENTO


Há opiniões diferentes entre os estudiosos bíblicos acerca de quando se encerrou o cânon do Antigo
Testamento e em seus escritos não há menção deste assunto. Temos, no Antigo Testamento, registros que
indicam o início da escrita das Leis de Deus a fim de que pudessem ser preservadas para o povo de Deus. (Êx
17.14; Êx 24.3, 4; Dt 31.9-11)

3.1 O PRINCÍPIO DO CÂNON DECLARADO


O princípio do cânon do Antigo Testamento (regra ou norma) está claramente descrito no versículo a seguir:
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BIBLIOLOGIA

“Tendo Moisés acabado de escrever integralmente as palavras desta lei num livro, deu
ordem aos levitas dizendo: Tomai este livro da lei, e ponde-o ao lado da arca da aliança do
Senhor vosso Deus, para que ali esteja por testemunha contra ti” (Dt 31.24-26).
George L. Robinson, em seu artigo na International Standard Bible Encyclopedia, depois de considerar
cuidadosamente as diversas evidências disponíveis, conclui (segundo a divisão tripla do Antigo Testamento hebraico)
que os livros da Lei foram reconhecidos como canônicos nos dias de Esdras (444 a.C); que os Profetas foram
reconhecidos como tal algum tempo depois (cerca de 200 a.C) e que os Escritos receberam autoridade por volta

9
de 100 a.C. Robinson não afirma que houvesse três cânones separados, mas que “havia três classes separadas de
Escritura, que entre 450 e 100 AC se mantinham em bases diferentes e só gradualmente passaram a ter autoridade”.3

-9
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3.2 O CÂNON DO AT AFIRMADO E AUTORIZADO POR CRISTO


Nos dias de Cristo, o cânon do Antigo Testamento já estava completo e encerrado.

48
Jesus se refere a ele em João 5.39: “Examinai as Escrituras, porque julgais ter nelas a vida eterna”. Em Lucas
24.27, encontramos: “E começando por Moisés, discorrendo por todos os profetas, expunha-lhes o que a seu
respeito constava em todas as Escrituras”.
Duffiel e Van Cleave nos dizem: “... Jesus não só deu sua aprovação ao Antigo Testamento inteiro,... mas também
0
indicou que esses livros existiam e eram aprovados no período em que esteve na terra”.4
O mais célebre historiador judaico, que viveu na época da Igreja Primitiva, escreve:
4.

“Porque não temos entre nós uma quantidade enorme de livros, que discordam e se contradizem entre
si (como acontece com os gregos), mas apenas vinte e dois livros, que contém os registros de todos os tempos
passados, que cremos justamente serem divinos... e quão firmemente damos crédito a esses livros de nossa
53

própria nação fica evidente pelo que fazemos; porque durante tantos séculos que já se passaram, ninguém teve
ousadia suficiente para acrescentar nada a eles, cancelar qualquer coisa, nem fazer neles qualquer modificação;
tendo-se tornado natural a todo judeu desde o seu nascimento estimar esses livros como contendo doutrinas
divinas, e perseverar nelas; e, caso necessário, morrer voluntariamente por elas.”5
9.

Quando Josefo se refere a trinta e dois livros está falando a respeito dos livros da Bíblia Hebraica.

3.3 A BÍBLIA HEBRAICA


A Bíblia Hebraica está assim organizada:
22

• Os 12 livros dos Profetas Menores (Oséias a Malaquias) são um único livro;


• 1 e 2 Samuel, 1 e 2 Reis, 1 e 2 Crônicas, Esdras e Neemias são um único livro.
• Josefo reuniu Rute a Juízes e Lamentações a Jeremias.

3.4 CRONOLOGIA DO AT E PRODUÇÃO ESCRITURÍSTICA – O PANORAMA


BÍBLICO DO AT
À medida que a história foi ocorrendo, os livros foram sendo escritos. Observe a concentração de livros
produzidos em determinados períodos.
A Cronologia ou História do AT ocorreu e está registrada como segue:
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0 48
4.
53
9.
22

Ao verificar as datas, você observará que há necessidade de fazer uma harmonia cronológica em alguns casos:

1. Não é possível prever o início da escrita de Gênesis, há datas após o dilúvio e isto devido ao consenso entre os
eruditos (estudiosos);

2. Os Salmos não receberam uma data definida, pois, seus autores são vários e sua compilação durou séculos. O
maior dos autores é Davi. Os Salmos foram reunidos e organizados por escribas no templo, e o trabalho foi concluído
provavelmente no séc. III a.C.
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BIBLIOLOGIA

3. A data de Oséias se refere ao seu período de vida.

4. Oséias (de Israel) e Isaías (de Judá) foram contemporâneos. O Reino de Israel foi dividido. O Norte foi chamado de
Reino de Israel e o Sul foi chamado de Reino de Judá.

5. Isaías (de Judá) foi contemporâneo de Naum e Miquéias (de Israel).

6. Jeremias (de Judá) foi contemporâneo de Habacuque (de Israel), de Obadias e Ezequiel (de Judá).

7. Daniel (de Judá), por sua vez, foi contemporâneo de Ezequiel, Jeremias, Obadias e Esdras. Os escritos de Daniel se estendem por

9
um longo período de tempo.

8. Os Livros de 1 e 2 Crônicas foram escritos no período pós-exílico e se referem a um grande período histórico.

-9
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9. Após a Restauração de Israel, houve o período interbíblico entre o AT e o NT que durou 400 anos, os chamados 400 anos de silêncio.
Neles, não houve revelação e inspiração divina, apenas governo divino nos eventos históricos importantíssimos e preparatórios para a
vinda do Messias.

4 O CÂNON DO NOVO TESTAMENTO


48
A facilidade de se traçar a canonização do Novo Testamento e a sua evidência é muito maior. Os livros do Novo
Testamento foram escritos na segunda metade do primeiro século da história da Igreja Cristã, ou seja, em 1 A.D.
0
A Igreja Primitiva tinha à sua disposição e utilizava o Antigo Testamento, as palavras de Jesus, os ensinos dos
apóstolos, os relatos das viagens e as epístolas (cartas). Todos estes documentos e ensinos eram de grande importância.
4.
A autoridade dos apóstolos é plenamente confirmada. João declara: “o que temos visto e ouvido anunciamos também
a vós outros” (I João 1.3); Pedro diz que foram “testemunhas oculares de sua majestade” (2 Pedro 1.16); e sobre os
cristãos está escrito: “E perseveravam na doutrina dos apóstolos e na comunhão” (Atos 2.42). As epístolas de Paulo
eram preservadas pelo seu valor espiritual e eram lidas nas igrejas. Paulo deu instruções definidas para que suas cartas
fossem lidas e circuladas. “Conjuro-vos, pelo Senhor, que esta epístola seja lida a todos os irmãos” (I Ts 5.27). João
53

recebeu instruções: “O que vês, escreve em livro e manda às sete igrejas” (Apocalipse 1.1). Tiago dirigiu sua carta “às
doze tribos que se encontram na dispersão” (Tiago 1.11). Há outros textos que demonstram a autoridade apostólica e de seus
escritos inspirados.
O desenvolvimento do estabelecimento do cânon do Novo Testamento ocorreu no segundo século onde se
9.

faz sentir a influência dos Pais da Igreja. Os pais da Igreja eram estudantes (discípulos dos apóstolos) talentosos,
professores e líderes da igreja. Em suas cartas às primeiras igrejas, eles faziam inúmeras citações dos livros
que viriam a ser o cânon do Novo Testamento. Essas cartas dão um testemunho definido do valor do livro que
citavam, colocando-o em posição superior às suas próprias palavras.
22

4.1 A NECESSIDADE DE SELEÇÃO PELA IGREJA


Os líderes da Igreja se depararam com um problema em relação aos escritos da era cristã, o Novo
Testamento. A Igreja precisou posicionar-se e definir o Cânon. Cinco causas importantes levaram a Igreja a
colecionar e publicar os livros considerados como divinamente inspirados, quais sejam:

4.1.1 O Cânon de Marcion (Marcião)


Marcion, um herege excomungado pela Igreja, foi um líder, que, por volta do ano 140 d.C., decidiu, por sua
conta, compilar seu próprio cânon e definiu a primeira lista dos escritos do Novo Testamento, os quais entendia
que deveriam pertencer a este cânon. Marcião era contra qualquer influência judaica no cristianismo. Tal atitude
foi completamente improcedente e rejeitada, pois, o judaísmo é o berço do cristianismo e o Novo Testamento
está ligado ao Antigo de maneira inseparável.
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Miller e Rubber apresentam alguns ensinos de Marcião:


“Marcião era um gnóstico. Ele ensinava que havia dois deuses: o deus inferior e criador que aparece no Antigo
Testamento e o Deus supremo e amoroso revelado por Jesus e Paulo. Marcião rejeitava todo o Antigo Testamento,
argumentando que os heróis da fé e profetas que aparecem nesses livros haviam sido enganados pelo deus criador.
Também argumentava que muitos dos cristãos haviam sido corrompidos por falsos apóstolos que haviam inserido suas
próprias idéias errôneas e apagado ensinamentos que não lhes agradavam... A edição de Marcião resultou em 11 escritos
alinhados com os seus ensinamentos gnósticos que se tornavam cada vez mais populares. Marcião, a exemplo de outros
gnósticos, dizia que Jesus não era realmente humano..6

9
4.1.2 O Mestre Taciano e o evangelho único

-9
Segundo Miller e Huber, por volta do ano 150, apesar dos Evangelhos estarem tomando posição e tornando-se uma fonte

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de autoridade na Igreja, havia para alguns o pensamento de que ter quatro versões da história de Jesus gerava confusão.
Eles nos dizem: “alguns estudiosos cristãos primitivos decidiram pôr fim à confusão fazendo dos quatro Evangelhos uma
narrativa harmonizada”. (2006) Taciano era um erudito (estudioso) sírio e mestre cristão de tendência gnóstica que
em 170 concluiu uma fusão dos quatro Evangelhos, chamada Diatessarão. O conteúdo incluía, além dos Evangelhos,

4.1.3 O Teólogo Montano e a Bíblia sem fim


0 48
materiais de fontes transmitidas oralmente. Taciano foi declarado herege e às Igrejas sírias foi ordenado que utilizassem
outras traduções do Evangelho.

A Igreja Cristã não considerou o posicionamento de Montano, ele afirmava que a revelação de Deus era
contínua e que o Cânon não teria fim. Montano se converteu de uma seita pagã que dava ênfase ao êxtase, por
4.
volta do ano 200 na região da atual Turquia. Após sua conversão ele liderou o movimento montanista.
Como há fanatismo nos dias atuais, e abuso do dom de profecia no meio pentecostal, Montano tinha a mesma
tendência, e pior, considerava que os “profetas” eram instrumentos da revelação continuada da Palavra de Deus, daí
o seu posicionamento em relação ao cânon do NT. Miller e Huber nos apresentam as perigosas afirmações de MontaNo:
53

“Ele trouxe consigo uma inclinação por um zelo pela expressividade, dando início a um movimento profético e
afirmando que ele e seus seguidores recebiam mensagens diretamente de Deus. Essas profecias vieram a ser escritas
e colocadas em livros. Algumas dessas mensagens eram inéditas em relação a tudo que se encontrava e textos cristãos
escritos até aquela época... O movimento montanista continuou por muitos séculos, ensinava que os cristãos deveriam
9.

manter o cânon das Escrituras em aberto porque Deus mantém o canal de revelação aberto através do ministério
continuado dos profetas. A Igreja acabaria por dar resposta ao movimento montanista, argumentandoquetodarevelação
necessária para a salvação está contida nos escritos dos apóstolos”.77 MILLER, Sthephen M.; HUBER, Robert V.;

4.1.4 Escritos de inspiração duvidosa


22

Alguns líderes religiosos começaram a aceitar como canônicos ou semicanônicos (pseudopigráficos) alguns escritos
de inspiração duvidosa. Esses líderes queriam juntar escritos não reconhecidos por todos como inspirados ao cânon.
Nesta ocasião, houve o surgimento de muitos livros que requeriam um exame e até a tentativa de adulteração dos
livros originais com a inclusão de heresias. Estes livros não foram aceitos pelos Pais da Igreja e nem foram citados
em nenhum concílio da Igreja.
Algumas doutrinas heréticas que surgiram na época a citar são:
1. Pelos Gnósticos: A negação da encarnação de Cristo
2. Pelos Céticos: Negavam a realidade da humanidade de Cristo
3. Pelos monifisistas: Rejeitavam a dualidade da natureza de Cristo
Os livros apócrifos (não inspirados) do Novo Testamento, embora contenham muita informação útil relativa à
história da igreja primitiva, jamais foram aceitos no cânon do Novo Testamento. Alguns dos mais populares entre eles
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são: Epístola de Barnabé (70-79), Terceira Epístola aos Coríntios (96), O Pastor de Hermas (115-140), Ensino Didakê
dos Doze (100-120), Epístola aos Laodicenses (sec. IV?), Epístola de Policarpo aos Filipenses (108) e as Sete Epístolas
de Inácio (110).

4.1.5 O Edito de Diocleciano (302-305)


Essa foi uma ordem pública, através de anúncio, dada pelo imperador Diocleciano, que ordenava que todos os
livros sagrados deviam ser atirados ao fogo e queimados, desta feita, surgiu a grande necessidade de preservarem
os escritos realmente inspirados. O Espírito Santo dirigiu a Igreja nas decisões nesta hora difícil.

9
No terceiro concílio de Cartago (397), as igrejas cristãs ocidentais estabeleceram a forma final do cânon do Novo
Testamento. Desse modo, no final do século IV, os 27 livros foram aceitos. Desde esta época, não houve nenhum

-9
movimento cristão para acrescentar ou anular qualquer parte do cânon estabelecido.

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4.2 O PADRÃO CANÔNICO


Os livros do NT foram submetidos aos testes de canonicidade. Os princípios que foram usados para

48
determinar quais livros poderiam ocupar um lugar no cânon sagrado foram:

4.2.1 Quanto à Autoria – Apostolicidade


O livro deveria ser escrito por um apóstolo ou por um homem apostólico, ou seja, um homem próximo
0
aos apóstolos, como por exemplo: Marcos, Lucas, o autor de Hebreus.
4.
4.2.2 Quanto à Doutrina – Exatidão Doutrinária
O conteúdo do livro deveria ser doutrinariamente correto, ou seja, deveria estar de acordo com o restante das Escrituras
Sagradas. Qualquer livro contendo heresia, ou contrário aos livros canônicos já aceitos, era rejeitado.
53

4.2.3 Quanto ao Conteúdo – Conteúdo Espiritual


O conteúdo do livro deveria ter caráter espiritual suficientemente elevado, deveria estar sendo lido nas igrejas
e seu conteúdo deveria ser um meio de edificação espiritual.
9.

4.2.4 Quanto ao Uso – Universalidade


Por universalidade, queremos dizer que o livro deveria ser aceito e reconhecido em todas as igrejas e
amplamente citado pelos Pais.
22

4.2.5 Quanto à Inspiração – Inspiração do Espírito Santo


A Canonicidade é determinada pela inspiração. O Livro deveria dar evidência de inspiração divina, este era o teste
final e mais importante. “Este era o teste básico, e tudo teria que convergir para este ponto”.8
A metade do século I d.C. coberta pelo Novo Testamento foi o período crucial durante o qual
começaram a ter cumprimento as profecias messiânicas e a Igreja se formou.
O estudo do Novo Testamento é relevante por:
• Razões históricas, as quais explicam o fenômeno do cristianismo.
• Razões culturais, as quais têm permeado a civilização ocidental.
• Por razões teológicas, pois é a narrativa inspirada sobre a missão redentora de Jesus Cristo neste
mundo, sendo o padrão de crenças e práticas da Igreja.
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• Por razões devocionais, devido o Espírito Santo fazer uso do Novo Testamento para conduzir pessoas
a um vivo e crescente relacionamento com Deus através de Seu Filho, Jesus Cristo.

4.3 Cronologia do NT e Produção Escriturística – O Panorama Bíblico do NT


À medida que a história foi ocorrendo, os livros foram sendo escritos. Observe a concentração de livros
produzidos em determinados períodos. A Cronologia ou História do NT ocorreu e está registrada como segue:

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1
Donald J. Selby e James King West, Introduction to the Bible (Introdução à Bíblia), New York, 1971, p. 2, como citado por Duffield e Van Cleave, Fundamentos da Teologia Pentecostal, vol. 1; São Paulo: Ed.
Quadrangular; 1991; p. 7
2
N.H. Ridderbos. The New Bible Dictionary (Novo Dicionário da Bíblia), p. 187, como citado por Duffiel e Van Cleave, Fundamentos da Teologia Pentecostal, vol. 1; São Paulo: Ed. Quadrangular; 1991; p. 7
3
George L. Robinson, International Standard Bible Encycolpedia (Enciclopédia Internacional Normativa da Bíblia) como citado por Duffiel e Van Cleave em Fundamentos da Teologia Pentecostal, vol. 1, São
Paulo: Ed. Quadrangular, 1991; p. 9
4
DUFFIELD, Guy P. e VAN CLEAVE, Nathaniel M.; Fundamentos da Teologia Pentecostal, vol. 1, São Paulo: Ed. Quadrangular, 1991, p. 10
5
The Life and Works os Flavius Josephus (Vida e Obra de Flávio Josefo) conforme citado por DUFFIELD, Guy P. e VAN CLEAVE, Nathaniel M.;
Fundamentos da Teologia Pentecostal, vol. 1, São Paulo: Ed. Quadrangular, 1991, p. 10
6
MILLER, Sthephen M.; HUBER, Robert V.; A Bíblia e sua história – O surgimento e o impacto da Bíblia; Barueri, SP: Sociedade Bíblica do Brasil, 2006, p. 92
7
MILLER, Sthephen M.; HUBER, Robert V.; A Bíblia e sua história – O surgimento e o impacto da Bíblia; Barueri, SP: Sociedade Bíblica do Brasil, 2006, p. 93.
8
Henry Clarence Thiessen, Introduction To The New Testament (Introdução ao Novo Testamento), conforme citado por DUFFIEL e VAN CLEAVE, 1 Donald J. Selby e James King West, vol. 1, São
Paulo: Ed. Quadrangular, 1991, p. 15
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BIBLIOLOGIA

TÓPICO 5
OS LIVROS APÓCRIFOS
1 INTRODUÇÃO
A palavra apócrifo significa escritos não inspirados por Deus e que foram inseridos no Cânon pela Igreja
Católica. Você aprenderá neste tópico sobre o que os apócrifos significam, quais são eles, como foram incluídos
no Cânon e quais as razões pelas quais não são aceitos.

9
2 OS LIVROS APÓCRIFOS
A diferença entre o cânon protestante e o católico é que o cânon protestante, incluindo o Antigo e o

-9
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Novo Testamento, compõe-se de sessenta e seis livros, e o cânon católico, além destes sessenta e seis livros,
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é acrescido de mais sete livros completos e também acréscimos aos livros de Ester e Daniel.
Os livros apócrifos têm sido usados pelos ramos do cristianismo: católico romano, anglicano e ortodoxo oriental
tradicional, contudo, nenhuma igreja ortodoxa grega e anglicana, até este momento, reconheceu e aceitou os

48
apócrifos como inspirados ou canônicos no sentido literal destas palavras.

3 O SIGNIFICADO DA PALAVRA APÓCRIFO


Apócrifo é um termo usado com três sentidos:
0
1º) “Oculto”, “Escondido”; Livros sobre assuntos secretos ou misteriosos;
2º) Livros de origem ignorada ou falsa;
4.
3º) Documentos não canônicos.

4 TERMINOLOGIA TÉCNICA DOS LIVROS APÓCRIFOS


4.1 “HOMOLOGOUMENA” (lit., falar como um)
53

São os livros bíblicos aceitos por todos.

4.2 “ANTILEGOMENA” (lit., falar contra)


São os livros bíblicos que em certa ocasião tivessem sido questionados por alguns. Foram eles: Cânticos dos
9.

Cânticos, Eclesiastes, Ester, Ezequiel e Provérbios, porém no fim, prevaleceu a autoridade divina destes livros.

4.3 “PSEUDEPIGRÁFICOS” (lit., falsos escritos)


São os livros não-bíblicos, não aceitos.
22

Nix e Geisler nos apresentam uma lista modelar de “pseudepigráficos”1. A lista principal é a seguinte:

* 1 Baruque está relacionado entre os apócrifos


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4.4 “DEUTEROCANÔNICOS”
São livros não bíblicos aceitos por alguns, mas rejeitados por outros, dentre os quais os livros questionáveis.
São os livros “apócrifos” (escondidos ou duvidosos) rejeitados pelos evangélicos e judeus, e aceitos pelos
católicos romanos.

5 QUAIS SÃO E ONDE ESTÃO OS LIVROS APÓCRIFOS


Desde a era da Reforma, o termo apócrifo tem sido dado aos escritos judaicos não-canônicos originários do
período interbíblico. Os livros apócrifos são:

9
-9
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0 48
6 RAZÕES PELAS QUAIS OS APÓCRIFOS NÃO SÃO ACEITOS PELOS
4.

EVANGÉLICOS
Os reformadores são, em grande parte, responsáveis por eliminar os apócrifos da Bíblia devido aos seus
elementos inconsistentes com a doutrina protestante, como por exemplo: doutrinas de oração pelos mortos
e intercessão dos santos.
53

As razões pelas quais os evangélicos não aceitam os apócrifos são:


1ª) Os livros apócrifos foram escritos durante o período interbíblico.
2ª) A Inspiração destes livros foi negada pelos judeus e protestantes e eles nunca foram incluídos em
9.

qualquer coleção das Escrituras (Bíblia Hebraica).


3ª) Nem Cristo nem seus apóstolos citaram os livros apócrifos.
4ª) Flávio Josefo (37 – 100 d.C.), o célebre historiador judaico-romano, declarou que os apócrifos não
foram incluídos nas Escrituras Sagradas dos judeus.
22

5ª) A Igreja Católica Romana, através da Contra-reforma, esperou mais de mil anos (1546) para incluir os
apócrifos à Sagrada Escritura, no Concílio de Trento. A proclamação do Concílio declara:
“O sínodo [...] recebe e venera [...] todos os livros do Antigo Testamento como do Novo [incluindo-se os
apócrifos] – entendendo que um único Deus é o Autor de ambos os testamentos [...] como se houvessem sido
ditados pela boca do próprio Cristo, ou pelo Espírito Santo [...] se alguém não receber tais livros como sagrados e
canônicos, em todas as suas partes, da forma em que têm sido usados e lidos na Igreja Católica [...] seja anátema”.1
A ação desse concílio foi polêmica e prejudicial. Essa decisão de Trento não foi de anuência universal e
sem disputas dentro da Igreja Católica e na Reforma.
6ª) Até os próprios autores dos apócrifos algumas vezes declararam que não foram inspirados por Deus
ao escrever. Os apócrifos não reivindicam ser proféticos.
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BIBLIOLOGIA

7ª) A arte cristã primitiva em suas representações artísticas não oferecem base para apurar a canonicidade
dos apócrifos.
8ª) Os primeiros pais da Igreja, Mileto, Orígenes, Cirilo de Jerusalém e Atanásio, depuseram contra os
apócrifos.
9ª) Jerônimo que foi também um grande estudioso hebreu, argumentou contra Agostinho. Agostinho às
vezes faz supor que os apócrifos são deuterocanônicos. Jerônimo argumentou fortemente contra Agostinho
ao rejeitar esta canonicidade, chegando a recusar-se a traduzir os apócrifos para o latim, ou mesmo incluí-
los na versão Vulgata Latina. Só depois da morte de Jerônimo é que os livros foram incorporados à Vulgata,

9
transgredindo o seu próprio autor.
10ª) Os apócrifos não trazem acréscimos ao conhecimento das verdades messiânicas ao povo de Deus,

-9
para quem os apócrifos teriam sido originalmente apresentados.

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7 O CONTEÚDO DOS APÓCRIFOS


7.1 TOBIAS: O livro é um conto moral e não uma história real.

48
7.2 JUDITE: Um livro com pretensões históricas, porém está cheio de erros históricos e absurdos geográficos.
7.3 SABEDORIA DE SALOMÃO: É um tratado de ética que recomenda a sabedoria e a retidão, condena a
iniquidade e a idolatria.
0
7.4 ECLESIÁSTICO: Um livro relativamente grande, 51 capítulos, em que o
4.
assunto principal é também a sabedoria. Foi escrito por um homem chamado
Jesus, filho de Siraque.
7.5 BARUQUE: Escrito por Baruque, tem três divisões:
7.5.1 Confissão dos pecados de Israel e oração pedindo perdão a Deus;
53

7.5.2 Exortação para Israel voltar à fonte da sabedoria;


7.5.3 Animação e promessa de livramento. Caro Aluno! Chegou
7.6 I MACABEUS: Relata acontecimentos político-militares e atos de o momento daquela
9.

heroísmo da família dos Macabeus. importante revisão


7.7 II MACABEUS: É um resumo da grande obra de Jason de Cirene. O assunto do capítulo, e a
é tratado com bastante fantasia, o que prejudica o seu crédito. O assunto do livro é Auto-Atividade
a história do povo judeu desde 175 a 161 a.C. Ao lermos os livros apócrifos não correta e entregue
sentimos o mesmo impacto que sentimos ao ler os livros do cânon sagrado,
22

no prazo lhe garante


pelo contrário, o coração dos leitores fica frio e não se nota a utilidade espiritual
como quando se lêem os escritos inspirados da Bíblia.
a pontuação sem
prejuízos. É bom
Esses livros não são encontrados em nenhum manuscrito hebraico.
saber que este
Concluímos, portanto, que não foram inspirados por Deus.
estudo lhe garantirá
a fixação dos
conteúdos!

1
GEISLER, Norman e NIX, William; INTRODUÇÃO BÍBLICA, COMO A BÍBLIA CHEGOU ATÉ NÓS; São Paulo: Ed. Vida; 1997; p. 87
1
Philip Schaff, org., The Creeds of Christendom, como citado por Geisler e Nix INTRODUÇÃO BÍBLICA, COMO A BÍBLIA CHEGOU ATÉ NÓS ; São Paulo: Ed. Vida; 1997; p. 93
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ANOTAÇÕES

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4.
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9.
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BIBLIOLOGIA

INSTITUTO TEOLÓGICO QUADRANGULAR NOTA

BIBLIOLOGIA
AUTOATIVIDADE DO CAPÍTULO 3

Nome: Série: Data de Entrega:

Questões:

9
-9
1. Justifique Inerrância com base na posição de Inerrância Plena.

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48
2. Com base nos fatos que consistem o depoimento da Infalibilidade responda: Por que a Bíblia é infalível?

3. A autoridade da Bíblia é a consequência de sua Revelação, Inspiração, Inerrância e Infalibilidade. Esta


0
autoridade é afirmada pelo princípio de SOLA ESCRIPTURA. Explique este princípio fundamental para a
igreja evangélica.
4.

4. Qual é a definição de Cânon? Como esta definição afeta a vida dos cristãos?
53

5. O que é apócrifo? Cite as razões pelas quais estes livros são rejeitados pelos evangélicos.
9.
22
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ANOTAÇÕES

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0 48
4.
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9.
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BIBLIOLOGIA

CAPÍTULO 04
INTRODUÇÃO À BÍBLIA
TÓPICO 1 – INTRODUÇÃO À BÍBLIA
1 INTRODUÇÃO
O caráter da Bíblia é

9
espiritual e sua natureza é
divina, estudá-la é seu objetivo.

-9
04
Para sermos introduzidos ao

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CAPÍTULO
estudo da Bíblia, é necessário
conhecermos, além dos
aspectos doutrinários, os
aspectos relativos à Bíblia em si
como livro, por isto este capítulo
se intitula Introdução à Bíblia.
Vamos ao nosso estudo!
0
2 A ESTRUTURA DA BÍBLIA E ORIGEM DO TERMO
48
Bíblia vem do vocábulo grego “biblos”, que significa livro ou livros. Sugere
4.
uma coleção de livros, uma biblioteca. Há menção de que, por volta do século II
d.C., os cristãos usavam a palavra “Bíblia” para designar seus escritos sagrados.
O termo Bíblia, historicamente, foi usado pela primeira vez por Crisóstomo, no
século IV d.C.. A palavra Bíblia foi introduzida às línguas modernas através do
francês, do latim “bíblia”, tendo como base “biblos” em grego. Também de
53

“biblion” (Lc 4.17), uma forma diminutiva de “biblos”, significando pequeno livro.
Quanto à estrutura, a Bíblia está organizada de acordo com a categoria
dos livros. Apesar da diversidade da história e da mentalidade dos escritores, o
ensino é único. Deus usou a personalidade dos escritores e seus escritos, ainda
9.

que divinamente inspirados, demonstram o estilo e a personalidade própria


de cada um. Este fato é inspirador e motivador para cada um de nós.

3 O ESPÍRITO SANTO
22

O Autor da Bíblia é o Espírito Santo de Deus, conforme está escrito em


2 Pedro 1.20-21: “Acima de tudo, lembrai-vos de que nenhuma profecia da
Escritura é de particular interpretação. Pois a profecia nunca foi produzida
por vontade dos homens, mas os homens santos da parte de Deus falaram
movidos pelo Espírito Santo”.

4 A FINALIDADE DA BÍBLIA
A finalidade da Bíblia está descrita em 2 Tm 3.16-17 que diz: “Toda
Escritura é divinamente inspirada e proveitosa para ensinar, para repreender,
para corrigir, para instruir em justiça, a fim de que o homem de Deus seja
perfeito e perfeitamente preparado para toda boa obra”.
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5 A IDENTIDADE DA BÍBLIA
A identidade e o efeito da Bíblia na vida do homem estão apresentados
em Hb 4.12 que diz: “Pois a palavra de Deus é viva e eficaz, e mais cortante
do que qualquer espada de dois gumes, e penetra até ao ponto de dividir
alma e espírito, juntas e medulas, e é apta para discernir os pensamentos e
intenções do coração”.
Meu aluno, o Espírito Santo e a Palavra são inseparáveis. A Palavra é como um
Você percebeu oceano de promessas e bênçãos, e, como desde um pequeno barco até um imenso

9
que a Bíblia, em transatlântico navegam sobre as mesmas águas, assim estamos nós, navegando
sua constituição, sobre a Palavra, pela fé, sob a ação do Espírito, que como vento sopra sobre ela,

-9
cumprindo o que ela diz, trazendo à existência o que nela está escrito. Deus não
demonstra a

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é covarde, ele mesmo diz: “fazei prova de mim...” Malaquias 3.10a.


capacidade natural
de Deus em tornar Boice menciona e comenta um argumento muito comum usado por
muitas pessoas incrédulas a respeito da Bíblia, ou seja, “o fato de a Bíblia se
simples e acessível o

48
apresentar como sendo a Palavra de Deus escrita pelos homens tem dado
que aparentemente ocasião à conclusão de que ela é errante (errônea). Obviamente isto também
seria tão complexo. não se segue” (Boice, pp. 28). Logicamente, Deus não seria incapaz de preservar
e conservar as Escrituras e os homens que as registraram livres de erro.
0
4.
53
9.
22
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BIBLIOLOGIA

6. AS DUAS GRANDES DIVISÕES DA BÍBLIA E SUAS SEÇÕES


A Bíblia é composta de 66 livros. As duas Grandes Divisões da Bíblia são o Antigo Testamento, composto
de 39 livros, e o Novo Testamento, de 27.

Não podemos entender porque existe a nação judaica sem o Velho Testamento. Nem podemos entender
porque existe a Igreja sem o Novo Testamento. O Velho Testamento foi escrito e preservado pelos judeus por
mais de um milênio antes dos tempos de Jesus. O Novo Testamento foi produzido pelos discípulos de Cristo,
no decorrer dos primórdios da Igreja Primitiva, no primeiro século d.C.

9
A palavra Testamento “testamentum” foi originalmente traduzida como “aliança” ou “pacto” que Deus fez

-9
com o seu povo. Um testamento só tem validade após a morte do testador. Na Bíblia, o testador é Jesus Cristo;

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desta feita, cabe-nos entender como os crentes de todos os tempos podem desfrutar da “bendita herança”. Os
crentes do Antigo Testamento esperavam pelo Messias e olhavam para Cristo em perspectiva, e os do Novo Testamento
crêem e olham para Cristo em retrospectiva.

6.1 AS SEÇÕES OU CATEGORIAS DAS GRANDES DIVISÕES DA BÍBLIA

48
A Bíblia está organizada em categorias, ou tópicos. Abaixo, apresento as duas divisões da Bíblia contendo os nomes
dos livros, seguidos da abreviatura. Esta forma de organizar os livros da Bíblia tem origem na tradução das Escrituras para
0
o grego, conhecida como A Septuaginta (LXX), no século III a.C. Mais adiante, trataremos da LXX.

No gráfico a seguir, temos as Duas Grandes Divisões da Bíblia com oito seções, quatro para o VT e quatro
4.

para o NT:

7 CAPÍTULOS E VERSÍCULOS DA BÍBLIA


53

Originalmente a Bíblia não foi escrita com a divisão que temos hoje, em capítulos e versículos, estas
divisões ocorreram posterioremente.

7.1 A DIVISÃO DA BÍBLIA EM CAPÍTULOS E VERSÍCULOS


9.

Não existem divisões em capítulos e versículos nos manuscritos originais. Sthepen Langton, falecido em
1228, professor da Universidade de Paris e mais tarde arcebispo de Cantuária (Inglaterra), fez a divisão em
capítulos. A divisão em versículos foi feita em 1551, por Robert Stephanus, um impressor de Paris.
22

Segundo os números fornecidos por William Evans, a Bíblia “contém 1.189 capítulos e 31.173 versículos.
Destes, 929 capítulos, 23.214 versículos... ocorrem no Antigo Testamento; 260 capítulos, 7.959 versículos...,
no Novo”. (Evans, pp. 96, 97)

7.2 O PERÍODO DA IMPRENSA


O Período da Imprensa foi elemento marcante na história da Bíblia após a divisão de versículos, pois a Bíblia
foi o primeiro livro impresso na história. João Gutenberg, de Mainz, Alemanha, inventou a imprensa em 1450.
O primeiro livro que saiu do prelo foi a Bíblia “Mazarin”, com base na Vulgata Latina, em 1455. Esta Bíblia foi
publicada em 1516 e a primeira edição referia-se apenas ao Novo Testamento. Note que entre a invenção da
Imprensa até a publicação do primeiro livro impresso, se passaram 66 anos.
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8 A BÍBLIA HEBRAICA
A Bíblia Hebraica é a Bíblia usada pelos judeus, é o nosso Antigo Testamento.
Nela, os livros estão organizados de uma maneira diferente, em três divisões. A Bíblia
Hebraica foi mencionada e usada por Cristo e seus apóstolos (Mt 5.17; 22.40).
A divisão da Bíblia Hebraica se dá de acordo com a posição oficial do autor do
Livro. Em primeiro lugar, estão os livros de Moisés, patriarca e legislador de Israel;
depois, vêm os livros dos profetas; e, em seguida, os livros dos homens que tinham
o ministério profético, mas não a posição oficial de profeta.

9
O Antigo Testamento hebraico era geralmente dividido em três seções:
FRAGMENTO DA BÍBLIA HEBRAICA

-9
FONTE: Disponível em antigotestamento.

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googlepages.com/, em 17 nov. 2009

0 48 O PRIMEIRO LIVRO IMPRESSO POR GUTEMBERG


FOI A BÍBLIA, processo iniciado a 23.02.1455
e concluido uns cinco anos depois. FONTE:
Disponível em www.trasosmontes.com/forum/
viewtopic.php?p=67...,em 11 nov. 2009
4.
53

Essas divisões estão de acordo com as palavras de Jesus: “São estas as palavras
9.

que vos falei, estando ainda convosco, que importava se cumprisse tudo o que de
mim está escrito na Lei de Moisés, nos profetas e nos Salmos” (Lc 24.44). O Antigo
Testamento é algumas vezes mencionado abreviadamente como a “lei e os profetas” PRELO DE GUTEMBERG; tipografos.net/
tecnologias/maquinas-antigas.html;em
(Mt 5.17; 11.13; At 13.15). Ainda mais brevemente, o termo “Lei” parece incluir as 26.jan.2011
outras divisões (Jo 10.34; 12.34; 15.25; 1 Co 14.21).
22

9 O PERÍODO INTERBÍBLICO
O Antigo Testamento tem um final histórico e profético. A “ÚLTIMA HISTÓRIA”
está registrada nos livros de Daniel, Esdras, Ester e Neemias, nessa ordem, e se
refere à história do cativeiro de Israel e de Judá, onde ambos os reinos ficam sob o
domínio Persa. A “ÚLTIMA PROFECIA”, em ordem cronológica, acha-se nos livros dos
profetas Daniel, Ageu, Zacarias e Malaquias, e se refere à profecia sobre a primeira
e a segunda vinda de Cristo.
Quando Malaquias silencia, os judeus entram num período histórico de 400
anos de pausa entre os testamentos. A justificativa da nomenclatura “interbíblico”
1ª MÁQUINA DE IMPRIMIR; tipografos.net/
(intervalo bíblico) se dá pelo fato de Deus não ter inspirado nenhum profeta para tecnologias/maquinas-antigas.html;
em 26.jan.2011
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BIBLIOLOGIA

registrar a revelação neste período, contudo, Deus não ficou inativo, pelo contrário, executou os seus propósitos
redentores em relação à humanidade e os propósitos em relação ao seu povo também.

9.1 DOMÍNIOS POLÍTICOS NO PERÍODO INTERBÍBLICO


Deus usou os domínios imperiais ou políticos que se seguiram sobre Israel para a preparação do mundo para o
nascimento de Jesus Cristo.
Os judeus, no Período Interbíblico, estiveram sob domínio. As contribuições
destes governos e povos dominantes foram:

9
9.1.1 Governo Persa (536-331 a.C.)

-9
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Os persas contribuíram com as liberações dos judeus para saírem do


cativeiro, retornando a Jerusalém sob a liderança de Zorobabel, Esdras e Neemias.

9.1.2 Grego (331-63 a.C.)

do NT em grego popular, o grego koiné.

9.1.3 Governo Romano (63 a.C.)


0 48
A contribuição dos gregos foi de cunho intelectual. Eles contribuíram com
a disseminação da língua grega como língua universal. Disto resultou a escrita Herodes, o grande

Em 63 a.C., Pompeu conquistou Jerusalém e no ano 37 a.C. Herodes, O


4.
Grande, tornou-se Rei da Judéia, até depois do nascimento de Cristo (37 a.C. –
6 d.C.). Após os Herodes, a Palestina foi governada por sacerdotes que eram o
poder real que dominava a mentalidade judaica e isto perdurou até a queda de
Jerusalém em 70 A.D.. Antes disso, Herodes e o sacerdócio manejavam a espada
53

simultaneamente com Roma.


No período do domínio romano, o mundo foi preparado para a vinda de
Cristo através de vários atos, que se somaram aos dos demais dominadores
anteriores. As contribuições dos romanos foram:
9.

• O mundo ficou sob um governo único, sob uma mesma lei universal.
Tornou-se possível obter a cidadania romana, ainda que a pessoa não fosse ALEXANDRE, O GRANDE - FONTE: Disponível em
romana. Paulo usufruiu e se beneficiou desta cidadania. thimarques.blogspot.com/2008/07/
alexandre-o-g..., 03 dez. 2009
• Havia paz na terra quando Cristo nasceu. Os soldados romanos
22

asseguravam a paz nas estradas da Ásia, África e na Europa. Alexandre, o Grande,


• Contribuíram com a construção de excelentes estradas, ligando Roma a conquistou o mundo e deu-
todas as partes do Império, o que favoreceu a evangelização no primeiro século. lhe uma língua universal. O
• Contribuíram com concessão da Cidadania Romana, a qual foi utilizada NT foi escrito nesta língua,
por Paulo. o grego “koiné”, o grego
popular. Sob a liderança
9.1.4 Contribuições do próprio povo judeu:
da família Macabeu,
Há de se destacar as contribuições do próprio povo judeu antes e durante
os judeus ganharam a
o período interbíblico:
sua independência e a
• Manter viva a esperança da vinda do Messias.
mantiveram por 100 anos.
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• O oferecimento da lei judaica. O código de moral e de ética mais puro do mundo.


• Prepararam o caminho para a vinda do Messias.
• Forneceram as Escrituras Sagradas do AT.
Ao final do período interbíblico, verificamos que o mundo estava preparado para a primeira vinda de
Cristo, cumprindo as profecias do AT. Havia paz para que todos pudessem ouvir a voz das mensagens de Cristo
e receber o seu ensino messiânico. TÓPICO 2

TÓPICO 2

9
AS LÍNGUAS, MATERIAIS E INSTRUMENTOS

-9
DE ESCRITA DA BÍBLIA

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1 INTRODUÇÃO
A cada tópico que passa, nosso assunto vai ficando mais interessante. Agora, trataremos da transmissão

48
do texto sagrado a partir da invenção da escrita (3.000 a.C.), o papel, o método e o desenvolvimento da crítica
textual que visa a preservação do texto e a transmissão dos documentos originais da Bíblia. Estudaremos
a respeito das traduções e versões da Bíblia desde a antiguidade até os dias atuais.
0
2 A TRANSMISSÃO ORAL
A Bíblia foi escrita durante um longo período, foram 1600 anos, contudo, antes do registro escrito da
4.
Bíblia, no início, a transmissão da história da criação e do começo do judaísmo foi oral. Este era um costume
adotado pelos povos da antiguidade, contar histórias, não apenas por diversão, mas como uma forma de
preservar a cultura do povo e suas diferenças em relação aos outros povos. Ao contarem as histórias nas
famílias e depois para grupos maiores, estes contadores de histórias não ousavam distanciar-se do ponto
principal, nem alterar a verdade essencial; se o fizessem, seriam condenados pelo povo. As pessoas conheciam
53

estes relatos suficientemente para julgar os contadores de histórias. A fé e a cultura eram transmitidas nestas
histórias. Assim nos informam Miller e Huber (2006).

3 AS LÍNGUAS ESCRITAS
9.

3.1 ELOS PROPORCIONADOS


A língua e a escrita são os elos que envolvem:
• a possibilidade do conhecimento;
22

• o reconhecimento do aspecto canônico (sagrado) dos textos;


• o próprio registro dos textos inspirados por Deus.
Deus em sua sabedoria e objetividade jamais pretendeu que sua Palavra se perdesse ao longo do tempo.
A História da Bíblia revela este cuidado atento e minucioso de Deus. A escrita e as línguas escritas foram meios
importantes de transmissão da Bíblia e se apresentaram como possibilidades abertas diante de Deus, ao decidir
como transmitiria sua verdade à humanidade. Esta escolha e o processo de transmissão estão registrados em
Hebreus 1.1: “Havendo Deus outrora falado muitas vezes, e de muitas maneiras, aos pais, pelos profetas, a
nós falou-nos nestes últimos dias pelo Filho, a quem constituiu herdeiro de tudo, por quem fez o mundo”. As
línguas escritas proporcionam a imortalização do que foi escrito, o combate a uma subjetividade e distorção
intencional ou não da Bíblia, além disto, as línguas escritas trazem consigo aspectos importantes que são:
precisão, permanência, objetividade e poder de disseminação.
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BIBLIOLOGIA

O Senhor foi eliminando maneiras deficientes ou menos eficientes de se comunicar e usou inteligentemente
a língua e a escrita, até objetivamente falar-nos através do próprio Filho, o “logos”, que significa “palavra”
de Deus, conforme está escrito em João 1.1 e 14: “No princípio era o Verbo, e o Verbo estava com Deus, e o
Verbo era Deus... O Verbo se fez carne, e habitou entre nós. Vimos a sua glória, a glória do unigênito do Pai,
cheio de graça e de verdade”.

3.2 AS ESCRITAS PRIMITIVAS

3.2.1 O Cuneiforme

9
O primeiro sistema de escrita foi o cuneiforme, do latim cunes, que significa “cunha”, originário da

-9
Mesopotâmia em 3200 a.C. No final do século 8, a escrita já era feita em linhas. Esta escrita usava cerca de 800

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sinais e, a mais avançada, milhares. Sir Henry Rawlinson, oficial inglês, a partir de 1820 dedicou-se a decifrar
o cuneiforme e, por isto, pode ser lido hoje.

3.2.2 Os Hieróglifos

48
Foi o sistema de escrita criado pelos egípcios, eram pictogramas, ou seja, sinais representados por desenhos
que tinham seus significados. Era totalmente diferente do cuneiforme. Usavam 700 sinais, escritos com pena
sob papiro, nos muros dos palácios, túmulos e monumentos.
0
Os hebreus tiveram acesso ao cuneiforme e aos hieróglifos, mas seu letramento se deu com a invenção do alfabeto.

3.2.3 O Alfabeto Hebraico


4.

Os escribas eram os únicos que conseguiam ler os sinais acima mencionados, durante a Idade do Bronze
(1525 – 1200 a.C.).
Os fenícios desenvolveram o sistema de escrita na Antiga Canaã (1050 a 850 a.C.). O alfabeto hebraico é
53

originário do alfabeto fenício e consiste de 22 letras consoantes, e o texto é escrito da direita para a esquerda.
O hebraico, diferentemente das outras línguas, manteve-se constante ao longo do tempo.

4 OS MATERIAIS, INSTRUMENTOS DE ESCRITA E IDIOMAS USADOS


9.

4.1 OS MATERIAIS PARA A ESCRITA


Os escritores bíblicos usaram o mesmo material em uso no mundo antigo para escreverem os textos
bíblicos, por exemplo:
22

• “tabuinhas de barro” (3.500 a.C.)


• “pedras” (Mesopotâmia, Egito e Palestina)
• “papiro” (2.100 a.C.)
• “vellum ou velino, pergaminho e couro” (4º. Século ao 10º.), desconhecido até 200 C. (2 Tm 4.13).
• “Códex”. A partir do pergaminho foram criados os códices, do latim códex (livro). Os códices eram livros
feitos com folhas de pele, a partir do século XVI. O códice foi substituído pelo livro impresso.
• “metal” (Êx 28.36; Jó 19.24; Mt 22.19, 20)
• “cera” (Is 8.1; 30.8; Lc 1.63)
• “pedras preciosas” (Êx 39.6-14)
• “cacos de louça” (óstracos)
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O papiro era um tipo de junco ou cana que crescia às margens do Rio Nilo, no Egito, e suas folhas finas e
delgadas eram prensadas, coladas transversalmente, e formavam folhas ou rolos de folhas de até 44 metros de
cumprimento. O papiro era barato.
O “vellum ou velino, pergaminho e couro”, era feito de pele de carneiro,
ovelha ou cordeiro, e se apresentava no formato de rolo ou Códex (Códices).
Como mencionei, um Códex era um livro feito de peles.
Como exemplos de materiais escritos em “pedra”, temos o Código de
Hamurábi, e a famosa pedra de Roseta, entre outros.

9
Geisler e Nix nos informam que o papel foi inventado na China no 2º. Século
d.C. e que foi introduzido no Turquestão Oriental no começo do 4º. Século. Foi

-9
manufaturado na Arábia, no 8º. Século, introduzido na Europa no 10º. Século, e ali

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manufaturado também, sendo comumente usado a partir do 13º. Século. (Geisler


e Nix, pp. 131)
É interessante registrar que, antes da transmissão ocorrer de forma escrita,

48
Deus se manifestou utilizando outros meios, outros instrumentos limitados:
A PLANTA DO PAPIRO - FONTE: Disponível
em bibfam.no.sapo.pt/espaco%20crianca/ • Anjos (Gn 18.19; Ap 22.8-21)
para_que_s..., em 11 nov. 2009
• Lançar Sorte, além do Úrim e do Túmim, para se saber a vontade de
Deus (Êx 28.30; Pv 16.33)
0
• A voz da consciência (Rm 2.15)
4.
• Através da Natureza (Sl 19.1-6)
• Vozes Audíveis (1 Sm 3)
• Milagres (Jz 6.36-40)
53

3.2 OS INSTRUMENTOS DE ESCRITA


Os instrumentos que se seguiram a partir da era da escrita foram de maior
amplitude e eficiência em relação ao subjetivismo, às distorções culturais, à corrupção
INSTRUMENTOS USADOS PARA CONFECCIONAR OS “ROLOS dos textos e o surgimento dos escritos apócrifos.
9.

DE PAPIRO” - FONTE: Disponível em letraslivroseafins.blogspot.


com/2007/04/papir..., em 11 nov. 2009

3.2.1 Os Manuscritos
O “livro de papiro” era constituído, Os manuscritos são documentos escritos à mão. Atualmente, não
no princípio, por várias folhas existem mais manuscritos originais da Bíblia, apenas fragmentos ou cópias.
22

unidas para formar uma tira Os estudiosos da ciência denominada “crítica textual” são os responsáveis por
contínua, tendo cada um dos descobrir e atestar quais são os manuscritos e cópias dos textos originais, este
extremos colado a uma vareta de trabalho é identificado como “recuperação do texto original”. Há milhares de
cópias dos manuscritos do NT e centenas de cópias dos manuscritos do AT. Este
madeira, marfim ou osso.
número é muito superior ao número de manuscritos de outras obras antigas
Desta, pendia uma etiqueta que
de grande valor cultural ou religioso existentes no mundo hoje. Juridicamente,
servia para identificar o conteúdo. para que um documento seja considerado legal bastam apenas quatro cópias
Os rolos de papiro variavam em idênticas do mesmo, a Bíblia os tem aos milhares.
extensão; o mais longo de que se
tem conhecimento tinha cerca de 3.2.1.1 A Forma dos Manuscritos
44 metros de comprimento e meio A forma de escrita foi inicialmente “UNCIAL”, ou seja, letras de forma,
metro de largura. maiúsculas, copiadas lentamente, desligadas umas das outras, sem espaço
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BIBLIOLOGIA

entre palavras e frases (até o século 10º), e, depois, na forma de escrita “CURSIVA” (do 10º ao 15º século), com
letras minúsculas, menores, ligadas entre si, com espaços entre as palavras e as frases. A esses manuscritos
se atribuiu o nome de “minúsculos” (século 11º. ao 15º).
Vários instrumentos foram utilizados para registrar os escritos bíblicos:
• o “estilo”, um pontalete triangular com cabeçote chanfrado para escrever com entalhes nas tabuinhas
de barro ou de cera, sendo denominado pelos escritores bíblicos como “pena”. (Jr 17.1)
• o “cinzel” era usado para fazer
inscrições em pedras (Js 8.31, 32). Jó

9
refere-se ao “cinzel” como “pena de
ferro” (Jó 19.24).

-9
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• A “pena” era usada para escrever


em papiro, em couro, em velino ou
pergaminho (3 Jo 1.13). A pena para
escrita no papiro, no princípio, era feita

48
do caule do papiro e a tinta era feita de
pó de carvão e utilizava-se um tinteiro.
• O canivete, utilizado para materiais
mais fortes que o papiro (Jr 36.23) e para MANUSCRITO UNCIAL MANUSCRITO CURSIVO
FONTES: Disponíveis em www.womenpriests.org; www.cervantesvirtual.com, em 11 nov. 2009
0
afinar a pena.

3.2.3 As tintas
4.

A tinta utilizada no papiro era duradoura, feita de minerais naturais. O preto vinha do carbono, o vermelho
e o ocre vinham do óxido de ferro. A goma arábica era o material de liga, formando um bolinho de tinta. Para
apagar um erro, se a tinta estava fresca, utilizava-se água e, se estava seca, raspava-se com uma pedra.
53

Para o pergaminho, foram utilizadas tintas de sulfato de ferro e de substância vegetal. Às vezes, se
adicionava goma.

3.2.4 A pena
9.

Para os papiros do AT, as penas eram como pincéis, cortados de juncos, e de diferentes tamanhos, entre
15 e 40 cm. As pontas eram mastigadas pelos escribas para que as fibras ficassem soltas, como um pincel macio.
Para o NT, os escritores usavam caniços apontados e fendidos como uma caneta de pena. O trabalho de escrita
era artístico, pois, o escriba escrevia afastado do papiro, como os pintores pintam suas telas. A pena para se
escrever no pergaminho era feita de junco, com ponta metálica ou não.
22

TÓPICO 3
OS IDIOMAS DA BÍBLIA E
PREPARAÇÃO DOS MANUSCRITOS
1. INTRODUÇÃO
A sistematização das línguas foi possível através da invenção do alfabeto pelos fenícios, no 2º. Século a.C. A
escrita se desenvolveu a partir do 4º. Século a.C. O alfabeto veio substituir os fonogramas (traços que representavam
sons), e estes os ideogramas (figuras que representavam idéias), e estes os pictogramas (representações rudes). Muito
trabalho envolveu a produção da Escritura a partir dos idiomas utilizados, é isto que você vai conhecer a partir de agora.
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2 OS IDIOMAS BÍBLICOS
Os idiomas usados para registrar a Palavra Inspirada por Deus são
originários de duas famílias de línguas:

2.1 A FAMÍLIA DE LÍNGUAS SEMÍTICAS:


• o “hebraico” e o “aramaico” (siríaco)

9
Os escravos também

-9
podiam ler em mais

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que uma língua


naquela época.

TEXTO EM ARAMAICO

48 ALFABETO HEBRAICO
FONTES: Disponíveis em tipografos.net e espectivas.wordpress.com, em 11 nov. 2009

2.2 AS DAS FAMÍLIAS DE LÍNGUAS INDO-EUROPÉIAS:


0
• o “grego”.
A língua do AT é o hebraico, uma língua pessoal. Trata-se de uma linguagem
4.
“pictórica”, que se expressa através de metáforas vívidas e audaciosas, capazes
de desafiar e dramatizar a narrativa dos acontecimentos.
O hebraico, com suas características, apresentou adequadamente a história
da ligação e do relacionamento de Deus com o Seu povo. É uma língua que
53

ALFABETO GREGO
FONTE: Disponível em www.abibliarevela.com, apela diretamente ao coração e às emoções e não apenas à mente e à razão.
em 11 nov. 2009 No hebraico, não se pensa somente, sente-se a mensagem (GEISLER e NIXX, pp.
126). Tal fato desperta o interesse pelo estudo da língua e o aprofundamento
exegético para uma melhor interpretação, mensagem e ensino.
9.

O aramaico era a língua dos sírios, usada durante o século VI a.C. em todo o Oriente Próximo. Os textos
bíblicos do AT em aramaico são: Esdras 4.7-6.18; 7.12-26 e Daniel 2.4-7.28.
A língua utilizada para escrever o NT é o grego “koiné”, o grego popular, não o grego clássico. Este fato foi
providencial para que todos pudessem entender a mensagem irrestritamente e com toda a clareza necessária.
22

A língua falada entre os judeus na época de Jesus era provavelmente o aramaico. Desta feita, concluímos que
os judeus dominavam o seu próprio idioma, mais o aramaico e o grego.

2.3 OUTRAS INFLUÊNCIAS LINGUÍSTICAS SOBRE O TEXTO BÍBLICO


O grego era a língua mais conhecida no século 1. Na época do NT, o aramaico foi usado para a redação
em Mateus 27.46.
Há influências idiomáticas do hebraico introduzidas no texto, como exemplo (1 Ts 1.3) e as oriundas do
latim, tais como “centurião”, “tributo” e “legião”, e pela inscrição trilingue na cruz (latim, hebraico e grego).
O grego foi adequado para o NT porque permitia a todos interpretar a revelação de Cristo em linguagem
teológica, pois tinha recursos linguísticos especiais para isto, era um idioma intelectual, da mente, mais do
que do coração, o que foi amplamente atestado pelos filósofos.
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BIBLIOLOGIA

Esse fato é extremamente relevante em relação à ordem e necessidade


de que a mensagem de Cristo deveria ser anunciada em todo o mundo: “Ide
por todo o mundo, e pregai o evangelho a toda criatura”. (Mc 16.15)

3 A PREPARAÇÃO E A PRESERVAÇÃO DOS A reflexão e


MANUSCRITOS observação que
Os escritos originais, saídos da mão do escritor sagrado ou de seu podemos fazer quanto
amanuense (secretário, auxiliar), eram chamados de “autógrafos”. O fato de não à “pessoalidade” do

9
haver mais os manuscritos originais das Escrituras pode parecer intrigante, mas texto hebraico, quanto
isto pode ter-se dado por providência divina para que não houvesse idolatria e à “acessibilidade”

-9
a adoração dos escritos com a grafia dos homens santos de Deus.

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do texto grego, nos


A preservação se refere ao trabalho realizado a partir dos fatos ocorridos revelam a intenção
quando do segundo retorno do povo judeu do cativeiro persa, sob a liderança de contínua de Deus em se
Esdras. Preservar e transmitir com fidelidade o texto sagrado original continua sendo
revelar, se comunicar

48
uma preocupação, uma realidade e uma possibilidade praticada até os nossos dias.
e fazer-se conhecido
Esdras teve um importante papel na história da Bíblia. Ele restabeleceu ao homem em todo o
o culto em Jerusalém e a leitura do AT. Reuniu os manuscritos no Templo
seu esplendor, poder
cuidadosamente (2 Rs 22.8) e iniciou o trabalho dos copistas, “os escribas”.
e glória, mas de uma
0
Os copistas eram homens versados na Lei de Deus que, para realizarem maneira que este
seu trabalho, tinham que passar por uma preparação cerimonial especial.
possa fazê-lo sem
4.
Este trabalho se iniciou após 586 a.C. Além do trabalho rigoroso de copiar os
textos bíblicos, havia a preocupação e a necessidade quanto à preservação complicações.
dos manuscritos. Para isto, os copistas executavam o trabalho de conferência
e de descarte (enterro) das cópias imperfeitas. Foi a partir desta época que se
iniciou a transmissão e a disseminação da Palavra de Deus, as pessoas podiam
53

encomendar e comprar porções dos livros bíblicos. Neste caso, o desejo do comprador determinava a qualidade
da cópia. Há cópias inúmeras das Escrituras que datam de 300 a.C. – 500 d.C., época em que surgiram cópias
manuscritas – os rolos das sinagogas. As cópias para serem usadas nas sinagogas eram consideradas como
“cópias sagradas” e as demais eram chamadas de cópias particulares. Os escribas, depois de um período de
9.

tempo, começaram a dar a interpretação dos textos copiados.


Os manuscritos podiam ser raspados para que se escrevesse sobre eles
novamente, a isto se chamava “manuscrito palimpsesto” (raspado de novo) ou
“manuscrito reescrito”. Era comum restaurar pergaminhos, refazendo cópias
dos manuscritos quando eles iam se apagando. Esta era uma iniciativa para
22

a preservação dos textos, mas a principal tarefa de preservação se refere


especialmente ao trabalho das traduções e das versões da Escritura que
trataremos mais adiante. O trabalho de preservação e disseminação da Bíblia
é feito até hoje, sempre, com base nos manuscritos mais antigos. Todos os
materiais utilizados para a realização da crítica textual, das traduções e das
versões da Bíblia dão evidências seguras de credibilidade.
No trabalho de preservação, era necessária a verificação da idade dos
manuscritos, a qual era verificada através dos materiais empregados, do tamanho
da letra, do seu formato e da pontuação empregada, das divisões do texto e de
outros fatores tais como, ornamentação do manuscrito, a grafia das palavras,
a cor da tinta, a textura e a cor do pergaminho. Os materiais preservados são
O “PAI NOSSO” EM LATIMFONTE: Disponível em
as pistas importantes para a apuração que se deseja. Os estudos atuais são loucademiabrasileiradeletras.blogspot.com, em 11 nov. 2009
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feitos a partir da fidelidade e pureza dos manuscritos. A identificação dos manuscritos conhecidos é feita de
acordo com o local onde foram encontrados. Dentre os manuscritos famosos, encontramos os Manuscritos
de Qunram, estes são os rolos do Mar Morto que foram a mais importante descoberta arqueológica referente
aos manuscritos bíblicos. Estes manuscritos datam do 1º. Século d.C., daí sua importância. Estes manuscritos
foram descobertos casualmente no verão de 1947, no mês de março pelo jovem pastor beduíno, chamado
Moâmede ad-Dib.
A comparação entre os manuscritos posteriores ao 1º. Século e os manuscritos do Mar Morto só reforçam a
restauração do texto sagrado, pois são de conteúdo similar em sua grande maioria. As variações no texto de alguns

9
manuscritos se referem a pequenos erros cometidos pelos copistas. O trabalho era exaustivo, lento e prolongado.
Dentre os erros estavam a troca de algumas letras, palavras ou frases, por exemplo; contudo, a comparação dos
manuscritos estabelece o texto original.

-9
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Nas escavações arqueológicas em Qunran, se


descobriram, até fevereiro de 1956, 11 grutas. Estes
manuscritos lançaram mais luz no estudo da paleografia
(estudo da escrita antiga e de seus materiais) hebraica.

48
Há poucos manuscritos antigos do AT, principalmente
antes da descoberta dos manuscritos do Mar Morto.
As cópias do AT que existiam no início da era cristã
foram consideradas como autorizadas pelo próprio
0
Senhor Jesus. A perfeição dessas cópias se deve ao
trabalho dos “Soferim” (lit. escribas) e dos Massoretas,
4.
dois grupos de copistas zelosos que fizeram o trabalho
de crítica textual desde os tempos de Esdras (400 a.C. - CAVERNAS DE QUMRAN NAS MARGENS DO MAR MORTO – 800 textos encontrados
950 d.C.) Soferim (plural) designava o grupo de escribas Disponível em www.semeandoapalavra.net, em 11 nov. 2009
versados nas leis de Deus e nas tradições dos judeus, os quais copiavam os textos das Escrituras, faziam a revisão
e davam a interpretação.
53

Alguns séculos mais tarde, por volta do ano 500 d.C. a 950 d.C. surgiram os “massoretas”. Os massoretas
criaram um sistema de acentos para a língua hebraica. Este sistema de sinais fixava o significado de cada palavra, a
pronúncia e a cadência exata para a recitação nas sinagogas, bem como, a conexão entre as palavras. Os massoretas
também corrigiam os erros cometidos pelos Soferim.
9.

Antes dos massoretas, o hebraico era uma língua apenas constituída de consoantes e sem pontuação, o que
a tornava difícil de ser falada, recitada ou cantada, embora fosse possível de ser lida. Com os massoretas, ocorreu
a padronização do texto hebraico do AT (500-100 a.C.). Até 1890, quando foi descoberto o Manuscrito “Cairo
Geneza”, haviam 731 manuscritos hebraicos publicados. Os textos massoréticos do Mar Morto aumentaram
22

o número de cópias para estudo. Os massoretas se dedicaram também ao trabalho da alta crítica textual.

TÓPICO 4
OS MANUSCRITOS DA
BÍBLIA E A CRÍTICA TEXTUAL
1 INTRODUÇÃO
Não podemos precisar a data do surgimento dos manuscritos de escrita hebraica, ainda que esta escrita tenha
tido seu início antes de Moisés. Estudaremos aqui acerca dos principais manuscritos e ainda sobre o desenvolvimento
da produção textual da Bíblia.
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BIBLIOLOGIA

2 OS MANUSCRITOS ORIGINAIS
Os manuscritos originais foram produzidos a partir de Moisés. Muito tempo depois do restabelecimento
do culto e do Templo em Jerusalém, houve o surgimento da primeira tradução do AT, a Septuaginta (LXX). A
Septuaginta foi a tradução do texto hebraico para o grego feita durante o período inter-bíblico. Jesus e seus
apóstolos usaram esta tradução.
Os “autógrafos” do NT, como os do AT, não existem mais, mas existem muitas evidências de que estes
documentos foram escritos em rolos e em livros feitos de papiro.

9
3 AS AMEAÇAS AO TEXTO
Devido às perseguições do Império Romano, as Escrituras ficaram ameaçadas de extinção e não foram copiadas

-9
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sistematicamente até Constantino. Com o envio de uma carta do imperador ao bispo Eusébio de Cesaréia, ocorreu
a retomada do serviço sistemático de cópias do NT no Ocidente e a utilização do pergaminho (de peles). Somente
a partir da Reforma é que surgiram as primeiras cópias impressas da Bíblia à disposição do povo.

48
4 OS PRINCIPAIS MANUSCRITOS

4.1 OS MANUSCRITOS PRINCIPAIS DO AT SÃO:


• O Códice de Leningrado, também conhecido como Códice de São Petesburgo (916 C.)
0
• O Códice Aleppo (930 d.C.)
4.
• O Códice do Museu Britânico (950 d.C.)
• O Códice de Leningrado (1008 d.C.) é o maior e mais completo MSS do AT
• O Códice Reuchlin dos profetas (1105 d.C.)
• Os fragmentos de Cairo Geneza (500-800 d.C.), descobertos em 1890, no Cairo.
53

Ernest Wurthwein afirma existirem cerca de 10 mil MSS bíblicos e fragmentos de MSS desse depósito.

4.2 OS MANUSCRITOS PRINCIPAIS DO NT


9.

Os Manuscritos gregos do NT eram escritos num estilo não-literário, circulando fora do comércio de livros
em geral nos primeiros três séculos. A Igreja só empreendeu esforços sérios para revisar os MSS (manuscritos)
a partir do século IV. Até então, várias tradições orais e escritas juntamente com absurdos interpretados à
moda da época criados por escribas circulavam simultaneamente com o texto autêntico.
Há mais de 5.000 manuscritos do NT conhecidos.
22

A integridade do AT foi confirmada em função do processo de transmissão, posteriormente confirmada pelos


rolos do Mar Morto. Por outro lado, a fidelidade do texto do NT baseia-se nos múltiplos manuscritos existentes.
A fidelidade do NT pode ser atestada também por outras fontes: manuscritos gregos, antigas versões e citações
patrísticas (dos pais da Igreja do 1º. ao 4º., 5º. Século d.C.).

5 PAPIROS BÍBLICOS, ÓSTRACOS, INSCRIÇÕES E LECIONÁRIOS


Osmanuscritosdenominadospapirosdatamdo1º.e2º.SãoapresentadosemCódices(livrodefolhas),emalgunscasosescritosfrenteeverso.

5.1 OS MAIS IMPORTANTES MANUSCRITOS DE PAPIRO SÃO:


• Fragmentos de John Rylands (117-138) é o mais antigo e genuíno que se conhece.
• Papiros Chester Beatty (250)
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• Papiros Bodmer (175-225), importante descoberta de papiros do NT.


• O Códice Vaticano (325-350, apresentado após 1475)
• O Códice Sinaítico (4º. Século, descoberto em 1844, apresentado em 1859)
• O Códice Frederico-Augustanus (1844)
• O Códice Alexandrino (5º. Século, provavelmente de 45 d.C.)
• O Códice Efraimita (de Alexandria, no Egito, por volta de 345)
• O Códice Beza ou Códice de Cambridge (450 ou 550), o bilíngue mais antigo
• O Códice Claromontano (6º. Século, 550)
• O Códice Whasingtoniano (4º. Século ou início do 5º.)

9
• Os Minúsculos (do 9º. Século ao 15º.) – São os manuscritos cursivos.
Há papiros do NT não bíblicos, portanto sem valor inspirativo, mas nestes documentos se acharam antecedentes

-9
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religiosos e culturais do 1º. e 2º. Século. Estes papiros se tornaram “dizeres” relativos àquela época, neles descobriu-
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se que havia seitas concorrentes ou religiões que faziam um trabalho missionário.

5.2 ÓSTRACOS

48
Outros materiais e registros de textos bíblicos existem. Os “óstracos” são cacos de cerâmica utilizados
para a escrita das classes mais pobres da antiguidade. Como exemplo de óstraco, há uma cópia dos evangelhos
registrados em 20 peças, chamadas de “A Bíblia do Pobre”. Estudiosos desprezaram por muito tempo tais
materiais, contudo, mais tarde, vieram a lançar mais luz ao texto bíblico. As “inscrições” antigas são atestados
0
da existência dos textos sagrados na época e da importância deles. As inscrições estão em paredes, pilares,
moedas, monumentos e outros lugares. São apoio e testemunhas do NT.
4.

5.3 LECIONÁRIOS
Os “lecionários” são os livros usados no culto da igreja que continham textos selecionados para leitura,
extraídos das Escrituras, os quais também serviam como manuais que teriam surgido entre o 7º. e 12º. Século.
Os lecionários existem a milhares, contudo, há dezenas de folhas e fragmentos de folhas do 4º. e 6º. Século.
53

Só 5 ou 6 lecionários de papiro sobreviveram ao tempo, intactos. Os lecionários têm valor secundário no


estabelecimento do texto genuíno do NT, mas são importantes na compreensão das passagens específicas
das Escrituras.
9.

6 REMISSÕES PATRÍSTICAS AO TEXTO BÍBLICO


As remissões patrísticas são as inúmeras citações bíblicas do Novo Testamento feitas pelos pais da
igreja primitiva, entre o 2º. e 4º. Século da História da Igreja. Estas remissões foram importantes, pois, se as
tomássemos isoladamente como parâmetro único de canonicidade para o NT, elas bastariam para que este
22

fosse de todo preservado.


A crítica textual se serve também dessas remissões para estudar e atestar o verdadeiro texto sagrado.
Os pais da igreja foram discípulos dos apóstolos, estiveram ao lado deles, fornecendo informações seguras
para a Alta Crítica.
O testemunho dos pais da igreja, as remissões se referem ao NT. O Cânon do AT, na era patrística, já havia sido
encerrado e reconhecido.

6.1 OS PRIMEIROS SÉCULOS DA IGREJA


Na primeira metade do 1º. Século da era cristã, os livros do NT haviam sido escritos em sua maioria e,
na segunda metade, se iniciou o processo de seleção, de leitura, de circulação, de compilação e de citação da
literatura apostólica.
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BIBLIOLOGIA

Durante o 3º. Século, surgiram escritos apócrifos referentes ao NT e outros escritos de natureza religiosa que
forçaram o processo de seleção e de definição canônica da Igreja para o NT a fim de eliminar quaisquer dúvidas e
objeções à inspiração divina dos 27 livros. A partir do 4º. Século, a literatura apostólica foi sendo ampliada e
reconhecida como Escritura Sagrada e, no início do 4o. Século, o NT já estava confirmado e reconhecido.
Alguns nomes dos valorosos e valiosos pais da Igreja são: Papias, Herácleon, Taciano, Irineu, Eusébio,
Orígenes.

7 O CRITICISMO TEXTUAL

9
“Crítica textual” é a ciência que tem como objetivo descobrir e corrigir os erros. A crítica textual tem como
função apurar a verdadeira redação e a sacralidade do texto bíblico. Para este trabalho, os críticos fazem uso

-9
dos manuscritos existentes para decidir quais dos manuscritos (cópias) continham o texto verdadeiro.

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A crítica textual trata de três questões básicas:


1. Genuinidade dos Manuscritos – É de autoria autêntica?; É verdadeiro?

48
2. Confiabilidade dos Manuscritos – Os fatos e o conteúdo dos documentos são verdadeiros?; Há
integridade?
3. Evidências de Manuscritos e as variantes – Aqui se reveem os assuntos básicos da abordagem e da
crítica textual do AT e do NT. As variantes se referem à verificação e às possibilidades de eventuais erros
cometidos devido ao grande número de manuscritos produzidos. Essa situação é benéfica para o trabalho
0
de recuperação do verdadeiro texto bíblico.
Para isso, a crítica textual se dividiu em duas atitudes ou dois grandes grupos: a “baixa crítica” (crítica
4.
textual) e a “alta crítica” (crítica histórica) da Bíblia.

7.1 A BAIXA CRÍTICA


A baixa crítica se dedica ao trabalho de verificação da forma do texto e, na antiguidade, fazia-se a
53

conferência e a correção do mesmo. Ela se volta para a questão da confiabilidade do texto sagrado, se debruça
sob a sua forma para restaurar o texto original.
A baixa crítica não se dedica ao valor documental do texto, contudo, aplica os critérios e padrões de
qualidade ao mesmo. O trabalho da baixa crítica é construtivo e positivo, em geral, pois há os que tentam
9.

destruir o texto fazendo um trabalho destrutivo e negativo. A questão fundamental não é se a crítica é alta ou
baixa, mas se é sadia, se é baseada em evidências e de argumentações corretas.

7.2 A ALTA CRÍTICA


22

A alta crítica estuda as questões de julgamento quanto à autoria, data do texto, sua estrutura, a
historicidade dos livros da Bíblia e também a genuinidade das obras dos pais da Igreja e dos anciãos durante
os primeiros séculos, pois estes citaram muitos textos das Escrituras. A Alta Crítica é a própria essência da
Introdução à Bíblia e do próprio estudo da Escritura.
A boa qualidade dos poucos manuscritos massoréticos antigos, que são utilizados pela crítica textual, se
deve a vários fatores:
1. As pouquíssimas variantes nos textos disponíveis, originários de 100 d.C.
2. A exatidão, a habilidade e a confiabilidade dos escribas na transmissão do texto.
3. A reverência quase supersticiosa que dedicavam às Escrituras, pois só determinados tipos de pelo poderiam
ser utilizados.
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4. O tamanho das colunas era controlado por regras rigorosas.


5. As rigorosas regras e o ritual reverente que o escriba devia seguir ao escrever um manuscrito.
6. Se ocorresse um único erro no manuscrito, a peça deveria ser descartada, de todo destruída.
Esse rigor e formalismo massorético foi responsável pelo extremo cuidado aplicado no trabalho de copiar as
Sagradas Escrituras.
A arqueologia e a história, através das suas numerosas descobertas, têm confirmado a exatidão dos
documentos bíblicos, até mesmo em relação aos nomes obsoletos dos reis estrangeiros. Outras ciências como

9
a antropologia, a astronomia, a biologia, a física, entre outras, através de suas descobertas, têm confirmado
a exatidão dos escritos inspirados por Deus. Denominamos estas descobertas como “evidências cristãs”.

-9
A melhor evidência de apoio à integridade do texto massorético é a tradução do AT hebraico para o grego,

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conhecida como Septuaginta ou LXX.

7.3 PRINCÍPIOS GERAIS DA CRÍTICA TEXTUAL

48
Os Princípios Gerais da Crítica Textual são:

7.3.1 Evidência Externa


Trata da cronologia, geografia e genealogia.
0
7.3.2 Evidência Interna
4.
Trata da questão transcripcional (dos hábitos dos escribas) e da questão intrínseca (dos hábitos dos
autores).
Graças à crítica textual é que podemos afirmar que não houve dano à Bíblia no processo de transmissão
do texto, constituindo-se uma reprodução exata dos textos originais. As bases científicas da crítica textual são:
53

a compreensão das línguas originais, dos materiais e das evidências documentais dos manuscritos bíblicos.

7.4 TIPOS DE CRITICISMO BÍBLICO


A Crítica Textual não é um trabalho simples e isto nos mostra como Deus tem levantado e chamado
9.

pessoas para cuidar da transmissão segura da sua palavra. Miller e Huber nos apresentam uma lista dos tipos
de criticismo bíblico. São formas recentes empregadas na crítica textual, as principais, como segue:
• Crítica Histórica: Investiga as origens dos textos bíblicos na tentativa de compreender como os autores
procederam e o que eles queriam dizer.
22

• Crítica Textual: Examina os mais antigos manuscritos bíblicos para estabelecer o texto mais acurado.
• Crítica das Fontes: Procura traçar quaisquer fontes orais ou escritas usadas pelos autores.
• Crítica Literária: Vê a Bíblia sob uma perspectiva literária, examinando tipos de escrita e estilos literários.
• Crítica da Forma: Examina as formas literárias e pequenas unidades que compõem a Bíblia.
• Crítica da Redação: Olha para o trabalho dos autores e editores originais para melhor compreender
seus pontos de vista.
• Crítica Canônica: Estuda os livros bíblicos no seu contexto como parte da Bíblia toda.
• A Semiótica: Também chamada de Estruturalismo, procura significados que advêm das relações entre
palavras, padrões e idéias.
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BIBLIOLOGIA

• A História da Interpretação: Estuda as interpretações bíblicas através dos séculos para nos ajudar a
entender melhor a Bíblia hoje.
• A Teologia da Libertação: Vê a Bíblia como um mandato para o engajamento na luta para a libertação
dos oprimidos.
• A Interpretação Feminista: Examina como as mulheres aparecem ou são apresentadas de forma negativa
nos livros da Bíblia.
• A Interpretação Fundamentalista: Concentra-se na inerrância verbal das Escrituras.1

9
-9
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0 48
4.
53

Caro Aluno! Chegou


9.

o momento daquela
importante revisão
do capítulo, e a
Auto-Atividade
22

correta e entregue
no prazo lhe garante
a pontuação sem
prejuízos. É bom
saber que este
estudo lhe garantirá
a fixação dos
conteúdos!

1
MILLER, Sthephen M.; HUBER, Robert V.; A BÍBLIA E SUA HISTÓRIA – O SURGIMENTO E O IMPACTO DA BÍBLIA;
Barueri – SP: Sociedade Bíblica do Brasil; 2006; p. 213.
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ANOTAÇÕES

9
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0 48
4.
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9.
22
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BIBLIOLOGIA

INSTITUTO TEOLÓGICO QUADRANGULAR NOTA

BIBLIOLOGIA
AUTOATIVIDADE DO CAPÍTULO 4

Nome: Série: Data de Entrega:

Questões:

9
1. O que é período interbíblico? O que o caracteriza? Para que serviram as contribuições dos povos naquele

-9
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período?

2. A transmissão oral não prejudicou a transmissão da verdade até a invenção da escrita. Por quê?

48
3. A invenção da língua escrita foi importante em relação à Bíblia, Por quê?
0
4.
4. Quais foram as línguas originais da Bíblia? Esdras foi o primeiro líder de um trabalho que se realiza até os
nossos dias. Que trabalho foi este? Por que este trabalho tem sido significativo para a fé?
53

5. O que é Crítica Textual e no que se dedicam as suas divisões? Explique.


9.

6. Por que as Formas Atuais de Interpretação são tão importantes?


22
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ANOTAÇÕES

9
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BIBLIOLOGIA

CAPÍTULO 05
COMO A BÍBLIA CHEGOU ATÉ NÓS
TÓPICO 1 – TRADUÇÕES PRINCIPAIS

1 INTRODUÇÃO

9
05
Lemos, meditamos,

CAPÍTULO
usamos congregacional e

-9
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devocionalmente, e amamos a
nossa a nossa Bíblia, com toda
a tranquilidade, fé, alegria,
paz e segurança, contudo,

48
desconhecemos os fatos
históricos de todo o empenho
e esforços empregados para
as traduções e versões da
Bíblia até que ela chegasse às
0
nossas mãos e aos nossos dias. Neste tópico, estudaremos sobre a tradução
da Palavra de Deus e sobre como a Bíblia chegou até nós, considerando a
4.
transmissão da verdade, as versões e as traduções realizadas. A história das
traduções apresentada neste tópico reflete o elo definitivo na cadeia de
comunicação que provém de Deus para nós.

2 TERMOS RELATIVOS ÀS TRADUÇÕES E VERSÕES


53

A transmissão da Palavra de Deus se refere, no aspecto histórico-


humano, à invenção da escrita em 3000 a.C., ao início das traduções antes
de 200 a.C. e à invenção da imprensa e desenvolvimento da mesma a partir
Os textos deste
de 1500 d.C. capítulo podem
9.

lhe soar um tanto


Antes de tratarmos do assunto das traduções em si, precisamos
conhecer certos termos técnicos da história da tradução da Bíblia, a fim de
cansativos devido
evitar a confusão de termos. aos seus detalhes,
mas quero convidá-
22

As DEFINIÇÕES abaixo são termos intimamente ligados:


lo à leitura sob a
• Tradução – É a simples transposição de um texto de uma língua para ótica de descobrir
outra.
como foi esta bela
• Tradução Literal – É o esforço em traduzir com a maior exatidão e história, quais
fidelidade possível o sentido das palavras originais de determinado texto. foram as pessoas
Neste estilo, o texto é relativamente rígido, palavra por palavra.
que Deus usou para
• Transliteração – É a versão das palavras de um texto para as palavras dar continuidade à
correspondentes em outra língua, levando-se em consideração a cultura sua grande obra de
daquele povo para o que texto não lhe pareça esquisito.
comunicação da sua
• Versão – É a tradução de uma língua para outra, envolvendo a língua palavra. Vamos lá?
original de determinado manuscrito.
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• Revisão – São traduções feitas a partir de línguas originais cujos textos foram revistos de forma crítica
para corrigir erros ou inserir emendas ou substituições. É também conhecido como Versão Revista.
• Paráfrase e Comentário – É uma tradução livre que tem como objetivo trazer uma interpretação da
tradução do texto. Exemplo: “A Bíblia na Linguagem de Hoje” (BLH) da Sociedade Bíblica do Brasil. O exemplo
mais antigo deste trabalho é o “Midrash”, um comentário judaico do AT.

3 TRADUÇÕES BÍBLICAS
O processo e o trabalho de tradução da Bíblia mostram a sua vitalidade e demonstram a sua necessidade.

9
As traduções ocorreram desde os tempos entre os judeus e através do trabalho missionário da igreja cristã
até aos nossos dias.

-9
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3.1 CATEGORIAS DAS TRADUÇÕES


Há três categorias gerais de traduções da Bíblia: as antigas (antes de 350 d.C.), as medievais (350 a 1400
d.C.) e as modernas (a partir de Wycliffe).

3.2 A NECESSIDADE DAS TRADUÇÕES

48
Os manuscritos não são os originais da Bíblia, são as cópias dos originais. As traduções dizem respeito às cópias nas
línguas originárias em que a Bíblia é traduzida. As traduções são necessárias por três razões:
0
1. Nem todos os povos falam a mesma língua;
2. As línguas estão sempre se modificando;
4.
3. A Palavra de Deus está espalhada em muitos países, portanto é necessário tê-la na língua própria do povo.
As traduções não são inspiradas por Deus, são feitas com base nos textos inspirados e servem
como testemunho da existência e da autenticidade dos originais.
O trabalho da crítica textual continua sendo importante, pois, se a tradução não conseguir algumas palavras
53

exatas, terá que alcançar o sentido cultural das palavras sem conflito de doutrina.

4 PRINCIPAIS TRADUÇÕES
São as mais antigas e puras traduções dos autógrafos (originais) da Bíblia:
9.

• O “Pentateuco Samaritano”. Originário do período de Neemias em Jerusalém, apresenta tendências


culturais e ambientais hebraicas. Foi descoberto em 1616 d.C..
• Os “Targuns Aramaicos”. São paráfrases originárias provavelmente da época de Esdras. Eram textos explicativos
da linguagem arcaica hebraica da Torá, elaborados na língua do dia-a-dia. Há targuns da era pré-cristã, porém, os
22

mais antigos foram escritos durante o 2º. Século d.C., dando origem ao “Targum Palestino Oficial”, originário das
famílias de paráfrases chamadas “Targuns aramaico-babilônicos”. Os Targuns que mais se destacaram foram:
• O Targum de Onquelos (Ongelos ou Áquila), 3º. Século.
• O Targum de Jônatas ben Uzziel (babilônico em aramaico), 4º. Século.
• O Targum do pseudo-Jônatas, sobre o Pentateuco, 7º. Século d.C..
• O Targum de Jerusalém, ano 700 d.C., há apenas um fragmento agora.
Esses Targuns têm valor hermenêutico, pois trazem em si a maneira como a Escritura era interpretada pelos rabinos.
• O “TALMUDE” E O “MIDRASH”
O “Talmude” (instrução), Data do período talmúdico (100 – 500 d.C.). Trata-se da “Lei Civil Canônica Hebraica”
com base na Torá. Traz as opiniões e as decisões dos rabinos (mestres judeus), de 300 a 500 d.C., dividindo-se em:
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BIBLIOLOGIA

• O “Midrash” (estudo textual) era uma exposição formal, doutrinária e homilética das Escrituras, em
hebraico ou aramaico (100 até 300 d.C.), que deu origem à “Halaka” (procedimento, declaração, explicação),
que é uma expansão adicional da Torá com comentários de todo o AT. Eram comentários, não paráfrases.
• A “Gemara” (término, finalização) era um comentário em aramaico, ampliado da Mishna. Foi transmitida
em duas tradições: “Gemara Palestina” e “Gemara Babilônica”, esta maior é dotada de mais autoridade.
• A “Mishna” (repetição, explicação) foi concluída em 200 d.C.. Trazia todas as Leis orais dos judeus,
desde o tempo de Moisés. Era considerada como a “Segunda Lei”, sendo a “Torá” a primeira.

9
4.1 “Traduções Siríacas”
São traduções na língua aramaica, a língua do povo, a língua falada nas ruas nos tempos de Cristo,

-9
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comparáveis ao grego koiné e ao latim da Vulgata.


As principais traduções siríacas são:
• Siríaca Peshita (lit. simples), data do 2º. Século. Tornou-se a versão autorizada e principal do cristianismo

48
siríaco. A edição padrão do NT siríaco data do 5º. Século.
• Versão Siro-Hexaplárica, de 616 d.C. Era uma tradução siríaca inserida na 5ª. Coluna da obra de Orígenes.
• Diatessaron de Taciano (170 d.C.) – Taciano foi discípulo de Justino Mártir. Após a morte de Justino,
Taciano escreveu uma “Harmonia dos Evangelhos”, denominada “Diatessaron” (lit. através dos quatro).
0
• Manuscritos da Antiga Siríaca (final do 2º. Século, início do 3º. Século) – São dois manuscritos referentes aos
Evangelhos: “Siríaca Curetoniana” (pergaminho) e “Siríaca Sinaítica” (palimpsesto), chamados de “Os Separados”.
4.
• Outras Versões Siríacas – O “Novo Testamento” (508 d.C.), revisado por Policarpo (bispo); a tradução
“Siríaca Filoxeno” (616 d.C.), baseada no texto do bispo Zenaia (Filoxeno), reeditada pelo bispo Tomás de
Heracléia, conhecida como Siríaca Heracleana; “Siríaca Palestinense” (5º Século), originária de lecionários dos
evangelhos. Desta obra, só há fragmentos.
53

5 TRADUÇÕES SECUNDÁRIAS
São os manuscritos denominados “paleo-hebraicos”, antecedentes às obras siríacas, que não podem ser
chamados de traduções. Mas, deram base para as obras posteriores.
9.

• Traduções Nestorianas – Nestório foi o fundador desta ordem. Levaram o Evangelho e traduziram a
Bíblia para várias línguas à medida que iam se deslocando pela Ásia. Fragmentos dessa obra permanecem.
• Traduções Arábicas (622 d.C.) – A Bíblia foi traduzida para o árabe, depois da fundação do islamismo,
pelo estudioso Saadia Caon. As traduções do AT têm base no texto original e, do NT, nas traduções, o que
22

auxilia a crítica textual.


• Traduções para o Antigo Persa (14º. Século) – Há duas traduções dos evangelhos conhecidas, para o
persa antigo, baseados no grego e nos textos siríacos.

TÓPICO 2
A SEPTUAGINTA E A VULGATA LATINA
1 INTRODUÇÃO
A Septuaginta (LXX) e a Vulgata Latina são as versões mais famosas da Bíblia. Neste tópico, estudaremos
a respeito delas.
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2 A SEPTUAGINTA (LXX)
A mais antiga versão que existe é a Septuaginta. Esta é uma tradução livre, feita em 285 a.C., destinada
provavelmente aos judeus que foram espalhados por todas as nações uns 160 anos depois da volta de Neemias do
cativeiro. A LXX foi uma obra de tradução do hebraico para o grego, feita por setenta redatores, líderes do judaísmo
em Alexandria, no Egito. A Septuaginta (gr. setenta), representada pelos números romanos “LXX”, foi base de muitas
traduções.
O grupo de tradutores foi constituído de seis membros de cada uma das doze tribos de Israel e concluíram
o seu trabalho em 72 dias.

9
A Bíblia Hebraica era usada para leituras públicas nas sinagogas e a LXX, um texto fiel ao AT original,
representava uma obra exemplar dos esforços pioneiros de tradução do texto hebraico do AT e era considerada

-9
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uma obra especializada dos escribas.
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A LXX é fiel aos textos massoréticos tanto quanto os manuscritos do Mar Morto.

2.1 A IMPORTÂNCIA DA SEPTUAGINTA “LXX”


A LXX é importante pelos seguintes aspectos:
• Serviu de ponte religiosa entre os judeus e os
demais povos de língua grega;
0
• Atendia as necessidades dos judeus de
Alexandria;
48
4.
• Cobriu a distância histórica que separava os
judeus do AT dos judeus e cristãos de língua
grega que adotaram a LXX;
• Foi uma abertura para os missionários e para
53

os estudiosos cristãos para que fizessem novas


traduções da Bíblia em vários idiomas e dialetos;
FRAGMENTO DE PAPIRO DA LXX CÓDEX DA LXX
• A LXX eliminou o vazio entre o AT hebraico e os FONTES: Disponíveis em ccat.sas.upenn.edu/rs/rak/earlypap.html e web.bg.uc.pt, em 13 nov. 2009
Códices da Igreja;
9.

• A LXX demonstra a pureza do texto hebraico.

2.2. QUE TEXTO JESUS LEU? FOI A LXX?


A partir do cativeiro da Babilônia, os judeus falavam o aramaico. Esdras restaurou o culto no Templo, o
22

que incluía a leitura da Escritura Sagrada. Esdras percebeu que a maioria do povo não poderia compreender
o hebraico, então, ele fazia leitura em hebraico e alguém o repetia em aramaico. (Ne 8)
A língua nativa de Jesus era o aramaico. E para as cerimônias da sinagoga no momento, narrado em Lc 4.16-
20, se utilizava um targum. Targuns eram escritos em aramaico. Lucas fala de Jesus num culto da sinagoga, onde
ele lê o rolo do livro de Isaías, e pregou. Lucas não menciona um targum. Talvez, porque a ênfase principal está
nos comentários de Jesus sobre Isaías. Não sabemos ao certo em que língua Jesus leu - se hebraico ou aramaico,
mas considerem-se os fatos narrados e a declaração gloriosa feita por ele.

3 OUTRAS TRADUÇÕES GREGAS


As outras traduções na língua grega que merecem menção são as seguintes:
• A versão de Áquila. No 2º. Século, ele procurou fazer uma tradução liberal do texto hebraico.
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BIBLIOLOGIA

• A versão de Teodotion (Teodócio), de Éfeso (150-185), na qual a Septuaginta ou a versão de Áquila


foram revisadas.
• A versão de Symmachus (Símaco) de Samaria (185-200). Seguiu a Teodócio no tempo e na Teologia. Era
um samaritano convertido ao judaísmo. Seu objetivo foi uma tradução idiomática (sentido da tradução) do
texto hebraico para o grego. Seu texto com elevados padrões de exatidão influenciou tradutores da Bíblia que
surgiram posteriormente. Tal fato o coloca muito próximo do nível dos tradutores atuais por suas expressões
excelentes, perfeitas quanto à idiomática, ou seja, transformou expressões hebraicas em expressões gregas,
com excelência, com perfeição.

9
• A Héxapla (lit. composto de seis partes) de Orígenes (185-254). Foi essencialmente uma revisão para corrigir
corrupções textuais e unificar os textos hebraicos e gregos. Orígenes desejava mostrar a superioridade das várias

-9
revisões do AT e oferecer uma visão comparativa dos textos hebraicos corretos. A Héxapla foi a primeira Bíblia

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de Estudos, concluída em 245 d.C.


Antes da Héxapla, no ano 100, foi feito o primeiro comentário bíblico pelos essênios. Este comentário foi
chamado pelos hebreus de pesharim. Foram descobertos em meados do século XX, em Qumran. O primeiro
comentarista bíblico foi Filo, um filósofo de família judaica, nascido em 20 a.C., e escreveu no 1º século.

3.1 AS TRADUÇÕES REALIZADAS A PARTIR DO TEXTO GREGO


0 48
A TRADUÇÃO COPTA (4º. Século, NT). O Copta é a última forma de escrita
egípcia antiga. Desse sistema de escrita, a Bíblia foi traduzida para o dialeto copta
“Saídico” de Tebas do Sul do Egito; para o dialeto copta “Boaírico” de Mênfis,
na região do Delta, próxima a Alexandria, uma localização central; e dialetos do
4.
centro do Egito, relativos aos centros de Tebas e de Alexandria. Não existe mais
nenhum exemplar nesses dialetos. A Tradução Copta do AT foi feita a partir da
Septuaginta.
A Bíblia de Estudo de
53

4 AS TRADUÇÕES REALIZADAS A PARTIR DA LXX Orígenes possuía 6


versões das Escrituras
4.1 A TRADUÇÃO ETÍOPE (4º. e 5º. Século). judaicas em 6 Colunas
À medida que o cristianismo se espalhou e penetrou a partir do Egito na paralelas. Daí o nome
9.

Etiópia, surgiram traduções nesta língua. Héxapla

4.2 A TRADUÇÃO GÓTICA.


A região germânica entre o Reno e o Danúbio foi evangelizada antes do Concílio de Nicéia (325). Ùlfílas
22

(311-381), o “apóstolo dos godos”, traduziu fielmente a Bíblia grega para o gótico. O gótico e o copta foram
escritas criadas com o único propósito de escrever as Escrituras nas línguas daquele povo.

4.3 A TRADUÇÃO ARMÊNIA.


Esta é uma tradução considerada secundária porque se origina de outras traduções. Foram realizadas como
resultado da evangelização da igreja síria. A tradução armênia é uma das mais importantes das secundárias.

5 TRADUÇÕES EM LATIM E AFINS


No 2º. Século, o latim suplantou o grego e ficou sendo por muitos anos a língua diplomática da Europa.
Ao longo da costa setentrional da África, organizaram-se igrejas compostas de pessoas de língua latina. Uma
boa Bíblia em latim era urgente.
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O aramaico foi a língua oficial da Palestina após o cativeiro babilônico. Era a língua materna de Cristo e
dos apóstolos. O grego e o latim se espalharam à medida que o Império Romano crescia, e o latim passou a
ser a língua militar do Oriente. Do grego ático (490 a.C.), surgiu a era helenística trazendo o grego helenístico,
o “koiné dialektos”, que derivava de uma mistura de vários dialetos gregos, sendo o grego popular e oficial.
Somente a partir de 265 d.C., o latim tornou-se a língua comum do povo.

5.1 AS TRADUÇÕES EM LATIM

5.1.1 Antiga Latina do AT

9
Traduções da Bíblia começaram a ser produzidas em latim. A Antiga Latina (AT) foi uma tradução precedente

-9
à Vulgata de Jerônimo, originária da África, usada por Tertuliano e por Cipriano, da qual temos apenas citações e

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fragmentos em nosso tempo.

5.1.2 Antiga Latina do NT

48
Houve também uma versão do Novo Testamento denominada “Antiga Latina”, da qual sobreviveram dezenas
de manuscritos e fragmentos. A “Antiga Latina” continuou a ser copiada por muito tempo até ceder lugar à Vulgata. O
texto europeu da “Antiga Latina” foi usado por Irineu e Novaciano, e também foi mencionada por Agostinho. Agostinho,
bispo de Hipona, foi o precursor da Vulgata Latina.
0
5.1.3 A Vulgata Latina
4.
Até a época de Jerônimo, os cristãos usavam a
Bíblia em grego, mas o latim estava sendo falado em
todo o Império Romano. No ano 383 d.C., S. Jerônimo
(Sofrônio Eusébio Jerônimo), que era um dos mais
sábios do seu tempo e secretário do Papa Dâmaso, foi
53

Para Agostinho, a convidado pelo Papa para corrigir e melhorar a Antiga


Bíblia fala sobre Latina. Jerônimo completou a revisão do NT e, depois da
morte de Dâmaso, mudou-se para Belém e fundou um
Cristo e contém
mosteiro. Lá, aos 80 anos, começou uma nova tradução
respostas para do AT do hebraico para o latim. Utilizou como base de
9.

todas as questões tradução a Antiga Latina, os textos originais em grego, MANUSCRITO DA VULGATA
básicas da o texto original em hebraico, a Septuaginta, a
humanidade. Héxapla de Orígenes. Sua tradução recebeu o
nome de Vulgata Latina. “Vulgata” por estar na
22

língua vulgar (comum). Esta tradução ficou sendo


a base de todas as traduções por mais de mil anos. No Concílio de Trento
(1545-1547), a Vulgata foi proclamada autêntica. A Vulgata Latina tem sido a
Bíblia seguida pelos católicos romanos em todas as suas traduções. FRAGMENTO DA VULGATA

6 OUTRAS TRADUÇÕES POSTERIORES DO LATIM


Com a chegada do cristianismo no centro-oriental da Europa, o imperador Miguel III enviou os irmãos Metódio
e Constantino (Cirilo), ambos de Tessalônica, à Moravia para realizarem cultos em latim para o povo eslavônico. A
fim de realizarem o seu trabalho, os monges criaram o “alfabeto cirílico” que é ainda o meio de escrita do russo, do
ucraniano, do servo-crota e do búlgaro, desde o 10º. Século. Em seguida, Cirilo e Metódio começaram a tradução da
Bíblia do latim para os eslavos.
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BIBLIOLOGIA

TÓPICO 3
TRADUÇÕES E VERSÕES SECUNDÁRIAS
1 INTRODUÇÃO
As versões da Bíblia consideradas secundárias são traduções fundamentadas no texto latino, como por exemplo, para
inglês e posteriormente para o português. Este assunto para nós é de muito interesse.

2. AS TRADUÇÕES PARA O INGLÊS

9
2.1. A RENASCENÇA – SÉCULO 14 AO SÉCULO 16

-9
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As traduções da Bíblia foram ainda mais impulsionadas na renascença, contudo e devido às perseguições
impostas aos cristãos, os reformadores da igreja fugiram de um país para outro, tornando-se difícil afirmar em
qual parte do continente europeu a Renascença teve maior influência. Nesta época na Inglaterra, surge o NT em
Latim de Erasmo de Rotterdam (1516). Foi o resultado do trabalho deste erudito, que tinha o desejo ardente

48
de deixar a Bíblia clara e inteligível para todos, e serviu de base de muitas traduções e versões, especialmente
no período da Reforma. Ele publicou uma edição crítica do Novo Testamento Grego em 1516 também.
Imediatamente depois, começou a publicação das suas paráfrases do Novo Testamento, uma apresentação
popular do conteúdo de vários livros. Este, como todos os seus livros, foi publicado em Latim, mas as suas obras eram
0
imediatamente traduzidas noutras línguas, com o seu encorajamento.
As traduções em inglês são muito importantes, porque existem mais traduções modernas da Bíblia
4.
nesta língua do que em outros idiomas. O inglês se desenvolveu a partir de um dialeto do baixo-alemão,
sendo uma língua originária do ramo teutônico ocidental das línguas de família indo-européia, e foi se
modificando do antigo inglês (450 – 1100 d.C.) para o período do médio inglês (1100 – 1500 d.C.), época
de Geofrey Chaucer e Wycliffe. Após a invenção da imprensa, ocorreu o período do inglês moderno (1500
d.C. até hoje), marcado por muitas mudanças vocálicas. Neste período, morre Chaucer e nasce William
53

Shakespeare. As traduções inglesas são mais compreendidas a partir do conhecimento desta história.

2.1.1 As traduções parciais para o antigo inglês


Foram traduções parciais da Antiga Latina e da Vulgata. Assim, a Bíblia passou a entrar para a língua
9.

inglesa. Foram traduções feitas apenas em quadros, pregações, poemas e paráfrases.

2.1.2 As traduções parciais para o médio inglês (1100-1400)


Essas traduções ocorreram no período histórico de domínio dos normandos. Os normandos foram um povo
22

medieval estabelecido no norte da França, cuja aristocracia descendia em grande parte de Vikings da Escandinávia (o
nome deriva de Northmen ou Norsemen, que significa “homens do Norte”). Eles desempenharam um importante
papel político, militar e cultural na parte norte e mediterrânea da Europa Medieval e Oriente Médio.

2.1.3 As traduções completas para o médio inglês e para o inglês


moderno
• John Wyclif (1320 - 1384) Wyclif foi excomungado (expulso) da igreja e sua tradução foi condenada
porque tornou a Bíblia acessível aos ingleses em sua própria língua. Sua obra foi terminada após sua morte
por Nicolas de Hereford.
• João Purvey (1354-1428)
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• William Tyndale (1492-1536)


• Miles Coverdale (1488 – 1569)
• Thomas Matthew (1500 – 1555)
• Richard Taverner (1505-1575)
• A “Grande Bíblia” (1539)
• Bíblia de Crammer (1540) BÍBLIA MANUSCRITA POR WYCLIFF (1440 e PÁGINA
DA BÍBLIA DE WYCLIFF - Extraído de acesso em

9
• Bíblia de Genebra (1557, 1560) 13.11.09. - FONTE: Disponível em www.revelation-
today.com, em 13 nov. 2009
• Bíblia dos Bispos (1568)

-9
• A Bíblia de Rhelms-Douai (1562, 1609)

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• A Bíblia do Rei Tiago (1611) “The King James Bible” – Esta versão foi traduzida por ordem do Rei James
I, da Inglaterra. Quarenta e sete mestres, dos cinquenta e quatro escolhidos de seis grupos de tradutores
oriundos de Cambridge, Oxford e Westminster, compararam todos os manuscritos disponíveis antes de começar

48
a tradução. Era um critério terem como base de trabalho a Bíblia dos Bispos e recorrerem às traduções de
Tyndale, Mathew, Coverdale, Whitchurche e de Genebra, caso que estas traduções se aproximassem mais do
texto original. Esta versão autorizada, de fato, não foi uma versão, mas foi uma Bíblia que substituiu a Bíblia dos
Bispos nas igrejas. Por ter sido feita no formato da Bíblia de Genebra, esta tradução conseguiu maior influência
na Inglaterra. Posteriormente o Parlamento, durante o reinado do Rei Carlos, estabeleceu uma comissão para
0
realizar a revisão da versão autorizada do Rei Tiago, mas os resultados foram insignificantes. Em 1701, 1762 e
1769 foram feitas revisões pelo Dr. Blayney de Oxford. Pequenas mudanças no texto desta versão continuaram
4.
a surgir até 1967, as quais constam na versão “New Scofield Reference Edition” (Nova edição de referência
de Scofield). Embora atualmente novas edições revistas e mais exatas tenham aparecido, a versão original
continua sendo a mais conhecida por todo o povo inglês, desde 1611.
• A Bíblia de Rheims-Douai-Challoner (após 1653)
53

• A Bíblia da Confraria da Doutrina Cristã (1790)


• A Tradução de Knox (1935)
• As Traduções Católicas em Língua Moderna
9.

3 AS TRADUÇÕES E VERSÕES JUDAICAS


Essa necessidade foi demonstrada desde o surgimento da Septuaginta (LXX). No 3º. Século a.C., houve a
necessidade da tradução para o aramaico, para atender a região de Alexandria. Durante o período Medieval,
os judeus foram impedidos de estudar abertamente o texto sagrado devido às circunstâncias sob as quais
22

viviam e pela posição da Igreja em relação à participação dos judeus na crucificação de Cristo. Por volta de
1400, os judeus começaram a traduzir o AT para várias línguas. Por volta de 1800 (precisamente 1789, período
da Revolução Francesa), foi publicada uma versão judaica do Pentateuco como emenda à Bíblia do Rei Tiago.
Em 1839, Salid Neuman faz um trabalho semelhante. Em seguida, durante 1851 e 1856 o rabino Benisch
produziu uma Bíblia completa para os judeus de fala inglesa. Neste ínterim, Isaac Leeser fez a versão da Bíblia
Hebraica que vinha sendo utilizada nas sinagogas inglesas e americanas, mas foi tida como insatisfatória pela
Sociedade Bíblica Judaica, que decidiu revisá-la em 1892. Notou-se que uma tradução nova deveria ser feita.
A Nova versão judaica foi publicada em 1917, seguindo a “Versão Padrão Americana”. Michael Frielander, em
1884, faz uma última tentativa para emendar a tradução judaica à Bíblia do Rei Tiago, para uso dos judeus. A
Sociedade Judaica de Publicação, em 1962, publicou a “Tora: uma nova tradução das Santas Escrituras segundo
o Texto massorético”, e em 1969 o “Megiloth”, ambas versões baseadas no texto massorético do AT.

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BIBLIOLOGIA

4 AS TRADUÇÕES E VERSÕES PROTESTANTES


Todas as revisões feitas à versão do Rei Tiago não foram oficialmente autorizadas, tanto pela igreja como pela
realeza. Contudo, uma revisão se fazia necessária devido às melhorias ocorridas entre os estudiosos no século 19, as
descobertas arqueológicas como um todo, as mudanças na sociedade inglesa e na sua língua.
Por “ordem especial de sua majestade”, R. L. Clark, Alfred Goodwin e W. Sanday fizeram a revisão que recebeu
por nome “Edição variorum do Novo Testamento de nosso Senhor e Salvador Jesus Cristo”, de 1880. Esta obra
preparou as condições para o surgimento da “Bíblia Inglesa Revisada” e seguiu os textos tradicionais de Tyndale,
Coverdale, da Grande Bíblia, da Bíblia de Genebra, da Bíblia dos Bispos e das várias edições da Bíblia do Rei Tiago.

9
Em 1870, uma revisão plena da Bíblia Autorizada foi proposta pelos bispos Wilberforce para o NT, e Ollivant
para o AT, na convocação da Província da Cantuária. A Bíblia completa foi publicada em 1898. Em 1901, foi publicada

-9
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a Edição Padrão Americana da Versão Revisada. Na sequência em 1937, o Concílio Internacional autorizou uma
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junta a revisar a Bíblia inglesa novamente. Em 1946, devido a segunda guerra mundial, foi publicado o NT, e o AT
em 1952. Os livros apócrifos em 1957. Esta versão, a despeito das críticas, fornece à igreja inglesa uma revisão
atualizada da Bíblia baseada no “texto crítico”. Neste mesmo ano, a Assembléia Geral da Igreja da Escócia reuniu-

48
se para deliberar e autorizar o trabalho de uma junta comum para uma completa e nova tradução, o que ocorreu
em 1947. O NT da “Nova Bíblia Inglesa” foi publicado em 1961 e o AT em 1970. Os tradutores decidiram por uma
versão simples, contudo, suficiente para transmitir significado e fidedigna, a par da Tradução do Rei Tiago.
A Nova Bíblia Padrão Americana (New American Standar Version), pela Fundação Lockman, foi uma revisão
da Versão Padrão Americana (American Standar Version), considerada a “rocha da veracidade bíblica”, mas não
0
se aproximou deste ideal, contudo tornou-se um instrumento fiel importante para outras versões. Em 1963, foi
publicado o NT e a Bíblia completa em 1970. Esta nova versão padronizada buscava fidelidade em relação às
4.
línguas originais, à gramática, à posição devida a Cristo Jesus e ser compreensível para o povo todo. Em 1976, foi
publicada a “Bíblia Sagrada: Nova Versão Internacional”. Muitas publicações de traduções surgiram paralelamente
às traduções citadas aqui, anteriormente. São versões não oficiais desde o século 18. O século 20 foi marcado pela
profusão das traduções da Bíblia em inglês e uma revelação abundante de estudiosos e suas obras de tradução.
53

5 AS TRADUÇÕES E VERSÕES ECUMÊNICAS


Com a produção das Bíblias do segmento católico romano, evangélico e judaico, numa era ecumênica,
houve a tentativa de produzir Bíblias dentro deste segmento.
9.

Cito as seguintes obras:


• O Novo Testamento: edição da versão padrão revisada (1965)
• A Bíblia Âncora (1964)
22

• A Versão Padrão Revisada, A Bíblia Comum (1973)


Cada versão tem sido produzida por vários estudiosos de perspectivas teológicas e culturais diversificadas. E o
século 20, como nenhum outro período histórico humano, possuiu até então o maior número de traduções, a maior
disseminação da Escritura, tanto num empenho oficial como não-oficial. Esta realidade e privilégio nos trazem maior
responsabilidade em relação a compreender, ensinar e pregar a Palavra revelada e inspirada pelo Deus Vivo e Verdadeiro.

TÓPICO 4
TRADUÇÕES PARA O PORTUGUÊS
1 INTRODUÇÃO
As traduções para o português ocorreram em Portugal e no Brasil. Neste tópico, além de sabermos como
a Bíblia foi traduzida para o português, vamos saber como a Bíblia chegou ao Brasil.
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2 O PERÍODO DE TRADUÇÕES PARCIAIS PARA O PORTUGUÊS


As primeiras iniciativas nesse sentido foram as traduções parciais, os resumos históricos e as paráfrases.

2.1. “VENTUROSO” OU “BEM-AVENTURADO” (1279 – 1325),


Feita pelo rei Dom Diniz com base na Vulgata Latina. D. Diniz foi a primeira pessoa
a traduzir parte do texto bíblico para o português. Esta tradução, historicamente, foi
realizada antes da primeira tradução da Bíblia para o inglês (1380), feita por John Wycliffe.

9
2.2 POPULARIZAÇÃO DA ESCRITURA

-9
Vários membros da realeza portuguesa que tinham por motivo popularizar a Escritura

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para o povo, padres, freis e um cronista fizeram alguns trabalhos de tradução até 1566.
Antes da invenção da imprensa (1450), a produção dos livros era muito lenta, manuscrita
em folhas de pergaminho, portanto muito cara, o que forçosamente tornava a circulação e
a disseminação da Escritura muito limitada. Em 1554, organizaram-se diversas companhias D. DINIZ, - O MELHOR GOVERNANTE

48
QUE PORTUGAL JÁ CONHECEU -
comerciais para o desenvolvimento das várias colônias dos países europeus. A Companhia
FONTE: Disponível em questao-dos-
Holandesa das Índias Orientais se organizou em 1602, cuja carta patente exigiu que se universais.blogspot.com/2009/10/d...,
cuidasse de plantar a Igreja entre os povos e procurasse a sua conversão nas possessões em 17 nov. 2009

tomadas aos portugueses nas Índias Orientais. Foi esta companhia que, mais tarde,
patrocinou a revisão do NT de João Ferreira de Almeida, em 1693.
0
2.3 “OS QUATRO EVANGELHOS” (Início do século 19)
4.

Essa tradução foi feita parte pelo Padre Luiz Brandão e parte pelo Padre Antonio Ribeiro dos Santos.
Estas obras sofreram terrível perseguição da Igreja Católica Romana, por isso, seus exemplares são raríssimos.

3 A VERSÃO DE ALMEIDA (1681) E


53

AS VERSÕES COMPLETAS EM PORTUGUÊS


As traduções completas em português foram iniciadas por João Ferreira de Almeida, ministro e pregador
do santo evangelho da Igreja Reformada da Batávia (hoje, Jacarta na ilha de Java, Indonésia). Almeida nasceu em
9.

1628 em Torre de Tavares, nos arredores de Lisboa. Converteu-se do catolicismo à fé evangélica aos quatorze
anos de idade quando, após ter vivido dois anos na Batavia (sudoeste da Ásia), partiu para Málaca na Malásia,
através da leitura de um folheto em espanhol que narrava as diferenças da cristandade. Com quinze anos começou
a pregar o evangelho no Ceilão, atual Sri-lanka, e na Costa de Malabar. Quando iniciou o trabalho de tradução
da Bíblia, não tinha dezessete anos e pode realizá-lo por conhecer o hebraico e o grego. Para o seu trabalho, fez
22

uso dos manuscritos hebraico e grego, da tradução do


“Textus Receptus” (Bizantino), da tradução holandesa,
da francesa a partir da tradução Beza, da italiana, da
espanhola e a Vulgata Latina.
A tradução do Novo Testamento foi concluída
em 1676 e, em 1681, foi impressa em Amsterdã
na Holanda. Imediatamente, Almeida começou a
tradução do Antigo Testamento, mas, devido ao seu
falecimento em seis de agosto de 1691, não pode
concluí-la. Na ocasião, seu trabalho chegara até
Ezequiel 41.21. Almeida dedicou sua vida à pregação
do Evangelho e à tradução da Bíblia para o português. A Bíblia de Almeida - 1681
FONTES: Disponíveis em www.tribalgeneration.org, revisitaraeducacao.blogspot.com, em 12 nov. 2009
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BIBLIOLOGIA

Em 1748, o trabalho foi reiniciado pelo Pr. Jacobus op den Akker, de Batávia. Deste trabalho, resultou a primeira
Bíblia impressa em português, completa e em dois volumes: de Gênesis a Ester e de Jó a Malaquias, em 1753.
A Sociedade Bíblica Britânica, em 1809, publicou uma edição do NT em português por João Ferreira de
Almeida e, em 1819, a Bíblia completa foi publicada em um só volume, com o Título: “A Bíblia Sagrada” pela
Sociedade Bíblica Britânica, em Londres.

4 AS TRADUÇÕES E AS
VERSÕES CATÓLICAS ROMANAS

9
Durante o tempo do Papa Benedito XVI, por um decreto da Congregação do Index de 13 de julho de
1757, a Bíblia foi reconhecida como útil para robustecer a fé dos crentes, pelas suas maravilhosas anotações.

-9
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Esta nova atitude da Igreja Católica Romana deu um impulso à tradução da Bíblia, tomando-se a Vulgata como
base. As mais notórias foram:
4.1 A “BÍBLIA DE RAHMEYER” de meados do século 18. É uma versão inédita e se encontra na Biblioteca
do Senado de Hamburgo, na Alemanha.

48
4.2 A TRADUÇÃO DE FIGUEIREDO cuja primeira edição em 1778 foi apresentada em seis volumes para o
NT, e, para o AT, a primeira edição de 1783 a 1790, em dezessete volumes. A Bíblia do Padre Antonio Pereira
de Figueiredo em sete volumes surgiu em 1819 e, em um único volume, em 1821, incluindo os livros Apócrifos,
sendo a preferida dos católicos romanos. Figueiredo nasceu em Tomar, perto de Lisboa, em 1725, e faleceu
0
num convento em Lisboa em 1797. Afamado como latinista, historiador e, sobretudo, como teólogo com idéias
liberais, estava habilitado para a tarefa da tradução. A sua versão da Bíblia foi feita a partir da Vulgata, com
4.
referência aos textos gregos originais. Por dezoito anos, ele se ocupou com esta obra, a qual foi submetida
a duas revisões cuidadosas antes de ser publicada. A primeira edição saiu em 1778, referente ao NT, e o AT
desde 1783 a 1790. A Bíblia de Figueiredo em um só volume foi publicada pela primeira vez em 1821, com o
Título: “Santa Bíblia”, em Londres.
53

5 A BÍBLIA NO BRASIL (1879)


Em 1879, uma edição do NT foi publicada pela Sociedade de Literatura Religiosa e Moral do Rio de Janeiro, que
foi anunciada como “A Primeira Edição Brasileira”, porém era a versão de Almeida revista.
As Sociedades Bíblicas empenhadas na disseminação da Bíblia no Brasil reuniram-se em 1902 para
9.

nomear uma comissão para traduzir os textos do hebraico e grego para o português. A comissão tradutora foi
composta de três estrangeiros, missionários das diversas juntas operando no Brasil, e diversos brasileiros. O
NT em português foi publicado em 1910 e a Bíblia inteira em 1917, através da Sociedade Bíblica de Literatura
Religiosa e Moral do Rio de Janeiro.
22

5.1 COMO A BÍBLIA CHEGOU AO BRASIL


É difícil narrar com precisão a origem do uso da Bíblia no Brasil, por falta de pormenores. Pelos três
primeiros séculos da história do Brasil, a Bíblia era proibida e negligenciada. Ela não estava na lista dos livros
autorizados pela coroa de Portugal a circularem no Brasil durante os dias coloniais. Só em meados do século
19 a sua leitura foi permitida.
O célebre Villegaignon, depois de uma experiência dolorosa, dedicou-se ao estudo da palavra de Deus e
convidou a Igreja Reformada na França a enviar ministros do Evangelho para evangelizar sua colônia. Porém, esta
revolução não teve bons resultados e, certamente, ela não faz parte do início da disseminação da Bíblia no Brasil.
Entre os colonos holandeses em Recife, havia dirigentes de classes religiosas e estes, de quando em
quando, dirigiam preleções sobre a palavra de Deus. Em uma das reuniões, tomou-se esta resolução: “Fica
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entendido que vai se requisitar 20 grandes Bíblias para introdução da nova tradução para uso de cada um”.
Não podemos dizer se os pregadores conseguiram traduzir qualquer parte em português.
Somos obrigados a examinar a história das Sociedades Bíblicas, Britânica e Americana, para obter maiores
informações. Antes de 1836, estas sociedades despacharam exemplares das Escrituras aos negociantes
estrangeiros residentes na costa oriental do Brasil, para distribuição. Num livro velho, há uma citação duma carta
do Rio de Janeiro, de 23 de dezembro de 1837, do Reverendo Justin Spauding, na qual diz que distribuiu todas
as Bíblias e Novos Testamentos enviados e que tem certeza de que a Sociedade Bíblica Americana remeterá
mais. No mesmo livro, se refere às cartas escritas pelo Reverendo Dr. D. P. Kider, do Rio de Janeiro, em 13 e 29

9
de janeiro de 1838, nas quais relatou as vendas das Bíblias em português e latim. Em 09 de março de 1838, a
Sociedade Bíblica Americana mandou 75 Bíblias e 25 Novos Testamentos à Junta de Missões Estrangeiras da
Igreja Metodista Episcopal, para o uso dos seus missionários no Brasil, e os livros foram espalhados logo.

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O Estado de São Paulo, em 1839, patrocinou a propaganda bíblica. O Reverendo Dr. Kidder, pela influência e
dedicação, ganhou a cooperação de algumas autoridades da província e o Sr. Antonio Carlos, relator da Comissão de
Instrução Pública, apresentou à Assembléia Provincial uma proposta para que fosse aceita uma oferta de Bíblias, dizendo:
“Eu me proponho garantir, da parte da Sociedade Bíblica Americana, a doação de exemplares do Novo Testamento

48
em português, traduzido pelo Padre Antonio Pereira Figueiredo, em número suficiente para fornecer a cada escola
primária da província 12 exemplares, sob a simples condição de que os mesmos sejam tanto recebidos, como entregues
à Alfândega do Rio de Janeiro, a fim de serem distribuídos entre as ditas escolas e usados pelas mesmas, como livros
de leitura geral e instrução, para os alunos das mesmas”. Esta oferta foi recebida com satisfação e é bem patente que,
nos primeiros dias da propagação da Bíblia, ela tenha tido boa aceitação. As Sociedades Bíblicas continuaram a mandar
0
diversas Bíblias para pessoas no Brasil, até que se estabeleceram elas mesmas no país. Frequentemente. encontram-
se Bíblias nas cidades à beira-mar e nas do interior mais longínquo, que foram distribuídas antes que tais sociedades
4.
fossem estabelecidas em território brasileiro. Os primeiros missionários protestantes chegaram ao Brasil em 1855 e,
no ano seguinte, a Sociedade Britânica estabeleceu a sua agência no Rio de Janeiro. |Em 1876, fundou-se a Sociedade
Americana também. Os benefícios que estas sociedades trouxeram ao Brasil são imensuráveis.
53

5.1.1 Primeiras Versões


As traduções realizadas no Brasil se dividem em traduções parciais e traduções completas.

5.1.1.1 As traduções parciais foram:


9.

• Nazaré, 1847, São Luiz do Maranhão, referente ao NT com base na Vulgata pelo Frei Joaquim de Nossa
Senhora de Nazaré.
• Primeira edição brasileira do NT de Almeida, 1879, pela Sociedade de Literatura Religiosa e Moral do
Rio de Janeiro, versão revista por José Manoel Garcia, pelo Pr. M. P. B. de Carvalhosa, e Pr. Alexandre Blackford,
22

Rio de Janeiro.
• Harpa de Israel, 1898, tradução dos Salmos pelo hebraísta P. R. dos Santos Saraiva.
• Tradução do Evangelho de Mateus diretamente do texto grego, 1909, pelo Pe. Santana.
• Livro de Jó com sangrias poéticas, 1912, por Basilio Teles.
• Novo Testamento a partir da Vulgata, 1917, por J. L. Assunção.
• O Livro de Amós, 1917, por Esteves Pereira, traduzido do idioma etíope.
• Novo Testamento e Os Salmos, obras distintas, 1923, por J. Basílio Pereira.
• Lei de Moisés (Pentateuco), 1923, pelo rabino Meir Masiah Melamed.
• O Novo Testamento diretamente do grego, em 1930, pelo Pe. Huberto Rohden.
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BIBLIOLOGIA

5.1.1.2 As traduções completas foram:


• Tradução de João Ferreira de Almeida, em 1753.
• Versão de Figueiredo, 1790.
• Versão Revista e Corrigida de Almeida, em 1898.
• Tradução Brasileira, 1917.
• A Tradução Brasileira, 1902, publicada em 1927, pelo gramático Eduardo Carlos Pereira.

9
• A tradução do Padre Matos Soares é a mais popular entre os católicos. Foi publicada em 1932, da
Vulgata, com notas entre parênteses acerca dos dogmas da Igreja Católica Romana. Recebeu o apoio papal
em 1932 devido às menções dogmáticas.

-9
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• Revisão de Almeida pelas Sociedades Bíblicas Unidas, 1943.


• Edição Revista e Atualizada no Brasil e a Versão Corrigida, pela Sociedade Bíblica do Brasil, em 1948,
data da organização desta Sociedade destinada a “Dar a Bíblia à Pátria”.

48
• Versão Revista e Atualizada de Almeida, 1959, e a Versão dos Monges Beneditinos.
• Edição Revisada de Almeida, 1967, pela Imprensa Bíblica Brasileira, fundada em 1940.
• Versão dos Padres Capuchinhos, 1968.
0
• A Edição Corrigida e Revisada fiel ao texto original, em 1969, pela Sociedade Bíblica Trinitariana, com
base na tradução de Almeida.
4.
• A Bíblia de Jerusalém, 1959, editada no Brasil por Edições Paulinas em 1981 com notas, foi produzida
pelos monges de Meredsous, da Escola Bíblica de Jerusalém (padres dominicanos). Neste ano também, um
trabalho de diversos tradutores, editado pela Vozes e pelo Círculo do Livro, com notas, sob a coordenação de
Ludovico Garmus, foi editado sob o nome de Edição Integral da Bíblia.
• A Bíblia Viva, 1981.
53

• A Bíblia na Linguagem de Hoje, 1988, pela Sociedade Bíblica do Brasil.


Esta Bíblia foi produzida com a finalidade de oferecer o texto numa linguagem
comum e corrente.
9.

• Edição Contemporânea da Bíblia de Almeida, 1990, pela Editora Vida.


• Tradução em Português Corrente, 1993.
• Segunda Edição da versão Revista e Atualizada de Almeida, 1993.
• Tradução Ecumênica da Bíblia, 1994.
22

Caro Aluno! A Auto-


• Segunda edição da versão Revista e Corrigida de Almeida, 1995.
Atividade, como
• Nova Tradução na Linguagem de Hoje, 2000. você sabe, é uma
• Nova Versão Internacional, 2001. oportunidade para
• Tradução da CNBB, 2002. revisarmos o nosso
estudo. Entregue-a
5.2 “OS QUATRO EVANGELHOS” (Início do século 19) no prazo, ok? Desejo
Essa tradução foi feita parte pelo Padre Luiz Brandão e parte pelo Padre a você uma ótima
Antonio Ribeiro dos Santos. Estas obras sofreram terrível perseguição da Igreja revisão e ótimos
Católica Romana, por isso, seus exemplares são raríssimos. resultados!
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ANOTAÇÕES

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BIBLIOLOGIA

INSTITUTO TEOLÓGICO QUADRANGULAR NOTA

BIBLIOLOGIA
AUTOATIVIDADE DO CAPÍTULO 5

Nome: Série: Data de Entrega:

Questões:

9
1. As traduções demonstram a vitalidade e a necessidade da Bíblia. Por que as traduções são necessárias?

-9
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2. Explique os termos relativos às traduções e versões: Tradução; Tradução Literal; Transliteração; Versão; Revisão;
Paráfrase e Comentário.

48
3. Quais são as principais e mais antigas traduções da Bíblia? Quem realizou este trabalho?

4. Por que as traduções e versões em inglês são tão importantes?


0
5. Por que as traduções e versões protestantes se fizeram necessárias?
4.

6. Quem foi João Ferreira de Almeida e qual foi o seu trabalho?


53

7. Quem se esforçou para trazer a Bíblia para o Brasil? A partir de quando a Bíblia começou a ser traduzida no Brasil?
Qual foi o papel das Sociedades Bíblicas na tradução da Bíblia para o português?

8. O século 20 caracteriza um período fenomenal em relação à Bíblia. Por quê?


9.
22
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ANOTAÇÕES

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BIBLIOLOGIA

CAPÍTULO 06
FATOS E ATUALIDADES SOBRE A BÍBLIA
TÓPICO 1
SOBRE O ANTIGO TESTAMENTO
1 INTRODUÇÃO

9
Meu aluno, neste tópico você vai conhecer alguns detalhes que eu
considerei importantes pra você saber. Eles tratam de alguns fatos relevantes

-9
06
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sobre o AT no que concerne ao contexto bíblico.
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CAPÍTULO
2 A LEI DE DEUS
A Lei de Deus é a voz de Deus para
Israel, desde Moisés. Ela se divide em três
categorias:

1ª) Lei Moral: São os Dez Mandamentos,


gravados em pedra por Deus e entregues
a Moisés no Monte Sinai. (Êx 20)
0 48
2ª) Lei Civil: São os Estatutos, entregues
4.
por Moisés ao povo. Estão em
Deuteronômio. (Dt 4.8)
3ª) Lei Cerimonial: São os Sacrifícios,
festas, ofertas, e os aspectos do
53

sacerdócio levítico entregues por


Moisés ao povo. ESCAVAÇÕES EM ISRAEL; www.overbo.com.br/portal/tag/
arqueologia/page/2/; em 26.jan.2011

Deus expressa claramente a sua vontade de que a sua palavra seja


9.

escrita a Moisés em Êxodo 17.14:

“Escreva um relatório dessa vitória a fim de que ela seja lembrada. Diga
a Josué que eu vou destruir completamente os amalequitas”.
22

3 OS ESCRITORES DA CORTE DE ISRAEL


Além dos Salmos, da vitória sobre Golias, a contribuição mais relevante
do rei Davi em relação à história, e em relação à Palavra de Deus, foi ordenar
que a história dos israelitas fosse escrita. As histórias, os cânticos e gêneros
da tradição judaica fariam parte da Bíblia a partir de então.
Por volta do ano 1000 a.C., o rei Davi definiu as fronteiras de Israel, a
nação estava estabelecida, e houve a preocupação de se registrar a história,
especialmente porque o Senhor fizera uma aliança eterna com Davi (2 Sm 7.13).
O rei Davi nomeou dois oficiais com funções distintas para esse serviço
importantíssimo. Em 2 Sm 20.24-25, encontramos este registro: “Josafá,
filho de Ailude, era o cronista. Seva, o escrivão”. Estes oficiais dirigiam dois
departamentos de escribas.
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• O CRONISTA: O cronista era o responsável por escrever decretos do rei e colocá-los em circulação. Era
o porta-voz que comunicava os desejos reais ao povo.
• O ESCRIVÃO: O escrivão era responsável pela correspondência particular do rei com outros israelitas
e com governantes de outras nações.
A Bíblia não diz claramente que Davi e Salomão tenham criado tais grupos de escribas para a preservação
da história de Israel, mas dá indícios a respeito disto.

4 O SURGIMENTO DAS SINAGOGAS

9
Miller e Huber comentam acerca da parte ruim da história de Israel, a
história do cativeiro. Em 586 a.C. quando Israel foi levado cativo para a Babilônia,

-9
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praticamente os israelitas viram desmoronar e desaparecer diante de si a sua


nação. No cativeiro, a mais de 1000 quilômetros do seu espaço geográfico, apesar
da liberdade que tinham na Babilônia, os judeus perderam a sua identidade e,
lá, começaram a refletir sobre as causas da tragédia que se abateu sobre eles e

48
da possibilidade de uma esperança para um futuro. As causas do exílio de Israel
Nas sinagogas, foram desobediência, idolatria, injustiça e imoralidade durante séculos. Isto é
não se ofereciam uma lição para nós.
sacrifícios, pois a Lei
Foi nesse contexto difícil, de reavaliar a fé, sem Templo, que provavelmente
não permitia. Elas
0
tenham criado as Sinagogas, como substituição ao Templo. Nas sinagogas, não se
foram criadas para ofereciam sacrifícios, pois a Lei não permitia. Elas foram criadas para comunhão,
comunhão, estudo e estudo e adoração. (Miller e Huber, pág. 34)
4.
adoração.
5 O REI MAIS EXCELENTE DE ISRAEL, O REI IDEAL
“Josias, um menino de oito anos de idade, tornou-se o rei de Judá em lugar de Amom, seu pai, quando
este foi assassinado em 640 a.C.. Josias passou a adorar a Deus, diferentemente de seu pai. Ele decidiu restaurar
53

o Templo, financiando a obra com o dinheiro recolhido do povo. Em 622 a.C., em meio a esse trabalho de
restauração, um livro foi encontrado, provavelmente uma versão preliminar do Livro de Deuteronômio, Josias
ficou tão impressionado com ele, que instituiu reformas religiosas de longo alcance, com o apoio de Jeremias.
Porque a lei exigia que todos os sacrifícios fossem oferecidos em Jerusalém, Josias destruiu todos os altares
9.

existentes fora do Templo, incluindo aquele que Jeroboão havia erigido em Betel. Em 609 a.C., Josias declarou
guerra ao Egito e acabou morrendo na batalha. A Bíblia conclui: “Não houve antes nenhum rei como ele, que
servisse a Deus, o SENHOR, com todo o seu coração, mente e força, obedecendo toda a Lei de Moisés; e depois
nunca houve outro rei igual a ele” (2 Reis 23.25).1
22

6 LIVROS PERDIDOS DA BÍBLIA


No Cânon do Antigo Testamento, temos 39 livros, mas, no próprio AT, temos o registro de mais 23 livros
que estão desaparecidos. Todos os livros desaparecidos tratam de algum aspecto da história antiga e sagrada
de Israel: guerras, os reinados de alguns reis e as histórias de certos profetas. Estes livros eram bastante antigos
e foram escritos antes dos livros que os mencionam.

6.1 A LISTA DOS LIVROS PERDIDOS


Esta lista foi fornecida por Miller e Huber2:

1 - MILLER, Sthephen M.; HUBER, Robert V.; A Bíblia e sua história – O surgimento e o impacto da Bíblia; Barueri, SP: Sociedade Bíblica do Brasil, 2006, p. 37.
2 - MILLER, Sthephen M.; HUBER, Robert V.; A Bíblia e sua história – O surgimento e o impacto da Bíblia; Barueri, SP: Sociedade Bíblica do Brasil, 2006, p. 43.
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BIBLIOLOGIA

1. Livro das Batalhas do Senhor – Números 21.14


2. Livro do Justo – Josué 10.13; 2Samuel 1.18
3. História de Salomão – 1Reis 11.41
4. História dos Reis de Israel – 1Reis 14.19 (e mais outras 14 referências)
5. História dos Reis de Judá – 1Reis 14.29 (e mais outras 17 referências)
6. Livro dos Reis de Israel – 1Crônicas 9.1; 2Crônicas 20.34

9
7. Crônicas do Profeta Samuel – 1Crônicas 29.29
8. Crônicas do Profeta Natã – 1Crônicas 29.29

-9
9. Crônicas do Profeta Gade – 2Crônicas 9.29

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10. História do Profeta Natã – 2Crônicas 9.29


11. Profecia de Aías, de Siló – 2Crônicas 9.29
12. Visões do Profeta Ido – 2Crônicas 9.29

48
13. História do Profeta Semaías e História do Profeta Ido – 2Crônicas 12.15
14. Historia do Profeta Ido – 2Crônicas 13.22
15. História dos Reis de Judá e de Israel – 2Crônicas 16.11
16. História de Jeú, filho de Hanani (escrita na “História dos Reis de Israel”) – 2Crônicas 20.34
0
17. Comentário sobre o Livro dos Reis – 2Crônicas 24.27
18. Atos de Uzias (escritos pelo profeta Isaías) – 2Crônicas 26.22
4.
19. História dos Reis de Israel e de Judá – 2Crônicas 26.22
20. Visão do Profeta Isaías (escrita na “História dos Reis de Judá e de Israel”) – 2Crônicas 32.32
21. História dos Reis de Israel – 2Crônicas 33.18
22. História dos Profetas – 2Crônicas 33.19
53

23. Livro dos Registros ou das Crônicas – Neemias 12.23

7 PESOS E MEDIDAS DO ANTIGO TESTAMENTO3


9.

7.1 PESOS
MEDIDA SISTEMA EQUIVALENTE MÉTRICO
Gerá - 0,6 g
Beca 10 gerás 6g
22

Chequel 2 becas 11 g
Mina 50 chequéis 500 g
Talento 60 minas 30 kg
Chequel Real - 13 g
Talento de Ouro 120 minas 60 kg

7.2 COMPRIMENTO
MEDIDA SISTEMA EQUIVALENTE MÉTRICO INGLÊS
Dedo (largura de dedo) - 19 mm ¾ de polegada
Largura da mão 4 dedos 76 mm 3 polegadas

3 - WALTON, John H.; QUADROS CRONOLÓGICOS DO VELHO TESTAMENTO; São Paulo: Imprensa Batista Regular; 1986.
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Palmo 3 larg. da mão 230 mm 9 polegadas


Cúbito (côvado) 2 palmos 445 mm 17,5 polegadas
Cúbito longo 2 palmos e 1 larg. da mão 520 mm 20,4 polegadas
Vara 6 cúbitos 2.670 mm 105 polegadas
Gômede 2/3 de cúbito 300 mm 12 polegadas

7.3 LÍQUIDOS

9
MEDIDA SISTEMA EQUIVALENTE MÉTRICO INGLÊS
Sextário - 0,3 litro 2/3 de quartilho

-9
Cabo 4 sextários 1,2 litro 2,2/3 quartilhos

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Him 3 cabos 3,6 litros 1 galão


Bato 6 hins 22 litros 6 galões
Homer 10 batos 220 litros 60 galões

7.4 SECOS
MEDIDA
Sextário
Cabo
Ômer
SISTEMA EQUIVALENTE
0 -
4 sextários
7 sextários
48 MÉTRICO
0,3 litro
1,2 litro
2,2 litros
INGLÊS
0,32 quarto
1,3 quarto
2,3 quartos
Coro 6 cabos 7,3 litros 1 salamim
4.
Efa 3 coros 22 litros ¾ alqueire
Lethech 5 efas 110 litros 3 alq. e 3 salam.
Homer 2 lethechs 220 litros 7,5 alqueires
53

8 O CALENDÁRIO JUDEU
ANO ANO MÊS CORRELATIVO
ESTAÇÃO AGRÍCOLA DATAS ESPECIAIS
RELIGIOSO CIVIL HEBRAICO OCIDENTAL
14 – Páscoa
9.

1 7 Nisã Março/ Abril Colheita de Cevada


21 – Primícias
2
8 Zio ou Zive Abril/ Maio Colheita Geral

Colheita de Trigo
3 9 Sibã ou Sivâ Maio/ Junho 6 – Pentecostes
Poda das Videiras
22

4 10 Tamuz Junho/ Julho Primeiras Uvas

Uvas, Figos,
5 11 Abe Julho/ Agosto 9 – Destruição do Templo
Olivas

6 12 Elul Agosto/ Setembro Vindima

1 – Ano Novo
7 1 Tisri ou Etanim Setembro/ Outubro Aradura 10 – Expiação
15/21 – Tabernáculos
Bul ou
8 2 Outubro/ Novembro Semeadura
Marchesvâ
Casleu ou Novembro/
9 3 25 – Dedicação
Chisleu Dezembro
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BIBLIOLOGIA

Estação das Chuvas,


10 4 Tabete Dezembro/ Janeiro
Primavera
Sabate ou
11 5 Janeiro/ Fevereiro Figos do Inverno
Sebate
Fevereiro/ Cardar linho, Florada das
12 6 Adar 13/14 – Purim
Março Amêndoas
Mês
Adar/Sheni
Intercalado

9
9 DIAS ESPECIAIS DOS JUDEUS
NOME LEITURA

-9
DIAS ESPECIAIS DIA REFERÊNCIA COMEMORAÇÃO

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HEBRAICO (MEGILO)
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Páscoa 14 Êx 12; Cantares de Livramento do


Pesach
(Festa dos Pães Asmos) Nisã Lv 23.4-8 Salomão Egito
6 Dt 16.9-12 Celebração da
Pentecoste Shavuoth Rute
Sivã Lv 23.9-14 Colheita
Nove
de Abe
Dia da
Expiação
Festa dos
Tabernáculos
Tish´ah
be´ab
Yom
Kippur

Sucote
09
Abe
10
Tisri
15/21
Tisri
-

Lv 16

Nm 8
48
Lv 23.33-36
Lamentações

Eclesiastes
Destruição do Tempo
586 a.C., 70 A.D.
Sacrifícios pelos
Pecados da nação
Peregrinação no
Deserto
25 Restauração do
Dedicação Chanuká João 10.22
4.
Casleu Templo (164 a.C.)
13/14 O fracasso da conspiração
Porções Purim Ester 9 Ester
Adar de Hamã contra os judeus

TÓPICO 2
53

SOBRE O NOVO TESTAMENTO


1 INTRODUÇÃO
Meu aluno, neste tópico você vai conhecer alguns detalhes que eu considerei importantes pra você saber.
9.

Eles tratam de assuntos relevantes sobre o NT no que concerne ao contexto bíblico.

2 OS EVANGELHOS SINÓTICOS E O EVANGELHO DE JOÃO


Evangelho significa boa história ou história de Deus, em português traduzimos o significado como “boas
22

notícias” ou “boas novas”. Os Evangelhos são biografias de Jesus Cristo.


Os Evangelhos de Mateus, Marcos e Lucas são chamados de Evangelhos Sinóticos. Sinótico significa “ver
ou olhar juntos”. Estes três Evangelhos retratam no seu conjunto a humanidade de Cristo e narram as cenas do
seu cotidiano. Para entendermos as aparentes diferenças entre os Evangelhos, basta-nos fazer uma harmonia
das passagens, pois as mesmas se complementam. Seria como que se uma mesma cena tivesse sido filmada
por três câmeras diferentes, compreende? Cada escritor deu sua ênfase.
O Evangelho de João não pertence a essa categoria porque nele encontramos as narrativas que atestam
a divindade de Cristo. Nele, não aparecem genealogias, observe João 1.1, este versículo abre o Evangelho
apresentando o Filho de Deus.
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3 ESBOÇO DA VIDA DE CRISTO4

30 Anos de Preparação Genealogia


Nascimento
Fuga para o Egito
No Templo aos 12 anos
Ano de Obscuridade Batismo

9
Tentação
Começo do Primeiros Discípulos

-9
Ministério Público Primeiro Milagre

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Começo do Ministério na Judéia


Purificação do Templo
Nicodemos

48
Ministério Samaritano
Ano de Popularidade O filho do Oficial do Rei
Nazaré
Ministério na Galiléia Cafarnaum
0
1ª Viagem de Pregação
Hostilidade crescente de escribas e fariseus
4.
Escolha dos 12 discípulos
Sermão do Monte
2ª Viagem de Pregação
Um dia de Ensinamentos
53

Um dia de Milagres
3ª Viagem de Pregação
Crise em Cafarnaum
Jesus alimenta 5.000
9.

Em diversas regiões do norte


Jesus com os apóstolos: Discussão, Transfiguração
Ano de Oposição A caminho de Jerusalém
Último Ministério Em Jerusalém
22

na Judéia Na Judéia
Último Ministério Afastamento de Jerusalém
na Peréia Última viagem a Jerusalém passando por Samaria e
Galiléia
Na Peréia
A caminho de Jerusalém

4 - WALKER, Catherine W.; BIBLE WORKBOOK; Chicago: Moody Press; The Moody Bible Institute; 1952.
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BIBLIOLOGIA

Acontecimentos Finais do Ministério A Semana da Paixão


de Jesus Prisão
Julgamento
Crucificação

Os 40 Dias
Ressurreição

9
Ascensão

4 DEFINIÇÃO DE TERMOS ENCONTRADOS NO NT

-9
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• Fariseus: Um poderoso grupo religioso e político entre os judeus. Politicamente esperavam um futuro
glorioso para a nação. Religiosamente destacavam mais as formas externas (aparência de piedade e
religiosidade) do que a justiça interior. Não só seguiam meticulosamente a lei mosaica da pureza, mas
também eram rigorosos no cumprimento de uma lista enorme de regulamentos feitos por homens

48
que foram acrescentados àquela. Criam na ressurreição dos mortos. Jesus denunciou sua hipocrisia e
justiça própria. Eles, por sua vez, odiavam Jesus violentamente.
• Saduceus: Uma pequena, rica e influente seita dos judeus, que se opunha aos fariseus. Não criam na
ressurreição, nos anjos, ou e espíritos. Também eram amargos inimigos de Cristo.
0
• Escribas: Homens que copiavam e interpretavam as Escrituras cultuando a mera letra da lei. Geralmente
eram fariseus. Também eram chamados de “homens da lei”.
4.
• Herodianos: Partido político judeu que apoiava Herodes e Roma.
• Zelotes: Um partido religioso e político de judeus que se opunha à agressão romana.
• Samaritanos: Uma raça mista, descendentes de judeus e gentios (todos os não judeus) que foram
53

trazidos pelo rei assírio durante o cativeiro de Israel. Os samaritanos eram desprezados pelos judeus.
• Sinédrio: Conselho supremo dos judeus composto por 71 membros – fariseus e saduceus.
• Sinagoga: Lugar de adoração dos judeus, onde se ensinavam as Escrituras, e também lugar de comunhão.
• Levitas: Homens da tribo de Levi. Cuidavam do templo.
9.

• Publicanos: Cobradores de impostos empregados pelo governo romano. Muitos deles oprimiam
grandemente o povo, usando da extorsão e suborno. Os judeus que eram publicanos eram odiados
pelos outros judeus.
• Centurião: Capitão de cem homens.
22

• Discípulo: Qualquer pessoa que seguia a Cristo.


• Apóstolo: Um enviado, um mensageiro. O nome é especialmente aplicado aos doze escolhidos.
O Bispo McIntyre diz, como citado por Walker:

“Escrevemos um evangelho; um capítulo por dia, Através de nossos atos, por palavras que dizemos. Se
verdades ou mentiras, todo mundo lê. Qual é o evangelho apresentado por VOCÊ?” (Walker, p. 9)

5 AS HORAS NO NOVO TESTAMENTO


Se você verificar, aparentemente existe uma discordância entre as horas dos Evangelhos Sinóticos e Atos
em relação ao Evangelho de João. A razão disto é que Mateus, Marcos, Lucas e Atos usam o horário judaico
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e João usa o horário romano.


O horário judaico é contado em dois períodos de 12 horas para totalizar as 24 horas de um dia. O dia judaico se
inicia às dezoito horas do dia no horário romano. O horário judaico é contado de acordo com o movimento do sol.
O horário romano é como o nosso, ou seja, um dia completo com um único período de 24 horas.

5.1 TEMPO
Hora Horário Judaico: Mateus, Marcos, Lucas, Atos

9
1º Período: 12 horas, do pôr-do-sol ao raiar do sol.
2º Período: 12 horas: do raiar do sol ao pôr-do-sol.
Neste caso, a duração das horas variava de acordo com as estações do ano.

-9
Horário Romano: João

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Vigília Cada uma das quatro partes em que se dividia a noite. Sua duração variava de acordo com as estações do ano.

6 LIVROS QUE NÃO ENTRARAM PARA O CÂNON DO NT

6.1 OS EVANGELHOS GNÓSTICOS


48
Gnóstico vem da palavra grega gnosis, que significa “conhecimento”. Os gnósticos formavam um grupo
e eram assim chamados porque acreditavam que as pessoas eram salvas através de conhecimentos secretos
0
sobre questões espirituais e não através da fé em Jesus.
Os gnósticos formavam a primeira heresia cristã. Por causa das heresias é que os líderes cristãos formularam
4.
o Credo. O credo define clara e objetivamente o que os cristãos crêem. O primeiro credo foi o Credo Apostólico.

Credo Apostólico

“Creio em Deus Pai, Todo-Poderoso, Criador


53

do céu e da terra. E em Jesus Cristo, seu Filho


Unigênito, nosso Senhor, o qual foi concebido
pelo Espírito Santo, nasceu da virgem Maria,
padeceu sob o poder de Pôncio Pilatos, foi
9.

crucificado, morto e sepultado, desceu ao mundo


dos mortos, ressuscitou no terceiro dia, subiu ao céu e está sentado a direita de Deus
Pai, Todo-Poderoso, de onde virá para julgar os vivos e os mortos. Creio no Espirito
Santo, na santa Igreja cristã, a comunhão dos santos, na remissão dos pecados, na
22

ressurreição do corpo e na vida eterna. Amém”.

Meu aluno, você encontra uma coletânea de credos no endereço em que retirei este:

www.mluther.org.br/.../coletanea%20de%20credos.htm; Acesso em 18.11.09

Em 1945, dois irmãos egípcios descobriram próximo à cidade de Nag Hammadi, junto ao Rio Nilo, uma
dúzia de livros de papiros com 52 tratados, todos pertencentes a um grupo de gnósticos.
São tratados antigos datados do 4º século, escritos em copta, uma língua egípcia, mas foram traduzidos em grego.
Os gnósticos existiam desde o início do cristianismo. Eles eram membros da Igreja. Traziam ensinos
distorcidos à Igreja e foram combatidos pelos apóstolos.
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BIBLIOLOGIA

6.1.1 Os Ensinos dos Gnósticos: Os líderes da Igreja rejeitavam


totalmente esses ensinos.
• Os cristãos tinham que seguir as mesmas leis e tradições dos judeus.
• Misturavam cristianismo, judaísmo, mitologia grega, religiões do Egito e do Golfo Pérsico.
• A criação é má.
• O Deus Criador não era o Deus Supremo, era um “deus inferior”.

9
• Jesus não foi humano, foi só aparentemente humano, pois não poderia ser filho de um “deus inferior”.
• Jesus não morreu na cruz e não ressuscitou.

-9
• A salvação está no conhecimento espiritual.

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• O pecado é chamado de aprisionamento e é geralmente descrito como ignorância ou dormência.


• Os seres humanos, para serem salvos e chegarem ao mundo puramente espiritual de Deus, precisam
ser acordados da ignorância, recuperando o conhecimento da sua verdadeira identidade como parte do

48
Deus Supremo e do seu reino, o qual é diferente do “deus inferior” da criação.

6.1.2 Lista dos Livros Gnósticos encontrados


• Apocalipse de Adão
0
• Apocalipse de Pedro (ataca a Igreja)
4.
• Apocalipse de Tiago
• Apocalipse de João
• Apocalipse de Paulo
• Evangelho da Verdade (apresenta o criador como um vilão)
53

• Evangelho de Filipe
• Evangelho de Tomé
• “Este é o texto mais famoso e controverso, diverge dos canônicos, não traz uma história sequenciada e
fluente, mas é um conjunto de 114 “ditos” ou “afirmações” de Jesus. Cerca da metade do conteúdo se
9.

encontra nos Evangelhos, mas a maioria dos outros representa idéias gnósticas. Em um desses “ditos”,
Jesus parece negar que o Reino de Deus está localizado em um lugar e tempo específicos”. (Miller e
Huber, pg. 82)
• Evangelho dos Egípcios
22

• Escritos sobre Sabedoria, ensinamentos doutrinários, orações, hinos


• Relatos reformulados de histórias do AT
• Lendas Egípcias

7 LIVROS QUE QUASE ENTRARAM NO CÂNON DO NT


Os livros abaixo relacionados foram, de alguma forma, utilizados pelos pais da Igreja e pelos cristãos dos
primeiros séculos, mas não foram considerados inspirados para pertencerem ao Cânon:
• O Pastor de Hermas (metade do 1º séc.)
• A Epístola de Barnabé (70-135 d.C.)
• Didaquê – A Doutrina dos Apóstolos (final do 1º séc., início do 2º)
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8 ESCRITOS CRISTÃOS POPULARES


Esses escritos, apesar de terem sido populares, não foram inspirados e não foram inseridos no Cânon do NT:
• O Evangelho da Infância, escrito por Tomé.
• O Apocalipse de Pedro.

9 DA ORALIDADE À VIRTUALIDADE
Faço este comentário para chamar a sua atenção para a evolução na transmissão da Escritura.

9
A história da Bíblia nos mostrou que a transmissão da Bíblia se iniciou com a oralidade, a transmissão oral,
depois passou à escrita em diversos materiais. Este período foi desde a inscrição na pedra até a impressão em

-9
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papel. Um novo tempo, a partir do século 20, se iniciou na transmissão da Bíblia. Ela pode ser encontrada em
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vídeo, áudio, no formato digital e na internet, aonde se pode ler e pesquisar a Bíblia, estudos, comentários,
documentos, etc., virtualmente – A Bíblia Online. A Bíblia também é encontrada em braile. Encontramos estes
materiais em várias línguas.

10 A BÍBLIA E AS ARTES E EM DEMAIS SEGMENTOS

pintura, na literatura, no teatro, no cinema e na mídia.


0
• No Turismo: A história da Bíblia e da Igreja influenciam o turismo mundial.
48
Vemos a influência e a expressão bíblica ou espiritual nas edificações, na arquitetura, na escultura, na

• Na Ação e Responsabilidade Social: A igreja e a sociedade em geral, em função dos princípios bíblicos,
4.
têm realizado um grande trabalho social, em relação aos pobres, os oprimidos, os marginalizados, na
recuperação de famílias, na área da educação, na cidadania, na profissionalização, etc.
• Na ciência: A Bíblia tem sido utilizada pela ciência para o bem, em relação a questões éticas e humanas
como na questão do aborto, na ecologia referente ao cuidado do planeta, etc. Questões de bioética
53

têm sido discutidas e a Bíblia não tem sido deixada à parte para que as decisões sejam tomadas ou
não. A Igreja tem feito com que a sua voz seja mais e mais ouvida.
• Na História: Em relação à história, precisamos registrar que algumas ideologias, filosofias e a própria
criação das seitas têm surgido devido a distorções da Escritura.
9.

Há tragédias históricas, como por exemplo, as perseguições e julgamentos injustos na inquisição, as


cruzadas, a perseguição dos judeus, o privilégio ao machismo e a opressão das mulheres, e a justificativa para
a escravidão. Cite-se ainda o racismo, o fundamentalismo religioso, o abuso de poder, etc. Estas situações, e
outras que você possa estar lembrando agora, têm sua origem em distorções e desvirtuamentos da verdade.
22

11 PESOS E MEDIDAS DO NOVO TESTAMENTO5

11.1 PESOS E MOEDAS


MOEDA (GR. LEPTON) MOEDA 1/8 ASARION

Centavo, Quadrante (gr. Kodrantes) Centavo, Quadrante ¼ asarion

Ceitil, Asse (gr. Asarion) Centil, Asse 1/16 dinheiro

Dinheiro, Denário O salário de um trabalhador por 1 dia de trabalho: quase 4 gramas de prata

Dracma Igual ao Dinheiro: 3,6 gramas de prata

5 - ALMEIDA, João Ferreira de. A BÍBLIA DO MINISTRO. Edição Contemporânea de Almeida. Deerfield, Florida/EUA: Ed. Vida. 1996.
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BIBLIOLOGIA

Siclo 4 Dracmas 14,4 gramas de prata

Libra de Prata 100 Dracmas 360 gramas de prata

Talento 6.000 Dracmas 12.600 gramas de prata

Arrátel, Libra (Jo 12.3) - 327,5 gramas

11.2 MEDIDAS LINEARES

9
Côvado - 45 cm

Braça 4 côvados 1,80 m

-9
Estádio 400 côvados 180 metros

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Milha - 1.480 m

Caminho de um Sábado - Aproximadamente 1.080 m

48
11.3 MEDIDAS DE CAPACIDADE
Almude (gr. Modio) 8,75 litros
Medida (gr. Sato) 13 litros
0
Medida, Barril (gr. Bato) 37 litros
Medida, Alqueire (gr. Koro) 370 litros
4.
Almude (gr. Metretes) 40 litros

12 ESTATÍSTICAS BÍBLICAS
AS GRANDES DIVISÕES DA BÍBLIA 02 – AT E NT
53

A maior divisão AT – 3/4 da Bíblia

Livros do AT 39

Livros do NT 27
9.

Total de Livros da Bíblia 66

Tempo para a escrita da Bíblia 1.600 anos

Número de Escritores Sagrados Cerca de 40 Escritores

Capítulos do AT 929
22

Capítulos do NT 260

Total de Capítulos da Bíblia 1.189

Versículos do AT 23.146

Versículos do NT 7.957

Total de Versículos da Bíblia 31.103


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ANOTAÇÕES

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4.
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BIBLIOLOGIA

FINAL
Prezado Aluno,

Todo esse conhecimento é interessante, mas será inútil se nós, você e eu como cristãos, não utilizemos
todas essas verdades para cumprirmos o propósito de Deus através do nosso amado Senhor e Salvador
Jesus Cristo, ou seja, ir e pregar o Evangelho a toda criatura (Mt 28.18-20; Mc 16.15; At 1.8). Fico feliz de

9
ter estado com você no início do seu curso, de ter lhe proporcionado uma base e uma orientação bíblica
segura para que você prossiga seus estudos. Seja perseverante, cumpra a carreira acadêmica com excelência

-9
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e sempre se disponha a fazer a vontade de Deus e atender ao chamado do Senhor para o que ele precisar.
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Sucesso, bênçãos e felicidades!

0 48 Prof. Pr. Marco Antonio Teixeira Lapa


4.
53
9.
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REFERÊNCIAS
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Edição Contemporânea de Almeida. Deerfield, Florida/ história – O surgimento e o impacto da Bíblia. Barueri,
EUA: Editora Vida. 1996. SP: Sociedade Bíblica do Brasil. 2006.
ALMEIDA, João Ferreira de. Bíblia de Estudo Pentecostal. PEARLMAN, Myer. Conhecendo as Doutrinas da Bíblia.
5a. ed. Rio de Janeiro: CPA, 1997. 6a ed. Miami: Vida. 1977.

9
ARCHER, Gleasson L. In: BOICE, James Montgomery; RAMM, Bernard. The Pattern of Religious Autority.
O Alicerce da Autoridade Bíblica. 2a ed. São Paulo: Grand Rapids: Eerdmans. 1968.

-9
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