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Localizado na porção oeste da ilha de Hispaniola, o Haiti ocupa uma área de

27.750 quilômetros quadrados, totalizando em seu território mais de 10


milhões de habitantes. Atualmente, é o país economicamente mais pobre da
América, seu Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) é de 0,404, onde
aproximadamente 60% da população é subnutrida e mais da metade vive
com menos de 1 dólar por dia.

Em 1697, através da assinatura do Tratado de Ryswick envolvendo Espanha


e França, a parte ocidental da ilha, onde atualmente fica o Haiti, foi cedida à
França, pela Espanha, recebendo o nome de Saint Domingue. Porém, os
escravos africanos rebelaram-se em 1791, e travaram uma luta pela
independência do país. No dia 1° de janeiro de 1804, eles conseguiram obter
a independência do território, que passou a se chamar Haiti, sendo a
primeira República Negra das Américas e o primeiro país latino-americano a
se declarar independente.

Desde sua independência, o Haiti passou por vários problemas políticos


envolvendo governos ditatoriais, além de uma série de golpes de estado.
Esses fatos contribuíram para o surgimento de conflitos entre grupos
políticos rivais.

Em meio a uma guerra civil, a população haitiana passou por outra grande
tragédia, dessa vez, um terremoto de magnitude 7,0 na escala Richter atingiu
o país no dia 12 de janeiro de 2010, provocando uma série de feridos,
desabrigados e mortes. Diversos edifícios desabaram, entre eles, o palácio
presidencial da capital Porto Príncipe.

Os terremotos são desencadeados quando as placas tectônicas que formam a


superfície da Terra, entram em processo de choque ou acomodação. De
acordo com Yann Kinger, especialista do Instituto Físico do Globo (IPG), no
caso do Haiti, o fator agravante foi pela proximidade da superfície em que
ocorreu o fenômeno, apenas 10 quilômetros de profundidade. Aconteceu no
limite norte da placa das Antilhas com a placa norte-americana.

Além desse terremoto de 7,0 graus na escala Richter, outros dois ocorreram
logo em seguida, de magnitudes 5,9 e 5,5. Esse fato promoveu grande
destruição em Porto Príncipe, capital do Haiti. Estima-se que metade das
construções foram destruídas, 250 mil pessoas ficaram feridas, 1 milhão de
habitantes desabrigados e, até o dia 26 de janeiro, o número de mortos
ultrapassava a 100 mil.
Entre os feridos e mortos, estavam alguns brasileiros, pois o Brasil é
responsável pelo processo de pacificação no Haiti, enviando 1.266 militares
para o país em conflito. Foram confirmadas 21 mortes de brasileiros, sendo
18 militares e três civis. Entre eles estava a médica Zilda Arns Neumann,
com 73 anos de idade. Era coordenadora internacional da Pastoral da
Criança, médica pediatra e sanitarista.

Uma semana após esse acontecimento, outro terremoto atingiu o país,


derrubando algumas construções que já estavam com as estruturas abaladas
em virtude do tremor do dia 13 de janeiro. O número de desabrigados foi
enorme (cerca de 1 milhão), e muitas pessoas estão com receio de outro
terremoto e o consequente desabamento das residências, por esse motivo
estão utilizando as ruas como moradia.

A Organização das Nações Unidas (ONU) anunciou que foi destinado 1,2
bilhão para ajuda ao Haiti. No entanto, mesmo com o apoio internacional, a
população haitiana passa por várias dificuldades. Estima-se que 2 milhões
de pessoas precisam de alimentos; a água potável e remédios não são
suficientes para suprir a demanda, e para agravar ainda mais o cenário de
horror, uma onda de saques ocorreu no país, além de brigas pela obtenção
de alimentos.

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