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INTRODUÇÃO
Em todos os tempos, e entre todas as raças, tem existido uma tradição referente a cert
as escolas esotéricas, ou fraternidades, onde um conhecimento secreto, desconhecid
o da maioria da humanidade, podia ser apreendido, e cuja admissão era obtida através
de uma iniciação, na qual os testes e o ritual tinham a sua parte. Quem quer que es
teja familiarizado com a literatura do folclore e da Antropologia, sabe que essa
crença existe entre povos primitivos, dos esquimós do Círculo Ártico aos mineiros indígen
as da Terra do Fogo. Quem quer que tenha estudado história também sabe que isso prev
aleceu desde a primeira aurora da cultura humana. Hoje, nos centros do mundo civ
ilizado, essa crença ainda está viva e, embora possa ser ridicularizada pelos que têm
mentalidade ortodoxa, um observador imparcial não pode deixar de notar que alguns
dos homens mais nobres estiveram entre os seus defensores, e que as inteligências
mais criativas têm, quase sem exceção, dado testemunho de uma fonte de inspiração vinda do
Invisível. É difícil acreditar que esse rumor pudesse se difundir tão amplamente e pude
sse manter tão longa existência se fosse inteiramente destituído de fundamento; ademai
s, o fato de ter ele a mesma forma entre raças que não tiveram relacionamento umas c
om as outras, tal como os egípcios primitivos e os primitivos mexicanos, é prova mai
or em favor dessa verdade. Não é possível demonstrar, àqueles que estão fora dos limites,
a existência de organizações como aquelas a que nos referimos, porque, desde que haja
a revelação dos seus segredos, vem, com isso, a obrigatoriedade do silêncio. É permissível
, contudo, dar informações suficientes para capacitar aquele que busca com ardor dis
cernir o caminho pelo qual pode aproximar-se da entrada de uma ou de outra dessa
s escolas, e, com esse propósito, o ensinamento que se segue, concernente às ordens
esotéricas e às suas funções, é colocado diante do leitor, embora as provas das declarações a
ui contidas devam ser recusadas, até que ele se tenha qualificado para recebê-las. A
s diferentes escolas de ocultismo declaram-se detentoras de uma ciência tradiciona
l, secreta, a elas comunicada, em primeiro lugar, pelos fundadores divinos, e en
riquecida e revisada, de tempo em tempo, por grandes mestres. Essa ciência refere-
se ao estudo das causas que estão por trás dos fenômenos perceptíveis, e os condicionam.
Depois de testes preliminares quanto ao caráter e à aptidão, as fraternidades ocultas
estão preparadas para transmitir a teoria dessa ciência aos candidatos aceitos, e,
subsequentemente, transmitir também os poderes para seu uso prático, por meio das in
iciações rituais. São essas, em resumo, as afirmações feitas em favor das escolas esotéricas
, por aqueles que estão em condição de falar por elas. Frequentemente, e com muita razão
, pergunta-se por que as sociedades que confessam terem sido formadas para servi
r a humanidade, e têm ensinamentos tão valiosos a dar, não se comunicam livremente com
todos os que as procuram. Não deveriam, ademais, estar antes fazendo propaganda a
tiva do seu trabalho, a fim de induzir as pessoas a procurá-las e a compartilhar d
a sua sabedoria, e não, como parece estarem fazendo, esconderem-se como que procur
ando todos os recursos possíveis para evitar observação e impedir que sejam descoberta
s por aqueles que aprenderiam com elas? A resposta a essa pergunta será encontrada
quando a natureza da ciência oculta for compreendida. O caso refere-se aos poucos
conhecidos poderes da mente humana, e a certos aspectos pouco compreendidos da
Natureza. Se
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3 as pesquisas quanto a esses assuntos fossem puramente teóricas, não haveria necess
idade de guardar suas descobertas tão cuidadosamente, mas o conhecimento dos fatos
assim descobertos revela imediatamente suas aplicações práticas. O conhecimento confe
re poder nesse campo de pesquisa, ainda mais do que nos campos explorados pela c
iência ortodoxa, porque o poder que se faz assim disponível é o poder da mente, e os e
feitos do uso desse poder são de tão grande alcance, para o bem como para o mal, que
não é coisa para ser levianamente confiada às mãos de qualquer ser humano. Tal como a l
ei sobre drogas perigosas restringe a compra e a administração de drogas fortes, os
que são os guardiões desse antigo conhecimento tradicional procuram salvaguardar o s
eu uso. Sendo de natureza tão sutil, é impossível evitar os abusos se ficarem em mãos in
escrupulosas; portanto, seus guardiões fazem tudo quanto lhes é possível para que tais
pessoas não tenham acesso a ele. Daí as restrições que cercam o seu ensinamento. Tais r
estrições, entretanto, não são mais severas do que as que se fazem na prática da medicina,
para a qual cinco anos de pesado aprendizado são necessários. Estamos, contudo, tão h
abituados a ver o ensino espiritual dado livremente, a ouvir o chamado: "Olá! Todo
s os que têm essa sede, venham às Aguas da Vida e bebam livremente", que não podemos e
ntender o sistema que recusa qualquer fluxo saído de tal fonte aos que estão sedento
s. A razão está no fato, que não pode ser muito claramente entendido pelos presumíveis n
eófitos, de que a ciência oculta é uma coisa mental, não espiritual, não é boa nem má em si m
sma, mas só na forma pela qual é usada. É poderosa, tanto para o bem como para o mal,
pode salvar almas das quais nenhum outro meio pode aproximar-se, e também pode, me
smo sem má intenção, destruí-las. Não é brinquedo de criança, e são poucos os que estão prepa
para o caminho que leva às alturas. Não obstante, para os que podem aventurar-se po
r ele é uma nobre procura para a alma, uma verdadeira cruzada contra os Poderes da
s Trevas e a iniquidade espiritual em altas regiões. Nos lugares ocultos do mundo,
bem pouco suspeitados pelos que não estiveram face a face com eles, é que homens e
mulheres de coragem, força, e o conhecimento indispensável são necessários para tratar c
om eles. O treinamento dado nas escolas ocultas destina-se a preparar o adepto,
um ser humano que, pelo exercício intensivo, elevou-se acima do desenvolvimento co
mum da humanidade, e está dedicado ao serviço de Deus. Certo trabalho, em conexão com
a evolução e com o desenvolvimento espiritual e a salvaguarda das nações, é empreendido po
r homens e mulheres altamente treinados, embora seu trabalho nunca seja visto e
o local de treinamento jamais se faça conhecido. Seu treinamento real, pode dizer-
se, é feito nos Planos Interiores, e só o treino preliminar, que os prepara para as
Escolas Ocultas, tem lugar nos planos físicos. A Percepção é preparada para a sua Grande
Busca, e aventura-se, sozinha, pelo Invisível. Não se pode dizer muito mais em relação
a esse treinamento, e não muitos estão aptos para ele, mas foi dito o bastante para
alimentar o pensamento.
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AS ESCOLAS OCULTAS
O treinamento de um estudante de Ciência Oculta é feito em estágios bemmarcados, seja
qual for o Raio ou tradição que possam estar sendo trabalhados. Cada estágio é, ou dever
ia ser, a preparação para o que lhe fica acima, e um sério dano acontece quando estuda
ntes passam de estágio a estágio insuficientemente preparados. As condições que aqui são d
escritas não devem ser tomadas como se referindo a qualquer ordem ou fraternidade
em especial, e sim como generalizações e um desígnio de perfeição. Fraternidades têm seus al
tos e baixos, como acontece com outras instituições de estudos. No plano mundano não é p
ossível fugir às limitações da personalidade humana. Um grande ocultista criará uma grande
escola de ocultismo, mas depois da sua morte, o manto cairá sobre ombros indignos
e a glória se extinguira ou se voltará para a corrupção. O caminho da iniciação fez-se tort
uoso no hemisfério ocidental pela perseguição e pelo materialismo, mas as nuvens parec
em estar ficando menos densas, sob o grande impulso do poder espiritual que toda
s as almas sensitivas sentem estar atualmente fluindo pelo mundo. Ordens ocultas
e grupos de estudo estão brotando em todas as direções, e é bom para o aspirante ter al
guma ideia sobre o que uma escola oculta deve ser, a fim de que ele possa compre
ender se aquela na qual pretende se matricular cumpre as exigências do genuíno padrão
iniciatório. Depois que a Reforma libertou os homens para a especulação em assuntos e
cultos religiosos, cada qual, a seu próprio arbítrio, surgiu uma vigorosa safra de s
eitas, algumas das quais diferem da ortodoxia em detalhes tão pequenos que a mínima
demonstração de tolerância e boa-vontade poderia ter evitado um cisma. Outras são tão extr
avagantes em suas doutrinas e práticas que se revelam, obviamente, produtos de men
tes desordenadas. Assim se passa com o ocultismo em nossos dias: urn pouco de co
nhecimento e alguma experiência do Invisível possibilitarão a um homem se instalar com
o professor de ocultismo, e até como iniciador. Esse charlatanismo esotérico está tão di
stante do espírito das Grandes Escolas de Mistérios, como os métodos dos vendedores de
remédios patenteados, nas feiras rurais, estão afastados dos da terapêutica científica.
As Grandes Escolas de Mistérios têm existido desde a aurora da consciência na raça huma
na. Não são fabricadas pela imaginação, fraudes para iludir os supersticiosos, nem exist
em somente nos Planos Interiores. Fora da Europa elas têm florescido sem repressão d
esde tempos imemoriais, reverenciadas e temidas pelos povos que elas guiaram; às v
ezes, aproveitando-se de períodos de desgraça, como as degeneradas escolas de vodu d
os negros, às vezes retendo a nobre tradição, como em certas escolas da Índia e da China
, mas sempre aceitas como uma parte da vida racial tal como as ordens monásticas são
aceitas entre nós . Na Europa, contudo, a religião do Estado, que deveria ter tido
a custódia dos Mistérios, tornou-se, em vez disso, sua perseguidora. Esse infeliz es
tado de coisas veio a existir devido ao expediente político, que colocou em altas
posições homens que não tinham altos graus nos Mistérios. Esses homens, sendo de naturez
a humana, foram naturalmente avessos a se submeter aos seus inferiores no trabal
ho, que eram seus superiores em conhecimento, e assim os ensinamentos esotéricos,
que deveriam ter formado a escola secreta da Igreja, foram interditados como her
esias. Antes, a sistemática perseguição da Reforma esmagou efetïvamente todas as tentati
vas de uma Gnose. E, depois da Reforma, o intelecto desorientado da época, reagind
o contra as doutrinas de uma teologia sem luzes,
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31 desprezou todo o transcendentalismo, considerando-o superstição. Os estudos do oc
ultismo foram, por conseguinte, limitados aos muito poucos que, em qualquer época,
são capazes de pensar livremente, ou aos mais ignorantes, entre os quais uma magi
a tradicional ainda sobrevivia às influências civilizadoras da época, tais como eram.
Essas últimas trouxeram descrédito para a ciência do Invisível, o que forçou seus mais val
iosos estudantes a ocultar seu interesse, e assim a Ciência Oculta, na Europa, lev
ou, durante vários séculos, uma vida de perseguição e revelou os defeitos que uma existênc
ia assim deve invariavelmente provocar. Os Conceitos Arquetfpicos, contudo, perm
aneceram nos Planos Interiores, e todas as vezes que homens, individualmente, fi
zeram-se capazes de elevar a consciência até ali, encontraram as grandes Ordens Secr
etas ainda existentes no Invisível, embora a perseguição tivesse destruído suas formas fís
icas. Era como se o espírito imortal dos Mistérios sobrevivesse à morte do seu corpo fís
ico o Templo e aqueles que tiveram possibilidade de elevar sua consciência a um pl
ano superior puderam comunicar-se com as Ordens mortas. Durante a segunda metade
do século foram feitas inumeráveis tentativas para induzir a alma dos Mistérios a ree
ncarnar, e essas tentativas obtiveram diferentes êxitos. A partir de muitos esforços
malogrados, a tradição está sendo reformada, aos poucos. O fogo latente do conhecimen
to oculto foi soprado para fazer-se chama, e os deuses novamente vieram aproxima
r--se do homem. Durante as Idades Escuras do ocultismo europeu, qualquer forma d
e trabalho de Loja foi quase impossível, porque a reunião de um certo número de pessoa
s era difícil de esconder e despertava suspeitas. O sistema de treinamento do apre
ndizado foi usado, portanto, por poucos iniciados europeus que mantiveram viva a
fagulha. Tomaram alunos, individualmente, em seus laboratórios, tal como o mestre
artesão fazia em sua oficina. E esses alunos, depois da morte do Adepto, ou se di
spersavam, habitualmente, a fim de procurar maior instrução, ou tomavam alunos por s
ua própria conta, se estivessem suficientemente adiantados. O recuo causado por es
se sistema pode ser observado facilmente. Como todo o ensinamento sem supervisão,
ele inclinou-se para o relaxamento e para a degenerescência, e é por isso que a Trad
ição Esotérica Ocidental, no plano físico, não possui uma grande literatura, como tem a Tr
adição Oriental. Não obstante, como não precisamos lembrar a nenhum estudante do assunto
, a parte mais importante de uma Ordem está nos Planos Ocultos, e essas Ordens Ocu
ltas permaneceram intactas através das épocas, recebendo os raros iniciados que tive
ram a possibilidade de encontrar seu caminho até elas, por pura intuição e aguardando
seu momento, à espera de que os homens uma vez mais sejam livres para construir o
templo que deve abrigar o sacrário. Quando um templo tenha sido assim levantado, e
o altar ordenado de acordo com o melhor conhecimento dos artesãos, será necessário ac
ender o Fogo Sagrado. Isso só pode ser feito trazendo-se uma brasa ardente de um o
utro altar, a não ser que o Sumo-sacerdote seja da Ordem de Prometeu, e não há muitos
que o sejam. Ou, para variar a metáfora, a sucessão apostólica está na essência da iniciação,
pela razão de que o professor tem de induzir na alma de seu discípulo um tipo partic
ular de atividade e, a não ser que ele próprio esteja funcionando daquela maneira, não
terá possibilidade de fazer isso. Ele tem que fazer a consciência superior, do discíp
ulo, até então adormecida, dar início ao funcionamento. Isso é feito por meio de um proc
esso conhecido como indução solidária de vibração. Se um piano e uma harpa estiverem coloc
ados um junto do outro, e uma certa nota for batida no piano, a nota corresponde
nte irá soar na harpa,
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32 por causa das vibrações do ar, procedentes da corda vibrada do piano, que se intr
oduzem sobre as cordas da harpa, e uma delas, a que for capaz de vibrar com aque
le ritmo, é posta em movimento. A mesma coisa acontece com o iniciador e seu discípu
lo. A atividade do eu superior do iniciador estimula a do discípulo. Essa é a parte
mais vital do treinamento oculto. A teoria do ocultismo pode ser aprendida nos l
ivros que agora estão à disposição do grande público, mas é apenas com o ocultista ativo que
um estudante pode receber a inoculação espiritual que irá operar em suas veias. Muito
poucas são as almas que tiveram a possibilidade de conceber através do Espírito Santo
, e o estudo dos livros sobre embriologia não as levará para muito mais próximo do seu
objetivo. Os Sacerdotes da Ordem de Prometeu são aqueles Portadores da Luz que in
stituem os novos graus nos Mistérios, à proporção que o avanço da evolução torna o homem mais
capacitado para receber ensinamento maior. São eles os primeiros dispensadores de
um grau que ainda não tenha sido trabalhado sobre a Terra. Não se deve pensar, porta
nto, que quando um homem apareça com um ensinamento novo, seja, forçosamente, um Sac
erdote da Ordem de Prometeu. A Ordem de Prometeu é o grau superior que mais se apr
oxima da Ordem de Melquisedeque, e esses graus não são conferidos aos simples e igno
rantes, como se dá com os graus místicos da Luz Interior, tal como os Quacres sabem,
mas representam as mais altas aquisições de um iniciado. Devemos recordar que Moisés
foi levado, como recém-nascido, ao palácio do Faraó, e que o Senhor Jesus foi "levado
para o Egito" quando criança. A importância dessas palavras não precisa ser enfatizada
para os estudantes de ocultismo. Cuidado com o ocultista autodidata. Ele não é conf
iável, tal como não o é o médico autodidata. Grande peso é dado à sucessão apostólica, ou der
de uma genuína tradição, e não há trabalho oculto, tomado como distinto do desenvolvimento
místico, que seja possível sem isso. Pode ser que a brasa trazida ao altar, recente
mente consagrado, seja, para todos os observadores externos, apenas cinza morta,
mas se ali houver a mínima fagulha de fogo, ela poderá ser soprada e fazer-se chama
, e então, uma criteriosa quantidade de combustível permitirá que o altar resplandeça na
quele fogo, e as iniciações podem ser levadas a efeito com a sua luz e calor. Para o
fogo do altar duas coisas são necessárias: carvão aceso e um suprimento de combustível;
e, embora a sucessão apostólica seja trazida de uma tradição genuína, a não ser que haja co
nhecimento oculto, a não ser que o templo esteja adequadamente orientado, o fogo não
poderá ser soprado para se tornar chama. E mesmo depois que tenha sido devidament
e aceso e preparado, pode ainda acontecer-lhe apagar-se por falta de combustível,
ou sufocado sob as cinzas. Nem todos os que gritam "Senhor, Senhor" são convocados
por nosso Pai. Uma escola de ocultismo só pode ser fundada por um iniciado de alg
uma grande tradição. Deve ser recordado que Paracelso viajou pelo Oriente Próximo ante
s de receber poder oculto. E lembraremos, também, que Madame Blavatsky adentrou o
Tibete antes de ficar habilitada a fundar uma escola esotérica. O motivo que leva
os Mistérios Menores da Europa a usarem a terminologia do negócio de construção é o fato d
e que as relações necessárias para os graus são encontradas em rituais adulterados, que
as associações medievais de construtores realizavam "para dar sorte" quando lançavam a
s pedras dos alicerces. Esses rituais datam dos tempos em que os templos dos Mis
térios eram projetados como grandes símbolos e sistemas de correspondência, e os homen
s que fizeram o trabalho tinham sido, portanto, iniciados em certos graus inferi
ores, a fim de poderem realizar corretamente suas tarefas. Só trabalhadores inicia
dos tinham permissão para construir esses templos simbólicos, tal como só zeladores in
iciados podem cuidar dos templos maçónicos. Assim, um conhecimento elementar dos
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33 Mistérios bem como um conhecimento elementar de mecânica faziam parte do treiname
nto do melhor tipo de construtor. Quando a construção de templos deu lugar à construção de
igrejas, a tradição sobreviveu por muito tempo. Os construtores persistiam em levan
tar suas estruturas exatamente do Leste para o Oeste, aplicando nefas uma grande
quantidade de antigo simbolismo que seus novos empregadores não reconheciam senão c
omo ornamentos. Isso não quer dizer que os pedreiros que ali trabalhavam tinham ta
is desígnios esotéricos, tal como a eles é atribuído por escritores imaginativos, pois r
aramente eram iniciados dos Grandes Mistérios, seguiam apenas os modelos comuns e
careciam de ideias srcinais. Assim, muitos dos símbolos das fés antigas foram prese
rvados para nós, em nossos edifícios cristãos, muito depois de todos os resquícios de co
nhecimento já não estarem mais ao alcance dos homens que os trabalharam. Os velhos r
ituais foram conservados como supersticiosos dispensadores de sorte, do mesmo mo
do como uma criança que rezasse habitualmente: "Não nos deixeis cair do trem na estação.
" * Mas, quando homens de conhecimento, em 1717, quiseram fogo vivo para seu alt
ar recentemente erguido, descobriram que os rituais antigos forneciam algumas br
asas vivas sob suas sufocantes cinzas, e serviram-se delas. * Há uma semelhança da f
rase do Pai-nosso, em inglês: "Lead us not into temptation" com a que está expressa
no srcinal, "Lead us not into Thgmes Station". Assim, tentamos uma adaptação utiliz
ando a frase acima por ter certa similaridade com "Não nos deixeis cair em tentação" (
N.T.).
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JURAMENTOS E OBRIGAÇÕES
Os que estão de fora questionam, com frequência, a sensatez e o direito do ocultista
de guardar seu conhecimento, pela imposição de juramentos de silêncio. Estamos tão habi
tuados a ver os cientistas oferecerem livremente suas descobertas benéficas a toda
a humanidade que sentimos essa humanidade injustiçada e espoliada, se qualquer co
nhecimento se mantiver secreto por não serem suas descobertas imediatamente postas
à disposição de todos os que desejem compartilhar delas. O iniciado responde a essa a
cusação dizendo que é o guardião desse conhecimento no interesse da humanidade, e, da me
sma forma como um tutor não consentiria que um menor desbaratasse a sua fortuna, e
m imprudentes extravagâncias e loucas especulações, antes de ter idade para compreende
r a natureza das suas responsabilidades, os Irmãos Mais Velhos não permitirão que a hu
manidade sofra castigos por intromissão com grandes poderes desconhecidos enquanto
ela não tiver alcançado um estágio de desenvolvimento que a torne suficientemente sen
sata, disciplinada e purificada para que possam confiar nela. O conhecimento é gua
rdado em segredo a fim de que a humanidade possa ser protegida do seu mau uso em
mãos inescrupulosas. Quem quer que compreenda a natureza da Ciência Secreta e os po
deres que ela confere, verá a necessidade de tal precaução. A mente possui certos pode
res pouco conhecidos, mas tão vigorosos e tão sagazes que, usados para o crime, pode
riam subverter o sistema social de uma nação. Os tribunais reconhecem a influência ind
evida que uma pessoa pode ter sobre outra, mas têm pouca percepção de um tipo de influên
cia que a mente treinada pode exercer sobre uma outra que não o seja. O verdadeiro
iniciado usa seu poder a fim de desenvolver e treinar as faculdades superiores
de seu discípulo, mas os seguidores do Caminho da Esquerda usam-no para seus próprio
s fins, sem pensar no interesse ou no bem-estar daqueles sobre os quais pode obt
er influência. Portanto, é do interesse da humanidade que o conhecimento transmissor
de tais poderes seja retido em mãos confiáveis, da mesma forma como é necessário que o
poder para conseguir drogas poderosas e perigosas deva ser salvaguardado, a fim
de que possa ser procurado apenas para propósitos legítimos, e por pessoas honradas.
O iniciado do Caminho da Direita emprega todos os esforços para assegurar-se de q
ue a Ciência Secreta seja ensinada a discípulos dignos disso, e somente a eles. Por
esse motivo, prende a um juramento de silêncio cada aluno que recebe, para que o n
eófito não comunique o conhecimento dado, antes de estar em condições de avaliar a sua i
mportância. Certo arbítrio é permitido aos iniciados dos graus superiores eles podem s
e prender ao juramento ou não. A maioria dos sistemas de treinamento oculto, porém, é
guardada por compromissos muito severos, e mesmo o Adepto está preso ao juramento
de só poder transmitilos nas condições em que ele próprio os recebeu. Assim, vemos algun
s dos velhos sistemas guardando, com terríveis juramentos, informações que de há muito vêm
sendo impressas e publicadas. Isso é motivo de permanente zombaria, em relação a um d
os grandes sistemas ocidentais, o dizer-se que seus iniciados atrairiam os poder
es do Inferno, se divulgassem o alfabeto hebraico. Entretanto, embora haja ponto
s sobre os quais as escolas ocultas poderiam, com proveito, reconsiderar sua pos
ição, na mente de quem quer que esteja familiarizado com a natureza do trabalho empr
eendido em uma escola de ocultismo prático, não há a menor dúvida de que o juramento de
silêncio é necessário.
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43 Nenhum iniciado do Caminho da Direita recusaria o conhecimento a alguém que fos
se digno de recebê-lo. Ele deseja, ao contrário, levar consigo sua colheita, quando
for chamado a entrar na Grande Loja Branca. Procura, sinceramente, alunos aos qu
ais possa treinar para ajudá-lo em seu trabalho, porque, sem essa assistência, muita
s tarefas tornam-se impossíveis para ele. Por outro lado, contudo, não ousa, para su
a própria proteção, se não por melhor motivo, aceitar como aluno alguém que pareça capaz de
servir-se de tal conhecimento para trair a sua confiança. Por esse motivo é que subm
ete seus alunos a testes, e só os admite gradualmente ao conhecimento que possui,
de forma que possam eles, sob o rigor do treinamento oculto, revelar falhas de c
aráter insuspeitadas, e possam ser rejeitados antes de terem ido longe o bastante
para se tornarem perigosos. O crítico dos Adeptos formaria uma opinião mais segura d
a atitude deles se não os olhasse como guardiães de um tesouro, distribuindo-o de má-v
ontade e com parcimônia aos candidatos cujos direitos foi impossível ignorar ou desa
fiar, e sim como treinadores de cavalos de corrida, pacientemente pondo à prova an
imal após animal, na esperança de que um deles possa finalmente se encontrar em cond
ições de vencer o Grande Prémio Nacional. O Adepto que aceita um discípulo sem condições de
aprender, faz-se culpado de crueldade, tanto quanto o cavaleiro que atira um cav
alo para um obstáculo que ele não pode ultrapassar. Mas, embora aquele que busca a i
niciação possa estar preparado para aceitar o juramento de sigilo como uma das condições
do seu treinamento, no Ocidente pensa-se que não se lhe deve pedir um juramento d
e obediência. No Oriente, entretanto, esse não é o caso, e muitas, se não a maioria das
escolas orientais e escolas provenientes do Oriente pedem aquele juramento como
parte da sua disciplina. Elas são, sem dúvida, as melhores julgadoras das necessidad
es das almas que estão sob seus cuidados, mas esse sistema não se adapta ao temperam
ento ocidental, treinado por gerações em liberdade, e nunca foi parte da Tradicão Ocid
ental, mesmo numa época em que as nações às quais ela servia ainda mantinham a escravidão
e a autocracia. é bem verdade que, para a iniciação, o aluno deve oferecer dedicação sem r
eservas a seu Mestre, mas não deve permitir que ninguém interprete para ele os termo
s dessa dedicação. Seu próprio Eu Superior deve ser o único juiz. O verdadeiro iniciador
irá ajudá-lo a encontrar seu Mestre, mas nem por um só momento deverá colocar-se entre
esse Mestre e o aluno, e se tal tentativa for feita, o aluno é aconselhado a repel
i-la peremptoriamente. Na verdade, o ocultista de um grau superior pode trazer-l
he uma mensagem ou instrução de seu Mestre, mas ele nunca deve vê-las como autoritárias,
a não ser que "levem seu coração a arder dentro de si", a não ser que haja uma resposta
da intuição que as torne válidas para ele. Suponhamos, por exemplo, que um Adepto dig
a a um neófito que o Mestre deu tal e tal instrução para ele, e o neófito responda: "Ess
a instrução não me parece correta." Quem é o melhor juiz? Incontestavelmente é o neófito, po
rque é melhor para o seu desenvolvimento que erre como homem do que ser empurrado
para a frente como escravo. Aprenderá mais de um engano honesto do que de uma conf
iança não-inteligente no julgamento de outros. Precipitação e pretensiosa autoconfiança re
ceberão, sem dúvida, a sua punição, mas o homem que tem a coragem das suas convicções obterá,
provavelmente, muito mais da iniciação do que aquele que se contenta em deixar algum
outro pensar por ele. Conselho é uma coisa, ordem é outra. O conselho é dado a fim de
que possa esclarecer o entendimento, e só tem de ser seguido depois de madura con
sideração. Um homem da raça ocidental geralmente responde que é incompatível com o seu carát
er receber, em questões de consciência, ordens dadas por um seu semelhante falível. Se
rá
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44 bem audacioso o homem que assuma a responsabilidade de guiar outra alma, de o
lhos vendados, entre o Céu e o Inferno. O verdadeiro treinador de almas sabe que a
exigência de tal juramento não serve a propósito algum, porque, a não ser que ele estej
a preparado para levar seus alunos, corporeamente, para o Reino do Céu, deve ensin
ar-lhes a caminhar com seus próprios pés, e eles jamais poderão fazer isso enquanto fo
rem mantidos entre as talas de um juramento de obediência. E, realmente, se o trei
nador os levasse, é muito de se duvidar que o Céu os recebesse, porque a iniciação reque
r grandes qualidades de caráter e, estas, não se pode aprender, a não ser em liberdade
. Os Mistérios sempre pedem a um homem que ele seja tão livre quanto de boa reputação, e
isso não é um grupo de simples palavras conservadas dos velhos tempos, porque, se u
m homem tiver uma natureza tal que passe prontamente para o domínio de um outro ho
mem sem instintivamente se ressentir do processo, provavelmente se deixará dominar
pelos seres que não são seus semelhantes, e tombará vítima da obsessão. O que se pede ao
neófito não é cega obediência, mas inteligente compreensão dos princípios. Seu professor ped
e-lhe que alcance um tal grau de autodisciplina que, quando um princípio lhe for e
xplicado, ele imediatamente tenha possibilidade de pô-lo em prática, sem que o zurro
do Irmão Asno se torne indevidamente sonoro. Por exemplo, se o Adepto tem de inst
ruir o neófito para ficar de vigília até o alvorecer, espera que ele seja capaz de man
ter-se acordado, e não vai ficar toda a noite vigiando, para cutucá-lo cada vez que
ele mostre sinais de cochilo. Como é possível passar por qualquer teste, se o aluno
está habituado a obedecer instruções ao invés de pensar por si próprio? Os testes do ocult
ismo são baseados, em parte, na aplicação inteligente dos princípios às circunstâncias e, em
parte, no caráter e na vitalidade; e uma capacidade de obediência cega não levará o can
didato a passar por esses testes. O pedido de um juramento de obediência não soa bem
, porque se a obediência for necessária para propósitos que obteriam a aprovação do discípul
o, porque ele, como homem livre, não iria oferecer a sua lealdade? E se eles forem
de tal natureza que não mereçam a sua aprovação, é correto que o discípulo seja coagido con
tra a sua consciência? Se a luz que existe nele é tão fraca que não lhe dá possibilidade p
ara compreender os princípios em questão, esse candidato não pode ser colocado em posição
de ter de tratar com problemas que estão além de seus poderes. Alguém faria uma criança
de Jardim da Infância jurar lealdade a Euclides e obediência aos seus princípios? Quan
do essa criança compreender as proposições de Euclides, verá que elas são evidentes por si
mesmas. O mesmo se dá com os princípios ocultos: eles são leis naturais, não decretos a
rbitrários, e argumentar com eles é o mesmo que chicotear uma muIa morta. Os futuros
professores da Ciência Oculta compreenderão que sua posição é tão inexpugnável como a de um
strónomo, e que eles podem, com segurança, deixar um discípulo recalcitrante ser trata
do pelas leis que ele desafia, e assim haveria muito menos rumores sobre cisma e
rebelião nas escolas de ocultismo. Nesses assuntos, homem algum tem necessidade d
e tomar a lei em suas próprias mãos, seja ele discípulo ou iniciador. Suponhamos que o
discípulo de um astrônomo ameaçasse saltar para fora da Terra; seu mestre iria trancá-l
o, para salvar sua vida? Suponhamos que ele ameaçasse maltratar a Lua, o astrônomo f
aria com que jurasse solenemente que evitaria isso? Os Mestres podem cuidar de S
i Mesmos, e se persistirmos em colocar obstáculos às revoluções cósmicas, nós é que teremos o
pulso quebrado e nenhum agradecimento pelos nossos esforços. Se um professor basei
a seus ensinamentos nos princípios espirituais, pode, com segurança, entregar seus d
iscípulos a esses princípios, seja
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45 para recompensas ou para punições. O homem que se firma em tais princípios está em po
sição inexpugnável e nada pode deslocá-lo dali. Mesmo que seja um neófito tateando na escu
ridão, o princípio espiritual é o fio que o levará à saída do labirinto: se deixar de segurá-
o estará perdido, e se o mantiver poderá ser seu próprio iniciador. Um dos testes dos
Mistérios tenta o candidato para uma ação fora dos princípios em nome dos Mestres, e, se
ele tiver tão pouca compreensão de sua natureza a ponto de ceder, será rejeitado. "Am
arás o Senhor teu Deus com todo o teu coração, com toda a tua alma e com toda a tua fo
rça" e "Só a Ele servirás": a função do professor, do iniciador, da Fraternidade, ou da Or
dem, é levar-te a Deus, e não a de tomar o lugar de Deus e exigir tua lealdade. "Sig
am-me apenas até onde eu seguir os Mestres" disse H. P. Blavatsky, falando como ve
rdadeira iniciadora. Todos os ocultistas brancos te dizem que nunca deves renunc
iar à tua vontade. Dirão, também, que nunca deves renunciar ao teu julgamento. O profe
ssor que te pede que o sigas cegamente não está te treinando mais do que um matemático
que usa o mesmo método. Se uma sugestão não toca a tua razão e consciência, rejeita-a. Os
que sobem muito ficam sujeitos a grandes tentações, e nunca sabemos quando a vertig
em das alturas pode tomar conta mesmo do maior entre eles. Há assuntos nos quais o
s espectadores muitas vezes vêem a maior parte do jogo, e o caminhante, embora um
tolo, pode, às vezes, formar um julgamento mais claro do que o daqueles cujos olho
s estão ofuscados por excesso de luz. As questões de princípios nada têm a ver com o int
electo. Referem-se ao caráter e, por pouco que conheças de ocultismo, és competente pa
ra decidir uma questão de princípio pela orientação da tua consciência, que, para ti, é a vo
z do Mestre.
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46
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PROCURANDO O MESTRE
Aludimos à história da iniciação de modo muito resumido, de todo resumidamente, sem dúvida
, para o leitor comum, não versado no assunto. Ela se destina a estudantes, não à prop
aganda, e os rudimentos são tidos como certos. ë destinada, ainda, para indicar o mo
do de aproximação ao ramo ocidental da grande Tradição Esotérica para aqueles que, tendo t
omado conhecimento do que pode ser proclamado publicamente sobre a Sabedoria Sec
reta, estão desejosos de continuar seus estudos nos aspectos mais profundos do ass
unto. Para tal fim, diligência e intelecto não são o bastante; certas condições de caráter e
certas atitudes da mente são exigidas, e aquele que pretende ser estudante deve d
isciplinar e desenvolver sua natureza, tanto como seguir com suas pesquisas. O E
u Superior é o primeiro iniciador, nenhum outro pode nos pôr em contato com os Mestr
es Invisíveis, e o trabalho preliminar tem de ser executado subjetivamente. Geralm
ente pergunta-se se é possível que a iniciação tenha lugar sem que a mente consciente es
teja ciente da experiência. A resposta a essa pergunta é negativa. A iniciação envolve a
unificação da consciência superior e inferior, portanto não pode, obviamente, ter lugar
sem que a pessoa esteja ciente disso. E, se fosse possível, não serviria a um propósi
to útil. Isso, seja como for, é verdade na Tradição Esotérica Ocidental, onde os graus con
ferem reais poderes ocultos que têm de ser demonstrados para aprovação dos magos antes
que o aluno possa subir para graus superiores. Se o mesmo acontece na Tradição orie
ntal, a escritora não pode dizer, pois não é uma iniciada nessa Tradição, mas a evidência ap
onta para o mesmo estado de coisas ali prevalecente, e para a posse dos Siddhis,
ou poderes ocultos, por todos os autênticos iniciados daquela Tradição. Um diferente
estado de coisas, entretanto, aparece quando uma alma encarnada em um corpo ocid
ental procura, enquanto reside em país ocidental, obter real contato com um Guru o
riental, para tomar uma iniciação oriental. Em tal caso pode bem ser possível que a pe
rcepção da experiência não consiga penetrar o veículo físico. Seria de se considerar, então,
ue tal experiência tenha sido apenas parcial, e com certeza não iria conferir Siddhi
s, ou Poderes do Grau. Seus frutos podem amadurecer em uma outra encarnação, mas dif
icilmente na presente existência. Portanto, os iniciados do Ocidente sempre afirma
ram que os métodos ocidentais devem ser usados por pessoas ocidentais, e eles jama
is foram negados a candidatos adequados, nem a qualquer grupo ou sociedade que v
enha com as mãos limpas à procura de contatos. A grande Tradição Esotérica Ocidental é uma f
orça viva. O Caminho Ocidental é uma estrada aberta, palmilhada por incontáveis pés, e t
odos os que a procuram irão encontrá-la. O Mestre está ciente da existência do discípulo,
e pode até ter iniciado o treinamento preliminar antes que o aluno esteja suficien
temente sensível às forças psíquicas para sentir-se ciente da presença do Mestre. O treina
mento preliminar pode, realmente, seguir-se sem o conhecimento por parte do discíp
ulo. A invocação que chamou o Mestre pode ter sido esquecida, e a busca, embora aind
a desejada, pode ter sido vista com desânimo, e o buscador acredita que clamou a o
uvidos demasiadamente distantes para ouvi-lo, ou que até nem existam. Contudo, o t
rabalho pode estar se desenvolvendo com firmeza sobre o seu eu superior, além do âmb
ito da percepção do cérebro. Que ele não desanime, mas mantenha sua aspiração, e, no momento
devido, terá sua colheita, se não falhar. Dia a dia a consciência superior está sendo l
evada cada vez mais para perto do
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50 limiar. As grandes forças que os Mestres deixam livres sobre a alma que se abre
para Elas estão enchendo suas profundezas, como uma nascente fluindo para um rese
rvatório. Lentamente, as águas reúnem forças por trás da barreira que separa a subconsciênci
a da consciência, e, quando chega a hora, o iniciador coloca a mão sobre a alavanca
que opera as comportas, e a água flui para o canal determinado. Essa operação, entreta
nto, tem dois aspectos e é executada em dois planos simultaneamente, tal como um tún
el através de uma montanha é perfurado ao mesmo tempo nas duas extremidades. E tal c
omo o impulso na feitura de um túnel depende da habilidade dos engenheiros e da ex
atidão de seus instrumentos, para que os dois cortes se encontrem ou se percam um
do outro, nas entranhas do monte, também depende da habilidade psicológica do profes
sor que as duas linhas do desenvolvimento se encontrem ou se percam na profundez
a do subconsciente do aspirante. Seu dever é fazer com que o treinamento da person
alidade e da mente consciente seja conduzido,de tal forma que as partes torcidas
se façam retas, e o Caminho da Alma seja levado a alinhar-se com o Caminho do Pod
er do Espírito, descendo como o fulgor de um relâmpago. Se isso não for feito, a junção en
tre os dois Caminhos pode ter de ser feita por meio de uma curva em S, como a qu
e deformou um dos primeiros túneis dos Alpes. Essa sinuosidade no caminho do poder
é sempre uma fonte de perigo, porque a tendência de uma força é seguir sempre em linha
reta, e ela pode falhar ao tomar a curva. Essa força, cavando um caminho através da
percepção e derrubando tudo quanto encontra em sua passagem, é conhecida pelos ocultis
tas como um dano, e vem a ser causa de muitas patologias, tanto da mente como da
moral e do corpo. O risco de uma tal ocorrência é muitíssimo diminuído quando o Caminho
é palmilhado sob a orientação de um professor de confiança. Ele saberá qual é o ângulo da di
eção da força iniciatória e pode instruir seu aluno sobre o modo como ele poderá alinhar c
om ela o estado de percepção. Como aquele que vislumbrou a possibilidade do Grande T
rabalho poderá encontrar um Mestre que o treine para o seu desempenho? Esta é uma pe
rgunta importante para o buscador sincero. Mas, recordem isto: andar pelo Caminh
o é muito diferente de estudar o mapa. O mapa pode ser estudado à luz da lâmpada, junt
o à lareira, e o Caminho é percorrido sob o vento e a escuridão dos pontos improdutivo
s da alma. Porque o Caminho está dentro, e leva, da percepção do cérebro, através da subco
nsciência, à superconsciência. E, apesar disso, ele não é nada subjetivo, e é em relação ao a
cto objetivo da indagação que o estudante sem dúvida se sentirá curioso. Consideremos a
história espiritual de alguém que se volta para a busca, e notemos os estágios pelos q
uais passará. Primeiro, vem a formulação do conceito: ele concebe a ideia da iniciação e o
ideal do serviço de,um Mestre, e deseja fazer a sua dedicação. Mas, basta o desejo? S
im, é o bastante, se for bastante forte e bastante longo; se continuar sem hesitação e
sem abalos, através de todas as provas da alma que testarão a sua fibra, através da p
urgação que a purificará para o contato com o Mestre e através do duro trabalho do trein
amento que a irá preparar para o serviço do Mestre. Se o desejo da iniciação se mantiver
firme através de tudo isso, levará o discípulo aos pés do Mestre. Como são poucos, entret
anto, os que conseguem, ou sequer compreendem a força do desejo que se faz necessári
a para produzir a iniciação! A bela tradição oriental fala do Mestre que manteve seu dis
cípulo sob a água até que ele ficasse quase sem fôlego, e disse-lhe que, quando ele dese
jasse a luz tão fervorosamente quanto havia desejado o ar, o receberia. E a história
ocidental fala do homem que vendeu tudo quanto tinha, a fim de
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51 comprar uma pérola de grande preço. Aquele que põe o pé no Caminho, pode nada levar c
onsigo; nus viemos para o mundo, e nus o deixaremos, passando para uma consciência
superior. Os "que desejam o céu" são muitos, mas os que suportam a jornada divina são
poucos. É impossível tirar o maior proveito de ambos os mundos, porque onde nosso t
esouro estiver, aí estará também o nosso coração. Só aqueles para os quais a sensualidade da
carne, o desejo dos olhos e o orgulho da vida deixaram de ter significação, podem t
entar o Caminho que leva às alturas, e para eles a jornada não será penosa, porque via
jam leves. O que vai com as mãos vazias caminha facilmente. O grande peso das nece
ssidades egoístas é que fazem a trilha cansativa. Logo depois vem para a alma um perío
do amargo de conflito. Ela vislumbrou o ideal divino, bebeu as águas vivas do espíri
to, e essas águas geraram nela uma sede que não pode ser saciada na Terra. Tendo con
hecido a realidade, não encontra repouso nas aparências. Entretanto, ainda não exauriu
os deleites da matéria. O melhor é que essa pessoa calcule seriamente o custo, ante
s de embarcar na Grande Busca e de chamar os Mestres para ajudá-la em suas pesquis
as. Porque os Mestres aceitarão a sua palavra, se ela os invoca, e levam-na a pass
ar pela chama da circunstância, de forma que toda a impureza seja expurgada de seu
caráter. Se, entretanto, o minério da sua natureza for expurgado de seu caráter. Se,
entretanto, o minério da sua natureza for pobre de metal espiritual, a conflagração as
sim causada irá gerar tal calor que o ouro fundirá e escorrerá, e a forma daquele home
m será perdida. Só o homem despido de desejos pode passar pela Grande Liberação, e quand
o alguém que é governado pelos desejos tenta a passagem, esses desejos, sendo arranc
ados pelas raízes, sangram a alma. É melhor que um amadurecimento do espírito seja obt
ido de forma que deixe de lado seus desejos carnais, naturalmente, ultrapassando
-os, ao invés de violentar os instintos da natureza. Não é a supressão, mas a ultrapassa
gem dos desejos que devemos procurar. Os frutos maduros soltam-se das hastes com
facilidade, e o homem, que tiver aprendido as lições que a vida nos dá, irá passar sem
queixas. Uma experiência abortiva, incompleta, da vida, não é bom alicerce para a ilum
inação. A iniciação não pode ser obtida em menos de três encarnações de firme esforço dirigid
primeira encarnação a alma concebe o ideal e embalao em segredo, preenchendo todos
os deveres da humanidade com humildade e paciência, construindo assim o seu caráter.
Na segunda encarnação a alma sofre testes e purgação, e tem de enfrentar seu karma e de
ssa época se fala como a encarnação-semente. Na terceira encarnação ela recapitula rapidam
ente o desenvolvimento obtido nas outras duas, e está pronta para o Caminho. Cada
pessoa que concebe o ideal da iniciação tem de certificar-se sobre se a consciência es
tá sendo despertada pela primeira vez, ou se é a memória que retorna das profundezas d
o subconsciente, depois do sonho entre os nascimentos. É aqui que o conselho de um
professor que possa ler os Registros é muito necessário, porque a imaginação aquecida p
ela ambição da aventura ou pelo espírito de emulação pode levar o candidato a extraviar-se
gravemente, fazendo-o correr o risco de sair da sua profundidade. Pode também aco
ntecer que a vida anterior, preparatória, não tenha preenchido o seu propósito e a pre
paração tenha ficado incompleta. O trabalho, então, tem de ser feito novamente, antes
que se consiga um avanço maior. Finalmente, há muitas almas que foram iniciadas no p
assado, mas foram deslocadas para a Magia Negra, ou falharam em um teste, e deve
m, trabalhosamente, subir de volta pelo caminho que foi perdido. Tais almas são psíq
uicas, frequentemente, mas não têm conhecimento do ocultismo. Os sentidos sutis que
foram desenvolvidos
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52 podem permanecer, mas os contatos foram rompidos e as lembranças obliteradas pe
lo Mestre que foi traído. Para esses, o Caminho é proibido até que a expiação esteja compl
eta e o erro sanado. Seu próprio instinto é o melhor guia nesse caso, porque eles sa
berão, com exata certeza, quando a barreira invisível desce e eles estão livres para s
eguirem adiante. A aspiração da alma pela iniciação deverá ser formulada e mantida com uma
inabalável determinação; deverá ser meditada e pensada longamente, em vigílias noturnas,
e cada ação das horas despertas será dedicada ao aperfeiçoamento do caráter e ao serviço da
humanidade, e, através disso, ao dos Mestres. A alma, porém, deve aguardar, humildem
ente, as experiências psíquicas, sem procurar projetar-se nos espaços astrais onde não t
em guia, mapa ou bússola. No momento exato, quando tiver chegado a hora, ela viaja
rá realmente, pelos caminhos astrais, mas sob os cuidados de um guia, não sozinha. O
s Mestres recebem almas como discípulos, não para benefício da alma, mas para benefício
do Grande Trabalho. Um homem não é treinado para satisfazer sua curiosidade ou entus
iasmo, mas apenas na medida em que tenha valor como servidor. Por esse motivo é qu
e o desejo altruísta de servir é o passo mais seguro para o Mestre. Ninguém que deseje
conhecimento ou poder para si próprio jamais terá êxito em obter a mais recôndita essênci
a dessas coisas. Pode tornar-se um mago, ou um vidente astral, ou mesmo possuir
sabedoria intuitiva, mas a Luz espiritual do Recôndito estará apagada. Não nos enganem
os: o Espírito é a meta desta busca. Tudo o mais é um meio para um fim, tudo o mais é ap
arência, não realidade. E, embora as aparências possam não ser forçosamente ilusórias, e sim
um verdadeiro e exato simbolismo e um sistema de correspondências, elas não podem s
atisfazer a fome da natureza espiritual em busca do Espírito de Deus. O corpo astr
al funciona no plano astral, e o corpo mental desperta para a consciência no plano
mental, quando recebe a sua iniciação, mas o corpo espiritual não deve despertar para
o mundo do Espírito, antes que o homem sétuplo esteja completo. Nem mentalidade nem
emoções satisfarão as necessidades do espírito. Em União com o Divino, que os esoteristas
ocidentais concebem como sendo a suprema iniciação, a Fagulha do Espírito Divino, que
é para o homem o que o grão de areia é para a pérola, acorda para a consciência dentro do
corpo inteiramente formado no sexto plano do espírito concreto. Essa é a primeira d
as iniciações cósmicas, porque, sendo a Fagulha Divina, metaforicamente falando, do Pl
ano de Deus, passou para além do Círculo Sem Passagem do universo projetado para o C
osmos numenal, onde reside a consciência da Grande Entidade. Esse supremo ideal es
piritual nunca deve ser perdido de vista durante toda a longa extensão do Caminho:
só ele é a meta, pois nenhuma outra coisa pode proporcionar a perfeição final e integra
l. Se esse marco for conservado sempre diante dos olhos, o viajante não se desviará
da trilha, porque, embora a jornada seja feita por estágios e através de diferentes
regiões, e embora a disciplina de cada estágio deva ser enfrentada a fim de estabele
cer a perfeição da alma, ele nunca deve parar ou descansar enquanto não tiver alcançado
a definitiva União Divina. Nem deve, em qualquer dos estágios do Caminho, voltar-se
para um lado e construir uma casa, pensando que na perfeição daquela fase encontrará a
perfeição. Cada montanha que ele escale revelará a montanha seguinte, e de cada pico
ele deve descer para o vale da humilhação a fim de subir ao topo da disciplina que v
irá a seguir. Nem a visão astral nem poderes mágicos são fins em si mesmos, antes servem
aos fins do Adepto, que, a não ser que tenha também os poderes do espírito, é como o br
onze que soa ou o címbalo que tine. Ainda assim, se ele tem as coisas do espírito e
não tem também
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53 os poderes, terá de ser um daqueles que esperam, em subjetiva beatitude, o fim
do Dia da Manifestação, porque, sem os Poderes dos Planos, ele não pode voltar a auxil
iar a humanidade em seu caminho de subida. Terá de ser um mago, se vai ser um Mest
re, porque sem as artes ocultas, ele não pode passar de plano para plano. Esse é um
ponto importante, a ser seriamente considerado na escolha de uma escola ou profe
ssor de esoterismo. Consideremos, agora, o estado real do treinamento do buscado
r que, tendo formulado um verdadeiro ideal, levou sua luz a brilhar com mais força
nas regiões escuras do mundo. Pensando nos Mestres, nós atraímos a sua atenção, e é incrive
lmente fácil estabelecer uma ligação magnética com aqueles que estão sempre mais prontos a
dar do que nós a receber; e se alguém, depois de pensar nos Mestres e de formular o
desejo de ser aceito como aluno, descobre que as circunstâncias da sua vida estão c
omeçando a se mostrar tempestuosas, saberá que sua solicitação foi aceita e que os teste
s preliminares começaram. Nesse ponto de sua vida ele será testado na libertação do dese
jo. Contudo, não se deve pensar que o serviço dos Mestres signifique, forçosamente, ba
ncarrota ou privação. Um homem pode ter vasta fortuna, e ainda assim as coisas que o
dinheiro pode comprar terem para ele pouca importância, a ponto de nunca pensar e
m adquiri-las, levando uma vida de grande simplicidade e usando o total de seus
vastos recursos em serviços altruístas, sem pedir recompensas nem agradecimentos. Um
a pessoa assim sentirá antes alívio do que perda, quando for privado da sua fortuna.
Mas, se há alguém que, mesmo com pouquíssimos meios, agarra-se desesperadamente à sua m
esquinha segurança, será testado em perdas financeiras até que compreenda que, se acei
tarmos o que nos diz o Mestre em Seu trabalho, e procurarmos primeiro o Reino do
Céu e a sua justiça, todas aquelas coisas nos serão acrescentadas. O Mestre Jesus é o M
estre da Compaixão, e Seu Reino é o Reino do Amor, mas se amarmos cada criatura ou c
oisa com um amor puramente pessoal, um amor que se compraz mais com a sensação de am
ar do que com o bem do ser amado, iremos ser testados, seguramente, com o afasta
mento da coisa desejada. Mas se amarmos com um amor tão inteiramente destituído de e
goísmo que nos poríamos de lado, sem sentir angústia, se a pessoa querida pudesse, com
isso, receber um bem maior do que está em nosso poder lhe dar, então amamos com o A
mor Superior, que não nos será tirado, nem elevado nem rebaixado, nem outra criatura
qualquer poderá separar-nos do objeto do nosso amor. Não se pense que nos sacrifícios
do Caminho qualquer dever tem de ser posto de lado. Não são os deveres, mas os dese
jos, que devem ser abandonados. Todo o dever legítimo tem de ser cumprido, sem del
e eximirse, e cada dívida humana tem de ser paga antes que estejamos livres para e
ntrar na dedicação que o estudo da Ciência Secreta envolve. Há, contudo, muitas sendas p
ara ir ter com os Mestres da Sabedoria, e uma delas é o Caminho do Lar, pelo qual,
através da realização com amor dos deveres domésticos, ganha-se a iniciação. Os deveres sag
rados do lar são os degraus do Caminho, e com frequência passam a ser a sorte daquel
es que em encarnações passadas buscaram o conhecimento por amor de si mesmos e não par
a servir, e precisam seguir essa disciplina. Que esses se dediquem a isso como a
seu Meste, mas usando todos os momentos livres para estudar fielmente e consegu
ir a necessária base de conhecimento. Que sua divisa seja: "Conquistemos primeiro
os meios; Deus seguramente indicará como usar nossas conquistas." Onde quer que a
alma se encontre, desse ponto ela deve dar início à sua jornada; ninguém pode caminhar
com sapatos alheios. A alma deve sempre "fazer o melhor" daquilo que tem nas mãos
, antes de ingressar no Caminho. Se a alma for a de um balconista ou de uma cozi
nheira, deve tornar-se uma eficiente balconista ou uma boa
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54 cozinheira. Os Mestres pouco uso têm para a incompetência, como pouco uso têm para
o pecado, e se formos incompetentes no cumprimento de qualquer aspecto dos nosso
s compromissos, um substrato de fraqueza estará subjacente em toda a natureza, e o
s testes do Caminho descobrirão qual é, no devido tempo, o buscador, tendo se submet
ido com segurança aos testes preliminares, descobre o Caminho propriamente dito ab
rindo-se diante dele, e tendo considerado a maioria dos meios à sua disposição, esgota
ndo-os, novas oportunidades lhe serão dadas. O esgotamento do material colocado em
sua mão, para que o trabalhasse, é um ponto muito importante em relação com o seu progr
esso. O buscador deve ansiar por livros além dos seus meios, e sentir-se incapaz d
e avançar em seus estudos por não os ter: mas, já esgotou as possibilidades da bibliot
eca pública municipal? Ou, pode desejar ensinamentos profundos em meditação, mas tem d
e aprender a manter a serenidade durante as horas mais atarefadas de seu trabalh
o? Todas essas coisas são usadas pelos Mestres como disciplina, e Eles observam a
proficiência do discípulo nessas coisas antes que Eles lhe permitam avançar, e um dos
testes mais seguros é a boa ordem do aposento que a pessoa ocupa, e a condução ordenad
a de seus negócios. Um ocultista precisa ter temperamento calmo e nervos de aço, e há
poucas caminhadas na vida que não possam ser feitas para proporcionar oportunidade
s para o desenvolvimento de preliminares essenciais. Tudo tendo sido feito, então,
o buscador pode agir em solidão, a Loja Estrela sob a qual seu Caminho está sendo f
eito designa-lhe um Guia. O ofício do Guia é um dos primeiros a ser preenchido por u
ma alma que se adiantou para além da encarnação na matéria. Depois da última morte do corp
o de alguém que se dedicou ao serviço dos Mestres, a alma recentemente liberada é empr
egada no grande trabalho humanitário que se desenvolve no plano astral. Esse é um tr
abalho bem conhecido de quantos estão empenhados em pesquisa espiritualista, e não p
recisamos entrar em pormenores nestas páginas. E o ofício de Guia é uma das suas subdi
visões. Um Guia atua como mensageiro entre o Mestre e o seu discípulo, transmitindo
instruções por meio de sugestão telepática à consciência da alma sob seus cuidados. Tem, tam
bém, a tarefa de resguardar seu protegido durante suas primeiras expedições para os pl
anos ocultos, salvaguardandoo durante os difíceis momentos de transição de um plano pa
ra outro, e amparando-o até que ele tenha conquistado habilidade ao fazer essa tra
nsição através dos estados de consciência. Durante um período que varia de alguns meses até
vários anos, a relação entre o Guia e o buscador deve continuar, e ao fim desse tempo
eles se mostram tão bem relacionados um com o outro como qualquer par de amigos. O
s Guias são simplesmente seres humanos de um tipo elevado, que não recebem corpo físic
o, e cuja personalidade é a da última encarnação. Chega uma ocasião, entretanto, em que o
Guia está pronto para alcançar um trabalho superior, mas o buscador ainda não está prepa
rado para o próximo estágio. Um novo Guia será então designado para ele, e o outro se af
asta, embora possa, de vez em quando, vir visitar seu antigo protegido, porque e
ssas amizades do plano oculto são tão reais como as do plano da Terra. Entretanto qu
ando chega a ocasião em que o discípulo está pronto para caminhar entre os planos com
segurança e confiança, podendo receber por si mesmo as ordens do Mestre, já não precisa
do auxílio do Guia, que então se afasta para dedicar-se a outro trabalho. Muitas alm
as são treinadas totalmente dessa maneira, a partir dos planos interiores, mas há ou
tras que não desenvolvem tão prontamente o psiquismo, e, para essas, usa-se outro méto
do. O Guia atuará como elemento de ligação entre o discípulo a ser treinado e outro serv
idor do mesmo Mestre que já tenha sido treinado no corpo físico, e colocará o
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55 estudante sob a orientação de um professor. Um professor não é um Mestre, e ninguém que
seja digno do nome reivindicaria o título. Sua função é a de informar o discípulo, não a de
governá-lo. Um professor, para realizar de forma adequada a sua função, deve ser um p
síquico, e é mais do que inútil para o aspirante estudar com qualquer ocultista que não
o seja, pois como um cego poderia guiar um cego? O psiquismo representa os olhos
da alma nos planos da forma, e é preciso que haja uma visão astral adequada para qu
e o estudante seja bem dirigido e corretamente protegido. Um estudante de oculti
smo necessita tanto de proteção durante os primeiros estágios de seu treinamento quant
o um paguro* que deixou uma concha para procurar outra; caso contrário ele será toma
do de perturbações nervosas e exaustão. Essas indisposições não representam um sine qua non
do desenvolvimento oculto, nem mostram a espiritualidade da natureza, mas são um s
inal de treinamento falho. Não redundam em crédito para o estudante, mas em descrédito
para o professor. Nenhum trabalho oculto deveria ser tentado por uma pessoa em
estado de carência de vitalidade ou de equilíbrio. Tudo deve ser posto de lado até que
ele recobre sua sanidade física, e é dever do professor observar a condição física do alu
no tão cuidadosamente quanto a sua condição espiritual. O professor conhece o aluno pe
lo selo do Mestre que está estampado na aura, logo acima da cabeça, mas, como pode o
aluno conhecer o professor e ter certeza de que não está nas mãos de um charlatão? Em p
rimeiro lugar, porque o professor não lhe pedirá dinheiro pela sua instrução. Esse é o tes
te supremo para um professor de ocultismo, e põe fora do caminho, efetïvamente, os m
ercenários. Um homem, porém, pode ser bem-intencionado e idealista, mas, apesar diss
o, ser um tolo; como pode o aluno saber que não está caindo nas mãos de um incompetent
e? Ele deve exercer o mesmo cuidado e discrição que usaria na transação de qualquer negóci
o importante no plano físico. Deve fazer indagações quanto à reputação e às referências feita
essoa em cujas mãos ele pretende confiar a sua vida espiritual. Deve observar bem
de perto o caráter, o aspecto e o tipo dos membros do grupo que rodeia o professor
, pois ali verá, claramente, a indicação da natureza do ensinamento dado, e essa é uma i
ndicação que não pode enganar. "Pelos seus frutos os conheceremos." E o peregrino, mes
mo sendo um tolo, conhece os frutos do Espírito quando os vê. Pureza e paz, mente sã e
m um corpo sadio; misericórdia no pensamento e na ação, bem como na palavra e na escri
ta; ordem e limpeza tanto na mente como no ambiente; tratamento justo e honesto
cumprimento das obrigações; e, acima de tudo, a bondade simples que adoça os relaciona
mentos humanos, "contra esses pontos não existe lei", mas quando eles faltam, cuid
ado! O treinamento oculto deve construir nobreza de caráter e equilíbrio da mente. S
e ele falhar nisso, alguma coisa está faltando. Que proveito teria um homem de ver
os céus abertos e perder a razão? é melhor ter os cinco sentidos e sanidade do que ps
iquismo e falta de equilíbrio. Um professor de qualquer sistema de treinamento ocu
lto só pode ser justificado pelos resultados. Boas intenções podem servir para protege
r a pessoa que se aventura pelo Invisível em busca do conhecimento para si própria,
mas não representam equipamento suficiente para aquele que pretende treinar outro.
Alguns gritam: "Paz, paz" onde não há paz, recusando-se a ver sinais de deterioração me
ntal e física em seus alunos, e considerando os sintomas de tensão nervosa como um p
siquismo incipiente. Inexperientes quanto aos processos da mente, deixam de reco
nhecer a dissociação e a alucinação quando as vê, considerando os fenômenos anormais como ev
idência de poderes em desenvolvimento. A vidência é uma integração da individualidade, não a
desintegração da personalidade. O grande problema
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56 que sempre embaraça o vidente é o problema da síntese, a manutenção da comunicação aberta
ntre o eu superior e o eu inferior, e a transferência do abstrato para o concreto,
de forma que possa ser assimilado pela consciência. E nenhum sistema de treinamen
to que se incline a afrouxar a coesão da personalidade, pode produzir resultados s
atisfatórios. Outros professores, habituados a operar com um sistema ineficaz, per
dem subitamente a cabeça quando um aluno excepcionalmente sensitivo começa a obter r
esultados, e voltam-se para eles, naturalmente para obter explicações e orientação. Não se
ndo eles próprios psíquicos, são incapazes de ver o que o aluno vê, e se tudo não correr c
almamente (e, sob tais circunstâncias, não é provável que corra agradavelmente), ficam t
omados de pânico e largam o aluno como se fosse uma brasa viva. A condição de uma pess
oa assim tratada é deplorável, e geralmente termina em grave crise nervosa, ou mesmo
em insanidade. Não menos deplorável é a condição de tal professor, embora os resultados kár
micos possam não se manifestar tão rapidamente. Nunca será demais repetir que nervos d
e ferro são necessários para todas as operações ocultas, especialmente para uma iniciação, e
, a não ser que o ocultista possua a faculdade de ler os registros e de discernir
o karma de um candidato, de ler a sua aura e discernir a situação, não deve encarregar
-se do treinamento de um discípulo em ciência esotérica. Cada iniciador autêntico sabe q
ue tem de compartilhar do karma que venha a ser gerado por qualquer aluno treina
do por ele. Se esse aluno fizer bom uso do seu conhecimento e trabalhar bem, o i
niciador, desse modo, também progride. Um grupo altamente evoluído é de valor incalculáv
el para qualquer ocultista, daí a loucura de impedir seu adiantamento, por ciúme. Po
r outro lado, o abuso do poder oculto tem efeito desastroso, não só sobre a pessoa q
ue assim procede como sobre o grupo no qual ela foi treinada. Tal como o aluno d
eve ser cuidadoso quando se coloca nas mãos de um professor, este também tem a grand
e necessidade de ser cauteloso ao aceitar um discípulo, e o candidato deve estar p
reparado para submeter-se a testes, antes de dar a certeza de que é confiável. Ele d
eve ser prudente quanto a portas sempre abertas; os que têm tesouros, guardamnos.
Ele deve recordar, entretanto, que o professor não pode revelar seu sistema aos qu
e não têm compromisso e, quanto mais souber, menos inclinado estará a falar; por isso
mesmo os mais cautelosos devem estar preparados para receber algo em confiança. Po
rém, se, considerando o professor, o aluno sente que deseja tornar-se igual a ele,
então pode matricular-se com segurança. Se depois de considerar o professor, ele se
nte que deve rejeitar o caráter dele enquanto lhe absorve o conhecimento, irá mostra
r-se muito imprudente mantendo qualquer contato com essa pessoa, porque descobri
rá que na prática real não terá possibilidade de manter essa distinção. É possível a um homem
sinar ciência natural sem qualquer consideração de caráter pessoal interferindo no assun
to, mas isso não pode ser feito em ciência oculta. A essência do treinamento oculto não
está no que é ensinado, mas na influência que emana do professor e, aos poucos, sinton
iza o discípulo para vibrações cada vez mais altas. O professor tem de transmitir as f
orças do Mestre, até que o aluno fique en rapport com esse Mestre. ê nisso que reside
o verdadeiro valor do treinamento, não nas informações que são dadas. Todos ensinam mais
ou menos as mesmas coisas; alguns ensinam um pouco mais, outros ensinam um pouc
o menos. Não há grande divergência entre as diferentes escolas, mas há imensa diferença em
suas respectivas vitalidade e pureza. Se um professor tem em sua natureza aspec
tos maus ou não sublimados, esses aspectos irão pô-lo em contato com as potências corres
pondentes no
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57 mundo invisível, e quando ele procurar trazer a força do seu Mestre, estará agindo
com um contato mesclado, e os resultados para o aluno serão o mal e o bem inextricáv
el mente misturados. Sob tais circunstâncias, o professor inclina-se a se dissocia
r cada vez mais do seu Mestre, e está, portanto, penetrando em maré vazante e, à propo
rção que as forças superiores falham, as inferiores tornam-se mais evidentes. Tal prof
essor é um conhecido excessivamente perigoso para qualquer sensitivo. Aluno algum,
por muito forte que se sinta, pode esperar ser mais forte do que seu professor,
porque, se este último não souber mais do que ele, para que procurá-lo? Nunca acredit
e que está em condições de separar o joio do trigo antes da colheita. Se o professor f
or um homem de vida impura, o discípulo não pode evitar de ser envolvido em impureza
. Se não for escrupuloso, o discípulo será sacrificado ao seu amor ao poder ou aos luc
ros. Já ouvi ser argumentado o fato de que a disposição de enfrentar a repulsa à associação
com os maus é um dos testes do Caminho. Estar ao lado do professor, através do bom e
do mau rapport, é, realmente, um teste, mas perdoar a ação má não o é. O teste, nesse caso,
é de natureza contrária. Você está preparado para perder sua oportunidade de iniciação, pre
ferindo isso a recebê-la de mãos sujas? Está preparado para recusar as Águas da Vida, se
elas estiverem poluídas com sujeira? Das respostas a essas perguntas muita coisa
depende. É essa a prova de que se deve engolir a sujeira por amor do ensinamento?
Ou de que se deve rejeitar a oportunidade por causa da sujeira? Siga o seu insti
nto. Ele o levará para o lugar a que pertence. Lembre-se disto, porém: ninguém tem o p
oder de lhe dar iniciação ou negála. Assim que estiver preparado para isso, pode reivi
ndicá-la por direito, não como favor. Se um canal se fechar, outro se abrirá. Reivindi
que ante os Mestres a sua iniciação, e não ante uma Loja, Fraternidade ou Ordem no pla
no físico. Embora o voto de tal assembleia tenha o poder de fechar qualquer Loja e
m particular para a sua pessoa, não tem o poder de fechar a Ordem, se essa Ordem f
or uma legítima fraternidade oculta, porque, em tal caso, a decisão não cabe aos que e
stão neste plano, e sim Àqueles que estão nos Planos Ocultos, de onde a Ordem deriva s
eu poder. Se aqueles que são os guardas dos portões do lado físico negam persistenteme
nte o ingresso àqueles aos quais esse ingresso é devido, o fluxo de força que emana at
ravés desses portões será desviado para outro canal e um chão nu e coberto de pedras fic
ará ali onde antes havia uma corrente navegável. E as Aguas da Vida vão fluir em outro
lugar. Mas as Aguas da Vida não cessam de fluir pelo fato do julgamento humano de
clarar que são privativas. Ninguém que esteja buscando a verdade precisa temer o jul
gamento humano. A conclusão está entre ele e seu Mestre, e mais ninguém. Se estiver pr
onto para a iniciação, ele a receberá, se não através de uma mão, então será de outra, e se n
tiver pronto, nem mesmo o maior Adepto do cosmos teria possibilidade de lhe conf
erir. Nunca hesite em tomar posição ousadamente sobre um princípio em assuntos ocultos
, porque estará lidando com princípios, e se não tomar posição quanto a eles, onde irá firma
r os pés e encontrar firmeza? Expediência é uma arma de dois gumes, das mais perigosas
: nunca se arrisque a usá-la. Em todos os momentos de dificuldade e perigo, eleve-
se a um plano superior, e nos princípios espirituais busque a solução das dificuldades
astrais. Nunca se deixe guiar pela opinião de ninguém na busca de solução para um probl
ema oculto. Recolha-se e tente ouvir a quieta e pequena voz da consciência, pois e
la será para você a Voz do Mestre. Antes de assim ouvi-la, porém, invoque o Mestre, e
cerquese com o círculo sagrado do Seu poder, desenhando-o no ar com seu dedo enqua
nto invoca o Nome: porque há uma coisa chamada sugestão telepática,
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58 e, se você tem motivo para acreditar que essa sugestão está agindo, se descobrir id
eias impondo-se à sua mente, ideias que normalmente não seriam ali toleradas, faria
bem em realizar a meditação que deve esclarecer seus passos, em uma igreja onde o Sa
ntíssimo Sacramento é guardado, porque diante daquela Presença e potência nada pode vir
que produza uma mentira. * Crustáceo que vive em conchas de moluscos, mudando de c
asa à medida que cresce (N. T.).
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O CAMINHO DA INICIAÇÃO
"Se a luz em ti for escuridão, como é grande essa escuridão." O Cristo interior é o Prim
eiro Iniciador. A entrada para o caminho deve ser procurada interiormente, não do
lado exterior, porque é um estado exaltado da consciência. Desde que essa consciência é
obtida, entretanto, o Caminho é tanto objetivo como subjetivo. Alguns professores
declaram que o Caminho é inteiramente subjetivo, dizendo que a meta da iniciação é a per
feição do homem. Outros ensinam que a iniciação é uma experiência astral, enquanto o pensame
nto popular muitas vezes acredita que o homem que busca a iniciação irá encontrá-la em a
lguma região remota, atrás de altas paredes. Nenhum desses conceitos encerra toda a
verdade, mas há um elemento de verdade em todos eles. A fim de alcançar a iniciação, é nec
essária a elevação da consciência a um grau superior ao que é comum entre a média da humanid
ade. A consciência deve transcender não apenas os cinco sentidos físicos, mas deve tra
nscender também o psiquismo comum, se a experiência relacionada com a palavra "inici
ação", nestas páginas, tiver de ser alcançada. A iniciação é uma experiência espiritual, não
l; o candidato desloca o foco da sua percepção, retirando-o da personalidade, a unid
ade de encarnação, e levando-o para a individualidade, o ego imortal, ou unidade de
evolução, e a consciência da individualidade, sendo abstrata, é capaz de apreender as co
isas do espírito que não têm manifestação nos planos da forma. O iniciado transfere o foco
de sua consciência da personalidade para a individualidade, portanto as coisas qu
e estão ocultas para o homem comum são perceptíveis para ele. Vive em uma evolução, não em u
ma encarnação, e, conseqüentemente, todos os valores são modificados. Pode ver com profu
ndidade na região das causas, percebendo eventos que fermentam nos planos ocultos
bem antes que eles se manifestem no exterior, e, assim, ele tem o dom da profeci
a. Vendo as causas, muitas vezes pode controlá-las, portanto ele parece ter podere
s mágicos. Operando em planos superiores, que atuam como alavancas de controle par
a os planos inferiores, pode equilibrar força contra força, projetando sua vontade n
a escala, e assim mudando os resultados dos acontecimentos no plano físico. São essa
s coisas que levam a ver o iniciado como alguém que possui poderes mágicos. Mas esse
s poderes não são da natureza da magia. O iniciado chega aos seus fins empregando os
poderes do seu eu superior nos planos superiores, tal como faz o peregrino cuja
s preces recebem resposta. O Caminho que leva à iniciação é o caminho da vida que possib
ilita a um homem elevar-se acima dos desejos e limitações da sua personalidade e viv
er em seu eu superior, e a experiência da iniciação é a transferência da consciência, que pa
ssa da personalidade para a individualidade. Um homem coloca os pés no Caminho ime
diatamente ao desejar isso. É o primeiro passo, e muito simples. Porém, apenas com a
continuidade do desejo é que ele coloca um pé depois do outro e estará palmilhando o
Caminho. Muito poucas são as almas que mantêm o desejo suficientemente firme que as
capacite a fazer progressos perceptíveis. Entretanto, o desejo, mantido com firmez
a, depressa mostrará ter atingido o alvo desejado, e o candidato receberá o conhecim
ento necessário que lhe faculta a obtenção de progressos apropriados, dirigindo seus e
sforços para uma finalidade definitiva. Por esse motivo é que os Mestres encontram e
apoiam organizações tais como a Sociedade Teosófica, a Sociedade Antroposófica, a Frate
rnidade Rosa-Cruz, e muitas outras, menos conhecidas, mas não menos úteis, e a todas
elas, os que viram o alvorecer
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63 deveriam dar seu apoio, em prova de gratidão pela luz que eles próprios receberam
, e a fim de que o Caminho seja mais fácil para outros. Através dos livros e conferênc
ias de tais sociedades, o candidato aprenderá que seu sonho tem um fundamento em f
atos, e que sua ânsia íntima está baseada em um instinto verdadeiro. Eles fornecerão o m
apa do Caminho, embora ninguém, a não ser o próprio candidato, possa percorrêlo. Deles a
prenderá a srcem do homem como uma potencialidade divina, a sua evolução através das ex
periências sétuplas da forma e sua transcendência final de forma no desenvolvimento da
divina realidade. Aprenderá sobre os sete planos e suas possibilidades, e também ap
renderá sobre a existência dos Mestres. Tendo aprendido todas essas coisas, tendo, p
or assim dizer, adquirido a teoria da ciência esotérica, como pode o candidato passa
r essa teoria para a prática? Como, pessoalmente, irá passar pela experiência daquilo
que lê? Poderá alcançar a percepção do plano astral pelo uso da autohipnose e das drogas:
o método é simples, mas as consequências são desastrosas para o eu superior. Pode, também,
levar o astral à manifestação no plano físico pelo uso da magia. O conhecimento desses
métodos, contudo, é cuidadosamente guardado e não facilmente obtido, assim como não pode
ser usado sem perigo por alguém que não seja um Adepto. A forma de alcançar conhecime
nto pessoal dos mundos superiores pode ser facilmente contatada, embora não possa
ser praticada tão facilmente. Os sentidos da individualidade podem conhecer esses
mundos. Se, entretanto, os aspectos superiores do homem, a natureza espiritual e
o poder do pensamento abstrato forem cultivados até que tenham atingido um alto g
rau de desenvolvimento, e se o foco da percepção for, então, deslocado da personalidad
e, a unidade de encarnação, para a individualidade, a unidade de evolução, será possível aum
entar õ desenvolvimento desses aspectos da natureza, até que o Universo seja apreend
ido em termos de pensamento abstrato e intuição espiritual. O deslocamento do foco d
a consciência é alcançado pelo deslocamento do foco do desejo das coisas dos sentidos
para as coisas do espírito. Não é bastante que a vontade seja dirigida para um objetiv
o espiritual; um estágio de desenvolvimento deve ser alcançado, no qual os desejos e
spontâneos também para ali se dirijam. Muitos pretensos iniciados cometem o engano d
e pensar que desejar iniciação é suficiente, mas esse não é o caso. A maioria dos desejos
da natureza, tanto conscientes como subconscientes, devem ser afastados das cois
as dos sentidos para as coisas do espírito. E, como a mente subconsciente contém mui
to do que concerne à infância da raça e inclinase para a matéria em sua forma mais densa
, é necessário levar a consciência além do que habitualmente é o território do subconsciente
, a fim de garantir a assimilação dos desejos instintivos pelas finalidades da natur
eza espiritual. A fim de conseguir essa assimilação, devemos, primeiro, nos conhecer
em nossos aspectos mais primitivos, e então sublinhar esses aspectos até que eles p
ossam ser assimilados pela personalidade. Porque, enquanto a personalidade não se
tiver integrado, não pode, deliberadamente, ou por sua volição esclarecida, procurar a
realização da sua vida nos ideais da individualidade. Essa é a apoteose da personalid
ade. Por isso é que a fome da alma está sempre clamando, porque não pode encontrar sat
isfação nas coisas dos sentidos. A união com o aspecto divino do eu, o Deus interior,
deve preceder à percepção do Deus do Todo, do qual ele é apenas uma parte. O nível espirit
ual da natureza do homem é apenas uma porção circunscrita do Espírito Uno, o Todo, o asp
ecto numênico da manifestação. Porque para aquilo que é em si mesmo numênico, ou uma reali
dade subjacente, não pode haver satisfação no que é fenomenal, ou da natureza
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64 da experiência projetada. A fagulha da Luz Divina, que é o núcleo do ego reencarnan
te, ou individualidade, deve associar-se com os seus iguais se quiser conhecer c
ompanheirismo. O aspecto espiritual do instinto gregário só pode encontrar satisfação at
ravés da união com o Espírito. Ele não tem morada no mundo do fenómeno, e se a consciência s
e tiver elevado até a apreensão das realidades espirituais à parte das experiências no m
undo da forma, jamais aceitará novamente coisa alguma como válida, se não tiver um núcle
o dessa realidade numênica. Tal realidade, uma vez sentida, trazendo, como traz, a
completa satisfação da própria vida, e não de qualquer apetite saciado, forma o tipo de
toda futura satisfação, e determina a sua validade. Se tal experiência alguma vez oco
rresse na história do ego encarnante, nunca seria esquecida, e ele levará consigo, v
ida após vida, essa experiência impressa na subconsciência da personalidade, a unidade
de encarnação, até que a evolução torne possível àquilo que é ultraconsciente fazer-se consc
te. A primeira iniciação consiste no relance de consciência cósmica, ocasião em que o ego
vê com os olhos do espírito em vez de ver com os olhos da carne. Isso só é alcançado pela
exaltação da percepção, e vem do interior. Mas, uma vez conhecida essa experiência, para r
eproduzi-la nas encarnações subsequentes, é necessário apenas ligar o consciente com o s
ubconsciente por meio de uma cadeia de associações para trazer esse aspecto particul
ar do subconsciente para uma percepção consciente. Isto é alcançado por meio da iniciação ri
tual, e o simbolismo do ritual empregado é planejado para levar a consciência ao lon
go da devida cadeia de associações que terminará na memória da Luz da Realidade. A inici
ação ritual não pode fazer mais do que isso, mas é o suficiente, porque, na Grande Luz,
o Mestrado está compreendido. O psíquico desenvolvido ou o mágico integralmente treina
do pode tornar-se um Adepto sobre todos os planos do cubo da manifestação, porém algo
mais existe além, algo que tem suas afinidades com aquilo que, em relação ao universo
solar, não é manifestado, sendo cósmico. Ninguém pode ser chamado um iniciado se não teve
a experiência da consciência cósmica. Passar pelos graus dos Mistérios Maiores sem isso
nada mais significa senão uma sublevação psíquica, os olhos enceguecidos pelo excesso de
luz, da qual a consciência não tem um símbolo para interpretar. Por outro lado, o neófi
to, se estiver adequadamente preparado, pode ver a Luz por trás dos símbolos e receb
er a iluminação. Para que as páginas precedentes sejam compreendidas, não se deve interp
retá-las em seu significado literal ou verbal. a! coisas que elas têm a intenção de desc
rever não têm palavra ou imagens na linguagem, para representá-las. A fim de chega ao
significado, o leitor deve interpretálas por meio de experiências análogas, dele próprio
. Se não tem experiências análogas não receberá a impressão que elas pretendem transmitir, e
irá não desarrazoadamente, chamar tolices a essas coisas. Para c que assim são, eu na
da posso oferecer. O tempo evolucionário terá de fazer o seu trabalho. A Society of
The Inner Light, fundada por Dion Fortune, tem cursos para todos que desejem seg
uir seriamente o Estudo da Tradição Esotérica Ocidental.
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