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AS ORDENS ESOTÉRICAS E SEU TRABALHO


Dion Fortune SUMÁRIO
INTRODUÇÃO ............................................................. 2 ESOTERISM
O, OCULTISMO E MISTICISMO ..................................... 4 A ORIGEM DOS M
ISTÉRIOS ................................................. 6 AS TRÊS GRANDES TRADIÇÕES .
............................................. 8 OS CAMINHOS DA TRADIÇÃO OCIDENTAL ..
................................... 14 A EVOLUÇÃO E A FUNÇÃO DOS MESTRES ...............
...................... 20 O TREINAMENTO E O TRABALHO DE UM INICIADO ............
................. 26 AS ESCOLAS OCULTAS ........................................
............ 30 ORDENS, FRATERNIDADES, GRUPOS ..................................
....... 34 O USO E O PODER DO RITUAL ...........................................
.. 40 JURAMENTOS E OBRIGAÇÕES ............................................... 42 OS
CAMINHOS DIREITO E ESQUERDO ........................................ 46 PROCURAN
DO O MESTRE ................................................... 49 A ESCOLHA DE
UMA ESCOLA OCULTA ........................................ 59 O CAMINHO DA INICI
AÇÃO ................................................ 62

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INTRODUÇÃO
Em todos os tempos, e entre todas as raças, tem existido uma tradição referente a cert
as escolas esotéricas, ou fraternidades, onde um conhecimento secreto, desconhecid
o da maioria da humanidade, podia ser apreendido, e cuja admissão era obtida através
de uma iniciação, na qual os testes e o ritual tinham a sua parte. Quem quer que es
teja familiarizado com a literatura do folclore e da Antropologia, sabe que essa
crença existe entre povos primitivos, dos esquimós do Círculo Ártico aos mineiros indígen
as da Terra do Fogo. Quem quer que tenha estudado história também sabe que isso prev
aleceu desde a primeira aurora da cultura humana. Hoje, nos centros do mundo civ
ilizado, essa crença ainda está viva e, embora possa ser ridicularizada pelos que têm
mentalidade ortodoxa, um observador imparcial não pode deixar de notar que alguns
dos homens mais nobres estiveram entre os seus defensores, e que as inteligências
mais criativas têm, quase sem exceção, dado testemunho de uma fonte de inspiração vinda do
Invisível. É difícil acreditar que esse rumor pudesse se difundir tão amplamente e pude
sse manter tão longa existência se fosse inteiramente destituído de fundamento; ademai
s, o fato de ter ele a mesma forma entre raças que não tiveram relacionamento umas c
om as outras, tal como os egípcios primitivos e os primitivos mexicanos, é prova mai
or em favor dessa verdade. Não é possível demonstrar, àqueles que estão fora dos limites,
a existência de organizações como aquelas a que nos referimos, porque, desde que haja
a revelação dos seus segredos, vem, com isso, a obrigatoriedade do silêncio. É permissível
, contudo, dar informações suficientes para capacitar aquele que busca com ardor dis
cernir o caminho pelo qual pode aproximar-se da entrada de uma ou de outra dessa
s escolas, e, com esse propósito, o ensinamento que se segue, concernente às ordens
esotéricas e às suas funções, é colocado diante do leitor, embora as provas das declarações a
ui contidas devam ser recusadas, até que ele se tenha qualificado para recebê-las. A
s diferentes escolas de ocultismo declaram-se detentoras de uma ciência tradiciona
l, secreta, a elas comunicada, em primeiro lugar, pelos fundadores divinos, e en
riquecida e revisada, de tempo em tempo, por grandes mestres. Essa ciência refere-
se ao estudo das causas que estão por trás dos fenômenos perceptíveis, e os condicionam.
Depois de testes preliminares quanto ao caráter e à aptidão, as fraternidades ocultas
estão preparadas para transmitir a teoria dessa ciência aos candidatos aceitos, e,
subsequentemente, transmitir também os poderes para seu uso prático, por meio das in
iciações rituais. São essas, em resumo, as afirmações feitas em favor das escolas esotéricas
, por aqueles que estão em condição de falar por elas. Frequentemente, e com muita razão
, pergunta-se por que as sociedades que confessam terem sido formadas para servi
r a humanidade, e têm ensinamentos tão valiosos a dar, não se comunicam livremente com
todos os que as procuram. Não deveriam, ademais, estar antes fazendo propaganda a
tiva do seu trabalho, a fim de induzir as pessoas a procurá-las e a compartilhar d
a sua sabedoria, e não, como parece estarem fazendo, esconderem-se como que procur
ando todos os recursos possíveis para evitar observação e impedir que sejam descoberta
s por aqueles que aprenderiam com elas? A resposta a essa pergunta será encontrada
quando a natureza da ciência oculta for compreendida. O caso refere-se aos poucos
conhecidos poderes da mente humana, e a certos aspectos pouco compreendidos da
Natureza. Se
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3 as pesquisas quanto a esses assuntos fossem puramente teóricas, não haveria necess
idade de guardar suas descobertas tão cuidadosamente, mas o conhecimento dos fatos
assim descobertos revela imediatamente suas aplicações práticas. O conhecimento confe
re poder nesse campo de pesquisa, ainda mais do que nos campos explorados pela c
iência ortodoxa, porque o poder que se faz assim disponível é o poder da mente, e os e
feitos do uso desse poder são de tão grande alcance, para o bem como para o mal, que
não é coisa para ser levianamente confiada às mãos de qualquer ser humano. Tal como a l
ei sobre drogas perigosas restringe a compra e a administração de drogas fortes, os
que são os guardiões desse antigo conhecimento tradicional procuram salvaguardar o s
eu uso. Sendo de natureza tão sutil, é impossível evitar os abusos se ficarem em mãos in
escrupulosas; portanto, seus guardiões fazem tudo quanto lhes é possível para que tais
pessoas não tenham acesso a ele. Daí as restrições que cercam o seu ensinamento. Tais r
estrições, entretanto, não são mais severas do que as que se fazem na prática da medicina,
para a qual cinco anos de pesado aprendizado são necessários. Estamos, contudo, tão h
abituados a ver o ensino espiritual dado livremente, a ouvir o chamado: "Olá! Todo
s os que têm essa sede, venham às Aguas da Vida e bebam livremente", que não podemos e
ntender o sistema que recusa qualquer fluxo saído de tal fonte aos que estão sedento
s. A razão está no fato, que não pode ser muito claramente entendido pelos presumíveis n
eófitos, de que a ciência oculta é uma coisa mental, não espiritual, não é boa nem má em si m
sma, mas só na forma pela qual é usada. É poderosa, tanto para o bem como para o mal,
pode salvar almas das quais nenhum outro meio pode aproximar-se, e também pode, me
smo sem má intenção, destruí-las. Não é brinquedo de criança, e são poucos os que estão prepa
para o caminho que leva às alturas. Não obstante, para os que podem aventurar-se po
r ele é uma nobre procura para a alma, uma verdadeira cruzada contra os Poderes da
s Trevas e a iniquidade espiritual em altas regiões. Nos lugares ocultos do mundo,
bem pouco suspeitados pelos que não estiveram face a face com eles, é que homens e
mulheres de coragem, força, e o conhecimento indispensável são necessários para tratar c
om eles. O treinamento dado nas escolas ocultas destina-se a preparar o adepto,
um ser humano que, pelo exercício intensivo, elevou-se acima do desenvolvimento co
mum da humanidade, e está dedicado ao serviço de Deus. Certo trabalho, em conexão com
a evolução e com o desenvolvimento espiritual e a salvaguarda das nações, é empreendido po
r homens e mulheres altamente treinados, embora seu trabalho nunca seja visto e
o local de treinamento jamais se faça conhecido. Seu treinamento real, pode dizer-
se, é feito nos Planos Interiores, e só o treino preliminar, que os prepara para as
Escolas Ocultas, tem lugar nos planos físicos. A Percepção é preparada para a sua Grande
Busca, e aventura-se, sozinha, pelo Invisível. Não se pode dizer muito mais em relação
a esse treinamento, e não muitos estão aptos para ele, mas foi dito o bastante para
alimentar o pensamento.

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ESOTERISMO, OCULTISMO E MISTICISMO


Antes de nos aventurarmos ao estudo do assunto deste livro As ordens esotéricas e
seu trabalho é necessário definir o sentido em que a palavra esoterismo é usada para i
ncluir todos os aspectos da ciência superfísica. Para fazer isso teremos alguma difi
culdade, já que se trata de uma palavra relativa, usada para se distinguir de exot
erismo. O esoterismo começa onde o exoterismo termina. E como as fronteiras da ciênc
ia exotérica sempre estão avançando, as fronteiras do esoterismo estão sempre recuando.
O que era ensinado aos iniciados no Egito, hoje é ensinado às crianças nas escolas da
Inglaterra. Leitura, Escrita e Matemática foram, outrora, artes ocultas. O mesmo a
contece com os aspectos mais profundos da hipnose, embora alguns dos seus aspect
os menores tenham sido redescobertos por cientistas exotéricos. A medida que a evo
lução avança, o homem comum torna-se capaz do que outrora foi possível apenas para o hom
em excepcional. O que o homem civilizado é em relação ao selvagem é o adepto em relação ao h
omem comum. Os poderes do homem civilizado parecem miraculosos para o selvagem p
orque ele não conhece as leis que o dominam, mas o homem civilizado sabe bastante
bem que o homem não transcende o império da lei quando voa como um pássaro ou quando c
ura um enfermo. Ele alcança esses resultados pelo conhecimento de certas leis natu
rais, e as utiliza, tal como faz o adepto. Pessoalmente, o selvagem pode benefic
iar-se pela educação, ou pode não ser capaz disso. Dependerá da sua capacidade. O homem
médio pode ser capaz de beneficiar-se pela iniciação, ou pode não o ser. Também dependerá da
sua capacidade. Todas as pessoas, entretanto, deveriam ter a oportunidade de av
ançar até o mais alto desenvolvimento de que sejam capazes. Um certo grau de evolução de
ve ser obtido antes que a iniciação se torne operativa: um estudante não entra num cur
so de pós -graduação enquanto não chegou à formatura. A função da religião exotérica é zelar
e cada membro da raça alcance o padrão normal da evolução. Ela tem de procurar a ovelha
perdida e erguer a décima moeda submersa. Enquanto um homem não aprende as lições da sua
fé, não está preparado para as lições da iniciação. A função dos Mistérios Menores é permiti
a pessoa admitida ao seu ensinamento alcance o mais alto grau de desenvolvimento
de que seja capaz. Nos Mistérios Menores são desdobradas as capacidades latentes do
homem, mas nos Grandes Mistérios são desdobradas as capacidades ocultas da Natureza
. Os Mistérios Menores ocupam-se com a esfera subjetiva, e os Grandes Mistérios ocup
am-se com a esfera objetiva, e um é pré-requisito essencial do outro. Não é possível que u
m homem controle as essências elementares da Natureza, a não ser que seja senhor dos
aspectos elementares da sua própria natureza, porque os poderes interiores, se re
belados, irão traí-lo com os poderes exteriores. A disciplina deve preceder o domínio.
Atuamos sobre o que está no exterior pelo aspecto correspondente do que está no int
erior. Se a Natureza não for purificada, fará um contato confuso quando tocar o Invi
sível. As operações do ocultismo são baseadas nos poderes da vontade e da imaginação, e amba
s são forças cegas. A não ser que sejam controladas e dirigidas por um motivo que tenh
a relação com o Universo como um todo, não é possível que haja uma síntese definitiva. A per
sonalidade deve ser universalizada pelo ideal a que se dirige, a fim de que poss
a funcionar como parte organizada do todo cósmico. Esse anseio de universalidade é o
anseio definitivo da alma; o eu inferior procurará atingi-la atraindo todas as co
isas para si próprio, numa fúria de posse; o eu superior procura alcançá-la
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5 transcendendo os limites do eu e tomando-se um com o Universo. Há duas uniões a se
rem alcançadas: o eu pode tornar-se um com o Universo por meio da solidariedade un
iversal essa é a meta do ocultista, mas o eu pode também fazer-se um com o Criador d
o Universo por meio de absoluta devoção essa é a meta do místico. O ocultista, porém, tend
o atingido sua própria meta, ainda não fez sua integração final, ainda não passou do aspec
to fenomenal manifestado no cósmico. E o místico, tendo alcançado sua transcendente un
ião, não pode retê-la, pois deve retornar ao universo fenomenal. A integração definitiva só
pode ser alcançada através da solidariedade universal e da devoção absoluta unidas em um
a natureza. Em tal pessoa todas as coisas são reunidas por meio da solidariedade,
e ela, por sua vez, é reunida ao TODO por meio da devoção. Essa é a meta definitiva da e
volução para o Universo manifestado como um todo; e aquele que passa pelo Caminho da
Iniciação apenas antecipa a evolução. A função dos Mistérios é dar assistência ao iniciado p
almilhar aquele trecho do Caminho que já foi explorado, mas além dele está uma seção que não
é conhecida por consciência alguma que esteja em sua forma física. Essa seção o homem dev
e percorrer a sós com seu Mestre. Ainda mais além, há uma outra seção onde o homem fica so
zinho com o seu Deus. Isso não pode ser conseguido em apenas uma encarnação. Três encarn
ações de absoluta devoção, sem erro, devem bastar, mas quem está isento de erro, e a que d
istância deveremos estar na Senda, antes que a devoção absoluta seja alcançada? Não podemo
s sair da marcha da evolução com um pé e com ò outro penetrar na Luz Cósmica. São precisos m
uitos passos para palmilhar a Senda, e alguns deles falham e têm de ser repetidos.
As dificuldades são enfatizadas porque muitos se aventuram levianamente nessa gra
nde e terrível experiência, mas os frutos dela não são minimizados, porque transcendem t
udo que os olhos podem ver e o coração pode sonhar. Nem precisaremos esperar pelo fi
m da jornada para fazer a colheita desses frutos. Dia a dia o maná caiu durante to
da a jornada através do deserto, embora o Egito tivesse de ser abandonado, e o Mar
Vermelho, transposto antes que aparecesse. Assim, na grande jornada da alma até à T
erra Prometida, que é o Caminho da Iniciação, a segurança das habitações humanas tem de ser
deixada, e a alma viaja, sem abrigo e solitária pelo deserto, chegando ao Mar Verm
elho. ê a essa altura que o fraco volta as costas e retorna à escravidão, para trabalh
ar como um mouro, sem que por isso seja recompensado. Se o teste supremo do Mar
Vermelho for enfrentado, as ondas se dividirão por uma força invisível, e o viajante p
assará sobre piso seco, com uma parede de água levantada a cada lado. Esse é o teste d
a fé, porque, pela lei do mundo, aquelas águas deveriam cair, e só uma lei superior as
mantém afastadas. Então, tendo passado pelo teste com segurança, embora ainda esteja
no deserto, águas fluirão das pedras e o maná cairá diariamente porque, apesar de viver
ainda no mundo dos sentidos, o peregrino se colocou sob a ação de uma lei superior.

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A ORIGEM DOS MISTÉRIOS


A fim de tornar compreensível a importância da iniciação, será necessário lançar os olhos par
a história da evolução da humanidade. A ciência oculta ensina que outras espécies de sere
s humanos existiram antes da humanidade tal como a conhecemos hoje. E essas espéci
es distintas são chamadas de Raças-Raízes, acreditando-se que a Raça-Raiz que no momento
tem a posse do globo terrestre é a quinta da série evolucionária. Em duas raças anterio
res, conhecidas como a Polariana e a Hiperboreana, a consciência ainda não se havia
individualizado, mas a alma estava à sombra da sua alma grupai, da mesma maneira p
ela qual o tipo inferior de animais está à sombra até os dias presentes. A psicologia
esotérica da alma grupai oferece um vasto campo de estudo, e é demasiado envolvente
para entrar nestas páginas. Deve ser suficiente dizer que as operações dessa alma grup
ai podem ser reconhecidas pela inteligência da formiga e da abelha, e pela migração da
s aves. Muitos fenômenos intrigantes da inteligência animal são explicados pela hipótese
de uma alma grupal. A proporção que a evolução humana prosseguia, mais e mais a matéria m
ental comum à espécie tornou-se organizada em complexos separados, e encarnada em mu
itos veículos distintos, que formavam o corpo composto do grupo. Esses complexos o
rganizados, desenvolvendo-se em torno dos núcleos srcinais, ou fagulhas divinas,
espalharam-se através da massa amorfa da alma grupai, tomando-se, finalmente, enti
dades individualizadas e desenvolvidas na forma humana. Depois, a evolução continuou
, avançando a uma certa distância, e essas entidades individualizadas atingiram um g
rau de independência que as tornou difíceis de controlar por parte da alma grupai a
cuja sombra estavam. E o Logos chamou em Seu auxílio aqueles Seus filhos que havia
m completado seu ciclo de crescimento na evolução anterior, alcançando a cósmica posição de
adultos. (Não se deve esquecer que uma evolução, para o Logos Solar, representa uma en
carnação para o ser humano, e cada evolução não passa de um dia na grande vida cíclica de Br
ahma.) Esses Grandes influenciaram os pioneiros da humanidade, apresentando imag
ens de suas mentes por meio de um processo que chamaríamos sugestão telepática. As ima
gens necessárias para permitir que a sensação se transformasse em mentalização eram fornec
idas já prontas, e, por assim dizer, a humanidade foi poupada da longa e trabalhos
a necessidade de construir essas imagens através de experiências acumuladas. No prim
eiro Dia Cósmico, naturalmente, a humanidade de então teve de passar por aquele proc
esso, mas as evoluções subsequentes foram prontamente capacitadas a recapitular estági
os concluídos anteriormente, com a ajuda de seus Irmãos Mais Velhos. Só depois que o p
onto mais alto do Dia Cósmico precedente foi alcançado, a evolução passou a ter lugar at
ravés da matéria-prima da experiência. Por meio de experiências às quais a percepção tornou a
ora o homem suscetível, a mente concreta, ou objetiva, da humanidade foi paulatina
mente construída, fundamentada no conteúdo inspirador que fora injetado na mente hum
ana subconsciente pelo atendimento do Irmão Mais Velho e as influências da alma grup
ai. O ponto foi finalmente alcançado quando a consciência concreta dominou a subcons
ciência inspiradora, tal como esta última havia dominado a influência da alma grupai.
A linha direta de controle, vinda do Logos, através da Alma Superior, para o indivíd
uo, foi assim perdida. Tornou-se necessário, portanto, ligar a mente consciente co
m a mente subconsciente, de forma que o controle
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7 cósmico pudesse ser restabelecido, e essa foi a função dos Iniciadores Cósmicos, ou Ma
nus. Esses Grandes, que são os mais próximos aliados da humanidade entre todos os Se
nhores da Evolução, tendo alcançado seu desenvolvimento no Dia Cósmico imediatamente pre
cedente ao nosso, apareceram na Terra durante os meados do Período Atlante. São os "
Altos Sacerdotes da Ordem de Melquisedeque", seres sem pai nem mãe que construíram s
eus veículos físicos sem assistência humana. Era seu dever comunicar-se com a mente co
ncreta da humanidade, forjar a corrente de ligação das ideias da consciência para a su
bconsciência, assim capacitando o homem para captar as vibrações mais sutis, que são a v
oz das esferas superiores. Para que lhes fosse possível fazer isso, tiveram de apa
recer à consciência concreta numa forma concreta; por isso, e com dificuldade infini
ta, construíram um veículo que a consciência concreta pudesse conhecer. Essas formas a
ntropóides eram tão pouco apropriadas para as forças altamente desenvolvidas que preci
savam abrigar, que só se mantinham unidas com muita dificuldade, e por curtos períod
os de tempo. Daí os relatos sobre súbitos aparecimentos e desaparecimentos dos deuse
s, que fazem parte de todas as tradições primitivas. Porque esses Grandes foram deus
es reais do mito e da fábula, os Fundadores Divinos das culturas raciais, para as
quais todas as tradições primitivas voltam os olhos (eles não devem ser confundidos, e
ntretanto, com a personificação das forças da Natureza dos períodos anteriores; esses são
os deuses da cultura, ou os progenitores divinos). Essas grandes entidades reuni
ram em torno de si grupos de estudantes selecionados entre os mais prometedores
da raça para a qual vieram, e desenvolveram as suas faculdades até que eles ficassem
capacitados a conhecer, conscientemente, aqueles tipos sutis de vibração que até então
só tinham podido perceber intuitivamente, recuperando, assim, o tipo primitivo de
mentalização sobre um arco mais alto. Tendo realizado isso, os Manus puderam retirar
-se para aqueles planos nos quais podiam funcionar mais facilmente e com maior l
iberdade, convocando seus discípulos a "erguerem-se a esses planos" e ali os atend
erem para receber instruções. E deixaram a esses mesmos discípulos o cuidado de treina
r outros, tal como eles próprios haviam sido treinados, suprindo, dessa maneira, a
s escolas ocultas através de sucessivas gerações. Dessa forma, se estabeleceu o grande
culto ao Sol na Atlântida e sua escola de iniciação foi equipada com o conhecimento.
Os Manus puderam falar aos seus discípulos sobre a formação das esferas, porque eles p
róprios tinham estado presentes quando elas foram construídas, e puderam informar-lh
es sobre as fases através das quais a evolução havia passado, porque eram testemunhas
oculares disso, tendo eles mesmos se desenvolvido em algumas dessas fases, ou si
do discípulos iniciados dos que já se haviam desenvolvido. É assim que as escolas ocul
tas mantêm as tradições da história da evolução cósmica.

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AS TRÊS GRANDES TRADIÇÕES


Leitores da literatura esotérica terão conhecimento de que há muitas escolas diferente
s de ocultismo, e verão que os ensinamentos e o simbolismo empregado em todas elas
são, fundamentalmente, os mesmos. E de tal forma é assim que, por uma simples tradução
da terminologia, o iniciado de uma delas fica habilitado a compreender as escrit
uras das outras. Não obstante, essas escolas não são idênticas porque, embora a forma se
ja a mesma, em consequência da sua srcem comum, a força que as anima é completamente
diferente, devido às circunstâncias da sua fundação. Recorda-se que, entre os muitos aba
los sísmicos que sacudiram a Atlântida antiga, houve três de maior magnitude do que os
outros, e foram chamados os Três Grandes Cataclismos. Antes de cada um deles, deu
-se a emigração daqueles que tinham desenvolvimento suficiente para levá-los a antever
o desastre. Esses emigrantes levaram consigo cópias dos Livros Sagrados, e tinham
entre eles alguns iniciados para fundar uma Loja. Esses iniciados obtiveram aut
orização para fundar o novo centro, através do Manu de então. Ora, os Manus, como tudo o
mais, funcionam sob os aspectos das fases cósmicas, e, sendo o Logos do nosso sis
tema uma entidade trina, cujas três fases são sabedoria, poder e amor, as fases logo
idais apresentam-se em um ciclo de três, de forma que, embora todos os três aspectos
estejam sempre ali, embora cada um deles predomine de uma vez, tal como um triâng
ulo revolvendo sobre seu centro, apresentará primeiro um ângulo, e depois outro aos
olhos do observador, sempre permanecendo triangular. Essa sequência pode ser obser
vada na história, se um período suficientemente longo for estudado: haverá uma fase na
cultura humana durante a qual o poder está sendo construído, sucedida por outra na
qual a sabedoria vai sendo acumulada, e culminando com a fase final do período, na
qual o amor fraternal traz a Idade de Ouro. Foi assim que a força transmitida aos
discípulos pelos Manus da Atlântida teve a coloração do aspecto logoidal que prevalecia
na ocasião do seu funcionamento. A força transmitida por um Manu é chamada o seu Raio
. Além de habilitar o homem a elevar sua consciência à percepção dos planos mais sutis, os
Manus põem seus discípulos em contato com uma grande força cósmica diretamente proceden
te do Logos, e é com essa força que os candidatos são postos em contato através do ritua
l de sua iniciação. Será visto, então, que embora a teoria ensinada ao iniciado das dife
rentes escolas ocultas seja fundamentalmente a mesma, o modus operandi da sua prát
ica será muitíssimo diferente, de acordo com a natureza especial do Raio fornecedor
do que metaforicamente pode ser chamado a força motriz da Ordem. O grande Templo d
o Sol, no qual todos os Raios se reúnem, não mais existe, tendo submergido sob as água
s do Atlântico, mas seus ensinamentos ainda são preservados pelas três grandes tradições o
cultas, descendentes das três grandes emigrações. A Primeira Emigração, que se deu sob o c
omando de um Manu, operando sob o aspecto de Poder do ciclo logoidal, tem o pode
r como seu princípio fundamental. Essa emigração, movendo-se em direção para o Oriente, se
gundo a disposição que as massas de terra do globo tinham então, detinha-se, a cada an
o, para semear e colher seu trigo e construir altares temporários no lugar onde fa
ziam esse trabalho. A seguir, moviase através do norte da Europa e da Ásia, deixando
uma trilha megalítica atrás de si, até que o seu avanço foi bloqueado pelo que hoje cha
mamos Mar Amarelo, que, então, estendia-se em direção do sul, ao longo das
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9 costas da Ásia. Finalmente, houve o contato com os remanescentes da cultura lemu
riana no Pacífico, e dessa cultura absorveram os emigrantes alguns dos elementos q
ue fazem hoje uma perigosa e poluída corrente. Embora não seja permitido a um livro
da natureza deste entrar em questões que envolvam ocultismo prático, os que conhecem
a natureza do Pecado dos Sem Mente podem ser capazes de deduzir seus resultados
. A Tradição dessa Primeira Emigração forma a base de todos os primitivos cultos do Jujuís
mo, do Panteísmo, e da magia primitiva. Sua iniciação é uma iniciação do Segundo Plano, e dá
o candidato acesso apenas ao astral inferior. E, embora, por ser o plano de cont
role do plano físico, evidentemente é necessário que tenha os poderes a ele referentes
, para quaisquer operações mágicas que envolvam a manipulação de forças etéricas ou matéria d
a; ainda assim é essencial que o ocultista que ensaia os processos desse plano con
serve as iniciações do plano acima, pelo qual, por sua vez, ele é controlado. Se assim
não fosse, o ocultista tenderia a tornar-se absorvido em suas condições, e, como a in
iciação do segundo plano emprega um tipo muito primitivo de força, que só pode ter influên
cia inspiradora sobre um tipo de inteligência tão inferior que no presente estágio de
evolução subumana, colocar-se alguém sob o controle dessa força é uma regressão para um home
m civilizado. Nesse plano, o homem branco deve funcionar como um senhor. Ele não p
ode, para ser justo em relação a si próprio, encarar as suas entidades em termos iguai
s. Os fenômenos que caracterizam a magia desse plano são aqueles com os quais nos fa
miliarizamos nas experiências das salas de sessões espíritas, e, diante das palavras a
nteriores, o leitor facilmente verá onde está o perigo dessas pesquisas quando em mãos
de ignorantes e inexperientes. A Segunda Grande Emigração dirigiu-se para uma latit
ude mais meridional, devido ao avanço do gelo polar, e, cruzando a Europa Central,
continuou seu movimento para o leste até que seu caminho fosse barrado pelas regiõe
s montanhosas da Ásia, com suas neves eternas. Ali foram estabelecidos os templos,
formando o Centro Himalaico. E dali a cultura difundiu-se, descendo pelos vates
dos rios, acompanhando os cursos de água, tal como era preciso fazer nas viagens
primitivas. Assim, todas aquelas partes do mundo, cujos rios têm sua nascente nas
cordilheiras da Ásia Central, também contemplam o centro dos Himalaías, buscando inspi
ração para as suas religiões. Dessa emigração derivaram as Religiões da Sabedoria do Oriente
, e embora algumas das seitas estejam tingidas por influências da cultura da Prime
ira Emigração, sobre a qual, em parte, o segundo fluxo fluiu (tal como o primeiro es
tava tingido pela vagarosa tradição lemuriana), ainda assim, em sua maior parte, um
notável grau de pureza foi mantido nas Ordens ocultas, e alguns dos mais profundos
conhecimentos do mundo estão guardados nos contrafortes de suas montanhas. A Terc
eira Grande Emigração veio do continente condenado, imediatamente antes do cataclism
o final que para sempre o sepultou sob as águas. E, viajando para o leste, em uma
direção ainda mais meridional do que a das suas duas predecessoras, cruzou a África do
Norte e continuou sua jornada até que "o Mar Vermelho e o Deserto" barrassem seu
caminho. Instalaram-se, então, nas terras férteis daquela árida região, o vale e o delta
do Nilo, fundando a cultura que nos é conhecida como egípcia. Quem quer que compare
a civilização do Egito com a da América Central, cuja tradição declara ter sido uma remot
a porção da Atlântida, não pode deixar de sentir-se impressionado pela similaridade das
duas, seja nos conceitos da sua religião, seja na sua arquitetura. A navegação desenvo
lveu-se primeiramente no mar interior, e onde quer que as galeras fossem comerci
ar, a filosofia egípcia penetrava, de forma que a Tradição da Terceira Emigração espalhou-
se por toda a Bacia
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10 Mediterrânea e pelo Oriente Próximo. Os Mistérios gregos e tirrenos admitem que seu
s adeptos foram treinados nos templos egípcios. Dos tirrenos sabemos que a tradição he
braica derivou seu renascimento, e dos Mistérios gregos cresceu aquela Gnose que t
raduziu os conceitos espirituais do Cristianismo para a linguagem do intelecto.
E da Gnose, esmagada como foi pela Igreja Cristã, depois que o poder passou para a
s mãos daqueles que nada sabiam além da verdade exterior que mantinham, nasceu aquel
a extensa fileira de místicos intelectuais que mantiveram o fogo aceso na Europa,
e que as gerações posteriores chamaram Alquimistas. Como o desenvolvimento das comun
icações levou as culturas a se difundirem e a inundar umas às outras, foi natural que
as linhas de demarcação entre uma tradição e outra não fossem tão rígidas nos últimos dias co
tinham sido nos primeiros; e os discípulos da segunda e da terceira Tradições encontra
ram--se e influenciaram-se mutuamente, ao longo das vias de comércio do Oriente Próx
imo. Entretanto, embora os ensinamentos pudessem ter sofrido modificações sob a infl
uência de culturas raciais características, as forças empregadas em iniciações são diferente
s. As disciplinas, ou métodos de treinamento são, também, radicalmente distintos. Os d
o Raio do Poder trabalham de baixo para cima, e, operando sobre objetos do plano
de manifestação, procuram influenciar seus aspectos sutis. A característica dos métodos
desse Raio está no fato de ser obrigatório haver um ponto de partida material, uma
substância mágica, que é o seu point d'appui; e muita da sua sabedoria consiste no con
hecimento desses objetos naturais que estão em íntima associação com o mundo invisível, da
ndo, portanto, pronto ingresso a ele. Vemos os feiticeiros-doutores desses culto
s usando coleções de curiosos trofeus, cada um dos quais é tido como de valor sobrenat
ural. Se esses valores dependem de suas propriedades reais, ou da fé do seu possui
dor, é um ponto que tem de ser testado em cada caso individual, pois há demasiada ev
idência dessas afirmações para que sejam afastadas como ilusórias. Será um homem precipita
do aquele que se arriscar a dar uma opinião sobre um assunto que não investigou. Nes
sa tradição encontramos, então, muita evidência de magia física e das drogas que afetam os
estados da consciência, agindo sobre o sistema nervoso e sobre as glândulas endócrínas,
e, ao mesmo tempo, uma total escassez de qualquer compreensão racional dos métodos
usados. O conhecimento da Primeira Tradição, quando não influenciado por tradições mais ev
oluídas, é um caso baseado na experiência e no senso comum, e muito adulterado por pur
a superstição, coisa que é tão contrária â verdadeira ciência oculta quanto o é à ciência nat
s métodos da Segunda Tradição são caracterizados pela ênfase posta sobre a aquisição de conhe
imentos, e dos muito notáveis sistemas de cultura mental, e, sendo assim, a consciên
cia do iniciado se expande. Ao mesmo tempo, os mestres dessa escola não ignoram os
métodos da Primeira Tradição, pelo fato de que, nascendo da mesma escola atlante de o
cultismo, embora em período posterior da sua história, tinham a posse tanto do grau
inferior como do superior, que a evolução lhes acrescentara. Possuíam tudo quanto os i
niciados da Primeira Emigração tinham possuído, bem como as aquisições das gerações subsequen
es, e, sendo os métodos srcinais fundamentalmente sólidos, jamais foram substituídos
nos planos aos quais pertencem. Cada tradição, na verdade, possui tudo o que sua pre
decessora possuiu, além daquilo que caracteristicamente lhe pertence. A Tradição Esotéri
ca Ocidental teve sua srcem na terceira e última Emigração vinda da Atlântida, que se d
eu imediatamente antes da catástrofe final que mergulhou no fundo do mar o Contine
nte Perdido,
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11 junto com sua sabedoria e civilização. Os sacerdotes que acompanharam a emigração lev
avam consigo os Livros e Símbolos Sagrados, de forma que pudessem fundar um Templo
do Sol na Terra das Trevas, para a qual se dirigiam. Para a fundação desse Templo,
receberam um mandato do Manu de então, e o contato, feito quando o Aspecto de Amor
do Logos prevalecia, estava, conseqüentemente, sobre o Raio do amor e da devoção; e t
al como a Primeira Emigração, que surgiu sob o Aspecto do Poder do Logos, teve como
seu ideal o manejo do poder, perfeito e supremo conforme as leis cósmicas; e a Seg
unda Emigração, tendo surgido sob o Aspecto da Sabedoria do Logos, teve a perfeita s
abedoria como seu ideal. Assim, a Terceira e última Emigração, surgindo sob o Aspecto
de Amor do Logos, teve a fraternidade e a compaixão como seus ideais, e a socializ
ação como sua tarefa. Os sacerdotes da Terceira Emigração, sendo treinados na mesma trad
ição que produzira os sacerdotes da Primeira e da Segunda, possuíam a sabedoria secret
a de ambas essas tradições, além daquela que os tempos subsequentes tinham desenvolvid
o. A nova Escola do Mistério teve de passar por essas fases na construção do seu siste
ma, como podemos distinguir claramente na história dos Mistérios. Tendo, porém, recapi
tulado essas fases, e alcançado um nível de cultura equivalente ao da civilização matriz
, a última e característica fase foi introduzida pelo trabalho do Mestre Jesus. A Tr
adição Ocidental, portanto, tem três aspectos: o aspecto da Natureza, correspondente às
iniciações astrais, cujo mestre, no Astral Inferior, é representado pelo pilar da MãoEsq
uerda do Templo, e no Astral Superior por Orfeu, o doce cantor; o aspecto da Sab
edoria, correspondendo às iniciações da mente, cujo Mestre no Plano Mental Inferior é He
rmes, e no Mental Superior é Euclides; e o Aspecto Devocional e Espiritual, cujo M
estre dos Mestres é Jesus de Nazaré. Esses três grandes aspectos formam a integral Tra
dição Ocidental, e cada um deles, sem os outros dois, é apenas parcial. A não ser que o
Raio do Cutto da Natureza seja complementado pelo Raio do Desenvolvimento Intele
ctual e Treinamento Hermético, os aspectos subumanos se tornarão dominantes no subco
nsciente do aspirante. E a não ser que o Raio Intelectual seja iluminado pela espi
ritualidade do Raio Devocional, ele tenderá para o endurecimento do coração e a estrei
teza de perspectiva, enquanto o próprio Raio da Natureza suaviza e vivifica os Mis
térios com a alegria e a pureza dos seus contatos naturais primitivos. Todos os Ra
ios se unem no Sol. Portanto, seus caminhos convergem e, depois que certos estágio
s são alcançados, fundem-se, de forma que um iniciado dos graus superiores de qualqu
er Escola de Mistério estará em terreno comum aos iniciados de qualquer outra escola
. Entretanto, nos graus inferiores, especialmente em seus métodos de trabalho nos
planos astral e físico, as escolas são largamente divergentes, tal como testemunham
as diferenças em suas invocações. Aquela que invoca os devas do Oriente não invocará as ho
stes angélicas do Ocidente, nem as fórmulas de expulsão, que mandam os demónios hindus d
e volta aos seus domínios, dão proteção a um país europeu, como vários discípulos ingleses de
cobriram por experiências próprias. Os próprios mantras, fórmulas e Palavras de Poder, são
reunidos sobre diferentes princípios. Para usar uma metáfora tirada da música, os Rai
os são tocados em diferentes tons, e se tiver de haver transposição, ela deve ser feit
a por um mestre experimentado, que entenda as correspondências; serão produzidos efe
itos desagradáveis, se simplesmente forem tocados sustenidos como bemóis. Qualquer e
studante de religião comparada sabe que, embora as grandes divindades possam ser i
dentificadas através de diferentes mitologias, e símbolos análogos surjam em todos os
sistemas religiosos, a modificação, tanto de nomes como de signos, ocorre quando são t
raduzidos de um país
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12 para outro. Muitos estudantes ignoram as diferenças e concentram-se na similari
dade, acreditando que as alterações são devidas a peculiaridades locais de pronúncia, po
rtanto superficiais, e que, tendo identificado os diferentes deuses solares atra
vés do mundo, estão tratando com uma e única potência. É verdade, naturalmente, que a mesm
a força está por trás de todos eles, mas é como se alguém tentasse usar, indiscriminadamen
te, um telefone, um dínamo, ou um cautério elétrico, porque a mesma força está por trás de t
odos eles. A pronúncia e a ortografia correias das Palavras de Poder são extremament
e importantes em todas as operações ocultistas, e não sofrem alteração sem motivo e, sim,
de acordo com leis definidas. A mudança nos Nomes Sagrados, de um país para outro, é f
eita para que as forças se adaptem às condições existentes em cada um deles, e não por uma
intromissão leviana. O ocultismo, nos planos da forma, é sempre racial e local porq
ue deve estar adaptado ao ambiente; e, embora nos planos superiores, uma fórmula s
eja válida para todos, e as experiências místicas do mesmo tipo caracterizem todos os
graus superiores, para que os adeptos possam encontrar-se em terreno igual, os s
istemas empregados no treinamento de aspirantes são inteiramente diferentes, e jam
ais devem ser confundidos. A meditação e o ascetismo levarão o discípulo oriental aos pés
do seu Mestre, mas o iniciador ocidental, trabalhando nas condições materiais muito
mais densas daquela civilização, tem de empregar os rituais a fim de obter seus resu
ltados que bem poucos corpos orientais poderiam suportar. Os métodos meditativos d
o Oriente não dariam resultado no Ocidente, a não ser que a vitalidade se faça mais ba
ixa, sendo muito arriscado tentar o manejo de altas potências sobre uma vitalidade
diminuída. E o aspirante também não iria se sentir bem na pressa e na excitação constante
da nossa civilização. Métodos desenvolvidos para se adaptarem a um tipo de vida, a um
regime, e a condições etéricas, não se mostram apropriados para outros tipos completame
nte diferentes, e essa falta de adaptação evidencia-se na tensão nervosa do discípulo. S
e desejam seguir os métodos iogues, devem levar uma vida iogue. Se não fizerem isso,
serão destruídos. As forças do Oriente requerem veículos muito purificados e rarefeitos
para a sua operação, portanto os aspectos primitivos da Natureza devem ser desbasta
dos. As forças ocidentais são muito mais fortes e mais drásticas em sua ação, porque apode
ram-se dos aspectos primitivos e usamnos para seus próprios fins, sublimando o met
al inferior, que transformam em ouro, e não precipitando o ouro a partir do éter. Po
demos nos tornar capazes de receber sinais telegráficos além do alcance normal, seja
aumentando o poder do aparelho transmissor, seja pela sensitividade do aparelho
receptor. O método ocidental emprega o primeiro e o oriental, o segundo. Se o pro
fessor deseja usar os métodos do Oriente, deve levar seus discípulos a preencher as
condições do Oriente, e, para os graus mais altos, terá de ir ao Oriente. Os métodos oci
dentais estão baseados no simbolismo e nas potências ocidentais. Têm suas raízes entranh
adas na vida espiritual da raça. Suas influências moldaram a sua civilização, portanto e
les não se inclinam a fazer, de seus iniciados, estrangeiros em sua própria terra, d
eixando-os inadequados para as condições de vida na Europa. Preferem treinar seus as
pirantes para cooperarem com as forças raciais, para usá-las e serem usados por elas
. O conhecimento da Sabedoria Antiga do Oriente foi popularizado pela Sociedade
Teosófica, mas não nos esqueçamos de que há nosso próprio esoterismo nativo, escondido na
mente superconsciente da raça, e que temos nossos lugares sagrados às nossas próprias
portas, os quais foram
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13 usados para iniciações desde tempos imemoriais, e que foram igualmente potentes p
ara o contato dos celtas com a Natureza, para o trabalho dos Hermetistas, e para
as experiências místicas da Igreja do Santo Graal.

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14

OS CAMINHOS DA TRADIÇÃO OCIDENTAL


A Tradição ocidental tem vários e diferentes aspectos que constituem, de fato, escolas
dentro das Tradições, chamadas geralmente de Raios. Esses Raios recebem seus nomes,
quase sempre, das cores do espectro, com as quais elas devem se equiparar. Há alg
uma diferença de opinião a respeito da designação da cor a ser atribuída aos Raios, e o si
stema popular de atribuir o primeiro Raio ao primeiro Plano, e assim por diante,
é puramente arbitrário e exotérico, porque os Planos não se desenvolveram em um só cicIo-
Raío, com a interferência de períodos de Pralaya em diferentes pontos. A verdadeira de
signação exotérica da cor difere disso em vários aspectos. Portanto, foi empregada uma t
erminologia que dá nomes aos Raios de acordo com a escola que experimentou o mais
alto desenvolvimento, e os correlaciona com os Planos e os estados de consciência.
Esse é um sistema que será prontamente entendido pelos leitores, seja qual for a te
rminologia a que estejam habituados, e evita a confusão mental que surge quando os
termos aos quais se está habituado recebem implicação que não nos é familiar. A questão dos
Raios é altamente técnica e intrincada e, embora seja de grande importância no oculti
smo prático, não é possível tratar dela em detalhes, nestas páginas, porque seria necessário
todo um livro para isso. Será suficiente dizer que os Raios se srcinaram nas exp
ansões periódicas do impulso de Vida Logoidal. Essas expansões podem ser concebidas co
mo canais abertos nos planos ocultos, e a Força Logoidal continua a fluir nesses c
anais depois que a enchente srcinal se esgotou. Essas expansões construíram os suce
ssivos planos de manifestação, depositando-os, por assim dizer, como o fluxo de um r
io deposita sedimentos. Cada uma dessas expansões tem de descobrir seu ingresso no
plano da matéria através da consciência de um ser encarnado, e os Grandes, aperfeiçoado
s em evoluções anteriores, adiantam-se, por sua vez, para assumir essa tarefa. Depoi
s de a terem completado, e de o fluxo, após haver depositado seus sedimentos, ir s
e esgotando, eles se recolhem aos Planos ocultos, e dali continuam seu trabalho,
que é o de focalizar aquela manifestação particular da Vida Logoidal, dando-lhe forma
e expressão. Então, passam a ser conhecidos como os Senhores dos Raios ou Estrelas
Logoi. Os planos de percepção humana correspondem aos planos instalados pelos Raios,
e são as forças de um Raio, reconcentradas por meio de um ritual para formar um flu
xo em miniatura, que são usadas para estimular o plano correspondente da percepção a i
niciar um funcionamento ativo. Cada alma possui todos os sete aspectos, mas em u
ma determinada encarnação somente alguns deles podem estar latentes. é muito raro um d
esenvolvimento igual, total. Um desses pianos será o foco de percepção, e os outros as
pectos serão a ele subordinados e contribuem para ele. Por exemplo, uma pessoa pod
e agir por suas emoções, e ter o julgamento abalado pelos seus sentimentos. Outra pe
ssoa pode concentrar-se em sua mente, e, segundo a velha frase, a cabeça governará o
coração. Quando pessoas assim vêm para a iniciação, a tarefa difícil para o iniciador é tent
r persuadi-las a desenvolver aspectos suplementares, a fim de obter equilíbrio. É qu
estão relativamente fácil estimulara inclinação natural da pessoa. A dificuldade está em e
stimular um fortalecimento correspondente de seus pontos fracos, única forma de pr
oduzir equilíbrio, O homem que está focalizado em sua mente deve aprender a usar seu
coração, e o homem que
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15 está focalizado em seu coração deve aprender a usar a cabeça. Nenhum desses aspectos,
sozinho, é suficiente. Portanto, os estudantes tendem a se separar em grupos, de
acordo com o tipo; e os diferentes tipos têm de ser tratados de maneiras diferente
s em uma escola de iniciação. Os Mistérios Menores têm como objetivo oferecer um treinam
ento preliminar total, primeiro na purificação e disciplina do caráter, e depois no de
senvolvimento dos poderes intelectuais, especialmente o da concentração. Todos os ca
ndidatos precisam passar por esse curso, e muitos fracassos resultam de especial
ização demasiadamente precoce. Só depois de terem passado pelos três graus, nos quais a
percepção é treinada, e só depois que a dedicação seja oferecida e aceita, é que passam para
s Grandes Mistérios. A essa altura é que são separados e levados aos Raios, trabalhand
o primeiro em um, depois em outro, até que tenham adquirido os Poderes dos Planos
aos quais os Raios correspondem. Cada Raio influencia um aspecto diferente da co
nsciência, e, quando o estudante tiver passado por todos eles, sua natureza estará d
esenvolvida, purificada e harmonizada em todos os seus aspectos. Então, de acordo
com o seu temperamento, ele escolhe o Raio em que se quer especializar, e, dali
por diante, dá início ao seu trabalho sobre aquele Raio. Entretanto, é essencial que t
enha tido experiência de todos os Raios antes de fazer isso, de outra maneira iria
assemelhar-se a um compositor que tentasse orquestrar um trecho de música sem ent
ender a técnica de um instrumento de sopro. Não é possível orquestrar um instrumento, a
não ser que se entenda a sua técnica. O mesmo se dá com o iniciado: mesmo que o plano
escolhido por ele seja o Espiritual Elevado, precisará ter conhecimento do Astral
Inferior; e se o plano que escolheu for o das poderosas forças elementares do Astr
al Inferior, nem por isso precisará menos dos contatos do Espiritual Elevado, a fi
m de não ser arrastado e submerso nos aspectos não-humanos da Natureza. Cada plano,
e seu aspecto correspondente de percepção ou consciência, está aberto sob a égide do Senho
r do Raio, cujo nome é a suprema Palavra de Poder daquele Plano. Cada escola ocult
a, infelizmente, inclina-se à especialização, porque os temperamentos raciais têm sua te
ndência natural. Os Raios mais trabalhados presentemente na Tradição ocidental são os Ra
ios da Mente Concreta e do Espírito Concreto. A Tradição oriental, por outro lado, lev
ou a um alto grau de desenvolvimento o Raio do aspecto etérico da matéria, na Hatha
Yoga, e o Raio do Espírito Abstrato, na Raja Yoga. Outros Raios têm tido seu desenvo
lvimento em diferentes fases da história do mundo. Os gregos, por exemplo, realiza
ram suas iniciações com base nos Raios do Astral Superior e da Mente Abstrata. Quand
o vamos estudar um Raio, portanto, voltamo-nos para a escola esotérica que se espe
cializou nesse aspecto. O sétimo plano, o Plano do Espírito Abstrato, nunca foi cont
atado no presente estágio de evolução, quando no corpo; o ego deve retrair-se do corpo
, para esse contato, e o corpo entra, então, em profundo transe. Esse aspecto tem
sido o mais altamente desenvolvido no Oriente, e, por isso, esse Raio é geralmente
conhecido como Raio Búdico; mas tivemos exemplos dele no Ocidente, em nossos extáti
cos, e Santa Teresa é a nossa principal autoridade nesse caso. É extraordinariamente
raro que ele seja assinalado em nossos dias, e só pode ser desenvolvido em retiro
, sob condições ascéticas. Não há Raio Logos no sentido em que existem outros Raios, porqu
e ele ainda não foi trazido à manifestação na matéria, e porque nunca foi focalizado pela
percepção de um ser encarnado. Sua invocação e seus contatos são os do Espírito Santo, e ele
jamais opera em
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16 percepção desperta, mas apenas, como tivemos ocasião de dizer antes, em transe tota
l. As operações desses contatos envolvem a retirada da alma em relação ao mundo, e jamai
s são empreendidas enquanto não se aproxima o tempo em que a libertação da Roda do Nasci
mento e da Morte possa ser reivindicada. Concentração sobre esse contato antes da époc
a propícia causa uma interrupção do crescimento espiritual. Temos um exemplo disso na
Europa, com os Quietistas: a Sra. Guyon, para usar uma expressão metafórica tirada d
o grande trabalho de Evelyn Underhill sobre o Misticismo, "aquecia-se como um ga
to ao Sol da Vida". Foi o desenvolvimento excessivo desse aspecto que paralisou
o progresso do Oriente. O sexto plano, ou Plano do Espírito Concreto, é atualmente o
ponto focalizador da civilização. Sobre ele são desenvolvidas as qualidades espiritua
is de Amor, Verdade, Bondade, Pureza e muitas outras. Esse Raio foi manifestado
ao homem pelo Senhor Jesus, que é o seu Mestre dos Mestres, o seu Raio Logos, por
isso, é conhecido como Raio Cristão. A iniciação desse Raio é o mais alto ideal que um hom
em pode alcançar enquanto ainda permanece na senda humana da evolução. São os contatos d
esse Raio que dão ao santo sua Visão Deliciosa e que transformou o cálice no Graal. Es
se Raio é o poder oculto do Cristianismo que foi ensinado aos discípulos, no Aposent
o Superior, enquanto a multidão recebia apenas uma regra de vida uma regra, contud
o, que, sendo fielmente seguida, iria levá-la ao Aposento Superior, onde poderia r
eceber o ensinamento oculto, que não é recusado, mas apenas mantido em separado. É o p
oder do Raio Cristão que brilha através do Graal, e é para a Igreja do Graal que vai o
aspirante quando escolhe o Caminho da Cruz. Essa é a Igreja que está por trás da igre
ja que não é vista, mas compreendida, e é para ela que a devoção aos Sacramentos conduz o
homem. A igreja, que é de pedra, se apaga para ele, e o homem passa a encontrarse
na Igreja que não é construída pelas mãos, que é eterna nos céus. é ali que o místico cristão
seu culto, é ali que ele encontra o seu Mestre face a face, no vinho e no pão, que não
são pão e vinho, mas as substâncias de uma operação mágica, sublimadas em ouro espiritual.
As iniciações no Plano da Mente Abstrata referem-se ao desenvolvimento do pensamento
intuitivo e do poder de raciocínio dedutivo, estendendo-se do conhecido para o De
sconhecido e traduzido em termos reconhecíveis. é chamado, com frequência, Rato Pitagóri
co, porque teve seu apogeu nas Escolas de Mistérios da Grécia. É esse o verdadeiro Rai
o da Sabedoria, porque seus contatos representam a primeira das iniciações objetivas
, onde as portas do eu são abertas, e esse eu entra em imediato relacionamento com
o Não-eu. Todas as iniciações que antecedem a esta abrem apenas as alturas e profunde
zas ocultas do eu. O Raio da Mente Concreta é o mais alto aspecto da personalidade
encarnada. Hermes, três vezes grande, representa o seu Raio Logos. Seu mais eleva
do desenvolvimento deu-se nos sistemas egípcio e cabalístico, e foi mesclado com o p
ensamento cristão nas escolas dos neoplatônicos e dos Gnósticos, mas a energia persegu
idora da Igreja, de há muito exoterizada, baniu-o como sistema organizado. Seus es
tudos, que eram o expoente máximo do seu aspecto cabalístico, foram mantidos vivos a
penas entre os judeus, durante a primeira parte da Idade Média. Seu aspecto egípcio
foi reintroduzido na Europa pelos Templários, depois que as Cruzadas os puseram em
contato com os Centros Sagrados no Oriente Próximo. Novamente banido, pelo medo e
pelo ciúme da Igreja, ele reapareceu, uma vez mais, na longa linha de Alquimistas
que floresceu depois que o poder de Roma foi rompido pela Reforma. E está vivo até
hoje.
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17 O Raio que tem correlação com o Plano Astral Superior é conhecido como Raio Céltico,
porque sua iniciação do eu emocional superior deu à cultura racial céltica o seu ímpeto. Ê v
isto, em sua mais alta manifestação, nos inícios da tradição grega, especialmente nos cult
os dionisíacos, antes que a influência dos pensamentos oriental e egípcio tivesse prod
uzido desdobramentos que não eram típicos do gênio racial helénico. O Raio Céltico é essenci
almente elemental, e se relaciona com o aspecto natural das coisas. Sendo uma in
iciação das emoções, seus padrões de valor são estéticos, não éticos, seus ideais são a belez
legria, não a verdade e a bondade, e devemos ter isso em mente quando julgamos sua
s devoções. Ele está bastante afastado do mundo dos homens e dos valores mundanos, mas
, sem o seu fermento, o utilitarismo dos homens esmagaria de todo a visão mais amp
la. É desse Raio que todo trabalho imaginativo extrai a sua inspiração, e os artistas
criativos retiram sua força. é, essencialmente, o Raio dos Artistas, seja qual for o
meio no qual sua capacidade artística encontre expressão. E é a força desse Raio que fa
z a sutil diferença entre os produtos do trabalhador manual e os produtos da máquina
e dá aos produtos feitos à mão o sutil fascínio que eles exercem sobre a alma sensitiva
. Mesmo que a sua técnica não seja tão perfeita quanto a da fábrica, elas estão vivas com
a maravilhosa vida elemental do Raio Céltico, que aquele que as faz, trabalhando c
om a criativa inspiração haurida daquele Raio, colocou nelas. Sim, elas estão literalm
ente vivas, animadas com a essência elemental; e eis por que elas são "agradáveis", de
uma forma que o objeto feito pela máquina não o é. Contudo, embora a expressão grega da
Sabedoria Antiga forneça excelente material de estudo, é através da forma que ela est
abeleceu no espírito grupai da nossa raça que devemos procurar aproximação com os contat
os reais do seu poder; e a verdadeira expressão do Raio Céltico, para o habitante da
s Ilhas Britânicas, está nas lendárias tradições gaélicas. Muitas gerações do intelecto britâ
foram nutridas com a tradição clássica, e, conseqüentemente, produziram aquele remoto, a
ntiquado e estranho tipo de beleza literária ou artística que é chamada clássica. Esse é u
m tipo de beleza para cuja apreciação uma cultura especial se faz mister, uma cultur
a clássica similar àquela que inspirou o criador da coisa bela, porque a vida elemen
tal que anima suas criações é derivada do aspecto helénico do Raio Céltico (porque a tradição
romana também deriva dessa fonte), portanto não atrai o homem comum, que não estabelec
eu tais contatos dentro da sua alma. Contatos com uma força estranha têm de ser lent
a e elaboradamente estabelecidos. Não surgem espontaneamente, nem são inatos. E não só d
evem ser estabelecidos como devem ser ternamente amados, porque são as plantas tro
picais da alma. Porém, o que deriva da nossa tradição popular nativa nasce do solo com
o água vivificada pela boa terra escura e refrescada com o alento da erva e da árvor
e. Nasce, rebrilha, e quem passa pelo caminho, embora, seja insensível, não pode senão
regozijar-se, pois aquilo, para ele, é congénito. Não precisa de comentários que faiem
da sua beleza. Ama-a porque ele a aprecia e ele a aprecia porque ela vitaliza a
sua natureza. Ela vitaliza a sua natureza porque o põe em contato com a terra nati
va, aquecida de sol, molhada de chuva, aquela terra que seus pés nus palmilharam q
uando ele era uma criança, quando sua alma estava aberta e ela ainda podia sentir
o Invisível. Sopra através de sua alma como o vento dos lugares mais altos, e passa
sobre ele como as ondas do mar aberto. Seu coração salta, ao sentir aquilo, como as
chamas que se elevam goruscantes de um fogo vivo. Porque, pelo pó de seus ancestra
is, ele tem afinidade com os elementos da sua terra nativa, e, pela estrada dos
sonhos da sua infância, aproxima-se do contato Céltico. Porque o iniciado
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18 do Raio Céltico é a Criança Imortal, o Folgazão do Céu, sempre jovem e nunca sensato, p
orque a Sabedoria não está no Raio Céltico. O Raio que corresponde ao Plano Astral inf
erior é conhecido como Raio Escandinavo, porque os mais puros contatos dessa muito
corrompida tradição de que podemos dispor no Ocidente são os da mitologia nórdica. O Pl
ano Astral Inferior é o plano dos instintos primitivos e das paixões grosseiras com
eles associadas, e é a sublimação dessas paixões que dá o êxtase da iniciação desse contato.
tradição nórdica, o êxtase derivase da sublimação da qualidade de coragem, em sua apoteose c
omo a volúpia guerreira da batalha. Em outras tradições, esse Raio toma diferentes for
mas. No sistema Hindu é o terrível culto de Káli, com seus tugues e suas mutilações, a apo
teose da crueldade, não da coragem. O aspecto priápico, distinto do aspecto dionisíaco
do culto fálico, também está relacionado com esse Raio. Entretanto, não se deve pensar
que esse Raio seja mau em si mesmo. Nada do que Deus criou é mau em si mesmo. É apen
as em sua perversão e distorção que se torna mau. O Raio Escandinavo é o Raio das virtud
es heróicas de coragem, resistência e estabilidade. Quando seu potente elemento prim
itivo falta, as pessoas tornam-se decadentes e neuróticas, desequilibradas e maníaca
s; a artificialidade toma o lugar dos instintos naturais. A época em que esse Raio
manifestou-se sobre a Terra é tão remota que suas funções se correlacionam com o cerebe
lo, porque o cerebelo funcionou antes que o cérebro, a parte do encéfalo que dá à fronte
a característica humana, se desenvolvesse. Normalmente, a mentalização correspondente
a essa parte do cérebro não vem a foco na personalidade acordada, mas é subconsciente
, vindo à tona apenas durante períodos de intensa emoção, ou quando as partes mais recen
temente desenvolvidas do cérebro são postas em ação pela influência das drogas ou de doença.
Ele é, naturalmente, o Raio par exceffence da Magia Negra, e, em consequência disso
, tornou-se muito contaminado. Seus contatos são usados apenas em cultos de feitiçar
ia, e, contraditório como possa parecer, por ocultistas altamente treinados. Porqu
e da capacidade para contatar e controlar as forças desse plano depende o poder de
produzir efeitos tangíveis na matéria densa. O Nome do Mestre dos Mestres desse pla
no não pode ser dado, por ser Palavra de Poder, mas pode ser dito que é função especial
do Arcanjo Miguel guardar os portões do Mundo Subterrâneo, de forma que nenhuma arre
metida do "caos e da velha noite" possa abrir caminho para o Plano da Terra. O R
aio que se refere à instalação do Plano da Terra é ainda mais antigo do que o Raio Escan
dinavo. Manifestou-se antes que a matéria que nos é conhecida sob aspecto denso tive
sse evoluído. Como força iníciatória ele desenvolve os poderes do duplo etéreo. Seus conta
tos são efetuados no Oriente, na disciplina da Hatha Yoga, e, já que não temos escola
correspondente no Ocidente, iremos chamá-lo Raio Etéreo. Em seu aspecto srcinal, há m
uito ele deixou de manifestar-se, mas o ciclo da evolução está começando a trazê-lo de vol
ta em um arco mais alto, e estamos vendo um grande desenvolvimento do poder da m
ente sobre o corpo, em cultos tais como os da Ciência Cristã, e no movimento chamado
Pensamento Novo. é operando sobre o duplo etéreo, naturalmente, que o curador da me
nte obtém seus resultados, tal como o faquir obtém seus fenômenos. Esses sete Raios co
nstituem a escala da iniciação, e ninguém pode ser chamado adepto com justiça se não possu
ir os graus correspondentes a eles. O Raio Búdico está à frente da evolução; O Raio Etéreo,
em seu aspecto srcinal, fica atrás dele; o Raio Cristão é o ponto focalizador da era
presente. É ao longo das linhas traçadas pelo Mestre Jesus que o
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19 desenvolvimento está tendo lugar. Os poderes dos outros Raios, com exceção do Raio
Búdico, que não pertence ao Plano da Terra presentemente, são recapitulações pelas quais u
m homem toma posse, para si mesmo, daquilo que a humanidade alcançou no passado, e
que é parte da herança da raça. Mestre Jesus, Logos Estrela do Raio sob o qual a mode
rna civilização está se desenvolvendo, é o Senhor desta época, e Seu Nome é a Suprema Palavr
a de Poder, porque a cada manifestação do Cristo são confiadas todas as coisas no Céu e
na Terra, incluindo as de Seus Irmãos, que o precederam no cargo. Outra encarnação da
força do Cristo virá na devida estação evolucionária, como ensinam todas as religiões; mas e
ssa estação ainda não chegou e, até que chegue. Mestre Jesus é o Mestre dos Mestres para o
Ocidente e o Grande Iniciador dos povos de raça branca.

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20

A EVOLUÇÃO E A FUNÇÃO DOS MESTRES


Muito se tem escrito, nos últimos anos, a respeito Daqueles que são chamados Mestres
, e muitas opiniões diferentes foram expressas. Há escritores que Os colocam como ap
enas um pouco inferiores à Divindade, e outros que parecem usar a palavra como equ
ivalente aos "controles" dos espiritualistas, chegando mesmo a referir-se a Eles
como em forma humana, com lugar e residência no plano físico. Isso produziu mal-ent
endidos, e levou a um aviltamento do conceito sobre esses Seres Divinos e superh
omens, com os quais a humanidade tem possibilidade de estabelecer contato. O mal
-entendido é em grande parte devido ao fato de que toda a super-humanïdade tem sido
classificada, com frequência, em conjunto, por parte de estudantes irrefletidos; e
as funções de Adepto, Mestre, e Mestre dos Mestres, Logos Estrela, ou Raio Chohan (
segundo a terminologia empregada) têm sido confundidas, e suas gradações também o foram.
Na terminologia empregada nestas páginas, a palavra Mestre jamais é aplicada a um s
er encarnado no plano físico, e sim reservada para Aqueles que já não precisam encarna
r para realizar Seu trabalho. O termo Adepto é usado para aqueles seres que passar
am além do estágio que a evolução já atingiu em nosso planeta, e, assim, nada têm a aprender
das suas condições, e preferem encarnar-se apenas para realizar determinado trabalh
o. Esses não são vistos como Seres Divinos, mas como Irmãos Mais Velhos. O homem ou a
mulher que avançou para além de um certo grau nos Grandes Mistérios é citado como inicia
do e, abaixo desses, vêm os graus de irmão, neófito, dedicado, servidor e buscador. Co
mo os graus da hierarquia referem-se a estágios evolutivos, sua significação é melhor en
tendida estudando-os em sua sequência, começando pela primeira manifestação, que é hoje a
mais alta, cada advento subsequente levando a iniciação para mais um estágio no percor
rer dos planos. E, como a humanidade, neste ínterim, evolui firmemente para os pla
nos superiores, chega-se a uma ocasião em que a consciência cósmica pode ser atingida
e mantida no estado desperto normal. "Em minha carne eu verei Deus." O trabalho
dos Manus, o que se srcinou de evoluções anteriores, foi explicado em outro capítulo,
e retomaremos a história no ponto em que os Grandes Mestres, que foram discípulos d
os Manus, entram em funcionamento. Consideremos, primeiro, a condição da humanidade
ao tempo em que os Manus começaram a aparecer no plano físico. Essa condição era bem mai
s baixa do que a do mais primitivo selvagem, a inteligência sendo essencialmente a
nimal em seu tipo, pois a função dos Manus era dar assistência ao desenvolvimento das
faculdades caracteristicamente humanas, e distinguirnos de nossos irmãos mais novo
s, os animais. Os próprios Manus procediam de evoluções anteriores. A sua função era auxil
iar a humanidade a recapitular rapidamente as experiências evolutivas que deviam t
razê-la ao nível em que seus predecessores se haviam retirado do plano físico, de modo
que a humanidade pudesse assumir o trabalho do planeta no ponto onde os Senhore
s da Mente o tinham deixado. Com a intenção de poupar o tempo que seria empregado em
reconstrução laboriosa, certas entidades aperfeiçoadas, da onda de vida anterior, ass
umiram a tarefa de entregar à humanidade os frutos da sua evolução. A Humanidade mal h
avia alcançado o estágio de consciência perceptiva, isto é, podia formar imagens mentais
que se iam engrenando em sequência de memórias. Agora, fazia-se necessário que a cons
ciência conceptiva fosse desenvolvida, de modo que a memóría-imagem pudesse ser sintet
izada em generalizações. Por meio de sugestão, de transmissão de pensamentos,
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21 os Manus plantaram IDÉIAS na consciência humana, e os homens escolhidos para essa
operação, tendo aprendido um conceito e compreendido a possibilidade dessa forma de
pensamento, depressa puderam construir outras sínteses de imagens por si próprios,
e foram postos a praticar assiduamente esse processo, sob seus instrutores, tal
como os aspirantes de hoje são postos a praticar o pensamento intuitivo dos planos
abstratos. Uma vez que esse processo encaminhou-se bem, os Manus tiveram a poss
ibilidade de se retirar para um plano mais alto, e os discípulos, que Eles tinham
iniciado em Seus métodos de pensamento, foram incumbidos de treinar seus companhei
ros, sob instruções dos Manus. No curso devido da evolução, alguns desses discípulos fizer
am tanto progresso que evoluíram para além da necessidade da encarnação, e também eles se
retiraram do plano físico. Os Senhores da Mente, que tinham sido seus iniciadores,
puderam, então, retirar-se para seu próprio lugar, que não é em nosso planeta, embora e
steja dentro dos limites do nosso sistema solar. Então, os Senhores da Humanidade
tornaram-se os iniciadores do seu próprio povo. As entidades aperfeiçoadas, srcinad
as de evoluções anteriores, têm Suas funções próprias dentro do Universo, tais como leis, fo
rças e princípios, e só os Senhores da Mente se aproximam, em pequeníssimo grau, do noss
o conceito de seres conscientes. Embora perfeitos e completos, de acordo com seu
próprio tipo, eles estão em um grau de evolução muito inferior àquele em que a humanidade
estará, quando, por sua vez, completar seu curso. Porém, da mesma forma que um cão de
dois anos está em estágio de desenvolvimento muito superior ao de uma criança de dois
anos, e pode ser colocado como guarda dessa criança, os Senhores da Mente são infin
itamente superiores em relação à humanidade infante, embora a humanidade venha a ser s
uperior aos Senhores da Mente, quando integralmente evoluída. Conforme cada nova f
ase da evolução humana era encetada, um dos Senhores da Humanidade assumia a encarnação
no plano físico, a fim de introduzir na percepção humana as ideias arquetípicas que se p
retendia fossem desenvolvidas durante aquela fase, e Ele ensinava essas ideias a
um grupo de discípulos pela doutrina, ensinando, porém, pelo exemplo, à multidão. Isso
quer dizer que Ele viveu a vida ideal, manifestou caráter ideal, apresentando, ass
im, um novo conceito de perfeição humana à consciência dos homens, e formando um padrão pe
lo qual eles poderiam medir sua vida e suas ações. Foram, assim, os Grandes Modelos,
e representam o Homem Arquetípico, ao qual a humanidade chegará, quando tiver compl
etado a fase de evolução assim introduzida. Entretanto, Eles são mais do que Modelos.
São, também, Salvadores, porque antes que uma nova fase de trabalho seja empreendida
, Eles têm de erradicar e corrigir qualquer resíduo de erro da fase anterior de evol
ução, e fazem isso tomando sobre Si mesmos o pecado do mundo, para usar a terminolog
ia teológica. Os ocultistas conhecem um método de cura pela substituição, no qual, pela
extrema compaixão ante os sofrimentos de uma pessoa amada, esse sofrimento é sentido
no próprio eu, e, pela reação e compreensão assim despertadas, é expiado em um plano mais
alto. Esse processo é extremamente perigoso porque, se a expiação não é realizada com êxito
, o pretenso curador é abandonado com a doença; é também extremamente penoso, porque o q
ue seria um sofrimento físico, longamente arrastado para o paciente, é transmudado e
m seu equivalente sofrimento mental para o curador durante um período curto, e por
isso mesmo concentrado. Ademais, todo o processo tem de ser realizado de acordo
com as leis do karma, ou haverá mais mal do que bem.
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22 Aquilo que às vezes se faz entre duas pessoas é realizado entre o Salvador e a al
ma grupai do mundo, quando uma Reparação é realizada ao final de uma fase da evolução. Nas
poucas horas da Crucificação o pecado e o sofrimento que restaram de uma fase de ev
olução foram compreendidos e aliviados. Não é de admirar que, sabendo com antecipação o que
seria aquela amarga prova, o Senhor do Raio Purpurino suplicasse: "Afasta de mim
este cálice." O iniciado da Tradição ocidental dá à Paixão e ao seu oferecimento ritual na
Missa, a mesma colocação que lhe dá o teólogo. Para ele, a Eucaristia representa o supre
mo contato do seu Raio e raça. Mas reconhece, também, outros grandes Redentores, e s
abe que a lenda da morte sacrificatória é verdadeira para todos Eles. Quando um Mest
re encarna como Redentor e passa pelo sacrifício da Morte, Ele não reencarna, mas to
rna-se o Logos Estrela do Seu Raio, um dos Sete Espíritos que estão diante do Trono,
e traz aquele aspecto da força logoidal para um foco, através das fontes da Sua per
sonificação. Uma personificação não é a mesma coisa que uma personalidade, e sim a imagem qu
e a individualidade constrói de uma encarnação em particular, a fim de se manifestar s
obre o plano da matéria. Esse é um ponto significativo do ocultismo prático, e foi a i
sso que Madame Blavatsky se referiu quando disse em A doutrina secreta, que q co
rpo de um Mestre é ilusório. Quando psíquicos dizem que o Mestre Jesus está encarnado, n
o presente tempo, em tal ou qual lugar, não é uma encarnação que eles divisam, mas uma p
ersonificação, uma forma-pensamento na consciência do Logos Estrela, que está sendo usad
o para realizar Seu Raio, E quando essa encarnação é relatada em um Centro Sagrado, no
Himalaia ou no Cáucaso, significa que o corpo astral do vidente está trabalhando em
um desses centros astrais. O Mestre Jesus não está vivendo ali, mas é o psíquico que al
i está funcionando! Coisa muito diferente. é extremamente fácil obterá reabertura da con
sciência astral quando o vidente supõe estar funcionando em seu corpo causal, abstra
to, mental, e então ambos os tipos de percepção apresentam-se simultaneamente ao ego,
como duas exposições de uma chapa fotográfica. Também, psíquicos que não absorveram a fórmula
teste apropriada para "tentar os espíritos" no plano e no Raio nos quais eles estão
trabalhando, podem, facilmente, encontrar o conteúdo subconsciente exteriorizado c
omo formas-pensamento, e estarem, assim, apenas lendo suas próprias mentes subcons
cientes quando acreditam estarem lendo os Registros, e por isso apresentam noções pr
econcebidas como visões. Finalmente, um psíquico que não pode trabalhar acima do plano
astral, descreverá tudo em termos de imagens-consciência antropomórficas. Quando, por
tanto, ele ou ela resolvem investigar coisas que não são desse plano, não podem elevar
a percepção a ponto de compreenderem o abstrato, e só conseguirão ver os reflexos na luz
astral, usando a consciência astral como um espelho. E coisas que são puro espírito,
portanto sem forma, serão apresentadas como tendo formas, e sua aparência será descrit
a. As aparências vistas são, simplesmente, representações simbólicas do abstrato, tal como
as apreende a percepção concreta, que o vidente deve ser capaz de interpretar em te
rmos abstratos, tal como fez Anna Kingsford em relação às suas iluminações. Mas, quando te
mos um vidente que não compreende o método da transmutação do simbolismo entre os planos
, temos a descrição do Cristo de pé sob uma árvore em Seu jardim, abençoando o mundo com a
mão estendida, todas as tardes. Bem: o Cristo não é, e nunca foi, uma personalidade.
Não é sequer individualizado, mas, simplesmente, o aspecto regenerador e harmonizado
r da força logoidal, e, como tal, fala-se nele como o Cristo Cósmico, a fim de disti
ngui-lo da manifestação daquela força que vem através do canal da
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23 consciência de um Redentor. Essa força foi a que funcionou através de todos os Salv
adores do Mundo, orientais ou ocidentais que fossem, mas Jesus, o Cristo, sendo
o Salvador da civilização ocidental em sua fase de evolução, é, para nós, "o único Nome, sob
céu, por meio do qual seremos salvos", isto é, por meio do qual obteremos a suprema
iniciação que ora está disponível para nós, nesta esfera, "Para cada homem seu próprio Mest
re", nem podemos nós "julgar-nos servos de outro homem", mas para as raças ocidentai
s, Jesus de Nazaré é O Cristo, porque é o Seu ideal que a nossa civilização está tentando de
senvolver, tão lenta e laboriosamente. O Próximo Professor do Mundo diz respeito à próxi
ma Raça-Raiz, e nada tem a ver com a civilização ocidental, que deve desenvolver a Lei
do Amor, de acordo com a vontade divina do Senhor Jesus. Só o povo-semente da nov
a raça irá seguir o novo Professor, quando Ele os convocar, e eles não acharão possível re
generar a civilização europeia pelos métodos que desejam instalar, mas terão que se segr
egar em colónias ou comunidades e viver separadamente a sua própria vida, enquanto a
civilização ocidental cumpre o seu próprio destino e alcança seu zénite. Então, com a decadê
cia dessa civilização, as almas que ela tiver aperfeiçoado se retirarão, para reencarnar
mais tarde em uma nova Raça-Raiz. Virão, porém, como indivíduos, porque não é possível trans
erir a alma grupai de uma civilização, de um Manu para outro. Porque a alma grupai,
da mesma forma que o corpo grupal, ou uma organização social, é finita e mortal, e dev
e morrer antes de ser reencarnada. Só o espírito da humanidade é imortal e permanece p
or toda uma evolução; só o espírito, que é universal e uno, permanece em todas as partes d
o planeta. As organizações sociais são tão independentes como os indivíduos, e suas almas
grupais, ou devas, não deixarão que se unam, embora possam formar fraternidades no p
lano da consciência de grupo. O Mestre Jesus é "um Alto Sacerdote da Ordem de Melqui
sedeque", e teve, segundo a Tradição Esotérica Ocidental, apenas duas manifestações anteri
ores neste plano. Passou para além dos planos da forma, depois da terceira, última,
e mais alta manifestação, que foi a conclusão do Seu trabalho. Nunca foi da nossa huma
nidade, e agora é do grau do Fogo Cósmico na hierarquia, portanto o Sol é Seu símbolo ap
ropriado, e Sua Igreja mantém as estações do ano solar e as identifica com os fatos da
sua carreira, dando, assim, nascimento à hipótese do Mito Solar. As histórias dos Eva
ngelhos ocupam-se com dois tipos de fatos: a narrativa histórica da Encarnação e os at
ributos da função de Redentor, que Nosso Senhor teve. A exposição dessa significação dual se
ria longa demais para estas páginas, mas o leitor esclarecido será prontamente capaz
de distinguir as duas, e atribuir cada fato da Vida Divina à sua própria categoria.
O Senhor Jesus não é do mesmo grau hierárquico de outros Mestres com os quais Ele tem
sido, às vezes, associado e confundido. Está no mesmo grau dos Manus Krishna e Osíris
, como um Mestre dos Mestres em Seu próprio Raio, abaixo de Quem estão os Grandes Me
stres, que são Regeneradores mas não Redentores, porque não morreram de Morte Sacrific
ial. A esses pertencem Moisés, que deu a Lei de Israel; Gautama, que deu a Lei à Ásia;
Maomé, que deu a Lei à África; e Paulo, que deu a Lei à Europa. O trabalho desses últimos
é com a mente consciente do homem, mas o trabalho do Cristo é feito com a consciência
da raça. Abaixo destes estão ainda os Mestres Menores que, na terminologia cristã, se
riam chamados santos, e são esses os que se estão ocupando do ensino e treinamento d
a humanidade no tempo presente. O místico fala na Comunhão dos Santos, e o ocultista
fala na Loja dos Mestres, e ambos se referem a diferentes tipos de uma mesma co
isa. A Comunhão dos Santos é aquele corpo de "homens justos que se fizeram
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24 perfeitos", e que pelo Caminho da Cruz passaram para além da encarnação. Tendo amad
o a Igreja durante sua permanência no tabernáculo da carne, ainda a amam na vida do
espírito. Assim, "com anjos, arcanjos, e toda a companhia do céu", respondem ao cham
ado do sino do santuário, e, naquela Missa do Graal, da qual a alma mística partilha
, a Igreja do Céu e da Terra se reúnem. São eles que constituem a Igreja além da Igreja,
ou, na linguagem da Tradição ocidental, a Igreja do Graal, e é nesse "corpo de homens
justos que se fizeram perfeitos" que repousa a força da Igreja. Por esse motivo é q
ue a oração dirigida aos santos e a adoção de um santo patrono têm grande valor sobre o Ca
minho Místico, pois o seu Santo Patrono é para o místico o que o seu Mestre é para o ocu
ltista uma lente através da qual o Poder Cósmico é concentrado, um símbolo pelo qual a p
ercepção é elevada a conceitos transcendentes, um Irmão Mais Velho que, tendo chegado pe
la mesma senda, compreende a necessidade humana daquele que busca e está confiado à
sua guarda, e pela sua sabedoria mais profunda e maior poder, pode aconselhar e
ajudar naquelas pequenas coisas que parecem tão grandes à alma lutadora. As grandes
forças cósmicas são usadas apenas para os grandes propósitos cósmicos, mas aquelas almas cós
micas, às quais chamamos Santos e Mestres, podem transmutar e aplicar essas forças p
ara alívio das pequenas necessidades humanas daqueles que estão sob Seus cuidados, d
e forma que essas almas, por si mesmas, devido à pequenez de sua compreensão e à limit
ação de suas ideias, não poderiam fazer isso com igual êxito. É verdade que não há oração dir
ao Pai de Todos que tombe por terra sem dar frutos, mas o domínio de dificuldades
temporárias da vida humana não é função do Grande Irrevelado, tal como a função do Sol não é
der fogos. Ainda assim, se os raios do Sol forem concentrados através de um vidro
ustório, um fogo pode ser aceso. O Primeiro Manifestado sustenta todas as coisas,
e há de sustentá-las, quer oremos para Ele ou não. Ao fim, seremos reunidos de volta à V
ida Infinita. Contudo, no presente estado da nossa evolução, Ele está, para todos os p
ropósitos práticos, fora do nosso alcance (salvo em certas meditações adiantadas, quando
é possível a aproximação Dele por meio de um símbolo). Somos levados pelas grandes corren
tes da Sua força, como animálculos nas marés oceânicas, conduzidos em movimento tão vasto
que nossos sentidos não podem percebê-lo. Ele atuará, quer O cultuemos ou não, e nenhuma
das nossas preces podem desviá-lo do Seu curso. O Cristo Cósmico é uma força do mundo.
Pela aspiração podemos abrir a nossa consciência para essa força, e nos alinharmos com s
uas normas, até que a consciência fique saturada por ela, e a iluminação aconteça. Essa, p
orém, não é uma força que alivie as pequenas necessidades humanas, embora possamos recor
rer a ela para qualquer tarefa cósmica em que estejamos empenhados. Ele é o Guardião d
a Alma, chamemo-Lo Santo ou Mestre, que estende a mão nas trevas que o coração em luta
necessita, trazendo-lhe a força do Cristo que, se fosse aplicada â sua alma despida
, queimá-la-ia; ou, resguardando-o daquela glória inefável quando ela se torna tão brilh
ante que os olhos recém-abertos são crestados por ela. Porque o poder do Cristo é tão fo
rte em sua força purificadora que só o ouro, purificado pela fornalha, pode suportá-la
. Tudo quanto é escória em nossa natureza sobe em chamas, quando exposto aos seus fo
gos regeneradores, e é função dos Guardiães das Almas moderar o vento para o cordeiro to
squiado e a luz violenta para o espírito imperfeito, conduzindo brandamente aquele
s que conceberam o Ideal Divino até o momento em que serão levados ao entendimento e
à realização. Quando precisamos de poder para propósitos cósmicos, nós nos alinhamos consci
entemente com as forças do Cristo Cósmico por meio de certas meditações; porém, quando nec
essitados de conforto, estendemos as mãos da
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25 fé através das trevas do Véu, e, por trás desse Véu, sentimos que nossas mãos são tomadas
elas mãos atenciosas do Guardião da Alma. Silenciosamente, na noite, as mãos podem ser
elevadas acima da cabeça, e o toque respondedor representar-se na imaginação, e então p
odemos descobrir que a imaginação transformou-se em realidade, e um súbito poder tocou
a alma, uma Presença invisível foi sentida na escuridão, e o caminhante sabe que não es
tá sozinho.

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26

O TREINAMENTO E O TRABALHO DE UM INICIADO


Aqueles que buscam conhecimento no caminho oculto conquistam, finalmente, o serv
iço de um Mestre, e a descrição dos estágios pelos quais esse aprendizado é obtido ajudará a
compreensão. Toda vida manifestada está avançando para a perfeição na grande corrente da
evolução, ampla, lenta, mas certa. Cada unidade organizada da evolução, ou alma grupal d
e uma espécie, está à sombra de uma grande consciência angélica, que atua como individuali
dade para a mente grupal em vagaroso desenvolvimento. Quando a individualização tem
lugar dentro da consciência do grupo, cada unidade assim criada toma-se seu próprio
senhor, e aprende, pela amarga experiência, o uso correto de seus poderes, gerando
muito karma nesse processo; e a alma grupal do todo, metaforicamente falando, a
tira seu peso para contrabalançar o karma composto assim gerado, mantendo, dessa f
orma, o equilíbrio racial. Se o excesso de peso for além do poder de correção, o anjo do
grupo, ou alma superior, recolhe-se, e a morte do grupo tem lugar como se dá a mo
rte de qualquer outro corpo do qual a alma é retirada. Se a consciência individual,
assim desenvolvida, sentir o espírito de meditação que se debruça sobre o todo do qual e
la é parte, e lhe transmite as forças divinas, se ela conceber a ideia de cooperar c
om a Vida Divina mais do que experimentar com sua própria vida pessoal, então ela sa
i do domínio da alma grupal e vai para a jurisdição da Loja dos Mestres relativa àquele
grupo. Loja dos Mestres é um outro nome, apenas, para o "corpo de homens justos qu
e se fizeram perfeitos", aquelas almas que, por supremo esforço, adiantaram-se em
relação aos seus companheiros e atingiram a estatura completa do desenvolvimento hum
ano antes que o tempo evolucionário o trouxesse para o resto da humanidade. Muitas
almas fizeram isso desde o começo da nossa raça; algumas, tendo chegado à conclusão, pr
eferiram esperar o término do manvantara, ou dia da manifestação, em estado de beatitu
de. Outras, contudo, tomadas de compaixão, voltam novamente para o alcance da esfe
ra terrena, a fim de que possam auxiliar os que estão lutando para avançar no caminh
o que eles próprios seguiram. São esses os que, habitualmente, recebem o nome de Mes
tres. Na verdade, há outras almas aperfeiçoadas, de graus superiores, que se ocupam
em outro trabalho, mas para essas é mais apropriado o nome de Regentes; a palavra
Senhor é habitualmente empregada para o ser que se aperfeiçoou em evolução remota. Os Se
nhores da Chama, da Forma, da Mente, contudo, são aos poucos afastados para esfera
s longínquas, conforme seu trabalho se torna estereotipado pela repetição cíclica no cur
so de vastas eras, e suas tarefas são tomadas pelos Regentes, de forma que, em vez
de estar lidando com um Senhor da Forma, podemos descobrir que estamos tratando
com um Regente da Esfera de Saturno. A distinção é importante, especialmente no ajust
amento do karma por meio de cálculos astrológicos, porque os Regentes são muito mais a
cessíveis do que os Senhores. O trabalho de um iniciado e, conseqüentemente, a taref
a a que um aspirante se deve dedicar, a fim de se preparar para esse trabalho, não
podem ser inteiramente compreendidos em conexão com o processo de evolução, do qual e
les são uma parte vital e integral. O ocultista acredita que o trabalho do Univers
o é conduzido através de uma hierarquia de consciências. Essas consciências têm sido perso
nificadas como deuses, arcanjos ou devas, pelas diferentes escolas de fé, e, embor
a essas personificações tenham sido antropomorfizadas pelos não-iluminados, conservam
sua importância metafísica para o iniciado, e o leitor é
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27 solicitado a tentar libertar-se das associações que o pensamento nãoinstruído permiti
u que se acumulassem a respeito dessas entidades. Elas são tão diferentes em graduação d
aquelas mais altas formas de consciência com as quais estamos relacionados quanto
essas mais altas formas diferem das mais baixas, que nossos instrumentos de prec
isão e ampliação nos possibilitam perceber. Embora, porém, difiram em tal grau a ponto d
e mal serem reconhecíveis como entidades pela nossa percepção míope, não diferem em espécie
daquele tipo de organização e atividade, da qual nossa inteligência humana forma um do
s mais precoces marcos, e, portanto, são melhor descritas como entidades, ou seres
conscientes, do que com qualquer outra descrição, porque tal identificação com o nosso
próprio tipo de evolução serve para indicar um relacionamento; pois o que somos hoje e
les foram no ontem do tempo cósmico, e o que eles são hoje nós seremos no cósmico amanhã.
Compreenderemos melhor essa afirmação, e entenderemos que não se trata de desvairada f
antasia da imaginação transcendental, se fizermos lembrar a nós mesmos os ensinamentos
estabelecidos e aceitos na biologia, concernentes à evolução do homem desde as primit
ivas formas de vida. A biologia demonstrou, sem sofismas, que a linha de ascensão
do homem, e o conceito de uma super-humanïdade e de um reinado arcangélico, não passa
de uma continuidade dessa linha para além do ponto onde, no momento, se encontra a
humanidade. A ciência oculta difere da ciência ortodoxa quando vê o homem ocupando um
estágio intermediário na escada da vida, ao invés de estar no mais alto degrau, e sob
re essa hipótese baseia sua doutrina da iniciação e do rápido aceleramento da evolução indiv
idual, em consequência dela. Quando nos recordamos que, como pode ser historicamen
te provado, as Escolas de Mistérios ensinaram a doutrina da evolução em uma época em que
a ciência ortodoxa ensinava a de uma criação especial e um Universo estático, não parece
impossível que a ciência ortodoxa passe, finalmente, a admitir o resto da hipótese eso
térica, da qual já tem admitido muito. A Consciência Logoidal é tida como formulando idéia
s concernentes ao Seu Universo. Essas idéias são entendidas como ideais espirituais
pela grande Estrela Logoi, ou Raio Chohan, para usar a terminologia oriental. Es
ses ideais são considerados petos Grandes Mestres como idéias abstratas, e, em conse
quência, incapacitados para manifestarem-se tanto quanto o Plano da Mente Abstrata
. Para além desse plano, começa a vida da forma, e, a fim de que os ideais sejam rev
italizados nos planos da forma, eles têm de ser "formulados" pela consciência que tr
abalha em termos de forma. É nesse ponto que tem início o trabalho do adepto, porque
ele, ainda vivendo sobre o plano da forma, mas capacitado para elevar a consciênc
ia ao plano da mente abstrata, pode colocar-se em relacionamento com os Mestres
e receber Deles a inspiração dos ideais abstratos, que, através do seu trabalho, serão t
razidos ao plano da matéria. Portanto, é de se compreender que o Adepto atua como in
termediário entre os Mestres e a Humanidade. Ele é, na verdade, um dos elos da cadei
a por meio da qual as Idéias Arquetípicas, concebidas na Consciência Logoidal, são trazi
das à manifestação na matéria. Contudo, o Adepto não é o último elo com o qual a cadeia da in
piração evolucionária está conectada ao plano da matéria, porque ele, necessariamente, viv
e afastado do mundo dos homens, já que tem de manter um pé em dois mundos, e não poderá
fazer isso se estiver profundamente imerso na matéria. Abaixo dele vêm os seus discípu
los, ou aprendizes, como são tecnicamente chamados nos Mistérios, e a eles o Adepto
passa as Idéias Arquetípicas, devidamente formuladas, a fim de que elas possam ser r
evividas no plano da matéria, e assim levadas à manifestação na consciência humana. Desde
que isso tenha sido feito, e a Ideia
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28 Arquetípica, injetada na mente grupal da raça, para ser compreendida e vivida por
uma consciência que é parte daquela mente grupal, é apreendida pela raça e toma-se part
e do seu subconsciente, saturando-o aos poucos, destruindo idéias que lhe sejam an
tagónicas, e mesclando-se com idéias afins, modificando, assim, todo o caráter da ment
e grupal da raça. Dizemos raça, deliberadamente, porque todo o esquema é racial, sendo
revelado através de mentes grupais, e o fator racial não pode ser ignorado quando t
ratamos de trabalho ou iniciação ocultos. Isso não significa que deve haver, forçosament
e, necessidade de antagonismo racial, mas deve haver sempre diferenças raciais até a
ocasião em que a evolução tenha levado a humanidade para além do plano da forma, e, enq
uanto aquelas diferenças existirem, devem ser consideradas no ocultismo prático. O d
iscípulo do Adepto, como já foi notado, é conhecido na linguagem dos Mistérios como um a
prendiz, e essa palavra expressa mais verdadeiramente o seu status e relacioname
nto com seu Professor do que a denominação mais comumente usada de discípulo; pois a p
alavra discípulo pressupõe alguém cuja atitude diante de seu professor é puramente recep
tiva, alguém que está sendo educado apenas para seu próprio benefício por um professor q
ue não tem outro propósito senão o da educação. A palavra aprendiz implica um tipo diferen
te de relacionamento, porque embora o aprendiz seja realmente ensinado, aprende
compartilhando o trabalho de seu Mestre, adquirindo, assim, "Sugestões exatas da a
rte e habilidade no manejo verdadeiro dos instrumentos". Ele desempenha sua part
e no trabalho que está sendo levado a efeito na oficina de seu Mestre. Seu trabalh
o é essencial no esquema das operações, e ele não é um simples espectador, nem realiza cer
tas ações apenas para adquirir destreza manual. A argila que ele trabalhou, dando-lh
e a consistência exata, não é atirada de volta para a massa, e sim colocada pelo Mestr
e sobre a roda. Durante os estágios iniciais do seu treinamento, ele executa as ta
refas manuais que não exigem experiência para seu Mestre. é usado como "um desbastador
de madeira e provedor de água", e com esses serviços ele paga sua taxa de admissão na
oficina e ganha o direito de progredir em sua arte observando os homens hábeis em
seu trabalho. Bem antes do término de seu aprendizado, terá aprendido seu ofício, mas
ainda tem de continuar a servir seu Mestre por algum tempo, e o valor desse tra
balho não remunerado de novo o ajuda a pagar pelo seu treinamento, até que, por fim,
"ao término do seu tempo", ele próprio é um Mestre em sua arte, e, como tal, tem libe
rdade de ação. A experiência do discípulo aceito pelos Mestres é exatamente igual. Ele Os
serve a fim de que possa aprender, e seu trabalho é também utilizado na real execução de
tarefas em que Eles estão empenhados. Mesmo enquanto está recebendo a instrução prelimi
nar, tem de servir em Sua Oficina de vida cotidiana, e é de acordo com a forma pel
a qual essas humildes tarefas são realizadas durante o período probatório que a decisão
final de aceitação ou rejeição é tomada. Durante todo o tempo em que o discípulo está aprende
do, ele trabalha e, enquanto trabalha, aprende. Um dos testes do verdadeiro inic
iador é que ele nunca pede pagamentos, mas sempre faz o discípulo trabalhar pelo seu
treinamento faz com que ele cumpra seu tempo da maneira tradicional. Podemos ta
mbém conceber a evolução da humanidade como um vasto exército, marchando penosa e lentam
ente em sua formação, em uma grande coluna. E, fazendo o reconhecimento, muito à frent
e do corpo principal, batedores solitários, em velozes montarias, munidos de armas
ligeiras e sem bagagem, exploram o caminho para os demais. São as guerrilhas espi
rituais a que Paulo se refere como aqueles nascidos fora da época devida. De vez e
m quando veremos algumas almas velozes passar à frente do grande
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29 exército da humanidade e seguirem sozinhas para o deserto. Durante certo tempo,
sua caminhada é solitária, mas logo depois ela alcança a linha avançada dos batedores,
e pode dar a senha que prova seu direito de pertencer àquele corpo, recebendo luga
r nas fileiras daquela intrépida companhia, cavaleiro da fronteira da evolução, sozinh
o em sua patrulha, ainda assim não estando fora de contato com os seus camaradas,
pois há marcos de sinalização ao longo do caminho, e, em certas épocas, todos eles se reún
em em conselho. Há certas épocas e lugares onde os conselhos se realizam, de acordo
com o grau que está sendo trabalhado. O conselho supremo da Grande Loja Branca é rea
lizado para além dos planos da forma, portanto não tem um lugar, mas as Lojas Estrel
a dos Raios têm cada qual seu point d'appui no plano físico, seja no Himalaia, em Me
ca, em Jerusalém, ou nos seus equivalentes ingleses. Esse lugar sagrado é usado como
ponto focal, a fim de permitir aos que ainda estão no plano da matéria encontrar su
a orientação. Os que estão nos planos situados além da forma têm possibilidade de, se for
preciso, descer até o Astral Superior, e os que podem libertar sua consciência em re
lação ao cérebro e subir até ali podem encontrá-los, se eles forem convocados. Às vezes, a p
eregrinação ao lugar sagrado é feita na carne, porém com mais frequência se faz em corpo a
stral; às vezes, é a projeção consciente daquele corpo, feita pelo ocultista treinado; às
vezes, o aspirante é para ali levado pelo seu Mestre, e conserva a lembrança como um
sonho. Em todos os casos, porém, ninguém retorna como foi, pois encontrou a Grande
Luz, face a face, e sua glória permanece sobre seu semblante. Os não-iniciados jamai
s profanam o lugar santo nessas ocasiões, pois um poder oculto os mantém afastados.
Até o gado é afastado, e seja aquilo um monte pagão ou um lago cristão, em quietude abso
luta, as grandes vibrações começam a palpitar até que o lugar esteja sussurrando como um
sino; estranho calor sobe do chão, mesmo em meados do inverno; a luz astral fulgu
ra até que cada objeto esteja aureolado de luz; incenso, balançado por um turíbulo que
não é mortal, pesa no ar; e a sensação de inumeráveis presenças, fileira por fileira, se fa
z presente em todos os lados, realizando o grande ritual astral que liga o espírit
o com a matéria. E, em tudo, a retumbante voz das forças da Natureza pode ser ouvida
como um rio em enchente, porque é na maré alta do mundo da forma que passamos para
o mundo da força. Para o aspirante, a lembrança de uma tal visita brilha como uma es
trela na noite escura da alma. Tendo posto sua mão no arado, ela não se volta para t
rás quando a labuta na escuridão começa, mas trabalha, esperando a aurora, e pode, sub
itamente, ver-se levado em sonho para encontrar o Mestre, face a face, e então vol
tará novamente para o cabo do arado, com aquela gloriosa lembrança a confortá-lo, de m
odo que possa dizer com outro vidente que tinha a dádiva da poesia: "Sim, embora T
u tivesses de arrancá-lo à sua glória, Cego e atormentado, enlouquecido e só, Mesmo sobr
e a Cruz ele manteria sua história, Sim, e no Inferno murmuraria: 'Eu soube'." É o b
uscador que recorda, no Inferno, o que lhe foi mostrado na Montanha que atinge a
iluminação.

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30

AS ESCOLAS OCULTAS
O treinamento de um estudante de Ciência Oculta é feito em estágios bemmarcados, seja
qual for o Raio ou tradição que possam estar sendo trabalhados. Cada estágio é, ou dever
ia ser, a preparação para o que lhe fica acima, e um sério dano acontece quando estuda
ntes passam de estágio a estágio insuficientemente preparados. As condições que aqui são d
escritas não devem ser tomadas como se referindo a qualquer ordem ou fraternidade
em especial, e sim como generalizações e um desígnio de perfeição. Fraternidades têm seus al
tos e baixos, como acontece com outras instituições de estudos. No plano mundano não é p
ossível fugir às limitações da personalidade humana. Um grande ocultista criará uma grande
escola de ocultismo, mas depois da sua morte, o manto cairá sobre ombros indignos
e a glória se extinguira ou se voltará para a corrupção. O caminho da iniciação fez-se tort
uoso no hemisfério ocidental pela perseguição e pelo materialismo, mas as nuvens parec
em estar ficando menos densas, sob o grande impulso do poder espiritual que toda
s as almas sensitivas sentem estar atualmente fluindo pelo mundo. Ordens ocultas
e grupos de estudo estão brotando em todas as direções, e é bom para o aspirante ter al
guma ideia sobre o que uma escola oculta deve ser, a fim de que ele possa compre
ender se aquela na qual pretende se matricular cumpre as exigências do genuíno padrão
iniciatório. Depois que a Reforma libertou os homens para a especulação em assuntos e
cultos religiosos, cada qual, a seu próprio arbítrio, surgiu uma vigorosa safra de s
eitas, algumas das quais diferem da ortodoxia em detalhes tão pequenos que a mínima
demonstração de tolerância e boa-vontade poderia ter evitado um cisma. Outras são tão extr
avagantes em suas doutrinas e práticas que se revelam, obviamente, produtos de men
tes desordenadas. Assim se passa com o ocultismo em nossos dias: urn pouco de co
nhecimento e alguma experiência do Invisível possibilitarão a um homem se instalar com
o professor de ocultismo, e até como iniciador. Esse charlatanismo esotérico está tão di
stante do espírito das Grandes Escolas de Mistérios, como os métodos dos vendedores de
remédios patenteados, nas feiras rurais, estão afastados dos da terapêutica científica.
As Grandes Escolas de Mistérios têm existido desde a aurora da consciência na raça huma
na. Não são fabricadas pela imaginação, fraudes para iludir os supersticiosos, nem exist
em somente nos Planos Interiores. Fora da Europa elas têm florescido sem repressão d
esde tempos imemoriais, reverenciadas e temidas pelos povos que elas guiaram; às v
ezes, aproveitando-se de períodos de desgraça, como as degeneradas escolas de vodu d
os negros, às vezes retendo a nobre tradição, como em certas escolas da Índia e da China
, mas sempre aceitas como uma parte da vida racial tal como as ordens monásticas são
aceitas entre nós . Na Europa, contudo, a religião do Estado, que deveria ter tido
a custódia dos Mistérios, tornou-se, em vez disso, sua perseguidora. Esse infeliz es
tado de coisas veio a existir devido ao expediente político, que colocou em altas
posições homens que não tinham altos graus nos Mistérios. Esses homens, sendo de naturez
a humana, foram naturalmente avessos a se submeter aos seus inferiores no trabal
ho, que eram seus superiores em conhecimento, e assim os ensinamentos esotéricos,
que deveriam ter formado a escola secreta da Igreja, foram interditados como her
esias. Antes, a sistemática perseguição da Reforma esmagou efetïvamente todas as tentati
vas de uma Gnose. E, depois da Reforma, o intelecto desorientado da época, reagind
o contra as doutrinas de uma teologia sem luzes,
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31 desprezou todo o transcendentalismo, considerando-o superstição. Os estudos do oc
ultismo foram, por conseguinte, limitados aos muito poucos que, em qualquer época,
são capazes de pensar livremente, ou aos mais ignorantes, entre os quais uma magi
a tradicional ainda sobrevivia às influências civilizadoras da época, tais como eram.
Essas últimas trouxeram descrédito para a ciência do Invisível, o que forçou seus mais val
iosos estudantes a ocultar seu interesse, e assim a Ciência Oculta, na Europa, lev
ou, durante vários séculos, uma vida de perseguição e revelou os defeitos que uma existênc
ia assim deve invariavelmente provocar. Os Conceitos Arquetfpicos, contudo, perm
aneceram nos Planos Interiores, e todas as vezes que homens, individualmente, fi
zeram-se capazes de elevar a consciência até ali, encontraram as grandes Ordens Secr
etas ainda existentes no Invisível, embora a perseguição tivesse destruído suas formas fís
icas. Era como se o espírito imortal dos Mistérios sobrevivesse à morte do seu corpo fís
ico o Templo e aqueles que tiveram possibilidade de elevar sua consciência a um pl
ano superior puderam comunicar-se com as Ordens mortas. Durante a segunda metade
do século foram feitas inumeráveis tentativas para induzir a alma dos Mistérios a ree
ncarnar, e essas tentativas obtiveram diferentes êxitos. A partir de muitos esforços
malogrados, a tradição está sendo reformada, aos poucos. O fogo latente do conhecimen
to oculto foi soprado para fazer-se chama, e os deuses novamente vieram aproxima
r--se do homem. Durante as Idades Escuras do ocultismo europeu, qualquer forma d
e trabalho de Loja foi quase impossível, porque a reunião de um certo número de pessoa
s era difícil de esconder e despertava suspeitas. O sistema de treinamento do apre
ndizado foi usado, portanto, por poucos iniciados europeus que mantiveram viva a
fagulha. Tomaram alunos, individualmente, em seus laboratórios, tal como o mestre
artesão fazia em sua oficina. E esses alunos, depois da morte do Adepto, ou se di
spersavam, habitualmente, a fim de procurar maior instrução, ou tomavam alunos por s
ua própria conta, se estivessem suficientemente adiantados. O recuo causado por es
se sistema pode ser observado facilmente. Como todo o ensinamento sem supervisão,
ele inclinou-se para o relaxamento e para a degenerescência, e é por isso que a Trad
ição Esotérica Ocidental, no plano físico, não possui uma grande literatura, como tem a Tr
adição Oriental. Não obstante, como não precisamos lembrar a nenhum estudante do assunto
, a parte mais importante de uma Ordem está nos Planos Ocultos, e essas Ordens Ocu
ltas permaneceram intactas através das épocas, recebendo os raros iniciados que tive
ram a possibilidade de encontrar seu caminho até elas, por pura intuição e aguardando
seu momento, à espera de que os homens uma vez mais sejam livres para construir o
templo que deve abrigar o sacrário. Quando um templo tenha sido assim levantado, e
o altar ordenado de acordo com o melhor conhecimento dos artesãos, será necessário ac
ender o Fogo Sagrado. Isso só pode ser feito trazendo-se uma brasa ardente de um o
utro altar, a não ser que o Sumo-sacerdote seja da Ordem de Prometeu, e não há muitos
que o sejam. Ou, para variar a metáfora, a sucessão apostólica está na essência da iniciação,
pela razão de que o professor tem de induzir na alma de seu discípulo um tipo partic
ular de atividade e, a não ser que ele próprio esteja funcionando daquela maneira, não
terá possibilidade de fazer isso. Ele tem que fazer a consciência superior, do discíp
ulo, até então adormecida, dar início ao funcionamento. Isso é feito por meio de um proc
esso conhecido como indução solidária de vibração. Se um piano e uma harpa estiverem coloc
ados um junto do outro, e uma certa nota for batida no piano, a nota corresponde
nte irá soar na harpa,
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32 por causa das vibrações do ar, procedentes da corda vibrada do piano, que se intr
oduzem sobre as cordas da harpa, e uma delas, a que for capaz de vibrar com aque
le ritmo, é posta em movimento. A mesma coisa acontece com o iniciador e seu discípu
lo. A atividade do eu superior do iniciador estimula a do discípulo. Essa é a parte
mais vital do treinamento oculto. A teoria do ocultismo pode ser aprendida nos l
ivros que agora estão à disposição do grande público, mas é apenas com o ocultista ativo que
um estudante pode receber a inoculação espiritual que irá operar em suas veias. Muito
poucas são as almas que tiveram a possibilidade de conceber através do Espírito Santo
, e o estudo dos livros sobre embriologia não as levará para muito mais próximo do seu
objetivo. Os Sacerdotes da Ordem de Prometeu são aqueles Portadores da Luz que in
stituem os novos graus nos Mistérios, à proporção que o avanço da evolução torna o homem mais
capacitado para receber ensinamento maior. São eles os primeiros dispensadores de
um grau que ainda não tenha sido trabalhado sobre a Terra. Não se deve pensar, porta
nto, que quando um homem apareça com um ensinamento novo, seja, forçosamente, um Sac
erdote da Ordem de Prometeu. A Ordem de Prometeu é o grau superior que mais se apr
oxima da Ordem de Melquisedeque, e esses graus não são conferidos aos simples e igno
rantes, como se dá com os graus místicos da Luz Interior, tal como os Quacres sabem,
mas representam as mais altas aquisições de um iniciado. Devemos recordar que Moisés
foi levado, como recém-nascido, ao palácio do Faraó, e que o Senhor Jesus foi "levado
para o Egito" quando criança. A importância dessas palavras não precisa ser enfatizada
para os estudantes de ocultismo. Cuidado com o ocultista autodidata. Ele não é conf
iável, tal como não o é o médico autodidata. Grande peso é dado à sucessão apostólica, ou der
de uma genuína tradição, e não há trabalho oculto, tomado como distinto do desenvolvimento
místico, que seja possível sem isso. Pode ser que a brasa trazida ao altar, recente
mente consagrado, seja, para todos os observadores externos, apenas cinza morta,
mas se ali houver a mínima fagulha de fogo, ela poderá ser soprada e fazer-se chama
, e então, uma criteriosa quantidade de combustível permitirá que o altar resplandeça na
quele fogo, e as iniciações podem ser levadas a efeito com a sua luz e calor. Para o
fogo do altar duas coisas são necessárias: carvão aceso e um suprimento de combustível;
e, embora a sucessão apostólica seja trazida de uma tradição genuína, a não ser que haja co
nhecimento oculto, a não ser que o templo esteja adequadamente orientado, o fogo não
poderá ser soprado para se tornar chama. E mesmo depois que tenha sido devidament
e aceso e preparado, pode ainda acontecer-lhe apagar-se por falta de combustível,
ou sufocado sob as cinzas. Nem todos os que gritam "Senhor, Senhor" são convocados
por nosso Pai. Uma escola de ocultismo só pode ser fundada por um iniciado de alg
uma grande tradição. Deve ser recordado que Paracelso viajou pelo Oriente Próximo ante
s de receber poder oculto. E lembraremos, também, que Madame Blavatsky adentrou o
Tibete antes de ficar habilitada a fundar uma escola esotérica. O motivo que leva
os Mistérios Menores da Europa a usarem a terminologia do negócio de construção é o fato d
e que as relações necessárias para os graus são encontradas em rituais adulterados, que
as associações medievais de construtores realizavam "para dar sorte" quando lançavam a
s pedras dos alicerces. Esses rituais datam dos tempos em que os templos dos Mis
térios eram projetados como grandes símbolos e sistemas de correspondência, e os homen
s que fizeram o trabalho tinham sido, portanto, iniciados em certos graus inferi
ores, a fim de poderem realizar corretamente suas tarefas. Só trabalhadores inicia
dos tinham permissão para construir esses templos simbólicos, tal como só zeladores in
iciados podem cuidar dos templos maçónicos. Assim, um conhecimento elementar dos
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33 Mistérios bem como um conhecimento elementar de mecânica faziam parte do treiname
nto do melhor tipo de construtor. Quando a construção de templos deu lugar à construção de
igrejas, a tradição sobreviveu por muito tempo. Os construtores persistiam em levan
tar suas estruturas exatamente do Leste para o Oeste, aplicando nefas uma grande
quantidade de antigo simbolismo que seus novos empregadores não reconheciam senão c
omo ornamentos. Isso não quer dizer que os pedreiros que ali trabalhavam tinham ta
is desígnios esotéricos, tal como a eles é atribuído por escritores imaginativos, pois r
aramente eram iniciados dos Grandes Mistérios, seguiam apenas os modelos comuns e
careciam de ideias srcinais. Assim, muitos dos símbolos das fés antigas foram prese
rvados para nós, em nossos edifícios cristãos, muito depois de todos os resquícios de co
nhecimento já não estarem mais ao alcance dos homens que os trabalharam. Os velhos r
ituais foram conservados como supersticiosos dispensadores de sorte, do mesmo mo
do como uma criança que rezasse habitualmente: "Não nos deixeis cair do trem na estação.
" * Mas, quando homens de conhecimento, em 1717, quiseram fogo vivo para seu alt
ar recentemente erguido, descobriram que os rituais antigos forneciam algumas br
asas vivas sob suas sufocantes cinzas, e serviram-se delas. * Há uma semelhança da f
rase do Pai-nosso, em inglês: "Lead us not into temptation" com a que está expressa
no srcinal, "Lead us not into Thgmes Station". Assim, tentamos uma adaptação utiliz
ando a frase acima por ter certa similaridade com "Não nos deixeis cair em tentação" (
N.T.).

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34

ORDENS, FRATERNIDADES, GRUPOS


Há duas Sendas para o Recôndito: o Caminho do Místico, que é o da devoção e meditação, um cam
o solitário e subjetivo, e o caminho do ocultista, que é o caminho do intelecto, da
concentração e da vontade treinada. Nesse caminho a cooperação dos companheiros de traba
lho é solicitada, antes de mais nada, para a permuta de conhecimento, e, em segund
o lugar, porque a magia ritual tem um papel importante nesse trabalho. Portanto,
a assistência de muitos é necessária na maior parte das grandes operações. O místico deriva
seu conhecimento através da comunhão direta do seu eu superior com os Poderes Super
iores. Para ele a sabedoria do ocultista é insensatez, pois sua mente não trabalha d
aquela forma; mas, por outro lado, para um tipo mais intelectual e mais extrover
tido, o método do místico é impossível, enquanto um longo treinamento não o capacitar para
transcender os planos da forma. Devemos, portanto, reconhecer dois tipos distin
tos entre aqueles que buscam o Caminho da Iniciação, e lembrarmonos de que há uma send
a para cada um deles. O ocultista segue por um caminho definido, que tem sido pa
lmilhado por incontáveis pés desde tempos imemoriais. Tão logo ele tenha alcançado um de
terminado estágio do desenvolvimento interior, terá as Escolas de Mistérios de sua raça
abertas para si, e para estas encontrará seu caminho através de um método que será descr
ito pormenorizadamente, em capítulo posterior. A srcem dessas Escolas de Mistérios
e a fonte de seu conhecimento foram descritas em capítulo anterior, e nestas páginas
empreenderemos a tarefa de explicar alguma coisa da sua disciplina e organização em
geral, lembrando de novo ao leitor que essas descrições não devem ser tomadas como re
ferentes a qualquer escola em particular, mas como generalizações. A ciência esotérica c
omeça onde a ciência exotérica termina. Esta última recebe seu conhecimento da observação do
s fenômenos, e a primeira o recebe de seus métodos intuitivos. ê muitíssimo desejável que
todo o conhecimento seja dessa exata natureza, que apenas a observação e o experimen
to podem produzir, mas o método ortodoxo científico é um processo lento, e, entremente
s, o homem tem de viver sua vida e enfrentar seu ambiente. Assim, para compreend
er a si mesmo e resolver seus problemas, ele tende a aproveitar-se de todas as f
aculdades da mente, inclusive da faculdade de intuição ou mentalização subconsciente, e
também da apreensão direta. Pormenores desses dois métodos de mentalização mostram-se dema
siado longos para entrarem aqui agora, e fazem, mais apropriadamente, parte do t
ema da psicologia esotérica. A ciência exotérica pode ser concebida como erguendo um n
obre e permanente domo de pedra; e a ciência esotérica como sendo o madeirame que ma
ntém as paredes inacabadas em sua posição, até que finalmente o núcleo da abóbada fique em s
eu lugar. A proporção que uma nova camada de reboco é colocada, a madeira é retirada, po
is não é mais necessária. E, quando nova descoberta se acrescenta ao domínio do conhecim
ento científico exato, a ciência esotérica vai recuando para o Invisível, ainda servindo
ao seu propósito de ser uma estrutura temporária que capacita a mente dos homens a
operar, e a vida a ser levada de uma forma intencional. É o x, a quantidade descon
hecida da nossa álgebra mundana, que propicia os cálculos a serem feitos, mas o prob
lema não pode ser visto como de todo resolvido até que o próprio x seja reduzido a uma
quantidade numérica e deixe de ser uma incógnita. O mesmo se dá com a ciência esotérica.
Virá finalmente o dia em que a maré montante da percepção humana, avançando com a evolução, c
brirá toda
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35 a areia do deserto, e não haverá mais ciência esotérica, porque toda ela se terá tornad
o exotérica. Esse dia, porém, não é para agora, nem mesmo o resplendor do seu alvorecer é
visível, mesmo do mais alto pico da montanha da esperança; portanto, devemos nos con
tentar, por ora, em trabalhar com o nosso x, com a nossa quantidade desconhecida
, através de processos mentais não aplicáveis ao laboratório do cientista. As grandes Or
dens esotéricas possuem pormenorizadas cosmogonias, concernentes aos Mundos Invisíve
is, que se aglomeram em torno daquela pequena manifestação que é percebida pelos cinco
sentidos físicos, e tal como o telescópio ou o microscópio abriram para o homem o con
hecimento de todos os universos devida nova, que eram imperceptíveis aos sentidos
desajustados, certos poderes pouco conhecidos da mente, quando forem desenvolvid
os, hão de revelar plano sobre plano de existências, dos quais o homem comum sequer
suspeita. As escolas esotéricas ensinam o uso desses poderes, porque eles são, para
o ocultista, o que o microscópio é para o biológico e pelo seu uso ele ganha a possibi
lidade de se relacionar com aqueles estados de consciência que se esquivam à mente h
umana em seu presente estágio de desenvolvimento. O estudante, contudo, não está equip
ado com esses poderes, e volta-se para o Invisível a fim de fazer experimentos, da
melhor maneira que lhe seja possível, tal como o pesquisador trabalha em ciência na
tural, mas é instruído para usar suas faculdades recém-despertas, a fim de relacionars
e, primeiramente, com uma cosmogonia que ele, teoricamente, já conhece bem. A dife
rença entre esses dois métodos é a diferença entre a navegação de Colombo para a América e a
avegação de um transatlântico moderno. O comandante deste último tem seus mapas e instru
mentos de navegação, e pode dizer, a qualquer momento, onde está exatamente, e chegar
ao ancoradouro de qualquer lugar ao longo do litoral do Atlântico sem ter de fazer
sondagens para isso, ao passo que Colombo dependia inteiramente da sorte para e
ncontrar seu porto de destino, e foi só o fato de lhe ser fisicamente impossível ult
rapassar a América que o impediu de fazer isso. Quando nos lembramos de que Colomb
o estava, de fato, tentando chegar à índia, tendo acreditado que o conseguira, compr
eendemos que a posição da ciência natural pode não ser tão satisfatória como às vezes pensa q
e é. Foi, realmente, encontrada muita terra firme, mas seria aquela terra firme a ín
dia que ele acreditava ser? ê a posse do mapa e da bússola que distingue o iniciado
de uma autêntica Ordem Oculta do psíquico nato que está tateando seu caminho para o In
visível através de sistemas primitivos. O mapa é uma cosmogonia e um Sistema de Corres
pondências que capacitam o estudante a encontrar seu caminho acima e abaixo dos pl
anos do Invisível. Com aquele mapa ele conhece as estradas. Sem ele, deve lutar po
r campos e matas, da melhor forma que lhe seja possível. Um Sistema de Correspondênc
ias compõe-se de um grupo de símbolos que a mente concreta pode captar e do conhecim
ento das cadeias associadas que os ligam uns aos outros. Esse conhecimento é absol
utamente essencial para o desenvolvimento oculto e é diferente para cada uma das g
randes divisões da humanidade e da superfície da Terra porque as condições locais variam
, e a seus aspectos astral e mundano o sistema deve ser adaptado, embora em seus
aspectos superiores sejam universal. Por exemplo, muitas operações ocultas são melhor
realizadas em uma certa ocasião, e o tempo é diferente nas diferentes longitudes. P
ortanto, a operação que seria realizada a uma certa hora, em Londres, tem de ser rea
lizada cinco horas depois em Nova Iorque, porque ela pode não depender da hora sol
ar, mas da hora sideral, e essa é constante para todo o globo, e a diferença na hora
solar entre uma parte e outra tem de ser levada em conta. Da mesma maneira, em
qualquer processo que tenha relação com correntes magnéticas e marés,
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36 elas têm de ser calculadas pelo ponto em que a operação deve ocorrer, e isso não pode
ser resolvido ao acaso. Todas essas considerações mostrarão que o ocultismo prático não é c
oisa a ser aprendida em livros pelo nãoiniciado. Uma Ordem conhece os métodos de ele
var e desenvolver a consciência melhor adaptada à Terra e à raça a que ele pertence, e,
sem essa orientação, um estudante da Ciência Secreta está em séria desvantagem. Para poder
servir-se de um mapa, entretanto, é necessário ter instrumentos de navegação e compreen
der seu uso; do contrário é possível saber onde fica a América, mas ignorar de todo a próp
ria localização em relação a ela. Os instrumentos do ocultista são certas faculdades da me
nte pouco conhecidas, treinadas e desenvolvidas por certos processos definidos.
Não é possível dizer muito nestas páginas a respeito do trabalho dos Mistérios Maiores que
é posto em prática pelas Ordens, mas foi dito o bastante para tornar claro que elas
possuem a cosmogonia secreta e entendem os métodos de treinamento da consciência su
perior. Antes que tal treinamento possa ser empreendido, contudo, é necessário que a
consciência inferior e o caráter recebam cuidadosas purificação e disciplina, de forma
que os alicerces sejam profundamente assentados com a segurança de que não se desloc
arão ou cederão quando a grande superestrutura do conhecimento oculto levantar-se so
bre eles, através do funcionamento da mente superior. A não ser que isso seja feito,
é muito provável que ocorra um desastre. Na verdade, pode mesmo dizer-se que o desa
stre ocorrerá, com certeza. Muitas almas, naturalmente, receberam a iniciação em vidas
anteriores, portanto depressa recapitulam e recordam seu antigo conhecimento qu
ando de novo têm contato com os Mistérios, mas, mesmo para essas almas, é bom refresca
r suas lembranças passadas e assegurar-se de que as trouxeram para sua consciência q
uando despertas, em sua integridade, antes de empreenderem a perigosa tarefa do
desenvolvimento oculto. Para a alma que está vindo para a Senda pela primeira vez,
tal treinamento preliminar é essencial. Uma proporção muito grande dos desastres que
ocorrem na busca do ocultismo prático é devida à negligência em relação ao treinamento preli
minar, de forma que os alicerces não podem suportar a superestrutura. Uma escola o
cultista é uma sala de ginástica da mente, e se um estudante tentar realizar certos
feitos quando não é treinado para isso ou não tem condição, um sério.acidente pode ocorrer e
ele ficar prejudicado para toda a vida, enquanto, tendo o treinamento apropriad
o, pode realizar o mesmo feito com perfeita segurança. Os exercícios que desenvolvem
a percepção superior, têm de ser graduados tão cuidadosamente quanto aqueles que desenv
olvem o corpo e a ignorância, ou, um sistema falho produz resultados tão maus na Loj
a quanto na sala de ginástica. Entre os atletas, existe uma máxima: a de que homem a
lgum pode treinar a si mesmo, e diz-se exatamente o mesmo entre os ocultistas, c
omo um bom número de estudantes arrojados descobriram, por experiência própria. O ocul
tismo é uma grande aventura, e não é sem riscos, embora, em certas circunstâncias, esses
riscos sejam os que um homem corajoso pode considerá-los como algo que deva, just
ificadamente, ser enfrentado. Nesse ponto, o ocultismo não é diferente do alpinismo:
há, sempre, certo elemento de perigo, e esse elemento pode assumir, inesperadamen
te, sérias proporções; coisa que um homem não pode prever. Porém, dispondo de bons guias,
boas cordas, e uma cabeça firme, não há motivo para que um homem não se habitue às altitud
es, fazendo tentativas em subidas mais fáceis, e tomando-se, finalmente, capaz de
conquistar os picos clássicos do alpinismo. Mas o homem que saia diretamente de um
escritório em Londres, e sem guias, sem mapas, e sem cordas, levando nada mais do
que um Baedeker * ultrapassado,
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37 sai com a intenção de escalar o Matterhorn,* * não irá além da aldeia mais próxima ou che
gará a um fim prematuro. O treinamento preliminar que prepara um homem para as alt
itudes da ciência oculta é ou deve ser dado naquela seção dos Mistérios conhecida como Fra
ternidade. é função de uma Fraternidade treinar a personalidade do discípulo, e, assim a
gindo, eliminar os que não estão capacitados para as alturas na presente encarnação. Nin
guém deve envergonhar-se disso, de ter chegado a uma Fraternidade e não ter possibil
idade de ir mais adiante. Todos nós temos de passar por inúmeras reencarnações trabalhan
do nos Mistérios Menores, antes de estarmos preparados para os Mistérios Maiores, e
embora alguém consiga colocar o pé no primeiro degrau da escada que o caminho abre p
ara ele, não deve pensar que é possível subir até o topo dessa escada numa só encarnação. Os
ue extraordinariamente fazem progressos rápidos estão recapitulando o que fizeram em
vidas passadas, e os que fazem progressos lentos estão trabalhando nos Mistérios pe
la primeira vez. Não há nada para sentir-se envergonhado nesse progresso lento, se a
pessoa está fazendo honestamente o melhor que pode; e o tempo não está sendo desperdiça
do, sendo essencial para o treinamento. Mas é preciso ser muito cauteloso na tenta
tiva de caminhar num ritmo que só é possível numa recapitulação, ou o desastre advirá. Numa
Fraternidade, o treinamento do caráter é especificamente enfatizado, e as grandes lições
de fraternidade e serviço altruísta têm de ser aprendidas. A mente consciente também te
m de ser preparada para amalgamar-se com a superconsciência, e para isso tem de se
r provida da teoria geral da ciência oculta. Nos Mistérios Menores, portanto, o aspi
rante treina o seu caráter como o atleta treina o seu corpo, a fim de que ele poss
a fortalecer-se para enfrentar a prova das alturas para as quais os Mistérios Maio
res o capacitarão a subir. Também precisa guarnecer sua mente de forma que ela possa
compreender integralmente o ensinamento que lhe será ministrado quando ele entrar
para os Mistérios Maiores. Muito do treinamento recebido nos Mistérios Menores deix
ou, agora, de ser secreto e está disponível em muitas publicações modernas; apesar disso
, seus conceitos têm de ser apreendidos com segurança antes que o candidato esteja p
reparado para os Mistérios Maiores, onde seu significado verdadeiro será revelado. é,
contudo, no treinamento do caráter que reside, principalmente, o valor dos Mistérios
Menores, como também no fato de que um membro de uma Fraternidade está sob a influênc
ia de um ou outro membro das grandes Ordens. Porque uma Fraternidade, para ser c
apaz de dar um treinamento válido, deve ser o complemento de uma das grandes tradições
de iniciação, e, a não ser que um iniciado nos Mistérios Maiores viva no Oriente, suas
cerimónias não terão validade. Chegamos, finalmente, ao exame do funcionamento do grup
o, ou sociedade, no estudo da Ciência Sagrada. Tais grupos são inumeráveis atualmente,
e podem representar a porta entreaberta, ou ser um logro e uma decepção, ou mesmo a
lgo pior. Os métodos para se distinguir entre os que merecem respeito e os que não o
merecem são dados em pormenor em um capítulo posterior. Um grupo, ou sociedade, nad
a mais é dó que um círculo de estudo, a não ser que seu chefe seja um iniciado nos Mistéri
os, pois um grupo deve ser o complemento de uma Fraternidade tal como uma Frater
nidade é o complemento de uma Ordem. Iniciados nos Mistérios, que chegaram a um cert
o grau, têm permissão para trabalhar abertamente no mundo, ensinando os elementos da
ciência secreta aos que desejarem ouvir, porém nada mais que os elementos podem ser
dados assim livremente, pelas razões que já foram consideradas. Um desses conferenc
istas ou escritores pouco faz além de atuar como um orientador. Eles dizem aos est
udantes: "Se quiserem
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38 seguir a linha de preparação que eu indico, poderão ser qualificados para o treinam
ento secreto." Isso, também, é tudo o que as sociedades de propaganda podem fazer em
suas palestras públicas; mas não será preciso dizer que se trata de uma tarefa absolu
tamente necessária que deve ser feita por alguém, e os iniciados nos Mistérios são solic
itados a empregar seu tempo nesse trabalho. Se o dirigente de um grupo, ou o pre
sidente de uma sociedade for, realmente, um iniciado nos Mistérios, ele encaminhará
seus alunos para uma escola secreta, onde receberão mais treinamento, e assim pode
rão iniciar seus passos no caminho. Mas, se ele próprio não for um iniciado regular, e
m contato com os grandes sistemas, nada terá a oferecer aos seus alunos, além dos re
cursos de seu próprio intelecto, e essa é uma fonte da qual os mais adiantados entre
eles depressa beberão até secá-la. Os grupos e as sociedades deveriam ser vistos como
postos avançados dos Mistérios, e o objetivo de cada verdadeiro professor é ter os di
scípulos em suas mãos o mais rápido possível, e enviá-los para a Ordem onde ele próprio rece
beu seu treinamento. Quanto mais depressa conseguir colocálos no estado de desenvo
lvimento exigido para a admissão aos Mistérios, maior é a sua competência como professor
. O homem que é iniciado numa das grandes Escolas de Mistérios jamais teme deixar qu
e seus alunos o ultrapassem, porque sabe que será muito proveitoso para seus super
iores o fato de estar constantemente enviando aspirantes que "provaram ser bons"
para ele. Portanto, ele jamais tenta reter um discípulo promissor, já que não tem nec
essidade de temer que esse discípulo, se lhe permitirem entrar nos Mistérios, vá explo
rar secretamente o terreno que lhe foi desnudado; ele, na verdade, trará de volta
um relato de extraordinárias riquezas ali existentes, confirmando, assim, o que fo
i dito pelo seu professor, avivando ainda mais o entusiasmo de seus condiscípulos.
Nunca confiem num ocultista que lhes diga que é o chefe de uma tradição, porque, se o
fosse, antes de mais nada, não falaria disso a um nãoiniciado, e, em segundo lugar,
estaria, com toda a possibilidade, vivendo em grande isolamento, sendo inacessíve
l a todos, menos aos seus subordinados imediatos. Se um homem é um grande pintor,
não precisa nos informar disso. Nós o conheceremos pelas suas pinturas expostas nas
galerias do país, e, ademais, veremos que ele evita relações pessoais fortuitas, por c
ausa das invasões em seu tempo, às quais sua fama o torna sujeito. Quanto mais impor
tante é uma pessoa, mais difícil é aproximarmonos dela, não por espírito de orgulho e excl
usivismo, mas por serem tantas as pessoas que a querem ver, sendo assim preciso
que haja essa discriminação para recebê-las. O mesmo se dá com o ocultista os grandes não
são facilmente encontrados, e os acessíveis encontram-se entre os de menor importância
, ou são Guias para levar o buscador às Escolas de Mistérios onde eles próprios recebera
m seu treinamento. Devemos saber que o ocultista autêntico não cria segredos em sua
própria cabeça. Recebe-os como uma grande e sagrada responsabilidade, que lhe foi da
da por homens que, por sua vez, a receberam de seus predecessores. Assim, a toch
a do conhecimento oculto é passada, de mão em mão, pelas gerações. Essa, portanto, é a organ
ização das escolas ocultas: primeiro, os grupos que reúnem iniciados nos Mistérios Menor
es; depois, a Fraternidade, que é um apêndice dos Mistérios Maiores; e, finalmente, os
Mistérios Maiores, a própria Ordem, onde tem início o verdadeiro trabalho oculto. É por
essa escada que o aspirante sobe em direção à luz, e seu progresso depende apenas del
e próprio, porque, mesmo a Ordem, nesta Terra, não passa de um portão que leva ao Invi
sível. Sua iniciação só lhe pode ser dada pelo Grande Iniciador, e essa iniciação não é dada
soalmente ou por alguém. Grupos, Ordens e Fraternidades trabalham com símbolos, e ne
les o
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39 aspirante vê como através de um vidro escurecido. Mas é função deles ajudá-lo a desenvolv
er a superconsciência, e, quando tiver obtido isso, ele enxergará claramente e saberá
até mesmo como é compreendido. Devemos enfatizar novamente que o estudo do ocultismo
é apenas um meio para chegar a um fim, e que esse fim é o Caminho da União Divina. Há a
lguns que podem fazer essa jornada diretamente, mas outros têm de agir por estágios
através dos planos da forma, dos quais o plano mental não é o menos importante; e, par
a chegar a eles, a mente tem de ser treinada, elevada e ensinada a funcionar sob
novas formas que chegarão mais próximo da realidade espiritual. Não se esqueçam, porém, d
e que todas as formas obscurecem a luz, e só as conhecemos pelas sombras que lançam
sobre o plano inferior. O aspirante deve usar os símbolos do ocultismo para treina
r a consciência, e não para guarnecê-la, e deve ter por objetivo descartar-se deles o
mais cedo que lhe seja possível, no momento em que a consciência pura alvorecer sobr
e ele. * Guia de turismo (/V. T.). ** Um dos principais picos dos Montes Apenino
s, também conhecido como Cervino, com 4.478 m de altura. Sua conquista marcou uma
etapa importante na história do alpinismo.
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40

O USO E O PODER DO RITUAL


Só a Luz Interior pode levar um homem à Grande Luz. Isso, porém, é a suprema realização, e p
ara correlacionar tal experiência à consciência normal, a fim de que ela não venha a pas
sar como o fulgor de um relâmpago, é necessário que a consciência seja preparada para a
sua recepção. Quando recordamos que cada objeto que está no plano da forma física tem de
ntro de si a substância de cada um dos outros seis planos de manifestação, e que cada
aspecto da substância é modelado em uma forma, de acordo com as leis e tipos do seu
próprio plano, veremos que cada objeto material tem analogias em cada plano do uni
verso manifestado. é pelo uso dessas analogias que os sistemas de simbolismo são con
struídos. Se aqueles que têm conhecimento da Luz Divina em qualquer de seus aspectos
desejam dar assistência a um neófito, para que ele obtenha uma compreensão consciente
da natureza daquela Luz, terão de fornecer-lhe uma cadeia de ideias associadas, u
ma verdadeira escada de Jacó, levando os planos diretamente para cima, com uma exa
ta correlação em cada um deles. Nem todos os objetos que ele pode escolher a esmo, d
e acordo com uma semelhança superficial com a coisa que pretende simbolizar, podem
fazer isso, e só aqueles que, conscientemente, sobem de plano a plano são competent
es para preparar um sistema de simbologia, e, dentre esses, os que podem passar
através dos sete planos são muito raros. Portanto, os iniciadores de menor capacidad
e mental contentam-se em confiar no simbolismo dos Manus de sua raça, mesmo que el
es próprios não possam interpretar seus aspectos mais altos, porque sabem que seus d
iscípulos, quando alcançam o plano no qual têm direito a receber qualquer grau de inic
iação, saberão, sendo-lhes mostrado o símbolo cósmico, fazer por si mesmos a interpretação. P
rtanto, é de grande importância ter acesso aos antigos rituais que os Grandes do pas
sado, Manu, Salvador e Mestre, instituíram, trabalhando cada qual em Seu grau. Cad
a objeto em uma Loja deve ser uma representação simbólica dos diferentes aspectos da f
orça, funcionando sobre o plano para o qual pretende-se elevar a consciência do cand
idato. Nada deve ser omitido, e nada estranho deve ser incluído. A criação de uma imag
em, de um símbolo na consciência forma um ponto de contato com a força que ele pretend
e representar. Forma, cor, movimento, som e incenso impressionam os meios de ace
sso dos sentidos físicos, cada um dos quais é um símile dos sentidos sutis, e assim a
imagem simbólica é construída e, desde que as condições sejam correias, será traduzida como
experiência pelo corpo sutil sobre o qual está destinada a agir. Tem sido dito, bem,
e verdadeiramente, que na igreja exotérica, a cerimônia é realizada por uma pessoa, e
m benefício da congregação. Em uma Loja, porém, a cerimônia é realizada pela congregação em b
fício de uma pessoa. O candidato é o principal ator num espetáculo de mistério, no qual
ele passa, em ação simbólica, por certas experiências da alma em sua transição das trevas pa
ra a luz. Espera-se que ele faça voltar à memória experiências pelas quais a alma passou
em ultraconsciência e, a não ser que o iniciador tenha essa base de realização subconsc
iente com a qual possa trabalhar, a iniciação é, para o candidato, uma cerimônia sem sig
nificação. Cada grau de iniciação marca a conclusão, não o início, de um estágio na Senda. De
ficar claramente entendido que a iniciação ritual nos Mistérios Menores nada outorga,
apenas torna exequível aquilo que foi obtido em ultraconsciência . A verdadeira inic
iação é uma experiência espiritual. Passar através da representação simbólica da
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41 morte e ressurreição pode nada significar para o candidato no qual o desejo não mor
reu e a percepção espiritual ainda não surgiu. Nos antigos Mistérios, está registrado que
o candidato à iniciação nas diferentes Fraternidades era levado, habitualmente, a repr
esentar a história da vida do Hierofante srcinal, o Homem Divino, cuja história for
mou a base do simbolismo das cerimónias. Ele tinha o papel principal numa represen
tação de mistério, na qual as outras partes eram representadas pelos membros da Loja.
O Homem Divino era o arquétipo ou ideal que devia ser mantido conscientemente pelo
neófito, e cada membro da Loja representava uma força que se movimentava sobre o Ho
mem Divino no curso da sua evolução. Um membro que compreendesse corretamente a sua
função devia apoiar-se na força que devia representar através de seu trabalho, até que a s
ua personalidade se tornasse tão saturada de tal força que ele irradiaria sua influênc
ia sobre o candidato que estava ajudando a iniciar. A ação conjunta de todos os memb
ros construía uma mente grupal capaz de transmitir e focalizar potências de tipo mui
to mais maciço, ou cósmico, do que a que poderia ser transmitida pelo canal de uma úni
ca consciência. Cor e som desempenham importantes papéis na operação de transmudar as fo
rças de um plano para seu correspondente em um plano inferior e mais denso. Sua in
fluência baseia-se nos princípios da lei da Razão de Vibração. Isso pode ser explicado pel
a analogia. Sabe-se perfeitamente que muitas pessoas associam cores com certas t
onalidades musicais. É também um fato provado que se a areia for espalhada sobre um
disco e se um arco de violino for passado transversalmente pela sua borda, levan
do-o a vibrar, a areia toma padrões regulares, que consistem em formas geométricas.
O som é uma vibração do ar, do qual se pode verificar o número de vibrações por segundo de d
eterminada nota. A luz é uma vibração do éter, cujo número de vibrações por segundo também po
ser verificado. Ver-se-á, então, que existe um relacionamento matemático entre a vibração
do ar de um som e a vibração do éter de uma cor que o som evoca na consciência de certas
pessoas de tipo mais sensitivo. Esta última será um múltiplo da primeira. Nos planos
mais sutis, há muitos e diferentes tipos de força, cada qual com seu próprio ritmo de
vibração. Se a média desse ritmo puder ser descoberta, se sua raiz e seus fatores prim
os forem determinados, se os sons forem produzidos com a média da vibração dos vários fa
tores, sendo expressos em sequência, eles farão lembrar a vibração complementar no corpo
sutil, que corresponde ao plano da potência que ela pretende evocar, tal como uma
entonação musical faz com que a cor, com a qual ela mantém uma relação, surja na consciênci
a. Essa é a base lógica do uso dos Nomes Sagrados e Palavras de Poder. O mesmo se dá c
om as formas geométricas: certas influências compostas têm suas correspondentes nas li
nhas de intersecção, de forma que dão nascimento às figuras regulares dos padrões de areia
; sobre um princípio análogo são construídos os Símbolos Sagrados que representam linhas d
e força no Invisível. Todas essas influências são empregadas para construir uma grande f
ormapensamento na mente-grupal da Loja, e nessa forma-pensamento serão injetadas a
s potencial idades evocadas pelos Nomes de Poder usados no trabalho iniciatório, e
essas influências são focalizadas sobre o candidato enquanto ele se encontra em est
ado de exaltada consciência. Esse é o fundamento lógico da iniciação. O candidato, enquant
o está desempenhando o ritual com o seu corpo físico, deve lembrar-se de que é apenas
um símbolo do Homem Divino que ele está representando, e deve, conscientemente, cump
rir à risca as ordens da alma que estão sendo promulgadas nos planos sutis.
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42

JURAMENTOS E OBRIGAÇÕES
Os que estão de fora questionam, com frequência, a sensatez e o direito do ocultista
de guardar seu conhecimento, pela imposição de juramentos de silêncio. Estamos tão habi
tuados a ver os cientistas oferecerem livremente suas descobertas benéficas a toda
a humanidade que sentimos essa humanidade injustiçada e espoliada, se qualquer co
nhecimento se mantiver secreto por não serem suas descobertas imediatamente postas
à disposição de todos os que desejem compartilhar delas. O iniciado responde a essa a
cusação dizendo que é o guardião desse conhecimento no interesse da humanidade, e, da me
sma forma como um tutor não consentiria que um menor desbaratasse a sua fortuna, e
m imprudentes extravagâncias e loucas especulações, antes de ter idade para compreende
r a natureza das suas responsabilidades, os Irmãos Mais Velhos não permitirão que a hu
manidade sofra castigos por intromissão com grandes poderes desconhecidos enquanto
ela não tiver alcançado um estágio de desenvolvimento que a torne suficientemente sen
sata, disciplinada e purificada para que possam confiar nela. O conhecimento é gua
rdado em segredo a fim de que a humanidade possa ser protegida do seu mau uso em
mãos inescrupulosas. Quem quer que compreenda a natureza da Ciência Secreta e os po
deres que ela confere, verá a necessidade de tal precaução. A mente possui certos pode
res pouco conhecidos, mas tão vigorosos e tão sagazes que, usados para o crime, pode
riam subverter o sistema social de uma nação. Os tribunais reconhecem a influência ind
evida que uma pessoa pode ter sobre outra, mas têm pouca percepção de um tipo de influên
cia que a mente treinada pode exercer sobre uma outra que não o seja. O verdadeiro
iniciado usa seu poder a fim de desenvolver e treinar as faculdades superiores
de seu discípulo, mas os seguidores do Caminho da Esquerda usam-no para seus próprio
s fins, sem pensar no interesse ou no bem-estar daqueles sobre os quais pode obt
er influência. Portanto, é do interesse da humanidade que o conhecimento transmissor
de tais poderes seja retido em mãos confiáveis, da mesma forma como é necessário que o
poder para conseguir drogas poderosas e perigosas deva ser salvaguardado, a fim
de que possa ser procurado apenas para propósitos legítimos, e por pessoas honradas.
O iniciado do Caminho da Direita emprega todos os esforços para assegurar-se de q
ue a Ciência Secreta seja ensinada a discípulos dignos disso, e somente a eles. Por
esse motivo, prende a um juramento de silêncio cada aluno que recebe, para que o n
eófito não comunique o conhecimento dado, antes de estar em condições de avaliar a sua i
mportância. Certo arbítrio é permitido aos iniciados dos graus superiores eles podem s
e prender ao juramento ou não. A maioria dos sistemas de treinamento oculto, porém, é
guardada por compromissos muito severos, e mesmo o Adepto está preso ao juramento
de só poder transmitilos nas condições em que ele próprio os recebeu. Assim, vemos algun
s dos velhos sistemas guardando, com terríveis juramentos, informações que de há muito vêm
sendo impressas e publicadas. Isso é motivo de permanente zombaria, em relação a um d
os grandes sistemas ocidentais, o dizer-se que seus iniciados atrairiam os poder
es do Inferno, se divulgassem o alfabeto hebraico. Entretanto, embora haja ponto
s sobre os quais as escolas ocultas poderiam, com proveito, reconsiderar sua pos
ição, na mente de quem quer que esteja familiarizado com a natureza do trabalho empr
eendido em uma escola de ocultismo prático, não há a menor dúvida de que o juramento de
silêncio é necessário.
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43 Nenhum iniciado do Caminho da Direita recusaria o conhecimento a alguém que fos
se digno de recebê-lo. Ele deseja, ao contrário, levar consigo sua colheita, quando
for chamado a entrar na Grande Loja Branca. Procura, sinceramente, alunos aos qu
ais possa treinar para ajudá-lo em seu trabalho, porque, sem essa assistência, muita
s tarefas tornam-se impossíveis para ele. Por outro lado, contudo, não ousa, para su
a própria proteção, se não por melhor motivo, aceitar como aluno alguém que pareça capaz de
servir-se de tal conhecimento para trair a sua confiança. Por esse motivo é que subm
ete seus alunos a testes, e só os admite gradualmente ao conhecimento que possui,
de forma que possam eles, sob o rigor do treinamento oculto, revelar falhas de c
aráter insuspeitadas, e possam ser rejeitados antes de terem ido longe o bastante
para se tornarem perigosos. O crítico dos Adeptos formaria uma opinião mais segura d
a atitude deles se não os olhasse como guardiães de um tesouro, distribuindo-o de má-v
ontade e com parcimônia aos candidatos cujos direitos foi impossível ignorar ou desa
fiar, e sim como treinadores de cavalos de corrida, pacientemente pondo à prova an
imal após animal, na esperança de que um deles possa finalmente se encontrar em cond
ições de vencer o Grande Prémio Nacional. O Adepto que aceita um discípulo sem condições de
aprender, faz-se culpado de crueldade, tanto quanto o cavaleiro que atira um cav
alo para um obstáculo que ele não pode ultrapassar. Mas, embora aquele que busca a i
niciação possa estar preparado para aceitar o juramento de sigilo como uma das condições
do seu treinamento, no Ocidente pensa-se que não se lhe deve pedir um juramento d
e obediência. No Oriente, entretanto, esse não é o caso, e muitas, se não a maioria das
escolas orientais e escolas provenientes do Oriente pedem aquele juramento como
parte da sua disciplina. Elas são, sem dúvida, as melhores julgadoras das necessidad
es das almas que estão sob seus cuidados, mas esse sistema não se adapta ao temperam
ento ocidental, treinado por gerações em liberdade, e nunca foi parte da Tradicão Ocid
ental, mesmo numa época em que as nações às quais ela servia ainda mantinham a escravidão
e a autocracia. é bem verdade que, para a iniciação, o aluno deve oferecer dedicação sem r
eservas a seu Mestre, mas não deve permitir que ninguém interprete para ele os termo
s dessa dedicação. Seu próprio Eu Superior deve ser o único juiz. O verdadeiro iniciador
irá ajudá-lo a encontrar seu Mestre, mas nem por um só momento deverá colocar-se entre
esse Mestre e o aluno, e se tal tentativa for feita, o aluno é aconselhado a repel
i-la peremptoriamente. Na verdade, o ocultista de um grau superior pode trazer-l
he uma mensagem ou instrução de seu Mestre, mas ele nunca deve vê-las como autoritárias,
a não ser que "levem seu coração a arder dentro de si", a não ser que haja uma resposta
da intuição que as torne válidas para ele. Suponhamos, por exemplo, que um Adepto dig
a a um neófito que o Mestre deu tal e tal instrução para ele, e o neófito responda: "Ess
a instrução não me parece correta." Quem é o melhor juiz? Incontestavelmente é o neófito, po
rque é melhor para o seu desenvolvimento que erre como homem do que ser empurrado
para a frente como escravo. Aprenderá mais de um engano honesto do que de uma conf
iança não-inteligente no julgamento de outros. Precipitação e pretensiosa autoconfiança re
ceberão, sem dúvida, a sua punição, mas o homem que tem a coragem das suas convicções obterá,
provavelmente, muito mais da iniciação do que aquele que se contenta em deixar algum
outro pensar por ele. Conselho é uma coisa, ordem é outra. O conselho é dado a fim de
que possa esclarecer o entendimento, e só tem de ser seguido depois de madura con
sideração. Um homem da raça ocidental geralmente responde que é incompatível com o seu carát
er receber, em questões de consciência, ordens dadas por um seu semelhante falível. Se

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44 bem audacioso o homem que assuma a responsabilidade de guiar outra alma, de o
lhos vendados, entre o Céu e o Inferno. O verdadeiro treinador de almas sabe que a
exigência de tal juramento não serve a propósito algum, porque, a não ser que ele estej
a preparado para levar seus alunos, corporeamente, para o Reino do Céu, deve ensin
ar-lhes a caminhar com seus próprios pés, e eles jamais poderão fazer isso enquanto fo
rem mantidos entre as talas de um juramento de obediência. E, realmente, se o trei
nador os levasse, é muito de se duvidar que o Céu os recebesse, porque a iniciação reque
r grandes qualidades de caráter e, estas, não se pode aprender, a não ser em liberdade
. Os Mistérios sempre pedem a um homem que ele seja tão livre quanto de boa reputação, e
isso não é um grupo de simples palavras conservadas dos velhos tempos, porque, se u
m homem tiver uma natureza tal que passe prontamente para o domínio de um outro ho
mem sem instintivamente se ressentir do processo, provavelmente se deixará dominar
pelos seres que não são seus semelhantes, e tombará vítima da obsessão. O que se pede ao
neófito não é cega obediência, mas inteligente compreensão dos princípios. Seu professor ped
e-lhe que alcance um tal grau de autodisciplina que, quando um princípio lhe for e
xplicado, ele imediatamente tenha possibilidade de pô-lo em prática, sem que o zurro
do Irmão Asno se torne indevidamente sonoro. Por exemplo, se o Adepto tem de inst
ruir o neófito para ficar de vigília até o alvorecer, espera que ele seja capaz de man
ter-se acordado, e não vai ficar toda a noite vigiando, para cutucá-lo cada vez que
ele mostre sinais de cochilo. Como é possível passar por qualquer teste, se o aluno
está habituado a obedecer instruções ao invés de pensar por si próprio? Os testes do ocult
ismo são baseados, em parte, na aplicação inteligente dos princípios às circunstâncias e, em
parte, no caráter e na vitalidade; e uma capacidade de obediência cega não levará o can
didato a passar por esses testes. O pedido de um juramento de obediência não soa bem
, porque se a obediência for necessária para propósitos que obteriam a aprovação do discípul
o, porque ele, como homem livre, não iria oferecer a sua lealdade? E se eles forem
de tal natureza que não mereçam a sua aprovação, é correto que o discípulo seja coagido con
tra a sua consciência? Se a luz que existe nele é tão fraca que não lhe dá possibilidade p
ara compreender os princípios em questão, esse candidato não pode ser colocado em posição
de ter de tratar com problemas que estão além de seus poderes. Alguém faria uma criança
de Jardim da Infância jurar lealdade a Euclides e obediência aos seus princípios? Quan
do essa criança compreender as proposições de Euclides, verá que elas são evidentes por si
mesmas. O mesmo se dá com os princípios ocultos: eles são leis naturais, não decretos a
rbitrários, e argumentar com eles é o mesmo que chicotear uma muIa morta. Os futuros
professores da Ciência Oculta compreenderão que sua posição é tão inexpugnável como a de um
strónomo, e que eles podem, com segurança, deixar um discípulo recalcitrante ser trata
do pelas leis que ele desafia, e assim haveria muito menos rumores sobre cisma e
rebelião nas escolas de ocultismo. Nesses assuntos, homem algum tem necessidade d
e tomar a lei em suas próprias mãos, seja ele discípulo ou iniciador. Suponhamos que o
discípulo de um astrônomo ameaçasse saltar para fora da Terra; seu mestre iria trancá-l
o, para salvar sua vida? Suponhamos que ele ameaçasse maltratar a Lua, o astrônomo f
aria com que jurasse solenemente que evitaria isso? Os Mestres podem cuidar de S
i Mesmos, e se persistirmos em colocar obstáculos às revoluções cósmicas, nós é que teremos o
pulso quebrado e nenhum agradecimento pelos nossos esforços. Se um professor basei
a seus ensinamentos nos princípios espirituais, pode, com segurança, entregar seus d
iscípulos a esses princípios, seja
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45 para recompensas ou para punições. O homem que se firma em tais princípios está em po
sição inexpugnável e nada pode deslocá-lo dali. Mesmo que seja um neófito tateando na escu
ridão, o princípio espiritual é o fio que o levará à saída do labirinto: se deixar de segurá-
o estará perdido, e se o mantiver poderá ser seu próprio iniciador. Um dos testes dos
Mistérios tenta o candidato para uma ação fora dos princípios em nome dos Mestres, e, se
ele tiver tão pouca compreensão de sua natureza a ponto de ceder, será rejeitado. "Am
arás o Senhor teu Deus com todo o teu coração, com toda a tua alma e com toda a tua fo
rça" e "Só a Ele servirás": a função do professor, do iniciador, da Fraternidade, ou da Or
dem, é levar-te a Deus, e não a de tomar o lugar de Deus e exigir tua lealdade. "Sig
am-me apenas até onde eu seguir os Mestres" disse H. P. Blavatsky, falando como ve
rdadeira iniciadora. Todos os ocultistas brancos te dizem que nunca deves renunc
iar à tua vontade. Dirão, também, que nunca deves renunciar ao teu julgamento. O profe
ssor que te pede que o sigas cegamente não está te treinando mais do que um matemático
que usa o mesmo método. Se uma sugestão não toca a tua razão e consciência, rejeita-a. Os
que sobem muito ficam sujeitos a grandes tentações, e nunca sabemos quando a vertig
em das alturas pode tomar conta mesmo do maior entre eles. Há assuntos nos quais o
s espectadores muitas vezes vêem a maior parte do jogo, e o caminhante, embora um
tolo, pode, às vezes, formar um julgamento mais claro do que o daqueles cujos olho
s estão ofuscados por excesso de luz. As questões de princípios nada têm a ver com o int
electo. Referem-se ao caráter e, por pouco que conheças de ocultismo, és competente pa
ra decidir uma questão de princípio pela orientação da tua consciência, que, para ti, é a vo
z do Mestre.

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46

OS CAMINHOS DIREITO E ESQUERDO


A distinção entre o Ocultismo Branco e o Ocultismo Negro não é tão fácil de traçar como os in
uos e os inexperientes gostariam de acreditar. A fim de compreendê-la, é necessário de
finir o conceito esotérico do mal. Se compararmos os ensinamentos do Velho e do No
vo Testamentos, veremos que, sob a Velha Dispensação a vida era regulada por inumeráve
is e minuciosos regulamentos, que diziam a um homem exatamente o que fazer, em d
ada circunstância. Esses regulamentos, sendo pormenorizados e precisos, eram infle
xíveis e, com as mudanças havidas nas condições sociais, tornaram-se inaplicáveis. Não davam
instruções sobre assuntos que necessitavam muitíssimo de regulamentação, e leis obsoletas
permaneciam como cansativas e inúteis restrições. Para interpretação e aplicação da Lei Mosa
ca, foi reunida uma multidão de escribas e comentaristas, os quais, usando de muit
o engenho e ampliando muito a significação das palavras, conseguiram mantê-las dentro
de um sistema mais ou menos viável. Quando o Senhor Jesus chegou, porém, disse: "Obs
ervai um novo mandamento que eu vos dou", e em umas duas dúzias de palavras deu os
princípios subjacentes da Lei e dos Profetas. Disse: "Amarás ao Senhor teu Deus com
todo o teu coração e com toda a tua alma, e com toda a tua mente, e com toda a tua
força... e ao teu próximo como a ti mesmo." Essa é uma declaração compreensível que o sofism
a não pode eludir e que serve de guia em todas as circunstâncias imagináveis. É uma fita
métrica, que, seja qual for o plano em que estivermos agindo, sempre nos dará a med
ida exata. Podemos aplicá-la ao nosso trato tanto com os elementais como com os ho
mens, tanto com as mais altas inteligências como com o mais baixo dos espíritos do m
al. é uma regra de conduta que jamais nos abandona. Na estimativa de condições externa
s, entretanto, precisamos de maior orientação, e nesse ponto é impossível aplicar uma re
gra-padrão. Uma coisa que pode ser correta sob determinada circunstância, pode mostr
ar-se errada em uma outra; uma coisa pode ser correta para uma pessoa e errada p
ara outra. Não há Código Levítico que possa ser aplicado às infinitas variedades de testes
do Caminho. O iniciado toma como padrão movimento e direção, e não uma craveira ética. Me
de todas as coisas em relação à corrente da evolução. Indaga sobre qualquer ação ou série de
cunstâncias. Estão movendo-se na mesma direção da evolução? E seu passo é mais rápido ou mais
nto do que o do fluxo normal? E julgará da correção ou do erro relativos pelas respost
as dadas a essas perguntas. Por exemplo, ele pode considerar o trabalho e os ens
inamentos de alguma seita severa e intolerante, e perguntar a si próprio: Posso co
ndenar essa gente que está tão obviamente cheia de boas intenções? E se vir que essa gen
te obscurece o espírito humano e impede que ele alcance a estatura da virilidade q
ue normalmente alcança, julgará que essa seita está se movendo em um passo mais lento
do que a corrente da evolução, embora caminhando na mesma direção, não sendo, portanto, be
néfica para o homem nem para Deus. Pode, também, estudar algum ensinamento heterodox
o sobre moralidade, e, desejando descobrir sua tendência, vista à luz da biologia, v
erificará que se trata de um desvio da linha pela qual a vida chegou; dirá, então, que
, embora aquilo possa estar progredindo com grande rapidez e produzindo modificações
mais rapidamente do que o lento melhoramento da consciência humana, ainda assim não
se está movendo em direção do objetivo da União Divina, mas divergindo, em ângulo maior o
u menor, da senda do avanço normal, como foi determinado pelo prolongamento da lin
ha
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47 pela qual a raça tem caminhado. Então condenará aquele ensinamento por estar fora d
e alinhamento com a evolução. Finalmente, o iniciado pode verificar que diferentes p
adrões prevalecem em sociedades e entre homens em diferentes estados de desenvolvi
mento. Para avaliá-los com justiça, teria de levar em consideração em que degrau da esca
da evolucionária eles estão, porque os princípios têm de ser diferentemente aplicados ao
s diferentes estados de desenvolvimento, embora eles próprios sejam imutáveis. Por e
xemplo, cada homem primitivo tem de ser um guerreiro e um caçador, se esse é o seu d
ever para com a sociedade; mas, se o impulso predatório persiste numa sociedade ci
vilizada, ele conduz ao crime. Foi observado como muitos criminosos habituais se
distinguiram na guerra, e a notável libertação em relação ao crime que prevaleceu enquant
o esse derivativo esteve disponível para os aventurosos impulsos da raça. O criminos
o profissional não é, de forma alguma, um homem de temperamento ignóbil ou de desagradáv
el disposição, invariavelmente. Às vezes, ele tem virtudes heróicas. Com frequência, trata
-se de um homem que não se adaptou à civilização e que se rebela contra as condições repress
oras da vida moderna. Se fosse um membro dos grupos de colonizadores, seu proced
imento seria considerado bom e teria boa reputação. é mau porque está deslocado no tempo
. Os impulsos que atuam sobre ele deixaram de servir aos propósitos sociais. Ele é a
távico, um "atirado de volta" a condições primitivas. Esses princípios nos possibilitam
fazer a estimativa dos Caminhos da Direita e da Esquerda e do Ocultismo Negro, a
ssim como do Ocultismo Branco. O Caminho da Direita é o que prolonga a linha da ev
olução e conduz ao seu objetivo pela trilha mais direta; é a trilha mais curta entre o
estágio no qual um homem chega quando ouve o Chamado, e a União Divina. Portanto, d
eve-se notar que nenhuma trilha específica pode ser traçada como se fosse o Caminho
verdadeiro ou o sistema pelo qual todos os homens devem trilhar. "Os caminhos de
Deus são tantos quanto o número de respirações dos filhos dos homens." é o fato de ser a
trilha direta ou indireta que conta. Ainda, no que se refere ao Ocultismo Negro,
é impossível rotular qualquer operação em todos os momentos e sob todas as circunstâncias
como explicitamente Negra ou explicitamente Branca. Tudo quanto podemos dizer é q
ue, sob certas circunstâncias, ela é negra ou branca. Sujeira foi definida como mate
rial extraviado, e o mal pode ser definido como força extraviada. A força pode ser e
xtraviada no tempo ou no espaço. Uma coisa pode estar certa em uma ocasião e errada
em outra. O Ocultismo Negro, então, pode ser definido como uma força extraviada, ou
como métodos obsoletos. A questão dos métodos iniciatórios obsoletos foi tratada em capítu
lo anterior, mas agora devemos retomar a questão, sob o ponto de vista do treino p
rático de um candidato, como é dado em uma escola oculta. Que o aspirante se imagine
como de pé no ponto mais baixo de uma elipse cujo ponto mais alto é Deus. À sua esque
rda, estende-se o caminho pelo qual ele desceu para a matéria; à sua direita, estend
e-se o caminho peio qual ele retornará ao Espírito. Se ele voltasse sob seus passos
ao longo do caminho pelo qual veio, estaria palmilhando o Caminho da Esquerda; a
vançasse ele pelo caminho que a evolução finalmente segue, e estaria seguindo o Caminh
o da Direita. Por qualquer dessas trilhas pode elevar-se sobre os planos, e se a
lcançar o conhecimento em um plano, pelo Caminho da Direita, será Mestre de ambos os
seus aspectos, o primitivo e o evoluído. Terá, contudo, de ter o cuidado de conserv
ar ambos os seus aspectos em seus lugares exatos, senão eles já não mais o deterão. Torn
emos isso claro através de um exemplo: suponhamos que, sem iniciação, ele tentasse pen
etrar na consciência superior com o auxílio de drogas. A
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48 ação delas iria colocar em inatividade temporária as faculdades superiores da mente
, permitindo, assim, que os poderes da percepção psíquica direta funcionassem sem frei
o. Ele penetraria realmente no plano astral, mas iria encontrar-se em seu limbo
ou aspecto purgatorial. Se ele tivesse descoberto os sentidos astrais pelos verd
adeiros métodos iniciatórios de desenvolvimento e extensão da consciência, obteria igual
mente o acesso ao plano astral, mas em uma outra esfera dele. Se, contudo, tives
se êxito na penetração dessa esfera, descobriria que quando tivesse alcançado o conhecim
ento dele, para ali se mover em plena consciência, e livremente, também, teria possi
bilidade de penetrar seus infernos. Esse poder, entretanto, ele jamais usaria, s
alvo com o propósito de "pregar aos espíritos aprisionados". Os métodos de ingresso no
s infernos podem ser usados pelo mágico Negro, que deseja obter controle sobre os
espíritos e empregá-los para seus próprios e perversos objetivos, e pelos ocultistas B
rancos que desejam redimir uma alma que pode ter sido arrastada para um dos infe
rnos. Portanto, não se pode dizer que essas fórmulas sejam exatamente más, e que nunca
, sob pretexto algum, devem ser usadas. A Magia Negra ocupa-se, amplamente, com
a evocação de maus espíritos, mas o mágico Branco pode usar a mesma fórmula para evocar um
espírito a fim de forçá-lo a libertar sua vítima. Uma evocação deve preceder ao exorcismo,
pela razão óbvia de que é impossível banir um espírito que não está presente. Por esse motivo
que muitas tentativas de exorcismo revelam-se frustradas, ou são meramente temporári
as em seus efeitos; isto porque quem as realizou não teve coragem para fazer a evo
cação. Ninguém deveria esperar que um homem trabalhasse fora do seu grau, ou que tenta
sse usar poderes que não lhe tinham sido conferidos, e o ocultista sensato reconhe
ce suas limitações e observa-as estritamente. Porém, se, afinal, o ritual mágico for ten
tado, deve ser feito corretamente, ou será ainda pior do que inútil. Não é o mal em si m
esmo, mas pode facilmente transformar-se no mal em mãos inexperientes, porque as f
orças assim evocadas prontamente ficam fora de controle. Duvida-se muito pouco de
que a evolução tenha alcançado o estágio em que a forma está começando a ser posta de lado.
"Porque, ao nos elevarmos, os símbolos desaparecem." O objetivo legítimo do ritual mág
ico na época presente é limitado. Ele é usado corretamente para tratar com determinada
s patologias ocultas, especialmente com aquelas que têm srcem na bruxaria do pass
ado, mas isso não é coisa para se manejar com propósitos experimentais. Não obstante, um
conhecimento do seu modus operandi e dos seus princípios é necessário ao neófito que es
tá desenvolvendo os poderes psíquicos, tal como o conhecimento da natação é essencial para
quem quer que se interesse por navegação. O estudante pode estar trabalhando dentro
das linhas do desenvolvimento espiritual que não emprega o ritual mágico, mas, se u
m acidente ocorrer e a iniciação não é prova de insensatez , ele será precipitado na esfer
a onde o ritual mágico opera, e aquele conhecimento é a única coisa que dali o poderá ar
rancar. Os poderes ocultos devem ser vistos como uma lâmpada a mostrar o Caminho a
o aspirante, mas não um farol pelo qual navegar. Eles podem guiá-lo em segurança através
do inexplorado território interior da mente humana, e sem essa orientação é possível que
ele se extravie. Se ele se volta para o lado e constrói para seu uso uma casa na r
egião do ocultismo, terá deixado o Caminho. Seu objetivo está nos píncaros do Espírito e não
nas selvas da mente, mas, como deve atravessar as selvas da mente, precisa de e
quipamento para a jornada.

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49

PROCURANDO O MESTRE
Aludimos à história da iniciação de modo muito resumido, de todo resumidamente, sem dúvida
, para o leitor comum, não versado no assunto. Ela se destina a estudantes, não à prop
aganda, e os rudimentos são tidos como certos. ë destinada, ainda, para indicar o mo
do de aproximação ao ramo ocidental da grande Tradição Esotérica para aqueles que, tendo t
omado conhecimento do que pode ser proclamado publicamente sobre a Sabedoria Sec
reta, estão desejosos de continuar seus estudos nos aspectos mais profundos do ass
unto. Para tal fim, diligência e intelecto não são o bastante; certas condições de caráter e
certas atitudes da mente são exigidas, e aquele que pretende ser estudante deve d
isciplinar e desenvolver sua natureza, tanto como seguir com suas pesquisas. O E
u Superior é o primeiro iniciador, nenhum outro pode nos pôr em contato com os Mestr
es Invisíveis, e o trabalho preliminar tem de ser executado subjetivamente. Geralm
ente pergunta-se se é possível que a iniciação tenha lugar sem que a mente consciente es
teja ciente da experiência. A resposta a essa pergunta é negativa. A iniciação envolve a
unificação da consciência superior e inferior, portanto não pode, obviamente, ter lugar
sem que a pessoa esteja ciente disso. E, se fosse possível, não serviria a um propósi
to útil. Isso, seja como for, é verdade na Tradição Esotérica Ocidental, onde os graus con
ferem reais poderes ocultos que têm de ser demonstrados para aprovação dos magos antes
que o aluno possa subir para graus superiores. Se o mesmo acontece na Tradição orie
ntal, a escritora não pode dizer, pois não é uma iniciada nessa Tradição, mas a evidência ap
onta para o mesmo estado de coisas ali prevalecente, e para a posse dos Siddhis,
ou poderes ocultos, por todos os autênticos iniciados daquela Tradição. Um diferente
estado de coisas, entretanto, aparece quando uma alma encarnada em um corpo ocid
ental procura, enquanto reside em país ocidental, obter real contato com um Guru o
riental, para tomar uma iniciação oriental. Em tal caso pode bem ser possível que a pe
rcepção da experiência não consiga penetrar o veículo físico. Seria de se considerar, então,
ue tal experiência tenha sido apenas parcial, e com certeza não iria conferir Siddhi
s, ou Poderes do Grau. Seus frutos podem amadurecer em uma outra encarnação, mas dif
icilmente na presente existência. Portanto, os iniciados do Ocidente sempre afirma
ram que os métodos ocidentais devem ser usados por pessoas ocidentais, e eles jama
is foram negados a candidatos adequados, nem a qualquer grupo ou sociedade que v
enha com as mãos limpas à procura de contatos. A grande Tradição Esotérica Ocidental é uma f
orça viva. O Caminho Ocidental é uma estrada aberta, palmilhada por incontáveis pés, e t
odos os que a procuram irão encontrá-la. O Mestre está ciente da existência do discípulo,
e pode até ter iniciado o treinamento preliminar antes que o aluno esteja suficien
temente sensível às forças psíquicas para sentir-se ciente da presença do Mestre. O treina
mento preliminar pode, realmente, seguir-se sem o conhecimento por parte do discíp
ulo. A invocação que chamou o Mestre pode ter sido esquecida, e a busca, embora aind
a desejada, pode ter sido vista com desânimo, e o buscador acredita que clamou a o
uvidos demasiadamente distantes para ouvi-lo, ou que até nem existam. Contudo, o t
rabalho pode estar se desenvolvendo com firmeza sobre o seu eu superior, além do âmb
ito da percepção do cérebro. Que ele não desanime, mas mantenha sua aspiração, e, no momento
devido, terá sua colheita, se não falhar. Dia a dia a consciência superior está sendo l
evada cada vez mais para perto do
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50 limiar. As grandes forças que os Mestres deixam livres sobre a alma que se abre
para Elas estão enchendo suas profundezas, como uma nascente fluindo para um rese
rvatório. Lentamente, as águas reúnem forças por trás da barreira que separa a subconsciênci
a da consciência, e, quando chega a hora, o iniciador coloca a mão sobre a alavanca
que opera as comportas, e a água flui para o canal determinado. Essa operação, entreta
nto, tem dois aspectos e é executada em dois planos simultaneamente, tal como um tún
el através de uma montanha é perfurado ao mesmo tempo nas duas extremidades. E tal c
omo o impulso na feitura de um túnel depende da habilidade dos engenheiros e da ex
atidão de seus instrumentos, para que os dois cortes se encontrem ou se percam um
do outro, nas entranhas do monte, também depende da habilidade psicológica do profes
sor que as duas linhas do desenvolvimento se encontrem ou se percam na profundez
a do subconsciente do aspirante. Seu dever é fazer com que o treinamento da person
alidade e da mente consciente seja conduzido,de tal forma que as partes torcidas
se façam retas, e o Caminho da Alma seja levado a alinhar-se com o Caminho do Pod
er do Espírito, descendo como o fulgor de um relâmpago. Se isso não for feito, a junção en
tre os dois Caminhos pode ter de ser feita por meio de uma curva em S, como a qu
e deformou um dos primeiros túneis dos Alpes. Essa sinuosidade no caminho do poder
é sempre uma fonte de perigo, porque a tendência de uma força é seguir sempre em linha
reta, e ela pode falhar ao tomar a curva. Essa força, cavando um caminho através da
percepção e derrubando tudo quanto encontra em sua passagem, é conhecida pelos ocultis
tas como um dano, e vem a ser causa de muitas patologias, tanto da mente como da
moral e do corpo. O risco de uma tal ocorrência é muitíssimo diminuído quando o Caminho
é palmilhado sob a orientação de um professor de confiança. Ele saberá qual é o ângulo da di
eção da força iniciatória e pode instruir seu aluno sobre o modo como ele poderá alinhar c
om ela o estado de percepção. Como aquele que vislumbrou a possibilidade do Grande T
rabalho poderá encontrar um Mestre que o treine para o seu desempenho? Esta é uma pe
rgunta importante para o buscador sincero. Mas, recordem isto: andar pelo Caminh
o é muito diferente de estudar o mapa. O mapa pode ser estudado à luz da lâmpada, junt
o à lareira, e o Caminho é percorrido sob o vento e a escuridão dos pontos improdutivo
s da alma. Porque o Caminho está dentro, e leva, da percepção do cérebro, através da subco
nsciência, à superconsciência. E, apesar disso, ele não é nada subjetivo, e é em relação ao a
cto objetivo da indagação que o estudante sem dúvida se sentirá curioso. Consideremos a
história espiritual de alguém que se volta para a busca, e notemos os estágios pelos q
uais passará. Primeiro, vem a formulação do conceito: ele concebe a ideia da iniciação e o
ideal do serviço de,um Mestre, e deseja fazer a sua dedicação. Mas, basta o desejo? S
im, é o bastante, se for bastante forte e bastante longo; se continuar sem hesitação e
sem abalos, através de todas as provas da alma que testarão a sua fibra, através da p
urgação que a purificará para o contato com o Mestre e através do duro trabalho do trein
amento que a irá preparar para o serviço do Mestre. Se o desejo da iniciação se mantiver
firme através de tudo isso, levará o discípulo aos pés do Mestre. Como são poucos, entret
anto, os que conseguem, ou sequer compreendem a força do desejo que se faz necessári
a para produzir a iniciação! A bela tradição oriental fala do Mestre que manteve seu dis
cípulo sob a água até que ele ficasse quase sem fôlego, e disse-lhe que, quando ele dese
jasse a luz tão fervorosamente quanto havia desejado o ar, o receberia. E a história
ocidental fala do homem que vendeu tudo quanto tinha, a fim de
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51 comprar uma pérola de grande preço. Aquele que põe o pé no Caminho, pode nada levar c
onsigo; nus viemos para o mundo, e nus o deixaremos, passando para uma consciência
superior. Os "que desejam o céu" são muitos, mas os que suportam a jornada divina são
poucos. É impossível tirar o maior proveito de ambos os mundos, porque onde nosso t
esouro estiver, aí estará também o nosso coração. Só aqueles para os quais a sensualidade da
carne, o desejo dos olhos e o orgulho da vida deixaram de ter significação, podem t
entar o Caminho que leva às alturas, e para eles a jornada não será penosa, porque via
jam leves. O que vai com as mãos vazias caminha facilmente. O grande peso das nece
ssidades egoístas é que fazem a trilha cansativa. Logo depois vem para a alma um perío
do amargo de conflito. Ela vislumbrou o ideal divino, bebeu as águas vivas do espíri
to, e essas águas geraram nela uma sede que não pode ser saciada na Terra. Tendo con
hecido a realidade, não encontra repouso nas aparências. Entretanto, ainda não exauriu
os deleites da matéria. O melhor é que essa pessoa calcule seriamente o custo, ante
s de embarcar na Grande Busca e de chamar os Mestres para ajudá-la em suas pesquis
as. Porque os Mestres aceitarão a sua palavra, se ela os invoca, e levam-na a pass
ar pela chama da circunstância, de forma que toda a impureza seja expurgada de seu
caráter. Se, entretanto, o minério da sua natureza for expurgado de seu caráter. Se,
entretanto, o minério da sua natureza for pobre de metal espiritual, a conflagração as
sim causada irá gerar tal calor que o ouro fundirá e escorrerá, e a forma daquele home
m será perdida. Só o homem despido de desejos pode passar pela Grande Liberação, e quand
o alguém que é governado pelos desejos tenta a passagem, esses desejos, sendo arranc
ados pelas raízes, sangram a alma. É melhor que um amadurecimento do espírito seja obt
ido de forma que deixe de lado seus desejos carnais, naturalmente, ultrapassando
-os, ao invés de violentar os instintos da natureza. Não é a supressão, mas a ultrapassa
gem dos desejos que devemos procurar. Os frutos maduros soltam-se das hastes com
facilidade, e o homem, que tiver aprendido as lições que a vida nos dá, irá passar sem
queixas. Uma experiência abortiva, incompleta, da vida, não é bom alicerce para a ilum
inação. A iniciação não pode ser obtida em menos de três encarnações de firme esforço dirigid
primeira encarnação a alma concebe o ideal e embalao em segredo, preenchendo todos
os deveres da humanidade com humildade e paciência, construindo assim o seu caráter.
Na segunda encarnação a alma sofre testes e purgação, e tem de enfrentar seu karma e de
ssa época se fala como a encarnação-semente. Na terceira encarnação ela recapitula rapidam
ente o desenvolvimento obtido nas outras duas, e está pronta para o Caminho. Cada
pessoa que concebe o ideal da iniciação tem de certificar-se sobre se a consciência es
tá sendo despertada pela primeira vez, ou se é a memória que retorna das profundezas d
o subconsciente, depois do sonho entre os nascimentos. É aqui que o conselho de um
professor que possa ler os Registros é muito necessário, porque a imaginação aquecida p
ela ambição da aventura ou pelo espírito de emulação pode levar o candidato a extraviar-se
gravemente, fazendo-o correr o risco de sair da sua profundidade. Pode também aco
ntecer que a vida anterior, preparatória, não tenha preenchido o seu propósito e a pre
paração tenha ficado incompleta. O trabalho, então, tem de ser feito novamente, antes
que se consiga um avanço maior. Finalmente, há muitas almas que foram iniciadas no p
assado, mas foram deslocadas para a Magia Negra, ou falharam em um teste, e deve
m, trabalhosamente, subir de volta pelo caminho que foi perdido. Tais almas são psíq
uicas, frequentemente, mas não têm conhecimento do ocultismo. Os sentidos sutis que
foram desenvolvidos
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52 podem permanecer, mas os contatos foram rompidos e as lembranças obliteradas pe
lo Mestre que foi traído. Para esses, o Caminho é proibido até que a expiação esteja compl
eta e o erro sanado. Seu próprio instinto é o melhor guia nesse caso, porque eles sa
berão, com exata certeza, quando a barreira invisível desce e eles estão livres para s
eguirem adiante. A aspiração da alma pela iniciação deverá ser formulada e mantida com uma
inabalável determinação; deverá ser meditada e pensada longamente, em vigílias noturnas,
e cada ação das horas despertas será dedicada ao aperfeiçoamento do caráter e ao serviço da
humanidade, e, através disso, ao dos Mestres. A alma, porém, deve aguardar, humildem
ente, as experiências psíquicas, sem procurar projetar-se nos espaços astrais onde não t
em guia, mapa ou bússola. No momento exato, quando tiver chegado a hora, ela viaja
rá realmente, pelos caminhos astrais, mas sob os cuidados de um guia, não sozinha. O
s Mestres recebem almas como discípulos, não para benefício da alma, mas para benefício
do Grande Trabalho. Um homem não é treinado para satisfazer sua curiosidade ou entus
iasmo, mas apenas na medida em que tenha valor como servidor. Por esse motivo é qu
e o desejo altruísta de servir é o passo mais seguro para o Mestre. Ninguém que deseje
conhecimento ou poder para si próprio jamais terá êxito em obter a mais recôndita essênci
a dessas coisas. Pode tornar-se um mago, ou um vidente astral, ou mesmo possuir
sabedoria intuitiva, mas a Luz espiritual do Recôndito estará apagada. Não nos enganem
os: o Espírito é a meta desta busca. Tudo o mais é um meio para um fim, tudo o mais é ap
arência, não realidade. E, embora as aparências possam não ser forçosamente ilusórias, e sim
um verdadeiro e exato simbolismo e um sistema de correspondências, elas não podem s
atisfazer a fome da natureza espiritual em busca do Espírito de Deus. O corpo astr
al funciona no plano astral, e o corpo mental desperta para a consciência no plano
mental, quando recebe a sua iniciação, mas o corpo espiritual não deve despertar para
o mundo do Espírito, antes que o homem sétuplo esteja completo. Nem mentalidade nem
emoções satisfarão as necessidades do espírito. Em União com o Divino, que os esoteristas
ocidentais concebem como sendo a suprema iniciação, a Fagulha do Espírito Divino, que
é para o homem o que o grão de areia é para a pérola, acorda para a consciência dentro do
corpo inteiramente formado no sexto plano do espírito concreto. Essa é a primeira d
as iniciações cósmicas, porque, sendo a Fagulha Divina, metaforicamente falando, do Pl
ano de Deus, passou para além do Círculo Sem Passagem do universo projetado para o C
osmos numenal, onde reside a consciência da Grande Entidade. Esse supremo ideal es
piritual nunca deve ser perdido de vista durante toda a longa extensão do Caminho:
só ele é a meta, pois nenhuma outra coisa pode proporcionar a perfeição final e integra
l. Se esse marco for conservado sempre diante dos olhos, o viajante não se desviará
da trilha, porque, embora a jornada seja feita por estágios e através de diferentes
regiões, e embora a disciplina de cada estágio deva ser enfrentada a fim de estabele
cer a perfeição da alma, ele nunca deve parar ou descansar enquanto não tiver alcançado
a definitiva União Divina. Nem deve, em qualquer dos estágios do Caminho, voltar-se
para um lado e construir uma casa, pensando que na perfeição daquela fase encontrará a
perfeição. Cada montanha que ele escale revelará a montanha seguinte, e de cada pico
ele deve descer para o vale da humilhação a fim de subir ao topo da disciplina que v
irá a seguir. Nem a visão astral nem poderes mágicos são fins em si mesmos, antes servem
aos fins do Adepto, que, a não ser que tenha também os poderes do espírito, é como o br
onze que soa ou o címbalo que tine. Ainda assim, se ele tem as coisas do espírito e
não tem também
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53 os poderes, terá de ser um daqueles que esperam, em subjetiva beatitude, o fim
do Dia da Manifestação, porque, sem os Poderes dos Planos, ele não pode voltar a auxil
iar a humanidade em seu caminho de subida. Terá de ser um mago, se vai ser um Mest
re, porque sem as artes ocultas, ele não pode passar de plano para plano. Esse é um
ponto importante, a ser seriamente considerado na escolha de uma escola ou profe
ssor de esoterismo. Consideremos, agora, o estado real do treinamento do buscado
r que, tendo formulado um verdadeiro ideal, levou sua luz a brilhar com mais força
nas regiões escuras do mundo. Pensando nos Mestres, nós atraímos a sua atenção, e é incrive
lmente fácil estabelecer uma ligação magnética com aqueles que estão sempre mais prontos a
dar do que nós a receber; e se alguém, depois de pensar nos Mestres e de formular o
desejo de ser aceito como aluno, descobre que as circunstâncias da sua vida estão c
omeçando a se mostrar tempestuosas, saberá que sua solicitação foi aceita e que os teste
s preliminares começaram. Nesse ponto de sua vida ele será testado na libertação do dese
jo. Contudo, não se deve pensar que o serviço dos Mestres signifique, forçosamente, ba
ncarrota ou privação. Um homem pode ter vasta fortuna, e ainda assim as coisas que o
dinheiro pode comprar terem para ele pouca importância, a ponto de nunca pensar e
m adquiri-las, levando uma vida de grande simplicidade e usando o total de seus
vastos recursos em serviços altruístas, sem pedir recompensas nem agradecimentos. Um
a pessoa assim sentirá antes alívio do que perda, quando for privado da sua fortuna.
Mas, se há alguém que, mesmo com pouquíssimos meios, agarra-se desesperadamente à sua m
esquinha segurança, será testado em perdas financeiras até que compreenda que, se acei
tarmos o que nos diz o Mestre em Seu trabalho, e procurarmos primeiro o Reino do
Céu e a sua justiça, todas aquelas coisas nos serão acrescentadas. O Mestre Jesus é o M
estre da Compaixão, e Seu Reino é o Reino do Amor, mas se amarmos cada criatura ou c
oisa com um amor puramente pessoal, um amor que se compraz mais com a sensação de am
ar do que com o bem do ser amado, iremos ser testados, seguramente, com o afasta
mento da coisa desejada. Mas se amarmos com um amor tão inteiramente destituído de e
goísmo que nos poríamos de lado, sem sentir angústia, se a pessoa querida pudesse, com
isso, receber um bem maior do que está em nosso poder lhe dar, então amamos com o A
mor Superior, que não nos será tirado, nem elevado nem rebaixado, nem outra criatura
qualquer poderá separar-nos do objeto do nosso amor. Não se pense que nos sacrifícios
do Caminho qualquer dever tem de ser posto de lado. Não são os deveres, mas os dese
jos, que devem ser abandonados. Todo o dever legítimo tem de ser cumprido, sem del
e eximirse, e cada dívida humana tem de ser paga antes que estejamos livres para e
ntrar na dedicação que o estudo da Ciência Secreta envolve. Há, contudo, muitas sendas p
ara ir ter com os Mestres da Sabedoria, e uma delas é o Caminho do Lar, pelo qual,
através da realização com amor dos deveres domésticos, ganha-se a iniciação. Os deveres sag
rados do lar são os degraus do Caminho, e com frequência passam a ser a sorte daquel
es que em encarnações passadas buscaram o conhecimento por amor de si mesmos e não par
a servir, e precisam seguir essa disciplina. Que esses se dediquem a isso como a
seu Meste, mas usando todos os momentos livres para estudar fielmente e consegu
ir a necessária base de conhecimento. Que sua divisa seja: "Conquistemos primeiro
os meios; Deus seguramente indicará como usar nossas conquistas." Onde quer que a
alma se encontre, desse ponto ela deve dar início à sua jornada; ninguém pode caminhar
com sapatos alheios. A alma deve sempre "fazer o melhor" daquilo que tem nas mãos
, antes de ingressar no Caminho. Se a alma for a de um balconista ou de uma cozi
nheira, deve tornar-se uma eficiente balconista ou uma boa
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54 cozinheira. Os Mestres pouco uso têm para a incompetência, como pouco uso têm para
o pecado, e se formos incompetentes no cumprimento de qualquer aspecto dos nosso
s compromissos, um substrato de fraqueza estará subjacente em toda a natureza, e o
s testes do Caminho descobrirão qual é, no devido tempo, o buscador, tendo se submet
ido com segurança aos testes preliminares, descobre o Caminho propriamente dito ab
rindo-se diante dele, e tendo considerado a maioria dos meios à sua disposição, esgota
ndo-os, novas oportunidades lhe serão dadas. O esgotamento do material colocado em
sua mão, para que o trabalhasse, é um ponto muito importante em relação com o seu progr
esso. O buscador deve ansiar por livros além dos seus meios, e sentir-se incapaz d
e avançar em seus estudos por não os ter: mas, já esgotou as possibilidades da bibliot
eca pública municipal? Ou, pode desejar ensinamentos profundos em meditação, mas tem d
e aprender a manter a serenidade durante as horas mais atarefadas de seu trabalh
o? Todas essas coisas são usadas pelos Mestres como disciplina, e Eles observam a
proficiência do discípulo nessas coisas antes que Eles lhe permitam avançar, e um dos
testes mais seguros é a boa ordem do aposento que a pessoa ocupa, e a condução ordenad
a de seus negócios. Um ocultista precisa ter temperamento calmo e nervos de aço, e há
poucas caminhadas na vida que não possam ser feitas para proporcionar oportunidade
s para o desenvolvimento de preliminares essenciais. Tudo tendo sido feito, então,
o buscador pode agir em solidão, a Loja Estrela sob a qual seu Caminho está sendo f
eito designa-lhe um Guia. O ofício do Guia é um dos primeiros a ser preenchido por u
ma alma que se adiantou para além da encarnação na matéria. Depois da última morte do corp
o de alguém que se dedicou ao serviço dos Mestres, a alma recentemente liberada é empr
egada no grande trabalho humanitário que se desenvolve no plano astral. Esse é um tr
abalho bem conhecido de quantos estão empenhados em pesquisa espiritualista, e não p
recisamos entrar em pormenores nestas páginas. E o ofício de Guia é uma das suas subdi
visões. Um Guia atua como mensageiro entre o Mestre e o seu discípulo, transmitindo
instruções por meio de sugestão telepática à consciência da alma sob seus cuidados. Tem, tam
bém, a tarefa de resguardar seu protegido durante suas primeiras expedições para os pl
anos ocultos, salvaguardandoo durante os difíceis momentos de transição de um plano pa
ra outro, e amparando-o até que ele tenha conquistado habilidade ao fazer essa tra
nsição através dos estados de consciência. Durante um período que varia de alguns meses até
vários anos, a relação entre o Guia e o buscador deve continuar, e ao fim desse tempo
eles se mostram tão bem relacionados um com o outro como qualquer par de amigos. O
s Guias são simplesmente seres humanos de um tipo elevado, que não recebem corpo físic
o, e cuja personalidade é a da última encarnação. Chega uma ocasião, entretanto, em que o
Guia está pronto para alcançar um trabalho superior, mas o buscador ainda não está prepa
rado para o próximo estágio. Um novo Guia será então designado para ele, e o outro se af
asta, embora possa, de vez em quando, vir visitar seu antigo protegido, porque e
ssas amizades do plano oculto são tão reais como as do plano da Terra. Entretanto qu
ando chega a ocasião em que o discípulo está pronto para caminhar entre os planos com
segurança e confiança, podendo receber por si mesmo as ordens do Mestre, já não precisa
do auxílio do Guia, que então se afasta para dedicar-se a outro trabalho. Muitas alm
as são treinadas totalmente dessa maneira, a partir dos planos interiores, mas há ou
tras que não desenvolvem tão prontamente o psiquismo, e, para essas, usa-se outro méto
do. O Guia atuará como elemento de ligação entre o discípulo a ser treinado e outro serv
idor do mesmo Mestre que já tenha sido treinado no corpo físico, e colocará o
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55 estudante sob a orientação de um professor. Um professor não é um Mestre, e ninguém que
seja digno do nome reivindicaria o título. Sua função é a de informar o discípulo, não a de
governá-lo. Um professor, para realizar de forma adequada a sua função, deve ser um p
síquico, e é mais do que inútil para o aspirante estudar com qualquer ocultista que não
o seja, pois como um cego poderia guiar um cego? O psiquismo representa os olhos
da alma nos planos da forma, e é preciso que haja uma visão astral adequada para qu
e o estudante seja bem dirigido e corretamente protegido. Um estudante de oculti
smo necessita tanto de proteção durante os primeiros estágios de seu treinamento quant
o um paguro* que deixou uma concha para procurar outra; caso contrário ele será toma
do de perturbações nervosas e exaustão. Essas indisposições não representam um sine qua non
do desenvolvimento oculto, nem mostram a espiritualidade da natureza, mas são um s
inal de treinamento falho. Não redundam em crédito para o estudante, mas em descrédito
para o professor. Nenhum trabalho oculto deveria ser tentado por uma pessoa em
estado de carência de vitalidade ou de equilíbrio. Tudo deve ser posto de lado até que
ele recobre sua sanidade física, e é dever do professor observar a condição física do alu
no tão cuidadosamente quanto a sua condição espiritual. O professor conhece o aluno pe
lo selo do Mestre que está estampado na aura, logo acima da cabeça, mas, como pode o
aluno conhecer o professor e ter certeza de que não está nas mãos de um charlatão? Em p
rimeiro lugar, porque o professor não lhe pedirá dinheiro pela sua instrução. Esse é o tes
te supremo para um professor de ocultismo, e põe fora do caminho, efetïvamente, os m
ercenários. Um homem, porém, pode ser bem-intencionado e idealista, mas, apesar diss
o, ser um tolo; como pode o aluno saber que não está caindo nas mãos de um incompetent
e? Ele deve exercer o mesmo cuidado e discrição que usaria na transação de qualquer negóci
o importante no plano físico. Deve fazer indagações quanto à reputação e às referências feita
essoa em cujas mãos ele pretende confiar a sua vida espiritual. Deve observar bem
de perto o caráter, o aspecto e o tipo dos membros do grupo que rodeia o professor
, pois ali verá, claramente, a indicação da natureza do ensinamento dado, e essa é uma i
ndicação que não pode enganar. "Pelos seus frutos os conheceremos." E o peregrino, mes
mo sendo um tolo, conhece os frutos do Espírito quando os vê. Pureza e paz, mente sã e
m um corpo sadio; misericórdia no pensamento e na ação, bem como na palavra e na escri
ta; ordem e limpeza tanto na mente como no ambiente; tratamento justo e honesto
cumprimento das obrigações; e, acima de tudo, a bondade simples que adoça os relaciona
mentos humanos, "contra esses pontos não existe lei", mas quando eles faltam, cuid
ado! O treinamento oculto deve construir nobreza de caráter e equilíbrio da mente. S
e ele falhar nisso, alguma coisa está faltando. Que proveito teria um homem de ver
os céus abertos e perder a razão? é melhor ter os cinco sentidos e sanidade do que ps
iquismo e falta de equilíbrio. Um professor de qualquer sistema de treinamento ocu
lto só pode ser justificado pelos resultados. Boas intenções podem servir para protege
r a pessoa que se aventura pelo Invisível em busca do conhecimento para si própria,
mas não representam equipamento suficiente para aquele que pretende treinar outro.
Alguns gritam: "Paz, paz" onde não há paz, recusando-se a ver sinais de deterioração me
ntal e física em seus alunos, e considerando os sintomas de tensão nervosa como um p
siquismo incipiente. Inexperientes quanto aos processos da mente, deixam de reco
nhecer a dissociação e a alucinação quando as vê, considerando os fenômenos anormais como ev
idência de poderes em desenvolvimento. A vidência é uma integração da individualidade, não a
desintegração da personalidade. O grande problema
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56 que sempre embaraça o vidente é o problema da síntese, a manutenção da comunicação aberta
ntre o eu superior e o eu inferior, e a transferência do abstrato para o concreto,
de forma que possa ser assimilado pela consciência. E nenhum sistema de treinamen
to que se incline a afrouxar a coesão da personalidade, pode produzir resultados s
atisfatórios. Outros professores, habituados a operar com um sistema ineficaz, per
dem subitamente a cabeça quando um aluno excepcionalmente sensitivo começa a obter r
esultados, e voltam-se para eles, naturalmente para obter explicações e orientação. Não se
ndo eles próprios psíquicos, são incapazes de ver o que o aluno vê, e se tudo não correr c
almamente (e, sob tais circunstâncias, não é provável que corra agradavelmente), ficam t
omados de pânico e largam o aluno como se fosse uma brasa viva. A condição de uma pess
oa assim tratada é deplorável, e geralmente termina em grave crise nervosa, ou mesmo
em insanidade. Não menos deplorável é a condição de tal professor, embora os resultados kár
micos possam não se manifestar tão rapidamente. Nunca será demais repetir que nervos d
e ferro são necessários para todas as operações ocultas, especialmente para uma iniciação, e
, a não ser que o ocultista possua a faculdade de ler os registros e de discernir
o karma de um candidato, de ler a sua aura e discernir a situação, não deve encarregar
-se do treinamento de um discípulo em ciência esotérica. Cada iniciador autêntico sabe q
ue tem de compartilhar do karma que venha a ser gerado por qualquer aluno treina
do por ele. Se esse aluno fizer bom uso do seu conhecimento e trabalhar bem, o i
niciador, desse modo, também progride. Um grupo altamente evoluído é de valor incalculáv
el para qualquer ocultista, daí a loucura de impedir seu adiantamento, por ciúme. Po
r outro lado, o abuso do poder oculto tem efeito desastroso, não só sobre a pessoa q
ue assim procede como sobre o grupo no qual ela foi treinada. Tal como o aluno d
eve ser cuidadoso quando se coloca nas mãos de um professor, este também tem a grand
e necessidade de ser cauteloso ao aceitar um discípulo, e o candidato deve estar p
reparado para submeter-se a testes, antes de dar a certeza de que é confiável. Ele d
eve ser prudente quanto a portas sempre abertas; os que têm tesouros, guardamnos.
Ele deve recordar, entretanto, que o professor não pode revelar seu sistema aos qu
e não têm compromisso e, quanto mais souber, menos inclinado estará a falar; por isso
mesmo os mais cautelosos devem estar preparados para receber algo em confiança. Po
rém, se, considerando o professor, o aluno sente que deseja tornar-se igual a ele,
então pode matricular-se com segurança. Se depois de considerar o professor, ele se
nte que deve rejeitar o caráter dele enquanto lhe absorve o conhecimento, irá mostra
r-se muito imprudente mantendo qualquer contato com essa pessoa, porque descobri
rá que na prática real não terá possibilidade de manter essa distinção. É possível a um homem
sinar ciência natural sem qualquer consideração de caráter pessoal interferindo no assun
to, mas isso não pode ser feito em ciência oculta. A essência do treinamento oculto não
está no que é ensinado, mas na influência que emana do professor e, aos poucos, sinton
iza o discípulo para vibrações cada vez mais altas. O professor tem de transmitir as f
orças do Mestre, até que o aluno fique en rapport com esse Mestre. ê nisso que reside
o verdadeiro valor do treinamento, não nas informações que são dadas. Todos ensinam mais
ou menos as mesmas coisas; alguns ensinam um pouco mais, outros ensinam um pouc
o menos. Não há grande divergência entre as diferentes escolas, mas há imensa diferença em
suas respectivas vitalidade e pureza. Se um professor tem em sua natureza aspec
tos maus ou não sublimados, esses aspectos irão pô-lo em contato com as potências corres
pondentes no
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57 mundo invisível, e quando ele procurar trazer a força do seu Mestre, estará agindo
com um contato mesclado, e os resultados para o aluno serão o mal e o bem inextricáv
el mente misturados. Sob tais circunstâncias, o professor inclina-se a se dissocia
r cada vez mais do seu Mestre, e está, portanto, penetrando em maré vazante e, à propo
rção que as forças superiores falham, as inferiores tornam-se mais evidentes. Tal prof
essor é um conhecido excessivamente perigoso para qualquer sensitivo. Aluno algum,
por muito forte que se sinta, pode esperar ser mais forte do que seu professor,
porque, se este último não souber mais do que ele, para que procurá-lo? Nunca acredit
e que está em condições de separar o joio do trigo antes da colheita. Se o professor f
or um homem de vida impura, o discípulo não pode evitar de ser envolvido em impureza
. Se não for escrupuloso, o discípulo será sacrificado ao seu amor ao poder ou aos luc
ros. Já ouvi ser argumentado o fato de que a disposição de enfrentar a repulsa à associação
com os maus é um dos testes do Caminho. Estar ao lado do professor, através do bom e
do mau rapport, é, realmente, um teste, mas perdoar a ação má não o é. O teste, nesse caso,
é de natureza contrária. Você está preparado para perder sua oportunidade de iniciação, pre
ferindo isso a recebê-la de mãos sujas? Está preparado para recusar as Águas da Vida, se
elas estiverem poluídas com sujeira? Das respostas a essas perguntas muita coisa
depende. É essa a prova de que se deve engolir a sujeira por amor do ensinamento?
Ou de que se deve rejeitar a oportunidade por causa da sujeira? Siga o seu insti
nto. Ele o levará para o lugar a que pertence. Lembre-se disto, porém: ninguém tem o p
oder de lhe dar iniciação ou negála. Assim que estiver preparado para isso, pode reivi
ndicá-la por direito, não como favor. Se um canal se fechar, outro se abrirá. Reivindi
que ante os Mestres a sua iniciação, e não ante uma Loja, Fraternidade ou Ordem no pla
no físico. Embora o voto de tal assembleia tenha o poder de fechar qualquer Loja e
m particular para a sua pessoa, não tem o poder de fechar a Ordem, se essa Ordem f
or uma legítima fraternidade oculta, porque, em tal caso, a decisão não cabe aos que e
stão neste plano, e sim Àqueles que estão nos Planos Ocultos, de onde a Ordem deriva s
eu poder. Se aqueles que são os guardas dos portões do lado físico negam persistenteme
nte o ingresso àqueles aos quais esse ingresso é devido, o fluxo de força que emana at
ravés desses portões será desviado para outro canal e um chão nu e coberto de pedras fic
ará ali onde antes havia uma corrente navegável. E as Aguas da Vida vão fluir em outro
lugar. Mas as Aguas da Vida não cessam de fluir pelo fato do julgamento humano de
clarar que são privativas. Ninguém que esteja buscando a verdade precisa temer o jul
gamento humano. A conclusão está entre ele e seu Mestre, e mais ninguém. Se estiver pr
onto para a iniciação, ele a receberá, se não através de uma mão, então será de outra, e se n
tiver pronto, nem mesmo o maior Adepto do cosmos teria possibilidade de lhe conf
erir. Nunca hesite em tomar posição ousadamente sobre um princípio em assuntos ocultos
, porque estará lidando com princípios, e se não tomar posição quanto a eles, onde irá firma
r os pés e encontrar firmeza? Expediência é uma arma de dois gumes, das mais perigosas
: nunca se arrisque a usá-la. Em todos os momentos de dificuldade e perigo, eleve-
se a um plano superior, e nos princípios espirituais busque a solução das dificuldades
astrais. Nunca se deixe guiar pela opinião de ninguém na busca de solução para um probl
ema oculto. Recolha-se e tente ouvir a quieta e pequena voz da consciência, pois e
la será para você a Voz do Mestre. Antes de assim ouvi-la, porém, invoque o Mestre, e
cerquese com o círculo sagrado do Seu poder, desenhando-o no ar com seu dedo enqua
nto invoca o Nome: porque há uma coisa chamada sugestão telepática,
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58 e, se você tem motivo para acreditar que essa sugestão está agindo, se descobrir id
eias impondo-se à sua mente, ideias que normalmente não seriam ali toleradas, faria
bem em realizar a meditação que deve esclarecer seus passos, em uma igreja onde o Sa
ntíssimo Sacramento é guardado, porque diante daquela Presença e potência nada pode vir
que produza uma mentira. * Crustáceo que vive em conchas de moluscos, mudando de c
asa à medida que cresce (N. T.).

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59

A ESCOLHA DE UMA ESCOLA OCULTA


Para aqueles que estão altamente desenvolvidos em vontade e consciência, é possível obte
r acesso à fonte da Sabedoria Secreta através de métodos puramente intuitivos e medita
tivos. Mas é necessário um grau considerável de adiantamento nesses métodos, antes que i
sso seja possível. Há muitos, porém, que têm um desejo sincero desse conhecimento, e que
já alcançaram o desenvolvimento de caráter que os qualifica para recebê-los, mas não pode
m obtê-los por lhes faltar a técnica de percepção necessária que torna tal conhecimento ac
essível aos métodos puramente meditativos. Para esses, existe uma escola de treiname
nto que, embora não declare abrir o portão dos mundos invisíveis, pode mostrar onde es
tá o portão e dar a chave que o abre, quando o discípulo trilhou o caminho que a ele c
onduz. Mais do que isso ninguém pode fazer, a não ser que a pessoa escolha o uso de
drogas e de hipnose e pague o preço que essas coisas exigem. Tal como ficou dito:
"Os caminhos de Deus são tantos quanto o número de respirações dos filhos dos homens." Há
sete Caminhos conhecidos, embora nem todos funcionem como Caminhos da Iniciação atua
lmente, e para cada Caminho há muitas escolas. A escolha de uma escola depende do
temperamento, porque todas as que não são do Caminho da Esquerda, ensinam um aspecto
ou grau da Verdade eterna que é universalmente válido. Uma escola de esoterismo sur
ge, habitualmente, em conexão com alguma compreensão especial da Verdade, que, às veze
s, vai além de suas devidas proporções para a vida como um todo, mas jamais será encontr
ado qualquer ensinamento que tenha o poder de manter coeso um corpo de fervoroso
s buscadores que não tenha uma fagulha do fogo divino em seus corações. Portanto, deve
haver respeito por todos os que buscam com sinceridade, por muito longe da meta
que eles pareçam estar, e todos os que estão empenhados na Grande Busca devem antes
tentar compreender a visão que um irmão vislumbrou do que os erros nos quais caiu c
omo vítima. Nenhuma enunciação da verdade jamais será completa, nenhum método de treinamen
to jamais será adaptável a todos os temperamentos, ninguém pode fazer mais do que dema
rcar um pequeno lote do Infinito que pretende cultivar, e meter ali a pá, confiand
o em que o solo possa vir a ser frutífero, e livre de ervas más, até o limite que ele
próprio determinou. Entretanto, embora o trabalho seja essencial em qualquer empre
endimento, é Deus quem dá o crescimento. A Fraternidade que não tem iluminação a não ser a i
nspiração do seu fundador está limitada pela capacidade da personalidade dele, e se fa
rá em cinza quando essa personalidade faltar. Uma escola esotérica difere de todas a
s outras pelo fato de que, embora, como as outras, sua sabedoria possa estar arm
azenada na biblioteca, seu poder reside nos contatos que tem com os Mundos Ocult
os, e a não ser que tenha esses contatos não pode dar aos seus discípulos o poder de pôr
em prática a teoria. Todas as escolas do Caminho da Direita ensinam os mesmos pri
ncípios, mas diferem muitíssimo em seu poder de aplicá-los. Algumas afirmam que é bastan
te, para nós, conhecermos a teoria, e que a tentativa de sua aplicação prática é uma perig
osa presunção. Outras afirmam que toda experiência é puramente subjetiva. Isso, é natural,
pode ser verdadeiro para os alunos dessas escolas, mas não existe, para as raposa
s que têm caudas, a necessidade de cortá-las. A não ser que o estudo da ciência esotérica
dê frutos para aplicação prática, é inútil que pessoas mentalmente sérias se ocupem em fazê-l
E, a não ser que esses frutos sejam frutos do espírito, não serão dignos de constituírem o
bjeto de estudo para qualquer pessoa mentalmente espiritualizada. O homem tem qu
atro aspectos o físico, o emocional, o
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60 intelectual e o espiritual , e qualquer método de treinamento deve levar em con
sideração todos os quatro, se quiser produzir aquele equilíbrio da natureza que é o único
a dar estabilidade. Infelizmente, o psiquismo é, com frequência, ligado à instabilidad
e, mas nada, a não ser estabilidade e constância, pode ser compatível com o exercício do
s poderes ocultos. O ocultismo não está à prova dos tolos; ele faz exigências pesadas à co
ragem espiritual daqueles que se resolvem a estudá-lo, mas se for levado adiante e
m condições corretas, pode produzir o bem sem a inevitável mescla do mal. Não é ocupação para
os fracos e os timoratos, por muito puras que sejam suas intenções, nem é interesse sa
udável para imaturos. Como a maturidade é um caso de desenvolvimento individual, é difíc
il estabelecer uma linha firme e constante, mas a autora nunca se preocupa em ve
r alguém de menos de vinte e cinco anos interessado em tais assuntos. O primeiro q
uarto de século de vida devia ser dedicado ao plano físico. Se a atenção se voltar prema
turamente para os planos ocultos, isso tende a retirar a energia dos planos exte
riores antes do completo desenvolvimento da percepção cerebral ser atingido, e a pes
soa terá poder insuficiente de extroversão, e uma tendência a se tornar permanentement
e introvertida, quando o ocultista corretamente treinado deve manter um ritmo eq
uilibrado entre os dois aspectos da consciência. O equilíbrio é a tónica de todo o verda
deiro treinamento esotérico. Para a natureza mal-equilibrada, a sabedoria superior
nada mais é senão perigo. A estabilidade é tão necessária quanto a pureza no Caminho. Um
sensitivo é pessoa bem diferente de um ocultista, e o tipo de treinamento que dese
nvolverá um sensitivo é muito diferente daquele empregado para treinar um ocultista.
Os que se aventuram pelos mundos invisíveis podem ser divididos em três classes: se
nsitivos e médiuns, místicos e ocultistas. Sensitivos e médiuns são classificados juntos
, porque o último é apenas um desenvolvimento do primeiro. Ambos são o aspecto negativ
o ou puramente receptivo da percepção superior. Ambos são passivos, afetados por aquil
o que é externo para o eu, sem o poder de controlar isso, enquanto o místico e o ocu
ltista são intensamente ativos. Os poderes tanto do médium como do sensitivo deviam
fazer parte do arsenal de um ocultista integralmente treinado. Ele deveria divis
ar o invisível tão claramente como um sensitivo o faz, e deveria, em determinada oca
sião, ser capaz de transmitir comunicações de um plano para outro, mas também ele precis
a ser muitíssimo mais. Seu ego deve ser como o regente de uma orquestra na qual as
faculdades de psiquismo e mediunidade estivessem entre os instrumentos que diri
ge, que ele pode fazer soar ou silenciar à vontade. É moda entre os ocultistas deneg
rir os fenômenos das salas de sessões espíritas, fenômenos com os quais muitas vezes não têm
conhecimento direto, e nisso, na minha opinião, fazem uma injustiça aos espirituali
stas. O espiritualismo é, simplesmente, ocultismo empírico, e embora o ocultista evi
te os riscos que os espiritualistas correm, às vezes sem ter ciência do que estão faze
ndo, e embora esses últimos devam geralmente a sua segurança ao fato de estarem pati
nando em águas rasas, não há motivo para mútuas recriminações. Cada um tem muito a dar ao ou
tro. Os experimentos da sala de sessões espíritas são proibidos aos ocultistas dos gra
us menores, não porque sejam nocivos, mas porque são arriscados para um ocultista de
vido às potências com as quais ele está em contato. Aquele que possui uma lanterna elétr
ica pode fazer experiências com o seu mecanismo de uma forma que seria imprudente
para uma pessoa cuja lâmpada esteja ligada a uma estacão de força. é divertido observar
que enquanto o ocultista censura o espiritualista, o místico olha enviesado para o
ocultista. Contudo, o místico é simplesmente um ocultista introvertido, e o ocultis
ta é um místico extrovertido. Ambos buscam o mesmo objetivo, embora procurem-no atra
vés
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61 de métodos diferentes. A diferença entre eles é de temperamento, não de ideal. Quando
o temperamento científico aborda o Invisível, escolhe o Caminho Oculto do desenvolv
imento, e quando o temperamento artístico aborda o Invisível, escolhe o Caminho Místic
o. Um progride através do correto conhecimento, e o outro através do correto sentime
nto. E ambos se encontram, no fim. A diferença de métodos nunca nos deve cegar para
a unidade de objetivo. O místico percorre um caminho solitário, mesmo quando é membro
de uma comunidade; sua visão é só sua, e com frequência pouco pode ensinar daquilo que e
le próprio aprendeu. Atinge as alturas do espírito e lá habita separado; sua experiência
é pessoal e não pode ser transmitida a outrem. é, essencialmente, o temperamento artíst
ico trabalhando em coisas do espírito; criativo, alegre e inspirador para aqueles
que podem apreciar a sua arte por serem semelhantes a ele em natureza. O esoteri
smo, sem um toque de enlevo místico, seria tão descolorido como uma cultura que não ti
vesse lugar para o belo. Uma cultura espiritual inteiramente mística, entretanto,
tem pequena relação com os problemas da humanidade e não traz mensagem para o homem co
mum. O ocultismo, por outro lado, pertence ao intelecto. O caminho oculto é seguid
o em cooperação com outros, porque suas alturas são alcançadas por meio de trabalho de g
rupos e pelo uso do ritual. Podemos falar da arte mística e da ciência oculta, e, as
sim falando, vemnos à memória que toda arte é baseada em uma ciência, e toda ciência aplic
ada partilha da natureza da arte. O mais alto desenvolvimento é atingido quando o
místico possui o conhecimento e a técnica de um ocultista, ou quando o ocultista é um
místico em seu coração. O místico pode, então, expressar os ensinamentos do espírito em term
os do intelecto, e assim torná-los acessíveis para aqueles que não têm percepção mais alta d
o que a da mente; e o ocultista que partilha das coisas do espírito terá aquele elem
ento de devoção em sua natureza, elemento que, com tanta frequência, falta naqueles em
que o intelecto é dominante. Sem esse elemento, a síntese final é impossível. Ele será ap
enas um filósofo exotérico que segue um horizonte em constante recuo, porque ele só es
tuda os fenômenos por meio do efeito que eles produzem sobre os sentidos. A consciên
cia numênica, que é a meta final do esoterista, só é possível para aqueles que podem, real
mente, unir-se àquilo que desejam conhecer. O objetivo final da compreensão é o Logos,
através de cujo fiat todas as coisas existem. A união com o Divino só pode ocorrer pe
la devoção, e a união com o Divino é a síntese final. Todos os caminhos levam a isso, e ni
sso todos os objetivos encontram sua realização. O místico busca um estado de conhecim
ento no qual deve estar de acordo com Deus, e o ocultista busca um estado de con
hecimento no qual terá o entendimento completo da verdade; ambos conhecem Deus, ma
s nenhum pode conhecer Deus em Sua inteireza. É por isso, portanto, que nos Mistério
s Menores, o neófito, cujo temperamento inclina-se para o ocultismo, é levado a segu
ir o Caminho Místico, enquanto o místico é forçado a seguir o Caminho Oculto. Só quando os
Grandes Mistérios são alcançados é que cada um tem permissão para seguir sua tendência natu
ral. Faz-se isso para garantir um desenvolvimento equilibrado.

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62

O CAMINHO DA INICIAÇÃO
"Se a luz em ti for escuridão, como é grande essa escuridão." O Cristo interior é o Prim
eiro Iniciador. A entrada para o caminho deve ser procurada interiormente, não do
lado exterior, porque é um estado exaltado da consciência. Desde que essa consciência é
obtida, entretanto, o Caminho é tanto objetivo como subjetivo. Alguns professores
declaram que o Caminho é inteiramente subjetivo, dizendo que a meta da iniciação é a per
feição do homem. Outros ensinam que a iniciação é uma experiência astral, enquanto o pensame
nto popular muitas vezes acredita que o homem que busca a iniciação irá encontrá-la em a
lguma região remota, atrás de altas paredes. Nenhum desses conceitos encerra toda a
verdade, mas há um elemento de verdade em todos eles. A fim de alcançar a iniciação, é nec
essária a elevação da consciência a um grau superior ao que é comum entre a média da humanid
ade. A consciência deve transcender não apenas os cinco sentidos físicos, mas deve tra
nscender também o psiquismo comum, se a experiência relacionada com a palavra "inici
ação", nestas páginas, tiver de ser alcançada. A iniciação é uma experiência espiritual, não
l; o candidato desloca o foco da sua percepção, retirando-o da personalidade, a unid
ade de encarnação, e levando-o para a individualidade, o ego imortal, ou unidade de
evolução, e a consciência da individualidade, sendo abstrata, é capaz de apreender as co
isas do espírito que não têm manifestação nos planos da forma. O iniciado transfere o foco
de sua consciência da personalidade para a individualidade, portanto as coisas qu
e estão ocultas para o homem comum são perceptíveis para ele. Vive em uma evolução, não em u
ma encarnação, e, conseqüentemente, todos os valores são modificados. Pode ver com profu
ndidade na região das causas, percebendo eventos que fermentam nos planos ocultos
bem antes que eles se manifestem no exterior, e, assim, ele tem o dom da profeci
a. Vendo as causas, muitas vezes pode controlá-las, portanto ele parece ter podere
s mágicos. Operando em planos superiores, que atuam como alavancas de controle par
a os planos inferiores, pode equilibrar força contra força, projetando sua vontade n
a escala, e assim mudando os resultados dos acontecimentos no plano físico. São essa
s coisas que levam a ver o iniciado como alguém que possui poderes mágicos. Mas esse
s poderes não são da natureza da magia. O iniciado chega aos seus fins empregando os
poderes do seu eu superior nos planos superiores, tal como faz o peregrino cuja
s preces recebem resposta. O Caminho que leva à iniciação é o caminho da vida que possib
ilita a um homem elevar-se acima dos desejos e limitações da sua personalidade e viv
er em seu eu superior, e a experiência da iniciação é a transferência da consciência, que pa
ssa da personalidade para a individualidade. Um homem coloca os pés no Caminho ime
diatamente ao desejar isso. É o primeiro passo, e muito simples. Porém, apenas com a
continuidade do desejo é que ele coloca um pé depois do outro e estará palmilhando o
Caminho. Muito poucas são as almas que mantêm o desejo suficientemente firme que as
capacite a fazer progressos perceptíveis. Entretanto, o desejo, mantido com firmez
a, depressa mostrará ter atingido o alvo desejado, e o candidato receberá o conhecim
ento necessário que lhe faculta a obtenção de progressos apropriados, dirigindo seus e
sforços para uma finalidade definitiva. Por esse motivo é que os Mestres encontram e
apoiam organizações tais como a Sociedade Teosófica, a Sociedade Antroposófica, a Frate
rnidade Rosa-Cruz, e muitas outras, menos conhecidas, mas não menos úteis, e a todas
elas, os que viram o alvorecer
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63 deveriam dar seu apoio, em prova de gratidão pela luz que eles próprios receberam
, e a fim de que o Caminho seja mais fácil para outros. Através dos livros e conferênc
ias de tais sociedades, o candidato aprenderá que seu sonho tem um fundamento em f
atos, e que sua ânsia íntima está baseada em um instinto verdadeiro. Eles fornecerão o m
apa do Caminho, embora ninguém, a não ser o próprio candidato, possa percorrêlo. Deles a
prenderá a srcem do homem como uma potencialidade divina, a sua evolução através das ex
periências sétuplas da forma e sua transcendência final de forma no desenvolvimento da
divina realidade. Aprenderá sobre os sete planos e suas possibilidades, e também ap
renderá sobre a existência dos Mestres. Tendo aprendido todas essas coisas, tendo, p
or assim dizer, adquirido a teoria da ciência esotérica, como pode o candidato passa
r essa teoria para a prática? Como, pessoalmente, irá passar pela experiência daquilo
que lê? Poderá alcançar a percepção do plano astral pelo uso da autohipnose e das drogas:
o método é simples, mas as consequências são desastrosas para o eu superior. Pode, também,
levar o astral à manifestação no plano físico pelo uso da magia. O conhecimento desses
métodos, contudo, é cuidadosamente guardado e não facilmente obtido, assim como não pode
ser usado sem perigo por alguém que não seja um Adepto. A forma de alcançar conhecime
nto pessoal dos mundos superiores pode ser facilmente contatada, embora não possa
ser praticada tão facilmente. Os sentidos da individualidade podem conhecer esses
mundos. Se, entretanto, os aspectos superiores do homem, a natureza espiritual e
o poder do pensamento abstrato forem cultivados até que tenham atingido um alto g
rau de desenvolvimento, e se o foco da percepção for, então, deslocado da personalidad
e, a unidade de encarnação, para a individualidade, a unidade de evolução, será possível aum
entar õ desenvolvimento desses aspectos da natureza, até que o Universo seja apreend
ido em termos de pensamento abstrato e intuição espiritual. O deslocamento do foco d
a consciência é alcançado pelo deslocamento do foco do desejo das coisas dos sentidos
para as coisas do espírito. Não é bastante que a vontade seja dirigida para um objetiv
o espiritual; um estágio de desenvolvimento deve ser alcançado, no qual os desejos e
spontâneos também para ali se dirijam. Muitos pretensos iniciados cometem o engano d
e pensar que desejar iniciação é suficiente, mas esse não é o caso. A maioria dos desejos
da natureza, tanto conscientes como subconscientes, devem ser afastados das cois
as dos sentidos para as coisas do espírito. E, como a mente subconsciente contém mui
to do que concerne à infância da raça e inclinase para a matéria em sua forma mais densa
, é necessário levar a consciência além do que habitualmente é o território do subconsciente
, a fim de garantir a assimilação dos desejos instintivos pelas finalidades da natur
eza espiritual. A fim de conseguir essa assimilação, devemos, primeiro, nos conhecer
em nossos aspectos mais primitivos, e então sublinhar esses aspectos até que eles p
ossam ser assimilados pela personalidade. Porque, enquanto a personalidade não se
tiver integrado, não pode, deliberadamente, ou por sua volição esclarecida, procurar a
realização da sua vida nos ideais da individualidade. Essa é a apoteose da personalid
ade. Por isso é que a fome da alma está sempre clamando, porque não pode encontrar sat
isfação nas coisas dos sentidos. A união com o aspecto divino do eu, o Deus interior,
deve preceder à percepção do Deus do Todo, do qual ele é apenas uma parte. O nível espirit
ual da natureza do homem é apenas uma porção circunscrita do Espírito Uno, o Todo, o asp
ecto numênico da manifestação. Porque para aquilo que é em si mesmo numênico, ou uma reali
dade subjacente, não pode haver satisfação no que é fenomenal, ou da natureza
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64 da experiência projetada. A fagulha da Luz Divina, que é o núcleo do ego reencarnan
te, ou individualidade, deve associar-se com os seus iguais se quiser conhecer c
ompanheirismo. O aspecto espiritual do instinto gregário só pode encontrar satisfação at
ravés da união com o Espírito. Ele não tem morada no mundo do fenómeno, e se a consciência s
e tiver elevado até a apreensão das realidades espirituais à parte das experiências no m
undo da forma, jamais aceitará novamente coisa alguma como válida, se não tiver um núcle
o dessa realidade numênica. Tal realidade, uma vez sentida, trazendo, como traz, a
completa satisfação da própria vida, e não de qualquer apetite saciado, forma o tipo de
toda futura satisfação, e determina a sua validade. Se tal experiência alguma vez oco
rresse na história do ego encarnante, nunca seria esquecida, e ele levará consigo, v
ida após vida, essa experiência impressa na subconsciência da personalidade, a unidade
de encarnação, até que a evolução torne possível àquilo que é ultraconsciente fazer-se consc
te. A primeira iniciação consiste no relance de consciência cósmica, ocasião em que o ego
vê com os olhos do espírito em vez de ver com os olhos da carne. Isso só é alcançado pela
exaltação da percepção, e vem do interior. Mas, uma vez conhecida essa experiência, para r
eproduzi-la nas encarnações subsequentes, é necessário apenas ligar o consciente com o s
ubconsciente por meio de uma cadeia de associações para trazer esse aspecto particul
ar do subconsciente para uma percepção consciente. Isto é alcançado por meio da iniciação ri
tual, e o simbolismo do ritual empregado é planejado para levar a consciência ao lon
go da devida cadeia de associações que terminará na memória da Luz da Realidade. A inici
ação ritual não pode fazer mais do que isso, mas é o suficiente, porque, na Grande Luz,
o Mestrado está compreendido. O psíquico desenvolvido ou o mágico integralmente treina
do pode tornar-se um Adepto sobre todos os planos do cubo da manifestação, porém algo
mais existe além, algo que tem suas afinidades com aquilo que, em relação ao universo
solar, não é manifestado, sendo cósmico. Ninguém pode ser chamado um iniciado se não teve
a experiência da consciência cósmica. Passar pelos graus dos Mistérios Maiores sem isso
nada mais significa senão uma sublevação psíquica, os olhos enceguecidos pelo excesso de
luz, da qual a consciência não tem um símbolo para interpretar. Por outro lado, o neófi
to, se estiver adequadamente preparado, pode ver a Luz por trás dos símbolos e receb
er a iluminação. Para que as páginas precedentes sejam compreendidas, não se deve interp
retá-las em seu significado literal ou verbal. a! coisas que elas têm a intenção de desc
rever não têm palavra ou imagens na linguagem, para representá-las. A fim de chega ao
significado, o leitor deve interpretálas por meio de experiências análogas, dele próprio
. Se não tem experiências análogas não receberá a impressão que elas pretendem transmitir, e
irá não desarrazoadamente, chamar tolices a essas coisas. Para c que assim são, eu na
da posso oferecer. O tempo evolucionário terá de fazer o seu trabalho. A Society of
The Inner Light, fundada por Dion Fortune, tem cursos para todos que desejem seg
uir seriamente o Estudo da Tradição Esotérica Ocidental.

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