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AN�LISE DE APRENDIZAGEM NA REALIZA��O DE TAREFAS DE CONTROLE


EM UMA INTERFACE HOMEM-COMPUTADOR COM PROTOCOLOS
EXPERIMENTAIS COM DIFICULDADES CRESCENTES

Conference Paper · January 2018


DOI: 10.29327/cobecseb.78971

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6 authors, including:

Luiza Maire Luiz Samila Costa


Universidade Federal de Uberlândia (UFU) Universidade Federal de Uberlândia (UFU)
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Carlos Magno Medeiros Queiroz Adriano O Andrade


Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Triângulo Mineiro Universidade Federal de Uberlândia (UFU)
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Investigação de técnicas para reabilitação da função motora de membros superiores de pacientes após acidente vascular encefálico (Investigation of techniques for
rehabilitation of upper limbs motor function of patients after stroke) View project

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V Congresso Brasileiro de Eletromiografia e Cinesiologia | X Simpósio de Engenharia Biomédica

ANÁLISE DE APRENDIZAGEM NA REALIZAÇÃO DE TAREFAS DE CONTROLE EM


UMA INTERFACE HOMEM-COMPUTADOR COM PROTOCOLOS EXPERIMENTAIS
COM DIFICULDADES CRESCENTES

L. M. D. Luiz*, S. C. Costa*, G. M. Silva*, A. Pericles**, C. M. O. Queiroz* e A. O. Andrade*

*Núcleo de Inovação e Avaliação Tecnológica em Saúde (NIATS), Faculdade de Engenharia


Elétrica, Universidade Federal de Uberlândia (UFU), Uberlândia, Brasil
**Programa de Pós-Graduação em Engenharia Elétrica, Mecânica e de Computação, Universidade
Federal de Goiás, (UFG), Goiânia, Brasil
e-mail: luizamaire@hotmail.com

Resumo: A limitação motora severa pode prejudicar as movimentos voluntários remanescentes e apesar de
habilidades de interação com dispositivos tecnológicos, dificuldades impostas devido à incapacidade motora,
mesmo nessas condições, quando ainda possuem podem exercer as atividades funcionais com o auxílio de
movimentos voluntários remanescentes, os indivíduos ferramentas adaptativas tecnológicas que auxiliam
podem exercer as atividades funcionais com o auxílio de pessoas, proporcionando alguma independência.
ferramentas adaptativas tecnológicas, proporcionando São as Tecnologias Assistivas que interagem por
alguma independência. O objetivo deste trabalho é meio de alguma interface homem-máquina, utilizando
analisar a aprendizagem de indivíduos que realizaram ferramentas diversas com o objetivo de potencializar as
tarefas de controle em uma interface Homem- capacidades residuais das pessoas com deficiência,
Computador com protocolos experimentais com criando possibilidades e condições para o desempenho
dificuldades crescentes. Para análise do aprendizado funcional de cada usuário [1, 2].
motor, foi avaliado o tempo decorrido para a execução A tendência atual é o desenvolvimento de
da tarefa. Os resultados mostram que houve aprendizado ferramentas adaptativas e tecnológicas para possibilitar
com o uso da interface empregada e esse fato é a interação com computadores e navegação na internet
demonstrado por meio da melhora no desempenho [3]. As interfaces progrediram muito nos últimos
apresentado no decorrer das 5 coletas realizadas em dias tempos, principalmente no que tange o desenvolvimento
consecutivos, empregando usuários hígidos. de interfaces perceptivas, as quais promovem a
Palavras-chave: Interface homem-computador, interação com o computador sem o uso do teclado ou
interface gráfica, aprendizado motor. mouse convencional [4]. A busca por alternativas de
interação tem direcionado os estudos para as
Abstract: Severe motor limitation may impair the ability investigações de possibilidades de associação por meio
to interact with technological devices, even when they dos sinais biológicos [5].
still have remaining voluntary movements, individuals Mesmo com o desenvolvimento de boas
can exercise functional activities with the help of ferramentas de interação homem-computador, baseado
adaptive technological tools, providing some nas limitações e aptidões de cada usuário, no período de
independence. The objective of this work is to analyze aprendizagem e manipulação do equipamento, é de
the learning of individuals who performed control tasks in extrema importância a implementação de interfaces
a Man-Computer interface with experimental protocols
gráficas de aprendizagem eficientes. Elas são ambientes
with increasing difficulties. For the analysis of the motor
learning, the time elapsed for the execution of the task virtuais criados para oferecer tarefas específicas e
was evaluated. The results show that there was learning controladas, possibilitando a análise e desempenho dos
using the interface used and this fact is demonstrated usuários. As interfaces são desenvolvidas para
through the improvement in performance presented maximizar o foco do usuário, na tarefa proposta e
during the 5 collections performed on consecutive days, devem propiciar níveis crescentes de dificuldade
using healthy users. durante a execução da tarefa, conforme a lei de Fitts [6].
Keywords: Man-computer interface, graphical O objetivo desse trabalho é analisar a aprendizagem
interface, motor learning. ao proposto de indivíduos que realizarão tarefas de
controle de uma interface Homem-Computador ao
Introdução longo do protocolo experimental. As tarefas que
compõem o protocolo experimental possuem dois
As aptidões e habilidades motoras podem ser contextos distintos, criados em telas gráficas, capazes de
comprometidas em diversas situações, decorrentes de permitir a realização de coletas específicas com o cursor
amputações, lesões na medula espinal ou doenças do computador, totalmente controlado pelos sinais
neurodegenerativas. No entanto mesmo com severa mioelétricos, detectados por meio de sensores
limitação motora, alguns indivíduos possuem posicionados sobre músculos faciais.
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Materiais e métodos
As tarefas de execução dos protocolos são
Este trabalho foi aprovado pelo Comitê de Ética em realizadas com análise da temporização, para se avaliar
Pesquisa da Universidade Federal de Uberlândia, a aprendizagem motora. E cada elemento gráfico tem
parecer nº1160329. As coletas experimentais foram um papel fundamental na construção deste ambiente de
realizadas no Núcleo de Avaliação e Inovação avaliação.
Tecnológica em Saúde – Universidade Federal de
Uberlândia (NIATS – UFUF). Protocolo experimental – O protocolo é realizado em
Os protocolos de avaliação da interface Homem- cinco dias consecutivos com a execução da tarefa uma
Computador desta pesquisa consistem na captação vez por dia. A IGA, apresenta alvos aleatoriamente, o
simultânea dos sinais de eletromiografia e controle do mouse é feito por meio do comando dos
encefalografia durante a realização de tarefas, sinais mioelétricos.
empregando a interface. Esse artigo tem como objetivo A sequência da tarefa consiste no aparecimento dos
analisar, especificamente, a variação do tempo de botões em posições aleatórias, na seguinte sequência: 5
execução da tarefa proposta ao longo dos dias de botões grandes (protocolo 1), em seguida 5 botões
execução do protocolo experimental. médios (protocolo 2) e 5 botões pequenos (protocolo 3),
sendo que essa ordem se repete cinco vezes (5 sessões)
Sujeitos - Participaram deste estudo 5 voluntários totalizando setenta e cinco cliques por sessão de coleta.
sem comprometimentos motores e cognitivos, de ambos Todos os eventos: instante de surgimento do alvo,
os gêneros, com faixa etária de 27,2 ± 11,7 anos. ações e posição do cursor, são registrados em um
arquivo, viabilizando a análise posterior dos dados.
Interface Gráfica de Aprendizagem - A interface O cursor possui formato diferenciado do cursor do
gráfica de aprendizagem (IGA) trata-se de um ambiente sistema operacional comum. A movimentação é
criado para oferecer tarefas específicas, controladas e realizada apenas em um único sentido a cada momento,
virtuais ao usuário, a IGA utilizada neste estudo foi capaz de indicar o sentido de movimentação. Durante a
desenvolvida em linguagem C# empregando o ambiente exibição da sequência de botões, a tela permanece
de desenvolvimento Visual Studio da Microsoft. completamente preta, sem nenhuma borda ou cor.
A tarefa concebida para este experimento Por fim o salvamento dos arquivos é feito para
consiste em clicar em 5 botões que surgem na tela em 4 posterior análise do tempo de execução durante a
posições pré-determinadas em ordem aleatória, sendo realização das tarefas.
apresentado um botão por vez gerando 4 intervalos de
tempo entre cliques. O tamanho dos botões varia Análise dos dados – Foi realizada analisando o tempo
conforme o aumento do nível de dificuldade e o gasto para execução da tarefa, mais especificamente o
próximo botão só aparece após o anterior ter sido intervalo de tempo entre os cliques, e mostrado de
clicado. A Figura 1 apresenta as telas contendo as 4 forma descritiva. Foram divididas de duas formas, uma
posições em que os botões podem surgir para os três análise intervoluntário e uma análise intragrupo.
níveis de dificuldade. A distância entre os botões na Na primeira, análise intervoluntário, os tempos de
horizontal e vertical é sempre a mesma, igual a 15 cm. execução da tarefa serão comparados apenas entre os
O tamanho dos botões são 2 cm, 1 cm e 0,5 cm para os diferentes dias de coleta, somando o tempo em
protocolos 1(grande), 2(médio) e 3(pequeno) segundos dos três protocolos. Na segunda análise
respectivamente. intragrupo, a média da execução dos protocolos
1(grande), 2(médio) e 3(pequeno), foram feitas
separadamente, considerando o grau de dificuldade
apresentado.

Resultados
Os resultados desse trabalho serão apresentados de
forma descritiva, apresentando o comportamento do
tempo durante a realização das tarefas. Em ambas
análises intervoluntários e intragrupo a avaliação do
tempo representa a evolução do aprendizado durante as
cinco sessões realizadas.
As Figuras 2, 3 e 4 representam o tempo médio
gasto pelos indivíduos para realizar as tarefas propostas
durante os consecutivos dias de coleta. Para melhor
visualização dos dados, os gráficos foram separados por
protocolo e sessões, evidenciando a evolução do
Figura 1: Ilustração da posição e tamanho dos 4 botões indivíduo a cada coleta e a cada sessão.
conforme os protocolos 1(grande), 2(médio) e
3(pequeno).
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A Tabela 1 apresenta os valores obtidos a partir da


análise intragrupo, feita utilizando o tempo médio gasto
por todos os indivíduos para realizarem as tarefas
pertinentes aos protocolos 1(grande), 2(médio) e
3(pequeno).

Tabela 1: Tempo Total por Protocolo em Segundos

COLETA 1 COLETA 2 COLETA 3


SESSÃO 1 568,21 s 592,64 s 640,21 s
SESSÃO 2 405,51 s 414,84 s 439,92 s
SESSÃO 3 360,42 s 388,67 s 413,81 s
SESSÃO 4 360,31 s 367,86 s 390,15 s
SESSÃO 5 342,58 s 348,52 s 369,83 s
Figura 2 – Gráfico referente ao tempo gasto pelos
indivíduos para executar a tarefa referente ao protocolo A Figura 5 demostra a análise intragrupo, feita baseada
1 ao longo das cinco sessões. na média de tempo gasto de todos os indivíduos ao
realizarem os protocolos 1(grande), 2(médio) e
3(pequeno).

Figura 3 – Gráfico referente ao tempo gasto pelos


indivíduos para executar a tarefa referente ao protocolo
2 ao longo das 5 sessões.

Figura 5 – Gráfico referente ao tempo total gasto pelos


indivíduos para executar a tarefa referente aos
protocolos 1, 2 e 3 ao longo das cinco sessões.

Nas três situações demonstradas na Figura 5 para os


diferentes protocolos nota-se uma considerável
diferença entre o tempo de execução das tarefas se
comparados o primeiro e o último dia de coleta, sendo
assim podemos apontar que o usuário obteve um
aprendizado e adquiriu habilidades para a interação com
a interface de aprendizado.

Discussão e Conclusão

Na aplicabilidade de tecnologias assistivas com o


intuito de promover a interação de homem computador
Figura 4 – Gráfico referente ao tempo gasto pelos indivíduos é de grande importância reconhecer as necessidades
para executar a tarefa referente ao protocolo 3 ao longo das 5 reais do usuário, tais como as limitações e as
sessões. capacidades. Embora um dispositivo possa ser utilizado
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por pessoas com deficiência de diferentes tipos de


limitações [1, 2].
As interfaces gráficas de aprendizagem são
essenciais para a interação e na avaliação da evolução
dos usuários. A IGA proposta após testada apresenta
boa aplicabilidade. Além de ter um crescimento na
dificuldade como proposto por Fitts [6].
Apesar da IGA propor um acréscimo de
dificuldade, os resultados mostram que houve
aprendizado com o uso constante da interface
apresentada. Esse fato atesta a melhora na performance
do usuário a cada sessão e a cada dia de coleta.
Um dos maiores problemas que causam o abandono
de dispositivos de tecnologias assistiva, é a dificuldade
de utilização dos mesmos, no caso da IGA proposta, os
resultados obtidos comprovam que o uso constante
apresenta uma evolução na performance do usuário,
sendo este um fator de extrema importância para a
validação da ferramenta.

Agradecimentos
Os autores deste trabalho agradecem o apoio
financeiro concedido pela Coordenação de
Aperfeiçoamento de Pessoal de nível Superior
(CAPES), à Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado
de Minas Gerais (FAPEMIG) e ao Conselho Nacional
de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq).
A. O. Andrade é Bolsista do CNPq, Brasil
(305223/2014-3).

Referências

1. Hogetop, L. and L. Santarosa, Tecnologias


assistivas: viabilizando a acessibilidade ao
potencial individual. Informática na educação:
teoria & prática, 2002. 5(2).
2. Robitaille, S., The illustrated guide to assistive
technology and devices: Tools and gadgets for
living independently. 2010:
ReadHowYouWant. com.
3. Levy, P.C., et al. ActiveIris: uma solução para
comunicação alternativa e autonomia de
pessoas com deficiência motora severa. in
Proceedings of the 12th Brazilian Symposium
on Human Factors in Computing Systems.
2013. Brazilian Computer Society.
4. Turk, M. and G. Robertson, Perceptual user
interfaces (introduction). Communications of
the ACM, 2000. 43(3): p. 32-34.
5. Ahsan, M.R., M.I. Ibrahimy, and O.O. Khalifa,
EMG signal classification for human computer
interaction: a review. European Journal of
Scientific Research, 2009. 33(3): p. 480-501.
6. Fitts, P.M., The information capacity of the
human motor system in controlling the
amplitude of movement. Journal of
experimental psychology, 1954. 47(6): p. 381.

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