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Lincoln Poubel e Pedro Rodrigues

TÉCNICA: Carta do sofrimento emocional

ABORDAGEM: Se o seu sofrimento emocional fosse uma pessoa,


possivelmente ele escreveria essa carta para você.

Olá,
Tenho uma missão desagradável, mas importante: te alertar para o que está
acontecendo a fim de que você decida sabiamente e não sofra mais. Há dias que eu vejo
você me tratando como se eu fosse um sofrimento ou uma doença.
Eu sou um sentimento, não um sofrimento! Eu vim para que você não sofra! Você
fala em se curar de mim. Mas não tem cura para mim porque não sou doença! Como eu
seria uma patologia se estou a favor da sua sobrevivência? Doente é o seu estilo de vida,
recheado de armadilhas, compulsões, excessos, humilhações, sabotagens.
Você pode tentar me apagar com um remédio, mas eu voltarei para te alertar até
que você compreenda a minha presença. Você parece que não entende que remédio
não é solução. Porque remédio não muda o seu passado, as circunstâncias presentes e
nem ensina habilidades.
Você pode fingir que não existo. Aí terei que gritar mais alto, provocando uma dor
de cabeça, gastrite, dor muscular, tosse. Eu apareço na vida de todos em algum
momento.
Não é justo que você reclame de mim. Sou um aliado! Você diz “não deveria sentir
isso”, “maldita hora que apareceu esse sentimento”, “não aceito me sentir assim”,
“odeio esse sentimento”, “suma daqui”. Não me faça ouvir isso mais. Isso revela sua
imaturidade. Não tente me calar. Estamos no mesmo barco. Se você perde, eu perco. Se
ganha, eu ganho.
Não me use também, me exibindo para as pessoas só para obter ganhos às minhas
custas! Você fica dizendo coisas como “estou com muita ansiedade”, “mergulhando em
um mar de decepções”, “sufocado pela tristeza”, para conseguir atenção e cuidado.
Quando você faz isso, as pessoas maduras ouvem o seguinte de você: “Reparem minha
imaturidade para compreender minhas emoções. Fico me esquivando de todo modo em
vez de assumir com responsabilidade o que sinto”. Prefira falar sobre mim com pessoas
que podem ajudar, profissionais ou conselheiros sábios.
Eu espero ser recebido com “o que você quer me falar?”, “do que quer me alertar?”,
“o que devo mudar?”, “como estou me sabotando?”, “como posso ser mais feliz?”.
Pergunte-se todo coração. Gostaria de ter meu trabalho reconhecido. Se me ouvir, será
natural deixar de te visitar. Experimente trabalhar comigo e desfrute da felicidade que
posso contribuir!

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