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Esta é uma ficção baseada em fatos reais. Os nomes foram trocados.

Bem me toque – Mal me toque


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O Motorista
Ele era motorista de veículo escolar e
conduzia crianças na ida e vinda, trajeto
casa e escola. Em certo dia, aquele homem
parou o veículo para deixar a ultima
criança que restava em casa.
E antes que a menina de sete anos saísse
do veículo ele apanhou um bombom no
porta-luvas e o ofereceu à criança.
-Tenho uma coisa para lhe contar. Mas é
segredo. Coisa de adultos!
E assim ele conseguiu a plena atenção da
criança.
-O que é? Conte logo, por favor. Eu já sou
crescida. Sei guardar segredos!
-Ótimo. E este pode ser nosso segredo! É
que gosto de você. É um tipo de “amor de
infância”.
Neste momento, ele tentou tocar a perna
da menina que o afastou e imediatamente
saiu do veículo, correndo para o abrigo da
casa e família.

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Frustrado, aquele predador sexual,
sabendo que a sua máscara havia caído,
fugiu.

“De acordo com investigações da Polícia Federal,


alguns pedófilos procuram residências próximas de
escolas e parques, além de profissões específicas que
permitam contato direto com o maior número de
crianças possível.”

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Crianças da Lua

Zaya tinha uma vida cercada de amor e


conforto. Com quatro anos era a única
criança da casa e sentia-se como uma
princesinha. Principalmente quando a
amorosa mãe lia histórias infantis para ela,
antes de dormir. A predileta dela era a das
“Crianças da Lua”.
A mamãe apontava a lua cheia na janela e
contava que aquelas manchinhas eram
criancinhas que ainda não haviam nascido.
Que esperavam para nascer.
-Você já foi uma criança da lua, Zay.
E elas riam juntas.
Até que a mamãe foi ao hospital buscar a
nova criança da lua, o irmãozinho de Zaya e
não retornou nunca mais.
Disseram para a criança que a mamãe e o
irmão, ‘viraram estrelinhas’.
E Zaya passou a se consolar nas conversas
com a lua e suas manchinhas, além das
estrelinhas que eram sua mamãe e o
irmãozinho. Conversavam muito.
Especialmente depois do início das visitas do
papai em seu quarto, de noite.

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“Para brincarem” – Ele disse na primeira vez-
E quase sempre aparecia. Mesmo que a
criança não gostasse das “brincadeiras”.
Assim, Zaya encontrava conforto no silencio
ausente, certa que em algum dia no futuro,
ela também se tornaria uma estrelinha e
poderia encontrar a mamãe e finalmente
conhecer o irmãozinho.

“A Estatística aponta que a mais frequente


forma de violência sexual na infância acontece
dentro de casa, perpetrado por pais e padrastos
em primeiro lugar” (Habigzang, Koller, Azevedo &Machado, 2005.

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Infância é para brincar
Ele é um menino negro e pobre. O
terceiro em uma família com cinco
crianças.
Mas a pobreza não o impedia dele e seus
irmãos desfrutarem de uma infância cheia
de risos e brincadeiras.

Afonso dava valor nas palavras de seu pai:


“Ser pobre não é razão para ter raiva da
vida, querer mal às pessoas que têm mais
dinheiro. Nem é motivo para deixar de
aproveitar a infância; crescer e ser um
homem de bem”.

A família era humilde, com poucos


recursos, mas rica em diálogos, respeito e
demonstração de amor e carinho.

Os ensinamentos dos pais, os laços de


confiança e afeto entre eles, possibilitaram
que Afonso se abrisse sobre uma conversa
“estranha” que aconteceu entre o garoto e
um colega de escola naquele dia.

O garoto o convidou para irem, depois


das aulas, e em segredo, na construção
abandonada próxima da escola para
algumas “brincadeiras especiais de
adultos”.

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Afonso tem doze anos e o colega, treze.
As palavras “segredo”, “especial” e “de
adultos” são mágicas para grande parte
dos adolescentes.
-E como vai ser a brincadeira?
-Ah, algumas coisas que meu tio me
ensinou a fazer com meu irmão mais
novo.
-Tudo bem. Só preciso avisar os meus pais
e...
O colega imediatamente desistiu da ideia.
-Não. Deixa pra lá.

Independente da classe social, o bom relacionamento


entre pais e filhos, com diálogo, informação, afeto e
atenção, favorecem a passagem pela infância de forma
segura e harmônica, e ainda as encorajam a buscar o
diálogo com os pais, sempre que sentem necessidade.
Por outro lado, há casos de prática de pedofilia
executados por adolescentes curiosos, alguns deles,
infelizmente, também vítimas de abusos semelhantes.
(Fonte: Policia Federal)

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Na rua
Há três anos ela fugiu de casa. Hoje vive de
pedir esmola e vender balas nos semáforos.
Quando vê uma oportunidade, pratica
pequenos furtos.
Dias atrás completou nove anos e comemorou
comendo restos de pizza que encontrou na
lixeira de alguém.
A fuga do barraco de onde nasceu também foi
por necessidade.
O espaço minúsculo era feito de papelão e
compensado de madeira e ali viviam a menina,
mais velha de três outras crianças, a mãe e,
quase sempre um dos namorados dela.
Notícia de seu pai de verdade, nunca teve.
Sua mãe, catadora de lixo no Aterro público,
não era mulher de ficar sem homem.
E, um deles, na ausência da companheira,
começou a se engraçar para o lado da menina
mais velha.
Assim, depois da terceira vez que “aquilo”
aconteceu, a criança contou para a mãe que,
não acreditou e lhe deu uma surra.
-Etelvino é homem bom. Não é destas coisas!
Enfim, a fuga do barraco na Favela do Ratão, foi
mesmo por necessidade. Uma entre tantas
outras.
Pelo menos, morando debaixo dos viadutos, ela
sentia que tinha algum controle de sua vida. E
quando lhe ofereciam dinheiro para fazer

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aquelas coisas com gente grande, aceitava. Pelo
menos assim, ela podia ganhar alguma coisa
com aquilo que o namorado da mãe lhe tomou
de graça.

”51% das crianças abusadas


sexualmente no Brasil tem de 1 a 5
anos”
(Fonte: Boletim Epidemiológico - Ministério da Saúde)
“50% das mulheres em situação de
prostituição eram desabrigadas e 72%
foram abusadas sexualmente na
infância. (Consulta 2004 Paying The Price e estudo Breaking
Down the Barriers)

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Prevenção
A família de Otávio é pobre. O pai é
pedreiro e a mãe, faxineira.
Contudo, mesmo com todas as dificuldades
e com a pouca educação que eles tiveram,
ensinaram os filhos sobre o valor da vida, da
honestidade, o amor e o respeito para com
as pessoas, animais e natureza.
Desejando uma vida com melhores
oportunidades para os filhos, eles se
desdobravam no esforço para manter suas
crianças matriculadas em uma boa escola
pública.
Foi na escola que uma professora
apresentou para Otávio e as outras crianças
da classe, uma pequena cartilha.
Ela tratava sobre “Os Cuidados e a
Prevenção Contra a Pedofilia”.
Naquela aula, os alunos aprenderam
bastante sobre o valor da infância, a
importância de vivê-la com tranquilidade,
união, com o afeto saudável da família e,
especialmente, como se manter em
segurança contra ataques de pessoas que
tentam arrastar os inocentes para a prática
da Pedofilia.
Para melhor ilustrar a cartilha, nela havia
algumas figuras que indicavam uma espécie
“de áreas do bom toque” e áreas do “mau
toque”, distribuídas pela anatomia infantil.

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“Bem Me Toque e Mal Me Toque” eram
áreas para receber ou evitar qualquer tipo
de toque ou a “manifestação” de carinho.
Com a lição, a professora ensinou à classe
como dizer “não”, ou “contar para alguém”
responsável sobre qualquer tentativa feitas
nas áreas de “Mal Me Toque”, além de
diferenciar diversos tipos deles.
Chegando na sua casa, Otávio relatou o que
aprendera na aula para a sua mão.
Ela, não conseguiu segurar as lágrimas de
emoção. Durante toda a sua própria
infância, aquela pobre mulher havia sofrido
abuso sexual. Por isso se emocionava. E de
alegria, pois o seu amado menino havia sido
ensinado a se defender contra aquela
ameaça terrível.

“A percepção do risco para ser vitimizada


aumenta quando as crianças participam de
programas de prevenção na escola. Para
esses programas, o ideal é que a percepção
de risco aumente, tornando as crianças mais
vigilantes, mas não medrosas. (Jacobs & Hashima,
1995)

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A bicicleta
C*, tem oito anos e tamanho de seis. Ele
fugiu de casa com pouco mais de cinco
anos, junto com seu irmão mais velho que
se perdeu no Mundo. Agora ele vive na
Praça, esperando pela volta do irmão que
prometeu ficar rico e voltar para buscá-lo.
Para as noites frias, colchão de papelão e
cobertor de jornal. O alimento vem das
pessoas que passam e dão esmola,
alimentam os pombos e, vezes, se
compadecem da criança faminta.
Na noite, alguns adultos menos caridosos
aparecem para “fazer a vida” com um ou
outro garoto de rua mais crescido.
C* procurava evitar aquilo tudo pelo
conselho do irmão. Até que surgiu o
homem do carro verde alface.
Ele veio de mansinho, olhando as
crianças que brincavam no parquinho. Mas
eram crianças que não moravam na rua,
acompanhadas pelos pais ou adulto
responsável.
O dia terminou e ele ainda sentado,
observando.
Na praça, restaram somente os miseráveis
que não tinham um lar.

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Porém, em algum momento, o sujeito se
concentrou em C*. Não havia se interessado
nos meninos e meninas mais velhos. E C*
era o menor dentre todos.
Aproximou-se e ofereceu:
-Você quer ganhar uma bicicleta?
Claro que sim. Uma bicicleta era o sonho
da maioria das crianças naquela idade.
Fecharam o acordo e C* teve que se
submeter aos abusos do desconhecido do
carro verde.
Quando o homem terminou, foi embora
com pressa e, nada da bicicleta.

“Crianças em situação de rua são


particularmente vulneráveis a uma
ampla variedade de predadores sexuais,
além dos pedófilos”.
(– Segundo Fonte da Polícia Federal )

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Bem me toque
Mãe e filha são grandes amigas. Com o
divórcio, o pai de Luiza construiu outra
família e quase não visita a menina.
Entretanto a pequena é uma criança
alegre, inteligente e comunicativa.
A mãe, sempre atenta e vigilante, procura
rodeá-la de conforto e segurança. Para isso,
estuda muito. Principalmente com
pesquisas na Internet, preocupada em
proporcionar uma infância saudável e
tranquila para a filha.
Sempre que tem oportunidade, a jovem
mãe conversa com sua filha de seis anos,
expressando o seu amor, e não a deixando
esquecer o quanto é importante, especial.
Encoraja a criança a enfrentar os
obstáculos na sua rotina, além de ensiná-la
que há partes do seu corpo que é “Pública”,
onde pode ser tocada, ganhar beijo e
abraço. E outra parte, intima.
Procura sempre estar disponível para ouvir
o que Luiza tem a dizer, mesmo nos dias

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em que ela chega exausta de um duro dia
de trabalho.
-Como foi o seu dia na aula, meu bem?

No Brasil há muitas mulheres que criam


seus filhos sem a ajuda de um pai,
companheiro ou familiar. O importante é
que elas procurem informação, muitas delas
a disposição em sites sérios, que oferecem
informação que favoreçam os cuidados
constantes e de suporte para que enfrentem
o desafio de manter sozinha uma
família.(Fonte: Polícia Federal)

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Infância perdida
No parque da escolinha, H*, com seis anos
de idade, observa as crianças enquanto
brincam, com melancolia.
Ela se imagina no gira-gira, gritando de
medo e contentamento, ou no balanço,
escorregador e na casa da árvore.

De todos os brinquedos, H* aprecia


especialmente a gangorra.
Mas acredita que já não pode mais brincar
porque o tio a está transformando em uma
mulher.
Também não está autorizada a contar nada
sobre aquilo para ninguém. Especialmente
para a mãe, que trabalha o dia inteiro e
deixa os filhos pequenos sob a supervisão
do irmão desempregado.

-Quando você crescer, vou me casar com


você! – O homem jovem prometeu.

Provavelmente, quando H* começar a


perder os seus traços infantis, aquele
predador sexual perderá o interesse por ela.

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O empobrecimento da mulher,
especialmente, causa longos períodos de
distanciamento e supervisão dos filhos,
quando assume várias jornadas de
trabalho, favorecendo a ação de pessoas
mal intencionadas. O mesmo pode
ocorrer em famílias onde a criança e o
adolescente é negligenciado por longos
períodos pelos pais ou responsáveis.”
(Fonte: Polícia Federal)

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Perigo na rede
Ele estava com doze anos. Adorava internet.
Principalmente para seguir as gatinhas da
rede.
Mas em um bate-papo de "Garoto procura
garota", apareceu um sujeito. Perguntou a
sua idade.
“Teclaram por um ou dois dias e o sujeito
parecia bem “Bro”. (Gíria para Brother)
Não demorou e o amigo virtual propôs um
jeito de ganhar dinheiro fácil e rápido
gravando apenas “uns videozinhos” tipo
XXX. Nada difícil. E podia ser pela webcam.
-Você abre a webcam para mim, faz aquelas
coisas e eu gravo. Não vou deixar aparecer
o seu rosto. Tudo na seriedade. Depois, o
dinheiro começa a entrar, você vai ficar rico!
R* confiou imediatamente naquele “garoto”
que dizia ter quatorze anos de idade e
seguiu todas as “instruções”.
Vídeo feito, já estava passando da hora de
dormir.
No outro dia, no mesmo horário de
costume, conectou-se, mas não encontrou o
“TeenPower14” na sala de bate-papo.
O mesmo aconteceu nas outras noites até
que na semana seguinte o “amigo virtual”
tornou a aparecer. Desta vez com
instruções:

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-Cê tem uma semana pra mandar Mil
“mangos” pra minha conta no Paypal. Se
vira, Muleque! Vende Video game, a
bicicleta, o celular. Até o cachorro, se
precisar! Tenho toda a sua “sacanagem”
gravadinha aqui comigo, o corpo todo. Até
esta sua cara cheia de espinhas! Sem o
dinheiro, começo mandando o vídeo para
os seus pais e para todos seus contatos nas
redes sociais. Agiliza que dá tempo!
R* fez o que pode e por fim pagou os mil
reais no prazo.
Na outra semana, mais instruções para que
o “material” não fosse liberado na rede.
Ele deveria ir até um motel indicado pelo
criminoso e desta vez participaria de
filmagens de sexo entre adultos e
adolescentes.
-Nem precisa pagar mais nada. Só participar
de um vídeo! Daí tudo se resolve.
Desta vez o adolescente entrou em
desespero. Mesmo com sua pouca
experiência de vida ele sabia que seria
obrigado a se prostituir e nunca se livraria
da chantagem. Havia assistido uma história
parecida em uma série de televisão.

Reuniu coragem e contou aos pais. Ambos


o apoiaram e foram com o adolescente até
o Distrito Policial da sua região.

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O Delegado e sua equipe orientou R* e seus
pais como agir. Eles traçaram um plano para
capturar o chantagista.
Por fim, conseguiram a prisão do predador
sexual e seus cúmplices. A grande surpresa
foi que o sujeito, um homem com mais de
cinquenta anos era Empresário, casado e
pai de três crianças.

O conteúdo postado na Internet não pode ser


deletado. Produtores de pornografia e
material que atendam a demanda de pedófilos
e outros em todo o Mundo, costumam aliciar
crianças e adolescentes pela Internet, muitas
vezes prometendo dinheiro ou mesmo
induzindo-os a acreditar que há conexão de
amizade, afeto verdadeiro, explorando assim,
suas carências afetivas, vulnerabilidade.
Muitas vezes os produtores e comerciantes de
material envolvendo pedofilia, não são
pedófilos.(Fonte: Polícia Federal)

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Namoro Ten
Aquela adolescente, navegando livremente
pela internet, encontrou um garoto com um
Nickname “fofo”: Gatinho14Vidas.
Aquele nome falso insinuava que o garoto
era bonito e tinha 14 anos.
Teclando aqui, teclando ali, o “gato” pediu
aquela adolescente em namoro.
-Mas não conte para os véi! (Ele a alertou
sobre não compartilhar aquele segredo com
os seus pais).

O que ela não sabia era que o


“Gatinho14Vidas” na verdade era um
predador sexual com mais de 50 anos,
especializado em atrair, seduzir e atacar
crianças e adolescentes que navegam na
internet, livremente, sem supervisão dos
pais, professores ou adultos responsáveis.

O “modus operandi” da quadrilha que ele


fazia parte era, primeiramente, se passar por
adolescente, cativar o menor vulnerável, e,
ao fim de certo tempo, combinar um
encontro fora da rede.

Podia ser em uma praça, no Shopping ou


qualquer outro lugar discreto.
Porém, em vez do “namorado” adolescente
aparecer no encontro, surgia um “tio”, muito

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simpático com inúmeras desculpas sobre a
ausência do “sobrinho”.

A partir dali, entre outras possibilidades, a


mais comum e terrível é o rapto para
alimentar a rede de Mundial de Pedofilia e
Prostituição Infantil.

“Não raro, o aliciador se aproxima da


criança e adolescente pela internet,
investiga o grau de carência e falta de
supervisão dos pais ou responsáveis.
Primeiramente ilude sua potencial vítima, se
passando por outra criança ou adolescente.
Por fim, com uma série de mentiras
engenhosas, o pedófilo aborda sua vítima e
a seduz. Tarefa esta razoavelmente fácil
para um adulto em relação a um jovem
ainda em formação, sem malícia suficiente
ou qualquer experiência de vida.

Deste modo, é incutido na mente da vítima


que o abuso sexual é uma expressão de amor
e, na maioria das vezes, a vítima acredita
estar apaixonada pelo seu molestador.”(Fonte:
Polícia Federal)

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Modelo Fotográfico

A Polícia Federal desbaratou a célula


Brasileira de uma rede Internacional que
produz “material” pornográfico
envolvendo Pedofilia.
Um dos envolvidos, o “fotografo”, tinha a
função de encontrar e fotografar
“modelos infantis”, para um álbum
fotográfico digital.

Lá, segundo ele informava aos pais


orgulhosos, suas belas crianças, teriam a
chance de serem vistos pelas agências de
modelos no Brasil e no Mundo.

A verdade atrás daquele disfarce era que o


site exibia as fotografias das crianças
vestidas com suas fantasias e poses. Havia
índios, Caubóis, príncipes e super heróis.
Todos exibidos na página principal,
aberta. Porém, o segredo era que havia as
páginas dos assinantes. Eram ocultas à
maioria do público. A assinatura e venda
daquelas páginas acontecia de forma
sigilosa, apenas entre o público que
demandava pornografia infantil.

O estúdio fotográfico daquele produtor


era amplo e bem equipado. Especialmente
para agradar uma criança. Havia consoles

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de videogames, brinquedos eletrônicos
diversos, entre tantos outros.

Convencidos de que seu filho estava


tendo a chance de ouro de se tornar um
“popstar” mirim, os pais, quando
abordados, consentiam em deixar a
criança por diversas horas no estúdio
fotográfico.

Depois, recebiam um álbum impresso com


as fotografias da criança e, vezes algum
dinheiro.
O que eles não sabiam e a Polícia
descobriu, era que, também eram
produzidas fotografias da criança, nua,
que ficavam postadas na “área vip” do site
de “modelos infantis”. Um site próspero,
com assinantes no Brasil e muitos outros
países.

Diante da grande demanda de material


pornográfico no Brasil e no Mundo, surgiram
criminosos, conhecidos pela Policia como:
Produtores. Agem por meio de apelos sedutores
complexos para enganar os pais e responsáveis
pelas crianças e assim, viabilizarem a produção do
material. Os Produtores ou comerciantes da
indústria da Pedofilia, não são necessariamente
pedófilos, sendo que alguns podem praticá-la por
conveniência na produção de fotos e vídeos.( Fonte:
Polícia Federal)

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Inocência Perdida
O menino tinha cinco anos e sua
irmãzinha, três. A família deles mudara-se
recentemente para a cidade e os
professores da nova escola, estavam
preocupados porque o garoto exibia uma
atitude sexualizada. Especialmente
quando, duas ou três vezes exibiu os
genitais para os coleguinhas no recreio.

Uma investigação revelou que, tanto ele


quanto sua irmã pequena sofriam, ou
sofreram abusos sexuais continuados em
casa ou algum outro lugar.

“O abuso sexual deixa a maioria


das pessoas incomodadas. É triste
pensar que adultos causem dor
física e psicológica nas crianças
para satisfazerem seus próprios
desejos, especialmente quando esses
adultos são amigos ou confiáveis
membros da família” (Watson, 1994, p.12).

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PERGUNTAS FREQUENTES

1 – Todo Abusador de criança é pedófilo?

Não.

“Pesquisas feitas por médicos em países como Brasil, Canadá e Estados


Unidos dizem que de 20% a 30% dos abusadores presos são
diagnosticados com o transtorno. “. ( Fonte: Site da Coordenadoria da Infância e Juventude
do Poder Judiciário do Estado de Roraima)

“ Infelizmente existe uma variada gama de indivíduos (entre 80 a 70 % )


que se envolvem na prática criminosa da pedofilia. Alguns exemplos:
Adolescentes e jovens adultos iniciantes nas práticas sexuais, jovens e
adultos hipersexuais (aqueles que, na oportunidade, praticam sexo com
toda sorte de criaturas, coisas ou objetos); produtores e empresários da
indústria voltada para a prática da Pedofilia, entre outros oportunistas.”
(Fonte: Polícia Federal)

2 – Pedofilia é uma variante da homossexualidade?

Não. “A homossexualidade não é classificada como doença. Ao contrário


da Pedofilia, classificada como Parafilia, tais como a Zoofilia (Desejo sexual
por animais)e a Necrofilia (Desejo sexual por cadáveres) . Os portadores de
Transtorno Pedófilo são encontrados tanto entre os indivíduos
heterossexuais, quanto homossexuais, resguardadas as devidas
proporções. “ (Fonte: Site Psiqweb)
“Para o indivíduo dentro do transtorno Pedófilo, regra geral, a atração
sexual não está condicionada, necessariamente, ao gênero masculino ou
feminino do menor e sim à sua condição “impúbere”. No resumo, o desejo
pedófilo cai drasticamente, na medida em que a criança amadurece e
perde suas características infantis. “(Fonte: Polícia Federal).
3 – O abuso contra a criança só acontece em ambientes e lares pobres?

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Não. Infelizmente o abuso sexual contra a criança e o adolescente se
verifica nas mais diversas camadas sociais e econômicas, sendo, porém que,
a miséria, descaso, abandono e as famílias disfuncionais, favorecem a
vitimização do menor, a frequência dos abusos e o combate de tal prática.

4- Apenas o gênero masculino é capaz de praticar a pedofilia?

Não. “Há registro do envolvimento de mulheres, contudo, em número


inexpressivo se comparado às estatísticas masculinas. Segundo fonte da
Polícia Federal, a proporção é de uma mulher a cada dez homens.
Contudo, há a possibilidade de que grande parte dos abusos praticados
pela mulher não são denunciados. Portanto, não constam nas estatísticas.”
(Fonte: Polícia Federal).

Segundo fontes do Disk Direitos Humanos do Ministério da Mulher, da


Família e dos Direitos Humanos, no ano de 2019, em 87% das denúncias,
o agressor é do sexo masculino, com idade entre 25 e 40 anos.

5 – Todo Pedófilo pratica o crime de Pedofilia?

Não. “Os portadores do transtorno pedofílico constituem uma população


heterogênea. Desde aqueles com nível bem leve, que não atuam (não
praticam o crime de pedofilia) e são mais fáceis de serem tratados, até o
nível catastrófico – quando chega ao ato sexual, muitas vezes com fantasias
sádicas”,
( Fonte: Psiquiatra Danilo Baltieri, coordenador do ABSex (Ambulatório de Transtornos da Sexualidade) da
Faculdade de Medicina do ABC, referência no tratamento de parafilias no Brasil.

6 – Há cura para Pedofilia?

Não. “Mas há tratamento – que pode durar a vida inteira, já que não há
cura para pedofilia –, mas não de casos específicos. Quem chega ao
ambulatório só é diagnosticado como pedófilo depois de passar por
entrevistas, testes e avaliações neuropsicológicas feitos por uma equipe
multidisciplinar.
Diagnosticados, os pacientes são inseridos em terapia cognitivo-
comportamental de grupo, com dois terapeutas e até dez pessoas –
proporção usada em tratamentos semelhantes em países como EUA,
Canadá e Itália. Com outros pedófilos falando sobre o assunto no mesmo

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ambiente, eles não se sentem isolados e há menor risco de relatos
mentirosos aos médicos e psicólogos. Nas sessões, eles trocam informações
e técnicas para evitar situações de risco, frear a urgência sexual e adequar
os pensamentos.
Parte do tratamento de pedófilos tem semelhanças com o de dependentes
químicos. Como um viciado em drogas ou álcool, é preciso se manter longe
do que desperta o desejo e nunca, em hipótese alguma, permanecer
sozinho em um ambiente com uma criança. A família é fundamental nesse
controle.´ (Psiquiatra Danilo Baltieri – Faculdade de Medicina do ABC)

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Gráficos
Locais da Agressão Sexual

22%

Outros - 22%
73% Residência da vítima - 73%

Perfil da Vítima

46%
54% Sexo Feminino
Sexo Masculino

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Perfil do Agressor

30%
Outros
Pedófilos

70%

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ESTA OBRA AINDA ESTÁ EM FASE DE CONSTRUÇÃO E


APRIMORAMENTO. TODA OBSERVAÇÃO CONSTRUTIVA SERÁ
BEM VINDA.

Contato:

staelldargentum@gmail.com

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