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A República de Cuba é um país localizado no mar do Caribe, na região da América

Central, sendo seus nativos os indígenas, até a chegada de Cristóvão Colombo, no ano de
1492. Por cerca de 400 anos, a ilha ficou sob domínio espanhol, que cultivava
cana-de-açúcar com escravizados africanos e no ano de 1898, os EUA conquistaram uma
vitória sobre a Espanha, obtendo o domínio territorial de Cuba e Porto Rico.
Contudo, após esse conflito, Cuba não conquistou sua independência, como era
esperado, e sim, tornou-se uma espécie de protetorado dos Estados Unidos. A Emenda
Platt, incluída na carta constitucional cubana de 1901, concede a permissão para que os
EUA intervenham na preservação da independência cubana. Com isso, Cuba permaneceu
em relação desigual com os Estados Unidos até 1933, quando ocorreu a chamada Revolta
dos Sargentos, comandada por Fulgêncio Batista.
Batista durante anos permaneceu como chefe das forças armadas, enquanto vários
presidentes se sucederam no poder. Até que, em 1940, ele foi eleito presidente. Em 1952, o
coronel concorre novamente à presidência e ao que tudo indicava ele não seria o mais
votado, insatisfeito liderou um golpe de Estado, com o apoio dos EUA, que o colocou
novamente no poder.
Surgiu uma considerável oposição ao regime de Batista, em 1953, houve a primeira
tentativa de um golpe ao regime, quando mais de cem oposicionistas assaltaram o quartel
general de Moncada. A insurreição, porém, fracassou, culminando na morte de muitos
insurgentes e prisões – dentre as quais a de Fidel. Condenados a 20 anos de prisão, os
rebeldes foram anistiados por Batista em 1955, por pressão popular. Castro exilou-se no
México, onde reorganizou suas forças.
Em dezembro de 1956, Castro voltou a Cuba junto de 83 homens, com muitas armas e
preparado para o confronto contra as forças de Batista. A ditadura de Fulgêncio era
atacada, enquanto, simultaneamente, perdia apoio e após um outro ataque, de outra facção
oposicionista, ao palácio presidencial, Fulgêncio perde apoio dos Estados Unidos e foge
para a República Dominicana nas primeiras horas de 1959. No dia seguinte, as forças
revolucionárias chegaram a Havana e tomaram o poder. E assim, deu início a revolução
cubana.
REVOLUÇÃO CUBANA

A revolução ganhou força de início com o apoio de diversos setores da sociedade, Castro
e seus companheiros chegaram ao poder com a revolução sendo sustentada pela coalizão
de alguns grupos moderados, que incluía parte da classe média urbana, e outros mais
radicais, ou seja, Cuba se tornou socialista apenas mais tarde.
Fidel Castro, após ascender ao poder, criou um Executivo colegiado, formado por um
presidente da república (Manuel Urrutia), um primeiro-ministro (José Miró Cardona) e um
chefe das forças armadas (o próprio Fidel). As execuções em massa promovidas logo após
o estabelecimento do novo regime começaram a denegrir sua imagem. Em abril de 1959,
Castro viajou aos EUA, para garantir ao presidente Eisenhower a intenção de manter boas
relações diplomáticas, porém, as tensões com o novo regime cubano já haviam se iniciado,
graças ao anúncio de medidas como a nacionalização de empresas norte-americanas na
ilha.
Ainda em 1959 – ano em que, além dos fuzilamentos, foram promovidas uma reforma
agrária e uma reforma urbana – surgiram as primeiras dissidências da revolução cubana.
Em outubro daquele ano, Huber Matos, comandante militar, renunciou ao posto que
ocupava em uma província cubana e demonstrou suas preocupações com a crescente
influência dos comunistas no governo e foi condenado a 20 anos de prisão por traição e
conspiração.
Após um ano de governo, vários ministros de Fidel haviam deixado o governo, entre eles
o primeiro-ministro Cardona e o cargo passou a ser ocupado por Fidel Castro. Essa
conjuntura representou o fim da coalizão entre alas moderadas e radicais da revolução.
Enquanto o grupo moderado afastava-se, ocorria uma forte adesão dos comunistas.
Cuba aprofundava suas relações com a União Soviética e, nesse tempo, ocorreu um
rearranjo na política interna, que havia se tornado evidentemente socialista. Em 1965, foi
fundado o Partido Comunista Cubano, a retração do apoio a ações guerrilheiras começou a
declinar a partir de 1968, principalmente pelo pouco sucesso conquistado por essas ações.
Cuba esforçou-se então para continuar a construir uma economia socialista em seu
território, apoiando-se principalmente na ajuda soviética.
Na década seguinte, porém, o governo republicano de Ronald Reagan não foi nem um
pouco amigável com o regime castrista, o que resultou na manutenção e recrudescimento
do embargo econômico nas décadas seguintes.
Dependendo diretamente das compras baratas e vendas caras aos soviéticos, Cuba
conseguiu sobreviver como pequena potência até 1991. A queda da URSS, no entanto,
impediu o progressivo crescimento cubano, com o embargo econômico e comercial imposto
pelos Estados Unidos, o país, atualmente, sobrevive graças aos dólares arrecadados com o
turismo.
PROTESTOS CONTRA O GOVERNO

Cuba vive atualmente os maiores protestos contra o Governo desde os anos noventa,
manifestantes ocuparam as ruas da capital de Cuba, Havana, no dia 11 de julho, para
protestar contra a crise econômica e o avanço nos números da pandemia de covid-19. A
falta de alimentos, limitações às liberdades civis e a má condução do presidente Miguel
Díaz-Canel frente ao avanço do novo coronavírus estavam entre as reivindicações
populares.
No início, era um protesto contra os longos apagões de eletricidade e para pedir
vacinação contra a covid-19. Logo depois, as demandas se transformaram em gritos por
“liberdade” e exigências de mudanças políticas. O protesto chegou ao Facebook e foi
transmitido ao vivo, com slogans, como “Abaixo a ditadura” e “Não temos medo do
comunismo”. Em vários pontos, houve saques a lojas do Estado e ataques a carros da
polícia.
O Governo reprimiu duramente os protestos e convocou os revolucionários a lutar contra
as manifestações nas ruas, o que resultou em mais de uma centena de presos. Um
fotógrafo espanhol, Ramón Espinosa, foi atacado por agentes da ordem.
Reflexo da preocupação oficial que as manifestações de domingo suscitaram, após o
discurso de Díaz-Canel, a televisão cubana transmitiu um programa ao vivo emitido em
todas as províncias do país, com declarações de apoio à revolução e garantindo que tudo o
que aconteceu foi produto de uma subversão incentivada pelos Estados Unidos e
amplificada pelas redes sociais. À noite, nas ruas mais movimentadas de Havana, uma
grande operação policial foi implantada.

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