Você está na página 1de 41

CB – 1.

SISTEMA FINANCEIRO
NACIONAL

0|P ág ina
Sumário
1.1 Sistema Financeiro Nacional ...........................................................................................................2
Órgãos de Regulação e Fiscalização – Principais atribuições............................................................6
Conselho Monetário Nacional (CMN)...........................................................................................6
Banco Central do Brasil (Bacen) ...................................................................................................7
Comissão de Valores Mobiliários (CVM) ....................................................................................11
Banco do Brasil ...........................................................................................................................13
Caixa Econômica Federal ............................................................................................................16
Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) ...........................................17
Conselho de Recursos do Sistema Financeiro Nacional (CRSFN) ...............................................18
Participantes do Mercado – Principais atribuições ........................................................................20
Bancos Comerciais: .....................................................................................................................20
Bancos Múltiplos ........................................................................................................................21
Banco de Investimentos .............................................................................................................22
Banco de Desenvolvimento ........................................................................................................23
Cooperativas e Sociedades de Crédito Imobiliário .....................................................................26
Companhias Hipotecárias ...........................................................................................................29
Sociedades Corretoras de Títulos e Valores Mobiliários ............................................................30
Sociedades distribuidoras de títulos e valores mobiliários: principais funções .........................31
Sociedade de arrendamento mercantil (leasing) .......................................................................32
1.2 Clearings e Sistemas......................................................................................................................34
Desenho do Novo SPB: conceitos ...................................................................................................34
Infraestruturas do mercado financeiro ......................................................................................35
Arranjos de pagamento ..............................................................................................................36
O novo Sistema de Pagamentos Brasileiro .................................................................................37
Sistema de Transferência de Reservas (STR) ..............................................................................38
Clearings..........................................................................................................................................39
Selic .............................................................................................................................................39
Clearing B3..................................................................................................................................40

1|P ág ina
1.1 Sistema Financeiro Nacional

O Sistema Financeiro Nacional (SFN) consiste em um conjunto de instituições financeiras e


instrumentos financeiros que visam transferir recursos dos agentes econômicos1 superavitários para
os deficitários. Inclui as instituições responsáveis pela formulação e execução da política monetária
e pela fiscalização dos agentes econômicos que operam no mercado financeiro.
As funções básicas do Sistema Financeiro são:
▪ Facilitar a distribuição temporal dos recursos;
▪ Permitir a canalização da poupança para o investimento;
▪ Proporcionar ferramentas para a diversificação dos riscos.

O SFN possui dois subsistemas em sua estrutura:

Subsistema Normativo

Sistema Financeiro
Nacional (SFN)

Subsistema de
intermediação

Podemos então dizer que o SFN age em duas frentes: (a) na normatização dos serviços ligados ao
mercado financeiro e (b) na intermediação financeira.

1
Pessoas, empresas, governo.

2|P ág ina
Conselho Monetário
Nacional (CMN)

Banco Central (Bacen)

Sistema Normativo
Comissão de Valores
Mobiliários (CVM)

Instituições especiais

Instituições Financeiras
não Bancárias

Sistema Brasileiro de
Poupança e Empréstimo
(SBPE)
Sistema de
Intermediação
Instituições auxiliares

Instituições não
Financeiras

O Banco Central do Brasil trouxe, recentemente, um novo desenho do SFN, sendo este organizado
por agentes normativos, supervisores e operadores. Os órgãos normativos determinam regras gerais
para o bom funcionamento do sistema. As entidades supervisoras trabalham para que os integrantes
do sistema financeiro sigam as regras definidas pelos órgãos normativos. Os operadores são as
instituições que ofertam serviços financeiros, no papel de intermediários. Percebe-se, também, uma
divisão quanto ao campo de atuação:

3|P ág ina
 Moeda, crédito, capitais e câmbio

Órgãos Normativos CMN

Órgãos Supervisores BC CVM

Bancos e CEF Adm. de consórcios


Cooperativas de Corretoras e Bolsa de Valores
Operadores crédito distribuidoras Bolsa de Mercadorias
Instituições de Demais instituições não e Futuros
pagamento bancárias

 Seguros privados

Órgãos Normativos CNSP

Órgãos Supervisores Susep

Seguradoras e resseguradores
Operadores Entidades abertas de previdência
Sociedades de capitalização

4|P ág ina
 Previdência Fechada

Órgãos Normativos CNPC

Órgãos Supervisores Previc

Entidades fechadas de
Operadores previdência
complementar (fundos de
pensão)

5|P ág ina
Órgãos de Regulação e Fiscalização – Principais atribuições

Conselho Monetário Nacional – CMN, Banco Central do Brasil – Bacen, Comissão de Valores
Mobiliários – CVM, Banco do Brasil, Caixa Econômica Federal, Banco Nacional de Desenvolvimento
Econômico e Social e Conselho de Recursos do SFN.

Conselho Monetário Nacional (CMN)

Órgão superior do Sistema Financeiro Nacional (SFN), cuja responsabilidade é formular a política da
moeda e do crédito. Seu objetivo é a estabilidade da moeda e o desenvolvimento econômico e
social do país.

O CMN foi instituído pela Lei 4.595/1964, e tem em sua composição o Ministro da Economia
[presidente do Conselho], o Presidente do Banco Central e o Secretário Especial de Fazenda do
Ministério da Economia.

O artigo 3º da Lei que instituiu o Conselho define os objetivos do CMN, evidenciando seu caráter
normatizador (CMN não executa):

o Adaptar o volume dos meios de pagamento às reais necessidades da economia


nacional e seu processo de desenvolvimento;
o Regular o valor interno da moeda, para tanto prevenindo ou corrigindo os surtos
inflacionários ou deflacionários de origem interna ou externa, as depressões
econômicas e outros desequilíbrios oriundos de fenômenos conjunturais;
o Regular o valor externo da moeda e o equilíbrio no balanço de pagamento do País,
tendo em vista a melhor utilização dos recursos em moeda estrangeira;
o Orientar a aplicação dos recursos das instituições financeiras, públicas ou privadas;
tendo em vista propiciar condições favoráveis ao desenvolvimento harmônico da
economia nacional;
o Propiciar o aperfeiçoamento das instituições e dos instrumentos financeiros, com
vistas à maior eficiência do sistema de pagamentos e de mobilização de recursos;
o Zelar pela liquidez e solvência das instituições financeiras;
o Coordenar as políticas monetária, creditícia, orçamentária, fiscal e da dívida pública,
interna e externa.

Os membros do CMN reúnem-se uma vez por mês para deliberar sobre assuntos atinentes aos
objetivos elencados. Em casos extraordinários, pode ocorrer mais de uma reunião por mês. As
matérias aprovadas são regulamentadas por meio de Resoluções divulgadas no Diário Oficial da
União (DOU) e na página de normas do Conselho e do Banco Central.

6|P ág ina
Banco Central do Brasil (Bacen)

O artigo 8º da Lei 4.595/1964 institui o Bacen, em substituição à Superintendência da Moeda e do


Crédito, dotando-o de personalidade jurídica e patrimônio próprios (autarquia). O resultado auferido
pelo Bacen (lucro resultante das atividades) será transferido ao Tesouro Nacional, após a
compensação de eventuais prejuízos anteriores, ou seja, o resultado do Bacen compõe as estatísticas
fiscais do Governo Central [Tesouro Nacional, Bacen e Previdência Social].

O Banco Central deve, segundo o artigo 9º, se submeter ao CMN e à legislação em vigor. Compete
privativamente ao Bacen:

I. Emitir papel-moeda e moeda metálica, nas condições e limites autorizados pelo CMN;

Atenção!
No Brasil, a cunhagem (impressão) da moeda é realizada com exclusividade pela Casa da Moeda,
e a emissão da moeda (entrega do numerário ao sistema bancário) é de responsabilidade do
Banco Central.

II. Executar os serviços do meio-circulante;


III. Determinar o recolhimento de até 100% do total dos depósitos à vista e de até 60% de
outros títulos contábeis das instituições financeiras, seja na forma de subscrição de Letras
ou Obrigações do Tesouro Nacional ou compra de títulos da Dívida Pública Federal, seja
através de recolhimento em espécie, em ambos os casos entregues ao Bacen, a forma e
condições por ele determinadas, podendo:
a. Adotar percentagens diferentes em função:
i. Das regiões geoeconômicas;
ii. Das prioridades que atribuir às aplicações;
iii. Da natureza das instituições financeiras;
b. Determinar percentuais que não serão recolhidos, desde que tenham sido
reaplicados em financiamentos à agricultura, sob juros favorecidos e outras
condições por ele fixadas;
IV. Receber recolhimentos compulsórios e os depósitos voluntários à vista das instituições
financeiras;
V. Realizar operações de redesconto e empréstimos a instituições financeiras bancárias;
VI. Exercer o controle do crédito sob todas as suas formas;
VII. Efetuar o controle dos capitais estrangeiros;

7|P ág ina
VIII. Ser depositário das reservas oficiais de ouro e moeda estrangeira e de Direitos Especiais de
Saque e fazer com estas últimas todas e quaisquer operações previstas no Convênio
Constitutivo do Fundo Monetário Internacional;
IX. Exercer a fiscalização das instituições financeiras e aplicar as penalidades previstas;
X. Conceder autorização às instituições financeiras, a fim de que possam:
a. Funcionar no País;
b. Instalar ou transferir suas sedes, ou dependências, inclusive no exterior;
c. Ser transformadas, fundidas, incorporadas ou encampadas;
d. Praticar operações de câmbio, crédito real e venda habitual de títulos da dívida
pública federal, estadual ou municipal, ações, debêntures, letras hipotecárias e
outros títulos de crédito ou mobiliários;
e. Ter prorrogados os prazos concedidos para funcionamento;
f. Alterar seus estatutos;
g. Alienar ou, por qualquer outra forma, transferir o seu controle acionário.
XI. Estabelecer condições para a posse e para o exercício de quaisquer cargos de administração
de instituições privadas, assim como para o exercício de quaisquer funções em órgãos
consultivos, fiscais e semelhantes, segundo normas que forem expedidas pela CMN;
XII. Efetuar, como instrumento de política monetária, operações de compra e venda de títulos
públicos federais;
XIII. Determinar que as matrizes das instituições financeiras registrem os cadastros das firmas
que operam com suas agências há mais de um ano.

8|P ág ina
- Emissão de moeda e execução dos serviços de meio circulante;
- Formulação, execução, e acompanhamento das políticas cambial, monetária e creditícia;
- Formulação, execução e acompanhamento da política de relações financeiras com o exterior;
- Recebimento de depósitos compulsórios e voluntários dos bancos comerciais e concessão
de crédito a eles;
- Depositário das reservas internacionais do País.

Ainda compete ao Bacen:

I. Entender-se, em nome do Governo Brasileiro, com as instituições financeiras estrangeiras e


internacionais;
II. Promover, como agente do Governo Federal, a colocação de empréstimos internos ou
externos, podendo, também, encarregar-se dos respectivos serviços;
III. Atuar no sentido do funcionamento regular do mercado cambial, da estabilidade relativa
das taxas de câmbio e do equilíbrio no balanço de pagamentos, podendo, para esse fim,
comprar e vender ouro e moeda estrangeira, bem como realizar operações de crédito no
exterior, inclusive as referentes aos Direitos Especiais de Saque, e separar os mercados de
câmbio financeiro e comercial;
IV. Efetuar compra e venda de títulos de sociedades de economia mista e empresas do Estado;
V. Emitir títulos de responsabilidade própria, de acordo com as condições estabelecidas pelo
CMN;
VI. Regular a execução dos serviços de compensação de cheques e outros papéis;
VII. Exercer permanente vigilância nos mercados financeiros e de capitais sobre empresas que,
direta ou indiretamente, interfiram nesses mercados e em relação às modalidades ou
processos operacionais que utilizem;
VIII. Prover, sob controle do CMN, os serviços de sua Secretaria.

O Banco Central opera com 8 diretorias, além do Diretor Presidente:

I. Presidente;
II. Diretor de Administração (Dirad);
III. Diretor de Relacionamento, Cidadania e Supervisão de Conduta (Direc);
IV. Diretor de Assuntos Internacionais e de Gestão de Riscos Corporativos (Direx);
V. Diretor de Fiscalização (Difis);
VI. Diretor de Organização do Sistema Financeiro e de Resolução (Diorf);
VII. Diretor de Política Econômica (Dipec);
VIII. Diretor de Política Monetária (Dipom);

9|P ág ina
IX. Diretor de Regulação (Dinor).

Todos os integrantes relacionados são nomeados pelo Presidente da República, entre brasileiros de
ilibada reputação e notória capacidade em assuntos econômico-financeiros, após sabatinados no
Senado Federal.

Constituem receita do Bacen, as rendas provenientes de operações financeiras e de outras aplicações


de seus recursos; além das operações de câmbio, de compra e venda de ouro e de quaisquer outras
operações em moeda estrangeira; e eventuais, inclusive as derivadas de multas e de juros de mora
aplicados por força do disposto na legislação em vigor.

Os principais documentos emitidos pelo Bacen, são:


• Circulares: cria normas para o SFN ou regulamenta normas contidas em resoluções do CMN,
desde que por delegação;
• Cartas circulares: esclarecimento de dúvidas ou divergência de entendimentos;
• Comunicados: documentos administrativos de âmbito externo. Divulga deliberações ou
informações.

▪ “Banco dos bancos” → capta depósitos dos bancos (compulsórios e livres) e preserva a
liquidez do sistema;
▪ Executor de política monetária → exerce controle sobre meios de pagamentos e taxas
de juros da economia;
▪ Emissor de moeda → coordena distribuição do dinheiro emitido pela Casa da Moeda aos
bancos;
▪ Fiscalizador do SFN → controla e fiscaliza as instituições financeiras, aplicando
penalidades e decretando intervenções;
▪ Banco do Governo → representa o Brasil no sistema financeiro internacional, mantem
depósitos em moeda nacional e internacional, entre outras atribuições.

10 | P á g i n a
Comissão de Valores Mobiliários (CVM)

Órgão responsável pela regulação e fiscalização do mercado de capitais no Brasil. Instituído pela Lei
6.385/1976, é uma autarquia (personalidade jurídica e patrimônio próprios) vinculada ao Ministério
da Economia (incorporou o Ministério da Fazenda), que age sob orientação do CMN. Atua no
controle e fiscalização do mercado de valores mobiliários (em geral, de títulos emitidos pelas
sociedades anônimas e autorizadas pelo CMN, ações, debêntures etc.).

A CVM é administrada por um Presidente e quatro Diretores, nomeados pelo Presidente da


República, depois de aprovados pelo Senado Federal, dentre pessoas de ilibada reputação e
reconhecida competência em matéria de mercado de capitais.

Compete à CVM:

I. Regulamentar, com observância da política definida pelo CMN, as matérias expressamente


previstas na lei 6.385 e na lei de sociedades por ações;
II. Administrar os registros instituídos pela lei;
III. Fiscalizar permanentemente as atividades e os serviços do mercado de valores mobiliários,
bem como a veiculação de informações relativas ao mercado, às pessoas que dele
participem, e aos valores nele negociados;
IV. Propor ao CMN a eventual fixação de limites máximos de preço, comissões, emolumentos e
quaisquer outras vantagens cobradas pelos intermediários do mercado;
V. Fiscalizar e inspecionar as companhias abertas dada prioridade às que não apresentem lucro
em balanço ou às que deixem de pagar o dividendo mínimo obrigatório;

Cabe à entidade disciplinar:

▪ O registro de companhias abertas;


▪ O registro de distribuições de valores mobiliários;
▪ Negociações e intermediações no mercado de valores mobiliários;
▪ Administração de carteiras e custódia de valores mobiliários;
▪ Suspensão ou cancelamento de registros, credenciamentos ou autorizações;
▪ Organização, funcionamento e operações de bolsas de valores;
▪ Credenciamento de auditores independentes e administradores de carteiras de valores
mobiliários;
▪ Suspensão de emissão, distribuição ou negociação de determinado valor mobiliário ou
decretação de recesso de bolsa de valores;
▪ Suspensão ou cancelamento de registros, credenciamentos ou autorizações.

11 | P á g i n a
A CVM mantém estrutura destinada a prestar orientação aos investidores e acolhimento de
denúncias e sugestões por eles formuladas. Possui competência para apurar, julgar e punir
irregularidades eventualmente cometidas no mercado.

CVM → Fiscalização de valores mobiliários. Autoridade no mercado de capitais.


Fixar e implementar diretrizes e normas do mercado de valores mobiliários; fiscalizar as
companhias abertas, a Bolsa de Valores, os agentes do mercado de capitais e os Fundos de
Investimento; dar proteção aos investidores; assegurar a lisura nas operações de compra e
venda de valores mobiliários

12 | P á g i n a
Banco do Brasil

Fundado em 1808, o Banco do Brasil é um banco comercial do qual o Governo Federal detém 51%
das ações, exercendo, portanto, o controle da instituição. Tem como principais atribuições: executar
a política financeira e creditícia do Governo, arrecadar os depósitos voluntários das instituições
financeiras e executar a política de preços mínimos dos produtos agropecuários. Exerce também
funções não próprias de um banco comercial comum, como o Departamento de Comércio Exterior,
a Câmara de Compensação de cheques e outros papéis, e a execução do serviço da dívida pública.

A lei 4.595/1964 institui diversas atribuições em seu artigo 19º, a saber:

Art. 19. Ao Banco do Brasil S. A. competirá precipuamente, sob a supervisão do Conselho Monetário
Nacional e como instrumento de execução da política creditícia e financeira do Governo Federal:
I - na qualidade de Agente, Financeiro do Tesouro Nacional, sem prejuízo de outras funções
que lhe venham a ser atribuídas e ressalvado o disposto no art. 8º, da Lei nº 1628, de 20 de
junho de 1952:
a) receber, a crédito do Tesouro Nacional, as importâncias provenientes da
arrecadação de tributos ou rendas federais e ainda o produto das operações de que
trata o art. 49, desta lei;
b) realizar os pagamentos e suprimentos necessários à execução do Orçamento
Geral da União e leis complementares, de acordo com as autorizações que lhe forem
transmitidas pelo Ministério da Fazenda, as quais não poderão exceder o montante
global dos recursos a que se refere a letra anterior, vedada a concessão, pelo Banco,
de créditos de qualquer natureza ao Tesouro Nacional;
c) conceder aval, fiança e outras garantias, consoante expressa autorização legal;
d) adquirir e financiar estoques de produção exportável;
e) executar a política de preços mínimos dos produtos agropastoris;
f) ser agente pagador e recebedor fora do País;
g) executar o serviço da dívida pública consolidada;
II - como principal executor dos serviços bancários de interesse do Governo Federal, inclusive
suas autarquias, receber em depósito, com exclusividade, as disponibilidades de quaisquer
entidades federais, compreendendo as repartições de todos os ministérios civis e militares,
instituições de previdência e outras autarquias, comissões, departamentos, entidades em
regime especial de administração e quaisquer pessoas físicas ou jurídicas responsáveis por
adiantamentos, ressalvados o disposto no § 5º deste artigo, as exceções previstas em lei ou
casos especiais, expressamente autorizados pelo Conselho Monetário Nacional, por
proposta do Banco Central da República do Brasil;

13 | P á g i n a
III - arrecadar os depósitos voluntários, à vista, das instituições de que trata o inciso III, do
art. 10, desta lei, escriturando as respectivas contas;
IV - executar os serviços de compensação de cheques e outros papéis;
V - receber, com exclusividade, os depósitos de que tratam os artigos 38, item 3º, do
Decreto-lei nº 2.627, de 26 de setembro de 1940, e 1º do Decreto-lei nº 5.956, de 01/11/43,
ressalvado o disposto no art. 27, desta lei;
VI - realizar, por conta própria, operações de compra e venda de moeda estrangeira e, por
conta do Banco Central da República do Brasil, nas condições estabelecidas pelo Conselho
Monetário Nacional;
VII - realizar recebimentos ou pagamentos e outros serviços de interesse do Banco Central
da República do Brasil, mediante contratação na forma do art. 13, desta lei;
VIII - dar execução à política de comércio exterior;
IX - financiar a aquisição e instalação da pequena e média propriedade rural, nos termos da
legislação que regular a matéria;
X - financiar as atividades industriais e rurais, estas com o favorecimento referido no art. 4º,
inciso IX, e art. 53, desta lei;
XI - difundir e orientar o crédito, inclusive às atividades comerciais suplementando a ação da
rede bancária;
a) no financiamento das atividades econômicas, atendendo às necessidades
creditícias das diferentes regiões do País;
b) no financiamento das exportações e importações.
§ 1º - O Conselho Monetário Nacional assegurará recursos específicos que
possibilitem ao Banco do Brasil S. A., sob adequada remuneração, o
atendimento dos encargos previstos nesta lei.
§ 2º - Do montante global dos depósitos arrecadados, na forma do inciso III
deste artigo o Banco do Brasil S. A. Colocará à disposição do Banco Central
da República do Brasil, observadas as normas que forem estabelecidas pelo
Conselho Monetário Nacional, a parcela que exceder as necessidades
normais de movimentação das contas respectivas, em função dos serviços
aludidos no inciso IV deste artigo.
§ 3º - Os encargos referidos no inciso I, deste artigo, serão objeto de
contratação entre o Banco do Brasil S. A. e a União Federal, esta
representada pelo Ministro da Fazenda.
§ 4º - O Banco do Brasil S. A. prestará ao Banco Central da República do
Brasil todas as informações por este julgadas necessárias para a exata
execução desta lei.

14 | P á g i n a
§ 5º - Os depósitos de que trata o inciso II deste artigo, também poderão
ser feitos nas Caixas econômicas Federais, nos limites e condições fixadas
pelo Conselho Monetário Nacional.
O artigo 21 da referida lei, por sua vez, trata da composição diretiva do Banco do Brasil:

Art. 21. O Presidente e os Diretores do Banco do Brasil S. A. deverão ser pessoas de reputação ilibada
e notória capacidade.
§ 1º A nomeação do Presidente do Banco do Brasil S. A. será feita pelo
Presidente da República, após aprovação do Senado Federal.
§ 2º As substituições eventuais do Presidente do Banco do Brasil S. A. não
poderão exceder o prazo de 30 (trinta) dias consecutivos, sem que o
Presidente da República submeta ao Senado Federal o nome do substituto.

15 | P á g i n a
Caixa Econômica Federal

A Caixa Econômica Federal (CEF) é uma instituição financeira sob a forma de empresa pública, dotada
de personalidade jurídica de direito privado, com patrimônio próprio e autonomia administrativa,
vinculada ao Ministério da Economia [redação: Ministério da Fazenda].

Integrante do Sistema Financeiro Nacional, a CEF é tida como auxiliar na execução da política de
crédito do Governo Federal, submetendo-se às decisões do Sistema e à disciplina normativa do
Ministério da Economia, e à fiscalização do Banco Central do Brasil. Oferta serviços bancários
autorizados pelo Conselho Monetário Nacional, sendo suas contas e operações sujeitas ao exame e
julgamento do Tribunal de Contas da União (TCU).

As finalidades da CEF são trazidas pelo Decreto-Lei 759/1969, em seu artigo 2º:

a. Receber em depósito sob a garantia da União, economias populares, incentivando os hábitos


de poupança;
b. Conceder empréstimos e financiamentos de natureza assistencial, cooperando com as
entidades de direito público e privado na solução dos problemas sociais e econômicos;
c. Operar no setor habitacional, como sociedade de crédito imobiliário, com o objetivo de
facilitar e promover a aquisição de sua casa própria, especialmente pelas classes de menor
renda da população;
d. Explorar, com exclusividade, os serviços da Loteria Federal do Brasil e da Loteria Esportiva
Federal nos termos da legislação pertinente;
e. Exercer o monopólio das operações sobre penhores civis, com caráter permanente e da
continuidade;
f. Prestar serviços que se adaptem à sua estrutura de natureza financeira, delegados pelo
Governo Federal ou por convênio com outras entidades ou empresas;
g. Realizar, no mercado financeiro, como entidade integrante do Sistema Financeiro Nacional,
quaisquer outras operações, no plano interno ou externo, podendo estipular cláusulas de
correção monetária, observadas as condições normativas estabelecidas pelo Conselho
Monetário Nacional;
h. Realizar, no mercado de capitais, para investimento ou revenda, as operações de subscrição,
aquisição e distribuição de ações, obrigações e quaisquer outros títulos ou valores
mobiliários, observadas as condições normativas estabelecidas pelo Conselho Monetário
Nacional;
i. Realizar, na qualidade de Agente do Governo Federal, por conta e ordem deste, e sob a
supervisão do Conselho Monetário Nacional, quaisquer operações ou serviços nos mercados
financeiro e de capitais, que Ihe forem delegados, mediante convênio.

16 | P á g i n a
Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES)

O Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) é um banco público federal, cujo
principal objetivo é o financiamento de longo prazo e investimento em todos os segmentos da
economia. Compõe a administração pública indireta sendo, atualmente, vinculado ao Ministério da
Economia, buscando apoiar empreendedores de diversos portes na realização de planos de
modernização, expansão e concretização de novos negócios, tendo em vista o potencial de geração
de emprego, renda e inclusão social.

Criado pela Lei 1.628/1952 sob o nome de Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico (BNDE)
como autarquia federal, com autonomia administrativa e personalidade jurídica própria, o objetivo
era de ser o órgão formulador e executor da política nacional de desenvolvimento econômico.

Em sua fase inicial, o BNDE investiu em infraestrutura, mas a criação de estatais possibilitou ao banco
investir mais na iniciativa privada e na indústria. Nos anos 60, o setor agropecuário e as pequenas e
médias empresas passaram a contar com linhas de financiamento.

Em 1971, o BNDE foi transformado em empresa pública, de personalidade jurídica de direito privado
[Lei 5.662/1971]. A mudança, possibilitou maior flexibilidade na contratação de pessoal, maior
liberdade nas operações de captação e aplicação de recursos e menor interferência política.

Em 1982, o Banco passou a se chamar Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social


(BNDES).

17 | P á g i n a
Conselho de Recursos do Sistema Financeiro Nacional (CRSFN)

O CRSFN é um órgão colegiado, de segundo grau, integrante da estrutura do Ministério da Economia


e tem por finalidade julgar, em última instância administrativa, os recursos contra as sanções
aplicadas pelo Banco Central e a CVM e, nos processos de lavagem de dinheiro, as sanções aplicadas
pelo Conselho de Controle de Atividades Financeiras (COAF) e demais autoridades competentes.

Instituído pelo Decreto 91.152/1985, o CRSFN é integrado por oito conselheiros titulares, com
reconhecida capacidade técnica e notório conhecimento especializado nas matérias de competência
do Conselho, tendo a seguinte composição [redação dada pelo Decreto 9.889, de 27 de junho de
2019]:

I. Dois indicados pelo Ministro de Estado da Economia [sendo um destes, o presidente];


II. Um indicado pelo Presidente do Banco Central do Brasil;
III. Um indicado pelo Presidente da Comissão de Valores Mobiliários; e
IV. Quatro indicados por entidades representativas dos mercados financeiros e de capitais
[sendo um destes, o vice-presidente].

O Procurador-Geral da Fazenda Nacional do Ministério da Economia designará Procuradores da


Fazenda Nacional com conhecimentos especializados nas matérias de competência do CRSFN para
atuarem no Conselho e zelarem pela fiel observância da legislação, na forma e nas hipóteses
estabelecidas no regimento interno.

O regimento interno do CRSFN é aprovado pelo Ministro de Estado da Economia, cujo conteúdo
dispõe sobre sua organização, seu funcionamento, e sobre:

I. A duração do mandato dos conselheiros, a possibilidade de recondução e as hipóteses de


perda do mandato;
II. A adoção de súmulas com efeito vinculante em relação às decisões do CRSFN;
III. As hipóteses em que o Presidente do CRSFN poderá decidir monocraticamente; e
IV. Os critérios para realização de sessões presenciais ou por meio de videoconferência.

Em sua redação mais recente, é instituído o Comitê de Avaliação e Seleção de Conselheiros do


Conselho de Recursos do Sistema Financeiro Nacional – CAS-CRSFN, cujo propósito é conduzir o
processo de seleção de conselheiros para compor o CRSFN. Compete ainda ao CAS-CRSFN:

I. Acompanhar e avaliar os relatórios e os indicadores de desempenho da atividade dos


conselheiros do CRSFN;
II. Manifestar-se sobre proposta de comunicação ao Ministro de Estado da Economia a respeito
de caso que implique perda de mandato de conselheiro;

18 | P á g i n a
III. Apresentar propostas de alteração da composição do CRSFN e dos critérios de seleção ao
Ministro de Estado da Economia; e
IV. Exercer outras atribuições que lhe forem cometidas pelo Ministro de Estado da Economia.

19 | P á g i n a
Participantes do Mercado – Principais atribuições

Participantes: bancos comerciais, múltiplos, de investimento e de desenvolvimento, cooperativas


e sociedades de crédito imobiliário, companhias hipotecárias, corretoras, distribuidoras e
sociedades de arrendamento mercantil (leasing).

Bancos Comerciais:

Bancos Comerciais são instituições financeiras constituídas obrigatoriamente sob a forma de


sociedades anônimas. Executam operações de crédito caracteristicamente de curto prazo,
atendendo, dessa maneira, às necessidades de recursos para capital de giro das empresas.

Os bancos comerciais possuem capacidade de criação de moeda, a qual é estabelecida com base nos
depósitos a vista captados no mercado. Essas instituições têm a prestação de serviços como uma
importante atividade, podendo realizar pagamentos de cheques, transferências de fundos e ordens
de pagamentos, cobranças diversas, recebimentos de impostos e tarifas públicas, aluguel de cofres
e custódia de valores, serviços de câmbio etc.

As principais operações ativas desenvolvidas pelos bancos comerciais concentram-se na concessão


de créditos por meio de descontos de títulos, crédito pessoal, crédito rural, adiantamentos sob
caução de títulos comerciais, cheques especiais etc. Os recursos dessas instituições são provenientes,
principalmente, dos depósitos à vista e a prazo, operações de redesconto bancário e assistência
financeira e operações.

Pelo volume de negócios, os bancos são classificados em bancos de varejo ou bancos de negócios.
Os bancos de varejo costumam operar sob uma mesma denominação social com diversas
modalidades e tipos de produtos financeiros, abrangendo um grande número de clientes. As
principais fontes de recursos dos bancos de varejo são os depósitos a prazo e, principalmente,
depósitos à vista. Os bancos de negócios, por sua vez, estão voltados para operações financeiras de
maior porte e complexidade, trabalhando com um número reduzido de clientes, porém, de poder
aquisitivo maior.

20 | P á g i n a
Bancos Múltiplos

Constituídos sob a forma de sociedade anônima, os bancos múltiplos são instituições financeiras
privadas ou públicas que realizam operações ativas, passivas e acessórias das diversas instituições
financeiras correspondentes às carteiras que detiver:

▪ Comercial;
▪ de investimento;
▪ desenvolvimento (exclusiva dos bancos públicos);
▪ de crédito imobiliário;
▪ de arrendamento mercantil (leasing); e
▪ de crédito, financiamento e investimento.

Sendo obrigatória a presença da expressão “Banco” em sua denominação, os Bancos Múltiplos


devem realizar atividades próprias de, pelo menos, dois tipos de carteiras, sendo obrigatória uma
carteira comercial ou de investimento. Nesse ponto, quem opera carteira comercial pode captar
depósitos à vista.

Com sua formação autorizada pela Resolução CMN 2.099, de 1994, as operações realizadas por um
Banco Múltiplo estão sujeitas às mesmas normas legais e regulamentares aplicáveis às instituições
singulares correspondentes às suas carteiras. É vedado aos bancos múltiplos emitir debêntures e não
há vinculação entre as fontes de recursos captados e as aplicações do banco múltiplo, salvo os casos
previstos em legislação e regulamentação específicas.

21 | P á g i n a
Banco de Investimentos

Bancos de Investimento são instituições financeiras de natureza privada, especializadas em


operações de participação societária de caráter temporário, de financiamento da atividade produtiva
para suprimento de capital fixo e de giro e de administração de recursos de terceiros. A resolução
2.624/1999 estabelece que tais Bancos devem ser constituídos sob a forma de sociedade anônima,
além de outras características:

I. Na denominação deve constar a expressão “Banco de” “Investimento;


II. Aos Bancos de Investimento é facultado, além da realização das atividades inerentes à
consecução de seus objetivos:
a. Praticar operações de compra e venda, por conta própria ou de terceiros, de metais
preciosos, no mercado físico, e de quaisquer títulos e valores mobiliários, nos
mercados financeiros e de capitais;
b. Operar em bolsas de mercadorias e de futuros, bem como em mercados de balcão
organizados, por conta própria e de terceiros;
c. Operar em câmbio, mediante autorização específica do Banco Central do Brasil;
d. Coordenar processos de reorganização e reestruturação de sociedades e
conglomerados, financeiros ou não, mediante prestação de serviços de consultoria,
participação societária e/ou concessão de financiamentos ou empréstimos;
e. Realizar outras operações autorizadas pelo Banco Central do Brasil.

A resolução prega em seu artigo 2º que os bancos de investimento podem empregar em suas
atividades, além de recursos próprios, os provenientes de:

I. Depósitos a prazo, com ou sem emissão de certificado;


II. Recursos oriundos do exterior, inclusive por meio de repasses interbancários;
III. Repasse de recursos oficiais;
IV. Depósitos interfinanceiros;
V. Outras formas de captação autorizadas pelo Banco Central do Brasil.

Podem manter em contas, sem juros e não movimentáveis por cheque, relativas a recursos de
terceiros:

I. Recebidos para aplicação em títulos e valores mobiliários e outros ativos financeiros e/ou
modalidades operacionais disponíveis nos mercados financeiro e de capitais, referentes à
movimentação dessas aplicações;
II. Vinculados à execução de suas operações ativas ou relacionadas com a prestação de
serviços.

22 | P á g i n a
Banco de Desenvolvimento

Bancos de Desenvolvimento são instituições financeiras públicas não federais, constituídas sob a
forma de sociedade anônima, com sede na Capital do Estado da Federação que detiver seu controle
acionário. Tais bancos devem adotar, obrigatória e privativamente, em sua denominação, a
expressão “Banco de Desenvolvimento”, seguida do nome do Estado em que tenham sede.

Os Bancos de Desenvolvimento integram o SFN e são regidos pelas normas legais pertinentes, pelas
normas regulamentares baixadas pelo Bacen com base em deliberações do CMN e com base em suas
atribuições legais.

O objetivo dos Bancos de Desenvolvimento é destacado no artigo 4º da Resolução 394/1976: o


objetivo precípuo de tais instituições é proporcionar o suprimento oportuno e adequado dos
recursos necessários ao financiamento, a médio e longo prazos, de programas e projetos que visem
a promover o desenvolvimento econômico e social dos respectivos Estados da Federação onde
tenham sede, cabendo-lhes apoiar prioritariamente o setor privado. Excepcionalmente, quando o
empreendimento visar benefícios de interesse comum, os bancos de desenvolvimento podem
prestar assistência a programas e projetos desenvolvidos em estado limítrofe à sua área de atuação.

Para atender a seu objetivo, os Bancos de Desenvolvimento podem apoiar iniciativas que visem a:

I. Ampliar a capacidade produtiva da economia, mediante implantação, expansão e/ou


relocalização de empreendimentos;
II. Incentivar a melhoria da produtividade, por meio de reorganização, racionalização,
modernização de empresas e formação de estoques – em níveis técnicos adequados – de
matérias primas e de produtos finais, ou por meio da formação de empresas de
comercialização integrada;
III. Assegurar melhor ordenação de setores da economia regional e o saneamento de empresas
por meio de incorporação, fusão, associação, assunção de controle acionário e de acervo
e/ou liquidação ou consolidação de passivo ou ativo onerosos;
IV. Incrementar a produção rural por meio de projetos integrados de investimentos destinados
à formação de capital fixo ou semifixo;
V. Promover a incorporação e o desenvolvimento de tecnologia de produção, o
aperfeiçoamento gerencial, a formação e o aprimoramento de pessoal técnico, podendo,
para este fim, patrocinar programas de assistência técnica, preferencialmente através de
empresas e entidades especializadas.

Os Bancos de Desenvolvimento registrados como sociedade anônima de capital aberto podem emitir
ações preferenciais, nas formas nominativas e ao portador, sem direito a voto, neste último caso

23 | P á g i n a
desde que previamente autorizados pelo Banco Central. O total de ações preferenciais, sem direito
a voto, não pode exceder 50% do capital social.

Os Bancos de Desenvolvimento dependem de prévia autorização do Banco Central para:

a. Funcionamento;
b. Instalação ou mudança de localização de quaisquer serviços;
c. Qualquer alteração estatutária.

Não podem manter agências, porém, é permitida a utilização da rede de agências de outras
instituições financeiras para execução de operações que estejam enquadradas nos objetivos dos
Bancos de Desenvolvimento, mediante lavratura de convênios específicos para prestação de
serviços.

A Resolução ainda dispõe que é vedado aos Bancos de Desenvolvimento:

a. Operar em aceites de títulos cambiários para colocação no mercado de capitais;


b. Instituir e administrar fundos de investimentos;
c. Realizar operações de redescontos;
d. Adquirir imóveis não destinados a uso próprio;
e. Financiar loteamento de terrenos e construção de imóveis para revenda ou incorporação,
salvo as operações relativas à implantação de distritos industriais.

Independentemente da fonte de recursos, só podem dar seu apoio financeiro a:

I) Pessoas físicas residentes e domiciliadas no País, desde que os recursos concedidos sejam
vinculados à execução de projeto aprovado pelo banco e/ou à realização de capital social,
ou à aquisição do controle acionário de empresas cujas atividades tenham importância para
a economia estadual ou regional;
II) Pessoas jurídicas de direito privado, sediadas no País, respeitado o contido nos arts. 33 a 35
do Decreto nº 55.762, de 17.02.65;
III) Pessoas jurídicas de direito público ou entidade direta ou indiretamente por elas
controladas.

O artigo 23 elenca que os Bancos de Desenvolvimento podem praticar as seguintes modalidades de


operações ativas:

I) Empréstimos e financiamentos;
II) Investimentos;
III) Arrendamento mercantil;
IV) Outras modalidades, mediante prévia autorização do Banco Central.

Dentre as operações de crédito realizadas pelos Bancos de Desenvolvimento, incluem-se os:

24 | P á g i n a
I) Financiamentos destinados a:
a. Capital fixo e semifixo;
b. Operações imobiliárias relativas a distritos industriais;
c. Aplicações na infraestrutura econômica e nos setores industriais de base;
d. Incremento das atividades pesqueiras, inclusive e preferentemente projetos
integrados atinentes à captura, industrialização e distribuição do pescado;
e. Incremento das atividades turísticas e de reflorestamento;
f. Incremento da produção rural, excetuada a parte referente ao custeio, observado
o disposto no § 1º do art. 5º.
II) Os empréstimos são destinados a:
a. Capital de movimento;
b. Elaboração de projetos industriais e/ou rurais, inclusive os que visem ao aumento
da produtividade.

Os Bancos de Desenvolvimento podem realizar as seguintes modalidades de operações de


investimento, com vistas à implantação ou ampliação de empreendimentos de importância para a
economia do Estado:

I) Subscrição de ações ou debêntures para revenda no mercado;


II) Garantia de subscrição;
III) Participação no capital social de empresas.

25 | P á g i n a
Cooperativas e Sociedades de Crédito Imobiliário

Cooperativas de Crédito

Cooperativa de crédito é uma instituição financeira formada pela associação de pessoas para prestar
serviços financeiros exclusivamente aos seus associados. Os cooperados são ao mesmo tempo donos
e usuários da cooperativa, participando de sua gestão e usufruindo de seus produtos e serviços.
Nas cooperativas de crédito, os associados encontram os principais serviços disponíveis nos bancos,
como conta corrente, aplicações financeiras, cartão de crédito, empréstimos e financiamentos.
Os associados têm poder igual de voto independentemente da sua cota de participação no capital
social da cooperativa. O cooperativismo não visa lucros, os direitos e deveres de todos são iguais e a
adesão é livre e voluntária.
O resultado positivo da cooperativa é conhecido como sobra e é repartido entre os cooperados em
proporção com as operações que cada associado realiza com a cooperativa. Assim, os ganhos voltam
para a comunidade dos cooperados. No entanto, assim como partilha das sobras, o cooperado está
sujeito a participar do rateio de eventuais perdas, em ambos os casos na proporção dos serviços
usufruídos.
As cooperativas de crédito são autorizadas e supervisionadas pelo Banco Central, ao contrário dos
outros ramos do cooperativismo, tais como transporte, educação e agropecuária.
Os depósitos em cooperativas de crédito têm a proteção do Fundo Garantidor do Cooperativismo de
Crédito (FGCoop). Esse fundo garante os depósitos e os créditos mantidos nas cooperativas
singulares de crédito e nos bancos cooperativos em caso de intervenção ou liquidação extrajudicial
dessas instituições. Atualmente, o valor limite dessa proteção é o mesmo em vigor para os
depositantes dos bancos.
A Política Nacional de Cooperativismo (Lei nº 5.764/1971), instituiu o regime jurídico das sociedades
cooperativas, suas características, definiu os princípios do cooperativismo e os seguintes tipos de
cooperativas:
a. Singulares: são as constituídas pelo número mínimo de vinte pessoas, sendo permitida a
admissão de pessoas jurídicas que tenham por objeto atividades econômicas correlatas às
de pessoa física, ou, ainda, aquelas sem fins lucrativos.
b. Centrais ou federações de cooperativas: são as constituídas de, no mínimo, três singulares
filiadas.
c. Confederações de cooperativas centrais: são as constituídas por pelo menos três
cooperativas centrais ou federações de cooperativas, da mesma ou de diferentes
modalidades.

26 | P á g i n a
A Lei Complementar n° 130/2009 definiu os objetivos principais das Sociedades Cooperativas de
Crédito. Segundo essa Lei, as cooperativas de crédito podem conceder crédito e captar depósitos à
vista e a prazo dos respectivos associados, realizar recebimentos e pagamentos por conta de
terceiros, realizar operações com outras instituições financeiras e obter recursos de pessoas
jurídicas, em caráter eventual, a taxas favorecidas ou isentas de remuneração, além de outras
operações.
As cooperativas centrais de crédito são constituídas para organizar, em comum acordo e em maior
escala, os serviços financeiros e assistenciais das filiadas, integrando e orientando suas atividades,
bem como facilitando a utilização recíproca dos serviços. São também responsáveis pela supervisão
auxiliar das singulares.
As federações de cooperativas de crédito, diferentemente das cooperativas centrais de crédito, não
podem realizar operações restritas às instituições financeiras, como a captação de recursos e a
concessão de empréstimos.
As confederações constituídas de cooperativas centrais de crédito têm por objetivo orientar,
coordenar e executar atividades destas, nos casos em que o vulto dos empreendimentos e a natureza
das atividades transcenderem o âmbito de capacidade ou a conveniência de atuação das associadas.

Sociedades de Crédito Imobiliário

Instituídas pela Lei 4.380/1964, as Sociedades de Crédito Imobiliário (SCI) são instituições financeiras
especializadas no financiamento habitacional, integrante do Sistema Financeiro da Habitação (SFH).
O foco da SCI consiste no financiamento para construção de habitações, na abertura de crédito para
compra ou construção de casa própria e no financiamento de capital de giro a empresas
incorporadoras, produtoras e distribuidoras de material de construção. Atualmente, em decorrência
da sua condição de repassadora, as SCIs têm atuado de forma mais limitada, voltando-se para
operações específicas, como o programa “Minha Casa, Minha Vida”. A SCI é constituída na forma de
sociedade anônima e é supervisionada pelo Banco Central. Deve constar de sua denominação social
a expressão “crédito imobiliário”.
Ao longo dos anos 80, diante da necessidade de se criar mecanismos para que essas instituições
pudessem obter melhores condições de permanência no Sistema Financeiro de Habitação (SFH), o
Conselho Monetário Nacional possibilitou a transformação de SCI em instituições repassadoras de
recursos do SFH, mediante a assunção do compromisso de abster-se de captar recursos do público,
bem como de transferência de suas captações de depósitos de poupança para outras instituições do
Sistema Brasileiro de Poupança e Empréstimo.
Essa transferência foi patrocinada pelo Fundo de Garantia de Depósitos e Letras Imobiliárias – FGDLI,
que assumiu a condição de credor das sociedades repassadoras e devedor das instituições receptoras

27 | P á g i n a
das contas de poupança. Com a Resolução 2.197/1995, o FGDLI foi extinto e teve seu patrimônio
absorvido pelo Fundo Garantidor de Créditos – FGC, que é entidade privada, sem fins lucrativos,
destinada a administrar mecanismo de proteção a titulares de créditos contra instituições
financeiras.

28 | P á g i n a
Companhias Hipotecárias

Instituídas pela Resolução 2.122, de 30 de novembro de 1994, as companhias hipotecárias (CH) tem
por objetivo a concessão de financiamentos imobiliários residenciais ou comerciais, empréstimos
garantidos por hipotecas ou alienação fiduciária de imóveis e repasses de recursos relacionados a
programas imobiliários, além da administração de fundos de investimento imobiliário.
Foram criadas, para fomentar o financiamento imobiliário além dos limites do Sistema Financeiro de
Habitação (SFH). Com a publicação da Lei nº 11.977, de 7 de julho de 2009, que instituiu o Programa
Minha Casa, Minha Vida, a Companhia Hipotecária passou a fazer parte do SFH.
A CH não recebe depósitos de poupança. Seus recursos provêm, entre outros, de letras
hipotecárias, debêntures, empréstimos, financiamentos no País e no Exterior e letras de crédito
imobiliário (LCI).
Considerada instituição financeira, a CH é autorizada e supervisionada pelo Banco Central e regulada
não só por esta autarquia, como também pelo Conselho Monetário Nacional. Deve ser constituída
sob a forma de sociedade anônima e a expressão “Companhia Hipotecária” deve constar de sua
denominação social.

Tipos de instituições financeiras que atuam no ramo imobiliário

Bancos e caixas Sociedades de crédito Associações de poupança e


Companhias hipotecárias
econômicas imobiliário empréstimo

Podem captar depósitos de Podem captar LCI e LH,


Captam depósitos
poupança, LCI e LH, mas, mas é vedada a captação Captam depósitos de
de poupança, LCI
atualmente, só atuam como de depósitos de poupança, LCI e LH*
e LH*
repassadoras* poupança*

Constituídos
como sociedades
Constituídas como sociedade Constituídas como Constituídas como sociedade
anônimas e
anônima sociedade anônima civil
empresa pública,
respectivamente

* Somente captação diretamente relacionada ao segmento imobiliário.

29 | P á g i n a
Sociedades Corretoras de Títulos e Valores Mobiliários

Conhecidas popularmente como “Corretoras”, as Sociedade Corretoras de Títulos e Valores


Mobiliários são instituições financeiras constituídas sob a forma de sociedade por ações ou por
quotas de responsabilidade limitada.
De acordo com a Resolução 1.655/89, do CMN, a sociedade corretora tem por objeto social, entre
outros:

− Operar em recinto ou em sistema mantido por bolsa de valores;

− Subscrever, isoladamente ou em consórcio com outras sociedades autorizadas,


emissões de títulos e valores mobiliários para revenda;

− Intermediar oferta pública e distribuição de títulos e valores mobiliários no mercado;

− Comprar e vender títulos e valores mobiliários por conta própria e de terceiros;

− Encarregar-se da administração de carteiras e da custódia de títulos e valores


mobiliários;

− Exercer funções de agência fiduciário;

− Instituir, organizar e administrar fundos e clubes de investimento;

− Intermediar operações de câmbio;

− Praticar operações no mercado de câmbio de taxas flutuantes;

− Praticar operações de conta margem, conforme regulamentação da CVM;

− Realizar operações compromissadas;

− Praticar operações de compra e venda de metais preciosos, no mercado físico, por


conta própria e de terceiros;

− Operar em bolsas de mercadorias e futuros por conta própria e de terceiros.

Além disso, as corretoras também podem auxiliar os investidores com a disponibilização para
clientes de informações provenientes de seus departamentos técnicos ou de análises de empresas,
títulos e fundos de investimento. A constituição e funcionamento de sociedades corretoras
dependem, além da autorização do Bacen, da admissão como membro de bolsa de valores, em razão
da aquisição de título patrimonial emitido por ela e a aprovação da CVM para o exercício de atividade
no mercado de valores mobiliários.

Principais atribuições: intermediação de títulos e valores mobiliários; compra, venda e


distribuição de títulos e valores mobiliários por conta e ordem de terceiros.

30 | P á g i n a
Sociedades distribuidoras de títulos e valores mobiliários: principais
funções

As DTVMs são instituições habilitadas à prática das atividades que lhe são atribuídas pelas leis
4.728/65 e 6.385/76. Podem ser constituídas sob a forma de sociedade anônima ou de sociedade
limitada e dependem da autorização do Bacen para sua constituição e da CVM para o exercício de
suas atividades.
Tem por objetivo, entre outros pontos, comprar, vender e distribuir títulos e valores mobiliários, e
operar em bolsas de mercadorias e de futuros. Antigamente, as DTVMs eram diferenciadas das
corretoras por não poderem operar diretamente nos ambientes e sistemas de negociação dos
mercados organizados de bolsa de valores, razão pela qual concentravam seus esforços na
distribuição de títulos. Entretanto, após Decisão Conjunta Bacen/CVM 17/09 essa vedação deixou
de existir.
Os objetivos básicos das DTVMs se assemelham aos das corretoras, estando igualmente sujeitas à
fiscalização da bolsa de valores, da CVM e do Bacen.

31 | P á g i n a
Sociedade de arrendamento mercantil (leasing)

Sociedade de arrendamento mercantil (SAM) realiza arrendamento de bens móveis e imóveis


adquiridos por ela, segundo as especificações da arrendatária (cliente), para fins de uso próprio
desta. Assim, os contratantes deste serviço podem usufruir de determinado bem sem serem
proprietários dele.
Embora sejam fiscalizadas pelo Banco Central do Brasil e realizem operações com características de
um financiamento, as sociedades de arrecadamento mercantil não são consideradas instituições
financeiras, mas sim entidades equiparadas a instituições financeiras.
As operações de arrendamento mercantil podem ser divididas em duas modalidades: leasing
financeiro e leasing operacional. A diferença básica é que no leasing financeiro o prazo é usualmente
maior e o arrendatário tem a possibilidade de adquirir o bem por um valor pré-estabelecido.
Ao final do contrato, o arrendatário tem as opções de efetivar a aquisição do bem arrendado ou
devolvê-lo. Ao final do leasing financeiro, em geral o cliente já terá pago a maior parte do valor do
bem, não sendo a devolução, embora possível, financeiramente vantajosa.
A Resolução nº 2.309, de 28 de agosto de 1996, disciplina e consolida as normas relativas às
operações de arrendamento mercantil, dispondo acerca da constituição e o funcionamento das
Sociedades de Arrendamento Mercantil (SAM). Essas sociedades são constituídas sob a forma de
sociedade anônima, devendo constar obrigatoriamente na sua denominação social a expressão
"Arrendamento Mercantil".
Além de recursos próprios, as SAM podem aplicar em suas atividades os provenientes de:
a. Empréstimos contraídos no exterior;
b. Empréstimos e financiamentos de instituições financeiras nacionais, inclusive de
repasses de recursos externos;
c. Instituições financeiras oficiais, destinados a repasses de programas específicos;
d. Colocação de debêntures de emissão pública ou particular e de notas promissórias
destinadas à oferta pública;
e. Cessão de contratos de arrendamento mercantil, bem como dos direitos creditórios
deles decorrentes; e
f. Depósitos interfinanceiros, nos termos da regulamentação em vigor.
As operações de arrendamento mercantil podem ser divididas em duas modalidades:
a. Leasing financeiro quando:
− As contraprestações e demais pagamentos previstos no contrato, devidos pela
arrendatária, sejam suficientes para que a arrendadora recupere o custo do bem
arrendado durante o prazo contratual da operação e, adicionalmente, obtenha um
retorno sobre os recursos investidos;

32 | P á g i n a
− As despesas de manutenção, assistência técnica e serviços correlatos à
operacionalidade do bem arrendado sejam de responsabilidade da arrendatária;
− O preço para o exercício da opção de compra seja livremente pactuado, podendo ser,
inclusive, o valor de mercado do bem arrendado.

b. Leasing operacional desde que:

− As contraprestações a serem pagas pela arrendatária contemplem o custo de


arrendamento do bem e os serviços inerentes a sua colocação à disposição da
arrendatária, não podendo o valor presente dos pagamentos ultrapassar 90% (noventa
por cento) do "custo do bem";
− O prazo contratual seja inferior a 75% (setenta e cinco por cento) do prazo de vida útil
econômica do bem;
− O preço para o exercício da opção de compra seja o valor de mercado do bem
arrendado;
− Não haja previsão de pagamento de valor residual garantido (VRG).

33 | P á g i n a
1.2 Clearings e Sistemas

Desenho do Novo SPB: conceitos

O SPB compreende as entidades, os sistemas e os procedimentos relacionados com o processamento


e a liquidação de operações de transferência de fundos, de operações com moeda estrangeira ou
com ativos financeiros e valores mobiliários, chamados, coletivamente, de entidades operadoras de
Infraestruturas do Mercado Financeiro (IMF). Adicionalmente, os arranjos e as instituições de
pagamento também integram o SPB.

As funções básicas de um sistema de pagamentos são transferir recursos, bem como processar e
liquidar pagamentos para pessoas, empresas, instituições financeiras para o governo e o Bacen. A
partir de 2002, quando houve uma reforma no SPB decorrente da edição da Lei 10.214/2001,
proporcionou-se a interligação dos sistemas dos participantes do mercado. Hoje, o SPB é integrado
por serviços de:

▪ Compensação de cheques;
▪ Compensação e liquidação de ordens eletrônicas de débito e de crédito;
▪ Transferência de fundos e de outros ativos financeiros;
▪ Compensação e liquidação de operações com títulos e valores mobiliários;
▪ Compensação e liquidação de operações realizadas em bolsas de mercadorias e de futuros
e outras entidades.

Os princípios fundamentais norteadores do SPB envolvem:

▪ Reconhecimento da compensação multilateral no âmbito dos sistemas de compensação e


de liquidação;
▪ Dispositivos que garantem a exequibilidade dos ativos oferecidos em garantia, no caso de
quebra de participante em sistema de compensação e de liquidação;
▪ Obrigatoriedade de que, em todo sistema de liquidação considerado sistematicamente
importante pelo Bacen, a entidade operadora atue como contraparte central e, ressalvado
o risco de emissor, assegure a liquidação de todas as operações cursadas, devendo para isso
contar com adequados mecanismos de proteção;
▪ Estabelecimento de princípios para o funcionamento do SPB em conformidade com as
recomendações feitas por organismos financeiros internacionais;
▪ Exigência de que, nos sistemas considerados sistematicamente importantes, a liquidação
final dos resultados apurados seja feita diretamente em contas mantidas no Bacen;
▪ Proibição de saldo a descoberto nas contas de liquidação mantida no Bacen.

34 | P á g i n a
O SPB possui uma base legal sólida e abrangente, pelo uso obrigatório de contrapartes centrais para
a liquidação de obrigações, pela certeza da liquidação dada pela contraparte central com base em
mecanismos de gerenciamento de riscos e salvaguardas, bem como pela irrevogabilidade e
finalidade das liquidações.

A função básica de um sistema de um Sistema de Pagamentos é transferir recursos, bem como


processar e liquidar pagamentos para pessoas, empresas, governo, Banco Central e
instituições financeiras.

Infraestruturas do mercado financeiro

Integram o SPB os serviços de compensação de cheques, de compensação e liquidação de ordens


eletrônicas de débito e de crédito, de transferência de fundos e de outros ativos financeiros, de
compensação e de liquidação de operações com títulos e valores mobiliários, de compensação e de
liquidação de operações realizadas em bolsas e mercadorias de futuros, de depósito centralizado e
de registro de ativos financeiros e de valores mobiliários.
Como regulador, o Bacen atua no sentido de converter as políticas estabelecidas em regras a serem
aplicadas às IMF, além de adequar o arcabouço normativo brasileiro, quando relevante, ao que
recomendam os organismos internacionais concernentes, como é o caso do Comitê de Pagamentos
e Infraestruturas do Mercado do Banco de Compensações Internacionais (CPMI/BIS) e do Comitê
Técnico da Organização Internacional de Comissões de Valores (TC/IOSCO).
Além da vigilância e da regulação, o BC também atua como provedor de serviços de liquidação. Nesse
papel, o BC opera o Sistema de Transferência de Reservas (STR) e o Sistema Especial de Liquidação e
de Custódia (Selic). O STR é um sistema de transferência de fundos e o Selic é um sistema de
liquidação de operações com títulos públicos.

35 | P á g i n a
Arranjos de pagamento

Um arranjo de pagamento é o conjunto de regras e procedimentos que disciplina a prestação de


determinado serviço de pagamento ao público. As regras do arranjo facilitam as transações
financeiras que usam dinheiro eletrônico. Diferentemente da compra com dinheiro vivo entre duas
pessoas que se conhecem, o arranjo conecta todas as pessoas que a ele aderem. É o que acontece
quando o cliente usa uma bandeira de cartão de crédito numa compra que só é possível porque o
vendedor aceita receber daquela bandeira.
Os arranjos podem se referir, por exemplo, aos procedimentos utilizados para realizar compras com
cartões de crédito, débito e pré-pago, em moeda nacional ou estrangeira. Os serviços de
transferência e remessas de recursos também são arranjos de pagamentos.
As pessoas jurídicas não financeiras que executam os serviços de pagamento no arranjo são
chamadas de instituições de pagamento e são responsáveis pelo relacionamento com os usuários
finais do serviço. Instituições financeiras também podem operar com pagamentos.
Alguns tipos de arranjo de pagamentos não estão sujeitos à regulação do Bacen, tais como os cartões
private label – emitidos por grandes varejistas e que só podem ser usados no estabelecimento que
o emitiu ou em redes conveniadas. Também não são sujeitos à supervisão do Bacen os arranjos para
pagamento de serviços públicos (como provisão de água, energia elétrica e gás) ou carregamento de

36 | P á g i n a
cartões pré-pagos de bilhete de transporte. Incluem-se nessa categoria, ainda, os cartões de vale-
refeição e vale-alimentação.
A legislação proíbe que instituições de pagamento prestem serviços privativos de instituições
financeiras, como a concessão de empréstimos e financiamentos ou a disponibilização de conta
bancária e de poupança.

O novo Sistema de Pagamentos Brasileiro

Para nós, acostumados com o desenvolvimento tecnológico em nosso meio, o novo SPB não parece
tão novo assim. Porém, diversas mudanças foram implementadas a partir de abril de 2002. As
principais mudanças foram:
• Transferências com recursos disponíveis: o cliente passou a poder transferir dinheiro via TED
(antes possível apenas via cheques ou DOCs) se os recursos estiverem efetivamente
disponíveis em sua conta corrente;
• Cheques iguais ou superiores a R$5.000,00: bancos continuaram a processar cheques de
valor igual ou superior a R$5.000,00, mas passaram a ser obrigados a recolher parte
expressiva dos seus valores no Bacen.
• Fundos e outras aplicações financeiras: as aplicações em fundos de investimentos feitas
mediante saldo disponível em conta corrente e/ou através de TED passaram a render a partir
do dia da sua realização. Os bancos, a seu critério, podem agendar aplicações de recursos
bloqueados na conta corrente (depósitos em cheques ou DOCs) para datas futuras. Já as
aplicações em depósitos a prazo (CDB e RDB) passaram a ter a possibilidade de ser acolhidas
independentemente da condição do recurso na conta corrente, porém, sob remuneração
diferenciada, a critério de cada banco;
• Cheque administrativo ou cheque ordem de pagamento: continuou a existir, mas passou a
ser substituído gradativamente pela transferência eletrônica, mais rápida, segura e de
menor custo;
• Cobertura de saldo devedor no cheque especial de na conta garantida: a transferência
Eletrônica Disponível – TED abaterá o saldo devedor no mesmo dia. Depósitos em cheques
de outros bancos e DOCs somente poderão cobrir a conta após compensados, a critério de
cada banco;
• Empréstimos: os empréstimos e financiamentos serão liberados pelos bancos em dinheiro
e deverão ser liquidados pelos clientes de acordo com as condições estipuladas nos
contratos. O dinheiro transferido através de TED quitará o débito no dia da transferência.

37 | P á g i n a
Sistema de Transferência de Reservas (STR)

O Sistema de Transferência de Reservas (STR) é o coração do Sistema de Pagamentos Brasileiro (SPB),


onde ocorre a liquidação final de todas as obrigações financeiras no Brasil.
A transferência de fundos no STR é irrevogável, isto é, só é possível “desfazer” uma transação por
meio de outra transação no sentido contrário. Além disso, para garantir a solidez do sistema, no STR
não há possibilidade de lançamentos a descoberto (não se admite saldo negativo). O STR, instituído
pela Circular nº 3.100/2002, é um sistema que faz liquidação bruta em tempo real (LBTR), ou seja,
que processa e liquida transação por transação.

Estrutura:

38 | P á g i n a
Clearings

As clearing houses, são órgãos responsáveis pela liquidação das operações ocorridas nas bolsas, nos
mercados de balcões organizados e no mercado financeiro como um todo. Foram estruturadas de
modo a viabilizar o Sistema de Pagamentos Brasileiro (SPB).
Títulos públicos e privados são negociados diariamente em grandes volumes e, a maior parte destes,
não é emitida fisicamente, sendo apenas da forma escritural. Então, o principal objetivo das clearing
houses é facilitar as transações de títulos e valores mobiliários mediante a supressão de riscos
inerentes às negociações. Esses órgãos realizam funções de registro, compensação, liquidação e
custódia. Tais sistemas são chamados de Sistema Especial de Liquidação e de Custódia (Selic) e
Central de Custódia e de Liquidação Financeira de Títulos Privados (Cetip). Ambos promovem a boa
liquidação das operações no mercado monetário.

Selic
O Sistema Especial de Liquidação e Custódia (Selic) foi desenvolvido pelo Bacen e a Andima
(Associação Nacional das Instituições do Mercado Aberto) em 1979, voltado a operar com títulos
públicos de emissão do Tesouro Nacional. Tem por finalidade controlar e liquidar financeiramente
as operações de compra e de venda de títulos públicos e manter sua custódia física e escritural.

As operações com títulos públicos são realizadas de forma eletrônica, e a liquidação financeira é
processada em tempo real. O sistema garante maior segurança para as operações de negociações
de títulos, oferecendo garantias da existência dos papéis em negociação e dos recursos necessários
para a liquidação financeira da operação.

Os títulos com maior negociação no Selic são os emitidos pelo Tesouro Nacional que compõem a
Dívida Pública Federal Interna. Os participantes do Selic são as instituições autorizadas a funcionar
pelo Bacen, como bancos, caixas econômicas, sociedades corretoras, sociedades distribuidoras,
entre outras. Já os pagamentos no sistema são processados através de reservas bancárias, e as
transferências dos títulos entre os investidores somente são autorizadas pelo sistema mediante
movimentações nessas reservas.

Os governos federal, estadual e municipal captam recursos no Mercado Financeiro por intermédio
da emissão de títulos públicos, visando suprir suas necessidades de recursos e custeio de
investimento.

39 | P á g i n a
Clearing B3

A Clearing B3 realiza o registro, a aceitação, a compensação, a liquidação e o gerenciamento de risco


de contraparte de operações do mercado de derivativos financeiros, de commodities e de renda
variável, dos mercados à vista de ouro, de renda variável e de renda fixa privada, realizadas em
mercado de bolsa e em mercado de balcão organizado, bem como de operações de empréstimo de
ativos.

Sucessora da antiga Companhia Brasileira de Liquidação e Custódia (CBLC) e fruto da fusão das
câmaras de Derivativos e de Ações e Renda Fixa Privada, a Clearing B3 liquida operações realizadas
por meio dos sistemas de negociação “PUMA” (negocia títulos de renda variável – mercado à vista e
de derivativos: opções, termo e futuro) e “Bovespa Fix” (títulos privados de renda fixa), ambos
ligados à B3.

Atua também como depositária central de ações e títulos de dívida corporativa, além de operar
programa de empréstimo sobre esses títulos por meio do Banco de Títulos (BTC), com garantia da
B3.

40 | P á g i n a

Você também pode gostar