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INSTITUTO APÓSTOLICO GÊNESIS

SEMINÁRIO DE INTRODUÇÃO A
TEOLOGIA

ATOS DOS APÓSTOLOS

A AÇÃO DO ESPÍRITO SANTO NA VIDA DOS APÓSTOLOS E


DA IGREJA DE CRISTO
O LIVRO DE ATOS DOS APÓSTOLOS

1. INTRODUÇÃO 
 
A IGREJA PRIMITIVA 
 
O livro de Atos é a única história da igreja cristã em existência, escrita antes do
século III d.C.. Bastaria esse fato isolado para que se reconhecesse universalmente o
valor deste livro e não encará-lo como mero documento histórico. 
Não obstante, o livro de Atos não encerra uma história completa de todo o
movimento cristão do primeiro século de nossa era, porquanto cobre tão somente um
período de três décadas, isto é, de cerca de 33 a cerca de 63 d.C: 
O titulo original do livro, Atos dos Apóstolos, é a continuação da narração do
levantamento e propagação do cristianismo, sendo que a primeira metade é contada pelo
evangelho de Lucas. Atos 1:1 é a passagem que deixa pouquíssima dúvida de que esses
dois volumes – o evangelho de Lucas e o livro de Atos - resultam de um único esforço
literário. É perfeitamente possível que os manuscritos originais dessas duas obras
tivessem sido postos para circular juntos. Essas duas obras formam o mais completo
registro histórico de como se desenvolveu a nova religião revelada, em torno da
personalidade do Senhor Jesus Cristo. 
É exatamente o desenvolvimento dessa nova fé que o livro de Atos acompanha até
cerca do ano 67 d.C., quando o maior herói dessa nova fé se encontrava aprisionado em
Roma. Embora o autor sagrado sem dúvida alguma tenha vivido o bastante para ser
testemunha do martírio do apóstolo Paulo. 
O livro de Atos é a pedra chave que vincula as duas porções principais do Novo
Testamento, isto é, o “evangelho”, conforme os primeiros cristãos diziam... a única
ponte de que dispomos para atravessar o abismo aparentemente intransponível que
separa Jesus de Paulo, Cristo do cristianismo, o evangelho de Jesus e o evangelho sobre
a pessoa de Jesus. 
 
ANOTAÇÕES: 
 
• É a única história da igreja em existência, escrita antes do século III d.C.; 
• Não encena a história completa do movimento cristão, pois cobre um período de 33 a
63 d.C.; 
• O Título Original Atos dos Apóstolos. 
• É a continuação da narração da propagação do cristianismo; 
• Primeira metade contada pelo evangelho de Lucas; 
• Atos 1:1 a passagem que comprova ser o livro parte de um único esforço literário; 
• Lucas – Atos formam o mais completo registro histórico da religião em torno de Jesus
Cristo; 
• Encerra sem relatar o de Paulo; 
• É a pedra chave que vincula as duas forças do Novo Testamento, é a porta que une
Jesus Cristo a Paulo. 
2. AUTORIA 
 
Destaca-se acima de tudo a autoria comum e a unidade da obra Lucas – Atos. Isso
faz de Lucas o mais extensivo autor de todo o Novo Testamento, pois, somando-se esses
dois volumes, temos nessas duas obras mais de um quarto do total do volume do N.T., a
menos que consideremos paulina a epístola aos Hebreus. Os dois volumes constituem
duas divisões de uma mesma obra literária. O trecho de Atos 1:1 mostra que o autor
sagrado tencionava que esses dois volumes fossem reputados uma unidade. 
Quase que o dobro de palavras é peculiar ao livro de Atos e ao evangelho de Lucas
quando comparados entre si, do que quando se confronta o livro de Atos com os
evangelhos sinópticos. 
Tanto o evangelho de Lucas como o livro de Atos foram endereçados a Teófilo. O
trecho de Atos 1:1 esclarece-nos que ambos os livros foram escritos como duas partes
de uma mesma obra literária, e a linguagem em que ambos esses volumes foram
escritos, no que tange à qualidade do grego koiné, distingue Lucas dos autores dos
outros evangelhos e de todos os demais livros do N.T.. Trata-se de excelente
grego>koiné<literário, superior ao grego dos demais evangelhos e no mesmo nível das
melhores porções literárias dos demais livros do N.T.. 
O fato de que foram escritos pelo mesmo autor é igualmente demonstrado pelo
fato de que ambos enfatizam os mesmos temas, do princípio ao fim: a. A universalidade
da religião cristã, b. o Espírito Santo, c. Ambos esses livros demonstram uma marcante
simpatia pelos pobres e pelos grupos desprezados da sociedade antiga, d. Ambos os
volumes demonstram antipatia pelos ricos, e. Há saliência sobre o dever e o uso
apropriado das riquezas. 
 
ANOTAÇÕES: 
 
• Destaca-se a autoria comum e a unidade da obra Lucas – Atos; 
• Lucas o mais extensivo autor do Novo Testamento (+ de 1\4 do N.T.); 
• O dobro das palavras é peculiar ao livro de Atos; 
• Foram endereçadas a Teófilo; 
• A qualidade do grego koiné é superior ao grego dos demais evangelhos; 
• O fato de o evangelho de Lucas e Atos terem sido escritos por um mesmo autor é
demonstrado pelo fato de ambos enfatizarem os mesmos temas do princípio ao fim; 
• A universalidade da religião cristã; 
• O Espírito Santo; 
• Simpatia pelos pobres; 
• Antipatia pelos ricos; 
• É salientado o dever e o uso apropriado das riquezas. 

3. DATA 
 
A data aproximada da dupla obra Lucas – Atos pode ser melhor determinada
mediante o exame mais do livro de Atos que mesmo do evangelho. 
A data mais recuada possível é de 60 d.C., por ser esse o tempo mais cedo em que
Paulo poderia ter chegado a Roma. Supondo-se que Lucas escreveu esse livro
imediatamente depois do encarceramento de Paulo, então tal volume poderia ter sido
escrito em cerca de 60 d. C.. 
Entretanto, Lucas foi companheiro de viagens missionárias de Paulo, pelo que
também não podia ser homem de idade muito diferente da do apóstolo. Não é muito
provável, pois, que ele tivesse vivido para além do ano 100 d. C.. 
 
ANOTAÇÕES: 
 
• A data mais aproximada é a de 60 d. C.. 
• Por ser esse o tempo mais cedo que Paulo poderia ter chegado a Roma; 
• Supondo que Lucas o escreveu imediatamente do encarceramento; 
• Lucas deveria ter a mesma idade que Paulo e não pode ter vivido mais de 100 anos; 
• Não há menção da destruição de Jerusalém (70 d.C.). 
 
 
4. DESTINO 
 
O livro de Atos, tal como o evangelho de Lucas, foi escrito para um oficial romano
de nome Teófilo (ver as notas expositivas sobre Atos 1:1). Por conseguinte, o livro foi
enviado a um membro da aristocracia romana que mui provavelmente residia em Roma.
Foi escrito esse livro como a finalidade de apresentar a esse oficial e a outras pessoas
interessadas, uma defesa do cristianismo – não se tratava de um ramo herético do
judaísmo – não era uma organização política. Visava circular entre os lançamentos
literários da época, para benefício do publico leitor gentílico, visando os propósitos
descritos acima. Não é por isso, contudo, que haveríamos de eliminar o livro de Atos da
lista das obras sagradas dirigidas a igreja cristã universal, como se não tencionasse
explicar aos cristãos as origens e os primeiros desenvolvimentos do cristianismo, que
emprestavam validade a sua missão de âmbito universal. 
 
ANOTAÇÕES: 
 
• Foi escrito como o Evangelho de Lucas para um oficial romano chamado Teófilo. 
• Foi enviado a um membro da aristocracia romana, que possivelmente residia em
Roma; 
• Foi escrito com a finalidade de apresentar a esse oficial uma defesa do cristianismo; 
• Visando circundar entre os lançamentos literários da época; 
• Principalmente também dirigida a Igreja Cristã Universal para explicar aos cristãos as
origens e os princípios desenvolvimento do cristianismo. 

5. PROPÓSITO 
 
Na discussão que se segue, teremos ocasião de nos referir regularmente a intenção
ou propósito de Lucas ao escrever Atos. Deve ser enfatizado que sempre queremos dizer
que o Espírito Santo esta por de trás da intenção de Lucas. Assim como devemos
“desenvolver a nossa salvação”, Porém, “Deus é quem efetua em nos” (Fp. 2:12-13).
Assim, Lucas tinha certos interesses e empenhos ao escreves Lucas – Atos. 
Por de trás de tudo isto, no entanto, conforme cremos, estava a obra do Espírito
Santo que a tudo superintendia. 
Nosso interesse aqui, portanto, é ajudar você a ler e a estudar o livro de modo
atento, é ajudar você a olhar o livro em termos dos interesses de Lucas e fazer alguns
tipos novos de perguntas enquanto lê. 
Se puder ser demonstrado que a intenção de Lucas em Atos era determinar um
padrão para a Igreja para todos os tempos, logo, tal padrão decerto torna-se normativo,
ou seja: é o que Deus requer de todos os cristãos em quaisquer condições. Mas se sua
intenção foi outra, devemos pois postular as perguntas hermenêuticas de maneira
diferente. Descobrir a intenção de Lucas no entanto, é especialmente difícil,
parcialmente porque não sabemos quem era Teófilo, nem porque Lucas teria escrito
para ele, e parcialmente porque Lucas parece ter tido vários interesses diferentes. 
 
ANOTAÇÕES: 
 
• Lucas tinha certos interesses em escrever Lucas – Atos, ainda assim sabemos que tudo
foi obra do Espírito Santo, que a tudo comandou. 
• A intenção de Lucas é a mais importante e a mais difícil; 
• Podemos pensar que foi determinado um padrão para a igreja e para todos os tempos? 
 
6. RECOMENDAÇÃO 
 
Como de costume, a primeira coisa que fazemos é ler, preferivelmente, o livro
inteiro numa só assentada. E enquanto você lê, aprenda a fazer observações e perguntas.
O problema com fazer observações e perguntas enquanto lê Atos, naturalmente, é que a
narrativa prende tanto a atenção que é freqüente simplesmente, nos esquecermos de
fazer as perguntas exegéticas. 
Assim também, se fossemos lhe dar uma tarefa aqui, seria do seguinte tipo: 
 
• Leia Atos do começo ao fim em uma ou duas assentadas. 
• Enquanto você lê faça notas mentais de assuntos tais como pessoas – chaves e lugares
– chaves, temas que voltam a ocorrer (o que realmente interessa a Lucas), divisões
naturais do livro. 
• Agora, volte, e faça uma leitura por alto, e anote com referencias suas observações
anteriores. 
• Faça a si mesmo a pergunta: por que Lucas escreveu este livro? 
Atos têm sido freqüentemente dividido com base nos interesses de Lucas em
Pedro (caps. 1 – 12) e em Paulo (13 – 28), ou na expansão geográfica do Evangelho (1 –
7, Jerusalém: 8 – 10, Samaria e Judéia: 11 – 28, até aos confins da terra). 
Há outro indício dado pelo próprio Lucas, que parece vincular tudo muito melhor.
Enquanto você lê, note as breves declarações de resumo em 6:7; 9:31; 12:24; 16:4;
19:20. Em cada caso, a narrativa parece fazer uma pausa por um momento antes de
tomar algum tipo de direção nova. A partir deste indício, Atos pode ser visto como
sendo composto de seis seções, ou painéis, que dão à narrativa um movimento para
frente, a partir do seu âmbito judaico baseado em Jerusalém, tendo Pedro como sua
personagem de liderança, em direção a uma igreja predominante gentia; tendo Paulo
como sua personagem de liderança, e com Roma, a capital do mundo gentio, como o
alvo. Uma vez que Paulo chega a Roma, onde mais uma vez se volta para gentios,
porque eles escutarão (28:28); a narrativa chega ao fim. 
Você pode notar, portanto, enquanto lê como cada seção contribui para este
“movimento”. Nas suas próprias palavras, procure descrever cada painel, tanto no seu
conteúdo quanto na sua contribuição ao movimento para frente. Qual parece ser a chave
para cada novo movimento para frente. 
 
AQUI ESTÁ NOSSA PRÓPRIA TENTATIVA 
 
1.1 – 6.7. Uma descrição da igreja primitiva em Jerusalém. O painel termina com uma
narrativa que indica que uma divisão começara entre os crentes de idioma grego e os de
idioma aramaico. 
 
6.8 – 9.31. Uma descrição da primeira expansão geográfica, levada ao efeito pelos
“helenistas” (cristãos judaicos de idioma grego). Lucas também inclui a conversão de
Paulo, que era um helenista. O martírio de Estevão é a chave a esta expansão inicial. 
 
9.32 – 12.24. Uma descrição da primeira expansão aos gentios. A chave é a conversão
de Cornélio, cuja história é contada duas vezes. 
 
16.5. Uma descrição da primeira expansão geográfica para dentro do mundo gentio,
com Paulo na liderança. 
 
16.6 – 19.20. Uma descrição da expansão adicional, sempre em direção ao ocidente, o
mundo gentio agora entrando na Europa. Repetidas vezes os judeus rejeitam o
Evangelho e os gentios lhes dão as boas vindas. 
 
19.21 – 28. 30. Uma descrição dos eventos que levam Paulo e o Evangelho para Roma,
com muito interesse pelos julgamentos de Paulo. 
À medida em que você lê, notará que nossa descrição do conteúdo omite um fator
crucial – alias, o fator crucial - a saber, o papel do Espírito Santo em tudo isto. Você
notará enquanto lê que a cada conjuntura – chave, em cada pessoa – chave, o Espírito
Santo desempenha o papel de liderança total. A totalidade deste movimento para a
frente, não aconteceu pelo desígnio do homem, aconteceu porque foi da vontade de
Deus e porque o Espírito Santo o levou a efeito. 

7. VISÃO PANORÂMICA 
 
Enquanto o Evangelho segundo Lucas relata “tudo que Jesus começou, não só a
fazer, mas a ensinar” (1.1). 
Atos descreve o que Jesus continuou a fazer e a ensinar depois de sua ascensão,
mediante o poder do Espírito Santo, operando em, e através dos seus discípulos e da
igreja primitiva. Ao ascender ao céu (1.9 – 11), a última ordem de Jesus aos discípulos
foi para que permanecessem em Jerusalém até que fossem batizados no Espírito Santo
(1.4 – 5). O versículo chave de Atos (1.8) contém um resumo teológico e geográfico do
livro: Jesus promete aos discípulos que receberão poder quando o Espírito Santo vier
sobre eles; poder para serem suas testemunhas (1) em Jerusalém (1 – 7), (2), em toda a
Judéia e Samaria (8 – 12) e (3) até aos confins da terra (13 – 28). 
Nos capítulos 1 – 12, o centro principal irradiador da igreja é Jerusalém. Aqui,
Pedro é o mais destacado instrumento usado por Deus para pregar o evangelho. 
Nos capítulos 13 – 28, o centro principal da irradiação passou a ser Antioquia da
Síria, onde o instrumento de maior realce nas mãos de Deus foi Paulo para levar o
Evangelho aos gentios. 
O livro de Atos termina de modo repentino com Paulo em Roma aguardando
julgamento perante César (28 – 31). 
 
ANOTAÇÕES: 
 
• Cap. 1.1 – 11 – Relata o que Jesus continua a fazer depois da ascensão. Mediante o
poder do Espírito Santo, operando em e através dos discípulos e da Igreja. 
• (1:4 – 5) – A última ordem de Jesus aos discípulos para ficarem Jerusalém até que
fossem revestidos de poder. 
• (1:8) – Versículo chave que contém resumo teológico e geográfico do livro. Jesus
promete que receberiam poder quando o Espírito Santo viesse sobre eles. 
• Poder para serem testemunhas Dele: 
• Em Jerusalém (1:7) 
• Em toda Judéia e Samaria (8 – 12) 
• Até os confins da terra (13 – 28) 
• Cap. 1 – 12 – Centro principal irradiador da Igreja é Jerusalém, e aqui, Pedro é o mais
destacado instrumento usado por Deus. 
• Cap. 13 – 28 – O centro principal da propagação do Evangelho é Antioquia da Síria,
onde Paulo é o maior instrumento para levar o evangelho aos gentios. 
• Cap. 28:31 – Termina de forma triunfante. 

8. ESBOÇO GERAL 
 

Introdução (1.1 – 11) 


 
I. O Derramamento do Espírito Santo (1.12 – 2.41) 
 
A. A Preparação para a Promessa (1.12 – 26) 
B. O Dia do Pentecoste (2.1 – 41) 
 
II. Os Primeiros Dias da Igreja em Jerusalém (2.42 – 8, 1 a) 
 
A. Características da Igreja Apostólica em seguida ao Derramar do Espírito (2.42 – 47) 
B. Um Grande Milagre e seus Efeitos (3.1 – 4.31) 
C. A Comunidade de Bens dos Primeiros Cristãos (4.32 – 5.11) 
D. Mais Curas e a Resistência da Religião Oficial (5.12 – 42) 
E. A Escolha de Sete Diáconos (6.1 – 7) 
F. Estevão: O Primeiro Mártir do Cristianismo (6.8 – 8. 1 a) 
 
III. A Perseguição leva a Expansão (8.1 b – 9.31) 
 
A. Os Crentes Dispersos na Judéia e Samaria (8.1 b – 4) 
B. Filipe: O Ministério de um Evangelista (8.5 – 40) 
C. Saulo de Tarso: A Conversão de um Perseguidor (9.1 – 31) 
 
IV. O Cristianismo propaga-se entre os Gentios (9.32 – 12.25) 
 
A. O Ministério de Pedro em Lida e Jope (9.32 – 43) 
B. A Missão de Pedro aos Gentios em Cesaréia (10.1 – 48) 
C. O Informe de Pedro à Igreja de Jerusalém e a Aprovação de sua Decisão (11.1 – 18) 
D. Antioquia: A Primeira Igreja Gentia (11.19 – 30) 
E. Perseguição sob Herodes Agripa I (12.1 – 23) 
F. Resumo do Crescimento da Igreja (12.24,25) 
 
V. Primeira Viagem Missionária de Paulo (13.1 – 14.28) 
 
A. Paulo e Barnabé são Comissionados pela Igreja Local de Antioquia (13.1 – 3) 
B. Início da Evangelização da Província da Ásia (13.4 – 14.28) 
 
VI. O Concílio de Jerusalém (15.1 – 35) 
 
VII. Segunda Viagem Missionária de Paulo (15.36 – 18.22) 
 
A. Divergência entre Paulo e Barnabé (15.36 – 18.22) 
B. Visita às Igrejas Fundadas (15.41 – 16.5) 
C. Novas Regiões Evangelizadas na Província da Ásia (16.6 – 18.21) 
D. Regresso a Antioquia da Síria (18.22) 
 
VIII. Terceira Viagem Missionária de Paulo 
 
A. A Caminho de Éfeso (18.23 – 21.16) 
B. Parêntese: O Ministério de Apolo (18.24 – 28) 
C. Um Prolongado Ministério em Éfeso (19.1 – 41) 
D. Viagem à Macedônia, Grécia e volta a Macedônia (20.1 – 5) 
E. Regresso a Jerusalém (20.6 – 21.16) 
 
IX. A Prisão de Paulo e seu Ministério enquanto preso (21.17 – 28.31) 
 
A. Em Jerusalém (21.17 – 23.35) 
B. Em Cesaréia (24.1 – 26.32) 
C. A Caminho de Roma (27.1 – 28.15) 
D. Em Roma (28.16 – 31) 
Por causa da sua importância tratamos o livro de “Atos” mais pormenorizadamente.
Pediremos agora ao estudante que aprenda o seguinte esboço de capítulos para poder
gravar bem na sua memória o conteúdo do livro: 
 
 
9. ESBOÇO DOS CAPÍTULOS 
Poder 
Pentecoste 
Pedro e João 
Sacerdotes e oração 
Castigo 
Cristãos pobres 
Estevão perseguido 
Felipe 
A conversão de Paulo 
A visão de Paulo 
A explicação de Pedro 
A prisão de Pedro 
A primeira viagem missionária de Paulo 
O regresso de Paulo 
Paulo em Jerusalém 
A segunda viagem de Paulo 
Paulo em Atenas 
Priscila e Aquila 
A terceira viagem de Paulo 
Paulo na Europa 
A prisão de Paulo 
O discurso de Paulo na escada 
A fuga de Paulo 
Paulo perante Félix 
Paulo perante Festo 
Paulo perante Agripa 
Paulo num naufrágio 
Paulo em Roma 
(Extraído da Bíblia de Estudo Pentecostal, Antigo e Novo Testamento – Revista e
Corrigida – Edição 1995 – CPAD). O livro de Atos dos Apóstolos Página 11 de 39 

10. CAPÍTULO 1: 1 – 26 – COMENTÁRIO E ANÁLISE 


 
Os quarenta dias e depois (1:1 – 26). 
 
Começa o livro no ponto em que o Evangelho de Lucas terminou com o Senhor
ressuscitado aparecendo aos discípulos, ordenando-lhes que esperem em Jerusalém até
que recebam poder celestial, para depois agirem como Suas testemunhas naquela
cidade, na Judéia e Samaria, até aos confins da terra. 
Já se tem dito que esta indicação geográfica tríplice (1:8) constitui-se uma espécie de
índice do esboço de Atos. As palavras de Cristo “Sereis minhas testemunhas”, são
dignas de nota por serem citadas em Is. 43:10. A inferência é que essas palavras do
grande profeta do Velho Testamento se cumprem nos discípulos de Jesus; eles foram o
remanescente do antigo Israel e o núcleo do novo. 
Vem depois a narrativa da ascensão, após o que os discípulos, em número de 120,
aguardam em Jerusalém o cumprimento da promessa do Espírito Santo, e nesse ínterim
preenchem a vaga deixada no colégio dos doze com a deserção de Judas. 
(Luc. 1:3). Tudo quanto Jesus começou tanto a fazer como a ensinar (1). Visto como
o assunto do terceiro Evangelho é sumariado assim, a inferência, é que este novo
volume vai tratar do que Jesus continuou a fazer e a ensinar após Sua ascensão – pelo
Seu Espírito em Seus seguidores. Sendo visto por eles por espaço de quarenta
dias (2). Daí vem que no calendário cristão o dia da ascensão cai no quadragésimo dia
depois da páscoa. Chegava agora ao fim com uma cena que os convenceu da glória
celestial do seu Mestre. Vós sereis batizados com o Espírito Santo (5). A pregação de
João Batista em Mar. 1:8. Assim virá. Possivelmente com referência particular à nuvem
(9). 
 
ANOTAÇÕES: 
 
• O livro começa onde o Evangelho de Lucas termina. 
• O Senhor ressuscitado aparecendo aos discípulos. 
• Ordem de esperar a promessa do Pai (breve). 
• V.6 – Restaurar o Reino Mat. 21:43 e Rom. 11:25 – 27 
• V.9 – Ascensão 
• Entre a ressurreição e a ascensão Jesus apareceu 10 a 11 vezes num período de 40
dias. 
• Culmina a aparição com uma demonstração da gloria celestial. 
• V.15 – Pedro fala em nome dos apóstolos. 
• Ali reunidos em assembléia cerca de 120. 
• Texto de Salmos 69:25; 109:8. 
• V.26 – Mateus eleito apóstolo. 
 

QUESTIONÁRIO: 
 
1. A qual escritura se refere o autor em 1:1? 
2. Quando deu mandamentos aos apóstolos por meio do Espírito? (v.2 comp. Mat. 28:16
– 20; Marcos 16:14 – 20; Lucas 24:44 – 53; João 20:19 – 23). 
3. Que mandamento foi dado? 
O livro de Atos dos Apóstolos Página 12 de 39 
 
4. Quando o Pai prometeu o Espírito Santo? (Joel 2:28) 
5. Jesus mencionou o dia exato quando o Espírito Santo seria derramado?(v.5) 
6. Por que não? (comp. Marcos 13:37) 
7. Que perguntas fizeram os discípulos nesta ocasião? (v.6) 
8. O reino havia sido tirado de Israel? (Mat. 21:43) 
9. Jesus respondeu diretamente aquela pergunta? 
10. Que deve suceder antes desse acontecimento? 
11. Onde devia começar e terminar o ministério dos apóstolos? (1:8) 
12. Em que cidade começa o livro de Atos? 
13. Que sucedeu depois de Jesus ter dado os Seus mandamentos aos apóstolos? 
14. De que montanha ascendeu Jesus? (v.12) 
15. Em que montanha descerá a Sua segunda vinda? (Zac. 14:4) 
16. Quem falou em nome dos apóstolos? (v.15) 
17. Quantos discípulos se reuniram naquela ocasião? 
 

11. CAPÍTULO 2: 1 – 47 – PANORÂMICA 


 
Pentecostes. 30 ou 33 d.C. O aniversário da igreja. 50 dias depois da crucificação
de Jesus. 10 dias após Sua ascensão. 
A morte e a ressurreição de Cristo e o derramamento do Espírito representam o
cumprimento dos tipos de três festas que se seguiram em sucessão uma a outra, a saber:
a Páscoa (Lev. 23: 5), a Festa das Primícias (Lev. 23: 10 – 14), a Festa de Pentecoste
(Lev. 23: 15 – 21). A Páscoa era simbólica da morte expiatória de Cristo. Seguindo a
Páscoa celebrava-se a Festa das Primícias, festa em que as primícias da colheita eram
movidas diante do Senhor. Esta cerimônia era simbólica da ressurreição de Cristo como
as “primícias” dentre os mortos. A partir desta festa, contavam-se cinqüenta dias, e no
último celebrava-se a Festa de Pentecoste (daí o nome “Pentecoste”, que significa 50). 
 
O SERMÃO DE PEDRO 
 
O dialeto Galileu era tão característico e difícil de ser entendido pelos não –
galileus que o fato de os discípulos deixarem as peculiaridades de sua fala local e de
súbito se capacitarem a falar em línguas compreendidas pelas multidões heterogêneas,
então em Jerusalém, não pode escapar de ser notado. Quando as atenções ficaram presas
desse modo, Pedro aproveitou a oportunidade para se levantar com os outros apóstolos e
dirigir a palavra a todos que estavam ao alcance de sua voz (14). Vale notar as palavras
do seu discurso, porque mostram a forma regularmente adotada na pregação apostólica
primitiva, ou o Kerygma, o modelo ou esboço que também pode ser traçado como a
estrutura original de nossa tradição evangélica. 
Esse modelo apresenta quatro principais aspectos: primeiro, uma narração do
ministério publico e dos sofrimentos de Jesus; segundo, o atestado divino de Seu
Ministério messiânico que a ressurreição oferece, da qual o orador afirma ser
testemunha ocular; terceiro, testemunhos do Velho Testamento, provando ser Jesus o
Messias; e por fim, exortação ao arrependimento e a fé. 
Estes aspectos podem ser observados bem claramente no discurso de Pedro. É
impressionante o uso que ele faz dos testemunhos do Velho Testamento. Por exemplo
palavras do Salmo 16:10. Tão eficaz foi sua exortação que três mil creram nas boas
novas e foram batizados, formando assim a primeira igreja cristã. 
 
ANOTAÇÕES: 
 
• Cap. 2: 1 – 47. Primícias e Festa das Colheitas: 
 
Pentecostes 30 ou 33 d.C. (Domingo). 
50 dias depois da crucificação. 
10 dias após a ascensão. 
Primeiro dia da semana. 
• A morte, ressurreição e o derramamento de Espírito: 
 
Apontam para as 3 festas que se seguiram uma em sucessão a outra.
 
(A Páscoa – Lev. 23:5) - Símbolo da morte expiatória de Cristo. 
 
(As Primícias – Lev. 23:10 – 14) - Simbólica da ressurreição de Cristo como dentre os
mortos. 
 
(Pentecostes – Lev. 23:15 – 21) - Contava-se 50 dias a partir das primícias e no ultimo
dia celebrava-s e o Pentecostes. 
 
• O Derramamento do Espírito: 
 
Falavam em línguas, mas eram atendidas por todas. 
• A pregação de Pedro (2:14 – 36). 
 
Pedro fala a todos quanto podem ouvi-lo. 
 
Aqui há um esboço que se assemelha ao nosso modelo de pregação. 
Narração do ministério público de Jesus. 
Atestado de ministério que a ressurreição oferece, da qual ela é testemunha
ocular. 
Testemunhos do Velho Testamento provando ser Jesus o Messias. 
Exortação ao arrependimento e a fé. 
 
Citação (livro do profeta Joel 2:28 – 32). 
Arrependimento e 3 mil almas salvas. 
 
QUESTIONÁRIO: 
 
18. Ficou o povo cheio do Espírito antes da morte de Cristo?Nem sempre falam numa
língua conhecida, mas geralmente uma língua desconhecida (comp. I Cor. Cap. 14). 
19. Em que sentido os discípulos estavam embriagados? 
20. Teve neste tempo a profecia de Joel o seu cumprimento total? 
21. Que podemos dizer a respeito da união entre os primitivos cristãos?(v.44 – 47) 
22. De quem desviou Pedro a vista do povo (3: 12)A quem dirigiu? (v.13) 
23. O que foi feito, segundo Pedro, em Seu nome?(v.16) 

12. CAPÍTULO 3: 1 – 26 – CURA DE UM COXO 


 
No capítulo 3 Lucas dá um exemplo de prodígios e sinais (2: 43), narrando um
deles que teve conseqüências interessantes. Os apóstolos e os outros crentes
continuaram a observar os costumes judeus, pelo que assistiam no templo regularmente.
Uma tarde, quando Pedro e João para lá se dirigiam, à hora da oblação (cerca de 15
horas), ao passarem pela Porta formosa, chamada de Nicanor, que levava ao Pátio dos
Gentios, para o das Mulheres, a atenção deles foi atraída por um coxo de nascença que
ali se postava a pedir esmolas ao povo que passava pela porta. Pedro ordenou-lhe que
levantasse e andasse, invocando a autoridade de Jesus, o Messias Nazareno. Ajudando-o
a erguer-se sobre os pés, o coxo andou e ergueu a voz em louvor a Deus, saltando de
modo que todo o povo por ali o observava. Naturalmente foi grande a sensação, visto
como todos conheciam o coxo que há tanto tempo ali estava a esmolar.Aglomerando-se
a multidão na colunata de Salomão, Pedro aproveitou a ocasião para anunciar Jesus
como Messias, rejeitado e crucificado pelos Judeus, porém agora levantado dentre os
mortos a oferecer remissão dos pecados e o cumprimento das promessas proféticas
feitas a Israel. O Homem permaneceria ali ao lado, dando testemunho poderoso da
verdade que Pedro dizia. Porque for a pelo poder do Nome de Jesus que obtivera cura.
Sendo esse um sinal Messiânico patente. E que todos podiam lembrar-se do que
profetizara o profeta Isaias da era do Messias “... os coxos saltarão como cervos...” (Is.
35: 6) 
 
ANOTAÇÕES: 
 
• Cura de um homem coxo de nascença. 
• Mensagem de Pedro. 
• A atuação é voltada para Cristo. 
• Conversão de quase 5 mil homens 
 
QUESTIONÁRIO: 
 
24. De quem desviou Pedro a vista do povo? 
25. A quem a dirigiu? 
O livro de Atos dos Apóstolos Página 15 de 39 
13. CAPÍTULO 4:1 – 37 – COMENTÁRIO E ANÁLISE 
 
COMEÇA A PERSEGUIÇÃO (4:1 – 22) 
 
Todavia tamanha agitação de modo algum agradou as autoridades do templo, que
lançaram mão dos dois apóstolos e os meteram na prisão até o dia seguinte. O partido
do sumo sacerdote, que predominava naquele tribunal, era em sua maioria constituído
de saduceus, sendo de notar que o ressentimento deles tinha como motivo os apóstolos
ensinarem o povo e anunciarem no caso de Jesus a ressurreição dos mortos. Contudo,
não puderam achar culpa legal nos apóstolos, especialmente na presença do ex – coxo,
cujo restabelecimento era forte testemunho na defesa deles. 
 
EXPANSÃO ININTERRUPTA 
 
Na fala de fundamento razoável para castigar Pedro e João, o Sinédrio despediu-
os, proibindo-lhes com ameaças se continuassem a falar no Nome de Jesus. Todavia, o
que daí resultou foi um maior aumento da Igreja, cujo numero agora se elevava a cinco
mil homens, sem falar nas mulheres. 
 
ANOTAÇÕES: 
 
• Início da perseguição (Pedro e João presos). 
• Cap. 4:12 (Nenhum outro há salvação). 
• Cap. 4:13 (Reconheceram Jesus neles). 
• Oração (4:29 a 31). 
• Relato da Igreja (4:32 – 37). 
 
QUESTIONÁRIO: 
26. Qual foi o tema central das pregações dos apóstolos? 
27. Por que isto entristeceu os saduceus? 
28. A imagem de quem viram os sacerdotes em Pedro e João (v.13)? 

14. CAPÍTULO 5:1 – 42 - COMENTÁRIO E ANÁLISE 


ANANNIAS E SAFIRA (5:1 – 16). 
 
O caso Ananias e Safira ilustra as tentações a que se sujeitam membros da igreja
menos espirituais. O pecado não consistiu em reservar parte do dinheiro, mas em dar a
entender que a soma entregue era a importância integral. A mentira dita a Igreja foi
considerada como dirigida a Deus o Espírito Santo. 
Este fato trouxe grande temos aos seguidores. Temos ainda o relato de tamanho
poder sobre a vida dos discípulos que muitos depositavam os enfermos no caminho por
onde Pedro passaria para que a sua sombra os encobrisse e então eles eram curados 
Os saduceus sentem inveja dos discípulos e levam eles presos. Durante a noite um
anjo liberta os discípulos. Um detalhe importante é que as cadeias continuam fechadas
(v23). È possível que os discípulos tenham sido arrebatados em corpo. 
 
ANOTAÇÕES: 
 
• Ananias e Safira. 
• O pecado foi mentir sobre a quantia. mentiu ao Espírito Santo. 
• A sombra curando enfermos. 
• O anjo abre as portas. 
• Prisão dos apóstolos. 
• Gamaliel 
 
QUESTIONÁRIO: 
 
29. O que provavelmente havia na origem do seu pecado (I Tim. 6:10) 
30. Qual foi a pena de seu pecado. 
31. Quem mostrou mais sabedoria do que os outros chefes (v. 34) 
32. O seu conselho era prudente no tocante a sabedoria natural 
 
15. CAPÍTULO 6: 1 – 15 – VISÃO PANORÂMICA 
 
PRIMEIRAS DIFICULDADES DA IGREJA. 
 
O capitulo 6 registra a primeira dificuldade da Igreja e sua solução. A murmuração
dos gregos contra os hebreus porque as suas viúvas estavam sendo esquecidas na
distribuição diária de alimentos. Notem que esta dificuldade era inevitável por não ter
aumentado a organização da igreja em proporção ao seu desenvolvimento (v.1). Notem
também, que era séria por ameaçar causar uma divisão da igreja entre aqueles judeus
educados na Palestina (hebreus) e aqueles que tinham recebido educação grega, ou que
viviam em países onde se falava grego (gregos). Esta dificuldade foi resolvida no
espírito de amor e cooperação e encontrou a solução no aumento da organização - a
instituição de uma nova ordem no ministério da Igreja (diáconos). 

DESIGNAÇÃO DOS SETE E A ATIVIDADE DE ESTEVÃO. 


 
Novo desvio da narrativa de Atos é assinalado pela apresentação do nome de
Estevão. Este aparece primeiro como um dos sete oficiais designados para supervisionar
a distribuição das ofertas retiradas do fundo comum para membros mais pobres da
comunidade. Logo no início a Igreja atraíra judeus helenistas (isto é, judeus de fala
grega, de fora da Palestina). É significativo que os sete oficiais escolhidos pela
comunidade e designados pelos apóstolos para supervisionar essa atividade tivessem
todos os nomes gregos, sendo provavelmente judeus helenistas. Dois dos sete, Estevão e
Filipe estavam destinados a deixar vestígios dos seus serviços a Igreja. Com isto ele
deixou assinalado o caminho que Paulo mais tarde palmilhou e especialmente o escritor
de Hebreus. 
 
ANOTAÇÕES: 
• Murmuração dos helenistas contra os hebreus. 
 
• Instituição do diaconato (7 diáconos). 
 
QUESTIONÁRIO: 
 
33. A que ministério os apóstolos desejavam dedicar-se (6:4) 
34. Quais as 3 qualificações para um diácono que se mencionam aqui (v.3) 
35. Quem foi o mais notável de todos estes diáconos 
 
16. CAPÍTULO 7 – O MARTÍRIO DE ESTÊVÃO 
 
Estevão estava perante o mesmo Concílio que crucificou Jesus e que pouco antes
proibira os Apóstolos de falar em o nome de Jesus. Ali estavam os mesmos sacerdotes
Anás e Caifás. 
Estevão expôs o seu caso sob a forma de uma resenha histórica, como era costume
entre os judeus. Os dois principais temas de seu discurso são primeiro, que a nação a
partir dos dias de Abraão, nunca se preocupou em fixar-se num lugar da terra; uma
tenda móvel, por conseguinte, servia mais de santuário do que um edifício permanente.
E segundo, que a nação, a partir do tempo de Moisés, sempre se rebelara contra Deus e
se opusera aos Seus mensageiros, numa série de atos que culminara em eles matarem “o
Justo”. 
Enquanto falava o seu rosto brilhava o seu rosto brilhava como se fosse rosto de anjo.
Lançaram-se contra ele como feras.Enquanto as pedras começaram a ser lançadas,
Estêvão olhava para o céru e via a glória de Deus e Jesus, que estava à Sua direita. 
Morreu como morrera Cristo, sem vestígio de ressentimento contra seus assassinos
desprezíveis, orando. “Senhor não lhes impute este pecado” 7:60. As mesmas palavras
de Jesus ao ser crucificado ( Estêvão é honrado como sendo o primeiro mártir da Igreja. 

UM JOVEM CHAMADO SAULO 


 
Aqui há um momento crucial do evangelho, ainda que as palavras
de Estevão tenham incitado a Saulo ao início de grande perseguição aos discípulos, é
certo que as mesmas tenham chegado a atingir o profundo do coração de Saulo e que
tiveram seu efeito no caminho de Damasco. Podemos pensar que a vida de Estevão foi o
preço pago pela alma de Saulo, que se tornaria aquele que estabeleceria o cristianismo
no mundo então conhecido. 
 
ANOTAÇÕES 
 
• Temas do discurso: 
• A nação nunca se fixou em lugar na terra. 
• A nação sempre se rebelava contra Deus. 
• Semelhança das palavras de Estevão (Atos 7:59-60 e Lucas 23:34-46). 
 
QUESTIONÁRIO: 
 
36. Que visão teve Estevão? 
37. Quais foram as duas últimas frases de Estevão? (v. 59 e 60) 
38. Quem disse palavras idênticas numa ocasião semelhante? (Lc. 23:34,46) 
39. Quem é mencionado nessa ocasião? 
40. Foi respondida em Saulo a oração de Estevão pelos seus assassinos? (ITim. 1:13). 
 
17. CAPÍTULO 8: 1 –40 – A PRIMEIRA PERSEGUIÇÃO. 
 
A DISPERSÃO DA IGREJA 
 
Esta foi a primeira perseguição que a Igreja sofreu. Na época, a Igreja
provavelmente contava com apenas um ou dois anos de existência. A perseguição
durou, provavelmente, uns poucos meses. Paulo era um líder dessa perseguição. Tinha
dois parentes que já eram crentes (Rm 16:7). Esta perseguição foi muito severa. Saulo
devastava a Igreja, açoitava e matava muitos crentes, perseguindo sobremaneira a Igreja
(Gal 1: 13) 
Esta perseguição provocou a dispersão da Igreja. Em Jerusalém a igreja já se
tornara um movimento poderoso, avançando irresistivelmente. Agora pela providência
de Deus, esta perseguição lançou a obra missionária da Igreja. Os Apóstolos, talvez
isentos da perseguição por causa do apoio popular do qual gozavam, ainda
permaneciam em Jerusalém para cuidar da Igreja central. Mais tarde, eles também
fizeram suas viagens. 
Na sede, Filipe um dos sete, tomou iniciativa e partiu de Jerusalém para Samaria e
ali passou a evangelizar e por meio dele o Senhor ia confirmando a palavra com grandes
sinais. A obra de Filipe foi notável de forma que sabendo os apóstolos enviaram a Pedro
e João. Nesta ocasião, Samaria havia recebido apenas o batismo nas águas, mas com a
chegada de Pedro e João foram batizados com o Espírito Santo. O livro de Atos dos
Apóstolos Página 19 de 39 
Uma vez estabelecido o trabalho em Samaria, Filipe foi orientado pelo Espírito
Santo a entrar em contato com o tesoureiro de Candace. Rainha mãe dos Etíopes
(núbios). O eunuco lia com grande ansiedade o livro do profeta Isaias, o que deu ensejo
a Filipe para falar de Jesus Cristo. Na seqüência eles chegam a um lugar onde havia
água. Então o eunuco manifesta o desejo de se batizar. 
 
O ESPÍRITO ARREBATOU A FILIPE 
 
O que vem relatado logo após o batismo do eunuco é que Filipe é arrebatado e vem a se
achar em Azoto. Aqui temos um relato do chamado arrebatamento de corpo, ação do
Espírito Santo que leva uma pessoa de um lugar para outro. O Apóstolo Paulo menciona
esta operação em uma de suas cartas. "Conheço um homem em Cristo que há catorze
anos (se no corpo, não sei, se fora do corpo, não sei; Deus o sabe) foi arrebatado ao
terceiro céu." (II Coríntios 12: 2) 
 
ANOTAÇÕES 
 
• Filipe em Samaria 
• Recebem a Palavra, mas não o Batismo no Espírito Santo (v.12 e 13). 
• Pedro e João (v.12 e 13). 
• Filipe e o eunuco (8:24). 
• Arrebatamento de corpo (8:39 – 40). 
 
QUESTIONÁRIO: 
 
41. A que lugar Filipe recebeu ordem de ir? (8:26) 
42. Por quem foi conduzido Filipe ? 
43. Qual passagem da Escritura estava lendo o eunuco? 
 
18. CAPÍTULO 9: 1 – 31. – A CONVERSÃO DE SAULO. 
 
Era da tribo de Benjamim (Fp. 3:5), nativo de Tarso, terceiro centro universitário
do mundo, sendo superado em importância naquela época, apenas por Atenas e
Alexandria. Tinha a cidadania romana como direito de nascença (At. 22:8), de família
influenciável. Tinha, portanto, uma herança judaica, grega e romana. 
Resolvera destruir a Igreja. Esmagou e espalhou a Igreja de Jerusalém, e então
empreendeu viagem para Damasco para procurar os crentes que tinham fugido. 
No caminho, numa intervenção celestial, o Senhor Se revelou a ele. Sua conversão
se narra três vezes: aqui, 22:5 – 16 e 26:12 -18. Foi uma visão real, não um sonho, sua
cegueira foi real (v.8,9 e 18). Os companheiros ouviram a voz (v.7). Doravante, com
dedicação sem par na história, serviu ao Cristo cuja Igreja procurara destruir. 
Quando refletimos nas implicações desse fato, concordamos com essa opinião.
Lucas percebeu a importância da conversão de Paulo, visto como apesar do espaço
limitado de que dispõe, narra-a com alguns pormenores três vezes, uma na terceira
pessoa (cap. 9), e duas vezes contada pelo próprio apóstolo (caps. 22 e 26). As palavras
de Cristo mencionando-o como “vaso escolhido”, nunca mais saíram da mente do
Apóstolo Paulo. 
Anos mais tarde reconhecia ele que sem saber fora separado por Deus para a obra do
evangelho mesmo antes de Nascer ( Gál 1: 15; Rom 1: 1). 
“O Caminho” era uma expressão idiomática judeu-cristã, pela qual se denominava
o cristianismo (cfr. 19:9, 23, 22:4, 24:14, 22). Provavelmente iria prender ali os
principais refugiados da Judéia e não propriamente os crentes damascenos, como
Ananias. 
Viu em visão (12). Podemos distinguir as três primeiras visões de Paulo: na
entrada de Damasco (4 e segs); na casa de Judas (12); e na sua volta a Jerusalém (22:17
e segs). Dos principais sacerdotes (14). Ver 4:6 acima. Todos os que invocam o teu
nome (14); isto é, os que invocam Jesus como Senhor (cfr. 2:21). Quanto lhe importa
sofrer pelo meu nome (16). Fiques cheio do Espírito Santo (17). Tal plenitude era
necessária para o exercício do ministério profético descrito no versículo 15. Os
versículos 20-22 deixam claro que a manifestação particular do Espírito em Saulo foi o
poder sobrenatural de sua pregação missionária. Como que umas escamas (18), ou
melhor, “uma substância escamosa (ou como flocos)”. Levantou-se e foi batizado (18).
Provavelmente deve-se inferir daí que (diferentemente dos samaritanos em 8:16) Saulo
recebeu o Espírito Santo antes de ser batizado. 
 
ANOTAÇÕES: 
 
• A conversão de Saulo: 
• A conversão é relatada 3 vezes (cap. 9, 22 e 26). 
• Saulo, o “vaso escolhido”. 
• O Caminho: expressão do idioma judeu-cristão - Cristianismo. 
• A visão. 
• Cheio do Espírito santo (antes de ser batizado). 
 
QUESTIONÁRIO: 
 
44. Tinha diminuído o ódio de Saulo contra os cristãos? (9:1 – 4) 
45. Onde estava quando viu o Senhor? 
46. A quem disse Jesus que Saulo estava perseguindo? 
47. Quem agora foi ordenado para ministrar a Saulo? 
48. Qual foi a ocupação de Saulo durante os três dias de sua cegueira?(v.11) 
49. O que recebeu Saulo nesta ocasião 
50. Qual era a atitude dos discípulos para com Paulo quando veio a Jerusalém?(v.26) 
51. Onde foi enviado Paulo? 
 
19. CAPÍTULO 9: 32 – 11: 30 – A IGREJA DOS GENTIOS 
 
Ler Atos 9:32 – 11:30. O propósito de Lucas ao narrar a cura miraculosa de Enéias
e a ressurreição de Tabita (ou Dorcas), pelo ministério de Pedro, foi comprovar que
Deus estava presente com Pedro, durante o período mesmo em que aquele apóstolo
pregava aos gentios e os acolhia como partícipes da Igreja, ações essas que judeus
cristãos de visão estreita mais tarde censuraram. O fato que Pedro se hospedou na casa
de um curtidor de nome Simão, mostra-nos que ele já se despira de alguns de seus
escrúpulos tipicamente judaicos, porquanto os curtidores eram tidos por
cerimonialmente imundos, devido a seu contínuo contato com animais mortos, razão
pela qual, sua companhia devia ser evitada. Foi necessária uma visão papa que Pedro se
deixasse convencer de que era permissível o contato com os gentios. 
Ele viu um lençol, talvez sugerido por um toldo, debaixo do qual Pedro dormia a
sesta do meio dia, no pátio formado pelo telhado plano. Esse lençol estava repleto de
criaturas cerimonialmente imundas. Então, houve a ordem de Deus para que Pedro as
matasse e comesse o que serviu de indicação de que as restrições dietéticas de Moisés e
de fato, todas as demais restrições cerimoniais mosaicas, agora estavam obsoletas.
Finalmente persuadido, Pedro foi pregar a gentios, na casa de Cornélio, centurião
romano e homem temente a Deus. 
Por conseguinte, Deus concedeu imediatamente do Seu Espírito a gentios, assim
foi exercida a fé, antes mesmo que Pedro terminasse a sua pregação e antes do batismo
ou da imposição de das mãos terem sido administrados. Foi dessa maneira dramática
que Deus demonstrou que aceitava nas Igrejas a crentes gentios, e sob condições iguais
as que aceitaram os crentes judeus ou samaritanos. 
 
A EXTENSÃO DO EVANGELHO AOS GENTIOS 
 
Cornélio era primeiro cristão entre os gentios. Anteriormente, o Evangelho só
tinha sido pregado para judeus, prosélitos judeus e samaritanos, que observavam a Lei
de Moisés. 
Foi preciso uma visão especial para induzir Pedro a se dirigir ao gentio Cornélio. E
mesmo depois que os apóstolos se convenceram, pela orientação direta do Espírito
Santo, que deviam receber gentios na igreja como gentios, o assunto ainda ficou sendo
alvo de muita controvérsia naquela geração apostólica, porque de um modo geral, o
preconceito judaico era bastante forte de ser completamente vencido pelo doutrinamento
dos apóstolos. 
 
CORNÉLIO 
 
O primeiro gentio escolhido por Deus, que recebeu a oferta do Evangelho. Era um
oficial do exército romano em Cesaréia. Era um homem bom e piedoso. Deve ter sabido
algo sobre Deus dos judeus e dos cristãos. Cesaréia era cidade onde Filipe morava (8:
40; 21: 8). Mas apesar de Cornélio ter o costume de orar ao Deus dos judeus, assim
mesmo era gentio. O livro de Atos dos Apóstolos Página 22 de 39 
Era da vontade divina que Cornélio fosse o primeiro gentio a passar pela porta do
evangelho. O próprio Deus dirigiu os acontecimentos todos. Mandou Cornélio enviar
um recado a Pedro (v.5). Uma visão celestial induziu Pedro a aceitar a chamada (v.9 –
23). Deus colocou Seu próprio selo de aprovação sobre a aceitação de Cornélio como
membro da Igreja (v.44 – 48), sendo ele as primícias do mundo gentio. 
Foi de Jope (v.5) que Deus enviou o judeu Pedro, ao gentio Cornélio. Foi desta
mesma cidade que Deus enviou Jonas para a cidade gentia de Nínive, 800 anos antes,
com bastante força persuasiva (Jn 1:3). 
Nota-se que Cornélio não tinha que deixar sua situação de oficial das Forças Armadas. 
 
Os anciãos de Jerusalém aprovam (11:1 – 18). Foi a referência de Pedro a
evidente mão de Deus conversão de Cornélio, que convenceu os anciãos de Jerusalém
de que os gentios deviam ser aceitos na Igreja sem exigir deles que se tornassem
prosélitos dos judeus. Houve, todavia, um partido forte em Jerusalém que relutou em
aceitar a decisão apostólica (15:5). 
 

ANOTAÇÕES 
 
• A Igreja dos gentios. 
• Pedro já não tinha muitos costumes judaicos 
• Casa de um curtidor. 
• Foi necessária uma visão (Cornélio). 
• Espírito é derramado. 
• Cornélio – homem temente a Deus, centurião (oficial do exército romano). 
• Cesaréia era cidade onde Filipe morava (8:40; 21:8). 
• Orava ao Deus dos judeus, era gentio, não salvo (11:14). 
• A primeira Igreja apostólica (cap. 11:19 – 30). 
• Antioquia, o grande centro. 
• Barnabé se une a Saulo. 
• Os discípulos foram pela primeira vez chamados de cristãos (v.11:26). 
 
QUESTIONÁRIO: 
 
52. Quais as três coisas que se dizem a respeito do caráter de Cornélio (10:2) 
53. Qual era a sua posição 
54. Era Cornélio um homem salvo (11:14) 
55. Compreendeu Pedro nesse tempo o significado da visão (v.17) 
56. Quando o entendeu (v.23) 
57. O que aprendeu Pedro (v.34 e 35) 
58. Que dom do Espírito se exercia neste tempo (v.28) 
 
20. CAPÍTULO 12: 1 – 25 
 
A MORTE DE TIAGO - A PRISÃO DE PEDRO 
 
O Herodes que figura nessa passagem foi Herodes Agripa I, neto de Herodes o
Grande. Fingindo-se defensor máximo do judaísmo, martirizou ele a Tiago, apóstolo e
irmão de João, além de encarcerar Pedro. A morte de Herodes Agripa ocorreu em cerca
de 44 D.C Tiago foi então o primeiro dos doze a morrer. Tiago foi um dos três na rotina
íntima de Jesus. 
Pedro então aqui é prezo e um Anjo o liberta e forma maravilhosa. Pedro não sabia
se era real o que acontecia, pois as cadeias se abriam enquanto o anjo ia a frente dele. 
 
ANOTAÇÕES 
 
• Morte de Tiago (Mat. 20: 22,23) – primeiro dos doze a morrer. 
• Pedro é liberto pelo anjo do Senhor. 
 
QUESTIONÁRIO: 
 
59. O martírio de Tiago já estava indiretamente profetizado? (Mat. 20: 22,23) 
60. Quem levou Paulo e Barnabé de Jerusalém neste tempo? (12:25) 
61. Que parentesco tinha ele com Barnabé? (Col. 4:10) 
 
21. CAPÍTULO 13 E 14 – PRIMEIRA VIAGEM MISSIONÁRIA DE PAULO. 
 
Permanecendo ali em Antioquia, Paulo, Barnabé e seu primo Marcos que tinha
vindo com eles de Jerusalem, ministravam à Igreja ali. Havia ainda mais alguns mestres
profetas de talento naquela igreja: Lúcio, Cirene, Simeão por sobrenome Niger (Negro),
que é possível ser o Simão Cireneu de Lucas 23: 26 e também Manaé, que fora criado
com Herodes o tetrarca. Possivelmente por intermédio de um daqueles profetas o
Espírito Santo lhes disse que separasse a Barnabé e a Saulo. 
Consolidando o trabalho evangélico em Antioquia, a igreja local orientada pelo
Espírito Santo, comissiona a Barnabé e Paulo para pregação das Boas – Novas ao
mundo gentílico. Acompanha-os o jovem João Marcos. 
Chegando a Pafos há o encontro de Paulo com o mágico Barjesus, que pertencia à roda
íntima de Sergio Paulo, pro cônsul da província. Não quer dizer que Elimas seja
equivalente a Barjesus mas que Elimas sendo palavra semítica, significa encantador, ou
mágico. Saulo, também chamado Paulo, a partir daqui é chamado é regularmente
chamado pelo cognome Paulo em vez de Saulo seu nome hebraico de nascimento. 
No primeiro sábado após chegarem a Antioquia da Pisídia, encaminharam-se à
sinagoga. Depois da leitura da lei (a lei era lida toda) e dos profetas, os chefes da
sinagoga (estes incumbia de planejar o culto público e convidar membros idôneos para
da congregação para fazer a leitura e dirigir a palavra), convidaram os estranhos a dizer
alguma palavra de exortação que tivessem para os presentes. 
Paulo tomou a palavra. O resume do seu discurso é um tanto extenso, mas é
ouvido com especial atenção pelos gentios que freqüentavam o lugar. A
expressão “varões Israelitas e vos outros que temeis a Deus” indica os dois elementos
de que se compunham a congregação, judeus e gentios. Foram atraídos sobremaneira
pelo anúncio que Paulo fez do perdão dos pecados mediante a Cristo, e pediram que
lhes falasse novamente no sábado seguinte. Visto como lhes oferecia mediante Cristo os
mesmos direitos que os crentes judeus tinham diante de Deus, sem necessidade de
observarem a lei cerimonial judaica nem de se tornarem prosélitos, houve grande adesão
por parte dos gentios, o que naturalmente despertou a inveja dos judeus da dispersão, os
quais ressentiam de Paulo levar após si os gentios cuja conversão ao judaísmo eles
esperavam. Tal inveja subiu de ponto em Antioquia da Pisídia, visto como os “tementes
a Deus” espalharam a notícia e no sábado seguinte quase toda a população gentílica da
colônia afluiu à sinagoga. Quando os judeus manifestaram o seu aborrecimento, Paulo
anunciou que, visto como eles se julgavam indignos da vida eterna que ele, ia agora
dedicar-se aos gentios. Porém tão grande oposição se levantara pelos judeus que Paulo e
Barnabé tiveram que deixar a cidade, todavia, não antes que numerosos “tementes a
Deus” confessassem o Cristo, formando ali uma Igreja. 
Este fato também se repetiu em Icônio, onde grande número de judeus e gentios
creu, mas não tardou em serem forçados a deixar a cidade. 
Chegando a Listra e Derbe, cidades Licaônicas onde logo um milagre efetuado por
Paulo, provocou uma explosão de entusiasmo religioso no meio da população nativa da
Anatólia. Imaginando que a sua cidade fora outra vez favorecida com a visita do deus
supremo e seu principal arauto, como constava na mitologia, prepararam-se para prestar
honras divinas aos missionários. Quando os apóstolos descobriram o que iria acontecer,
com muita dificuldade conseguiram dissuadi-los daquilo, e Paulo aproveitou a ocasião
para instruí-los na verdade do único e verdadeiro criado. 
A visita a Listra foi inesperadamente interrompida por judeus de Antioquia da
Pisídia e Icônio, os quais insuflaram um tumulto, no qual Paulo, que fazia pouco hacia
sido aclamado como mensageiro dos imortais, foi tratado brutalmente e expulso da
cidade como morto, Quando reviveu (isto é narrado de TAM modo que sugere uma
intervenção miraculosa) 
 
22. CAPÍTULO 15: 1 – 41 – COMENTÁRIO E ANÁLISE 
 
O PROBLEMA DE ATOS 15 
 
O rápido crescimento da Igreja gentílica devido à missão de Paulo e Barnabé
puseram em foco um novo problema. Se os gentios se tornaram crentes em Jesus como
o Messias, e se O aceitavam como Salvador e Senhor, em que proporção lhes deveria se
exigida a observância da Lei? O Senhor Jesus Cristo tinha Se colocado a si próprio e
seus ensinamentos acima da lei e tinha declarado que era superior a Moisés e aos O
livro de Atos dos Apóstolos Página 25 de 39 
profetas, como um filho é superior aos servos da casa. A importância destas palavras
não foi imediatamente reconhecida, mas a lenta tendência que se desenvolvia dentro do
movimento cristão sob a direção do Espírito Santo tinha-se ido afastando do legalismo e
dirigido para a fé. 
O debate de Pedro com os cristãos judeus em Jerusalém, depois de seu trabalho em
casa de Cornélio, foi um dos primeiros sintomas da tensão existente. Só quando Pedro
contou que o Espírito Santo havia descido sobre os gentios como tinha descido sobre os
judeus crentes no Pentecostes é que os cristãos judaicos admitiram que os gentios
podiam realmente ser salvos. (11: 18). 
Depois de Paulo e Barnabé terem voltado a Antioquia e contado o sucesso da sua
pregação “... alguns homens, descendo da Judéia, ensinavam aos irmãos: Se não vos
circuncidardes segundo o rito de Moisés, não podereis ser salvos” (15: 1). Este ensino
deve ter sido um choque para os gentios. Não tinham sido criados na Lei e a sua
experiência espiritual desde a sua conversão tinha-se provado inteiramente satisfatória
sem observância de qualquer cerimônia. Além disso, eles tinham achado em Cristo a
libertação do legalismo e do cerimonialismo das suas próprias religiões. Por que é que é
que deviam voltar eles agora a pôr-se de novo debaixo doutra escravidão? 
 
CARTA EXPEDIDA (15:1 – 29). 
 
Paulo e Barnabé. Não muito depois de ter deixado aquelas igrejas surgiu uma crise
no meio delas, provocada pela atividade de judaizantes, que instavam sobre a
necessidade de serem acrescentadas a circuncisão e a observância da lei cerimonial à fé
em Cristo. Chegando a noticia desse fato aos ouvidos de Paulo em Antioquia, este
escreveu-lhes uma carta urgente “Admira-me que estejais passando tão
depressa... para outro evangelho”  (Gál. 1:6). A epístola, escrita num estado de
excitação, revela sua amorosa ansiedade e temor de que esses filhos recém nascidos
sejam seduzidos e deixem a simplicidade de Cristo, bem como revela sua indignação
contra aqueles que os perturbavam. 
A mesma questão tornou-se de real importância em Antioquia também por essa
época. A missão gentílica, sediada em Antioquia, ia resultar predominantemente no
estabelecimento de igrejas de igual modo gentílicas; e o partido judaico mais extremado
de Jerusalém via que só tinha de agir, então era preciso agir logo. E assim, organizaram
uma campanha levada a efeito não só nas novas igrejas da província da Galácia, como
também na própria Antioquia, cidadela do Cristianismo gentílico, urgindo completa
adoção da lei judaica por todos os cristãos, como condição indispensável de salvação e
de comunhão com os seus irmãos judeus. 
 

O CONCÍLIO DE JERUSALÉM 
 
O que aconteceu em Antioquia vem descrito por Paulo em Gál. 2:11 e segs. Os
judaizantes faziam valer seu ponto de vista com tamanho vigor que até Pedro, que
estava em Antioquia nesse tempo e sabia perfeitamente o que havia de certo e de O livro
de Atos dos Apóstolos Página 26 de 39 
errado naquele movimento, foi arrastado à aparência alarmante de uma “dissimulação”,
como Paulo chama, visto como se retraía da companhia dos cristãos gentios. Essa
atitude, embora Pedro pudesse justificá-la sobre o fundamento de ser conveniente, ia
produzir efeito desastroso. Até Barnabé inclinou-se a seguir-lhe o exemplo. Paulo
enfrentou a situação com energia, acusando francamente Pedro de dissimulação. Sua
repreensão produziu salutar efeito; no Concílio de Jerusalém que se seguiu, Pedro
apoiou intransigentemente a argumentação de Paulo. 
Mas o problema levantado pelos judaizantes tinha de ser discutido e resolvido para
que a Igreja cristã evitasse o risco de ser dividida, logo no seu inicio em dois corpos, um
judaico e outro gentílico. Então a igreja de Antioquia enviou delegados aos apóstolos e
anciãos de Jerusalém, e ali o caso foi discutido amplamente por eles na reunião
conhecida como Concílio de Jerusalém. Apesar dos argumentos do partido farisaico da
igreja, o peso da influência de Pedro, apoiada por Barnabé e Paulo, que narraram as
bênçãos de Deus sobre a missão gentílica, e por fim, o resumo judicioso de Tiago
inclinou a mente do Concílio na direção liberal. 
Condição alguma se devia impor aos cristãos gentios para a salvação, ou para a
admissão deles à plena fraternidade cristã, salvo aquela que Deus mesmo aceitara como
suficiente a fé em Cristo. Uma vez estabelecido esse princípio, foi mais fácil tratar da
questão prática das relações sociais. Seria manifestamente um ato de cortesia e virtude
da parte dos cristãos gentios respeitarem certos escrúpulos judaicos; e a decisão da
reunião foi, por conseguinte declarada numa carta que se escreveu a igreja de Antioquia
e suas igrejas filhas. 
É absurdo dizer, como alguns têm feito que Paulo jamais tenha aceitado tais
condições para suas igrejas gentílicas. Quando princípios estavam em jogo, o apóstolo
era inflexível; em caso contrário, não havia quem contemporizasse mais do que ele,
havendo vários lugares em suas cartas onde insta com os seus convertidos e outros para
que observem esse dever de se respeitar os escrúpulos e a consciência alheia (cfr. I Cor.
8:1 e. Rom. 14:1). 
Deve ser recordado que a separação entre os judeus e os gentios era tanto religiosa,
como social. Os judeus tinham uma lei divina que sancionava o princípio e ordenava a
prática do isolamento nacional. 
O caráter peculiar da religião dos judeus era tal que colocava obstáculos
insuperáveis no caminho de uma união social com outra gente. As suas observâncias
cerimoniais tornavam impossíveis refeições comuns com os gentios. O paralelismo mais
próximo que podemos encontrar para aquela barreira entre o judeu e o gentio é a
instituição das castas entre as populações da Índia, que se apresenta aos nossos como
um fato que causa perplexidade nos governos e aos nossos missionários como grandes
obstáculos do cristianismo no Oriente. Um hindu não pode comer como um pária ou
com um maometano e, entre os próprios hindus, os alimentos dos Brâmanes são
profanadas pela presença de um pária - apesar deles terem livre intercâmbio em todas O
livro de Atos dos Apóstolos Página 27 de 39 
as transações comerciais comuns. Assim era também na época patriarcal. Era uma
abominação para os egípcios comer pão com os hebreus (Gên. 43:32). 
 
A CARTA É RECEBIDA (15: 30 – 16:5) 
 
A carta foi levada a Antioquia por dois cristãos de Jerusalém, Judas e Silas, que
acompanharam de volta os delegados daquela cidade. O recebimento da carta em
Antioquia causou grande satisfação. 
Então Paulo e Barnabé concordaram em fazer nova visita às igrejas evangelizadas
em sua primeira viagem, porém, discordaram a respeito de Marcos. Barnabé recusou
dispensar a companhia de seu primo; o desfecho da dissensão foi que, em vez de uma só
excursão missionária, houve duas: Barnabé e Marcos tinham ido a Chipre, enquanto
Paulo tomou a Silas, que tinha a dupla vantagem de ser membro da igreja de Jerusalém
e ser cidadão romano e saiu com ele a percorrer cidades da Ásia menor visitadas na
primeira viagem, entregando às igrejas, cópias do decreto apostólico. 
 
ANOTAÇÕES: 
 
• O Concílio de Jerusalém. 
• Ler Galátas 1:6 e 2:11. 
• A carta é recebida 
• Segunda viagem missionária (15 a 18). 
• Houve dissensão: Paulo e Barnabé - Silas e Marcos. 
• Paulo era judeu e cidadão romano. Levou a carta aos gentios (15:27). 
 
QUESTIONÁRIO: 
 
62. Qual igreja enviou Paulo e Barnabé? 
63. Por qual poder Paulo pronunciou o juízo sobre o feiticeiro? (13:9) 
64. Quais eram os sentimentos dos judeus ao ver que a Palavra de Deus era pregada aos
gentios? 
65. Como recebeu os gentios o Evangelho? (v.48) 
 
23. CAPÍTULO 15: 36 – 18: 22 – SEGUNDA VIAGEM MISSIONÁRIA DE
PAULO. 
 
A narrativa desta viagem encontra-se em Atos 15:36 a 18:22. Depois de
aproximadamente três anos de intervalo, durante os quais dois valorosos obreiros
ficaram em Antioquia pregando e ensinando, com muitos outros, a palavra do Senhor,
Paulo teve a inspiração do Alto para fazer uma segunda viagem missionária pela Ásia
confirmando o trabalho realizado na primeira incursão evangelística naquela área.
Certamente ele nem por sonho teria imaginado o alcance desta viagem no que diz
respeito a penetração do evangelho na Europa. 
As etapas desta viagem podem ser divididas em três itinerários: 1) O da Ásia na
ida; 2) O da Europa; 3) O da Ásia na volta. 

O ITINERÁRIO DA ÁSIA NA IDA 


 
De Antioquia tomaram rumo norte, viajando por terra para Síria, Cicília,
Derbe e Listra, que foram os pontos finais da primeira viagem missionária. 
Em Listra juntou-se-lhes Timóteo, a quem Paulo circuncidou para que fosse mais
útil na obra do evangelho. Aqui não vemos uma incoerência de Paulo, pois este
combatia a necessidade do cristão se circuncidar a fim de completar a Salvação; O caso
é que Timóteo fora criado por sua mãe e sua avó, que eram judias, para ser um judeu
religioso m todo o sentido, exceto quanto à circuncisão. Para os gentios ele era,
portanto, judeu, mas para os judeus, era gentio porque, sendo seu pai grego, não fora
circuncidado. Por conseguinte, a fim de regularizar sua situação, Paulo o circuncidou;
era melhor que ele fosse distintamente uma coisa ou outra, do que manter uma posição
ambígua. 
Partindo dali, depois de confirmar na fé os irmãos, foram passando pelas regiões
da Frigia e da Galácia, talvez pretendendo visitar as igrejas de Icônio, Antioquia da
Pisídia e outras, entretanto foram impedidos de alguma forma pelo espírito Santo que os
encaminhou a Misia. Dali julgavam conveniente ir anunciar o evangelho no extremo
norte, isto é, província de Bitínia. Mas novamente o Espírito Santo lhes impediu o
intento e desceram para a cidade marítima da Misia, chamada: troas na costa do Egeu.
Foi ali que Paulo teve uma visão de um homem da Macedônia ( parte da Europa que
fica defronte da Misia ) pedindo que passasse àquela região e ali anunciasse o
evangelho. Assim os missionários chegaram a conhecer a vontade de Deus e partiram
para Europa, penetrando no Mundo Ocidental com a mensagem gloriosa de Salvação
dos pecadores. 
 
O ITINERÁRIO DA EUROPA 
 
Passando por Samotrácia, Neápolis onde não se demoraram muito, logo chegaram
a Filipos. 
FILIPOS – 16: 11 – 40 
Ponto inicial na evangelização da Europa, onde os missionários obtiveram
magníficos resultados de sua pregação manifesta na conversão de uma distinta senhora,
chamada Lídia, possivelmente veio a funda a igreja nesta cidade. Filipos além da
primeira igreja a ser fundada por Paulo na Europa e também uma das mais fiéis, a única
pelo que se sabe pela qual recebeu paga pelo seu trabalho. 
Neste ponto Lucas é deixado ver 17:1 nota-se a expressão “chegaram” o qual
tornou a juntar-se a eles seis anos depois ver 20:6 “navegamos”. Paulo cinco anos mais
adiante escreveu a epístola aos Filipenses. 
Também ali houve a libertação de uma jovem adivinhadora o que resultou na
primeira perseguição aos discípulos na Europa, e que culminou na prisão de Paulo e
Silas, mas mesmo encarcerados, Paulo e Silas oravam e a meia noite as cadeias se
romperam. Até mesmo esta situação proporcionou a conversão do carcereiro e toda a
sua família. 

TESSALÔNICA – 17: 1 – 9 
 
A Maior cidade da macedônia, muita gente se converteu ali e seus inimigos os
acusaram de “transtornar o mundo” 
 
ATENAS – 17: 15 – 34 
 
Atenas era a importante capital da cultura grega. O discurso de Paulo no Areópago
é uma das obras primas de oratória de todos os tempos, e revela sua competência no
pensamento grego. Entretanto, os atenienses escarneceram da ressurreição, embora,
alguns cressem. 
O discurso narrado por Lucas, seguiu uma orientação não diferente daquela do
discurso proferido em Listra (14: 15-17). Começando com uma referência a um altar
dedicado AO DEUS DESCONHECIDO (tipo de consagração de altar em Atenas
testificado por outros escritores), Paulo declarou que sua missão era fazer conhecido
deles esse Deus desconhecido. E prosseguiu na obra divina da criação e da providência,
usando linguagem tomada de empréstimo a alguns dos poetas gregos, como Epimênides
de Creta. 
Notem o encontro de Paulo com os membros de duas escolas de filosofia – os
epicureus e os estóicos. (A filosofia é o ramo do conhecimento que tem por objetivo
descobrir a verdade concernente a Deus, ao homem e ao universo, tanto quanto essas
verdades podem ser compreendidas pala razão humana). Os epicureus eram céticos, que
rejeitavam todas as religiões. Acreditavam que o mundo se formou casualmente, que a
alma é mortal e que o prazer é o principal fim da vida. Os estóicos eram panteístas, quer
dizer, acreditavam que tudo é parte de Deus. Criam que a virtude é o fim principal da
vida e que devia ser praticada como um fim em si mesmo. Examinemos a mensagem de
Paulo. Demonstra a relação entre Deus e o universo (vers. 24 e 25). Logo, declara o
governo moral de Deus para com o mundo. Este governo se manifestará perfeitamente
no ultimo juízo (v.31). 
O auditório escutou com bastante interesse até Paulo falar na ressurreição. Isto
agora é que não puderam suportar. A imortalidade da alma era um estado comum de
suas diversas escolas filosófica, mas a ressurreição do corpo era para eles tão absurda
quanto indesejável. Ainda hoje é uma pedra de tropeço para muitos, tanto quanto o era
para os atenienses, todavia é parte integrante da fé cristã. 
 
CORINTO – 18: 1 – 28 
 
Metrópole comercial e política da Grécia naquele tempo, situada a 70 quilômetros
de Atenas. Nesta cidade, que foi o ponto final da segunda viagem missionária na direção
do ocidente, Paulo permaneceu 18 meses. Também foi ali que Paulo conheceu o
consagrado casal Priscila e Áquila com os quais iniciou o trabalho em Corinto e depois
também em Éfeso. 
Áquila e Priscila. Hospedaram Paulo em Corinto (v.2,3). Há inscrições nas
catacumbas que dão a entender ter sido Priscila de família distinta, de categoria 
elevada em Roma, a qual, todavia, se desclassificou por ter sido casada com um judeu.
É sempre mencionada primeira. Sem dúvida, era mulher de talento excepcional. Quando
ela e o marido se converteram a Cristo, em Corinto, pela influência de Pedro, deram-se
logo totalmente ao trabalho da igreja. Foram com Paulo a Éfeso (18:18), onde mais
tarde a casa deles foi lugar de reunião de uma igreja (Rm. 16:3-5). Alguns anos adiante
estavam outra vez em Éfeso (2 Tm. 4:19). Foram sempre amigos leais e devotados de
Paulo. 
 
O ITINERÁRIO DA ÁSIA NA VOLTA 
 
Na primavera de 52, Paulo deixou Corinto para fazer visita a Jerusalém, durante a
Páscoa. De caminho passou em Éfeso, porém, aí desta vez não pode demorar, apesar do
convite insistente da sinagoga. No entanto, prometeu voltar e cumpriu esta promessa no
outono. Nesse ínterim grande interesse foi despertado na sinagoga de Éfeso por um
judeu alexandrino, chamando Apolo, muito versado nas Escrituras do Velho Testamento
e também história de Jesus, a qual, sendo por ele cogitada com essas Escrituras,
convenceu-o de que Jesus era de fato o Messias; e com sua argumentação poderosa
expunha seu ensino na sinagoga. Áquila e Priscila, que acompanharam a Paulo de
Corinto a Éfeso, ouviram-no e como ele só conhecesse o batismo de João, ensinaram-
lhe o caminho do Senhor com maior precisão, tirando assim proveito do ensino que eles
mesmos receberam de Paulo. Procurando Apolo prosseguir viagem para a Grécia, os
irmãos recomendaram-no a igreja de Corinto. E tão poderosa foi a assistência por ele
prestada aos cristãos dali que Paulo lhe pode escrever depois “Eu plantei, Apolo regou”
(I Cor. 3:6). Embora alguns coríntios procurassem fazer dele um cabeça de partido rival
de Paulo, é claro que não havia sentimento de oposição entre os dois (cfr. I Cor.
16:12). Tendo raspado a cabeça em Ceneréia, porque tinha voto (18), isto é, Paulo tinha
voto temporário de nazireu. 
Saindo de Corinto, Paulo voltou para Jerusalém e Antioquia, e no caminho, visitou
Éfeso, visita que já há muito queria fazer. Na sua primeira viagem missionária, é
possível que estava visando chegar a Éfeso quando na Antioquia da Psídia, foi desviado
de volta para o leste, por causa de seu espinho na carne (Gl. 4:13; 2Co 12:7). Assim
ficou na área da Galácia. Na sua segunda viagem missionária, estava procurando chegar
a Éfeso quando Deus o desviou para o norte, mandando-o a Trôade e a Grécia (16:6,7).
E, finalmente, na sua terceira viagem, a porta se abre para ir a Éfeso. 

ANOTAÇÕES: 
 
• Houve uma mudança de direção 
• Filipos 16:10 – reencontro com Lucas. 
• conversão de Lidia (negociante vinda de Listra, possivelmente veio a fundar Igreja
nesta cidade – Ap. 2:18). 
• Filipos foi a primeira igreja de Paulo na Europa. A única pelo que se sabe, que Paulo
recebeu paga do seu trabalho. 
• Atos 17:1 – “Chegaram, deixou Lucas”. 
 
Atenas: Discurso de Paulo no Areópago. Duas escolas filosóficas. 
 
• Corinto:Paulo em Corinto. Fundação da Igreja. Encontra Áquila e Priscila que o
acompanha até Éfeso. 
• Paulo deixa Corinto e Apolo aparece (18:18 – 28). 
 
QUESTIONÁRIO: 
 
66. Qual o acontecimento lamentável que marcou o princípio da segunda viagem
missionária? 
67. Quem Paulo encontrou aqui? 
68. Qual era a sua nacionalidade 
69. Corinto: Quem Paulo encontrou nesta cidade? 
70. Quem se uniu a ele neste lugar? 
71. Qual era o efeito da sua pregação aos judeus? 
72. Éfeso: A quem deixou Paulo neste lugar? (18:19) 
 
24. CAPÍTULO 18: 23 – 21: 16 – TERCEIRA VIAGEM MISSIONÁRIA DE
PAULO. 
 
CAPÍTULO 19: 21 – 41 – O TUMULTO EM ÉFESO 
 
A cena mais vibrante de quantas Lucas nos apresenta do ministério de Paulo em
Éfeso, é a assembléia tumultuosa no grande teatro da cidade, ao ar livre, ultimamente
escavado, estimando-se que comportava 25.000 pessoas. A corporação local dos
ourives, que auferia considerável lucro da venda de imagens de prata da grande deusa
Ártemis, colocadas em nichos igualmente de prata, ficou alarmada quanto ao futuro de
sua arte, a vista de tanta gente que abraçava o Cristianismo. Disfarçando essa
preocupação sob a capa de interesse pela honra da deusa, convocaram indignados, um
comício. A indignação deles propagou-se ao público em geral que acorreu ao teatro,
onde encenaram um tumulto pró – Ártemis e anti-judaico (note-se o humorismo no
versículo 32). 
Diana. Infelizmente este nome romano foi empregado pelos tradutores em lugar
do nome grego Ártemis, que era a grande deusa-mãe cultuada na Ásia Menor desde
tempos imemoriais, cujo templo era uma das sete maravilhas da antiguidade. 
 
ANOTAÇÕES: 
 
• Terceira viagem missionária. 
• Paulo em Éfeso. 

QUESTIONÁRIO: 
 
73. Qual era o desejo sincero de Paulo para com todos os fiéis? (19:2) 
74. O que escreveu ele mais tarde aos fiéis desta cidade? (Ef. 5:18) 
 
25. CAPÍTULO 20: 1 – 38 – ANÁLISE DETALHADA 
 
PAULO DESPEDE-SE DOS PREBÍTEROS DE ÉFESO 
 
Paulo vai para a Síria pela Macedônia e para em Trôade onde ali depois de um
discurso demorado um Jovem tomado de sono cai de uma janela e morre. Paulo então
ora pelo jovem que é levantado vivo. 
O encontro do apóstolo em Mileto com os presbíteros da igreja de Éfeso é
importante porque contém o único registro de um discurso seu, frente a um auditório de
cristãos. A autenticidade deste discurso é fortemente apoiada por sua semelhança com a
linguagem das epistolas de Paulo, e tanto mais porque não há provas de Lucas ter
conhecido tais epistolas. O discurso lança luz sobre o curso dos acontecimentos
ocorridos há pouco e sobre os pressentimentos do apostolo quanto ao futuro, embora
nada o demova da determinação de levar a cabo a obra divinamente a ele destinada e de
acabar sua carreira jubilosamente. 
 
QUESTIONÁRIO: 
 
75. Em que dia a igreja costumava reunir-se para os seus cultos semanais? (20:7) 
76. Há algum outro versículo as Escritura que fala acerca disso? (I Cor. 16:1,2) 
77. Mileto. Enquanto o navio se deteve aqui, Paulo chamou os anciãos da igreja de
Éfeso e pronunciou uma mensagem de despedida. Nos versículos 17 a 21, Paulo dá um
resumo do seu ministério entre eles. Que admoestação deu aos anciãos de Éfeso? 
 
26. CAPÍTULO 21: 1 – 40 e 22: 1 - 30 – PRISÃO DE PAULO 
 
O Profeta Ágabo profetiza o que aconteceria a Paulo em Jerusalém. Apesar dos
discípulos aconselharem a não subir a Jerusalém, Paulo declara estar pronto para
morrer. 
Paulo então vai para Jerusalém e lá é bem recebido, mas eles temiam por sua
segurança, por ter se espalhado rumores de que ele estivesse ensinando contra a lei de
Moisés e que estivesse persuadindo os judeus a abandoná-la. Por isso Paulo consentiu
na observância de uma cerimônia judaica. Ao fazer isso não comprometeu nenhuma
questão fundamental, mas agiu de acordo com os seguintes princípios propostos por ele
mesmo em seus escritos. Tornou-se judeu para com os judeus para poder ganhar os
judeus, com a mesma vontade com que fez com que se fez gentio para ganhar os gentios
(I Cor 9:20,21).
Chegando já o dia do cumprimento do voto, os judeus da Ásia o reconheceram e
alvoroçaram o povo contra ele e o pegaram e o arrastaram para fora do templo e quase o
mataram. 
O Apóstolo Paulo que era judeu, cidadão romano e que falava o grego e o
Hebraico se revela como tal no momento oportuno: 
 
Atos 21: 37 - Antes de ser levado para dentro da Fortaleza, ele fala em língua grega
com o soldado romano e isso lhe garante o direito de defesa. 
 
Atos 22: 2 – Ao iniciar sua defesa (que na verdade era o seu testemunho de Cristo) fala
em língua Hebraica e isso atrai maior atenção do povo para ouvir. 
 
Atos 22: 3 – Paulo fala de sua cidadania, onde nasceu e com quem foi instruído. 
 
Ele soube usar isso muito bem, no momento oportuno para seguir pregando e
testemunhando de Cristo. 
Paulo já poderia ter feito isso muito antes, mas isso lhe garantiu um público ainda
mais seleto de pessoas de grande autoridade, os principais dos sacerdotes e todos do
conselho. O resultado disso, uma multidão de homens sábios e conhecedores da Lei,
ouvindo o testemunho da ressurreição de Cristo. Vale ressaltar que ser cidadão romano
naquela época era um privilégio muito grande. Muitas pessoas que eram ricas
compravam esse direito para poderem ter o prestígio que um cidadão romano tinha
naqueles dias. (v28) Mas Paulo o tinha de nascimento. 
 
27. CAPÍTULO 23: 1 – 10 - PAULO PERANTE O CONCÍLIO JUDAICO 
 
Em Jerusalém Paulo foi levado perante o concílio judaico e ali declarou sua
inocência. A ação injusta e cruel do Sumo Sacerdote ao mandar que o ferissem, fez com
que os acusasse severamente. No calor da sua indignação, esqueceu-se do sumo
sacerdote e viu nele somente um regente tirano, há quem diga que Paulo não sabia
realmente que ele era o Sumo sacerdote, mas é muito mais provável que o tom tenha
sido de ironia realmente. 
Paulo então declara palavras proféticas contra o sumo sacerdote, pois estas
palavras vieram a se cumprir 15 anos mais tarde quando este teve morte violenta. 
Paulo vendo que o conselho se opunha a ele e não tendo esperança de receber
justiça, recorre a um estratagema. Sabia ele que os fariseus e saduceus estavam
divididos sobre a doutrina da ressurreição e pó isso, apelou para a seção farisaica do
concílio por clemência por causa de ser acusado de pregar uma doutrina que eles
mesmos aceitavam. Este apelo dividiu o concílio ocasionou a fuga de Paulo e sua
proteção pelos romanos.

28. CAPÍTULO 24: 1 – 27 – PAULO PERANTE FÉLIX E ACUSAÇÕES 


 
Notaremos aqui as acusações feitas contra Paulo e suas respostas. (24: 1- 21) 
A acusação era tríplice: 
 
• Sedição - “um promovedor de sedição entre os judeus” 
• Heresia – “um chefe da seita dos nazarenos” 
• Sacrílego – “quem também tinha profanado o templo” 
 
Félix o governador junto com sua esposa Drusila ouvem a respeito do evangelho
de Cristo Jesus por intermédio do próprio Paulo. Temeroso pelas palavras dispensa
Paulo esperando que em algum momento Paulo lhe desse algum dinheiro para libertá-lo.
Ao passarem dois anos Félix teve como sucessor a Festo e para agradar os judeus
manteve Paulo Preso. 
 
29. CAPÍTULO 25 e 26 – PAULO PERANTE FESTO APELA PARA CÉSAR 
 
Paulo foi então levado a Festo, o novo governador. Vendo Paulo que Festo era
favorável aos judeus, dispôs de seu direito de cidadão romano e apelou para César.
Atitude essa que tirou o caso das mãos de Festo. Ainda assim, Festo precisava ter
argumentos sólidos para enviar Paulo a César. Sendo assim Festo leva Paulo à presença
do Rei Agripa. 
Herodes Agripa II era bisneto de Herodes o Grande e irmão de Drusila (esposa do
ex-governador Félix) além de ser rei da pequena região próxima do Líbano. Sua irmã
mais jovem Berenice, vivia com ele em Cesaréia de Filipe durante esse tempo. 
Festo tira proveito do conhecimento de Agripa acerca das questões judaicas para ter
argumento a ser levado a Cesar. 
Paulo novamente relata sua experiência com Jesus e expõe seu discurso de defesa. Paulo
então apela para Agripa o juiz convidado, observando que as questões relativas aos
judeus, eram de conhecimento geral e indagando de Agripa se ele acreditava ou não nas
profecias messiânicas. 
Ao final Agripa não encontra motivos para manter Paulo preso, mas por ter ele apelado
para Cesar, não podiam libertá-lo e enviam Paulo a Roma.. 
 
30. CAPÍTULO 27 – VIAGEM DE PAULO A ROMA 
 
COMEÇA A VIAGEM 
 
A narração da viagem e naufrágio de Paulo é uma descrição vívida e pitoresca,
como tantas outras na Bíblia. Tem sido chamada “um dos documentos mais instrutivos,
que nos leva a conhecer a antiga arte de marinhagem”. 
Acima de tudo tem seu valor por nos retratar o caráter de Paulo, rodeado de
circunstâncias que com muita propriedade revelam em qualquer pessoa o que 
realmente é. Já o temos visto em diferentes situações, mas agora o temos como homem
prático numa emergência difícil. 
Lucas, companheira de viagem de Paulo nesta ocasião, viu o mar com os olhos de
um grego e nos conta o que presenciou. Juntamente com Lucas e Aristarco, Paulo
navegou da Palestina sob o comando de um centurião por nome Júlio, membro do corpo
de correios imperiais. 
 
TORMENTA E NAUFRÁGIO 
 
Antes, porém que tocassem no porto de Fenice, um tufão (Euro-aquilão) de vento
caiu sobre eles arrastando-os para longe da costa da ilha. Durante 15 dias foram
ziguezagueando para evitar serem jogados nos bancos de areia, Sendo assolados por
todos esses dias todos perderam a esperança de se salvar menos Paulo, que se sobressaia
a bordo sendo capaz de dominar a situação desesperadora e de inspirar coragem e nova
esperança aos seus companheiros de viagem. 
O Anjo do Senhor aparece a Paulo e confirma a promessa feita anteriormente (23:
11) de que ele chegaria a Roma. 
Ao chegarem depois de muitos dias a uma enseada, decidem deixar o navio e partirem
para a praia. Os soldados sugerem matar os presos para que nenhum deles fugisse, mas
o centurião querendo poupar a Paulo lhes fruta o intento. Todos se salvam, um total de
276 pessoas. 
 
QUESTIONÁRIO: 
 
78. Quais os companheiros de Paulo quando embarcou para Roma? 
79. Qual foi o conselho dado ao comandante do navio quando ele ainda estava em bons
portos? 
80. Quanto tempo o navio foi açoitado pela tempestade antes de chegar a Ilha de
Malta? 
 
31. CAPÍTULO 28: 1 – 16 – PAULO NA ILHA DE MALTA 
 
Logo ao chegarem à ilha percebem que estão na ilha de Malta, nome fenício que
apropriadamente se chama refúgio. Os nativos da ilha acendem uma fogueira e Paulo ao
jogar alguns galhos na fogueira é mordido por uma víbora. De imediato os nativos
pensam ser Paulo realmente um homicida a quem a justiça não deixa viver, mas depois
de algum tempo esperando e vendo que nada aconteceu, Lucas declara de certa forma
irônica ser Paulo uma espécie de deus. 
Durante os três meses que estiveram ali passando o inverno, Paulo e Lucas
pareceram bastante úteis aos que os receberam ali. Logo de imediato, Paulo curou de
disenteria o Pai de Públio principal da ilha e cuidou dos outros enfermos do lugar junto
com Lucas. 
PAULO EM ROMA (28: 17-31). 
 
A viagem para a Itália chegou ao fim no princípio do ano 60 AD. Em outro navio
Alexandrino do transporte de cereais, levava um emblema de Gêmeos Celestes.
Desembarcaram em Potéoli, onde os cristãos os acolheram por alguns dias. Daí
prosseguiram para Roma e quando ainda estavam a 64Km da cidade , foi encontrá-los
uma delegação de cristãos romanos que andar aquela distância para saudar o apóstolo e
acompanhá-lo à capital. 
A entrevista do apóstolo com os judeus romanos recapitula um dos temas de Atos,
a saber, a rejeição generalizada do evangelho por parte dos judeus. Paulo, como sempre,
tem a última palavra aquela cita (Isaias 6: 9- 10). Que nosso Senhor Jesus igualmente
usou nos dias de Sua vida terrena (João 12: 40). 
O outro e principal tema de Atos é recapitulado nas palavras finais do livro, que
apresenta Paulo passando dois anos no coração do Império. Recebendo a quantos iam
visitá-lo, anunciando o reino de Deus e ensinando a história do Senhor Jesus sem
impedimento. Eis que afinal, por caminhos misteriosos, seu desejo foi realizado. (Rom
1: 15) 
Deduz-se da tradição e de algumas referências que Paulo foi posto em liberdade
por mais ou menos dois anos (vide Fil. 1: 24-26; 2:24; Filemon 24; II Tim. 4:17). Que
foi novamente preso e finalmente executado durante a perseguição dos cristãos por
Nero. Durante esse período de liberdade provavelmente escreveu as epístolas a Timóteo
e Tito. 
 

ANOTAÇÕES: 
 
• Os irmãos exigem que Paulo faça o voto demonstrando que o que . (Num. 6:2,9). 
• A defesa de Paulo. 
• O comandante fala da cidadania romana (v.28 e 29). 
• Paulo ofende o sumo sacerdote sem saber (violência ou ironia). 
• Sobrinho de Paulo livra-o da conspiração de morte (v.16). 
• Paulo se defende das acusações. 
• Ilha de Malta 
• Rejeição do Evangelho pelos judeus. 
• Paulo passa dois anos no coração do Império. 
• O desejo de Paulo é realizado (Rom. 1:15). 
 
QUESTIONÁRIO: 
 
81. Quanto tempo Paulo permaneceu nesta ilha ?(28: 11) 
82. O que Paulo fez em primeiro lugar quando chegou a Roma? 
83. O que diz a tradição a respeito de como Paulo morreu? 
 
 
 
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